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PILOTO CYBORG: O HOMEM DE MUITOS MILHÕES DE DÓLARES. Ana Maria Vieira - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 318 de 1014 - - - - - - - - - - OBJETIVO • Perceber as grandes máquinas híbridas, constituídas de peças e humanos e, no caso da Aviação, de pilotos e avião. • Propor uma reflexão, levantar questões e estabelecer possibilidades de interação com pesquisadores de diferentes áreas, tais como, psicologia, comunicação, engenharia e ciências jurídicas, contribuindo para o debate do futuro que prevê, por exemplo, um piloto cujas funções neurais vinculam-se diretamente ao computador de bordo. O computador pode decidir assumir o voo, se considerar necessário. • Questionar a atribuição de culpa aos pilotos ou a “falha humana”, uma vez que pilotos e aeronaves são elementos híbridos. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 319 de 1014 - - - - - - - - - - INTRODUÇÃO • A ideia de acoplar o homem à sua máquina voadora não é novidade. Antes da construção do primeiro avião, vários inventores criaram suas próprias asas, feitas de penas e madeira leve anexadas aos braços, e saltavam do alto de torres para testar sua capacidade de voar. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 320 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 321 de 1014 - - - - - - - - - - INTRODUÇÃO • Os resultados foram desastrosos. • No século XV, Leonardo da Vinci elaborou projetos para a construção de um ornitóptero (do grego: ornitho, ave + pteron, asa). As asas batiam, propulsionadas pelos braços e pernas do homem. • Estes inventos voadores mostram os primeiros híbridos de homem e máquina, ou seja, as primeiras tentativas de acoplar o homem à máquina voadora transformando-os em um só elemento. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 322 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 323 de 1014 - - - - - - - - - - INTRODUÇÃO • Pilotar um avião moderno, é uma tarefa na qual máquina e Humanos estão integrados formando uma matriz biotecnológica de resolução de problemas. problemas. • O comandante = gerenciador de sistemas • “Cockpit cognitivo" - permite que os pilotos operem certos sistemas de controle por atividade neural e o seu estado físico é monitorado pelo computador através de leituras de ondas cerebrais, de suor nas palmas da mão e dos olhos que pode assumir o controle no caso de uma emergência. • Gravar a atividade cerebral de um piloto para personalizar a cabine para as necessidades do indivíduo em tempo real, desde a escolha do órgão sensorial menos sobrecarregados para comunicar a informações priorizando e eliminando distrações. • Estimulação magnética transcraniana (TMS) para suprimir ou melhorar as funções cerebrais individuais (atingir o cérebro de forma dirigida, através de pulsos magnéticos sobre o crânio, os quais, atravessando os tecidos, geram uma fraca corrente elétrica capaz de provocar alterações na atividade das células nervosas ) • O cérebro e o corpo do piloto estão cada vez mais entremeados no tecido do sistema de controle do cockpit. interface-cérebro-máquina-cérebro • Isso levanta uma série questionamentos éticos, tanto sobre os direitos do piloto como os de quem, na realidade, será responsável pelas ações em combate - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 324 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 325 de 1014 - - - - - - - - - - Sistemas eletrônicos epidérmicos são capazes de colar na pele de soldados por mais de 24 horas. (Imagem cortesia de J. Rogers, Universidade de Illinois.) No futuro o soldado será “embalado” com sensores, capazes de identificar o calor circundante de uma ferida. Autotratamento - dispositivos para redução da dor e estanque do sangramento mantêm o piloto voando, apesar de ferido. Eletrodos são ativados no cérebro para obliterar e anular a dor. O piloto não precisa falar, O COMPUTADOR transmitirá informações, de quem ele é, o tempo de descida, qual é a gravidade estimada do ferimento, etc. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 326 de 1014 - - - - - - - - - - INTRODUÇÃO • A potencial consequência dessa mudança é que as funções de comando significativas serão desempenhadas por máquinas que funcionam, não como um assistente, mas como um tomador de decisão e executor - o que é conhecido como “machine command”. • Os efeitos negativos desta perda de controle podem gerar mais do que apenas uma diminuição de ego, que pode resultar na falta de participação, ou seja, em uma retirada sensorial. • Overtrust syndrom - pensar que informações não relacionadas à automação são menos críveis. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 327 de 1014 - - - - - - - - - - PILOTOS E AUTOMAÇÃO Taylor, Finnies e Hoy simularam um cenário de combate em que um computador fornecia pistas sobre a intenção do inimigo. Pistas foram seguidas, mesmo em conflito com a evidência de que as informações estavam erradas. • Conejo e Wickens - voo simulado durante o qual os pilotos deveriam atingir alvos em solo utilizando pistas automatizadas. • Os pilotos se mostravam bastante propensos a serem enganados pela máquina e escolherem um “falso alvo”, apesar de a posição e a identidade do verdadeiro alvo estarem claramente visíveis na tela. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 328 de 1014 - - - - - - - - - - TEORIA DO HOMEM HÍBRIDO • Pense no Google e imagine este recurso com seu próprio buscando notas que você mesmo arquivo pessoal inseriu, situação que você passou, treinos no simulador. Imagens projetadas imagens diretamente na retina do piloto com um laser de baixa potência (virtual retina display) sem prejudicar a visão dos pilotos. • Computação ubíqua - tornar a interação piloto computador invisível, ou seja, integrar a informática com as ações e comportamentos naturais dos pilotos. Não invisível como se não pudesse ver, mas, sim de uma forma que nem percebam que estão dando comandos a um computador, mas como se tivessem conversando. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 329 de 1014 - - - - - - - - - - HOMEM HÍBRIDO • F-35’s Helmet Mounted Display System: Fornece informações essenciais do voo: HUD virtual no visor , combinando toda a informação proveniente de sensores do avião, juntamente com imagens alimentadas por um conjunto de câmeras montadas em superfícies exteriores do jato que o sistema fornece ao piloto como uma visão semelhante ao raio-X imaginário. O piloto pode ver em todas as direções, e através de qualquer superfície não importa para onde o piloto vire a cabeça. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 330 de 1014 - - - - - - - - - - HOMEM HÍBRIDO • "Você não está voando - o computador faz o voo. Você se senta em uma poltrona, por assim dizer, e gerencia o espaço de batalha, gerencia todas as entradas que estão chegando de quilômetros de distância na tela do capacete na frente de seus olhos”. • “O poder de precisão é incrível, e a capacidade de coleta de informações é enorme, você se torna um ser que tudo vê. • "É assustador quando você pensa sobre isso - como tudo se torna mais tecnológica, há cada vez menos do elemento humano voando, e algumas pessoas podem não perceber que estão fazendo a transição de um jogo de vídeo game em sua sala de estar para um grande jogo de vídeo em um conflito”. • “A diferença é que na vida real, simplesmente não há botão de reset". - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 331 de 1014 - - - - - - - - - - CYBORGS • Em sua obra “Jamais fomos modernos", Bruno Latour (1999) pretende abandonar o mundo das representações de objetos e sujeitos e chegar aos "quase-objetos" ou "quase-sujeitos", ou seja, aos híbridos. É preciso perceber as grandes máquinas híbridas constituídas entre objetos e humanos. • Cyborgs são, portanto, a essência desta transcendência da barreira homem-máquina. • Os cyborgs são a representação física da "mecanização" do homem e a "humanização" das máquinas. • O cyborg é uma experiência militar possibilitada pela interação com a tecnologia. • Um exemplo ficcional que ajuda a compreender esta ideia: A série americana, dos anos 70 - CYBORG: The Six Million Dollar Man . - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 332 de 1014 - - - - - - - - - - CYBORGS • O Curiosamente o acidente da abertura do seriado é uma filmagem original da NASA de um acidente em 1967 com o piloto Bruce Peterson em um avião Northrop M2F2. Felizmente, Peterson estava protegido pela estrutura do M2-F2 e conseguiu sobreviver ao acidente apesar de ter perdido um olho (NASA, 1996) - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 333 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 334 de 1014 - - - - - - - - - - CYBORGS Depois vieram outros cyborgs famosos como: Robocop, O exterminador do futuro, Soldado Universal, Iron Men, Cyborg Soldier, dentre outros - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 335 de 1014 - - - - - - - - - - CYBORGS • A constituição de cyborgs produz mudanças políticas na concepção do mundo e na ação do Estado (Gray, 2002). • Um exemplo é a questão da guerra, na qual os soldados não são mais humanos lutando contra humanos, mas cyborgs tecnologicamente avançados, tendo superioridade bélica aquele que possui a melhor e mais produtiva simbiose (Defense Advanced Research Projects Agency , DARPA). • A fusão da Biologia e da Computação para criar soldados cyborgs tem sido prioridade na DARPA desde 2002. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 336 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 337 de 1014 - - - - - - - - - - OS PILOTOS CYBORGS • Programa de Tecnologia de Interface Neural - DARPA – Programa Micro Bio Informação: integrar os pilotos militares a computadores de aviões, direta ou remotamente. Transmitir sons ou imagens diretamente para o cérebro dos soldados. • “Estamos desenvolvendo projetos para processamento de microchips que podem ser implantados abaixo do crânio e manipulados remotamente.” Rudolph afirma ter testado um chip que pode, muito em breve, ser usado em campo (Alan S. Rudolph chefe do projeto) • Este programa tem como objetivo controlar a capacidade humana em situações complexas, através do envio de comandos de controle à aeronave e esta também podem enviar informações para o cérebro. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 338 de 1014 - - - - - - - - - - OS PILOTOS CYBORGS • Em um workshop do exército os militares dos EUA mostraram-se abertos para os “implantes neurofuncionais”. • Alguns soldados presentes levantaram problemas éticos importantes que foram rebatidos com argumentos que alguns destes conceitos já são usados na medicina (por exemplo, em pacientes paralisados). - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 339 de 1014 - - - - - - - - - - OS PILOTOS CYBORGS • O piloto militar de ontem entrava em combate somente com a máquina e as armas. • O piloto militar de hoje é reforçado pela tecnologia. • O piloto de amanhã será um cyborg, um organismo cibernético, reforçado por tudo o que a tecnologia tem para oferecer. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 340 de 1014 - - - - - - - - - - OS PILOTOS CYBORGS • Scanners cerebrais de Eletroencefalografia (EEG), o que lhes permite monitorar o estado mental de um piloto e confirmar se ele realmente está se concentrando no voo. • Eles ajustam os scanners ao capacete do piloto de caça graças a um avanço na miniaturização de chips. • Se o piloto não perceber o aviso luminoso, adormecer, ficar inconsciente ou entrar em pânico, os sensores vão detectar a situação e retransmiti-la para a base. • Teoricamente, alguém no solo poderia, então, intervir e colocar o avião no piloto automático. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 341 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 342 de 1014 - - - - - - - - - - OS PILOTOS CYBORGS • Pierre Lévy - Propõe dar um fim à polarização entre humanos e máquinas, escapando das oposições fáceis que colocam, de um lado, os humanos, a carne, e, de outro, as máquinas, o metal, o silício. • Ao se conectar à aeronave, o piloto passa a fazer parte da máquina e vice-versa. Tornam-se um elemento híbrido de organismo e máquina, ou seja, um cyborg. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 343 de 1014 - - - - - - - - - - Chinook helicopter disaster - computer software failure or pilot error? • • . • • • • • O Chinook ZD576 transportava 25 pessoas, dentre elas, oficiais de inteligência, quando caiu sobre o Mull of Kintyre, em 2 de Junho de 1994. Os pilotos Tenente Jonathan Tapper e Tenente Richard Cook foram considerados culpados, sob a alegação de negligência crassa, em inquérito da RAF (Royal Air Force) A frota do Chinook Mark 2 vinha apresentando generalizadas e repetidas falhas causadas pelo software. Quando o um software de segurança-crítica do computador falha ou apresenta problemas de codificação ou de design que contribuem para um incidente importante, dificilmente encontram-se traços físicos relacionados à deficiência do software. Somente o fabricante pode compreender suficientemente bem seu sistema para identificar eventuais falhas na sua concepção, codificação ou testes. Os fabricantes geralmente possuem grandes recursos à sua disposição para provar que seu equipamento não foi responsável por um acidente. Portanto, o elo mais fraco após um desastre particularmente fatal será sempre dos operadores - especialmente se estes já estão mortos. Até hoje nenhum fabricante foi implicado em uma grande catástrofe relacionada a software. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 344 de 1014 - - - - - - - - - - Chinook MK2 • Perrow (1999) aponta seu ceticismo quanto à classificação das causas dos acidentes aéreos em “erro do piloto”, pois reconhece que a expressão engloba convenientemente todos os percalços cuja verdadeira causa é incerta, complexa ou “embaraçosa” para a organização. • É uma forma alternativa de dizer “culpem a vítima”, ao invés de culpar todos os envolvidos, todos que contribuíram com o acidente não realizando sua função corretamente. • Em julho de 2011, o Secretário da Defesa Liam Fox pediu desculpas às famílias dos dois pilotos da RAF e um novo relatório inocentou os pilotos envolvidos no acidente de 1994. • Depreende-se daí que a perda do Chinook ZD576 é muito mais do que um acidente de helicóptero. • Aceitar o veredicto contra os pilotos é aceitar que é razoável culpar os operadores quando o software contribuiu para o acidente. softwares sofisticados, que visam evitar o erro humano, podem induzir o ser humano ao erro. • - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 345 de 1014 - - - - - - - - - - Chinook MK2 • Pedido de desculpas - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 346 de 1014 - - - - - - - - - - Chinook MK2 • À luz da teoria homem híbrido que tem de ser analisado são as relações humanos e não-humanos que estavam acoplados e se propunham a levar a cabo uma missão. Algumas dessas relações não se mantiveram estáveis, e a missão fracassou. • Se antes formavam um único bloco este desaparece e é substituído por ações pontuadas. • No relatório o mais importantes foi o comportamento dos pilotos, situadas pouco antes do desfecho do acidente. Esses comportamentos foram descritos e discutidos como “negligentes”, partindo do pressuposto que a ação correta era previamente conhecida pelos operadores que optaram por não usá-la, como resultado de uma escolha consciente, originada pela personalidade indisciplinada ou desatenta. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 347 de 1014 - - - - - - - - - - Aeronaves não tripuladas • "Fatores humanos não foi integrado no design original dos VANTs. Como resultado, o percentual de grandes acidentes causados por "fatores humanos é, ironicamente, maior para os VANTs do que para aviões tripulados” (Coronel Dougherty comandante de operações de VANTs falando na conferência da Association for Unmanned Vehicle Systems International (AUVSI) em Vegas). • Dougherty prosseguiu, pedindo aos designers “Um melhor estudo para manter a sanidade." • Relatórios de acidentes do Pentágono revelam que acidentes em aviões não tripulados ocorrerem porque nem todas as circunstâncias podem ser preditas (ZUCCHINO, 2011). • A incapacidade de antecipar todas as possíveis contingências conduz a situações na qual o sistema se comporta de forma como ele foi projetado mas não da maneira que se espera. • Inúmeros fatores podem afetar a informação cognitiva da aeronave robô como: estímulos externos, variações no ambiente operacional, falhas de software, falsos estímulos, e qualquer situação nova e inesperada. Sem nenhum ser humano no circuito para ajudar a interpretar os dados, raciocinar sobre estes dados, e decidir como responder, o entendimento da situação fica ainda mais complicado (WEISS, 2011) • Precisamos trabalhar em conjunto com as demais áreas como éticas, legais , técnicas e fatores humanos para enfrentar, por exemplo, um disparo inadvertido, discriminação do alvo errado e a possibilidade de o inimigo a tomar o controle do sistema não tripulado. • Ronald C. Arkin, diretor do Mobile Robot Laboratory at Georgia Tech está procurando maneiras de imbuir nos VANTs uma sensação de "ética" e até mesmo uma "consciência" artificial para que possam seguir às regras internacionais de guerra transformando essas aeronaves robôs em quase humanos. Localizar o alvo destruir as armas mas não as pessoas. • Teremos então a humanização das máquinas. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 348 de 1014 - - - - - - - - - - O futuro prevê pilotos que serão capazes de conduzir seus aviões pelo pensamento - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 349 de 1014 - - - - - - - - - - RESPONSABILIDADE PRESSUPÕE A LIBERDADE DE AGIR. • Por acaso os pilotos mantiveram seus dedos pecaminosos fora dos controles? (membro do Conselho de Administração da Airbus em fevereiro de 1990, quando lhe foi comunicado sobre a queda de um A 320 da Indian Airlines SCHMIDT, 2000) - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 350 de 1014 - - - - - - - - - - RESPONSABILIDADE PRESSUPÕE A LIBERDADE DE AGIR. • Vimos que a tecnologia está no caminho de privar o piloto de sua capacidade de decisão e, em última instância, do controle da aeronave. • Do ponto de vista legal, isso é motivo de grande preocupação e, portanto, não pode ficar sem solução. • A Convenção de Chicago de 1944 determina: “O piloto em comando deverá ser responsável pela operação e segurança do avião e pela segurança de todas as pessoas a bordo durante o voo.” - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 351 de 1014 - - - - - - - - - - RESPONSABILIDADE PRESSUPÕE A LIBERDADE DE AGIR. • Muitas vezes, porém, o sistema é tão complexo que só pode ser dominado com muita dificuldade. • Nesses casos, as possibilidades de se tomar medidas responsáveis são bastante limitadas. • A capacidade de exercer a responsabilidade pressupõe a liberdade e a oportunidade de agir. • No entanto, se o piloto for incapaz de agir ele não poderá continuar a ser onerado com esta responsabilidade. • Normalmente, a abordagem de uso incorreto ou negligente do equipamento é utilizada para mitigar a responsabilidade dos fabricantes. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 352 de 1014 - - - - - - - - - - RESPONSABILIDADE PRESSUPÕE A LIBERDADE DE AGIR. • Outros afirmam que o fato de responsabilizar os produtores por todos os danos causados pelo seu software colocaria muitos fabricantes fora do mercado e reduziria a criatividade da indústria de software, sufocando assim o progresso tecnológico (MARTI, 2011). • Em um simpósio de segurança de voo da ICAO, Etienne Tarnowski, representante da Airbus, expressou a opinião de que "o piloto, como o goleiro, é responsável pela operação segura das aeronaves em todas as circunstâncias” - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 353 de 1014 - - - - - - - - - - RESPONSABILIDADE PRESSUPÕE A LIBERDADE DE AGIR. • O goleiro só entra em ação quando a equipe, especialmente da defesa (neste caso, o computador), não conseguiu fazer o seu trabalho no campo de jogo. • O homem deve continuar controlando a máquina, não deve ser permitido à máquina controlar o homem. • Somente desta forma o piloto continuará a exercer e assumir suas responsabilidades. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 354 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 355 de 1014 - - - - - - - - - - CONCLUSÕES • A conclusão aponta para a necessidade de uma coexistência equilibrada entre o homem e suas máquinas voadoras superinteligentes, aprimorando-se, cada vez mais, o treinamento e, consequentemente, aperfeiçoando o relacionamento entre humanos e máquinas, tornando, deste modo, possível lidar com tecnologias complexas e, simultaneamente, manter níveis elevados de segurança. Do contrário, é provável que as futuras aeronaves pressuponham os pilotos como uma espécie que ainda precisa evoluir. • É preciso haver um equilíbrio entre o poder da tecnologia e o humano. • O conceito de "piloto em comando" (pilot (pilot in command) command) está se transformando em "piloto em comando parcial" e evoluindo para “piloto sem comando” comando”. E portanto devemos rever “erro do piloto” piloto” • O sonho de a tecnologia funcionar perfeitamente é tão ilusório como a crença na infalibilidade do ser humano. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 356 de 1014 - - - - - - - - - - RECOMENDAÇÕES • Para enfrentar os novos desafios científicos, o treinamento necessita de uma transformação radical. A convergência das disciplinas, anteriormente separadas em áreas como Humanas, Biológicas e Exatas, é inevitável quando se pretende formar indivíduos que compreendam, em profundidade, os vários campos da Ciência e sejam capazes de, inteligentemente, trabalhar para integrar, com eficiência, tecnologia, ética, corpo humano e saúde mental. • Uma formação que integre o cognitivo, o afetivo e o psicomotor. • Cognitiva -resultante do armazenamento organizado na mente do ser que aprende. A afetiva - resulta de experiências e sinais internos, tais como, prazer, satisfação, dor e ansiedade. Psicomotora - envolve respostas musculares adquiridas por meio de treino e prática. • A aeronave deve ser adaptada para servir como uma ferramenta controlável e útil para o ser humano, e não o oposto. • As novas tecnologias, sem dúvida, serão revolucionárias, mas, deverão ser regidas sempre pelo respeito, ética e priorizando o bem-estar, a segurança e a dignidade dos seres humanos. - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 357 de 1014 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 358 de 1014 - - - - - - - - - - OBRIGADA PELA ATENÇÃO! [email protected] TEL: XX 11 99975 7004 - - - - - - - - - - Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2013) – Direitos Reservados - Página 359 de 1014 - - - - - - - - - -
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