- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
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- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
MAIO 2010 número 327 André Freire JORNAL DOS JORNALISTAS Rádio e TV Jornalistas conquistam melhorias salariais Os jornalistas de Rádio e TV decidiram aceitar a proposta patronal, que reajusta os salários em 4,20%. Os pisos serão corrigidos acima da inflação na Capital, Interior e Litoral. Houve conquistas também na Participação nos Resultados (PPR). A campanha salarial de Jornais, Revistas e Assessoria de Imprensa foi aberta este mês. Pág 3 Festa na saída do ministro Gilmar Mendes Pag. 5 O Dia da Liberdade de Imprensa é para Jornalistas? Pag. 4 Perquisa vê parcialidade da mídia na questão racial Pag. 6 Sindicato aumentou número de atividades em 2009 Pag. 8 E ditorial Campanha Salarial 2 Diretoria do Sindicato Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato. DIRETORIA EXECUTIVA Presidente José Augusto de Oliveira Camargo (Guto) Secretário Geral André Luiz Cardoso Freire Secretário de Finanças Kepler Polamarçuk Secretário do Interior Alcimir Antonio do Carmo Secretária de Cultura e Comunicação Rose Nogueira Secretária de Relações Sindicais e Sociais Evany Conceição Francheschi Sessa Secretário Jurídico e de Assistêncial Paulo Leite Moraes Zocchi Secretária de Ação e Formação Sindical Telé Cardim Secretária de Sindicalização Márcia Regina Quintanilha CONSELHO DE DIRETORES Suely Torres De Andrade Luigi Bongiovanni José Aparecido Dos Santos (Zezinho) Cláudio Luís De Oliveira Soares Candida Maria Rodrigues Vieira Luiz Francisco Alves Senne (Kiko) Ari De Moura Wladimir Miranda Lílian Mary Parise DIRETORES REGIONAIS Bauru - Rodrigo da Silva Ferrari Campinas- Agildo Nogueira Júnior Oeste Paulista-Sèrgio Barbosa Piracicaba- Martim Vieira Ferreira Ribeirão Preto- Aureni Faustino de Menezes Santos-Carlos Alberto Ratton Ferreira São José do Rio Preto- Daniele Jammal Sorocaba- José Antonio Rosa Vale do Paraíba,Litoral Norte e Mantiqueira - (Diretor adjunto do Interior) Edivaldo Antonio Almeida COM.REG.E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Douglas Amparo Mansur, Vítor Ribeiro, José Eduardo De Souza. Suplente: Alan Rodrigues (Diretor adjunto de comunicação) CONSELHO FISCAL José Donizeti Costa, Marcelo Carlos Dias dos Santos, Dulcimara Cirino, Carlos Eduardo Luccas (suplente) e Simone De Marco Rodrigues (suplente) COMISSÃO DE ÉTICA Denise Fon, Roland Marinho Sierra, Antonio Raimundo Chastinet Pontes Sobrinho, Alcides Rocha, Flávio Tiné, Fernando Jorge, Dr. Lúcio França ,Cristina Charão, Antonio Funari Filho e Padre Antonio Aparecido Peres DIRETORIAS DE BASE Bauru R. Primeiro de Agosto,447 sala 604E CEP. 17010-011 Tel.(14) 3222-4194 E mail – [email protected] Marcelo De Souza Carlos, Ieda Cristina Borges, Sergio Luiz Bento, Karina Fernanda Prado Grin e Flavio Augusto Melges (Tuca Melges) Campinas R. Dr Quirino, 1319 9° and CEP . 13015-082 Tel (19) 3231-1638 E mail – [email protected] EXPEDIENTE Diretor responsável: Rose Nogueira (MTb 9736/SP) Editor: Simão Zygband (MTb 12.474/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299 Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Foma Certa Fone (11) 3672-2727 Tiragem:10.000 exemplares. Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz. Jornalistas de Rádio e TV conquistam melhorias na proposta patronal O s jornalistas de Rádio e TV decidiram em assembleia realizada no dia 5 de maio ratificar o resultado da consulta feita nas redações, encerrar a campanha salarial e aceitar a última proposta oferecida pelos patrões, que reajusta os salários em 4,20%, pouco acima do índice de inflação oficial (INPC), que foi de 4,17%. Já os pisos salariais serão corrigidos em 1% acima da inflação na Capital (passando a R$ 1.421,00) e 3% no Interior e Litoral (indo a R$ 925,00), ambos por cinco horas de trabalho. Na consulta realizada junto à categoria o sim, que aceita a última proposta patronal, venceu por 394 votos (80%) contra 97 (18%). Houve três votos em branco. No total votaram 494 jornalistas. Segundo o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto), além do aumento real sobre os pisos salariais da Capital, Interior e Litoral, os jornalistas também podem comemorar a elevação dos valores referentes à Participação nos Resultados (PPR). A primeira proposta patronal variava de 15% do salário para empresas até 25 jornalistas até 30% para as grandes empresas. Os jornalistas conseguiram fazer os patrões elevarem estes valores entre 27% a 42%. “Só posso parabenizar a mobilização e a determinação da categoria em buscar melhorias na proposta patronal. Os jornalistas deram demonstração de unidade e força em várias atividades, como na participação no plebiscito - que rejeitou a proposta inicial , na adesão à campanha Vergonha, as TVs lucram muito e pagam pouco e também na consulta realizada. Apesar dos índices apresentados não serem os desejáveis, a categoria pode comemorar por ter arrancado melhorias nos salários e benefícios”, diz Guto. A Campanha Salarial de Jornais, Revistas e Assessorias de Imprensas foi aberta em assembleia realizada no dia 22 de abril . A pré-pauta aprovada prevê reposição da inflação (INPC) de 5,35%, mais aumento real de 3%. Campanha em frente das TVs Globo e Record, em São Paulo Pisos, salários e PPR Este é o acordo que os jornalistas aceitaram na consulta e na assembleia 1) Reajuste salarial de 4,20%; 2) Pisos salariais: Capital – R$ 1.421,00 e Interior e Litoral – R$ 925,00 (para jornada de 5 horas); Retroativo salarial e pisos: As diferenças salariais resultantes do percentual acima e da alteração do piso salarial, serão pagas sob a rubrica “Diferenças Salariais Convenção Coletiva 01/12/09 a 30/11/10” conforme abaixo: a) Para empresas com até 25 jornalistas, no Interior, em até 4 (quatro) parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de maio, junho, julho e agosto de 2010. b) Para empresas com até 25 jornalistas, na Capital, em até 3 (três) parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de maio, junho e julho de 2010. c) Para empresas de 26 a 100 jornalistas em até 3 (três) parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de maio, junho e julho de 2010. d) Para empresas com mais de 100 jornalistas em até 2 (duas) parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de maio e junho de 2010. MAIO 2010 E-mail: [email protected] site: www.jornalistasp.org.br Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Katia Maria Fonseca Dias Pinto, Orlando De Arco e Flexa Neto e Fernanda De Freitas Oeste Paulista R. Pedro de Olveira Costa,64 Sbs da CUT CEP. 19010-100 Tel. (18) 3901-1633 E mail. [email protected] Tânia Brandão, Priscila Guidio Bachiega, Danilo Augusto Maschio Pelágio, Fernando Sávio Rodrigues Dos Santos, Hércules Farnesi Da Costa Cunha e Sergio Ricardo Guzzi Piracicaba Pça. José Bonifácio,799 sala 22 CEP.13400-120 Tel.(19) 3434-8152 E mail – [email protected] Vanderlei Antonio Zampaulo, Luciana Montenegro Carnevale, Paulo Roberto Botão,Ubirajara Toledo,Poliana Salla Ribeiro e Fabrice Desmont’s Da Silva Ribeirão Preto R. Dr Américo Brasiliense,405 sala 404 CEP.14015-050 Tel.(16) 3610 – 3740 E mail – [email protected] Firmino Luciano Piton,Eduardo Augusto Schiavoni, Antônio Claret Gouvêa e Tadeu Queiroz Da Silva Santos R.Martin Afonso,101 6° and CEP.11010-061 Tel (13) 3219 – 4359 E mail- [email protected] Joaquim Ordonez Fernandes De Souza, Reynaldo Salgado,Eraldo José Dos Santos Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira Chaves,Marcelo Luciano Martins Di Renzo e Pedro Figueiredo Alves Da Cunha Sorocaba R.Cesario Mota,482 CEP.18035-200 centro Tel.(15) 3342 -8678 E mail. [email protected] Adriane Mendes, Fernanda De Oliveira Cruz, Regivaldo Alves Queiroz, Emídio Marques e Marcelo Antunes Cau São José do Rio Preto R.Major Joaquim Borges de Carvalho,497 CEP.15050 -170 Vila Angélica Tel. (17) 3211 – 9621 E mail – [email protected] Jocelito Paganelli, Rubens Cárdia Neto, Luiz Roberto Montagna Zanatta, Sérgio Ricardo Do Amaral Sampaio, Cássia Morgon Fernandes e Antonio Carlos Ribeiro Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira R.Cons Rodrigues Alves,203 casa 02 Cep.12209-540 Tel.(12) 3241-2686 E mail – [email protected] Jorge Silva, Sirlene Santana Viana, Neusa Maria De Melo,Rita De Cássia Dell’ Áquila e Fernanda Soares De Andrade Willian Siniscalchi plamente utilizado, inclusive durante o julgamento no STF. O exemplo internacional foi válido para o diploma, mas não para a questão dos torturadores. Não pesou na avaliação dos ministros a situação da Europa e de nossos vizinhos latino-americanos que estão punindo ditadores e revendo Leis de Anistia para, assim, exercer a justiça. Apuração de crimes da ditadura em outras nações não é um bom exemplo a ser seguido, mas a ausência de regulamentação do jornalismo sim. Na verdade, a decisão do STF mantém coerência com a tradição oligárquica brasileira que faz da Lei algo a ser plasmado segundo os interesses de uma elite conservadora encastelada em nichos do poder. A decisão comprova que o Judiciário é o poder mais atrasado e conservador da República. O Executivo, com todas as contradições, entraves e negociações necessárias para dar corpo à “governabilidade” tem apresentado, principalmente em nível federal, propostas e realizações que fazem avançar uma concepção progressista e popular de governo. O Legislativo, por definição, um espaço plural e democrático de manifestação de ideias e propostas, mesmo marcado por crises e escândalos, cumpre seu papel de abrigar as correntes de pensamento, da direita à esquerda, com todas suas matizes ideológicas, retratando, mesmo que de modo imperfeito, a sociedade civil. Mas, infelizmente, o Judiciário continua sendo o mais inacessível dos poderes, o menos aberto à participação popular e o mais entranhado em suas próprias ideias e concepções elitistas. A decisão sobre a Lei de Anistia comprovou, como já havia feito com a Lei de Imprensa e o diploma de jornalismo, que a mais alta corte de Justiça do país se guia por critérios políticos provando que a Justiça não é cega, apenas enxerga a realidade de maneira distorcida. Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 UNIDADE UNIDADE MAIO 2010 E m julgamento encerrado em 29 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou improcedente a ação, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que contestava a Lei da Anistia (Lei 6.683/1979). Segundo o Ministro Eros Grau (relator do caso), a Lei de Anistia perdoou “todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos”, e salientou que a Lei foi fruto de um acordo político. Para a instituição, a anistia foi recepcionada pela Constituição de 1988 e a prática dos chamados “crimes conexos”, como abuso de autoridade, sequestro, tortura, lesões corporais, homicídio, ocultação de cadáver e estupro praticados pelos agentes do Estado durante a ditadura militar não são incompatíveis com os interesses democráticos do povo brasileiro. Em um país onde os agentes policiais praticam a tortura e a violência como método investigativo, a decisão soa como uma espécie de aval à barbárie. Igualmente espantoso é que, na visão do STF, a existência de uma Lei de Imprensa, - que regule a atuação de uma mídia oligárquica e manipuladora e a necessidade de formação universitária específica para o exercício profissional do jornalismo foram vistas como ameaças ao Estado Democrático de Direito e, porisso, banidas do nosso ordenamento jurídico. Contra o diploma de jornalismo, interpretações simplórias do Pacto de San Jose da Costa Rica (que versa sobre a liberdade de pensamento e de expressão) são inquestionáveis. Já no caso da Anistia, as Convenções Internacionais que dizem ser a tortura um crime de lesa-humanidade, portanto imprescritível, não devem ser levadas em conta. Na questão do diploma, o fato de países desenvolvidos não exigirem formação universitária para o exercício do jornalismo foi um argumento am- Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo André Freire Diploma, lei de imprensa e anistia, segundo o STF 3) PPR Empresas de 1 a 25 jornalistas – 27%, com valor máximo de R$ 663,00; Empresas de 26 a 100 jornalistas – 32%, com valor máximo de R$ 1.173,00; Empresas com mais de 100 jornalistas – 42% com valor máximo de R$ 5.100,00. Forma de pagamento: As empresas que ainda não possuiam programa de participação nos lucros e/ou resultados farão o pagamento da seguinte forma: - Empresas até 25 jornalistas: até o quinto dia útil do mês de setembro de 2010; - Empresas de 26 a 100 jornalistas: até o quinto dia útil do mês de agosto de 2010; - Empresas com mais de 100 jornalistas: até o quinto dia útil do mês de julho de 2010. Para as empresas que já possuem programa de participação nos lucros e/ou resultados, o pagamento desta verba será realizado respeitando o critério da semestralidade e deverá ocorrer até o final do mês de julho de 2010. 4) Demais benefícios reajustados em 4,20% e vigência a partir de maio/2010 (creche, funeral, seguro de vida e vale refeição); 5) Diária de viagem – alteração do valor para 1 (um) salário-base dia; 6) Creche – extensão do benefício ao jornalista do sexo masculino separado, solteiro ou viúvo que tiverem comprovadamente a guarda judicial dos filhos mediante apresentação do documento original desta condição; 7) Exclusão do texto sobre flexibilização de jornada referente ao intervalo para alimentação. 3 4 Defesa do Diploma Jornalista espanhol é agredido por policiais em frente do Congresso, nas comemorações de 1º de Maio em Bogotá, Colômbia A carteira de jornalista tem novo modelo. Prevista em lei, é documento de identidade pessoal e profissional, válido em todo o território nacional. Só poderá obtê-lo o profissional que tenha registro no Ministério do Trabalho. O custo da carteira é R$ 75,00 para jornalistas sindicalizados e R$ 300,00 para jornalistas não sindicalizados. Justiça mantém exigência de diploma para cargo da UFPR O juiz Marcos Roberto Araújo dos Santos, da 4ª Vara Federal de Curitiba, julgou improcedente o mandado de segurança movido por Gustavo Carvalho de Aquino contra a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ano passado, ele passou em primeiro lugar em concurso público para o cargo de jornalista da UFPR. Como não possui a graduação no curso, como previa o edital, a universidade paranaense não o aceitou para a vaga. A Justiça já havia negado o mandado de segurança movido por Carvalho. Inconformado com a decisão, o candidato interpôs um agravo de instrumento, que foi julgado no dia 15/04. O juiz entendeu que é um direito da UFPR escolher se quer apenas jornalistas diplomados para os concursos. MAIO 2010 manter o conceito de Liberdade de Imprensa restrito ao óbvio para, assim, poder manipulá-lo de acordo com seus interesses. “Os profissionais do jornalismo precisam assumir para si a ideia de que a Liberdade de Imprensa é algo substantivo no dia a dia do trabalho jornalístico e não apenas uma abstração a ser invocada em momentos de crise ou manipulada para compor o marketing social das empresas. Se conseguirmos essa reviravolta, vamos comemorar a verdadeira liberdade de imprensa”. Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também divulgou nota observando que “em solo brasileiro, desde o ano passado inexiste uma Lei de Imprensa por força de decisão do STF, que ignorou os apelos da FENAJ e de outras entidades que defendiam a manutenção de parte da Lei nº 5.250/67 protegendo a sociedade e os próprios jornalistas até que o Congresso Nacional aprove uma nova legislação. Também em função de outra decisão do Supremo, os jornalistas brasileiros vivem um momento de incertezas, após a extinção da exigência do diploma como requisito para o exercício da profissão”. Segundo a Fenaj, “hoje reina absoluta no Brasil a liberdade de imprensa dos patrões. Aquela onde interesses econômicos e políticos das empresas de comunicação determinam o que pode ou não ser veiculado nos veículos privado-comerciais. Preocupa, também, a violência contra os profissionais, como denunciaram recentemente os Sindicatos dos Jornalistas do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraná e Pernambuco”. Jornalistas de SP comemoram saída de Gilmar Mendes A nimado pela banda do Peru, os jornalistas de São Paulo realizaram no dia 23 de abril, o bota-fora festivo do ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que não vai deixar saudades. A categoria não poderia deixar de festejar, através do ato “Gilmar Mendes, já vai tarde!” o fim do mandato de personagem não querida para os profissionais de imprensa. Ele foi autor do fim da Lei de Imprensa e da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Na Capital, as comemorações da saída de Mendes - que transmitiriu o cargo a César Peluzo -, ocorreram em frente à TV Globo de São Paulo com a presença do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, José Augusto camargo (Guto) e dos diretores André Freire (secretário geral), Telê Cardim (Ação Sindical) e Neusa Mello (Vale do Paraíba). Como em vários estados brasileiros, que também comemoraram a data, os jornalistas e todos os brasileiros puderam se livrar das decisões de persona non grata frente à máxima Corte de Justiça brasileira. Gilmar Mendes foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), depois de ocupar a Advocacia Geral da União. Foi relator do Recurso Extraordinário nº 511961, de autoria do Sindicato das Empresas de Rádio e TV de São Paulo, que acabou com a exigência do diploma para o exercício da profissão. Ao justificar o seu voto, na sessão do STJ realizada em 17 de junho de 2009, o agora ex-presidente do STF fez declarações desastradas contra os profissionais de imprensa. “A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia e advocacia. Nesse sentido, por não implicar tais riscos, não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão”, alegou. Ele chegou na oportunidade a comparar o jornalista a um cozinheiro. “Um excelente chef de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária”. Assim como São Paulo, vários sindicatos de jornalistas realizaram atividades para comemorar a saída de Gilmar Mendes. No Rio de Janeiro houve ato em frente à Igreja de São Jorge, no Campo de Santana, no centro da cidade e um artista ficou circulando na área com pernas de pau e um grande cartaz com os dizeres “Obrigado São Jorge! Gilmar Mendes já vai tarde! Campanha em defesa da profissão. Jornalista, só com diploma!”. Já o Sindicato dos Jornalistas da Bahia protestou com profissionais usando roupas pretas. A entidade distribuiu nas redações e faculdades tarjas pretas e uma praguinha alusiva à saída do Ministro da Presidência do STF com o slogan “Gilmar Mendes, já vai tarde!”. E no Ceará, o Sindicato dos Jornalistas fez manifestação em frente ao Tribunal de Justiça em Fortaleza. Em Pernambuco, o protesto aconteceu por ocasião do 13º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, durante Café Cultural, no Salão da Unicap. UNIDADE E m 3 de maio foi comemorado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Não houve muito a se comemorar. Dados da Federação Internacional de Jornalistas revelam que 27 jornalistas foram assassinados em diversos países como Honduras e Nigéria. Houveram prisões e desaparecimentos. No Brasil, apesar de alguns avanços como a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) ou a aprovação na Câmara Federal da Lei de Acesso à Informação, que garante total acesso a informações dos governos, pondo fim ao sigilo de documentos públicos, não há motivos para grandes comemorações. No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo divulgou nota, assinada pelo seu presidente, José Augusto Camargo (Guto), dizendo que ela não se restringe apenas às denúncias contra a violência aos jornalistas, mas também ao controle e direcionamento dos textos jornalísticos pelas empresas. Segundo Guto, “não houve nenhuma palavra sobre o controle monopolista da imprensa ou os interesses econômicos que subjugam as redações. Apesar de mais sutil, escrever sob coação psicológica, ameaça constante de demissão, em condições precárias de trabalho e oprimido por baixos salários ameaça tanto a liberdade de imprensa quanto uma agressão física”. Para o presidente do SJSP, abordar o tema sob um ângulo mais abrangente não interessa às empresas jornalísticas que querem A Comissão Especial que vai dar parecer à Proposta de Emenda à Constituição 386/09, a PEC do Diploma, será instalada na Câmara dos Deputados. É que o presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB/SP), determinou à Secretaria Geral da Mesa Diretora que solicite aos partidos a indicação dos membros que comporão a Comissão. O autor da PEC 386/09, deputado Paulo Pimenta (PT/RS) e o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, estiveram com Temer no plenário da Câmara dos Deputados. Eles informaram que os partidos e blocos já haviam feito a maioria das indicações e solicitaram a instalação da Comissão Especial. Aprovada na Comissão de Constituição e Justiça em novembro do ano passado, a PEC dos Jornalistas altera dispositivos da Constituição Federal para estabelecer a necessidade de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão. Dos 18 membros titulares que comporão a Comissão Especial já foram indicados 13. Falta a indicação de um titular e 3 suplentes do bloco PMDB/ PT/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PTdoB, 3 titulares e 5 suplentes do bloco PSDB/ DEM/PPS, um titular e um suplente do PV e um suplente do PSOL. O PSB/ PDT/PCdoB/PMN já fez todas as indicações a que tinha direito (2 titulares e 2 suplentes). André Freire Câmara instalará Comissão Especial da PEC do Diploma Damien Felleurs/Libre Arbitre UNIDADE MAIO 2010 Nada a comemorar O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa para os jornalistas 5 Questão racial Pesquisa revela parcialidade na cobertura da questão racial Texto de Flávio Carrança O 6 s principais jornais brasileiros são contra a criação de políticas que incentivem a mobilidade social dos negros brasileiros. A discussão sobre a implementação de políticas de ação afirmativa no Brasil foi transformada pela grande imprensa escrita em uma polêmica sobre cotas e tratada de maneira maniqueísta. As reportagens sobre propostas de promoção de igualdade racial e políticas de ação afirmativa, publicadas nos grandes jornais são mais plurais do que os editoriais, artigos e colunas, os chamados textos opinativos que tratam do mesmo assunto. Essas são algumas das conclusões iniciais da pesquisa “Mídia Impressa no Brasil e a agenda de Promoção da Igualdade Racial”, realizada pelo Observatório Brasileiro da Mídia em parceria com o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT). Foram analisados 972 textos publicadas entre 1º de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2008 nos jornais “Folha de São Paulo”, “O Estado de São Paulo” e “O Globo” e também 121 textos veiculados em “Veja”, “Época” e “Isto É”, totalizando 1.093 matérias. Os três gráficos mostram em que editorias, em quais locais e que temas foram abordados. A psicóloga Maria Aparecida Bento, diretora do CEERT, explica que a entidade tomou a iniciativa de propor essa pesquisa por entender que a mídia é um foco central na questão das relações raciais, uma vez que por meio dela formam-se tanto identidades quanto opiniões a respeito da temática racial. Segundo ela, o CEERT, uma organização que trabalha com as relações raciais, há muito tempo vem tentando interferir nesse processo. “A gente observava, principalmente com relação às cotas, que havia uma prevalência de posições contrárias, mesmo quando as pesquisas mostravam que a sociedade em geral era favorável. Todas posições, principalmente as institucionais, como os editoriais, eram contrárias. Então quisemos Afropress procura ocupar lacuna da grande mídia demais. “A própria mídia traz notícias sobre as relações raciais, sobre as desigualdades raciais, notícias que corroboram a existência de cotas e de ação afirmativa, mas ela não faz a ligação entre uma coisa e outra por que não interessa. Então tem uma questão de interesse aí.”, comenta Cida Bento. No jornal O Estado de São Paulo, 100% dos textos opinativos que trataram da adoção de cotas nas universidades foram contrários a essa política. Em O Globo, 56,5% dos editoriais, artigos e colunas que discutiram o tema tomaram posição contrária ao uso das cotas. Outra revelação do estudo foi de que os jornais possuem interesses diferentes com relação aos diversos temas da agenda da igualdade racial. Os dados revelam que a Folha de São Paulo noticiou com um certo equilíbrio os vários temas da agenda. Já em O Globo, 46% dos textos foram sobre as cotas nas universidades. O Estado de São Paulo preocupou-se mais com a questão dos quilombolas, tema de 25,8% dos textos desse jornal analisados pela pesquisa. Fazendo uma avaliação geral do estudo, ainda em fase de finalização das análises, Cida Bento diz que ele revela nuances, coisas positivas que o movimento negro e os setores sociais que o apóiam precisam explorar mais. Segundo ela, alguns meios de comunicação vem mudando as suas posições. “Você vê às vezes mudanças de posição nos textos opinativos. Os editoriais são muito unânimes, muito parecidos, eu diria que é um bloco. Mas algumas mídias já estão abrindo possibilidades da emergência de outras vozes, o que eu acho bastante interessante e aponta uma possibilidade de interferência por mudança de posição, por exemplo, nessa luta com relação a cotas.” Mais informações podem ser encontradas no endereço www.observatoriodemidia.org.br A Agência Afroétnica de Notícias (Afropress) é a única agência de notícia que funciona online há 5 anos, com temática étnico-racial brasileira, fazendo jornalismo diário. Ela chega a atingir de 20 a 30 mil acessos por mês na internet, com espaços para informação, reflexão e debate sobre a questão racial e étnica no Brasil e no mundo. Segundo seu diretor, o jornalista Dojival Vieira, a Afropress ocupa um espaço que não existia e acabou virando tese de mestrado e referência para estudantes, professores, ativistas e pessoas que tem interesse em conhecer temas que geralmente as grandes empresas jornalísticas não noticiam. “A grande mídia mantém minoritária a questão étnica e racial, apesar dela ser central da realidade brasileira e de 50,3% da população ser afrodescendente”, diz Apesar de reconhecer avanços na temática, Dojival diz que ela ainda ocupa um espaço marginal na mídia brasileira. “Os temas da Afropress não constam da pauta da grande imprensa. A Afropress chega preencher esta lacuna. Mas, o jornalismo brasileiro só será completo quando a grande imprensa tiver este olhar e que veja o Brasil por inteiro, de forma mais democrática”. Por trabalhar a questão racial e étnica, a Afropress teve a sede pichada por grupos neonazistas e racistas e o próprio Dojival recebe com bastante frequencia e-mails com provocações e ameaças de morte. “Isso só acontece por que estamos incomodando. Mas não será agora, depois de tanto tempo, que eles me farão desistir do projeto”. Dojival diz que a ONG ABC Sem Racismo, da qual se originou a Afropress, é uma instituição não-governamental criada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, em maio de 2004, que adotou as Resoluções de Durban, cidade sede da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) na África do Sul, em 2001. O objetivo era (e continua sendo) combater o racismo e desenvolver projetos sociais voltados à comunidade afrodescendente. Segundo Dojival, a Afropress é mais que uma agência de notícias da internet, pois traz reflexão e debate a respeito da questão racial e étnica e que procura influenciar, na medida do possível, outras mídias, facilitando pautas, além de se constituir em espaço de diálogo com outras etnias e grupos vítimas de discriminação. Para conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Afropress e as notícias sobre o enfoque da questão racial e étnica, acesse o site através do www.afropress.com. MAIO 2010 A pesquisadora Maria Aparecida Bento: “a grande mídia se posicionou contra a política de cotas” entender um pouco, para explicitar os posicionamentos da mídia e tentar reverter essa situação”, afirma Cida Bento. O material analisado foi agrupado em oito grandes temas: Ação afirmativa e Cotas nas universidades; Diversidade Racial; Estatuto da Igualdade Racial; Terras quilombolas; Lei 10639 (que institui a obrigatoriedade do ensino da história da cultura africana e dos descendentes de africanos no Brasil); Religiões de matriz africana e Seppir (Secretaria de Políticas Públicas e Promoção da Igualdade Racial). Para Alexandre do Nascimento Souza, coordenador de pesquisas do Observatório da Mídia, a análise do material coletado deixa clara uma postura militante dos grandes jornais com relação à política de cotas. “Em 2006, a Datafolha divulgou uma pesquisa de opinião mostrando que 65 % dos entrevistados eram favoráveis à política de cotas para afrodescendentes, mas os textos opinativos publicados pelos três jornais depois da divulgação desses dados se mantiveram contrários às cotas.” Alexandre do Nascimento informa que a pesquisa sobre os jornais analisou 20 editoriais da Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo publicados antes da pesquisa Datafolha e 12 publicados depois dela. O estudo desses textos revelou uma mudança na escolha dos argumentos contrários às cotas, depois da publicação da pesquisa. A idéia de que não seria correto criar cotas por conta da baixa qualidade do ensino público nos níveis médio e básico, antes presente em 30% dos textos, recuou para 8% depois da pesquisa. A idéia de que “cotas geram polêmica ou promovem o racismo”, antes presente em 35% dos textos, caiu para 25%. Por outro lado, a afirmação de que “o critério para a política de cotas deveria sócioeconômico e não racial”, presente em 10% dos textos antes da pesquisa Datafolha, subiu para 41,7% depois. E a afirmação de que “as cotas subvertem o critério de mérito” subiu de 5% para 8% do total de editoriais analisados. De acordo com o estudo, os veículos também não desmentiram argumentos que se mostraram sem sustentação, como a afirmação de que alunos cotistas teriam baixo rendimento e seriam discriminados pelo fato de terem sido beneficiados por essa política. Apenas 60 textos dos jornais (5,8 %) noticiaram estudos e pesquisas sobre a condição social, econômica ou educacional da população afrodescendente. Várias dessas pesquisas, que apresentaram dados comprovando teses defendidas pelos grupos favoráveis às ações afirmativas, foram publicadas por um veículo e ignoradas pelos UNIDADE UNIDADE MAIO 2010 Foto: arquivo pessoal Questão racial Sindicato participa de eventos na África O diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e da Fenaj, Alcimir do Carmo, viajou para as cidades de Cabo Verde e Moçambique, na África, para participar de encontros com jornalistas de países de língua portuguesa, onde foi discutida a regulamentação para a comunicação social e o exercício profissional. Os países africanos tem trabalhado fortemente na democratização dos meios de comunicação Ele proferiu palestra sobre a “Importância do sindicalismo no exercício da profissão do jornalista, experiência brasileira” e “O jornalismo investigativo à boa governança”, no auditório da Rádio Nacional de Moçambique. A Associação dos Jornalistas de Cabo Verde e o Sindicato Nacional dos Jornalistas de Moçambique custearam a viagem. Essa integração é apoiada pela recémcriada Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP), com apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e da FENAJ. O jornalista Paulo Vieira Lima representará os brasileiros em evento que se realiza em Angola, no mês de junho, promovido pela Associação dos Jornalistas Econômicos de Angola (AJECO ). 7 UNIDADE MAIO 2010 Sindicato aumentou ritmo de atividades em 2009 Folha faz mudanças e diz que Sindicato “não precisa ser consultado” D urante o ano de 2009, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo aumentou o ritmo de suas atividades sem descuidar da parte administrativa. No Departamento Jurídico houve aumento no número de atendimentos, chegando a 258 no ano (média de 21,5 atendimentos mês). O número de homologações subiu de 1.007 em 2008 para 1.085 em 2009. O importante neste número é que o Sindicato passou a realizar homologações no Interior e Litoral. Anteriormente elas eram realizadas na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de cada cidade. O resultado foi o aumento do número de ações ingressadas na Justiça, que passaram de 42 em 2008 para 67 no ano passado. É importante salientar que o Sindicato conseguiu recuperar mais de R$ 3 milhões em direitos trabalhistas que as empresas deixaram de pagar a seus empregados. Houve incremento também na comunicação com a categoria. Além do jornal Unidade, que chegou pelo correio às residências de cerca de 5 mil jornalistas, foram confeccionados 30 boletins Mural em 2009, contra 22 de 2008, o que perfaz uma média de um a cada 12 dias. Em 2009, o SJSP organizou o XXII EEJAC - Encontro Estadual de Jornalis- tas em Assessoria de Imprensa, participou da organização da Confecom e de reuniões internacionais para fundar a Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa. O ano de 2009 foi marcado pelas greves da Editora Símbolo, Gazeta Mercantil e Jornal da Cidade (Jundiaì). Além disso, houve elei- ção para a direção da entidade e a diretora Liliam Parise foi eleita para o Conselho Fiscal da CUT/SP. Tudo isso sem falar nos cursos, debates e atos que aconteceram na sede da entidade. A parte negativa para a categoria foi a derrubada do diploma pelo STF. Em relação às finanças, a diretoria do Sindicato conseguiu pelo terceiro ano consecutivo estabilizar as finanças do Sindicato. Em 2009, houve superávit de R$ 84.928,48 contra R$ 82.890,05 de 2008. O desempe- Reuniões temáticas dão início à preparação do XIII Congresso Estadual 8 O XIII Congresso Estadual dos Jornalistas, que acontece nos dias 18, 19 e 20 de junho, em Monguaguá, litoral paulista, terá como tema “Jornalistas: em legítima defesa da profissão!” As reuniões preparatórias de organização do Congresso se iniciaram em maio, onde foram formados os seguintes Grupos Temáticos: GT1 - O diploma e a regulamentação profissional; GT2 - A sindicalização e o fortalecimento da entidade; GT3 - A precarização da profissão: jornada de trabalho, acúmulo de função e estágio e GT4 - PJ e frila fixo; como combater a fraude. As reuniões são importantes por que nelas são escolhidos os delegados ao Congresso. Eles também são eleitos em redações ou regionais do Sindicato. Segundo o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto), o congresso acontece em momento importante para a categoria, pois encaminhará diversos temas, entre os quais o novo desenho de organização sindical. “Após a desastrada decisão do STF, que acabou com a exigência do diploma para o exercício da profissão, vamos debater se os não diplomados podem ou não ser sindicalizados. O Congresso Estadual antecede o 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, que será realizado em Porto Alegre, em agosto. Em Mongaguá serão escolhidos delegados estaduais representantes da categoria no Rio Grande do Sul. O Congresso Estadual é organizado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em parceria com a Fenaj e CUT e tem apoio da prefeitura Municipal de Monguaguá. A íntegra do Regimento e da programação estão no site www.sjsp.org.br nho só não foi melhor do que o registrado em 2007, quando as receitas apuradas superaram a despesas em R$ 121.545,11 (ver tabela acima). Estes números são importantes pois os valores são utilizados para amortizar o conjunto da dívida, que no balanço financeiro é computado na rubrica “passivo”. Segundo o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo, o desempenho de 2009 somente não foi melhor em decorrência de alguns fatores que atingiram diretamente os jornalistas e sua entidade representativa: o fim da exigência do diploma para o exercício da profissão, a interrupção no fornecimento das carteiras da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), diante do impasse jurídico que se formou e a crise econômica internacional, que apesar de ter tido pequenos reflexos na economia brasileira, serviram de pretexto para os empresários reduzirem investimentos. “As carteiras são fonte de receita para o Sindicato, mas o pior foi o transtorno que isso causou para os associados que não conseguiam renovar o documento”, diz Guto. “Tivemos que paralisar as emissões durante boa parte do ano por conta de problemas jurídicos e pelas dificuldades que o STF proporcionou para os jornalistas”. Duas chapas inscritas para disputar eleições da Fenaj Duas chapas se inscreveram para concorrer às eleições da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que acontecem de 27 a 29 de julho. A chapa 1, de situação, “Virar o Jogo! Em defesa do Jornalismo e do Jornalista”, é encabeçada por Celso Schröder (RS) e tem o presidente do Sindicato de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto), como membro da Executiva, indicado para a Secretaria Geral. Já a chapa 2, de oposição, “Luta, Fenaj” tem Pedro Pomar (SP) como candidato a presidente e Bia Borbosa (SP), indicada na Executiva para o cargo de Tesoureira. O Sindicato entrou em contato com representantes do jornal Folha de S. Paulo para cobrar posicionamento da empresa frente às mudanças que estão acontecendo nas redações do jornal e da Folha Online, que sofrem, inclusive processo de fusão e de reorganização do trabalho, sem consulta ao Sindicato. Como é tradicional na postura da Folha, a resposta foi que “trata-se de estratégia empresarial” e que o Sindicato não “precisa ser consultado” em questões internas da empresa. É óbvio que este procedimento traz consequências já que, ao desrespeitar o Sindicato, indiretamente a empresa desrespeita funcionários. Mas, quando age assim, há reflexos no conteúdo editorial. Trabalhar com profissionais desmotivados e ultrajados em seus direitos faz o veículo perder qualidade. Isso já ocasionou queda na venda em bancas e de assinantes. Hoje a Folha tem no portal UOL importante meio de sustentação, mas perde espaço para concorrentes como o Portal IG, que investiu em novos profissionais, coisa que a Folha não faz. “Frilas fixos” da antiga redação da Folha Online sem contratos, desrespeito integral aos direitos trabalhistas, imposição de trabalho nas plataformas impressa e digital, desrespeito à jornada de trabalho de sete horas, não pagamento de horasextras excedentes. Este é o triste retrato vivido pelos profissionais da Folha, que são obrigados a assinar o novo contrato de trabalho sem análise do Sindicato. TV Globo de MT condenada por assédio moral O jornalista Ranniery Queiroz vai receber 25 mil reais de indenização por assédio moral. A decisão é do TRT de Mato Grosso. Em 2008, ele foi demitido da TV Centro América, afiliada da Rede Globo, sob o argumento de que “estava acima do peso”. Ranniery conta que uma colega foi afastada porque não quis cortar o cabelo. Ele recorreu ao tribunal após ter tido seus pedidos negados pelo juiz José Roberto Gomes Junior, da 4ª Vara do Trabalho de Cuiabá. Além do assédio moral, o jornalista exigiu o cumprimento de outros direitos, negados pelo juiz, mas ratificados pelo TRT. Campanha de sindicalização na Editora Abril O Sindicato realizou no dia 28 de abril campanha de filiação na editora Abril em São Paulo. Vários profissionais da empresa decidiram se associar por entenderem a importância de possuir uma entidade que defenda seus interesses econômicos, sociais e políticos. O diretor do Sindicato, Paulo Zocchi, que liderou o processo de filiação na editora Abril, explicou aos jornalistas da empresa a importância de se filiar. “Nos últimos anos, com o enfraquecimento do sindicato, as empresas passaram a desres- peitar muitos de nossos direitos. Praticamente aboliram a jornada de trabalho do jornalista. Ignoram as funções de cada um, fazendo todos se desdobrarem em revistas, sites, blogs, em jornadas que muitas vezes avançam pelo sábado e domingo. Não pagam mais as horas-extras. O desrespeito a esses direitos não é uma questão individual, mas coletiva, ou seja, do âmbito do Sindicato dos Jornalistas. Segundo Zochi, quando uma empresa como a editora Abril tem apenas 40 jornalistas sindicalizados, a entidade tem pouca força para negociar com a empresa a nos- sa defesa. “É preciso mudar radicalmente esta situação. Sindicalizar-se é o primeiro passo para isso. Vamos nos reconhecer como uma categoria que tem direitos e não os entrega de graça”, diz. O sindicato está aberto a novas sindicalizações da editora Abril (e de todas outras empresas). Na Abril, entrar em contato com o Paulo Zocchi na redação do Almanaque Abril/Guia do Estudante ou através do e-mail para [email protected]. Já profissionais de outras empresas podem procurar o Sindicato pessoalmente ou através do fone 3217-6299 (Secretaria) Sindicato repudia prisão arbitrária de cinegrafista da TV Record O SJSP e a Fenaj repudiam a prisão arbitrária sofrida pelo repórter cinematográfico da Rede Record, Hebert Mota, ocorrida no dia 3 de maio, durante reportagem exibida pela emissora, que mostrava uso indevido de veículo apreendido no pátio da delegacia por um policial. Em uma atitude incompatível com suas funções, o delegado José Carlos Alves Viegas, do 22º DP, de São Miguel Paulista, ao invés de punir policial sob seu comando, que ilegalmente se utiliza de veículos apreendidos, determinou a prisão arbitrária do cinegrafista no exercício de suas funções. Atitudes como essa desqualificam o exercício da função pública dos agentes policiais e merecem o repúdio da sociedade. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo exige retratação dos envolvidos, além de rigor na apuração dos fatos que não podem ocorrer no regime democrático. Multa de R$ 1 milhão Resultado de ação da Regional de Bauru e da Secretaria do Interior e Litoral do SJSP, o Ministério Público do Trabalho (MPT), através do procurador Luis Henrique Rafael, do Ofício de Bauru da 15ª Região, ajui- zou Ação Civil Pública contra a TV Record de Bauru, exigindo o cumprimento da legislação trabalhista, sobretudo a regularização da jornada de trabalho dos jornalistas. O Ministério Público quer que a Justiça exija que a emissora elimine irregularidades como a prorrogação da jornada de trabalho, além das duas horas extras contratuais, assim como conceda descanso semanal de 24 horas consecutivas aos funcionários, entre outros deveres. O Ministério Público determinou multa no valor de R$ 1 milhão, a título de dano moral, caso não sejam sanadas as irregularidades. Ex-presidente do Sindicato lança livro sobre Comunicação O ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, Fred Ghedini, o jornalista Antonio Graça e o ilustrador JAL lançaram no dia 7 de maio, em São Paulo, o livro Comunicação – Do jornal à Internet, voltado para o público jovem, que trata sobre o desenvolvimento das Comunicações no Brasil e o seu futuro. “A Internet ocupou de tal forma os espaços em nossa sociedade que está causando verdadeira revolução no dia-a-dia de todos. O livro é um convite para jovens para embarcarem nessa viagem e um estímulo a que as escolas coloquem tais temas em debate com seus alunos”, diz Fred. O título toca ainda em feridas ainda abertas, como a cobertura do Caso da Es- cola Base em São Paulo e a manipulação de informações na cobertura de mobilizações populares, como as Diretas Já. Mas também faz uma breve recuperação histórica de cada meio de comunicação e mostra como operam, tanto na área da informação quanto do entretenimento. Ele analisa a queda na audiência e custos envolvidos na montagem das telenovelas, por exemplo. Fred trabalhou como repórter em agências e em vários jornais diários. É atualmente diretor da Associação Brasileira de Direito Autoral dos Jornalistas. Já Antonio Graça trabalhou na grande imprensa e o cartunista JAL, ou José Alberto Lovetro, além de vasto currículo em TVs e publicações, é ganhador do prêmio Vladimir Herzog, no ano de 1984. MAIO 2010 Ação sindical UNIDADE Balanço 9 UNIDADE 10 O JORNAL Valeparaibano, com 58 anos de vida, deixou de circular no início de abril, dando lugar ao sucedâneo O Vale. Produzido pela mesma equipe do antecessor, no mesmo endereço, impresso na mesma gráfica, o novo jornal também começou a circular exatamente nos mesmos locais, com a mesma estrutura de distribuição, em 39 cidades do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte. Nasce com tiragem de 25 mil exemplares nos dias úteis. O título Valeparaibano foi preservado, mas virou uma revista mensal. A família Salerno, que controla a empresa, decidiu acabar com o jornal deficitário, usar o título para fazer uma revista superavitária e lançar um diário antenado com os novos tempos, tanto do ponto de vista de conteúdo quanto de interação com diversas plataformas. A nova empresa criada absorveu os cerca de 300 funcionários. O projeto do novo jornal foi desenvolvido em parceria com o escritório Cases i Associates, de Barcelona. ÂNGELA BITTENCOURT despediu-se da Assessoria de Comunicação do Banco Central em São Paulo e regressou para o Valor Econômico. Deixou o jornal o editor-assistente de Finanças Eduardo Belo para trabalhar na Belaletra Editora, especializada em publicações corporativas e institucionais. No lugar dele entrou Lucinda Pinto. O repórter Fernando Travaglini foi transferido para Brasília, para cobrir o Banco Central. Sua vaga foi ocupada por Aline Lima, vinda de Finanças do Brasil Econômico. EM FINANÇAS do Brasil Econômico também saiu Gustavo Kahil, e para o lugar dele chegou Ana Luisa Westphalen, que era da Agência Estado. ROBERTO IIZUKA é o novo editorchefe dos jornais Metrô News e Folha Metropolitana, no lugar de Luís Alberto Caju, que saiu. MARCOS MOJICA é o novo editor do Guarulhos Hoje, que completou dois anos em março. Ele entrou no lugar de Marcelo Jatobá. Ainda por lá, registro para as efetivações de Daisy de Assis (Cidades) e Viviane Pratis (Policial) como repórteres, nas vagas de André Rosa e Nathalia Braga, contratados pelo Diário de S.Paulo. SUZANA SINGER já é a nova ombudsman da Folha de S.Paulo. Começou na nova função no final de abril. Ainda por lá, Marco Aurélio Canônico, editor do Folhateen, assumiu a Fotografia, no lugar de Carla Romero, que saiu. O novo editor do Folhateen é Tarso Araújo. SIMONE IWASSO assumiu a Chefia de Reportagem do caderno Vida&, do Estadão, na vaga deixada por Renata Cafardo, que foi para o Fantástico. Deixaram a Economia do jornal Renata Gama, que foi para o Diário de S.Paulo como sub da mesma editoria, e Manoel Caseiro, Lume, que lá esteve por duas vezes, num total de 14 anos. Malu Delgado, vinda da Folha de S.Paulo, começou em Política, na cobertura das eleições. NO JORNAL da Tarde, Bruna Fioreti, que estava como sub de Variedades, foi para a reportagem da revista de celebridades e entretenimento Hola! Brasil. CARLOS ALENCAR está de volta ao Diário de S.Paulo como editor-executivo, cargo que ocupava quando saiu em 2005 em direção ao Lance. R evista DELMO MOREIRA começou como editor-executivo da IstoÉ, no lugar de Jorge Félix, que saiu para se dedicar a projetos literários próprios e também para ser editor-associado da Editora Leya. Também começaram por lá, em Comportamento, as repórteres Débora Rubin e Patrícia Diguê. NA ISTOÉ DINHEIRO, o editor de Estilo Carlos Sambrana assumiu Negócios no lugar de Amauri Segalla, que passou a editor especial. Com Sambrana chegaram as repórteres Eliane Sobral, Érica Polo e Crislaine Coscarelli. O lugar dele, em Estilo, foi assumido por Vanessa Barone, vinda do Valor Econômico. Nicholas Vital deixou a revista e foi para a Exame, na vaga de André Faust, que foi cobrir Tecnologia. ANDREA DANTAS, que estava há três anos no Grupo ABC, saiu para cuidar do lançamento da versão em português da revista Hola (Editora Sequini), uma das mais tradicionais no segmento de celebridades. A equipe conta ainda com Jackson Fuellen, ex-Gazeta Mercantil, e Claudemir Sequini, publisher da nova publicação. OS EDITORES Gilberto Nascimento e Ricardo Prado deixaram a CartaCapital. No lugar de Prado, que respondia por Carta Escola, ficou a sub Livia Perozim. CHEGOU às bancas a primeira edição de Motor Quatro (Editora Cadiz), publicação quinzenal de carros, automobilismo e motos. A Redação é composta por Sergio Quintanilha (editor), Gabriel Marazzi (editor-chefe) e Patrícia Lia Ferreira (editora de Arte). TAMBÉM foram lançadas as revistas Coisas de Agora (mensal, 10 mil exemplares e distribuição gratuita), focada em Sustentabilidade e Responsabilidade Social, tendo como editor Ricardo Hernandes; e a Meio por Inteiro (trimestral, 5 mil exemplares e também distribuição gratuita), que apresenta as principais tendências relacionadas ao meio ambiente e o mundo corporativo, com textos de Enéias Oliveira e Henrique Franco e revisão de Julia de Almeida e Erika Santiago. EDUARDO NUNOMURA está de volta ao mercado, após curta passagem pela redação de Pequenas Empresas Grandes Negócios. MÁRCIO SIMÕES, diretor de Redação, despediu-se da Plano Editorial, onde estava havia dez anos. TAMBÉM diretor de Redação e com dois anos de casa, Romualdo Venâncio deixou a Terraviva. T elevisão ORLANDO LOUREIRO, chefe de Redação da Record News em São Paulo, assumiu o Jornalismo do Rio da emissora, no lugar de Thiago Contreira, que fez o caminho inverso, passando a coordenar, de São Paulo, as afiliadas Record. Thiago substituiu a Virgílio Abranches, que deixou as praças para assumir os jornais da manhã da emissora, onde estava Ailton Nasser, que assumiu a Record News no lugar de Loureiro. RAUL VARASSIN, com uma importante história de militância em nosso Sindicato, deixou o SBT, onde havia dez anos era chefe de Reportagem. No seu lugar entrou Nikolas Capp, ex-EPTV Campinas. Também começaram por lá André Boselli e Carina Flosi, na Pauta; Alexandre Paschoal, no Boletim de Ocorrências (substituiu Guilherme Zwetch, que foi trabalhar em Angola); e Nely Naomy, na Coordenação de Rede. SÍLVIA CORRÊA começou como chefe de Redação da TV Gazeta, no lugar de José Paulo Kupfer, que ali permaneceu como comentarista de Economia do Jornal da Gazeta. Ainda por lá, o editor-executivo Sérgio Galvão trocou de posição com o editor-chefe do telejornal Hélio Jacintho. Outro editor-executivo, Sílvio Barbosa, assumiu também a coordenação do Núcleo de Novos Talentos, programa de estágio destinado aos alunos da Faculdade Cásper Líbero. GISELE HISHIDA, vinda de Curitiba, e Marcelo Favalli, repatriado do Japão, começaram na Bandnews TV, ela como apresentadora e ele como editor de internacional. Ainda por lá, os editores Fabio Piperno e Vitor Coelho assumiram o Núcleo de Entrevistas. No canal Terraviva, também do Grupo Band, a novidade é a chegada do âncora Sidney Maschio. A ssessorias PEDRO DEL PICCHIA assumiu a Secretaria de Comunicação do STF, a convite do novo presidente da instituição, Cezar Peluso. Integram a equipe Ruy Fernando Barboza, na Imprensa; Celso Eduardo Pupo, na tevê; e Joyce Russi, no rádio. FABIANE LOMBARDI assumiu a Gerência de Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi. CARINA RABELO deixou IstoÉ e começou como assessora de imprensa da Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, no lugar de Rosangela Sanches, que foi para a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado. RAUL KURY vai completar em agosto 20 anos como assessor de comunicação e editor-chefe da revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Os contatos dele são [email protected]. br e 11-3044-0000. SORAYA AGGEGE foi trabalhar na Link Propaganda, contratada para cuidar da comunicação das campanhas dos governadores de Pará, Ana Júlia Carepa, e Pernambuco, Eduardo Campos. Soraya estava havia dez anos na sucursal de O Globo. MARCELO PARADA integrou-se à equipe de comunicação da campanha de Dilma Rousseff, que, em São Paulo, é coor- O vaivém do mercado Por Eduardo Ribeiro denada pelo deputado estadual Rui Falcão. ZEZA LOUREIRO deixou o Núcleo de Comunicação da Fundação Vanzolini, onde esteve por cerca de dois anos, e está de volta ao mercado. ROSÂNGELA BEZERRA deixou a Ricardo Viveiros, onde esteve por um ano. VALÉRIA MARTINS criou a Shahid, empresa que atua na produção de eventos relacionados a livros e inserção de escritores em bienais e feiras. PATRÍCIA FIORAVANTI deixou a Companhia de Seguros Aliança do Brasil, seguradora do Banco do Brasil, depois de quase oito anos como assessora de comunicação. I nterior & litoral ULISSES ROCHA está de volta à Record, como âncora do Balanço Geral, em Ribeirão Preto. Ele havia deixado a emissora quatro anos e meio atrás, dedicando-se desde então à sua própria produtora de vídeo. O GRATUITO METRO começou a circular em Campinas, com equipe comandada por Zezé de Lima (editoraexecutiva) e Rose Guglielminetti (sub), vindas do Correio Popular. Na Arte, Sandro Mantovani, que trabalhou na Gazeta Mercantil e depois teve uma passagem rápida pela Aver Editora. O JORNAL Tribuna Ribeirão criou duas páginas diárias de cobertura sobre temas daquela região. Lauro Sampaio, que veio de Rádio Difusora AM e O Jornal (ambos de Batatais), cuida do novo espaço. Talita Macário, Luciene Garcia, ex-Comércio de Franca e Folha da Manhã (de Passos/MG), e André Luis de Jesus, ex-Verdade e Programa do Léo, foram contratados para reforçar a cobertura de Política e Geral. CÉLIA RIBEIRO, da Associação Feminina de Marília, é a titular da página Marília Sustentável, que o Correio Mariliense começou a publicar nas edições dominicais. LUIZ HENRIQUE PORTO assumiu a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Sertãozinho. COMEÇOU a circular em Ribeirão Preto a revista O Prazer da Gula, que tem como editora-chefe Renata Canales e como repórteres Talissa Berchieri e Waléria Santos. Tem tiragem de 3 mil exemplares. CARLOTA CAFIERO começou como assessora de comunicação do Lume (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp). I nternet & Agência GILBERTO NASCIMENTO acertou com o portal Terra, passando a integrar a equipe que atuará na cobertura das eleições. RAFAEL SPULDAR começou no UOL, contratado para coordenar o site Eleições 2010 (www.uol.com.br/eleicoes), cuja primeira fase já estreou. Uma das atrações é a participação de Fernando Rodrigues, diretamente de Brasília. FERNANDA CALGARO despediuse do G1 e mudou-se para Londres, em temporada de estudos. Foi substituída por Fernanda Nogueira, vinda do Correio Popular, de Campinas. Chegou ao G1 Gustavo Miller (ex-Estadão) como repórter de Pop & Arte. LUÍS ARTUR NOGUEIRA, de saída da Rádio Bandeirantes, e Gustavo Kahil, vindo do Brasil Econômico, começaram como editores do portal Exame.com, Luís Artur responsável por Macroeconomia e Gustavo por Mercados. LUCIANE CRIPPA começou como editora-assistente na Agência Leia. T elegráficas PAULO MARKUN despede-se da Presidência da Fundação Padre Anchieta no próximo dia 12 de junho, quando se encerra o seu mandato. Candidato à reeleição desde que houvesse consenso, saiu da disputa com a candidatura do atual secretário de Cultura do Estado de São Paulo João Sayad. Deixa o cargo e a organização desconfortável pela forma com que a mudança de rumo foi conduzida. “Não merecia ser tratado dessa maneira”, disse num encontro em que estavam presentes 400 funcionários. A FOLHA DE S.PAULO unificou as redações do jornal impresso e da plataforma online, ambas agora reportando-se diretamente ao editor-executivo Sérgio Dávila. Os editores da Folha Online passaram a ser editores-adjuntos das editorias tradicionais do jornal. A nova estrutura passa a contar com um secretário-assistente digital, cargo que Camila Marques assumiu. CIRO DIAS REIS foi reeleito presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação – Abracom, para o biênio 2010-2012. Rosana Monteiro seguirá à frente do Sindicato Nacional das Empresas de Comunicação Social – Sinco pelo mesmo período. As duas instituições hoje atuam em parceria. JÚLIO OTTOBONI será o curador da Semana Cassiano Ricardo, que será realizada em São José dos Campos. Estudioso da saga do poeta há mais de 20 anos, Júlio escreveu sobre ele o livro A flauta que me roubaram. Ele também fará a curadoria do Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, que ocorrerá de 28 a 30/5 em São José, quando será lançada a edição comercial de Velho Jota, de Wanda Nestlehner. ROBERTO MÜLLER FILHO foi eleito membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, em abril. Na mesma eleição, Eugênio Bucci e Matinas Suzuki Jr. deixaram a função. O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA deixou, em abril, a grade de programação das rádios Cultura AM e FM. Seu retorno, ainda que em outro horário, não está assegurado. O programa, apresentado por Luciano Martins Costa, com comentários de Alberto Dines, era transmitido diariamente, de 2ª a 6ª.feira, às 9 horas. ESTÃO ABERTAS até 28/5 as inscrições para a terceira edição da Bolsa Washington Post-Woodrow Wilson Center destinada a profissionais de mídia escrita e online da América Latina e Caribe, que concorrerão com propostas de trabalho sobre tema de importância para seu país e as relações hemisféricas. Cinco jornalistas da região terão a oportunidade de desenvolver, de 13/9 a 1º/10, novas fontes de informação, ter contato direto com instituições públicas e privadas e vivenciar o jornalismo na capital americana. Informações no www.wilsoncenter.org/lap ou com Nikki Nichols, coordenadora da bolsa ([email protected]). TAMBÉM estão abertas, até junho, as inscrições para a seleção do Programa Balboa para Jovens Jornalistas Ibero-americanos (www.programabalboa.com), oferecido pela Fundação Diálogos, da Espanha. A duração do programa é de 26 semanas, entre fevereiro e julho de cada ano. L ivros O PROFESSOR José Marques de Melo lançou Os caminhos cruzados da comunicação – Política, economia e cultura (Paulus), em que analisa como vários aspectos – religiosidade e pluralismo partidário, por exemplo – podem interferir na comunicação como um todo. (BOLIVROS), obra póstuma de Marco Uchôa, que morreu em 2005, aos 36 anos, depois de uma luta inglória contra um câncer ósseo. Então repórter do Fantástico, ele começou um diário quando soube da doença e foi escrevendo até perto da morte. Quem organizou o livro foi sua viúva, Anna Costa, também jornalista. MÁRIO MARINHO prepara para o final de maio Heróis do Brasil, livro em que conta a história dos 405 atletas que já vestiram a camisa da Seleção Brasileira de futebol nas Copas do Mundo, com casos e fichas técnicas de cada jogador. ATALIBA CASTILHO, professor da USP e ex-professor de Unicamp e Unesp, pesquisador do CNPq, consultor do Museu da Língua Portuguesa e líder de equipes que vêm mapeando a fala brasileira, lança A Nova Gramática do Português Brasileiro (Editora Contexto), que assume ser a gramática do português falado por quase 200 milhões de indivíduos no Brasil. Fruto de cinquenta anos de pesquisas, a obra dá status científico a essa fala, focalizando o que se esconde por trás das classificações e identificando os processos criativos do português brasileiro que conduziram aos produtos listados. LELÉ ARANTES e Milton Rodrigues lançaram São José do Rio Preto ano a ano: da pré-história à história contemporânea. A obra trata de fatos históricos e políticos da cidade. Informações no 17-3222-5666. RICARDO CARVALHO lançou o livro “O cardeal e o repórter”, pela Global Editora, onde narra os bastidores da cobertura jornalística realizada de 1977 a 1984, em plena ditadura militar e seu convívio quase diário de repórter com o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, personagem maior da resistência ao regime ditatorial. MAIO 2010 MAIO 2010 J ornal Folha, Estadão, IstoÉ são algumas das redações destacadas neste Moagem, que também mostra o lançamento do jornal O Vale, sucessor do Valeparaibano (agora transformado em revista), e novidades no segmento de revistas, que aguarda a chegada de Hola, no campo das celebridades, e comemora as chegadas de Motor Quatro e Coisas de Agora. A edição registra ainda os novos destinos profissionais de Pedro Del Picchia, Gilberto Nascimento, Delmo Moreira, Ângela Bittencourt, Andrea Dantas e Ulisses Rocha, entre outros. Boa leitura. UNIDADE O vaivém do mercado Por Eduardo Ribeiro R egistro FALECEU no dia 31/3, aos 64 anos, vítima de metástase de um câncer de próstata, contra o qual lutava havia cinco anos, Engel Paschoal, profissional que transitou pelo jornalismo e pela publicidade ao longo da carreira. Era o titular da coluna Responsabilidade Social e Ética, publicada em dezenas de veículos de todo o País e também autor de obras como A trajetória de Octavio Frias de Oliveira e Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia, ambos editados pela Mega Brasil, do qual era parceiro e colaborador. Era casado com Lucila Cano e deixou duas filhas. TAMBÉM nos deixou, aos 67 anos, no dia 25/4, de falência múltipla dos órgãos, Orlando Lopes Fassoni, que trabalhou 23 anos na Folha de S.Paulo, onde começou como correspondente em Marília, sua cidade natal, e depois foi repórter de Polícia e crítico de cinema, atividade em que se destacou. Esteve ainda 11 anos na Jovem Pan e mantinha o blog http:\\cinefassoni.blogspot.com. Deixou viúva, quatro filhos e cinco netos. 11 Imagem UNIDADE MAIO 2010 A pluralidade nas imagens de Valdemi Silva C omo todo repórter fotográfico Valdemi Silva,tem uma experiência plural. Trabalhou para agências de imagens e notícias como a Sipa Press, sediada em Paris, na França e para a Agência Estado. Mas também realizou fotos de estúdio para publicidade e editoras. Começou na profissão em 1982 como 12 assistente de estúdio na agência Spagat e atualmente faz trabalhos para a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), que edita a revista Super Hiper. Faz registros e trabalhos fotográficos para campanhas políticas e institucionais. Valdemi Silva armazenou farto repertório de imagens captadas no carnaval paulista, registrado pelas suas lentes durante 15 anos (de 1990 a 2005). Esta experiência lhe valeu importante pesquisa iconográfica, arquivo das Imagens do Samba, com 60 mil imagens, que mostram a maior festa popular brasileira sob todos os ângulos, poses e situações, além de exposições sobre o tema. Nos últimos anos tem se dedicado também em fotografar aspectos culturais em diversos estados brasileiros, como parte do projeto Descobrindo o Brasil, fotografias que estão disponíveis tanto em seu acervo pessoal, como no banco de imagens da Agência Estado.