- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de

Transcrição

- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
MAIO 2010 número 327
André Freire
JORNAL DOS JORNALISTAS
Rádio e TV
Jornalistas
conquistam
melhorias
salariais
Os jornalistas de Rádio e TV decidiram aceitar a proposta patronal, que reajusta os salários em 4,20%. Os pisos serão corrigidos
acima da inflação na Capital, Interior e Litoral. Houve conquistas
também na Participação nos Resultados (PPR). A campanha salarial de Jornais, Revistas e Assessoria de Imprensa foi aberta este
mês.
Pág 3
Festa na
saída do
ministro
Gilmar
Mendes
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O Dia da
Liberdade
de Imprensa
é para
Jornalistas?
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Perquisa vê
parcialidade
da mídia
na questão
racial
Pag. 6
Sindicato
aumentou
número de
atividades
em 2009
Pag. 8
E ditorial
Campanha Salarial
2
Diretoria do Sindicato
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato.
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente
José Augusto de Oliveira Camargo (Guto)
Secretário Geral
André Luiz Cardoso Freire
Secretário de Finanças
Kepler Polamarçuk
Secretário do Interior
Alcimir Antonio do Carmo
Secretária de Cultura e Comunicação Rose
Nogueira
Secretária de Relações Sindicais
e Sociais
Evany Conceição Francheschi Sessa
Secretário Jurídico e de Assistêncial Paulo
Leite Moraes Zocchi
Secretária de Ação e Formação Sindical
Telé Cardim
Secretária de Sindicalização
Márcia Regina Quintanilha
CONSELHO DE DIRETORES
Suely Torres De Andrade
Luigi Bongiovanni
José Aparecido Dos Santos (Zezinho)
Cláudio Luís De Oliveira Soares
Candida Maria Rodrigues Vieira
Luiz Francisco Alves Senne (Kiko)
Ari De Moura
Wladimir Miranda
Lílian Mary Parise
DIRETORES REGIONAIS
Bauru - Rodrigo da Silva Ferrari
Campinas- Agildo Nogueira Júnior
Oeste Paulista-Sèrgio Barbosa
Piracicaba- Martim Vieira Ferreira
Ribeirão Preto- Aureni Faustino de Menezes
Santos-Carlos Alberto Ratton Ferreira
São José do Rio Preto- Daniele Jammal
Sorocaba- José Antonio Rosa
Vale do Paraíba,Litoral Norte
e Mantiqueira - (Diretor adjunto do Interior)
Edivaldo Antonio Almeida
COM.REG.E FISC. EXERC. PROF.
(CORFEP)
Douglas Amparo Mansur, Vítor Ribeiro,
José Eduardo De Souza. Suplente: Alan
Rodrigues (Diretor adjunto de comunicação)
CONSELHO FISCAL
José Donizeti Costa, Marcelo Carlos Dias
dos Santos, Dulcimara Cirino, Carlos
Eduardo Luccas (suplente) e Simone De
Marco Rodrigues (suplente)
COMISSÃO DE ÉTICA
Denise Fon, Roland Marinho Sierra, Antonio
Raimundo Chastinet Pontes Sobrinho, Alcides
Rocha, Flávio Tiné, Fernando Jorge, Dr. Lúcio
França ,Cristina Charão, Antonio Funari Filho
e Padre Antonio Aparecido Peres
DIRETORIAS DE BASE
Bauru
R. Primeiro de Agosto,447 sala 604E
CEP. 17010-011 Tel.(14) 3222-4194
E mail – [email protected]
Marcelo De Souza Carlos, Ieda Cristina
Borges, Sergio Luiz Bento, Karina
Fernanda Prado Grin e Flavio Augusto
Melges (Tuca Melges)
Campinas
R. Dr Quirino, 1319 9° and
CEP . 13015-082 Tel (19) 3231-1638
E mail – [email protected]
EXPEDIENTE
Diretor responsável:
Rose Nogueira (MTb 9736/SP) Editor: Simão
Zygband (MTb 12.474/SP) Diagramação:
Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP)
Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299
Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem)
Impressão: Foma Certa Fone (11) 3672-2727
Tiragem:10.000 exemplares.
Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz
Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho,
Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e
Adunias Bispo da Luz.
Jornalistas de Rádio e TV
conquistam melhorias na
proposta patronal
O
s jornalistas de Rádio
e TV decidiram em
assembleia realizada
no dia 5 de maio ratificar o resultado da consulta feita nas
redações, encerrar a campanha salarial
e aceitar a última proposta oferecida
pelos patrões, que reajusta os salários
em 4,20%, pouco acima do índice de
inflação oficial (INPC), que foi de
4,17%. Já os pisos salariais serão corrigidos em 1% acima da inflação na Capital (passando a R$ 1.421,00) e 3% no
Interior e Litoral (indo a R$ 925,00),
ambos por cinco horas de trabalho.
Na consulta realizada junto à categoria o sim, que aceita a última proposta patronal, venceu por 394 votos
(80%) contra 97 (18%). Houve três votos em branco. No total votaram 494
jornalistas.
Segundo o presidente do Sindicato,
José Augusto Camargo (Guto), além
do aumento real sobre os pisos salariais da Capital, Interior e Litoral, os
jornalistas também podem comemorar a elevação dos valores referentes
à Participação nos Resultados (PPR).
A primeira proposta patronal variava
de 15% do salário para empresas até
25 jornalistas até 30% para as grandes
empresas. Os jornalistas conseguiram
fazer os patrões elevarem estes valores
entre 27% a 42%.
“Só posso parabenizar a mobilização e a determinação da categoria em
buscar melhorias na proposta patronal. Os jornalistas deram demonstração de unidade e força em várias atividades, como na participação no plebiscito - que rejeitou a proposta inicial
, na adesão à campanha Vergonha, as
TVs lucram muito e pagam pouco e
também na consulta realizada. Apesar
dos índices apresentados não serem os
desejáveis, a categoria pode comemorar por ter arrancado melhorias nos
salários e benefícios”, diz Guto.
A Campanha Salarial de Jornais,
Revistas e Assessorias de Imprensas foi aberta em assembleia realizada
no dia 22 de abril . A pré-pauta aprovada prevê reposição da inflação (INPC)
de 5,35%, mais aumento real de 3%.
Campanha em
frente das TVs
Globo e Record,
em São Paulo
Pisos, salários e PPR
Este é o acordo que os jornalistas
aceitaram na consulta e na assembleia
1) Reajuste salarial de 4,20%;
2) Pisos salariais: Capital – R$ 1.421,00 e Interior e Litoral – R$
925,00 (para jornada de 5 horas);
Retroativo salarial e pisos: As diferenças salariais resultantes do
percentual acima e da alteração do piso salarial, serão pagas sob a rubrica “Diferenças Salariais Convenção Coletiva 01/12/09 a 30/11/10”
conforme abaixo:
a) Para empresas com até 25 jornalistas, no Interior, em até 4 (quatro) parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses
de maio, junho, julho e agosto de 2010.
b) Para empresas com até 25 jornalistas, na Capital, em até 3 (três)
parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de
maio, junho e julho de 2010.
c) Para empresas de 26 a 100 jornalistas em até 3 (três) parcelas
iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de maio, junho
e julho de 2010.
d) Para empresas com mais de 100 jornalistas em até 2 (duas) parcelas iguais e sucessivas nas folhas de pagamento dos meses de maio
e junho de 2010.
MAIO 2010
E-mail: [email protected]
site: www.jornalistasp.org.br
Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Katia Maria
Fonseca Dias Pinto, Orlando De Arco e
Flexa Neto e Fernanda De Freitas
Oeste Paulista
R. Pedro de Olveira Costa,64 Sbs da CUT
CEP. 19010-100 Tel. (18) 3901-1633
E mail. [email protected]
Tânia Brandão, Priscila Guidio Bachiega,
Danilo Augusto Maschio Pelágio, Fernando
Sávio Rodrigues Dos Santos, Hércules
Farnesi Da Costa Cunha e Sergio Ricardo
Guzzi
Piracicaba
Pça. José Bonifácio,799 sala 22
CEP.13400-120 Tel.(19) 3434-8152
E mail – [email protected]
Vanderlei Antonio Zampaulo, Luciana
Montenegro Carnevale, Paulo Roberto
Botão,Ubirajara Toledo,Poliana Salla
Ribeiro e Fabrice Desmont’s Da Silva
Ribeirão Preto
R. Dr Américo Brasiliense,405 sala 404
CEP.14015-050 Tel.(16) 3610 – 3740
E mail – [email protected]
Firmino Luciano Piton,Eduardo Augusto
Schiavoni, Antônio Claret Gouvêa e Tadeu
Queiroz Da Silva
Santos
R.Martin Afonso,101 6° and
CEP.11010-061 Tel (13) 3219 – 4359
E mail- [email protected]
Joaquim Ordonez Fernandes De Souza,
Reynaldo Salgado,Eraldo José Dos Santos
Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira
Chaves,Marcelo Luciano Martins Di Renzo
e Pedro Figueiredo Alves Da Cunha
Sorocaba
R.Cesario Mota,482
CEP.18035-200 centro Tel.(15) 3342 -8678
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Adriane Mendes, Fernanda De Oliveira
Cruz, Regivaldo Alves Queiroz, Emídio
Marques e Marcelo Antunes Cau
São José do Rio Preto
R.Major Joaquim Borges de Carvalho,497
CEP.15050 -170 Vila Angélica
Tel. (17) 3211 – 9621
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Jocelito Paganelli, Rubens Cárdia Neto,
Luiz Roberto Montagna Zanatta, Sérgio
Ricardo Do Amaral Sampaio, Cássia
Morgon Fernandes e Antonio Carlos Ribeiro
Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira
R.Cons Rodrigues Alves,203 casa 02
Cep.12209-540 Tel.(12) 3241-2686
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Jorge Silva, Sirlene Santana Viana, Neusa
Maria De Melo,Rita De Cássia Dell’ Áquila e
Fernanda Soares De Andrade
Willian Siniscalchi
plamente utilizado, inclusive durante
o julgamento no STF. O exemplo internacional foi válido para o diploma,
mas não para a questão dos torturadores. Não pesou na avaliação dos ministros a situação da Europa e de nossos
vizinhos latino-americanos que estão
punindo ditadores e revendo Leis de
Anistia para, assim, exercer a justiça.
Apuração de crimes da ditadura em
outras nações não é um bom exemplo
a ser seguido, mas a ausência de regulamentação do jornalismo sim.
Na verdade, a decisão do STF mantém coerência com a tradição oligárquica brasileira que faz da Lei algo a
ser plasmado segundo os interesses
de uma elite conservadora encastelada em nichos do poder. A decisão
comprova que o Judiciário é o poder
mais atrasado e conservador da República. O Executivo, com todas as
contradições, entraves e negociações
necessárias para dar corpo à “governabilidade” tem apresentado, principalmente em nível federal, propostas
e realizações que fazem avançar uma
concepção progressista e popular de
governo. O Legislativo, por definição, um espaço plural e democrático
de manifestação de ideias e propostas,
mesmo marcado por crises e escândalos, cumpre seu papel de abrigar as
correntes de pensamento, da direita
à esquerda, com todas suas matizes
ideológicas, retratando, mesmo que
de modo imperfeito, a sociedade civil.
Mas, infelizmente, o Judiciário continua sendo o mais inacessível dos poderes, o menos aberto à participação
popular e o mais entranhado em suas
próprias ideias e concepções elitistas.
A decisão sobre a Lei de Anistia comprovou, como já havia feito com a Lei
de Imprensa e o diploma de jornalismo,
que a mais alta corte de Justiça do país
se guia por critérios políticos provando
que a Justiça não é cega, apenas enxerga
a realidade de maneira distorcida.
Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP
01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11)
3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191
UNIDADE
UNIDADE
MAIO 2010
E
m julgamento encerrado em 29 de abril,
o Supremo Tribunal Federal (STF)
considerou improcedente a ação, proposta pela Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), que contestava a Lei da
Anistia (Lei 6.683/1979). Segundo o
Ministro Eros Grau (relator do caso),
a Lei de Anistia perdoou “todos quantos, no período compreendido entre 2
de setembro de 1961 e 15 de agosto de
1979, cometeram crimes políticos ou
conexos”, e salientou que a Lei foi fruto de um acordo político.
Para a instituição, a anistia foi recepcionada pela Constituição de 1988
e a prática dos chamados “crimes conexos”, como abuso de autoridade,
sequestro, tortura, lesões corporais,
homicídio, ocultação de cadáver e
estupro praticados pelos agentes do
Estado durante a ditadura militar não
são incompatíveis com os interesses democráticos do povo brasileiro.
Em um país onde os agentes policiais
praticam a tortura e a violência como
método investigativo, a decisão soa
como uma espécie de aval à barbárie.
Igualmente espantoso é que, na visão do STF, a existência de uma Lei
de Imprensa, - que regule a atuação
de uma mídia oligárquica e manipuladora e a necessidade de formação
universitária específica para o exercício profissional do jornalismo foram
vistas como ameaças ao Estado Democrático de Direito e, porisso, banidas do nosso ordenamento jurídico.
Contra o diploma de jornalismo,
interpretações simplórias do Pacto
de San Jose da Costa Rica (que versa sobre a liberdade de pensamento
e de expressão) são inquestionáveis.
Já no caso da Anistia, as Convenções
Internacionais que dizem ser a tortura um crime de lesa-humanidade,
portanto imprescritível, não devem
ser levadas em conta.
Na questão do diploma, o fato de
países desenvolvidos não exigirem formação universitária para o exercício
do jornalismo foi um argumento am-
Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais
no Estado de São Paulo
André Freire
Diploma, lei de imprensa
e anistia, segundo o STF
3) PPR
Empresas de 1 a 25 jornalistas – 27%, com valor máximo de R$
663,00;
Empresas de 26 a 100 jornalistas – 32%, com valor máximo de R$
1.173,00;
Empresas com mais de 100 jornalistas – 42% com valor máximo
de R$ 5.100,00.
Forma de pagamento:
As empresas que ainda não possuiam programa de participação
nos lucros e/ou resultados farão o pagamento da seguinte forma:
- Empresas até 25 jornalistas: até o quinto dia útil do mês de setembro de 2010;
- Empresas de 26 a 100 jornalistas: até o quinto dia útil do mês de
agosto de 2010;
- Empresas com mais de 100 jornalistas: até o quinto dia útil do
mês de julho de 2010.
Para as empresas que já possuem programa de participação nos
lucros e/ou resultados, o pagamento desta verba será realizado respeitando o critério da semestralidade e deverá ocorrer até o final do
mês de julho de 2010.
4) Demais benefícios reajustados em 4,20% e vigência a partir de
maio/2010 (creche, funeral, seguro de vida e vale refeição);
5) Diária de viagem – alteração do valor para 1 (um) salário-base
dia;
6) Creche – extensão do benefício ao jornalista do sexo masculino
separado, solteiro ou viúvo que tiverem comprovadamente a guarda
judicial dos filhos mediante apresentação do documento original desta condição;
7) Exclusão do texto sobre flexibilização de jornada referente ao
intervalo para alimentação.
3
4
Defesa do Diploma
Jornalista espanhol é agredido por policiais
em frente do Congresso, nas comemorações
de 1º de Maio em Bogotá, Colômbia
A carteira de jornalista tem novo modelo.
Prevista em lei, é documento de identidade pessoal e profissional, válido em todo o território nacional.
Só poderá obtê-lo o profissional que tenha registro no Ministério do Trabalho.
O custo da carteira é R$ 75,00 para jornalistas sindicalizados
e R$ 300,00 para jornalistas não sindicalizados.
Justiça mantém
exigência de diploma
para cargo da UFPR
O juiz Marcos Roberto Araújo dos Santos, da 4ª Vara Federal de Curitiba, julgou
improcedente o mandado de segurança
movido por Gustavo Carvalho de Aquino
contra a Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Ano passado, ele passou em primeiro lugar em concurso público para o
cargo de jornalista da UFPR. Como não
possui a graduação no curso, como previa
o edital, a universidade paranaense não o
aceitou para a vaga.
A Justiça já havia negado o mandado
de segurança movido por Carvalho. Inconformado com a decisão, o candidato
interpôs um agravo de instrumento, que
foi julgado no dia 15/04. O juiz entendeu
que é um direito da UFPR escolher se
quer apenas jornalistas diplomados para
os concursos.
MAIO 2010
manter o conceito de Liberdade de Imprensa restrito ao óbvio para, assim, poder manipulá-lo de acordo com seus interesses.
“Os profissionais do jornalismo precisam assumir para si a ideia de que a Liberdade de Imprensa é algo substantivo
no dia a dia do trabalho jornalístico e não
apenas uma abstração a ser invocada em
momentos de crise ou manipulada para
compor o marketing social das empresas.
Se conseguirmos essa reviravolta, vamos
comemorar a verdadeira liberdade de imprensa”.
Já a Federação Nacional dos Jornalistas
(Fenaj) também divulgou nota observando que “em solo brasileiro, desde o ano
passado inexiste uma Lei de Imprensa por
força de decisão do STF, que ignorou os
apelos da FENAJ e de outras entidades
que defendiam a manutenção de parte da
Lei nº 5.250/67 protegendo a sociedade e
os próprios jornalistas até que o Congresso Nacional aprove uma nova legislação.
Também em função de outra decisão do
Supremo, os jornalistas brasileiros vivem
um momento de incertezas, após a extinção da exigência do diploma como requisito para o exercício da profissão”.
Segundo a Fenaj, “hoje reina
absoluta no Brasil a liberdade
de imprensa dos patrões. Aquela onde interesses econômicos
e políticos das empresas de comunicação determinam o que
pode ou não ser veiculado nos
veículos privado-comerciais.
Preocupa, também, a violência
contra os profissionais, como
denunciaram recentemente os
Sindicatos dos Jornalistas do
Piauí, Rio Grande do Norte,
Paraná e Pernambuco”.
Jornalistas de SP
comemoram saída
de Gilmar Mendes
A
nimado pela banda do Peru,
os jornalistas de São Paulo realizaram no dia 23 de
abril, o bota-fora festivo do
ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que
não vai deixar saudades. A categoria não
poderia deixar de festejar, através do ato
“Gilmar Mendes, já vai tarde!” o fim do
mandato de personagem não querida para
os profissionais de imprensa. Ele foi autor
do fim da Lei de Imprensa e da exigência
do diploma de jornalismo para o exercício
da profissão.
Na Capital, as comemorações da saída de
Mendes - que transmitiriu o cargo a César
Peluzo -, ocorreram em frente à TV Globo
de São Paulo com a presença do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, José Augusto camargo
(Guto) e dos diretores André Freire (secretário geral), Telê Cardim (Ação Sindical) e
Neusa Mello (Vale do Paraíba). Como em
vários estados brasileiros, que também comemoraram a data, os jornalistas e todos
os brasileiros puderam se livrar das decisões de persona non grata frente à máxima
Corte de Justiça brasileira.
Gilmar Mendes foi indicado ao cargo
pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), depois de ocupar a Advocacia Geral da União. Foi relator do Recurso
Extraordinário nº 511961, de autoria do
Sindicato das Empresas de Rádio e TV de
São Paulo, que acabou com a exigência do
diploma para o exercício da profissão.
Ao justificar o seu voto, na sessão do STJ
realizada em 17 de junho de 2009, o agora
ex-presidente do STF fez declarações desastradas contra os profissionais de imprensa.
“A profissão de jornalista não oferece perigo
de dano à coletividade tais como medicina,
engenharia e advocacia. Nesse sentido, por
não implicar tais riscos, não há razão para se
acreditar que a exigência do diploma seja a
forma mais adequada para evitar o exercício
abusivo da profissão”, alegou.
Ele chegou na oportunidade a comparar o jornalista a um cozinheiro. “Um
excelente chef de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que
não legitima estarmos a exigir que toda e
qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso
superior nessa área. O Poder Público não
pode restringir, dessa forma, a liberdade
profissional no âmbito da culinária”.
Assim como São Paulo, vários sindicatos
de jornalistas realizaram atividades para
comemorar a saída de Gilmar Mendes.
No Rio de Janeiro houve ato em frente
à Igreja de São Jorge, no Campo de Santana, no centro da cidade e um artista ficou
circulando na área com pernas de pau e
um grande cartaz com os dizeres “Obrigado São Jorge! Gilmar Mendes já vai
tarde! Campanha em defesa da profissão.
Jornalista, só com diploma!”.
Já o Sindicato dos Jornalistas da Bahia
protestou com profissionais usando roupas
pretas. A entidade distribuiu nas redações
e faculdades tarjas pretas e uma praguinha
alusiva à saída do Ministro da Presidência
do STF com o slogan “Gilmar Mendes, já
vai tarde!”. E no Ceará, o Sindicato dos Jornalistas fez manifestação em frente ao Tribunal de Justiça em Fortaleza.
Em Pernambuco, o protesto aconteceu
por ocasião do 13º Encontro Nacional de
Professores de Jornalismo, durante Café
Cultural, no Salão da Unicap.
UNIDADE
E
m 3 de maio foi comemorado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Não
houve muito a se comemorar. Dados da Federação Internacional de
Jornalistas revelam que 27 jornalistas foram assassinados em diversos países como
Honduras e Nigéria. Houveram prisões
e desaparecimentos. No Brasil, apesar de
alguns avanços como a realização da 1ª
Conferência Nacional de Comunicação
(Confecom) ou a aprovação na Câmara Federal da Lei de Acesso à Informação, que
garante total acesso a informações dos governos, pondo fim ao sigilo de documentos públicos, não há motivos para grandes
comemorações.
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo divulgou nota,
assinada pelo seu presidente, José Augusto Camargo (Guto), dizendo que ela não
se restringe apenas às denúncias contra a
violência aos jornalistas, mas também ao
controle e direcionamento dos textos jornalísticos pelas empresas.
Segundo Guto, “não houve nenhuma
palavra sobre o controle monopolista
da imprensa ou os interesses
econômicos que subjugam as
redações. Apesar de mais sutil,
escrever sob coação psicológica,
ameaça constante de demissão,
em condições precárias de trabalho e oprimido por baixos salários ameaça tanto a liberdade
de imprensa quanto uma agressão física”.
Para o presidente do SJSP, abordar o tema sob um ângulo mais
abrangente não interessa às empresas jornalísticas que querem
A Comissão Especial que vai dar parecer à Proposta de Emenda à Constituição
386/09, a PEC do Diploma, será instalada
na Câmara dos Deputados. É que o presidente da Casa, deputado Michel Temer
(PMDB/SP), determinou à Secretaria Geral da Mesa Diretora que solicite aos partidos a indicação dos membros que comporão a Comissão.
O autor da PEC 386/09, deputado Paulo Pimenta (PT/RS) e o presidente da
FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, estiveram com Temer no plenário da Câmara
dos Deputados. Eles informaram que os
partidos e blocos já haviam feito a maioria
das indicações e solicitaram a instalação
da Comissão Especial.
Aprovada na Comissão de Constituição
e Justiça em novembro do ano passado,
a PEC dos Jornalistas altera dispositivos
da Constituição Federal para estabelecer
a necessidade de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão.
Dos 18 membros titulares que comporão a Comissão Especial já foram
indicados 13. Falta a indicação de um
titular e 3 suplentes do bloco PMDB/
PT/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PTdoB, 3
titulares e 5 suplentes do bloco PSDB/
DEM/PPS, um titular e um suplente do
PV e um suplente do PSOL. O PSB/
PDT/PCdoB/PMN já fez todas as indicações a que tinha direito (2 titulares
e 2 suplentes).
André Freire
Câmara instalará
Comissão Especial
da PEC do Diploma
Damien Felleurs/Libre Arbitre
UNIDADE
MAIO 2010
Nada a comemorar
O Dia Mundial da
Liberdade
de Imprensa
para os jornalistas
5
Questão racial
Pesquisa revela
parcialidade
na cobertura
da questão racial
Texto de Flávio Carrança
O
6
s principais jornais brasileiros são contra a criação
de políticas que incentivem a mobilidade social
dos negros brasileiros. A discussão sobre
a implementação de políticas de ação afirmativa no Brasil foi transformada pela
grande imprensa escrita em uma polêmica
sobre cotas e tratada de maneira maniqueísta. As reportagens sobre propostas
de promoção de igualdade racial e políticas de ação afirmativa, publicadas nos
grandes jornais são mais plurais do que os
editoriais, artigos e colunas, os chamados
textos opinativos que tratam do mesmo
assunto. Essas são algumas das conclusões iniciais da pesquisa “Mídia Impressa no Brasil e a agenda de Promoção da
Igualdade Racial”, realizada pelo Observatório Brasileiro da Mídia em parceria
com o Centro de Estudos das Relações de
Trabalho e Desigualdades (CEERT). Foram analisados 972 textos publicadas entre 1º de janeiro de 2001 e 31 de dezembro
de 2008 nos jornais “Folha de São Paulo”,
“O Estado de São Paulo” e “O Globo” e
também 121 textos veiculados em “Veja”,
“Época” e “Isto É”, totalizando 1.093
matérias. Os três gráficos mostram em
que editorias, em quais locais e que temas
foram abordados.
A psicóloga Maria Aparecida Bento, diretora do CEERT, explica que a entidade
tomou a iniciativa de propor essa pesquisa
por entender que a mídia é um foco central na questão das relações raciais, uma
vez que por meio dela formam-se tanto
identidades quanto opiniões a respeito da
temática racial. Segundo ela, o CEERT,
uma organização que trabalha com as relações raciais, há muito tempo vem tentando interferir nesse processo. “A gente
observava, principalmente com relação
às cotas, que havia uma prevalência de
posições contrárias, mesmo quando as
pesquisas mostravam que a sociedade em
geral era favorável. Todas posições, principalmente as institucionais, como os editoriais, eram contrárias. Então quisemos
Afropress procura ocupar
lacuna da grande mídia
demais. “A própria mídia traz notícias sobre
as relações raciais, sobre as desigualdades
raciais, notícias que corroboram a existência
de cotas e de ação afirmativa, mas ela não
faz a ligação entre uma coisa e outra por que
não interessa. Então tem uma questão de
interesse aí.”, comenta Cida Bento.
No jornal O Estado de São Paulo,
100% dos textos opinativos que trataram
da adoção de cotas nas universidades foram contrários a essa política. Em O Globo, 56,5% dos editoriais, artigos e colunas
que discutiram o tema tomaram posição
contrária ao uso das cotas. Outra revelação do estudo foi de que os jornais possuem interesses diferentes com relação
aos diversos temas da agenda da igualdade racial. Os dados revelam que a Folha
de São Paulo noticiou com um certo equilíbrio os vários temas da agenda. Já em
O Globo, 46% dos textos foram sobre as
cotas nas universidades. O Estado de São
Paulo preocupou-se mais com a questão
dos quilombolas, tema de 25,8% dos textos desse jornal analisados pela pesquisa.
Fazendo uma avaliação geral do estudo,
ainda em fase de finalização das análises,
Cida Bento diz que ele revela nuances, coisas positivas que o movimento negro e os
setores sociais que o apóiam precisam explorar mais. Segundo ela, alguns meios de
comunicação vem mudando as suas posições. “Você vê às vezes mudanças de posição nos textos opinativos. Os editoriais são
muito unânimes, muito parecidos, eu diria
que é um bloco. Mas algumas mídias já estão abrindo possibilidades da emergência
de outras vozes, o que eu acho bastante
interessante e aponta uma possibilidade de
interferência por mudança de posição, por
exemplo, nessa luta com relação a cotas.”
Mais informações podem ser encontradas no endereço www.observatoriodemidia.org.br
A Agência Afroétnica de Notícias
(Afropress) é a única agência de notícia
que funciona online há 5 anos, com temática étnico-racial brasileira, fazendo
jornalismo diário. Ela chega a atingir de
20 a 30 mil acessos por mês na internet,
com espaços para
informação, reflexão e debate sobre
a questão racial e
étnica no Brasil e
no mundo.
Segundo seu diretor, o jornalista
Dojival Vieira, a
Afropress ocupa
um espaço que não
existia e acabou virando tese de mestrado
e referência para estudantes, professores,
ativistas e pessoas que tem interesse em
conhecer temas que geralmente as grandes empresas jornalísticas não noticiam.
“A grande mídia mantém minoritária
a questão étnica e racial, apesar dela ser
central da realidade brasileira e de 50,3%
da população ser afrodescendente”, diz
Apesar de reconhecer avanços na temática, Dojival diz que ela ainda ocupa um
espaço marginal na mídia brasileira. “Os
temas da Afropress não constam da pauta
da grande imprensa. A Afropress chega
preencher esta lacuna. Mas, o jornalismo brasileiro só será completo quando
a grande imprensa tiver este olhar e que
veja o Brasil por inteiro, de forma mais
democrática”.
Por trabalhar a questão racial e étnica,
a Afropress teve a sede pichada por grupos neonazistas e racistas e o próprio
Dojival recebe com bastante frequencia
e-mails com provocações e ameaças de
morte. “Isso só acontece por que estamos incomodando. Mas não será agora,
depois de tanto tempo, que eles me farão desistir do projeto”.
Dojival diz que
a ONG ABC
Sem Racismo, da
qual se originou
a Afropress, é
uma instituição
não-governamental criada em
São Bernardo do
Campo, na Grande São Paulo, em
maio de 2004, que adotou as Resoluções
de Durban, cidade sede da III Conferência
Mundial contra o Racismo, a Xenofobia e
a Intolerância Correlata, promovida pela
Organização das Nações Unidas (ONU)
na África do Sul, em 2001. O objetivo era
(e continua sendo) combater o racismo
e desenvolver projetos sociais voltados à
comunidade afrodescendente.
Segundo Dojival, a Afropress é mais
que uma agência de notícias da internet,
pois traz reflexão e debate a respeito da
questão racial e étnica e que procura influenciar, na medida do possível, outras
mídias, facilitando pautas, além de se
constituir em espaço de diálogo com outras etnias e grupos vítimas de discriminação.
Para conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Afropress e as notícias sobre o
enfoque da questão racial e étnica, acesse
o site através do www.afropress.com.
MAIO 2010
A pesquisadora Maria Aparecida
Bento: “a grande mídia se posicionou contra a política de cotas”
entender um pouco, para explicitar os posicionamentos da mídia e tentar reverter
essa situação”, afirma Cida Bento.
O material analisado foi agrupado em
oito grandes temas: Ação afirmativa e Cotas nas universidades; Diversidade Racial;
Estatuto da Igualdade Racial; Terras quilombolas; Lei 10639 (que institui a obrigatoriedade do ensino da história da cultura
africana e dos descendentes de africanos
no Brasil); Religiões de matriz africana
e Seppir (Secretaria de Políticas Públicas
e Promoção da Igualdade Racial). Para
Alexandre do Nascimento Souza, coordenador de pesquisas do Observatório da
Mídia, a análise do material coletado deixa clara uma postura militante dos grandes jornais com relação à política de cotas. “Em 2006, a Datafolha divulgou uma
pesquisa de opinião mostrando que 65 %
dos entrevistados eram favoráveis à política de cotas para afrodescendentes, mas
os textos opinativos publicados pelos três
jornais depois da divulgação desses dados
se mantiveram contrários às cotas.”
Alexandre do Nascimento informa que
a pesquisa sobre os jornais analisou 20 editoriais da Folha de São Paulo, O Estado de
São Paulo e O Globo publicados antes da
pesquisa Datafolha e 12 publicados depois
dela. O estudo desses textos revelou uma
mudança na escolha dos argumentos contrários às cotas, depois da publicação da
pesquisa. A idéia de que não seria correto
criar cotas por conta da baixa qualidade do
ensino público nos níveis médio e básico,
antes presente em 30% dos textos, recuou
para 8% depois da pesquisa. A idéia de que
“cotas geram polêmica ou promovem o racismo”, antes presente em 35% dos textos,
caiu para 25%. Por outro lado, a afirmação
de que “o critério para a política de cotas
deveria sócioeconômico e não racial”, presente em 10% dos textos antes da pesquisa Datafolha, subiu para 41,7% depois. E
a afirmação de que “as cotas subvertem o
critério de mérito” subiu de 5% para 8% do
total de editoriais analisados.
De acordo com o estudo, os veículos também não desmentiram argumentos que se
mostraram sem sustentação, como a afirmação de que alunos cotistas teriam baixo
rendimento e seriam discriminados pelo
fato de terem sido beneficiados por essa
política. Apenas 60 textos dos jornais (5,8
%) noticiaram estudos e pesquisas sobre a
condição social, econômica ou educacional da população afrodescendente. Várias
dessas pesquisas, que apresentaram dados
comprovando teses defendidas pelos grupos favoráveis às ações afirmativas, foram
publicadas por um veículo e ignoradas pelos
UNIDADE
UNIDADE
MAIO 2010
Foto: arquivo pessoal
Questão racial
Sindicato participa de
eventos na África
O diretor do Sindicato dos Jornalistas
de São Paulo e da Fenaj, Alcimir do Carmo, viajou para as cidades de Cabo Verde
e Moçambique, na África, para participar
de encontros com jornalistas de países de
língua portuguesa, onde foi discutida a regulamentação para a comunicação social
e o exercício profissional. Os países africanos tem trabalhado fortemente na democratização dos meios de comunicação
Ele proferiu palestra sobre a “Importância do sindicalismo no exercício da
profissão do jornalista, experiência brasileira” e “O jornalismo investigativo à boa
governança”, no auditório da Rádio Nacional de Moçambique. A Associação dos
Jornalistas de Cabo Verde e o Sindicato
Nacional dos Jornalistas de Moçambique
custearam a viagem.
Essa integração é apoiada pela recémcriada Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP), com apoio do
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e
da FENAJ. O jornalista Paulo Vieira Lima
representará os brasileiros em evento que
se realiza em Angola, no mês de junho,
promovido pela Associação dos Jornalistas Econômicos de Angola (AJECO ).
7
UNIDADE
MAIO 2010
Sindicato
aumentou ritmo
de atividades
em 2009
Folha faz
mudanças e diz
que Sindicato
“não precisa ser
consultado”
D
urante o ano de 2009, o
Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado
de São Paulo aumentou o
ritmo de suas atividades sem descuidar da
parte administrativa.
No Departamento Jurídico houve aumento no número de atendimentos, chegando a 258 no ano (média de 21,5 atendimentos mês). O número de homologações
subiu de 1.007 em 2008 para 1.085 em
2009. O importante neste número é que o
Sindicato passou a realizar homologações
no Interior e Litoral. Anteriormente elas
eram realizadas na Delegacia Regional do
Trabalho (DRT) de cada cidade.
O resultado foi o aumento do número
de ações ingressadas na Justiça, que passaram de 42 em 2008 para 67 no ano passado. É importante salientar que o Sindicato
conseguiu recuperar mais de R$ 3 milhões
em direitos trabalhistas que as empresas
deixaram de pagar a seus empregados.
Houve incremento também na comunicação com a categoria. Além do jornal
Unidade, que chegou pelo correio às
residências de cerca de 5 mil jornalistas,
foram confeccionados 30 boletins Mural
em 2009, contra 22 de 2008, o que perfaz
uma média de um a cada 12 dias.
Em 2009, o SJSP organizou o XXII
EEJAC - Encontro Estadual de Jornalis-
tas em Assessoria de Imprensa, participou
da organização da Confecom e de reuniões internacionais para fundar a Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa.
O ano de 2009 foi marcado pelas greves da
Editora Símbolo, Gazeta Mercantil e Jornal
da Cidade (Jundiaì). Além disso, houve elei-
ção para a direção da entidade e a diretora Liliam Parise foi eleita para o Conselho Fiscal
da CUT/SP. Tudo isso sem falar nos cursos,
debates e atos que aconteceram na sede da
entidade. A parte negativa para a categoria
foi a derrubada do diploma pelo STF.
Em relação às finanças, a diretoria do
Sindicato conseguiu pelo terceiro ano consecutivo estabilizar as finanças do Sindicato.
Em 2009, houve superávit de R$ 84.928,48
contra R$ 82.890,05 de 2008. O desempe-
Reuniões temáticas dão início à
preparação do XIII Congresso Estadual
8
O XIII Congresso Estadual dos Jornalistas, que acontece nos dias 18, 19 e 20
de junho, em Monguaguá, litoral paulista, terá como tema “Jornalistas: em legítima defesa da profissão!”
As reuniões preparatórias de organização do Congresso se iniciaram em
maio, onde foram formados os seguintes Grupos Temáticos: GT1 - O diploma e a regulamentação profissional;
GT2 - A sindicalização e o fortalecimento da entidade; GT3 - A precarização da profissão: jornada de trabalho,
acúmulo de função e estágio e GT4 - PJ
e frila fixo; como combater a fraude.
As reuniões são importantes por que
nelas são escolhidos os delegados ao
Congresso. Eles também são eleitos em
redações ou regionais do Sindicato.
Segundo o presidente do Sindicato, José
Augusto Camargo (Guto), o congresso
acontece em momento importante para
a categoria, pois encaminhará diversos
temas, entre os quais o novo desenho de
organização sindical. “Após a desastrada
decisão do STF, que acabou com a exigência do diploma para o exercício da profissão, vamos debater se os não diplomados
podem ou não ser sindicalizados.
O Congresso Estadual antecede o 34º
Congresso Nacional dos Jornalistas, que
será realizado em Porto Alegre, em agosto. Em Mongaguá serão escolhidos delegados estaduais representantes da categoria no Rio Grande do Sul.
O Congresso Estadual é organizado
pelo Sindicato dos Jornalistas de São
Paulo em parceria com a Fenaj e CUT
e tem apoio da prefeitura Municipal de
Monguaguá.
A íntegra do Regimento e da programação estão no site www.sjsp.org.br
nho só não foi melhor do que o registrado
em 2007, quando as receitas apuradas superaram a despesas em R$ 121.545,11 (ver tabela acima). Estes números são importantes
pois os valores são utilizados para amortizar
o conjunto da dívida, que no balanço financeiro é computado na rubrica “passivo”.
Segundo o presidente do Sindicato, José
Augusto Camargo, o desempenho de 2009
somente não foi melhor em decorrência de
alguns fatores que atingiram diretamente
os jornalistas e sua entidade representativa: o fim da exigência do diploma para
o exercício da profissão, a interrupção no
fornecimento das carteiras da Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj), diante do
impasse jurídico que se formou e a crise
econômica internacional, que apesar de ter
tido pequenos reflexos na economia brasileira, serviram de pretexto para os empresários reduzirem investimentos.
“As carteiras são fonte de receita para o
Sindicato, mas o pior foi o transtorno que
isso causou para os associados que não conseguiam renovar o documento”, diz Guto.
“Tivemos que paralisar as emissões durante
boa parte do ano por conta de problemas
jurídicos e pelas dificuldades que o STF
proporcionou para os jornalistas”.
Duas chapas
inscritas para
disputar eleições
da Fenaj
Duas chapas se inscreveram para concorrer às eleições da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que acontecem de 27 a 29 de julho.
A chapa 1, de situação, “Virar o Jogo! Em
defesa do Jornalismo e do Jornalista”, é encabeçada por Celso Schröder (RS) e tem o
presidente do Sindicato de São Paulo, José
Augusto Camargo (Guto), como membro da
Executiva, indicado para a Secretaria Geral.
Já a chapa 2, de oposição, “Luta, Fenaj”
tem Pedro Pomar (SP) como candidato a
presidente e Bia Borbosa (SP), indicada na
Executiva para o cargo de Tesoureira.
O Sindicato entrou em contato com representantes do jornal Folha de S. Paulo para
cobrar posicionamento da empresa frente às
mudanças que estão acontecendo nas redações do jornal e da Folha Online, que sofrem,
inclusive processo de fusão e de reorganização do trabalho, sem consulta ao Sindicato.
Como é tradicional na postura da Folha, a resposta foi que “trata-se de estratégia empresarial” e que o Sindicato não
“precisa ser consultado” em questões internas da empresa.
É óbvio que este procedimento traz consequências já que, ao desrespeitar o Sindicato, indiretamente a empresa desrespeita
funcionários. Mas, quando age assim, há reflexos no conteúdo editorial. Trabalhar com
profissionais desmotivados e ultrajados em
seus direitos faz o veículo perder qualidade.
Isso já ocasionou queda na venda em bancas
e de assinantes. Hoje a Folha tem no portal UOL importante meio de sustentação,
mas perde espaço para concorrentes como
o Portal IG, que investiu em novos profissionais, coisa que a Folha não faz.
“Frilas fixos” da antiga redação da Folha Online sem contratos, desrespeito integral aos direitos trabalhistas, imposição
de trabalho nas plataformas impressa e
digital, desrespeito à jornada de trabalho
de sete horas, não pagamento de horasextras excedentes. Este é o triste retrato
vivido pelos profissionais da Folha, que
são obrigados a assinar o novo contrato
de trabalho sem análise do Sindicato.
TV Globo de MT
condenada por
assédio moral
O jornalista Ranniery Queiroz vai receber 25 mil reais de indenização por assédio
moral. A decisão é do TRT de Mato Grosso. Em 2008, ele foi demitido da TV Centro
América, afiliada da Rede Globo, sob o argumento de que “estava acima do peso”.
Ranniery conta que uma colega foi afastada porque não quis cortar o cabelo. Ele
recorreu ao tribunal após ter tido seus
pedidos negados pelo juiz José Roberto
Gomes Junior, da 4ª Vara do Trabalho de
Cuiabá. Além do assédio moral, o jornalista exigiu o cumprimento de outros direitos, negados pelo juiz, mas ratificados
pelo TRT.
Campanha de
sindicalização na
Editora Abril
O
Sindicato realizou no dia
28 de abril campanha de
filiação na editora Abril
em São Paulo. Vários
profissionais da empresa decidiram se associar por entenderem a importância de
possuir uma entidade que defenda seus
interesses econômicos, sociais e políticos.
O diretor do Sindicato, Paulo Zocchi,
que liderou o processo de filiação na
editora Abril, explicou aos jornalistas da
empresa a importância de se filiar. “Nos
últimos anos, com o enfraquecimento do
sindicato, as empresas passaram a desres-
peitar muitos de nossos direitos. Praticamente aboliram a jornada de trabalho do
jornalista. Ignoram as funções de cada
um, fazendo todos se desdobrarem em
revistas, sites, blogs, em jornadas que
muitas vezes avançam pelo sábado e domingo. Não pagam mais as horas-extras.
O desrespeito a esses direitos não é uma
questão individual, mas coletiva, ou seja,
do âmbito do Sindicato dos Jornalistas.
Segundo Zochi, quando uma empresa
como a editora Abril tem apenas 40 jornalistas sindicalizados, a entidade tem pouca
força para negociar com a empresa a nos-
sa defesa. “É preciso mudar radicalmente
esta situação. Sindicalizar-se é o primeiro
passo para isso. Vamos nos reconhecer
como uma categoria que tem direitos e
não os entrega de graça”, diz.
O sindicato está aberto a novas sindicalizações da editora Abril (e de todas outras
empresas). Na Abril, entrar em contato
com o Paulo Zocchi na redação do Almanaque Abril/Guia do Estudante ou através
do e-mail para [email protected].
Já profissionais de outras empresas podem procurar o Sindicato pessoalmente ou
através do fone 3217-6299 (Secretaria)
Sindicato repudia prisão arbitrária
de cinegrafista da TV Record
O SJSP e a Fenaj repudiam a prisão
arbitrária sofrida pelo repórter cinematográfico da Rede Record, Hebert Mota,
ocorrida no dia 3 de maio, durante reportagem exibida pela emissora, que mostrava uso indevido de veículo apreendido no
pátio da delegacia por um policial.
Em uma atitude incompatível com suas
funções, o delegado José Carlos Alves Viegas, do 22º DP, de São Miguel Paulista, ao
invés de punir policial sob seu comando,
que ilegalmente se utiliza de veículos apreendidos, determinou a prisão arbitrária do
cinegrafista no exercício de suas funções.
Atitudes como essa desqualificam o
exercício da função pública dos agentes policiais e merecem o repúdio da
sociedade. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo exige retratação dos
envolvidos, além de rigor na apuração
dos fatos que não podem ocorrer no
regime democrático.
Multa de R$ 1 milhão
Resultado de ação da Regional de Bauru
e da Secretaria do Interior e Litoral do SJSP,
o Ministério Público do Trabalho (MPT),
através do procurador Luis Henrique Rafael, do Ofício de Bauru da 15ª Região, ajui-
zou Ação Civil Pública contra a TV Record
de Bauru, exigindo o cumprimento da legislação trabalhista, sobretudo a regularização
da jornada de trabalho dos jornalistas.
O Ministério Público quer que a Justiça exija que a emissora elimine irregularidades como a prorrogação da jornada
de trabalho, além das duas horas extras
contratuais, assim como conceda descanso semanal de 24 horas consecutivas aos
funcionários, entre outros deveres.
O Ministério Público determinou multa no
valor de R$ 1 milhão, a título de dano moral,
caso não sejam sanadas as irregularidades.
Ex-presidente do
Sindicato lança livro
sobre Comunicação
O ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, Fred
Ghedini, o jornalista Antonio Graça e o
ilustrador JAL lançaram no dia 7 de maio,
em São Paulo, o livro Comunicação – Do
jornal à Internet, voltado para o público
jovem, que trata sobre o desenvolvimento
das Comunicações no Brasil e o seu futuro.
“A Internet ocupou de tal forma os espaços em nossa sociedade que está causando verdadeira revolução no dia-a-dia
de todos. O livro é um convite para jovens
para embarcarem nessa viagem e um estímulo a que as escolas coloquem tais temas
em debate com seus alunos”, diz Fred.
O título toca ainda em feridas ainda
abertas, como a cobertura do Caso da Es-
cola Base em São Paulo e a manipulação
de informações na cobertura de mobilizações populares, como as Diretas Já. Mas
também faz uma breve recuperação histórica de cada meio de comunicação e mostra
como operam, tanto na área da informação
quanto do entretenimento. Ele analisa a
queda na audiência e custos envolvidos na
montagem das telenovelas, por exemplo.
Fred trabalhou como repórter em agências e em vários jornais diários. É atualmente diretor da Associação Brasileira de
Direito Autoral dos Jornalistas. Já Antonio Graça trabalhou na grande imprensa
e o cartunista JAL, ou José Alberto Lovetro, além de vasto currículo em TVs e
publicações, é ganhador do prêmio Vladimir Herzog, no ano de 1984.
MAIO 2010
Ação sindical
UNIDADE
Balanço
9
UNIDADE
10
O JORNAL Valeparaibano, com 58
anos de vida, deixou de circular no início de abril, dando lugar ao sucedâneo O
Vale. Produzido pela mesma equipe do
antecessor, no mesmo endereço, impresso
na mesma gráfica, o novo jornal também
começou a circular exatamente nos mesmos locais, com a mesma estrutura de distribuição, em 39 cidades do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte.
Nasce com tiragem de 25 mil exemplares
nos dias úteis. O título Valeparaibano foi
preservado, mas virou uma revista mensal.
A família Salerno, que controla a empresa, decidiu acabar com o jornal deficitário,
usar o título para fazer uma revista superavitária e lançar um diário antenado com
os novos tempos, tanto do ponto de vista
de conteúdo quanto de interação com diversas plataformas. A nova empresa criada absorveu os cerca de 300 funcionários.
O projeto do novo jornal foi desenvolvido
em parceria com o escritório Cases i Associates, de Barcelona.
ÂNGELA BITTENCOURT despediu-se da Assessoria de Comunicação do
Banco Central em São Paulo e regressou
para o Valor Econômico. Deixou o jornal
o editor-assistente de Finanças Eduardo
Belo para trabalhar na Belaletra Editora,
especializada em publicações corporativas e institucionais. No lugar dele entrou
Lucinda Pinto. O repórter Fernando Travaglini foi transferido para Brasília, para
cobrir o Banco Central. Sua vaga foi ocupada por Aline Lima, vinda de Finanças
do Brasil Econômico.
EM FINANÇAS do Brasil Econômico também saiu Gustavo Kahil, e para o
lugar dele chegou Ana Luisa Westphalen,
que era da Agência Estado.
ROBERTO IIZUKA é o novo editorchefe dos jornais Metrô News e Folha
Metropolitana, no lugar de Luís Alberto
Caju, que saiu.
MARCOS MOJICA é o novo editor
do Guarulhos Hoje, que completou dois
anos em março. Ele entrou no lugar de
Marcelo Jatobá. Ainda por lá, registro
para as efetivações de Daisy de Assis (Cidades) e Viviane Pratis (Policial) como
repórteres, nas vagas de André Rosa e
Nathalia Braga, contratados pelo Diário
de S.Paulo.
SUZANA SINGER já é a nova ombudsman da Folha de S.Paulo. Começou
na nova função no final de abril. Ainda
por lá, Marco Aurélio Canônico, editor do
Folhateen, assumiu a Fotografia, no lugar
de Carla Romero, que saiu. O novo editor
do Folhateen é Tarso Araújo.
SIMONE IWASSO assumiu a Chefia
de Reportagem do caderno Vida&, do Estadão, na vaga deixada por Renata Cafardo, que foi para o Fantástico. Deixaram
a Economia do jornal Renata Gama, que
foi para o Diário de S.Paulo como sub da
mesma editoria, e Manoel Caseiro, Lume,
que lá esteve por duas vezes, num total de
14 anos. Malu Delgado, vinda da Folha de
S.Paulo, começou em Política, na cobertura das eleições.
NO JORNAL da Tarde, Bruna Fioreti, que estava como sub de Variedades, foi
para a reportagem da revista de celebridades e entretenimento Hola! Brasil.
CARLOS ALENCAR está de volta ao
Diário de S.Paulo como editor-executivo,
cargo que ocupava quando saiu em 2005
em direção ao Lance.
R evista
DELMO MOREIRA começou como
editor-executivo da IstoÉ, no lugar de
Jorge Félix, que saiu para se dedicar a projetos literários próprios e também para
ser editor-associado da Editora Leya.
Também começaram por lá, em Comportamento, as repórteres Débora Rubin e
Patrícia Diguê.
NA ISTOÉ DINHEIRO, o editor
de Estilo Carlos Sambrana assumiu Negócios no lugar de Amauri Segalla, que
passou a editor especial. Com Sambrana
chegaram as repórteres Eliane Sobral,
Érica Polo e Crislaine Coscarelli. O lugar
dele, em Estilo, foi assumido por Vanessa
Barone, vinda do Valor Econômico. Nicholas Vital deixou a revista e foi para a
Exame, na vaga de André Faust, que foi
cobrir Tecnologia.
ANDREA DANTAS, que estava há
três anos no Grupo ABC, saiu para cuidar
do lançamento da versão em português da
revista Hola (Editora Sequini), uma das
mais tradicionais no segmento de celebridades. A equipe conta ainda com Jackson
Fuellen, ex-Gazeta Mercantil, e Claudemir
Sequini, publisher da nova publicação.
OS EDITORES Gilberto Nascimento
e Ricardo Prado deixaram a CartaCapital.
No lugar de Prado, que respondia por
Carta Escola, ficou a sub Livia Perozim.
CHEGOU às bancas a primeira edição
de Motor Quatro (Editora Cadiz), publicação quinzenal de carros, automobilismo e motos. A Redação é composta por
Sergio Quintanilha (editor), Gabriel Marazzi (editor-chefe) e Patrícia Lia Ferreira
(editora de Arte).
TAMBÉM foram lançadas as revistas
Coisas de Agora (mensal, 10 mil exemplares e distribuição gratuita), focada em
Sustentabilidade e Responsabilidade Social, tendo como editor Ricardo Hernandes; e a Meio por Inteiro (trimestral, 5 mil
exemplares e também distribuição gratuita), que apresenta as principais tendências
relacionadas ao meio ambiente e o mundo
corporativo, com textos de Enéias Oliveira e Henrique Franco e revisão de Julia de
Almeida e Erika Santiago.
EDUARDO NUNOMURA está
de volta ao mercado, após curta passagem pela redação de Pequenas Empresas
Grandes Negócios.
MÁRCIO SIMÕES, diretor de Redação, despediu-se da Plano Editorial, onde
estava havia dez anos.
TAMBÉM diretor de Redação e com
dois anos de casa, Romualdo Venâncio
deixou a Terraviva.
T elevisão
ORLANDO LOUREIRO, chefe de
Redação da Record News em São Paulo,
assumiu o Jornalismo do Rio da emissora,
no lugar de Thiago Contreira, que fez o
caminho inverso, passando a coordenar,
de São Paulo, as afiliadas Record. Thiago
substituiu a Virgílio Abranches, que deixou as praças para assumir os jornais da
manhã da emissora, onde estava Ailton
Nasser, que assumiu a Record News no
lugar de Loureiro.
RAUL VARASSIN, com uma importante história de militância em nosso
Sindicato, deixou o SBT, onde havia dez
anos era chefe de Reportagem. No seu lugar entrou Nikolas Capp, ex-EPTV Campinas. Também começaram por lá André
Boselli e Carina Flosi, na Pauta; Alexandre Paschoal, no Boletim de Ocorrências
(substituiu Guilherme Zwetch, que foi
trabalhar em Angola); e Nely Naomy, na
Coordenação de Rede.
SÍLVIA CORRÊA começou como
chefe de Redação da TV Gazeta, no lugar
de José Paulo Kupfer, que ali permaneceu
como comentarista de Economia do Jornal da Gazeta. Ainda por lá, o editor-executivo Sérgio Galvão trocou de posição
com o editor-chefe do telejornal Hélio
Jacintho. Outro editor-executivo, Sílvio
Barbosa, assumiu também a coordenação
do Núcleo de Novos Talentos, programa
de estágio destinado aos alunos da Faculdade Cásper Líbero.
GISELE HISHIDA, vinda de Curitiba, e Marcelo Favalli, repatriado do Japão,
começaram na Bandnews TV, ela como
apresentadora e ele como editor de internacional. Ainda por lá, os editores Fabio
Piperno e Vitor Coelho assumiram o Núcleo de Entrevistas. No canal Terraviva,
também do Grupo Band, a novidade é a
chegada do âncora Sidney Maschio.
A ssessorias
PEDRO DEL PICCHIA assumiu a
Secretaria de Comunicação do STF, a convite do novo presidente da instituição, Cezar Peluso. Integram a equipe Ruy Fernando Barboza, na Imprensa; Celso Eduardo
Pupo, na tevê; e Joyce Russi, no rádio.
FABIANE LOMBARDI assumiu a
Gerência de Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi.
CARINA RABELO deixou IstoÉ e
começou como assessora de imprensa da
Escola Superior do Ministério Público do
Estado de São Paulo, no lugar de Rosangela Sanches, que foi para a assessoria do
Tribunal de Justiça do Estado.
RAUL KURY vai completar em agosto
20 anos como assessor de comunicação e
editor-chefe da revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Os contatos
dele são [email protected].
br e 11-3044-0000.
SORAYA AGGEGE foi trabalhar na
Link Propaganda, contratada para cuidar
da comunicação das campanhas dos governadores de Pará, Ana Júlia Carepa, e Pernambuco, Eduardo Campos. Soraya estava
havia dez anos na sucursal de O Globo.
MARCELO PARADA integrou-se à
equipe de comunicação da campanha de
Dilma Rousseff, que, em São Paulo, é coor-
O vaivém do mercado
Por Eduardo Ribeiro
denada pelo deputado estadual Rui Falcão.
ZEZA LOUREIRO deixou o Núcleo
de Comunicação da Fundação Vanzolini,
onde esteve por cerca de dois anos, e está
de volta ao mercado.
ROSÂNGELA BEZERRA deixou a
Ricardo Viveiros, onde esteve por um ano.
VALÉRIA MARTINS criou a Shahid,
empresa que atua na produção de eventos
relacionados a livros e inserção de escritores em bienais e feiras.
PATRÍCIA FIORAVANTI deixou a
Companhia de Seguros Aliança do Brasil, seguradora do Banco do Brasil, depois de quase oito anos como assessora
de comunicação.
I
nterior & litoral
ULISSES ROCHA está de volta à
Record, como âncora do Balanço Geral, em Ribeirão Preto. Ele havia deixado a emissora quatro anos e meio atrás,
dedicando-se desde então à sua própria
produtora de vídeo.
O GRATUITO METRO começou
a circular em Campinas, com equipe
comandada por Zezé de Lima (editoraexecutiva) e Rose Guglielminetti (sub),
vindas do Correio Popular. Na Arte, Sandro Mantovani, que trabalhou na Gazeta
Mercantil e depois teve uma passagem rápida pela Aver Editora.
O JORNAL Tribuna Ribeirão criou
duas páginas diárias de cobertura sobre
temas daquela região. Lauro Sampaio,
que veio de Rádio Difusora AM e O Jornal (ambos de Batatais), cuida do novo
espaço. Talita Macário, Luciene Garcia,
ex-Comércio de Franca e Folha da Manhã
(de Passos/MG), e André Luis de Jesus,
ex-Verdade e Programa do Léo, foram
contratados para reforçar a cobertura de
Política e Geral.
CÉLIA RIBEIRO, da Associação Feminina de Marília, é a titular da página
Marília Sustentável, que o Correio Mariliense começou a publicar nas edições
dominicais.
LUIZ HENRIQUE PORTO assumiu a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Sertãozinho.
COMEÇOU a circular em Ribeirão
Preto a revista O Prazer da Gula, que tem
como editora-chefe Renata Canales e como
repórteres Talissa Berchieri e Waléria Santos. Tem tiragem de 3 mil exemplares.
CARLOTA CAFIERO começou
como assessora de comunicação do Lume
(Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp).
I
nternet & Agência
GILBERTO NASCIMENTO acertou com o portal Terra, passando a integrar a equipe que atuará na cobertura das
eleições.
RAFAEL SPULDAR começou no
UOL, contratado para coordenar o site
Eleições 2010 (www.uol.com.br/eleicoes), cuja primeira fase já estreou. Uma das
atrações é a participação de Fernando Rodrigues, diretamente de Brasília.
FERNANDA CALGARO despediuse do G1 e mudou-se para Londres, em
temporada de estudos. Foi substituída por
Fernanda Nogueira, vinda do Correio Popular, de Campinas. Chegou ao G1 Gustavo Miller (ex-Estadão) como repórter de
Pop & Arte.
LUÍS ARTUR NOGUEIRA, de saída
da Rádio Bandeirantes, e Gustavo Kahil,
vindo do Brasil Econômico, começaram
como editores do portal Exame.com, Luís
Artur responsável por Macroeconomia e
Gustavo por Mercados.
LUCIANE CRIPPA começou como
editora-assistente na Agência Leia.
T elegráficas
PAULO MARKUN despede-se da Presidência da Fundação Padre Anchieta no
próximo dia 12 de junho, quando se encerra
o seu mandato. Candidato à reeleição desde
que houvesse consenso, saiu da disputa com
a candidatura do atual secretário de Cultura
do Estado de São Paulo João Sayad. Deixa
o cargo e a organização desconfortável pela
forma com que a mudança de rumo foi conduzida. “Não merecia ser tratado dessa maneira”, disse num encontro em que estavam
presentes 400 funcionários.
A FOLHA DE S.PAULO unificou as
redações do jornal impresso e da plataforma online, ambas agora reportando-se diretamente ao editor-executivo Sérgio Dávila. Os editores da Folha Online passaram
a ser editores-adjuntos das editorias tradicionais do jornal. A nova estrutura passa a
contar com um secretário-assistente digital, cargo que Camila Marques assumiu.
CIRO DIAS REIS foi reeleito presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação – Abracom, para o
biênio 2010-2012. Rosana Monteiro seguirá à frente do Sindicato Nacional das
Empresas de Comunicação Social – Sinco
pelo mesmo período. As duas instituições
hoje atuam em parceria.
JÚLIO OTTOBONI será o curador
da Semana Cassiano Ricardo, que será
realizada em São José dos Campos. Estudioso da saga do poeta há mais de 20
anos, Júlio escreveu sobre ele o livro A
flauta que me roubaram. Ele também fará
a curadoria do Festival da Mantiqueira –
Diálogos com a Literatura, que ocorrerá
de 28 a 30/5 em São José, quando será
lançada a edição comercial de Velho Jota,
de Wanda Nestlehner.
ROBERTO MÜLLER FILHO foi
eleito membro do Conselho Curador da
Fundação Padre Anchieta, em abril. Na
mesma eleição, Eugênio Bucci e Matinas
Suzuki Jr. deixaram a função.
O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA deixou, em abril, a grade de programação das rádios Cultura AM e FM. Seu
retorno, ainda que em outro horário, não
está assegurado. O programa, apresentado
por Luciano Martins Costa, com comentários de Alberto Dines, era transmitido
diariamente, de 2ª a 6ª.feira, às 9 horas.
ESTÃO ABERTAS até 28/5 as inscrições para a terceira edição da Bolsa Washington Post-Woodrow Wilson Center
destinada a profissionais de mídia escrita
e online da América Latina e Caribe, que
concorrerão com propostas de trabalho
sobre tema de importância para seu país e
as relações hemisféricas. Cinco jornalistas
da região terão a oportunidade de desenvolver, de 13/9 a 1º/10, novas fontes de
informação, ter contato direto com instituições públicas e privadas e vivenciar o
jornalismo na capital americana. Informações no www.wilsoncenter.org/lap ou
com Nikki Nichols, coordenadora da bolsa ([email protected]).
TAMBÉM estão abertas, até junho, as
inscrições para a seleção do Programa Balboa para Jovens Jornalistas Ibero-americanos (www.programabalboa.com), oferecido pela Fundação Diálogos, da Espanha.
A duração do programa é de 26 semanas,
entre fevereiro e julho de cada ano.
L ivros
O PROFESSOR José Marques de
Melo lançou Os caminhos cruzados da
comunicação – Política, economia e cultura (Paulus), em que analisa como vários
aspectos – religiosidade e pluralismo partidário, por exemplo – podem interferir
na comunicação como um todo.
(BOLIVROS), obra póstuma de Marco
Uchôa, que morreu em 2005, aos 36 anos,
depois de uma luta inglória contra um
câncer ósseo. Então repórter do Fantástico, ele começou um diário quando soube
da doença e foi escrevendo até perto da
morte. Quem organizou o livro foi sua viúva, Anna Costa, também jornalista.
MÁRIO MARINHO prepara para o
final de maio Heróis do Brasil, livro em
que conta a história dos 405 atletas que já
vestiram a camisa da Seleção Brasileira de
futebol nas Copas do Mundo, com casos
e fichas técnicas de cada jogador.
ATALIBA CASTILHO, professor da
USP e ex-professor de Unicamp e Unesp,
pesquisador do CNPq, consultor do Museu da Língua Portuguesa e líder de equipes que vêm mapeando a fala brasileira,
lança A Nova Gramática do Português
Brasileiro (Editora Contexto), que assume ser a gramática do português falado
por quase 200 milhões de indivíduos no
Brasil. Fruto de cinquenta anos de pesquisas, a obra dá status científico a essa fala,
focalizando o que se esconde por trás das
classificações e identificando os processos
criativos do português brasileiro que conduziram aos produtos listados.
LELÉ ARANTES e Milton Rodrigues
lançaram São José do Rio Preto ano a ano:
da pré-história à história contemporânea.
A obra trata de fatos históricos e políticos
da cidade. Informações no 17-3222-5666.
RICARDO CARVALHO lançou o
livro “O cardeal e o repórter”, pela Global Editora, onde narra os bastidores da
cobertura jornalística realizada de 1977 a
1984, em plena ditadura militar e seu convívio quase diário de repórter com o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, personagem
maior da resistência ao regime ditatorial.
MAIO 2010
MAIO 2010
J ornal
Folha, Estadão, IstoÉ são algumas das redações destacadas neste Moagem, que
também mostra o lançamento do jornal O Vale, sucessor do Valeparaibano (agora
transformado em revista), e novidades no segmento de revistas, que aguarda
a chegada de Hola, no campo das celebridades, e comemora as chegadas de
Motor Quatro e Coisas de Agora. A edição registra ainda os novos destinos
profissionais de Pedro Del Picchia, Gilberto Nascimento, Delmo Moreira, Ângela
Bittencourt, Andrea Dantas e Ulisses Rocha, entre outros. Boa leitura.
UNIDADE
O
vaivém
do mercado
Por Eduardo Ribeiro
R egistro
FALECEU no dia 31/3, aos 64 anos, vítima
de metástase de um câncer de próstata, contra
o qual lutava havia cinco anos, Engel Paschoal, profissional que transitou pelo jornalismo e
pela publicidade ao longo da carreira. Era o titular da coluna Responsabilidade Social e Ética, publicada em dezenas de veículos de todo
o País e também autor de obras como A trajetória de Octavio Frias de Oliveira e Jornalistas
Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de
Economia, ambos editados pela Mega Brasil,
do qual era parceiro e colaborador. Era casado
com Lucila Cano e deixou duas filhas.
TAMBÉM nos deixou, aos 67 anos, no
dia 25/4, de falência múltipla dos órgãos, Orlando Lopes Fassoni, que trabalhou 23 anos
na Folha de S.Paulo, onde começou como
correspondente em Marília, sua cidade natal,
e depois foi repórter de Polícia e crítico de
cinema, atividade em que se destacou. Esteve
ainda 11 anos na Jovem Pan e mantinha o
blog http:\\cinefassoni.blogspot.com. Deixou viúva, quatro filhos e cinco netos.
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Imagem
UNIDADE
MAIO 2010
A pluralidade
nas imagens
de Valdemi Silva
C
omo todo repórter
fotográfico Valdemi
Silva,tem uma experiência plural. Trabalhou
para agências de imagens e notícias como
a Sipa Press, sediada em Paris, na França
e para a Agência Estado. Mas também realizou fotos de estúdio para publicidade e
editoras.
Começou na profissão em 1982 como
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assistente de estúdio na agência Spagat e
atualmente faz trabalhos para a Associação
Brasileira de Supermercados (ABRAS),
que edita a revista Super Hiper. Faz registros e trabalhos fotográficos para campanhas políticas e institucionais.
Valdemi Silva armazenou farto repertório
de imagens captadas no carnaval paulista,
registrado pelas suas lentes durante 15 anos
(de 1990 a 2005). Esta experiência lhe valeu
importante pesquisa iconográfica, arquivo
das Imagens do Samba, com 60 mil imagens, que mostram a maior festa popular
brasileira sob todos os ângulos, poses e
situações, além de exposições sobre o tema.
Nos últimos anos tem se dedicado também em fotografar aspectos culturais em
diversos estados brasileiros, como parte
do projeto Descobrindo o Brasil, fotografias que estão disponíveis tanto em seu
acervo pessoal, como no banco de imagens da Agência Estado.