Projecto Karate Kids
Transcrição
Projecto Karate Kids
KARATÉ KIDS O Karaté O Karaté (em japonês 空手, karate, ou 空手道, karate-do) é o "caminho da mão vazia", uma arte marcial japonesa com o objetivo de encontrar o conhecimento interior e a plena realização humana, vencendo medos interiores e aperfeiçoando o carácter, seguindo regras milenares e conhecimentos antigos. Todas as artes marciais tradicionais possuem o sufixo “do”, ao contrário dos simples desportos de combate (boxe, muay thai, kick boxing, …), que não têm quaisquer objetivos espirituais, mas apenas a vitória física do adversário pela técnica. Ao contrário do que se possa pensar, o Karaté não promove a violência. No karateca, corpo e mente são educados precisamente na direção oposta – o Karaté é, por princípio, uma arte defensiva. A famosa expressão do Mestre Funakoshi "Karaté Ni Sente Nashi", “Conter, controlar o espírito de agressão”, explica este objetivo, que se caracteriza por condutas de respeito e de etiqueta. O Mestre Choju Miyagui transmite o mesmo propósito de “anti-violência”: “Não agredir os demais; não ser agredido pelos demais; o princípio é a paz sem incidentes.” O verdadeiro valor do Karaté não está em sobrepujar os outros pela força física: sem agressão na sua extensão, mas sim nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança. "Se o adversário é inferior a ti, então porquê lutar? Se o adversário é superior a ti, então porquê lutar? Se o adversário é igual a ti, compreenderá o que tu compreendes, e então não haverá luta. Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui." Para além do claro benefício na manutenção da saúde e fortalecimento físico, o Karaté contribui positivamente para a mente, para o espírito, para a formação pessoal e para o aperfeiçoamento do carácter. Como? A arte marcial exige dos seus praticantes muita disciplina, e por isso é indicada para os mais irreverentes. É indicada para os tímidos, devido ao seu poder de integração. É indicada para quem tem falta de concentração, dada a sua necessidade de agilidade. É indicada para pessoas agressivas, devido à canalização de energia física e mental. O Karaté incentiva a vencer os próprios limites – não só os físicos, mas também os do medo, da desconfiança, da indecisão e até mesmo da preguiça. Mas os benefícios não ficam pelo dojo: na vida lá fora, o karateca já se conhece a si próprio e às suas reações em situações-limite, e passa a perceber que a serenidade é condição essencial para que lide proficuamente com os seus problemas e adversidades. O karateca adquire coragem e atitude de confiança para enfrentar e superar obstáculos. O karateca percebe que o empenho e a dedicação não se restringem a atitudes indispensáveis para o sucesso no treino, mas que são valores máximos na caminhada para o atingir das suas metas na vida. O karateca aprende a exigir o máximo de si, do seu corpo e da sua mente, a ter paciência e perseverança. Ganha ainda estabilidade emocional: qualquer descontrole de emoções numa situação de luta tem imediata repercussão no rendimento e na performance. O egoísmo e o individualismo dão lugar ao espírito de grupo, ao respeito pelo outro – e o respeito é, sem dúvida, a conduta básica. Respeito por si, respeito pelos outros, respeito pelo meio ambiente – respeito pela Vida. Todos estes princípios deixam de ser objetivos como um “fim” e passam a ser um hábito, uma constante – um modo de vida. O Projeto É neste panorama de crescimento e acompanhamento individual que este projeto se insere. A prática de artes marciais como modalidade de controlo e regulação de comportamentos inapropriados é hoje uma técnica "terapêutica" muito utilizada, (especialmente noutros países, como nos EUA). Em casos onde o agregado familiar é completamente disfuncional ou em casos onde ocorra privação desse meio, a prática corretamente orientada deste género de atividade permite recuperar alguns dos pressupostos que deviam ser promovidos pela família: respeito, educação, disciplina, atenção, cuidado, higiene. Estes desportos passam a ser um dos panos de fundo no desenvolvimento da criança ou jovem e deixam de ser um fim em si mesmos, para passar a ser veículos de transmissão de conceitos. É, então, neste sentido que este projeto quer caminhar. De princípios, esforços, sentimentos, ideias e meios de ação conjugados, caminhamos na esperança de ser esta uma das respostas possíveis para a reconstrução de sentimentos de autoestima, sentido de responsabilidade, integração social, confiança no outro e na vida, realização individual e coletiva, vontade e entusiasmo pelo viver desses jovens e crianças. A meta não é ser forte, mas justo; o alvo não é vencer o adversário, mas sim conquistar-se a si mesmo. VO.U. – Associação de Voluntariado Universitário R. Jorge Viterbo Ferreira, nº 228 4050-313 Porto www.vou.pt [email protected]