auditando remunerações - Instituto dos Auditores Internos do Brasil
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AUDITANDO REMUNERAÇÕES E BENEFÍCIOS DE EXECUTIVOS IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Índice Introdução ...................................................................................................................3 Sumário Executivo......................................................................................................3 Definição e Estrutura ..................................................................................................3 Riscos..........................................................................................................................4 Risco do Mercado de Trabalho........................................................................4 Risco de Conformidade ...................................................................................4 Risco de Reporte Financeiro............................................................................5 Risco de Reputação .........................................................................................5 Risco de Operação ...........................................................................................5 Relações Externas de Negócios .......................................................................6 Abordagem de Auditoria ............................................................................................6 Remuneração e Benefícios do Conselho de Auditoria ....................................7 Relações Externas do Negócio de Auditoria ...................................................7 Considerações de Auditoria ........................................................................................8 Acesso à Informação .......................................................................................8 Privilégio .........................................................................................................8 Habilidades e Conhecimento ...........................................................................8 Desenvolvimento do Programa de Auditoria..............................................................9 Conselho de Administração e Comitês............................................................9 Gerência.........................................................................................................11 Relações Externas de Negócios .....................................................................14 Anexo A - Tipos de Remuneração e Benefícios Executivos ....................................16 iiabrasil.org.br IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Introdução Sumário Executivo Programas de remuneração e benefícios executivos (executive compensation and benefits - ECB) têm riscos que exigem a governança do conselho (direção e supervisão) e processos de gerenciamento (desenvolvimento, monitoramento e administração). Os auditores internos têm um papel importante em fornecer avaliações de que controles apropriados e eficazes estão implementados nos programas de ECB. São necessários sistemas fortes de governança para programas de ECB, já que a gerência frequentemente se encontra tanto na posição de desenvolver quanto de recomendar sua própria remuneração. Há diversos riscos específicos que os auditores internos deveriam considerar, incluindo riscos do mercado de trabalho, de conformidade, reporte financeiro, reputação, operação e os riscos das relações externas de negócio¹. A auditoria da estrutura e da operação de programas ECB é um papel legítimo e apropriado para a auditoria interna. Se uma avaliação de riscos indica a necessidade de uma revisão, o diretor executivo de auditoria (DEA) deve acrescentar o ECB ao plano de auditoria, que será revisado e aprovado pelo conselho. A auditoria interna escolherá a abordagem de auditoria e desenvolverá os procedimentos de auditoria com base em riscos. Por conta da natureza delicada dessa área, a auditoria interna deve ter uma abordagem apropriada de auditoria e acesso às informações necessárias. Embora possam existir obstáculos que atrapalhem a obtenção dessas informações, a auditoria interna precisa proceder de acordo com seu estatuto. Este guia prático não tem o objetivo de tratar de todas as considerações necessárias para conduzir uma auditoria de ECB. Ele oferece discussões relacionadas a tal auditoria e inclui diversas considerações que podem ser relevantes para as atividades de negócio ou perfil de riscos de uma organização. As Normas Internacionais para Prática Profissional de Auditoria Interna (Normas), da Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (IPPF), incluem normas de atributos e desempenho relacionadas às atividades de auditoria interna, incluindo auditorias de programas de ECB. Este guia prático presume a conformidade com as normas em todos os trabalhos de auditoria e discute como a execução de tal trabalho de auditoria pode ser conduzida. O escopo de auditoria incluiria um foco no conselho, na gerência e nas relações externas de negócio. Há um certo número de aspectos únicos nas auditorias de cada uma dessas áreas de foco que deveriam ser considerados antes de conduzir o trabalho de auditoria. Definição e Estrutura Remuneração e benefícios são o conjunto de diversos pagamentos, reembolsos e usos pessoais de ativos que sejam um benefício ao funcionário e um custo para a organização. O custo pode ser direto para os benefícios, ou custos incrementais, como de administração. Os componentes de ECB variam entre as organizações; diferenças significativas podem existir entre tipos de organizações (capital aberto ou privada, governamental, sem fins lucrativos, etc), porte e localização. Os componentes de ECB incluem salário, bônus, regalias (chamadas também de “benefícios indiretos”), participação nos lucros e alguns reembolsos de despesas de trabalho. Para mais informações e exemplos, veja o Anexo A. ¹ Relações externas de negócio incluem fornecedores, clientes e parceiros. Para mais orientações, verifique o Guia Prático Relações Externas do Negócio de Auditoria. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 3 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Os conselhos² revisam e aprovam as estratégias de remuneração para atrair e reter a liderança apropriada para a organização, ao mesmo tempo administrando as expectativas das partes interessadas em relação a gestão de custos e o alinhamento da remuneração com o desempenho da organização. A gerência frequentemente se encontra na posição de desenvolver e recomendar seus próprios programas de remuneração, assim como programas de remuneração do conselho. Sistemas fortes de governança do conselho são necessários para gerenciar o conflito inerente de interesses e o potencial de conluio. Muitas organizações terceirizam os serviços de remuneração e benefícios, como pensões, benefícios médicos e seguros, serviços de planejamento financeiro e de impostos, recrutamento e recolocação. Algumas podem terceirizar funções de processamento, como pagamentos e contabilidade. A terceirização dá complexidade e risco adicionais ao monitoramento dos controles e cria o desafio de tentar entender o espectro inteiro dos controles em prática. Risco do Mercado de Trabalho Se o ECB não for competitivo no mercado de trabalho, a organização pode não conseguir atrair ou reter indivíduos com as qualificações necessárias e desejadas para cargos de suma importância. A organização poderia não atingir suas metas e objetivos por conta de uma liderança fraca. Risco de Conformidade A organização pode não atingir a conformidade com as leis e regulamentos, se: Não conhecer ou entender as leis e regulamentos aplicáveis. Não conseguir desenvolver controles. Os processos de obtenção e reporte de dados regulatórios obrigatórios do ECB não forem confiáveis (precisos, completos, oportunos, etc). A gerência intencionalmente ou inadvertidamente desenvolver processos que não apliquem os regulamentos apropriadamente, como benefícios de trabalho, regras de imposto de renda ou normas contábeis. Riscos ECBs expõem as organizações a diversos riscos. O conselho e a administração têm a principal responsabilidade de avaliar e gerenciar esses riscos. O DEA deve entender e avaliar esses riscos, para determinar a necessidade de uma auditoria e de planejamento, escopo e recursos. Alguns dos riscos identificados aqui podem cair em mais de uma categoria de riscos e muitos são, também, riscos de ética/fraude³. A organização pode não atingir a conformidade com suas políticas e procedimentos, se: Os executivos tomarem decisões ilegais ou antiéticas, para gerar mais benefícios pessoais do que os aprovados. O conselho não agir com responsabilidade no cumprimento com seu papel de governança. ² Um conselho é um órgão de governança, como um conselho de administração, conselho de supervisão, chefe de uma agência ou órgão legislativo, conselho de governantes ou curadores de uma organização sem fins lucrativos ou qualquer outro órgão designado da organização. Neste guia, conselho também pode se referir aos comitês do conselho. ³ Para mais informações, consulte a publicação do IIA Gerenciando o Risco de Negócios da Fraude, um Guia Prático. O documento também discute procedimentos de governança e auditoria relevantes para esse tópico. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 4 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos A organização pode não atingir a conformidade com suas obrigações contratuais ou outras obrigações legais, se: Não gerar recursos suficientes para pagar por indenizações acordadas ou benefícios posteriores à aposentadoria ou se tais recursos não forem salvaguardados propriamente. Não forem desenvolvidos projetos para gerenciar os requisitos de faturamento de clientes ou de joint venture. Por exemplo, alguns contratos podem estipular quais tipos ou porcentagens de remuneração e benefícios são cobráveis e tais termos e condições podem variar entre clientes e parceiros. Risco de Reporte Financeiro A organização pode: Classificar erroneamente ou ocultar ECBs generosos demais, ilegais ou antiéticos, o que poderia também levar à inabilidade de divulgação (risco de conformidade). Classificar ou reportar erroneamente dados financeiros ou operacionais, para criar a ilusão de que as metas foram atingidas (para a qualificação para pagamentos de bônus ou melhorar/reter o valor de mercado da participação de lucros, por exemplo). Reportar valores incorretos ou estimativas e acúmulos inapropriados, por conta de controles escassos de contabilidade e divulgação. Risco de Operação A organização pode: Apresentar uma grande oportunidade de erro ou fraude por meio do desenvolvimento de programas de ECB complexos. Programas de ECB podem ter altos riscos inerentes quando envolvem muitos sistemas e departamentos, administradores internos e de terceiros e/ou quando são altamente regulados. Uma estrutura legal complexa na organização é frequentemente associada a uma estrutura mais complexa de ECB que aumenta o risco inerente de erros. Incapacidade de desenvolver processos de governança e controles internos apropriados, resultando em feedback e supervisão inadequados para melhorar o processo, controles inadequados sobre os conflitos de interesses inerentes à remuneração do conselho e de executivos ou pressões levando à sobreposição dos controles da gestão. Inabilidade de atingir suas metas e objetivos se o ECB for mal desenvolvido e incapacidade de motivar os executivos. Risco de Reputação A organização pode: Criar problemas internos morais se os executivos forem elegíveis para ECBs iníquos ou insensatos. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: Não conseguir desenvolver, comunicar e defender com eficácia as estratégias de ECB, expondo a organização a desafios por parte dos acionistas, funcionários, mídia, governo e outras partes interessadas. As partes interessadas valorizam transparência e as organizações que aceitam prestar contas acerca de suas decisões. A reputação de uma organização pode ser impactada negativamente se as partes interessadas perceberem que os programas de ECB estão recompensando falhas ou comportamentos socialmente inaceitáveis, especialmente quando a organização é financiada pelo governo ou não tem fins lucrativos. A empresa deve rever suas estratégias e comunicações periodicamente para considerar fatores sociais e econômicos. iiabrasil.org.br / 5 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Impossibilidade de otimizar custos (e atender as expectativas dos acionistas), se o ECB não estiver relacionado ao desempenho organizacional, tanto a curto quanto longo prazo. No entanto, relacionar porções excessivas de remuneração ao desempenho pode encorajar fraude ou outro comportamento ilegal ou antiético. Uma porção excessiva de remuneração ligada a metas de desempenho de curto prazo aumenta esse risco. Não conseguir otimizar custos se o impacto financeiro completo não for considerado durante o desenvolvimento das estratégias de ECB. Por exemplo, alguns benefícios podem ser atraentes para os executivos mas podem não ser despesas dedutíveis do cálculo do imposto de renda ou podem não ser recuperáveis como parte das “taxas de despesas gerais” dos clientes. Aumentos no ECB, em resposta ao mercado de trabalho acirrado, podem também não ser removidos depois que as condições do mercado melhorarem. Encorajar um comportamento inconsistente com os interesses de partes interessadas relevantes (ex., práticas de bônus podem recompensar excessivamente o ato de correr riscos ou, por outro lado, criar uma cultura sem inovação). Relações Externas de Negócios A organização pode não conseguir: Fornecer adequadamente os requisitos de controle nos contratos com prestadores de serviços terceirizados, como aqueles que processam a folha de pagamento, pensões, etc. Monitorar os controles das informações administradas por prestadores de serviços terceirizados. Abordagem de Auditoria A decisão do DEA de conduzir uma auditoria, a abordagem, o escopo e o tamanho da amostra devem se basear em uma avaliação de riscos do sujeito, incluindo o risco inerente dos processos e das potenciais consequências. A auditoria interna deve determinar se o ECB terá como escopo uma auditoria ou uma série de auditorias. A auditoria – ou a série de auditorias – poderia ser mais refinada, em revisões em níveis de subsidiárias ou divisões; revisões da remuneração e dos benefícios do conselho e da remuneração e dos benefícios dos executivos; e revisões dos processos administrados pela organização e daqueles administrados por prestadores de serviços terceirizados. Se a auditoria interna tipicamente conduz auditorias de departamentos, em vez de processos ou sujeitos, propor uma auditoria de ECB seria diferente da abordagem usual, porque envolveria múltiplos departamentos e exigiria a cooperação de muitos chefes de departamentos. O DEA poderia escolher dividir o sujeito em departamentos, como Recursos Humanos (RH), folha de pagamento, jurídico, contas a pagar, etc, para que cada auditoria cobrisse as questões necessárias para, ao final, formar uma opinião em um nível macro4. As recomendações de auditoria podem também exigir o envolvimento de muitos departamentos e, se significativo, a aceitação do CEO. O DEA deve antecipar desafios e considerar esse desvio da norma no plano de auditoria. 4 Para mais informações sobre formação de opinião, consulte o Guia Prático do IIA Formulando e Expressando Opiniões de Auditoria Interna. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 6 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos É possível que haja algumas preocupações dos membros da gerência ou do conselho, caso a auditoria interna avalie a governança do conselho do ECB e caso nunca tenha auditado processos do conselho antes. No entanto, a governança do conselho é um fator de controle significante no ECB e normalmente é incluído no escopo da auditoria. O DEA pode escolher conduzir duas auditorias, uma para os processos do conselho e outra para os processos da gerência, antes de formar uma opinião. Outra abordagem é revisar os processos do conselho como um trabalho de consultoria, e não auditoria. Geralmente, uma auditoria de ECB é um subconjunto de uma auditoria de programas de remuneração e benefícios dos funcionários e não é uma auditoria abrangente de todos os sistemas usados para administrar e prestar contas acerca do ECB. Este guia parte do princípio que as funções de folha de pagamento, contas a pagar, transações bancárias, etc, tenham seus riscos avaliados e sejam sujeitas a auditorias separadas5. A auditoria interna deve considerar os resultados dessas auditorias durante o planejamento do programa de auditoria do ECB. Se essas funções não são auditadas de forma independente, mais testes devem ser conduzidos, incluindo testar os controles gerais revelantes de tecnologia da informação (TI) e aplicativos. Em algumas organizações, o conselho ou a gerência solicita que a auditoria interna conduza testes específicos de questões relacionadas a ECB, como, por exemplo, uma auditoria anual das contas de despesas dos executivos. Com o conhecimento adquirido a partir da avaliação de riscos ou da auditoria de ECB, o DEA poderia considerar abordar o conselho com um plano que substituiria a auditoria anual por um processo de maior risco, expandir a auditoria ou rotacionar entre dois ou três processos, para otimizar a avaliação dos riscos e o uso dos recursos de auditoria. O DEA também poderia abordar uma avaliação de ECB como um trabalho de consultoria, por exemplo, 5 6 como uma revisão proativa do ECB para identificar se há alguma questão que possa ser uma fraqueza dos controles, que possa ser embaraçosa ou controversa. Já que as questões de ECB são muitas vezes delicadas e desenvolvidas em um nível sênior, facilitar uma autoavaliação de controle por parte da gerência não é a abordagem ideal. Auditando Remuneração e Benefícios do Conselho A administração pode desenvolver recomendações para programas de remuneração e benefícios do conselho, criando uma oportunidade de conluio ou conflito de interesses na remuneração do conselho. O DEA determina se a remuneração e os benefícios do conselho serão incluídos no escopo da auditoria e se haverá um teste para revelar o uso de ativos e o recebimento de pagamentos por parte de membros do conselho. Essa determinação deve ser consistente com o estatuto da atividade de auditoria interna. Se o escopo de auditoria inclui o conselho, testes de auditoria poderiam incluir os nomes dos membros do conselho nos casos em que as considerações incluídas na seção de Desenvolvimento do Programa de Auditoria deste guia mencionam “executivos e suas famílias”. Se a gerência pressionar a auditoria interna acerca do programa e dos resultados do trabalho de auditoria, o DEA pode buscar o apoio do conselho. Relações Externas Auditoria do Negócio de Se a auditoria interna nunca tiver auditado relações externas de negócios e a avaliação de riscos indicar a necessidade de uma auditoria, o DEA precisará determinar se, de acordo com o contrato, a organização tem o direito de realizar essa auditoria e precisará garantir que um processo apropriado de reporte da auditoria seja desenvolvido6. Os resultados dessas auditorias podem impactar a confiabilidade dos dados usados na auditoria de ECB. Para mais informações, consulte a orientação do IIA Relações Externas do Negócio de Auditoria. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 7 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Considerações de Auditoria A remuneração executiva e do conselho está frequentemente sujeita a exigências de divulgação pública, normas de contabilidade e auditoria externa. Isso pode ser atribuído à natureza do trabalho realizado. Por exemplo, os auditores externos revisaram a integridade e precisão dos benefícios reportados, mas não revisaram os controles para garantir a adequação desses benefícios. Se o conselho não aprovou uma auditoria de ECB como parte do plano anual de auditoria, o DEA deve obter tais aprovações e consentimentos para o escopo antes de começar. Essa ação dá ao DEA o apoio necessário para um tópico de tamanha sensibilidade e reduz os impedimentos ao processo de auditoria. Acesso à Informação Se não houver um estatuto de auditoria interna, ou se o estatuto não for claro a respeito do acesso aos registros, instalações e pessoal, o DEA poderia usar alguns dos fatores de riscos, controle e governança identificados nessa orientação para convencer o conselho e a gerência do valor de tal auditoria e para ganhar sua cooperação para o acesso completo7. O DEA pode solicitar ao presidente do conselho e ao CEO que emitam um memorando aos membros do conselho e chefes de departamento relevantes, declarando seu apoio à auditoria e incentivando a cooperação de todas as partes. Independentemente do apoio executivo e do conselho, os auditores podem encarar certa resistência por parte do pessoal das funções de RH ou da folha de pagamento. Parte de sua responsabilidade é garantir confidencialidade e eles podem, então, tentar restringir os auditores. Seu nível de preocupação é normalmente maior quando lidam com informações sobre executivos ou mudanças pendentes em programas, que ainda não foram aprovadas ou anunciadas. Os auditores não precisam se sentir intimidados ou frustrados por isso, e sim ter em mente e respeitar essas preocupações, enquanto, ainda assim, realizam seu trabalho. Os auditores podem ajudar esses funcionários a entender o escopo do acesso, o profissionalismo do auditor e a forma como a informação será usada e protegida. Ser receptivo em relação a essas preocupações pode ajudar a reduzir conflitos e pode exigir um grau de inovação na abordagem ou nas práticas de auditoria. Por exemplo, a equipe de auditoria poderia usar funcionários do nível sênior, como gerentes de auditoria, para conduzir alguns dos testes mais delicados, como a revisão dos materiais do conselho. Privilégio Em alguns países, certas organizações têm o direito de invocar comunicações privilegiadas entre a organização e seu conselheiro legal. A gerência ou o conselho poderiam exercer esse direito e o DEA pode ser orientado a conduzir a auditoria e comunicar os resultados em conformidade com as exigências legais. Para essa conformidade, o DEA precisa entender como o privilégio legal se aplica à organização e ao trabalho de auditoria interna. O DEA deve considerar o risco de credibilidade associado à auditoria, como em situações quando a auditoria é iniciada em conjunto com uma investigação de fraude. O DEA deve consultar o conselheiro legal antes de começar tal auditoria, já que a situação pode ser motivo para invocar o privilégio. Habilidades e Conhecimento Por conta da natureza delicada do ECB e do pessoal do nível sênior envolvido, os auditores devem ser discretos, táteis e confiantes. Geralmente, um auditor mais experiente, de nível sênior, faz parte da equipe. 7 Consulte as Normas da Estrutura Internacional de Práticas Profissionais e as Práticas Recomendadas relacionadas aos elementos chave de um estatuto de auditoria interna, para estabelecer ou modificar com eficácia um estatuto para sua organização. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 8 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos As transações de ECB, na maioria das organizações, são registradas em aplicativos de sistemas eletrônicos. Extrair e analisar esses dados e fazer o cruzamento entre bases de dados normalmente exigem que a equipe de auditoria tenha habilidades de TI e use técnicas de auditoria com o auxílio de sistemas. Desenvolvimento do Programa de Auditoria Esta seção inclui vários conceitos, testes potenciais e perguntas para ajudar os auditores a criar um programa de auditoria. Não é uma lista abrangente e essas considerações não devem, todas, ser testadas. Como sempre, a avaliação de riscos deve levar ao desenvolvimento de um programa apropriado. Conselho de Administração e Comitês Um papel fundamental do conselho relacionado ao ECB é o de equilibrar os interesses dos acionistas (gestão de riscos e responsabilidade fiduciária) com os da gerência (que deseja ser bem paga, proporcionalmente ao trabalho realizado). O conselho precisa aprovar uma estratégia que equilibre metas de curto e longo prazo e atraia, retenha e motive as pessoas a atingir esses objetivos em uma cultura ética. O conselho também é responsável pela gestão de outros riscos de ECB relevantes para a organização e pela gestão das expectativas de outras partes interessadas. O risco de conflito de interesses no ECB garante a responsabilidade do conselho pela avaliação de riscos, aprovação e monitoramento. A maioria das organizações utiliza um comitê do conselho – o comitê de remuneração ou RH – para desempenhar esse papel. Muitas organizações estruturam tal comitê de forma que seja independente da gerência, com o direito de ter conselheiros externos (especialistas em questões legais ou outros temas) para auxiliar na avaliação de estratégias e programas. Durante o desenvolvimento dos procedimentos de auditoria apropriados para a organização e o escopo, há diversas considerações. 1. Termos de referência, minutas, agendas e pacotes de informações do conselho e do comitê que sejam relevantes ao ECB. Há informações suficientes fornecidas, com tempo suficiente para deliberar e fazer perguntas antes de tomar decisões? As informações são completas e precisas? Os membros do conselho são qualificados e têm conselheiros independentes8 qualificados para ajudá-los a tomar as decisões apropriadas de ECB? O conselho está examinando o escopo completo de ECB ou apenas alguns elementos (como o salário-base e prêmios de incentivo em dinheiro anuais, sem considerar prêmios de longo prazo de participação nos lucros)? O sistema de informações usado para coletar e resumir as informações é confiável? Os programas da organização são baseados em referências? As indústrias/concorrentes apropriados foram selecionados como referência? A comparação com referências está causando consequências indesejadas, como uma guerra de preços ou uma “competição entre egos”? O conselho entende as divulgações obrigatórias à empresa e os controles de divulgação e aprova as divulgações de ECB? O conselho revisa e aprova todos os aspectos relevantes de pensão, divisão de lucros e fundos semelhantes (ex., gerentes de fundos, estratégias de investimento dos fundos, auditorias, divulgações e avaliações)? 8 Considere o volume, o valor e os tipos de outros trabalhos de consultoria conduzidos para a organização pela empresa conselheira quando avaliar a independência do conselheiro. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 9 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos O conselho recebe e discute os resultados das auditorias de ECB dos reguladores ou clientes? O conselho está reagindo apropriadamente a tais informações? Há evidências de aprovações para novos programas de ECB e mudanças dos materiais? As aprovações do conselho são dadas em conformidade com os regimentos e autoridades garantidas? Como são determinados a remuneração e os benefícios do conselho? Conselheiros independentes e qualificados são usados? Os programas de remuneração e benefícios do conselho são comparados com referências? Estão alinhados com os resultados de desempenho? 2. Pesquisas e resultados de autoavaliação do conselho (considerando o impacto das respostas em relação à governança de ECB). O conselho está satisfeito com seus processos? Com as informações da gerência? Com sua independência? Com seu uso de conselheiros externos? 3. Avaliações de desempenho do CEO e outros executivos por parte do conselho. É um processo razoável e feito com frequência suficiente? Há um equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo? Os prêmios de remuneração e benefícios estão alinhados com o desempenho organizacional e individual? Todos os critérios de desempenho apropriados estão incluídos? O conselho revisa a avaliação de desempenho e a remuneração e os benefícios subsequentes que o CEO concede a seus subordinados? 4. Planos de retenção de funcionários chave. O conselho está considerando o impacto de ECB nos funcionários chave identificados nos planos de retenção e sucessão? Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: 5. Contratos de trabalho e acordos de demissão. O conselho assinou contratos de trabalho com o CEO ou outros executivos? O conselho obteve aconselhamento legal independente? Os termos e condições foram integrados às discussões do conselho sobre riscos? Foram divulgados propriamente? A prestação de contas foi realizada adequadamente? O conselho revisa os contratos de trabalho assinados pelo CEO para outros cargos executivos? Os acordos de demissão parecem recompensar falhas (ex., indenização paga para “silenciar” o profissional ou bônus pago em casos de maus resultados)? 6. Estratégias e objetivos de ECB O conselho comunicou suas estratégias e objetivos de ECB? As estratégias são desenvolvidas para motivar comportamentos apropriados? O conselho está monitorando os resultados? As estratégias seriam consideradas apropriadas pela mídia, pelo público ou outras partes interessadas? Como o conselho lida com circunstâncias especiais? Por exemplo, se o preço do mercado de ações é um elemento do programa de bônus, é comum entender que a gerência pode ter impacto no valor da organização e, portanto, no preço da ação. Mas o programa de bônus é reavaliado quando há mudanças significativos do mercado (alta ou baixa) que a gerência não pode influenciar? O ECB considera mudanças no controle (fusões, aquisições, participação majoritária ou mudanças significativas nos membros do conselho)? Qual a estratégia relacionada aos benefícios pós-contratação e indenizações (ex., hiring bônus, luvas)? iiabrasil.org.br / 10 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos A estratégia de ECB equilibra o tangível (dinheiro, ativos) com o intangível (cultura, oportunidades, monitoramento, status, missão) para atrair e reter o pessoal apropriado? poderia pagar, reembolsar ou pagar fornecedores em nome de executivos e suas famílias, assim como os departamentos que administram os ativos da empresa, poderiam ser incluídos no escopo. O conselho conhece e está satisfeito com a proporção dos custos de RH e folha de pagamento (custos diretos e administrativos) gasta em prol dos executivos e com a proporção gasta para outros funcionários? Há diversas considerações para o desenvolvimento dos procedimentos de auditoria apropriados à organização. Qual a estratégia para oferecer auxílio, em vez de reembolso, para despesas? É razoável e rentável? Como o ECB se encaixa na avaliação de riscos da organização e quais controles foram adotados para garantir seu sucesso? Além de revisar documentos, os auditores internos podem coletar informações pesquisando junto ao conselho e aos membros do comitê e/ou entrevistando os mesmos. Gerência Há um número significativo de responsabilidades de gestão envolvidas no desenvolvimento, administração e monitoramento da remuneração executiva, então é necessária muita atenção para o planejamento e o escopo da auditoria. Por exemplo, um objetivo simples, como “A organização está em conformidade com as regras de divulgação?” exige a revisão de muitos sistemas, como da folha de pagamento, contas a pagar, contas de centros de custos, processos do conselho, contratos e arquivamento regulatório, e pode ir além da organização, chegando às relações externas de negócios. Os auditores internos precisam avaliar sua organização, remuneração e benefícios regulamentados para seus locais de operação e contratos de trabalho, para exemplos de ECBs em potencial que podem ter um escopo dentro dos programas de auditoria. Qualquer departamento que Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: 1. Políticas e procedimentos de remuneração. Foram aprovados pelo conselho? Foram modificados; e as mudanças são significativas? Estão alinhados com as outras estratégias do conselho e da gerência? Todos os programas de remuneração estão alinhados com a organização, consistentemente recompensando ou penalizando comportamentos ou ações similares? São administrados com eficácia e aplicados de forma consistente e justa pela gerência? As proporções de benefícios de curto e longo prazo, fixos e variáveis (em risco), legalmente exigidos versus opcionais, em dinheiro/não em dinheiro são razoáveis? São competitivos em comparação com o mercado? São consistentes com os padrões da indústria? Cobrem ECB pós-aposentadoria (ex., médico e pensões)? 2. Folha de pagamento. O salário e benefícios são completos e precisos (ex., programas e aumentos/prêmios aprovados)? As classificações, cômputos, retenções, remessas e arquivamentos estão em conformidade com os requisitos regulatórios e contratuais? Os controles de TI previnem mudanças não autorizadas? 3. Contas a Pagar iiabrasil.org.br / 11 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos As contas de despesas estão em conformidade com as políticas da empresa, requisitos regulatórios e obrigações contratuais? O arquivo mestre de fornecedores pode ser comparado com o arquivo de cheques para pagamentos feitos a executivos ou seus familiares (ex., mesmo endereço)? Os controles de TI previnem mudanças não autorizadas? As contas de despesas de assistentes executivos são excessivas ou as despesas do executivo são declaradas como sendo do assistente e aprovadas pelo executivo? As contas a pagar e registros de tesouraria podem ser verificados em comparação com os endereços do RH para pagamentos enviados a executivos e seus familiares (para funcionários ativos, aposentados e demitidos)? Os endereços de destinatário para pedidos de compras podem ser verificados em comparação com os endereços dos funcionários? 4. Cargo de tesoureiro ou finanças corporativas. Adiantamentos ou reembolsos de fundo de caixa a executivos ou familiares são usados apropriadamente? Os adiantamentos são aprovados apropriadamente, em conformidade com as políticas e procedimentos? A prestação de contas das transferências bancárias para executivos, seus familiares e organizações, normalmente conhecidas como regalias (ex., para reparos em automóveis, golf ou instalações de lazer, clubes, transporte e gift shops), foi realizada apropriadamente? As transferências de ações para executivos e familiares foram controladas apropriadamente? Os regulamentos que afetam a compra e venda de títulos estão sendo respeitados (ex., proibições de vendas e blackout periods)? A remuneração ou benefícios pagos em ações, Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: fianças ou opções (relacionadas às ações da companhia) exigem controles fortes para garantir que a avaliação, a contabilidade, a divulgação e a tributação sejam conduzidas apropriadamente? Os pagamentos feitos à organização por executivos indicam empréstimos não documentados ou reembolso por uso pessoal do cartão de crédito da companhia? 5. Resultados da auditoria e planos de ação. De reguladores, como autoridades fiscais do governo ou bolsas de títulos. De clientes, que possam ter o direito contratual de auditar custos diretos ou taxas cobradas. De auditores externos, para conformidade com normas de contabilidade, requisitos de divulgação e questões de ética ou gerenciamento de riscos. A estratégia da gerência parece ser “vamos fazer dessa forma, até sermos pegos”? As fraquezas dos controles internos são resolvidas de forma oportuna e apropriada? 6. Pesquisas de mercado, pesquisas de satisfação do cliente e benchmarks (referências). Os resultados indicam questões contínuas ou pendentes? Elas foram revisadas com o conselho e a gerência executiva? 7. Percepção pública. A companhia recebe prêmios de reconhecimento, como “As 10 Melhores Empresas para Trabalhar”, “CEO do Ano”, clippings de notícias relacionadas a ECB, etc.? Os pagamentos dos programas executivos parecem recompensar falhas – por exemplo, um bônus pago a um executivo por atingir metas com um número significativo de iiabrasil.org.br / 12 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos demissões ou paralisação de instalações? Esta ação poderia levar à revolta do público se causar a percepção de que a renda do executivo é mais importante do que a renda dos funcionários. Outros exemplos incluem pagamentos significativos a executivos demitidos por não terem o desempenho desejado (paraquedas de ouro) ou para encorajar um executivo a “sair calado”. 8. Contratos de trabalho, incluindo acordos de demissão e empréstimos. Os empréstimos a funcionários são legais? Se forem, há restrições regulatórias que se apliquem a empréstimos? Os empréstimos são concedidos à taxa de juros do mercado ou a taxas menores? Os termos de pagamento são razoáveis e estão sendo cumpridos? Existem garantias para o empréstimo? Verifique se há remissões ou perdões de empréstimos. Os executivos chefes têm direito a qualquer dos produtos ou serviços de seu empregador gratuitamente ou com desconto? Se tiverem, isso é apropriadamente registrado e aprovado? 9. Estatísticas de demissionais. rotatividade, entrevistas Os resultados indicam questões contínuas ou pendentes? O auditor pode estender o programa de auditoria com base nesses resultados. Esses resultados foram revisados com o conselho e com a gerência executiva? 10. As cobranças do centro de custo administrativo para assistentes executivos/administrativos. Há cobranças pagas diretamente aos fornecedores em casos em que o executivo se beneficia? Essas cobranças incluiriam cobranças de clubes, viagens, presentes e lazer. Se houver, as cobranças foram aprovadas e reportadas/classificadas apropriadamente? Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: 11. Instalações e equipamentos. O uso dos ativos da organização por parte do executivo e seus familiares pode fornecer informações úteis para avaliar potenciais ECBs (ex., verificando registros e declarações)? Os ativos a serem considerados incluem veículos da empresa (ex., aviões, trens, automóveis, caminhões, barcos, snowmobiles e jet skis), acomodações (ex., casas, apartamentos, resorts, cabines, trailers, hotéis e acampamentos), instalações de jantar e entretenimento (ex., refeitórios, contratos de buffet, restaurantes, salas de reunião, teatros e auditórios), computadores e telecomunicações (ex., laptops, aparelhos blackberry, telefones, impressoras, fotocopiadoras, câmeras e softwares). Alguns desses ativos estão localizados em residências pessoais? 12. Reporte financeiro. O reporte financeiro e de contabilidade estão corretos? Por exemplo, os custos estão nas contas certas, com cortes apropriados, acúmulos, estimativas e avaliações apropriadamente aplicadas às transações, compromissos e acordos? As variações significativas foram explicadas? 13. Arquivamentos Públicos e Regulatórios (relacionados a ECB, como divulgações e impostos). São completos, precisos e oportunos? As descrições dos elementos de ECB são claras e compreensíveis, fornecendo o nível certo de transparência? As quantias de ECB são apresentadas de forma precisa, derivadas de processos com controles internos suficientes? 14. Duplicidade (double dipping). iiabrasil.org.br / 13 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos É possível que um executivo seja reembolsado duas vezes pela mesma despesa? O risco de double dipping é maior quando um sistema ou departamento diferente do sistema geral de pagamento de benefícios dos funcionários cuida do processo de pagamento/reembolso executivo (ex., um reembolso processado pela folha de pagamento e outro por contas a pagar). Um exemplo é o reembolso a funcionários de uma taxa específica por milha/kilômetro rodado (para cobrir custos de operação ou capital) quando o executivo também recebe o veículo ou um auxílio-combustível. 15. Impostos de trabalho. Os benefícios são encaminhados ao departamento de contas a pagar ou funções similares, não relacionadas à folha de pagamento? Os benefícios especificados são tributáveis em uma jurisdição (país, estado, província, etc.), mas não tributáveis em outra? Se forem, a organização está tratando os benefícios apropriadamente na declaração de imposto e demonstrações financeiras? Relações Externas de Negócios9 Muitas organizações terceirizam os serviços de remuneração e benefícios, assim como os serviços de folha de pagamento e contabilidade. Se as auditorias de fornecedores foram incluídas no escopo do plano de auditoria, algumas das considerações de revisão anteriores podem precisar ser feitas. O risco de reputação, frequentemente, tem como base as políticas de ECB dos parceiros de negócios e é considerado uma influência ou um acordo com essas políticas. Por exemplo, um executivo pode receber remuneração como executivo de uma organização relacionada. Se arranjos de joint venture ou parceria estiverem incluídos no escopo, considere desenvolver seu programa de auditoria com as seguintes considerações: Dentro de sua organização: Os contratos incluem um “direito à cláusula de auditoria” e requisitos de confidencialidade? Eles foram aprovados apropriadamente? Quais são os critérios para seleção de fornecedores e eles foram obedecidos? Como o desempenho do fornecedor é medido e reportado? Qual proporção das taxas dos fornecedores está relacionada a servir os executivos versus outros funcionários? Como os controles de fornecedores são monitorados pelo gerente do contrato ou do programa? 16. Métricas usadas no Cálculo da Remuneração. As quantias de remuneração são baseadas, ao menos em parte, em métricas específicas? Se forem, as métricas são facilmente verificáveis (ex., com base em dados públicos externos, como preço das ações ou crescimento da receita) ou dependem de dados internos que não sejam tão fáceis de verificar? 17. Sobreposição de controles de ECB. É possível a sobreposição, por parte da gerência, dos controles de ECB, incluindo os controles de TI? Por exemplo, os executivos poderiam pressionar o pessoal administrativo ou seus assistentes. 9 Dentro da organização do prestador de serviço: Há controles de TI adequados para proteger as informações da organização? Normas de órgãos regulatórios normatizadores ou públicos de auditoria são uma fonte de informação. Para mais informações, consulte o Guia Prático do IIA Relações Externas do Negócio de Auditoria. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 14 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos As distribuições para os executivos são precisas e completas? Estão em conformidade com as políticas? Como as mudanças são autorizadas? Há evidências de possíveis conflitos de interesses com a lista de clientes do fornecedor? Por exemplo, um membro do conselho trabalha para uma empresa que também é cliente do fornecedor. Organizações externas podem restringir o acesso a certos processos ou informações. A auditoria interna pode precisar usar terceiros independentes para conduzir toda ou parte da auditoria e prestar avaliação. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 15 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Anexo A – Tipos de Remuneração e Benefícios Executivos Existem muitos tipos de remuneração e benefícios, mas aqueles discutidos aqui são geralmente únicos para executivos, ou aqueles nos quais os executivos recebem programas e bonificações aprimoradas, em comparação com outros funcionários. Para determinar quais programas de ECB devem ser incluídos no escopo de uma auditoria, os auditores devem considerar os aspectos únicos dos ECBs da organização, contratos de trabalho, remuneração regulamentada e complexidade da organização. Os familiares dos executivos também podem obter benefícios atribuídos a ele. Alguns benefícios são considerados rendimentos tributáveis para o beneficiário e alguns não são dedutíveis pela organização para fins de impostos (isso varia, com base na jurisdição legal). Algumas remunerações e benefícios são obrigatórios legalmente, enquanto outros são arbitrários (variam com base na jurisdição legal) e algumas formas de benefícios podem ser consideradas ilegais em algumas jurisdições. Se a organização oferece qualquer programa de ECB para seus contratados, o auditor interno deve considerar os impactos legais e éticos em potencial. Remuneração Auxílio: Pagamentos fixos feitos periodicamente para aproximar razoavelmente os custos de um funcionário com um tipo específico de despesa (por exemplo: carro, casa, roupas). Uma vez recebido, os funcionários podem usar o dinheiro como desejarem. Prêmios10: Similares a um bônus, mas usados frequentemente para recompensar a conquista de metas individuais (por exemplo: marcos de segurança ou anos de serviço) ou para desempenho inesperado ou extraordinário. Os prêmios podem ser pagos como uma quantia fixa ou uma porcentagem do salário e podem ser pagos em dinheiro, ações, gift cards, propriedades ou serviços (por exemplo: férias, carros, joias e tratamentos de spa). Bônus: Remuneração paga pelo cumprimento de uma meta específica. O bônus pode ser estruturado com base no desempenho da organização, do departamento ou do indivíduo, a curto ou longo prazo. Comissão: Remuneração preestabelecida paga por conta do alcance de um número específico de vendas (com base em unidades, volumes ou valor) ou uma meta de serviço de marketing (ex., referências para novos clientes ou entrada em novos mercados). Pensões: Uma taxa fixa ou variável de remuneração, paga periodicamente a um antigo funcionário qualificado (ou a seu beneficiário), que tenha atingido uma idade de aposentadoria específica ou que tenha falecido. Planos de pensão são frequentemente planos de benefício definido ou de contribuição definida e são altamente regulamentados em muitos países. Os funcionários podem receber pagamentos de pensão tanto de seus empregadores quanto de seus governos. Planos de pensão podem ser combinados com esquemas de seguros em planos de aposentadoria ou fundos de previdência para o bem-estar do funcionário. Os executivos geralmente têm melhores planos de pensão, que ultrapassam o padrão para outros funcionários. A empresa pode oferecer vários tipos de planos de aposentadoria (ex., qualificados para tratamento fiscal preferencial ou planos de benefícios não diferidos) e todos devem ser revisados para benefícios devidos a um executivo. 10 Na Austrália, um prêmio é uma escala de pagamento relacionada a um acordo industrial (liderado pelo sindicato); no entanto, em muitas organizações, prêmio é como descrito neste anexo. Regalias: Benefícios (chamados fringe benefits, ou benefícios marginais) oferecidos de acordo com a Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: vontade do empregador, em vez de exigidos por lei. Exemplos de regalias incluem carros da empresa ou iiabrasil.org.br / 16 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos auxílio-combustível, estacionamento, associação a lounges de linhas aéreas e uso de jatos corporativos. “Perqs” (termo coloquial para o inglês perquisite) são benefícios frequentemente baseados na senioridade e também podem incluir o “direito de primeira recusa” para ingressos de eventos, oportunidades de emprego, participação de conferências, etc. Indenização: Remuneração paga a um funcionário ao término de seu contrato com a empresa. A indenização pode ser paga como montante fixo ou em parcelas durante um período. A indenização pode ser paga como valor fixo ou uma porcentagem do salário e pode ser paga em dinheiro, ações, propriedades ou serviços (ex., serviços médicos, de recolocação no mercado, carros, joias, associação a clubes e acesso a descontos de funcionário). A indenização normalmente é determinada por lei ou pela política da empresa, que é influenciada pela jurisprudência (de sentenças judiciais em casos desafiadores de pagamentos de indenizações). A indenização executiva pré-acordada no contrato de trabalho é frequentemente denominada hiring bônus ou luvas. A indenização também pode ser chamada de pagamento de gratificação. Os executivos geralmente contam com programas melhores de indenização, em comparação com outros funcionários. Benefícios Assentos em instalações atléticas ou culturais: A compra de assentos ou acomodação (boxes) em arenas esportivas ou centros de arte performática, com a intenção de usar os ingressos para entreter clientes e premiar funcionários. O uso pessoal dos ingressos por parte dos executivos, diretores e funcionários é considerado um benefício. Associação a Clubes Atléticos, Culturais, de Gastronomia ou Viagens: Reembolso ou pagamento direto para o funcionário (e/ou familiares) por associação a clubes de saúde (ex., academias, spas, piscinas), clubes esportivos (ex., golf ou tênis), de entretenimento (ex., apostas, gastronomia e dança) e lounge de linhas aéreas como benefício. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: Planejamento Financeiro ou de Aposentadoria: Um auxílio ou serviço que ajuda o funcionário na criação e gestão de um plano ou orçamento financeiro pessoal. Serviços de contabilidade e preparação de impostos, assim como aconselhamento para estratégias de investimento e imposto, também podem estar incluídos. Presentes: Presentes podem incluir dinheiro (ex., em espécie ou gift cards para lojas de varejo), ações, propriedades ou serviços (ex., férias, carros, joias e tratamentos em spas) dados aos funcionários. Uma propriedade da empresa normalmente usada pelo funcionário que é dada a ele ao término do contrato de trabalho é considerada um presente (ex., móveis de escritório, telefone, computador e ferramentas). Auxílio para Exames Médicos: Um auxílio de até certo valor tipicamente concedido para um exame periódico de saúde. Seguro: Pagamento por todos ou parte dos prêmios de seguro de vida ou invalidez, cuidados médicos e odontológicos, seguro desemprego, seguro residencial e de automóvel, etc. A organização também pode optar por um autosseguro, pagando diretamente ao funcionário por qualquer um desses tipos de perda ou pode reembolsar os funcionários por toda ou parte da cobertura ou dos dedutíveis do seguro. Empréstimos: Empréstimos sem juros ou com juros baixos para funcionários, para realocação, compra de ações da empresa, compra de computadores pessoais, etc. Recolocação: Serviços prestados para auxiliar funcionários demitidos na preparação e na busca por oportunidades em outras empresas. Uso pessoal: Uso livre pessoal das instalações ou equipamento da companhia, como acomodações, salas de jantar, hotéis, resorts, tecnologia de computação e comunicação, veículos de recreação (ex., snowmobiles, jet skis, iates), teatros e câmeras. O uso livre pessoal dos serviços da organização também é um benefício, incluindo tratamentos de iiabrasil.org.br / 17 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos beleza, serviços profissionais, manutenção de instalações e equipamento, decoração, delivery e uso da equipe para ajudar em atividades pessoais. Realocação: Cobre os custos associados à transferência de um funcionário para um novo local. Os benefícios são frequentemente derivados dos tipos de custos cobertos pelo programa de realocação. Por exemplo, auxílios podem ser pagos para custos diversos, empréstimos para compra de imóveis, bônus, auxílios de local remoto, armazenamento dos objetos pessoais que ficarem para trás, serviços de planejamento financeiro e tributário, passaportes, aulas de idiomas, garantia de renda do cônjuge ou serviços de colocação do cônjuge, garantia de viagens pagas para locais alternativos (ex., visitas à família), mensalidade escolar e busca por escolas para os filhos, manutenção de propriedade de recreação e licença remunerada para o período de mudança. Poupança e Investimentos: Programas que facilitam e administram as economias do funcionário. Muitas organizações escolhem contribuir com esses investimentos. Serviços de Segurança: Normalmente, prestados como resultado de programas de avaliação de ameaças e riscos, mas também podem ter um benefício pessoal associado. Exemplos de serviços de segurança incluem guarda-costas pessoal, sistemas de alarme ou patrulha na residência de executivos, cofres residenciais ou quartos do pânico e treinamento de autodefesa. Serviços de segurança também podem ser conhecidos como Programas de Proteção Executiva. Um veículo – a organização compra ou aluga um carro, caminhonete, etc. Um processo de reembolso de despesas operacionais frequentemente acompanha esse benefício. Um veículo e motorista. Estacionamento. Associação a lounge de linha aérea. Passagens de transporte público. Transporte de casa para o trabalho (ex., de ônibus). Uso do avião, trem ou barco da companhia. Compra de passagens aéreas ou pacotes de viagens. Milhas aéreas para viagens feitas a negócios, se o funcionário puder usar as milhas para viagens pessoais. Impostos: Casos em que a organização paga os impostos trabalhistas/de renda em nome do funcionário, pagando ao governo diretamente, reembolsando o funcionário ou aumentando os pagamentos de bônus para cobrir os custos estimados dos impostos. Transporte: Transporte disponível para o funcionário e/ou familiares, para uso pessoal (isto é, sem qualquer propósito de negócio envolvido; do contrário, o transporte é considerado pessoal pelos regulamentos). Há várias formas de conceder esse benefício: Auxílios. Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 18 IPPF – Guia Prático Auditando Remunerações e Benefícios de Executivos Autores: Lynn C. Morley, CIA Revisores e Colaboradores: Abraham D. Akresh Douglas J. Anderson, CIA David F. Bentley Steven E. Jameson, CIA, CCSA, CFSA Norman D. Marks James A. Rose, III, CIA Este Guia Prático foi traduzido com o apoio de: iiabrasil.org.br / 19 Sobre o Instituto Disclaimer Fundado em 1941, The Institute of Internal Auditors (IIA) é uma associação profissional com sede global em Altamonte Springs, Fla., EUA. O IIA é a voz da profissão de auditoria interna em todo o mundo, autoridade reconhecida, líder valorizado, advogado chefe e principal educador. O IIA publica este documento para fins informativos e educacionais. Este material de orientação não tem como objetivo fornecer respostas definitivas a específicas circunstâncias individuais e, como tal, tem o único propósito de servir de guia. O IIA recomenda que você sempre busque conselhos especializados independentes, relacionados diretamente a qualquer situação específica. O IIA não assume responsabilidade pela confiança depositada unicamente neste guia. Sobre os Guias Práticos Os Guias Práticos são uma declaração do IIA para auxiliar uma grande variedade de partes interessadas, incluindo aquelas que não pertençam à profissão da auditoria interna, a entender questões significativos de governança, riscos ou controle e a delinear os papéis e responsabilidades relacionadas dos auditores internos em uma questão significante. Os Guias Práticos fazem parte da Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (IPPF) do IIA. Como parte da categoria de orientação Fortemente Recomendada, a conformidade não é obrigatória, mas é altamente recomendada, e a orientação é endossada pelo IIA por meio de processos formais de revisão e aprovação. Para mais materiais de orientação fidedignos fornecidos pelo IIA, visite nosso website: www.theiia.org/guidance. Copyright Os direitos deste guia prático são reservados ao IIA. Para permissão para reprodução, favor entrar em contato com o IIA pelo e-mail: [email protected].