NECESSIDADE E VANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO DE
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NECESSIDADE E VANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO DE
1 NECESSIDADE E VANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE MISTURAS INTRAVENOSAS EM HOSPITAL GARVIL, Mariana Pacifico (UNITRI, Correspondência: [email protected]) MACHADO, Marcelo Muniz (Farmacêutico co-orientador. Hospital e Maternidade Municipal Dr. Odelmo Leão Carneiro) RODRIGUES, Kellen Cruvinel (UNITRI, Correspondência: [email protected]) RESUMO: Na adoção do sistema de distribuição unitária, em tentativa principal de redução de erros de medicação, todos os medicamentos devem ser distribuídos em todas as formas, prontos para uso sem necessidades de transferências ou cálculos por parte do serviço de enfermagem. Assim, a implantação da central de misturas intravenosas é um dos requisitos a serem contemplados a fim de evitar erros na administração de medicamentos. No hospital, a central de misturas intravenosas é a área de manipulação de medicamentos estéreis, sendo responsável pelas preparações (fracionamento, diluição e reconstituição) dos medicamentos injetáveis utilizados pelos pacientes. Esse trabalho tem por objetivo, mediante levantamento bibliográfico, apresentar as necessidades e vantagens de implantação da central de misturas intravenosas. Na oportunidade, bem como, descrever os requisitos para implantação da central de misturas intravenosas. Além dessa implantação ser um requisito a ser cumprido, apresenta justificativas vantajosas de ordem técnica, terapêutica e econômica. Palavras-chaves: Sistema de distribuição por dose unitária, medicamentos injetáveis, central de misturas intravenosas. 2 INTRODUÇÃO Em um hospital, o ato da medicação pode ser definido como um sistema complexo, incluindo vários processos interligados, interdependentes e constituído por profissionais das áreas médica, farmacêutica e equipe de enfermagem, que em comum prestam serviços com eficácia, qualidade e segurança aos pacientes. (MIASSO et al., 2006). Em qualquer etapa do sistema podem ocorrer os erros de medicação, acarretando injúrias ao paciente, como desencadear processos alérgicos por administração de medicação errada, sub dosagem entre outras, além de gastos desnecessários dos recursos hospitalares. A supervisão junto aos processos do ato da medicação, desde a prescrição, dispensação, até a preparação e administração da droga são importantes meios para a redução dos erros (CASSIANI et al., 2005). A obtenção de redução real dos erros de medicação somente ocorre com uma análise sistêmica do processo, com detecção dos seus pontos vulneráveis e a implementação de medidas que reduzem a incidência dos erros (LEAPE et al., 2000). A American Society of Hospital Pharmacists (ASHP) apresenta o uso da distribuição por dose unitária e o sistema para preparação de medicação intravenosa realizada pela farmácia como recomendações importantes para evitar erros na medicação em um hospital (CASSIANI et al., 2005). A alta taxa de erros de medicação, reportada em vários estudos norte americanos no fim dos anos 50, demonstrou a necessidade de revisar os sistemas tradicionais de dispensação. Em 1960, farmacêuticos hospitalares norte-americanos desenvolveram o sistema de dose unitária, objetivando a redução de taxas de erro nas medicações, custos de medicamentos, melhorar a produtividade dos profissionais de saúde e a qualidade da assistência médica. Esse sistema consiste na ordenação da dispensação com doses prontas para a entrega de acordo com a prescrição médica do paciente (ANACLETO et al., 2005). 3 Um dos requisitos a serem seguidos para adoção do sistema de distribuição por dose unitária é a implantação da central de preparações estéreis, que requer, inicialmente, alto investimento financeiro (GOMES e REIS, 2000). Considerando a realidade dos hospitais de resistência na implantação, faz-se necessário questionar “Qual a importância da implantação da central de preparação de misturas intravenosas em âmbito hospitalar?”. Sendo assim, esse trabalho tem por objetivo levantamento teórico de informações pertinentes da necessidade de implantação da central de misturas intravenosas bem como descrever os requisitos de implantação. 2 - CENTRAL DE MISTURAS INTRAVENOSAS 2.1. HISTÓRICO O ato da medicação é constituído de várias etapas, que abrange desde a prescrição e distribuição até a administração do medicamento ao paciente. Essas etapas dependem de vários profissionais da área de saúde. Deste modo, a prescrição é de responsabilidade do médico, a dispensação e distribuição de medicamentos são responsabilidades do farmacêutico e a administração e acompanhamento de todas as reações do paciente são responsabilidades do enfermeiro (CASSIANI et al., 2005). Ao longo de anos, estudos evidenciam a presença de erros de medicação nas etapas do ato de medicação. Esses erros representam um grave problema de saúde pública, desperdício financeiro e sérias consequências para pacientes, profissionais e organização hospitalar. Nos Estados Unidos, em 1993, 7.391 americanos morreram em consequência de erros de medicação. Dentre essas mortes, 2 a 14% ocorreram em pacientes que estavam hospitalizados. Também, em período de 10 anos, entre 1983 a 1993, ocorreu um crescimento na ordem de 257% das mortes relacionadas à medicação (MIASSO et al., 2006). Outro indicador apresentado pelo Instituto de Medicina Americano mostrou que 44.000 a 98.000 americanos morrem a cada ano por erros na 4 medicação. Estima-se que em cada dez pacientes admitidos no hospital, um está em risco para erro potencial ou efetivo na medicação (ZANGWILL et al., 2000). Em qualquer etapa do sistema pode ocorrer erros de medicação, acarretando injúrias ao paciente causadas pelos efeitos adversos da medicação. A supervisão junto aos processos de prescrição, preparação e administração da droga são importantes meios para a redução dos eventos adversos (CASSIANI et al., 2005). A obtenção de redução real dos erros de medicação somente ocorre com uma análise sistêmica do processo, com detecção dos seus pontos vulneráveis e a implementação de medidas que reduzem a incidência dos eventos adversos (LEAPE et al., 2000). A produção de um mesmo medicamento pela indústria farmacêutica com múltiplas dosagens, veículos, solubilidades e estabilidades diferentes, visando atender às necessidades terapêuticas de todos os pacientes, não é economicamente viável. Na realidade hospitalar, tem que se reconhecer que tanto alguns pacientes e os cuidados à saúde não se encaixam nos perfis teóricos de dosagem. Como a indústria farmacêutica não pode preparar medicamentos personalizados, para grupos especiais (SUNDBERG, 2000), a farmácia hospitalar consegue preencher essa lacuna deixada pela indústria por meio da manipulação de medicamentos, atendendo racionalmente aos pacientes. Nas décadas de 70 e 80, a farmácia hospitalar nas instituições avançadas e de grande porte, deixa de ser uma simples unidade de armazenamento e distribuição, restrita aos aspectos técnico-científicos e passa a gerenciar as atividades, sendo responsável pela produção de muitos medicamentos não disponíveis comercialmente. Essa evolução busca redução de custo, garantia do uso correto de medicamento e racionalização do trabalho (MARIN et al. 2004). Os medicamentos representam alta fração do orçamento de hospitais, requerendo medidas que assegurem o uso racional. Na mesma circunstância, em decorrência dos custos cada vez mais elevados na área da saúde, várias 5 medidas são tomadas com a finalidade de reduzir o consumo de recursos mal aplicados (MARIN et al. 2004). 2.2. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO POR DOSE UNITÁRIA Foi com o lançamento, no mercado, de medicamentos novos e mais potentes, que nos anos de 1960, farmacêuticos hospitalares americanos desenvolveram o sistema de distribuição por dose unitária, visando melhorar a segurança na distribuição e na administração dos medicamentos (ANACLETO et al., 2005). Conceitualmente, distribuição por dose unitária é a distribuição ordenada dos medicamentos com formas e dosagens prontas para serem administradas a um determinado paciente de acordo com a prescrição médica, num determinado período de tempo (GOMES e REIS, 2000). A criação desse método de central de misturas surgiu da necessidade de modernização e maior eficiência no processo, bem como na tentativa de reduzir o alto índice de erros que acometem este setor; além disso, vislumbrava a possibilitava do farmacêutico desenvolver suas atribuições na área hospitalar e diretamente participar das ações voltadas ao paciente (ARAUJO et al., 2010). A dose unitária possui várias vantagens em relação aos outros sistemas de distribuição como: redução da incidência de erros; economia de custos; maior segurança para o médico em relação ao comprimento de suas prescrições, na garantia da utilização do medicamento certo, na dose certa e hora certa; identificação do medicamento até o momento de sua administração, sem necessidade de transferências de cálculos; redução do tempo da enfermagem com atividades relacionadas ao medicamento permitindo mais disponibilidade para o cuidado do paciente; auxílio no controle da infecção hospitalar devido à higiene e à organização no preparo de doses, e maior integração do farmacêutico na equipe multidisciplinar, com participação na terapia medicamentosa (COIMBRA et al., 1998; GOMES e REIS, 2000). 6 Com a adoção do sistema de distribuição por dose unitária, todos os medicamentos em todas suas formas farmacêuticas devem ser distribuídos, prontos para uso sem necessidades de transferências ou cálculos por parte da enfermagem. Para que o sistema de dose unitária seja uma realidade, o grande desafio é que se consiga obter as formas farmacêuticas estéreis unitarizadas. Todavia, é necessário um alto investimento inicial para a implantação de uma central de preparações estéreis, o que nem sempre é viável para hospitais de pequeno e médio portes que correspondem a maioria dos hospitais (GOMES e REIS, 2000). A terapia intravenosa é um processo complexo que exige geralmente a preparação do medicamento nas áreas clínicas antes da administração ao paciente. Há relatos de mortes e danos causados pelos erros de medicação como dose errada de fármaco, veículo, diluente, e erros de contaminação cruzada com terapia intravenosa. Em hospitais, foram identificados erros nas etapas de preparação e administração intravenosa de 13-84% (COUSINS et al., 2005). Conforme a Resolução do Conselho Federal de Farmácia nº 492/2008 Art. 5º, é de competência da farmácia hospitalar, nas atividades de assistência farmacêutica, dispor de setor de farmacotécnica composto de unidades de reconstituição de medicamentos, preparo de misturas intravenosas e fracionamento de doses. GOMES E REIS (2000) complementam que uma das funções básicas da farmácia hospitalar, como um serviço de apoio ao hospital, é manipulação/preparo de medicamentos, seja pela indisponibilidade de produtos no mercado, para atender prescrições especiais ou por motivos de viabilidade econômica. A manipulação/preparo de medicamentos em doses personalizadas torna-se de fundamental importância por existir pacientes com patologias de várias etiologias e características pessoais bastante diferentes, como faixa etária, sexo, debilidade e incapacidade física (GOMES e REIS, 2000). A manipulação em hospital envolve áreas de farmácia que são específicas. O preparo dos medicamentos exige manipulação específica que 7 não pode ser executada em outro local a não ser no laboratório de manipulação e por pessoa treinada. 2.3. MEDICAMENTOS INJETÁVEIS A Resolução da Diretoria Colegiada nº 67/2007 define produto estéril como aquele utilizado para aplicação parenteral ou ocular, contido em recipiente apropriado. Sendo aqueles medicamentos que precisam garantir a ausência total de microrganismo ou partículas sólidas, condicionados à esterilidade. Por isso, eles requerem procedimentos mais rigorosos que mantêm os níveis de qualidade elevados. Os estéreis mais comuns são os injetáveis e os colírios. A Farmacopéia Brasileira define os medicamentos injetáveis como preparações estéreis destinadas à administração parenteral, apresentados como soluções, suspensões, ou emulsões (BRASIL, 2010). Por isso, as preparações injetáveis devem ser excepcionalmente puras, isentas de contaminantes físicos, biológicos e químicos. Como requisitos inerentes, todas essas preparações devem ter qualidade de proporcionar o máximo de segurança ao paciente (MARIN, 2004). Todas as propriedades, definidas pela Farmacopéia Brasileira, devem ser mantidas, até o momento de sua administração no paciente. Portanto, deve-se ter cuidado no preparo de medicamento injetáveis, no manuseio, antes da administração ao paciente. Todos os procedimentos devem ser feito de modo a evitar a contaminação do produto (PEREIRA et al., 2006) A implantação da central de misturas intravenosa denota um avanço no serviço de farmácia hospitalar, tanto em parte técnica, como econômica, garantindo que se mantenham as exigências da Farmacopéia Brasileira. As misturas intravenosas, preparadas na central, são medicamentos diluídos ou reconstituídos para administração As preparações devem ser livres de contaminantes do tipo microbiológico, pirogênio, tóxicos e partículas estranhas e garantir que os aditivos agregados não percam mais de 10% da 8 atividade terapêutica desde a manipulação até o término da administração (PEREIRA et al., 2006). Neste sistema o seguimento da terapia é adequado a cada paciente, preparando e dispensando os medicamentos prescritos nas quantidades e concentrações corretas, com identificação do paciente e do conteúdo da preparação. Além de exigir a integração da equipe multidisciplinar entre a médica, farmácia e de enfermagem. 2.4. PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO A ANVISA com a Resolução da Diretoria Colegiada nº 67, de 08 de outubro de 2007 regulamenta tecnicamente os requisitos mínimos exigidos para o exercício da preparação de medicamentos injetáveis, instituindo as Boas Práticas de Manipulação em Farmácia. Assim, essa mesma resolução regulamenta a implantação de central de misturas intravenosas, onde se realiza a manipulação ou somente a reconstituição, diluição ou fracionamento do medicamento estéril a partir do produto industrializado. 2.4.1. REQUISITOS ESTRUTURAIS 2.4.1.1. Área Física A farmácia de manipulação deve possuir no mínimo: área ou sala para as atividades administrativas; área ou sala de armazenamento; área ou sala de controle de qualidade; sala ou local de pesagem de matérias-primas; sala(s) de manipulação; área de dispensação; vestiário; sala de paramentação; sanitários; área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem; depósito de material de limpeza. A farmácia que somente realiza reconstituição, transferência, incorporação ou fracionamento de especialidades farmacêuticas, deve atender às disposições dos seguintes itens, no que couber, além das áreas comuns: sala de limpeza, higienização e esterilização; sala ou local de pesagem; sala de 9 manipulação e envase exclusiva; área para revisão; área para quarentena, rotulagem e embalagem; sala de paramentação específica (antecâmara). Os ambientes são protegidos contra a entrada de aves, animais, insetos, roedores e poeiras, devem possuir superfícies internas (pisos, paredes e teto) lisas e impermeáveis, sem rachaduras, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis. Os ralos devem ser sifonados e fechados, e nas áreas de manipulação, limpeza e higienização não existem ralos. A temperatura e a umidade relativa devem ser controladas diariamente para que não haja deterioração dos produtos farmacêuticos e dos produtos para saúde. Os vestiários, lavatórios e os sanitários devem ser de fácil acesso e suficientes para o número de funcionários. Os sanitários não têm comunicação direta com as áreas de manipulação e armazenamento. O acesso às salas de limpeza, higienização e esterilização; pesagem; manipulação e envase deve ser realizado por meio de antecâmara. 2.4.1.2. Especificações da área física de manipulação A área física deve ser localizada, projetada, construída ou adaptada, com uma infraestrutura adequada às atividades a serem desenvolvidas. A sala destinada à manipulação e envase de preparações estéreis deve ser independente e exclusiva. A área de manipulação das misturas intravenosas é dotada de filtros de ar para retenção de partículas e micro-organismos, garantindo os níveis recomendados – Grau B (100 partículas/ pé cúbico de ar) ou sob fluxo laminar, Grau B (100 partículas/ pé cúbico de ar), em área Grau C (10.000 partículas/ pé cúbico de ar) e possui pressão positiva em relação às salas adjacentes. A sala destinada à limpeza e higienização dos produtos farmacêuticos, produtos para saúde e materiais de embalagem utilizada na manipulação das misturas intravenosas possuir classificação Grau D (100.000 partículas/ pé cúbico ar). A sala deve ser contígua à área de manipulação e dotada de 10 passagem de dupla porta para a entrada de material em condição de segurança. Nas áreas de manipulação todas as superfícies devem ser revestidas de material resistente aos agentes sanitizantes, lisas e impermeáveis para evitar acúmulo de partículas e microrganismos, possuindo cantos arredondados. A sala de paramentação deve possuir câmaras fechadas, onde as portas apresentem dispositivos de segurança que impeçam a abertura simultânea das mesmas, e apresentar pressão inferior à da sala de manipulação e superior à área externa. 2.4.1.3. Área física do armazenamento de medicamentos e produtos para saúde A área de armazenamento tem capacidade suficiente para assegurar a estocagem ordenada das diversas categorias de produtos farmacêuticos, produtos para saúde e materiais de embalagem. Todos os materiais serão armazenados sob condições apropriadas, de forma ordenada, para que possam ser feitas a separação dos lotes e a rotação do estoque, obedecendo à regra: primeiro que entra, primeiro que sai. Os materiais de limpeza são armazenados separadamente. 2.4.1.4. Higiene e Vestuário Na área de pesagem e salas de manipulação não é permitido o uso de cosméticos, joias ou quaisquer objetos de adorno de uso pessoal. Não é permitido conversar, fumar, comer, beber, mascar, manter plantas, alimentos, medicamentos e objetos pessoais nas salas de pesagem e manipulação. Os funcionários envolvidos na manipulação devem estar adequadamente paramentados, utilizando equipamentos de proteção individual (EPIs), para assegurar a sua proteção e a do produto contra contaminação, devendo ser feita a colocação e troca dos EPIs sempre que necessária. 11 Os manipuladores de produtos estéreis devem atender a um alto nível de higiene e particularmente devem ser instruídos a lavar corretamente as mãos e antebraços, com escovação das unhas, utilizando antisséptico padronizado, antes de entrar na área de manipulação. Os funcionários envolvidos na manipulação de preparações estéreis devem estar adequadamente uniformizados para assegurar a proteção da preparação contra a contaminação. Os uniformes e calçados utilizados nas áreas classificadas devem cobrir completamente o corpo, constituindo barreira à liberação de partículas provenientes da respiração, tosse, espirro, suor, pele e cabelo. 2.4.1.5. Limpeza e Sanitização Os produtos usados na limpeza e sanitização não devem contaminar, com substâncias tóxicas, químicas, voláteis e corrosivas as instalações e os equipamentos de preparação. A limpeza deve ser efetuada com registros dos procedimentos de limpeza. O lixo e resíduos da manipulação devem ser depositados em recipientes tampados, identificados e ser esvaziados fora da área de manipulação, com descarte apropriado, de acordo com a legislação vigente. 2.4.1.6 Área de Dispensação A área de dispensação do setor de manipulação possui espaço e condições suficientes para as atividades de inspeção final e acondicionamento das misturas intravenosas para o transporte. 2.4.1.7. Controle do Processo de Preparação O controle do processo de preparação é efetivado a partir da avaliação farmacêutica da prescrição, controle microbiológico do processo e do processo de manipulação. 12 A avaliação farmacêutica de cada prescrição, quanto à concentração, viabilidade e compatibilidade físico-química e farmacológica dos componentes, dose e via de administração, deve ser feita antes do início da manipulação. Com base nos dados da prescrição, devem ser realizados e registrados os cálculos necessários para a manipulação da formulação (peso, parâmetros dos componentes etc.). Para o controle microbiológico, é necessário a validação e monitoração do controle ambiental e de funcionários, para garantir a qualidade microbiológica da área de manipulação. Complementando com validação e verificação do cumprimento do procedimento de lavagem das mãos e antebraços, e procedimentos de limpeza e desinfecção das áreas, instalações, equipamentos e materiais empregados na manipulação das misturas intravenosas. A realização dos testes de esterilidade e de endotoxinas bacterianas fica dispensada de toda preparação estéril, obtida por reconstituição, transferência, incorporação ou fracionamento de especialidades farmacêuticas estéreis, com prazo de utilização de 48 horas. No processo de manipulação devem existir procedimentos operacionais escritos para todas as etapas. Todas as superfícies de trabalho e os equipamentos da área de manipulação devem ser limpos e desinfetados antes e após cada manipulação. Deve-se efetuar registros das operações de limpeza e desinfecção dos equipamentos empregados na manipulação. As salas de manipulação devem ser mantidas com temperatura e umidade compatíveis com as substâncias/matérias-primas armazenadas/manipuladas. As condições de temperatura e umidade devem ser definidas, monitoradas e registradas. O transporte dos materiais limpos e desinfetados para a sala de manipulação acontece através de câmara com dupla porta (pass-through). Todo pessoal envolvido no processo de preparação das misturas intravenosas deverá proceder à lavagem das mãos e antebraços e escovação 13 das unhas, com antisséptico apropriado antes do início de qualquer atividade na área de manipulação. O envasamento das misturas intravenosas deve ser feito em recipiente adequado e que garanta a estabilidade físico-química e microbiológica das misturas intravenosas. 2.4.1.8. Rotulagem e Embalagem As formulações preparadas devem ser rotuladas e embaladas de forma adequada, seguindo as condições de armazenagem do fabricante. Todo produto estéril, obtido após preparo destinado à utilização em serviços de saúde, deve conter rótulo com as seguintes informações: nome completo do paciente, quarto/leito e registro hospitalar (se for o caso), composição qualitativa e quantitativa dos produtos e ou nomes das especialidades farmacêuticas que compõem a manipulação, volume total, velocidade da infusão, via de acesso, data e hora da manipulação, número sequencial de controle e condições de temperatura para conservação e transporte, nome e CRF do farmacêutico responsável e identificação de quem preparou a manipulação. A determinação do prazo de validade deve ser baseada na avaliação físico-química das drogas e considerações sobre a sua estabilidade. As fontes de informações sobre a estabilidade físico-química das drogas são obtidas em compêndios oficiais, pesquisas publicadas e as recomendações dos fabricantes. 2.4.2. Recursos Humanos e Organização A farmácia deve ter um organograma que demonstre possuir estrutura organizacional e de pessoal suficiente para garantir que o produto por ela preparado esteja de acordo com os requisitos do Regulamento Técnico. 14 O Responsável pela manipulação, inclusive pela avaliação das prescrições é o farmacêutico, com registro no seu respectivo Conselho Regional de Farmácia. Todo o pessoal envolvido nas atividades da farmácia deve estar incluído em um programa de treinamento. 2.4.3. Requisitos Materiais - Equipamentos e Mobiliários Os equipamentos devem ser instalados e localizados de forma a facilitar a manutenção, e mantidos de forma adequada às suas operações, minimizando os riscos de erro e contaminação, permitindo efetiva limpeza. Os equipamentos devem ser validados, periodicamente verificados e calibrados no mínimo uma vez ao ano, conforme procedimentos e especificações escritas, e devidamente registrados. Todos os equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva, de acordo com um programa formal, e corretivo, quando necessário, obedecendo a procedimentos operacionais escritos com base nas especificações dos manuais dos fabricantes. O mobiliário será o mínimo e estritamente necessário ao trabalho desenvolvido, constituído de material liso, impermeável, resistente e de facilmente limpeza. Dos materiais necessários inclui: produtos farmacêuticos, produtos para saúde, materiais de embalagem e germicidas (anti-sépticos e desinfetantes) empregados no processo de preparação das misturas intravenosas. 2.4.4. Água A água utilizada na preparação de estéreis pode ser obtida no próprio estabelecimento, por destilação ou por osmose reversa, obedecendo às características farmacopéicas de água para injetáveis. Água para injetáveis é o insumo utilizado na preparação de medicamentos para administração parenteral, como veículo ou na dissolução 15 ou diluição de substâncias ou de preparações. Essa água apresenta as seguintes características físicas: líquido límpido, incolor, insípido e inodoro (BRASIL, 2010). Em casos excepcionais, quando o consumo de água não justificar a instalação de sistema de produção de água para injetáveis, a farmácia pode utilizar-se de água para injetáveis produzida por indústria farmacêutica. 2.5. IMPORTÂNCIA PARA OS PACIENTES, INSTITUIÇÃO E PROFISSIONAIS As principais justificativas de implantação de uma central de misturas intravenosas são de ordem técnica, terapêutica e econômica, e apresentam grande importância para os pacientes, instituição e profissionais. As características de ordem técnica são garantia técnica de assepsia, manutenção da integridade físico-química e reduções de erros de medicação. Atendendo a preparação das misturas intravenosa questiona-se sobre o preparo pelo serviço de enfermagem dos medicamentos injetáveis, considerando a ausência de técnicas de assepsia no preparo, e manuseio incorreto na utilização do material, isso dificulta assegurar uma preparação eficaz, eficiente e responsável (Portaria nº 500, 1997). Em estudos realizados avaliando à técnica do preparo dos medicamentos, observa-se que, das 1.129 doses observadas, 1.026 (90,9%) doses estavam incorretas nos seguintes itens: lavagem das mãos, proteção de medicamentos fotossensíveis e desinfecção das ampolas e preparo com muito tempo de antecedência, entre outro (OPITZ, 2006). A técnica de assepsia é um dos itens apontados na observação das doses incorretas. Essa técnica é garantida com o preparo de medicamentos na central de misturas intravenosas. O local para manipulação pode interferir no preparo dos medicamentos, então se recomenda realizar essa tarefa em local adequado e reservado. Após pesquisa de 310 amostras de seringas manipuladas na sala de serviço da enfermagem, constatou-se que 3,8% estavam contaminadas, ao passo que a mesma quantidade de seringas manipuladas em ambiente 16 controlado por fluxo laminar, apenas 0,65% encontravam-se contaminadas. Observou-se com esses dados, uma redução da contaminação nas preparações em ambiente controlado (ARAUJO et al., 2010). A preparação de medicamentos, de uso injetáveis, requer o conhecimento físico-químico do fármaco, incluindo os veículos nos quais os medicamentos liofilizados serão diluídos, para que não se comprometa a estabilidade, apirogenicidade, esterilidade e qualidade da preparação. A segurança e qualidade da administração do medicamento ao paciente dependem desses fatores (PEREIRA et al., 2006). O preparo de medicamentos sendo de responsabilidade da farmácia, onde se encontra todo o conhecimento técnico-científico dos medicamentos, a manutenção da integridade físicoquímica é assegurada. Com a implantação do sistema de distribuição por dose unitária, observou-se em estudos publicados uma redução nos erros de 13% para 7,20% (ARAUJO et al., 2010). Erro de medicação é definido como: qualquer evento passível de prevenção que pode causar ou induzir ao uso inadequado do medicamento ou prejudicar o paciente enquanto o medicamento está sob o controle do profissional de saúde, paciente ou consumidor. Tais eventos podem estar relacionados à prática profissional, produtos de cuidado de saúde, aos procedimentos e sistemas, incluindo prescrição; a comunicação da prescrição; ao rótulo do produto; à embalagem e nomenclatura; à composição; à dispensação; a distribuição; à educação; a monitoração e ao uso (OPITZ, 2006). A maioria dos erros está relacionada à prescrição e administração dos medicamentos (OPITZ, 2006). As taxas de erros encontradas em quatro instituições de saúde no Estado da Bahia, na fase do preparo, representa a variação de 42% a 94% e na administração de 44% a 94%. (ANSELMI et al., 2003). As consequências dos erros podem resultar em várias implicações para os pacientes, trazendo diversas injúrias. A análise dos erros de medicação deve ser de forma multidisciplinar, pois dificilmente o erro tem uma única causa (LEAPE, 2000), onde a farmácia, 17 no âmbito hospitalar, está envolvida com esses erros. Com a implantação da central de misturas intravenosas, distribuindo os medicamentos injetáveis unitarizados, proporciona-se uma redução dos erros de medicação relacionados a fase de preparo. Para melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente, a existência da central de misturas intravenosas exige maior interação da equipe multidisciplinar da unidade hospitalar (GOMES e REIS, 2000). Essa integração só vem agregar a vida profissional com ampliação de conhecimentos e interação pessoal. A integração da equipe multidisciplinar e agregação do conhecimento ao profissional são características de ordem terapêutica, onde propiciam maior qualidade e segurança no tratamento dos pacientes. De ordem econômica, as características apresentadas são a redução do custo e economia com a centralização do trabalho de preparo de medicamento. A preparação de medicamentos injetáveis propicia uma economia substancial para a instituição e, consequentemente, utilização racional dos medicamentos. Estudos realizados pelo Instituto da Criança mostraram que, com a disposição de medicamentos unitarizados, a farmácia reduz o consumo interno em até 35% (ARAUJO et al., 2010). Na prática, observa-se que a enfermagem trabalha em ambiente agitado, pela complexidade assistência, podendo causar inconformidade medicamentosa. Nessa situação, faz-se necessário propiciar um ambiente seguro sobre a administração de medicamentos (ARAUJO et al., 2010). Com a preparação de medicação intravenosa pela farmácia, há redução do tempo gasto com os profissionais de enfermagem na preparação destas misturas, proporcionando disponibilidade de tempo a esses profissionais para realização de suas atividades de forma mais segura. O trabalho centralizado, de preparo de medicamentos, resulta em economia, a partir da consideração que o consumo do tempo dos profissionais de saúde pode ser traduzido em preço-tempo (MOTA et al., 2008). Na situação, onde toda a equipe de enfermagem deixa de exercer uma atividade, e passar 18 ser responsabilidade da farmácia, em equipe menor, o preparo de medicamentos. A implantação da central de misturas intravenosas representa para os pacientes maior segurança e qualidade no tratamento, para a instituição a proporção de substancial economia, e representa para o profissional a ampliação de conhecimentos, maior integração a equipe com serviço mais seguro. Especificamente a farmácia, essa implantação permite o retorno da atividade de preparo de medicamentos, que é de fato sua responsabilidade. CONCLUSÃO A implantação da central de misturas intravenosas contempla um dos requisitos na adoção do sistema de distribuição por dose unitária. A realização dessa implantação muita das vezes não ocorre com resistência à necessidade de alto investimento financeiro, sem considerar os benefícios justificáveis oferecidos. Justifica-se a implantação da central de misturas intravenosas pelas vantagens proporcionadas de ordem técnica, terapêutica e econômica para a unidade hospitalar. Em ordem técnica as características são as reduções de erros de medicação, garantia da técnica asséptica e manutenção da integridade físicoquímica. Como características de ordem terapêutica pode ser citada a exigência da integração da equipe assistencial multidisciplinar e aprimoramento do conhecimento técnico, garantindo maior segurança e melhor tratamento ao paciente. Enquanto as características de ordem econômica envolvem a redução de custos da terapia intravenosa e a economia pelo trabalho centralizado de preparo. A implantação da central de misturas intravenosas visa principalmente a redução dos erros de medicação, proporcionando maior segurança e qualidade dos medicamentos injetáveis administrados aos pacientes hospitalizados. Além da redução dos erros de medicação, a implantação da central de misturas do é significativa para o profissional farmacêutico hospitalar. As atividades de reconstituição, diluição ou fracionamento dos medicamentos em 19 meio hospitalar sempre foram realizadas pela equipe de enfermagem, porém é de consenso que a manipulação de medicamentos é atributo do farmacêutico. Considerando que a farmácia é a autoridade em medicamentos e que o farmacêutico é o profissional que possui conhecimentos técnicos e científicos necessários ao desenvolvimento e a gestão da manipulação de medicamentos, a instalação da central de misturas devolve um papel que é do farmacêutico de fato e consolida a sua responsabilidade na preparação dos medicamentos estéreis. REFERÊNCIAS ANACLETO, T. A; PERINI, E.; ROSA, M. B.; CESAR, C. C. Medication errors and drug – dispensing systems in a hospital pharmacy. Clincs, Belo Horizonte, MG, v. 60, n. 4, p. 325-332, 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/clin/v60n4/a11v60n4.pdf>. Acesso em: 14 setembro 2012. ARAUJO, S. A. N; SABATES, A. L. Aspectos facilitadores do Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária para a enfermagem. ConScientiae Saúde, Mooca, SP, v. 9, n. 1, p. 47-58, 2010. Disponível em: < http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/929/92915037007.pdf >. Acesso em: 21 agosto 2012. 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