Pesquisa Interativa: o papel da Internet
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Pesquisa Interativa: o papel da Internet
Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 1 Pesquisa via Web: reinventando o papel e a idéia de pesquisa Henrique FREITAS Raquel JANISSEK-MUNIZ Yves BAULAC Jean MOSCAROLA 2006 Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 2 Pesquisa via Web: reinventando o papel e a idéia de pesquisa Henrique FREITAS Professor do PPGA/EA/UFRGS Pesquisador CNPq Doutor em Gestão (UPMF, Grenoble, França) E-mail: [email protected] Raquel JANISSEK-MUNIZ Bolsista CNPq de Pós-Doutorado no País (Gianti, PPGA/EA/UFRGS) Doutora em Gestão (UPMF, Grenoble, França) E-mail: [email protected] Yves BAULAC Doutor em Computação (França) Diretor Associado ERGOLE informatique - Sphinx Développement Jean MOSCAROLA Professor da Université de Savoie (Annecy, França) Pesquisador do IREGE/CNRS Doutor em Economia Aplicada (HEC Paris, França) Diretor Associado ERGOLE informatique - Sphinx Développement Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 3 Supervisão gráfica: terceirizada Capa: Fernando Kuhn Andriotti Edição: Raquel Janissek-Muniz Impressão: terceirizada Revisão: Ricardo Simm Costa FICHA CATALOGRÁFICA P474 Pesquisa via Web : reinventando o papel e a idéia da pesquisa / Henrique Freitas ... [et al.] – Canoas: Sphinx, 2006. 204 p. : il. Bibliografia: p. 197 ISBN: 85-89225-02-X 1. 1. Metodologia. 2. Pesquisa. 3. Internet. 4. Análise de dados. I. Freitas, Henrique Mello Rodrigues de. CDU – 001.8 Índice para catálogo sistemático: 1. Pesquisa e métodos – 001.4 2. Ciências sociais – 306.3 3. Análise de dados – 001.642 ® Henrique Freitas, Raquel Janissek-Muniz, Yves Baulac e Jean Moscarola. Todos os direitos estão reservados a SPHINX BRASIL. Impresso em novembro 2005, Canoas RS. Também disponível via Internet: http://www.sphinxbrasil.com http://www.ea.ufrgs.br/professores/hfreitas Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 4 Apresentação Caros leitores, nós, autores, temos, nestes últimos anos, envidado todos nossos esforços de produção acadêmica e profissional na busca de uma gama de sistemas e de serviços de qualidade, que permitam a cada usuário, a cada analista, a cada executivo, gerente, pesquisador, estudante, enfim, a cada pessoa interessada em coletar dados, organizar ou importar bases de dados, e em seguida poder fazer uso de diversos modelos de preparação e análise de dados, tudo visando propiciar melhores condições de trabalho, de autonomia na realização das tarefas e atividades, de exercício pleno de cada curiosidade de investigação. Considerando a boa aceitação de nossas obras anteriores, baseadas em casos de pesquisa e análise de dados, e com a introdução de novas tecnologias, abordamos agora a questão das pesquisas via Web. Muito ainda há que se debater e definir sobre questões inerentes, como a efetiva representatividade de uma amostra, a forma adequada dos formulários, a abordagem dos potenciais respondentes. Nossa abordagem é técnica no sentido da viabilização de tais pesquisas. Procuramos mostrar passo a passo como realizar uma pesquisa via Web. Nosso agradecimento se volta a todos usuários Sphinx ®, os quais têm nos enviado críticas e sugestões para que nossas soluções possam ser melhoradas. Também agradecemos a todos nossos alunos e nossos colegas professores na área de gestão e em todas outras áreas (tão diversas como Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 5 medicina, engenharia, filosofia, arquitetura, matemática, estatística, etc.). Toda ajuda recebida faz com que busquemos sempre melhores sistemas para a concepção e realização de enquetes e sua inerente caixa de ferramentas para preparação e análise de dados. Agradecemos nossos parceiros franceses nessa empreitada toda, Société Le Sphinx Développement et Ergole Informatique: é da cooperação sadia que nascem todas idéias que praticamos e que apresentamos em nossas soluções. Agradecemos mais uma vez a nossos familiares, pois sem a compreensão e o apoio deles não haveria razão de buscar sempre algo melhor. Agradecemos a Deus por nos dar forças e nos iluminar a cada momento importante, a cada momento frágil, e assim, com fé, numa vida melhor, numa sociedade melhor, em pessoas melhores e mais cooperantes, menos mesquinhas, menos egoístas, mais abertas, mais felizes ao ver o próximo bem. A todos, boa leitura, bom proveito! Henrique Freitas e Raquel Janissek-Muniz, pelos autores. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 6 Esta obra se insere na continuidade das seguintes obras: FREITAS, H., JANISSEK, R., MOSCAROLA, J., BAULAC, Y. (2002) Pesquisa interativa e novas tecnologias para coleta e análise de dados usando o Sphinx. Porto Alegre/RS/Brasil: SPHINX Brasil 2002, 384 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) FREITAS, H. e JANISSEK, R. (2000) Análise Léxica e Análise de Conteúdo: técnicas complementares, sequenciais e recorrentes para análise de dados qualitativos. Porto Alegre: SPHINX Brasil, 2000, 176 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) FREITAS, H. e MOSCAROLA, J. (2000) Análise de dados quantitativos & qualitativos: casos aplicados usando o Sphinx ®. Porto Alegre: SPHINX Brasil, 2000, 176 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) FREITAS, H., BECKER, J. L., KLADIS, C. M. e HOPPEN, N. (1997) Informação e decisão: sistemas de apoio e seu impacto. Porto Alegre: Ed. Ortiz, 1997, 214 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) FREITAS, H. (1993) A informação como ferramenta gerencial: um telessistema de informação em marketing para o apoio à decisão. Porto Alegre: Ed. Ortiz, 1993. 360 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) FREITAS, H. (1991) Um micro = um centro de informações. Rio de Janeiro: LTC, 1991. 146 p. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 7 Sumário PREFÁCIO DOS AUTORES ............................................................ PREFÁCIO .............................................................................. DADOS DOS AUTORES................................................................ 1. INTRODUÇÃO: A WEB E O PROCESSO DE PESQUISA ......................... 1.1. As gerações de pesquisas de mercado ................................... 1.2. A aplicação de pesquisas on-line ......................................... 2. ALTERANDO PAPÉIS E RELAÇÕES NO PROCESSO DE PESQUISA ............ 2.1. Relações com o respondente .............................................. 2.2. Relações com o cliente .................................................... 2.3. Relações entre a equipe de pesquisa e outros atores ................ 3. AS ENQUETES VIA WEB ........................................................... 3.1. Pesquisas Tradicionais x Pesquisas on-line ............................. 3.1.1. 3.1.2. 3.1.3. 3.1.4. 3.1.5. 3.1.6. 10 12 15 17 19 21 23 26 28 30 32 32 Rapidez ......................................................................... 34 Economia ....................................................................... 35 Qualidade do suporte multimídia ........................................... 36 Interatividade e acessibilidade .............................................. 37 Seletividade e representatividade .......................................... 38 Implicações metodológicas................................................... 43 3.2. Etapas do processo de pesquisa on-line................................. 3.3. Os fluxos de informação e as tecnologias ............................... 4. O IMPACTO POTENCIAL DA WEB EM PESQUISAS ............................. 5. REQUISITOS TECNOLÓGICOS PARA PESQUISA WEB .......................... 5.1. Sistemas interativos ........................................................ 5.2. Melhorias nas Redes de comunicação ................................... 5.3. Integração de tarefas ...................................................... 48 55 58 61 61 67 68 5.3.1. O Servidor de enquetes ....................................................... 69 5.3.2. As tecnologias: texto ou programação gráfica? ........................... 71 6. ALGUNS EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DE PESQUISA VIA WEB ............... 7. UM CASO APLICADO .............................................................. 7.1. Apresentação do caso ...................................................... 7.2. A concepção do questionário ............................................. 7.3. A organização do questionário ............................................ 7.4. Preparação do formulário e dos relatórios ............................. 73 79 79 81 83 89 7.4.1. Preparação do formulário .................................................... 91 7.4.2. Relatórios previamente preparados ........................................ 94 7.5. A escolha do servidor para armazenamento da pesquisa ........... 100 Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 8 7.6. A publicação da pesquisa no SphinxOnline BR ........................ 101 7.6.1. 7.6.2. 7.6.3. 7.6.4. 7.6.5. 7.6.6. 7.6.7. Apresentação ................................................................. 103 Variáveis de Controle ........................................................ 103 Segurança ..................................................................... 105 Ação após o respondente salvar o questionário .......................... 106 Atalhos ......................................................................... 109 Servidor de destino .......................................................... 112 Cópia dos Arquivos ........................................................... 112 7.7. A comunicação/divulgação do formulário na Web ................... 113 7.8 Respondendo ao formulário via Web .................................... 114 7.9 Acompanhamento da pesquisa e importação dos dados ............. 116 8. COLETA E TRATAMENTO DE DADOS QUALITATIVOS VIA WEB ............. 117 8.1. A evolução das tecnologias: uma oportunidade para a coleta, a análise e a interpretação de dados qualitativos ........................... 118 8.2. A qualidade de dados textuais ........................................... 120 8.3. Internet e Web: novas oportunidades, novos obstáculos ........... 120 8.3.1. Os protocolos de pesquisa ganham em eficácia e qualidade ........... 121 8.3.2. Novos obstáculos aparecem ................................................. 122 8.4. Soluções de análise de dados textuais e o text-mining ............. 123 8.5. A coleta e a análise de dados textuais via Web: o caso de uma enquete sobre eleições presidenciais ........................................ 125 8.5.1. Os conhecimentos produzidos em outros estudos ....................... 125 8.5.2. Alguns resultados observados na enquete aplicada...................... 126 8.6. O tratamento de questões texto ........................................ 131 9. CONCLUSÕES: Rumo aos sistemas ‘residentes’ na web ................... 134 10. APÊNDICES....................................................................... 139 Apêndice A: Publicar enquetes Web no Servidor de Enquetes BR ............. 140 Apêndice B: Adotando e operando o software Serv. de Enquetes ............. 179 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 198 Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 9 PREFÁCIO DOS AUTORES A Web oportuniza uma forma de coleta e de disseminação das informações nunca antes possível de ser realizada. Com ela, o pesquisador não está mais limitado às restrições de tempo, custo e distância, já que o acesso é mundial, praticamente instantâneo e com despesas mínimas. Além disso, o tipo de questionário a ser administrado pode passar longe das tradicionais impressões, permitindo que o pesquisador utilize uma interface muito mais interativa e rica, seja na coleta ou na apresentação dos resultados. Com a Web, é possível conceber – para acesso remoto de usuários externos apresentações multimídia com sons, imagens e vídeos, o que não era possível nas tradicionais formas de aplicação dos questionários. Hoje em dia, é factível conceber um questionário pela manhã e possuir, no final da tarde, uma coleção de dados e suas respectivas análises. Em ambientes onde a coleção de dados torna-se um processo automatizado muito mais eficaz do que no tradicional processo manual, a abordagem de análise pode também alterar. A análise de dados - que tipicamente tem sido uma tarefa realizada somente ao final da coleta de dados - é alterada drasticamente pela possibilidade de acompanhamento na coleta dos dados, pois os questionários podem ser deixados na Web de forma definitiva, o que faz com que a coleta seja jamais "finalizada". Isto, contudo, torna necessário considerar cruzamentos e análises on-line dos resultados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 10 Na medida em que tal abordagem exige um entendimento de análise que deve ser realizado a priori, ou seja, antes da coleta de dados, os pesquisadores se vêem obrigados a definir relatos e tabelas de resultados que permitam apresentar os dados à medida que os mesmos vão sendo coletados, em tempo real. De fato, a aplicação de enquetes via Web permite que análises sejam automaticamente visualizadas e armazenadas em servidores Web, os quais estão acessíveis no mundo inteiro. Com o intuito de aproveitar as vantagens das possibilidades oferecidas pela Web para a realização de pesquisas, é necessário reconsiderar as formas como as enquetes são desenvolvidas e conceber novos produtos e sistemas que estejam melhor situados nesse ambiente. É necessário também rever os papéis dos diferentes atores do processo de pesquisa (empresa demandante, cliente ou interessada, pesquisador, respondente, etc.) e a maneira que estes serão envolvidos, bem como as ferramentas disponíveis para a comunidade de pesquisa e mesmo para todos analistas e executivos. Palavras-chave: Web survey Pesquisas interativas Tecnologia de informação Relação empresa-cliente Enquetes on-line Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 11 PREFÁCIO É inequívoca a constatação de que, dentro de nossas empresas, o mundo das informações está se tornando cada vez mais complexo. Nos últimos 20 ou 25 anos, as transformações ocorridas nas formas de obtenção, armazenamento e uso das informações que as empresas necessitam para respaldar os processos de tomada de decisão foram enormes, ultrapassando todos os limites do imaginário de acadêmicos e executivos. Dentre as transformações verificadas sobressai-se o encurtamento do tempo disponível para se tomar decisões nas empresas. Há, por exemplo, uma evidente redução no ciclo de vida dos bens por elas produzidos, que por sua vez pressiona a redução dos respectivos períodos de teste e lançamento. Isso, por si só, já é suficiente para que se altere substancialmente o fluxo de dados e a necessidade de aperfeiçoamento dos recursos da informática, utilizados tanto para coleta quanto para o processamento e análise desses dados. Felizmente, a melhoria das comunicações, bem como a expansão da “memória” e velocidade das empresas, têm sido facilitadas pela evolução dos recursos eletrônicos aplicados tanto à pesquisa quanto à gestão nas empresas. Felizmente também, conta-se com o esforço e dedicação de profissionais como os autores deste livro, que trabalham duro para associar ao colossal avanço da informática técnicas que simplificam e agilizam ainda mais o seu uso. Colaboram, sobretudo, para melhorar a sincronia da pesquisa e da gestão com a dinâmica dos mercados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 12 O conteúdo deste livro é retirado do background e da formação profissional de seus quatro autores. Com suas especialidades, eles estão empenhados no louvável esforço de utilizar os fabulosos recursos da Web para facilitar a atividade de pesquisa na área da administração. Como pesquisador da área de marketing, tenho verificado, no dia-a-dia, os efeitos das transformações impostas às empresas pelas mudanças ocorridas nos últimos tempos. Um pouco antes da metade da década de 80, quando comecei a trabalhar em pesquisa em Porto Alegre, o tempo que tínhamos para fazer uma pesquisa de mercado era muito maior daquele que dispomos hoje. As empresas ainda eram pouco pressionadas pelo tempo e pelos concorrentes. Conseqüentemente, conviviam muito bem com prazos de pesquisa dilatados de 150 ou até 180 dias. Para este mesmo tipo de pesquisa, hoje, não se teria mais do que 30 ou 40 dias de prazo. Naquela época era inconcebível imaginar-se uma pesquisa na qual planejamento e execução coubessem dentro de um prazo exíguo de 24 ou 36 horas, situação bastante freqüente nos dias de hoje. A pesquisa constituía-se de várias atividades separadas, realizadas em momentos distintos. Após coletados, os dados eram transcritos em planilhas, atividade que antecedia a “perfuração dos cartões” em máquina dedicada, que por sua vez constituía-se em atividade que antecedia a leitura dos cartões, em máquina também dedicada, isso tudo antes de se chegar ao computador – obviamente um mainframe pesado e inflexível, que quase sempre frustrava nossas primeiras tentativas de processamento dos dados. É com satisfação, portanto, que recebo esta obra e acima de tudo com a convicção de que os pesquisadores encontrarão nela um importante suporte para facilitar suas vidas. Aos autores Henrique Freitas, Raquel Janissek-Muniz, Jean Moscarola e Yves Baulac, meus cumprimentos pela Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 13 iniciativa e meus sinceros agradecimentos por contribuírem com o meu trabalho de pesquisador. Aos leitores o desejo de que possam usufruir do livro na mesma intensidade com a qual eu o farei. Prof Luiz Antônio Slongo Escola de Administração Univ. Federal do Rio Grande do Sul Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 14 DADOS DOS AUTORES HENRIQUE FREITAS é Professor Adjunto da Escola de Administração da UFRGS (desde 1994), ex-Coordenador do PPGA/EA/UFRGS (Gestão 2001-2002), onde chefia a equipe de pesquisa do GIANTI do PPGA/EA/UFRGS (Grupo de Estudos sobre o Impacto da Adoção de Novas Tecnologias de Informação). É, desde 1993, Pesquisador 1C CNPq, onde já coordenou e realizou 35 projetos (CNPq e Fapergs). Cursou Economia na UFRGS (1982), Especialização em Análise de Sistemas na PUCRS (1983), Mestrado em Administração na UFRGS (1989), Doutorado em Gestão na Université Pierre Mendès France, Grenoble 2 – França (1993) e Pósdoutoramento em Sistemas de Informação na University of Baltimore (MD, EUA, 1997-98). Já orientou 6 teses de doutorado e 38 dissertações de mestrado e orienta, atualmente, 2 doutorandos e 5 mestrandos. Publicou 7 livros e dezenas de artigos nacionais e internacionais, foi coordenador nacional da área de Administração da informação da ANPAD (1999-2000) e integra o comitê editorial do Journal of AIS. Desde 1989, em parceria com os franceses Jean Moscarola e Yves Baulac, coopera na concepção e melhoria dos Sistemas Sphinx. E-mail: [email protected] - www.ea.ufrgs.br/professores/hfreitas RAQUEL JANISSEK-MUNIZ é Analista de Sistemas e Bolsista CNPq de PósDoutorado. Cursou Informática na UNIJUI (1995), Mestrado em Administração PPGA/EA/UFRGS (2000) e Doutorado em Gestão na Université Pierre Mendès France, Grenoble 2 – França (2004). De 1996 a 1999, foi professora de Análise de Sistemas e Informática na Universidade Regional Integrada (URI). Publicou livros e diversos artigos na área de Análises de Dados, Internet e Inteligência Estratégica Antecipativa. Desde fevereiro 2000 integra a equipe da SPHINX Brasil, sendo responsável pela Área Técnica (Licenciamento, Suporte e Novas Tecnologias) e colaborando no desenvolvimento dos produtos, serviços e sistemas. De 2000 a 2004, dando continuidade ao trabalho de cooperação do Prof. Henrique Freitas com a equipe do Prof. Humbert Lesca, realizou seu Doutorado em Sistemas de Informação na ESA – Laboratoire CERAG - UPMF (França), com tese em Inteligência Estratégica Antecipativa. Desde janeiro 2005, é bolsista CNPq de Pós-Doutorado no País, realizando projetos de Inteligência (soluções técnicas e metodológicas para a realização de processos de Inteligência em empresas brasileiras), integrando as atividades do grupo de pesquisa do GIANTI do PPGA/EA/UFRGS. E-mail: [email protected] YVES BAULAC é Doutor em Computação, Sócio-Diretor da ERGOLE Informatique Sphinx Développement e responsável pelo desenvolvimento dos sistemas Sphinx ®. JEAN MOSCAROLA é Doutor em Economia Aplicada pela H.E.C. Paris, Professor da IUP e Pesquisador do IREGE/CNRS, Université de Savoie, Annecy, França, Co-autor do sistema Sphinx® e autor de diversos livros e artigos científicos, dirigiu centros de pesquisa em sistemas e decisão, tendo realizado e coordenado diversas pesquisas e estudos de mercado, tanto no meio universitário quanto no meio empresarial. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 15 Pesquisa via Web: reinventando o papel e a idéia de pesquisa Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 16 1. INTRODUÇÃO: A WEB E O PROCESSO DE PESQUISA O processo tradicional de pesquisa é, por vezes, limitado em função de seu custo, tempo, dispersão geográfica ou intensidade de trabalho, o que pode ser amplamente resolvido pelo uso da tecnologia Web. Após os estudos manuais, informatizados e automatizados, a Web oferece a possibilidade de um novo salto tecnológico para a coleta e tratamento de dados necessários à realização de pesquisas (GALAN e VERNETTE, 2000). Não somente as atividades de impressão, postagem, entrevistas ou entrada de dados são reduzidas, mas também é importante considerar que o espaço de tempo entre o momento onde a informação é coletada e a divulgação dos resultados diminui consideravelmente. Considere-se também que a acessibilidade universal das tecnologias de informação significa que a população de usuários pode ser extremamente diversa e rica em termos de experiências, características, habilidades e retornos (PITKOW, 1994). Além disto, uma das maiores críticas da pesquisa tradicional - nomeada como a carência de interação e de feedback (MISHLER, 1993) - pode encontrar uma nova solução no contexto da interação via Web. Diversos textos e autores têm apontado a Web e as vantagens da integração de um website na estratégia mercadológica de uma organização, repensando, por essa via, a função de distribuição e as formas de comunicação. MALHOTRA (2001, p.59) lista diversos websites (americanos e europeus) que abordam a pesquisa de marketing on-line na prática (entre eles: www.ama.org, www.mra-net.org, www.esomar.nl e www.arca.org) e destaca as “incontáveis utilidades da Web para os pesquisadores” (fonte de provedores de pesquisa, fonte de dados secundários, fonte de software de pesquisa, fonte para coleta de dados via grupos focais, etc.). Observa ainda que uma pesquisa via Web apresenta a vantagem de “poder ser processada na mesma velocidade com que os Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 17 dados entram no sistema”. Tem-se, adicionalmente, a economia da etapa de entrada de dados ou digitação, além de diminuir o viés ou influência. Além disso, a própria Web é uma ferramenta de gestão do processo de pesquisa (usando-se, sobretudo, o e-mail e a troca de arquivos), bem como de difusão dos resultados (ARAGON et al., 2000). AMAMI e THÉVENOT (2000, p.7) destacam como “reais e enormes” as possibilidades e definem um quadro conceitual para a questão da ‘internet marchand’ ou comércio eletrônico, com base em 2 dimensões principais (posição do usuário em relação ao sistema ‘firewall’ – circulação de informações entre os ambientes interno e externo - e impacto da tecnologia Web sobre as relações), a partir das quais distinguem 3 posicionamentos estratégicos: (1) o contato ou a informação em si (a possibilidade de transposição de barreiras e a própria colocação em causa dos atuais canais de distribuição), (2) as redes, as buscas por preços e outros, e a conseqüente ruptura de barreiras físicas (fornecedores, fabricantes, distribuidores, consumidores), e (3) a integração da cadeia virtual de aprovisionamento ou cadeia de valor Web e a inovação, ou seja, “desenvolver as infraestruturas e as competências necessárias para poder agregar, integrar, personalizar, desenvolver novos produtos e inovar para poder oferecer ao cliente o melhor serviço e assegurar a perenidade” (Rayport e Sviokla, 1996 apud AMAMI e THÉVENOT, 2000, p.14). Tudo isto possibilita a personalização da oferta e da relação com os clientes (LAPASSOUDE-MADRID e MONNOYER-LONGÉ, 2000, p.21): as pesquisas via Web são um recurso inerente a tal cenário e escolha. Um dos primeiros artigos sobre o tema numa publicação brasileira é o de SIMSEK (1999), o qual – visando desenvolver um instrumento para avaliar o e-mail como um meio de coleta de dados - discute sobre a representatividade da Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 18 amostra, a qualidade dos dados, as taxas de resposta, bem como as vantagens e desvantagens da pesquisa via e-mail. 1.1. As gerações de pesquisas de mercado A primeira geração de pesquisas (anos 50-70) era somente manual: papel, caneta, calculadora. Em seguida, com a informática, a micro-informática e os sistemas estatísticos, surgiu a segunda geração (anos 70-80), capaz de automatizar grande parte das atividades. Nos anos 90, com a união da informática e do telefone (telemática), da trivialização dos códigos de barras e da leitura óptica, assim como o progresso da síntese vocal e do reconhecimento da fala, surgiu uma nova geração, praticamente automatizável. Hoje, a Web associa a estas possibilidades de coleta e tratamento a força de uma rede capaz de atingir potencialmente milhares de respondentes dispersos geograficamente, e de lhes submeter - ao mesmo tempo - texto, imagem e som, registrando e tratando quase que instantaneamente as atitudes e os comportamentos dos “ciberentrevistados” (GALAN e VERNETTE, 2000). O quadro a seguir apresenta uma síntese dessas gerações de pesquisas, organizadas de acordo com a natureza do estudo: Gerações de pesquisas 1ª geração: estudos manuais 2ª geração: estudos informatizados 3ª geração: estudos automatizados 4ª geração: estudos on-line Estudos quantitativos Face a face, Correio, Telefone, Calculadora Cartões perfurados, Sistemas estatísticos, CAPI, CATI Autômatos, Scanning Internet, Minitel (francês) Estudos qualitativos Face a Face, Microfone, Vídeo Análise Léxica Reconhecimento de voz Internet Gerações de estudo. Fonte: GALAN e VERNETTE (2000, p.40). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 19 Posicionando a Web com relação às pesquisas de mercado, pode-se afirmar que, muito embora inicialmente considerada apenas como uma ferramenta útil para as fases de aquisição de informações, produção de anúncios científicos e difusão de conhecimentos, ela vem cada vez mais conquistando um papel importante em todo o processo de pesquisa. “Independentemente do método de entrevista utilizado (telefone, pessoal, correio ou eletrônico), a Web pode desempenhar papel valioso em todas as fases do trabalho de campo: seleção, treinamento, supervisão, validação e avaliação dos entrevistadores” (MALHOTRA, 2001, p.372). Sendo considerada como uma das tecnologias de maior influência em difusão de informações e interatividade (JANISSEK, 2000), a Web posiciona-se no domínio de pesquisas como uma ferramenta indispensável para a aquisição de dados, coleta de respostas e apresentação de resultados, revolucionando a maneira como as equipes de pesquisas vêm conduzindo seus estudos. A Web assume hoje um papel mais completo, cobrindo não somente os estudos quantitativos, mas também os qualitativos. Comparação de websites para decisão gerencial e de marketing; vigília estratégica de websites (via agentes, motores ou humanos); aquisição e captação de informações antecipativas (LESCA e JANISSEK, 2001, 2002) via enquetes, portais Web ou e-mails; aspiração de websites visando análise textual (FREITAS, JANISSEK, MOSCAROLA e BAULAC, 2002); são alguns exemplos de estudos e abordagens qualitativas que dão um novo sentido ao uso da Web como fonte de informações, facilitando atividades de inteligência competitiva e de tomada de decisão. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 20 1.2. A aplicação de pesquisas on-line As novas tecnologias (tais como comunicação multimídia e redes) oferecem novas possibilidades para os diferentes atores que fazem parte do processo de pesquisa: O cliente - aquele que busca conhecimento e informação para tomar a decisão correta no tempo certo. O pesquisador - aquele cujo trabalho é prover informação com segurança e atualidade, no formato desejado pelo cliente. O respondente - aquele que, sendo a fonte de informação, é talvez o mais importante link no processo de pesquisa, mas que é frequentemente tratado apenas como ator passivo. Um dos principais desafios do pesquisador é conseguir motivar os respondentes de forma que eles não somente forneçam suas opiniões, mas que o façam de forma rápida e efetiva, com respostas honestas e confiáveis. A Internet - considerada como um pseudo autor, envolve tecnologias (protocolos de transferência, browsers, scripts, etc.) e organizações (provedores internet, servidor, etc.) que escapam da interação entre os atores reais (cliente, pesquisador e respondente). No contexto da pesquisa via Web, este “novo ator” substitui entrevistadores, questionários via correio e digitadores, que anteriormente faziam parte do processo tradicional de pesquisa. Isto encurta o tempo, a distância, os custos e diminui as chances de erro no processo. Um outro papel a ser adicionalmente considerado é o da empresa detentora de uma tecnologia específica e prestadora de serviços, a qual pode vir a intermediar relações entre os atores acima citados. As propriedades da Web são muito diferentes daquelas de tecnologias anteriores, uma vez que permitem a realização tanto de um processo Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 21 sequencial como também de um processo em paralelo, fornecendo acesso imediato a diferentes mídias (som, vídeo, etc.). Tais fatores podem permitir a evolução de novos caminhos no processo de pesquisa, provavelmente também afetando rapidamente o comportamento de cada ator do processo. Esta mudança já iniciou, mas o custo e a condução da mudança são ainda altos, e dependem do desenvolvimento de serviços e sistemas Web especificamente criados para a coleta de dados e seu processamento e difusão. Além disso, o nível de acesso à Web pelo público em geral ainda é pequeno (comparado a seu potencial). De fato, muito embora o rápido crescimento, o uso da Web pelo público em geral interrogado é bastante incipiente ou, então, ainda não constitui uma alternativa real se comparado ao correio tradicional, telefone ou entrevista face-a-face. Até o momento, a Web é somente realidade em pesquisas direcionadas à população conectada (por exemplo os visitantes de um website) ou membros de uma comunidade Intranet, etc., muito embora seja possível prever alterações nesse sentido. Direcionando o foco às tecnologias Web já existentes, diversos aspectos são rapidamente envolvidos. Muitos websites já apresentam surveys online, mas a maioria os faz com interfaces pobres, baseadas em formato "impresso" (estático, não dinâmico), usando a tecnologia HTML, a qual oferece somente facilidades multimídia e análise de dados limitadas (estatística e graficamente). A mudança (o objetivo) agora está em como passar para o próximo estágio. O interesse está em partir de um ambiente no qual a tecnologia existe (mas é ainda muito limitada a aplicações puramente marginais ou demonstrativas), para um ambiente onde procedimentos padrões profissionais possam ser estabelecidos, e onde a maioria dos consumidores estejam conectados na Web através de conexões verdadeiramente rápidas. Isto permitiria vislumbrar maiores alterações na Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 22 maneira de aplicar enquetes via Web, tornando-as mais eficazes e com processamento verdadeiramente on-line. Essas mudanças, sem dúvida, resultariam na dinamização da coleta de dados e no aumento de informação para a tomada de decisão, além de encorajar a interação entre atores, fatos que iriam em direção a uma verdadeira rede de trabalho entre o cliente e o respondente. Neste contexto, é necessário explorar o potencial e aplicabilidade de novas tecnologias como as ensejadas pela Web. Iremos inicialmente examinar o processo de pesquisa do ponto de vista de cada ator, abordando papéis e relações e enfatizando algumas mudanças a serem introduzidas no processo de pesquisas interativas. Em seguida focaremos nas enquetes via Web, apresentando características, comparando-as com as enquetes tradicionais, propondo etapas e fluxos desse processo. O impacto potencial da Web em pesquisas é igualmente analisado e, em seguida, apresentamos os tipos de ferramentas e tecnologias necessárias para tornar realidade tais mudanças. Alguns exemplos de aplicações de pesquisas via Web são apresentados, e um caso é descrito, ilustrando as etapas anteriormente propostas e mostrando como viabilizá-las. Enfim, são resgatadas as principais contribuições, discutindo alguns limites atuais e apresentando alternativas de pesquisa de nossa equipe. 2. ALTERANDO PAPÉIS E RELAÇÕES NO PROCESSO DE PESQUISA Uma possível evolução do uso de procedimentos tradicionais de surveys na direção da generalização em rede do processo de pesquisa é apresentada nas 4 figuras a seguir (adaptadas de BAULAC, BOLDEN e MOSCAROLA, Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 23 2000), as quais fornecem uma indicação dos tipos de mudanças que esperamos observar no uso da Web. Na primeira figura é possível observar o processo clássico de survey onde, a partir de solicitações do cliente, o pesquisador conduz a pesquisa. Ele realiza o trabalho e apresenta os resultados finais (baseado no seu entendimento do que foi solicitado) e o respondente é tomado apenas como um participante passivo com pouco ganho pela sua participação na transação. Procedimento clássico de survey. Baixa interatividade. Sem relação direta entre cliente e respondente. Na segunda figura, observa-se a situação atual de pesquisa baseada na Web, onde a interação entre as partes é maior (um tanto incrementada) e o respondente torna-se um membro ativo do processo de pesquisa. O relacionamento entre o cliente e o respondente é estabelecido, mas é mediado pelo pesquisador. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 24 Pesquisa via Web. Interatividade incremental; relação entre cliente e respondente mediada pelo pesquisador. A próxima figura representa uma pesquisa baseada na Web, num ambiente com uma grande proporção de indivíduos conectados em redes de trabalho on-line (Intranets). Nela, o cliente e o pesquisador continuam a possuir papéis distintos, mas a interação um com o outro (e com o respondente) torna-se mais transparente e pode gerar outras oportunidades. Rede - Interatividade extendida e processo de pesquisa coletivo. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 25 Finalmente, na figura a seguir se pode observar um ambiente no qual a equipe de pesquisa não possui mais um papel distinto, tendo sido aberto um caminho direto para interação entre o cliente e o respondente, assim como para outros membros da comunidade conectada, o que pressupõe instrumentos e conhecimento de pesquisa em cada organização-cliente! A comunidade conectada (on-line). A dissolução do processo de pesquisa? A seguir, exploram-se as implicações dessas mudanças na relação de cada interação. 2.1. Relações com o respondente Nos procedimentos tradicionais de pesquisa, a interatividade é muito variável. Em pesquisa via correio, por exemplo, o respondente deve entender a questão e dar sua resposta sem qualquer assistência, diferentemente de como ocorre em pesquisas face-a-face ou em entrevistas via telefone, onde o respondente tem a oportunidade de pedir ajuda ao pesquisador ou entrevistador. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 26 A sequência de interação: em procedimentos de pesquisa via Web, sem a interação direta com alguém, existem grandes possibilidades para se controlar a maneira segundo a qual as questões são respondidas. Inicialmente, em contraste com surveys via correio, o respondente pode ser controlado assim como num procedimento face-a-face: questões podem ser exibidas sequencialmente e controladas por procedimentos de restrições de exibição (por exemplo, a questão x somente será exibida se respostas específicas já tiverem sido dadas). Outra interação possível é oferecer links hipertexto no questionário para explicar palavras técnicas, fornecer maiores informações, etc. Neste caso, o respondente está seguro de ter entendido a questão e, consequentemente, uma maior segurança poderá ser aportada às respostas. Comunicação Multimídia: o uso de browsers para apresentar questionários oferece baixo custo de acesso a recursos avançados, assim como cores, imagens, vídeo e som, etc., o que seria impossível ou muito caro de fazer (incluir) em procedimentos face-a-face ou via correio. Com tais recursos multimídia, os respondentes podem ser facilmente questionados a comparar ou classificar pinturas, clips, sons ou mesmo arquivos de download, utilizando cores e apresentações gráficas para tornar a pesquisa mais envolvente e interessante de ser respondida. Feedback e incentivos: o uso da Web em pesquisas permite um maior nível de interação com o respondente pela possibilidade de lhe prover acesso direto a um conjunto de informações relevantes, incluindo-se a oportunidade de consultar resultados (o que pode ser previsto em relatórios gerais ou personalizados), acessar fontes de informações relevantes (via hiperlinks, por exemplo) ou mesmo oferecer um brinde (por exemplo, após completar uma survey, permitir fazer download de um pequeno software, ou módulo, etc.). Acesso a informações deste tipo Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 27 ativam um grande incentivo (motivação) para completar a survey e podem gerar novas outras oportunidade para os atores envolvidos. Fóruns de discussão: muito embora não sejam estritamente concebidos para surveys on-line, os grupos de discussão baseados na Web, assim como os chats, podem ser ferramentas úteis para a ampliação do escopo de pesquisas via Web. Neste contexto, o nível de interação é incrementado assim como um questionário estruturado, fornecendo caminhos para diálogos multidirecionais capazes de gerar importantes relatórios de dados qualitativos para suportar ou expandir descobertas a partir de uma survey. Assim como os fóruns, alguns questionários podem prover informação igualmente útil e interessante, seja ao respondente, seja ao pesquisador ou cliente. 2.2. Relações com o cliente O cliente se relaciona com o pesquisador ao definir sua demanda, o objetivo da investigação e mesmo a pessoa ou equipe a quem ele delega a tarefa de identificar uma amostra e coletar dados. Uma outra importante interação diz respeito ao processamento dos dados e à comunicação de resultados para encontrar indícios ou produzir insights que permitam ao cliente a tomada de decisão. A natureza dessas interações é altamente dependente da mídia utilizada para comunicar. No paradigma de pesquisas tradicionais, a concepção da pesquisa e análise pode ser mais ou menos interativa, de acordo com a frequência e o formato da comunicação (correio, fax, telefone, etc.). Frequentemente, após o contato inicial, o cliente passará toda a responsabilidade da pesquisa para a equipe de pesquisa, não estabelecendo praticamente nenhuma relação até a entrega do relatório final. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 28 Em outras circunstâncias, contudo, o cliente pode desejar estar mais envolvido em detalhes do processo de pesquisa, como a concepção do questionário, amostragem, análise e interpretação. Neste último caso, o uso da Web e da comunicação eletrônica (por exemplo, e-mail e softwares de processamento de dados on-line) podem prover grandes benefícios. Definição do estudo: a possibilidade para um cliente de referenciar questionários e resultados de estudos anteriores, adicionados a outros documentos, torna-se um incremento de qualidade de retorno de comunicação. Além disso, protótipos de questionários podem ser rapidamente exibidos na Web e selecionados a partir de uma base real. Modificações no questionário são simples quando não existe a necessidade de tratamentos, impressão ou requisitos de design. Monitorando a Coleta de Dados: publicar um questionário na Web permite monitorar diretamente os dados coletados: não existe mais a necessidade de digitação de dados (as respostas são adicionadas automaticamente nos arquivos de dados) nem a necessidade de refazer a análise a cada vez que um conjunto de dados é modificado. Ferramentas agora disponíveis permitem a exploração de dados on-line, o que permite ao cliente e ao pesquisador continuamente monitorar e visualizar resultados, oferecendo a oportunidade de adaptar os métodos de pesquisa às ferramentas apropriadas (FREITAS, JANISSEK, MOSCAROLA e BAULAC, 2002). Assim como algumas técnicas são particularmente utilizadas para definir amostragens, a obtenção de dados preliminares pode permitir modificar questões e palavras, de modo a obter respostas mais adequadas. Análise de dados e tomada de decisão: a distribuição ou apresentação de relatórios de resultados é uma forma clássica utilizada pela equipe de Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 29 pesquisa para comunicar suas descobertas aos seus clientes. Isto é usualmente seguido de análises adicionais para explorar novas hipóteses ou idéias que tiveram como base os resultados do primeiro relatório. Com o ambiente de pesquisa via Web, as bases de dados podem ser compartilhadas com o cliente e diretamente solicitadas por ele (via email). Isto introduz um novo conceito de relatório interativo onde a equipe de pesquisa define um ambiente de análise para apresentar algumas primeiras conclusões que podem ser verificadas através de simulações desenvolvidas pelo próprio cliente. 2.3. Relações entre a equipe de pesquisa e outros atores Como visto anteriormente, a comunicação via Web pode substituir mídias tradicionais (correio, telefone, trocas de arquivos, etc.) e introduzir maiores alterações na direção da qualidade e velocidade de interação com os respondentes e com o cliente. A efetividade de novos procedimentos, contudo, depende do nível de integração de diferentes tarefas de concepção do questionário, de coleta e de análise de dados. A Web é somente um meio: a integração de tarefas depende, de fato, da flexibilidade de softwares disponíveis (FREITAS e MOSCAROLA, 2000) e da habilidade dos atores em utilizá-los na busca de soluções Web. Por exemplo, a alteração da definição do questionário pode muitas vezes facilitar seu entendimento pelo respondente; monitorar a coleta de dados permite automaticamente adaptá-la às estratégias de amostragem; compartilhar bases de dados com o cliente permite simular análises e interpretações, etc. De fato, através do uso da Web, a natureza da interação entre a equipe de pesquisa e outros atores pode ser radicalmente alterada e incrementada. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 30 Organização da equipe de pesquisa: o impacto da Web é também evidente em estudos complexos, com múltiplos clientes e cooperação entre diversas equipes de pesquisa. A definição da pesquisa pode ser concebida focando em dada população e nos instrumentos de pesquisa. A Web, nesse contexto, oferece facilidade por permitir a coleta e análise de dados descentralizada, oferecendo um local fixo - o ciberespaço - para o compartilhamento e disseminação de dados e resultados. O processo de pesquisa torna-se um sistema de informação temporário estabelecido na Web, cuja manutenção é responsabilidade da equipe de pesquisa. O provedor como um novo ator no processo de pesquisa: uma vez que a Web é um novo ator no processo de pesquisa, o provedor também possui um papel importante. Sua tarefa é integrar toda a infraestrutura necessária requerida para uma pesquisa efetivamente baseada na Web. Isto inclui oferecer acesso apropriado à Web para todos os atores (respondente, cliente e equipe de pesquisa), provendo uma plataforma para o software on-line necessário, bem como a manutenção das vias de comunicação, e o direito de gravação das respostas no servidor e no arquivo adequado. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 31 3. AS ENQUETES VIA WEB O rápido desenvolvimento da Web e de suas aplicações está alterando os métodos de realização de enquetes. Isso atinge todos os setores de atividade (indústrias, serviços, administração, etc.) e todos os tipos de enquetes (pesquisa de mercado, enquetes de satisfação, pesquisa de opinião, etc.). Um exemplo é o mundo do ensino, o qual é duplamente atingido por tais revoluções: de um lado a possibilidade de avaliar suas próprias atividades, e de outro o desafio de formar seus estudantes nas novas tecnologias. As novas oportunidades oferecidas pela Web baseiam-se na ligação em rede dos atores da enquete: suas aplicações apresentam diversas vantagens, particularmente no quadro de soluções propostas pelos sistemas que suportam tais aplicações (FREITAS e MOSCAROLA, 2000). 3.1. Pesquisas Tradicionais x Pesquisas on-line As enquetes via Web são comparáveis às enquetes postais (via correio), precedidas pelos relatórios aos quais elas aportam numerosas melhorias. O questionário papel tradicional é substituído por um formulário divulgado via e-mail ou disposto num website, e as respostas são imediatamente disponíveis para análise. O quadro a seguir compara os diferentes modos de aplicação de um questionário. O custo é incontestavelmente o ponto forte do questionário on-line, o telefone torna-se atraente em termos de taxa de resposta, a entrevista face-a-face permite a aplicação de um longo questionário, e o modo postal permanece econômico trabalhando-se com painéis. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 32 Critérios Comprimento do questionário (tempo) Taxa de resposta (taxa de aceitação) Face-a-Face Telefone Postal Web 20 a 60 min 5 a 10 min 20 a 45 min 5 a 15 min 50 a 60% 50 a 70% e-mail (arquivo) 7 a 13% Tempo de resposta (base de 400-600 questionários completos) 15 a 30 dias segundo a quantidade de entrevistadores 5 a 15 dias segundo a quantidade de linhas telefônicas 5 a 20% (arquivos) 70 a 90% (painel) 4a8 semanas Custo por questionário retornado 15 U$ 11 a 13 U$ Comentários Barreiras: venda camuflada Horas de chamada limitadas. 9 a 13 U$ (arquivo) 3 a 5 U$ (painel) 10% de endereços inutilizáveis e-mail (arquivo): 1 mês e-mail (painel): 2 a 7 dias 2 a 5 U$ (arquivo) 70 a 85% de respostas exploráveis. 8% de endereços inválidos Modos de aplicação de um questionário. Fonte: adaptado de GALAN e VERNETTE (2000, p.41). Com o uso das novas tecnologias, o processo de pesquisa ganha força e vigor. Não se trata apenas de automatizar processos e disponilizá-los online, mas de tornar interativo todo o processo: da seleção da população a questionar até a divulgação de relatórios (estes mesmos interativos), os retornos, o tempo de resposta, a riqueza de apresentação facilitando a comunicação, o fato de não se ter fronteiras (podendo atingir a todos) a possibilidade de acompanhamento evolutivo, a obtenção de bases prontas sem passar pela digitação, a produção de relatórios parciais e evolutivos, enfim, o processo de pesquisa inicia um novo roteiro. É a passagem dos métodos tradicionais a um universo ainda não totalmente explorado de funcionalidades e possibilidades. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 33 Evidentemente, o processo de pesquisa via Web apresenta pontos fortes e fracos (SIMSEK, 1999; ARAGON et al., 2000; GALAN e VERNETTE, 2000; SMITH, 1997; PITKOW, 1994). Alguns dos principais critérios são a seguir destacados. 3.1.1. Rapidez Com a Web é perfeitamente possível lançar uma enquete no início do dia e divulgar seus resultados no final do mesmo dia (ou mesmo imediatamente). Os prazos para reprodução do questionário, preparação e envio do correio são reduzidos a alguns poucos instantes necessários para enviar um correio eletrônico para uma lista de difusão. Assim como para a enquete postal, a taxa de retorno depende da motivação das pessoas consultadas, mas mesmo este incoveniente pode ser compensado pela maior espontaneidade que caracteriza o uso dessa mídia. Graças ao tratamento online, a tabulação da enquete pode se realizar em tempo real. O pesquisador e o cliente podem assim acompanhar os resultados, consultando os relatórios on-line. Essa redução impressionante de tempo restabelece totalmente a iniciativa de uso da enquete em sua função de ajuda na tomada de decisão. Por exemplo, em poucas horas, a proposta de um novo logotipo pode ser submetida à apreciação de um painel de consumidores ou então um curso (treinamento) realizado durante o dia pode ser avaliado ao seu término. O chefe de publicidade ou o professor poderão assim reagir e adaptar seu projeto ou seus métodos muito rapidamente. A Web permite enviar questionários para qualquer lugar do mundo em alguns segundos, e também possibilita receber respostas imediatas. Mas, se um e-mail é enviado aos quatro cantos do mundo em segundos, o mesmo não pode ser dito em relação à consulta pelo seu destinatário, o Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 34 qual pode levar algum tempo para checar seu e-mail, e outro tanto para respondê-lo. Na prática, os tempos de resposta são rápidos se dispormos de um painel de internautas: poucos dias (ou mesmo algumas horas) bastam para tratar um “campo” com 500 pessoas. Já se utilizarmos um emailing list sobre uma população comum, o tempo de reação, muito embora mais rápido que um modo postal, é mais longo que aquele com o uso do telefone: deve-se contar em torno de um mês para gerar algo de mesma magnitude. Entretanto, é importante assinalar que a proposição de recompensas (frequentemente remuneração) aumenta sensivelmente a velocidade de resposta ao questionário. Por outro lado, o tempo de tratamento de dados é consideravelmente reduzido. De fato, os dados submetidos pelos respondentes chegam sob um formato digital diretamente compatível com sistemas de tratamento de dados (GALAN e VERNETTE, 2000). 3.1.2. Economia A aceleração do tempo de reação é seguida também em outras fontes de economia: com o correio eletrônico, o custo marginal de difusão é praticamente nulo em relação ao custo postal para cada exemplar reproduzido e expedido. Além disso, as respostas são diretamente digitadas pelo respondente, o que reduz a zero o custo de digitação (SHEEHAN, 1999). Ou seja, mesmo se o uso da Web não é totalmente gratuito, o custo variável unitário de uso deste tipo de serviço serão em geral inversamente proporcionais ao volume de dados efetivamente coletados, o que é particularmente atraente em comparação aos retornos imprevisíveis que ocorrem nas enquetes via correio. Enfim, os custos de conexão são transferidos ao respondente: isso é – ao mesmo tempo - um inconveniente desse sistema, o qual se deve buscar minimizar ou compensar. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 35 A maioria dos custos variáveis ligados à administração de questionários e à análise de dados são eliminados ou reduzidos. Isto pelo fato da reprografia ser suprimida, o custo de distribuição ser mínimo, e os custos de digitação serem nulos, uma vez que esta atividade é efetuada diretamente pelos respondentes. Entretanto, permanecem algumas despesas ligadas à conexão Internet, à concepção e programação do questionário, despesas com equipamento tecnológico (hardware, software, etc), e outras. Considere-se também a questão de incentivos (SMITH, 1997) ou a remuneração dos respondentes em certos casos, mesmo que isto não seja específico à pesquisa via Web. Por exemplo, nos EUA, deve-se contar 2 a 5 dólares por questionário preenchido. Deve-se também adicionar a constituição e manutenção da base de dados: os endereços mudam frequentemente, em torno de 8 a 10% são normalmente endereços errados ou inativos. No total, o preço de uma pesquisa quantitativa on-line é de 30 a 40% menor que aquele de estudos tradicionais: o custo do correio, por exemplo, pode ser até 70% mais barato (GALAN e VERNETTE, 2000). 3.1.3. Qualidade do suporte multimídia Assim como todo suporte em tela, os formulários divulgados via Web podem muito facilmente ser incrementados com cores e ilustrações, os problemas de paginação podem ser consideravelmente reduzidos pelo uso de sistemas já existentes no mercado e o uso de cores não é mais um obstáculo. Sobretudo, a apresentação de formulários na tela autoriza o uso de animação, o que é completamente excluído em protocolos papel ou telefone, e tanto a verbalização como o texto deixam de ser uma passagem obrigatória. Novas possibilidades de expressão podem assim ser propostas aos pesquisadores e aos clientes, como o uso de ícones, imagens ou gravuras para coletar uma opinião, avaliar imagens ou sons, Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 36 contrariamente às antigas práticas que somente permitiam evocar estes recursos. 3.1.4. Interatividade e acessibilidade Claro que nenhuma solução de enquete auto-administrada pode se igualar à qualidade das trocas existentes quando uma entrevista é realizada pessoalmente, onde as questões são diretamente colocadas pelo entrevistador. Entretanto, o desenrolar da sequência de questões produzidas na tela pode ser controlada de uma maneira muito mais fina (precisa) do que via papel, como a restrição progressiva de questões, assegurada pela passagem à tela seguinte, exibição de questões condicionadas por respostas precedentes, ordenamento aleatório das categorias de resposta, desvios, etc. Tudo isto pode ser facilmente realizado e executado com uma perfeita confiabilidade graças aos programas ativados via Web (scripts). Pode-se também, para as enquetes lançadas a partir de um website, controlar o momento onde o visitante será solicitado a responder o questionário, assim como se questionários dispostos num guichê público fossem propostos somente às pessoas que efetivamente tivessem utilizado os serviços ali ofertados. O uso de senhas restringindo o acesso às enquetes é outro exemplo importante. Enfim, o respondente pode ser imediatamente agradecido pela sua participação na enquete recebendo imediatamente uma informação, como por exemplo, dados sobre o uso da enquete, ou um retorno às suas respostas, informações sobre o organismo ou pesquisador que aplica o estudo, ou mesmo uma comunicação de toda ou de uma parte dos resultados. Tanto as enquetes via diálogo como as enquetes via Web podem também ser utilizadas como meio de animação e de mobilização. A interatividade se realiza igualmente com o pesquisador ou com o cliente. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 37 O acompanhamento (monitoramento) on-line da coleta de dados permite, de fato, em função dos resultados obtidos, gerenciar quotas, relançar uma enquete, modificar um questionário para reformular uma questão mal compreendida, ou mesmo adicionar categorias e questões. Cabe, contudo, destacar que este procedimento precisa ser realizado com cautela pelo pesquisador/analista. 3.1.5. Seletividade e representatividade Este atributo pode ser classificado mais como um inconveniente do que como uma vantagem, e pode mesmo ser classificado como um dos mais críticos problemas da pesquisa baseada na Web, pela impossibilidade de determinar a probabilidade de uma amostra (SMITH, 1997). As enquetes via Web sofrem ainda de baixa taxa de conexão com o grande público (14% na França, 57% nos Estados Unidos). Sua pertinência se encontra de fato limitada à observação de comportamentos e de opiniões de internautas, contrariamente ao correio e ao telefone (que permitem atingir quase que a totalidade da população). Por outro lado, ainda não existe uma lista completa e documentada dos endereços eletrônicos, o que também não seria 100% confiável, visto que um endereço eletrônico pode ser utilizado por n pessoas, ou mesmo porque uma pessoa pode ter n endereços, além de ser necessário considerar o grande número de endereços eletrônicos que são inutilizados. Um outro fator está relacionado à delimitação da base de pesquisa e da constituição de arquivos nominativos de indivíduos representativos da população a ser pesquisada através da Web. Isto conduz a uma questão clássica da pesquisa, a definição das condições de igualdade e de eligibilidade dos respondentes: na Web, os indivíduos suscetíveis de serem interrogados deveriam possuir as características necessárias. Além disso, a Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 38 base de pesquisa acessível pelos diferentes canais da Internet (e-mail, Web, usenet, etc.) deveria ser representativa da população principal objeto da pesquisa. Ora, estudos mostram que os internautas apresentam perfis sócio-demográficos diferentes dos da população nacional. Entretanto, a Web apresenta a vantagem de poder entrar em contato com membros de instituições que possuem uma Intranet. Nesses casos, a existência de listas de difusão interna e o controle de acesso permitem difusões bem mais eficazes e muito melhor controladas. De acordo com GALAN e VERNETTE (2000), esta questão não é tão evidente. Certos estudos sugerem uma validade bem convergente entre as respostas fornecidas pelo telefone (CATI) e pela Web, enquanto outros estudos comparativos revelam uma certa diferença estatística entre as respostas, de acordo com o modo utilizado. Além disso, diferenças entre os perfis de consumidores que pertencem a amostras semelhantes (painel postal, telefone CATI e e-mail), em termos de valores e de necessidades detectadas. Contudo, a difusão da Web deve rapidamente atenuar tais eventuais viéses. O quadro a seguir, adaptado a partir de critérios apresentados por MALHOTRA (2001), GALAN e VERNETTE (2000), SHEEHAN et al(1999) e SIMSEK (1999), apresenta métodos de pesquisa tradicionais e on-line, em relação a diversos critérios de avaliação. Considere a seguinte legenda: Muito Alta Alta Média Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Baixa Muito baixa Pesquisa via Web - p. 39 Flexibilidade geográfica da coleta de dados Flexibilidade na definição do design do instrumento Diversidade de questões Utilização de estímulos físicos – ajudas visuais Controle de amostras (quotas) Controle do ambiente de coleta de dados Controle da força de campo Quantidade de dados Taxa de resposta Taxa de não-respostas Anonimato do entrevistado Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 40 Sistemas Web Integrados Programa CGIWEB E-mail – docs anexados E-mail corpo Questionário disquete via correio Painéis postais ON-LINE Questionário papel via correio CAPI Entrevista via telefone Entrevistas pessoais Pesquisa por abordagens CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Entrevista em shopping CATI TRADICIONAIS Internet Web MÉTODOS DE PESQUISA E-mail – docs anexados Programa CGI-WEB Sistemas Web Integrados E-mail corpo ON-LINE Questionário papel via correio Questionário disquete via correio Painéis postais CAPI Entrevista via telefone Entrevistas pessoais Pesquisa por abordagens CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Entrevista em shopping CATI TRADICIONAIS Internet Web MÉTODOS DE PESQUISA - - - Conveniência social Obtenção de informações delicadas Potencial de viés do entrevistador Velocidade de coleta de dados - - - - Custo por questionário preenchido Facilidade de criação do questionário e alterações Facilidade de acesso aos dados coletados Verificação da validade de dados coletados Facilidade no contato inicial Personalização de questionários Conversão de questionários existentes Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 41 Conhecimento requerido na criação de formulários Flexibilidade no tempo da coleta de dados Facilidade na continuidade do contato Minimização de erros de entrevistadores Conveniência do respondente Identificação de pontos e dados críticos Dificuldade de divulgação de dados (carrying out) Métodos de pesquisa tradicionais e on-line Fonte: adaptado de MALHOTRA (2001), GALAN e VERNETTE (2000), SHEEHAN et al (1999) e SIMSEK (1999). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 42 Sistemas Web Integrados Programa CGIWEB E-mail – docs anexados E-mail corpo Questionário disquete via correio Painéis postais ON-LINE Questionário papel via correio CAPI Entrevista via telefone Entrevistas pessoais Pesquisa por abordagens CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Entrevista em shopping CATI TRADICIONAIS Internet Web MÉTODOS DE PESQUISA 3.1.6. Implicações metodológicas Muito embora as pesquisas interativas via Web (em especial e-mail e formulários Web) tenham dado um grande passo nos últimos tempos e se tornado solução em termos de comunicação e aplicação de pesquisas, seu uso é ainda bastante recente, sendo uma ferramenta de pesquisa um tanto desconhecida na área de ciências sociais (SIMSEK, 1999, p.79), sobretudo na qual mais precisa ser conhecida em termos de implicações metodológicas. Um número crescente de pesquisas de mercado está usando recursos Web para coletar dados de diferentes populações, em especial questionários (surveys) via e-mail. Devido ao impacto positivo desse tipo de solução - seja em relação ao fator econômico, seja em relação à taxa de adoção por parte dos pesquisadores, seja no que diz respeito aos prazos de pesquisa drasticamente reduzidos - isto merece ser mais investigado, questionando controles como origem do dado (quem respondeu?), duplicidade (n e-mails de uma mesma pessoa?), controle na definição da amostra (comunidades internas? definição de comunidades?), amostragem (valor científico?), representatividade, taxa de resposta, qualidade dos dados, segurança nos dados (senha de acesso?), qualidade da base de pesquisa, eficiência relativa da via eletrônica em relação a outras vias tradicionais, riqueza dos dados coletados, confidencialidade, etc. Essas questões metodológicas são abordadas por diversos autores, dentre eles ARAGON et al. (2000, p.31), GALAN e VERNETTE (2000), SMITH (1997) e SIMSEK (1999, p.80-81). A preparação do campo para a pesquisa on-line confronta-se à dificuldade da delimitação da base de pesquisa e a constituição de arquivos nominativos de indivíduos representativos da população a questionar. Isto faz emergir uma questão clássica: a eligibilidade dos respondentes, onde os indivíduos suscetíveis de serem escolhidos devem necessariamente possuir as Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 43 características requisitadas. Outro ponto importante está relacionado aos diferentes canais Internet (Web, e-mail, usenet, etc), os quais devem não somente ser acessíveis, mas representativos da população total visada pelo estudo. Trata-se então da qualidade da base de pesquisa, cujas respostas podem ser encontradas no exame das propriedades das populações e amostras que podem ser indicadas pelas enquetes via Web. A base de pesquisa é, a priori, uma lista de endereços eletrônicos. As populações são então aquelas onde cada indivíduo possui um endereço eletrônico. Em primeiro lugar, nessas populações, encontramos evidentemente os empregados das indústrias de informática, onde o acesso à rede é algo há tempos conquistado e onde os indivíduos utilizam sistematicamente a rede para comunicação interna. Podem também ser citadas as empresas cuja atividade comercial se apóia na Web, e que são cada vez mais numerosas. Essa população envolvida pode residir em diferentes países, de línguas e culturas diferentes. Assim, a população interrogada pode estar dispersa em diferentes lugares, o que torna rica a coleta de dados, muito embora as populações estejam restritas a grupos dispondo de Web. Mas mesmo isto evolui à medida que a Web tem se tornado cada vez mais acessível a diferentes populações. Com relação aos perfis dos respondentes, estudos mostram que internautas apresentam perfis sócio-demográficos diferentes dos encontrados na população nacional: os usuários são principalmente homens entre 12-35 anos, de um nível de educação e renda superiores à média. Isto pode ser tratado com o (1) uso de quotas, uma vez que os efetivos de variáveis constitutivas das quotas são calculados para estar em conformidade com aqueles observados na população total, e também (2) com pesquisas convergindo respostas de um mesmo estudo aplicado em diferentes amostras semelhantes: Internet, telefone, correio, etc. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 44 Com relação à identificação dos respondentes, a Internet possui duas opções particulares para constituição de arquivos de respondentes: os newsgroups e as comunidades virtuais, as quais podem ser somadas a bases tradicionais como catálogos pessoais, lista de clientes, etc. Considere-se também a existência de aluguel ou compra de endereços eletrônicos e painéis de respondentes, cuja utilização se generaliza cada vez mais. Newsgroups: são espaços livres para discussão, classificados por assuntos de interesse comum. Eles compõem a comunidade Usenet. Atualmente, existem dezenas de milhares, e cobrem praticamente todos os assuntos imagináveis. É possível resgatar endereços dos participantes e assim construir bases de dados de prospectos interessados por um assunto em particular. Comunidades virtuais: são grupos caracterizados por um interesse comum por um tema específico, uma indústria, uma área geográfica ou uma especialidade em particular. Essas comunidades frequentam websites propondo fóruns de discussão ou outros espaços de trocas (chats, etc). É possível obter endereços de membros dessas comunidades que representam segmentos bem precisos da população de internautas. Bases de dados da empresa: o website da empresa pode estar organizado de forma que cada visitante, cliente ou não, sob um pretexto qualquer (newsletters, serviços de alerta, envio de documentação, promoções, mini-questionário de satisfação, etc), indique seu e-mail e preencha um breve questionário de situação. Esta constituição de arquivo é similar àquela praticada por uma operação de cupons em marketing direto. Painéis próprios a um instituto de pesquisas: nos EUA, a constituição de painéis de internautas representativos da população nacional (ou de Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 45 parte dele) é uma chave estratégica para os institutos de pesquisa; alguns mesmo dizem que a escolha está entre se especializar na realização de estudos on-line confiáveis e válidos (o que demanda painéis bem constituídos), ou ver seus clientes dirigirem-se a institutos concorrentes que sabem fazê-lo. Esses painéis constituem uma base de pesquisa ajustável aos diferentes objetivos dos estudos, capazes de responder rapidamente a questionários frequentes. Esse tipo de prática tem se expandido globalmente. Compra, aluguel ou recuperação de arquivos de e-mail: este processo é similar àquele de uma operação de marketing direto - seleção de arquivos, compra de endereços e formulação de uma oferta aos prospectos. De maneira geral, motores de pesquisa são disponibilizados para realizar buscas através de Usenets ou através de lista de difusão de comunidades, ou mesmo simplesmente visitando websites de empresas a fim de recuperar gratuitamente endereços eletrônicos, ou até mesmo números de telefones e endereços http de páginas pessoais. Tais dados certamente aparecerão em listas telefônicas, e então seu uso será talvez massificado. Cabe lembrar que se deve ser prudente com tais procedimentos, devido à proteção de e-mails e aos ditos SPAMs. O ideal é coletar endereços de e-mail na Internet a partir do momento onde os interessados são prevenidos e, consequentemente, podem se opor a tais utilizações. A taxa de resposta dependerá em grande parte da qualidade da base utilizada. Um dos problemas frequentes é que diversos endereços eletrônicos atribuídos não estão mais ativos. Como consequência, a lista dos endereços efetivamente utilizáveis não cobre a população-alvo e, além disso, a não ativação da pesquisa pelos respondentes pode estar relacionada com o assunto da enquete. Por isso, é prudente que, antes de lançar a Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 46 enquete, seja assegurada a taxa real de uso dos e-mails (e consequentemente a taxa de cobertura real da população pela base de endereços eletrônicos). Quando possível ou viável, deve-se sensibilizar a população no envio da enquete via Web através dos mais diversos meios, como banners e anúncios via diferentes mídias. A enquete via Web é geralmente auto-administrada. Ela pode então ser comparada ao questionário papel, enviado pelo correio, o que nos leva a questionar a eficiência relativa da via eletrônica em relação às outras vias tradicionais, sendo a taxa de resposta o elemento mais claramente mensurável. Por vezes inferior, por vezes superior, a taxa de resposta pode variar em função da dificuldade técnica de conexão à enquete (SMITH, 1997), ou da qualidade da base utilizada. De uma forma geral, o segredo para uma enquete bem sucedida parece residir no acesso técnico e culturalmente fácil à Web. Um outro aspecto de eficiência está relacionado ao tempo necessário à administração e à coleta dos resultados: os relances (follow-up) e complementos da enquete são de fato fáceis e pouco custosos, o que permite melhorar facilmente a taxa de resposta e obter - em pouco tempo - o essencial dos dados necessários. Certas pesquisas mostram que a taxa de retorno padrão de um mailing Web é comparável àquelas obtidas via modo postal: de 7 a 13% sobre o total, mas podendo aumentar de acordo com a população questionada. De modo geral, a taxa de resposta depende do interesse da pesquisa na percepção do respondente (GALAN e VERNETTE, 2000). Com relação à riqueza dos dados coletados, diversos autores citados por Couper (apud ARAGON et al., 2000) comentam que - em questões abertas as respostas são mais abundantes via enquete Web do que via enquete tradicional. Isto talvez indique que o responsável pela pesquisa precisa estar Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 47 pronto para “dialogar” com o cliente ou usuário de seus serviços. Deve-se prever um dispositivo de reação rápido, adequado às respostas das pessoas da amostra às questões abertas. Pela competitividade que privilegia o “serviço oferecido” ao invés do “preço”, deve-se igualmente prever questões abertas na enquete. A estabilidade de respostas abundantes às questões abertas sugere a possibilidade de prolongá-las em fóruns eletrônicos de discussão, ou em reuniões de grupo, sob reserva de respostas nominativas. Um outro aspecto é o relacionado à confidencialidade das respostas (MALHOTRA, 2001): existem soluções tecnológicas sofisticadas que podem ser ativadas para assegurar o anonimato do respondente, as quais permitem definir procedimentos que possibilitam ao internauta a preservação de seu anonimato no momento de resposta à enquete on-line. 3.2. Etapas do processo de pesquisa on-line O processo de pesquisa on-line assemelha-se ao processo tradicional de pesquisa, envolvendo as fases de preparação do terreno, publicação ou aplicação da pesquisa, tratamento dos dados e divulgação dos resultados. Com a Web, várias destas etapas do processo podem ser facilitadas e tornadas interativas a partir da publicação on-line, especialmente na etapa de publicação ou aplicação da pesquisa e divulgação dos resultados. A figura a seguir apresenta estas etapas: Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 48 Etapas do processo de pesquisa on-line. Fonte: adaptado de GALAN e VERNETTE (2000, p.41) e ARAGON et al. (2000, p.33) Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 49 Durante a definição dos objetivos, para cada enquete, uma reunião envolvendo os principais responsáveis e os solicitantes da pesquisa deve ser organizada (pode mesmo ser via telefone ou videoconferência). Tal reunião têm como pauta definir os objetivos da enquete, o público-alvo, os temas a abordar e o modo de aplicação do questionário. Nesta etapa, e durante a etapa de preparação do terreno, o processo de pesquisa não altera muito. Entretanto, ao prever a aplicação on-line, deve-se repensar a população e a base de pesquisa, assim como prever questionários adaptados, os quais podem ser editados até mesmo com recursos multimídia. A concepção, redação e edição do questionário on-line dependem do modo de distribuição previsto (GALAN e VERNETTE, 2000, p.41; ARAGON et al., 2000, p.33). Para preparar enquetes a serem aplicadas na Web, pode-se optar por usar os meios tecnológicos disponíveis (ferramentas específicas como JAVA, scripts CGI, etc.), utilizando ou não técnicas avançadas que exigem competências específicas em matéria de programação e desenvolvimento em informática (criar um formulário básico em HTML, com ajuda de programas como Microsoft FrontPage®, por exemplo). As questões podem ser exibidas numa só página ou organizadas em diversas páginas. As questões podem se apresentar sob a forma de texto livre (aberta texto ou numérica), listas drop-down, casas de marcar, botões rádio, ou ainda estarem ligadas a arquivos de códigos, imagens representando as categorias, etc. É possível definir controles simples, executados no momento da digitação das respostas que serão em seguida registradas num arquivo disposto sobre o mesmo servidor Web. Essa flexibilidade no design do instrumento é uma das grandes vantagens do uso de formulários multimídia (SHEEHAN et al, 1999). Isto pode ser realizado com ferramentas que geram formulários avançados ou com simples editores HTML (atualmente, existem diversas Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola ferramentas específicas Pesquisa via Web - p. 50 para desenvolvimento de questionários Web). A diferença aparece essencialmente na interface e nos recursos multimídia utilizados, ou seja, um investimento maior e o conhecimento de uma linguagem de desenvolvimento Web poderiam permitir construir formulários mais complexos: questões em diversas páginas, gestão das respostas condicionais, controles complexos envolvendo diversas variáveis e outras transações. Uma outra solução é utilizar sistemas que geram enquetes complexas, mas que comunicam com o usuário via interface simples, devendo este somente indicar definições, sem precisar programar em linguagens avançadas (exemplo: Sphinx Eureka®) (FREITAS, JANISSEK, MOSCAROLA, BAULAC, 2002). A enquete pode ser também realizada via e-mail (no corpo do email, ou em arquivo anexado, ou ainda em versão texto simplificada), o que permite cobrir parte da população questionada que não possui acesso à Web, mas possuindo assim mesmo um endereço eletrônico. Uma vez que o formulário da enquete a ser aplicada via Web estiver concebido, é importante realizar uma pré-enquete de teste, que pode ser feita via telefone, papel ou via aplicação on-line, de forma a simular em ambiente de aplicação real. Assim como para as enquetes tradicionais, esse teste permite recolher observações de fundo sobre a enquete (objetivos, aspectos abordados, confidencialidade) e sob a forma (diagramação do formulário, formulação de questões, etc.). Por meio da aplicação on-line, é também possível verificar e ajustar questões técnicas específicas às enquetes via Web (acesso ao servidor Web, carregamento das questões, formato, etc.). Ao testar o formulário da enquete e validá-lo, parte-se para a publicação definitiva da enquete e para a chamada à participação. Nessa etapa de aplicação da pesquisa, a Web incrementa consideravelmente o leque de possibilidades. Uma vez publicado e implantado, o questionário estará Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 51 disponível para a população-alvo, que deve ser comunicada, convidada ou mesmo convocada a acessá-lo e respondê-lo. Esta chamada à participação pode ser realizada de diferentes formas: envio direto ao respondente via email (pessoal ou mala-direta) ou telefone, ou ainda anúncio na Web (banners, por exemplo) (SMITH, 1997). No primeiro caso, pode-se enviar um e-mail já contendo o formulário, ou somente um link com um convite para responder ao questionário acessando um website específico. A mensagem será individualizada, expedida pelo responsável da enquete e endereçada a uma única pessoa, ou seja, se a enquete for distribuída para 1000 pessoas, 1000 mensagens individuais serão geradas por um programa específico para envio de mailings. Sendo a mensagem individual, ela pode ser personalizada a partir de dados do respondente, bastando para tal organizar um arquivo texto que será verificado e utilizado no momento do envio do e-mail. Esta é outra opção interessante a ser utilizada quando se trata de pesquisa interativa via Web, tornando o caráter de personalização automática um diferencial com relação a enquetes tradicionais. O envio pode ser agrupado (para 1000 pessoas ao mesmo tempo), ou organizado em lotes. O envio em lotes é interessante em casos de necessidade de reagir rapidamente a problemas técnicos do servidor, ou para não sobrecarregar acesso ao servidor em potenciais acessos simultâneos (lembrando que enquetes on-line apresentam um prazo de resposta curto, e isto pode influenciar no desempenho do servidor se acessado simultaneamente). É preferível combinar vários canais para distribuição do formulário, o que permite uma maior divulgação, assinalando sua existência (SMITH, 1997). Convém sempre prever instruções para o preenchimento do formulário, seja em texto inicial ou junto a cada questão. Os objetivos da pesquisa e a data limite para respostas também devem ser informados (ARAGON et al., 2000; Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 52 FRANZ, 2000). Nessa etapa do processo de pesquisa é possível notar a variedade de soluções técnicas ofertas: telefone, e-mail, videoconferência para a pré-enquete, formulários variados, formulários adaptados ou identificados para cada grupo, etc. Tendo recebido a comunicação da pesquisa, o entrevistado irá, via Web, ativar a pesquisa, a qual pode estar ou não personalizada com seus dados. Em enquetes on-line, as taxas de retorno são normalmente mais importantes que as observadas em enquetes tradicionais: a rapidez, a personalização, e a interatividade são fatores que influenciam tais retornos rápidos e em número considerável (BACHELET e MOSCAROLA, 2002). A velocidade de resposta é ligada diretamente à prática de pesquisa Web: estudos mostram que a probabilidade de responder desde a 1ª mensagem (sem aguardar um primeiro ou segundo relance) é acentuada com uso da Web pelo entrevistado (ARAGON et al., 2000). Ao finalizar a pesquisa, as respostas serão gravadas numa base de dados comum a todos respondentes, armazenada on-line e passível de ser automaticamente ativada para apresentar relatórios parciais, incrementados à medida que novas respostas são finalizadas (visões de dados pré-preparadas, como as do Sphinx Eureka) (FREITAS, JANISSEK, MOSCAROLA, BAULAC, 2002). Via relatórios parciais ou simples consulta dos dados, é possível ir conferindo o que já foi respondido, verificar integridade, taxa de resposta e conteúdo. Isto permite, desde o início da recepção dos dados, acompanhar interativamente a pesquisa, que evolui à medida da participação dos respondentes. Sendo necessário, pode-se repetir o envio da enquete ao mesmo grupo de respondentes ou outro alternativo. Desejando, é possível Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 53 ajustar pequenos detalhes no formulário, bem como agilizar o tratamento dos dados e gerar resultados parciais. Nessa etapa de tratamento dos dados e apresentação de resultados parciais, a aplicação da enquete de forma on-line apresenta algumas vantagens, entre outras: Possibilidade de uso de relatórios pré-programados on-line, apresentando evolução da aplicação da pesquisa; A digitação das respostas é feita pelo próprio respondente, o que exclui a necessidade de se ter um grupo de digitadores, o que por si só minimiza erros de digitação e agiliza sobremaneira a definição da base de dados da pesquisa; Possibilidade de restrição de acesso aos resultados via senha de acesso aos relatórios on-line; A produção de relatos setorizados, por perfis, ou ainda por estratos; A automatização dos tratamentos e análises. Tendo finalizado a fase de aplicação da pesquisa, tem-se a base de dados completa e pronta para análise dos dados, a qual pode ser feita on-line (alguns sistemas - como o Sphinx®, por exemplo - permitem a manipulação dos dados on-line, com apresentação por estratos, com alteração do grupo de variáveis apresentado, com consulta e alteração, etc.) ou ainda os dados podem ser importados para a máquina do responsável pela pesquisa, para manipulação local (FREITAS, JANISSEK, MOSCAROLA, BAULAC, 2002). Neste caso, após tratar os dados e analisá-los, pode-se divulgar os relatórios Web de diversas formas, dentre as quais podemos citar: o relato do tipo DOC ou HTM anexado ao e-mail; o relato do tipo arquivo executável anexado ao e-mail; Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 54 via e-mail com link para uma URL contendo o relato (HTML ou JAVA) publicado; via portal Web da empresa, com link para a URL contendo o relato (HTML ou JAVA) publicado. Na Web, o processo de pesquisa encontra seu ápice: interatividade, retornos muito rápidos, agregação de múltiplos recursos multimídia, enfim, é a automatização do ciclo de pesquisa, caracterizando a união de protocolos tradicionais com o universo de todas as novas tecnologias hoje disponíveis. 3.3. Os fluxos de informação e as tecnologias Todas essas vantagens são possibilitadas pela Web, mas necessitam também de acesso a certas tecnologias. A relação e interação dos autores da enquete exige a existência de um servidor, verdadeiro centro de recursos sobre o qual é disposto o questionário e onde são registradas as respostas. Conectando-se a este centro de estudos, os respondentes e o pesquisador compartilham a informação que eles utilizam cada um a sua maneira. Eles o contactam a partir da sua estação de trabalho, a qual deve estar conectada à Internet e equipada com um browser (Internet Explorer®, Netscape®, etc.). A seguir, é abordada a natureza destes fluxos nas diferentes etapas da enquete, apresentando as condições necessárias para o funcionamento das enquetes via Web. A publicação da enquete - do pesquisador ao servidor: a primeira etapa consiste em instalar no servidor os arquivos da enquete. Eles servem para: Exibir o formulário nas telas dos respondentes; Registrar as respostas; Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 55 Acompanhar/Visualizar os resultados que estão sendo coletados; Divulgar relatórios de resultados da pesquisa. Difusão do formulário - do pesquisador ao servidor, e do pesquisador ao respondente: esta etapa corresponde à publicação dos formulários em formato papel num lugar público ou sua expedição via correio. Ela visa fornecer ao respondente a possibilidade de acessar ao formulário. Para tal, o pesquisador deve saber sobre qual servidor, e em qual endereço (URL) a enquete foi instalada. Ele pode comunicar este endereço criando um link hipertexto a partir de um website. Neste caso, ele deve instalar o endereço do questionário no servidor desse website. Outra forma é enviando num email o endereço do questionário a todos os destinatários. Conhecimento e resposta do questionário - do servidor ao respondente: esta é a etapa principal, e permite ao respondente visualizar as questões e respondê-las. Ele necessita de um duplo fluxo: (A) Enviar, a partir do servidor na direção da estação de trabalho do respondente, as informações necessárias à exibição do formulário na sua tela; (B) a partir da estação de trabalho do respondente, enviar as respostas fornecidas pelo mesmo. Esta etapa é deflagrada por uma ação do respondente numa das seguintes situações: Durante uma visita a um website ele clica sobre um link hipertexto (que pode ser em formato de um botão, de um banner, de um simples texto ou frase, ou uma animação) o que faz com que o formulário seja exibido. Este também pode ser igualmente exibido automaticamente em função do percurso que o internauta realizar no website (pop up); Na recepção do e-mail, o respondente clica num link hipertexto disposto dentro do corpo da mensagem. Este link provoca a execução do browser e a visualização do questionário. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 56 Recuperação dos dados – do servidor ao pesquisador: esta etapa marca o fim do processo de coleta. O pesquisador recupera (importa) em sua estação de trabalho os arquivos contendo as respostas, os quais estavam armazenados no servidor. Acompanhamento on-line dos resultados - do servidor ao pesquisador, e do servidor ao solicitante: durante a coleta, o pesquisador, ou outro interessado (autorizado), pode visualizar os resultados a partir dos formatos definidos na publicação da enquete e correspondentes aos dados recolhidos no momento da consulta. Neste caso, os tratamentos estatísticos necessários são efetuados pelo servidor: somente as páginas contendo os resultados serão transmitidas às estações de trabalho do pesquisador ou pessoa que estiver consultando os dados. Estes resultados em «tempo real» podem igualmente ser enviados ao respondente imediatamente após a gravação de suas respostas. Publicação e difusão do relatório final - do pesquisador ao servidor e ao solicitante: esta ação marca o final do estudo. Após ter importado os dados da enquete, o pesquisador as analisa em sua estação de trabalho e elabora o relatório final. Em seguida, ele pode novamente utilizar o servidor (o mesmo onde ele aplicou a enquete ou qualquer outro) para difundir seu relatório a seus interlocutores. Isto implica na gravação do relatório no servidor e na comunicação (e-mail ou website) de um link para acesso ao relatório. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 57 4. O IMPACTO POTENCIAL DA WEB EM PESQUISAS A tecnologia Web oferece um grande progresso tecnológico ligado à interatividade, rede de trabalho e integração de tarefas. Mas como isto irá influenciar o futuro dos negócios de pesquisa? Assumindo um ponto de vista tecnológico, a Web irá incrementar facilmente o ganho de informações aos consumidores, seus comportamentos e suas opiniões; interfaces multimídias tornarão possível monitorar atitudes dos respondentes muito embora isto não seja completamente seguido (defendido) pelos métodos tradicionais de surveys; e o tempo entre a concepção de uma questão de pesquisa até a sua resposta será enormemente reduzido. Quanto mais pessoas estiverem conectadas e mais ferramentas e serviços Internet forem disponibilizados, maiores serão as mudanças que podemos esperar no que diz respeito à pesquisa baseada na Web em relação aos métodos tradicionais de pesquisa (formulários via correio, entrevistas, etc.). O baixo custo, alta velocidade e relativa simplicidade da pesquisa via Web irão certamente encorajar o crescimento do número de pessoas que irão desejar realizar suas próprias pesquisas diretamente, sem a necessidade de passar por organizações ou grupos que realizam pesquisa. Tais mudanças suscitam uma maior ameaça na validade e confiança do processo de pesquisa: a priori, a abertura da Internet dificulta o controle de amostras e populações; em teoria, qualquer um poderia se logar e completar o questionário e isto dificilmente encorajaria não-respondentes a acessar e completar a pesquisa. Uma possível solução seria o uso de senhas, controlando o acesso ao questionário. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 58 De fato, pode ser difícil distinguir o uso sério das pesquisas dos usos desonestos; isto seria particularmente verdade onde a resposta até o fim do questionário é necessária para poder então acessar um item desejado (logs de acesso à Internet frequentemente mostram isto). A medida que questionários via Web tornarem-se mais difundidos, poderemos esperar um incremento na resistência dos respondentes em completá-los, o que cria a necessidade de oferta de incentivos. Também existem perigos inerentes como pessoal despreparado para conceber pesquisas e analisar resultados, o que pode conduzir a uma interpretação equivocada e falta de rigidez nos procedimentos metodológicos e estatísticos. Se tais perigos não forem tratados de alguma forma, a Web, que inicialmente poderia revolucionar o processo de pesquisa, poderá rendê-lo obsoleto. Claro, esperemos todos poder disso tratar! Existe uma pequena dúvida que a Web vai mudar o papel das empresas de pesquisa e que sua capacidade de sobreviver irá depender da habilidade de competir com outros provedores de serviços. Rapidamente falando, estamos enfrentando o mesmo fenônemo ocorrido cerca de 20 anos atrás com a adoção generalizada de microprocessadores. De fato, o computador tem revolucionado todos os aspectos do mundo do trabalho, habilitando pessoas a fazer coisas que inicialmente eram restritas somente a experts, abrindo assim novas áreas de oportunidades. A chave para a realização de uma boa pesquisa, contudo, não é a habilidade de criar e analisar o questionário, mas sim o fato de possuir a habilidade de gerar uma pesquisa adequada e um tanto quanto segura, metodologicamente. A oportunidade de questionar a população através da Web não irá mudar nada com relação à necessidade de definição de amostras de qualidade, desenho de pesquisa apropriado e análise confiável. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 59 Novas tecnologias, entretanto, não devem ser vistas como um significado para substituição de capacidades metodológicas, mas sim como ferramentas para assistir a esse processo. Os benefícios do aumento da interatividade, integração de tarefas e acesso às mídias deveriam ser executados tão bem como os métodos tradicionais. O trabalho do pesquisador é agora descobrir caminhos através dos quais ele pode efetivamente usar a Web para um melhor desempenho na execução de pesquisas confiáveis. De fato, cada vez mais o pesquisador será confrontado ao fato de que a tecnologia permite tanto que a responsabilidade pela condução de uma boa ou má pesquisa acaba sendo do próprio pesquisador. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 60 5. REQUISITOS TECNOLÓGICOS PARA PESQUISA WEB Muito embora a Web possibilite um grande impacto nos principais atores do processo de pesquisa, esse impacto somente irá ocorrer se alguns critérios tecnológicos forem respeitados. Tais critérios podem ser agrupados em 3 categorias: software ou sistemas mais interativos, melhorias nas redes de comunicação e maior integração de tarefas. 5.1. Sistemas interativos Já discutimos a necessidade de incrementar a interação entre cada ator no processo de pesquisa, mas quais são os requisitos tecnológicos necessários para que isto ocorra? Todo software para survey na Web possui 2 aspectos distintos (design e modos de operação) e 3 níveis (controle, diálogo e aplicação) (DIX et al., 1993). No caso de survey via Web, o nível controle refere-se ao formato do campo de gerenciamento (botões, menus, áreas de edição, etc.), o nível diálogo refere-se à exibição (questões, imagens, textos, etc.) e o nível de aplicação refere-se ao questionário em si. A qualidade da interação pode ser medida através de critérios como consistência, estética, acessibilidade, usabilidade e feedback do usuário final (SMITH e MOSIER, 1986). Identificam-se a seguir alguns itens-chave levados em consideração por software-designers e principalmente por usuários, mostrando-se que os programas e os resultados apresentados possuem um grande impacto no grau de interação. O estilo ou look de um produto particular irá influenciar o tipo de usuário que será atraído (e vice-versa), assim como os resultados que serão obtidos. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 61 HTML não é a solução final: é difícil falar de softwares Web sem considerar uma linguagem de programação para criar páginas Web. A linguagem Internet mais estabelecida é sem dúvida HTML (Hyper-Text Mark up Language), a qual oferece uma plataforma simples e flexível. Muito embora ela permita o uso de ferramentas como botões, campos editáveis, casas de marcar, e também a interação de objetos como som, imagens e vídeos, os quais enriquecem as páginas Web oferecendo uma maior atratividade aos respondentes, ela oferece um grande número de limitações. Por exemplo, o código HTML é relativamente inflexível, forçando o usuário a adaptar suas apresentações aos seus padrões e requerendo programação complexa mesmo em simples operações como por exemplo o tamanho e a posição de imagens. Para obter vantagem a partir dos potenciais benefícios da Web, não devemos nos restringir a limitações da linguagem HTML, mas contemplar linguagens de mais alto nível, assim como Applets, ActiveX e Scripts. Os scripts CGI e JAVA ainda serão bem mais utilizados na Web para aplicação de pesquisas, sobretudo devido à sua grande flexibilidade. Contudo, eles requerem um certo domínio tecnológico (GALAN e VERNETTE, 2000, p.43). Permitem, entre outros recursos, a realização de formulários personalizados, envolvendo direcionamentos automáticos após a finalização do questionário, o controle de validade de respostas e a formatação e tratamento dos dados, finalizando por apresentar resultados já formatados em relatórios pré-preparados. Algumas das características são a seguir apresentadas: Desvios automáticos/questões adaptadas: após ter respondido às questões gerais (frequentemente demográficas), o respondente pode ser orientado, de maneira aleatória ou segundo critérios previstos (quotas), rumo a uma segunda parte do questionário que Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 62 corresponda a uma condição experimental programada ou questões adaptadas ao seu perfil (PITKOW et al, 1994). Outro tipo de desvio é apresentação de questões relevantes: por exemplo, se na questão “possui filhos” o respondente indicou “nenhum”, a questão “despesas com filhos” não deve ser proposta. Personalização/parâmetros: o script cria ou apresenta o questionário segundo o perfil do respondente e exibe somente as questões relacionadas, as quais podem ser já previamente preenchidas com dados personalizados via passagem de parâmetros. Este é um recurso bastante útil na condução de painéis e de pesquisas longitudinais. Controle de validade: as respostas podem ser controladas para verificação de sua integridade (PITKOW et al, 1994). Exemplos: (1) Limites de idade: se o estudo é realizado com “adolescentes”, respostas por exemplo acima de 20 anos e abaixo de 12 não seriam admitidas na questão “Idade”; (2) Verificação de endereços: se a resposta não respeitar a estrutura [email protected] , uma mensagem será exibida; (3) Tipo de questão: se a resposta deve receber um valor numérico, e se o respondente indicou um texto qualquer, uma mensagem de erro será indicada, etc. Esse tipo de controle permite que o respondente verifique sua resposta e a corrija, caso contrário o questionário é bloqueado. Formatação dos dados: as informações que serão armazenadas numa base de dados ou enviadas por e-mail ao responsável já estarão em um formato definido e compatível com o sistema de tratamento estatístico a ser utilizado. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 63 Variáveis e Cálculos automáticos: em certos casos, é interessante apresentar média das respostas e registrá-las numa variável, calcular a idade em função da data de nascimento, apresentar escores finais, capturar identificação da máquina do respondente, registrar hora exata da gravação do questionário, apresentar um contador incremental, gerar uma senha pessoal a partir de dados do respondente, enfim, estes são apenas alguns exemplos do que é possível fazer ao utilizar variáveis ou cálculos gerados de forma automática a partir de breves expressões ou comandos previamente definidos. Estas variáveis podem também ser ou não apresentadas. Assim, se o pesquisador desejar calcular dados on-line, mas ocultálos do respondente, basta inserir a questão, sem, contudo apresentá-la no formulário. Segurança de acesso: a segurança de acesso pode dizer respeito ao questionário ou a questões. Tratando-se de questionário, é possível propor senhas de acesso aos respondentes, o que permite por um lado que o questionário seja respondido somente por pessoas autorizadas, e por outro lado que o respondente seja imediatamente identificado a partir da sua senha de acesso. Este tipo de solução possibilita também que o respondente retorne ao seu questionário (para continuar a responder ou para alterar suas respostas) ou que o pesquisador envie uma mensagem de reforço personalizada caso constatado que este respondente não tenha acessado ainda o questionário. Em se tratando de acesso a questões, é possível bloquear a digitação de certas questões, de forma que o respondente não possa alterá-la. Por exemplo, pode-se definir que o respondente, uma vez que este tenha interrompido o preenchimento para retornar mais tarde (via senha de acesso personalizada), não poderá mais alterar as respostas anteriores Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 64 (SMITH, 1997). Outra aplicação é em casos de campos automáticos (data, identificação da máquina, escore final, etc), os quais podem ser bloqueados para digitação. Tratamentos/Relatórios: os dados armazenados após o respondente terminar o questionário podem ser imediatamente apresentados em relatórios pré-preparados. Assim, a base vai sendo alimentada à medida que respostas vão sendo recebidas. Isto permite o monitoramento, a geração de relatórios parciais ou relatórios de tendências do estudo, assim como a definição de pequenos ajustes necessários. Tais relatos são disponibilizados juntamente com o questionário, seja para consulta por pessoas externas, seja para consulta pelo próprio respondente imediatamente após ele ter finalizado suas respostas. Apresentação por estratos/perfis: os relatórios podem ser apresentados com base na amostra total ou focados em perfis (definidos previamete pelo pesquisador ou instantaneamente definidos pelo analista). Por exemplo, pode-se desejar apresentar estratos por região, por sexo, por profissionais tendo ao menos 2 filhos, etc. O quadro a seguir compara as diferentes técnicas (e-mail, sistemas CATI, documentos anexados, programas CGIs/Java, sistemas Web integrados), classificadas segundo a seguinte legenda: Muito Alta Alta Média Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Baixa Muito baixa Pesquisa via Web - p. 65 Modos de coleta E-mail Sistemas Documento Scripts CATI anexado CGI-JAVA Sistemas Web Integrados Facilidade de criação e modificações do questionário Facilidade de acesso aos dados coletivos Controle de amostragem (quotas) Verificação da integridade dos dados coletados Personalização do questionário Conversão de questionários existentes Conhecimento exigido para criação do questionário Custo por questionário preenchido Técnicas para coleta de dados. Fonte: adaptado de GALAN e VERNETTE (2000, p.44). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 66 Como é possível verificar na tabela acima apresentada, os sistemas implantados num website são mais onerosos e requerem um fluxo de estudos on-line suficiente para rentabilizá-los. Por outro lado, eles oferecem a vantagem de automatizar a cadeia de coleta e tratamento de dados. Já as soluções do tipo e-mail, pouco onerosas, somente são convenientes se a frequência de estudos é fraca, devido principalmente à recepção/retorno dos dados. Considere-se também que já existem ferramentas cujas soluções permitem automatizar algumas dessas tarefas mais complexas e onerosas, como por exemplo o Sphinx ® 1. 5.2. Melhorias nas Redes de comunicação A Web atualmente ainda pode ser considerada como lenta, e provavelmente ainda vai levar algum tempo até que suas conexões sejam todas padronizadas com grande velocidade. Existe um número de fatores que influenciam a velocidade de apresentação dos dados na Web; alguns não podemos mudar (como a potência do computador e a banda da conexão do respondente), mas alguns devem ser considerados sempre que uma survey Web for desenvolvida. O item óbvio é o tamanho do questionário. Os menos óbvios são: Carregamento Paralelo: no momento que a survey for carregada, antes mesmo de o respondente começar a fornecer suas informações, o programa deveria não somente ler a primeira página mas, ao mesmo tempo, enquanto o respondente responde as primeiras questões, já ir 1 http://www.sphinxbrasil.com Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 67 carregando as páginas seguintes, o que melhoraria consideravelmente o tempo de exibição e agilidade na transposição para as páginas seguintes. Dinâmica de transmissão de Dados: controles de entrada de dados (por exemplo, restrições e desvios) são sempre definidos através de uma rotina que analisa a resposta e a compara com os controles definidos pelo pesquisador. Essa rotina pode ser executada no próprio computador do respondente ou no servidor. O problema não está na execução da rotina, mas na transmissão do dado. Se a rotina é executada no computador do respondente, o código (JavaScript, applet, etc.) deve ser instalado e isto torna o questionário mais longo a ser lido. Se, por outro lado, a rotina é executada no servidor, uma operação será requerida a cada vez, e então uma comunicação bidirecional deverá ser executada entre o computador do respondente e o servidor. Mesmo se a informação a ser transmitida for curta (como por exemplo, aceitar ou recusar algo) o tempo de comunicação pode ser considerado como longo. Acreditamos que a solução está numa mistura cuidadosa e dinâmica destas duas técnicas. Muito embora existam tais saídas, é importante considerar que a velocidade da rede de trabalho continuará a ter uma grande influência nas futuras pesquisas via Web e na forma como o público-alvo reagirá. 5.3. Integração de tarefas Pode-se prever a situação de uma maior interação direta entre o cliente e o respondente, com o pesquisador sendo aos poucos excluído de seu papel de manutenção do processo de pesquisa. Pode-se igualmente antecipar um incremento na demanda por softwares integrados que ofereçam uma Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 68 solução completa. Esta mudança será necessária se o papel do expert (o pesquisador) for reduzido, e se uma pessoa (que pode mesmo ser o cliente) for colocada na posição de integrador das tarefas de pesquisa. Mesmo no nível mais básico, serão necessários programas capazes de criar códigos e scripts para a publicação de questionários baseados na Web, reduzindo a quase zero a tarefa do responsável pela definição, criação e formatação do formulário. Além disso, casos onde existe uma demanda para o acompanhamento contínuo (monitoramento) de resultados demandam também softwares de análise em tempo real (atualização de gráficos, tabelas e estatísticas quando novos dados forem adicionados). Tais softwares irão também incrementar a necessidade de prover maiores facilidades para o gerenciamento de dados (como por exemplo, verificação de respostas erradas e fusão de dados de diferentes bases de dados). 5.3.1. O Servidor de enquetes Quais devem ser as propriedades do servidor utilizado para aplicar enquetes pela Web? É suficiente simplesmente dispor de um espaço num provedor de acesso ou num servidor próprio? A resposta a esta última questão é negativa, pois, de fato, um servidor de enquetes deve satisfazer pelo menos duas condições: O servidor utilizado deve permitir que um usuário, a priori desconhecido (o respondente), possa, a partir que qualquer estação de trabalho, ativar um sistema (script) que irá registrar no servidor as respostas fornecidas pelo respondente. Este script deve estar instalado no servidor. O problema reside no fato de que, por razões de segurança, diversos provedores ou administradores não autorizam essa operação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 69 Por outro lado, para oferecer uma interatividade completa e permitir uma verdadeira gestão da enquete via Web, o servidor deve permitir o acompanhamento on-line efetuando à distância de todos os tratamentos estatísticos desejados. Se desejarmos para tal explorar todos os recursos de apresentação gráfica e multimídia da Web, o servidor de enquete deverá estar equipado de um sistema «servidor de estatísticas e de gráficos». Esses sistemas existem, mas sua complexidade e seu custo – ainda - limitam bastante a aplicação privada. A primeira condição é bem menos restritiva que a segunda. A condição de aceitar abrir mão das possibilidades de acompanhamento on-line e exploração em tempo real dos dados é perfeitamente possível de ser solucionada, utilizando seu próprio servidor para fazer enquetes via Web. Caso contrário, seria preferível armazená-la num servidor de enquetes equipado de um sistema servidor. Já existem soluções Web que atendem esses requisitos e permitem realizar pesquisa, de fato, interativas. Por exemplo, em www.sphinxonline.com.br é possível visualizar exemplos de soluções de questionários disponibilizados num website, os quais podem ser acessados por um entrevistado que vai responder as questões na própria tela, com sequência de questões controlada. Ao entrar com suas respostas, estas são automaticamente armazenadas em arquivos. A partir disso, relatórios poderão ser automaticamente apresentados, já considerando as respostas recém fornecidas. Pode-se também gerenciar cada uma destas etapas com total autonomia e sem dependência de equipe técnica especializada no uso de tecnologias avançadas. Veja mais detalhes nos apêndices A e B deste livro. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 70 5.3.2. As tecnologias: texto ou programação gráfica? O mundo da Web e das aplicações multimídia está em constante evolução. Técnicas mais avançadas (Flash, MP3, PHP, Java) coexistem com padrões estabelecidos (HTML). Sem entrar muito em detalhes técnicos, é importante reter que estes aspectos conduzem a importantes arbitragens entre rapidez (agilidade) e apresentação (design). As linguagens de programação permitem exibir no computador do cliente apresentações bem elaboradas, tanto no plano estético como também com grande interatividade. Para tal, deve-se considerar tecnologia adequada. Pode-se então aceitar que o respondente enfrente uma espera desagradável quando o único objetivo é apresentar-lhe um formulário gráfico e atraente? Não se corre assim o risco de que ele se desestimule? Deve-se, ao contrário, privilegiar a rapidez, provocando uma diminuição na qualidade de apresentação? A resposta a essas questões se complica pela heterogeneidade dos equipamentos, das versões dos browsers e da precariedade das linhas. Devese sistematicamente se alinhar aos níveis mais baixos, mesmo sabendo que cada solução gera seu grau de insatisfação? Não existe a possibilidade de oferecer uma escolha entre diversos padrões, na tentativa de atender cada um? Aqui ainda, ao pensar que se está optando pelo melhor, podemos arriscar complicar, e muito, a tarefa do respondente! Quaisquer que sejam as oportunidades ou os aspectos técnicos, são as utilizações que devem ser consideradas em primeiro plano, escolhendo-as em função de experiências e de testes pré-realizados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 71 A Web simplesmente amplia as possibilidades, fornecendo novas oportunidades. Unindo pesquisa e tecnologia, é possível centralizar de uma maneira sistemática os procedimentos de pesquisa. Além disso, a interatividade das interfaces e a possibilidade de acompanhar comportamentos de respostas (informações implícitas) enriquecem de uma maneira inegável os dados que podem assim ser coletados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 72 6. ALGUNS EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DE PESQUISA VIA WEB A literatura recente já apresenta diversos exemplos de aplicações de pesquisa interativa via Web, dentre os quais apresentamos alguns. ## SCORNAVACCA, BECKER E ANDRASCHKO (2001) realizaram uma pesquisa intitulada “E-Survey: Concepção e Implementação de um Sistema de Survey por Internet”, na qual apresentaram um sistema de coleta de dados via Web, como suporte a pesquisas survey. Este trabalho fez parte de um estudo realizado sobre intermediação informacional na Web e as necessidades informacionais de empresas gaúchas para a expansão de seus negócios. A pesquisa apresentou alguns resultados interessantes como o excelente desempenho do sistema na obtenção dos dados (a taxa de resposta obtida foi superior à média de outros estudos realizados anteriormente usando a Web como veículo de comunicação com amostras semelhantes); a coleta de dados por meio da Web alcançou níveis hierárquicos mais elevados nas organizações do que a coleta realizada por telefone; o baixo custo na realização e aplicação do sistema permitiu trabalhar com uma amostra numerosa e bastante representativa. ## BREI (2001) realizou uma pesquisa no setor de indústria financeira, mais especificamente sobre as situações de trocas relacionais com os clientes finais através de contatos tradicionais e do comércio eletrônico via Web. O estudo de caso foi realizado no Banco do Brasil, através de uma survey com 611 usuários do Internet Banking (utilização da Web para realização de operações bancárias) e buscou analisar a confiança de usuários em suas operações bancárias via Web. Dentre seus principais resultados, destaca-se a confiança do usuário no website, a qual está positivamente relacionada com as competências operacionais do provedor de serviços. Ainda, curioso notar que, muito embora inicialmente tenha sido prevista a coleta de dados Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 73 via Web, a Instituição, um dia antes do envio dos e-mails aos respondentes, decidiu que a coleta de dados deveria ser feita via telefone ou entrevista, e nao mais via Web. ## Segundo MOSCAROLA (2001), uma aplicação potencialmente importante das enquetes Web está ligada ao ensino, relacionada tanto à gestão e ao controle da atividade de instituições de ensino como aos conteúdos do ensino propriamente dito. O autor lembra que, durante muito tempo, a avaliação só foi considerada como controle dos conhecimentos adquiridos. Na universidade, certas áreas utilizam já há algum tempo os testes de escolha múltipla. Fora da universidade, com os métodos de formação profissional on-line, o método americano de certificações profissionais baseado na resposta a testes de escolha múltipla (certificação Microsoft ®, Lotus®, SAP®, etc.) se generaliza a ritmo galopante. Além disso, cada vez mais, são abertos centros de certificação on-line, em especial nas grandes cidades européias. Eles organizam o controle da identidade do candidato e oferecem, no momento que este desejar, um acesso à certificação de sua escolha. Isto tudo talvez anuncie uma evolução da noção de diploma, caracterizando-se como um desafio lançado às tradicionais práticas universitárias. É fato que as universidades têm a obrigação de avaliar seu ensino. Assim, a evolução se concebe igualmente como uma categoria de medida de satisfação dos usuários. Entram nessa mesma categoria as grandes enquetes efetuadas junto aos públicos de educação nacional. Enfim, convém adicionar os fluxos de enquetes mais ou menos especializadas e pontuais que alimentam de maneira contínua as administrações centrais. Mas em que a Web pode afetar essas enquetes? A resposta é a priori econômica e prática: ganho de tempo, ganho (ou economia) de dinheiro, rapidez de trocas e encurtamento de prazos. Enfim, a multimídia, graças ao Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 74 uso da cor e da animação, permite novas possibilidades para a concepção dos controles de conhecimento. Deste ponto de vista, tudo permite pensar que temos um excelente terreno de aplicação da Web. Entretanto, cabe lembrar que diversos obstáculos persistem: o nível de infraestrutura material, aquele das conexões, aquele da formação de pessoal e, enfim, o problema da autenticação e do controle de identidade do respondente, o que é particularmente importante e fundamental para o controle de conhecimentos. A enquete pode ainda ser vista como “finalidade e como meio pedagógico” (MOSCAROLA, 2001, p.4). São diversas as disciplinas onde os métodos de enquetes e de análise de dados já fazem parte integrante dos cursos: ciências humanas (sociologia, psicologia, geografia, etc.), ensinos profissionalizantes (marketing, gestão de recursos humanos, etc.). Para essas disciplinas, o interesse maior das aplicações Web se justifica pela obrigação de seguir as avaliações das práticas profissionais. Os métodos de enquetes podem igualmente ser considerados como um meio pedagógico para, por exemplo, introduzir um curso ou disciplina. Ao responder, o aluno se encontra pessoalmente implicado pelo assunto estudado. Ele é convidado a responder com relação à sua própria experiência, o que pode dar um sentido mais concreto à exposição dos conteúdos presentes no questionário. Neste mesmo sentido, a idéia do exame das respostas aportadas pela classe conduz a discutir a relatividade das noções, a provocar debates sobre a variedade das opiniões ou sobre as dificuldades de observação. A formação à observação, assim como à expressão desse método, sempre foi utilizada, quaisquer que sejam os meios disponíveis. A Web somente amplia este movimento, dando novas oportunidades aos professores e educadores. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 75 A Web abre a classe ao mundo. Prolongando a tradição de trocas, as habituais correspondências podem assim se enriquecer, desenvolvendo projetos comuns. Baseado num questionário único que deve ter sido negociado e eventualmente traduzido, podem ser desenvolvidas comparações entre meios, países e culturas. A Web serve para centralizar as contribuições de cada grupo e para constituir uma base de análise comum. Todos os esquemas são possíveis: a Web somente facilita a tarefa, reduz os custos e diminui prazos. Com a multimídia como base dos ensinos de observação, é muito fácil ilustrar um questionário divulgado via Web. O uso de esquemas e de imagens de toda natureza oferece novas possibilidades de expressão. Em todas as disciplinas onde as capacidades de observação devem ser desenvolvidas, podemos imaginar exercícios baseados no reconhecimento de esquemas (eletrônica, química, ciências naturais, tecnologia, etc.), de fotografias (história da arte, geografia, etc.). Fazer observar e recolher os resultados das observações utilizando questionários publicados na Web: eis uma nova maneira de conduzir exercícios de laboratório e de retornar em seguida à análise das percepções e das dificuldades de observação. Associar ensino e pesquisa, centralizando de maneira sistemática os resultados de exercícios de observação, propostos através de questionários, pode-se constituir bases de dados disponíveis para a pesquisa. Além da interatividade das interfaces e da possibilidade de traçar comportamentos de respostas, enriquecendo de maneira inegável os dados assim que tiverem sido recolhidos. Este é o programa do projeto Arcom (no website da Université de Savoie), que propõe um conjunto de questionários utilizáveis no contexto de ensino e ciências humanas (sociais aplicadas). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 76 ## Um outro exemplo é a comercialização dos vinhos da região de Bordeaux (LAPASSOUDE-MADRID e MONNOYER-LONGÉ, 2000, p.23), um mercado em completa mutação, apresentando uma ruptura estratégica na relação com a clientela, sendo afetados não somente a difusão (que passa a ser on-line), como também a interatividade cliente-fornecedor, isto tocando fortemente a forma de comunicar e a própria logística do setor. Além disso, tal ambiente, por utilizar a Web como canal, permite que os clientes realizem, por simples e-mails enviados, enquetes e mesmo ‘mini’ concorrências entre fornecedores potenciais. Da mesma forma, cada fornecedor pode, a seu tempo e interesse, realizar enquetes ad hoc ou periódicas, ou mesmo painéis, cada vez com temáticas e interesses peculiares. ## MALHOTRA (2001) destaca a aplicação da Web como tecnologia agregadora de valor na maioria das etapas de pesquisa e mesmo em cada das formas de pesquisar: como um meio de comunicação (p.59-60), como suporte na definição do problema e no desenvolvimento de uma abordagem (p.83-85), como meio facilitador da implementação de diferentes tipos de pesquisa (p.122-123), como fonte on-line de dados secundários (p.148-150), como meio de pesquisa exploratória, tipo de fóruns, grupos de notícias, e mesmo conversas informais (p.172-175), como TI para a viabilização de métodos eletrônicos, como entrevista por e-mail e outros (p.184-185; p.201203), como um veículo útil para realizar pesquisas causais (p.230-231), como meio de aplicação de escalas contínuas de classificação (p.268-270), como meio de aplicações de pesquisa (p.295-297), como meio de extração de amostras ou de cálculo em determinados casos (p.318-319; p.339-341), e diversos outros aspectos. ## ARAGON et al. (2000) apresentam resultados de enquetes realizadas pelo CNRS (França) em cooperação com a universidade de Toulouse. Trata-se de enquetes aplicadas a assinantes de listas de difusão, a partir das quais foi Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 77 possível identificar que o uso de enquetes Web através do uso de ferramentas adequadas, mesmo estando ainda em processso de evolução, já permite verificar que o uso de ferramentas para pesquisas interativas cobre cada vez mais o conjunto das operações do processo de pesquisa, abrangendo as diferentes etapas e agilizando o processo. Os autores enfatizam os aspectos técnicos relacionados às enquetes via Web, assim como questões metodológicas a respeito da condução de pesquisas interativas via Web: população, amostras, eficiência relativa, taxas de respostas, confiabilidade, entre outros. ## Enfim, LEHU (2000) apresenta a internet como ferramenta de inteligência competitiva, sobretudo em marketing de serviços (e na gestão das capacidades), e usa como exemplo um caso aplicado ao setor de turismo. Ele evoca que as empresas aéreas primeiramente desenvolveram tal abordagem, a qual é amplamente aplicada na gestão e no apoio à decisão, isto tendo forte impacto na reestruturação de diferentes setores, entre eles o turismo, posto que a internet permite o estabelecimento de um marketing interativo no planeta como um todo. Diversas aplicações podem ser citadas e diversos sistemas viabilizadores da prática desses conceitos têm surgido. A seguir, um caso-exemplo de um projeto conjunto Brasil-França, cooperação entre Capes e Cofecub, UFRGS e Université de Savoie, sobre as NTIC (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação). Os links http://www.sphinxbrasil.com/sistemas/serv_enquetes.htm e http://www.sphinxbrasil.com/sol/index.htm, da SPHINX Brasil, apresentam produtos e serviços nesse sentido. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 78 7. UM CASO APLICADO Com o uso das novas tecnologias, o processo de pesquisa ganha força e vigor. Não se trata apenas de automatizar processos e disponilizá-los online, mas de tornar interativo todo o processo: da seleção da população a questionar até a divulgação de relatórios (estes mesmos interativos), os retornos, o tempo de resposta, a riqueza de apresentação e a facilidade de comunicação, o fato de não se ter fronteiras, podendo atingir a todos, a possibilidade de acompanhamento evolutivo, a obtenção de bases prontas sem passar pela digitação, a produção de relatórios parciais e evolutivos, enfim, o processo de pesquisa inicia um novo roteiro. Obviamente, muito ainda se pode realizar aproveitando as funcionalidades e possibilidades da Web. Nosso intuito neste capítulo é ilustrar, por meio de uma pesquisa, diferentes recursos onde a Web pode ser bastante útil. Percebe-se mais facilmente a importância da Web na flexibilidade e agilidade na coleta de dados (por meio do acesso facilitado a respondentes dispersos geograficamente, da possibilidade de receber respostas de mais de um respondente ao mesmo tempo, etc). Contudo, muitos recursos ainda podem ser extraídos, principalmente no estágio de acompanhamento e análise dos dados. A divulgação de resultados da pesquisa a diferentes analistas instantaneamente, a possibilidade de visualizar relatórios alimentados automaticamente e a cada nova entrada de dados, a triagem e depuração on-line de dados e a possibilidade de acesso on-line a segmentos da amostra são algumas vantagens acrescentadas pela Web ao processo de pesquisa e que serão ilustradas no caso prático apresentado a seguir. 7.1. Apresentação do caso A idéia aqui é dar uma noção prática das idéias abordadas sobre pesquisa via Web. Sendo o correio eletrônico uma das ferramentas da Internet mais Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 79 utilizadas nas organizações, usamos como exemplo uma enquete sobre esta temática. Foi realizada uma pesquisa com o objetivo de conhecer o comportamento do usuário de correio eletrônico quanto ao uso desta tecnologia (FREITAS, MOSCAROLA, OLIVEIRA, LUCIANO e BACHELET, 2002). Adotou-se como método de pesquisa a survey do tipo descritiva, com a coleta de dados via Web, sendo a amostra composta por alunos de graduação, pós-graduação, professores e profissionais atuando no mercado de trabalho público e privado. Após 30 dias, foi encerrada a coleta de dados, tendo-se obtido 210 respostas válidas (7,7% de taxa de retorno). Os dados coletados foram essencialmente primários, ou seja, obtidos especialmente para atender às necessidades da pesquisa. Esta pesquisa foi do tipo corte-transversal, uma vez que os dados foram coletados num dado momento no tempo, ou seja, no período de 25 de outubro a 25 de novembro de 2001, e não havia a intenção de traçar a evolução ou identificar mudanças ao longo do tempo. O questionário utilizado foi elaborado por professores da Université de Savoie, França (BACHELET e MOSCAROLA, 2002). A versão em português deste questionário foi produzida por um pesquisador com fluência no francês. Para solucionar as dúvidas que surgiram durante a elaboração da versão em português, foram trocadas mensagens eletrônicas com os autores do instrumento. O pré-teste do instrumento em português identificou a necessidade de ajustes no vocabulário, os quais foram realizados, e alteração na cor utilizada para o fundo das telas, pois, dependendo do computador utilizado, o contraste com a cor das letras era insuficiente. A versão final do instrumento foi dividida em 5 blocos de questões afins, como mostra o quadro a seguir, totalizando 61 perguntas. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 80 7.2. A concepção do questionário O foco das perguntas do questionário foi a seguinte: Bloco Foco das Perguntas Idade Sexo Atividade profissional Responsabilidade do cargo Dados sócioNº de pessoas subordinadas demográficos Área e nível de formação (13 perguntas) Setor em que exerce suas atividades Função principal Data (dado obtido automaticamente) Endereço eletrônico Correio eletrônico em Quem acessa as mensagens? relação aos meios Quantas mensagens são recebidas? tradicionais de Qual o tempo estimado para responder as mensagens? comunicação Quais mudanças na maneira de se comunicar? (14 perguntas) Outras mudanças em função do uso do correio eletrônico? Como funciona o correio eletrônico? Houve escolha quanto ao modo de acesso? Comportamento no Em que momento o correio eletrônico é verificado? recebimento das O que faz ao abrir a caixa de correio eletrônico? mensagens Como decide abrir ou não uma mensagem? (11 perguntas) Quais os critérios adotados para deletar uma mensagem sem ler? Qual o % de mensagens que costuma deletar sem ler? Comportamento na O que faz após ler as mensagens? resposta às mensagens O que faz após ler e responder as mensagens? úteis Ao enviar as mensagens quais os cuidados tomados? (9 perguntas) Opinião global sobre o Vantagens do uso do correio eletrônico no trabalho? uso do correio Desvantagens do uso do correio eletrônico no trabalho? eletrônico no trabalho Satisfação com o uso do correio eletrônico no trabalho? (6 perguntas) Indique os substantivos que espontaneamente vêm à sua mente quando se evoca uma tomada de decisão? Indique os verbos que espontaneamente vêm à sua mente quando se evoca uma tomada de decisão? Indique os adjetivos que espontaneamente vêm à sua mente quando se evoca uma tomada de decisão? Decidir rapidamente? Opinião sobre a Consultar e preparar coletivamente a decisão? decisão Aceitar correr riscos? (14 perguntas) Decidir individualmente, sem considerar a opinião dos outros? Privilegiar as informações objetivas e numéricas? Confiar na sua intuição? Refletir com calma, sem precipitar as coisas? Privilegiar as impressões subjetivas? Cercar-se do máximo de segurança possível? Analisar a situação o mais racionalmente possível? Para você, o mais importante numa decisão é? Foco e estrutura do instrumento de pesquisa Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 81 O questionário foi operacionalizado com o apoio de um software para pesquisa e análise de dados2. A primeira questão criada foi de identificação da origem de obtenção dos dados: Brasil ou França. Tal maneira de concepção, como posteriormente será visto possibilitou a realização de cruzamentos de dados nos relatórios on-line. Diálogo de edição das questões Em seguida, para efeito de organização e gerenciamento dos dados, foram criadas as diferentes partes do questionário (opção Nova parte... do menu Organizar), de acordo com os blocos apresentados no quadro de estrutura da enquete: Correio eletrônico em relação aos meios tradicionais de comunicação Comportamento no recebimento das mensagens Comportamento na resposta às mensagens úteis Opinião global sobre o uso do correio eletrônico no trabalho Opinião sobre a decisão Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 82 Dados sócio-demográficos Para cada dos blocos, foram inseridas as questões correspondentes. Lista das questões 7.3. A organização do questionário Sendo a qualidade do questionário diretamente ligada à transparência de suas questões e à estruturação, buscou-se organizar o questionário após finalização da redaçao das questões. Com isto, foi possível rever toda a sequência lógica das questões, buscando uma boa apresentação. O software utilizado permitiu tal organização posterior. Deste modo, foram utilizadas as opções dos menus Redigir e Organizar, funções importantes para a definição de questões, tais como: 2 Foram utilizados recursos do Software Sphinx® (www.sphinxbrasil.com) Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 83 Agrupar as questões: é possível agrupar questões de mesma natureza (mesmo tipo e definições), o que significa dizer que serão apresentadas em conjunto sob a forma de uma tabela, seja na paginação do questionário, nas telas de digitação de respostas ou mesmo nos resultados. Muito úteis em questionários de satisfação, os agrupamentos permitem apresentar um formulário bem mais conciso e claro, permitindo a comparação de diferentes questões. Para agrupar questões e fazê-las aparecer sob a forma de tabelas, basta selecioná-las na lista e acessar a opção Agrupar as questões do menu Organizar. Grupo de questões Utilizar a biblioteca: algumas das questões podem ser reaproveitadas de outros estudos ou de bibliotecas de questões fornecidas pelo próprio sistema, servindo como um guia na escolha de questões e também permitindo acelerar as tarefas repetitivas de definição de questões. É Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 84 possível expandir as bibliotecas, inserindo novas questões. No botão Biblioteca, disposto na tela de criação das questões, o usuário tem acesso a questões previamente definidas pelo Sphinx®. Uso da biblioteca Definir desvios: de modo a apresentar aos respondentes apenas as questões que se aplicavam ao seu perfil, foram realizados desvios ao longo do instrumento de coleta dos dados. O software permitia a definição de desvios ativados automaticamente no momento da digitação de respostas. A função utilizada foi Definir Desvios do menu Organizar. Os desvios foram definidos em função de condições que indicam que uma determinada questão não está relacionada àquelas que foram respondidas de tal maneira. A figura a seguir ilustra a janela onde são definidas as operações lógicas para o estabelecimento dos desvios. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 85 Definição de desvios Partes: o questionário foi estruturado em grandes partes, que receberam títulos representativos do conteúdo ali disposto (conforme visto na seção 7.2). As opções utilizadas foram Novo título de parte e Inserir um título de parte do menu Organizar. Nessas opções foram também indicadas instruções aos respondentes, fato bastante importante no desenvolvimento de pesquisas via Web, uma vez que não há um contato direto entre o pesquisador e o respondente, sendo, portanto, necessário oferecer a este todas as informações necessárias para responder adequadamente ao questionário. Dica: Ao trabalhar com um questionário longo, utilize a lista das partes com o menu drop-down Partes para se deslocar no questionário. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 86 Definição de partes do questionário Restrições de apresentação: para as questões que se aplicavam apenas a um perfil específico foram definidos controles automáticos no momento da digitação de respostas. A função utilizada foi Definir Restrições do menu Organizar, onde estabeleceram-se condições de apresentação ou não das questões a partir de determinadas respostas. A diferença entre esta opção e a definição de desvios é a intenção de apresentação da questão. Enquanto na definição de desvios parte-se do ponto de que as questões compõem o questionário, e que apenas não serão apresentadas em casos específicos. No caso da definição de restrições, parte-se do ponto de que a questão não compõe o questionário, sendo apresentada apenas em caso específico, na intanção de obter maiores esclarecimentos de um determinado respondente com relação a sua resposta anterior. A figura a seguir apresenta a janela para o estabelecimento da restrição de apresentação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 87 Restrições de apresentação Duplicar: como a enquete comportava questões similares, foi possível utilizar procedimentos de duplicação das questões, economizando tempo no desenvolvimento do questionário. Na lista de questões, selecionou-se a questão a duplicar e, no menu Redigir, escolheu-se a opção Duplicar a questão. As alterações nas questões duplicadas foram realizadas acessando a janela de edição de questões (disponível pela opção Modificar uma questão do menu Redigir). Após a realização dos ajustes na estrutura do questionário, passou-se ao desenvolvimento da interface dos formulários e dos relatórios que foram publicados posteriormente. Uma plataforma incluída nos recursos do software utilizado (denominada Sphinx Eureka®) permitiu a elaboração da interface. Neste ambiente foram definidas as imagens, sons e conselhos que guiaram os respondentes ao longo do questionário. Ainda, questões as quais as respostas poderiam ser deduzidas ou buscadas Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 88 sem perguntar diretamente ao respondente são definidas previamente neste ambiente, facilitando e dinamizando a tabulação dos dados coletados e permitindo assim a exibição de relatórios sempre atualizados. A seguir, são apresentados alguns dos recursos utilizados na elaboração dos formulários e relatórios da pesquisa publicada. 7.4. Preparação do formulário e dos relatórios O ambiente para a construção das interfaces do formulário e dos relatórios está representado nas figuras a seguir: Ambiente para definição dos formulários Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 89 Ambiente para definição dos relatórios O leitor pode perceber que os ambientes de construção dos formulários e dos relatórios são bastante semelhantes. Ainda, percebe-se que há uma “quebra” na linearidade da pesquisa ao falar-se de relatórios antes mesmo de os dados serem coletados. Este é um ponto que merece atenção no estudo e que é fortemente viabilizado pela Web. Os relatórios, ao serem publicados em servidor especial3 (onde se encontra instalado o software servidor de enquetes) são automaticamente atualizados a cada nova entrada de dados, agilizando o acompanhamento dos resultados. As vantagens da visualizaçao de relatórios parciais neste estudo foram percebidas na antecipação da interpretação dos dados e na elaboração e redefinição de alternativas de investigação. 3 Detalhes do servidor onde a pesquisa foi publicada pode ser encontrada no website www.sphinxbrasil.com/sol Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 90 7.4.1. Preparação do formulário O software utilizado possibilita a criação de diferentes formulários, adequados a diferentes formas de coleta. No caso, foi construído um formulário do tipo Web. Ainda, um dos pontos que pode ser debatido pelos pesquisadores é a possibilidade de criação de mais de um formulário para a mesma pesquisa, ou de um mesmo formulário em diferentes idiomas (cuidados metodológicos, contudo, precisam ser tomados). Estes recursos são bastante utilizados em pesquisas aplicadas em diferentes países. Uma plataforma específica do software utilizado 4 permite a realização de pesquisas em mais de um idioma mantendo-se uma única base de dados. O acesso ao ambiente de criação dos formulários se dá por meio da opção Formulários multimídia do estágio Elaboração do questionário. No caso do desenvolvimento de um novo formulário, o sistema apresenta um conjunto de janelas de orientação. A primeira janela refere-se à opção pelo tipo de formulário. Conforme ressaltado anteriormente, nossa opção foi pela eleaboraçao de um formulário Web, que oferece opções e recursos específicos para publicação neste canal. Tipo de formulário Na janela apresentada após a seleção do tipo de formulário, são definidas as variáveis que farão parte do estudo (lembramos que o formulário na Web permite que variáveis de resposta automática ou deduzida de respostas a outras variáveis não sejam apresentadas obrigatoriamente no formulário em questão). 4 Sphinx multilíngua Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 91 Ainda, outras configurações relacionadas ao tamanho da área ativa da tela, do estilo, forma de apresentação das questões e disposição destas questões podem ser definidas nesta janela. Contudo, todas as opções podem ser acessadas posteriormente para ajustes finos no formulário desenvolvido. Escolha de configuração para o formulário Após a definição das configurações prévias, um modelo básico de formulário é apresentado. Modelo de formulário básico Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 92 No estudo aqui ilustrado, julgou-se conveniente desenvolver uma tela inicial de apresentação da pesquisa, com logotipos das organizações envolvidas (na busca de um respaldo institucional) e textos explicativos, bem como uma tela final de créditos e de contato com os envolvidos na pesquisa. Este contato foi operacionalizado pela vinculação de links com endereçamento ao e-mail dos pesquisadores ou ao website das instituições/organizações. Tela de apresentação do estudo Configuração prévia da tela de créditos e contato Após, partiu-se para o ajuste individual das questões que compunham o formulário (definição de formas de apresentação das categorias de resposta, inclusão de instruções específicas, alteração de cor e de tipo de fonte, etc). Este procedimento foi feito acessando as Propriedades do objeto selecionado, por meio do menu Formatar. Este é um procedimento que exige paciência do pesquisador, que precisa revisar todo instrumento de modo a verificar sua inteligibilidade e organização. A figura abaixo apresenta a janela de configuração do objeto selecionado. Os recursos disponíveis nesta janela merecem uma maior exploração por parte do pesquisador ao desenvolver seu intrumento. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 93 Propriedades das questões 7.4.2. Relatórios previamente preparados O acesso ao ambiente de criação dos relatórios se dá por meio da opção Visões do estágio Tratamentos e análises. Da mesma forma como nos formulários, o software apresenta janelas de orientação na elaboração de relatórios (visões). A primeira janela refere-se à opção pelo tipo de relatório. Pode ser criado mais de um relatório para uma mesma pesquisa, contemplando diferentes variáveis, destinadas a diferentes analistas. Imediatamente após a seleção do tipo de relatório (visão), são definidas as variáveis que farão parte do relatório em questão. Ainda, outras configurações relacionadas ao tamanho da área ativa da tela, do estilo forma de apresentação e disposição das tabelas e gráfico podem ser definidas nesta janela. Ajustes finos podem ser realizados posteriormente, Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 94 acessando novamente estas opções. Definição do tipo de relatório Configuração prévia do realtório No caso ilustrado, optou-se pela criação de relatórios específicos, de acordo com a natureza e conteúdo das variáveis, bem como de tratamentos realizados (análises uni e bivariadas, segmentação em árvore...). A seguir são apresentados alguns dos tipos de relatórios. Relatórios com tabelas univariadas Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 95 Segmentação em árvore Relatório com tabelas bivariadas Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 96 Análise de relações intervariáveis Alguns recursos do sistema utilizados nos relatórios criados merecem atenção especial e serão vistos a seguir em maiores detalhes. A possibilidade de criação de segmentações da base de dados, acessíveis online por meio de um clique de mouse permitiram a visualização das tabelas restritas a perfis específicos, que enriqueceram o poder de análise antes mesmo de a coleta dos dados ser finalizada. As principais segmentações foram definidas previamente à publicação da pesquisa por meio da construção de estratos. A imagem a seguir ilustra o procedimento descrito neste parágrafo. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 97 Definição de estratos As tabelas de resultados das variáveis abertas do tipo texto foram também definidas e configuradas previamente. A possibilidade de triagem prévia de palavras (agrupamento de palavras semelhantes, supressão de palavras não relacionadas diretamente ao tema de pesquisa, etc), permitiu uma compreensão prévia da amostra, fornecendo subsídios para uma análise léxica e análise de conteúdo mais profundas. Estes recursos, acessíveis pelas Propriedades do objeto, guia Cálculo, são ilustrados nas imagens a seguir. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 98 Formas de apresentação das variáveis do tipo texto Vinculação de dicionários para triagem de palavras e expressões Organização de palavras e expressões (agrupamentos e supressões) Janela de configuração de variáveis do tipo texto Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 99 Ainda, as variáveis que compunham os relatórios desenvolvidos passaram por ajustes individuais (definição do tipo de gráfico, ordenamento das categorias para apresentação nas tabelas, inclusão de comentários específicos, alteração de cores, etc). Este procedimento foi realizado acessando as Propriedades do objeto selecionado, por meio do menu Formatar. Cabe ressaltar, obviamente, que a configuração prévia de tabelas de resultados é um procedimento que necessita cuidado por parte do pesquisador, a fim de evitar erros grosseiros de análise. Ainda, rarmente esta definição prévia de relatórios elimina a análise posterior, realizada após a importação dos dados na estação de trabalho do pesquisador. 7.5. A escolha do servidor para armazenamento da pesquisa Depois de criados os formulários e relatórios, partiu-se para a seleção do servidor de armazenamento. Optou-se pela hospedagem em um servidor especial, onde se encontrava instalado um software específico para gerenciamento on-line do banco de dados da pesquisa5. O motivo da escolha se deu, principalmente, em função da fácil comunicação com o software onde foram desenvolvidos os formulários e os relatórios e da possibilidade de exibição de relatórios automaticamente atualizados a cada nova entrada de dados. O acesso ao servidor se dava em função de uma conta especificamente criada para os pesquisadores, conta esta que definia o local do servidor onde estariam armazenados os dados da pesquisa. 5 O software utilizado foi o Servidor de Enquetes da SPHINX Brasil. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 100 7.6. A publicação da pesquisa no SphinxOnline BR A codificação dos formulários e dos relatórios desenvolvidos para uma linguagem que permitisse a visualização pela Web foi realizada automaticamente pelo software, por meio de um assistente de publicação. A existencia deste assistente permite que o pequisador, mesmo sem conhecimento de linguagem de programação possa publicar uma pesquisa na Web. A linguagem selecionada para a publicação do formulário foi Java, que oferece uma maior flexibilidade na configuração da interface e na inserção de recursos multimídia. No entanto, para a publicação dos relatórios, foi selecionada a linguagem HTML, mais “leve” e que permite uma transferência mais rápida de arquivos do servidor para a estação de trabalho. Ao escolher JAVA, deve-se atentar para que o applet java esteja instalado nas máquinas do respondentes! Um assistente de publicação guia o pesquisador ao longo das diferentes etapas de publicação. As etapas são: Apresentação, Variáveis de controle, Segurança, Ação após gravação, Atalhos, Servidor destino e Cópia dos arquivos. Destaca-se que, em cada das etapas, são apresentados ao pesquisador os recursos disponíveis para utilização na Web, bem como instruções para sua utilização. A imagem a seguir apresenta um esquema das diferentes etapas de publicação de pesquisas no Servidor de Enquetes. Alguns dos recursos foram utilizados no estudo aqui descrito e serão abordados posteriormente. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 101 Esquema do processo de publicação na Web Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 102 7.6.1. Apresentação Na etapa Apresentação, é possível integrar os formulários e relatórios a uma página indicada. Este recurso permite, por exemplo, preservar o aspecto geral do website e outros conteúdos apresentados na página. Utilizando este recurso, o pesquisador pode vincular à pesquisa ao website da instituição ou da organização, conferindo uma maior confiabilidade ao estudo (endosso institucional) e incentivando a amostra a participar deste. Integração de formulários a uma página Web existente 7.6.2. Variáveis de Controle A captura de variáveis automaticamente é definida na etapa Variáveis de controle. As principais variáveis de controle são explicadas a seguir: Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 103 Chave - é um identificador (variável código ou texto) que atribui a cada resposta um código único. Este código será comunicado ao respondente para permitir que este retorne a sua resposta após esta ter sido registrada, podendo, alterá-las, se o pesquisador assim o desejar, fornecendo o link correspondente. Este pode ser um recurso bastante útil caso o pesquisador conheça de antemão a população a ser aplicada o questionário (tendo acesso ao cadastro de clientes ou de empresas de um determinado setor, por exemplo). Dados do cadastro podem ser importados para a base de dados do estudo, sendo vinculados às respostas coletadas por meio de um dado específico (CPF ou CNPJ, por exemplo). http://143.54.105.220:3610/sphinxbrasil/ex_gianti/ Por favor, informe seu CPF (sem digitar ponto ou espaços): Chave de controle Data de digitação – Registro da data (e hora precisa) da gravação da resposta. Esta variável não necessita estar presente no formulário desenvolvido, sendo preenchida automaticamente em função do horário configurado no servidor. Por meio da criação de uma variável do tipo data automática, o pesquisador pode acompanhar a periodicidade da digitação e, nos casos necessários, enviar mensagens de reforço à amostra convidando-a Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 104 novamente a participar do estudo e ressaltando a importância de sua participação. Complementarmente, de modo a facilitar a visualização do número de indivíduos que responderam o questionário ao longo do prazo de coleta dos dados, caso tenha sido criado um relatório específico com base na variável data de diitação, é possível visuliazar um gráfico de entrada de respostas ao longo do prazo determinado para a coleta de respostas. Dia da coleta 12.60 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Gráfico de evolução das respostas coletadas Endereço IP – Esta variável captura o endereço do computador ou proxy que enviou as respostas. Esta informação não permite identificar os respondentes (os endereços IP são dinâmicos, as máquinas de uma mesma rede possuem o mesmo endereço IP externo, etc.). Utiliza-se esta variável para identificar o país origem das respostas, por exemplo. 7.6.3. Segurança Neste estágio é possível restringir o acesso a formulários e relatórios do estudo ou reservar o acesso a uma lista de pessoas conhecidas. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 105 http://143.54.105.220:3610/sphinxbr Restrição de acesso Ao criar uma lista prévia de identificadores (um conjunto de códigos digitados em um editor de textos) e vincular esta lista ao estudo no momento da publicação, é possível fornecer senhas individuais aos respondentes. Quando houver uma lista de identificadores, o acesso ao questionário não será direto. O respondente, ao ativar um link que lhe foi fornecido, não chegará no instrumento de pesquisa, mas sim numa página de identificação na qual indica-se um código que lhe foi comunicado. Este procedimento permite preservar o anonimato do respondente (não se guarda nenhum registro de identidade deste). Caso deseja-se identificar o respondente, é possível criar códigos em uma variável presente na base de dados e utilizá-la como variável de identificação. Definição de identificadores puramente de acesso. Não há registro da identidade. Definição de identificadores puramente de acesso e registro de identidade (preenchimento de variável específica). 7.6.4. Ação após o respondente salvar o questionário É possível oferecer aos respondentes outras opções após finalizarem o questionário. Este estágio oferece uma série de opções, com diferentes Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 106 utilidades de acordo com o tipo de pesquisa realizado. A seguir, são apresentadas as opções de direcionamento após a gravação: Confirmar a gravação - O servidor envia uma página no formato HTML contendo uma mensagem que poderá ser definida pelo próprio pesquisador. Ainda, esta opção permite apresentar as respostas digitadas para que o respondente imprima, caso julgue oportuno. É possível, ainda, sugerir o acesso a um link determinado pelo pesquisador (por exemplo, uma página da Web com informações sobre o estudo realizado ou sobre o grupo de pesquisa que está desenvolvendo o estudo). Confirmar a gravação Redirecionar – O pesquisador pode definir a página a qual o respondente acessará ao finalizar o questionário. Esta página pode ser concebida especialmente para a pesquisa em qustão ou uma página publicada em um website. A diferença entre a opção Redirecionar e a proposição de um link na opção Confirmar a gravação é que, no primeiro, a página é Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 107 automaticamente apresentada logo após o envio das respostas por parte do respondente. Respostas gravadas. Muito obrigado pela sua participação! Redirecionar Enviar as informações – Este é um recurso com amplo potencial de exploração por parte do pesquisador. Por meio desta opção é possível exibir automaticamente dados e informações da pesquisa ao respondente (por meio da exibição de um relatório integral ou de partes deste relatório) logo após o recebimento de suas respostas. Assim, torna-se possível oferecer ao respondente outros estímulos para que este participe do estudo (a possibilidade de se comparar com o restante da amostra, por exemplo, é um Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 108 recurso que pode ser bastante valorizado de acordo com o tipo de estudo ou a amostra que compõe este estudo). Pode-se, ainda, restituir as respostas do indivíduo em um formulário especificamente criado para tal. Deste modo, é possível inserir legendas e comentários específicos, de acordo com a resposta ou a composição de respostas do indivíduo em questão. Como última opção, pode-se, ainda, executar um script de gravação. Enviar Informações 7.6.5. Atalhos Os links gerados no momento da publicação dos dados são definidos neste estágio, bem como a linguagem utilizada para sua publicação e os diferentes comandos a serem definidos no estudo. Não é necessário manter todos os comandos ativos para a pesquisa. Sua utilização varia em função do tipo de pesquisa e dos recursos on-line desejados. Ainda, é possível criar diferentes formulários e relatórios para cada dos comandos a serem utilizados. A seguir, são apresentados os diferentes comandos disponíveis. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 109 Digitar – este comando define a forma como o questionário será apresentado ao respondente para a coleta das suas respostas. O comando digitar aplica-se às pesquisas que não possuem respostas previamente coletadas e vinculadas a observações específicas. Consultar – Este é o comando que permite ao pesquisador (ou a quem este desejar) acessar as respostas de cada das observações do estudo. As respostas não serão modificáveis. Caso tenham sido definidos perfis específicos no ambiente de definição dos relatórios, é possível realizar uma navegação seletiva entre as observações, consultando somente as respostas de um perfil específico desejado. Alterar – Nos casos em que as pesquisas possuem respostas previamente coletadas e vinculadas a observações específicas, é por meio da definição do comando Alterar que as questões (variáveis) remanescentes serão respondidas. É possível, de acordo com o formulário desenvolvido, apresentar ou não ao respondente suas informações previamente coletadas. Visualizar um relatório – Este comando permite selecionar diferentes relatórios para apresentação. Somente os relatórios escolhidos estarão disponibilizados on-line. Ainda, as tabelas que comõem os relatórios podem ser visualizados de acordo com segmentos da amostra previamente definidos (no estágio de definição dos relatórios) ou definidos on-line. Visualizar os resultados – A diferença deste para o comando Visualizar um relatório reside na possibilidade de suprimir a navegação entre diferentes relatórios e segmentos da amostra. Assim, poder-se-ia visualizar apenas um relatório específico (e restrito a um segmento específico da amostra) ou todos os relatórios e segmentos da amostra previamente criados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 110 Visualizar as tabelas – Por meio deste comando é possível visualizar informações específicas da base de dados (tais como observações, fichas de respostas, lista das variáveis do estudo, listas de respostas estruturadas, etc.). Sua vantagem reside na flexibilidade em consultar dados. Este comando também permite a navegação seletiva entre as observações, de acordo com segmentos da amostra. Painel de comando - Ativando este atalho, exibe-se uma página HTML na qual se encontra o conjunto das ações. Esses links são submetidos aos controles (acesso restrito, lista de identificadores) que terão sido definidos. Painel personalizado - Indica-se o formulário que será apresentado como um painel de comandos, ou seja, sem a barra de navegação ou botão de gravação (nos casos de digitação e consulta dos dados). Configuração dos links da pesquisa Ainda na etapa Atalhos, um recurso que merece destaque é a possibilidade de criação de links específicos para diferentes idiomas em uma mesma base de dados. Assim, nos casos em que os estudos extrapolam as fronteiras de um País ou as amostras estejam dispersas em diferentes regiões do globo, é Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 111 possível oferecer o intrumento de pesquisa e os relatórios do estudo já no idioma do respondente/analista, sem a necessidade de desenvolvimento de diferentes formulários/relatórios. 7.6.6. Servidor de destino Nesta etapa é definido o servidor onde estará hospedada a pesquisa publicada. Conforme descrito anteriomente, é este servidor que armazenará as respostas coletadas e permitirá o acesso aos relatórios on-line. Cabe ressaltar que o servidor deve manter instalado o software para a publicação de pesquisas na Web para que os recursos destacados anteriormente estejam disponíveis. Os dados para publicação e acesso ao servidor são definidos no momento da ativação da conta. Definição do servidor de destino e da conta de publicação 7.6.7. Cópia dos Arquivos Ao final, a etapa Cópia dos arquivos confirma a localização do estudo e as principais configurações determinadas. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 112 Iniciar a cópia dos arquivos Ressalta-se ao final dos procedimentos destacados acima a possibilidade de alteração nos relatórios definidos e a republicação do estudo (durante ou após a coleta dos dados), de modo a incluir novos tratamentos idealizados ao longo da análise parcial dos resultados. 7.7. A comunicação/divulgação do formulário na Web Realizada a publicação do estudo (seguindo os procedimentos ilustrados na seção 7.6), foi desenvolvida uma página específica no website do grupo de pesquisa que remetia o respondente a acessar o instrumento de pesquisa. Na página, o link referente à digitação dos dados foi exibido para acesso. Em paralelo, foram enviados e-mails aos integrantes da amostra reforçando o convite a participarem da pesquisa. Para a apresentação do formulário da pesquisa em um website, é possível criar um link hipertexto (que pode ser em formato de um botão, de um banner, de um simples texto ou frase, ou uma animação) o que faz com que o formulário seja exibido. Este também pode ser igualmente exibido Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 113 automaticamente em função do percurso que o internauta realizar no website (popup). Ainda, nos casos em que o convite à participação no estudo é realizado por meio do correio eletrônico, é possível criar um link hipertexto disposto dentro do corpo da mensagem. Este link provoca a execução do browser e a visualização do questionário a responder. 7.8 Respondendo ao formulário via Web O intrumento final foi composto por 12 telas (incluíndo a tela de apresentação do estudo e a tela de créditos e contato). A figura abaixo mostra o formulário publicado na Web. Formulário publicado na Web Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 114 Conforme pode ser verificado nas figuras a seguir, na parte superior direita de cada página, encontram-se os ícones para avançar à página seguinte, voltar à anterior ou cancelar a digitação dos dados (a partir da 2ª página). Na última tela da pesquisa e na tela de créditos foi apresentado o botão para envio das respostas. Ainda, a última tela apresentava agradecimentos à colaboração do respondente e indicava o endereço Web em que o mesmo poderia conhecer mais sobre a pesquisa e seus resultados. Nesta tela, o respondente deveria clicar no botão Enviar dados para que suas respostas fossem de fato inseridas no banco de dados do servidor. Botões da tela inicial Botões intermediários Botões da última tela Botões da tela de créditos Distribuição dos botões de ação ao longo das telas do formulário Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 115 7.9 Acompanhamento da pesquisa e importação dos dados Os links dos relatórios e das tabelas publicadas neste estudo ficaram sob a custódia do pesquisador e da equipe envolvida no projeto proposto. Os resultados foram visualizados ao longo da coleta dos dados e posteriormente, para realização de análises aprofundadas, foi realizada a importação das respostas para uma máquina local. O software onde foram desenvolvidos os formulários e os relatórios já possuía uma interface para importação simplificada dos dados (acessível por meio da opção Importar do menu Dados). Para a realização da importação dos dados, foi informado o endereço onde estava hospedada a pesquisa (IP do servidor e diretório da pesqusia) e os dados da conta de publicação. A figura abaixo ilustra o processo de importação dos dados. Localização do servidor de enquetes para importação dos dados A publicação dos resultados da pesquisa faz com que os tratamentos estatísticos necessários sejam efetuados pelo servidor: somente as páginas contendo os resultados serão transmitidas às estações de trabalho do pesquisador ou pessoa que estiver consultando os dados. Este é o procedimento que também ocorre nos casos em que os resultados em «tempo real» sao enviados ao respondente imediatamente após a gravação Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 116 de suas respostas. Pode-se optar por Completar ou Substituir as respostas precedentes. Ao escolher Substituir, todas as respostas já existentes serão destruídas, por isso se deve tomar muito cuidado. Para as enquetes administradas via e-mail ou Pocket PC, as respostas serão armazenadas em arquivos de formato texto (TXT). Esses arquivos podem ser sucessivamente importados e então convertidos em formato de arquivos de respostas reconhecidas pelo sistema. 8. COLETA E TRATAMENTO DE DADOS QUALITATIVOS VIA WEB6 Sob o efeito das tecnologias de informação e comunicação, a pesquisa e os estudos em marketing conhecem, depois de alguns anos, evoluções significativas, permitindo a emergência de novos métodos do processo de pesquisa, com novos atores inseridos nesse processo (comércio eletrônico, enquetes on-line, painel de internautas, inteligência competitiva, etc.). Este movimento acompanha a tendência à personalização de oferta, à hiper-segmentação de mercados e à flexibilidade crescente de oferta de bens e serviços. As estratégias de marketing são elaboradas a partir de ciclos cada vez menores e a reatividade torna-se um dos componentes essenciais do marketing operacional. A competição no ambiente de negócios tem sido alterada: da atenção direcionada aos atributos do produto como geradores de compra ao conhecimento da satisfação do cliente e dos processos de sua fidelização; do marketing prévio à gestão contínua da relação cliente; da venda direta ao comércio eletrônico. De fato, as práticas transformam-se e permitem a emergência de novas formas de pesquisa e de auxílio à tomada de decisão, Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 117 extremamente ancoradas nas evoluções tecnológicas resumidas pela rapidez e pela interatividade da busca pela informação e pela busca crescente ao qualitativo (BAULAC et al. 2000). O ciclo de pesquisa encontra-se assim cada vez mais inserido no ciclo da ação, os dados qualitativos melhor considerados e a informação valorizada pelo imperativo da comunicação. Essas tendências se despreendem de toda literatura consacrada à « Gestão da Relação Cliente » e dirigem-se às diferentes variações do comércio eletrônico e do marketing eletrônico (CAUMONT e NIEUWBOURG 2002; HETZEL 2002). Apresentaremos a seguir algumas das oportunidades da evolução das tecnologias para a coleta, análise e interpretação de dados qualitativos. Em seguida, alguns resultados de uma pesquisa serão comentados, evidenciando o impacto destes métodos sobre a qualidade e a natureza da informação coletada. 8.1. A evolução das tecnologias: uma oportunidade para a coleta, a análise e a interpretação de dados qualitativos Quando se trata de pesquisas de mercado, a oposição “Quantitativa / Qualitativa” está relacionada a tradições de investigação bem diferentes, algumas fundadas sobre a entrevista não-diretiva ou à discussão de grupo, e outras sobre o uso de questionários fechados (ANDREANI e CONCHON, 2001; DANO, 1998; GRAILLOT, 2001). Enquanto os primeiros trabalham a fundo sobre algumas observações, os demais são conduzidos pelas grandes quantidades e pelos resultados estatísticos. O trabalho sobre documentos Este capítulo foi baseado no artigo de Stéphane Ganassali e Jean Moscarola, do IREGE – Université de Savoie. Annecy – França, em congresso realizado em Veneza, Itália 2003. 6 Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 118 qualitativos é geralmente oposto aos cálculos científicos e ao método de investigação tradicional. No lugar de adotarmos esta oposição por vezes muito limitadora, preferimos optar pela distinção dos níveis de estruturação da informação e de seu conseqüente tratamento (BOLDEN e MOSCAROLA, 1998). Métodos de pesquisa mais ou menos estruturados Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 119 8.2. A qualidade de dados textuais Os dados textuais são informações pouco estruturadas (respostas às questões abertas, entrevistas não diretivas, cartas, e-mails ou textos de diversas origens) disponibilizadas em suporte analógico (grafismo da palavra, som da voz) ou digital (arquivos texto, página html). Enquanto no primeiro caso elas somente podem ser identificadas pela leitura e análise, no segundo elas podem ser tratadas por máquinas (motores de pesquisa ou exploradores de texto). Tradicionalmente, ao realizarmos uma pesquisa, devemos optar entre utilizar informações quanti ou qualitativas. Se ao invés de adotarmos uma visão técnica ou estatística (onde o raciocínio é voltado aos números) optarmos por trabalhar com dados qualitativos, veremos que estes podem ser muito mais ricos em conteúdo e permitir uma maior interpretação de dados. Por outro lado, e isto não pode ser desconsiderado, dados qualitativos são também mais complexos em termos de produção e análise: a digitação dos dados ou a transcrição de entrevistas representam muitas vezes reais obstáculos ao uso desses métodos, além da necessidade de um tempo considerável para análise. 8.3. Internet e Web: novas oportunidades, novos obstáculos A Internet e a Web alteraram a maneira de coletar e de acessar dados textuais de toda natureza. Os comportamentos diários dos internautas deixam rastros digitais e as estratégias são divulgadas via Web. As páginas de um website visitado por um internauta podem ser automaticamente conhecidas através da análise de arquivos de log, assim como a coleta de Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 120 opiniões, expectativas, reclamações e sugestões do visitante podem ser coletadas on-line em questionários dinâmicos e personalizáveis. Graças ao e-mail, as solicitações de informação ou as reclamações endereçadas ao serviço pós-venda são igualmente disponibilizadas. Automaticamente registradas, as mensagens trocadas em fóruns e os contatos e as negociações estabelecidos via e-mail entre empresa-cliente representam consideráveis montanhas ricas em informações. Os concorrentes se apresentam em seus sites, a imprensa on-line torna-se divulgadora de opiniões e eventos, as tendências sociais, de moda e de mercado são distribuídas em massa via Web. Os motores de pesquisa, os indexadores e os robôs permitem uma nova fase de eficácia ao tradicional trabalho de busca de informação e à inteligência econômica. 8.3.1. Os protocolos de pesquisa ganham em eficácia e qualidade A realização de enquetes on-line facilita enormemente a coleta de dados textuais, pois o respondente assume igualmente papel de digitador. Novas oportunidades aparecem, como por exemplo: A coleta de respostas sem viés contextual, realizada graças ao uso de um script que permite controlar o desenrolar do questionário, O uso de imagens para estimular as respostas às questões abertas, A aplicação de um questionamento dependente das respostas anteriores, permitindo um diálogo interativo, bem como a solicitação de complementos, se necessário. A possibilidade de apresentação automática de resultados, podendo mesmo posicionar as respostas daquele respondente em relação ao total pesquisado. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 121 A facilidade de aplicação e o baixo custo dos protocolos Web oferecem novas perspectivas (GANASSALI e MOSCAROLA, 2002), mas apresentam igualmente novos obstáculos. 8.3.2. Novos obstáculos aparecem Internet e Web constituem uma grande base de dados que vem se somar aos recursos do sistema de informação de cada empresa. Os problemas de registros e de troca de dados são mais facilmente resolvidos. De fato, nunca foi tão simples encontrar uma informação, transmiti-la ou colocar-se em situação de conhecê-la. Entretanto, é justamente esta facilidade de acesso que gera problemas. De fato, o acesso à informação cria, com a abundância de dados acumulados, uma sobrecarga no momento de necessidades de conhecimento. Onde encontrar tempo para ler tudo? O que se deve ler? Como identifiar as informações pertinentes? Como reduzir, selecionar ou produzir conhecimentos úteis à tomada de decisão? É a abundância de dados que gera problemas, e não a falta deles. Os problemas aparecem rapidamente, seja com dados operacionais (endereços ou elementos de alvo sócio-demográficos em enquetes) ou com conteúdos mais complexos (e-mails, comentários...). Os dados textuais são, na sua essência, mal definidos e ambíguos. Seu formato livre e seu caractere polisêmico (é normalmente o contexto que dá sentido ao comentário) obrigam o pesquisador a realizar um trabalho de limpeza de dados antes de qualquer esforço de interpretação. Por ser uma tarefa difícil, não são poucos os obstáculos a serem enfrentados: quanto mais dados, maior a complexidade da tarefa. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 122 8.4. Soluções de análise de dados textuais e o text-mining As abordagems tradicionais do verbatim para a seleção de trechos significativos, da análise léxica para a criação de listas lexicais, ou da análise de conteúdo para categorizar e organizar os temas ou idéias presentes no texto (FREITAS e JANISSEK, 2000), apesar de poder ser assistidas por procedimentos automatizados, exigem necessariamente uma leitura humana. Por isto, estas técnicas são normalmente expostas àqueles que acreditam que se trata de procedimentos muito subjetivos. Mas é, sobretudo, a abundância de informação que cria obstáculos, pois o custo de análise é, nestes casos, diretamente proporcional ao volume de dados. Reduzem-se então as ambições, negligenciando a exploração de questões abertas ou limitando a quantidade de entrevistas não-diretivas. O paradigma da análise de dados textuais (LEBART e SALEM, 1988) oferece uma visão alternativa baseada na análise de frequência de elementos (palavras ou formas gráficas) presentes no texto e considerados como indicadores de atos de linguagem ou como rastros de modelos cognitivos. Trata-se de definir a estatística das decisões de linguagem para chegar aos fatores suscetíveis de explicá-los e de traçar a cartografia das associações lexicais revelando assim as redes semânticas ou modelos mentais cujo texto contém as ligações ou caminhos. Estes métodos operam sobre as propriedades estatísticas dos textos e permitem evidenciar as estruturas linguísticas que os caracterizam. Mas é o analista que deve tomar conhecimento desses substitutos lexicais: as palavras mais frequentes, a utilização mais representativa de acordo com os respondentes, as propensões a associar certos termos e opor outros, etc. Em casos de grandes corpos lexicais, a estatística permite utilizar a redundância da linguagem para reduzir de forma considerável o esforço de leitura e orientar o retorno Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 123 ao texto a partir das entradas lexicais, as quais somente a estatística pode revelar à curiosidade do pesquisador. A particularidade da análise lexical reside no uso de um procedimento estatístico para direcionar a atenção do pesquisador, do texto em si (abordagem da análise de conteúdo clássica) para seus « substitutos lexicais » menos volumosos e cujo conhecimento pode ser bem mais rápido: Produção de léxicos categorizados, Evidência de segmentos repetidos, associações lexicais, redes semânticas e classificações temáticas, Caracterização de contextos pelas palavras específicas, Codificação automática de conteúdos baseada em elementos lexicais, Medidas lexicais (comprimento, riqueza, banalidade…), Intensidade lexical dos campos lexicais definidos pelos dicionários. A leitura e a compreensão não intervêm tal qual a implantação do procedimento estatístico num caminho inverso ao da análise de conteúdo clássica. Todos esses métodos somente se tornam eficazes e pertinentes ao explorar a redundância da língua face a grandes volumes de textos, e sua eficácia é diretamente proporcional ao tamanho do corpo textual, a sua riqueza e repetitividade. Eles privilegiam as características do enunciado e oferecem uma visão alternativa do texto inacessível através de leitura clássica. Eles são rápidos e podem reduzir consideravelmente o tempo de análise, que se torna independente do tamanho do corpo textual. Eles fornecem elementos objetivos, quantificados (léxicos, medidas lexicais, mapas de associações laterais, etc.) e compartilháveis pela fase de interpretação que, justamente por este motivo, pode surgir como sendo bem menos subjetiva. O uso da estatística torna o procedimento legítimo e reforça as potenciais conclusões. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 124 8.5. A coleta e a análise de dados textuais via Web: o caso de uma enquete sobre eleições presidenciais Antes de abordar o tratamento de dados a partir de alguns resultados de uma enquete real sobre as eleições para presidente na França em 2002, apresentaremos a questão da coleta de dados via Web e a questão fundamental dos efeitos do uso desta técnica sobre a eficácia e sobre a qualidade da informação coletada. 8.5.1. Os conhecimentos produzidos em outros estudos Em relação à taxa de resposta, considerada como um argumento chave da eficácia de uma campanha, as opiniões são divergentes. Se buscarmos comparar as taxas de resposta obtidas numa base de e-mails em relação aos dados obtidos de uma base de endereços clássicos, veremos que certos autores defendem que a enquete tradicional obtém um melhor rendimento (DILLMANN et al, 2001; COUPER, 2001), enquanto outros dizem que o método on-line é mais eficaz (SMITH, 1997). Para LOZAR MANFREDA, VEHOVAR e BATAGELJ (2001), é importante testar diferentes estratégias para obter as melhores respostas. Segundo DILLMANN et al. (2001) e GROVES e KAHN (1979), o sucesso do método de coleta depende das preferências do alvo da enquete e de suas características. Assim como outras metodologias disponíveis, a Web será escolhida em função dos objetivos da pesquisa e das características do público alvo. WATT (1997) ou LOZAR MANFREDA et al. (2001) propõem utilizá-la e especializá-la para o estudo de certas populações com alta taxa de atingimento. Independente do uso, se as técnicas de incitação são utilizadas para melhorar as taxas de retorno já suficientemente conhecidas (por exemplo, para os métodos postais), ainda falta descobrir tais taxas para as pesquisas Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 125 na Web. Segundo SCHONLAU, FRICKER e ELLIOT (2001), os resultados sobre as taxas de retorno obtidas através de diferentes pesquisas mostram que as pesquisas realizadas utilizando em conjunto a Web e o correio, obtêm taxas médias de resposta mais elevadas. Em relação à natureza das respostas, um estudo de GRATTON (2002) mostra que os resultados obtidos a partir de diversos métodos de coleta (Web, telefone, face-a-face e enquete auto-administrada) são globalmente semelhantes e coerentes, e isto independente do assunto, uso ou atitude em relação a produtos de grande consumo ou equipamentos pouco tecnológicos. Para as questões abertas, as respostas mais longas são consideradas como sendo mais informativas e de maior qualidade. Frequentemente, as taxas de retorno de enquetes Web são comparadas àquelas des enquetes papel. De acordo com alguns estudos apresentados por SCHONLAU, FRICKER e ELLIOT (2001), observa-se que, em relação às questões abertas, a Web é um modo de coleta de dados tanto ou mais eficaz que a enquete papel. Segundo BRUGIDOU, CAILLOT e MOINE (2002), ao final de uma pesquisa que buscava medir a influência do modo de administração de um questionário com respostas abertas, observou-se que as enquetes Web produziram respostas significativas mais extensas do que aquelas administradas pessoalmente ou via telefone, e uma maior variação de respostas foi igualmente observada. 8.5.2. Alguns resultados observados na enquete aplicada Os resultados obtidos no estudo sobre a eleição presidencial francesa demonstram e confirmam que uma enquete Web pode obter uma taxa de resposta muito satisfatória em pouco tempo. Neste estudo, 15641 e-mails foram enviados num espaço de 2 horas. O retorno de 1518 respostas hora Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 126 por hora (cf. Figura) confirma a Web como sendo uma mídia rápida. Quase 2/3 das respostas obtidas em 48 horas chegaram nas primeiras 12 horas. Os picos (manhã e tarde) podem ser interpretados como resultantes de uma resposta imediata à abertura dos e-mails. A figura abaixo permite indicar uma primeira posição de curva de retornos para uma enquete Web. Internet, uma tecnologia reativa (escala de 48 horas) A taxa de retorno normalmente varia em função da população alvo contactada. As populações interrogadas foram: um painel de internautas universitários profissionais de marketing, escolhidos em bases de dados clientes e prospectos de um editor de sistemas de pesquisas O painel profissional se distingue dos demais pela qualidade do contato: todas as mensagens chegam aos seus destinatários e a taxa de retorno é grande, e mesmo maior que as taxas de retorno citadas em pesquisas americanas utilizando o mesmo tipo de população. Para as outras bases, a taxa de perda constatada pelas mensagens de erro (mail undelivery ou invalid adress) é importante (perto de ¼ não chega a nenhum destinatário). Além disto, o retorno dos painelistas é superior e os retornos variam significativamente de uma base à outra: ele é alto para a base de Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 127 prospectos (clientes e prospectos de uma empresa distribuidora de um sistema editor de pesquisas) e baixo para uma base comprada (profissionais de marketing). Essas diferenças podem ser explicadas por uma maior motivação de resposta para a base de prospectos, normalmente interessados pelo assunto. Os links da comunidade universitária parecem funcionar em menor grau. A base comprada, cujos links com os autores e o assunto da enquete são mais fracos, possui a menor taxa de resposta (ver tabela a seguir). Estas constatações nos permitem afirmar que as enquetes Web funcionam melhor quando o alvo é captivo, seja por uma relação contratual (por exemplo, o painel), seja por uma relação forte de interesse intelectual. Qualidade das bases de dados e taxa de retorno (*) Nem todas as mensagens chegam ao seu destino (erro no endereço, filtros, problemas técnicos...). A taxa de retorno é calculada sobre a quantidade de envios que chegaram ao seu destino. O rendimento da base é estabelecido em relação à quantidade de endereços utilizada. A natureza da população alvo influencia a taxa de retorno Esta pesquisa mostra igualmente que uma enquete utilizando a Web permite gerar respostas textuais em quantidade e qualidade satisfatórias. A qualidade dos retornos pode ser apreciada pela quantidade de questões Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 128 efetivamente preenchidas. A tabela abaixo mostra que mais de 70% dos questionários possui no máximo 2 questões não preenchidas. Sobre as 17 questões fechadas, a quantidade média efetivas é de 15, ou seja, uma taxa de resposta total de 88%. Quanto às questões abertas, elas totalizam em média 11 palavras por resposta, mas em 295 respostas, nenhuma palavra (ver tabela abaixo). Estes indicadores permitem verificar a qualidade dos retornos e comparar os diferentes protocolos. Riqueza das respostas abertas Taxa de resposta Além disso, este trabalho mostra igualmente que a apresentação do formulário Web afeta a quantidade de respostas textuais. Em relação ao aspecto do formulário, duas situações foram testadas. A apresentação “rica” contém ilustrações e objetos interativos, o que torna a apresentação das questões mais real (imagem dos candidados, etc.) do que o caso chamado “pobre” que não comportava nem ilustrações e nem interatividade. As tabelas abaixo mostram que somente o comprimento das respostas às questões abertas (medida pela quantidade total de palavras citadas) é afetado pela presenta de imagens e pela interatividade. Isto é verificado independente da população. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 129 A apresentação do questionário não influencia a taxa de resposta A apresentação do questionário influencia o tamanho das respostas abertas Através da quantidade de questões respondidas (taxa de resposta) e do comprimento das respostas às questões abertas, é possível analisar o esforço fornecido pelo respondente. As atrações simbólicas (imagens e interatividade) possuem um efeito sensível sobre a dimensão criativa do esforço (resposta às questões abertas). De uma maneira mais específica, o efeito da interatividade é sensível: quando a questão é formulada em função de uma resposta precedente (formulário rico), a resposta é mais abundante do que no caso contrário (formulário pobre). A interatividade estimula o respondente e aumenta a riqueza da resposta. A interatividade estimula o respondente e aumenta a riqueza de sua resposta Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 130 O efeito da imagem é igualmente significativo, mais em menor grau, o que está de acordo com a questão evocada por COUPER (2001), de que é imputável ao fato da presença da imagem e daquilo ligado à carga “emocional”. Enfim, a presença da fotografia dos candidatos nas duas questões « Eles fazem uma boa campanha... » e « Eles fazem uma campanha ruim… » não afeta a quantidade de candidatos citados. Uma imagem forte aumenta o comprimento das respostas às questões abertas 8.6. O tratamento de questões texto Nós poderíamos na sequência demonstrar todas as possibilidades de análise de textos (análise léxica, análise de conteúdo, reagrupamento por dicionários, medidas lexicais, a confrontação com variáveis externas, a produção de verbatins) que propiciam os dados coletados. Contudo, esse é um assunto vasto e que já abordamos em outros livros e artigos científicos, a seguir indicados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 131 FREITAS, H. e JANISSEK, R. (2000) - Análise Léxica e Análise de Conteúdo: técnicas complementares, sequenciais e referentes para análise de dados qualitativos. Porto Alegre: Sphinx, 2000, 176 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) FREITAS, H. e MOSCAROLA, J. (2000) - Análise de dados quantitativos & qualitativos: casos aplicados usando o Sphinx ®. Porto Alegre: Sphinx, 2000, 176 p. (http://www.sphinxbrasil.com/recursos/livros.htm) http://www.sphinxbrasil.com/recursos/antxt.htm: página com textos, artigos e dicas que tratam a respeito da análise textual. http://professores.ea.ufrgs.br/hfreitas/revista/IndexArtigos.htm FREITAS (H.), JANISSEK (R.) e MOSCAROLA (J.). Análise qualitativa em formulário interativo: rumo a um modelo cibernético conjugando análises léxica e de conteúdo. CIBRAPEQ-Congresso Internacional de Pesquisa Qualitativa, 24 a 27 de março, Taubaté/SP, 2004. Poster e Workshop. 16 p. FREITAS (H.), JANISSEK (R.) e MOSCAROLA (J.). Dinâmica do processo de coleta e análise de dados via web. CIBRAPEQ - Congresso Internacional de Pesquisa Qualitativa, 24 a 27 de março, Taubaté/SP, 2004. 12 p. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 132 *** Através de um exemplo de estudo conduzido em contexto real, o objetivo deste capítulo era de demonstrar o interesse e algumas das possibilidades oferecidas pela Web no contexto de coleta de dados textuais, contexto este que, a priori, poderia ser questionado em termos de valor e eficácia. Pareceu-nos importante aportar conhecimentos adicionais sobre o impacto deste método de enquete sobre a taxa de retorno e sobre a qualidade das respostas, assunto este ainda insuficientemente conhecido devido a sua recente utilização em novos procedimentos de pesquisa. Além disto, era nosso intuito insistir sobre a pertinência das análises textuais por estas serem ainda pouco introduzidas nos estudos e nas pesquisas de mercado, normalmente devido à falta de conhecimento e de processos corretamente identificados. De fato, o principal interesse da análise de dados textual, apresentado através das diferentes técnicas, reside no fato de que o discurso se apóia em conhecimentos compartilhados, a partir de um dado objetivamente produzido. Nosso intuito, enfim, foi o de trazer à tona todo o interesse desses métodos emergentes, de um ponto de vista teórico, mas apoiado em um exemplo ilustrado. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 133 9. CONCLUSÕES: RUMO AOS SISTEMAS ‘RESIDENTES’ NA WEB Fica cada vez mais claro que a Web oportuniza uma forma de coleta e de disseminação das informações nunca antes possível de ser realizada. O pesquisador não está mais limitado pelas restrições de tempo, custo e distância, possuindo um acesso mundial praticamente instantâneo, com despesas mínimas (sobretudo se comparado às outras formas e sua efetividade). É, pois, factível conceber um questionário pela manhã e possuir, no final da tarde, uma coleção de dados e suas respectivas análises. De fato, a aplicação de enquetes ou pesquisas via Web permite que análises sejam automaticamente visualizadas e armazenadas em servidores Web a partir dos quais são acessíveis no mundo inteiro. Com o intuito de aproveitar as vantagens das possibilidades oferecidas pela Web para a realização de pesquisas, é necessário reconsiderar as formas como as enquetes são desenvolvidas e conceber novos produtos e sistemas que sejam melhores situados nesse ambiente. É necessário também rever os papéis dos diferentes atores do processo de pesquisa (empresa demandante, cliente ou interessada, pesquisador, respondente, etc.) e a maneira que estes serão envolvidos, bem como as ferramentas disponíveis para a comunidade de pesquisa e mesmo para todos analistas e executivos. Um conjunto de ferramentas é oportunizado pelas soluções Sphinx ® para pesquisa via Web, as quais possibilitam a viabilização técnica e operacional da abordagem desenvolvida neste texto. O Sphinx ® oferece uma solução completa para gerenciamento de todas as etapas de uma pesquisa, incluindo ferramentas para cobrir todas as etapas de um estudo, a concepção e a elaboração do questionário, a formatação e geração do formulário contendo o questionário, a aplicação do questionário, a entrada Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 134 de dados (digitação, importação, ou origem como base de dados), o tratamento e a preparação dos dados, a análise (uni, bi e multivariada de dados), e a geração de relatórios. No contexto de Pesquisas Interativas via Web, as soluções Sphinx® permitem gerenciar todo o processo de aplicação de pesquisas on-line: o questionário é disponibilizado num website; em seguida, o respondente lê as questões na própria tela, cuja sequência é controlada. Ao entrar com suas respostas, estas são automaticamente armazenadas em arquivos. A partir destes, relatórios podem ser automaticamente apresentados, já considerando as respostas recém fornecidas. Pode-se, enfim, gerenciar cada uma destas etapas com total autonomia e sem dependência de equipe técnica. Exemplos disso podem ser observados em enquetes publicadas em http://www.sphinxbrasil.com/sol, contendo exemplos práticos de soluções Sphinx® para aplicação do questionário via Web (www ou e-mail), entrada de dados via Web e apresentação de relatórios. Há mesmo uma atratividade adicional nos relatórios, os quais, uma vez elaborados, estão sempre prontos e atualizados, mesmo com novos dados tendo sido entrados ou importados, os relatos se adaptam automaticamente à nova quantidade de casos coletados. Fica assim a equipe técnica com seu tempo disponível não mais para o processo em si (coleta, tabulação, etc.), mas sim para a análise efetiva e a reflexão das implicações daqueles resultados. Sphinx agrega valor em suas pesquisas via Web! A plataforma Sphinx® (softwares e serviços) agrega valor em todas as etapas do processo de pesquisa e de análise de dados. Para cada situação ou Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 135 tarefa, pode-se dispor de uma solução personalizada, adaptada e adequada as suas necessidades de pesquisa. Isto pode ser rapidamente verificado pelo leque de opções disponibilizadas ao gerente ou pesquisador usuário, onde uma gama crescente de ferramentas e recursos prima pela facilidade e autonomia de realização e de dinamização dos processos; pela simplicidade na definição, obtenção, transformação e interpretação de dados visando à tomada de decisão; pela segurança privilegiada na coleta de dados local ou via Web; entre outros. Através da riqueza de recursos, usos e aplicações da tecnologia Sphinx ® nas mais diferentes situações e etapas de pesquisa, propicia-se ao gerente ou pesquisador uma melhor condição de trabalho, valorizando sua expertise. Substitui-se a atividade tradicional - onde a energia é focada em tarefas menores, repetitivas e desgastantes, não permitindo um foco real em causas e efeitos, ou desviando o pesquisador ou analista daquilo que ele poderia subjetiva ou objetivamente analisar - por uma atividade mais dinâmica e mais produtiva, com dedicação focada nas etapas mais críticas da pesquisa, tais como análise e interpretação de dados. De fato, o pesquisador ou analista pode assim dedicar seu tempo à preparação da pesquisa uma única vez: concepção, criação do questionário, formatação do(s) formulário(s) de coleta de dados em mídias diversas, testes amostrais, e definição de relatos para apresentação de resultados e sua divulgação. O ambiente Sphinx ® propicia ao pesquisador ou analista que a reflexão inicial sobre uma análise específica se transforme num modelo padrão, facilitando seu trabalho pela reaplicação de uma mesma análise em trabalhos similares futuros. Tendo planejado sua pesquisa uma vez, ele poderá em seguida, com um mero ajuste, readaptar, reutilizar, tornar perene sua investigação. Outro aspecto da reusabilidade propiciada pela tecnologia Sphinx® é a longitudinalidade das pesquisas, possível pelo uso de Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 136 variáveis de controle. Uma base única permite assim observação de um comportamento no tempo, e agrega valor ao trabalho do pesquisador pela facilidade de sua aplicação. Estes aspectos são desenvolvidos em FREITAS (2005). Com uso comprovado nas mais diversas áreas de aplicação (RH, Finanças, Marketing, Produção, Qualidade, Sistemas, etc.), o Sphinx ® é a ferramenta de apoio metodológico que lhe permitirá atingir diferentes públicos e segmentos, de diferentes formas e via canais de comunicação diversos. Pela facilidade de uso e pela economia de tempo propiciada, o Sphinx ® vai transformar sua atividade e agregar valor em todo seu processo de pesquisa e análise de dados. Esse reflexo vai aparecer nitidamente não somente na qualidade da informação produzida e dos relatórios elaborados, mas também na sua qualidade de vida no trabalho, na satisfação dos seus clientes, na agregação máxima de valor em todos os sentidos: processos, produtos, serviços, pessoas, interrelacionamento, todos são assim impactados positivamente. O que nos reserva o futuro? O futuro próximo já traz consigo o uso de softwares na modalidade ASP (Application Software Provider), a qual possibilita que diversos recursos do software sejam usados na própria Web, sem que o usuário disponha de software residente na sua máquina. Assim, a área do servidor de enquetes via Web poderá ser usada para hospedagem de pesquisas e relatórios de usuários mais avançados, os quais dispõem de software residente no seu desktop ou notebook e que criam as suas enquetes antes mesmo de publicá-las; assim como será possível àqueles que assim o desejem de percorrer todo processo, de A a Z, da criação do instrumento de coleta, passando pela coleta de dados em si, e indo até a análise simples ou bi-variada, com algumas variações gráficas, tudo isso diretamente pelo acesso simples a um website, qual seja aquele onde nosso Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 137 software pode ser acessado na forma ASP. Esse é um formato que poderá facilitar custos de projetos mais simplificados, assim como permitirá a professores e alunos um acesso mais facilitado. Enfim, essa é uma abordagem que permitirá fornecer soluções interessantes a preços muito competitivos, e com recursos que atendem boa parte das exigências atuais em termos de relatórios e análises. Já o futuro sofre pressão constante pela portabilidade ou compatibilidade dos sistemas, de forma geral, para ambiente ASP, assim como de código único, e de fonte aberta, e ainda respeitando normas internacionais (como a “triple-s” no caso dos softwares envolvendo modelos estatísticos). Mas tem muito trabalho pela frente, e ainda muito a se fazer em termos de capacitação técnica e gerencial. Afora isso, os países na América Latina precisam vencer a etapa da conscientização de que não é só em máquina que se deve investir, uma vez que o software (oficialmente adquirido) é o que faz da máquina um recurso útil, e que a exploração de dados baseada em um software pressupõe adequado investimento em capacitação de pessoal. Nossa esperança é aumentar a utilidade de nossas tecnologias e serviços para as organizações privadas e públicas de nossa sociedade, e também para os indivíduos pesquisadores, a partir da melhoria dessas condições de trabalho, solução da qual certamente nossos softwares e serviços fazem parte. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 138 10. APÊNDICES APÊNDICES Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 139 Apêndice A: Publicar enquetes Web no Servidor de Enquetes BR Esta seção descreve a seqüência de passos a serem realizados (através do assistente de publicação) para a publicação de uma pesquisa Web no Servidor de Enquetes BR (serviço prestado SphinxOnline da SPHINX Brasil). O usuário pode optar por usar espaço alocado no Servidor de Enquetes BR SphinxOnline da SPHINX Brasil (serviço comercializado exclusivamente pela SPHINX Brasil) ou publicar em seu próprio Servidor de Enquetes Sphinx, no caso de ter adquirido o software Servidor de Enquetes Sphinx. Optando por realizar a publicação de pesquisas na Web no Servidor de Enquetes BR da SPHINX Brasil, um cadastro no espaço SphinxOnlineBR será necessário. Após aquisição de sua conta no espaço SphinxOnlineBR, serão comunicados username/senha e dados do servidor de enquetes da SPHINX Brasil, bem como serão indicados notas técnicas e tutorias. Optando por realizar a publicação em seu próprio Servidor de Enquetes Sphinx, uma instalação e formação deste servidor já deverão ter sido realizadas mediante aquisição e instruções repassadas pela SPHINX Brasil. O que é o serviço SphinxOnline BR? O SphinxOnline (Servidor de enquetes BR) é um serviço ou um software que permite: Publicar as enquetes Sphinx a partir do sistema Sphinx, tornando-as acessíveis via Web; Monitorar a entrada interativa de respostas pelos respondentes na Web através de um browser (Internet Explorer® V3 ou superior, Netscape Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 140 Navigator® v4.5 ou superior, Pocket Explorer ® para Windows CE®, Opera®, Mozilla®, Safari®, etc.); Consultar a todo momento toda ou parte da tabela de respostas, atualizada automaticamente a cada nova entrada de dados; Consultar a todo momento os resultados (tabelas ou gráficos) em formato que terá sido preparado pelo autor da enquete; e com as segmentações pré-parametrizadas e com dados atualizados on-line e real time; Controlar o acesso aos formulários e aos resultados via sistema de senhas de acesso; Fazer download do conjunto dos resultados para análises complementares; Republicar relatórios que tenham sido concebidos ou ajustados inicialmente ou durante interpretação e análise dos resultados da enquete Web. Relembrando: você pode optar por contratar o serviço SphinxOnline BR ou adquirir seu próprio software Servidor de Enquetes BR. Para quaisquer esclarecimentos adicionais, por favor, entre em contato conosco ([email protected]). ANTES de Publicar a enquete A enquete deve ser gerada em uma licença ‘full’ (preferencialmente Sphinx Plus2 ou Léxica), com questionário já previamente definido e estruturado. A enquete é criada no Sphinx, estágio Questionário, Lista das Questões. Os formulários para coleta dos dados na Web (e eventualmente os relatórios) devem ser criados e formatados em ambiente Eureka. Consulte tutoriais disponibilizados pela SPHINX Brasil http://www.sphinxbrasil.com/suporte/arqsup.htm. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 141 em Pode-se prever relatórios e formulários de consulta por observação, de forma a poder acompanhar o andamento da pesquisa, quando operando a enquete on-line. Nos formulários, não esqueça de prever instruções de preenchimento aos respondentes! Por exemplo, que as respostas somente serão consideradas e salvas se o respondente clicar no botão Salvar (ou equivalente). Lembre-se de realizar testes com os formulários e relatórios de sua pesquisa, de forma a não haver surpresas após publicação! Deve-se decidir se a enquete vai ser destinada a uma amostra ampla, não controlada, ou se o controle será realizado com senhas. Caso controle por senhas, então se sugere a leitura atenta de Nota Técnica específica (fornecida aos usuários do Portal Sphinx E-learning), decidindo se isso vai ser feito de forma autônoma ou se vai recorrer a serviço adicional da SPHINX Brasil. Recomenda-se ler bem o manual do usuário e os tutoriais disponibilizados pela SPHINX Brasil no Portal Sphinx E-learning, decidindo se vai fazer com autonomia esse procedimento ou se deseja serviço complementar da SPHINX Brasil. Publicando a enquete Para publicar uma enquete na Web, abra a enquete no Sphinx®, estágio Elaboração do Questionário, clique no botão Formulários multimídia e, estando no Sphinx Eureka, acesse o Menu Arquivo/ Publicar a enquete na Internet. Será ativado um Assistente de Publicação que lhe guiará nas diferentes etapas de publicação de sua enquete no SphinxOnline BR (ou no seu Servidor de Enquetes Sphinx previamente instalado). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 142 As etapas são: Apresentação, Variáveis de controle, Segurança, Ação após gravação, Atalhos, Servidor destino, Cópia dos arquivos. Se você marcar a casa Passar as opções avançadas, você passará diretamente à etapa da escolha do servidor de destino, retendo assim as opções por padrão propostas pelo assistente nas diferentes etapas. Contudo, desejando verificar ou ajustar passo a passo as opções de publicação, deixe a casa Passar as opções avançadas desmarcada. Apresentação Marcando a casa Integrar os elementos numa página Web, os elementos (Formulário, tabela de resultados, solicitação de identificação, etc.) serão inseridos ao final da página indicada (que deve ter sido anteriormente criada) ou então na posição identificada pela palavra-chave PáginaSphinx, se esta estiver presente no texto da página. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 143 Este recurso permite, por exemplo: Preservar o aspecto geral do seu website e conservar outros conteúdos. Inserir um pequeno questionário numa célula de uma tabela. Incluir imagens animadas ou outros elementos (som, bandeira aleatória, vídeos, etc). Para integrar os elementos numa página HTML existente, indique seu nome (caminho absoluto) ou clique no botão […] para procurá-lo. Este arquivo HTML será publicado ao mesmo tempo que a enquete. Os arquivos de imagens presentes nesta página serão publicados se as imagens estiverem no mesmo diretório que a página HTML. Variáveis de controle As variáveis de controle são variáveis automáticas que podem ser definidas no momento da Elaboração do Questionário ou nesta etapa do assistente. A Chave é um identificador único (Variável código ou texto) que atribuirá a cada resposta um código único. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 144 Este código será comunicado ao respondente para permitir que este retorne à sua resposta após esta ter sido registrada. Ou para que ele acesse o questionário de forma segura (indicando a chave como sendo uma senha) e acessando assim uma ficha específica. Neste caso, as fichas deverão ter sido anteriormente preparadas e publicadas, e o formulário deve ser publicado com ação do tipo Alteração. A Data de digitação é a data (e hora precisa) da Gravação da Resposta. Utiliza-se esta data para medir a rapidez e a periodicidade da digitação, de forma a verificar o ritmo de respostas recebidas, o fluxo, etc. O Endereço IP é o endereço do computador ou proxy que enviou as respostas. Esta informação não permite identificar os respondentes (os endereços IP são dinâmicos, as máquinas de uma mesma rede possuem o mesmo endereço IP externo, etc.). Pode-se utilizar esta variável para identificar o país origem das respostas, por exemplo. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 145 Segurança e identificação O controle de acesso tem dois objetivos: - Impedir o acesso à enquete de pessoas não autorizadas. Neste caso, utilizase uma Senha para restringir o acesso à enquete. - Reservar o acesso a uma lista de pessoas conhecidas. Edita-se uma lista de Identificadores de digitação para as pessoas que irão preencher o questionário. DICA! Um tutorial ilustrado passo a passo pode ser consultado no Portal Sphinx E-learning. O nome do tutorial é Uso de senha (acesso restrito) em pesquisas Web e encontra-se disposto na seção Eureka da página Tutoriais do Portal. Segurança: Para cada tipo de opção (Digitar, Consultar, Visualizar os resultados, Visualizar as tabelas), escolhe-se entre deixar o Acesso livre ou definir um Acesso restrito para o qual se indica uma Senha. Pode-se igualmente barrar completamente o acesso (Acesso Negado), como, por Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 146 exemplo, impedir que novos respondentes acessem a enquete após o período de aplicação da pesquisa. Identificadores de digitação Identificar cada respondente Se marcarmos a casa Identificadores de digitação, o acesso ao questionário não será direto. O internauta, ao ativar o link que lhe foi fornecido, não chegará diretamente na primeira tela do formulário, mas sim numa página de identificação na qual deverá indicar um identificador que lhe tiver sido comunicado. Se a cadeia de caracteres (senha ou código) não estiver na lista anexa, o acesso ao questionário será recusado. Se marcarmos a casa Variável de identificação, o identificador será registrado na variável escolhida. Isto permitirá identificar a posteriori cada resposta, ou seja, quem respondeu qual observação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 147 Preservar o anonimato Se uma enquete usar registro de identificação (opção Variável de identificação), isto deve ser claramente anunciado pelo pesquisador, desde o início da aplicação. Deixando a opção Variável de identificação desmarcada e a opção Identificadores de digitação marcada pode-se, ao mesmo tempo, garantir a proveniência das respostas (somente as pessoas autorizadas, que possuem um código existente no arquivo de Identificadores de digitação poderão responder) e seu anonimato (não se guarda nenhum registro de identidade do respondente). Pré-preencher as respostas Conhecendo a identidade (individual ou do grupo) dos respondentes (usando a Variável de identificação), é possível conhecer também outras informações usando, por exemplo, um painel de respondentes. Essas informações conhecidas, registradas a parte, numa outra enquete ou mesmo num banco de dados qualquer, poderão ser fundidas com a enquete após sua aplicação e importação das respostas. Pode também ser interessante obtê-las desde o momento da gravação. Para isto, deve-se então inseri-las, uma a uma, no arquivo de identificadores. As informações complementares sobre cada respondente podem ser utilizadas para, por exemplo: personalizar o formulário, indicando o nome da pessoa em cada tela; exibir ou ocultar legendas condicionais; calcular tabelas cruzadas usando informações complementares, etc. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 148 Editar uma lista de identificadores A sintaxe dos arquivos de identificadores é similar à lista de códigos. Define-se um identificador por linha, a primeira linha sendo apenas uma descrição das informações: Identificador = Empresa = Nome = Idade = Sexo XD35 = Sphinx = Ana = 25 = 2 FG78 = UFRGS = João = 38 = 1 Se o respondente indica o código XD35 (ou se este código é incluído no link que lhe foi enviado), variáveis serão automaticamente identificadas com as palavras Sphinx e Ana para as questões Empresa e Nome, o valor numérico 25 para a questão Idade e segunda categoria da questão Sexo (feminino, por exemplo). Atenção! Para as Questões Abertas, deve-se indicar uma cadeia de caracteres, e para as questões fechadas o número da categoria correspondente. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 149 Esse arquivo de identificadores é um arquivo no formato texto, que pode ser fabricado com qualquer editor de textos. Pode-se mesmo utilizar uma tabela do Access® ou uma folha de cálculo do Excel®, e em seguida registrá-los no formato “texto com separadores”. Em seguida, abra o arquivo TXT e substitua as tabulações existentes entre os campos por sinais de igual (=). Identificar sem restringir o acesso Um outro protocolo possível consiste em registrar no arquivo de respostas a identidade do respondente, mas sem recusar o acesso ao questionário a pessoas não inicialmente identificadas. Às pessoas conhecidas a priori, envia-se um e-mail personalizado. O link indicado no e-mail será assim diferente para cada um. A operação será efetuada passando parâmetros às opções de digitação: a variável receberá o identificador e o valor dessa variável (um dos identificadores). Para os respondentes anônimos, um link, apontando para outro formulário, também estará disponível. Neste caso, a(s) variável(is) de identificação estará(ão) vazia(s), mas os respondentes poderão preenchê-las, se desejarem. Esta técnica consiste em passar parâmetros na digitação, o que permite, por exemplo, identificar grupos de respondentes preservando seu anonimato. A variável passada em parâmetros no link indicará o grupo ao qual a pessoa pertence, mas não o nome da pessoa. Ação após gravação do Questionário No momento de responder o questionário, na última tela, encontra-se um botão que vai encerrar a digitação e iniciar o envio das respostas ao servidor. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 150 Esse botão de validação da digitação é por padrão chamado Salvar, mas ele poderá ser modificado nesta etapa. O encarregado da pesquisa deve definir qual será a Ação a efetuar após a gravação, que pode ser: Confirmar a gravação, Redirecionar ou Enviar as informações. Confirmar a gravação O servidor enviará uma página HTML contendo uma Mensagem personalizada. Por padrão, a mensagem exibida será "Respostas gravadas.", mas pode-se modificar esta mensagem. Além desta mensagem, também será possível Propor um link, facultando ao respondente clicar ou não. Deve-se indicar o Título e a URL (que deve estar definida). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 151 Por padrão, esta página contém igualmente um botão Sair, que se clicado fechará o navegador. Nessa página de confirmação, é possível também indicar um Lembrete das respostas, ou seja, exibir uma tabela com todas as respostas que foram indicadas. Neste caso, um botão Imprimir permitirá conservar um registro impresso das respostas (escolhendo Salvar no menu Arquivo do navegador, a página contendo as respostas poderá ser salva no seu disco rígido). Se a enquete tiver sido definida com uma variável automática do tipo Chave, essa chave única será comunicada na página de confirmação de gravação, e servirá para alterar ou completar o questionário posteriormente. Vale a pena testar todas as implicações e possibilidades deste recurso! Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 152 Redirecionar Exibir uma página: No lugar de simplesmente exibir esta página padrão de confirmação, é possível direcionar o respondente na direção de uma página especialmente concebida. O encarregado da pesquisa deverá ter previsto e criado esta página. Indica-se a página designando seu arquivo no disco rígido. Esta página pode conter imagens, mas estas devem, obrigatoriamente, estar posicionadas no mesmo diretório que a página. No momento da publicação da enquete, a página HTML e os eventuais arquivos de imagens serão copiados no servidor. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 153 Ativar um link: Uma outra possibilidade é direcionar o respondente para uma página existente, por exemplo, para a página principal do site da empresa. Indica-se o endereço URL do link a ativar. Este link deve já estar definido, e deve começar por http:// , como por exemplo http://www.sphinxbrasil.com. Enviar as informações Este recurso permite enviar informações personalizadas ao respondente, de acordo com suas respostas. Pode-se assim Exibir os resultados (numa tabela de resultados concebida para tal), Restituir as Respostas (num outro formulário) ou Executar um script (CGI, PHP, ASP, etc.). Exibir os resultados: É possível enviar aos respondentes tabelas de resultados, preparados sob a forma de um relatório. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 154 Depois que as visões estiverem criadas, no momento da publicação será então criada uma página para receber os relatórios. Quando o respondente terminar de responder e clicar em Salvar a pesquisa irá, automaticamente, devolver uma tela com os gráficos e tabelas estipuladas (ver exemplo abaixo). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 155 Restituir as respostas: Pode-se enviar aos respondentes um outro formulário no qual serão retomadas certas respostas e no qual se exibe variáveis calculadas (média, escore, perfil, etc.). Este formulário estará inativo/estático, ou seja, as respostas não poderão ser modificadas. Ainda, concelhos personalizados, de acordo com as respostas enviadas, podem ser oferecidos neste formulário de restituição de respostas. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 156 Executar um script: Esses scripts são pequenos programas escritos pelo encarregado da pesquisa ou pelo serviço de informática. Pode-se utilizar este recurso para fazer redirecionamentos condicionais, construir textos tipos em função das respostas formuladas, registrar certos elementos numa outra base de dados, etc. DICA! Um tutorial ilustrado passo a passo pode ser consultado no Portal Sphinx E-learning a respeito deste assunto. O nome do tutorial é Opções de ação após o envio das respostas e encontra-se disposto na seção Eureka da página Tutoriais do Portal. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 157 Veja a seguir um exemplo de aplicação do script: Uso de script para obter confirmação de preenchimento de enquete: Para que uma resposta seja enviada por e-mail ao pesquisador para confirmar que uma pessoa preencheu uma pesquisa on-line, é necessário que, após a gravação do formulário, seja definida uma ação de execução de script. Este script deve estar em uma página em algum servidor de internet na qual estará contida uma função de envio de e-mails, como por exemplo a função mail() da linguagem PHP, exemplificada abaixo. Vamos tomar como exemplo um arquivo "confirmacao.php". Para que a função mail() funcione corretamente, o servidor onde a página "confirmacao.php" deve necessariamente atender alguns requisitos: 1. O servidor no qual a página de confirmação "confirmacao.php" está hospedada precisa suportar códigos PHP; 2. O servidor deve possuir o programa sendmail instalado. O arquivo "confirma.php" deve conter as seguintes linhas de código: <? if(mail("PARA", "ASSUNTO", "MENSAGEM")){ echo "MENSAGEM DE RETORNO"; } ?> Onde: * PARA é o e-mail que receberá a confirmação. * ASSUNTO é o assunto do e-mail enviado. Ex: "Confirmação de preenchimento de questionário On-line" * MENSAGEM é opcional, pode ser colocado, por exemplo, o link para os relatórios da pesquisa. * MENSAGEM DE RETORNO é a mensagem de confirmação para o respondente, por exemplo: "Sua resposta foi gravada com sucesso! Obrigado!" No espaço onde o link para execução do script for definido, deve-se colocar o endereço completo (http://www.site.com.br/confirmacao.php) do lugar onde a página "confirmacao.php" está hospedada. Para conhecer um exemplo pronto, entre em contato conosco no e-mail [email protected] Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 158 Atalhos Nesta etapa de publicação, definem-se atalhos (links) que serão gerados. Por padrão, os atalhos questionario.htm, consulta.htm, resultados.htm, painel.htm já estarão presentes na lista, direcionando o formulário ativo para digitação, consulta, apresentação de tabelas de resultados e painel de comandos. Novos atalhos podem ser criados. Um atalho é composto de: Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 159 um Nome: este nome será dado ao atalho HTML de execução da requête. uma ação: Digitar, Consultar, Alterar, Visualizar os resultados, Visualizar um relatório, Visualizar as tabelas, Painel de comando, Painel personalizado. um Formato: Java ou HTML. parâmetros complementares que diferem segundo as requêtes: um botão [...] permite acessar um diálogo no qual define-se todos esses parâmetros. Java ou HTML Os formulários: Os comandos Digitar, Consultar, Alterar vão exibir um formulário no navegador Internet. Esse formulário será gerado por um applet Java que exibe as diferentes telas e controla o desenrolar da digitação. É possível, para certos casos particulares, gerar formulários sob a forma de uma HTML clássica, mas com restrições de apresentação e interatividade. Compatibilidade: Os navegadores Internet do internauta/ respondente devem ser compatíveis com os applets Java versão 1.1. ou superior, o que é o caso para o Internet Explorer® a partir da versão 4 e para Netscape® a partir da versão 4 igualmente. Importante! Verifique e comunique aos respondentes da sua pesquisa que, para poder rodar a pesquisa Web, o applet java deve estar instalado nas máquinas. Rapidez: Para pequenos questionários com menos de 10 questões, o formato HTML será mais rápido, pois o formato Java implica que uma applet seja transferida para o computador do internauta. Se o questionário HTML for grande, esta vantagem desaparece para se tornar, ao contrário, um inconveniente. Um questionário de 50 questões no formato HTML pode fazer, Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 160 por exemplo, que 100 kb devam ser integralmente carregados antes de poder responder, o que não ocorre com o formato JAVA, onde as telas (10 kb em média) são carregadas uma a uma. E, sobretudo, eles são carregados em tarefa de fundo: enquanto o respondente lê uma tela, as seguintes já estão sendo carregadas. Interatividade e apresentação: O formato JAVA é muito mais interativo que o formato HTML. Os seguintes elementos não são disponíveis com o formato HTML: divisão em diversas telas, formatação personalizada, desvios, escalas graduadas, tamanho das casas de marcar, etc. As tabelas de resultados: Os comandos Visualizar os resultados, Visualizar um relatório vão exibir uma visão no navegador Internet. Essa visão será apresentada com uma barra de navegação para passar de uma página à outra e para mudar de estrato. Também neste caso, é o applet JAVA que vai controlar a navegação. É possível escolher também um formato HTML. Neste caso, as diferentes páginas da visão serão apresentadas como imagens integradas numa página HTML única. O arquivo HTML proposto ao internauta poderá ser salvo no disco rígido, impresso e retomado com um editor de textos. Os diferentes comandos Digitar: Indica-se o Formato, o Formulário e eventualmente um Identificador de grupo de respondentes. Esse identificador permitirá afetar diretamente uma ou diversas questões antes de mostrar o formulário ao respondente. Veja a seção Segurança e identificação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 161 Consultar: Indica-se o Formato e o Formulário. As respostas não serão modificáveis. Uma barra de navegação permitirá passar de uma observação à outra. Esta navegação poderá ser seletiva, consultando somente as respostas de um estrato. As respostas, contudo, não serão modificáveis. Alterar: Indica-se o Formato e o Formulário. As respostas serão modificáveis. Este comando exige a presença da variável de controle Chave. A chave será solicitada ao respondente para lhe apresentar o formulário pré-preenchido com suas respostas prévias. Visualizar os resultados: Indica-se o Formato, a Tabela de resultados e o estrato. Se a casa Navegação for marcada, uma barra de navegação permitirá passar de uma visão à outra, ou a um outro estrato. Um botão Outro estrato... permitirá definir um estrato não previsto no início. Esse estrato deverá ser expresso sob a forma de uma expressão booleana que é bem simples de escrever. Por exemplo: Sexo = "homem". É necessário, contudo, para definir um Outro estrato, conhecer de antemão o nome dado à Variável no momento da contrução do questionário no Sphinx®. Visualizar um relatório: Indica-se o Formato e o Relatório. Um relatório é um conjunto de visões. Somente as visões escolhidas para esse relatório serão disponíveis. O relatório pode ser disponibilizado para todos os estratos ou para todas as categorias de uma Variável Fechada. Visualizar as tabelas: Indica-se a tabela a visualizar (Observações, Fichas, Variáveis, Resumo, Relações). Se a casa Navegação for marcada, uma barra de navegação permitirá passar de uma tabela à outra. Essas tabelas são aquelas que se vê nas funções Consultar e Tabular do menu Dados no estágio Explorar/Analisar. Elas permitem especificamente visualizar o conjunto de respostas a uma questão aberta ou obter o resultado da tabulação sob uma Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 162 forma bem sintética. A tabela de observações pode ser reduzida a uma única variável clicando no cabeçalho da coluna ou indicando na ação a Variável a considerar. Essa função permitirá, por exemplo, obter o conjunto das respostas às diferentes questões abertas. Painel de comando: Ativando este atalho, exibe-se uma página HTML na qual se encontra o conjunto das ações. Esses links serão submetidos aos controles definidos (acesso restrito, lista de identificadores). Painel personalizado: Indica-se o formulário que será apresentado como um painel de comandos, ou seja, sem a barra de navegação ou botão de gravação. Nesse formulário especial não serão exibidas as questões, mas textos, imagens, links hypertextos e botões de ação na direção dos comandos desejados. É possível construir, assim, um painel de comandos. Servidor de destino Atenção: Recomenda-se muito cuidado ao escolher o servidor de destino. Não utilize a opção SphinxOnline, pois trata-se de um servidor de enquetes francês e somente é acessível para clientes que possuam uma conta no servidor da SPHINX França. Se o usuário deixar a opção SphinxOnline marcada e usar o Acesso Gratuito, o mesmo deve estar ciente que as enquetes serão apagadas periodicamente! Assim, utilize exclusivamente a opção Servidor de enquetes BR, indicando dados do servidor de destino fornecidos pela SPHINX Brasil ou, no caso de ter adquirido o software Servidor de Enquetes Sphinx, indicar dados do seu próprio Servidor de Enquetes. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 163 Os campos a serem indicados são aqueles do Servidor de enquêtes. Exemplo: Seu username: pauloh Sua senha: xgh45sop O nome do servidor: 199.99.99.99 Porta para publicação: 3999 Nome do estudo: teste Os dados do Servidor de enquetes da SPHINX Brasil são os seguintes: • Nome do servidor: 143.54.105.220 • Porta para publicação: 3610 • O username e a senha devem ser obtidos junto à equipe da SPHINX Brasil ([email protected]). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 164 Cópia de arquivos Após definição do servidor de enquetes, chega-se à tela onde se finaliza a configuração da pesquisa que será publicada na Web. Clicando em Terminar, os arquivos serão copiados no servidor de enquetes indicado. Um arquivo, minhaenquete.htm (se a enquete se chamar minhaenquete), será criado no diretório da enquete. Nesse arquivo, encontram-se todos os atalhos definidos na etapa de Definição de atalhos. Se a casa Iniciar o navegador Internet após a cópia dos arquivos estiver marcada, o navegador Internet padrão será executado abrindo minhaenquete.htm. Será então possível testar os diferentes links gerados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 165 Opções de publicação Quando a enquete está para ser publicada, o programa propõe: (Re)Inicializar os arquivos no servidor (no caso da enquete já ter sido anteriormente publicada). Conservar as respostas do servidor (no caso da enquete já ter sido anteriormente publicada). Publicar os arquivos de resposta do estudo (no caso da enquete possuir respostas locais). Publicar os dicionários e as imagens utilizadas pelo estudo. Se uma enquete de mesmo nome já estiver publicada naquela conta, o sistema exibirá um diálogo conforme figura a seguir. Pode-se optar por substituí-la ou não. Se não desejar subtituir, será necessário informar outro nome para publicação da enquete. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 166 Reinicializar os arquivos no servidor: Normalmente, quando a enquete é publicada, arquivos de respostas vazios serão criados no servidor. Se uma enquete de mesmo nome tiver sido anteriormente publicada, e já possuir respostas gravadas, estas, se existentes, serão destruídas. Conservar as respostas do servidor: Desejando optar por conservar as respostas do servidor e republicar somente o questionário, escolha a opção Conservar as respostas do servidor. As modificações no questionário serão consideradas. Mas atenção! Se alterações de estrutura (a base de dados, contendo questões, categorias, etc.) tiverem sido feitas no questionário, será detectada uma incompatibilidade e os dados serão perdidos! Por isto a importância de sempre fazer backups de suas enquetes! Publicar os arquivos de resposta do estudo: Se a enquete possuir respostas locais (respostas que tiverem sido obtidas via digitação, via bases de dados, painéis, etc.), é possível publicá-las juntamente com a enquete. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 167 Elas serão então contabilizadas nas tabelas de resultados. Utiliza-se esta possibilidade nos seguintes casos: Interrogando um painel: as observações são criadas para cada respondente, com as informações conhecidas e uma chave que lhes permitirá ir completar ou alterar suas respostas. Já se tem algumas respostas, anteriormente digitadas ou importadas de uma base de dados, e deseja-se publicá-las para que as tabelas de resultados apresentem todo o conjunto de dados. Publicar dicionários e as imagens utilizadas pelo estudo: É possível utilizar as ilustrações contidas nos formulários ou nas tabelas de resultados. Deve-se considerar que, utilizando muitas imagens, a publicação da enquete poderá ser longa, e o acesso à enquete pelos respondentes poderá ficar mais lento no momento da exibição das páginas. Após publicação, ele exibirá uma janela do browser indicando os endereços referentes à enquete que acaba de ser publicada. Cada link representa um formulário ou visão que foi publicado: Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 168 Dicas importantes! Guarde o endereço Web de publicação, bem como a pasta onde a enquete foi salva no servidor. Caso deseje publicar somente alguns dos formulários e não todos os que foram elaborados, sugerimos um procedimento simples, que consiste em fazer uma cópia da pasta inteira da sua pesquisa, ou seja, todo diretório contendo a pesquisa. Em seguida, abra a enquete copiada, e, nela, delete os formulários e relatórios que não deseja ver publicado. Assim, somente o que ali permanecer é que será disponibilizado na Web. Comunicando o link da pesquisa aos respondentes Tendo publicado a sua enquete, o próximo passo é comunicar (divulgar, distribuir, informar) o link da pesquisa ao público alvo. De posse dos endereços referentes à enquete publicada, comunique-a através de um emailing ou através de um botão no seu website. Optando por realizar envio Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 169 via e-mailing, cuidando para não ser classificado como spam, isso pode lhe prejudicar. Não esqueça de prever instruções de preenchimento aos respondentes! Por exemplo, explicitar que as respostas somente serão consideradas e salvas se o respondente clicar no botão Salvar (ou outro equivalente). Importando respostas de uma enquete Web Todas as respostas, de todos os respondentes, serão gravadas no Servidor de enquetes indicado (SphinxOnlineBR ou seu próprio Servidor de Enquetes Sphinx). Para importar as respostas (de forma a realizar, por exemplo, backups ou análises locais), estando no Sphinx Eureka ®, abra a enquete na qual as respostas serão adicionadas e, em seguida, clique no menu Dados, opção Importar. Será aberta então uma janela na qual se deve indicar servidor, porta, conta (user e senha), enquete e diretório onde sua pesquisa foi publicada. Esses dados são os mesmos utilizados no momento da publicação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 170 Pode-se completar respostas já existentes ou substituir todas respostas locais pelas respostas armazenadas no servidor SphinxOnline. Muito cuidado se escolher substituir as respostas local, pois os dados anteriores serão apagados definitivamente. Recomenda-se sempre fazer backups antes de realizar este tipo de procedimento! Em seguida, o sistema identificará a quantidade de respostas gravadas no servidor e as importará, indicando a quantidade de observações (questionários) importados. A quantidade de respostas será igual à quantidade de pessoas que responderam o questionário na Web. Nesse momento, as respostas estarão integrando a sua base de dados Sphinx local. Importante! O sistema importará as respostas que estiverem gravadas no servidor. Tais respostas permanecerão lá no servidor, ou seja, o arquivo de respostas lá gravado não será reinicializado após a importação. Desejando, é possível excluir a enquete utilizando o aplicativo compte.exe Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 171 Acessando e gerenciando sua conta (uso do compte.exe) De posse do nome de usuário e senha fornecidos pela SPHINX Brasil ou pelo administrador de sua rede (no caso de utilizar software Servidor de Enquetes Sphinx próprio), o usuário poderá ele mesmo gerenciar a sua conta, controlando respostas, consultando situação das pesquisas publicadas, etc. O uso do gerenciador de contas será feito através do painel de controle de enquetes. A partir do computador do usuário (que deve conter uma licença do Sphinx Léxica ou Plus2), deve-se ativar o arquivo disposto no diretório C:\SphinxME\Serveur, chamado Compte.exe. No momento do primeiro uso, através do botão “...” do espaço Servidor, deve-se indicar a URL e a porta do gerenciador de contas. Já no botão “...” do espaço Conta, indica-se usuário e senha fornecidos. No momento seguinte ao da validação do usuário e senha, o sistema irá apresentar um quadro resumo das pesquisas ativas naquela conta. Para cada enquete, é indicado o n° de observações ou registros daquela enquete, a data e hora da publicação da enquete, e a data e hora de registro da última resposta. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 172 Na tela abaixo, a conta sphinxbrasil possui 61 enquetes atualmente publicadas. A enquete “pascoa”, por exemplo, está armazenada dentro do diretório “pesquisas_site”, e possui 89 respostas, tendo sido publicada em 22/02/2005, e a última resposta gravada foi em 29/04/2005. Pesquisas que aparecem com indicador “Aguarde” é porque estão naquele momento sendo respondidas. Quanto às funções acessíveis a partir dos botões dispostos no diálogo (seja cuidadoso e atento): Acessar: abre, no navegador, uma página que contém links para os formulários e relatórios da enquete. Download: efetua uma cópia completa (estrutura do questionário, respostas, imagens, etc) da pesquisa no disco rígido. Reinicializar: reinicializa a pesquisa no servidor, apagando todas as respostas. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 173 Excluir: apaga a pesquisa, juntamente com as respostas, do servidor de enquetes. Recopiar: realiza uma cópia da pesquisa no próprio servidor. Atualizar: atualiza o conteúdo apresentado. Área de transf.: copia o conteúdo para a área de transferência (igual ao CTRL C). Fechar: fecha o gerenciador. Controlar: permite definir as condições de acesso (acesso livre, acesso restrito com senha, ou acesso negado) a cada parte da pesquisa: Saisir: entrada de dados Consultar: consulta e alteração de dados Voir les résultats: visualização de resultados Voir les tables: visualização das tabelas Configuração da estação cliente Direitos necessários No momento da publicação de pesquisas no Servidor de enquetes, os arquivos da enquete são copiados no servidor. A estação de trabalho do cliente (que estará criando e publicando as pesquisas) deve possuir os direitos Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 174 de acesso necessários. O protocolo é o HTTP. O proxy deverá estar configurado para tal. O gerenciador de contas é um programa separado do servidor de enquetes. O serviço é instalado numa porta diferente, 8080 por padrão. Parâmetros de publicação Uma configuração específica será necessária no momento da publicação da primeira enquete. Os elementos indicados serão conservados. Esses parâmetros serão gravados no arquivo Eureka.ini na estação Autor. E possível comunicar ou replicar esta seção em todas as estações de trabalho. Indica-se o Nome do servidor e a Porta equivalente. Indica-se também o user e a senha do usuário. Cada usuário poderá (opcional) hierarquizar suas enquetes, indicando um diretório específico no momento da publicação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 175 Dicas importantes Backup de sua enquete: A rotina de backup de arquivos que compõem sua enquete é fundamental. Esta deve ser realizada regularmente, de forma que seja contínua e efetiva. Recomenda-se backup diário. Os elementos que devem fazer parte do backup são os arquivos da enquete (.que, .rep, .ouv e .hyp) e as imagens utilizadas. Padronização do processo de trabalho é essencial! Sugere-se fortemente que seja utilizado um padrão para a publicação de enquetes (nomes de enquetes e de diretórios). Da mesma forma, isso é essencial nas enquetes em si. Tudo de forma a melhor gerenciar cada processo, bem como para evitar problemas na interação com n usuários. Ao mesmo tempo, é importante testar os procedimentos e educar sua equipe, de modo que, a cada etapa, ou a cada operação, sejam tomados os devidos cuidados na publicação e republicações posteriores, bem como na troca de arquivo de dados (tanto em download quanto em upload de enquetes). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 176 Check list do processo de enquetes Web com o Sphinx Indicamos a seguir uma lista de itens que devem ser verificados de forma a realizar pesquisas via Web de forma adequada, utilizando o Sphinx ® e publicando enquetes no servidor SphinxOnlineBR. A enquete deve ser gerada num sistema ‘full’ (preferencialmente Sphinx Plus2 ou Léxica), com questionário já previamente definido e estruturado. A enquete é criada no estágio Questionário, Lista das Questões. A publicação de pesquisas na Web requer cadastro no espaço SphinxOnlineBR. Após aquisição de sua conta no espaço SphinxOnlineBR, serão comunicados user/senha e dos dados do servidor de enquetes da SPHINX Brasil, bem como notas técnicas e tutorias serão indicados. (*) Os formulários para coleta dos dados na Web (e eventualmente os relatórios) devem ser criados e formatados em ambiente Eureka. Sugere-se testar isso em contato com a equipe técnica da SPHINX Brasil. (*) Prever relatórios e formulários de consulta por observação, de forma a poder acompanhar o andamento da pesquisa, quando operando a enquete on-line. Testes devem ser realizados. Decidir se a enquete vai ser para uma amostra ampla, não controlada, ou se controle por senhas. (*) Caso controle por senhas, então ler atentamente Nota Técnica específica, decidindo se isso vai ser feito de forma autônoma ou se vai recorrer a serviço complementar da SPHINX Brasil. (*) Publicar a enquete a partir do formulário criado, cuidando para indicar corretamente user/senha e os dados do servidor de enquetes da SPHINX Brasil. Verifique que os dados do servidor de enquetes da SPHINX Brasil estejam corretamente indicados, de forma a garantir publicação efetiva no servidor brasileiro! Recomenda-se ler o manual do usuário, decidindo se vai fazer com autonomia esse procedimento ou se deseja serviço complementar da SPHINX Brasil. Guardar o endereço Web de publicação, bem como a pasta onde a enquete foi salva no servidor. Comunicar aos respondentes o endereço da pesquisa na Web. Isto pode ser feito especialmente via e-mail ou via botão no seu site. Optando por realizar envio via e-mailing, cuidado para não ser classificado como spam, isso pode lhe prejudicar. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 177 Monitorar o andamento da pesquisa através dos relatórios e dos formulários de consulta previstos e publicados. A cliente poderá consultar dados e relatórios diretamente na Web, podendo imprimir diretamente nessa interface. (*) Gerenciar sua pesquisa através do compte.exe disponível no diretório do Sphinx. (*) Importar dados a partir do servidor. Cuide de seus backups! Os mesmos devem ser realizados previamente a cada operação dessas. (*) Realizar tratamentos/análises locais. Criar novos relatórios. (*) Publicar resultados na Web, tomando o cuidado de não republicar o formulário, caso a coleta já tenha sido encerrada. (*) Consulte tutoriais disponibilizados pela SPHINX Brasil no Portal E-learning aos assinantes do Sphinx E-learning. O uso do Sphinx® para aplicação de pesquisas na Web é um recurso instigante, baseado em tecnologia atualizada, mas você deve cuidar em cada etapa do que está fazendo, testar bem os resultados, de forma a ter somente surpresas agradáveis. Leia com atenção a documentação de apoio disponibilizada, e não hesite em falar com a nossa equipe técnica ([email protected]). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 178 Apêndice B: Adotando e operando o software Serv. de Enquetes O servidor de enquetes Este documento descreve as especificações técnicas e os procedimentos de instalação e de atualização do software Servidor de Enquetes Sphinx. O servidor de enquetes é um software que permite: publicar as enquetes a partir do sistema Sphinx®; monitorar a entrada interativa de respostas pelos respondentes na Internet através de um browser Internet, seja em formulários HTML, seja em applets Java. Todos os browsers Internet são compatíveis (Internet Explorer® V3 ou superior, Netscape Navigator® v4.5 ou superior, Pocket Explorer para Windows CE®, Opera®, Mozilla®, Safari®, etc.); consultar a todo momento toda ou parte da tabela de respostas; consultar a todo momento os resultados (tabelas ou gráficos) em formato que terá sido preparado pelo autor da enquete; e com as segmentações pré-parametrizadas; controlar o acesso aos formulários e aos resultados via sistema de senhas de acesso; fazer download do conjunto dos resultados para análises complementares. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 179 Especificações técnicas O Servidor de enquetes é um servidor autônomo. Ele funciona exclusivamente em ambiente Windows®. Nenhum outro sistema é necessário (nem servidor Web, nem servidor FTP). O sistema é instalado como um serviço e possui todas as funcionalidades necessárias, como, por exemplo, reinicialização automática. A comunicação com o servidor de enquetes se faz através de requêtes (consultas). A linguagem de requêtes está descrita em detalhe no capítulo relativo ao servidor de enquetes no manual de uso do Sphinx Eureka (acessível no CD ou no portal do usuário (website). A transferência de arquivos é realizada exclusivamente via Protocolo HTTP. O servidor de enquetes pode co-habitar com outras aplicações Web numa mesma máquina. Neste caso, os parâmetros das portas (permissões de acesso) devem ser configurados pelo administrador da rede. Os dados serão armazenados no servidor, nas bases de dados próprias do Sphinx. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 180 Configuração O sistema operacional do servidor deve ser Windows NT pack 6 (workstation ou server) ou Windows 2000 (profissional ou server) ou ainda Windows XP profissional; Windows server 2003. Se Windows NT pack 6, o IE 5 (ou superior) deve estar instalado. A máquina deve estar na rede, e dispor de um endereço IP fixo. A eficacidade do sistema dependerá essencialmente da qualidade da linha, e da rapidez do processador. Exemplo de config utilizado: processador Pentium IV 1GHz, de 256 Mb e 256 Kb/s. Procedimento de instalação do servidor de enquetes * No manual, os botões que aparecem no software em francês, estarão indicados igualmente em português. Um CD-ROM específico, contendo o instalador do software Servidor de Enquetes, permitirá instalar os arquivos. Ao inserir o CD no drive de CD-ROM, o programa de instalação será executado. Clique em Sair (canto superior esquerdo) e acesse o Windows Explorer. Localize, no CD Sphinx, o diretório Serv_enquetes e execute o arquivo CleEurSrvxx.exe. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 181 Confirme o diretório onde o servidor de enquetes Sphinx será instalado (por default, o diretório será o C:\Eureka_s) ou altere a partir do botão Percorrer (Parcourir). Clique então em Instalação (Installation) e, para obter a ID do seu micro, escolha “Vous souhaitez obtenir une clef d’installation” e clique em Continuer. Consultando o n° gerado no campo identificado por “Votre code”, copie a ID do seu micro (formato 999-999), e encerre a pré-instalação clicando em Quitter. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 182 Em seguida, informe a SPHINX Brasil (via e-mail [email protected]) o n° da ID gerada, e aguarde retorno de e-mail contendo os dados da licença a ser instalada. Ao receber os dados da licença, execute novamente o arquivo CleEurSrv.exe do diretório Serv_enquetes, clique em Instalação (Installation) e, desta vez, escolha “Vous avez une clef d’installation”. No campo “Nom d’utilisateur”, indique o código da licença. No campo “Clef d’installation” indique a chave de instalação. Clique então em “Continuer” e finalize a instalação. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 183 Os arquivos serão copiados no diretório indicado (por default, o diretório será o C:\Eureka_s). Um atalho (Eurêka! serveur) será instalado na área de trabalho. A base de registros do sistema operacional será modificada. Os arquivos instalados não permitirão criar enquetes, visto que o software Servidor de Enquetes serve exclusivamente para o gerenciamento de enquetes publicadas (anteriormente criadas em outro micro). Para realizar o procedimento completo (criação de uma enquete, criação de formulários e relatórios, publicação na internet, etc.) será necessário instalar o sistema full (Plus2 ou Léxica) em outro computador, como, por exemplo, aquele do encarregado de pesquisas. Configuração do servidor Executar o programa de configuração (Icône Eurêka! serveur). A tela abaixo ilustra uma configuração do servidor. Esta tarefa requer competências técnicas e deve ser realizada pelo administrador da rede. No manual, os botões que aparecem no software em francês, estarão indicados igualmente em português. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 184 Os parâmetros estão relacionados ao acesso ao servidor e à localização dos arquivos e dos usuários. * Identidade do servidor (Nom du serveur) O nome do servidor ou seu endereço IP e a Porta deverão estar definidos. A porta é porta padrão (80) se nenhum serviço estiver sendo nela utilizado. Por padrão, o nome proposto na instalação é o nome do computador. Se o computador estiver conectado na Internet, é necessário indicar o nome do domínio associado ao endereço IP do micro. Importante! A inicialização do servidor será impossível se o serviço estiver instalado com uma porta já utilizada por outra aplicação. O Gerenciador de contas (Port du gestionnaire de comptes) é um serviço secundário (na porta 8080 por padrão) destinado tanto aos usuários como ao administrador: O usuário para poder ter o controle de suas enquetes (recopiar, acessar, excluir, fazer download, etc.) O administrador para poder ter o controle à distância (criar usuários, copiar arquivos de log, etc.). O botão Administrar (Administrateur) permite definir o código de acesso (user + senha) para administração à distância. * Liberar/Bloquear a navegação Se a opção Navegação autorizada (Navigation autorisée) estiver marcada, será possível consultar o servidor sem nenhuma requête. A lista de todas as enquetes será então proposta e o usuário poderá acessar o painel de comandos da enquete sem precisar digitar a URL, mas clicando sobre a enquete. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 185 * Definir a localização de arquivos Diretório das enquetes (Racine des études): este diretório receberá os arquivos da pesquisa. Para assegurar a segurança dos dados, deve-se posicionar este diretório numa área não acessível por outro servidor HTTP. Diretório das páginas (Racine des pages): este diretório receberá os atalhos criados no momento da publicação. Ele poderá estar situado numa área acessível por outro servidor HTTP, de forma que as URL dos links tenham a mesma raiz que os outros links do site. Diretório das classes (Racine des classes): este diretório é geralmente localizado diretamente no diretório do servidor. Ele contém os elementos necessários que serão utilizados para a geração de telas. Os arquivos styles.css e button.js descrevem o estilo e o funcionamento dos botões e dos links nos quadros de comando. Esses estilos poderão ser adaptados ao design gráfico do site. Neste diálogo, existe uma lista que fornece todas as requêtes que foram endereçadas ao servidor com as informações de tamanho, data e duração de cada uma. * Criar usuários No botão Usuários (Utilisateurs) é possível o gerenciamento das contas dos usuários. O administrador vai poder usar esta função para criar, alterar, excluir usuários, etc. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 186 No diálogo que é aberto ao clicar em Usuários (Utilisateurs), o botão Nouveau permite criar uma nova conta de usuário. No campo Utilisateur indique o nome do usuário. No campo Mot de passe a sua senha de acesso. A cada usuário deverá ser atribuído um user e uma senha específica. As enquetes de cada usuário serão posicionadas num diretório de nome idêntico àquele dado ao usuário. Ativação No diálogo de configuração, clique sobre o botão Instalar os serviços (Installer les services). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 187 A configuração dos serviços (inicialização automática, correção de falhas, ...) deve ser realizada no ambiente de administração de serviços. Por padrão, no momento da instalação, a inicialização automática do serviço é programada para correção de falhas. Use o botão Iniciar (Démarrer) para executar o serviço. Uma enquete "Ping" será pré-instalada automaticamente na conta "Test" Clique sobre o botão Testar (Tester) para verificar o funcionamento do servidor. Para testar o funcionamento a partir de outra máquina, inicie o navegador Internet e digite a URL www.meuservidor.com/testserveur/testserveur/panneau.htm (www.meuservidor.com deve ser substituído pelo nome do servidor). Para qualquer informação adicional, entre em contato com [email protected] Backup dos elementos no servidor A rotina de backup de arquivos do Servidor de Enquetes é fundamental. Esta deve ser regulada pelo administrador da rede, de forma que seja contínua e efetiva. Recomenda-se backup diário. Os elementos que devem fazer parte do backup são essencialmente os subdiretórios do diretório Etudes dentro do qual existe um subdiretório por Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 188 usuário e as enquetes são, cada uma delas, igualmente posicionadas num subdiretório. As contas dos usuários estarão listados no arquivo Eureka.ini. Considerando o pequeno o tamanho dos arquivos, é indicado fazer backup do diretório inteiro Eureka_s. Atualização Se uma atualização do servidor for necessária, o procedimento é o seguinte: − Executar Eurêka! Serveur (ícone na área de trabalho). − Clicar no botão Arrêter (Parar), para fechar o servidor. − Clicar no botão Fermer (Fechar), para fechar o gerenciador que será igualmente atualizado. − Executar a atualização conforme procedimento indicado, especificando corretamente o diretório de instalação - C:\Eureka_s por padrão. − Relançar Eurêka! Serveur (ícone na área de trabalho). − Clicar no botão Iniciar (Démarrer), para recolocar o servidor em atividade. As atualizações serão indicadas a cada vez que uma nova versão for lançada. Atenção! Deve-se ter cuidados essenciais ao realizar a atualização, de forma a não deletar dados e não prejudicar enquetes em curso: Antes de realizar a atualização, fazer uma cópia backup de todo o diretório C:\Eureka_s Recomenda-se fazer atualizações fora de horário comercial. Por exemplo, em finais de semana. Para qualquer informação adicional, por favor, entre em contato com [email protected] Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 189 Renovação A cada novo período, a licença do software do servidor de enquetes deverá ser renovada. Para tal, é necessário: − Executar Eurêka! Serveur (ícone na área de trabalho). − Clicar no botão Arrêter (Parar), para fechar o servidor. − Clicar no botão Fermer (Fechar), para fechar o gerenciador que será igualmente renovado. − Clicar no botão Iniciar, Programas, Sphinx, e executar a opção Desinstalar ou Reinstalar o Sphinx. − Clicar em Reinstalar e, clicando na opção “Você possui uma chave de instalação”, indicar o novo código de licença e a nova chave de instalação. − Relançar Eurêka! Serveur (ícone na área de trabalho). − Clicar no botão Iniciar (Démarrer), para recolocar o servidor em atividade. Atenção! Deve-se ter cuidados essenciais ao realizar a operação de renovação, de forma a não deletar dados, não prejudicar enquetes em curso, etc.: Antes de realizar a atualização, fazer uma cópia backup de todo o diretório C:\Eureka_s Recomenda-se fazer atualizações fora de horário comercial. Por exemplo, em finais de semana. Para qualquer informação adicional, por favor, entre em contato com [email protected] Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 190 Administração de contas pelo admin Para criar ou modificar contas de usuários, o administrador do sistema poderá utilizar diretamente o programa Server.exe (ícone Eurêka! Serveur) da máquina servidora, ou então o programa Comptes.exe ou AdminComptes.exe (localizado no diretório Administration). Este diretório pode ser copiado no micro do administrador. Desta forma, o administrador vai poder gerenciar contas a partir de seu próprio micro. Este programa permite o gerenciamento de todas as contas de usuários, bem como o acesso completo às enquetes de cada conta. No momento do primeiro uso, através do botão “...” do espaço Serveur, deve-se indicar a URL e a Porta do Servidor de enquetes. Já no botão “...” do espaço Compte, indica-se usuário e senha a serem utilizados. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 191 Importante! Antes de informar a senha admin, o usuário deve entrar com sua senha pessoal (de uma conta normal). Somente após esta primeira conexão via senha pessoal é que o administrador vai clicar no botão Admin e informar a senha da conta Admin. Tendo informado dados do Servidor e da conta pessoal padrão, um diálogo contendo painel de controle das enquetes daquela conta será exibido. Neste diálogo, será exibida uma lista de todas as enquetes publicadas naquela conta. Para cada enquete (cada linha), é indicado o n° de observações ou registros daquela enquete (Nb Obs), a data e hora da publicação da enquete (Date publication), e a data e hora de registro da última resposta (Dernière réponse). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 192 Estando conectado via senha padrão, para acessar o ambiente do administrador de contas, clique no botão Administrer e indique user e senha da conta administrador. O ambiente do administrador de contas exibirá todas as contas existentes, suas respectivas senhas e o n° de enquetes atualmente publicadas. Para consultar o ambiente de uma conta qualquer, clique sobre a linha correspondente à conta desejada, e então clique em Consulter. Importante! A conta admin possui direitos completos sobre todas as contas (exclusão, alteração, ativação, troca de senha, etc.). Assim, recomendam-se cuidados ao manipular este ambiente, de forma a não modificar conteúdos sem o consentimento do usuário. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 193 Para criar novas contas, clicar em Usuários (Utilisateurs). No diálogo que será aberto, o botão Nouveau permite criar uma nova conta de usuário. No campo Utilisateur indique o nome do usuário. No campo Mot de passe a senha de acesso. A cada usuário deverá ser atribuído um user e uma senha específica, com as quais o usuário poderá gerenciar sua própria conta (publicar enquetes, fazer Download de suas enquetes, Excluir, Recopiar, Ativar, Reinicializar, enfim), controlando cada uma das suas pesquisas. Diferente da senha de conta admin que possui plenos direitos e permite acesso ao espaço de todas as contas, as contas de usuários normais autorizarão acesso somente ao espaço daquele usuário. O administrador de servidor de enquetes deverá informar a cada usuário as coordenadas do servidor, bem como procedimento de publicação e diretrizes (padronização) de uso. Padronização do processo de trabalho é essencial! Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 194 Sugere-se fortemente que seja definido um padrão (diretrizes) tanto para a definição dos nomes e senhas das contas de usuários (e um controle disso), como também para a publicação de enquetes pelos próprios usuários. É vital a disciplina de trabalho neste aspecto. Da mesma forma, isso é essencial nas enquetes em si. Tudo de forma a melhor gerenciar cada processo, bem como para evitar problemas na interação com n usuários. Ao mesmo tempo, é importante testar os procedimentos e educar sua equipe, de modo que, a cada etapa, ou a cada operação, sejam tomados os devidos cuidados na publicação e republicações posteriores, bem como na troca de arquivo de dados (tanto em download quanto em upload de enquetes). Monitorar o uso do servidor de enquetes Todas as requêtes (consultas) endereçadas ao servidor estarão gravadas nos arquivos do diretório Logs. Cada requête é descrita por um código de retorno, pela data, pelo IP de origem da chamada, pela URL, pela requête completa, pelo tamanho dos elementos, e pela duração do período de execução. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 195 Existe um arquivo de log por dia, nos quais é possível ver resultados em formato gráfico. O botão Atividade (Activité) permite ver um resumo da atividade do servidor, dia a dia, enquete a enquete, hora a hora, etc. É possível comparar a quantidade de acessos ao questionário (requête input) e a quantidade de observações efetivamente gravadas (requête save). Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 196 Configuração da estação cliente Direitos necessários No momento da publicação de pesquisas no Servidor de enquetes, os arquivos da enquete são copiados no servidor. A estação de trabalho do cliente (que estará criando e publicando as pesquisas) deve possuir os direitos de acesso necessários. O protocolo é o HTTP. O proxy deverá estar configurado para tal. O gerenciador de contas é um programa separado do servidor de enquetes. O serviço é instalado numa porta diferente, 8080 por padrão. Parâmetros de publicação Uma configuração específica será necessária no momento da publicação da primeira enquete. Os elementos indicados serão conservados. Indica-se o Nome do servidor e a Porta equivalente. Indica-se também o user e a senha do usuário. Cada usuário poderá (opcional) hierarquizar suas enquetes, indicando um diretório específico no momento da publicação. Esses parâmetros serão gravados no arquivo Eureka.ini na estação Autor. E possível comunicar ou replicar esta seção em todas as estações de trabalho. Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 197 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AMAMI, M. e THÉVENOT, J. (2000) – L’Internet marchand : caractérisation et positionnements stratégiques. 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E ainda: Links para teses e dissertações, e-business, UFRGS, PPGA, EA, GIANTI, EAD, IEAc, projetos e pesquisas em desenvolvimento, congressos, disciplinas, e muito, muito mais! Apoio a projetos de pesquisa: Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 203 SPHINX Brasil Distribuidor EXCLUSIVO dos Sistemas Sphinx ® Certificado e autorizado SPHINX® na América Latina Rua Peru 211 - 92420.300 Canoas RS – Brasil Fone/Fax: 0xx51 - 3477.3610 e-mail: [email protected] http://www.sphinxbrasil.com Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 204 Sphinx: fácil, pedagógico e inovador! Receba maiores informações sobre os sistemas e serviços Sphinx ®. Basta retornar este formulário preenchido. Retornar para SPHINX Brasil Ltda. Rua Peru 211 – Canoas RS – Brasil - CEP 92420-300 Fone/Fax +55 51 3477 3610 - [email protected] Nome: Empresa: Endereço: Cidade/UF: Fone/fax: E-mail: Sim, eu tenho interesse em receber informações sobre: Os softwares Sphinx® [ ] Sphinx Léxica [ ] Sphinx Plus2 /Survey [ ] Sphinx Primo [ ] Sphinx Data-Entry [ ] Sphinx Operador [ ] Sphinx Declic [ ] SphinxOnline BR [ ] Sphinx Educação [ ] Servidor de Enquetes Os serviços Sphinx® [ ] Capacitação [ ] Circuito [ ] E-learning [ ] Aplicação de pesquisas [ ] Análise de dados [ ] Workshop [ ] Suporte Técnico [ ] Assessoria em Método e Análise [ ] Aula Sphinx [ ] Aplicações [ ] Consultoria em Inteligência Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 205 Freitas, Janissek-Muniz, Baulac e Moscarola Pesquisa via Web - p. 206