Achados Clínicos Úteis para o Diagnóstico 1
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Achados Clínicos Úteis para o Diagnóstico 1
Achados Clínicos Úteis para o Diagnóstico 11º Congresso Brasileiro de Clínica Médica Auditório 13 - 8:30h Dr. Ivan Paredes Professor de Clínica Médica e Semiologia da FEPAR Fácies “O corpo vai bem ou mal segundo anunciam os olhos” (Hipócrates) Fácies Tireotóxica: fisionomia com aparência de terror. As pálpebras são muito abertas e não ocluem a íris. Os olhos são salientes (exoftalmia) e brilhantes. O paciente geralmente magro, aparenta um estado de nervosismo, excitabilidade psíquica ou eufórica (em geral do sexo feminino). A pele é quente e fina. Se acompanha de tremores de extremidades, taquicardia e bócio. Mixedematosa: caracterizada por edema de face, com pele seca e lustrosa e cabelos ressecados. Própria do hipotireoidismo; observa-se intumescimento difuso (infiltração edematosa) do rosto, pálpebras semicerradas pela infiltração, tornando os olhos pequenos; lábios grossos, boca semi-aberta e com macroglossia; pele pálida e seca, face inexpressiva e sonolenta; apatia, expressão letárgica, indiferente, sem vivacidade; supercílios escassos e madarose (queda dos supercílios nos terços externos); a alteração da pele é o sinal que chama mais atenção- observa-se uma tumefação difusa, lembrando uma almofada (diferente do edema comum, não cede à pressão digital), principalmente na face e dorso das das mãos; a pele do rosto é amarelada, com poucos pêlos, rosto com expressão sonolenta. Lua Cheia: Parece também de “lua cheia”, rosto arredondado devido ao depósito de gordura; pele brilhante e mais ou menos rosada; acne e hirsutismo podem ser observados; não há intumescimento das pálpebras e os olhos permanecem com aspecto natural, diferindo da fácies renal e mixedematosa, em que há infiltração das pálpebras. Acromegálica: as alterações da face extremamente características devido a seu aspecto grotesco; com proeminência dos ossos frontais e malares; há acentuado desenvolvimento da mandíbula (prognatismo acentuado = proeminência da mandíbula [maxilar inferior]), evidente crescimento do nariz e da língua (macroglossia) além dos lábios (lábios volumosos = macroqueilia) e orelhas. As pálpebras são espessas; com sobrancelhas longas, duras e espessas se reúnem no centro sobre o nariz (sinofre ou sinofridia); há crescimento excessivo das partes moles distais do corpo (onde existem condroblastos, há crescimento), principalmente extremidades; fácies típica do hiperpituitarismo. Marmórea: Falta de expressão facial (hipomímia). A freqüência de piscar os olhos é reduzida para 1-4 por minuto, provocando um olhar “reptiliano”. Ocorre na doença de Parkinson e pode ser ocasionado também por drogas ou tóxicos. Desenvolve-se insidiosamente, podendo ser confundido com depressão ou apatia. A mímica facial está diminuída (inexpressivo); olhar parado, vago e fixo; cabeça um pouco inclinada para frente; esse conjunto dá a impressão de uma figura de máscara: “fácies de máscara” (marmóreo). Miastênica: Ptose palpebral bilateral. Podem se acompanhar de diplopia, disartria, disfagia e fraqueza muscular em membros. A fraqueza piora com o uso repetido dos músculo e com o passar do dia. Ptose palpebral bilateral, com enrugamento da testa; paralisia de certos músculos (distúrbio na transmissão neuromuscular)- fraqueza muscular acometendo principalmente a musculatura ocular; essa fácies apresenta a particularidade de não ser permanente, pois o doente geralmente, pela manhã tem a face normal e no decorrer do dia, ela se transforma, aparecendo blefaroptose bilateral, mais acentuada de um lado; ptose: achado mais freqüente; os olhos são imóveis (olho sonolento de Hutchinson) e o doente, para enxergar, é obrigado a elevar a cabeça para trás; completa a fácies a debilidade dos músculos dos lábios e das bochechas; também pode ser reconhecida no acidente ofídico crotálico ou elapídico = ambas as serpentes veiculam agentes neurotóxicos através de sua peçonha. Sardônica: É das mais típicas e de excepcional valor diagnóstico; observa-se contratura muscular da face, com acentuação dos sulcos naturais, enrugamento da região frontal e modificação do aspecto da boca (lábios distendidos transversalmente como para sorrir = riso “cínico” produzido pela contratura tônica dos músculos faciais- dos músculos masseteres e peribucais); sobrancelhas contraídas; olhar fixo e angustiado; o conjunto dá ao doente a aparência de quem esboça um riso forçado (trismo), pela hipertonia dos músculos da mímica, o que constitui o chamado “riso sardônico”. Miotônica: fácies alongada, calvice frontal; precoce, ptose palpebral, cavidades nas bochechas e orelhas proeminentes e alongadas. Luética: fronte olímpica, nariz em sela. Caraterístico da sífilis 3ª. Hipocrática: Conhecida muito antes da era cristã; rosto magro, com ossos bem salientes, traços fisionômicos afilados, olhos encovados, palidez (pele de cor pálido-terrosa), olhar vago e inexpressivo; uma ligeira contração dos músculos da mímica (que se exaltam por qualquer movimento) aumenta a expressão de dor Marchas Não há arte mais difícil de apreender que a arte da observação (Sir William Osler 1849-1919) Ceifante (Espástica) Lesão do neurônio I Também conhecida como hemiplégica ou espástica e implica em uma lesão focal do trato cortico-espinhal. O paciente arrasta a perna que está espástica (rígida) que não possui movimento de rotação normal na altura do quadril ou do joelho, além do pé ser arrastado com os dedos sendo “esfregados” contra o chão. Como mecanismo compensatório, a pelve do lado acometido se inclina para cima numa tentativa de levantar os dedos dos pés, provocando abdução e circundação da perna. Além disso o movimento do braço é comprometido do mesmo lado da perna. Causas: AVC, abscesso cerebral, TU cerebral, EM, TCE. Em Tesoura Acidente vascular cerebral Paralisia espástica bilateral (diplegia). Acomete os 2 mmii e tem pouco ou nenhum efeito nos mmss. A cada passada o paciente cruza as pernas em um movimento semelhante à tesoura. As passadas são curtas e trabalhosas, parecendo estar caminhando com a água até a cintura. Há flexão plantar dos pés e estes estão virados para dentro, com encurtamento do tendão de Aquiles, assim o paciente caminha na ponta dos pé ou sobre os calcanhares e raspa os dedos no chão. Causas: AVC, anemia perniciosa tardia, EM, espondilose cervical com mielopatia, insuficiência hepática, meningomielite sifilítica, paralisia cerebral, seringomielia, traumatismo raquimedular geralmente abaixo de C6, Tu de medula espinhal. Festinante (Propulsiva) Doença de Parkinson Também chamada de propulsiva ou simiesca. É caracterizada por uma postura rígida e inclinada para frente. A cabeça e o pescoço estão jogados para frente, os braços flexionados e rígidos são mantidos afastados do corpo; os dedos das mão estão esticados e os joelhos e os quadris estão fletidos. Durante a deambulação, esta postura resulta em um desvio para frente do centro de gravidade do corpo e o conseqüente comprometimento do equilíbrio, causando passos arrastados e curtos e cada vez mais rápidos com aceleração involuntária (festinação) e perda do controle do movimento para frente (propulsão) ou para trás (retropulsão). Ex: Doença de Parkinson, medicamentos, intoxicação por CO2, manganês. Escarvante (Parética) Lesão do neurônio II Também chamada de marcha eqüina, fraca, empinada ou cadenciada. Ocorre queda do pé por paresia ou paralisia dos músculos fibular e pré-tibial, geralmente secundárias a lesão do neurônio motor inferior. Devido à queda do pé, este fica pendente com os dedos apontando para baixo, fazendo-os com que raspem o chão durante a deambulação. Para compensar o quadril gira para fora e o joelho e o quadril flexionam de uma forma exagerada para levantar a perna que avança do chão. O pé é jogado para frente e os dedos dos pés atingem o chão primeiro, provocando um ruído audível. Pode ser uni ou bilateral. Causas: polineuropatia, hérnia de disco lombar, EM, poliomielite, Guillain Barré, traumatismo do nervo fibular, traumatismo raquimedular. Atáxica Doenças cerebelares A marcha é instável, oscilante e de base alargada. Existe uma dificuldade exagerada para fazer curvas. O paciente não consegue ficar parado com os pés juntos seja com os olhos abertos ou fechados. Causas: Doenças cerebelares variadas (AVC, abscesso, tumor, metástases, ataxia de Friedreich, ataxia espinocerebelar, EM, TCE, níveis tóxicos de drogas como fenitoína, tricíclicos, anticolinérgicos,) Atáxo-talonante Cordão Posterior Marcha Atáxica Cordonal. Vista na síndrome cordonal posterior ou ataxia sensitiva. O paciente caminha olhando para o chão, substituindo com os olhos as informações proprioceptivas das sensibilidades profundas que não atingem o cérebro. Marcha insegura, passos desordenados, base de sustentação aumentada (pernas afastadas), levanta demasiado as pernas e toca com o calcanhar bruscamente no solo. Também chamada marcha calcaneante ou talonante, que é impossível ou difícil se os olhos estão fechados Coreiforme Coréia As pernas se movimentam de forma descompassada, como se dançando, mas levando mal o compasso. Ao mesmo tempo se movimentam os membros superiores e o tronco de maneira que o paciente parece executar uma dança ritual. Causas: Coréias (na coréia de Sydeham é chamada de “Dança de são Vito”). Anserina Miopatias Lembra o caminhar de um pato. Ocorre basculação da bacia. O paciente caminha apoiado com as mãos na cintura para melhorar a sustentação do corpo. Causas: Distrofia muscular (Duchenne, Becker), atrofia da musculatura paravertebral, displasia congênita do quadril. Sinais e Achados Clínicos "O fundamento da clínica é a observação. As teorias podem morrer, podem mudar, mas a observação não morre jamais. A genialidade da observação permanece para sempre" (Antonio Cardarelli, 1922) Flapping (Asterixe) Encefalopatia Hepática Também chamado de tremor hepático, tremor adejante ou asterixe. É um movimento bilateral grosseiro de punhos e dedos caracterizando-se pelo relaxamento súbito de grupos musculares que mantém uma postura. Causas: doença hepática (encefalopatia hepática), renal (insuficiência renal com uremia) ou pulmonar (insuficiência respiratória) e drogas anticonvulsivantes (fenitoína). Chevostek Hipocalcemia É um espasmo anormal dos músculos faciais deflagrado por uma batida leve sobre o nervo facial do paciente exatamente na posição anterior ao lobo da orelha e abaixo do arco zigomático. Uma resposta positiva varia desde uma fasciculação do lábio no canto da boca até espasmo de todos os músculos faciais, dependendo da gravidade da hipocalcemia. Causas: Hipocalcemia (hipoparatireoidismo, transfusão maciça de sangue, transtornos disabsortivos por cirurgias como ressecção gástrica com gastrojejunostomia e ileostomia), tétano. Trousseau Hipocalcemia Espasmo carpal à compressão isquêmica do braço. Insuflar o manguito até um nível tensional intermediário entre a sistólica e a diastólica durante 4 minutos. A mão e os dedos do paciente apresentam um postura de “mão obstétrica ou de parteira” com o punho e as articulações MCF flexionados, articulações IF esticadas e dedos da mão e polegar aduzidos. Causas: Hipocalcemia (hipoparatireoidismo, transfusão maciça de sangue, transtornos disabsortivos por cirurgias como ressecção gástrica com gastrojejunostomia e ileostomia), tétano. Filatov, Pastia Escarlatina Ocasionado pelo Streptococcus beta-hemolítico do grupo A de Lancefield. O quadro deve-se à liberação de toxinas eritrogênicas ou pirogênicas (exotoxinas). Os grupos C e G também podem causar escarlatina. Geralmente após uma faringite. O período prodrômico com duração de 12 a 48 horas caracteriza-se por febre alta, dor de garganta, adenomegalia cervical e submandibular; posteriormente, observa-se exantema difuso micropapular, dando a sensação de lixa ao toque, que se inicia no tórax, disseminando-se rapidamente para tronco, pescoço e membros, poupando a região palmoplantar. Vários sinais patognomônicos podem ocorrer: sinal de Filatov: palidez perioral; língua em framboesa e saburrosa; sinal de Pastia: petéquias em dobras, formando linhas transversais; descamação após 5 a 7 dias do princípio do quadro, iniciando-se em face, pescoço e tórax e progredindo para extremidades (descamação em “dedos de luva”). Romaña Doença de Chagas agudo Sinal de Romaña ou Chagoma de inoculação é um edema inflamatório bipalpebral pálpebras unilateral, associado a conjuntivite, dacriadenite e aumento ganglionar pré-auricular, ocorre em 10 a 20% dos casos agudos de doença de Chagas. Recebe este nome em homenagem a Cecilio Romaña, um pesquisador argentino que foi a primeira pessoa a descrever o fenômeno. Janeway, Osler, Roth Endocardite Janeway: lesões hemorrágicas, acometendo regiões palmares e plantares, sutilmente elevadass, mas geralmente planas, irregulares e indolores, pequenas (1-4mm) eritematosas nas regiões palmares e plantares que desaparecem espontaneamente. Ocasionalmente formam uma erupção cutânea difusa em tronco e membros. Ocorre por fenômeno imunológico ou microembolia séptica geralmente na EI aguda (S. aureus). Nódulos de Osler: são lesões dolorosas e vermelhas ou purpúreas que aparecem nas palmas das mãos e palntas dos pés, especialmente nas polpas digitais que desaparecem espontaneamente. Patognomônicos de EI subaguda. Pode ocorrer por êmbolos sépticos ou fenômeno imunológico. Também pode ser vista em LES, endocardite marântica, infecção distal por cateter e infecção disseminada por gonococo Manchas de Roth: lesões vasculíticas (por complexos imunes) no fundo de olho, com um centro amarelo, circundado por um anel vermelho. Pode estar presente na EI subaguda, mas também na leucemia, isquemias, anemia perniciosa e raramente na retinopatia por HIV. Cullen, Grey Turner Pancreatite Cullen: área equimótica ao redor do umbigo descrita por Thomas Cullen (1869-1953) que era obstetra e descreveu o sinal pela primeira vez em uma paciente com gravidez ectópica rota em 1916. Pode predizer uma severo ataque de pancreatite aguda. Outras causas: trauma abdominal, ruptura de aneurisma de aorta e gravidez ectópica rota. Grey Turner: equimoses em flancos. Indicativo de pancreatite necro-hemorrágica (sangramento retroperitoneal). Mesmas causas que a anterior Nikolski Pênfigo Ao se atritar a pele saudável do paciente com pênfigo vulgar (e não no penfigóide bolhoso), a mesma se desprende. Também pode estar presente na necrólise epidérmica tóxica (NET). Auspitz Psoríase As lesões eritemato descamativas sugestivas de psoríase, quando raspadas firme e metodicamente por cureta (curetagem metódica de Brocq), são características pelo aspecto das escamas formadas (sinal da “vela raspada”) e, prosseguindo-se a curetagem, após a remoção de todas as camadas de escamas, observa-se uma fina cutícula (membrana derradeira), que removida pela cureta põem à mostra gotículas de sangue (sinal do “orvalho sangrante”). Cacifo Edema Volta rápido em < 40 seg --hipoalbuminemia Volta lento > 1min -- congestão +: 2mm; ++: 4mm; +++: 6mm; ++++: 8mm Edema sem cacifo: linfedema e mixedema Gowers Miopatia Coloca-se o paciente em decúbito dorsal e pede-se que ele se levante. No caso de positivo, o paciente não consegue levantar o tronco sem usar as mãos e os braços para dar suporte e empurrar o corpo. Indica fraqueza dos músculos pélvicos, como ocorre na distrofia muscular e na atrofia da musculatura paravertebral. Dix-Hallpike (Barany) Vertigem posicional paraxística benigna É utilizada para diferenciar vertigem central de periférica. Deita-se o paciente rapidamente com a cabeça a aproximadamente 20º de extensão e então girada a 45º durante 1 minuto. Observa-se o nistagmo. No caso de haver um período de latência de 3 a 10 segundos antes do aparecimento do nistagmo e se este é rotatório, fadigável, com duração de < 50 segundos e suprimido pela fixação do olhar, então o problema é periférico. Nistagmo vertical Esclerose múltipla O nistagmo vertical pode dever-se a uma lesão a uma lesão do tronco cerebral. A fenitoína e o álcool também podem ocasionar este fenômeno. O nistagmo de batimento ascendente sugere uma lesão do mesencéfalo ou assoalho do IV ventrículo, enquanto o de batimento descendente sugere lesão do forame magno. A manobra de Dix-Hallpike evidencia um nistagmo sem latência, vertical, não fadigável e com duração > 1 min, sem supressão do mesmo com a fixação do olhar. Thompson Ruptura do tendão de Aquiles Sinal característico de ruptura do tendão de Aquiles. Ao comprimir a panturrilha o lado lesionado não provoca a flexão plantar. Lechman Lesão de lig. cruzado anterior Gaveta anterior Lesão ligamento cruzado anterior Gaveta posterior Lesão lig. cruzado posterior Stress valgo Lesão do lig. colateral medial Stress varum Lesão do lig. colateral lateral Mc Murray Lesão de menisco medial Com o paciente em decúbito dorsal flexione o joelho afetado até que o calcanhar quase toque a nádega. Com o polegar e o dedo indicador em ambos os lados do espaço articular do joelho do paciente, prenda o calcanhar com a outra mão. Gire então o pé e a perna lateralmente para testar a face medial do menisco. Mantendo o pé na posição lateral, estique o joelho até um ângulo de 90º para testar a porção anterior do menisco medial. Um clique audível ou palpável (sinal de Mc Murray positivo), indica lesão de estrutura meniscal. Filkenstein Tenossinovite de De Quervain Tendinite do abdutor longo e extensor curto do polegar. Realiza-se o desvio ulnar do punho segurando o polegar fletido. Se positiva, o paciente apresentará dor intensa no lado radial do punho. Raynaud Primário ou Secundário Episódicos eventos representados por vasoconstrição nas artérias digitais, precapilares e shunts arteriovenosos cutâneos devido a uma exagerada resposta vascular a temperaturas frias ou estresse emocional. O Raynaud primário não tem uma causa subjacente, já o secundário a tem (este pode ser chamado de Fenômeno de Raynaud: quando a causa está distante do local e geralmente é bilateral como nas colagenoses, crioglobulinemia, POEMS, Ca, hipotireoidismo. Doença de Raynaud: que geralmente é unilateral ou assimétrico como na TAO, aterosclerose, embolia, desfiladeiro torácico, vasculite). Von Graefe Tireotoxicose O sinal de Von Graefe é um sinal cardinal de tireotoxicose. O retardo palpebral é a incapacidade de a pálpebra superior acompanhar os movimentos oculares para baixo. Babinski Doença do neurônio I O reflexo de Babinski positivo, isto é, a dorsiflexão do hálux com extensão e movimentação dos outros dedos após uma fricção firme da região lateral da planta do pé com um objeto contuso, traduz uma lesão cortico-espinhal, pode ser uni ou bilateral. Pode ser temporário (fase pós comicial de uma convulsão) ou permanente (no dano cortico-espinhal). O reflexo positivo é normal em recém nascidos e em lactentes até os 24 meses de vida. Causas: AVC, encefalopatia hepática, ELA, EM, meningite, paraparesia espática familiar, Tu cerebral, TCE, trauma raquimedular, poliomielite, Tu medula espinhal, ataxia de Friedreich, etc) Hoffmann Doença do neurônio I É o equivalente do sinal de Babinski porém em membros superiores. Indica portanto, lesão cortico-espinhal (neurônio I ou motor superior). É realizado pinçando-se a falange distal do dedo médio, exercendo pressão sobre a unha. Uma resposta positiva é observada com a flexão da falange distal do polegar. Pulso venoso PIC normal 20% dos indivíduos normais não mostram pulso venoso espontâneo, sua ausência não significa, necessariamente, que haja hipertensão intracraniana, mas se o pulso venoso estiver preservado, o diagnóstico de papiledema e hipertensão intracraniana é improvável. Marcus Gunn Neurite óptica Dilatação paradoxal de uma pupila em resposta a estímulos visuais aferentes. Este sinal resulta de lesão do nervo óptico ou disfunção retiniana grave. Todavia a perda de visão do olho afetado é mínima. Ao incidir um foco de luz no olho afetado; observa-se breve dilatação bilateral das pupilas, já ao incidir a luz no olho normal, observa-se constrição pupilar bilateral imediata e persistente. Adie Doença viral Caracteriza-se por uma pupila tonicamente dilatada, com resposta retardada ou ausente tanto à luz quanto à acomodação. Uma vez constringida, ela dilata-se muito lentamente. A lesão pode ser unilateral e pode ser associada com reflexos tendinosos ausentes ou diminuídos bilateralmente além de envolvimento do SNA, quando se denomina síndrome de Adie. Causas: viral ou bacteriana. Argyll-Robertson Neurosífilis Estas pupilas são pequenas, irregulares e não responsivas à luz, mas reagem normalmente à acomodação se a acuidade visual do paciente for adequada. Elas se contraem quando se foca um objeto próximo, mas não se contraem quando se incide uma luz sobre elas. É característica da neurosífilis (3ª), mas também podem ser encontrada no diabetes. São conhecidas como “pupilas das prostitutas” devido a sua associação com a sífilis terciária e pelo mnemônico “se acomodam mas não reagem” Coréia de Sydeham Moléstia Reumática Ocorrem movimentos rápidos, irregulares principalmente em face e membros durante a vigília. Conhecida como “dança de São Vito”. É característico de febre reumática, constituindo-se em um dos critérios maiores para seu diagnóstico. Pode começar sua manifestação de forma lenta e gradual, no entanto diminuem no sono. Tais movimentos podem afetar qualquer músculo, exceto a musculatura extrínseca dos olhos (reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo externo e oblíquo interno). Os trejeitos faciais (caretas) são comuns. Nos casos leves, o paciente pode parecer desajeitado, com alguma dificuldade para vestir-se e alimentar-se. Nos casos graves, pode ser necessário protegê-lo para que não se machuque com os movimentos involuntários dos membros superiores e inferiores. A coréia pode cessar após 4 meses (de forma gradual), mas em alguns casos pode persistir por até 8 meses. É mais comum até os 14 anos. Atetose Lesão extra-piramidal A atetose é um sinal extra-piramidal, caracterizando-se por movimentos involuntários lentos, contínuos e de contorção. É típico atingir rosto, pescoço e as extremidades distais (antebraço, punho e mãos). Piora com estresse e a atividade voluntária. Pode ceder durante o relaxamento e desaparece durante o sono. Às vezes é difícil diferenciar atetose de coréia (daí o termo coreoatetose). No entanto os movimentos atetóides são mais lentos do que os coreiformes. Causas: quando ocorre desde a infância se relaciona com hipóxia no parto, Kernicterus ou uma doença genética (doença de Wilson). Na fase adulta, ocorre por lesões vasculares (infarto cerebral) ou neoplásicas (tumor cerebral), doença degenerativa (Huntigton), intoxicação medicamentosa (levodopa e fenitoína e antipsicóticos), calcificação dos gânglios da base ou hipóxia. Hemibalismo Lesão gânglios da base Lesão do núcleo subtalâmico Hemibalismo é o movimento involuntário abrupto (pode ser violento) e envolve mais a musculatura proximal do que distal (especialmente nas extremidades dos membros superiores). Melhora com o paciente dormindo. Normalmente, o hemibalismo é causado por lesão de várias áreas dos gânglios da base ou no núcleo subtalâmico. Causas: AVC, TCE, ELA, coma hiperosmolar não cetótico, neoplasias, má formação vascular, tuberculomas, placas de demielinização, HIV. Discinesia Tardia Medicamentos É um tipo de discinesia (movimentos repetitivos involuntários e não intensionais) que se manifesta como um efeito colateral do uso a longo prazo ou uso de altas doses de antagonistas da dopamina, geralmente antipsicóticos. Outros antagonistas da dopamina que podem causar discinesia tardia são drogas para transtornos gastrointestinais (como a metoclopramida) e transtornos neurológicos. Enquanto novos antipsicóticos atípicos como a olanzapina e a risperidona aparentam ter menos efeitos distônicos, somente a clozapina demonstrou ter um risco menor de discinesia tardia em comparação com antipsicóticos mais antigos. O termo discinesia tardia foi introduzido em 1964. O efeito das drogas pode ser tardio, significando que a discinesia às vezes continua ou aparece mesmo após as drogas não serem mais utilizadas por um longo tempo. As características deste distúrbio podem incluir protrusão da língua, morder lábios e piscagem rápida dos olhos. Movimentos rápidos das extremidades também podem ocorrer. Também podem ocorrer prejuízo no movimento dos dedos da mão. Fenômeno miotônico Distrofia muscular miotônica (Doença de Steinert) A distrofia muscular miotônica é um distúrbio familiar hereditário transmitido por um gene autossômico dominante. Outros membros da família podem ser afetados, embora em graus variáveis. É mais comum em homens e freqüentemente é prenunciada por miotonia na qual o relaxamento de um músculo após o seu uso é lento e incompleto (fenômeno miotônico), embaraçosamente notável durante um aperto de mão. Outros aspectos associados são atrofia testicular, catarata, senilidade prematura e alopécia causando calvície frontal em ambos os sexos. Reflexo Hepatojugular Insuf. Cardíaca Direita Turgescência das veias jugulares externas (visível ao nível do pescoço), provocada pela pressão exercida sobre o fígado durante alguns segundos; é um indicador de insuficiência ventricular direita (porque o ventrículo direito não é capaz de expelir o excesso de sangue que lhe chega devido à pressão exercida). Associa-se a insuficiência tricúspide. Pulso de Quincke Insuficiência aórtica Quincke - pulsação capilar visível ou na ponta dos dedos com auxilio de luz, ou nos lábios com auxílio de uma lâmina de vidro. Müller Insuficiência Aórtica Dança da úvula. Sinal de Müller Hiporreflexia Hipotireodismo Hiporreflexia em paciente com hipotireoidismo descompensado. Baqueteamento Doenças pulmonares Doenças cardíacas Doenças intestinais O ângulo entre a base ungueal e o ponto onde a unha entra na pele é de cerca de 160 a 180º. Há baqueteamento quando este ângulo aumenta para 180º ou mais. Causas: DPOC, bronquiectasias, fibrose intersticial, abscesso, Tu pulmão ou pleura, ICC, endocardite, má-absorção Oculomotor (III) AVC O nervo oculomotor é responsável pela inervação do músculo reto superior e portanto pela elevação da pálpebra. Movimenta o olho para cima, para baixo e para o meio. Também ajusta a quantidade de luz que entra em cada olho e é responsável pelo foco das lentes. A paralisia ocasiona queda palpebral e desvio do olho para fora além da pupila midriática. Causas: aneurisma da art. comunicante posterior, isquemia do 3º par (vasa nervorum como no DM) ou de tronco, hernia transtentorial por massa intracraniana (hematoma subdural, tumor, abscesso). Trigêmio (V) Causas Abducente (VI) Trauma, tumor, AVC, infecção O nervo abducente é responsável pela inervação do reto lateral do olho e portanto pela abdução do mesmo. A sua lesão ocasiona então perda da abdução do lado lesado. Causas: idiopático (frequentemente), trauma, aumento da PIC, infecção (pode ser por mononeurite multiplex), infecção ou tumor de meninges, EM, carcinoma nasofaríngeo, tumores cerebelares ou pontinos, infarto de ponte, encefalopatia de Wernicke. Facial (VII) Viral O nervo facial é responsável pela inervação dos músculos da expressão facial. Também inerva as glândulas lacrimais e salivares e a parte sensitiva dos 2/3 anteriores da língua. A sua lesão ocasiona paralisia facial, esta podendo ser central (envolvimento de apenas um quadrante da face, portanto conseguindo enrrugar a testa) ou periférica (envolvimento de 2 quadrantes da face, não conseguindo enrugar a testa). A comissura labial se desvia para o lado são. Acessório (XI) Trauma, tumor O nervo acessório é responsável pela rotação da cabeça e elevação dos ombros. A sua lesão ocasiona paresia ou paralisia do ECM e trapézio. Causas: iatrogênica (Bx de linfonodo no triângulo posterior do pescoço), trauma, tumores de base de crânio ou meniges e idiopático. Vago (X) AVC Desmielinização O nervo vago é responsável pelos movimentos das cordas vocais e músculos relacionados com o vômito. Transmite também os impulsos para o coração e músculos lisos dos órgãos viscerais. Quando lesado ocasiona rouquidão, disfonia e disfagia. Pode também ocorrer síncope vasovagal. Causas: atrapamento do nervo laringeo recorrente por tumor de mediastino, herpes zoster, meningite (infecciosa ou carcinomatosa), tumores medulares ou isquemia (síndrome medular lateral) Hipoglosso (XII) Isquemia Tumor O nervo hipoglosso é responsável pela movimentação da língua. Quando lesado ocorre atrofia e fasciculação da língua sendo esta desviada para o lado paralisado. Causas: lesões intra-medulares (tumores, doenças do neurônio motor), trauma cirúrgico (endarterectomia), doenças do neurônio motor (ELA). Romberg Lesão de cordão posterior Teste de Romberg é usado para avaliar as colunas dorsais da medula espinhal (fascículos gracil e cuneiforme), que são essenciais para a propriocepção (localizar a posição das articulações) e sentido vibratório. Um teste Romberg positivo sugere que a ataxia é de natureza sensorial, ou seja, depende da perda da propriocepção. Um teste Romberg negativo sugere que a ataxia é de natureza cerebelar, ou seja, depende de disfunção localizada do cerebelo. O examinador deve pedir para o paciente permanecer em pé com os pés juntos, mãos ao lado do corpo e olhos fechados por um minuto. O examinador deve permanecer perto do paciente por precaução, já que este pode cair ou se machucar. O teste é considerado positivo quando se observa o paciente balançar, balançar irregularmente ou mesmo cair. A característica principal a ser observada é que o paciente se torna mais instável com os olhos fechados. Causas: tabes dorsalis (neurosífilis), doenças que afetam os nervos sensitivos (neuropatias sensoriais periféricas), como a polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória crônica e a ataxia de Friedreich. Brudzinski, Kernig Irritação meníngea Brudzinski: com o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca as mãos atrás do pescoço e levanta a cabeça em direção ao tronco. Se houver irritação meníngea o paciente flexionará o quadril e os joelhos em resposta à flexão passiva da nuca. É um sinal precoce importante de meningite e hemorragia subaracnoidea Kernig: com o paciente em posição supina flexione a perna dele ao nível do quadril e do joelho, então tente estender a perna enquanto você mantém o quadril flexionado. Se o paciente apresentar dor e possivelmente espasmos dos músculos isquiotibiais e resistir a uma maior extensão, pode-se presumir que existe irritação meníngea. Outras causas: hemorragia subaracnoidea, tumor da medula espinhal. Ehlers-Danlos Doença genética do colágeno A síndrome de Ehlers-Danlos ou Cutis elástica é uma doença genética, do tipo autossómico que ocasioa uma defeito no colágeno (por defeito na atividade do procolágeno peptidase ou diminuição de sua resistência). Os pacientes possuem grande frouxidão ligamentar e hipermobilidade óssea, sendo, portanto, facilmente acometidos por doenças ósseas e desvios de coluna. Além disso, há equimoses e cicatrizes em áreas de traumatismo. A pele é fina e translúcida. Exoftalmia Fístula carotídeo-cavernosa Laceração da porção intracavernosa da artéria carótida ou uma de suas ramificações intracavernosas, resultando em uma comunicação direta entre a artéria carótida interna e o seio cavernoso. Clinicamente, isto resulta na produção de um exoftálamo pulsátil e na limitação marcante do movimento extra-ocular do olho afetado. O trauma craniocerebral, especialmente a fratura basilar do crânio, é a causa mais comum desta condição, mas também pode ocorrer espontaneamente ou em associação com doenças que se caracterizam por tecidos conectivos defeituosos, como a síndrome de Ehlers-Danlos. Acromegalia Tumor de hipófise O paciente pode apresentar cristas supra-orbitárias e nucais proeminentes e espessadas, rugas exageradas com aspectos faciais grosseiros, um nariz largo e carnoso, lábios cheios e roliços e uma mandíbula grande ou protuberante (prognatismo). Pode ocorrer hirsutismo com pele espessada e oleosa. Macroglossia, espaço entre os dentes aumentados, lipodistrofia. Tanto as mãos quanto os pés são quadrados, largos e aumentados. Os defeitos de campo visual ocorrem sempre que o tumor hipofisário comprimir o quaisma óptico (hemianopsia bitemporal). Cushing Cushing central Os pacientes tem obesidade, hirsutismo, pletora facial, fácies de “lua cheia”, formação de equimoses e acne. Ainda podemos encontrar perda de cabelo, edema e estrias purpúricas no abdomen. A obesidade é axial com deposição de gordura nas fossas supraclaviculares, nuca (giba de búfalo), mamas, parede abdominal e nádegas. Piparoti Cirrose Piparoti Mioarritmia Doença de Wipple Mioarritmia óculo mastigatória patognomônico de doença de Wipple. Bibliografia • ROSA, AR; et al. Sintomas e Sinais na Prática Médica. Artmed, 2006 • PROFESSIONAL GUIDE SIGNS & SINTOMA, Fourth Edition. Lippincott Williams & Wilkins, 2004. • AFZAL M.M. Atlas de Diagnóstico Clínico. Guanabara Koogan, 1997 • FORBES, C.D e JACKSON, W.F. Atlas Colorido e Texto de Clínica Médica. Manole, 1997 • KLOSTERMANN, G.F e TISCHENDORF, F.W. Diagnóstico Visual. Manole, 1987 www.gesepfepar.com