Eficiência Global dos Equipamentos
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Eficiência Global dos Equipamentos
1 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EFICIÊNCIA GLOBAL DOS EQUIPAMENTOS (OEE): UM ESTUDO DE CASO1 Irene Ferreira Sousa* RESUMO O presente artigo buscou apresentar e tratar as principais relações entre as perdas de equipamento e processos que foram consideradas como capazes de contribuir com as medidas utilizadas para as tomadas de decisões que objetivam serem mais rápidas e confiáveis. A Eficiência Global dos Equipamentos surgiu então como uma importante ferramenta para potencializar a utilização dos equipamentos e do maquinário industrial. Nesse sentido, o foco da análise que segue esteve direcionado para a produtividade dos equipamentos por meio da observação de quebras/falhas e pequenas paradas, visando melhorar a entrega do produto final dentro do planejamento de produção. A realização de um estudo de caso exigiu que fosse realizada uma análise de base no histórico da empresa observada, através do qual foi possível identificar uma linha de produção como piloto para a elaboração dos dados que foram por meio deste estudo descritos e apresentados. PALAVRAS-CHAVE: OEE; Produtividade; Perdas; Entrega; Tomada de Decisão; Eficiência Global dos Equipamentos. INTRODUÇÃO A partir das exigências do mercado em obter os produtos dentro de prazos estabelecidos e acordados, se reafirma, cada vez mais, no cenário empresarial a necessidade de reduzir os intervalos de paradas, assim como realizar uma adequação dos equipamentos para que disponham de um melhor desempenho e 1 Artigo apresentado como um dos requisitos para obtenção do título de graduação no curso de Administração, sob a orientação do Professor Me. Erick Rôso Huber. * Irene Ferreira Sousa, Graduanda em Administração. E-mail:[email protected] Goiânia/2014 2 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO possibilitem a entrega dos produtos aos clientes nas melhores condições possíveis, tornando-as organizações mais competitivas e impactando em seus lucros. Através dos estudos administrativos foram sendo identificados pontos que geram perdas e representam altos custos nos processos produtivos. Nesse sentido, um controle eficaz desses processos pode significar uma estratégia eficiente para alcançar os resultados esperados, a partir de um monitoramento diário que gere um banco de dados com informações seguras. No que condiz ao tratamento da gestão de materiais, destaca-se utilização de uma ferramenta de controle de produção efetiva conhecida como OEE: a eficiência global do equipamento. A eficiência global dos equipamentos de produção é uma ferramenta que demonstra em tempo real os índices de desempenho e perdas dos equipamentos. Dessa forma, esta ferramenta se constitui como um importante mecanismo a ser utilizado pelas empresas industriais, permitindo que as mesmas disponham de um acompanhamento que permita aumentar os níveis dos resultados de produção. Para obter a eficiência operacional efetiva é necessário à implementação de um controle assertivo de dados mapeados durante o funcionamento dos equipamentos, com isso foram adotados métodos de registros de paradas das linhas, onde o operador descreve minuciosamente as intervenções ocorridas durante o processo de produção. Esse registro é feito em planilhas conhecida como Apontamento de Paradas. Este artigo esteve pautado sobre um estudo de caso realizado em uma fábrica de alimentos, mais precisamente em uma linha de produção (atomatados) na cidade de Goiânia, de modo que houve a necessidade de medir com mais segurança e qualidade as perdas em seu processo produtivo. A empresa analisada já trabalha com o OEE como ferramenta de mensuração da eficiência dos equipamentos em outras linhas de produção e sua utilização tem demonstrado impulsionar a produtividade por meio do alcance de excelentes resultados. Goiânia/2014 3 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 1) OVERALL EQUIPMENT EFFECTIVENESS OU EFICIÊNCIA GLOBAL DOS EQUIPAMENTOS 1.1) UM BREVE HISTÓRICO SOBRE O OEE O OEE teve origem no TPM (Total Productive Maintenance) por integrante do TPS (Toyota Production System) e o seu criador, Seiichi Nakajima o desenvolveu como meio de quantificar não apenas o desempenho dos equipamentos, mas também como medidor da melhoria contínua dos equipamentos e processos produtivos. A necessidade da utilização dessa ferramenta deu-se devido a um aquecimento na produção sobre itens de consumo, situação que, por sua vez, exigiu que as indústrias aumentassem a produtividade de seus equipamentos, pois a demanda havia aumentado e nenhuma outra alternativa se mostrava mais eficiente do que a busca pela redução das perdas e paradas dos equipamentos no intuito de aumentar a eficiência e também a quantidade de bens produzidos. Com isso surgiram e foram sendo aperfeiçoadas algumas técnicas que quando implementadas permitiram que a indústria controlasse melhor os processos. Entre essas ferramentas, o OEE colaborou com a implementação de uma administração capaz de monitorar o funcionamento geral dos equipamentos e seus impactos para a produtividade além de identificar as perdas existentes na produção, possibilitando que fossem realizadas melhorias para reduzir as perdas. De acordo com Bariani e Del’Arco Júnior, a ferramenta OEE mede a habilidade do equipamento em produzir consistentemente peças que atendam aos padrões da qualidade dentro de um tempo de ciclo designado e sem interrupções, a Disponibilidade, a desempenho e a taxa de qualidade de uma máquina. Fornece um método para análise das perdas e medição dos resultados das ações tomadas (2006, p.90). Este índice de medição é um dos meios mais utilizados para verificação de eficiência no que diz respeito aos equipamentos, podendo ser utilizado para contribuir com o aumento da produtividade e dos lucros da empresa. Esta relação Goiânia/2014 4 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ocorre porque através da OEE a organização pode realizar a medição da capacidade de produção dos equipamentos. De acordo com Santos e Santos (2007), a eficiência global dos equipamentos é utilizada na metodologia TPM (Total Productive Maintenance), onde é proposto um indicador conhecido na literatura internacional como OEE - Overall Equipment Effectiveness,a Eficiência Global dos Equipamentos. Este indicador é recomendado para grandes empresas onde é produzido um alto volume, de modo que a utilização da capacidade produtiva é de suma importância, pois as paradas podem ocasionar um aumento considerável nos custos de fabricação. Figura 01 - Benefícios e limitações do OEE Fonte: BUSSO (2012, p. 66) 1.3) COMPONENTES DA EFICIÊNCIA GLOBAL DOS EQUIPAMENTOS (OEE) De acordo com Bariani e Del’arco Junior (2006), a composição da Eficiência Operacional OEE é obtida através da multiplicação de três fatores presentes Goiânia/2014 5 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO nos processos aos quais se refere. São eles relacionados com a disponibilidade, a produtividade e a qualidade. OEE = Disponibilidade x Produtividade x Qualidade x100 1) Disponibilidade – Corresponde ao tempo em que o equipamento está disponível para produzir, ou seja, é o tempo real de operação dividido pelo tempo programado. Disponibilidade = Tempo real de operação Tempo programado 2) Produtividade = Corresponde ao tempo durante o qual o equipamento está realmente produzindo, ou seja, o tempo efetivo de produção. Produtividade = _Produção Real_ Capacidade Nominal 3) Qualidade= Fator que indica a relação entre a produção de produtos bons e as perdas por defeito de qualidade. Qualidade = Quantidade de produtos bons_ Quantidade de produtos produzidos 1.4) PERDAS DE PRODUTIVIDADE Para realizar uma classificação detalhada utilizamos a definição das seis grandes perdas que foram identificadas. Nakajima (1989) definiu seis relevantes pontos que podem representar perdas capazes de afetar diretamente na disponibilidade, produtividade e qualidade, que são: Quebras/Falhas, Setup - Troca de produto, Pequenas paradas, Velocidade reduzida, Defeito de qualidade e Perda por rendimento Goiânia/2014 6 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Assim, de acordo com a visão de Hansen (2006) os indicadores de OEE devem ser aplicados primeiramente naqueles pontos que possam significar possíveis grandes perdas, por estarem relacionados a questões fundamentais para a organização, tanto no que diz respeito a produtividade quanto aos demais aspectos financeiros. Figura 02 - Indice do OEE e Respectivas perdas 1) Quebras/Falhas Índice de Disponibilidade 2) Setup/Regulagem OEE 3) Pequenas Paradas Índice de Produtividade 4) Queda de Velocidade Defeitos e Retrabalhos Índice de Qualidade 6) Queda de Rendimento Fonte: Adapatado de Chiaradia, 2004. As quebras, ou falhas, são as paradas que ocorrem durante o processo normal de produção de forma inesperada com necessidade de intervenção para que restabeleça novamente o processo. Acerca dessa questão, Chirardia afirma: As quebras/falhas são caracterizadas pelos momentos que o equipamento fica indisponível, até que se estabeleça uma condição pra que seja possível reiniciar a operação, seja por uma ação da manutenção ou de outro setor. (2004, p. 65) As perdas por SetUp são as paradas que ocorrem para mudança de formato ou ajuste para troca de produto. “É a quantidade de itens que deixa de ser produzida porque a máquina estava sendo preparada e/ou ajustada para fabricação de um novo item”. (MARTINS; LAUGENI 2005, p.469). Goiânia/2014 7 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Perdas por pequenas paradas podem ser entendidas como aquelas que ocorrem no equipamento com maior repetição de frequência, geralmente essas paradas não são investigadas devidas seu impacto não ser considerável. “É a quantidade de itens que deixa de ser produzida em decorrência de pequenas paradas no processo para pequeno ajuste, ou por ociosidades várias, como bate-papo do operador”. (MARTINS; LAUGENI, 2005, p.470). As perdas por velocidade decorrem da redução da velocidade do equipamento em relação à velocidade padrão, isso ocorre devido à necessidade de se produzir com uma velocidade menor, por exemplo pela falta de mão de obra. “Caracteriza se pelo tempo perdido na operação devido ao equipamento estar operando a uma cadência menor do que a originalmente planejada” (SILVA, 2013, p. 77). Perda por defeito e Retrabalho são todas as paradas que ocorrem por problema de qualidade ou retrabalhos referentes à qualidade do produto produzido. “Relacionadas aos volumes desperdiçados de produtos defeituosos e retrabalhados, além do tempo gasto para recuperar produtos para se adequarem aos requisitos de qualidade”. (IUKI, 2010, p. 38). Já as perdas por Start Up são as paradas referentes ao tempo gasto para preparar o início de produção. Este tipo de perda “ocorre no intervalo de tempo entre o momento de inicialização da máquina até o momento atinge o ritmo estável de produção” (SHIROSE, 1992, p. 112). 2) MONITORAMENTO EQUIPAMENTOS (OEE) E CONTROLE DE EFICIÊNCIA GLOBAL DOS Em um cenário globalizado no qual as empresas cada vez mais estão inseridas em uma realidade dinâmica onde as situações se alteram com uma enorme rapidez, é preciso que os gestores estejam atentos aos possíveis caminhos que permitam gerar vantagens competitivas e se estabelecer com excelência no mercado. Goiânia/2014 8 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Nesse sentido, ter o controle sobre as informações referentes ao setor que se pretende acompanhar pode se mostrar uma atividade fundamental para desenvolver e aperfeiçoar questões que não estejam sendo observadas com a merecida atenção. Segundo Bowersox e Closs: As medidas de desempenho na comparação de atividades e processos com metas. Onde o serviço ao cliente deve ser comparado ao desempenho real no último período. Essas medidas devem ser utilizadas frequentemente pela gerência, compreendendo a origem das informações, sendo relativamente mais fácil coletá-las e gerenciá-las (2001, p. 564). O monitoramento e controle de eficiência de equipamentos poderão ocorrer de duas maneiras, através de um programa/software implementado na empresa, ou através de planilhas em Excel utilizadas pelos próprios operadores, onde serão apontadas todas as perdas de produção, utilizando uma planilha mestre definida pela direção da empresa com códigos referente às paradas identificadas no processo produtivo. Taylor (2005) afirma que uma das principais estratégias para a otimização das operações relacionadas à produção é utilização de um estruturado conjunto de medidas de monitoramento do desempenho. Assim, a análise da eficiência dos sistemas produtivos é considerada um tema de relevância para as empresas industriais. Pelo cálculo e monitoramento da eficiência produtiva dos recursos é possível conhecer os seus reais resultados, tendo como objetivo elaborar planos de ação e soluções para os principais motivos de ineficiência da produção. O reconhecimento de pontos falhos nos processos relacionados à questão da produção e dos equipamentos, assim como o desenvolvimento de soluções para os mesmos pode ser fundamental para otimizar os resultados da organização e dessa forma, se reafirma em sua importância para as discussões do saber administrativo (BUSSO, 2012). Goiânia/2014 9 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 3) ESTUDO DE CASO O estudo de caso foi realizado em uma empresa do setor alimentício no estado de Goiás2. O sistema de processo de manufatura aqui estudado trata-se de uma linha de produção contínua e com foco na redução das perdas por quebra/falhas. A justificativa para o desenvolvimento de uma análise enfocada nessa linha de produção se encontra no fato de ter ocorrido um aumento significativo nos apontamentos de paradas realizado pelo operador referente às quebras de equipamento. A seleção da linha estudada foi realizada devido ao fato de se tratar da mais recente linha de produção inserida na indústria observada e também pelo fato de seu processo ser diferente dos demais já existentes na empresa. O equipamento em estudo foi apontado durante os meses de janeiro até setembro com o acompanhamento de OEE como o que mais contribuiu para a eficiência operacional da linha para baixo, devido ao grande número de quebras que ocorreram durante o acompanhamento diário. As interações internas entre os colaboradores vinculados ao setor, além de um controle eficiente sobre as informações relacionadas aos equipamentos utilizados na linha de produção foram de fundamental importância para que o estudo fosse possível, tendo em vista que um monitoramento bem elaborado das informações possibilita a construção de um banco de dados capaz de disponibilizar informações sobre o setor. 2 Como acordado com a organização utilizada para o estudo de caso, o nome da mesma não será divulgado no artigo. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II) foi assinado para fins de documentação. Goiânia/2014 10 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO A investigação acerca dos dados3 4ocorreu a partir da contribuição de seis (06) operadores de máquinas, três (03) supervisores de produção, um (01) analista de produção e um (01) analista de informações. A estrutura de monitoramento e controle dos aspectos condizentes aos equipamentos na linha de produção analisada mantinha uma organização funcional que se utilizava dos seguintes métodos: Os operadores demonstram em uma planilha5 de apontamento de paradas todas as ocorrências que aconteceram na linha de produção e a eficiência operacional obtida; O supervisor assina a planilha concordando com as informações apresentadas pelo operador de máquina; O analista de processo confirma os dados através do sistema operacional utilizado pela empresa (JDE INTERPRISE), no qual são informados os números do código de barra emitidos e a quantidade real produzida; O analista de informação processa essas informações, alimenta uma planilha com todas as paradas apontadas pelo operador e divulga o resultado da OEE e também as principais paradas por e-mails a todas as partes interessadas dentro da organização. Essa divulgação acontece diariamente e apresenta um fechamento mensal. 3.4) PRINCIPAIS RESULTADOS ENCONTRADOS Para a observação dos dados levantados por meio do estudo de caso, é preciso mencionar também que a meta estabelecida para a linha de produção selecionada era de 83% de Eficiência Operacional (OEE). Ou seja, os resultados 3 As informações apresentadas no trabalho foram levantadas no período de Janeiro à Setembro do ano de 2014. 5 Ver planilha 01 que segue em anexo ao final do presente artigo. Goiânia/2014 11 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO encontrados que seguem em exposição através de gráficos devem ser lidos a partir dessa determinação. Gráfico 01 – Acompanhamento de OEE de Janeiro a Setembro % Acompanhamento de OEE Jan à Set 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Jan Fev Mar Abr Mai Jun OEE 80,75% 69,32% 84,94% 81,56% 72,71% 70,8% Jul Ago Set Acm Ano 83,9% 78,93% 80,04% 78,10% Fonte: A autora, a partir do estudo de caso analisado. O Gráfico 01 foi elaborado a partir da observação referente ao desempenho de OEE dos meses de Janeiro a Setembro e permite observar que a organização manteve uma variação percentual de 15.62 entre nível mais elevado, que foi atingido no mês de Março, e o mais baixo, vivenciado em Fevereiro, durante o período estabelecido para observação do estudo de caso. Além disso, é importante mencionar que o mês de Junho foi destacado para uma Análise de Quebras interna, realizada pela própria empresa, com o intuito de otimizar a eficiência operacional, realizando proposições para melhorar as condições de tratamento dos equipamentos. Goiânia/2014 12 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Gráfico 02 – Gráfico de Quebras mês de Junho Quebras dos equipamentos 144:00:00 100:48:00 96:00:00 48:00:00 8:46:00 7:04:00 12:45:00 19:40:00 8:40:00 23:49:0016:05:00 3:59:00 0:00:00 Preparação Central Utilidades Envasadora I Envasadora II Empacotadora Robô Tanques Esteiras TOTAL Fonte: A autora, a partir do estudo de caso analisado. A partir do estudo realizado pela própria empresa sobre as quebras e paradas referentes ao mês de Junho, foi possível observar o elemento responsável pelo maior nível de parada de maquinário na linha de produção analisada. De acordo com o evidenciado pelo Gráfico 02, o equipamento indicado como “Robô” representou um total de 23 horas e 49 minutos de parada na linha de produção durante o mês em observação. Sobre a análise de quebras anteriormente indicada, o Gráfico 03 apresenta ainda as principais causas de parada do equipamento “Robô” utilizado por essa linha de produção. Destacaram-se entre os motivos de parada as razões de Quebras e Falhas e de Pequenas paradas que se mostraram muito mais frequentes do que as demais causas durante período mensal analisado. Goiânia/2014 13 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Gráfico 03 – Causas de parada do equipamento estudado Causas de parada do equipamento estudado 500 HORAS 400 300 200 100 0 Tempos(HS) QUEBRAS/F Pequenas ALHAS Paradas 467 307 Startup Setup Velocidade Produtos defeitosos 189 158 46 40 Fonte: A autora, a partir do estudo de caso analisado. Após identificar estas questões, relacionadas ao equipamento responsável pelo maior tempo de parada, além das possíveis causas dessa relação, a empresa se propôs realizar um reconhecimento que tornasse visíveis as razões para que o equipamento “Robô” fosse apontado como responsável por estes pontos falhos no processo e ainda traçar plano para solucionar os desvios identificados e, assim, aperfeiçoar sua linha de produção. A análise de quebras referente ao mês de Junho, realizada pela empresa, possibilitou que a gestão de equipamentos se adiantasse e realizasse um mapeamento técnico do maquinário “Robô”, indicado como um dos responsáveis pelo maior tempo de parada da linha de produção e, por consequência, um dos mais prejudiciais ao funcionamento e produtividade geral da mesma. O mencionado mapeamento permitiu que fossem indicados os aspectos considerados como responsáveis pelas falhas do equipamento, estas informações podem ser acompanhadas através da que segue. Goiânia/2014 14 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Tabela 01 – Os porquês: identificação das razões para a falha do equipamento Análise dos Porquês Problema: Devido ausência de vacuo a Bomba de vácuo do robo da linha em estudo não pegava pouch A Por quê ? Por quê ? Por quê ? Por quê ? Por quê ? Desarme da bomba de vácuo Travamento do rotor com a palheta Quebra da palheta Desgaste do material Falha manutenção Fonte: Material disponibilizado pela empresa analisada. Ao definirem quais eram os principais pontos que precisam ser geridos com mais atenção, os responsáveis pelo setor elaboraram também um plano de ação com o objetivo de aperfeiçoar o funcionamento deste equipamento, atribuindo tarefas específicas aos colaboradores, no intuito de suprimir os pontos falhos apresentados pela Tabela 01. O plano de ação desenvolvido pela organização e demonstrado pela Tabela 02 selecionou e atribuiu a alguns dos funcionários a execução préestabelecida de atividades com o intuito realizar uma manutenção preventiva dos aspectos que foram encontrados como possíveis razões para que o uso do equipamento estivesse limitado em seu potencial. Dessa forma, para a empresa, especificamente na linha de produção analisada, a estruturação de uma análise de OEE se mostrou fundamental para o reconhecimento de características que podem ser melhoradas e gerar impactos positivos nos resultados de sua produtividade. Goiânia/2014 15 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Tabela 02 – Plano de ação traçado para otimizar a utilização do equipamento6 Fonte: Material disponibilizado pela empresa analisada. 6 Referente aos nomes expostos na coluna “QUEM”, é importante mencionar que são fictícios. Goiânia/2014 16 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Os medidores de desempenho são elementos de fundamental importância para a administração, de uma maneira geral. Independente da área em que estejam sendo aplicados dentro de uma empresa, estes indicadores são capazes de revelar características que, se otimizadas, podem representar ganhos estão deixando de ser desenvolvidos. No que diz respeito à Eficiência dos Equipamentos, o Overall Equipment Effectiveness (OEE) demonstra ser, tanto em termos teóricos, quanto práticos, um dos mais importantes medidores utilizados para o setor. Como apresentado no desenvolvimento da presente investigação, o OEE permite relacionar aspectos falhos no processo produtivo que podem significar perdas para a empresa, tanto em sua produtividade, quanto em seu relacionamento com seus clientes, pois estes aspectos problemáticos referentes aos equipamentos prejudicam diretamente a capacidade de uma empresa cumprir com as condições de prazo e até mesmo de qualidade acordadas com o consumidor. Nesse sentido, através de um estudo de caso, a análise desenvolvida pretendeu demonstrar, com resultados práticos, como um monitoramento de OEE pode ser eficiente dentro do processo produtivo total de uma organização cuja produtividade depende diretamente do melhor aproveitamento de seu equipamento e maquinário. Com a realização da análise de um caso empírico foi possível observar que a participação dos colaboradores no processo é fundamental para que a empresa disponha de um processamento de informação eficiente. As interações de monitoramento e notificação se mostraram fundamentais para que a empresa disponibilizasse um banco de dados relativos ao funcionamento do equipamento. Isso pôde ser evidenciado pela facilidade com que a obtenção das informações utilizadas no presente estudo foi realizada. Por fim, referente ao caso selecionado para o desenvolvimento do artigo a utilização da ferramenta de OEE no processo de produção demonstrou uma enorme Goiânia/2014 17 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO capacidade de direcionar a linha de produção observada para a tomada de decisões relacionadas ao desenvolvimento contínuo de melhorias e melhores aproveitamentos do equipamento utilizado. Como nos mais diversos setores dentro de uma organização o OEE é uma ferramenta capaz de gerar informações relevantes para a empresa, mas seu potencial alcança patamares ainda mais elevados quando associada a outras técnicas que visem a otimização dos resultados. Esta questão pôde ser demonstrada no estudo de caso, tendo-se em vista que os resultados do OEE influenciaram também as equipes no aspecto condizente à estruturação de métodos voltados para a garantia da melhoria continua não apenas dos equipamentos, mas do processo produtivo como um todo. ABSTRACT This paper aims to present and treat the main relationships between loss of equipment and processes that were considered to be able to contribute to the measures used for decision-making aimed to be faster and more reliable. Global Efficiency Equipment then emerged as an important tool to enhance the use of equipment and industrial machinery. In this sense, the focus of this analysis was directed to the productivity of equipment by observing breaks, faults and short breaks, to improve the delivery of the final product within the production planning. The a case studied required the enactment of a base analysis in the history of the company observed, by which it was possible to identify a production line as a pilot for the preparation of data that has been through this study described and presented. Keywords: OEE; Productivity; Losses; Delivery; Decision Making; Global Efficiency of Equipment. Goiânia/2014 18 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NOTAS EXPLICATIVAS Dedico este trabalho aos meus pais e ao meu esposo pelo apoio e compreensão. Agradeço a todos que de maneira direta ou indireta contribuíram com o meu aprendizado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARIANI, L.& DEL’ARCO JÚNIOR, A.P. 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BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ Prof. Me. Erick Rôso Huber Orientador ______________________________________________________ Profª. Esp. Susana Carla Gabriel de Almeida e Alves Faculdade Padrão Goiânia/2014 21 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ANEXO I APONTAMENTO DE PARADAS Código Descrição do Produto Produção 1°T (cx) Produção 2°T (cx) Produção 3°T (cx) Código: Produto A Produto A Produto A Produto A Linha: Produto B Produto B Produto B Produto B Data: Produto C Produto C Produto C Produto C Turno Operadores Tempo Operacional (min.) Tempo de paradas (min.) Tempo efetivo (min.) OEE Produção r Assinatu Supervisor ou de Turn A B C Hora Inicio CÓD. MOTIVO EQUIPAMENTO SUBCONJUNTO HORA FIM DURAÇÃO(min.) FREQ. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA (detalhar ao máximo os fatos ocorridos e sempre perguntar o porquê da parada) Planilha 01 – Apontamento de paradas Fonte: Material disponibilizado pela empresa analisada. Goiânia/2014 Assinatura mantenedo paradas ED 22 ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIAS – AECG FACULDADE PADRÃO III DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ANEXO II Goiânia/2014
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