rodrigues - daroncho
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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE PAULO BEZERRA RODRIGUES Estudo sobre a modernização da malha da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos: resultados operacionais São Paulo 2011 Estudo sobre a modernização da malha da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos: resultados operacionais Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sob a orientação do Professor Me. Célio Daroncho, como requisito parcial para a obtenção do diploma de Graduação no Curso de Tecnologia em Logística e Transportes. São Paulo 2011 RODRIGUES, Paulo Bezerra Estudo sobre a modernização da malha da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos: resultados operacionais / Paulo Bezerra Rodrigues – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2011 116 p. Orientador: Me. Célio Daroncho Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste 1. Transporte metropolitano. 2. Rede de transporte. 3. Modernização. RODRIGUES, Paulo Bezerra Estudo sobre a modernização da malha da CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos: resultados operacionais Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística e Transporte na Faculdade de Tecnologia da Zona Leste como requerido parcial para obter o título de Tecnólogo em Logística e Transporte. Orientador: Professor Me. Célio Daroncho Banca Examinadora Prof. Me. Célio Daroncho Instituição: Fatec Zona Leste Julgamento: _________________________ Assinatura: ____________________ Prof. Dr. ou Me. ______________________ Instituição: ____________________ Julgamento: _________________________ Assinatura: ____________________ Prof. Dr. ou Me _______________________ Instituição: ____________________ Julgamento: _________________________ Assinatura: ____________________ São Paulo, ____ de _______________ de 2011. Dedico este trabalho a todos os ferroviários deste país, que com sua garra e dedicação, transformam cada vez mais em realidade o sonho de colocar o Brasil nos trilhos. AGRADECIMENTOS Só Deus sabe o que passei para até chegar aqui. Momentos de lutas, de provas e de dor, mas também períodos de alegria e contentamento, momentos estes que prevalecem sempre, por maiores que sejam os obstáculos. Agradeço a Ele por tudo que tem me proporcionado, não apenas na concretização deste trabalho, mas também na minha vida. Agradeço especialmente a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), através de sua Gerência de Planejamento de Transportes (GPT), representados pelos Sres. Rodrigo Sartoratto e Francis Régis da Silva, e ao Afonso Antero, do Setor de Atendimento ao Usuário (SAU), pela colaboração na concretização desta monografia, seja através de concessão de informações e dados como pela explicação e atenção constantes. E a companhia como um todo, por proporcionar a realização de visitas técnicas e apresentar os bastidores da empresa. Aos colegas do fórum ferroviário TGVBR, pois lá é que comecei a criar o gosto e a paixão pela ferrovia, além de colher muitas informações sobre o transporte ferroviário. Ao grupo dos “repetentes”, colegas de sala representados pelos Sres. Elton Taveira, João Mattos, Francisco Mazzoni, Everton Alves, Diego Afonso e Luciano Monteiro, que juntos damos muitas risadas e compartilhamos diversas experiências. Nesse grupo também se inclui as novas integrantes Roberta Morais e Josilene Aquino. A colega Andressa Tadeu, pelo apoio prestado ao longo do curso e que atualmente não tenho mais contato. Tomara que um dia possamos voltar à boa amizade que tínhamos antes. Aos meus pais, Francisco e Cecília, que me suportaram e aturaram a minha exigência, o meu mau humor e pelo auxílio ao longo desta jornada. Ao Professor Me. Célio Daroncho, que me orientou e esclareceu diversas dúvidas referentes às ações que deveriam ser tomados para a concretização do préprojeto em monografia. A todos, que direto ou indiretamente, não impediram a conclusão deste trabalho. “Em vez de jogar pedras no passado, vamos aproveitar todas as pedras disponíveis para construir o futuro.” Trecho do discurso “A hora da verdade”, em ocasião da posse do presidente Emílio Garrastazu Médici, em 07 de outubro de 1969. RODRIGUES, Paulo Bezerra. Estudo sobre a modernização da malha da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos: resultados operacionais. 116 p. Monografia (Graduação em Logística). Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2011. O transporte público nas grandes metrópoles mundiais é o principal agente indutor da mobilidade urbana. Dentre os diversos modos de transporte coletivo, o transporte metroferroviário é o meio mais rápido e eficaz. A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), não fugindo a regra, tem a sua disposição uma malha ferroviária (ainda que limitada às suas necessidades) que atinge diversos quadrantes do território e encontra-se em processo de modernização. Esta modernização visa ampliar a capacidade de utilização da malha, refletindo diretamente na oferta de lugares em suas linhas e redução dos intervalos entre os trens, principalmente nos horários de pico. O objetivo desta monografia é mostrar quais os resultados que a modernização da malha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) irá proporcionar (do ponto de vista operacional), elencar as ações em curso e os resultados previstos a serem alcançados com a efetiva modernização. Resultados estes que já podem ser notados, como o aumento do número de passageiros transportados e a consolidação da malha da CPTM como uma rede de transporte integrado. Palavras-chave: Transporte metropolitano; rede de transporte; modernização. RODRIGUES, Paulo Bezerra. Study on modernitazion of the mest CPTM – Paulista Metropolitan Trains Company: operating results. 116 p. Monograph (Graduation in Logistics). Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2011. Public transport in big cities in the world is the main inducing agent of urban mobility. Among the various modes of transportation, transport metroferroviário is the fastest and most effective. The Metropolitan Region of São Paulo (RMSP), not fleeing the rule, has at its disposal a railway (though limited to their needs), which affects many quarters of the territory and is in the process of modernization. This upgrade aims to increase the usability of the network, reflecting directly the offer of places on their lines and reduce intervals between trains, especially during peak hours. The purpose of this monograph is to show the results that the modernization of the braid CPTM (Paulista Metropolitan Trains Company) will provide (the operational point of view), listing the actions underway and expected results to be achieved with the effective modernization. That these results can be noticed, such as increasing the number of passengers carried and the consolidation of the mesh as a CPTM integrated transport network. Key words: Metropolitan transportation; transport network; modernization. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Capacidades dos modos de transporte público urbano. ........................... 21 Figura 2 - Região Metropolitana de São Paulo: municípios e sub-regiões. ............... 32 Figura 3 - Trem de subúrbio da FEPASA na estação de Itapevi, 1977. .................... 37 Figura 4 - Mapa do município de São Paulo dividido em oito áreas operacionais. ... 39 Figura 5 - Visualização gráfica do Sistema de Monitoramento do Transporte - Olho Vivo. .......................................................................................................................... 41 Figura 6 - Transporte Metropolitano na RMSP, 2010. ............................................... 43 Figura 7 - Pingentes ferroviários no trem série 4.400, no sistema leste, s/d. ............ 58 Figura 8 - Trem Unidade Elétrico Série 4.400, com pintura proveniente do PQMR I, s/d. ............................................................................................................................ 60 Figura 9 - Trem série 2.100 alinhado na estação Guapituba..................................... 60 Figura 10 – Mapa com o esquema operacional do Projeto Integração Centro. ........ 62 Figura 11 - Mapa da extensão da linha 9 - Esmeralda, até o bairro de Varginha...... 68 Figura 12 - Mapa do trajeto do VLT ligando a linha 8 ao bairro de Alphaville. .......... 69 Figura 13 - Traçado do VLT Guarulhos – ABC.......................................................... 70 Figura 14 - Traçado da linha 13 - Jade (Trem de Guarulhos). .................................. 71 Figura 15 - Traçado do Expresso ABC. ..................................................................... 73 Figura 16 - Traçado do Expresso Oeste - Sul. .......................................................... 74 Figura 17 - Posição atual das estações Lapa da linha 7 e Lapa da linha 8. .............. 76 Figura 18 - Proposta de unificação da estação Lapa. ............................................... 76 Figura 19 - Vista área da Estação da Luz, com o abrigo de manutenção ao fundo. . 77 Figura 20 - Concepção de implantação do complexo Nova Luz. .............................. 77 Figura 21 - Esquema operacional projetado dos diferentes serviços ferroviários na Nova Luz. .................................................................................................................. 78 Figura 22 - Pátio ferroviário de cargas de Jundiaí, operado pela MRS Logística. ..... 82 Figura 23 – Trem metropolitano aguardando passagem do trem cargueiro em Calmon Viana. ........................................................................................................... 83 Figura 24 - Trem de carga geral próximo a estação Francisco Morato. .................... 83 Figura 25 - Composição da MRS em tráfego nas proximidades da estação da Luz. 84 Figura 26 – Vão notável entre trem e plataforma na estação Campo Limpo Paulista. .................................................................................................................................. 84 Figura 27 - Alternativas para a eliminação do gargalo ferroviário da RMSP. ............ 87 Figura 28 - Rede de trens urbanos operados pela Supervia, s/d. ............................. 99 Figura 29 - Sistema Estrutural Integrado - SEI - da Região Metropolitana do Recife, 2004. ....................................................................................................................... 100 Figura 30 - Rede de metrô e trens urbanos na área central de Toronto, Canadá, s/d. ................................................................................................................................ 101 Figura 31 - Densidade de viagens na RMSP em 1997. .......................................... 102 Figura 32 - Densidade de empregos por habitante na RMSP em 1997. ................. 102 Figura 33 - Renda familiar em 1997 na RMSP. ....................................................... 103 Figura 34 - Panorama urbano da RMSP em 1997. ................................................. 103 Figura 35 - Simulação de viagens por habitantes para o horizonte 2020. ............... 104 Figura 36 - Rede aberta do PITU 2020. .................................................................. 104 Figura 37 - PITU 2020: Rede densa. ....................................................................... 105 Figura 38 - Rede de transportes do PITU 2025....................................................... 106 Figura 39 - Atendimento CPTM: cenário 2010. ....................................................... 113 Figura 40 - Atendimento CPTM: cenário 2014. ....................................................... 113 Figura 41 - Atendimento CPTM: cenário 2020. ....................................................... 114 Figura 42 - Atendimento CPTM: cenário 2025. ....................................................... 114 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Comparativo entre os modos de transporte coletivo urbano...................22 Quadro 2 – Formas de priorização do transporte coletivo por ônibus: vantagens e desvantagens.............................................................................................................23 Quadro 3 – Terminais da cidade de São Paulo.........................................................40 Quadro 4 – Estações da CMSP.................................................................................44 Quadro 5 – Integração Metrô-SP e CPTM.................................................................44 Quadro 6 – Integração Metrô-SP com ônibus municipais e intermunicipais............................................................................................................44 Quadro 7 – Estações de Integração da CPTM com ônibus municipais e intermunicipais............................................................................................................47 Quadro 8 – Divisão das estações da CPTM por linha e município............................48 Quadro 9 – Cronograma previsto de implantação da linha 9 até Varginha...............68 Quadro 10 – Cronograma previsto de implantação do VLT de Alphaville.................69 Quadro 11 – Cronograma previsto de implantação do VLT Guarulhos-ABC.............71 Quadro 12 – Cronograma previsto de implantação do trem de Guarulhos................72 Quadro 13 – Cronograma previsto de implantação do Expresso ABC......................73 Quadro 14 – Cronograma previsto de implantação do Expresso Oeste – Sul...........74 Quadro 15 – Características técnicas operacionais do transporte ferroviário de carga e passageiros.............................................................................................................82 Quadro 16 – Projeções de concretização das ações relacionadas ao Ferroanel de São Paulo...................................................................................................................88 Quadro 17 – Intervenções: Linha 7 – Rubi...............................................................107 Quadro 18 – Intervenções: Linha 8 – Diamante.......................................................108 Quadro 19 – Intervenções: Linha 9– Esmeralda......................................................109 Quadro 20 – Intervenções: Linha 10 – Turquesa.....................................................110 Quadro 21 – Intervenções: Linha 11 – Coral ...........................................................111 Quadro 22 – Intervenções: Linha 12 – Safira...........................................................112 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Comprimentos e capacidades dos veículos do modo ônibus ................... 22 Tabela 2 - Corredores de Ônibus da cidade de São Paulo ....................................... 40 Tabela 3 - Características Gerais da CMSP.............................................................. 42 Tabela 4 - Integrações na CMSP .............................................................................. 45 Tabela 5 - Características da frota de trens - CMSP ................................................. 45 Tabela 6 - Oferta e demanda - CMSP ....................................................................... 46 Tabela 7 - Características Gerais da CPTM .............................................................. 46 Tabela 8 – Quantidade de TUEs por linha: Linhas 7 – Rubi, 8 – Diamante e 9 Esmeralda ................................................................................................................. 49 Tabela 9 - Quantidade de TUEs por linha: Linhas 10 – Turquesa, 11 – Coral e 12 Safira ......................................................................................................................... 49 Tabela 10 - Frota de Trens da CPTM ........................................................................ 50 Tabela 11 - Dados operacionais da CPTM - 2010 .................................................... 51 Tabela 12 - Resultados operacionais: Linha 7 - Rubi ................................................ 78 Tabela 13 - Resultados operacionais: Linha 8 - Diamante ........................................ 78 Tabela 14 - Resultados operacionais: Linha 9 - Esmeralda ...................................... 79 Tabela 15 - Resultados Operacionais: Linha 10 - Turquesa ..................................... 79 Tabela 16 - Resultados Operacionais: Linha 11 - Coral ............................................ 79 Tabela 17 - Resultados Operacionais: Linha 12 - Safira ........................................... 79 Tabela 18 - MDU por linha e serviço da CPTM: simulação com horizonte 2025....... 80 Tabela 19 - Distribuição do fluxo de cargas na RMSP .............................................. 85 LISTA DE SIGLAS ALL - América Latina Logística S.A. AMV - Aparelho de Mudança de Via AEAMESP - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô NTU - Associação Nacional das Empresas de Transporte Público Urbano ATC - Automatic Train Control ATO - Automatic Train Operation ATS - Automatic Train Stop BIT - Banco de Informações e Mapas de Transportes BART - Bay Área Rapid Transit BRT - Bus Rapid Transit CCO - Centro de Controle Operacional CLI - Centros Integrados Logísticos CBTC - Communications-Based Train Control CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos CMSP - Companhia do Metropolitano de São Paulo CMTC - Companhia Municipal de Transportes Coletivos CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CNT - Confederação Nacional do Transporte CTC - Controle de Tráfego Centralizado DRM - Diretoria Regional Metropolitana EMTU - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos EFCB - Estrada de Ferro Central do Brasil EFSJ - Estrada de Ferro Santos a Jundiaí EFS - Estrada de Ferro Sorocabana FERROBAN - Ferrovia Bandeirante S.A. FEPASA - Ferrovia Paulista S.A. GEM - Grupo Executivo do Metropolitano MDU - Média por dia útil Metrô-SP - Metrô de São Paulo PITU - Plano Integrado de Transportes Urbanos PQMR - Plano Quinquenal do Material Rodante PEA - População Economicamente Ativa PCP - Posto de Comando de Pátio PIB - Produto Interno Bruto RENFE - Red Nacional de Ferrocarriles Españoles RER - Railway Express Regional RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A. RMSP - Região Metropolitana de São Paulo SPR - São Paulo Railway SPTRANS - São Paulo Transporte S.A. STM - Secretaria dos Transportes Metropolitanos SSC - Sistema de Sinalização e Controle SEI - Sistema Estrutural Integrado STU/SP - Superintendência de Trens Urbanos de São Paulo USP - Universidade de São Paulo VAL - Veículo Automático Leve VLP - Veículo Leve sobre Pneus VLT - Veículo Leve sobre Trilhos SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16 2 TRANSPORTE PÚBLICO URBANO .................................................................. 18 2.1 Histórico ....................................................................................................... 18 2.2 Modalidades de Transporte Urbano ............................................................. 19 2.3 Modos de Transporte Coletivo Urbano......................................................... 20 2.3.1 Ônibus ................................................................................................... 20 2.3.2 Metrô Pesado ........................................................................................ 22 2.3.3 Metrô Leve ............................................................................................. 24 2.3.4 Trem Urbano.......................................................................................... 24 2.3.5 VLT – Veículo Leve sobre Trilhos .......................................................... 25 2.3.6 VLP – Veículo Leve sobre Pneus .......................................................... 26 2.3.7 BRT – Bus Rapid Transit ....................................................................... 26 2.3.8 Monotrilho .............................................................................................. 26 2.3.9 Teleférico ............................................................................................... 27 2.4 2.4.1 Linhas de Transporte Público ................................................................ 27 2.4.2 Redes de Transporte Público ................................................................ 28 2.5 3 Linhas e Redes de Transporte Público ........................................................ 27 Integração no Transporte Público Urbano.................................................... 29 TRANSPORTE PÚBLICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO .. 31 3.1 A Região Metropolitana de São Paulo ......................................................... 31 3.2 Sistemas de Transportes Coletivos na RMSP ............................................. 32 3.3 Histórico do modal rodoviário na cidade de São Paulo ................................ 33 3.4 Histórico do modal ferroviário na RMSP ...................................................... 34 3.5 São Paulo Transporte S.A. – SPTRANS ...................................................... 38 3.6 STM – Secretaria dos Transportes Metropolitanos ...................................... 41 3.6.1 Companhia do Metropolitano de São Paulo – CMSP ............................ 42 3.6.2 Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM ......................... 46 3.6.3 Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU .................... 51 3.7 4 PITU – Plano Integrado de Transportes Urbanos ........................................ 53 A MODERNIZAÇÃO DA MALHA DA CPTM ...................................................... 57 4.1 Antecedentes da modernização ................................................................... 57 4.2 O início da modernização (1995 – 2001) ..................................................... 59 4.2.1 PQMR I e aquisição de trens ................................................................. 59 4.2.2 Projeto Sul de Trens Metropolitanos...................................................... 60 4.2.3 Integração Centro .................................................................................. 61 4.2.4 Expresso Leste ...................................................................................... 62 4.3 Modernização – 2ª Fase (2005 – 2010) ....................................................... 63 4.3.1 Extensão da linha 9 – Esmeralda .......................................................... 65 4.3.2 Recapacitação da Linha 12 – Safira ...................................................... 66 4.3.3 PQMR II e aquisição de trens ................................................................ 66 4.4 Projetos da companhia e resultados esperados .......................................... 67 4.5 A modernização e o compartilhamento de vias com a MRS Logística S.A. . 80 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 92 ANEXOS ................................................................................................................... 99 Anexo A – Redes de Transporte Público ............................................................... 99 Anexo B – Mapas do PITU 2020 e 2025 ............................................................. 102 Anexo C – Ações da modernização da malha da CPTM ..................................... 107 Anexo D – Cenários de atendimento e intervalos previstos: Período 2010-2025 113 16 1 INTRODUÇÃO Com o elevado número de veículos automotores em circulação, a mobilidade urbana nas metrópoles e aglomerados urbanos tende a piorar, em virtude dos longos congestionamentos, além de contribuir para a poluição atmosférica. É atribuído ao transporte público de passageiros o principal fator de mobilidade urbana, em face de sua elevada capacidade de deslocamento. Para que a mobilidade urbana seja uma realidade, os diversos modos de transporte coletivo devem operar de forma integrada, como os ônibus, trens urbanos e metrôs. Com a economia brasileira aquecida e a adoção de políticas para a integração dos diferentes modos que atendem o transporte coletivo, registrou-se aumento considerável na demanda por transporte de passageiros, na Região Metropolitana de São Paulo (KOCHEN, 2008). Segundo a Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo – AEAMESP, os baixos investimentos e a falta de uma política governamental envolvendo, em conjunto, os deslocamentos diários da população e a localização dos empregos e equipamentos públicos contribuíram para que os atuais sistemas de transporte público operem no limite de suas capacidades, principalmente nos horários de pico. Para que um sistema seja bem administrado e tenha condições de atender a demanda de usuários, e necessário um planejamento das ações a serem tomadas. Neste contexto encontra-se inserido o Plano de Integrado de Transportes Urbanos – PITU, com horizonte para 2020. O PITU relata um conjunto de ações a ser tomadas, visando capacitar a Região Metropolitana de São Paulo de uma rede de transporte capaz de promover a mobilidade urbana. Foi editado em 1999, e serve como referência para os investimentos do setor público no segmento (SÃO PAULO, 1999). Em 2005, a STM (Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo) promoveu uma revisão no plano, com projeções para 2025. Dentre estas intervenções, a modernização do sistema ferroviário operado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) é um dos principais pilares deste processo. É a remodelação do mesmo, qualificando-o a operar em padrão de metrô de 17 superfície – com a execução de melhorias em sistemas de rede aérea, controle de tráfego e material rodante, visando reduzir os intervalos entre as composições e aumentando a oferta de lugares, principalmente nos horários de pico. Só um moderno sistema metroferroviário - comparável a de grandes metrópoles mundiais – é capaz de conceber a São Paulo condições propícias de mobilidade urbana. A problemática desta monografia é executar uma análise comparativa entre às intervenções indicadas pelo PITU na malha da CPTM, desde 1999 até o presente momento, considerando as projeções para 2025. As ações implementadas neste período contribuíram (ou contribuirá) para a melhoria do nível de serviço (do atual trem metropolitano para atendimento semelhante aos sistemas metroviários) da CPTM? Verifica-se que as ações já tomadas para a modernização da malha, compreendidas no período 1999 – 2011, ainda são insuficientes para qualificar a operação de suas linhas em metrô de superfície e às necessidades da 5ª maior metrópole do mundo, ora pelo crescimento galopante da demanda como pelos programas de investimentos governamentais, que sempre são suscetíveis a readequações e mudanças de prioridades. Comparar as ações já empreendidas na malha da CPTM na RMSP desde 1999 e relatar um conjunto de ações previstas no PITU para o horizonte 2025 é o objetivo geral deste estudo. Já os objetivos específicos traduzem-se em mapear as ações indicadas pelo PITU (em ambas as versões: 1999 e 2005) até o presente momento nas operações das linhas de trem metropolitano, descrever o atual estado da malha ferroviária e atendimento da empresa na RMSP. A metodologia empregada neste trabalho resume-se a pesquisa bibliográfica, utilizando-se de publicações (tanto impressas como eletrônicas) da área de transportes públicos a partir do lançamento do PITU 2020, além de observação visual (pesquisa de campo) de tais intervenções, com vistas à comprovação das informações encontradas nos meios impressos. 18 2 TRANSPORTE PÚBLICO URBANO O grau de desenvolvimento econômico de uma cidade está diretamente ligado à infraestrutura viária e de transportes, seja para deslocamentos de cargas, como de passageiros. Para Ferraz e Torres (2004, p.1), a mobilidade urbana [...] é, sem dúvida, o elemento balizador do desenvolvimento urbano. Proporcionar uma adequada mobilidade para todas as classes sociais constitui uma ação essencial no processo de desenvolvimento econômico e social das cidades. Segundo Passos (2010), a mobilidade urbana é uma questão prioritária, pois aproximadamente metade da população do planeta reside em áreas urbanas e o crescimento deste índice é acentuado. Pinto (2010) enfatiza que o transporte coletivo é realizado em áreas urbanas. O transporte coletivo apresenta vantagens, pois é o modo que apresenta o menor custo unitário, promove a democratização da mobilidade urbana é configura-se como uma alternativa ao uso do automóvel, oferecendo segurança aos deslocamentos dos usuários. A rigidez de horários, total falta de flexibilidade, necessidade de transferências entre as linhas e modos, menor velocidade média operacional (devido às paradas de embarque e desembarque) e a necessidade de espera pelo transporte são as principais desvantagens do transporte público. Conforme Branco (2011), o transporte público urbano apresenta caráter democrático – pois atende aos cidadãos que não dispõem de recursos para sua locomoção, além de prover áreas com grande densidade populacional; e racional, já que gera menos ocupação do solo. Nos tópicos seguintes, será explanado o histórico do transporte coletivo urbano, os modos mais utilizados, a conceituação de linhas e redes de transporte coletivo, além da integração entre os modos. 2.1 Histórico Ferraz e Torres (2004) descrevem o histórico do transporte coletivo urbano, desde a utilização de carruagens até o advento dos trens metropolitanos e metrôs. Os primeiros indícios de uma organização no deslocamento de pessoas datam do século 17, quando o matemático francês Blaise Pascal organiza diversas 19 carruagens, com itinerário e horário pré-estabelecidos. Em 1798, na França, surgem as carruagens de maior capacidade, com velocidade operacional baixa: 5 km/h. Após a Revolução Industrial, diversas cidades da Europa disponibilizavam este modo de transporte. Na cidade de Nova York, em 1832, foram criados os bondes com tração animal. A vantagem deste modo para as carruagens longas eram as rodas de aço, diminuindo o atrito e aumentando a velocidade operacional. Os bondes com tração mecânica – inicialmente com cabos – aparecem em 1873, na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. Merecem destaque por apresentarem velocidade superior, comparados aos seus antecessores: 15 km/h. Só em 1888 são introduzidos os bondes elétricos com tração mecânica alimentada por rede elétrica suspensa. No século 19, entram em cena os primeiros ônibus com tração mecânica, movidos à gasolina, em cidades da França, Inglaterra e Alemanha. O primeiro modelo a gasolina surgiu em 1905, nos Estados Unidos, e em 1920, os ônibus movidos a óleo diesel. Com o passar do tempo, o ônibus passou por diversos avanços tecnológicos, sendo um dos veículos mais utilizados para transporte público. Entre 1920 e 1950, os trólebus (ônibus elétricos) são introduzidos em sistemas de diversas cidades americanas, porém desde 1901 esta modalidade já existia em Paris. No Brasil, a primeira linha de trólebus foi implantada em 1949, na cidade de São Paulo (NTU, 1997). Lenner e NTU (2011) relatam que o modal ferroviário também contribui de forma significativa neste processo de desenvolvimento. Na segunda metade do século 19, nos horários de maior movimento – ida e volta do trabalho, locomotivas a vapor tracionavam composições de passageiros, na Europa. Só em 1863, na cidade de Londres, é construída a primeira linha ferroviária subterrânea, com o objetivo inicial de descongestionar o centro da cidade. Paris inaugura sua primeira linha de metrô em 1900, com carros de madeira. Na cidade de Nova York, em 1868, é implantada a primeira linha elevada de transporte ferroviário de passageiros. O metrô – derivação de metropolitano – toma impulso na década de 1930 2.2 Modalidades de Transporte Urbano Para Ferraz e Torres (2004), os modos de transporte urbano podem ser divididos em três grandes grupos: individual, público ou de massa, e semipúblico. 20 O transporte individual caracteriza-se pelo fato de o veículo pertencer a um particular. Há total flexibilidade no trajeto e nos horários de partida e chegada. Os deslocamentos a pé, de bicicleta, com carros e até montados em animais são exemplos de transporte individual. Já no transporte semipúblico, o veículo é utilizado por um grupo de indivíduos e apresentam horários e rotas adaptáveis. O veículo é de propriedade de uma empresa ou de um grupo de pessoas. Integram este conjunto os taxis, mototaxis e ônibus fretados. Itinerário pré-estabelecido, veículos pertencentes a uma empresa concessionária ou permissionária e ausência de flexibilidade de horário e trajeto são as características do modo público ou de massa. Alguns dos representantes desta divisão: ônibus, bondes, pré-metrô, trem suburbano. 2.3 Modos de Transporte Coletivo Urbano Dentre os diversos modos de transporte público existentes, os mais utilizados são: Ônibus, Metrô, Trem Metropolitano, VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, BRT – Bus Transit Rapid (Corredor de Ônibus Rápido), Monotrilho, VLP – Veículo Leve sobre Pneus. Outros modos, porém menos influentes, ainda são utilizados, como o teleférico. Cada um deles possui características variáveis entre si como a capacidade de transporte, o custo de implantação e operação do sistema. Passos (2010) registra que as cidades devem disponibilizar aos seus cidadãos uma rede de transporte capaz de atender às suas necessidades de deslocamentos. Alouche (2009) complementa esta visão, afirmando que cada modo de transporte público possui o seu papel e espaço na mobilidade urbana. A figura 1 e o quadro 1 representam, de forma sucinta, a comparação entre as diversas modalidades de transporte público, em diversos quesitos. A seguir, os diferentes modos e as características técnicas. 2.3.1 Ônibus Ferraz e Torres (2004) exemplificam que o ônibus é um veículo tracionado por pneu, trafegando em vias pavimentadas ou implantadas. Possui comprimento e capacidade variável, de acordo com o tipo de veículo (tabela 1). A tração dos ônibus 21 é em sua maioria diesel, porém sistemas com trólebus (ônibus elétricos) encontramse em operação. Figura 1 - Capacidades dos modos de transporte público urbano. Fonte: EMTU (2010, p. 18). Conforme a EMTU (2010), os trólebus são veículos não poluentes e compartilham a via com o tráfego geral. A aceleração e frenagem do veículo são mais harmoniosas. A energia de tração é transmitida através de duas hastes na parte superior do veículo, em contato permanente com a rede área de alimentação elétrica. Devido à poluição visual e evolução tecnológica nos veículos a diesel, o trólebus encontra-se em desuso. Em algumas cidades, visando à operação com velocidade um pouco mais elevada e melhor nível de conforto, foi executada a implantação de faixas preferenciais e pistas exclusivas para ônibus. Para Ferraz e Torres (2004, p. 48), [...] diversas estratégias tem sido utilizadas para aumentar a velocidade e a capacidade do modo ônibus: veículos maiores sem articulação, articulados ou biarticulados; locomoção em faixas exclusivas, canaletas ou ruas só para ônibus, [...] bilhetagem fora dos ônibus nas estações, parada com várias baias entrada e saída independentes; e operação no caso de paradas com várias baias e entrada e saída não independentes. O quadro 2 apresenta as vantagens e desvantagens das diferentes formas de priorização do ônibus em vias urbanas, de forma mais detalhada. 22 Quadro 1 - Comparativo entre os modos de transporte coletivo urbano Ônibus Modo de Transporte Metrô Pesado Metrô Leve Demanda Alta a muito alta Alta Capacidade (passag./h/sen tido) 40.000 a 80.000 Velocidade média (km/hora) BRT (pista exclusiva) Articulado (pista exclusiva) Articulado (faixa exclusiva) Monobloco Média a alta Média a moderada Média a baixa Moderada a baixa Baixa 25.000 a 45.000 12.500 a 30.000 10.000 a 23.000 3.750 a 18.000 até 8.000 até 4.000 28 a 35 28 a 35 25 a 30 20 a 28 15 a 20 10 a 20 10 a 15 Combustível / Tração Elétrica Elétrica Elétrica Diesel / Híbrido Diesel Diesel Diesel Custo de Infraestrutura Alto Alto Médio Moderado Baixo Baixo Tempo de Implantação Longo Longo Médio Médio Curto Curto Curto Ciclo de Vida (anos) 50 40 30 até 7 anos até 5 anos até 5 anos até 5 anos Total Total Subterrâneo/ Superfície / Elevado Parcial / Total Parcial / Total Parcial Parcial Não há Superfície / Elevado Superfície / Elevado Superfície Superfície Superfície Segregação da via Subterrâneo VLT / VLP Moderado a baixo Fonte: EMTU (2010, p. 18). Tabela 1 - Comprimentos e capacidades dos veículos do modo ônibus Tipo de Ônibus Comprimento (m) Capacidade (passageiros) Micro-ônibus 6,5 25 a 50 Monobloco 12 a 15 60 a 105 Articulado 18 180 Biarticulado 24 240 Fonte: Adaptado de Ferraz e Torres (2004). 2.3.2 Metrô Pesado Conforme Ferraz e Torres (2004), a denominação metrô é empregada para qualificar trens urbanos que circule em grau de segregação total, com operação automatizada, velocidade elevada e movidos à energia elétrica. Os carros metroviários possuem de 15 a 23 metros de comprimento, com capacidade para 150 a 250 passageiros, em composições de 4 a 10 unidades acopladas. Metrô-SP (2009) e Passos (2010) acrescenta que o metrô pesado atende áreas mais centrais, com nível de atendimento entre 40 mil e 80 mil passageiros hora/sentido. A distância média entre as estações é de 800 a 1.200 metros, com operação em trechos subterrâneos na maioria dos sistemas. 23 Quadro 2 - Formas de priorização do transporte público por ônibus: vantagens e desvantagens Tipo de Via Vantagens Desvantagens Menor prazo de execução; Normalmente existem dificuldades institucionais e de caráter Menor custo de implantação; operacional para impor restrição Propiciam velocidade elevada muito ampla à circulação de para o transporte público muitos veículos; urbano; Vias Dependem de acesso as garagens Permite maiores velocidades Exclusivas existentes em imóveis situados ao operacionais para o transporte longo da via; coletivo urbano; Maior necessidade de fiscalização. Ampliação de espaço destinado à movimentação de pedestres. Impõe um papel de segregação Requer implantação de áreas para e prioridade maior do que no pedestres em todas as paradas caso das faixas exclusivas sem por motivos de segurança; segregação física; Requerem dispositivos especiais e sinalização para travessias de Proporciona maior velocidade Pistas operacional para os veículos do pedestres; Exclusivas transporte urbano do que as Requer a eliminação de faixas exclusivas; conversões à esquerda para o tráfego geral; Necessita menor fiscalização do uso da pista Implica em maior custo e tempo de implantação. Baixo custo e tempo de Depende da disciplina do tráfego implantação; geral no respeito á faixa exclusiva; Facilidade de estacionamento Há interferência de serviços de dos veículos de transporte operação de carga e descarga e Faixas coletivo urbano nas paradas de embarque de passageiros de exclusivas junto às calçadas; veículos de passeios; junto à Facilidade de acesso para Há interferência de conversões à calçada passageiros realizarem direita de outros veículos. embarque e desembarque nas calçadas; Não sofre interferências das operações de carga e descarga junto às calçadas; Não sofre interferência do Faixas embarque de veículos de exclusivas passeio; junto ao Não afeta as conversões de canteiro veículos à direita; central Permite obter melhores velocidades operacionais para os veículos do transporte coletivo. Baixo custo e menor prazo de implantação; Por ser sentido contrário ao do fluxo geral, os problemas de Faixas invasão ou de interferência do exclusivas no tráfego geral na faixa são contrafluxo reduzidos; Não sofre interferências da operação de embarque e desembarque de veículos de passeio. Fonte: EMTU (2010, p. 15) Maior investimento em equipamentos de segurança; Dificulta a implantação de retornos ou conversões à esquerda; Requer fiscalização constante para evitar que veículos de transporte privado invadam as faixas exclusivas. Maior insegurança para a movimentação de pedestres; Dificulta a operação de carga e descarga e de acesso às propriedades lindeiras à faixa; Requer maiores cuidados na sinalização, na implantação dos dispositivos de separação de faixa exclusiva; Sofre interferência das conversões de veículos. 24 A velocidade operacional é até 100 km/h, contando com intervalos entre as composições entre 90 a 120 segundos na hora pico. Em cidades como Londres (Inglaterra), Tóquio (Japão), e São Paulo (Brasil) encontram-se sistemas de metrôs pesados em operação. 2.3.3 Metrô Leve Para Passos (2010), o metrô leve é caracterizado como um modelo de transporte que a sua capacidade é inferior ao do metrô pesado e mais elevada que a do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos. O sistema opera com segregação total de vias e seus veículos possuem dimensões menores que o metrô pesado. Alouche (2010a) relata que a capacidade de transporte varia de 30 a 40 mil passageiros hora/sentido e a condução pode ser totalmente automatizada. Entre os metrôs leves, duas tecnologias podem ser destacadas: o VAL – Veículo Automático Leve e os metrôs com motor linear. O VAL possui via totalmente segregada e geralmente é construído em sistemas elevados. Os veículos são com rodas de pneu. Exemplares desta modalidade podem ser encontrados em Lille (França) e Chicago (EUA). A tecnologia com motor linear apresenta vantagens como rodas de sustentações menores e a habilidade de vencer rampas íngremes. Na linha 12 da rede de metrô de Tóquio podem-se encontrar exemplares deste sistema. 2.3.4 Trem Urbano Para Ferraz e Torres (2004), o transporte urbano de passageiros por via férrea, denominado trem urbano ou metropolitano, compreende ao transporte de passageiros com características regionais realizado nas grandes metrópoles. Apresenta como características principais: Tração elétrica ou diesel; distância entre as estações de 1.000 a 4.000 metros; velocidade operacional de 80 a 100 km/h; carros com largura de 2,5 a 3,2 metros e de 20 a 26 metros de comprimento; capacidade de 150 a 250 passageiros por carro; operação em comboios de 4 a 10 carros, denominados trens-unidades; bilhetagem nas estações e automação variada, desde talões de licenciamento até controles semi – automáticos. O trem urbano também é conhecido como trem expresso regional e trem metropolitano. De acordo com Alouche (2010a), os trens regionais atendem a uma 25 área mais periférica e permitem atender um carregamento que varia de 60 mil a 120 mil passageiros hora/sentido. A circulação é em superfície e a velocidade máxima de operação é de 80 a 120 km/h, com intervalos de 120 segundos na hora-pico. Segundo Passos (2010), a pendularidade é marca desta modalidade de transporte. O RER (Railway Express Regional) de Paris, o BART (Bay Área Rapid Transit) de São Francisco (Estados Unidos) e o Expresso Leste da CPTM em São Paulo são exemplos de trens regionais. 2.3.5 VLT – Veículo Leve sobre Trilhos Passos (2010) ressalta que o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos - é um modo de transporte intermediário entre o ônibus e o metrô, com capacidade entre os dois modos, capaz de transportar de 15 a 35 mil passageiros hora/sentido, dependendo do grau de segregação do sistema. Admite-se o termo VLT para sistemas que possuem segregação total. Já a segregação parcial permite a interação com o meio urbano, mais conhecida como tramway. Para a EMTU (2010), o VLT é um sistema de transporte de média capacidade, com sistema de alimentação elétrica através de catenária ou pelo solo, com velocidade máxima de 70 km/h. Ferraz e Torres (2004) acrescentam que o VLT opera com até quatro unidades engatadas. A operação é automatizada e a bilhetagem é realizada fora dos veículos. Os cruzamentos em nível são semaforizados, concedendo preferência quando a composição do VLT aproxima-se. Os veículos apresentam comprimento de 14 a 30 metros – este último considerando articulação dupla, e capacidade de 150 a 250 passageiros. Alouche (2010 apud Passos 2010, p. 65) afirma que o VLT é um modo de transporte sustentável, compatível com o meio urbano e histórico. [...] [o VLT] é seguro, rápido, confortável, tem movimentos suaves, e, ao mesmo tempo, é limpo, [...], sem a emissão dos poluentes. Ele também pode ser implantado em etapas, se integra facilmente ao sistema alimentador de ônibus e metrô e é adaptável ao traçado, ou seja, pode subir rampas e realizar curvas fechadas. As cidades que dispõem VLT’s são Porto (Portugal), Bilbao (Espanha), San Diego (Estados Unidos), Dublin (França), dentre outras. No Brasil, recentemente, a empresa Bom Sinal desenvolveu um VLT diesel-hidráulico no estado do Ceará. 26 2.3.6 VLP – Veículo Leve sobre Pneus De acordo com a EMTU (2010), o VLP – Veículo Leve sobre Pneus – é um sistema de transporte que se aparenta com o VLT, porém com veículos com pneus e sistema de guiagem fixa e permanente. A tração é elétrica, alimentada por catenária. Vence rampas com menos esforço que o VLT e a velocidade operacional alcança até 70 km/h. 2.3.7 BRT – Bus Rapid Transit Conforme Alouche (2010b), o BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte recente, concebido nos EUA na década de 1990, para operação de média capacidade, através de corredores de ônibus fechados, em vias exclusivas e segregadas para a operação dos veículos, com velocidade operacional mínima de 25 km/h. Possibilita a ultrapassagem nos pontos de parada e estações, operação com linhas semi-expressas e expressas, além da cobrança de tarifa fora do veículo. Os BRT’s operam com ônibus articulados e biarticulados, com combustão a diesel, a gás natural ou trólebus. A capacidade pode chegar até 45 mil usuários hora/sentido. Para Meissner (2009) e EMTU (2010), o pavimento rígido do BRT permite a operação com velocidade máxima de até 50 km/h. A cidade de Curitiba (Brasil) revelou-se como sendo o primeiro caso de acerto na implantação de um sistema BRT, com sua rede sendo projetada e executada desde a década de 1970. Encontram-se BRT’s em cidades como Bogotá (Colômbia) e São Paulo (Brasil) – mais conhecido na capital paulista como Expresso Tiradentes. 2.3.8 Monotrilho Segundo Ferraz e Torres (2004), monotrilho é um sistema de transporte público em que os carros deslocam-se assentados ou pendurados em uma viga única suspensa (de concreto ou de aço). Existem três tipos de diferentes, como apoiado pelo teto, pelo fundo e lateralmente. Para Passos (2010), a capacidade do monotrilho é de transportar até 26 mil passageiros hora/sentido. Apresenta vantagens como pouco espaço para implantação das vias e rampas de até 8%. Conforme a EMTU (2010), o monotrilho é guiado por pneus, que rolam em cima e do lado do trilho, visando garantir a estabilidade e a movimentação do 27 veículo. É projetado para baixa e média capacidade, com velocidade operacional máxima de 70 km/h e requer pouco espaço para a implantação das vias. 2.3.9 Teleférico Conforme Ferraz e Torres (2004), o teleférico é utilizado para vencer barreiras naturais, como áreas que possui topografia acidentada ou também em pontos turísticos. É mais utilizado com finalidades turísticas, mas em algumas cidades, como Quito, no Equador, o teleférico constitui-se como modo de transporte, para vencer o desnível entre as partes baixa e alta da cidade. 2.4 Linhas e Redes de Transporte Público Conforme Ferraz e Torres (2004), as linhas de transporte público podem ser avaliadas em dois quesitos: o traçado e a função. As redes podem apresentar três configurações básicas: radial, em malha ou grade e radial com linhas troncoalimentadas. Nos tópicos seguintes, é abordado com mais detalhes as características e funcionalidades das linhas e redes de transporte coletivo. 2.4.1 Linhas de Transporte Público As linhas de transporte público assumem duas formas de avaliação: traçado e função. De acordo com o traçado, as linhas podem ser conceituadas nos principais tipos relacionados a seguir (FERRAZ e TORRES, 2004, p. 133-136). Local: O traçado da linha encontra-se exclusivamente em uma região da cidade, ligando esta área a um polo de atração relevante (como áreas industriais, comerciais, centros educacionais); Interbairros: Linha cujo percurso liga duas ou mais regiões da cidade, mas sem passar pelo centro, ligando pólos de atração importantes; Circular: Liga várias regiões da cidade, em forma de círculo. É empregada nos centros de grandes cidades, visando diminuir os deslocamentos da população usuária nesta área; Diametral: Liga duas regiões da cidade passando pela área central; Radial: Efetua a ligação do centro aos subúrbios da cidade e/ou região metropolitana. Observando-se o quesito função, as linhas podem ser caracterizadas como: 28 Seletiva: É um serviço complementar ao transporte coletivo convencional, utilizada no modo ônibus, com tarifa diferenciada e melhor nível de conforto. É também conhecida por linhas executivas, não se admite transporte de passageiros em pé e ligam uma região da cidade a pólos importantes, como aeroportos e centros comerciais. Especial: Linha que opera em ocasião de eventos especiais ou em determinados horários. Expressa: Linha que opera com poucas ou nenhumas paradas intermediárias, visando reduzir o tempo de viagem e aumentar a velocidade operacional. Dentro desta ideologia, existem linhas semi-expressas, com poucas paradas ao longo do percurso. Troncal: Linhas que efetuam a ligação de uma área a outra da cidade, com operação em corredores com alta concentração de demanda. Alimentadora: São linhas que ligam uma região a um pólo de atração ou a um terminal de sistema troncal, recolhendo usuários em ambos os sentidos; ou seja, sua função principal é captar e distribuir a demanda. Convencional: Tem por função de captar usuários na região de origem e transportá-los até o destino. Para estas linhas também é atribuída à responsabilidade de distribuir estes usuários no destino. Em muitas cidades, a disposição do sistema viário e a ocupação do solo podem levar a superposição de linhas independentes. Nos trechos em que ocorre esta situação, o mesmo é denominado corredores de transporte. As linhas de transporte público que oferecem maior capacidade, como o metrô, VLT’s e trens urbanos, são denominadas de linhas troncais, por ligarem áreas importantes e serem conectadas com as linhas alimentadoras, agregando características de sistemas tronco-alimentado. 2.4.2 Redes de Transporte Público Para Marino (1997 apud Schein 2003, p. 27) e Ferraz e Torres (2004, p. 136143), as redes de transporte público podem ser configuradas de três maneiras básicas, detalhadas a seguir: radial, em malha ou grade e radial com linhas troncoalimentadas (ou mista). 29 Rede Radial: Por intermédio desta rede, diversas áreas, de preferência suburbana, são ligadas a região central, por uma ou mais linhas, como ilustra a figura 28 (anexo A). É constituída de linhas radiais e diametrais. Exigem transbordo nas áreas centrais e em cidades com grande concentração de serviços e comércio no centro, é mais comum este tipo de rede. Em cidades maiores, onde algumas atividades são descentralizadas, é comum a utilização de linhas circulares em torno da região central e linhas interbairros ligando regiões não centrais. Contribui para diminuir o congestionamento de usuários na área central. Rede radial com linhas tronco-alimentadas: É uma rede constituída de linhas troncais de alta capacidade de transporte, como metrôs e trens urbanos, conectadas a linhas alimentadoras em estações ou terminais de transferência, conforme mostra a figura 29 (anexo A). Em grande parte das viagens ocorre a necessidade de transbordo. Cidades como São Paulo, Curitiba, Goiânia e Bogotá utilizam este sistema de rede. Rede em malha ou em grade: A rede em malha ou grade consiste em conjuntos de rotas paralelas e perpendiculares entre si. É mais indicada para cidades aonde ocorre alta dispersão de atividades comerciais, prestação de serviços e com altos índices de aceitação do transporte público. Devido à descontinuidade do sistema viário e de ocupação urbana, a rede em grade é modificada, com a inclusão de algumas linhas ligadas diretamente ao centro, como mostra a figura 30 (anexo A). 2.5 Integração no Transporte Público Urbano De acordo com Camargo (2001) e Ferraz e Torres (2004) entende-se por integração no transporte coletivo urbano a transferência de usuários de um modal para outro de transporte (intermodal), como para linhas distintas (intramodal), exigindo dos usuários uma pequena distância a ser percorrida a pé. Os tipos mais comuns de integração são a integração física, a integração tarifária, e a integração no tempo. Integração física: Na integração física entre duas ou mais linhas de 30 transporte coletivo, os veículos param no mesmo local, permitindo que os usuários efetuem o transbordo praticamente sem caminhar. Quando o transbordo se dá entre veículos do mesmo modo, o local é denominado ponto de transferência; sendo em veículos de modos diferentes, é caracterizado como estação de transferência. Caso a estação seja início ou término de viagens, é denominada terminal de transbordo. Integração Tarifária: Para Cadaval (2006), a integração tarifária ocorre quando o usuário não tem a necessidade de pagar uma segunda passagem ou um valor adicional de tarifa, para completar o seu deslocamento, seja quantas viagens forem necessárias. Tem por objetivo promover a justiça social no sistema de transporte, já que com uma única passagem, o cidadão pode deslocar-se para qualquer ponto de abrangência do modo. Também democratiza o espaço urbano, pois aumenta as possibilidades de a população se deslocar mais para usufruir de serviços como escolas e acesso ao trabalho. Este tipo de integração pode ser feita através de terminais fechados ou de documentos, como comprovantes de papel, cartões magnéticos, cartões inteligentes (com chip), com um limite de tempo pré-estabelecido para a transferência. A integração com documentos, em muitos casos, reduz de forma satisfatória o tempo de espera. Em cidades maiores, é necessária a manutenção de terminais e estações de transferência, em face de demanda de usuários; Integração no tempo: Nogueira e Thesin (2008) registram que a integração temporal, também conhecida por integração sincronizada, à integração no tempo configura-se da seguinte maneira: veículos de linhas distintas cumprem uma programação de viagens, para que cheguem juntos ao local de integração, possibilitando a transferência sem espera. Em cidades maiores, é utilizado terminal de integração no centro. 31 3 TRANSPORTE PÚBLICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO Neste capítulo será abordado em linhas gerais, o transporte público urbano na Região Metropolitana de São Paulo, em diversos aspectos, como a distribuição geográfica, os modos mais utilizados – ônibus e trens - e os principais projetos referentes à melhoria e expansão do sistema de transportes; este último configurado no PITU 2020. 3.1 A Região Metropolitana de São Paulo Conforme o Metrô-SP (1998) e CNT – Confederação Nacional do Transporte (2011), a Região Metropolitana de São Paulo – RMSP - foi criada através de duas leis: a lei complementar federal nº14/1973 e lei estadual complementar nº 94/1974. É atualmente composto por 39 municípios, distribuídos em uma área de 8.051 km², com população aproximada de 20,1 milhões de habitantes e apresenta a maior densidade demográfica do país: 2.500 habitantes por quilômetro quadrado. A população economicamente ativa (PEA) da RMSP é de aproximadamente 10 milhões de pessoas, com alta concentração na capital, que possui área de 1.523 km² e população de 11 milhões de habitantes. É o maior mercado consumidor do país, respondendo com cerca de 19,3% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, se destacando como o principal pólo industrial do país. Conforme a EMTU (2010), a RMSP é dividida em sete áreas, denominadas sub-regiões norte, leste, oeste, sudeste, sudoeste, nordeste e a capital como mostra a figura 2 (CNT, 2011). Conforme a figura 2, a sub-região norte é composta pelos municípios de Francisco Morato, Franco da Rocha, Caieiras e Mariporã. Já a sub-região leste é formada pelos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba-Mirim e Salesópolis. As cidades de Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, São Lourenço das Serra, Embu-Guaçú e Juquitiba formam a sub-região Sudoeste. Fazem parte da sub-região nordeste: Guarulhos, Arujá e Santa Isabel. O grande ABC, representado pelos municípios de São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra compõem a sub-região sudeste e a sub-região oeste é formada pelos municípios de Pirapora do Bom Jesus, Cajamar, 32 Santana de Parnaíba, Barueri, Itapevi, Jandira, Carapicuíba, Osasco, Vargem Grande Paulista e Cotia. Figura 2 - Região Metropolitana de São Paulo: municípios e sub-regiões. Fonte: EMTU (2010, p.11). 3.2 Sistemas de Transportes Coletivos na RMSP O transporte público na RMSP pode ser dividido de acordo com a capacidade: os sistemas municipais de baixa capacidade (ônibus) são fiscalizados pelos municípios e operados por empresas particulares, sob regime de concessão ou permissão. O sistema de ônibus da capital paulista é regulamentado pela São Paulo Transporte S.A. – SPTRANS. Já o transporte intermunicipal de baixa e média capacidade é regulamentado através da EMTU – Empresa metropolitana de Transportes Urbanos, vinculado a STM – Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Os sistemas troncais de alta capacidade, como trens urbanos e metrôs, são pertencentes ao governo do Estado de São Paulo, que é o responsável pela operação, manutenção e expansão dos sistemas. Os trens urbanos são operados pela CPTM e o sistema de metrô é administrado pela CMSP – Companhia do 33 Metropolitano de São Paulo. A seguir, o histórico e os aspectos gerais dos sistemas mais relevantes. 3.3 Histórico do modal rodoviário na cidade de São Paulo Conforme SPTRANS (2006), o primeiro sistema de transporte organizado de transporte coletivo na cidade de São Paulo surgiu em agosto de 1865, com a operação de carros de boi, com valores tabelados e rotas pré-definidas, publicados em jornal pelo italiano Donato Severino. Em 1872 entravam em operação os bondes puxados por tração animal e em 1880, foi construída a primeira linha de bonde, ligando a Rua da Liberdade ao distrito de Santo Amaro. Em 1889 foi criada a Companhia de Viação Paulista e em 1890 a cidade ganha sua primeira linha de bonde elétrico, ligando o centro da cidade ao bairro da Barra Funda. Em 1899, a Light & Power Company Ltda., obteve autorização para atuar no Brasil. Após leilão, a Companhia de Viação Paulista ficou sob controle da Light. A Light apresentou a prefeitura da cidade de São Paulo um plano de integração dos sistemas de transporte existentes, com a construção de um sistema metroviário, porém, a municipalidade não aceitou o projeto e decidiu extinguir a concessão da Light em 1941. De maneira compulsória, o governo federal prorroga a concessão da Light até 1945. No dia 10 de outubro de 1946 é criado, através do decreto-lei municipal nº 345, a Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC, com concessão por 30 anos. A companhia herda o patrimônio da Light e das empresas particulares de ônibus. O sistema de trólebus começa a ser implantado e em 1949, é inaugurada a primeira linha, ligando a Praça João Mendes ao bairro da Aclimação (LOPES, 1985). São Paulo já se destacava como um importante centro urbano e em 1950, a CMTC importa 200 ônibus modelo Twin Coach e executa a reforma de bondes herdados da Light. Em 1958, a CMTC permite a operação de empresas particulares de ônibus. O sistema de bondes é desativado em 1968 e em 1977, o município é divido em 23 áreas operacionais, com operação das empresas privadas de ônibus. Durante a década de 1980, o sistema de trólebus é ampliado, com a construção dos corredores Santo Amaro / Nove de Julho e Paes de Barros, aquisição de 200 34 trólebus e inauguração de terminais de integração com as linhas alimentadoras, como o da Penha e Vila Prudente (SPTRANS, 2006). De acordo com a SPTRANS (2006), em 1989 a prefeitura da cidade de São Paulo inicia os estudos para a municipalização dos transportes coletivos, com os primeiros testes realizados em 1990. Dois anos mais tarde, a capital recebe mil ônibus novos e a frota chega a 9100 veículos, sendo 70 veículos movidos a gás natural. Em 1993 é iniciado o processo de privatização da CMTC e a operação é repassada a 47 empresas particulares. No dia 08 de março de 1995, é criada a São Paulo Transporte S.A - SPTRANS, assumindo a programação e gestão de linhas e frota, a fiscalização, arrecadação, contratação e renumeração das empresas operadoras. A bilhetagem eletrônica é instalada em parte da frota. 3.4 Histórico do modal ferroviário na RMSP De acordo com Silva (2008a), o primeiro registro em relação ao transporte ferroviário na RMSP vem da iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, o “Barão de Mauá” (em parceria com o Marquês de Monte Alegre e José Antônio de Pimenta Bueno) para a construção de uma estrada de ferro, ligando o planalto paulista ao litoral. Irineu recebe do governo imperial, em 1856, a concessão para construir e operar a futura estrada de ferro por 90 anos e obtém de bancos ingleses o capital necessário para a constituição da empresa responsável pela implantação da ferrovia – a São Paulo Railway Company (SPR). Trata-se da primeira ligação efetiva entre as cidades de Santos e Jundiaí, passando pela cidade de São Paulo. O maior desafio em sua construção era transpor a Serra do Mar, em um trecho de aproximadamente 10 quilômetros, compreendidos entre Cubatão e Alto da Serra (posteriormente rebatizado para Paranapiacaba), em um desnível aproximado de 800 metros. Como era inviável a construção de um sistema por simples aderência, decidiu-se pela divisão do trecho de serra em quatro patamares. Em cada um destes patamares foram instaladas diversas máquinas fixas movidas a vapor, que tracionava os cabos de aço onde as composições eram engatadas, atuando em um sistema de compensação de pesos: a composição que subia a serra deveria ter o mesmo peso da composição que descia. 35 A construção é concluída em 1865 e a ferrovia é aberta ao tráfego. Devido a exigências do governo imperial, a concessionária da linha vê-se obrigada a investir na duplicação da ferrovia e em melhorias. No ano de 1907 é concluída a sua duplicação. Para Paiva (2008), paralelamente à implantação da SPR no território paulista, outras estradas de ferro se desenvolveram, visando conectar São Paulo às áreas produtoras de café do estado (vale do rio Paraíba do Sul e interior paulista): a Estrada de Ferro São Paulo – Rio e a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). De acordo com a CPTM (2002), a linha tronco da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) se desenvolveu em direção a cidade de Sorocaba, em 1875, em bitola métrica, com a função de ocupar áreas com cultivos de café, como ponto inicial a estação Júlio Prestes, na capital paulista, próximo ao pátio Lapa da SPR. Era necessário o transbordo de mercadorias para seguir rumo ao porto de Santos. Lavander e Mendes (2005) relatam que em 1941, a EFS ganhou tração elétrica e no ano de 1971, a mesma foi encampada no ato de criação da FEPASA – Ferrovia Paulista S.A. Já a Estrada de Ferro São Paulo - Rio era a única ligação entre a capital paulista e carioca. A linha tronco é implantada em 1875, em bitola métrica, com extensão total de 231 quilômetros. No ano de 1890, a estrada de ferro é incorporada a EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil) e a sua bitola é alterada para larga. Posteriormente, construiu-se uma linha variante, entre as estações de Engenheiro Gualberto e Calmon Viana, em 1934. No ano de 1957, a EFCB foi absorvida pela RFFSA – Rede Ferroviária Federal S.A (LAVANDER e MENDES, 2005). De acordo com Stefani (2007), só em 1936, com a inauguração da linha Mairinque – Santos da EFS, é quebrado o monopólio da SPR como única via férrea de acesso ao litoral. Em 1950 é inaugurado o ramal de Jurubatuba da EFS, com conexão com a Mairinque – Santos na região de Evangelista de Souza (extremo sul da cidade de São Paulo). A concessão da SPR é prorrogada até 1946, e findado este período, o governo federal encampa a SPR, porém com outra denominação: Estrada de Ferro Santos a Jundiaí – EFSJ. Posteriormente, em 1957, a EFSJ é encampada a RFFSA. Para Lavander e Mendes (2005), a eletrificação da EFSJ foi concluída em 1959, em 141 quilômetros de linhas principais, juntamente com a aquisição de trens unidade-elétricos (TUE) e implantação de terceira via entre Santo André e Pirituba. 36 Na década de 1960, a EFSJ moderniza as estações compreendidas no trecho entre Mauá e Pirituba. Em 1974, é inaugurado o sistema de cremalheira – aderência no trecho de serra, entre as estações Paranapiacaba e Pirassaguera. Para a CPTM (2002), tais estradas de ferro contribuíram para o crescimento econômico do Estado de São Paulo. Em torno das estações e paradas ferroviárias, se desenvolveram pequenas vilas e cidades ao longo das ferrovias. Ditada como obrigação por parte do governo, o transporte ferroviário de passageiros entre as cidades, vilas e a capital paulista era uma atividade acessória das ferrovias. Nesse contexto, surgem os serviços ferroviários de subúrbios: trens dedicados para o transporte de passageiros. Conforme Metrô-SP (2009), paralelamente ao desenvolvimento do serviço ferroviário de subúrbios, a prefeitura da capital paulista, juntamente com o governo federal, cogitava a construção de uma rede de metropolitano subterrâneo pela cidade. No ano de 1966, o prefeito Faria Lima constitui o Grupo Executivo do Metropolitano – GEM, com o objetivo de estudar as várias propostas de grupos e empresas interessadas no desenvolvimento do sistema de transporte. O consórcio HMD foi o vencedor da concorrência internacional e propõe a construção de quatro linhas metroviárias (atuais linhas 1 – Azul, 2 – Verde, 3 – Vermelha e 4 – Amarela). No ano de 1968, é criada a Companhia do Metropolitano de São Paulo – CMSP. A construção da primeira linha, denominada linha 1 – Azul, é iniciada no mesmo ano (no trecho Jabaquara – Vila Mariana) e concluída, de Jabaquara a Santana, em 1974, constituindo-se em 17 quilômetros de vias e 20 estações. A demanda por transporte coletivo crescera a passos largos e em fevereiro de 1977 é iniciada a construção da linha leste – oeste, paralelamente aos trilhos da linha leste tronco da RFFSA. Estudos desenvolvidos na época apontavam que a linha leste-oeste deveria se desenvolver até o bairro operário de Calmon Viana, no município de Poá (ocupando parte da faixa de domínio da RFFSA até Guaianazes e deste ponto em diante com utilização total da faixa), pois era para o segmento leste do município de São Paulo aonde a ocupação urbana iria se consolidar na década seguinte, com a linha metroviária cumprindo o papel de sistema troncal. Infelizmente, em virtude de divergências com a RFFSA, a linha leste-oeste é concluída até Itaquera, utilizando-se da faixa de domínio da leste tronco; obra esta concluída em 1988 (METRÔ, 1998a). 37 Relata Paiva (2008) que os trens suburbanos, sempre lotados e apresentando muitas deficiências (figura 3), mereceram em alguns momentos, atenção especial dos governos. Entre meados da década de 1970 e início da década de 1980, a FEPASA promoveu uma ampla modernização em suas linhas, pertencentes aos sistemas oeste e sul, inclusive com a aquisição de trens unidades, remodelação de vias e de estações e alargamento de sua bitola (de métrica para larga). Figura 3 - Trem de subúrbio da FEPASA na estação de Itapevi, 1977. Fonte: Jornal O Estado de São Paulo (1977 apud Metrô-SP 2009). Em 1984, a Rede Ferroviária Federal divide os serviços ferroviários por ela prestados em três categorias: trens suburbanos, trens de longo percurso e trens de carga. Para a gestão dos trens urbanos, é criada uma nova estatal: a CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos, desonerando a RFFSA, agora com sua administração focada no transporte de carga. A FEPASA fez algo semelhante em 1993: criou a DRM – Diretoria de Transportes Metropolitanos, cuja função era exclusivamente gerir os trens de subúrbio da empresa (PAIVA, 2008). 38 A constituição de 1988 determina que o transporte ferroviário de passageiros em áreas urbanas seja de competência dos estados. Os sistemas que eram de responsabilidade do governo federal deveriam ser estadualizados. Em 1992, através da lei estadual nº 7861, é criada uma nova empresa, responsável por absorver o patrimônio e os serviços ferroviários da seção paulista (STU – SP: Superintendência de Trens Urbanos de São Paulo) da CBTU: a CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (METRÔ-SP, 1998b). Paiva (2008) afirma que em 1994, a CPTM assume as linhas da CBTU/STUSP – os sistemas Noroeste/Sudeste (extinta EFSJ) e o sistema leste, formado pelas linhas Leste Tronco e Leste Variante (extinta EFCB). Com o processo de privatização das ferrovias brasileiras, iniciado em 1995 por iniciativa do governo federal, o transporte de cargas é transferido a operadoras privadas, através de concessão. Na RMSP, a MRS Logística assume o transporte de cargas na malha sudeste da RFFSA e a malha que pertencia a FEPASA passa a ser controlada pela FERROBAN – Ferrovias Bandeirantes S.A (atual ALL – América Latina Logística S.A.). A FEPASA é incluída no plano de desestatização e em 1996, a CPTM assume a operação dos sistemas Oeste e Sul da FEPASA. A partir desta ação, o transporte ferroviário suburbano de passageiros na Grande São Paulo é de total responsabilidade da CPTM. 3.5 São Paulo Transporte S.A. – SPTRANS De acordo com a SPTRANS (2011b), a cidade de São Paulo é capacitada com uma rede de transportes integrada, composto por dois sistemas: o subsistema estrutural e subsistema local. O subsistema estrutural é formado por linhas de média e alta demanda, operada por ônibus monoblocos e articulados, ligando os principais bairros à área central da cidade. Já no subsistema local, é feito o atendimento entre os distritos da cidade e alimenta o sistema estrutural, operada por micro-ônibus. A capital é dividida em oito áreas operacionais, cada operada por um consórcio e uma cooperativa. Conforme a figura 4 são oito áreas operacionais – noroeste (1), norte (2), nordeste (3), leste (4), sudeste (5), sul (6), sudoeste (7) e oeste (8) - e a região central. Conforme Bussinger (2008), a rede de transporte coletivo sob administração e gestão da SPTRANS transporta cerca de 8,8 milhões de usuários por dia útil, 39 através de 14.540 veículos, sendo que 8.542 pertencem ao subsistema estrutural e 5.998 ao subsistema local. Possui 10 corredores em tráfego (desde faixas exclusivas a pistas segregadas) – conforme tabela 2, com extensão aproximada de 110 km e 4.415 km do sistema viário municipal em utilização, com 18.375 pontos e paradas para os coletivos, permitindo acessibilidade integral ao território da capital paulista. Figura 4 - Mapa do município de São Paulo dividido em oito áreas operacionais. Fonte: SPTRANS (2011b). A SPTRANS (2011b) informa que possui 1.335 linhas em operação, sendo que 865 em regime de concessão e outras 470 em regime de permissão, atendendo a 28 terminais, distribuídos como mostra o quadro 3. 40 Tabela 2 - Corredores de Ônibus da cidade de São Paulo Corredor Extensão (km) Campo Limpo - Rebouças – Centro 17,2 Vereador José Diniz - Ibirapuera - Santa Cruz 8,9 Expresso Tiradentes (Eixo Sudeste) 8,2 Inajar de Souza - Rio Branco – Centro 13,6 Itapecerica - João Dias - Santo Amaro 6,2 Jardim Ângela - Guarapiranga - Santo Amaro 7,5 Paes de Barros 3,9 Parelheiros - Rio Bonito - Santo Amaro 30,5 Pirituba - Lapa – Centro 15,2 Santo Amaro - Nove de Julho – Centro Fonte: Organizado pelo autor (2011). 14,8 Quadro 3 - Terminais de Ônibus da cidade de São Paulo Região Terminais Central Lapa / Princesa Isabel / Amaral Gurgel / Mercado / Pq. D. Pedro II / Bandeira Noroeste Pirituba / Jd. Britânia Norte Vila Nova Cachoeirinha / Casa Verde Leste Carrão / Cidade Tiradentes Sudeste Sacomã / Vila Prudente / Sapopemba / São Mateus (EMTU) Sul Grajaú / Parelheiros Sudoeste João Dias / Campo Limpo / Jd. Ângela / Guarapiranga / Santo Amaro Oeste Campo Limpo Nordeste Aricanduva / Penha / A.E. Carvalho / São Miguel Fonte: Organizado pelo autor (2011). Conforme a SPTRANS (2011b), desde o ano de 2004 a bilhetagem eletrônica é utilizada no sistema municipal de transporte na cidade de São Paulo. Intitulado de “Bilhete Único”, o cartão inteligente agrega um chip que armazena e processa informações. Permite ao usuário a utilização de até quatro coletivos diferentes, no período de três horas, com a utilização de uma única tarifa. Também permite a integração tarifária com a CPTM e com o Metrô, mediante complementação tarifária, debitado do saldo do bilhete, através de validadores instalados junto às catracas. A utilização do Bilhete Único contribui para uma utilização mais racional do sistema de transporte coletivo – o usuário pode escolher a rota mais curta, mais confortável ou mais rápida para chegar ao seu destino; proporciona a comodidade do automóvel aos coletivos, pois o usuário pode desembarcar ao longo do trajeto; e 41 constitui-se de um modo menos burocrático para acessar os diversos modais integrados (SPTRANS, 2009a). Aliado a implantação do Bilhete Único, em 2008 entra em operação um sistema informatizado com função de monitorar o fluxo de coletivos nos principais corredores e vias de São Paulo, o “Olho Vivo”. É equipado com painéis informativos nos principais corredores da cidade, informando a previsão de passagem dos coletivos em cada parada e as condições de trânsito, através de seu site na internet (figura 5) (SPTRANS, 2009c). Figura 5 - Visualização gráfica do Sistema de Monitoramento do Transporte - Olho Vivo. Fonte: SPTRANS (2011a). 3.6 STM – Secretaria dos Transportes Metropolitanos De acordo com Metrô-SP (1998b), a STM foi criada através da lei estadual nº 7.450, de 16 de julho de 1991. A STM é responsável pelo transporte metropolitano de passageiros nas três regiões metropolitanas paulistas – Campinas, Santos e São Paulo. Juntas, as três regiões metropolitanas possuem 14.097 km², distribuídos em 67 municípios e com uma população aproximada de 24 milhões de habitantes (STM, 2011). 42 São vinculadas a STM na RMSP três empresas: a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU, com forte atuação na RMSP e malha em operação detalhada na figura 6. 3.6.1 Companhia do Metropolitano de São Paulo – CMSP De acordo com o Anuário Metroferroviário (2010), a Companhia do Metropolitano de São Paulo – CMSP possui quatro linhas em operação, distribuídos em 61,4 km de malha metroviária no município de São Paulo, contemplando 59 estações de embarque e desembarque, transportando cerca de 3.322.340 usuários por dia útil, conforme demonstrado na tabela 3 e quadro 4. Observa-se a integração intramodal e intermodal no sistema operado pela CMSP é presente em suas quatro linhas. A transferência intramodal é efetuada nas estações Sé (linhas 1 e 3), Paraíso e Ana Rosa – linhas 1 e 2. A transferência intermodal ocorre entre os trens urbanos da CPTM e os ônibus municipais e intermunicipais, conforme quadros 5 e 6. Em duas linhas há integração física e tarifária com o automóvel, nas estações Brás, Bresser – Mooca, Corinthians – Itaquera, Marechal Deodoro e Santos – Imigrantes. Ocorre a presença de paraciclos ou bicicletários nas quatro linhas do sistema, ofertando cerca de 420 vagas. Tabela 3 - Características Gerais da CMSP Características Gerais- CMSP Linha 1 – Azul 2 – Verde 3 – Vermelha 5 – Lilás Ano de Início de Operação 1974 1991 1979 2002 Superfície - - 13,8 - 13,8 Subterrâneo 16,1 10,1 5,7 0,9 32,8 Elevado 4,1 0,6 2,5 7,5 14,7 Total 20,2 10,7 22 8,4 61,3 6 59 Extensão em operação (km) Número de Estações 23 12 18 Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2010) e STM (2010). Total 43 Figura 6 - Transporte Metropolitano na RMSP, 2010. Fonte: STM (2010). 44 Quadro 4 - Estações da CMSP Linhas Nome das Estações Tucuruvi / Parada Inglesa / Jardim São Paulo / Santana / Carandiru / Portuguesa-Tietê / Armênia / Tiradentes / Luz / São Bento / Sé / Liberdade / 1 – Azul São Joaquim / Vergueiro / Paraíso / Ana Rosa / Vila Mariana / Santa Cruz / Praça da Árvore / Saúde / São Judas / Conceição / Jabaquara Vila Madalena / Santuário de Nossa Senhora de Fátima-Sumaré / Clínicas / 2 – Verde Consolação / Trianon-MASP / Brigadeiro / Paraíso / Ana Rosa / Chácara Klabin / Santos-Imigrantes / Alto do Ipiranga / Sacomã / Vila Prudente Corinthians-Itaquera / Artur Alvim / Patriarca / Guilhermina-Esperança / Vila Matilde / Penha / Carrão / Tatuapé / Belém / Bresser-Mooca / Brás / Pedro II / 3 – Vermelha Sé / Anhangabaú / República / Santa Cecília / Marechal Deodoro / PalmeirasBarra Funda 4–Amarela Faria Lima / Paulista Largo Treze / Santo Amaro / Giovanni Gronchi / Vila das Belezas / Campo 5 – Lilás Limpo / Capão Redondo Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2010). Quadro 5 – Integração Metrô-SP e CPTM Estações de integração com a CPTM Livre Palmeiras - Barra Funda / Luz / Brás / Santo Amaro Tarifada Fonte: STM (2010). Tatuapé / Corinthians – Itaquera Quadro 6 - Integração Metrô-SP com Ônibus Municipais e Intermunicipais Linha Estações de integração com ônibus municipais e intermunicipais Parada Inglesa / Santana / Tietê / Armênia / Ana Rosa / Vila Mariana / Santa Cruz / 1 – Azul Jabaquara 2 - Verde Ana Rosa / Vila Madalena / Sacomã Itaquera / Artur Alvim / Patriarca / Vila Matilde / Penha / Carrão / Tatuapé / Belém / 3 - Vermelha Brás / Palmeiras - Barra Funda 5 – Lilás Capão Redondo / Campo Limpo / Giovanni Gronchi / Santo Amaro / Largo Treze Fonte: STM (2010). A linha 4 - Amarela, com trechos e estações inaugurados em 2010, tem integração física e tarifária com a linha 2 – Verde e com ônibus municipais (esta linha é operada pela Via Quatro – concessionária da linha). A tabela 4 aborda com mais detalhes os aspectos das integrações na CMSP. Os itens de acessibilidade são encontrados em todas as estações, embora não em sua totalidade de algumas delas. Os itens presentes são (ANUÁRIO METROFERROVIÁRIO, 2010): Sanitários acessíveis; Banco para obesos; Espaço no trem para cadeira de rodas; Piso podotátil; 45 Telefones para surdos e para deficientes visuais; Elevador para deficientes físicos; Escada com plataforma móvel ou elevador de cadeiras de rodas para escadas; Rampas de acesso. Tabela 4 - Integrações na CMSP Linha 1 – Linha 2 – Linha 3 – Azul Verde Vermelha Descrição Linha 5 – Lilás Rede Estações de Transferência 3 2 1 - 3 Estações de Integração com trem metropolitano 1 2 4 1 7 Estações com terminal urbano 6 2 10 5 23 Estações Integradas ao Expresso Tiradentes - 1 - - 1 Estações com Terminal Rodoviário 2 - 1 - 3 2 - 5 - 7 Estações com estacionamento de automóvel Fonte: Adaptado de STM (2010). A frota de trens da rede do metrô de São Paulo é composta de 128 trens, de seis carros cada, abordado com mais detalhes na tabela 5. Tabela 5 - Características da frota de trens - CMSP Linha1 – Linha 2 – Linha 3 – Descrição Azul Verde Vermelha Linha 5 – Lilás Número de trens 51 22 47 8 Número de trens com ar condicionado - 11 - 8 Sentados 360 274 368 272 Em pé (6 pass. / m²) 1140 1346 1232 1228 Velocidade máxima (km/h) 87 87 100 80 Duração mínima de volta (min.) 75 42 71 26 Capacidade por trem Bitola (mm) Energia de Tração Elétrica 1600 1435 Tipo 3° trilho Catenária Tensão 750 Vcc 1.500 Vcc Diesel Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2010). - A CMSP possui 5 pátios de manutenção em suas linhas – Itaquera, Jabaquara, Capão Redondo, Tamanduateí e Vila Sônia. A sinalização de via é do tipo ATC/ATO (Automatic Train Control / Automatic Train Operation) em todas as linhas, controlados por três Centros de Controle Operacional – CCO, localizados nas 46 estações Paraíso / Vergueiro (controla as linhas 1, 2 e 3), Capão Redondo (linha 5) e Vila Sônia (linha 4, controlado pela concessionária Via Quatro). A tabela 6 apresenta as principais características da demanda de usuários e da oferta de trens (ANUÁRIO METROFERROVIÁRIO, 2010). Tabela 6 - Oferta e demanda - CMSP Linha 1 Linha 2 - Linha 3 – Linha 5 – – Azul Verde Vermelha Lilás Oferta Descrição Carros em operação nos picos Rede 246 90 252 30 618 1.146 764 1.217 408 - Intervalo programado entre trens - HV* 127 764 121 380 - Oferta de lugares - HPM ** (4 pass./m²) 36.300 29.000 42.800 15.100 - Velocidade comercial efetiva (km /h) 33 36 42 40 - Velocidade máxima operacional (km /h) 87 87 87 68 - 275,5 1078,3 131,8 2400,4 Viagens programadas/dia Demanda Passageiros transportados (média/dia útil) (mil) Fonte: Adaptado de STM (2010). 914,8 3.6.2 Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM De acordo com Fernandes (2011), a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) atende a 19 municípios da Grande São Paulo e a 3 municípios fora da RMSP, com 89 estações distribuídas em 260,2 km de malha operacional composta por seis linhas, transportando cerca de 2,4 milhões de passageiros/dia útil, conforme demonstrado na tabela 7. Tabela 7 - Características Gerais da CPTM Linha Extensão Superfície Subterrâneo em operação Elevado (km) Total Linha 7 – Rubi Características Gerais- CPTM Linha 8 Linha 9 – Linha 10 – Diamante Esmeralda Turquesa Linha 11 – Coral Linha 12 – Safira 59,79 41,62 31,81 37,2 47,14 38,82 0,7 - - - 3,7 - - - - - - - 60,49 41,62 31,81 37,2 50,84 38,82 14 10 Número de Estações 16 20 16 13 Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2011) e STM (2010). Conforme Anuário Metroferroviário (2010), os municípios em que são atendidos pela CPTM na RMSP é a capital paulista, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi, São Caetano, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Ferraz de Vasconcelos, 47 Poá, Suzano, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba. Os outros três municípios fora da RMSP são Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista. O quadro 7 relata a divisão das estações por linha e municípios atendidos. De acordo com a STM (2010), a CPTM conta com 7 estações de transferência intramodal – Luz (linhas 7, 10 e 11), Palmeiras-Barra Funda (linhas 7 e 8), Osasco (linhas 8 e 9), Presidente Altino (linhas 8 e 9), Brás (linhas 10, 11 e 12), Tatuapé (linhas 11 e 12) e Calmon Viana (linhas 11 e 12). Observa-se a integração física com linhas de ônibus municipais e intermunicipais – como mostra o quadro 8, com o automóvel na estação Guaianazes e 18 bicicletários em operação, ofertando cerca de 4.979 vagas. Verifica-se que todas as linhas da CPTM possuem itens de acessibilidade, só que não em todas as estações. Há espaços no interior das composições para a acomodação de cadeiras de rodas. A empresa possui frota de 119 trens programados para o horário de pico da manhã e 120 para o pico da tarde, de 14 séries diferentes – em um total de 126 trens disponíveis, conforme relatório da administração de 2010 da empresa, demonstrados nas tabelas 8, 9 e 10 (SÃO PAULO, 2011). Quadro 7 - Estações de integração da CPTM com ônibus municipais e intermunicipais Linha 7 – Rubi 8 – Diamante Estações de integração com ônibus municipais e intermunicipais Pirituba / Caieiras / Campo Limpo Paulista / Jundiaí Palmeiras-Barra Funda / Lapa / General Miguel Costa / Carapicuíba / Barueri / Jardim Silveira / Jandira / Itapevi 9 – Esmeralda Osasco / Berrini / Jurubatuba / Grajaú 10 – Turquesa São Caetano / Prefeito Saladino / Santo André / Mauá / Ribeirão Pires Corinthians-Itaquera / Guaianazes / Ferraz de Vasconcelos / Poá / Suzano / 11 – Coral Estudantes 12 – Safira Tatuapé / Engenheiro Manoel Feio Fonte: Adaptado de STM (2010). Conforme Anuário Metroferroviário (2010), a companhia possui 8 pátios de estacionamento de trens, 5 abrigos de manutenção – Presidente Altino, Luz, Lapa, Roosevelt e Engenheiro São Paulo - e duas oficinas. As linhas 8 – Diamante, 9 – Esmeralda, 11 – Coral e 12 – Safira tem controle de tráfego controlado pelo Centro de Controle Operacional - CCO encontra-se da estação Brás. O controle das linhas 7 – Rubi e 10 – Turquesa é realizado no CCO da Estação da Luz no momento. Em breve, as linhas 7 e 10 serão também controladas pelo CCO do Brás. 48 Linha 7 – Rubi Quadro 8 - Divisão das estações da CPTM por linha e município Município Estações Luz / Palmeiras-Barra Funda / Água Branca / Lapa / São Paulo Piqueri / Pirituba / Vila Clarice / Jaraguá / Perus Caieiras Caieiras Franco da Rocha Franco da Rocha / Baltazar Fidélis Francisco Morato Francisco Morato Campo Limpo Paulista Várzea Paulista Jundiaí São Paulo Osasco 8 – Diamante 9 – Esmeralda Carapicuíba Várzea Paulista Jundiaí Júlio Prestes / Palmeiras-Barra Funda / Lapa / Domingos de Moraes / Imperatriz Leopoldina Presidente Altino / Osasco / Comandante Sampaio / Quitaúna / General Miguel Costa Carapicuíba / Santa Teresinha Barueri Antônio João / Barueri / Jardim Belval / Jardim Silveira Jandira Jandira / Sagrado Coração Itapevi Engenheiro Cardoso / Itapevi Ceasa / Villa Lobos-Jaguaré / Cidade Universitária / Pinheiros / Hebraica-Rebouças / Cidade Jardim / Vila Olímpia / Berrini / Morumbi / Granja Julieta / Santo Amaro / Socorro / Jurubatuba / Autódromo / Primavera-Interlagos / Grajaú Osasco São Paulo Osasco São Paulo São Caetano do Sul 10 – Turquesa Botujuru / Campo Limpo Paulista Santo André Mauá Ribeirão Pires Luz / Brás / Mooca / Ipiranga / Tamanduateí São Caetano Utinga / Prefeito Saladino / Prefeito Celso Daniel-Santo André Capuava / Mauá / Guapituba Ribeirão Pires Rio Grande da Serra Rio Grande da Serra Luz / Brás / Tatuapé / Corinthians-Itaquera / Dom Bosco / São Paulo José Bonifácio / Guaianazes Ferraz de Vasconcelos Antônio Gianetti Neto / Ferraz de Vasconcelos 11 – Coral Poá Suzano Mogi das Cruzes São Paulo 12 – Safira Itaquaquecetuba Poá / Calmon Viana Suzano Jundiapeba / Brás Cubas / Mogi das Cruzes / Estudantes Brás / Tatuapé / Engenheiro Goulart / USP Leste / Comendador Ermelino / São Miguel Paulista / Jardim Helena-Vila Mara / Itaim Paulista / Jardim Romano Engenheiro Manoel Feio / Itaquaquecetuba / Aracaré Poá Calmon Viana Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2011). 49 Tabela 8 – Quantidade de TUEs por linha: Linhas 7 – Rubi, 8 – Diamante e 9 - Esmeralda Descrição Linha 7 - Rubi Linha 7 - Rubi (Extensão) Linha 8 – Diamante Linha 9 – Esmeralda Número de trens 17 04 17 23 Número de carros por trem Número de trens com ar condicionado Sentados Capacidade por trem Em pé (6 pass. / m²) 10/6; 7/8 2/4; 2/3 12/17 5/6; 18/4 - - - 23 422 288 736 281 1.474 764 2.092 971 Velocidade comercial (km/h) 42 52 36 42 Duração mínima de volta (min.) 110 54 122 110 Bitola (mm) Energia de Tração Elétrica 1.600 Tipo Catenária Tensão 3.000 V Diesel Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2010) - Tabela 9 - Quantidade de TUEs por linha: Linhas 10 – Turquesa, 11 – Coral e 12 - Safira Linha 10 – Linha 11 Linha 11 – Linha 12 – Descrição Turquesa Expresso Leste Extensão Safira 16 13 9 17 Número de trens 16/12 13/8 9/6 6/8; 11/6 15 13 - - Sentados 404 456 509 411 Em pé (6 pass. / m²) 1.446 1.540 1.274 1.373 Velocidade comercial (km/h) 41 45 45 38 Duração mínima de volta (min.) 108 68 76 120 Número de carros por trem Número de trens com ar condicionado Capacidade por trem 1.600 Bitola (mm) Energia de Tração Elétrica Tipo Catenária Tensão 3.000 V Diesel Fonte: Adaptado de Anuário Metroferroviário (2010). - Pierrini (2008) relata que a CPTM possui diferentes sistemas de controle de tráfego de trens (também conhecido por sinalização), relacionados a seguir. ATC – Automatic Train Control: Sistema de controle automático da circulação de trens, através do controle de velocidade, contando com equipamentos de via e de bordo nas cabines das composições. Presente nas linhas 7 – Rubi, 8 – Diamante (trecho Júlio Prestes – Itapevi), linha 9 – Esmeralda e linha 10 – Turquesa; 50 ATS – Automatic Train Stop: Sistema de controle automático de parada das composições nos sinais, através de equipamentos de via e de bordo. Presente na linha 11 – Coral, no trecho Luz – Guaianazes (Expresso Leste); CTC – Central Traffic Control: Sistema de controle de tráfego de trens sem a existência de equipamentos de bordo, controlado por intertravamento dos equipamentos de via e circulação controlada por sinais luminosos ao longo da via. Presente nas linhas 8 – Diamante (trecho Itapevi – Amador Bueno), no trecho Guaianazes - Estudantes da linha 11 – Coral e na linha 12 – Safira. Encontra-se em execução a mudança de sinalização das linhas da CPTM, que será verificado com mais detalhes no próximo capítulo. A tabela 11 mostra com mais detalhes a oferta operacional da CPTM. Modelo/Série Tabela 10 - Frota de Trens da CPTM Ano de Frota Fabricante Origem Fabricação Ativa Frota Inativa Total TUEs Total Carros 1100 Budd / Mafersa EUA 1956 / 1957 20 2 22 68 1400 Budd/ Mafersa Brasil 1976 / 1977 8 9 17 52 1600 Budd / Mafersa Brasil 1978 9 10 19 60 1700 Mafersa CAF / Adtranz / Alston Brasil 1987 22 3 25 100 Espanha 1999 28 2 30 120 Brasil 2007 11 1 12 48 2000 2070 2100 CAF Espanha 1974 / 1977 45 3 48 144 3000 Siemens Alemanha 2000 9 1 10 40 4400 FNV / Cobrasma Kawasaki Nippon - Kinni EUA 1965 32 0 32 96 Japão 1958 0 3 3 9 4800 5000 CCTU França 1978 76 20 96 250 5500 ACEC Portugal 1979 / 1980 16 15 31 108 5500 - Fase II ACEC 1979 / 1980 12 4 16 32 2010 10 6 16 64 Portugal Espanha / 7000 CAF Brasil Fonte: Revista Ferroviária (2010, p. 124). 51 Tabela 11 - Dados operacionais da CPTM - 2010 Linha Indicador 7 8 9 Passageiros Transportados - MDU (pass./ dia útil) 386.295 414.252 266.239 Intervalo entre trens no pico (min.) 7 7 6 Frota (Operacional + Reserva) 28 17 23 Oferta de lugares lugares /hora/sentido (6 pass./m²) 23.000 28.000 11.000 Fonte: Adaptado de São Paulo (2011) e STM (2010). 10 11 11 – Expresso Extensão Leste 12 330.125 337.000 200.000 199.092 7 5 6 6 18 15 10 20 16.000 19.000 24.000 18.000 3.6.3 Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU De acordo com São Paulo (2010), a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU – é responsável pelo gerenciamento, fiscalização, controle e planejamento do transporte de média e baixa capacidade nas três regiões metropolitanas paulistas – São Paulo, Campinas e Santos. Na RMSP, o sistema regular de ônibus transporta cerca de 36,1 milhões de usuários/mês, utilizando-se de uma frota de 4.500 veículos, produzindo 1,2 milhões de viagens/mês no sistema viário da RMSP. Na RMSP, a EMTU administra 5 áreas de concessão, abrangendo 10 terminais de integração (sendo 3 na cidade de São Paulo e outros 7 espalhados na RMSP) e 650 linhas, operados por 45 empresas, descritos a seguir (EMTU, 2010): Área 1 – Consórcio Intervias: Atua nos municípios de Cotia, Embu, EmbuGuaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista e São Paulo, através de 5 empresas operadoras, sob regime de concessão, atuando em 113 linhas, com frota de 781 veículos. Nesta área, está situado o terminal metropolitano de Cotia; Área 2 – Consórcio Anhanguera: Atua nos municípios de Barueri, Cajamar, Caieiras, Carapicuíba, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, São Paulo, através de 8 empresas operadoras sob regime de concessão, com 1.206 veículos em operação, em atendimento a 162 linhas; 52 Área 3 – Internorte: 10 empresas operadoras sob regime de concessão que atuam nos municípios de Arujá, Guarulhos, Mariporã, Santa Isabel e São Paulo, com frota de 750 veículos, servindo a 123 linhas; Área 4 – Unileste: 353 veículos em operação, distribuídos em 56 linhas e 4 empresas operadoras sob regime de concessão. Atua nos municípios de Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Suzano e São Paulo; Área 5 – Grande ABC: Atende aos municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e São Paulo. A operação é dividida entre oito empresas permissionárias, pois o processo licitatório encontra-se em fase de aprimoramento. Nesta região concentram-se 09 terminais de integração do corredor de média capacidade São Mateus – Jabaquara: Sônia Maria, Santo André Leste, Santo André Oeste, São Bernardo, Ferrazópolis, Diadema, Piraporinha, Jabaquara e São Mateus. Conforme EMTU (2008) e São Paulo (2010), os sistemas gerenciados pela empresa na RMSP são: Sistema Regular – Comum: Operação por empresas privadas, sob concessão ou permissão, em linhas que permitem a conexão de no mínimo 02 municípios, admitindo-se o transporte de usuários sentados e em pé; Sistema Regular – Seletivo: Linhas padrão rodoviário, operação com ônibus e micro-ônibus, permitindo apenas o transporte de usuários sentados; Sistemas Regulares Especiais (Fretamento): Operado por organizações registradas na STM. Conforme dados de 2008, existiam 9.900 veículos fretados, registrados em 1.046 empresas; Sistemas Escolares Metropolitanos (Transporte Escolar): Desde 2005, regulação desta modalidade de transporte. Mediante contrato de serviço é permitido aos profissionais autônomos à operação deste serviço; Sistemas Regulares de Miniônibus: Linhas operadas por empresas individuais, que operam um único veículo, também conhecido por ORCA – Operador Regional de Coletivo Autônomo e RTO – Reserva Técnica Operacional, servindo de complemento ao transporte regular comum. No total, 80 veículos encontram-se em RTO; 53 Sistema Aeroporto: Ligação entre o aeroporto internacional de Guarulhos e locais da cidade de São Paulo – Avenida Paulista, Praça da República, Terminal Rodoviário do Tietê e Aeroporto de Congonhas, utilizando-se de uma frota de 23 veículos rodoviários e 27 ônibus suburbanos, distribuídos em 07 linhas, transportando cerca de 150 mil usuários/mês. A EMTU também controla a operação do corredor metropolitano São Mateus – Jabaquara (mais conhecido por corredor ABD). Efetua a ligação entre a estação Jabaquara do Metrô, as cidades de Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e o bairro de São Mateus, na zona leste da capital paulista. Trata-se de 33 km de vias exclusivas para o tráfego de ônibus e trólebus. Transporta 07 milhões de passageiros/mês, distribuídos em 13 linhas regulares, operados por 270 ônibus. O corredor ABD integra-se com a CPTM na estação Santo André. Iniciou suas operações em 1988 e desde 1997 a operação é concessionada a Metra – Sistema Metropolitano de Transporte Ltda. Possui 111 pontos de parada e a frota é equipada com veículos com suspensão pneumática (52%), ar condicionado (39%), tração elétrica (31%) e transmissão automática – 32%. Os terminais são equipados com rampas de acessibilidade, faixas de pedestres, bancos, lixeiras, telefones públicos, sistemas sonoros e sistema de relógios. É referência nacional e internacional em transporte público de passageiros, de média capacidade de demanda (EMTU, 2008). 3.7 PITU – Plano Integrado de Transportes Urbanos A STM (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) lançou em 1999 o Plano Integrado de Transportes Urbanos (PITU). É estudo sobre os transportes públicos na RMSP, com vistas a traçar diretrizes para a gestão e expansão contínua a gradativa dos transportes públicos na metrópole paulista, através de investimentos maciços no setor, aprimoramento de gestão e integração entre os diversos órgãos públicos da área de transportes. É um documento de referência para as políticas públicas voltadas para o transporte metropolitano, com ações a serem executadas até 2020. O governador do estado de São Paulo na época, Mário Covas, em depoimento sobre o PITU, descreve e exalta o plano. Segundo ele (SÃO PAULO, 1999, p. 06): 54 Garantir que esta [São Paulo] continue ser uma terra de oportunidades é, pois, o desafio que se coloca. E é isso que trata o presente plano, tendo como horizonte o ano de 2020. Um plano para o futuro dos transportes metropolitanos, que dá continuidade ao esforço em curso, iniciado na gestão 95 – 98. (...) [É voltado] para a melhoria gradativa e continuada dos transportes públicos. Um plano factível, elaborado coletivamente por técnicos e autoridades da região para transformar nossa metrópole naquela almejada por seus cidadãos. Este estudo é, sem dúvida, resultado da mesma energia que impulsiona a metrópole. Sua oportuna publicação vem possibilitar o aprofundamento do debate sobre o tema, imprescindível à preservação da contribuição histórica da Grande São Paulo para o desenvolvimento do País. O secretário dos transportes metropolitanos na época, Cláudio de Senna Frederico, em seu depoimento no PITU 2020, enfatiza que o presente plano é apenas o início de uma grande mudança a ser executada no segmento, podendo ser adaptado e transformado conforme os diversos fatores condicionantes a execução de tais ações. Para Frederico (SÃO PAULO, 1999, p. 7), O PITU 2020 não é um plano acabado. Ao contrário, é uma obra aberta. O que hoje entregamos é um exercício completo de um processo de planejamento do futuro. [...] A obra pode ser aprimorada – e com certeza será – por novas informações, por intervenções não prognosticadas ou por novos sonhos. Sonhos, sim. Afinal, o PITU 2020 teve um início diferente: ao invés de prognósticos frios sobre o futuro, partiu da formulação de um desejo. Uma reflexão como queremos estar vivendo em 2020, qual será a cara de nossa metrópole. O sonho, construído coletivamente por diversos agentes decisores sobre os rumos da cidade – prefeitos municipais, técnicos de empresas operadoras, urbanistas e estudiosos do transporte público – é estruturar uma metrópole competitiva, saudável, equilibrada, de referência para o futuro. É oferecer um leque de possibilidades suficientemente amplo e abrangente que ao invés de restringir opções, estimule a sua constante adaptação e expansão. De acordo com São Paulo (1999), as simulações dos diversos cenários futuros tiveram como referencial o ano-base de 1997, concomitantemente a divulgação da pesquisa Origem – Destino no mesmo ano, observando as tendências sentidas naquela época para os transportes metropolitanos. Diversos dados foram analisados, como panorama urbano da RMSP, renda familiar, densidade de empregos e de viagens, além das proposições mostradas na simulação, conforme o anexo B. A partir da avaliação no ano-base (1997), três cenários de desenvolvimento vieram à tona: Pleno desenvolvimento, crescimento moderado e estagnação econômica. A estratégia escolhida propõe uma intervenção no sistema de transportes, com investimentos em infraestrutura e medidas para aprimorar a gestão do transporte, do trânsito e de regulação da política de preços. 55 Partiu-se do princípio de estratégia mínima: não programar nenhum outro sistema de transporte, exceto aqueles que já se encontravam em curso. Esta estratégia serve de referência para as outras. A escolha da estratégia a ser adotada passou por três fases: A rede estrutural de trilhos (redes densa, aberta e central), a infraestrutura viária e a política de gestão e preços. Conforme o PITU (São Paulo, 1999), o sistema sobre trilhos é o sistema estruturador de transporte público na RMSP, devido a sua alta capacidade de transporte. O estudo aponta três alternativas para o sistema de trens urbanos, concorrentes entre si, mas com alguns pontos em comum, visando à maximização de sua utilização e as intervenções propostas para tais ações. De acordo com o documento (SÃO PAULO, 1999, p. 73), Considerar os investimentos já definidos [...]; Intensificar o uso dos leitos ferroviários como linhas de alta capacidade de transporte; Ligar os aeroportos à rede de alta capacidade; Priorizar os atendimentos a grandes demandas com sistemas de transporte de alta capacidade sobre trilhos, privilegiando o combate à poluição atmosférica. Neste contexto incluem-se os investimentos para a efetiva modernização da malha da CPTM (no estudo descrito como trem metropolitano e trem aproximador), com níveis de serviço e atendimento semelhantes aos sistemas metroviários. As três alternativas consideradas para o sistema sobre trilhos foram às redes central, aberta e densa. A rede central é o princípio de partida para as redes aberta e densa. Nesta rede foi considerada a forte atratividade que o centro expandido da cidade de São Paulo proporciona na RMSP. A rede considera possui 298,5 km de linhas metroviárias com diferentes níveis de tecnologia e 36,3 km relacionados para o trem especial dos aeroportos, com investimento previsto de R$ 22.366 milhões. A rede aberta considera a ligação entre os subcentros do município de São Paulo e os polos regionais da RMSP, visando expandir a rede de alta capacidade além dos limites da capital paulista, visando criar conexões com os sistemas municipais de transporte, para atuarem como modos complementares do sistema sobre trilhos, com 289 km de rede metroviária – fora os 44 km do trem especial dos aeroportos - e investimentos aproximados de R$ 880 milhões, de acordo com a figura 36 (anexo B). 56 Já a rede densa possui extensão de 245,3 km de linhas metroviárias, com investimentos de cerca de R$ 22.596 milhões, com atendimento concentrado ao centro expandido da cidade de São Paulo, ilustrado pela figura 37 (anexo B), com a alimentação desta rede por sistemas de média capacidade, geralmente em sistemas sobre pneus, visando aumentar as conexões em sua área de atuação, visando reduzir a participação dos veículos automotores nos deslocamentos e melhorar a acessibilidade aos pólos de viagens localizados na área central. O PITU 2020 propõe para o sistema de trens metropolitanos uma adequação para o atendimento de demandas internas da RMSP, descrito como trem aproximador, além de conversão de alguns trechos para a operação de metrô em nível (de superfície). Para o trem aproximador, a modernização seria executada nos trechos das linhas Noroeste – Sudeste (atuais linhas 7 e 10 da CPTM), Leste Variante (atual linha 12 da CPTM), Leste Tronco (atual linha 11 da CPTM) – entre as estações de Calmon Viana e Mogi das Cruzes, sistemas Oeste e Sul (entre Jurubatuba e Varginha), com extensão aproximada de 88 km, com a execução de obras para a melhoria da via permanente, rede aérea, sistemas de sinalização e melhoria do material rodante, com investimentos aproximados da ordem de R$ 440 milhões. Em 2005, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos promove uma revisão no PITU 2020, para projeções com horizonte 2025. Entre as mudanças, destacamse a política habitacional do governo estadual, a logística para o transporte de cargas, traduzidos nos CLI’s (Centros Logísticos Integrados) e a implantação de corredores urbanísticos. No âmbito dos transportes, a malha da CPTM é caracterizada como trem metropolitano, sem distinção de trechos a serem convertidos para metropolitanos de superfície, conforme verificado na figura 38 (anexo B). O próximo capítulo explanará sobre a modernização na malha da CPTM, atualmente em curso pelo governo estadual, relatando o histórico das ações já tomadas desde a fundação da companhia e os resultados já alcançados. Explanará sobre os atuais investimentos realizados na empresa e as principais ações em curso e as ações futuras, com os resultados esperados. 57 4 A MODERNIZAÇÃO DA MALHA DA CPTM Neste capítulo será verificado com mais detalhes a modernização promovida na malha ferroviária operada pela CPTM, prevista no PITU 2020. Relatará as ações já tomadas para a melhoria contínua e gradativa dos serviços operados pela empresa (bem como os resultados já alcançados), as ações em andamento e as projeções de concretização dos projetos da organização e os benefícios esperados. 4.1 Antecedentes da modernização Conforme já abordado no capítulo 3 desta monografia, a criação da CPTM em 1992 e a passagem dos sistemas que pertenciam a STU-SP no ano de 1994 era o começo de um novo marco de gestão no sistema de trens urbanos (conhecidos como trens de subúrbio) anteriormente pertencentes ao governo federal. A CPTM assumia o sistema em condições precárias de operação e manutenção. A própria CBTU, em seu plano diretor de 1984, relata a situação crítica do transporte suburbano de passageiros, prevendo que deveria ser investido aproximadamente 1 bilhão de dólares apenas para intervenções pontuais dentro do sistema e garantir as operações ferroviárias, porém, uma década depois só um terço havia sido aportado. Infelizmente, a falta de investimentos gerava um círculo vicioso, prejudicando não somente as operações, mas também o usuário e o próprio sistema como um todo. Conforme a CPTM (2002, p. 11), “era um círculo vicioso: o serviço perdia qualidade, perdia usuários, gerava déficit, sacrifícios na manutenção e, novamente, perdia qualidade”. Nerilo (2001), CPTM (2002) e Baião (2010) relatam que a situação das linhas de subúrbio em São Paulo no momento da criação da CPTM: Invervalos entre as composições na hora-pico de até 20 minutos, frota em estado precário de manutenção e operação, carência de material rodante, sistemas de controle de tráfego e de arrecadação obsoleto, frota antiga e deteriorada, com trens há mais de 35 anos de uso, trens circulando de portas abertas, surfistas ferroviários em cima das composições acometidos por choques de 3.000 V por encostarem-se a catenárias eletrificadas, arrastões e assaltos dentro dos carros, manutenções vencidas, evasão de renda, estações adaptadas para o transporte de passageiros, pingentes dependurados na porta das composições (figura 7), superlotação nos horários de pico. Nesta condição, eram transportador 894 mil usuários/dia (PAIVA, 2008). 58 José Geraldo Baião, presidente da AEAMESP, em depoimento a revista Ferrovia (2010), enfatiza que a sociedade tinha repúdio pelo trem de subúrbio, utilizado apenas por aqueles cidadãos que não tinham outra opção de deslocamento. Baião também alerta sobre a posição do governo estadual quando herdou o sistema: realizar investimentos pontuais em um primeiro momento, pois a malha, mesmo sucateada, servia a diversos municípios da RMSP e tinha extensão quatro vezes maior que a rede de metrô da capital paulista na época. Em um primeiro momento, devido à tamanha degradação em que se encontrava o sistema ferroviário, certamente os recursos a serem aportados deveriam ser vultosos, para dar ao sistema o mínimo de decência em sua operação. Precisaria analisar se valeria a pena tal esforço. Baião (2010, p. 14) registra que Felizmente, quem estava no comando desse processo entendeu que a resposta seria sim. Foi uma decisão estratégica: nesse segundo momento, quando os problemas mais graves já estavam sendo equacionados, foi ficando cada vez mais evidente que não teria sido inteligente abandonar uma rede de transporte (...) [que] de quebra, servia também a outros municípios. Figura 7 - Pingentes ferroviários no trem série 4.400, no sistema leste, s/d. Fonte: Autoria desconhecida. Durante o processo de estadualização da malha ferroviária suburbana, houve o aporte de recursos financeiros através do Banco Mundial e do BIRD – 59 Banco Interamericano de Desenvolvimento. Benvenuto (2003) e Bandeira (2004) relatam que a modernização a ser promovida na malha da CPTM é um processo executado por etapas e que em um primeiro instante (período 1995 – 2001), traduzia-se a aumentar a oferta de transporte proporcionado aos usuários e no segundo momento, melhorar a qualidade do serviço prestado e maximizar a utilização da malha (período 2005 – 2010). Benvenuto (2001) afirma que durante o processo de modernização da malha, a companhia deve adotar um novo modelo de gestão. Esta visão é complementada por Scheliga (2001). De acordo com o autor, no planejamento estratégico 2000 – 2020, um dos objetivos específicos é proporcionar uma maior flexibilidade do modelo de gestão, além de criação de uma identidade institucional. 4.2 O início da modernização (1995 – 2001) Nesta primeira etapa do longo processo de modernização da malha operada pela CPTM, destacam-se quatro projetos de grande vulto: Plano Quinquenal do Material Rodante (PQMR) e aquisição de trens, Projeto Sul de Trens Metropolitanos, Integração Centro e a implantação do Expresso Leste. 4.2.1 PQMR I e aquisição de trens Conforme Luz (2010), o primeiro Plano Quinquenal do Material Rodante – PRMR I foi executado entre 1997 e 1998, com a reforma de 129 carros (27 TUEs) das séries 1.700, 4.400 (figura 8) e 5.000. Os recursos foram provenientes do governo estadual, da ordem de 46 milhões de dólares. Devido à falta crônica de material rodante, o governo estadual em parceria com o governo espanhol, adquiriu em 1998, 48 trens de três carros provenientes da RENFE – Red Nacional de Ferrocarriles Españoles – através de doação, em condições de prestarem um melhor serviço após reforma geral, pois os mesmos operavam desde a década de 1970. A reforma e o contrato de manutenção foram custeados pelo governo paulista e as unidades foram rebatizadas como trens série 2.100 (figura 9). 60 Figura 8 - Trem Unidade Elétrico Série 4.400, com pintura proveniente do PQMR I, s/d. Fonte: Benvenuto (2003, p.5). Figura 9 - Trem série 2.100 alinhado na estação Guapituba. Fonte: Foto do autor, 2009. 4.2.2 Projeto Sul de Trens Metropolitanos Coelho e Bicalho (2001) registram que o projeto Sul de Trens Metropolitanos constitui-se de duas etapas: a dinamização da linha C-Sul (atual linha 9 – Esmeralda) e a implantação da ligação Capão Redondo – Largo Treze (atual linha 5 – Lilás, operada pelo Metrô-SP). A dinamização da linha sul é uma das intervenções 61 previstas no PITU 2020 no ato de sua edição, em 1999. Relata Luz (2010) que os recursos aplicados para a dinamização da linha C foram da ordem de 265 milhões de dólares, com a execução de obras civis, sistemas de sinalização e telecomunicações, aquisição de trens e desapropriações, visando à redução do intervalo entre as composições de 12 para 6 minutos, concluídos no primeiro semestre de 2002. Contemplou a implantação de sete novas estações: Vila Olímpia, Granja Julieta, Socorro, Berrini, Morumbi, Cidade Jardim e Hebraica – Rebouças (anterior à dinamização, apenas 8 estações atendiam a linha, em um percurso total de 22,8 km, entre as estações Osasco e Jurubatuba). De acordo com Araújo (2001), a área de influência da linha 9 – Esmeralda encontra-se em processo de desenvolvimento, constituindo-se como um dos mais importantes pólos empresariais da RMSP e de geração de empregos. O autor acrescenta que as intervenções executadas na linha C interferiram o mínimo possível na circulação dos trens, sem paralisar as operações. Além dos pontos já abordados por Luz (2010), incluiu-se na dinamização da linha C a modernização dos sistemas de energia, melhorias de acesso às estações e ajustes na via permanente, além da compra de 10 trens alemães (rebatizados como série 3.000). Os investimentos aplicados na linha C são da cifra de 277 milhões de dólares. Nerilo (2001) registra que após a dinamização da linha, registrou-se aumento de 24% na média de usuários transportados e através de pesquisas de opinião, 78% dos usuários aprovavam o serviço. Com a dinamização, a oferta de lugares na hora-pico saltou de 6.000 para 12.000. 4.2.3 Integração Centro Para CPTM (2002) e Luz (2010), o projeto Integração Centro configura-se como a ligação na área central da cidade de São Paulo das seis linhas operadas pela CPTM e das três linhas operadas pela CMSP. Foram executadas intervenções em rede aérea, via permanente, a adaptação da estação da Luz (com a construção de saguões subterrâneos, com capacidade de um fluxo diário de 500 mil usuários) e unificação da estação Brás (anteriormente composta por duas: Roosevelt – oriunda da EFCB e Brás – proveniente da EFSJ), com a construção de ligações entre as estações ferroviárias e metroviárias (com integração tarifária), implantados entre 2000 e 2004. 62 De acordo com Vieira e Lopretto (2001), os recursos investidos atingiram o montante de 180 milhões de reais. Estava previsto o compartilhamento de vias no trecho Barra Funda – Brás: os trens das linhas A e B iriam alcançar o Brás, enquanto as composições das linhas D e E fariam ponto final na Estação Barra Funda, através de um sistema de sinalização capaz de suportar intervalos de três minutos entre as composições, nos horários de maior movimento (figura 10). Devido a estudos internos na própria companhia, a integração física efetiva entre as linhas ferroviárias se dará após a execução da estação Nova Luz, que será explicado mais adiante neste trabalho. Figura 10 – Mapa com o esquema operacional do Projeto Integração Centro. Fonte: Adaptado pelo autor, de STM (2008 apud BIT 2011). 4.2.4 Expresso Leste Descrito no PITU 2020 como a conversão da ferrovia suburbana em metrô em nível (de superfície), no trecho compreendido entre as estações Luz e Guaianazes da linha 11 – Coral, o Expresso Leste foi executado através de uma ação conjunta entre a CPTM e a CMSP, sendo que o Metrô-SP foi o responsável por realizar as obras civis e adaptações no leito ferroviário. O principal objetivo do Expresso Leste é dotar a região leste da capital paulista de uma ligação de alta capacidade com o centro da cidade de São Paulo, obra esta iniciada no ano de 1998 e concluída no ano 2000. Luz (2010) registra que a implantação do Expresso Leste compreendeu a construção de um trecho ferroviário novo, entre Itaquera e Guaianazes, com a construção das estações Dom Bosco, José Bonifácio, Guaianazes e a adequação da 63 estação Corinthians-Itaquera do Metrô-SP. O trecho antigo, que contemplava as estações XV de Novembro e Itaquera (antiga) foi desativado. As estações situadas entre Itaquera e Tatuapé (Patriarca, Vila Matilde, Carlos de Campos, Artur Alvim e Sebastião Gualberto) foram desativadas (LUZ, 2010). Proporcionou-se ao Expresso Leste a característica de trem regional. Descreve Benvenuto (2001) e Nerilo (2001) que o intervalo entre as composições foram reduzidos de 12 para 6 minutos, encurtando o tempo total de viagem em torno de 25% (de 42 para 30 minutos, no trecho Brás – Guaianazes), com custo de 733 milhões de dólares. Inclui-se neste valor a aquisição de 15 trens de oito carros (rebatizados como série 2.000), de fabricação espanhola, dotados de música ambiente e ar refrigerado. Foram efetuadas intervenções em via permanente, sistemas de alimentação elétrica e de telecomunicações, revitalização da faixa de domínio, modernização das estações, implantação de itens de acessibilidade (como rampas e elevadores), controle do sistema através de circuito fechado de televisão e bloqueios eletrônicos, ofertando cerca de 15.000 lugares/hora/sentido, com 93% de regularidade. Estas melhorias interferiram significativamente no número de usuários transportados: de 143 mil passageiros/dia, logo no primeiro ano de operação, passou para 260 mil passageiros/dia. Benvenuto (2001) afirma que o Expresso Leste é a primeira experiência de sucesso da modernização da CPTM. 4.3 Modernização – 2ª Fase (2005 – 2010) Nesta segunda fase da modernização da malha da companhia, procurou-se acelerar a qualificação do sistema em diversas frentes, dentro de um programa do governo estadual conhecido como Expansão São Paulo. De acordo com Luz (2010), entre os anos de 2000 e 2001, devido ao êxito da dinamização da linha 9, a CPTM executa estudos referentes à modernização das demais linhas, visando adequar as instalações e capacitar todas as linhas para operações com um padrão elevado de excelência, sem distinção entre as mesmas, com a maximização de sua utilização e expansão da oferta. Ribeiro (2008) e Avelleda (2010) acrescentam que para garantir maior oferta de transporte, são necessários os investimentos maciços nas instalações e sistemas 64 que dão suporte as operações: via permanente, sinalização, telecomunicações e sistemas de energia. Os investimentos em via permanente, incluindo a rede área de alimentação elétrica, se traduzem em correções geométricas de via em alguns trechos, substituição de cabos da rede aérea e estruturas de sustentação, dormentes e AMV’s – Aparelhos de Mudança de Via; ampliação das instalações de manutenção da empresa e implantação de novos pátios de estacionamento. A aplicação de recursos em sistemas de sinalização e telecomunicações permite, com segurança e confiabilidade, uma efetiva redução do intervalo entre os trens, com controle automático a partir do CCO do Brás. Para garantir energia necessária a ampliação da frota, é necessária a construção de novas cabines seccionadoras (instalações que são responsáveis pelo controle da energia de um determinado trecho) e subestações (recintos responsáveis pelo recebimento da energia elétrica das concessionárias e conversão em potência adequada para o funcionamento dos trens), além da reforma das instalações existentes - com a troca de disjuntores, relês, painéis, transformadores - e efetivação do sistema de telecomando de energia (controlado também pelo CCO do Brás). STM (2010), Mendonça (2008) e Avelleda (2010) enfatizam que para qualificar a rede operada pela CPTM no padrão almejado de metrô de superfície, outras ações são paralelamente executadas, como a compra de novos trens, recuperação da frota patrimonial (revisão de todos os itens que compõem o trem), construção de novas estações e adaptação dos prédios existentes (principalmente no quesito acessibilidade), construção de passarelas e vedação efetiva da faixa de domínio. Epifani (2010a) registra que a extensão dos trechos ferroviários que deverão ser convertidos para metropolitanos de superfície são da ordem de 160 km, compreendidos entre as estações Luz e Caieiras (linha 7), Júlio Prestes e Carapicuíba (linha 8), Brás e Engenheiro Manoel Feio (linha 12) a linha 9, Mauá a Luz (linha 10) e a extensão do Expresso Leste (até a estação Suzano). Rossito, Schiffer e Basso (2008) enfatizam que a melhoria das condições da infraestrutura de via permanente permite o aumento da velocidade média das composições. Segundo os autores, diversos trechos encontram-se com as mesmas características físicas de sua inauguração, algumas inadequadas para suportar o carregamento atual. O incremento de velocidade, da ordem de 20 km/h, por um espaço de 1 km, reduz o tempo de percurso em 3 minutos e consequentemente, a 65 quantidade de trens no carrossel. Especificamente para o sistema de sinalização, a companhia procura implantar dois diferentes modelos: o CBTC (Communications-Based Train Control), baseado em telecomunicações e radiofrequência e o ATO. Grossmann (2008) explica que o ATO caracteriza-se por operação automática dos trens, controlando as composições remotamente e reduzindo a distância de segurança entre elas. Executa como funções automáticas a aceleração, controle da velocidade, frenagem e parada automática nas plataformas com precisão de até 15 centímetros. Geralmente, o ATO opera juntamente com o ATC, dentro de um conceito definido como “falha segura”. Epifani (2010a) acrescenta que o padrão metrô de superfície na CPTM obedece a algumas premissas de implantação, como a possibilidade de oferta deverá ser de até 40.000 passageiros/hora/sentido nos horários de movimento elevado, infraestrutura de circulação capaz de suportar intervalos até 3 minutos e operação com loop interno (trens circulando nos trechos de maior carregamento de cada linha), visando atender a 80% dos usuários. Uma ação complementar na modernização é a atualização tecnológica e a aquisição de equipamentos mais modernos para a manutenção na empresa. Almeida (2008) informa que a capacitação e ampliação do maquinário de manutenção da via permanente e rede aérea de alimentação elétrica tem como objetivo aperfeiçoar as intervenções necessárias e ganhos relacionados a produtividade e qualidade. A ampliação do maquinário refere-se à compra de dois veículos de inspeção e manutenção da rede aérea, um veículo de lançamento, recolhimento e tensionamento dos cabos e fios da rede aérea, uma socadora, alinhadora e niveladora de via de ação contínua, uma socadora, alinhadora e niveladora de aparelhos de mudança de via; uma reguladora e equalizadora de lastro e seis caminhões de linha (com duas pranchas-reboque cada). Os tópicos seguintes relatam as ações já tomadas da empresa e as intervenções em curso. 4.3.1 Extensão da linha 9 – Esmeralda Luz (2010) relata que em abril de 2008 foi entregue ao tráfego a extensão da linha 9 – Esmeralda, que antes seguia até a estação Jurubatuba, passou a operar 66 até o bairro do Grajaú, com a inauguração das estações Autódromo, Primavera – Interlagos e Grajaú. Para tal, foi implantada uma nova via permanente, sistema de sinalização, vedação de faixa, rede aérea, telecomunicações e aquisição de seis novos trens (com oito carros cada), aplicando-se recursos da ordem de 670 milhões de reais. 4.3.2 Recapacitação da Linha 12 – Safira De acordo com a CPTM (2002), a linha 12 – Safira era a linha mais deficitária da empresa. Luz (2010) relata que a linha passou por um processo de recapacitação e modernização, com recursos oriundos da Caixa Econômica Federal, através da cessão de direitos creditórios, orçado em cerca de 250 milhões de reais. Inseriram-se três estações na linha (USP Leste, Jardim Helena – Vila Mara e Jardim Romano) e as estações de Comendador Ermelino e Itaim Paulista foram reconstruídas. Incorporou-se a frota da linha 10 trens série 4.400 reformados, reduzindo o intervalo na hora-pico de 9 para 7 minutos. Para uma segunda etapa, prevê-se a construção das estações Penha, Ticoatira e União de Vila Nova, além da reconstrução da estação São Miguel Paulista (que se encontra em curso). 4.3.3 PQMR II e aquisição de trens De acordo com Mandelli e Garcia (2008) e Luz (2010), paralelamente ao processo de recapacitação da linha 12, executaram-se serviços visando à remobilização, revisão geral e modernização de trens de diferentes séries (1.400, 1.600 e 5.500), contemplando que 49 unidades retornassem a operação comercial após troca de pisos, bancos, janelas, portas e pintura externa – conhecido por PQMR II. Encontra-se em execução a aquisição de 48 novos trens (série 7.000), de oito carros cada um, para incrementarem a oferta de serviços da companhia, dos quais 10 já encontram-se em operação. As intervenções por linha e a projeção de concretização das ações em andamento encontram-se dispostos no anexo C, de acordo com informações divulgadas pela STM no ano de 2011 (adotando-se o dia 30 de setembro do presente ano como data-limite para a atualização das mesmas). Tais previsões podem sofrer oscilações, devido a ajustes e revisões de projeto, bem como a prioridade de outras obras e ações da CPTM e STM. 67 4.4 Projetos da companhia e resultados esperados As informações apresentadas a seguir são de caráter básico e informativo, já que os projetos podem passar por reavaliações, revisões e ajustes. A execução dos mesmos dependerá de diversos fatores, como as prioridades do governo estadual no segmento de transporte metroferroviário e os recursos disponíveis. STM (2010), Epifani (2010a) e STM (2011b) divulgam que as ações envolvem a propostas de novos serviços, a implantação de linhas expressas, a união das estações Lapa da linha 7 – Rubi e da linha 8 – Diamante; e a construção da estação Nova Luz. Os novos serviços propostos, considerados para o horizonte 2014 são: Extensão da linha 9 – Esmeralda até o bairro de Varginha: Contempla a construção de mais duas estações (Mendes e Varginha) na linha 9, a partir de Grajaú, em uma extensão aproximada de 4,5 km (figura 11), prevendo-se um acréscimo de 111 mil usuários/dia na demanda da linha. Os investimentos previstos são da ordem de 250 milhões de reais para a implantação da extensão e previsão de operação para setembro de 2014, de acordo com cronograma de implantação descrito no quadro 9; Ligação do bairro de Alphaville com a linha 8 – Diamante: Este projeto visa efetuar a ligação entre o centro empresarial e industrial de Alphaville, no município de Barueri, com a linha 8 – Diamante (nas estações Barueri e Carapicuíba) através de VLT (figura 12). Com custo estimado em 750 milhões de reais, a ligação terá aproximadamente 9,6 km de extensão em sua primeira fase e prevê a construção de 11 estações. A demanda estimada é da ordem de 61 mil passageiros/dia, com previsão de implantação a partir de outubro de 2013, com entrega a operação comercial em meados do segundo semestre de 2015, de acordo com o cronograma descrito no quadro 10. 68 Figura 11 - Mapa da extensão da linha 9 - Esmeralda, até o bairro de Varginha. Fonte: STM (2011b, p. 9) Quadro 9 - Cronograma previsto de implantação da extensão da linha 9 até Varginha Ação Conclusão prevista Entrega do projeto funcional Ago./2011 Publicar edital dos estudos ambientais e licenças Ago./2011 Publicar edital do projeto básico e executivo do trecho Out./2011 Contratação de projeto básico e executivo e estudos ambientais Jan./2012 Entrega dos estudos ambientais Ago./2012 Entrega do projeto executivo e do projeto básico Dez./2012 Publicar edital de licitação de sistemas Mai./2013 Publicar edital de licitação de obras civis Jan./2013 Iniciar obras civis Mai./2013 Iniciar implantação de sistemas Ago./2013 Material rodante Dez./2013 Concluir obras civis Set./2014 Concluir implantação de sistemas Set./2014 Início da operação Set./2014 Fonte: STM (2011b, p.9). 69 Figura 12 - Mapa do trajeto do VLT ligando a linha 8 ao bairro de Alphaville. Fonte: Epifani (2010b, p.38). Quadro 10 - Cronograma previsto de implantação do VLT de Alphaville Ação Conclusão prevista Contratação do projeto funcional Dez./2011 Entrega projeto funcional Set./2012 Publicar edital do projeto básico e executivo do trecho Jan./2013 Publicar edital dos estudos ambientais e licenças Jan./2013 Contratação de projeto básico e executivo do trecho e estudos ambientais Mar./2013 Entrega do projeto executivo e projeto básico Set./2013 Entrega dos estudos ambientais Ago./2013 Publicar edital de licitação de obras civis e instalações Ago./2013 Iniciar obras civis Out./2013 Concluir obras civis Out./2015 Sistemas operacionais Out./2015 Material rodante Abr./2015 Início da operação Out./2015 Fonte: STM (2011b, p.8). Metrô Leve Guarulhos – ABC: Previsto no PITU 2025 como corredor urbanístico, o metrô leve Guarulhos – ABC efetuará a ligação entre dois pólos importantes da RMSP, através de VLT, cortando a área leste do município de São Paulo (figura 13). Com extensão aproximada de 30,5 km entre as cidades de Guarulhos e Santo André, o projeto da linha prevê a construção de 23 estações e aquisição de 45 trens. Terá conexões com as linhas 10 – 70 Turquesa, 11 – Coral e 12 – Safira e a linha 3 do Metrô-SP, com capacidade de ofertar na hora-pico 22 mil lugares por sentido e demanda prevista de 328 mil usuários/dia. Com investimentos da ordem de 5,446 milhões de reais, estima-se que o VLT possa entrar em operação em meados do segundo semestre de 2014 (quadro 11). Figura 13 - Traçado do VLT Guarulhos – ABC. Fonte: STM (2011b, p. 17). Trem de Guarulhos (linha 13 – Jade): Com custos estimados na ordem de 947 milhões de reais, a linha 13 – Jade conectará o município de Guarulhos ao centro da capital paulista (figura 14). A linha terá aproximadamente 20,8 km de extensão (na maioria do traçado, a linha utilizará a infraestrutura da linha 12 – Safira, até a estação Engenheiro Goulart) e 6 estações, com capacidade de ofertar 19 mil lugares hora/sentido. Utilizará 6 trens e atenderá uma demanda prevista de 170 mil usuários/dia, com previsão de operação em setembro de 2014 (quadro 12). 71 Quadro 11 - Cronograma previsto de implantação do VLT Guarulhos - ABC Ação Conclusão prevista Entrega projeto funcional Mai./2011 Publicar edital do projeto básico e executivo do trecho Ago./2011 Publicar edital dos estudos ambientais e licenças Ago./2011 Contratação do projeto básico e executivo do trecho e estudos ambientais Set./2011 Entrega dos estudos ambientais Mar./2012 Entrega do projeto executivo e projeto básico Ago./2012 Publicar edital de licitação de obras civis Nov./2012 Publicar edital de licitação de sistemas Nov./2012 Iniciar implantação de sistemas Jan./2013 Iniciar obras civis Mar./2013 Concluir obras civis Ago./2014 Concluir implantação de sistemas Set./2014 Material rodante Ago./2014 Início da operação Set./2014 Fonte: STM (2011b, p.17). Figura 14 - Traçado da linha 13 - Jade (Trem de Guarulhos). Fonte: Adaptado de STM (2008 apud BIT 2011). Classificados no PITU 2025 como linhas expressas de trem metropolitano, os serviços expressos contemplam a implantação dos seguintes serviços: 72 Expresso ABC: Com previsão de inauguração em abril de 2015 (quadro 13) e exigindo investimentos previstos da ordem de 1,269 milhões de reais, o expresso ABC irá ser implantado na faixa de domínio da linha 10 – Turquesa, entre as estações Luz e Mauá (figura 15), efetuando paradas nas estações Brás, Tamanduateí, São Caetano e Santo André (sendo que para a implantação do projeto é necessária à reconstrução/adaptação das estações para o recebimento do serviço expresso). Com extensão aproximada de 25,2 km, o sistema terá capacidade de ofertar 19 mil passageiros hora/sentido nos horários de pico e demanda estimada em cerca de 322 mil usuários/dia (sendo que boa parte dos usuários da linha migrarão do serviço paradoro atual). Quadro 12 - Cronograma previsto de implantação do trem de Guarulhos Ação Conclusão prevista Publicar edital do projeto básico e executivo do trecho Ago./2011 Publicar edital dos estudos ambientais e licenças Ago./2011 Contratação de projeto básico e executivo do trecho e estudos ambientais Out./2011 Entrega dos estudos ambientais Mar./2012 Entrega do projeto executivo e projeto básico Ago./2012 Publicar edital de licitação de obras civis Nov./2012 Publicar edital de licitação de sistemas Nov./2012 Iniciar implantação de sistemas Jan./2013 Iniciar obras civis Mar./2013 Concluir obras civis Ago./2014 Concluir implantação de sistemas Set./2014 Material rodante Ago./2014 Início da operação Set./2014 Fonte: STM (2011b, p. 11) Expresso Oeste – Sul: Permitindo um acréscimo de 100 mil usuários/dia na demanda da companhia, o expresso oeste – sul utilizará o leito ferroviário das linhas 8 – Diamante (entre as estações Barueri e Presidente Altino) e 9 – Esmeralda (entre as estações Presidente Altino e Pinheiros). Orçado em cerca de 808 milhões de reais, a implantação desta linha mudará o atual esquema operacional da linha 9: a integração com a linha 8 será realizada na estação Lapa, deixando de atender Presidente Altino (figura 16). Com extensão de 20,84 km, o expresso efetuará paradas nas estações Barueri, Carapicuíba, Osasco e Pinheiros. Atenderá uma demanda prevista de 154 mil usuários/dia, com início da operação comercial projetada para março de 2015 73 (quadro 14). Figura 15 - Traçado do Expresso ABC. Fonte: Adaptado de STM (2008 apud BIT 2011). Quadro 13 – Cronograma previsto de implantação do Expresso ABC Ação Conclusão prevista Publicar edital do projeto básico e executivo do trecho Set./2011 Publicar edital dos estudos ambientais e licenças Set./2011 Contratação de projeto básico e executivo do trecho e estudos ambientais Dez./2011 Entrega do projeto executivo e projeto básico Dez./2012 Entrega dos estudos ambientais e licenças Mar./2013 Publicar edital de licitação de obras civis Mar./2013 Publicar edital de licitação de sistemas Jun./2014 Iniciar obras civis Jun./2013 Iniciar implantação de sistemas Ago./2014 Inauguração - Frota Realocada Set./2014 Concluir obras civis Out./2014 Concluir implantação de sistemas Out./2015 Material rodante Mar./2015 Inauguração - Frota Nova Abr./2015 Fonte: STM (2011b, p. 10) 74 Figura 16 - Traçado do Expresso Oeste - Sul. Fonte: Epifani (2010b, p. 59) Quadro 14 - Cronograma previsto de implantação do Expresso Oeste - Sul Ação Conclusão prevista Publicar edital do projeto básico e executivo do trecho Set./2011 Publicar edital dos estudos ambientais e licenças Set./2011 Contratação de projeto básico e executivo do trecho e estudos ambientais Dez./2011 Entrega do projeto executivo e projeto básico Dez./2012 Entrega dos estudos ambientais e licenças Mar./2013 Publicar edital de licitação de obras civis Mar./2013 Iniciar obras civis Jun./2013 Publicar edital de licitação de sistemas Jun./2014 Iniciar implantação de sistemas Ago./2014 Concluir obras civis Out./2014 Concluir implantação de sistemas Out./2015 Material rodante Mar./2015 Fonte: STM (2011b, p.13) Extensão do Expresso Leste até Suzano: O prolongamento do Expresso Leste até Suzano consumirá recursos da ordem de 1,384 milhões de reais. Para atender ao serviço expresso, serão reconstruídas as estações Ferraz de Vasconcelos e Suzano e a estação Poá será modernizada. A previsão de concretização deste projeto é o ano de 2014. Expresso Noroeste: Projeto não previsto no horizonte 2014, o Expresso 75 Noroeste ligará o centro expandido da capital paulista à cidade de Francisco Morato. Concebido nos mesmos moldes do Expresso ABC, o Expresso Noroeste utilizará a faixa de domínio da linha 7 – Rubi e atenderá as estações Francisco Morato, Franco da Rocha, Caieiras – Centro, Perus e Água Branca, com previsão de transportar 93 mil usuários/dia. Expresso Aeroporto: Visando como objetivo a ligação direta entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica) e o centro da capital paulista, o Expresso Aeroporto foi projetado a atender a demanda específica de viagens do terminal aeroportuário, visando proporcionar um serviço diferenciado aos usuários. Conhecida por linha 15 – Onix, o expresso terá 28,3 km de extensão e previsão de ofertar 3 mil lugares hora/sentido nos horários de pico e demanda prevista de 20 mil usuários/dia. O mesmo encontra-se indefinido por parte do governo. Foi aberta concorrência pública para a linha 14, porém não houve interesse do setor privado, por tratar-se de uma PPP e o governo federal não se posiciona sobre a construção do terceiro terminal de passageiros do aeroporto (visando garantir o mínimo de demanda). Duas intervenções pontuais de destaque no sistema ferroviário, considerados para o horizonte 2014, é a unificação das estações Lapa A (linha 7 – Rubi) e Lapa B (linha 8 – Diamante) e a construção da estação Nova Luz, descritos suscintamente a seguir. Unificação das estações Lapa A e Lapa B: Atualmente, as duas estações Lapa existentes operam de forma isolada, pois antes da criação da CPTM uma delas pertencia a FEPASA e a outra era de responsabilidade da CBTU (figura 17). Prevê-se a unificação destas duas estações, visando integrar neste ponto as linhas 7 e 8, e em um futuro próximo, receber a linha 9 – Esmeralda (figura 18). Não foi encontrada previsão de realização desta intervenção. Nova Luz: Visando integrar as linhas da CPTM e serviços expressos em um único local, o projeto prevê a construção de uma estação subterrânea (Nova Luz) nas proximidades da atual estação, onde hoje se localiza o abrigo de manutenção da Luz (figura 19). Visa integrar em um mesmo local as linhas 7, 76 8, 10, 11 e o Expresso Aeroporto, dividido em duas gares: a gare oeste (subterrânea) e a gare leste (prédio atual, com as linhas 10 e 11 em superfície e as restantes, em nível inferior), conforme ilustra as figuras 20 e 21. Figura 17 - Posição atual das estações Lapa da linha 7 e Lapa da linha 8. Fonte: Epifani (2010a, p. 110) Figura 18 - Proposta de unificação da estação Lapa. Fonte: Epifani (2010a, p. 111) 77 Figura 19 - Vista área da Estação da Luz, com o abrigo de manutenção ao fundo. Fonte: Silva (2008b, p. 22) Figura 20 - Concepção de implantação do complexo Nova Luz. Fonte: Epifani (2010a, p. 114) 78 Figura 21 - Esquema operacional projetado dos diferentes serviços ferroviários na Nova Luz. Fonte: Epifani (2010a, p. 115) Os resultados previstos com a conclusão dos projetos relacionados com a recapacitação e modernização da rede atual da CPTM encontram-se relacionados nas tabelas 12 a 17 e no anexo D. Tabela 12 - Resultados operacionais: Linha 7 - Rubi 2007 2010 Intervalo entre trens (minutos) 10 7 2014 (previsão) 4 Oferta de lugares hora/sentido 12.000 24.000 52.000 Média de Usuários por dia útil – MDU 340.000 341.000 505.000 10,4 7,5 7,3 Indicadores Operacionais Índice de conforto (m²) Quantidade de trens no pico 15/03 28/03 38 Fonte: Elaborado pelo autor, com base em visitas técnicas e STM (2011b) Tabela 13 - Resultados operacionais: Linha 8 - Diamante 2014 Indicadores Operacionais 2007 2010 (previsão) Intervalo entre trens (minutos) 8 7 3 Oferta de lugares hora/sentido 20.000 24.000 50.000 Média de Usuários por dia útil – MDU 234.000 376.000 520.000 8,4 7,2 5,5 Índice de conforto (m²) Quantidade de trens no pico 16 26 40 Fonte: Elaborado pelo autor, com base em visitas técnicas e STM (2011b) 79 Tabela 14 - Resultados operacionais: Linha 9 - Esmeralda 2014 Indicadores Operacionais 2007 2010 (previsão) Intervalo entre trens (minutos) 7 5 3 Oferta de lugares hora/sentido Média de Usuários por dia útil – MDU Índice de conforto (m²) 7.000 16.000 44.000 112.000 262.000 358.000 9,0 6,9 3,2 Quantidade de trens no pico 19 28 34 Fonte: Elaborado pelo autor, com base em visitas técnicas e STM (2011b) Tabela 15 - Resultados Operacionais: Linha 10 - Turquesa 2014 Indicadores Operacionais 2007 2010 (previsão) Intervalo entre trens (minutos) 10 6 5 Oferta de lugares hora/sentido 11.000 14.000 14.000 Média de Usuários por dia útil – MDU 268.000 310.000 207.000 8,8 6,9 6,7 Índice de conforto (m²) Quantidade de trens no pico 15 23 28 Fonte: Elaborado pelo autor, com base em visitas técnicas e STM (2011b) Tabela 16 - Resultados Operacionais: Linha 11 - Coral 2007 2010 Intervalo entre trens (minutos) 7 5/8 2014 (previsão) 3 Oferta de lugares hora/sentido 16.000 41.000 45.000 Média de Usuários por dia útil – MDU 272.000 490.000 807.000 11,2 10,4 6,5 Indicadores Operacionais Índice de conforto (m²) Quantidade de trens no pico 13/9 14/9 26 Fonte: Elaborado pelo autor, com base em visitas técnicas e STM (2011b) Tabela 17 - Resultados Operacionais: Linha 12 - Safira Indicadores Operacionais 2007 2010 2014 Intervalo entre trens (minutos) 11 6 3 Oferta de lugares hora/sentido 10.000 18.000 30.000 Média de Usuários por dia útil – MDU 137.000 187.000 300.000 9,4 5,0 3,9 Índice de conforto (m²) Quantidade de trens no pico 13/9 30 40 Fonte: Elaborado pelo autor, com base em visitas técnicas e STM (2011b) Através de simulação, a Gerência de Planejamento de Transportes da CPTM realizou um estudo sobre previsão de demanda, com horizonte 2025, considerando a atual malha da CPTM e a operação dos Expressos Noroeste, Oeste – Sul, ABC, Extensão do Expresso Leste até Suzano e a linha 13 – Jade (Trem de Guarulhos), cujos resultados encontram-se na tabela 18 e no anexo D. 80 Tabela 18 - MDU por linha e serviço da CPTM: simulação com horizonte 2025 Passageiros transportados por dia (projeção) – MDU Linhas / Serviços 2010 2014 2020 2025 443.561 505.058 494.124 505.827 Expresso Noroeste - - 90.467 93.819 Linha 8 - Diamante 445.417 523.684 523.819 529.521 Linha 9 - Esmeralda 390.578 357.686 421.419 478.914 Expresso Oeste - Sul - 154.363 251.543 276.325 Linha 10 - Turquesa 345.744 206.705 222.257 252.839 - 322.096 385.267 413.151 Linha 11 - Coral 238.087 100.238 116.152 128.810 Expresso Leste 356.752 706.763 727.686 768.161 Linha 12 - Safira 335.023 302.677 380.657 414.209 Linha 13 - Jade - 169.810 220.486 240.761 Linha 7 - Rubi Expresso ABC Rede CPTM 2.555.162 3.349.080 3.833.877 4.102.337 Fonte: Adaptado de CPTM (2007) 4.5 A modernização e o compartilhamento de vias com a MRS Logística S.A. Frente à modernização promovida na malha da CPTM e a perspectiva de ampliação de linhas e introdução de novos serviços, a questão do compartilhamento de vias com a empresa responsável pelo transporte de cargas na via ferroviária, que no caso é a MRS Logística S.A., é considerado fator conflitante de interesses, já que interfere na operação de ambas as empresas e no desempenho das mesmas (pois a CPTM visa aumentar a sua capacidade para transporte de passageiros e a MRS tem como objetivo o aumento progressivo de transporte de carga na RMSP). Em um futuro próximo, ficarão insustentáveis, exigindo a adoção de medidas para evitar esta situação. Para Artibani e Bergamasco (2008), a circulação dos trens de carga e de passageiros em uma mesma malha permanece desde os tempos da extinta RFFSA. De acordo com os autores, a lei federal 8693, de 03 de agosto de 1993, que dispõe sobre a estadualização dos serviços ferroviários de subúrbios, estabelecia no seu artigo 8º que as empresas que surgissem com a estadualização (que no caso da RMSP é a CPTM) deveria assinar convênio ou manter os acordos já celebrados entre a RFFSA e a CBTU. No parágrafo único do mesmo artigo, o mesmo define o tráfego mútuo entre os trens cargueiros e os trens de subúrbio, em áreas de comum operação entre ambos. 81 De acordo com a CPTM (2002), a quantidade de desvios ferroviários particulares diminuiu em 90% ao longo das vias, mas a operação de 18 pátios ferroviários (figura 22) compromete a regularidade dos intervalos entre as composições da CPTM. Resumidamente, as cargas ferroviárias da RMSP têm três perfis principais: Cargas de passagem sem origem ou destino na RMSP; Cargas de armazenagem distribuídas na malha ferroviária RMSP e com destino e/ou origem fora da RMSP; Cargas de insumo para indústrias servidas por desvios particulares ou com produtos acabados com destino fora da RMSP. Xavier (2003) confirma que a malha ferroviária da RMSP sofre um problema de conexão, impactando na mobilidade e na qualidade de vida da população paulistana. O autor acrescenta que a operação conjunta cargas-passageiros é incompatível, principalmente do ponto de vista operacional (quadro 15 e figura 23). De acordo com a CPTM (2002), a circulação conjunta causa fortes impactos em relação à via permanente, a circulação dos trens metropolitanos, a sinalização ferroviária e a segurança do sistema e do usuário. Devido à diferença de tonelagem por eixo, os trens cargueiros propiciam um maior desgaste dos trilhos compartilhados, elevando os gastos com manutenção. Do ponto de vista da sinalização, a compatibilização das circulações é conflitante: o transporte metropolitano solicita pequenos blocos de circuito de via, enquanto que os transportes ferroviários de cargas, devido ao elevado peso de suas composições e grande distância para frenagem, exige blocos de via maiores (figuras 24 e 25). Nas estações, o vão entre o trem e a plataforma é resultante de uma questão técnica: a largura dos vagões dos trens de carga é maior do que dos carros de passageiros (figura 26). Xavier (2003) sinaliza que em um futuro próximo, a operação compartilhada tende a se agravar devido ao aumento dos fluxos, devido as estratégias adotadas por cada empresa. O autor relata que a CPTM em 2002, transportava 1,2 milhões de usuários/dia e projetava para o ano de 2010 o transporte de 3 milhões de usuários/dia, reduzindo o intervalo entre as composições, de 7 para 3 minutos (objetivo este em vias de concretização) e a MRS, de 7,4 milhões de toneladas de 82 carga de passagem na RMSP em 2002, projetava para 2008, na mesma modalidade, 20 milhões de toneladas, através do aumento do número de trens em circulação e ocupando mais tempo na via. A MRS considera como trecho crítico de via a transposição ferroviária da RMSP. Figura 22 - Pátio ferroviário de cargas de Jundiaí, operado pela MRS Logística. Fonte: Foto do autor (2009) Quadro 15 – Características técnicas operacionais do transporte ferroviário de cargas e de passageiros Quesito Passageiros Cargas Velocidade 80 km/h 20 km/h Aceleração Elevada Baixa 100 a 150 m 400 m 350 t 1 a 5 mil t Moderado Elevado Maior que 1% Menor que 1% Comprimento da composição Peso Total Peso por eixo Rampas Intervalo entre os trens Elevado Fonte: Adaptado de Xavier (2003) e Regina (2008) Baixo 83 Figura 23 – Trem metropolitano aguardando passagem do trem cargueiro em Calmon Viana. Fonte: Foto do autor (2009). Figura 24 - Trem de carga geral próximo a estação Francisco Morato. Fonte: Foto do autor (2009). 84 Figura 25 - Composição da MRS em tráfego nas proximidades da estação da Luz. Fonte: Foto do autor (2009) Figura 26 – Vão notável entre trem e plataforma na estação Campo Limpo Paulista. Fonte: Foto do autor (2009) 85 Regina (2008) analisa que para cada perfil de carga (de passagem, de distribuição ou de insumo), uma solução específica deve ser adotada. Para as cargas de passagem, a solução seria a construção do Ferroanel – espécie de anel ferroviário em torno da mancha urbana da RMSP. As cargas de armazenagem e distribuição, a autora sugere que sejam reorganizados os pólos de distribuição e armazenagem. Já para as cargas de insumo, a autora relata que este tipo de carga deverá conviver com a restrição de expansão do fluxo. Esta mesma visão é defendida por CPTM (2002). A divisão dos fluxos está demonstrada na tabela 19. Tabela 19 - Distribuição do fluxo de cargas na RMSP Tipo de Carga Pelo fluxo de viagens Pelo fluxo de cargas De passagem 32% 59% De Armazenagem/Distribuição 56% 38% 12% 3% De Insumo/Produção Fonte: Regina (2008) Lourenço (2008) complementa as soluções propostas por Regina (2008) e acrescenta uma nova ação a ser tomada, principalmente em relação às cargas de distribuição e de insumo: a segregação de vias. Trata-se da implantação de uma via dedicada ao transporte de cargas, na mesma faixa de domínio das linhas da CPTM. O autor alerta para as consequências da sem a implantação da segregação, pois segundo ele, mesmo com a implantação do ferroanel, existe o risco de migração das cargas para o transporte rodoviário. A segregação apresenta como vantagens o baixo investimento, o tempo curto de execução da obra e melhorias imediatas na regularidade da CPTM. Lourenço (2010) elenca as alternativas acima relacionadas para a eliminação do gargalo ferroviário que é a travessia da RMSP, dividido em dois momentos: a primeira fase, que envolveria a segregação leste, o aumento da capacidade do sistema cremalheira e a segregação sudeste. Já a segunda fase contempla a implantação da segregação norte e a construção das asas sul e norte do ferroanel (figura 27), descritos a seguir. Segregação Leste: Construção de uma via especialmente para o transporte de cargas, na faixa de domínio das linhas 11 e 13 da CPTM, compreendidas entre as estações Engenheiro Manoel Feio e Suzano, eliminando por completo a convivência com a CPTM no trecho; 86 Aumento da capacidade do sistema cremalheira: Envolve a troca de todas as locomotivas elétricas Hitachi (em operação desde 1974) e a implantação de dois pátios de cruzamento na Serra do Mar, resultando na ampliação da capacidade: das 7 mil toneladas/ano para 28 mil toneladas/ano por sentido de tráfego; Segregação Sudeste: Segregação de 33 km de via, situado na faixa de domínio da linha 10 da CPTM, entre as estações Mooca e Rio Grande da Serra, eliminando o compartilhamento de vias com a CPTM neste trecho e o atendimento da região mais industrializada da RMSP (o ABC paulista). Artibani e Bergamasco (2008), Lourenço (2010) e BIT (2011) registram que a segunda fase contempla a implantação da segregação norte e a construção das asas sul e norte do ferroanel, abordado com mais detalhes nos tópicos abaixo relacionados. Segregação Norte: Envolve a implantação de uma via na faixa de domínio das linhas 7 e 10 da CPTM, no trecho Mooca – Jundiaí; Ferroanel Sul: Contempla a construção de uma linha ferroviária entre a variante Rio Grande da Serra – Suzano (em operação desde a década de 1970) e a localidade de Evangelista de Souza, situada na linha Mairinque – Santos, operada pela ALL (América Latina Logística); Ferroanel Norte: Ligação entre o pátio ferroviário de Engenheiro Manoel Feio e a linha 7 da CPTM, no município de Vargem Grande Paulista. De acordo com Artibani e Bergamasco (2008) e Lourenço (2010), os resultados alcançados com a execução das ações descritas na fase 1 são: Retirada de 32 trens de carga por dia da malha ferroviária compartilhada com a CPTM, liberando integralmente a via entre as 9 e 23 horas, permitindo a implantação do Expresso ABC, o aumento da oferta de lugares e a segurança dos trens de passageiros e a melhoria das condições de manutenção; Acréscimo de 14 toneladas na movimentação de cargas, contribuindo para a retirada de centenas de caminhões/dia do sistema rodoviário Anchieta – Imigrantes e da RMSP (em torno de 2.000 veículos/dia); Redução de 27% no número de viagens e de 41,5% da quantidade de 87 tonelada bruta deslocada nas linhas 11 e 12 da CPTM. Figura 27 - Alternativas para a eliminação do gargalo ferroviário da RMSP. Fonte: Lourenço (2010, p.14). Para os mesmos autores, os benefícios que a conclusão da segunda fase proporcionará a eliminação da carga de passagem; a retirada de mais 2.000 caminhões/dia da RMSP e a viabilização do transporte de cargas gerais entre a região de Campinas e o porto de Santos, através da utilização de vagões doublestaking (dois contêineres empilhados em cima de um vagão plataforma) e redução de 80 km na distância ferroviária Santos – Campinas, cuja previsão de conclusão das ações encontra-se descrito no quadro 16. 88 Quadro 16 - Projeções de concretização das ações relacionadas ao Ferroanel de São Paulo Ação Situação Fase I Segregação Leste Segregação Sudeste Cremalheira Licença ambiental e contratação das obras em processo pela MRS. Previsão de início das obras em 2010 e conclusão em 2012. Discussão com os governos sobre alternativas de financiamento; Realização de Projeto Executivo em Outubro/2010 pela MRS, com previsão de início das obras em 2011 e término no final de 2012 (trecho Ipiranga - Mauá). Compra de 7 locomotivas elétricas, com entrada em operação no segundo semestre de 2012. Fase II Estudos realizados para a avaliação de todas as ações previstas no projeto Ferroanel, através de consultoria contratada pela ANTT. A Análise de alternativas empresa contratada deverá concluir a avaliação das alternativas até 30/12/2011. Fonte: Adaptado de Lourenço (2010) e BIT (2011) 89 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através desta monografia procurou-se mostrar o que é a modernização da malha operada pela CPTM, suas ações previstas, resultados esperados e a sua contribuição para a mobilidade urbana na RMSP. Ações isoladas de modernização, como a remodelação dos sistemas oeste e sul da FEPASA na década de 1970, de trem de subúrbio para trem metropolitano, já mostravam o caminho a ser seguido, infelizmente tomado apenas de tempos em tempos, mas sempre com investimentos menores do que era realmente necessário, em face de prioridades governamentais e a difícil situação econômica que o nosso país passara. Somente com a criação da CPTM em 1992 é que a ferrovia suburbana ganhou a esperança que pelo menos um dia, oferecer um transporte rápido e com qualidade. No ato de criação desta empresa, a ferrovia suburbana estava sucateada, com poucas ou nenhumas chances de sobrevivência. Um grande e longo desafio deveria ser encarado: manter e melhorar os serviços ferroviários e na medida do possível, aumentar a sua capacidade. Paralelamente, os estudos realizados pela recém-criada STM na década de 1990 já apontavam para o mesmo caminho, através do PITU 2020 e mais tarde, aperfeiçoado como visões para 2025 e muito provavelmente os estudos e revisões necessários para o horizonte 2030. A CPTM, em via de regra, pode ser dividida em dois momentos: antes e depois do PITU 2020. Mesmo com a modesta meta de modernizar apenas pouco mais de 80 km de uma malha de 260 km, o PITU passou a ser um referencial para a sonhada modernização, mas com uma ressalva: os investimentos continuariam a ser pontuais e só atingiriam partes de linhas, com concentração na região central da RMSP, representados pelos projetos Sul, Integração Centro e Expresso Leste; todos estes já concretizados. Mas muito precisava ser feito. Graças ao aquecimento da economia brasileira como um todo e a mudança de visão governamental, atribuindo ao transporte metroferroviário um fator indutor da tão sonhada mobilidade urbana, estudos foram realizados e decisões estratégicas foram tomadas, expostas em um programa governamental: prolongar estas ações para as outras linhas (cerca de 160 90 km). O resultado desta modernização pode ser manifestado em duas expressões: maximizar a utilização da malha e aumentar a oferta de lugares, objetivos estes parcialmente alcançados, porém (ainda) sem atingir o almejado padrão de metropolitanos de superfície: a malha, no ano de 2010, ofertava cerca de 140 mil lugares/hora/sentido, representando uma média aproximada 23 mil lugares/hora/sentido por linha. Para se atingir a oferta de 40 mil lugares/hora/sentido por linha (totalizando 240 mil lugares) e intervalos de três minutos entre as composições na hora-pico, é necessária a continuidade de investimentos e a conclusão de diversas intervenções já iniciadas, como a troca do sistema de sinalização, a compra de novos trens, a remodelação da rede aérea, via permanente e incremento de energia. Não é um trabalho que se faz do dia para a noite e também não é apenas uma ação isolada: para que a malha possa receber novos trens, o sistema de sinalização deve conceder segurança suficiente para a circulação das unidades, o sistema de energia precisa fornecer a carga necessária e a infraestrutura ser capaz de suportar essa movimentação. A malha da CPTM está consolidada como uma rede de transporte, e tais intervenções são executadas sem interrupção da circulação, ou seja, “trocar o pneu com o carro andando”. Durante a pesquisa das projeções de concretização das obras necessárias, verificaram-se sérias divergências nas datas apresentadas, com forte cunho político e com foco no mundial de futebol de 2014. Através de averiguação visual das mesmas, notou-se que algumas estão sendo tocadas muito lentamente e outras até paradas, principalmente após a sucessão do governo estadual em 2010. A atual administração, tanto da CPTM como da STM, está mais conservadora e com mais cuidado ao divulgar ações, obras e projeções. É melhor um planejamento exequível em longo prazo, do que planejar em demasia e não conseguir executar a tempo as intervenções e sofrer a cobrança. A revisão do PITU com horizonte 2025 trouxe novas concepções para a malha da CPTM: ao invés da divisão da malha em padrões operacionais como metrô em nível (de superfície) e trem aproximador (suburbano), a atual versão considera toda a malha como sendo de trem metropolitano e concebe novos serviços, como a operação de linhas expressas e de novos modais (VLT) conjugados com a malha ferroviária, além da extensão de linhas e expansão da malha, contribuindo cada vez 91 mais para proporcionar a mobilidade urbana. São gloriosas as projeções realizadas considerando como executadas várias ações elencadas neste trabalho, como a operação do expresso ABC e do trem de Guarulhos. Comparando com o ano de 2010, é previsto para 2020 um incremento de 50% no número de passageiros transportados e para 2025, um acréscimo de 100%, visando atingir aproximadamente o patamar de 4 milhões de usuários por dia útil. Mesmo com atraso, espera-se muito que essa modernização seja efetivada. Como se trata de uma estatal, sujeito a tantos avanços e retrocessos, deseja-se que o atual plano seja executado em todas as suas fases. Os empreendimentos apresentados, que hoje são apenas um projeto no papel, possam se transformar em edificações e sistemas de transportes em plena operação e servindo a população como um todo. Antes, era apenas um sonho, e com a concretização das obras e continuidade de investimentos, se tornará cada vez mais em realidade. Não é só a ação do governo estadual que irá solucionar os problemas de transportes na RMSP, mas os governos municipais e até mesmo o federal devem contribuir para a melhoria contínua dos transportes públicos. Cabe ressaltar a solução mais viável para o gargalo da transposição ferroviária da RMSP, consolidado na implantação do ferroanel de São Paulo e da segregação das malhas. É inadmissível que a maior região metropolitana do país ainda carregue heranças de décadas atrás. Tal ação, se não concluída, poderá afetar definitivamente a modernização e consequentemente, influenciar os seus resultados. Quando concluída, a modernização será um sonho realizado, almejado por tantos que apenas presenciaram a malha agonizar e que por muitos instantes, parecia ser o fim. Estudos de temas adicionais podem complementar esta monografia, contribuindo assim para aumentar a discussão sobre o tema, de extrema importância para a RMSP e para o país. O futuro é promissor. Como uma fênix que renasce das cinzas, espera-se que a ferrovia possa ser novamente motivo de orgulho do estado de São Paulo. 92 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Anuário Metroferroviário. Duas décadas de presença. OTM Editora, São Paulo, ed. 1, p.81-98, 2010. ALMEIDA, Paulo Rogério. Capacitando e modernizando o parque de equipamentos e veículos auxiliares da manutenção na CPTM. Revista Engenharia, São Paulo, ed. 590, p. 171-173, nov./dez. 2008. ALOUCHE, Peter L. A disputa BRT x VLT: Uma falsa polêmica. 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Fonte: STM (2011a) Figura 34 - Panorama urbano da RMSP em 1997. Fonte: STM (2011a) 104 Figura 35 - Simulação de viagens por habitantes para o horizonte 2020. Fonte: STM (2011a) Figura 36 - Rede aberta do PITU 2020. Fonte: STM (2011a) 105 Figura 37 - PITU 2020: Rede densa. Fonte: STM (2011a) 106 Figura 38 - Rede de transportes do PITU 2025. Fonte: STM (2006e, p. 89) 107 Anexo C – Ações da modernização da malha da CPTM Quadro 17 - Intervenções: Linha 7 - Rubi Ação Conclusão Estações Adaptação em acessibilidade da estação Barra Funda 2010 Reconstrução da estação Franco da Rocha Nov./2011 Reconstrução da estação Francisco Morato Mar./2012 Construção da estação Vila Aurora Jul./2012 Projeto Funcional das treze estações restantes da linha Concluído Trens Aquisição de 20 novos trens Abr./2011 Sinalização Instalação de sinalização ATC de domínio - Trecho Barra Funda a Francisco Morato Dez./2012 Instalação de sinalização ATO de via - trecho Barra Funda a Caieiras Dez./2013 Adequação da sinalização no trecho Jundiaí - Francisco Morato Concluído Energia Reforma das cabines seccionadoras de Botujuru, Franco da Rocha, Vila Clarice e Nothmann Motorização das chaves seccionadoras Concluído 2011 Reforma das subestações Caieiras, Campo Limpo Paulista e Tietê 2011 Construção da subestação de energia de Jaraguá 2010 Implantação de telecomando de energia Jul./2012 Via Permanente Instalação de AMV padrão UIC nos terminais 2011 Sistemas Auxiliares Sinalização e Controle (SSC): Domínio Barra Funda - Francisco Morato 2011 Sistema de radiocomunicação 2011 Ações Complementares Revitalização da faixa ferroviária Dez./2012 Construção de passarela no Parque das Nações (Estação Jaraguá) Construção de passarela no km 33, entre as estações Franco da Rocha e Baltazar Fidélis Construção de passarela no km 27, em substituição da passagem de nível da estação Caieiras Construção de passarela no km 17, entre as estações Jaraguá e Perus Construção de passarela no km 38, em substituição da passagem inferior da estação Francisco Morato Construção de passarela no km 40 (estação Botujuru) Mai./2009 Dez./ 2010 Fev./2011 2011 Out./2011 Nov./2011 Vedação da faixa ferroviária com muros e/ou gradis Mar./2010 Ampliação do abrigo da Lapa Nov./2011 Reconstrução do pátio Morato Sul 2011 Construção do viaduto de Caieiras Fonte: Adaptado de STM (2010, p. 112-115) e STM (2011b, p. 2) 2011 108 Quadro 18 - Intervenções: Linha 8 - Diamante Ação Conclusão Estações Adaptação em acessibilidade da estação Presidente Altino 2007 Modernização da estação Itapevi 2010 Adaptação em acessibilidade da estação Júlio Prestes 2010 Modernização da estação Jandira Reforma com ênfase em acessibilidade das estações Eng. Cardoso, Barueri e Carapicuíba Projeto Funcional das 11 estações restantes 2010 Concluído Modernização da estação Barueri Jun./2011 2010 Trens Aquisição de 36 trens via Parceria Público Privada (PPP) Ago./2012 Sinalização Implantação de sinalização CBTC Set./2012 Implantação de sinalização ATC no trecho Itapevi - Amador Bueno Set./2012 Energia Reforma das cabines seccionadoras de Júlio Prestes e Lapa Jul./2010 Construção da subestação elétrica de Jandira Dez./2010 Implantação de telecomando de energia Jul./2012 Via Permanente Instalação de AMV padrão UIC nos terminais 2011 Recapacitação da via no trecho Itapevi - Amador Bueno Jun./2012 Obras de contenção e drenagem no km 21 Erradicação da bitola métrica na via 2 entre as estações Domingos de Moraes e Carapicuíba Mudança do eixo da bitola métrica na via 2 entre as estações Carapicuíba e Itapevi Mudança da entrada da via de Júlio Prestes (adequações de via permanente e rede aérea) Sistemas Auxiliares Dez./2010 Sistema de radiocomunicação Dez./2010 2011 Mar./2010 2011 Ações Complementares Construção de passarela no km 35 (entre as estações Engenheiro Cardoso e Itapevi) Construção de passarela no km 21 (entre as estações General Miguel Costa e Carapicuíba) Construção de passarela no km 33 (entre as estação Sagrado Coração e Engenheiro Cardoso) Vedação de faixa ferroviária com muros e/ou gradis Fonte: Adaptado de STM (2010, p. 116-121) e STM (2011b, p. 3) Mar./2010 2011 2011 Mar./2010 109 Quadro 19 - Intervenções: Linha 9 - Esmeralda Ação Conclusão Estações Construção da estação Autódromo 2007 Modernização da estação Jurubatuba 2007 Construção das estações Primavera-Interlagos e Grajaú 2008 Adaptação em acessibilidade das estações Hebraica-Rebouças, Cidade Jardim, Vila Olímpia, Berrini, Morumbi, Granja Julieta e Socorro 2009 Modernização das estações Cidade Universitária, Vila Lobos-Jaguaré e Ceasa Readequação do mezanino da estação Pinheiros para a integração física com a linha 4 do Metrô Adaptação em acessibilidade da estação Santo Amaro Reconstrução da estação Osasco 2010 2010 2010 Dez./2011 Trens Entrega de 20 trens Concuído Aquisição de 08 novos trens Jul./2011 Sinalização Instalação de sinalização ATO no trecho Osasco – Jaguaré Ago./2011 Melhoria no perfil da velocidade comercial e centralização do CCO Jul./2010 Adequação da sinalização para a nova estação Osasco 2011 Sinalização dos domínios CMT entre Pinheiros e Jurubatuba 2011 Energia Instalação de telecomando de energia nas subestações Ago./2010 Implantação de telecomando de energia Nov./2011 Construção da subestação Jaguaré 2008 Remodelação da rede aérea - substituição por rede autocompensada Mar./2012 Via Permanente Instalação de AMV padrão UIC nos terminais 2011 Sistemas Auxiliares Adequação do CCO, PCP (Posto de Comando de Pátio) e setoriais Sistema de radiocomunicação Ações Complementares Construção de passarela de ligação entre a estação Vila Lobos-Jaguaré e o Parque Vila Lobos Implantação da 1ª fase da ciclovia do rio Pinheiros, junto à faixa ferroviária, entre as estações Vila Olímpia e Vila Lobos-Jaguaré Implantação da 2ª fase da ciclovia do rio Pinheiros, entre as estações Vila Olímpia e Vila Lobos-Jaguaré Vedação da faixa ferroviária com muros e/ou gradis Fonte: Adaptado de STM (2010, p. 122-127) e STM (2011b, p.4) Fev./2011 2011 Set./2010 Fev./2010 Jun./2011 Mar./2010 110 Quadro 20 - Intervenções: Linha 10 - Turquesa Ação Conclusão Estações Reconstrução da estação Tamanduateí, integrada a linha 2 - Verde do Metrô-SP 2010 Adaptação em acessibilidade da estação Brás 2010 Reconstrução de 8 estações (Expresso ABC) Dez./2014 Sinalização Dez./2013 Instalação de sinalização CBTC Energia 2011 Motorização das chaves seccionadoras Reforma da cabine seccionadora do Ipiranga Jan./2011 Reforma da subestação de Mauá Jul./2011 Implantação da subestação de Santo André 2011 Dez./2013 Implantação de telecomando de energia Via Permanente 2011 Instalação de AMV padrão UIC na Luz Sistemas Auxiliares 2011 Sistema de radiocomunicação Ações Complementares Revitalização da faixa ferroviária no trecho Brás – Mauá Construção de passarela no km 36 (entre as estações Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) Jun./2012 Abr./2010 Construção de passarela no km 07 (entre as estações Tamanduateí e Ipiranga) Construção de passarela no km 22 (entre as estações Mauá e Capuava) Dez./2011 Construção de passarela no km 26 (entre as estações Mauá e Guapituba) Construção de passarela no km 29 (entre as estações Guapituba e Ribeirão Pires) Vedação da faixa ferroviária com muros e/ou gradis Fonte: Adaptado de STM (2010, p.128-131) e STM (2011b, p.5) Mar./2010 111 Quadro 21 - Intervenções: Linha 11 - Coral Ação Conclusão Estações Adaptação em acessibilidade das estações Tatuapé, Corinthians-Itaquera, Dom Bosco, José Bonifácio e Guaianazes 2010 Reconstrução da estação Suzano Jun./2012 Reconstrução da estação Ferraz de Vasconcelos Jul./2012 Projeto Funcional das 07 estações restantes Concluído Trens Aquisição de 09 novos trens 14 trens reformados entregues a operação comercial no trecho Guaianazes – Estudantes Out./2012 Concluído Sinalização Sinalização da curva em Artur Alvim Nov./2010 Instalação de sinalização CBTC Jun./2013 Energia Construção da subestação de Guaianazes Abr./2011 Reforma da subestação de Calmon Viana 2011 Motorização das chaves seccionadoras 2011 Adaptação para linha de 34,5 kv Nov./2010 Implantação de telecomando de energia Dez./2013 Via Permanente Ligação definitiva da via 3 do Expresso Leste no Brás Nov./2010 Correção da curva em Artur Alvim Nov./2010 Instalação de AMV padrão UIC na Luz 2011 Adequações geométricas nas vias do Expresso Leste 2011 Sistemas Auxiliares 2011 Sistema de radiocomunicação Ações Complementares Implantação de pátio de trens em Guaianazes 2011 Ampliação do abrigo Engenheiro São Paulo Nov./2011 Revitalização da faixa ferroviária no trecho Guaianazes - Ferraz de Vasconcelos Out./2011 Construção de passarela no km 26 (entre as estações Guaianazes e Antônio Gianetti) Construção de passarela no km 28 (entre as estações Antônio Gianetti e Ferraz de Vasconcelos) Vedação da faixa ferroviária com muros e/ou gradis Fonte: Adaptado de STM (2010, p.132-135) e STM (2011b, p.6) 2011 2011 Mar./2010 112 Quadro 22 - Intervenções: Linha 12 - Safira Ação Conclusão Estações Construção das estações USP Leste, Jardim Helena-Vila Mara e Jardim Romano 2008 Reconstrução das estações Itaim Paulista e Comendador Ermelino 2008 Adaptação em acessibilidade da estação Calmon Viana 2010 Reconstrução da estação São Miguel Paulista Abr./2012 Projeto Funcional das 4 estações restantes Concluído Trens Aquisição de 20 novos trens Abr./2011 17 trens reformados entregues a operação comercial Concluído Sinalização Instalação de sinalização ATO de via no trecho Brás - Manoel Feio Ago./2013 Energia Construção da cabine seccionadora de Itaim Paulista Mai./2011 Construção da subestação de energia de Manoel Feio Nov./2010 Motorização das chaves seccionadoras Implantação de telecomando de energia Nov./2010 Dez./2012 Readequação das subestações de Comendador Ermelino e Sebastião Gualberto 2011 Via Permanente Construção da ponte ferroviária sobre o rio Guaió Instalação de AMV padrão de UIC no Brás Recapacitação da via permanente e rede aérea 2011 2011 Out./2011 Sistemas Auxiliares Sistema de telefonia Sinalização e controle (SSC) - domínio Tatuapé a Calmon Viana 2011 Sistema de radiocomunicação Ações Complementares Dez./2012 Revitalização da faixa ferroviária no trecho Calmon Viana – Brás Construção de passarelas nos quilômetros 25 (entre a estação Jardim Helena e a estação São Miguel Paulista), 26 (entre as estações Jardim Helena e São Miguel Paulista), 28 (entre as estações Jardim Helena e Itaim Paulista), 31 (entre as estações Jardim Romano e Engenheiro Manoel Feio), 11 (entre as estações Tatuapé e Dez./2010 Engenheiro Goulart), 29 (entre as estações Itaim Paulista e Jardim Romano), 38 (entre as estações Aracaré e Calmon Viana), 33 (entre Manoel Feio e Itaquaquecetuba), 35 (entre Itaquaquecetuba e Aracaré) e 40 (entre Aracaré e Calmon Viana) Vedação da faixa ferroviária com muros e/ou gradis Mar./2010 Readequação do pátio de Engenheiro Manoel Feio Fonte: Adaptado de STM (2010, p. 137-142) e STM (2011b, p.7) Jan./2011 113 Anexo D – Cenários de atendimento e intervalos previstos: Período 2010-2025 Figura 39 - Atendimento CPTM: cenário 2010. Fonte: CPTM (2010, p. 169) Figura 40 - Atendimento CPTM: cenário 2014. Fonte: CPTM (2010, p. 170) 114 Figura 41 - Atendimento CPTM: cenário 2020. Fonte: CPTM (2010, p. 171) Figura 42 - Atendimento CPTM: cenário 2025. Fonte: CPTM (2010, p. 172)