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TV&LAZER O ESTADO DE S. PAULO 26/3/06 TV 15 TV 15 TV 15 Vanguarda FOTOS VIDAL CAVALCANTE/AE GRAND BAZAR BOLDRIN Na web Confira alguns sites de associações e ONGs que estão no cenário do ‘Sr. Brasil’: Cia da Lacre www.sambaba.com.br Artesol www.artesol.org.br Aldeia do Futuro www. aldeiadofuturo.com.br Mãos de Minas www.maosdeminas.org.br Prato Cheio www.pratocheio.org.br Cenário do ‘Sr. Brasil’, da Cultura, é uma grande vitrine de artesanato brasileiro. Tudo está catalogado no site POR RENATA GALLO R olando Boldrin sempre gostou de descobrir novos artistas em seu palco, mas desde que estreou o Sr. BrasilnaTV Culturatemapresentadonovostalentosnãosódamúsica, na frente do palco, como também trabalhos de artesãos de todo o País, no fundodopalco.IssoporqueBoldrinabandonou seu empório e decidiu se instalar em um bazar com o mais genuíno artesanato brasileiro. A idéia de reunir peças do Brasil todo foi de PatríciaMaia,assessora,cenógrafaebraçodireito de Boldrin. “Quando fui convidada para fazer o cenário senti que tinha entrado numa fria porque o Elifas Andreato e o José de Anchieta, grandes cenógrafos, tinham feito os cenários dos programas anteriores dele que foram projetos vitoriosos”, conta. Tanto que até hoje,contaPatrícia,muitagentequeassisteao Sr. Brasil acha que Boldrin ainda tem como cenário o tal empório. “As pessoas incorporaram o cenário, o empório ficou muito marcado na mente do espectador”, diz. Masosolharesmais atentosjáperceberam aimensavariedadedeartesanatoemcena.No início, eram cerca de 40 objetos. Hoje, menos de um ano depois da estréia, são cerca de 300 Papai Noel caboclo de Manaus, almofada de dona Francisca e bonecas de cabelo de arame de Alto de Moura (PE) diante do tapete da Aldeia do Futuro peças. E todas, antes de integrar o cenário, passam pela aprovação de Conceição Ferreira da Silva, produtora de objetos. “Decidimos reunir objetos que tivessem forte a questão ambiental e social. Só aprovamos a peça se ela for feita com material com manejo”, explica. Uma das peças barradas por Conceição, por exemplo,levavagrãosdearrozefeijão.“Comidatemqueestarnoprato,nãoemartesanato.” Patrícia conta que o cenário tem hoje uma função de prestação de serviço porque todos os objetos lá expostos são catalogados e colocados no site do programa (http://www.tvcultura. com.br/srbrasil/). Quem visitar o site poderá verasfotosdetodososobjetosporregiãodoPaís eentrar em contatocom seus produtores. Além da foto, há também um breve histórico da associação,fundaçãoouONGqueproduzapeça.Assim, Patrícia quer que o Sr. Brasil se transforme emumagrandevitrinedeprojetossociais.“Queremos resgatar essa nossa cultura de artesanato,assimcomooRolandofazcomamúsica”,diz. Para Rolando Boldrin, com o novo cenário, oprogramapassou a ter maisvida. “Aidéia de fazer do cenário um grande bazar com peças de artesanato vindas de trabalho social fez com que o programa ganhasse um dado a mais. O cenário ficou mais importante e veio dar outra conotação à cultura popular”, diz. Santa de lixo Segundo Boldrin, muitas vezes, a produção aproveita peças para valorizar o programa, como foi o caso de uma santa feita de material reciclado que dividiu a tela com um artista de Franco da Rocha que foi ao programa para cantar uma música sobre Nossa Senhora. “O Rolando pediu para eu achar uma santa, mas não tínhamos nada. Estava já pedindo para o câmerafilmarumSãoFranciscoquando, pouco antes da gravação começar, chegou a santa de lixo. Foi emocionante”, conta Patrícia. Além da santa, o cenário tem bonecas de barro, divinos de madeira, pavão de sucata, xalesde fuxico,cortina debordados elacresde latas de refrigerante e uma infinidade de objetos. Muitos deles são doados por artistas, como foi o caso do chocalho feito com caixa de filmefotográficodaONGdaduplaLulieLucinda. Outros são presentes de freqüentadores assíduos da platéia. A almofada de bilros, por exemplo, é de dona Francisca, grande fã de Boldrin.Emumdiadegravação,donaFrancisca achou que o artesanato de sua terra, o Ceará, não estava muito bem representado. Por isso,fezumaalmofadaparadoaraoprograma. Apesardealgumaspeçasseremmuitoassediadas, Patrícia não vende nada, apenas informa o telefone de contato do artista – assim como no site. Ou seja, não cai um centavo na conta do programa ou de seu staff. Para que nada se perca, toda semana ela monta e desmonta o cenáriocomimensocuidado,embala empapel bolha cada objeto e leva tudo para seu escritório. E não adianta insistir. Que o diga Marcos Mendonça,presidentedaFundaçãoPadreAnchieta, que se encantou por uma luminária em forma de pipa feita com tampinhas. A luminária continua intacta no cenário. ●
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