"Mercado e academia juntos em favor da empresa".

Transcrição

"Mercado e academia juntos em favor da empresa".
cr a
Revista do Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia da Bahia
B A H I A
Nº 39 • abr • mai • jun • 2012
Sustentabilidade
Conceito é discutido
na Rio +20•
Ventos
soberanos
Bahia é uma das maiores
potências eólicas do País•
expediente
Presidente
Marco Amigo
Diretoria 2012
1º vice-presidente
Leandro de Aragão Correia Fonsêca
2º vice-presidente José B. de Oliveira Júnior
1º diretor administrativo Joseval C. Carqueija
2ª diretor administrativo João Batista Paim
1º diretor financeiro Jefté Nascimento da Silva
2º diretor financeiro Marcia Ângela Nori
3º diretor financeiro Otoniel Magalhães Morais
COORDENADORES/CÂMARAS ESPECIALIZADAS
Agronomia Lorena de Araújo Melo
Engenharia Civil Gerinaldo Costa Alves
Engenharia Elétrica Sérvulo de Oliveira Ramos
Engenharia de Agrimensura Jucy Conceição Pita
Engenharia Mecânica Jair Carlos Bertoldi
Engenharia Química Paulo Gilberto Silva
Geologia e Eng. de Minas André Bolinches de
Carvalho
cr a
redação
Assessora de Comunicação e Marketing
Luciana Kroger
Editora/Jornalista responsável
Nadja Pacheco (DRT 1985)
Colaboradores Cíntia Ribeiro, Fernando Barros,
Gilza Maria Neves e Vanessa Costa
Estagiárias Daniele Silva e Caroline Garrido
(Jornalismo)
Revisão Marcos Navarro
Projeto gráfico
Ana Clélia Rebouças e Iansã Negrão
Diagramação Ana Clélia Rebouças
Fotos João Alvarez (DRT 1912) e João Cláudio Cote
Impressão Gráfica Santa Marta
Tiragem 40 mil exemplares
nosso endereço
Rua Prof. Aloísio de Carvalho Filho, 402, Engenho
Velho de Brotas
CEP 40243-620 – Salvador-BA
Fone: (71) 3453-8989 Telecrea: (71) 3453-8990 Fax:
(71) 3453-8963
e-mail: [email protected]
www.creaba.org.br
*As opiniões emitidas nas matérias e
artigos veiculados nesta publicação são
de total responsabilidade de seus autores
Revista CREA-BA/Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia da
Bahia. - Nº 39 (abril/maio/junho 2012).
Salvador:
CREA-BA, 2006 - ISSN 16792866
Trimestral
1. Arquitetura. 2. Engenharia. I. Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia da Bahia
CDU 72:63 (813.8)
CDD 720
editorial
Corrida pelo desenvolvimento
e sustentabilidade
A área tecnológica tem buscado respostas para que o mundo saia da
condição atual e ganhe o status de sustentável. Pesquisas e inovações
estão nos bastidores desta corrida pelo uso de energia limpa, como a
eólica, ou pela reutilização de matérias primas. Às vésperas da realização
da Conferência Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, os holofotes se voltam para a potencialidade energética brasileira, o seu uso e como o País
devolve à Natureza o que explorou.
A edição 39 da Revista do Crea-BA retrata bem a inquietação dos brasileiros que procuram meios para alcançar a sustentabilidade, destacando os desafios da inovação com
o corte de R$ 1,5 bilhão do orçamento do Ministério da Ciência
e Tecnologia. O uso de ferramentas eficientes no georreferenciamento e a opção em aliar
os conhecimentos acadêmicos
com a prática nas empresas, por
meio do mestrado profissional,
são alternativas para fisgar o
desenvolvimento.
A publicação aborda também os caminhos contrários ao
desenvolvimento sustentável
percorridos pela Prefeitura de
Salvador ao sugerir à Câmara de
Vereadores a aprovação de mudanças da Lei de Ordenamento
e Uso do Solo (LOUOS). Uma
atitude antidemocrática que desvaloriza os profissionais porque não
tem sequer embasamento técnico.
Ao tempo em que reprova na capital a prática do poder público municipal, o Crea investe nas potencialidades do interior. Cursos e ações
estão sendo promovidos aos profissionais de diferentes regiões, estreitando cada vez mais os laços entre sede e inspetorias.
A contrapartida social do Crea pode ser observada em mobilizações,
como a realizada em prol da aplicação da Lei 11.888/2008, de Engenharia Pública, pelos municípios. A gestão do Conselho se empenha junto
aos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e às empresas para assegurar às famílias de baixa renda moradias dignas. É neste cenário de
descentralização de ações e contribuições coletivas que o Regional desenha o seu novo formato, sem abandonar o traçado original: a valorização e a fiscalização do exercício profissional.
Nadja Pacheco
sumário
Valter Pontes
Capa
Bahia é um dos maiores
potenciais eólicos do
Brasil. Foto de capa: João
Cláudio Cote
Página 14
10 Os desafios da
inovação na Bahia
12 Construções
sustentáveis são
tendências do
mercado brasileiro
embasamento técnico
para alterações da LOUOS
22 Aumenta a
20 Geógrafos buscam
24 Mestrado
fortalecem o
georreferenciamento
reconhecimento por
meio da Aprogeo
procura por técnicos
no Brasil
profissional alia
teoria a prática
9
6
6 Crea cobra
18 VANT’s
8 Atraso das obras da
Fiol gera prejuízos aos
municípios baianos
curtas
Referência
em FPI
Mercado
do Peixe
O modelo de Fiscalização
Preventiva Integrada
(FPI) do Rio São Francisco,
implantado há dez anos
na Bahia, foi apresentado
no dia 3 de abril para os
representantes de órgãos
públicos e de instituições
de fiscalização nas áreas
de meio ambiente e
saúde de Alagoas. Para
José Augusto Queiróz,
assessor de relações
institucionais do Crea-BA,
a aceitação do programa
por parte dos alagoanos
representa a consolidação
da iniciativa de expansão
em nível nacional e
sinaliza a transformação
de um projeto em modelo
de fiscalização para os
demais estados da bacia.
O Crea-BA divulgou,
no dia 10 de abril, o
relatório de nº007/2012
referente à vistoria
realizada no Mercado
do Peixe, em Itapuã. O
levantamento mostra que
o equipamento público
apresenta desgastes
estruturais decorrentes
da falta de manutenção
e de intempéries como
salinidade e ação dos
ventos. De acordo com
o estudo, se não forem
adotadas medidas para a
correção dos problemas,
o imóvel poderá ruir,
causando prejuízos
materiais e danos à
integridade física dos
usuários.
Integração com
os estudantes
O programa Crea-BA de
portas abertas foi lançado
no dia 2 de abril com o
objetivo de promover
uma maior integração
entre os estudantes dos
cursos tecnológicos e o
Sistema Confea/Crea.
O Programa pretende
mostrar a relevância das
ações do Conselho no
dia a dia das profissões
e da sociedade. A
programação inclui
palestras sobre temas
relativos ao exercício
profissional, mercado
de trabalho, fiscalização,
legislação e ética.
Comitiva do Crea-BA com secretário Correia
Parceria com a
Secretaria da Indústria
R
Representantes do Crea-BA se reuniram, no final
de abril, com o secretário da Indústria, Comércio
e Mineração, James Correia. O encontro, na sede
da SICM, faz parte do programa desenvolvido
pela assessoria parlamentar do Conselho e que
prevê a aproximação com diferentes órgãos
setoriais do Legislativo, Executivo e Judiciário da
Bahia para fins de troca de informação, dados e
cooperação técnica. O presidente do Crea, Marco
Amigo, destacou a importância do encontro para a
atualização do sistema cadastral de empresas dos
diversos segmentos industriais, principalmente
na área de mineração, que é um dos setores em
expansão no Estado.
Micaretas fiscalizadas
Os fiscais e inspetores de Feira de Santana e de
Jacobina participaram de fiscalizações preventivas
que antecederam a realização das micaretas nessas
localidades. O objetivo da ação conjunta com outros
órgãos é verificar a existência de responsáveis
técnicos para a realização de serviços que, por lei, só
podem ser executados por profissionais habilitados,
engenheiros e técnicos. O Conselho verifica o
registro da ART para diversas atividades e alerta
para o cumprimento às normas de acessibilidade.
A fiscalização é realizada durante a montagem
das estruturas básicas e após a instalação de
equipamentos suplementares e complementares.
Crea nas
empresas
O Conselho iniciou, em
março, um trabalho de
fiscalização industrial nas
organizações de grande
porte da Bahia. A ação tem
como objetivo atender os
profissionais registrados
até a sede ou inspetoria.
Dentre os principais
serviços oferecidos
estão atualização
cadastral, emissão de
boletos, registro, visto e
esclarecimentos sobre
o piso salarial. Braskem,
Petrobras e Ford foram
as primeiras empresas
visitadas. A fiscalização
industrial ocorrerá
durante todo o ano.
crea V.3, n.39, p. 5 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
louos e pddu da copa
Pela
qualificação
do debate
Sombreamento das
praias é uma das
consequências das
mudanças propostas
pela nova Louos
crea
V.3, n.39, p. 6 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
Crea cobra
embasamento
técnico para
alterações da Lei
por Nadja Pacheco
A falta de embasamento técnico que qualifique ou justifique a viabilidade das mudanças propostas pela nova Lei Orgânica de Uso e Ordenamento do Solo – LOUOS – tem sido combatida pelo Crea-BA. Tentando cumprir
o seu papel social e valorizando os direitos da população baiana, o Conselho
e 14 entidades representativas de profissionais elaboraram documentos demonstrando a preocupação com as ilegalidades e irregularidades das obras
que serão erguidas para a Copa do Mundo de 2014. A matéria com as alterações na regulamentação, enviada pela Prefeitura de Salvador, foi aprovada
na Câmara de Vereadores em dezembro do ano passado.
Segundo o presidente do Crea,
engenheiro mecânico Marco Amigo, se os empreendimentos feitos
para o Mundial obedecerem às diretrizes da nova LOUOS, em vez de
legados, a realização dos jogos trará
más consequências para quem vive
na capital. Entre os prejuízos estão
doenças, sombreamento das praias
(antes das 10h e a partir das 14h),
complicações no trânsito e no abastecimento de água. As consequências são frutos de pontos aprovados
na nova lei, como a liberação dos
gabaritos de altura da orla, permitindo a construção de prédios de
até 27 pavimentos (54 metros) e a
extinção do Parque Ecológico do
Vale Encantado, área de reserva de
mata atlântica, com um milhão de
metros quadrados, localizada entre
a Avenida Paralela e a orla.
Cobranças – Para tentar frear o
início das obras com a nova regulamentação, o Crea e as entidades
apoiaram a carta de manifestação
contrária ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) da Copa,
elaborada pelo Ministério Público da
Bahia e destinada à 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador. O documento foi aprovado na primeira sessão
plenária do ano, realizada no dia 16
de janeiro.
O Conselho também cobrou do
poder público municipal, por meio
de ofício, um estudo aprofundado
que justifique as alterações, como
uma forma de prestigiar os técnicos baianos, já que os mesmos não
foram consultados, assim como a
população em geral. Até o momento, o Regional não obteve resposta
da Prefeitura de Salvador. O desrespeito aos técnicos da Bahia e a
importância de valorização e reconhecimento da atividade dos profis-
sionais que atuam na gestão pública
foram destacados pelo presidente.
“É perceptível que a aprovação da
LOUOS atende a interesses alheios
aos da população e dos técnicos da
Bahia. Estamos apoiando, inclusive, a
luta dos profissionais que trabalham
para o Governo Municipal e não recebem o piso salarial profissional”,
acrescenta.
Reação social – Marco Amigo
reiterou a importância de a sociedade reagir em casos de decisões que
prejudiquem a qualidade de vida da
população. “É preciso que as regras
garantam atendimento ao povo. Não
podemos pensar a cidade a partir do
oportunismo de uma Legislação”,
observa, colocando à disposição da
Justiça profissionais registrados e
qualificados para embasar tecnicamente as ações em curso.
Foi a reação social às alterações
da LOUOS que resultou no surgimento do Movimento Desocupa,
em janeiro deste ano. A iniciativa já
realizou várias manifestações como
o “Desocupa João”, passeatas contra a administração do prefeito João
Henrique que reuniram mais de duas
mil pessoas; “Pipoca Indignada”, que
desfilou pelo circuito Barra/Ondina
no Carnaval criticando a privatização do espaço público; e o “Espetinho Diferenciado”, uma espécie de
comemoração pela devolução da
praça de Ondina após a remoção do
Camarote Salvador.
Segundo uma das representantes
do movimento, Maria Beatriz Barreto, com o amadurecimento das
discussões, o Desocupa se propõe a
ser um espaço permanente para o
exercício da cidadania e do controle
social. “Vamos acompanhar de perto a próxima gestão, não apenas no
sentido de fiscalizar, mas de dialogar
e assim lutar para restabelecer a
contrapartida da democracia: a participação popular”, enfatiza.
O Mapa Colaborativo do Desocupa
– (http://www.desocupa.org/mapa/)
é uma novidade do movimento e tem
como objetivo dar visibilidade aos
processos de ocupação irregular de
espaços públicos e áreas de proteção
ambiental, evidenciando ao mesmo
tempo a resistência da sociedade civil à substituição do interesse público
pelo interesse privado. As reuniões do
Desocupa ocorrem periodicamente
aos sábados, durante as manhãs, no
Teatro Vila Velha.
Desdobramentos – A polêmica
envolvendo as questões da LOUOS e
PDDU resultou na criação do Grupo
de Trabalho da Copa no Crea-BA com
o objetivo de acompanhar as ações
ligadas à Engenharia (infraestrutura, mobilidade e acessibilidade) em
Salvador para o mundial e Copa das
Confederações (em 2013). Segundo o
coordenador do GT, engenheiro civil
Edson Luiz do Nascimento, a preparação e execução dos serviços alusivos
aos eventos esportivos são pautas
constantes das reuniões. Entre as discussões realizadas, esteve a escolha
do Jardim de Alah, no bairro Costa
Azul, para sediar o FIFA Fan Fest, realizado desde a Copa de 2006, para
permitir que torcedores sem ingresso acompanhem os jogos em grupos
em locais afastados do estádio, contribuindo também para a redução do
fluxo de veículos no entorno.
Movimento Desocupa
Blog
movimentodesocupa.wordpress.com
Fórum permanente
http://www.facebook.com/groups/
movimentodesocupa/
crea V.3, n.39, p. 7 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
ferrovia oeste-leste
Fora dos
trilhos
Ritmo lento das obras
da Fiol causa prejuízos
por Cíntia Ribeiro
Principal projeto do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) na Bahia, a Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (Fiol) está com o cronograma atrasado. A
obra, esperada como alternativa para descentralizar o
desenvolvimento econômico do Estado, está dividida em
sete lotes. A primeira etapa, um trecho de 537 km ligando
Ilhéus a Caetité, cuja implantação era para ser em julho de
2012, teve o prazo estendido para junho de 2014. Também
não será cumprida a entrega do trecho Caetité/Barreiras,
com previsão de finalização em dezembro de 2015. As demais fases – Barreiras, São Desidério e Figueirópolis (TO)
– não têm data de conclusão definida.
Com um custo médio de R$ 7,25 bilhões e 1.527 km de
extensão, a Fiol vai atravessar 31 cidades baianas. As justificativas apresentadas pela Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal responsável pela contratação
e fiscalização das obras, apontam que no primeiro trecho
os atrasos ocorreram por conta da não conformidade do
cumprimento, por parte da empresa, do Plano Básico Ambiental (PBA), o que motivou a suspensão da Licença de
Implantação (LI), emitida pelo Ibama.
A liberação parcial da obra só foi retomada após assinatura de Termo de Compromisso entre a empresa e o Ibama
e que prevê o atendimento às condicionantes apontadas.
Já o trecho Caetité/Barreiras, ainda sem Licença de Instalação, depende também da mitigação de impactos decorrentes da presença de cavernas na região de São Félix do
Coribe. A Valec informou ainda que os estudos de impacto
foram apresentados ao Instituto e aguardam deliberação
sobre a aprovação. Questionado sobre o andamento das
liberações das licenças, o Ibama, por meio do superintendente do órgão na Bahia, Célio Costa Pinto, esclareceu
que, por ser uma obra executada em dois estados (Bahia
e Tocantins), todos os licenciamentos referentes à Fiol são
de competência do Ibama Federal.
Irregularidades - O superintendente informou que,
após a emissão da Licença de Instalação de um trecho
superior a 500 km, o Ibama fez uma vistoria de campo
e constatou diversos descumprimentos, recomendando
a suspensão da licença, que foi acatada pela Presidência
do Instituto, em Brasília. No entanto, até que a Valec alcance a necessária regularidade, o Ibama firmou um Termo de Ajustamento de Conduta, em agosto de 2011, que
também não logrou êxito por parte da Valec. Um segundo termo, firmado em 21 março deste ano, com prazo de
180 dias, encontra-se em andamento. “E uma vez que se
comprove o cumprimento dos compromissos previstos,
inclusive o fiel atendimento do cronograma de implanta-
crea
V.3, n.39, p. 8 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
Ferrovia Oeste-Leste
km
Abrangência
rr
ei
Ba
km
LOTE 3
R$ 739,9 milhões
Rio da Preguiça até o Riacho Jacaré
124,9 km
km
117,9 km
SPA Engenharia, Delta e Convap
OAS e Galvão Engenharia
R$ 574,4 milhões
R$ 650,4 milhões
qu
ié
Je
Sã
o
ad
o
um
bi
km
LOTE 5
LOTE 5A
LOTE 6
Riacho da Barroca até a Ponte
sobre o Rio São Francisco
Ponte sobre o Rio São
Francisco
Da ponte do Rio São Francisco
até o Riacho da Barroca
162,0 km
Mendes Júnior, Sanches
Tripoloni e Fidens
R$ 720 milhões
km
3 km
km
159,3 Km
LOTE 7
Da estrada vicinal de acesso à
BR 135 até o Rio das Fêmeas
km
161,1 km
Lotec, Sanches Tripoloni e
Sobrenco
Constran, Egesa, Pedrasul,
Estacon e CMT
Tiisa, Cowan, Almeida
Costa, Trier e Pelicano
R$ 134,9 milhões
R$ 575 milhões
R$ 535,7 milhões
ção do PBA, o Ibama poderá cancelar a suspensão da LI”,
informou Costa Pinto.
Na avaliação do superintendente, a Valec precisa ter
uma equipe de meio ambiente à altura da importância da
obra. “É importante também para toda a sociedade que
se comprove que o empreendimento está sendo executado com todos os cuidados ambientais necessários, atendendo à legislação vigente”, conclui Costa Pinto.
Outro problema que deve influenciar no andamento
da obra é a determinação, por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), que os contratos sejam reavaliados
para verificar o atendimento aos limites da Lei de Licitações 8666/93, referente ao custo da obra e às alterações
de traçado.
Justificativas - Eracy Lafuente, coordenador de infraestrutura da Casa Civil do Governo do Estado, admite que
a falta de rigor às questões ambientais foi determinante
para os atrasos e aponta também
a rotina de desapropriações, em
traçados dessa envergadura, como outro agravante.
“Estamos intensificando o
trabalho de cadastramento,
levantamento fundiário e
cartorial para acelerar as negociações e desapropriações,
mas o processo é demorado”, disse o coordenador. Segundo Lafuente, a
Valec fará esforços junto à União para que os atra-
Ilh
éu
s
Br
Gu
an
am
LOTE 4
Rio de Contas até o Riacho
da Barroca
178,2 km
LOTE 2
Ilhéus até o Rio da Preguiça
ns
c is
co
rib
R$ 403,2 milhões
Andrade Gutierrez, Barbosa
Melo e Serveng
LOTE 1
Ri
o
Sã
o
Fé
l
Torc, Ivaí e Cavan
km
Projeto executivo
não finalizado
Fr
a
do
Co
115,0 km
ix
km
Projeto executivo
finalizado
e
Riacho do Jacaré até
o Rio de Contas
Custos
Empresas
ra
s
Veja as principais informações de cada lote da Fiol
sos não signifiquem aumento para o erário. “Salvo nos
itens que tenham percurso alongado”, complementou.
O sonho ou o projeto do que mais tarde se transformaria na Oeste-Leste teve início na década 70, quando o
engenheiro civil Vasco de Azevedo Neto apontou alternativas para alcançar o Planalto Central, atingindo também
as novas fronteiras agrícolas do Oeste da Bahia. A proposta do responsável pela criação do Departamento de
Transportes da Escola Politécnica era construir a Ferrovia
Transulamericana, com 6 mil km de extensão, ligando o
complexo portuário da Baía de Todos-os-Santos (Bahia)
até o porto peruano de Bayovar.
O engenheiro não definiu modelo ideal, mas diretrizes
com base na sua tese dos Princípios de Escolha de Traçados, tomando como parâmetro as linhas de menor resistência. De acordo com o ex-presidente da Associação dos
Engenheiros Ferroviários (AELB), engenheiro civil Rafael
Vasconcellos, discípulo de Vasco Neto, à época o professor
considerava o percurso proposto um verdadeiro “achado”
em referência à questão da menor resistência, uma vez
que a rampa máxima não ultrapassava 0,6%. A ferrovia
sairia do Vale do Rio de Contas para o Vale do Rio Paramirim, numa transposição curta, de custo
relativamente baixo. “Vasco Neto
deixou um legado fantástico para
o futuro da ferrovia por proporcionar custos operacionais e de
investimentos menores, garantindo maior viabilidade comercial ao empreendimento”.
crea
V.3, n.39, p. 9 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
inovação
Os caminhos para
alcançar a excelência
Falta de cultura inovadora, baixa capacitação
e insuficiência de recursos são gargalos
por Nadja Pacheco
Investir em inovação e tecnologia como meio propulsor do desenvolvimento econômico. Essa realidade, hoje vivenciada em países como
Alemanha e França, serve como
estímulo para o Brasil, que precisa
vencer desafios como o corte de R$
1,5 bilhão do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, realizado
este ano pelo Governo Federal, para
alcançar o status de grande potência. Além de escassos recursos, os estados brasileiros também convivem
com empecilhos como a falta de
uma cultura inovadora entre os empresários. Segundo o diretor geral da
Fundação de Amparo e Pesquisa da
Bahia (Fapesb), Roberto Paulo Machado Lopes, é preciso romper com
a “inércia institucional” e incorporar
a inovação à cultura produtiva. Ele
ainda aponta outro desafio: a falta
de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento por parte das grandes empresas da Bahia. “É necessário que invistam em P&D, pois 82%
das pequenas empresas que inovam
o fazem a partir da difusão de tecnologia das grandes”, afirma.
Nos últimos cinco anos, a Fapesb
destinou R$ 270 milhões para pesquisa e inovação. Somente em 2012,
a Fundação lançou 14 editais com valor total de R$ 32 milhões. As frentes
10 crea
V.3, n.39, p. 10 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
de trabalho da diretoria de inovação
são: competitividade empresarial,
desenvolvimento científico, tecnológico e empreendedorismo, e tecnologias sociais e ambientais. De
acordo com o diretor, os trabalhos
realizados com apoio da Fundação
causam impactos para a Bahia nas
áreas social, econômica e ambiental.
“Os resultados das pesquisas trazem
uma série de benefícios diretos e indiretos, como geração de empregos,
tratamentos médicos, produtos com
grande potencial de comércio e formação de profissionais qualificados”,
observa Roberto Lopes.
Casos de sucesso - Entre as experiências de caráter inovador apoiadas pela Fapesb estão as pesquisas
com células-tronco, realizadas pelo
Hospital São Rafael, que consistem
na aquisição de equipamentos para
uma sala de cultivo de células totalmente especializada, sendo a única
do Norte-Nordeste. “Graças a essas
O corte de
R$ 1,5
bilhão
feito no Ministério da
Ciência e Tecnologia
representa 22% dos
recursos totais da
pasta.
pesquisas, pacientes que perderam
movimentos do corpo por lesão na
coluna estão recuperando a sensibilidade de tronco e pernas, alguns,
inclusive, recuperando a movimentação”, comemora o diretor.
Outra aliada da difusão da cultura
empreendedora na Bahia é a incubadora de empresas de base tecnológica da Escola Politécnica da Ufba –
Inovapoli. A iniciativa tem realizado,
desde 2010, o programa Seja Empreendedor, atingindo, no ano passado,
quase mil pessoas com palestras,
minicursos e cursos de qualificação
sobre planejamento e marketing
estratégico, plano de negócios e empreendedorismo inovador.
Das ideias que foram apoiadas
pela Inovapoli destaca-se o Ágape
(EXA-M) – um hemoglobinômetro
portátil projetado para medir a concentração de hemoglobina em sangue venoso ou periférico, com o objetivo de realizar testes de anemia de
forma eficiente, rápida e com baixo
custo. “Estaremos sempre dispostos
a contribuir para o desenvolvimento tecnológico da Bahia, através da
estruturação de empreendimentos
inovadores, sustentáveis e competitivos”, revela Wagner Miranda Gomes, gerente da Inovapoli. A incubadora de empresas foi fundada em
2006.
Wagner Miranda destaca a difusão da cultura inovadora pela Inovapoli, fundada em 2006
Matéria-prima - Na área do
petróleo e gás, a indústria enfrenta
atualmente o desafio de adaptar ou
desenvolver tecnologia nas novas
condições de extração dos produtos,
além de pesquisar meios de aprimoramento e otimização de processos
de produção em campos tradicionais.
De acordo com o superintendente de planejamento e pesquisa da
Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP),
Elias Ramos de Souza, o que tem sido
chamado de improved oil recovery
(novas tecnologias que possibilitem
a extração de maiores volumes em
comparação aos meios atuais) poderão ser muito úteis, inclusive nos
casos de campos maduros, cuja presença de matéria-prima é muito significativa nos estados da Bahia, Rio
Grande do Norte e Sergipe.
Segundo o superintendente,
atualmente, cerca de 95% do montante financeiro de bens e serviços
fornecidos para a indústria originase prioritariamente de empresas
estrangeiras, contra apenas 5% das
nacionais. “O desafio é capacitar
e mobilizar a indústria brasileira
para que tenha uma participação
mais representativa neste mercado
emergente”, observa, enfatizando
o envolvimento das universidades
no desenvolvimento e adaptação
de tecnologias para a formação de
competência nacional. “Isso pode
determinar o ritmo de exploração
das reservas de petróleo, gás e présal brasileiro”, frisa.
Capacitação – De acordo com
Souza, pesquisas recentes demonstraram que, com o advento do pré-
sal, a demanda por bens e serviços
para atender às necessidades da
exploração e produção de petróleo
será de R$ 700 bilhões até 2020.
Atentos a esta perspectiva, a ANP investe cerca de R$ 20 milhões por ano
em iniciativas como o PRH – projeto
voltado para formação de pessoal,
com concessão de bolsa para alunos
de graduação, mestrado e doutorado que desenvolvam trabalhos com
temas vinculados aos setores de
petróleo, gás e de biocombustíveis.
Atualmente, existem 45 programas
em funcionamento em diferentes
regiões do país.
Outras incubadoras - Universidades Estaduais da Bahia (Uneb) e
de Feira de Santana (Uefs); Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e
Universidade de Salvador (Unifacs).
Jonathan Pedreira, estudante de engenharia mecânica da Ufba,
ficou em 1º lugar no concurso nacional Siemens Student Award
Brasil com a criação do cartão de crédito verde para a Copa
crea 11
V.3, n.39, p. 11 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
soluções verdes
Construções
sustentáveis
ao pé da letra
por Cíntia Ribeiro
Cunhado em 1987 pela exprimeira ministra da Noruega Gro
Brundtland, o conceito de desenvolvimento sustentável sofreu inúmeras
interpretações ao longo dos anos.
Vertentes reducionistas limitaram
a expressão a algo relativo apenas
ao cuidado com o meio ambiente,
excluindo a abrangência contida na
ideia original, que contempla questões econômicas e sociais. Brundtland
foi chefe da comissão criadora do relatório “Nosso Futuro Comum”, que
serviu de base para a Eco-92.
No campo da construção civil, o
consultor Fábio Rocha, sócio-diretor
da Damicos Consultoria e Negócios
– DCN, defende que não é possível
falar em sustentabilidade sem levar
em conta o que seria uma gestão
sustentável das construtoras e incorporadoras. “Em todas as fases de uma
construção e/ou empreendimento
imobiliário, é possível buscar maximizar os seus impactos positivos (econômicos, sociais e ambientais) e minimizar os negativos”, disse Rocha.
Do ponto de vista econômico, a
atenção recai sobre a geração de empregos e de impostos, fortalecimento
da cadeia produtiva do setor e das
melhorias da infraestrutura urbana.
12 crea
V.3, n.39, p. 12 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
Já no que se refere à questão social,
é preciso considerar aspectos como
segurança do trabalho, direitos trabalhistas, utilização de mão-de-obra
das comunidades, qualidade de vida e
acessibilidade. A redução dos impactos ambientais, gestão de resíduos,
utilização de tecnologias de construção mais sustentáveis estariam
ligadas ao quesito ambiental propriamente dito.
Concepção sustentável - Na
avaliação do diretor de construção
Bahia/Pernambuco da Odebrecht
Realizações Imobiliárias, André de
Melo Basto, para se obter o máximo
de resultado em termos de sustentabilidade, um empreendimento deve
nascer sustentável, ou seja, deve ser
concebido, orçado e planejado com
esta visão. “A execução da obra com
o cunho sustentável torna-se consequência a partir desta premissa, e
novas ações podem ser agregadas no
decorrer da mesma”, complementa.
Para que a sustentabilidade seja
implementada em todos os níveis,
os envolvidos devem estar dispostos
a praticá-la. A afirmativa feita pelo
diretor da Odebrecht reitera a importância de se buscarem parceiros afinados com os princípios sustentáveis.
“Podemos citar fornecedores que
A aplicação
do conceito de
sustentabilidade no
mercado brasileiro
estão sendo selecionados de modo
que trabalhem com processos de fabricação sustentáveis e que também
garantam a logística reversa, recolhimento das embalagens e sobras de
materiais por eles fabricados”, explicou André Basto.
Outra tendência atual é a valorização, por parte do mercado, das
certificações de sustentabilidade dos
empreendimentos (Aqua, Leed e Selo
Procel), principalmente nos prédios
empresariais e hoteleiros. “No mercado de São Paulo, esta demanda já
é realidade e precisamos gerar ações
para incentivar que o mercado baiano
siga a mesma direção”, disse Basto.
Modelo europeu - Para o presidente da Ademi, Nilson Sarti, embora existam avanços consideráveis no
campo das ações sustentáveis, ainda
falta para que o Brasil atinja patamares de países como a Inglaterra. “Estamos no início, mas há localidades
cuja indústria da construção voltada
para a sustentabilidade está avançadíssima, o que tem transformado
toda a cadeia produtiva do setor”,
disse em referência a cidades como
Londres, por exemplo, que, além de
se comprometer em reduzir 80% da
emissão de carbono nos próximos 20
anos, está incentivando políticas que
Pituaçu é o primeiro
estádio da América Latina
a ser autossuficiente em
energia limpa
Alternativas conscientes
Escolha dos insumos
Compra/aluguel de insumos renováveis (utilização de madeiras de
reflorestamento nas obras, mantas acústicas à base de garrafas PET e
escoramentos metálicos).
Produtividade
Especificar sistemas que utilizam materiais sustentáveis e que,
ao mesmo tempo, garantam um ganho de produtividade e menor
utilização de mão de obra (Ex.: substituição de fachadas em pastilhas
por alumínio composto).
Redução de resíduos da construção
Reutilizar os resíduos gerados na construção dentro do próprio
canteiro de obras (Ex.: Fazer a moagem dos resíduos classe A para
reutilizá-los nos traços para contrapiso). Realizar projeto de paginação
de alvenaria a fim de utilizar blocos de tamanhos apropriados
(evitando cortes de blocos) e optar por argamassas industrializadas.
Eficiência energética
Prever o sistema de aquecimento de água através de placas solares.
Utilizar equipamentos mecânicos e sistemas de ar condicionados
com Selo procel Tipo A. Especificar vidros de alta performance no
isolamento térmico sem impedir a passagem da luz solar. Automação
predial com foco na eficiência energética (Exs.: controle de iluminação,
bombas, ar condicionado, elevadores, transformadores, dentre outros
sistemas).
Redução de consumo de água
Prever, na concepção do projeto, a reutilização de águas cinzas/
pluviais para irrigação e sanitários localizados nas áreas comuns
das torres. Utilizar descargas com dispositivos seletores com duplo
acionamento.
Tratamento de esgoto
Prever, na concepção do projeto, a construção de uma Estação de
Tratamento de Esgoto dentro do próprio canteiro de obras.
Qualidade ambiental interna
Controle na geração de pó, qualidade na alimentação e da água
de consumo, sanitários organizados e limpos, EPIs adequados e
programas de incentivos.
preveem inovações e melhoria dos
espaços construídos.
Ainda de acordo com Sarti, desenvolvimento sustentável é uma
questão de sobrevivência e está diretamente relacionado à inovação
tecnológica. Nesse aspecto, um dos
desafios do País recai sobre a capacitação profissional. Segundo o dirigente da Ademi, a questão é como formar engenheiros e arquitetos dentro
dessa nova ordem. “Precisamos também rever as grades curriculares dos
cursos tecnológicos como um meio
de antenar os profissionais para essa
nova realidade”, ressalta.
Pesquisa e inovação - Um dos
avanços recentes para o Brasil foi o
lançamento, em agosto de 2011, do
projeto para a criação do Parque de
Inovação e Sustentabilidade no Ambiente Construído (Pisac). No local,
que ocupará 20 mil metros quadrados
no Campus da Universidade de Brasília (UNB), inovações tecnológicas
serão analisadas, testadas e certificadas. Para o presidente, a expectativa
é que o mercado brasileiro passe a
contar com soluções comercialmente viáveis e disponíveis. “Entendemos
que o Pisac poderá representar para a
construção civil o que a Embrapa significa para a agricultura”, define.
crea 13
V.3, n.39, p. 13 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
tecnologia
VANTs: sobra
benefício e falta
legislação
Veículos Aéreos não Tripulados
revolucionam georreferenciamento
por Nadja Pacheco
O céu do Brasil está sendo invadido pelos Veículos Aéreos não Tripulados
(VANTs). Os equipamentos, que custam entre R$
50 mil e R$ 600 mil, geram
imagens da superfície da
Terra a partir de plataformas móveis controladas
por sensores remotos,
provocando uma verdadeira revolução no setor
de mapeamento. Monitoramento de fronteiras,
estudos preventivos contra catástrofes naturais
(deslizamentos de terra,
enchentes) e rastreamento de áreas devastadas são
algumas das ações proporcionadas pela ferramenta.
Segundo o gerente de
projetos da Orbisat da
Amazônia, Karlus Macedo, os VANTs são bastante úteis em situações de
acidentes ou catástrofes,
podendo ajudar a captar
imagens de regiões de difícil acesso com rapidez.
As primeiras tentativas
de utilizar o equipamento para tal tarefa ocorreu
durante os deslizamentos
de terra em Teresópolis,
14
14 crea
V.3, n.39, p. 14 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
no Rio de Janeiro, no ano
passado, pelo Exército Brasileiro.
Além desta finalidade,
Macedo também destaca
o uso dos veículos aéreos
no monitoramento de desmatamentos ou poluição,
a partir das imagens geradas pelo sensoriamento
remoto.
“Devido ao baixo custo
da operação dos VANTs
em relação a uma aeronave tripulada e à facilidade
de mobilização, o monitoramento de áreas específicas seria mais viável e frequente”, enfatiza, citando
como exemplo o projeto/
estudo da OrbiSat com a
Petrobras para monitorar
manchas de óleo no mar e
oleodutos ameaçados por
deslocamento de terrenos.
Segurança - Ações de
monitoramento das áreas
de fronteiras, em repressão ao tráfico de drogas,
guerrilhas, contrabando,
dentre outros, também
podem ser desempenhadas pelo equipamento. Em
2011, o governo brasileiro
criou o Núcleo de Excelência em Desenvolvimento
Aeromodelos geram
imagens a partir de
plataformas móveis
de Sistemas Embarcados
para Veículos Aéreos não
Tripulados e Robôs Táticos
Móveis com o objetivo de
desenvolver um sistema
de segurança nas fronteiras e monitorar o meio
ambiente na Amazônia.
A expectativa é que, em
quatro anos, o estado passe a ter mais controle de
suas fronteiras.
Todas as vantagens dos
VANTs esbarram na falta
de uma legislação específica para a realização
de voos sobre áreas densamente habitadas. Segundo o diretor comercial
da empresa Solução em
Engenharia
(Somenge),
Gabriel Santiago de Mello,
está em processo de discussão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
o uso dos aeromodelos.
“Em outros países, como
os Estados Unidos, a utilização dos equipamentos
não só foi aprovada pelo
órgão que controla a aviação americana, como foi
estabelecido prazo para a
implementação”, compara, destacando o interesse
de empresas brasileiras
que trabalham com mapeamento e defesa civil, e até
de profissionais liberais no
produto.
seguro
RC Profissional garante
cobertura de prejuízos
Produto cobre danos provocados a terceiros devido
a falhas causadas pelos responsáveis técnicos
por Nadja Pacheco*
Com o surgimento do Código
de Defesa do Consumidor, na década
de 90, a sociedade passou a conhecer mais seus direitos e a cobrar mais
qualidade na prestação ou oferta de
serviço. Valendo-se do CDC, sobram
exigências por parte da clientela e
mais cuidado na elaboração e execução de um projeto pelas empresas. É neste cenário de percepção
da população quanto aos direitos e
deveres das organizações que surge
o Seguro de Responsabilidade Civil,
uma ferramenta criada para cobrir
os danos provocados a terceiros em
decorrência de falhas e/ou omissões
causadas pelos profissionais das corporações.
Voltado a todos os profissionais
registrados no Crea, o produto oferece ao prestador de serviço cobertura contra danos materiais e/ou
Modalidades
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corporais, causados a terceiros. De
acordo com o coordenador de contratos e assessor de negócios da AP
Consultoria e Projetos, engenheiro
civil Eraldo Cesar Silva, que utiliza o
produto há três anos, é de extrema
importância para pequenas e médias empresas que prestam serviços
para grandes organizações. Para Silva, a Petrobras, empresa à qual presta serviço, é uma das organizações
que já exigem, em alguns contratos,
este tipo de seguro.
Trabalhando na área há 38 anos,
Silva se diz satisfeito com a aquisição
do seguro para a empresa. “É uma forma de nos resguardarmos em relação
a possíveis erros. Se colocarmos num
projeto a aquisição de 50 válvulas,
por exemplo, e na hora da execução
só forem necessárias 45, e como as
mesmas têm custo alto, a Petrobras
cobra da empresa que prestou o serviço e, para pagarmos essa diferença,
acionamos o seguro”, relata.
Com apenas uma apólice anual,
é possível proteger todas as obras,
projetos e serviços executados, garantindo segurança à atividade profissional. Os associados da Mútua
possuem desconto de 6% sobre o
valor da apólice. Para o advogado
Rafael Gesswein, coordenador do RC
Profissional, o diferencial do seguro
em relação aos concorrentes é a possibilidade de já definir em contrato
o ressarcimento junto ao cliente de
possíveis falhas e omissões.
*Com reportagem de Vanessa Costa
crea 15
V.3,
V.3,n.38,
n.38,p.p.15
3 - jan/fev/mar.2012 - Bahia
energia limpa
Ventos
favoráveis
Bahia é um dos maiores
potenciais eólicos do País
por Cíntia Ribeiro
E
Em 2011, a energia gerada no
Brasil pela fonte eólica foi de aproximadamente 1.902 gigawatt (GW/h).
A perspectiva é que nos próximos
anos sejam contratados cerca de
2GW/ano. Os dados divulgados pela
Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) refletem o aumento
da competitividade alcançada no
setor. O cenário é positivo e o Plano Decenal de Expansão de Energia
(PDE 2011-2020) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra ainda
uma capacidade instalada de 11,5GW
em 2020.
Renovável e com baixo impacto
ambiental, a energia eólica é considerada uma das mais baratas do
mundo, R$ 99,54 (MME, 2011), se
comparada – por exemplo – à energia extraída do bagaço da cana, R$
144,20 o megawatt (MW), e às pe-
16
16 crea
V.3, n.39, p. 16 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
quenas centrais hidroelétricas (PCH),
com preço de R$ 141,93 (MME, 2010).
Segundo informações da ABEEólica,
atualmente, os desafios do País referem-se basicamente aos marcos regulatórios do setor e a fatores como
estudo de viabilidade dos projetos,
sobretudo em relação aos contratos
firmados nos leilões, às questões de
logística e transporte, aos licenciamentos ambientais e aos financiamentos.
Atualmente, 71 parques eólicos,
totalizando 1.471,2 MW, estão instalados no País. Rio Grande do Norte,
Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina figuram entre os estados que possuem ventos favoráveis para a exploração.
O Atlas de Energia Eólica, publicado em 2001 pela Companhia de
Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), aponta o estado com potencial eólico de 14,4 GW, considerando
torres de 70m de altura. De acordo
com o professor Ednildo Andrade
Torres, coordenador do Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente
(Cienam) e do Doutorado de Energia e Ambiente da Escola Politécnica (Ufba), a Bahia, que inicialmente
não estava no grupo de estados (Rio
Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul) com ventos para a geração de grande porte, já alcançou a
liderança como maior província eólica do País, um resultado também
atribuído a experiências realizadas
pela universidade. “Com os projetos
em andamento, o estado passa a ser
o segundo na geração de energia
elétrica com fonte eólica, perdendo
apenas para o Rio Grande do Norte”,
explica Torres.
Cerca de 16 grupos prospectam
os ventos baianos, com potencial de
geração de energia de 20 a 25 GW
– o que representa quase uma vez
Energia eólica possui características como baixo impacto ambiental e menor preço
e meia a potência de Itaipu. Para os
próximos dez anos, o cálculo é de
investimentos na ordem de R$ 42
bilhões. “Nossa expectativa é que,
no início de julho de 2012, o primeiro parque eólico esteja produzindo,
em Brotas do Macaúbas, na Chapada Diamantina, com possibilidade
de atender 500 mil residências, ou
aproximadamente dois milhões de
habitantes”, antecipa Torres.
Investimentos – De acordo com
números da Secretaria da Indústria,
Comércio e Mineração (SICM), os
projetos nessa área totalizam cerca
de R$ 6 bilhões. Segundo o secretário executivo da Câmara de Energia
do órgão, engenheiro eletricista Rafael Valverde, os primeiros parques
eólicos do estado devem entrar em
fase de testes até junho deste ano,
e a operação comercial está prevista
para o segundo semestre.
Mestre em Regulação da Indústria de Energia, Valverde explica
que, além das instalações das fábricas Gamesa e Alstom, responsáveis
Preço médio da
energia eólica
negociado nos leilões•
Capacidade
mundial
de produção•
LeilãoPreço Médio
(R$/MWh)
- EUA 35 GW
- China 26 GW
- Alemanha 25,6 GW
- Associação Mundial de Energia
Eólica (WEA, 2010)
2009
2010
2011
148,39
134,13
99,54 a 105,12
pela fabricação de aerogeradores,
foram assinados 26 protocolos de
intenções com empresas do setor.
Dentre essas está a General Electric,
prevendo a implantação de uma fábrica até 2013.
Ainda segundo informações da
SICM, existe um incentivo por parte
do Estado para que fornecedores de
matéria-prima e equipamentos para
esses fabricantes também instalem
empreendimentos na Bahia. “Futuramente, o desafio será trazer os
fabricantes dos elementos menores,
especialmente na indústria de eletrônica de potência”, revela Valverde.
Fatores como altitude, capaz de
permitir o alcance das massas de ar
que atravessam o Estado, e o relevo
com formações naturais que ajudam
a canalizar o vento em alguns pontos, favorecem as regiões sudoeste,
a Chapada Diamantina e o Vale do
Rio São Francisco.
crea 17
V.3, n.39, p. 17 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
energia limpa
Na contramão dos benefícios proporcionados pela ampliação de forma
acelerada da geração eólico-elétrica
(atingindo a escala de gigawatts) ao
longo da última década no mundo,
está a falta de dados consistentes e
confiáveis. Segundo o professor Torres, parte significativa dos registros
anemométricos disponíveis pode ser
mascarada por influências aerodinâmicas de obstáculos, relevo e rugosidade. “A disponibilidade de dados
representativos é importante no caso
brasileiro, que ainda não explorou
esse recurso abundante e renovável
de forma expressiva”, explica.
Aspectos relativos aos impactos
decorrentes da exploração da fonte
eólica são pouco divulgados. Em países onde o uso dessa modalidade é
amplamente difundido, as críticas recaem sobre os constantes acidentes
com turbinas, a exemplo de quedas
de peças, manutenção inadequada
e dificuldade de reposição devido ao
aumento da demanda.
Inviabilidade - Outra crítica
refere-se à possibilidade de não utilização do potencial já instalado e que
pode gerar desperdícios e prejuízos
financeiros. Em 23 de abril deste ano,
uma reportagem do jornal A Tarde
denunciou que o atraso na instalação de redes de transmissão entre
Igaporã e Bom Jesus da Lapa gerou
um prejuízo de R$ 92 milhões ao Governo Federal.
Ainda que não gere gases, material particulado, efluentes ou resíduos, se comparada a fontes tradicionais, a exploração da energia eólica
provoca impactos de diferentes ordens. “Temos impactos ambientais,
sejam eles visuais, ruído, ocupação
de terras e até o abatimento de pássaros que porventura passem pelas
pás do aerogerador”, complementou
18 crea
V.3, n.39, p. 18 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
O Brasil possui atualmente
71 parques eólicos
tipos de energia - pontos positivos e negativos
Nuclear
Não depende de
fatores naturais
Produz lixo radioativo e
ameaça de vazamentos
e contaminações
Hidrelétrica
Menor custo
Provoca desequilíbrio
ambiental e depende do
fluxo dos rios
Solar
Limpa e menos
perigosa
Preço atual inibe a
utilização em larga
escala
Termoelétrica
Investimento
inicial baixo
e rápida
instalação
Altamente poluente.
Emissão de gases
provoca o aquecimento
global
o professor Ednildo Torres.
De acordo com a Diretoria de Regulação do Inema, órgão responsável pela concessão de licenças para
instalações de empreendimentos interessados na exploração no estado,
todos os projetos nessa área estão
sujeitos a uma série de licenças (sim-
plificada, implantação, localização,
operação e alteração) de acordo com
o tipo e porte do empreendimento.
Além dessas, são exigidos Estudo de
Impacto Ambiental e Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA) nos
casos de obras com significativa degradação ambiental.
fórum ambiental
Desafio da Rio+20
é superar Eco 92
Desenvolvimento humano e erradicação
da pobreza são objetivos do evento
por Cíntia Ribeiro
Aguardada como o evento que
pretende unificar as agendas ambientais dos países participantes, a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, que será realizada entre os
dias 13 e 22 de junho, promete colocar o mundo na berlinda. Os desafios
do encontro são muitos e, dentre
eles, está a renovação de compromissos políticos assumidos durante
a Eco 92 e que não foram colocados
em prática pela maioria dos países,
a exemplo da implantação da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação
da pobreza.
De acordo com o professor Rubens
Harry Born, coordenador do Instituto
Vitae Civilis e doutor em Regimes Multilaterais Ambientais, a Rio +20 deve
ser encarada como um fórum capaz
de estabelecer metas, indicadores e
parâmetros voltados para a melhoria da qualidade do desenvolvimento
humano em escala mundial. Segundo
Born, a Conferência tem que resgatar
aspectos econômicos e sociais do desenvolvimento sustentável com base
nos princípios da governança global
(ver boxe). “Governança é utilizar os
meios democráticos que permitem
aos cidadãos influenciar a tomada de
decisão por parte dos dirigentes. Não
adianta o consumidor ser consciente
se as políticas públicas não acompa-
nham essa ação”, enfatizou durante
o seminário Rio+20, Expectativas e
Desafios, promovido, pela Comissão
de Meio Ambiente e Sustentabilidade
da Assembleia Legislativa da Bahia,
em abril.
Um dos pontos defendidos por
especialistas é o fato de que o evento precisa equacionar os diferentes
diálogos: oficial, semioficial e autônomos que se propôs a receber. A
baixa participação das instituições
de pesquisas brasileiras na definição
das prioridades é apontada como
ponto fraco da Conferência.
Para Mariana Meireles, diretora
vice-presidente do Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável, outra preocupação é como
sistematizar as reflexões da Rio+20,
garantindo a aprovação de uma
agenda concreta e que comprometa
o segmento empresarial. “As metas
precisam ser claras, equacionando
crescimento econômico, equilíbrio
ambiental e erradicação da pobreza.
O papel do empresariado nesse processo ainda é tímido e deveria se basear nos princípios da Carta da Terra
e na Declaração dos Direitos Humanos”, afirma, reiterando que existem
líderes comprometidos com um
novo modelo de produção, mas que
o desafio de garantir sustentabilidade e atendimento às necessidades
de consumo ainda permanece.
Rio+20 em
três tempos
Oficial• reúne governos e
países com o objetivo de renovar
compromissos políticos
Semioficial• diálogos sobre
o desenvolvimento sustentável
a partir de consultas mundiais
sobre dez temas.
Autônomos• Espaço para
a Cúpula dos Povos e outras
campanhas da sociedade civil
Governança
cidadã prevê
»Acesso à informação;
»Participação;
»Mecanismos de gestão e de
controle;
»Direitos e instrumentos de defesa
dos cidadãos;
»Deveres e princípios.
94% dos brasileiros citam
o meio ambiente como sério
problema enfrentado no País•
44% acreditam que a
proteção do meio ambiente tem
prioridade sobre crescimento
econômico•
79%
acham que o
aquecimento global é causado
pelo ser humano•
Fonte:
Ibope/2012
crea 19
V.3, n.39, p. 19 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
reconhecimento
A hora e a vez da
Geografia
Criação da
Aprogeo valoriza os
profissionais da Bahia
por Nadja Pacheco
As intempéries ocorridas em
janeiro de 2011 no Rio de Janeiro foram o estopim para que os poderes
públicos desenvolvessem um sistema
de identificação de áreas suscetíveis
a deslizamentos. Se o geógrafo já integrasse as equipes governamentais
e realizasse trabalhos neste sentido,
questões relativas aos desastres naturais seriam mitigadas ou até mesmo prevenidas. A falta de valorização,
reconhecimento e organização dos
profissionais de Geografia levou um
grupo a fundar, em 7 de fevereiro deste ano, a Associação Profissional dos
Geógrafos da Bahia (Aprogeo).
A entidade já existe em alguns
estados e surge com a proposta de
articular os geógrafos baianos para
que sejam mais conhecidos e reconhecidos nas instituições. Segundo
Daniel Albuquerque Ribeiro, presidente da Aprogeo, um dos motivos
que levaram a Geografia a ficar à
margem no País por algum tempo
foi a postura dos profissionais em
defender a redução das desigualdades regionais, por meio de melhor
estruturação social, sem que, para
isso, fosse necessário destruir o
meio ambiente.
20 crea
V.3, n.39, p. 20 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
“Sabemos que os planejadores do
passado só enxergavam o viés economicista. Felizmente, essa forma de
pensar está sendo ultrapassada e vemos então uma grande oportunidade para os geógrafos”, pontua, reiterando que conceitos muito utilizados
em diversas instâncias da sociedade,
como território, geotecnologias, impacto ambiental e desenvolvimento
sustentável fazem parte da rotina de
um geógrafo.
A desmobilização da categoria,
aliada à falta de organização, é um
fator que prejudicou a inserção dos
geógrafos no mercado de trabalho,
segundo Daniel Ribeiro. Para ele, a
criação da Aprogeo fará com que
a sociedade tenha a oportunidade
de conhecer melhor o trabalho dos
profissionais por meio de palestras,
encontros e visitas da associação às
entidades.
O presidente destacou a importância de o geógrafo participar de
debates de cunho social, como os
relacionados ao Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano (PDDU)
e à Copa do Mundo. “A formação é
bastante rica e a contribuição que
Diretoria da Aprogeo pretende mobilizar os geógrafos da Bahia
esse profissional tem a oferecer não
pode ficar negligenciada”, ressalta,
destacando o compromisso de países como Canadá e Estados Unidos
com a profissão e a ascensão notória
em estados brasileiros que possuem
a associação, como São Paulo.
Áreas de destaque - O geógrafo tem diversas possibilidades
de atuação, dentre elas nas áreas
da saúde, ambiental e de planejamento territorial. As especializações
em hidrogeografia, geomorfologia,
climatologia, pedologia, geologia,
biogeografia, cartografia, geoprocessamento e estatística, dentre
outras, são as mais requisitadas no
mercado. “Outros setores como o
geomarketing, resíduos sólidos, regularização fundiária, energia, telefonia móvel e em diversos planos de
obras também são áreas de atuação
do geógrafo”, afirma Ribeiro.
De acordo com o assessor de relações institucionais do Crea-BA, José
Augusto Queiroz, é uma das premissas da gestão do Conselho fomentar
e apoiar a organização profissional.
“Percebemos problemas na questão
dos registros dos geógrafos, onde
verificamos que os licenciados não
têm a obrigação do registro, diferentemente dos bacharelados”, revela,
reiterando a participação do Regional na criação da Aprogeo. A contribuição do Crea não para por aí; existe a intenção, por parte da diretoria,
em inserir os geógrafos na Câmara
Especializada de Agrimensura.
Considerado um dos nomes mais
influentes da Geografia da Bahia, o
professor pós-doutor Sylvio Bandeira de Mello e Silva, da Universidade
Católica do Salvador (Ucsal), se destacou na área por causa da dedicação aos estudos das questões regionais de Salvador. Conhecedor do não
reconhecimento do papel do profissional da área no Brasil, o educador
avalia positivamente a criação da
Aprogeo e sugere que os geógrafos
baianos interajam com outros estados que dispõem de entidade similar,
como o Rio Grande do Sul e Ceará.
Como melhoria para a formação, Sylvio Bandeira recomenda o
fortalecimento do lado aplicado da
ciência com boa base teórico-conceitual e a ampliação dos departamentos de Geografia que oferecem
bacharelado. “Ainda sonho, para os
geógrafos, algo parecido com os
Médicins Sans Frontières, ou seja,
profissionais que tenham uma atuação direcionada para a solução
de problemas sociais e ambientais,
junto às comunidades mais carentes. Isto começa a existir, de forma
tímida, nas áreas da Engenharia
(Engenharia Social) e da Arquitetura
(Arquitetura Social)”, revela.
Segundo Bandeira, o trabalho do
Geógrafo Milton Santos deve ser
valorizado pelos geógrafos, já que o
professor foi o grande responsável
pelo planejamento da Bahia. Destaca as iniciativas de Santos que
ganharam notoriedade nacional e
internacional, a exemplo das aplicadas no Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais (com a colaboração de franceses), mas salienta
que é importante resgatar a tradição sem perder o lado crítico. “As
ferramentas da Geografia de hoje
são extremamente úteis para toda
a sociedade, utilizadas inclusive por
disciplinas vizinhas, o que não acontecia há poucas décadas. E há uma
grande demanda por boas análises
e projetos de solução dos problemas sociais e ambientais”, finaliza.
Mais informações sobre Aprogeo:
www.wix.com/aprogeo/ba
crea 21
V.3, n.39, p. 21 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
profissão
Valorização dos técnicos
Procura por ensino profissionalizante cresceu 50% nos últimos cinco anos
por Nadja Pacheco
Com a escassez de mão de obra
especializada na área tecnológica, aumenta a cada ano a procura por cursos técnicos no Brasil. De acordo com
estudo realizado no ano passado pela
Fundação Getúlio Vargas e Instituto
Votorantim, quem conclui o ensino
profissionalizante tem 48% de chance de entrar no mercado de trabalho
em relação aos que encerram o ensino médio. Conforme levantamento
feito pelo Ministério da Educação em
2011, o número de matriculados na
educação profissional representa de
15% a 18% do total de inscrições na
modalidade tradicional.
Embora não tenham piso salarial
definido por lei (tramita na Câmara
dos Deputados a PL 2861/2008, que
sugere o valor R$ 1.940), os técnicos
chegam ao mercado com salários razoáveis. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan), das dez profissões
com maiores perspectivas de crescimento até 2015, metade está na área
técnica. Ainda de acordo com a organização, a remuneração média da
categoria é de R$ 2 mil, podendo aumentar, a depender do porte da empresa e da atividade desenvolvida.
A Bahia possui aproximadamente
25 mil técnicos. Apenas metade desse número está em dia com o Crea.
A grande maioria está longe das associações ou sindicatos. Segundo o
assessor de relações institucionais
do Regional, José Augusto Queiróz,
é por meio da organização coletiva
que advêm as conquistas. Uma delas
foi o Sindicato dos Técnicos Industriais da Bahia (Sintec), criado em
2010, com apenas 1.127 associados.
Para o presidente do Sintec, Sérgio Santos, a criação da entidade
aumentou a representatividade dos
técnicos industriais. “Inserimos os
profissionais nas discussões não só
Técnicos possuem remuneração média inicial de R$ 2 mil
22 crea
V.3, n.38, p. 22 - jan/fev/mar.2012 - Bahia
200 institutos
técnicos foram abertos
no Brasil de 2003 a 2011
1,5 milhão
de alunos estão
matriculados em cursos
técnicos no Brasil
do Conselho, mas das políticas públicas voltadas à área tecnológica
do Estado”, revela, destacando que a
categoria já ocupa cargos como o de
inspetores do Crea e a expectativa
é que também tenham assento nas
câmaras especializadas e diretoria.
Foi visando este pleito que o gestor do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, solicitou o apoio
do presidente da Federação Nacional dos Técnicos Industriais (Fentec), Wilson Vieira, para inscrição
do Sintec no Ministério do Trabalho
e Emprego. “Tive apoio dos técnicos
e a expectativa é que o sindicato represente-os no Conselho Regional. A
Fentec vai nos ajudar a pleitear isso
junto ao Confea e garantir direito
aos técnicos”, enfatiza.
Wilson Vieira demonstrou satisfação pelo que o presidente do Confea, José Tadeu da Silva, fez pelos
técnicos em São Paulo, garantindo
que a categoria assumisse posições
não só no Conselho, mas também
na diretoria do Crea-SP. “Espero que
ele repita o que fez em São Paulo em
todo o Brasil”, reforça, reiterando a
importância da proporcionalidade
nas representações das profissões
abrangidas pelo Sistema.
crea 23
V.3, n.39, p. 23 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
pós-graduação
Mercado e academia juntos
em favor da empresa
Mestrado profissional da Ufba é o único da Bahia voltado à Engenharia
por Nadja Pacheco
Atuar no mercado em vez de seguir carreira acadêmica após a graduação foi, por muitos anos, uma tendência entre os profissionais da área
tecnológica. As exigências das disciplinas curriculares e as pressões por
resultados motivavam o graduado a
buscar a prática no mercado, depois
de conhecer a profissão em teorias e
cálculos. Agora, os formados têm a
oportunidade de conciliar a atuação
nas empresas com o conhecimento
científico por meio de pós-graduações como o mestrado profissional.
A modalidade surgiu na Ufba em
2009, sendo o único na Bahia voltado à Engenharia. A proposta do
mestrado profissional é buscar na
academia soluções para os problemas das empresas. Patrocinado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes),
o curso é realizado no período noturno e segue os mesmos padrões
dos mestrados tradicionais, ou seja,
o aluno tem que defender uma tese
e gerar produto acadêmico (artigos
em publicações científicas) ou tecnológico (patentes).
De acordo com o coordenador do
Programa de Engenharia Industrial
(PEI), professor Cristiano Fontes, a
primeira defesa no curso foi realizada no dia 9 de abril. “Foi um trabalho
sobre eficiência energética na área
de administração, realizado por um
Cristiano Fontes: “Um dos desafios é convencer o empregador”
aluno da Coelba”, acrescenta. Para
Fontes, uma dificuldade enfrentada
é conciliar trabalho e estudo. “Por ser
aplicado em tempo parcial, essa espécie de mestrado não é bem vista
por uma parte dos professores. Eu,
particularmente, não gosto, mas, por
outro lado, vejo muitas vantagens
para as empresas e também para as
universidades”, observa o professor.
Outro desafio a ser enfrentado é
conscientizar as empresas sobre as
vantagens do curso. “A Ufba e a Capes procuram envolver o empregador, informando sobre os impactos
positivos nas áreas sociais, econômica e ambiental que podem ser gerados”, revela. Entre as empresas que já
demonstraram interesse no projeto
estão Petrobras, Itaipu e Coelba.
O mestrado profissional tem sete
inscritos contra 67 na modalidade
acadêmica. Embora não exista a possibilidade de fazer doutorado seguindo os padrões do mestrado profissional, a Ufba, em parceria com outras
instituições de ensino superior da
Bahia, está desenvolvendo o projeto
Doutorado Solidário de Nucleação
do Estado, que é um acordo de cooperação técnica para a formação em
nível de doutorado dos professores
das universidades estaduais. Segundo Fontes, 18 alunos estão inscritos.
O doutorado acadêmico do PEI tem
66 inscritos.
Veja mais sobre outras pós-graduações da Ufba em www.prppg.ufba.br/posgrad-html
24
24 crea
V.3, n.39, p. 24 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
artigo Eduardo Rode
A tecnologia e a Rio+20
Encontramo-nos às
vésperas da Conferência
Rio+20, da ONU, e os desafios são gigantescos. Três
questões centralizarão os
debates, todas girando em
torno do tema central – o
desenvolvimento sustentável que desejamos, quais
sejam: como crescer, gerar
empregos, sem comprometer nosso planeta, mais
do que já o fizemos.
Economistas dos mais
avançados centros de excelência acadêmica discutem como medir avanços
econômicos, não apenas
pelo PIB, mas que reflitam,
também, os cuidados com
a preservação ambiental, a
manutenção da diversidade cultural, social e biológica. Alguns países estão redefinindo seus critérios de
desenvolvimento, como o
Butão, na Ásia, que adotou
a Felicidade Interna Bruta,
que não pode ser medida
diretamente, mas existem
23 critérios objetivos que
interferem nesse conceito
inovador e são utilizados
na análise dos projetos e,
consequentemente, contribuem para a aprovação
ou não de empreendimentos naquele país.
O segundo desafio está
centrado no papel da economia verde, dentro desse
processo. O mundo en-
frenta uma enorme crise
econômica, social e ambiental, mas como resolvê-la dentro do contexto
sustentável? Como produzir mais 35 milhões de toneladas de carne até 2030
sem mais desmatamento?
Como incorporar milhões
de novos consumidores
das classes C e D sem agravarmos os impactos causados por esse consumo represado durante décadas?
Como atingir os Objetivos
do Milênio? Certamente já
se pensa em projetos criativos, buscando apresentar
soluções técnicas das mais
avançadas e contemporâneas, mas a sociedade, na
verdade, quer mais.
A sociedade quer soluções sustentáveis que reduzam o impacto sobre o
meio ambiente e a batalha
em torno do novo Código
Florestal cristalizou essa
visão. Produzir e realizar
com o menor impacto ambiental. Esse é o grande
desafio e nós, engenheiros,
estamos bem no centro
desse debate. Os primeiros acidentes ambientais
do pré-sal já ocorreram.
Enfrentamos no Nordeste uma nova grande seca,
previsível, cujas soluções
são sempre mais políticas
do que técnicas.
Nossos dirigentes, dos
Eduardo Rode é
engenheiro agrônomo
e assessor técnico do
Crea-BA
mais diversos matizes
ideológicos, defendem o
desenvolvimento a qualquer custo, alegando que
a economia de baixo carbono não permite incorporar milhões de pessoas
que ainda se encontram
abaixo da linha de pobreza, no entanto a Embrapa e outros centros de
pesquisa, a ASA Brasil e a
AS-PTA detêm tecnologia,
há muitos anos, e têm demonstrado que outro caminho é possível.
Com metade dos R$ 8,2
bilhões gastos no projeto
de transposição do São
Francisco,
poderíamos
viabilizar as ações previstas no Atlas Brasil, elaborado pela ANA – Agência Nacional das Águas,
construindo milhões de
cisternas pelo semiárido,
resolvendo o problema
de abastecimento humano e animal, e gerar uma
microeconomia regional
sustentável, atendendo,
de alguma forma, 34 milhões de nordestinos.
O terceiro grande debate da conferência será em
torno da governança. Nesse sentido, a Bahia está
dando um mau exemplo.
Enquanto o mundo evolui
para a transparência no
debate e ampla participação na busca do desenvolvimento sustentável,
com o envolvimento dos
diversos segmentos envolvidos; na Bahia, o governo
retira da sociedade civil
organizada o papel de contribuir na discussão sobre
o licenciamento ambiental
de empreendimentos que
causem grandes impactos
ambientais, no Cepram.
De nós, profissionais
da tecnologia, a sociedade aguarda ansiosamente
que utilizemos nossa criatividade e conhecimento
para vencer esses desafios.
A engenharia move o mundo, mas que seja de forma
limpa e sustentável.
crea 25
25
V.3, n.39, p. 25 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
estante
Por cíntia ribeiro
Geologia
Sensoriamento Remoto.
Princípios e aplicações.
Evlyn M. L. de Moraes.
Ed. Blucher.
Princípios físicos,
sistemas e sensores.
Níveis de aquisição
de dados e sistemas
orbitais são alguns dos
assuntos abordados
nesta obra. Mostra
ainda as formações, os
princípios e os conceitos
básicos que norteiam o
sensoriamento. Discute
também os principais
métodos de extração
de informação e com
aplicação em diversas
áreas do conhecimento.
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Estrutura
Concreto Armado. Novo
Milênio. Cálculo Prático
e Econômico. Francisco
Xavier Adão e Adriano
Chequeto Hemerly. Ed.
Interciência.
O objetivo é
fornecer material
útil e conceitual
aos profissionais
de engenharia
sobre estruturas de
concreto. Ferramenta
de apoio no primeiro
contato de estudo e
desenvolvimento de
projetos estruturais
integrados, a obra
utiliza as atuais
normas brasileiras em
vigência.
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Pavimentos
Manual de Patologia
e manutenção de
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infraestrutura pelo
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sua experiência de
mais de 20 anos
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principais patologias
em pavimentos com
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concreto e asfalto. Traz
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exemplo de cálculo
de espessura e de
reforço de pavimento.
Na obra é possível
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de recuperação em
função do tipo de
patologia.
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crise
ambiental
Mundo Sustentável
2. Novos rumos para
um Planeta em crise.
André Trigueiros.
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aspetos da maior crise
ambiental da história
da humanidade e os
caminhos trilhados na
direção de um novo
modelo de civilização.
Artigos e entrevistas
reunidos pelo jornalista
e que expressam em
diferentes linguagens
e públicos distintos a
urgência da mudança
em favor de um mundo
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Física
Energia e meio
ambiente. Roger
A. Hinrichs, Merlin
Kleinbach e Lineu
Bélico dos Reis. Ed
Cengage Learneing.
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competitividade do
setor. O livro traz
artigos que discutem
a questão energética
no País.
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cursos & afins
Datas
Palestras
Maio
29 – Dia do Geógrafo
30 – Dia do Geólogo
O engenheiro e suas
responsabilidades
8 de agosto
Junho
4 – Dia do Engenheiro
Agrimensor
18 – Dia do Químico
O papel do engenheiro de
petróleo: prespectiva de
mercado
11 de julho
Julho
12 – Engenheiro Florestal
13 – Engenheiro Sanitarista
26 crea
V.3, n.39, p. 26 - abr/mai/jun.2012 - Bahia
Cursos
Sistemas de Proteção Contra
Descargas Atmosféricas
(Para-raios) – turma I
26 e 27 de junho
Excel e MS Project – turmas
I e II
16 a 18 de julho
Inspetorias
cartola
Alagoinhas. De 8h às 12h e de
13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Luiz Cláudio Ramos Cardoso
Rua Dantas Bião, s/n, sala 52,
Laguna Shopping, Centro.
CEP: 48.030-030
Telefax: (75) 3421-5638
[email protected]
Barreiras. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Nailton Sousa Almeida
Travessa 15 de Novembro, 21,
Sandra Regina.
CEP: 47.803-130
Tel: (77) 3612-3700
Telefax: (77) 3611-2720
creaba.barreiras@redecreaba.
org.br
Bom Jesus da Lapa. De 8h às 12h
e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Fábio
Lúcio Lustosa de Almeida
Av. Duque de Caxias, Ed. Professor
Antonio Ferreira Barbosa,493,
Centro.
CEP: 47.600-000
Tel: (77) 3481-0301
[email protected]
Brumado. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil André
Luís Dias Cardoso
Av. Otávio Mangabeira, 210,
Centro
CEP: 46.100-000
Tel: (77) 3441-3326
creaba.brumado@redecreaba.
org.br
Camaçari. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Téc. de Segurança
do Trabalho e eletromecânico
Fabiano Ribeiro Lopes
Av. Jorge Amado s/n,Shopping
Camaçari Open Center Sala 18Térreo, Ponto Certo.
CEP: 42.806-170
Tel:(71) 3621 1456
creaba.camacari@redecreaba.
org.br
Cruz das Almas. De 8h às 12h e
de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Luís
Carlos Mendes Santos
Rua Januário Velame, 41,
Assembleia.
CEP: 44.380-970
Tel: (75) 3621-3324
[email protected]
Eunápolis. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Ezequiel
Eliahu Mizrahi
Rua Castro Alves, 374, Sala 02 e
03, Centro.
CEP: 45.820-350
Tel: (73) 3281-2806
creaba.eunapolis@redecreaba.
org.br
Feira de Santana. De 8h às 12h
e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Diógenes
Oliveira Senna
Rua Prof. Geminiano Costa, 198,
Centro.
CEP: 44.001-120
Tel: (75) 3623-1524
[email protected]
Guanambi. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrimensor
Wellington Donato de Carvalho
Rua Maria Quitéria, 35, Centro.
CEP: 46.430-000
Tel: (77) 3451-1964
creaba.guanambi@redecreaba.
org.br
Ilhéus. De 8h às 12h e de 13h às
17h
Inspetor chefe : Eng. civil Gilvam
Coelho Porto Júnior
Rua Conselheiro Dantas,
81,Centro.
CEP: 45.653-360
Tel: (73) 3634-1158
[email protected]
Irecê. De 8h às 12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Marcelo Dourado Loula
Rua Antonio Carlos Magalhães,
59, Centro.
CEP: 44.900-000
Tel: (74) 3641-3708
Telefax (74) 3641 - 1957
[email protected]
Itaberaba. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Valmir Macedo de Souza
Praça Flávio Silvany, 130, sala 15,
Edf. Empresarial João Almeida
Mascarenhas, Centro.
CEP: 46.880 - 000
Tel: (75) 3251-3213
creaba.itaberaba@redecreaba.
org.br
Itabuna. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil
Dermivan Barbosa dos Santos
Rua Nações Unidas,625, Térreo,
Centro.
CEP: 45.600-673
Tel: (73) 3211-9273
creaba.itabuna@redecreaba.
org.br
Jacobina. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Ernani Macedo Pedreira
Rua Duque de Caxias, 400A
– Estação
CEP: 44.700-000
Tel: (74) 3621-5781
creaba.jacobina@redecreaba.
org.br
Jequié. De 8h às 12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Deusdete
Souza Brito
Rua Jornalista Fernando Barreto,
133, Centro.
CEP: 45.200-000
Tel: (73) 3525-1293
[email protected]
Juazeiro. Das 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Luciano César Dias Miranda
Rua XV de Novembro, 56, Centro
CEP:48.905-090
Tel:(74) 3611-8186
Telefax: (74)3611-3303
creaba.juazeiro@redecreaba.
org.br
Lauro de Freitas. De 8h às 12h e
de 13h às 17h
Estrada do Coco, Shopping Ponto
Verde s/nº, loja 17
CEP: 42.700-000
Tel: (71) 3378-7216
Telefax: (71)3288-2012
[email protected]
Luís Eduardo Magalhães. De
8h às 12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. agrônomo
Paulo Roberto Gouveia
Av. JK, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3,
Centro.
CEP: 47.850-000
Tel:(77) 3628-6755
[email protected]
Paulo Afonso. De 8h às 12h e de
13h às 17h
Inspetor chefe: Técnico
agropecuário Marcos de Souza
Dantas
Rua Carlos Berenhauser, 322,
térreo, General Dutra.
CEP: 48.607-130
Tel:(75) 3281-4887
creaba.pafonso@redecreaba.
org.br
Ribeira do Pombal. De 8h às
12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Jone
Souza Santos
Av. Dep. Antônio Brito, 132, Centro.
CEP: 48.400-000
Tel: (75) 3276-3896
creaba.rpombal@redecreaba.
org.br
Santa Maria da Vitória. De 8h
às 12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil José
Oliveira Silveira
Rua Ruy Barbosa, s/nº, Centro.
CEP: 47.640-000
Tel: (77) 3483-1090
Telefax: (77) 3483-1110
[email protected]
Santo Antônio de Jesus. De 8h
às 12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. eletricista
Leonel Pereira dos Reis Neto
Av. Roberto Santos, 88, Ed.Cruzeiro
do Sul, salas 103 e 104, Centro.
CEP: 44.570-000
Tel: (75) 3631-4404
[email protected]
Seabra. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Juracy de
Souza Wanderley
Rua Jacob Guanaes, 565, Bairro.
CEP: 46.900-000
Tel:(75) 3331-1327
[email protected]
Teixeira de Freitas. De 8h às
12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Carlos
Luís Rocha Júnior
Av. Presidente Getúlio Vargas,
3421,Centro, Ed. Esmeralda - salas
203 a 205, Centro.
CEP: 45.995-006
Tel: (73) 3291-3647
Telefax: (73) 3291-7444
[email protected]
Valença. De 8h às 12h e de 13h
às 17h
Inspetora chefe: Engª. sanitarista
e ambiental Márcia Cristina Alves
do Lago
Rua Dr. Heitor Guedes de Melo,111,
Ed. Argeu Farias Passos, Centro
CEP: 45.400-000
Tel: (75) 3641-3111
[email protected]
Vitória da Conquista. De 8h
às 12h e de 13h às 17h
Inspetor chefe: Eng. civil Marcos
Santana Leite
Avenida Otávio Santos,
722,Recreio.
CEP: 45.020-750
Tel: (77) 3422-1569
Telefax: (77) 3427-8843
creaba.conquista@redecreaba.
org.br