mar/abr/mai- 2011
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mar/abr/mai- 2011
Jornal ` da FETAESC www.fetaesc.org.br Ano 7 - Edição 33 - mar/abr/mai- 2011 MANIFESTAÇÕES MOBILIZAM LIDERANÇAS O ano de 2011 será bastante agitado para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). As mobilizações nacionais têm como meta levar para Brasília mais de cem mil trabalhadores rurais, em dois momentos distintos. Cerca de 80% desse público deve participar da 4º Marcha das Margaridas, nos dias 16 e 17 de agosto. E de 9 a 13 de maio será realizado o 17º Grito da Terra Brasil, evento que já está na agenda do governo federal para a negociação de uma pauta de políticas econômicas e sociais para os agricultores familiares e assalariados rurais. Entre esses dois eventos, está programado para o final do mês de junho a etapa estadual do Grito da Terra. Também faz parte da agenda desse ano, a Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, momento de avaliação das ações deliberadas pelo último Congresso da categoria, realizado em 2009. Ainda no cenário nacional, as representações do setor agropecuário estarão atentas às votações do novo Código Florestal Brasileiro. Para as lideranças catarinenses, o ano também será de articulações visando composição da nova diretoria da FETAESC. As eleições estão previstas para o final do ano, com a posse em janeiro de 2012. A FETAESC iniciou as atividades em 2011 com assembléias sobre a comercialização da produção de tabaco e participando de outras mobilizações como dos rizicultores. Com sua missão de representar, defender e organizar a categoria, e de propor ações e projetos em busca de qualidade de vida, teremos pela frente um ano de muito trabalho que requer organização e união em defesa do homem do campo. • 14/04: DIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E ATIVIDADES•Pág. 2 • PLESAGRI: NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO DA PROPRIEDADE•Pág. 5 • DIA DE CAMPO MOSTRA POTENCIAL DO MILHO FETAESC •Pág. 7 • LUTA PELA EDUCAÇÃO DO CAMPO SE CONCRETIZA EM ITAPOÁ•Pág. 8 • 5 ANOS DE ENFOC•Pág. 9 2 Jornal da Fetaesc editorial Diretoria da Agricultura Familiar e Pesca A FETAESC vem lutando nos últimos anos por uma ação mais ativa do governo estadual que priorizem a agricultura familiar. Os agricultores familiares de Santa Catarina ocupam 60% da área agrícola e respondem por nada menos do que 71,3% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Catarinense. É importante destacar que a agricultura catarinense se desenvolve em apenas 16,4% do seu território e, com apenas 1,13% do território brasileiro, o estado é o 5o produtor de alimentos do país, sendo o primeiro na produção de suínos e mel, o segundo maior produtor nacional de cebola, alho e aves e o terceiro na produção de banana e arroz. Portanto a força da agricultura familiar catarinense precisa ser reconhecida quando da definição de políticas públicas por parte do governo estadual. A FETAESC tem defendido políticas públicas que possibilitem a sustentabilidade econômica, ambiental e social dos agricultores para que tenhamos gente feliz no campo. E para provar que é possível desenvolvê-las junto aos agricultores familiares, fomos buscar parceria com a iniciativa privada e também com empresas públicas do Estado. Em convênio com a Epagri, desenvolvemos o Programa de Sementes de Milho Variedade e também o Programa de Sustentabilidade da Propriedade. Os resultados são excelentes, as famílias beneficiadas em ambos os programas estão satisfeitas, mas percebemos que era preciso que governo definisse uma estrutura especifica para tal fim. E, nesse sentido, propomos a criação da Secretaria da Agricultura Familiar. No novo governo não fomos atendidos totalmente, mas a reforma administrativa contempla o nosso pleito com a criação da Diretoria da Agricultura Familiar e Pesca junto à Secretaria Estadual da Agricultura, sendo vincula a ela quatro gerências: Infraestrutura-Programas da Agricultura Familiar; Assuntos Fundiários; Pesca e Aqüicultura e Desenvolvimento Florestal. Agora, aguardamos a aprovação dos deputados da Assembléia Legislativa para comemorarmos mais um passo importante no reconhecimento do papel da agricultura familiar catarinense. ASSEMBLÉIAS Unanimidade respalda ações da direção O Planejamento de Atividades e a Previsão Orçamentária para 2011 foram os principais assuntos da última Assembléia Geral da FETAESC, realizada no dia 09 de dezembro. O Conselho Fiscal da FETAESC deu parecer favorável e a plenária aprovou, por unanimidade, a previsão, que totalizou um montante de R$ 3.029.000,00. Da mesma forma, o Planejamento de Atividades teve aprovação unânime dos 77 sindicatos, representados por 110 delegados, que estiveram presentes. O planejamento de atividades foi elaborado pela Comissão de Apoio Político-Sindical e a prioridade dos trabalhos para esse ano são três eixos: Mobilizações, Sustentabilidade e Organização da Produção. SINDICAL: A assembléia também deliberou pela manutenção do valor da guia da Contribuição Sindical para a agricultura familiar praticado no ano passado, sendo R$ 57,46 com vencimento em 31 de maio. Para quem quitar até 30 de abril Expediente Hilário Gottselig Presidente da FETAESC Sede - Rua Leoberto Leal, 976 – Barreiros - São José/SC CEP 88.110-000 Fone (48) 3246-8011 Fax (048) 3246-0535 www.fetaesc.org.br [email protected] Base Oeste - Av. Nereu Ramos 776-E Centro - Chapecó - CEP 89.810-021 Fone (49)3328.8317 - [email protected] Jornal da FETAESC – Veículo informativo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina. é dado um desconto de R$ 7,51, pagando apenas R$ 49,95. Para 2012, a cobrança será individual e em nível nacional. Para o grupo familiar será emitida uma única guia, com valor referente a cada integrante do grupo. O tesoureiro da FETAESC, José Walter Dresch lembra que essas alterações na cobrança da Contribuição Sindical foram definidas no último Congresso da categoria, em 2009 e deveriam ser implementadas ainda neste ano. “Fizemos um trabalho de sensibilização junto aos companheiros do Coletivo Nacional de Finanças e conseguimos aprovar a prorrogação que foi acatada pelo Conselho Deliberativo da Contag”, conta. É importante que até outubro os sindicatos atualizem o cadastro do grupo familiar para a emissão das guias do próximo ano. A próxima Assembléia Geral da FETAESC será no dia 14 de abril, onde os Sindicatos associados apreciarão as contas do Exercício 2010 e o relatório geral de atividades. No mesmo dia, a partir das 13:30h, será realizado um Seminário sobre Código Florestal, que contará com a presença do deputado federal Aldo Rebelo, relator do projeto de lei de adequação do Código Florestal Brasileiro. Posteriormente, ocorrerá a entrega da pauta do Grito da Terra Estadual, ao governador, Raimundo Colombo. No ano passado, a direção da FETAESC convidou todos os candidatos ao governo do Estado para apresentar suas propostas para a plataforma do futuro governo. A criação da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar, com orçamento próprio foi uma das proposições. Na ocasião, o atual secretário de coordenação e articulação (Casa Civil com a reforma), Antônio Ceron, que veio receber o documento, disse que não poderia assumir o compromisso pelo candidato, mas destacou que “no mínimo, seria criada uma diretoria da agricultura familiar dentro da estrutura da SAR e com indicação da FETAESC”. Diretoria Executiva Presidente - Hilário Gottselig Vice – Presidente - Joaozinho Althoff Secretária Geral - Agnes Margareth Schipanski Weiwanko Tesoureiro - José Walter Dresch Diretor Executivo da Base Oeste - Ítalo Zanelatto Coordenação de Mulheres - Maria das Graças Felisberto Darós Coordenação dos Jovens - Adriano Gelsleuchter Coordenação da 3ª Idade - Alice Rovaris Jornalista Responsável: Marta Maria Guerra Diagramação: Letra Editorial - Impressão: Gráfica Rio Sul - Tiragem: 3 mil exemplares 3 Jornal da Fetaesc GTB 2011 Por um Brasil sustentável D irigentes e assessores das Federações dos Trabalhadores na Agricultura da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), estiveram reunidos no dia 04 de março, na sede da FETAESC para definir a pauta conjunta de reivindicações para o Grito da Terra Brasil. O GTB é uma mobilização organizada pelo Sistema Contag, que reúne milhares de trabalhadores rurais em Brasília para negociar a pauta de reivindicações dos assalariados rurais, da reforma agrária e da agricultura familiar. A manifestação do povo do campo “Por um Brasil Sustentável, sem fome e sem miséria” está programado para os dias 9 a 13 de maio. O Secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, fez a exposição inicial do que foi definido no Conselho Deliberativo da Contag sobre a 17ª edição da mobilização da categoria, que deverá reunir cerca de cinco mil pessoas. Mesmo que a entidade tenha declarado apoio para a eleição da presidente Dilma Rousseff, o GTB “continuará tendo seu caráter propositivo, de negociação, de pressão junto ao governo e também de formação para os participantes”, disse Rovaris. A pauta sempre é entregue ao governo federal com pelo menos um mês de antecedência para que possa ser analisada pelos diversos ministérios nos quais a Comissão, liderada pela Contag, irá negociar ponto a ponto. Em fevereiro, a FETAESC realizou 18 encontros microrregionais, onde ouviu as lideranças dos agricultores familiares e dos assalariados rurais para pontuar as necessidades e anseios do meio rural. A pauta de reivindicações dos catarinenses foi integrada à dos estados vizinhos e agora segue para a unificação nacional. A Sustentabilidade econômica, social e ambiental, o combate à pobreza e a desigualdade, a qualidade de vida e a organização sindical rural são os eixos orientadores das reivindicações relacionadas às políticas agrícola, agrária e social, além de questões sobre os assalariados rurais, mulheres, juventude e terceira idade. “Nossas conquistas são frutos da nossa organização e com o GTB já obtivemos inúmeros benefícios, por isso a importância dessa preparação junto às bases, onde ouvimos os anseios dos nossos agricultores para levar ao governo”, afirma o presidente da FETAESC, Hilário Gottselig. Mais atenção aos empreendimentos familiares A pauta estadual do GTB será entregue ao governo em abril, na Assembléia da FETAESC. As reivindicações também já foram coletadas junto às lideranças sindicais. Um dos principais itens da pauta está relacionado à sanidade animal e à inspeção sanitária das agroindústrias familiares. Conforme a Epagri, dos 170 empreendimentos dos agricultores familiares, 90 estão fechados por problemas de inviabilidade financeira e operacional. O governo terá mais de 60 dias para analisar as proposições. No dia 30 de junho acontecerá a manifestação em Florianópolis, com a previsão de público de oito mil pessoas para receber a resposta. A última grande manifestação do Grito da Terra catarinense foi em 2007, com mais de três mil agricultores e agricultoras ocupando as ruas da capital Na época, a comissão de negociação ocupou o hall do Centro Administrativo, forçando governador em exercício Leonel Pavan ‘a compreender’ um pouco dos assuntos referentes às necessidades da agricultura familiar catarinense 4 Jornal da Fetaesc Fumicultores querem comercializar a produção Esta foi a deliberação dos participantes das duas assembléias realizadas pela FETAESC e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em Araranguá e Braço do Norte, no final de fevereiro. “Convocamos as assembléias para dar segurança aos agricultores que desejam comercializar a produção no Sul do estado”, informou o presidente da FETAESC, Hilário Gottselig. A partir da decisão dessas assembléias, tanto os produtores como as empresas estão respaldadas juridicamente para realizar a comercialização da safra contratada, “sempre obedecendo as cláusulas do protocolo firmado entre a Comissão Interestadual dos Representantes dos Produtores e as empresas”, destaca Gottselig. Depois da assinatura do protocolo com a maioria das empresas onde se estabeleceu um reajuste de 10% a ser aplicado sobre a tabela da safra 2008/2009, a Comissão reuniu-se novamente com as empresas para acertar detalhes da comercialização da safra, tendo em vista POSIÇÃO da FETAESC sobre os protestos A FETAESC não tem nenhum envolvimento com os protestos ocorridos em Santa Catarina nesta safra. As manifestações são iniciativas dos próprios agricultores, a maioria plantou sem contratação da safra, e também identificouse o envolvimento de atravessadores. Por sua vez, as grandes empresas multinacionais estão numa situação cômoda, sem pressa para comprar a safra brasileira devido à estabilização dos estoques mundiais e ao aumento da produção em outros países. A FETAESC, como entidade representativa dos agricultores familiares catarinenses destaca que respeitará os contratos assinados entre empresa e produtor, bem como o protocolo assinado entre as partes. Em relação à classificação, a orientação é para que os dirigentes dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais acompanhem, na esteira, a entrega da produção e informe os problemas que ocorrerem. Orienta aos produtores que se sentirem lesados que informem o sindicato representante da sua categoria (rural ou dos trabalhadores rurais), para que as medidas a serem tomadas sejam deliberadas pela Comissão Interestadual ou pela Comissão Estadual da FETAESC. De outra forma, se isenta das possíveis conseqüências das manifestações que ocorrerem de forma unilateral. o impasse criado por alguns agricultores insatisfeitos. Na ocasião, as indústrias reafirmaram a compra de toda a produção contratada. E a Universal Leaf e Alliance One justificaram a não assinatura do protocolo por questão de sustentabilidade financeira, mas garantiram a manutenção da tabela de preços praticada na safra passada. Além disso, todas as empresas se comprometeram em cumprir os demais itens do protocolo: pagamento em quatro dias úteis; pagamento do frete e do seguro da carga; aval dos financiamentos; fornecimento de insumos e assistência técnica, fiscalização da classificação por órgãos oficiais e o acompanhamento da classificação pelas entidades que assinaram o Com o reajuste de 10%, na variedade Virgínia, o valor do BO1 passa para R$ 116,70 a arroba (R$ 7,78 por quilo) e o TO2 para R$ 93,75 a arroba (R$ 6,25 o quilo). Já na variedade Burley, a classe B1 passa para R$ 102,75 a arroba (R$ 6,85 o quilo). protocolo. Atendendo a reivindicação da Comissão Interestadual dos Produtores, as empresas também concordaram em revisar a estimativa de produção, tendo em vista o aumento significativo da produtividade nesta safra. Sinalizaram que podem rever o processo de classificação, mas que nesse ano deverão obedecer, criteriosamente, a Instrução Normativa nº 10 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que trata da classificação do tabaco. Assembléia em Braço do Norte A Comissão Interestadual dos Representantes dos Produtores de tabaco é composta pelas Federações dos Trabalhadores na Agricultura nos estados do Rio Grande do Sul (Fetagrs), de Santa Catarina (FETAESC) e do Paraná (Fetaep) e Federações da Agricultura nos Estados do Rio Grande do Sul (Farsul), de Santa Catarina (Faesc) e do Paraná (Faep) e pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Há 17 anos essa representação negocia as condições de comercialização da safra e também organizou protestos quando necessário. Consultas públicas da Anvisa Segundo o presidente da FETAESC Hilário Gottselig, neste momento, há uma preocupação maior e que ameaça toda a cadeia produtiva. Trata-se de duas consultas públicas propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e poderão prejudicar as 55 mil famílias de agricultores catarinenses que têm na produção do tabaco a sua maior fonte de renda. A consulta pública nº 112 trata da proibição do acrescimento de ingredientes na fabricação de cigarros. A proposta inviabilizaria a produção do tabaco Burley, indispensável na fabricação dos cigarros produzidos e consumidos no Brasil, sendo responsável, em grande parte, pela liderança brasileira na exportação mundial de tabaco. A de Nº 117 proíbe a exposição dos produtos derivados do tabaco em pontos de venda e altera drasticamente as suas embalagens. As consultas públicas da Anvisa estão abertas até o dia 31 de março. “A FETAESC não estimula o consumo de tabaco, mas como entidade representativa dos trabalhadores rurais de SC é nosso dever defendê-los”, salienta Hilário. Estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas sobre os efeitos socioeconômicos da regulamentação das propostas da ANVISA, indicam o aumento do comércio ilegal que hoje já é de 27%. Veja quadro ao lado o que está em jogo. Prejuízos no campo e na cidade • Perda de renda no campo para mais de 222 mil pequenos produtores de tabaco (foram R$ 4,6 bilhões em 2010), afetando mais de 1 milhão de pessoas no meio rural do Brasil • Perdas na economia de mais de 700 municípios, com reflexos negativos no comércio local • Diminuição dos postos de trabalho que atualmente chegam a 2,5 milhões • Redução na arrecadação atual de R$ 8,5 bilhões em impostos • Redução de divisas na exportação que em 2010 chegaram a US$ 2,7 bilhões • Impacto direto na margem de lucro e geração de empregos de 400 mil varejistas • Impacto econômico para os fornecedores diretos da indústria Fonte: FGV Propriedade sustentável está com 200 famílias A família Ruchinski, de Canoinhas, foi uma das pioneiras em aderir ao programa A diversificação da propriedade está no rol das ações da FETAESC voltadas para as famílias que cultivam tabaco. Em parceria com a empresa Souza Cruz e a Epagri, desenvolve desde 2007 o programa Propriedade Sustentável. O programa tem por objetivo auxiliar o agricultor na consolidação da sustentabilidade da sua propriedade nos pontos de vista social, ambiental e econômico, proporcionando uma maior qualidade de vida para a família. Os bons resultados obtidos com as 76 famílias do projeto piloto, foi motivo para que outras duas indústrias do setor procurassem a FETAESC interessadas em desenvolver o programa junto aos seus produtores integrados. Atualmente, o ‘Propriedade Sustentável’ está presente em 200 propriedades familiares nos municípios Braço do Norte, São João do Sul, Imbuia, Vidal Ramos, Witmarsum Bandeirantes, Águas de Chapecó, Canoinhas e Itaiópolis. 5 Jornal da Fetaesc NOVIDADE PLESAGRI facilita a gestão da propriedade Os técnicos que atuam junto ao Programa de Sustentabilidade da Propriedade Rural (Produtor 10), foram os primeiros a receberem capacitação sobre a mais nova ferramenta para o planejamento da propriedade rural. Trata-se do PLESAGRI - Plano Econômico, Social e Ambiental, idealizado pelo assessor de Política Agrícola da FETAESC, Irineu Berezanski. Quem acompanhou a capacitação nos dias 2 e 3 de março, na sede da FETAESC, pode observar a facilidade em trabalhar com o PLESAGRI desenvolvido na plataforma do programa Excel, para realizar o planejamento da propriedade rural atendendo às necessidades econômicas, ambientais e sociais. O primeiro passo é cadastrar a propriedade, informando vários dados desde o endereço de localização, a área de terra, SURPRESAS NA SAFRA AGRÍCOLA Agricultores de Santa Catarina tiveram pelo menos quatro surpresas nesta safra. O clima, que resolveu contrariar as previsões meteorológicas. No início da safra, houve preocupação das entidades organizadas, órgãos de assistência técnica e empresas para orientar os agricultores no uso de tecnologias e métodos mais apropriados no caso de estiagem. Todos esperavam falta de chuvas, mas ela apareceu além do normal. Há informações de que o agricultor está tendo boas safras com preços confortáveis. Certamente a leitura é genérica com visão distorcida dos problemas que os produtores de cebola, arroz e tabaco estão enfrentando. Estes estão “comendo o pão que o diabo amassou”. O preço da cebola, R$0,30 /kg é 106% menor do que pago no ano anterior, o preço do arroz está 16,28% menor do que o mínimo, o preço que o agricultor está recebendo pela produção de tabaco está aquém da média esperada. A desculpa é a mesma, o mercado está com excesso de oferta. Quem é este “Senhor Mercado?” São os consumidores finais dos produtos. Mas, na cadeia produtiva existem pelo menos fornecedores de insumos, produtores, rede de assistência técnica, fornecedores de crédito, transportadores, indústrias, atacadistas, varejistas e órgãos reguladores. Quem errou em fazer a leitura da Lei da oferta e da procura? E agora, é o agricultor quem deve pagar a conta? Talvez seja sustentável a distribuição dos efeitos em toda cadeia produtiva visando minimizar o problema que recaiu sobre o agricultor. Pois, as dividas não querem saber se o mercado é comprador ou não, elas vencem. a disponibilidade de mão-de-obra, os preços dos insumos e de venda dos produtos agrícolas produzidos. Com base nas planilhas de dados que se cruzam automaticamente pelo PLESAGRI, os técnicos, em conjunto com a família, decidirão “quais as atividades que serão desenvolvidas para garantir a viabilidade econômica da propriedade, a remuneração das pessoas, bem como a capacidade de reenvestimento e de diversificação adequada”, explica Berezanski. Já os Planos Social e Ambiental requerem operações mais simples junto ao PLESAGRI, “mas não quer dizer que não demandam esforços, tempo e recursos”, salienta o técnico da FETAESC. O requisito básico para a execução é o diálogo com o grupo familiar, pois para cada meta demanda, há uma série de ações que implicam no apontamento de quanto, quando e quem fará as atividades que a própria família planeja executar. Na área ambiental, por exemplo, o PLESAGRI já apresenta algumas demandas com o objetivo de assegurar o crescimento sustentável da propriedade e o cumprimento da legislação. O Plano Social prevê uma série de atividades sempre com o objetivo de proporcionar bem estar às pessoas e o orgulho de viverem no campo. Para quem adotar a proposta de planejamento da gestão da propriedade, o PLESAGRI é uma ferramenta útil e de fácil manuseio. O PLESAGRI passa a ser a carteira de identificação da propriedade, principalmente da porteira para dentro. ARROZ Produtores insatisfeitos com a falta de política para o setor Os agricultores que cultivam o arroz vivem momentos conturbados nesta safra. No ano passado, a colheita iniciou com preços de R$ 30,00 a saca. Nesta safra, o rizicultor recebe R$ 20,00, enquanto que o preço mínimo fixado pelo governo é R$ 25,80. Os produtores reivindicam um preço mínimo de R$ 30. A Revogação da Instrução Normativa – IN 06, que regula a classificação do arroz e a suspensão, pelo período de 180 dias, das importações de arroz do MERCOSUL são outras reivindicações para garantir a sustentabilidade econômica do setor. A falta de incentivo por parte do governo federal para manter o setor em operação é a principal crítica. Há o temor que a cadeia produtiva do arroz tenha o mesmo destino do trigo, produto em que o Brasil já foi autossuficiente e hoje precisa importar mais de 50% para atender suas necessidades. Santa Catarina é o segundo maior produtor nacional com 1,39 milhão toneladas/ano, em uma área total de cultivo de 150,5 mil hectares localizados em 60 municípios. Protestos As diversas organizações do setor estão articuladas e, juntamente com autoridades municipais, estadual e parlamentares, realizam reuniões e manifestações com o objetivo de sensibilizar o governo e mostrar para a sociedade a situação crítica dos arrozeiros. Cerca de 400 agricultores participaram do protesto organizado pela Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da Microrregião do Litoral Norte (AstralNorte) e da Microrregião do Baixo Vale do Itajaí (Astravali), no trevo da SC-413/SC-474, em Massaranduba. As duas regiões são responsáveis por mais de 40% da produção catarinense do arroz. Foram distribuídos pacotes de arroz em casca e entregue um folheto, explicando os motivos da manifestação. “Queremos chamar a atenção para a situação do produtor de arroz que vem sofrendo anos seguidos com a baixa do preço do produto. Queremos que o governo se sensibilize, reduza os estoques e a importação, valorizando o produtor nacional”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Massaranduba Lúcio Stolf, que também é o coordenador AstralNorte. 6 Jornal da Fetaesc Leite é uma alternativa Ao se tratar da diversificação ou da substituição de atividades agrícolas para melhorar a renda da propriedade, a bovinocultura de leite sempre é apontada pelos técnicos como uma das primeiras alternativas. O Brasil tem condições de competir pela qualidade e baixo custo. Temos terras apropriadas e fotossíntese em abundância. Precisamos transformar o pasto em leite. A tecnologia de produção é fator fundamental para garantir a qualidade do produto e a sua competitividade, devendo ser encarada pelo agricultor como investimento com retorno. Mas para produzir leite com qualidade também é preciso orientar o consumidor para essa demanda, pois assim como as indústrias do setor, estes também não compram o leite por critério de qualidade e sim pelo menor custo. No entanto, é preciso ter o cuidado de manter a propriedade diversificada, pois o preço pago pelo produto in natura segue as regras mercadológicas: excesso de oferta, preço despenca e não cobre os custos de produção. Além disso, a possibilidade de agregar valor à matéria-prima láctea encontra barreiras nas normas sanitárias, pois elas são inviáveis financeiramente aos empreendimentos de pequeno porte e, de modo geral, a forma de atuação dos fiscais é mais punitiva do que orientativa. Há centenas de casos em Santa Catarina, onde o agricultor investiu um volume significativo de recursos para se adequar às exigências e, sem mais nem menos em justificativas, as normas são alteradas do quadrado para o redondo. O agricultor, desestimulado, acaba desistindo do novo negócio. Organização da cadeia é prioridade Diante desse cenário, a organização da produção e dos agricultores é uma das prioridades de trabalho para 2011, conforme definição das lideranças microrregiões e direção da FETAESC. Ainda para esse primeiro semestre estão previstos cursos de capacitação nas 18 microrregiões sindicais, envolvendo dirigentes e técnicos dos municípios produtores de leite para que atuem junto ao agricultor com a finalidade de obter qualidade, resultados econômicos e domínio de parte da cadeia produtiva. Também está programado para maio, um seminário estadual da cadeia produtiva do leite e cooperativismo. Uma das metas para esse ano é a constituição de duas cooperativas por microrregião para a venda coletiva do leite “in natura’ às indústrias. Conforme demandas da base, também serão organizadas outras cooperativas, objetivando atender aos Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e da Alimentação Escolar (PNAE), bem como outros mercados. A Cooperativa Mista Francisquense (COOPEMFRAN), de São Francisco do Sul e a Cooperativa de Produção e Comercialização Agrícola do Vale, (COOPERVALLE),de Braço do Norte são as duas novas organizações criadas através dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. E no dia 18 de março foi realizada a assembléia de constituição da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar e Artesanato de Porto União (COOFAP). UNIFASC: Outra alternativa para a venda coletiva da produção é através da União das Cooperativas da Agricultura Familiar do Estado de Santa Catarina – UNICAFSC, que está no BOX 702 CEASA de São José, comercializando os produtos dos agricultores organizados em cooperativas. Os produtos mais procurados pelos donos de mercados, feirantes e sacolões no BOX da UNICAFSC, são os chamados FLV (Frutas, Verduras e Legumes). BB visita DRS de Uvas de Major Gercino Para apoiar atividades produtivas economicamente viáveis e ambientalmente corretas, o Banco Brasil (BB) criou o programa Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS). O grupo DRS de Uvas de Major Gercino vem realizando inúmeras atividades para melhorar a atividade vitivinícola no município. Tem como entidades participantes o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Epagri e a Prefeitura e os produtores. Conforme a presidente do STTR de Major Gercino, Marlene Ribeiro Fuck, “o mais importante é a participação de todos os produtores do município interessados na legalização dos derivados de uva para poderem colocar no mercado”. Segundo a dirigente, o cultivo orgânico também é priorizado pelo grupo. Visita importante: O trabalho do grupo DRS Major Gercino chamou a atenção dos dirigentes do Banco. Em janeiro, recepcionaram a comitiva vinda de São Paulo e Brasília, formada pelos diretores de Marketing e Comunicação, Armando de Farias, de Estratégia e Organização, Marco Antonio Mastroeni, pelo superintendente em SC, Reinaldo Yokoyama e pelo gerente Regional de Florianópolis, Carlos Eduardo Ocariz. A secretária geral da FETAESC, Agnes Weiwanko e o Prefeito Zelázio Dellagnelo, também participaram da visita. Santa Catarina foi o estado escolhido pela instituição para dar início a uma série de visitas às iniciativas de DRS que estão em andamento em todo o país. Em Major Gercino, além de passarem pela experiência da vindima, os executivos do BB conheceram uma unidade de elaboração de sucos construída a partir de uma estufa de fumo desativada e também uma unidade familiar de produção artesanal de vinho. Após a vivência de campo, os beneficiários do programa, juntamente com os parceiros do DRS, preparam um almoço típico polonês na casa do agricultor Celestino Rubik. Preço da uva aumenta 13% O preço mínimo da uva industrial foi reajustado em 13% a partir de fevereiro. O valor de referência da uva destinada à fabricação de sucos, vinhos e outros derivados, passará de R$ 0,46/kg para 0,52/kg. O preço mínimo é válido até janeiro de 2012. Santa Catarina é o segundo maior fabricante nacional de vinhos, ocupando o 6º lugar na produção de uvas. Embora a tradição e a promissora carreira, a vitivinicultura catarinense enfrenta diversos problemas. A alta carga tributária que incidem sobre a cadeia, em torno de 40% do preço que chega ao consumidor e a falta de escala de produção dificultam o desenvolvimento de uma estratégia de Diretores do BB colhem uva em Major Gercino. O que está com a caixa na mão é o superintendente em SC, comercialização e Reinaldo Yokoyama marketing. FUNDESA tem déficit de mais de R$ 1 milhão A falta de recursos para o Fundo Estadual de Sanidade Animal (FUNDESA) foi assunto da última reunião da Câmara Setorial da cadeia produtiva do leite. A dívida é de R$ 1.080.351,06 para um número de 219 criadores. O FUNDESA foi criado em 2001 para indenizar produtores pelo abate sanitário de animais suspeitos ou atingidos por febre aftosa e outras doenças infectocontagiosas contempladas em programas de controle sanitário do Estado, bem como para suplementar ações de vigilância em saúde animal. A maior parte da arrecadação do Fundo é oriunda da suinocultura e da avicultura. No entanto, o setor leiteiro foi o principal beneficiado nesse período, apesar de contribuir somente a partir de 2008 e com apenas R$ 0,25 para cada mil litros de leite adquirido. “O problema é que poucos lacticínios contribuem com a taxa, implicando um déficit significativo nas contas”, explicou Roni Tadeu Barbosa, diretor de Qualidade e Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura. A lei prevê uma punição para os inadimplentes, mas como não se tem um controle é difícil saber que lacticínio está pagando a taxa. O comitê gestor é constituído por 19 membros, sendo 16 públicos, três privados e é presidido pelo Secretário da Agricultura. Para cumprir com seus objetivos, o FUNDESA deveria contar com recursos federais, estaduais, taxas de vigilância sanitária e recursos privados. Porém, na prática, segundo Barbosa “é muito difícil arrecadar recursos das instituições federais”. Já o governo do Estado tem colocado dinheiro em apenas algumas ocasiões, destinando nos dois últimos anos R$ 1,3 milhões, insuficiente para equilibrar as contas. Outra questão que contribui para o rombo é que a lei prevê que a indenização de animais com registro genealógico deve ser majorada em 50%. ENCAMINHAMENTOS: Na próxima reunião, a Câmara Setorial irá avaliar o encaminhamento das proposições sugeridas para regularizar a situação: alteração no regimento interno, aumentando a taxa das indústrias para R$0,75; aumentar o percentual dos recursos destinados ao pagamento de indenização por incidência de tuberculose e brucelose - A lei que rege o fundo determina a seguinte proporção: 20% para febre aftosa; 40% para outras doenças e 40% para defesa sanitária animal; buscar recursos federais através da legislação pertinente à defesa sanitária. Jornal da Fetaesc MILHO A FETAESC, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e a Epagri começam a realizar Dias de Campo sobre o milho variedade (Fortuna-SCS 154 e CatarinaSCS 155). O primeiro evento para o conhecimento dos resultados foi no dia 28 de fevereiro, na propriedade do agricultor Claudemir Begnini, em Jaborá. Contou com a presença de 150 pessoas entre agricultores, técnicos, lideranças sindicais e autoridades. O diretor da Base Oeste da FETAESC, Ítalo Zanelatto, o coordenador estadual dos jovens Adriano Gelsleuchter, o prefeito em exercício, Barcelides Nicolli e o secretário da agricultura do município Elso Tedesco, acompanharam as atividades. Além da apresentação das diversas características do milho variedade, também foi demonstrado técnicas da produção de silagem, com equipamentos de última geração disponibilizados por uma empresa que opera o Pronaf Mais Alimentos. Bom resultado com chuva O bom desempenho em caso de estiagem é uma das principais características dos milhos variedades de polinização aberta, desenvolvidos pela Epagri. Mas segundo o agricultor, “o resultado foi acima do esperado” mesmo diante da ocorrência de grande volume de chuva nos últimos meses. Claudemir Begnini tem uma propriedade de 25 hectares, onde cultiva milho e feijão e diversifica com a suinocultura (300 suínos) e também com a bovinocultu- Satisfação com as lavouras ra de leite, que é a sua principal fontes de renda, tendo um plantel de 70 animais. Ele cultiva milho variedade há três anos, desde que a FETAESC disponibilizou as sementes para os agricultores familiares. Nesta safra, fez uma lavoura de quatro hectares da variedade Fortuna que é excelente para silagem. Begnini demonstrou grande satisfação pela qualidade, rendimento e o baixo custo de produção. 7 PRODEMILHO Em defesa de melhor renda para o agricultor familiar, a FETAESC, em convênio com a Epagri desenvolve o Programa de Sementes de Milho Variedade para a Propriedade Rural (PRODEMILHO). Na safra 2010/2011 foram disponibilizados para a comercialização 160 mil quilos de sementes do tipo Fortuna e do tipo Catarina, que é melhor para a produção de grãos. O principal diferencial das sementes de milho variedade em relação ao híbrido é o seu preço acessível, sendo comercializado por R$ 42,00 a saca de 10 quilos. Conforme a Epagri, em 90% das propriedades catarinenses o milho é cultivado para consumo próprio e a maioria dos agricultores e dirigentes sindicais tem manifestado satisfação com os resultados obtidos com o milho variedade. “É um indicativo para a continuidade do programa na próxima safra, sendo que os moldes para a sua operacionalização serão deliberados na próAté o final do abril, estão programados outros cinco Dias de Campo, xima Assembléia da FETAESC”, em diferentes regiões, para verificar o comportamento das plantas em propriedades localizadas no Alto Vale do Itajaí, Meio Oeste, informa o tesoureiro da entidade, Extremo Oeste, Planalto Norte e Sul do estado. José Walter Dresch. MEIO AMBIENTE Mais tempo para a aprovação do Código Florestal O texto com propostas de mudanças cria impasse no início da nova legislatura na Câmara. Contag faz pressão para inclusão do conceito de agricultura familiar e é criado novo grupo para análise dos pontos polêmicos. O tempo passa e só aumenta a insegurança dos agricultores A proposta de mudança do Código Florestal Brasileiro, que é de 1965 está em tramitação há 12 anos no Congresso Nacional. Em tese, já estava tudo pronto para ser votado o Projeto de Lei 1876/99, do relator Aldo Rebelo. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), em sua primeira entrevista coletiva chegou a anunciar que seria votado ainda em março. Mas diante da falta de entendimento entre os parlamentares produtores e ambientalistas, a matéria será analisada agora por uma Câmara de Negociação. A Câmara de Negociação das Mudanças do Código Ambiental não tem caráter deliberativo, “seu papel é buscar um consenso para levar um texto ao plenário”, resumiu Marco Maia. A definição do tamanho da reserva legal e a anistia de cinco anos para quem já desmatou são os temas mais polêmicos. Ação da Contag O colegiado foi criado após o encontro da diretoria da Contag e lideranças sindicais das 27 federações de trabalhadores (as) rurais vinculadas à entidade com os parlamentares, onde foram apresentadas as principais proposições do movimento sindical e entregue o documento com 18 pontos que tratam da produção de alimentos e da preservação do meio ambiente. A principal sugestão de mudança colocada pela Contag Cheque Verde de R$ 522,90 por hectare trata da definição da agricultura familiar. No relatório apresentado por Aldo Rebelo, a agricultura familiar é definida apenas pelas propriedades com área até quatro módulos fiscais, o que poderia beneficiar, além dos pequenos produtores, os grandes agricultores e donos de sítios e chácaras. No entendimento do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, toda a diferenciação da legislação seria para as propriedades que se enquadram na lei da agricultura familiar (Nº 11.326/06). “ O conceito da agricultura familiar sendo citado no Código vem fortalecer o segmento e fazer justiça”, afirma o presidente da Contag, Alberto Broch. Antes de 12 de junho Conforme o vice-presidente da FETAESC Joãozinho Althoff, é preciso agilizar a busca de um consenso para que o texto final seja concluído em pouco tempo e levado à votação antes do dia 12 de junho, quando entram em vigor as determinações do Decreto Presidencial 7.029/09. Se até essa data não for aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, a maioria dos agricultores brasileiros ficará na ilegalidade, isto é, além de estarem sujeitos a penalidades como advertência e multas, ficarão impedidos de obter novos financiamentos em bancos oficiais. A minuta do decreto de regulamentação da Lei 15.133/ 2010, referente ao Programa Estadual de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) está em análise pelos membros do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). O que se estuda agora é como implementar o programa priorizando a agricultura familiar. O pagamento pelos serviços ambientais é o equivalente ao preço mínimo de 30 sacas de milho por hectare ao ano, correspondendo hoje a R$ 522,90. Já existe dotação orçamentária estadual de quase R$ 7 milhões para os ‘cheques verdes’. Grande parte desses recursos tem sua origem nas multas ambientais aplicadas pela Fatma. Para ter direito é exigida a regularização fundiária e ambiental da propriedade. BB já faz exigências Com a justificativa de estimular a regularização e adequação ambiental das propriedades rurais, em Santa Catarina, o Banco do Brasil já começou a fazer exigências para a concessão de financiamentos de crédito rural. A apresentação do licenciamento ambiental, da averbação de reserva legal e o cadastramento ou a outorga d’água são condicionantes para o acesso ao crédito junto ao principal agente financeiro oficial do agronegócio brasileiro. Representantes das entidades do setor produtivo e dos órgãos estaduais estiveram reunidos com a superintendência do BB, em Florianópolis e o presidente da FETAESC, Hilário Gottselig, alertou sobre a antecipação das exigências e também lembrou que a agricultura familiar está isenta dos custos da averbação da reserva legal, cuja responsabilidade é do governo federal conforme os Decretos nº 2.166/01 e 7.029/09. A Secretaria de Estado da Agricultura ficou com a incumbência de buscar soluções para esse impasse, seja através do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) ou Ministério Público. 8 Jornal da Fetaesc EDUCAÇÃO DO CAMPO Justiça é favorável à permanência de Escola Rural A juíza Iolanda Volkmann, da Comarca de Itapoá, decide que o Município não pode encerrar as atividades dos anos finais do ensino fundamental na Escola Municipal de Ensino Alberto Speck. O Ministério Público também foi favorável aos pais e alunos que impetraram mandado de segurança contra a Prefeitura. Os autores são moradores das comunidades Saí Mirim, Braço do Norte, Bom Futuro e Cristo Rei, localizadas no interior do município de Itapoá. Em novembro, foram surpreendidos com o comunicado da Secretaria de Educação, determinando a transferência para uma escola localizada na área urbana. A distância e as péssimas condições da estrada estão entre as dificuldades colocadas pela comunidade e que poderiam motivar o abandono escolar. “Essa decisão, com certeza, orientará e encorajará outros pais e professores para evitarem que as escolas das comunidades rurais sejam transferidas para a cidade”, destaca a coordenadora da Comissão Estadual das Trabalhadoras Rurais Mulheres e diretoria de Políticas Sociais da FETAESC, Maria das Graças Darós. Em defesa pela manutenção das atividades na escola, que é a mais antiga do município e atende a cerca de 90 alunos , o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Associação dos Moradores e do Microbacias mobilizaram a comunidade, fizeram um abaixo-assinado e levaram suas reivindicações ao conhecimento da administração municipal por meio da promotoria da Comarca. A FETAESC também colaborou, reunindo-se com a comunidade e professores da escola para orientar sobre a legislação vigente e levou o assunto para o Fórum Catarinense de Educação do Campo. LEIS GARANTEM: A juíza Iolanda Volkmann sustenta que a decisão da Prefeitura é “ilegal e abusiva porque afronta as disposições constitucionais e legais que asseguram os direitos fundamentais das crianças e adolescentes”. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (nº 9.394/96) e a Resolução nº 2/2008 do Conselho Nacional de Educação, foram os principais dispositivo para subsidiar a decisão judicial favorável à comunidade. Segundo a secretaria geral do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Itapoá, Anair Buschirolli, “o nosso conhecimento sobre as leis que tratam da educação do campo, e que foram uma conquista do nosso movimento sindical, foi muito importante para ajudar no amparo da decisão judicial”, comemora a dirigente sindical. Conforme a magistrada Iolanda Volkmann, “não se trata da idéia errônea de pretender fixar o homem rural no campo. O que se deseja é que a Educação do Campo não funcione como um mecanismo de expulsão das populações campesinas para as cidades, mas que ofereça atrativos àqueles que nele desejarem permanecer e vencer”. Programa Nacional de Educação no Campo Outra boa notícia é a instituição da Política Nacional de Educação do Campo (Decreto Nº 7.352/10), atribuindo ao governo federal a responsabilidade de criar e implementar mecanismos que assegurem a manutenção e o desenvolvimento da educação na área rural. A norma orienta Estados e Municípios na regulamentação das diretrizes operacionais de educação do campo. Atende a uma antiga reivindicação do MSTTR, e que estava na pauta do Grito da Terra Brasil 2010. A criação do Fórum Nacional de Educação do Campo também integra a agenda positiva das ações do movimento sindical. A Contag e o Fórum Catarinense de Educação do Campo (FOCEC), do qual a FETAESC tem contribuído ativamente, fazem parte do Fórum Nacional. Jovens têm capacitação sobre o crédito fundiário O debate sobre a sucessão rural, o acesso ao crédito fundiário e a identificação das políticas públicas que viabilizem a permanência no campo foram assuntos do encontro A coordenadora-geral de Assistência Técnica e Extensão Rural do Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF), Raquel Santori, parabenizou as Federações dos Trabalhadores na Agricultura dos três estados do Sul por ter “estimulado e priorizado” a presença da juventude no encontro de Qualificação da Participação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais no Programa Nacional de Crédito Fundiário’. Cerca de 80 jovens estiveram no evento, realizado na sede da FETAESC, em São José, nos dias 24 e 25 de fevereiro. Nas três Federações os responsáveis pela área de política agrária são os coordenadores das Comissões dos Jovens e o evento foi organizado para “proporcionar o conhecimento sobre a distribuição fundiária no país e de como o programa pode ajudar na manutenção da agricultura familiar”, explica o coordenador da Comissão dos Jovens da FETAESC, Adriano Gelsleuchter. Conforme Adriano, a integração das comissões de jovens sobre a temática da sucessão rural e o acesso a terra é importante “para disseminar o programa nos municípios e também ouvir experiências de quem já foi beneficiado, sabendo assim, quais as dificuldades ainda encontradas pelos beneficiários”, analisa. “Por si só a terra não basta. Cada vez mais queremos aproximar o público beneficiário dos sindicatos para que tragam as demandas de políticas públicas que possibilitem melhor qualidade de vida para quem vive no meio rural”, complementa Raquel. Depois de dois dias de conversa com os jovens gaúchos, catarinenses e paranaenses, ela disse estar “surpresa” por encontrar aqui um processo de organização, de motivação e de participação bastante intenso da juventude rural e com o relato de “lindas e belas experiências”, destaca. O acesso desse público às diversas linhas do Pronaf foi o ponto alto das discussões. Conforme a coordenadora, é preciso fazer um amplo debate dentro do MDA para identificar o que está travando o acesso, não apenas ao Pronaf Jovem, mas também em outras linhas como o Mais Alimento e o Pronaf Mulher. Raquel Sartori aponta “os agentes financeiros como um dos principais entraves” para que os jovens acessem o Pronaf e desenvolvam atividades empreendedoras na própria propriedade da família. Esse evento faz parte do convênio firmado entre a Contag e o MDA para a realização de uma série de encontros de âmbito nacional, estadual, regional, microrregional e municipal nos 21 estados de atuação do Programa. Em SC, mais de mil pessoas já passaram por esse processo de capacitação. Jornal da Fetaesc FORMAÇÃO A Escola Nacional de Formação Política da CONTAG (ENFOC) foi inaugurada em agosto de 2006 e com a primeira turma recebendo o certificado naquele ano. Os pioneiros são agora os multiplicadores, disseminando esse processo de formação nas regiões, nos estados e nos municípios. “Geralmente priorizamos as ações que nos dão resultados imediatos e a formação é de longo prazo. É preciso a compreensão das lideranças e também o acompanhamento do que está sendo feito para a organização e fortalecimento do nosso movimento sindical”, afirma a secretária geral da FETAESC, Agnes Weiwanko. São 47 anos de organização do movimento sindical e essa trajetória de criação, lutas e conquistas é um dos eixos do curso de formação. Os outros dois eixos da formação é o projeto alternativo de desenvolvimento rural sustentável e solidário e políticas públicas. Um trabalho que sistematiza as experiências e as ações já desenvolvidas nesses cinco anos é o livro ‘Enfoc - Repercussões de um jeito de ser escola’, publicado no ano passo. Rede de Educadores A formação se dá com base no principio da construção coletiva do conhecimento. As etapas do processo formativo se desenvolvem da seguinte forma: Cria-se uma turma da ENFOC com a participação de quatro lideranças sindicais de cada uma das 27 5 anos de ENFOC Federações. A formação se dá em Brasília, em dois módulos de 12 dias cada. Esses ‘enfoquianos’ são os responsáveis pela organização da etapa regional, que reúne as Federações de cada uma das cinco regionais da Contag, sendo realizada em três módulos de cinco dias cada. É o momento onde se oportuniza o resgate da história dos movimentos sociais na região, a troca de experiências entre as diversas identidades culturais e a identificação de políticas para o processo de desenvolvimento rural local. Antecedendo a cada um dos módulos regionais, são realizadas as oficinas preparatórias, onde o grupo tem a continuidade da própria formação de educandos, assumindo também o papel de educadores. Esse grupo segue sua jornada como multiplicadores, sendo responsável pela realização dos cursos estaduais, onde os educando, por sua vez, serão os responsáveis pela constituição dos Grupos de Estudos Sindicais - GES nos municípios e comunidades. “Essa metodologia permite a capacitação continuada dos participantes e a criação de uma rede que, por si só, fortalece o movimento sindical, pois passamos a nos sentir sujeitos dessa história”, explica Agnes Weiwanko, que já passou por todas as etapas e coordena a área da formação sindical da FETAESC, em parceria com as outras áreas, conforme a demanda da base. Diversificação: A ENFOC também está diversificando suas linhas de ação. Atendendo a demanda da Comissão Nacional das Mulheres Trabalhadoras Rurais, no ano passado foi realizado um curso dirigido exclusivamente para mulheres. O curso foi divido em três módulos e contou com a participação de mais de 80 mulheres de todo o país. Agenda 2011: Para dar continuidade ao processo de formação está agendado para os dias 29 e 30 de março uma oficina de autoformação, com a participação da turma da ENFOC Nacional 2010. É o momento de preparação das atividades do curso Enfoc Regional Sul/2011, sendo que o primeiro módulo acontecerá entre os dias 27 de abril e 03 de maio. As duas atividades serão realizadas na sede da FETAESC. A formação é dinâmica e precisa ser avaliada sistematicamente. Com essa finalidade, entre os dias 26 a 31 de setembro será realizado o 3º Enafor - Encontro Nacional de Formação da Contag, onde a rede de educadores populares faz a retrospectiva da Política Nacional de Formação Sindical e constrói uma agenda para consolidar as diretrizes dessa política pelo movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Capacitação dos sindicatos inicia em abril Conforme a secretária geral da FETAESC, Agnes Weiwanko, “essa capacitação é uma demanda da base com o objetivo facilitar as atividades no dia a dia no sindicato”. As deliberações dos Congressos da categoria, das Assembléias da FETAESC e as conquistas do Grito da Terra, muitas vezes, não são colocadas em prática devido à falta de entendimento e de conhecimento do uso adequado das ferramentas. “O conhecimento das funções da secretaria de um sindicato também está previsto, pois elas são importantes para orientar os dirigentes e fortalecer a entidade”, afirma Agnes. Uma equipe multidisciplinar da FETAESC irá atuar na capacitação e já estão agendadas as datas dos treinamentos que serão de quatro dias, sendo a parte teórica ministrada na sede da entidade, em São José, e a prática no laboratório de informática da faculdade Estácio de Sá, que tem suas instalações próximas à federação. Alguns dirigentes colocaram da dificuldade do afastamento dos funcionário/as por tantos dias. A diretora Agnes explica que tem muito conteúdo a ser trabalhado e que os custos de locação do laboratório seriam maiores se a capacitação se desse em duas etapas. “Contamos com a colaboração de todos para o sucesso desta ação tão importante para a sustentabilidade de nossos sindicatos”, diz. Os cinco cursos serão realizados nos meses de abril, maio e junho, abrangendo as 18 Associações Microrregionais de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Esse treinamento integra o eixo da sustentabilidade do movimento sindical, definido durante o planejamento das ações para 2011. A implantação do Sistema de Informação Sindical (SisSIND), a atualização do cadastro sindical dos agricultores familiares e assalariados rurais, o cadastro dos segurados especiais junto à Previdência, a atualização cadastral dos sindicatos são outras ações que deverão ser implementadas e incorporadas pelas lideranças sindicais em suas atividades desse ano. SINDICALISMO 9 Sindicatos registram décadas de trabalho Inúmeros sindicatos vêm realizando as mais diversas atividades em comemoração aos seus 40 anos de fundação. Os eventos iniciaram ainda em 2009, prosseguiram com bastante intensidade no ano passado e têm continuidade nesse ano. Os STTRs de Imbuia e de Ituporanga, ambos da Microrregião da Cebola, lideram a lista de 2011 e o próximo a comemorar é o Sindicato de Bom Retiro, no dia 16 de abril. Um dos destaques das programações são as homenagens aos sócios fundadores, aos ex-presidentes e integrantes da diretoria, além de funcionários que, por várias décadas, prestaram serviços à categoria. O presidente do STR de Imbuia, Adriano da Cunha enfatiza a força que o sindicato tem em um pequeno município. “Depois da administração pública, o sindicato é a instituição que mais traz recursos para um município”, opina o jovem que também presidente a Câmara Municipal e promoveu sessão solene em homenagem à instituição. Outro ponto alto das comemorações é a publicação do registro dessa trajetória de trabalho pela agricultura catarinense. Os STTRs de Braço do Norte, de Içara, de Orleans e de São Miguel do Oeste estão entre aqueles que deixaram impressas a história das quatro décadas das respectivas entidades sindicais. Já o STTR de Joinville deixou a comemoração para os seus 42 anos de fundação. No jantar na Fundação 25 de Julho, em Pirabeiraba, foi feito o lançamento do livro “Percorrendo os caminhos da Ilha, a comunidade conta a sua história”, cujo autor é Nelson Holz que presidente da instituição há 36 anos. Em dezembro ele tomou posse para mais um mandato de quatro anos. “Quando começamos em 1969 éramos 163 agricultores”, relembra Holz. Atualmente o sindicato conta com 1.500 agricultores filiados e três sedes: uma em Pirabeiraba, outra na Vila Nova e também no centro da maior cidade do Estado. A direção da FETAESC prestigiou os eventos levanto mensagens de agradecimento aos pioneiros que não mediram esforços para organizar a classe, destacando as principais conquistas e também de incentivo para a categoria permanecer unida, sempre buscando melhores condições de trabalho e renda justa para quem vive da atividade agrícola. NOVOS MANDADOS • No dia 26 de março tem a posse da diretoria do STTR de Papanduva, Denise Fernandes dos Santos Drózdek foi reeleita presidente da entidade. • A nova diretoria do STTR de Nova Trento tomou posse no dia 22 de janeiro, tendo agora na presidência da entidade Moises Till. • No dia 29 de dezembro teve a posse da diretoria do STTR de Itaiópolis, permanecendo na presidência o companheiro Acir Veiga. • Edgar Hornburg tomou posse em novembro para mais uma gestão como presidente do STTR de Jaraguá do Sul • O STTR de Iraceminha realizou no dia 13 de novembro as eleições para a nova diretoria e aproveitou a ocasião para comemorar seus 20 anos de fundação. Em janeiro tomou posse José Antonio Kunz como presidente da entidade. • No STTR de Três Barras, Silvio Carlos Medeiros também tomou posse como presidente para mais um mandato. A direção da FETAESC parabeniza a todos e a todas dirigentes sindicais pela realização das eleições, aos dirigentes eleitos que cumprem novo mandato e deseja sucesso nos trabalhos em benefício da categoria, lembrando que está sempre a disposição para ajudar a no fortalecimento do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. 10 Jornal da Fetaesc PAIOL A FETAESC recebeu a visita de uma comitiva de agricultores da Alemanha que vieram conhecer os parceiros que possibilitam aos jovens agricultores fazerem intercâmbio para estágio em fazendas agrícolas daquele país. Após o almoço, o diretor tesoureiro, José Walter Dresch, fez a exposição das atividades da federação. “Foi importante esse contato para que conhecesse a entidade, que há vários anos é parceira nesse intercâmbio”, destaca o dirigente. Os questionamentos da comitiva foram sobre a sustentabilidade da entidade, tendo em vista as boas instalações que oferece, tanto na parte administrativa como no seu centro de formação. Outro assunto abordado foi atividade da fumicultura, tendo em vista que no mesmo momento, em sala ao lado, encontrava-se reunida a Comissão Interestadual os Produtores de Tabaco da Região Sul. “Nós estimulamos o intercâmbio que possibilitar o conhecimento de novas tecnologias e também de organização da produção”, afirma Dresch, cujas origens e raízes de seus antepassados vem daquele país. A Agência de Fomento a Estágios de Brasileiros no Exterior (Afebrae) é a responsável pela seleção e encaminhamento dos jovens. Em Santa Catarina, a Epagri também é parceira na divulgação do programa por meio dos escritórios municipais. Os candidatos devem ter de 18 a 25 anos, conhecimento da língua alemã e possuir nível técnico ou experiência na área de estágio desejada. Mais informações no site www. afebrae.com.br ou pelo telefone (54) 3281 14 65 7% PARA O PISO REGIONAL - O Projeto de Lei Complementar 005/2011 que reajusta o salário mínimo regional em 7% e com retroatividade para janeiro, foi aprovado por unanimidade pelos 35 deputados presentes na sessão do dia 1º de março. Dividido em quatro faixas, o Piso passa a ser de R$ 630,00; R$ 660,00; R$ 695,00 e R$ 730,00 conforme a categoria Na faixa que inclui os trabalhadores da agricultura e da pecuária o valor do salário mínimo passa de R$ 587 para R$ 630. O vice-presidente da FETAESC, Joãozinho Althoff, acompanhou a votação juntamente com uma centena de dirigentes sindicais dos trabalhadores. “Esse percentual de reajuste é um indicativo para nós que estamos iniciando as negociações da Convenção Coletiva Estadual de Trabalho Rural,”, comenta. O piso salarial estabelecido na atual convenção é de R$ 587,00, em vigor até o dia 30 de abril. Segundo o dirigente ainda nesse mês começam as assembléias municipais e regionais para a renovação dos Acordos e Convenção. O percentual de reajuste do Piso Regional de Salário foi acertado em janeiro entre as entidades representativas dos trabalhadores e de empresários e com o aval do governador Raimundo Colombo, que encaminhou para apreciação do Legislativo. 3ª MERCOLÁCTEA - Diferentemente do que ocorreu nas duas primeiras edições, quando o foco da feira era a indústria, a 3ª Mercoláctea propõe a aproximação dos produtores rurais com os demais agentes da cadeia produtiva do leite. A Mercoláctea Milk Fair acontece de 11 a 14 de maio, no parque de exposições Tancredo Neves, em Chapecó e conta com o apoio da FETAESC. O evento tem seu foco orientado para todas as fases da cadeia produtiva – desde genética e matéria-prima, até tecnologia industrial, beneficiamento, processamento, armazenamento e distribuição – buscando cumprir o papel de difusão e orientação sobre novidades, tendências de mercado e avanços tecnológicos para o setor. Mais Informações no site www.mercolactea.com.br ou pelo telefone (49) 3322-2292. J á são 57 Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais que adaptaram os seus logotipos conforme o da FETAESC e da Contag. E 20 desses solicitaram a confecção de bandeiras com a nova marca. A Microrregião do Baixo Vale do Itajaí também fez sua marca. No local do mapa do município foram colocados os mapas de todos os municípios que compõem a ASTRAVALI. Essa ação tem por objetivo dar vitalidade e visibilidade ao Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de SC. O Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais de Sto. Amaro da Imperatriz promove a 19º Festa do Milho Verde. O evento é considerado uma vitrine para expor o trabalho dos agricultores filiados, reúne desde o artesanato, que é feito à base do milho, até a rica gastronomia, também produzida com o grão. Uma das atrações é a pamonha gigante, feita para distribuição gratuita. No ano passado teve cerca de 500 quilos e público visitante foi de mais de 38 mil pessoas. A cidade é a maior produtora de milho verde in natura do Estado. Cerca de 40% da economia gira em torno desta produção, que chega a 35 milhões de espigas ao ano e abastece os litorais de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A renda arrecadada com a venda de ingressos é destinada à educação, saúde e assistência social dos agricultores familiares associados ao Sindicato, atendendo hoje a um total de 1200 pessoas. Mais informações no site do evento: www.festamilhoverde.com.br Jornal da Fetaesc Aposentados rurais também são associados A FETAESC e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais vão desenvolver uma ampla campanha de sindicalização junto aos aposentados e aposentadas rurais neste ano. Eles terão um cartão de associado diferenciado, com prazo de validade indeterminado e poderão acessar os convênios que os sindicatos, as associações microrregionais e a Fetaesc já mantém ou irão realizar. “Vamos buscar todos os tipos de convênios possíveis, visando à inclusão deste público e sua respectiva valorização”, destaca o tesoureiro da FETAESC José Walter Dresch. Segundo o Ministério da Previdência, existem 305 mil aposentados rurais em Santa Catarina. Esse e outros benefícios previdenciários para a categoria foram conquistados através da luta do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Segundo o tesoureiro da federação, “hoje apenas um pequeno percentual de aposentados continuam filiados aos nossos sindicatos. Após a concessão do benefício, acabam se envolvendo com outras organizações e associações que não representam a sua categoria”, lamenta. No entanto, são os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais que continuam buscando benefícios e políticas públicas para melhorar a qualidade de vida no campo. Além disso, o dirigente lembra que na faixa etária da aposentadoria dos homens (aos 60 anos) e das mulheres (aos 55 anos), eles continuam desenvolvendo atividades agrícolas na propriedade e precisam de um sindicato que defenda seus interesses. “A minha mãe, por exemplo, tem 74 anos e ainda faz a ordenha das vacas”, conta Walter Dresch. A propriedade da família de 25 hectares fica na Linha Nereu Ramos, em São Miguel do Oeste Modelo do cartão. Os sindicatos já podem fazer a solicitação É tempo de entrega de Imposto de Renda Pessoa Física O prazo é até o dia 29 de abril Encontro de aposentados do STTR de Antonio Carlos. A motivação e a auto-estima sempre são destaques nesses eventos e é tocada pelos pais aposentados e pela família do seu irmão mais novo. Segurado Especial contribui Constantemente o governo e especialistas anunciam que é necessário fazer reformas no sistema previdenciário do país para conter o rombo, que em 2009 foi de R$ 40 bilhões. A mudança do fator previdenciário (tempo de serviço e de contribuição) para a concessão do benefício, sempre é apontada como uma das primeiras medidas. Além disso, quando falam do déficit, fazem questão de mencionar ‘incluindo os benefícios dos rurais’, numa alusão de que os segurados especiais são os culpados pelo rombo. Os segurados especiais são os trabalhadores rurais e os pescadores artesanais que produzem individualmente ou em regime de economia familiar. A contribuição do segurado especial corresponde ao percentual de 2,3% incidente sobre o valor bruto da comercialização de sua produção. E o tesoureiro da FETAESC destaca que essa contribuição “não é pouca no caso de Santa Catarina, onde a agricultura familiar é responsável pela produção da matéria-prima que faz com que o Estado ocupe a liderança nacional das exportações de aves e suínos”. Se os trabalhadores e trabalhadoras rurais aposentados e pensionistas estiverem associados ao sindicato da sua categoria, eles fortalecem a entidade e garantem a manutenção desse benefício para as gerações futuras. Encontro da 3ª Idade da Regional Sul da Contag nos dias 11 e 12 de abril. Vai tratar das estratégias de atuação conjunta para atender a esse público. O evento será na sede da FETAESC. STR de Rodeio é destaque “Agradecemos a parceria e parabenizamos por estarem entre os 30 sindicatos, de todo o Brasil, com maior número de inscrições. Vocês fazem toda a diferença!” Essa mensagem foi encaminhada por e-mail ao Sindicato dos Trabalhadores e Rurais de Rodeio pela servidora do INSS, Fátima Regina do Nascimento Gulart. Satisfeito com a posição alcançada, o presidente do sindicato Agenor Pezzini lembra que são cerca de quatro mil sindicatos de trabalhadores rurais no país e destaca que quem merece os parabéns são os associados “por acreditarem no nosso trabalho e sempre atenderem prontamente as nossas solicitações”, diz Pezzini. A servidora do INSS solicitou a avaliação do sistema de Cadastro do Segurado Especial pelo sindicato, “retornando com informações após dois dias de análise, COLUNA CONTÁBIL 11 informando se o mesmo esteve estável, se conseguiram realizar inscrições, quantas realizaram e, caso haja problema reportem, copiando as telas”, diz a mensagem. A FETAESC tem recebido informações de vários sindicatos de que o sistema tem problema e o assunto será tratado nas negociações do Grito da Terra Brasil, em maio. “Queremos que se efetive a promessa de que um segurado especial consiga sua aposentadoria ou qualquer outro benefício no prazo de 30 minutos”, destaca o tesoureiro da Federação, José Walter Dresch. O cadastramento feito pelos sindicatos de trabalhadores rurais faz parte do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Ministério da Previdência Social e a Contag, em agosto de 2009. Lembramos aos nossos dirigentes e associados (as) que já se encontra disponível o programa para entrega de declaração de Imposto de Renda Pessoa Física referente ao ano de 2010. Verifiquem se possuem a obrigatoriedade de entrega, em caso de dúvidas procurem um contador em seu município ou se dirija a uma agência da Receita Federal. Destacamos a obrigatoriedade de entrega da declaração referente a informações da Atividade Rural, conforme orientações da Receita: quem obteve receita bruta anual em valor superior a R$ 112.436,25 e que pretenda compensar, no ano-calendário de 2010 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2010. Ressaltamos, no entanto, que outros ganhos e condições, obrigam a entrega da declaração. A pessoa física está dispensada da entrega da declaração, desde que: a) não se enquadre em nenhuma das hipóteses de obrigatoriedade, ou b) conste como dependente em declaração apresentada por outra pessoa física, na qual tenham sido informados seus rendimentos, bens e direitos caso os possua. c) teve a posse ou a propriedade de bens e direitos, inclusive terra nua, cujos bens comuns sejam declarados pelo cônjuge, desde que o valor total dos seus bens privativos não exceda R$ 300 mil, em 31 de dezembro de 2010. CERTIFICADO ELETRÔNICO PARA ENVIO DE SEFIP A Caixa Econômica Federal está mudando seu processo para o recebimento de SEFIP (referente folha de pagamento), toda a Pessoa Jurídica (inclusive os Sindicatos), deverão adquirir um certificado eletrônico próprio para que seja permitido o envio dessas declarações. A mudança está com data inicial prevista para janeiro de 2012. O departamento contábil da FETAESC já esta em conversação com o Sescon e realizando testes para melhor orientar os STTRs. Mantenha-se informado! No momento apropriado estaremos orientando sobre a compra dos referidos certificados para aqueles Sindicatos que possuem folha de pagamento junto à Federação. Os demais Sindicatos devem procurar o contador responsável pela folha de pagamento da respectiva entidade. Julgamos desnecessária a compra imediata, no entanto não deveremos deixar tais procedimentos para ultima hora. Departamento Contábil da FETAESC BRUNO JOSÉ DE SOUSA CRC-031.172/O-8 12 Jornal da Fetaesc Encontros de março divulgam a Marcha de 2011 A Marcha das Margarida é um dos principais assuntos dos encontros organizados pelo movimento sindical em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março). “É uma ótima oportunidade para divulgarmos a Marcha, abordar os temas da pauta de reivindicações e mobilizar o público para participar”, afirma a coordenadora da Comissão Estadual de Trabalhadoras Rurais da FETAESC, Maria das Graças Darós. Ela tem procurado estar presente na maioria desses eventos que já são uma tradição em Santa Catarina, com a participação de milhares de pessoas em todas as regiões do Estado. As programações são bem variadas e sempre com o objetivo de homenagear, confraternizar, informar e orientar a categoria. Veja no quadro ao lado a agenda dos encontros microrregionais e municipais das mulheres trabalhadoras rurais. A manifestação realizada pelas trabalhadoras rurais de todo o país será nos dias 16 e 17 de agosto, em Brasília e a meta é reunir 100 mil mulheres do campo e da floresta e também as companheiras da cidade que desejarem integrar esta grande mobilização. As Margaridas em Marcha reivindicam desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade. Comissão estadual organiza a participação das catarinenses O planejamento das ações para a participação das catarinenses na Marcha das Margaridas também foi assuntos da última reunião da Comissão Estadual de Mulheres da FETAESC A partir desse encontro, as integrantes da Comissão Estadual de Mulheres de SC estarão traçando estratégias nas microrregiões visando à divulgação e mobilização nos municípios e comunidades para divulgar o evento. A Contag disponibilizará cartazes e panfletos para divulgação e caberá às lideranças a articulação com os diversos grupos de mulheres do campo e da cidade para realizar o debate político de temas prioritários para a construção do desenvolvimento rural sustentável e solidário com igualdade para as mulheres. As coordenadoras microrregionais também têm a tarefa de identificar e selecionar até cinco grupos de organização produtiva para participarem da ‘Mostra Nacional da Produção das Margaridas’, que acontece em paralelo à Marcha. A reunião da Comissão Estadual de Mulheres também serviu para discutir com as lideranças qual é o papel da coordenadora. Veja as opiniões sobre o encontro. “Os méritos do sucesso desse encontro é de todas nós”, diz a coordenadora estadual das trabalhadoras rurais, Maria das Graças Darós, destacando a participação de um grupo novo de mulheres e também o retorno de outras lideranças regionais à Comissão. Graça atribui essa participação à necessidade de mobilização para a Marcha e também aos encontros de formação de mulheres em dez microrregiões realizados nos dois últimos anos. O resgate da caminhada das trabalhadoras rurais no movimento sindical mulheres foi ponto de reflexão para Rose Silva Bauer, que assumiu a coordenação da Microrregião do Vale do Araranguá neste ano. “Leva muito tempo para se concretizarem as nossas reivindicações e por isso é importante mantermos a nossa união e eleger políticos que representem e defendam os interesses da nossa categoria”, diz. A metodologia utilizada no encontro contribuiu para que as participantes ficassem à vontade para expor suas idéias e a trajetória de participação no movimento sindical. “O encontro foi muito produtivo, estivemos bem à vontade para colocar nossas posições, além disso, acho que hoje as mulheres estão mais preparadas”, afirma Terezinha Dominga Bettoni, coordenadora das mulheres da Microrregião do Vale do Rio do Peixe há seis anos e tesoureira do STR de Tangará. Para a secretária geral do sindicato de Três Barras, Maristela dos Reis Barbosa, o encontro “foi ótimo” para clarear as dúvidas que tinha sobre a função da coordenação. “Eu achava que não era de tanta responsabilidade”, conta a nova coordenadora da Microrregião da Astramate. RIFA DA MARCHA DAS MARGARIDAS A CONTAG, em parceria com a FETAESC e os Sindicatos, está promovendo uma rifa para arrecadar recursos visando a participação das trabalhadoras rurais. O valor do bilhete é de R$ 4,00. O prêmio nacional é um Gol 1.O/4 portas, e para cada estado será sorteado um televisor LCD de 32 polegadas. O sorteio será no mês de julho. Quem desejar comprar bilhetes da Rifa da Marcha das Margaridas pode procurar o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município, bem como para adquirir a camiseta da Marcha, ao preço de R$ 15,00 para o primeiro lote de 800 camisetas.
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