Emprego Clínico do Iodofórmio em Endodontia - IES

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Emprego Clínico do Iodofórmio em Endodontia - IES
ADRIANA RIBEIRO SILVA
PAULA MAYRINK LEAL
EMPREGO CLÍNICO DO IODOFÓRMIO EM ENDODONTIA
BELO HORIZONTE
2012
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ADRIANA RIBEIRO SILVA
PAULA MAYRINK LEAL
EMPREGO CLÍNICO DO IODOFÓRMIO EM ENDODONTIA
Monografia apresentada ao Instituto de
Estudos da Saúde, para obtenção do grau
de Especialista em Odontologia.
Área de Concentração: Endodontia
Orientador: Prof. Dr. Guilherme Braga
BELO HORIZONTE
2012
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RESUMO
Este estudo reviu a literatura concerneao iodofórmio enquanto aplicado na
endodontia clínica. As suas propriedades antissépticas, de estimulação biológica,
sua ação sobre determinados microrganismos, interação com outros medicamentos
e até agregado em outro material foram descritos.Observou-se pontos de consenso
entre os autores com relação à sua capacidade radiopacificadora, possibilidade de
alteração cromática dental, solubilidade, odor forte e principalmente, inatividade
sobre microrganismos. Divergência ou concordância quanto à sua capacidade de
estimulação biológica são fundamentadas na real atividade clínica no reparo de
lesões ósseas de origem endodôntica.
Palavras-chave: Iodofórmio. Medicação intracanal. Lesões periapicais.
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ABSTRACT
This studyreviewedliteratureasregards theiodoformappliedclinicallyin endodontics.
Itsantiseptic propertiesofbiological stimulation, its effect oncertainmicroorganisms,
interaction with other medicationsand evenaddedother materialhave been described.
Therearepoints ofconsensus amongauthors withregard to their ability in interfere with
theradiographicimage, possibility oftoothcolor change, solubility, and especiallystrong
odor, inactivity on microorganisms. Disagreement oragreement asto its ability
tobiological stimulationare basedonrealclinical activityin the repair ofbone lesionsof
endodontic origin.
Keywords: Iodoform. Intracanal medication. Periapical lesions
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
06
2 REVISÃO DE LITERATURA
07
3 DISCUSSÃO
21
4 CONCLUSÃO
25
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
26
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INTRODUÇÃO
O iodofórmio é usado na Odontologia, especialmente na Endodontia como
medicação intracanal e agente de contraste.Apresenta-se sob a forma de cristais
amarelos brilhantes e de odor forte.
A dissociação resulta em iodo nascente [iodeto (I-)], que parece agir como
estimulador biológico; e embora a escassa oferta de pesquisa sobre o assunto e
grande diversidade de opiniões a respeito do uso dessa medicação, clinicamente se
comprova evidente eficácia (Pallottaet al. 2007).
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Aydos e Milano (1984) em sua revisão de literatura relataram que o iodofórmio é
utilizado em Endodontia como radiopacificador, antisséptico e estimulador biológico.
Relatam que Maisto em 1967 afirmou que o iodofórmio é muito pouco solúvel em
água e bastante solúvel em azeite de oliva. Quanto à sua ação antimicrobiana
mencionam que existe discordância entre alguns autores. Giovancchini em 1947,
Goodman e Gilman em 1970, Perez em 1951, Held em 1964 e Sollman em 1950
afirmaram que in vitro o efeito antisséptico é nulo, mas in vivo, em contato com
tecidos, o iodofórmio libera iodo nascente, o que limita a ação das bactérias.
Enquanto que, Castagnola em 1952 e Castagnola e cols. 1976 citaram que a
liberação de iodo quando em contato com tecidos vivos é contestada e Litter em
1961 e Reddish no mesmo ano afirmaram que o iodofórmio não possui ação
antisséptica. Quanto ao aspecto de estimulação biológica a maioria dos autores
referenciados estabeleceu que o iodofórmio ébiocompatível, ou seja, não agride os
tecidos periapicais e favorece a formação de tecido de granulação, induzindo uma
neoformação óssea, contrapondo com Erausquim e cols. em 1969, que afirmaram
que o iodofórmio gera necrose do cemento. Bell, também em 1969, que verificou a
não estimulação e formação de tecido conjuntivo ou ósseo, retardando a formação
dos mesmos. Em relação ao poder radiopacificante do iodofórmio, todos os autores
citados são unânimes e afirmam que o mesmo é marcadamente radiopaco.
Daniel e cols. (1999) em revisão de literatura mencionam que o iodofórmio é
altamente radiopaco, além de facilmente dissolvido em álcool, éter ou gorduras,
liberando iodo nascente e exercendo, assim, sua propriedade antisséptica, dessa
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forma, amplamente empregado no tratamento de lesões refratárias. Citam que é
ligeiramente anestésico e que o odor penetrante e desagradável, juntamente com a
alteração cromática dos dentes foram razões para o abandono do iodofórmio como
medicação intracanal. Em termos de poder antisséptico existe controvérsia pois
alguns autores afirmaram que o iodofórmio é um fraco antisséptico, apenas inibindo
o crescimento da bactéria pela oxidação dos produtos da atividade bacteriana, não
tendo ação bactericida. Entretanto, outros autores relataram a sua forte ação
antisséptica, inibindo o crescimento bacteriano ou agindo sobre suas toxinas. Com
relação à propriedade de estimulação biológica, alguns autores afirmaram que
pastas iodoformadas reabsorvíveis extravasadas no tecido perirradicular parecem
retardar a formação de conjuntivo e impedir a neoformação óssea. No entanto,
segundo a maioria dos autores citados, as propriedades irritantes do iodofórmio
estimulam a proliferação celular, produzindo reação inflamatória inicial, com necrose
tecidual, atraindo células de defesa para a região e favorecendo o reparo da lesão.
Concluiu-se a necessidade de mais estudos laboratoriais e clínicos que justifiquem o
emprego ou abandono do iodofórmio na prática clínica.
Aguiar (1999) analisou quimicamente a variação do pH de canais preenchidos
previamente com associações medicamentosas à base de iodofórmio e hidróxido de
cálcio, associadas ao polietilenoglicol 400 ou ao carbowax. O autor estabeleceu
tempos de 0h, 6h, 24h, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 60 dias. Setenta canais artificiais
confeccionados em blocos de resina foram divididos em 7 grupos: G1 - Iodofórmio +
polietilenoglicol 400; G2 - Iodofórmio + carbowax; G3 - Iodofórmio + hidróxido de
cálcio + polietilenoglicol 400; G4 - Iodofórmio + hidróxido de cálcio + carbowax; G5 Hidróxido de Cálcio + polietilenoglicol 400; G6 - Hidróxido de Cálcio + carbowax.
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Com auxílio de uma Lentulo as pastas medicamentosas foram transportadas para o
interior dos canais simulados. Os canais foram, então, transportados para cubetas
individuais contendo 7 ml de água destilada cada uma e, em seguida determinou-se
o pH da solução nos tempos pré-estabelecidos. Em todos os grupos avaliados, no
período compreendido entre 30 e 60 dias, não houve diferença significativa quando
comparamos os resultados entre as amostras, de modo que o pH se manteve
estabilizado a partir de 30 dias, exceto no grupo 4 onde, que durante este período, o
tempo interferiu na mudança do pH. Dos grupos avaliados, o Grupo 3, onde utilizara
iodofórmio associado ao hidróxido de cálcio e ao carbowax, foi o que apresentou o
pH mais básico. Concluiu-se, também, que o veículo utilizado interfere no pH final, já
que quando utilizaram grupos de medicamentos semelhantes, alterando-se apenas
o veículo, o pH foi alterado, sendo os grupos onde o polietilenoglicol 400 foi utilizado
os que apresentaram pH mais elevados.
O objetivo do estudo de Medeiros et al. (1999) foi avaliar o pós-operatórioda
intervenção endodôntica quando utilizadas pastas à base de hidróxido de cálcio e
iodofórmio, separadamente, como medicação intracanal entre sessões de elementos
com diagnóstico de necrose, apresentando lesão periapical e sensibilidade dolorosa.
Após preparo mecânico químico de 180 elementos dentários, estes foram divididos
em 3 grupos nos quais foram utilizados soro fisiológico somente (controle), seguido
de hidróxido de cálcio + anestésico e por último iodofórmio + paramonoclorofenol
canforado + Rifocort. Após 7 dias os pacientes foram analisados quanto ao pós
operatório utilizando escala de sensibilidade dolorosa entre bom, satisfatório e mau.
Os resultados demonstraram que o Grupo 1 (controle) apresentou o maior índice de
dor (25%), seguido dos Grupo 3 (3,33%) e 2 (1,66%). Os pesquisadores concluíram
que não ocorreu diferença percentual significativa no que diz respeito ao uso de
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pastas à base de hidróxido de cálcio e iodofórmio em relação à sensibilidade pósoperatória.
Rezende et al. (2002) relatam que o iodofórmio foi descoberto em 1822 e utilizado
como antisséptico desde 1879. Citam que foi colocado em desuso por apresentar
odor penetrante e desagradável, gerar alteração cromática dos dentes e
possibilidade de desenvolvimento de reações adversas. Mencionam que o
iodofórmio é pouco solúvel em água e muito solúvel em éter e óleo de oliva. É
ligeiramente anestésico e de efeito analgésico suave quando aplicado sobre
mucosas ou feridas abertas. Quanto ao veículo empregado, destacam-se os
veículos hidrossolúveis como
também os não
hidrossolúveis.
Quanto
às
propriedades biológicas, é bem tolerado pelos tecidos, não danificando as células e
promovendo insignificante infiltrado de células inflamatórias, induzindo a formação
de tecido de granulação e favorecendo o reparo de lesões do periápice. Com
relação à capacidade antisséptica, há autores que negam sua ação antimicrobiana,
outros que reconhecem uma ação moderada ou prolongada e, ainda, aqueles que
exaltam uma apreciável ação antibacteriana. Quanto às indicações, enumeram que
o iodofórmio pode ser utilizado em associação ao hidróxido de cálcio no tratamento
de lesões periapicais, fraturas radiculares, reabsorções dentárias e perfurações
radiculares, mas principalmente em lesões periapicais refratárias, pois age muito
bem na porção apical do conduto. Concluíram que o iodofórmio, como medicação
intracanal, apresenta aspectos polêmicos, como sua biocompatibilidade, capacidade
de estimulação biológica e mecanismo de atuação.
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Pallota (2003) avaliou quantitativa e qualitativamente as reações que o organismo
desenvolve, em relação ao iodofórmio e ao hidróxido de cálcio, quando os mesmos
são implantados em dorso de ratos. Para tanto utilizou-se vinte ratos, nos quais
foram realizadas duas incisões no seu dorso e inseridas, para um mesmo animal, a
medicação a ser testada em seu veículo e consistência de uso clínico. Os grupos
experimentais eram representados pelo grupo do tecido normal, íntegro (GCI), a
ferida controle (GCII) onde nenhuma medicação foi colocada e os grupos tratados
com iodofórmio (FOD) e hidróxido de cálcio (FOE). Passados períodos de três, cinco
e onze dias, a região onde foi implantada a medicação foi removida em bloco com o
tecido adjacente. Neste momento a condição macroscópica foi observada e os
fragmentos foram analisados histologicamente. Pôde ser observado que o grupo
com iodofórmio interferiu menos no processo de reparo enquanto o grupo com
hidróxido de cálcio mostrou grande área de necrose que demorou todo o período
experimental para ser parcialmente recomposta. Já a análise quantitativa mostrou
para o iodofórmio uma demora na inicialização da resposta, com um pico da reação
inflamatória aos 5 dias; enquanto que para o hidróxido de cálcio uma grande área de
necrose foi observada, demonstrando uma condição mais favorável após onze dias
de estudo.
Duarte et al. (2003) tiveram como objetivo de seu trabalho avaliar, clinicamente e
através de entrevistas, a ocorrência e a intensidade da dor pós-operatória de
pacientes que foram submetidos ao tratamento com iodofórmio associado ao
carbowax. Foram selecionados vinte pacientes com necessidade de retratamento
endodôntico e presença de lesão periapical. Os canais foram retratados e após o
preparo mecânico-químico, os canais foram preenchidos com pasta de iodofórmio
com carbowax, utilizando lentulo para se obter um extravasamento da medicação,
15
constatado radiograficamente. Todos os pacientes foram entrevistados após o
preenchimento da medicação e as reações foram classificadas quanto à intensidade
de dor. 60% relataram não ter sentido dor alguma, 15% sentiram apenas uma
pequena pressão sendo que um deles sentia dor antes da colocação do iodofórmio e
15% sentiram dor à percussão. Os resultados mostraram-se satisfatórios uma vez
que a medicação à base de iodofórmio não proporcionou um agravo considerável ao
pós-operatório e nem gerou desconforto ao paciente.
Weisledere Benitez (2003) relataram um caso clínico de cárie extensa e profunda
atingindo o corno pulpar de um dente com rizogênese incompleta. O paciente de 9
anos não apresentava dor espontânea e respondia normalmente ao teste de
sensibilidade pulpar. Foi feita radiografia periapical, remoção do tecido cariado e
sobre a exposição pulpar foi colocada pasta de hidróxido de cálcio com iodofórmio.
A cavidade foi selada provisoriamente com cimento de ionômero de vidro. Durante
14 meses o paciente foi submetido a acompanhamento clínico onde foram repetidos
os testes de sensibilidade e exame radiográfico, que não constatou qualquer
alteração, e foi observado desenvolvimento normal da raiz até seu completo
fechamento. Nesse momento, foi indicada a confecção da restauração definitiva do
elemento. Em controle de 25 meses o paciente não demonstrou qualquer
sintomatologia e o exame radiográfico não apresentou anormalidade no periápice.
Com isso os autores concluíram que é possível manter a polpa íntegra até a
maturogênese, quando não há sinais ou sintomas de patologia.
Chogleet al.(2005) testaram a capacidade de uma gutta-percha com iodofórmio em
retardar a infiltração de
Enterococcus faecalis utilizando um modelo de
16
microinfiltração.
Setenta
dente
unirradiculares
foram
preparados
utilizando
instrumentos manuais e rotatórios. Trinta raízes foram obturadas com guta-percha
com iodofórmio e outras trinta com gutta-percha padrão pela técnica de
condensação lateral. Ambos os grupos foram suspensos em caldo BHI estéril e
inoculada em uma suspensão de E. Faecalis. A turbidez do caldo apical foi
observada indicando se houve ou não microinfiltração bacteriana. As amostras
foram observadas por 32 dias e os dados foram analisados. Os resultados não
mostraram diferença significativa entre a gutta-percha com iodofórmio e a guttapercha padrão, concluindo que a gutta-precha com iodofórmio não apresenta
qualquer vantagem sobre a guta-percha padrão em retardar a microinfiltração.
Cwiklaet al. (2005) objetivaram em seu estudo determinar a eficácia de três
formulações à base de hidróxido de cálcio usando um modelo in vitro de dentina
tubular infectada com Enterococcusfaecalis. 40 dentes superiores unirradiculares
humanos foram contaminados com esse microrganismo e divididos em 5 grupos. O
grupo 1 recebeu como medicação pó de hidróxido de cálcio com água estéril numa
consistência cremosa. O grupo 2 recebeu uma pasta de hidróxido de cálcio à base
de silicone contendo iodofórmio (Metapex). Ao grupo 3 foi adicionado uma mistura
consistente de pó de hidróxido de cálcio mais 2% de IKI (iodeto de potássio). Os
grupos 4 e 5 foram controle, sendo que positivo, infectado e sem medicação, e
negativo, não infectado e sem medicação, respectivamente. Os resultados foram
analisados estatisticamente. O grupo 2 apresentou a maior desinfecção de túbulos
dentinários, seguido do grupos 3 e 1 consecutivamente. Contudo, esse estudo
concluiu que no tratamento ou retratamento de dentes com lesões periapicais, uma
formulação de hidróxido de cálcio que contenha iodofórmio deve ser o medicamento
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de escolha para a eliminação do E. Faecalis dos túbulos dentinários. Além disso, o
estudo reforça a necessidade do uso de obturação tridimensional para evitar a
reinfecção ou contaminação dos tecidos perirradiculares.
Estrela et al. (2006) em seu estudo tiveram como objetivo avaliar a influência do
iodofórmio no poder antimicrobiano do hidróxido de cálcio contra microrganismos
com
características
estruturais
diferentes.
Staphylococcus
aureus,
Enterococcusfaecalis, Pseudomonasaeruginosa, Bacillussubtilis, Candidaalbicans e
uma mistura dessas espécies foram os indicadores biológicos e as substâncias
testadas foram as associações de hidróxido de cálcio com solução salina, hidróxido
de cálcio com iodofórmio e solução salina, e iodofórmio com solução salina. Foram
feitos testes de difusão em ágar e teste de exposição direta. As associações de
hidróxido de cálcio com solução salina assim como iodofórmio com solução salina
mostraram eficácia antimicrobiana em ambos os métodos utilizados. A pasta
contendo iodofórmio e solução salina foi ineficaz pelo teste de difusão em ágar e,
também, por exposição direta para o B. subtilise a mistura de culturas. Por fim,
concluíram que o iodofórmio não influencia o potencial antimicrobiano da pasta de
hidróxido de cálcio.
Melkeret al. (2006) avaliaram, através do método de difusão em ágar, a eficácia das
formulações de gutta-percha disponíveis comercialmente contra quatro espécies de
patógenos endodônticos mais comumente encontrados em lesões periapicais de
dentes que tiveram tratamento endodôntico mal sucedido. Cones de gutta-percha
padrão, de tetraciclina e de iodofórmio (MGP) foram testados. Gutta-percha padrão e
MGP inibiram Fusobacterium nucleatum e A. naeslundii, e MGP, inibiu também A.
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Israelii. Gutta-percha contendo tetraciclina inibiu o crescimento de todas as quatro
espécies de bactérias testadas. Os resultados deste estudo sugerem que o uso de
tetraciclina contida na guta-percha como material de obturação pode ser útil como
um complemento nos procedimentos finais da obturação.
Dotto et al. (2006) analisaram o efeito antimicrobiano de pastas de hidróxido de
cálcio associadas à diferentes veículos e o iodofórmio associado ou não ao hidróxido
de cálcio sobre o Enterococcusfaecalis. A técnica para avaliação antimicrobiana
utilizada foi a de difusão em ágar e foram testadas as associações de hidróxido de
cálcio com paramonoclofenolcanforado e propilenoglicol (1), hidróxido de cálcio com
propilenoglicol (2), pasta Calen (3), pasta Calen com paramonoclorofenolcanforado
(4), hidróxido de cálcio com iodofórmio e propilenoglicol (5), iodofórmio com
propilenoglicol
(6)
e
hidróxido
de
cálcio
com
anestésico
lidocaína
com
felipressina1:100000 UI (7). A análise dos resultados mostrou presença de halos de
inibição para a associações 1 e 6. Para as demais associações não houve formação
de halos. Os resultados deste estudo demonstraram que o hidróxido de cálcio pode
ter interferido na capacidade antimicrobiana do iodofórmio.
Morais et al. (2006) avaliarama biocompatibilidade docimento Portlandmisturado
comiodofórmio, em comparação com oMTA. Foram utilizados dezoito ratos adultos
distribuídos em 3 grupos de 6 animais cada, para serem examinados após 7, 30 e
60 dias do procedimento cirúrgico. Apósos animaisterem sido anestesiados, a pele
dorsalfoiraspada e desinfectada. Três incisõesforam feitasatravés da peleusando
umalâmina de bisturi No. 15. Tubos de polietileno foram previamente autoclavadose
preenchidosum comMTA e outro com cimentoPortland acrescido de iodofórmio. Um
19
terceiro tubo vazio foi implantado como controle. Após 7 dias, os implantes foram
removidos juntamente com seustecidos adjacentes os quais foram analisados
histologicamente. Não houve diferença significativa na resposta inflamatória entre
MTA e cimento Portland com iodofórmio depois de 7, 30 ou 60 dias. Após 60 dias,
ao redor do cimento Portland formou uma cápsula fibrosa mais organizada que ao
redor dos implantes com MTA. Após 60 dias, ainda havia uma reação tecidual
significativa para os dois cimentos em comparação com os tubos de polietileno
vazio.
Gentil em 2007 avaliou quimicamente, e em diferentes períodos, se a exteriorização
do iodofórmio sofre alteração com a remoção do cemento radicular, decorrente de
procedimentos básicos de periodontia, antes ou depois da sua aplicação como
medicação no interior do sistema de canais radiculares. Dezesseis dentes humanos
unirradiculares extraídos sofreram esvaziamento e preparo de seus canais
radiculares, e desses, quinze raízes foram preenchidas com pasta de iodofórmio,
veiculada em carbowax. Dez raízes receberam, após a introdução da medicação
intracanal, selamento cervical e apical e cinco raízes receberam, após a introdução
da medicação intracanal, selamento cervical e apical, como descrito anteriormente e
sofreram também raspagem do cemento radicular com foices e curetas de Gracey.
Uma raiz ficou isenta da medicação. Dezesseis tubos de ensaio foram preenchidos
com Etanol P.A. onde as raízes foram colocadas. Esta substância sofre alteração
cromática na presença de iodofórmio ou algum de seus subprodutos. Todos os
elementos sofreram mensuração no espectrofotômetro imediatamente ao início do
experimento e nos intervalos de 24 horas, cinco dias, sete dias e 15 dias. Como
resultado e conclusão encontrou-se que o iodofórmio ou algum de seus subprodutos
20
transpõe a barreira dentinária e cementária chegando ao meio extra-radicular. E que
a partir do décimo quinto dia do experimento ocorreu uma passagem maior da
medicação nos grupos onde o cemento foi removido e esta passagem foi ainda
maior quando esta remoção ocorreu após o sétimo dia do experimento.
Pallottaet al. (2007) realizaram um estudo com o intuito de determinar a
concentração mínima inibitória de alguns medicamentos usados em Endodontia para
eliminar quatro tipos de bactérias. Foram analisados iodofórmio, hidróxido de cálcio,
IKI (iodeto de potássio) e CFC (ciprofloxacino, Flagyl (metronidazol) e hidróxido de
cálcio. Em tubos de ensaio, medicamentos em 10 diferentes concentrações foram
adicionados à espécies de Pseudomonasaeruginosa, Staphylococcus aureus,
Enterococcusfaecalise Bacteroides fragilis. A avaliação mostrou queIKInão foiativo
contraS.aureuse P.aeruginosa, mesmo na maior concentraçãousadaehidróxido de
cálcionão
foiativo
resultadoscontra
contra
asquatro
concentraçõesutilizadas,
P.
aeruginosa.
espécies
todas
as
CFCapresentou
bacterianas
drogasforam
os
melhores
avaliadas.
Nas
capazes
de
eliminarE.faecaliseB.fragilis. Contudo, concluíram que os resultados foram obtidos in
vitro e não podem ser diretamente relacionados coma situação clínica, uma vez que
misturasde drogas(comoCFC) interagem com uma flora bacteriana mista, como a
encontrada no sistema de canais radiculares.
Souza-Filho et al.(2008) tiveram como objetivo de seu estudo avaliar a eficácia e
alterações de pH da clorexidina gel 2%, hidróxido de cálcio P.A. e suas associações
com iodofórmio e pó de óxido de zinco como medicações intracanal contra algumas
espécies de microrganismos. A atividade antimicrobiana foi verificada pelo método
21
de ágar difusão, o pH foi mensurado em 5 minutos, 24 horas e 7 dias após a
preparação através de um medidor de pH e os dados foram analisados
estatisticamente. Como resultado foi encontrado que todas as medicações foram
inibitórias, pelo menos por contato direto. O gel de clorexidina a 2% apresentou o
maior halo de inibição microbiano, principalmente contra S. mutans, S. sobrinus, P.
intermedia e P. gingivalis, enquanto o hidróxido de cálcio com água estéril
apresentou o menor. Quanto ao pH, todas as medicações apresentaram-se maior
que 12 durante o experimento, exceto a clorexidina gel que foi de 7.0. Com isso,
pôde-se concluir que todas as medicações testadas apresentaram caráter
antimicrobiano, porém, a maior foi da clorexidina gel 2%, seguida da sua associação
com hidróxido de cálcio e iodofórmio.
Pallotaet al. (2010) avaliaram quantitativa e qualitativamente, através de observação
macroscópica e análise de microscopia óptica, a resposta inflamatória ao iodofórmio
e hidróxido de cálcio quando essas drogas foram inseridas no dorso de ratos. 20
ratos foram distribuídos em 4 grupos, sendo o grupo 1 o controle com a pele íntegra,
e os demais grupos onde foram feitas feridas e utilizadas as respectivas
medicações: o grupo 2 sem medicações, o grupo 3 no qual foi inserido hidróxido de
cálcio e polietilenoglicol 1400 e o grupo 4 onde foi colocado iodofórmio associado a
Carbowax®. No aspecto macroscópico, o grupo 3 apresentou área de inchaço e
necrose, já o grupo 4 o tecido subcutâneo apresentou aspectos de normalidade. Na
análise de microscopia óptica verificou-se uma resposta inflamatória mais rápida no
grupo 4 quando comparado ao grupo 3. Com isso, concluíram que a presença de
exsudato em um abscesso periapical ou tecido crônico inflamatório em um
granuloma apical torna a reação a esses medicamentos diferentes, sendo assim
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outros estudos devem ser realizados a fim de reconhecer os mediadores
inflamatórios envolvidos e ação dessas e outras drogas na região periapical.
Franco et al. (2010) procurou investigar in vitro as mudanças extra radiculares
perceptíveis macroscopicamente quando usado como medicação intracanal o
iodofórmio. Foi avaliado se o iodofórmio é capaz de transpor ou gerar produtos que
transponham a camada de dentina ou cemento através da imersão de dentes recém
extraídos em tetracloreto de carbono. Foram utilizados canais palatinos de primeiros
molares superiores, um desses canais teve os terços coronários e apicais selados e
outro somente o terço cervical. Esses canais foram preenchidos com iodofórmio e
após a imersão no tetracloreto de carbono em tubos de ensaio foi avaliada a
alteração de cor. Outros três tubos, um contendo somente tetracloreto de carbono,
outro com iodofórmio em contato direto com a substância e outro com um canal sem
preenchimento de iodofórmio foram utilizados como controle. As mudanças de cor
foram observadas após sete dias nas amostras contendo iodofórmio com selamento
apical ou não, e se tornaram mais concentradas até um período de trinta dias. Com
isso, concluiu-se que o iodofórmio ultrapassa ou gera produtos capazes de transpor
as barreiras cemento dentinárias atingindo o ambiente extra radicular.
Vaghelaet al.(2011) propuseram em seu estudo determinar a eficácia antimicrobiana
de duas diferentes formulações de hidróxido de cálcio e compará-las com a
clorexidina gel 2%, utilizando um modelo in vitro de infecção túbulos dentinários com
E.faecalis e C.albicans. Foram separados em grupo I com solução salina (grupo
controle), grupo II com hidróxido de cálcio e propilenoglicol, grupo III com hidróxido
de cálcio, iodofórmio e óleo de silicone e o grupo IV com clorexidinagel 2%. Com
23
base nos resultados concluíram que a clorexidina gel 2% foi efetiva contra o
E.faecalis e C.albicans. O hidróxido de cálcio com propilenoglicol foi o medicamento
intracanal mais eficaz bem como a clorexidina 2% em relação E.faecalis, enquanto
que o hidróxido de cálcio com iodofórmio em óleo de silicone foi o medicamento
intracanal mais eficaz juntamente com a clorexidina 2% contra C.albicans.
Pavaskaret al.(2012) relatam que uma combinação de hidróxido de cálcio e
iodofórmio, Vitapex (VP) tem sido documentada para aumentar a regeneração óssea
periapical com uma taxa de sucesso de 84% -100%. Avaliaram em seu estudo a
eficácia do hidróxido de cálcio (CH), Vitapex, linezolida (LZ), combinação de
linezolida e hidróxido de cálcio (LC) e um grupo controle (sem medicação) contra
Enterococcus faecalis. Pré-molares unirradiculares humanos foram instrumentados
até limas ProTaper F3. Suspensão de E.faecalis foi inoculada em cada amostra de
raiz e incubada. Os medicamentos foram inseridos em cada raiz e incubados. Após
72 horas, 6 amostras por grupo (entre os 5 grupos) foram analisadas. Um orifício foi
feito em cada raiz, e as raspas de dentina obtidas foram dispensadas num caldo
(BHI). Diluições a partir do caldo foram semeadas em BHI ágar e ágar sangue. As
unidades formadoras de colônia E.faecalis foram medidas e o procedimento foi
repetido após 8 e 14dias. Concluíram que o hiróxido de cálcio realmente inibe o
E.faecalis dentro dos túbulos dentinários até 72horas, e o seu efeito reduz
gradualmente com o tempo. A adição de iodofórmio ao hidróxido de cálcio, tal como
no Vitapex, não aumentou a sua atividade. Linezolida foi o mais eficaz contra
E.faecalis em comparação com todos os outros medicamentos testados.
24
DISCUSSÃO
O uso do iodofórmio em Endodontia como medicação intracanal é controverso e
muitas questões aparecem. As dúvidas ocasionam o desuso e a oferta de
pesquisas.
O iodofórmio é utilizado em Endodontia como elemento radiopacificante de pastas
obturadoras de canal, Aydos& Milano (1984), Daniel et al. (1999), Rezende et al.
(2002) e Duarte et al. (2003).Relatam sua capacidade antisséptica e finalmente,
cogita-se a possibilidade de ser um estimulante biológico atuando em ambiente
apical e periapical segundo Aydos e Milano (1984). De acordo com Rezende et al.
(2002) essa medicação representa um material de uso clínico que tem sido indicado
por alguns autores para casos de lesões refratárias, onde não se obteve sucesso
com a terapia endodôntica prévia, além da
presença de grandes áreas de
reabsorções periapicais, segundo Daniel et al. (1999).
O poder antisséptico,Aydos& Milano (1984) apudGiovancchini (1947), Goodman &
Gilman (1970), Perez (1951), Held (1964) e Sollman (1950), assim como Daniel et
al.(1999) e Rezende et al. (2002) é resultado do iodo nascente liberado quando em
contato com tecidos vivos limitando a ação das bactérias, contraditos por Litter
(1961), Reddish (1961), Castagnola (1952) e Castagnolaet al.(1976) citados por
Aydos& Milano (1984), Daniel e et al.(1999) e Rezende e et al. (2002) que negaram
sua ação antimicrobiana, afirmando que é um fraco antisséptico, apenas inibindo o
25
crescimento da bactéria pela oxidação dos produtos da atividade bacteriana, não
tendo ação bactericida. Mostra que as revisões literárias desde o início são
contraditórias. Estes mesmos autores concordam, entretanto, que as pastas
iodoformadas extravasadas no tecido perirradicular estimulam a proliferação celular,
produzindo reação inflamatória inicial, com necrose tecidual, atraindo células de
defesa e favorecendo o reparo da lesão. Ação esta que foi confirmada por Pallota
(2003) em seu trabalho,no qual o iodofórmio foi comparado ao hidróxido de cálcio e
constatou-se que o primeiro interferiu menos no processo de reparo e resultou numa
reação mais rápida. Vale ressaltar, segundo Gentil (2007)e Franco et al. (2010) que
o iodofórmio e seus subprodutos são capazes de transpor a barreira dentinocementária chegando ao meio extra-radicular, independentemente do trajeto do
sistema de canais radiculares, obstruídos ou não.
O iodofórmio é pouco solúvel em água, relativamente em álcool e facilmente
dissolvido em éter, gorduras e óleo de oliva segundo Maisto (1967) citado por
Aydos& Milano (1984). Daniel et al. (1999) e Rezende et al. (2002) ainda acentuam
o odor forte, penetrante e desagradável, a possibilidade de alteração cromática dos
elementos dentais e que quando em contato com feridas abertas ou mucosas, o
iodofórmio tem efeito analgésico suave e ligeiramente anestésico.
Cwiklaet al. (2005) concluíram que uma formulação de hidróxido de cálcio contendo
iodofórmio deve ser o medicamento de escolha para o tratamento ou retratamento
da periodontite apical, lesões essas ricas em E. Faecalis. Já Vaghelaet al.(2011)
afirmam que hidróxido de cálcio com iodofórmio em óleo de silicone foi eficaz
26
juntamente contra C.albicans, assim como a clorexidina a 2%. Dotto et al. (2006)
observaram que o hidróxido de cálcio pode interferir negativamente na capacidade
antimicrobiana do iodofórmio, anulando sua capacidade de formação de halos de
inibição.Estrela et al. (2006) e Pavaskaret al. (2012) contradisseram e concluíram
que o iodofórmio não influencia no potencial antimicrobiano do hidróxido de
cálcio.Pallotaet al. (2007) concluem que os resultados obtidos in vitro não podem ser
diretamente relacionados com a situação clínica, uma vez que, a mistura de drogas
interage com uma flora bacteriana mista, como a encontrada no sistema de canais
radiculares,
questão
já
confirmada
por
Weisleder&Benitez
(2003)
que
experimentaram dentes com rizogênese incompleta utilizando o iodofórmio
associado ao hidróxido de cálcio em forma de pasta com o objetivo de proteger o
corno pulpar até a total maturogênese do elemento em questão, com ausência de
sinais e sintomas de infecção ou reação inflamatória aguda.
Aguiar (1999) concluiu que em associações medicamentosas a variação de pH
estará ligada ao tipo de veículo utilizado, e o polietilenoglicol PM400 foi o que
apresentou maior pH em relação ao Carbowax (PM 1000). Souza-Filho et al.(2008)
confirmaram e acrescentaram em seu trabalho que medicações queapresentam um
pH maior que 12 foram consideradas antimicrobianas.
Com relação ao pós-operatório Medeiros et al.(1999) relataram que não há diferença
de sensibilidade pós-operatória quanto ao uso de pastas à base de hidróxido de
cálcio ou iodofórmio,assim como Duarte et al.(2003) verificaram, baseados em
entrevistas, que a medicação à base de iodofórmio não proporcionou agravo
27
considerável no pós-operatório e nem gerou desconforto ao paciente. Pallotaet
al.(2010), no seu estudo in vitro,verificaram que os grupos os quais foram medicados
com hidróxido de cálcio houve edema e necrose, enquanto que no grupo onde foi
utilizado o iodofórmio o tecido da área medicada mostrou-se com aspecto de
normalidade, resultado que clinicamente poderia ser observado com presença ou
ausência de dor.
Apresentando-se, ainda, como material obturador, Chogleet al. (2005) observaram
em seu estudo que não há diferença significativa entre a gutta-percha com
iodofórmio e a gutta-percha padrão em retardar a microinfiltração. Adicionado a isto,
Melkeret al. (2006), que também pesquisaram esta utilidade, sugerem que o uso de
gutta-percha com tetraciclina poderia ser melhor como um complemento nos
procedimentos de limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares.
Outra associação, segundo Morais et al.(2006) em seu estudo comparando MTA e
cimento de Portland associado ao iodofórmio constataram que não houve diferença
significativa quanto à resposta inflamatória frente ao uso dessas substâncias.
Porém, após 60 dias de estudo foi verificado que o grupo medicado com cimento de
Portland associado ao iodofórmio apresentou uma cápsula fibrosa mais organizada
que o grupo medicado com MTA.
28
CONCLUSÃO
1. É consenso entre os autores que o iodofórmio não exerce atividade sobre os
microrganismos.
2. Parece, de acordo com alguns autores, que atua como estimulador biológico,
devido à sua eficácia clínica.
29
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