PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
MUNICÍPIO DE NOVA AURORA ESTADO DO PARANÁ PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DIAGNÓSTICOS DOS SISTEMAS MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 20 PLANO DE TRABALHO ........................................................................................... 22 1. O QUE É UM PMSB ............................................................................................ 22 2. PLANO NÃO É PROJETO .................................................................................. 26 3. METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS .............. 26 4. PRODUTOS ESPERADOS ................................................................................. 27 5. APRESENTAÇÃO FINAL DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO... ................................................................................................................. 28 A – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO .................................................. 30 1. HISTÓRICO ......................................................................................................... 30 2. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS ............................................................................. 31 2.1. LOCALIZAÇÃO ............................................................................................ 31 2.2. PRINCIPAIS ACESSOS ............................................................................... 32 3. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ............................................................................ 34 3.1. GEOLOGIA .................................................................................................. 34 3.1.1. Solos ............................................................................................................ 37 3.2. CLIMATOLOGIA .......................................................................................... 39 3.3. HIDROGRAFIA ............................................................................................ 42 3.4. VEGETAÇÃO ............................................................................................... 45 4. INFRAESTRUTURA ............................................................................................ 49 4.1. PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO .............................................................. 49 4.2. HABITAÇÃO ................................................................................................ 52 4.3. ENERGIA ELÉTRICA................................................................................... 52 4.4. COMUNICAÇÃO .......................................................................................... 53 4.5. TRANSPORTE ............................................................................................. 54 4.6. ESTRUTURA COMUNITÁRIA ..................................................................... 56 4.6.1. Cemitérios .................................................................................................... 56 4.6.2. Escolas......................................................................................................... 57 4.6.3. Áreas de Lazer e Esporte ............................................................................. 59 4.6.4. Igrejas e Templos ......................................................................................... 59 4.6.5. Estabelecimentos de Saúde ......................................................................... 60 4.6.6. Entidades e Associações ............................................................................. 62 2 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.7. SEGURANÇA PÚBLICA .............................................................................. 62 4.8. SAÚDE ......................................................................................................... 62 4.8.1. Taxa de Natalidade ...................................................................................... 62 4.8.2. Taxa de Mortalidade Infantil ......................................................................... 63 4.8.3. Esperança de Vida ao Nascer ...................................................................... 64 4.8.4. Taxa de Fecundidade................................................................................... 64 4.8.5. Estrutura....................................................................................................... 65 4.8.6. Descrição de práticas de saúde e saneamento ........................................... 67 4.8.7. Índice nutricional da população infantil de 0 a 2 anos .................................. 67 4.9. EDUCAÇÃO ................................................................................................. 68 4.9.1. Índice da Educação Básica – IDEB .............................................................. 73 4.9.2. Taxa de Analfabetismo................................................................................. 74 5. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA ....................................................... 75 5.1. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH .................................... 75 5.2. ÍNDICES DE DESIGUALDADE .................................................................... 76 5.2.1. Índice de L de Theil ...................................................................................... 76 5.2.2. Índice de Gini ............................................................................................... 77 5.3. MOVIMENTAÇÃO ECONOMICA ................................................................. 77 5.4. PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB ............................................................ 79 5.5. FINANÇAS PÚBLICAS ................................................................................ 80 5.6. PORCENTAGEM DE RENDA APROPRIADA POR EXTRATO DA POPULAÇÃO ............................................................................................................ 82 5.7. ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA COMUNIDADE ............................................. 82 6. CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA ................................... 83 6.1. INDICADORES AMBIENTAIS ...................................................................... 83 6.1.1. Cobertura do Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário .... 84 6.1.2. Cobertura da Coleta e Tratamento dos Resíduos Sólidos Domiciliares ....... 84 6.1.3. Cobertura do Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas 85 6.2. INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS.......................................................... 85 6.2.1. Mortalidade .................................................................................................. 85 6.2.2. Cobertura Vacinal ........................................................................................ 87 6.2.3. Morbidade .................................................................................................... 89 B – ESTUDO POPULACIONAL ............................................................................... 91 1. PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA ............................................................................. 91 3 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.1. ANÁLISE DOS DADOS-BASE ..................................................................... 91 1.1.1. Pirâmide Etária ............................................................................................. 92 1.2. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE NOVA AURORA ................................................................................................................... 96 1.2.1. Processo Aritmético ..................................................................................... 96 1.2.2. Processo Geométrico ................................................................................... 99 1.2.3. Processo da Regressão Parabólica ........................................................... 102 1.2.4. Taxa Média (TM) Anual .............................................................................. 105 1.2.5. Função Previsão ........................................................................................ 107 1.2.6. Função Crescimento .................................................................................. 109 1.2.7. Definição da Projeção Populacional Urbana .............................................. 111 1.3. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL DO MUNICÍPIO DE NOVA AURORA.. ............................................................................................................... 115 1.3.1. Definição da Projeção Populacional Rural ................................................. 115 1.4. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL DO MUNICÍPIO DE NOVA AURORA.. ............................................................................................................... 118 C – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................................................. 120 1. ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......... 120 1.1. MANANCIAL .............................................................................................. 120 1.2. CAPTAÇÃO ............................................................................................... 122 1.3. ADUÇÃO .................................................................................................... 123 1.4. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS ...................................................................... 123 1.5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO ................................................................ 123 1.6. RESERVAÇÃO .......................................................................................... 124 1.7. REDE DE DISTRIBUIÇÃO ......................................................................... 125 2. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ............................................................ 127 2.1. LEIS, DECRETOS, PORTARIAS E RESOLUÇÕES .................................. 127 2.2. NORMAS TÉCNICAS - ABNT .................................................................... 128 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ......................... 129 3.1. OPERADOR DO SISTEMA ........................................................................ 130 3.2. AGÊNCIA REGULADORA ......................................................................... 131 3.3. SISTEMA NOVA AURORA ........................................................................ 131 3.3.1. Manancial Subterrâneo - Aquífero Guarani ................................................ 131 3.3.2. Captação e Adução de Água Bruta ............................................................ 132 4 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.3. Centro de Reservação de Nova Aurora ..................................................... 136 3.3.4. Rede de Distribuição .................................................................................. 143 3.3.5. Macromedição ............................................................................................ 143 3.3.6. Micromedição ............................................................................................. 144 3.3.7. Serviços de Manutenção ............................................................................ 145 3.3.8. Cadastro Técnico ....................................................................................... 146 3.3.9. Controle da Operação ................................................................................ 146 3.3.10. Perdas..................................................................................................... 146 3.3.11. Consumo Per Capita ............................................................................... 148 3.3.12. Balanço Entre Consumos e Demandas .................................................. 149 3.3.13. Projetos Existentes ................................................................................. 150 3.4. SISTEMAS DISTRITAIS ............................................................................ 150 3.4.1. Sistema Palmitópolis .................................................................................. 150 3.4.2. Sistema Marajó .......................................................................................... 157 3.4.3. Sistema Palmital ........................................................................................ 164 3.5. ATENDIMENTO DA ÁREA RURAL ........................................................... 166 3.6. LEVANTAMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO DOS SERVIÇOS ............. 168 3.6.1. Estrutura Tarifária....................................................................................... 168 3.6.2. Histograma de Consumo............................................................................ 170 3.6.3. Aspectos Financeiros ................................................................................. 172 3.6.4. Organograma da Concessionária .............................................................. 173 3.6.5. Aspectos Administrativos da Concessionária ............................................. 174 3.6.6. Indicadores................................................................................................. 175 3.7. PONTOS FORTES E FRACOS DO SAA ................................................... 177 D – DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................. 178 1. ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – SES....... .................................................................................................................. 178 1.1. SOLUÇÕES EXISTENTES PARA O ESGOTAMENTO SANITÁRIO......... 178 1.1.1. Soluções Individuais................................................................................... 178 1.1.2. Sistemas Coletivos ..................................................................................... 179 1.1.3. Sistema Unitário ou Combinado ................................................................. 179 1.1.4. Sistema Separador Absoluto ...................................................................... 180 1.1.5. Tratamento dos Esgotos ............................................................................ 181 2. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ............................................................ 183 5 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2.1.1. Legislação Federal, Decretos e Resoluções .............................................. 183 2.1.2. Legislação Estadual, Decretos e Resoluções ............................................ 184 2.1.3. Normas Técnicas - ABNT........................................................................... 185 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO............................................................................................................. 186 3.1. SISTEMA INDIVIDUAL .............................................................................. 186 3.2. SISTEMA COLETIVO ................................................................................ 188 3.2.1. Ligações Prediais e Economias de Esgoto ................................................ 188 3.2.2. Rede Coletora ............................................................................................ 189 3.2.3. Estações Elevatórias .................................................................................. 189 3.2.4. Coletores-Tronco ....................................................................................... 190 3.2.5. Interceptor .................................................................................................. 190 3.2.6. Tratamento de Esgoto ................................................................................ 190 3.2.7. Corpo Receptor .......................................................................................... 193 3.2.8. Sistema Supervisório ................................................................................. 193 3.2.9. Cadastro Técnico ....................................................................................... 193 3.2.10. Projeto Existente e Obras Previstas ....................................................... 194 3.3. ÁREAS DE RISCO DE CONTAMINAÇÃO................................................. 194 3.4. PONTOS FORTES E FRACOS DO SES ................................................... 194 E – LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ......................... 196 1. RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA: ASPECTOS GERAIS .............. 196 1.1. RESÍDUOS SÓLIDOS: CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ............ 196 1.2. ACONDICIONAMENTO, COLETA E TRANSPORTE ................................ 200 1.3. DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA 201 2. LEGISLAÇÃO, RESOLUÇÕES E NORMAS TÉCNICAS GERAIS .................. 202 2.1. FEDERAL................................................................................................... 202 2.2. ESTADUAL ................................................................................................ 208 2.3. MUNICIPAL ................................................................................................ 209 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ......................... 209 3.1. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E RESPONSABILIDADES ................... 209 3.2. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES ............ 211 3.2.1. Acondicionamento ...................................................................................... 213 3.2.2. Coleta Domiciliar Convencional ................................................................. 214 3.2.3. Coleta Seletiva ........................................................................................... 216 6 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2.4. Campanhas Ambientais e Informativas sobre a Coleta Domiciliar ............. 219 3.2.5. Destinação dos Materiais Recicláveis: Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis de Nova Aurora- ACAMAR ................................................... 221 3.2.6. Disposição Final dos Resíduos Sólidos Domiciliares ................................. 224 3.2.7. Caracterização dos Resíduos Sólidos Domiciliares ................................... 230 3.3. RESÍDUOS DA LIMPEZA PÚBLICA .......................................................... 236 3.3.1. Resíduos da Varrição ................................................................................. 237 3.3.2. Demais Serviços ........................................................................................ 240 3.3.3. Aterro da Poda e Entulhos ......................................................................... 242 3.3.4. Locais Críticos de Limpeza Urbana ........................................................... 244 3.4. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC .. 246 3.5. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)....................................................................................................................... 247 3.5.1. Geradores Municipais ................................................................................ 247 3.5.2. Geradores Privados ................................................................................... 248 3.6. DADOS FINANCEIROS ............................................................................. 249 3.6.1. Custos dos Serviços................................................................................... 250 3.6.2. Forma de Cobrança ................................................................................... 250 3.6.3. Arrecadação ............................................................................................... 251 3.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................. 252 F – DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS ......................... 254 1. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS: ASPECTOS GERAIS................................................................................................................... 254 1.1. SISTEMAS DE DRENAGEM ..................................................................... 257 1.1.1. Macrodrenagem ......................................................................................... 258 1.1.2. Microdrenagem .......................................................................................... 258 1.2. MEDIDAS DE CONTROLE ........................................................................ 260 1.2.1. Medidas Estruturais.................................................................................... 260 1.2.2. Medidas Não Estruturais ............................................................................ 260 1.3. A URBANIZAÇÃO E A DRENAGEM – ASPECTOS GERAIS.................... 262 2. LEGISLAÇÃO EXISTENTE ............................................................................... 264 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ......................... 278 7 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS: ASPECTOS GERAIS ................................................................................................................... 278 3.1.1. Bacia Hidrográfica ...................................................................................... 278 3.1.2. A Bacia Hidrográfica como Unidade de Planejamento ............................... 279 3.1.3. Características Físicas das Bacias Hidrográficas ...................................... 281 3.2. O MUNICÍPIO DE NOVA AURORA EM RELAÇÃO ÀS BACIAS HIDROGRÁFICAS .................................................................................................. 284 3.2.1. Regiões Hidrográficas Brasileiras .............................................................. 284 3.2.2. Bacias Hidrográficas e o Município de Nova Aurora .................................. 292 3.2.3. Bacias Hidrográficas Urbanas .................................................................... 294 3.3. CARACTERIZAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DE NOVA AURORA ................... 298 3.4. GESTÃO DO SISTEMA DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS . 311 3.4.1. Procedimentos Relacionados à Drenagem Urbana ................................... 312 3.4.2. Técnicas e Tecnologias Adotadas ............................................................. 314 3.4.3. Serviços de Manutenção do Sistema de Drenagem .................................. 316 3.4.4. Cadastro Técnico do Sistema de Drenagem Urbana ................................. 317 3.4.5. Avaliação de Projetos e Vistoria na Execução de Drenagem em Loteamentos de Terceiros ....................................................................................... 319 3.4.6. Programas, Projetos, Ações e Obras Desenvolvidas ................................. 319 3.4.7. Gastos com o Sistema de Drenagem......................................................... 321 3.5. PROBLEMAS E DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA.... ............................................................................................................. 322 3.6. REGISTROS DE DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: MALÁRIA E LEPTOSPIROSE................................................................................. 325 3.7. CONSIDERAÇÕES GERAIS ..................................................................... 327 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 329 8 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização de Nova Aurora. ..................................................................... 31 Figura 2: Acesso Rodoviário ao Município de Nova Aurora/PR. ............................... 33 Figura 3: Mapa Geológico do Paraná. ....................................................................... 36 Figura 4 Solos da região de Nova Aurora ................................................................. 38 Figura 5: Classificação de Köppen – Estado do Paraná. .......................................... 40 Figura 6: Climatologia de Nova Aurora. ................................................................... 41 Figura 7: Unidades Hidrográficas do Paraná............................................................. 44 Figura 8: Regiões Fitogeográficas do Paraná. .......................................................... 46 Figura 9: Zoneamento do Município de Nova Aurora ................................................ 51 Figura 10: Cemitério Municipal de Nova Aurora. ....................................................... 57 Figura 11: Localização dos estabelecimentos de saúde de Nova Aurora ................. 61 Figura 12: Causas de óbitos...................................................................................... 87 Figura 13: População Segundo IBGE. ...................................................................... 91 Figura 14: Pirâmide Etária, Nova Aurora (2010). ...................................................... 95 Figura 15: Retas do Processo Aritmético da Projeção da População Urbana. ......... 98 Figura 16: Curvas Obtidas na Projeção pelo Método Geométrico. ......................... 101 Figura 17: Projeção da População Urbana pelo Método da Regressão Parabólica. ................................................................................................................................ 104 Figura 18: Curva da Projeção Populacional pelo Método da Taxa de Crescimento Anual. ...................................................................................................................... 106 Figura 19: Curva da Projeção Populacional pelo Método da Função Previsão. ...... 108 Figura 20: Curva da Projeção Populacional pelo Método da Função Crescimento. 110 Figura 21: Projeções da População Residente Urbana Pelos Métodos Analisados. ................................................................................................................................ 112 Figura 22: Projeções da População Rural Pelos Métodos Analisados. ................... 116 Figura 23: Projeção Total da População de Nova Aurora. ...................................... 119 Figura 24: Fluxograma de Funcionamento do Sistema Nova Aurora ...................... 130 Figura 25: Captação de Água Bruta. ....................................................................... 132 Figura 26: Poço P1. ................................................................................................. 133 Figura 27: Reservatório Enterrado. ......................................................................... 133 Figura 28: CMB do Recalque de Água Bruta. ......................................................... 134 Figura 29: Acionamento dos CMB. .......................................................................... 135 9 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 30: Macromedidor de Água Bruta. ............................................................... 135 Figura 31: Cloro Gás. .............................................................................................. 137 Figura 32: Fluorsilicato de Sódio. ............................................................................ 137 Figura 33: Tanque de Contato (Área Interna da ETA Desativada). ......................... 138 Figura 34: Kit de Segurança. ................................................................................... 138 Figura 35: Laboratório do Centro de Reservação. .................................................. 139 Figura 36: RAP 1 e RAP 2....................................................................................... 140 Figura 37: RAP 3. .................................................................................................... 140 Figura 38: REL 1. .................................................................................................... 141 Figura 39: Recalque do Centro de Reservação. ..................................................... 142 Figura 40: Macromedidor da Adutora de Água Bruta. ............................................. 144 Figura 41: Macromedidores das Adutoras de Água Tratada. .................................. 144 Figura 42: Exemplos de Hidrômetros Fora do Padrão de Instalação. ..................... 145 Figura 43: Captação de Água Bruta. ....................................................................... 150 Figura 44: Poço P1. ................................................................................................. 151 Figura 45: Bomba Dosadora de Cloro. .................................................................... 152 Figura 46: Acionamento dos CMB. .......................................................................... 152 Figura 47: Macromedidor de Água Bruta. ............................................................... 153 Figura 48: Reservatório Elevado. ............................................................................ 154 Figura 49: Captação de Água Bruta. ....................................................................... 157 Figura 50: Poço P1. ................................................................................................. 158 Figura 51: Tanque de Cloro e Bomba Dosadora. .................................................... 158 Figura 52: Acionamento dos CMB. .......................................................................... 159 Figura 53: Macromedidor de Água Bruta. ............................................................... 160 Figura 54: Reservatório Elevado. ............................................................................ 161 Figura 55: Captação de Água Bruta. ....................................................................... 164 Figura 56: Reservatório Elevado. ............................................................................ 165 Figura 57: Organograma da SANEPAR. ................................................................. 174 Figura 58: Esquema de Tratamento Individual Fossa Séptica + Filtro Anaeróbio. .. 186 Figura 59: Modelo de Ligação Padrão da SANEPAR. ............................................ 189 Figura 60: Obra da ETE Nova Aurora ..................................................................... 190 Figura 61: Obra do Ponto de Chegada do Esgoto Bruto. ........................................ 191 Figura 62: Obra do RALF. ....................................................................................... 192 Figura 63: Filtro Submerso. ..................................................................................... 192 10 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 64: Leitos de Secagem................................................................................. 193 Figura 65: Organograma da Secretaria de Viação, Obras, Urbanismo e Serviços Públicos. .................................................................................................................. 210 Figura 66: Organograma da Secretaria de Agricultura, pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente. ................................................................................................................ 210 Figura 67: Fluxograma da Gestão dos Resíduos Domiciliares em Nova Aurora. .... 212 Figura 68: Recipientes para coleta de resíduos domiciliares (janeiro/2013). .......... 214 Figura 69: Sacolas para armazenamento de material reciclável (janeiro/2013). ..... 214 Figura 70: Caminhão Compactador que realiza a Coleta Convencional- Lixo Úmido (janeiro/2013). ......................................................................................................... 215 Figura 71: Caminhão Compactador que realiza a Coleta Seletiva (janeiro/2013). .. 217 Figura 72: Coleta Seletiva sendo realizada (janeiro/2013). ..................................... 218 Figura 73: Material de divulgação sobre a coleta seletiva de Nova Aurora. ............ 220 Figura 74: Material de divulgação sobre o Centro de Triagem de Nova Aurora. ..... 220 Figura 75: Vista externa da ACAMAR (janeiro/2013). ............................................. 221 Figura 76: Materiais dispostos no pátio da ACAMAR para triagem e bags, respectivamente (janeiro/2013). .............................................................................. 222 Figura 77: Área externa do galpão (janeiro/2013). .................................................. 222 Figura 78: Área interna do Galpão e prensa, respectivamente (janeiro/2013). ....... 223 Figura 79: Primeira carga comercializada de material reciclável pela ACAMAR (Fonte: Acervo Administração Municipal). ............................................................... 223 Figura 80: Vala utilizada para disposição dos resíduos domiciliares (janeiro/2013). ................................................................................................................................ 224 Figura 81: Resíduos descarregados do caminhão coletor (janeiro/2013). .............. 225 Figura 82: Resíduos depositados irregularmente nas proximidades do aterro (janeiro/2013). ......................................................................................................... 225 Figura 83: Localização do futuro aterro sanitário de Nova Aurora (Fonte: Google Earth). ..................................................................................................................... 226 Figura 84: Croqui de localização do futuro aterro sanitário (Fonte: Cadastro de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos). ............................................ 228 Figura 85: Vista geral da área de implantação do futuro aterro sanitário (janeiro/2013). ......................................................................................................... 228 Figura 86: Piezômetro instalado para análises preliminares (janeiro/2013). ........... 229 11 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 87: Realização do estudo da composição gravimétrica (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). .......................................................................................................... 230 Figura 88: Resultado da composição gravimétrica realizada na amostragem da cidade (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). ............................................................ 231 Figura 89: Resultado da composição gravimétrica realizada na amostragem de Palmitópolis (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). ................................................... 231 Figura 90: serviço de varrição sendo executada no centro da cidade (janeiro/2013). ................................................................................................................................ 239 Figura 91: Resíduos da varrição acondicionados e sendo coletados, respectivamente (janeiro/2013). ......................................................................................................... 240 Figura 92: Trator com carreta agrícola realizando a coleta dos resíduos da varrição e da poda, respectivamente (janeiro/2013). ............................................................... 241 Figura 93: Triturador para os resíduos da poda (janeiro/2013). .............................. 241 Figura 94: Localização Aterro da Poda e Entulho (Fonte: Google Earth). ............... 242 Figura 95: Resíduos sendo queimados no aterro da Poda e Entulhos (janeiro/2013). ................................................................................................................................ 243 Figura 96: Resíduos da Construção civil dispostos no aterro da Poda e Entulhos (janeiro/2013). ......................................................................................................... 243 Figura 97: Vista Geral do aterro de Poda e Entulhos (janeiro/2013). ...................... 243 Figura 98: Resíduos armazenados às margens de vias publicas em Nova Aurora (janeiro/2013). ......................................................................................................... 244 Figura 99: Continuação. Resíduos armazenados às margens de vias publicas em Nova Aurora janeiro/2013. ..................................................................................... 245 Figura 100: Caçamba de empresa privada que realiza a coleta dos RCC (janeiro/2013). ......................................................................................................... 246 Figura 101: Local de armazenamento externo dos RSS do Centro Municipal de Saúde (janeiro/2013). .............................................................................................. 248 Figura 102: Representação gráfica dos custos com os serviços de limpeza pública. ................................................................................................................................ 250 Figura 103: Gráfico da frequência mensal de inundações bruscas no Paraná. Fonte: Atlas de Desastres Naturais do Estado do Paraná. ................................................ 256 Figura 104: Gráfico da frequência mensal de inundações graduais no Paraná. Fonte: Atlas de Desastres Naturais do Estado do Paraná. ................................................ 257 12 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 105: Regiões Hidrográficas do Brasil. Fonte: Resolução nº 32 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 15/10/2003. ..................................................... 284 Figura 106: Regiões Hidrográficas Brasileiras e o Estado do Paraná. .................... 285 Figura 107: Mapa das Bacias Hidrográficas do Paraná. ........................................ 286 Figura 108 – Mapa das Sub-Bacias Hidrográficas do Paraná. ................................ 287 Figura 109: Unidades hidrográficas do Paraná. ...................................................... 288 Figura 110 – Comitês de Bacias implantados no Estado do Paraná. ...................... 289 Figura 111 – Hidrografia da Bacia Hidrográfica do Piquiri e Fronteiras. ................. 290 Figura 112 – Principais Bacias Hidrográficas de Nova Aurora. ............................... 293 Figura 113 – Sub-Bacias Hidrográficas de Nova Aurora. ........................................ 295 Figura 114: Mapa das BHU`s de Nova Aurora. ....................................................... 296 Figura 115: Mapa Climático do Paraná. .................................................................. 300 Figura 116: Localização das estações pluviométricas identificadas. ....................... 301 Figura 117 – Número de Dias Chuvosos da Estação Nova Aurora. ........................ 302 Figura 118 – Precipitação Total Anual da Estação Nova Aurora............................. 302 Figura 119 – Precipitação Máxima Diária da Estação Nova Aurora. ....................... 303 Figura 120 – Precipitação Média Mensal da Estação Nova Aurora. ....................... 303 Figura 121 – Número de Dias Chuvosos da Estação Palmitópolis. ........................ 305 Figura 122 – Precipitação Total Anual da Estação Palmitópolis. ............................ 305 Figura 123 – Precipitação Máxima Diária da Estação Palmitópolis......................... 306 Figura 124 – Precipitação Média Mensal da Estação Palmitópolis. ........................ 306 Figura 125 – Número de Dias Chuvosos da Estação Novo Porto 2. ....................... 308 Figura 126 – Precipitação Total Anual da Estação Novo Porto 2. ........................... 308 Figura 127 – Precipitação Máxima Diária da Estação Novo Porto 2. ...................... 309 Figura 128 – Precipitação Média Mensal da Estação Novo Porto 2. ....................... 309 Figura 129 – Número de Dias Chuvosos das estações pluviométricas. .................. 310 Figura 130 – Precipitações Totais Anuais das estações pluviométricas. ................ 310 Figura 131 – Precipitações Máximas Diárias das estações pluviométricas. ........... 310 Figura 132 – Precipitações Médias Mensais das estações pluviométricas. ............ 311 Figura 133 – Visão geral das vias contribuintes no ponto de drenagem com deficiências.............................................................................................................. 313 Figura 134 – Visão geral das vias contribuintes no ponto de drenagem com deficiências.............................................................................................................. 314 Figura 135 – Bueiros em bom estado de conservação. .......................................... 315 13 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 136 – Dispositivos padronizados. Sede urbana (esq.) e distrito de Palmitópolis (dir.). ........................................................................................................................ 316 Figura 137– Execução da drenagem na Estrada rural Roda de Carro. ................... 320 Figura 138 – Ponto de lançamento da galeria de drenagem. .................................. 323 Figura 139 – Ponto de deságue aberto para conduzir até vala nos fundos das casas. ................................................................................................................................ 324 Figura 140 – Marca d’água em muro e residência. ................................................. 324 Figura 141 – Ponto de deságue no córrego que recebe as águas pluviais em Palmitópolis, sem dispositivos de proteção à erosão hídrica. ................................. 325 14 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ LISTA DE QUADROS Quadro 1: Distâncias de Nova Aurora as Principais Cidades.................................... 34 Quadro 2: Quadro Climático do Município de Nova Aurora. ..................................... 41 Quadro 3: Número de Domicílios Particulares. ......................................................... 52 Quadro 4: Consumo e Consumidores de Energia em Nova Aurora .......................... 53 Quadro 5: Distância de Nova Aurora aos Principais Portos e Aeroportos do Paraná. .................................................................................................................................. 54 Quadro 6: Evolução do Número de Veículos a Motor. .............................................. 55 Quadro 7: Escolas Municipais ................................................................................... 58 Quadro 8: Escolas Estaduais .................................................................................... 58 Quadro 9: Escola Especial ........................................................................................ 58 Quadro 10: Entidades e Associações ....................................................................... 62 Quadro 11: Taxa Bruta de Natalidade por 1.000 Habitantes. .................................... 63 Quadro 12: Mortalidade Infantil por 1.000 Nascidos Vivos. ....................................... 64 Quadro 13: Esperança de Vida ao Nascer (em anos). .............................................. 64 Quadro 14: Taxa de Fecundidade. ............................................................................ 65 Quadro 15: Quadro de Funcionários do Sistema de Saúde. ..................................... 65 Quadro 16: Número de Estabelecimentos de Saúde por Tipo de Prestador. ............ 66 Quadro 17: Orçamento Anual para o Sistema de Saúde. ......................................... 67 Quadro 18: Número de Matrículas - Creche.............................................................. 68 Quadro 19: Número de Matrículas – Pré Escola. ...................................................... 68 Quadro 20: Número de Matrículas – Ensino Fundamental. ...................................... 68 Quadro 21: Número de Matrículas – Ensino Médio................................................... 69 Quadro 22: Número de Matrículas – Educação Especial. ......................................... 69 Quadro 23: Número de Matrículas – Educação de Jovens e Adultos. ...................... 69 Quadro 24: Número de Docentes – Creche. ............................................................. 70 Quadro 25: Número de Docentes – Pré Escola. ....................................................... 70 Quadro 26: Número de Docentes – Ensino Fundamental. ........................................ 70 Quadro 27: Número de Docentes – Ensino Médio. ................................................... 70 Quadro 28: Número de Estabelecimentos – Creche. ................................................ 71 Quadro 29: Número de Estabelecimentos – Pré Escola. .......................................... 71 Quadro 30: Número de Estabelecimentos – Ensino Fundamental. ........................... 71 Quadro 31: Número de Estabelecimentos – Ensino Médio. ...................................... 71 15 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 32: Número de Estabelecimentos – Educação Especial. ............................. 72 Quadro 33: Número de Estabelecimentos – Educação de Jovens e Adultos. .......... 72 Quadro 34: Índice de Reprovação............................................................................. 73 Quadro 35: Índice de Abandono................................................................................ 73 Quadro 36: Índice de Aprovação. .............................................................................. 73 Quadro 37: IDEB - Índice de Educação Básica (Rede Pública). ............................... 74 Quadro 38: Taxa de Analfabetismo. .......................................................................... 74 Quadro 39: IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. ............................................ 76 Quadro 40: Índice de L de Theil. ............................................................................... 76 Quadro 41: Índice de Gini. ........................................................................................ 77 Quadro 42: Movimentação Econômica. .................................................................... 77 Quadro 43: Lavoura Permanente. ............................................................................. 78 Quadro 44: Lavoura Temporária. .............................................................................. 78 Quadro 45: Dados da Pecuária. ................................................................................ 79 Quadro 46: Produto Interno Bruto – PIB. .................................................................. 80 Quadro 47: Finanças Públicas do Município de Nova Aurora. .................................. 81 Quadro 48: Porcentagem de Renda Apropriada por Extrato da População. ............. 82 Quadro 49: Total de Óbitos no Município de Nova Aurora. ....................................... 86 Quadro 50: Cobertura Vacinal por Tipo Imunobiológico. ........................................... 88 Quadro 51: Distribuição Percentual das Internações por Grupo e Faixa Etária. ....... 90 Quadro 52: População Segundo IBGE. ..................................................................... 91 Quadro 53: Dados Populacionais por Faixa Etária, Nova Aurora (2010). ................. 94 Quadro 54: Composição das Retas. ......................................................................... 97 Quadro 55: Valores por ano da Reta Ari 3 da População Urbana do Processo Aritmético. ................................................................................................................. 99 Quadro 56: Tabela dados de Entrada. .................................................................... 100 Quadro 57: Valores da População Urbana pelo Processo Geométrico – GEO 1. ... 102 Quadro 58: Montagem do Sistema para Calcular a Equação que Irá Definir a Parábola da Estimativa Populacional Urbana. ........................................................ 102 Quadro 59: Valores da População Urbana Utilizando o Método da Regressão Parabólica. .............................................................................................................. 103 Quadro 60: Valores Correspondentes a Aplicação da Taxa Média (TM) Anual. ..... 105 Quadro 61: Valores da População Urbana Utilizando a Função Previsão. ............. 107 Quadro 62: Valores da População Urbana Utilizando a Função Crescimento. ....... 109 16 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 63: Estimativa da População Futura Urbana dos Métodos Analisados. ..... 111 Quadro 64: Valores por Ano da População Urbana pelo método do Processo Aritmético. ............................................................................................................... 114 Quadro 65: Estimativa da População Futura Rural dos Métodos Analisados. ........ 115 Quadro 66: Valores da População Rural pelo Método Geométrico. ........................ 117 Quadro 67: Projeção Populacional. ......................................................................... 118 Quadro 68: Reservatórios. ...................................................................................... 139 Quadro 69: Extensão da Rede de Distribuição por Diâmetro e Material. ................ 143 Quadro 70: Número de Economias – SANEPAR 2012. .......................................... 144 Quadro 71: Índice de Perdas................................................................................... 147 Quadro 72: Consumo Per Capita de Nova Aurora. ................................................. 148 Quadro 73: Extensão de Rede por Diâmetro e Material de Palmitópolis. ............... 153 Quadro 74: Número de Economias – SANEPAR 2012. .......................................... 154 Quadro 75: Índice de Perdas................................................................................... 155 Quadro 76: Ano de Instalação dos Hidrômetros de Palmitópolis. ........................... 156 Quadro 77: Consumo Per Capita de Palmitópolis. .................................................. 156 Quadro 78: Número de Economias – SANEPAR 2012. .......................................... 161 Quadro 79: Índice de Perdas................................................................................... 162 Quadro 80: Ano de Instalação dos Hidrômetros de Marajó. .................................... 163 Quadro 81: Consumo Per Capita de Marajó. .......................................................... 163 Quadro 82: Associações de Distribuição de Água na Zona Rural. .......................... 167 Quadro 83: Soluções Alternativas Individuais de Abastecimento de Água. ............ 168 Quadro 84: Sistema Tarifário da SANEPAR. .......................................................... 169 Quadro 85: Histograma de Consumo de Nova Aurora. ........................................... 170 Quadro 86: Histograma de Consumo de Palmitópolis. ............................................ 171 Quadro 87: Histograma de Consumo de Marajó. .................................................... 171 Quadro 88: Faturamento e Arrecadação de Nova Aurora. ...................................... 172 Quadro 89: Faturamento e Arrecadação de Palmitópolis. ....................................... 172 Quadro 90: Faturamento e Arrecadação de Marajó. ............................................... 173 Quadro 91: Indicadores Operacionais. .................................................................... 175 Quadro 92: Indicadores Econômicos. ..................................................................... 176 Quadro 93: Indicadores Administrativos. ................................................................. 176 Quadro 94: Leis Federais, Decretos e Resoluções Aplicadas ao Saneamento. ..... 183 Quadro 95: Leis Estaduais, Decretos e Resoluções Aplicadas ao Saneamento..... 184 17 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 96: Normas Técnicas Aplicáveis. ............................................................... 185 Quadro 97: Roteiro da coleta convencional............................................................. 216 Quadro 98: Roteiro da coleta seletiva. .................................................................... 219 Quadro 99: Cronograma de atendimento do PGIRS (Fonte: Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS, Nova Aurora 2011). ............................... 229 Quadro 100: Resultado da composição gravimétrica (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). .......................................................................................................... 232 Quadro 101: Estimativa da geração de resíduos domiciliares................................. 233 Quadro 102: Quantidade de materiais recicláveis comercializados pela ACAMAR.233 Quadro 103: Quantidade coleta pela Coleta Convencional (Coleta Lixo Úmido) considerando os dias da semana (resultado amostragem). .................................... 234 Quadro 104: Quantidade coleta pela Coleta Seletival (Coleta Lixo Seco) considerando os dias da semana (resultado amostragem). .................................... 234 Quadro 105: Geração per capita de resíduos domiciliares ..................................... 235 Quadro 106: Geração per capita domiciliar relacionada com o número de habitantes ................................................................................................................................ 236 Quadro 107: Quadro de Pessoal Serviço de Varrição. ............................................ 238 Quadro 108: Relação de funcionários dos serviços de limpeza pública. ................. 240 Quadro 109: Maquinário utilizado para os serviços de Limpeza Pública. ............... 240 Quadro 110: Relação geradores de RSS municipais. ............................................. 247 Quadro 111: Relação geradores de RSS privados. ................................................ 249 Quadro 112: Custos com os serviços de limpeza pública. ...................................... 250 Quadro 113: Arrecadação Taxa de Coleta. ............................................................. 251 Quadro 114: Categorias das Medidas Não Estruturais. .......................................... 262 Quadro 115: Principais causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas. .................................................................................................................. 263 Quadro 116: Características das Bacias Hidrográficas em que Nova Aurora se insere. ..................................................................................................................... 294 Quadro 117: Índices Físicos das Bacias Hidrográficas Urbanas. ............................ 297 Quadro 118: Informações das estações pluviométricas identificadas. .................... 300 Quadro 119: Dados compilados da Estação Pluviométrica Nova Aurora. ............... 301 Quadro 120: Precipitação Média Mensal da Estação Pluviométrica Nova Aurora. . 302 Quadro 121: Dados compilados da Estação Pluviométrica Palmitópolis. ............... 304 Quadro 122: Precipitação Média Mensal da Estação Pluviométrica Palmitópolis. .. 304 18 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 123: Dados compilados da Estação Pluviométrica Novo Porto 2. .............. 307 Quadro 124 : Precipitação Média Mensal da Estação Pluviométrica Novo Porto 2. 307 Quadro 125 – Custo de drenagem da obra Estrada Roda de Carro. ...................... 320 Quadro 126: Casos confirmados em Nova Aurora – Leptospirose. ........................ 327 19 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ INTRODUÇÃO A motivação do presente trabalho decorre da Licitação nº 078/2012, modalidade de Tomada de Preços nº 010/2012, processada e julgada em conformidade com a Lei Federal nº 8.666/93. O processo licitatório originou o Contrato Público Administrativo nº 142/2013, assinado em 14 de Dezembro de 2012 entre o Município de Nova Aurora e a Ampla Consultoria e Planejamento Ltda.. Os recursos financeiros são oriundos de convênio firmado entre o município e a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA. O contrato conferiu à empresa de consultoria a responsabilidade pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB, atendendo aos termos previstos pela Lei Federal nº 11.445/2007, no Decreto nº 7.217/2010 e nas especificações do Termo de Referência da Funasa, adotado no Edital. O Plano Municipal de Saneamento Básico de Nova Aurora contemplará um horizonte de 20 anos de planejamento, sendo que a área de abrangência será todo o território do município, considerando as localidades rurais e urbanas envolvendo os sistemas de: ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL; ESGOTAMENTO SANITÁRIO; LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS; DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS. Durante a realização do Plano é importante destacar a participação e o envolvimento da sociedade, a qual deve se desenvolver ao longo de todo o período de elaboração do PMSB, por meio do Plano de Mobilização Social - PMS, que prevê entre outras atividades a realização de reuniões técnico-participativas e conferência pública. Espera-se que o Plano possa produzir efeitos satisfatórios, no entanto, sabe-se que o sucesso dependerá principalmente da capacidade executiva, da mobilização social, da existência de uma estrutura regulatória capaz de efetuar a verificação do 20 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ cumprimento do PMSB e das revisões periódicas em prazos não superiores a 4 anos. Certamente, o PMSB será um valioso documento com forte compromisso social, endereçado ao saneamento básico e ao futuro do Município. 21 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ PLANO DE TRABALHO 1. O QUE É UM PMSB O setor de saneamento no Brasil esteve estagnado por décadas pela ausência de normas reguladoras, falta de diretrizes claras para a prestação dos serviços e de indicações objetivas de fontes de financiamento. O setor vinha debatendo-se em busca de um novo modelo institucional. O Projeto de Lei Federal que estabeleceu as diretrizes para Política Nacional de Saneamento Básico foi objeto de vários anos de debates e tramitações no Congresso Nacional, até a aprovação da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Com a promulgação da Lei nº 11.445/07, essa página foi virada e se iniciou uma nova era para este setor no país. Definiu-se a nova Política Nacional de Saneamento e terminou com o vazio institucional no setor que perdurava por mais de duas décadas. O novo marco regulatório dispõe dos seguintes princípios fundamentais: Universalização do acesso ao saneamento - O serviço deverá ser efetivamente acessado e usufruído por toda sociedade, oferecendo salubridade ambiental e condições de saúde para os cidadãos. Integralidade - Visa a proporcionar à população o acesso a todos os serviços de acordo com suas necessidades. Se o serviço for necessário, ainda que o usuário assim não entenda e não possa remunerá-lo, este princípio garante que ele será colocado à disposição da população de forma efetiva ou potencial. Prestação dos serviços de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente, à segurança da vida e do patrimônio público e privado, habilitando a cobrança de tributos - São os serviços de saneamento. 22 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais - De regra, os serviços de saneamento são executados sob a ótica do interesse local, tomando-se por referência o Município, operando-se excepcionalmente de forma regional, embora a Bacia Hidrográfica deva ser considerada como unidade de planejamento, racionalizando as relações e ações dos diversos usuários e dos atores das áreas de saneamento, recursos hídricos e preservação ambiental. Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante - Reflete a necessidade de articulação entre as ações de saneamento com as diversas outras políticas públicas. Eficiência e sustentabilidade econômica - A eficiência não significa apenas prestar serviços, mas sim buscar formas de gestão dos serviços de maneira a possibilitar a melhor aplicação dos recursos, expansão de rede e de pessoal. Utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas - A falta de condições econômicas do usuário não é fator inibidor para a adoção de melhores tecnologias, e o princípio deixa explícita a necessidade de implantação dos serviços, ainda que de forma gradual e progressiva. Transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados - O que se pretende é dar transparência às ações fundamentais e aos processos de decisão na gestão dos serviços, exigindo-se a criação de Conselhos Municipal e Estadual de Saneamento. 23 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Controle social - Por meio de tal princípio, há a possibilidade de discussões pelos representantes da sociedade, preferencialmente pelos Conselhos instituídos para esse fim, em torno das opções técnicas que poderão ser adotadas pelos gestores dos serviços de saneamento, sem a violação do princípio da discricionariedade administrativa. Segurança, qualidade e regularidade - Por segurança e qualidade, entendase a eficiência da prestação do serviço e o respeito à incolumidade dos consumidores; e, por regularidade, a prestação ininterrupta. Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos - A titularidade da água-bruta, matéria-prima, não se confunde com a titularidade da prestação de serviço saneamento-água, podendo ser exigida a outorga, contudo ambos deverão ter suas gestões e infraestruturas manejadas de forma integrada. Existe uma questão muito polêmica, a qual ente pertence a titularidade dos serviços de saneamento básico? Esse foi o assunto responsável pelas idas e vindas do Projeto de Lei, tendo em vista divergências quanto ao assunto. A Lei nº 11.445 de 2007 não determinou a que nível de governo pertence a titularidade dos serviços. No entanto a Constituição Federal em seu artigo 30, inciso V, dispõe de forma clara que a titularidade dos serviços pertence aos municípios, mesmo em regiões metropolitanas. “Art. 30. Compete aos Municípios”: (...) V – organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. 24 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Se dentro do seu território, a prestação dos serviços de saneamento básico é de competência do município, cabe ao município na qualidade de poder concedente, estabelecer as condições em que o serviço deve ser prestado. Cabe também aos municípios a indelegável responsabilidade da elaboração dos Planos de Saneamento Básico, o instrumento legal de planejamento sob pena de tornarem inválidos os contratos que tenham por objeto a prestação dos referidos serviços. O artigo 19 da Lei nº 11.445/2007, define que os Planos de Saneamento podem ser elaborados especificamente para cada serviço prestado, desde que atendam as condições mínimas de abrangência quanto ao seu planejamento individual. Este planejamento deverá abranger no mínimo: Diagnóstico da situação atual e seus impactos; Diretrizes, Objetivos e Metas (curto, médio e longo prazo); Programas, Projetos e Ações para atingir Objetivos e Metas; Ações para Emergência e Contingências; Previsão de Índices Mínimos de Desempenho; Mecanismos e Procedimentos para Avaliação Sistemática da Eficiência e Eficácia das Ações Programadas. O planejamento dos serviços de saneamento aparece como importante instrumento no qual deverão ser definidas todas as questões técnicas dos serviços, a forma de sua prestação, os objetivos a serem alcançados e os meios para verificar se as ações propostas estão sendo cumpridas. Essas exigências são altamente salutares e denotam a seriedade com que o legislador tratou o assunto. Dessa maneira, percebe-se que o planejamento dos serviços de saneamento assume papel relevante, com intuito de direcionar o modo como são prestados os serviços, bem como garantir a boa execução dos mesmos. 25 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2. PLANO NÃO É PROJETO Cabe esclarecer que plano não é projeto. Plano é a idealização de soluções. Projeto é a materialização daquelas ideias com vistas a levantamento de custos, necessidades e dificuldades a serem superadas. Execução é a colocação em prática daquilo que foi idealizado e projetado. Vejamos o conceito: Plano é o que envolve a formulação sistematizada de um conjunto de decisões integrantes, expressas em objetivos e metas e que explica os meios disponíveis e/ou necessários para alcançá-los, num dado prazo. 3. METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS A Proposta de Trabalho a ser adotada pela Ampla Consultoria compreende a seguinte sequência de etapas/atividades de trabalhos técnicos para o desenvolvimento do PMSB: Conhecer a situação atual e os estudos e projetos porventura existentes; Avaliar a confiabilidade dos dados e informações coletadas; Conhecer sob o ponto de vista da sociedade os pontos fortes e fracos da prestação dos serviços de saneamento geral do município e específico para os bairros; Diagnosticar a situação atual dos sistemas levantados; Elaborar e obter a aprovação das diretrizes, objetivos e metas a serem observadas no plano de saneamento; Elaborar os estudos técnicos de projeção demográfica; Elaborar os estudos dos per capita dos sistemas; Elaborar o estudo de alternativas técnicas para os sistemas ao longo do tempo (imediatos, curto, médio e longo prazo); Selecionar a alternativa mais promissora para cada sistema; Elaborar os estudos técnicos de dimensionamento das principais unidades para atender as metas fixadas, em nível de detalhe que permita estimar seus custos; 26 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Efetuar as estimativas de custo das obras e programas propostos; Elaborar programação de implantação dos programas, projetos e ações em horizontes temporais (imediatos, curto, médio e longo prazo); Elaborar o Plano de Ações de Emergência e Contingência; Elaborar o sistema de informações para auxílio à tomada de decisão; Elaborar os produtos legislativos; Elaborar o sistema de informações municipais sobre saneamento. Fluxograma de Elaboração do PMSB 4. PRODUTOS ESPERADOS Os produtos esperados, de acordo com o especificado no Termo de Referência do Edital, durante a realização do PMSB são os apresentados a seguir: 27 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A. Cópia do ato público do Poder Executivo (Decreto ou Portaria), com definição dos Membros dos Comitês; B. PMS - Plano de Mobilização Social; C. Relatório do Diagnóstico Técnico-Participativo; D. Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico; E. Relatório dos Programas, Projetos e Ações; F. Plano de Execução; G. Minuta de Projeto de Lei do Plano Municipal de Saneamento Básico; H. Relatório sobre os Indicadores de Desempenho do PMSB; I. Sistema de Informações para auxílio à tomada de decisão; J. Relatório Mensal simplificado do andamento das atividades; K. Relatório Final do PMSB. 5. APRESENTAÇÃO FINAL DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO De forma a facilitar o futuro manuseio o PMSB propõe-se que o trabalho esteja dividido em VOLUMES, agrupando os diversos Relatórios e Produtos previstos no Termo de Referência. A estratégia adotada para o agrupamento foi de concentrar assuntos afins e pertinentes num mesmo VOLUME: VOLUME I – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO VOLUME II – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA VOLUME III – SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO VOLUME IV - SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS VOLUME V - SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS VOLUME VI – PRODUTOS COMPLEMENTARES No VOLUME I serão apresentados os seguintes temas: A Caracterização Histórica e Física do Município; 28 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A Caracterização Social e Econômica; A Caracterização Sanitária e Epidemiológica; O Estudo da Projeção Populacional do Município. Nos VOLUMES II ao V serão apresentados, para cada um dos 4 Sistemas: O Diagnóstico Técnico-Participativo; A Prospectiva e Planejamento Estratégico; Os Programas, Projetos e Ações; O Plano de Execução; O Sistema de Indicadores para Tomada de Decisão; Os Indicadores de Desempenho; O Planejamento de Ações de Emergência e Contingência; e Os Anexos. No VOLUME VI serão apresentados os seguintes tópicos gerais: O Plano de Trabalho utilizado no desenvolvimento dos trabalhos; O Plano de Mobilização Social adotado; e A Minuta Legislativa. 29 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO 1. HISTÓRICO A colonização de Nova Aurora deu-se a partir da década de quarenta, quando algumas famílias se estabeleceram em um lugar conhecido por Encruzilhada Tapejara. A evolução colonizadora da região iniciou-se por conta da campanha getulista Marcha para o Oeste. O nome da localidade foi tirado de uma exclamação do padre Luiz Bernardes, da paróquia de Corbélia, que no início da década de cinquenta rezou uma missa campal, em baixo de uma frondosa árvore, na nascente povoação de Nova Aurora. Nesta ocasião o religioso exaltava a esperança de uma nova vida para aquela comunidade, de uma nova aurora que viria ao encontro dos anseios da gente pioneira. Em 1948, chegaram à região as famílias Esser, Bazanella e Cristóvão Moraes Filho. Alguns anos mais tarde verificou-se que a cultura cafeeira tinha um aliado, a uberdade da terra, e um inimigo mortal, as freqüentes geadas. Este fator fez com que as grandes plantações de café fossem substituídas por outras, de igual ou maior retorno financeiro ao agricultor. Pela Lei n.º 177, de 26 de setembro de 1961, foi criado o Distrito Administrativo. Em 25 de setembro de 1967, pela Lei Estadual n.º 5.643, foi criado o município de Nova Aurora, com território desmembrado dos municípios de Cascavel e Formosa do Oeste. A instalação deu-se a 11 de Dezembro de 1968. 30 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS 2.1. LOCALIZAÇÃO Nova Aurora está localizada na mesoregião Oeste Paranaense, dentro da microrregião de Cascavel, Estado do Paraná, estando a uma latitude 24,52º Sul, longitude de 53,25º Oeste e a uma altitude média de 530 metros do nível do mar possuindo uma área territorial de 474 km². A Figura 1 demonstra a posição geográfica do município em relação ao Brasil e o Estado do Paraná. Figura 1: Localização de Nova Aurora. O município de Nova Aurora faz divisa , ao norte com os municípios de Formosa do Oeste, Quarto Centenário e Iracema do Oeste; ao oeste com Jesuítas e Tupãssi; ao Sul com Cafelândia e Corbélia; a Leste com Ubiratã. 31 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2.2. PRINCIPAIS ACESSOS Nova Aurora é cortada por duas estradas estaduais pertencentes ao governo do Paraná: A Rodovia PR-180 é uma estrada que liga a divisa com o Estado de São Paulo (Terra Rica/PR e Euclides da Cunha Paulista/SP) e a divisa com o Estado de Santa Catarina (Marmeleiro/PR e Campo Erê/SC) no trecho entre o entroncamento com a PR-239 e PR-575 em Nova Aurora e o entroncamento com a PR-574 em Cafelândia, de acordo com a Lei Estadual 8.298 de 04/02/1986 é conhecida como Rodovia Vereador Jocelino Pereira dos Santos. A Rodovia PR-239 é uma estrada que liga a divisa com o Estado de São Paulo (na altura das cidades de Sengés/PR e Itararé/SP) com a PRT-163 na cidade de Quatro Pontes, na região oeste do Paraná. A principal rodovia federal, próxima ao município é a BR-369. Era conhecida como Rodovia dos Cereais, inicia-se no entroncamento com a BR-494, no município de Oliveira em Minas Gerais, e atravessa o estado de São Paulo e parte do Paraná até a cidade de Cascavel. Entre os municípios atravessados pela BR-369 destacam-se: Alfenas, Poços de Caldas, São João da Boa Vista, Aguaí, Pirassununga, Brotas, Jaú, Pederneiras, Bauru, Ourinhos, Londrina, Apucarana, Campo Mourão, Ubiratã e Cascavel. Para obter acesso a Curitiba, deve-se utilizar a PR-239 e pegar a BR 369 até Cascavel para então pegar a BR 277 até a Capital. Este é o trecho mais curto entre Curitiba e Nova Aurora, totalizando 552 km. A Figura 2 mostra o trajeto até Nova Aurora, considerando como ponto de partida a capital Curitiba. 32 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 2: Acesso Rodoviário ao Município de Nova Aurora/PR. Fonte: Google Maps, 2013. 33 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O Quadro 1 apresenta as menores distâncias por vias terrestres entre Nova Aurora e outros municípios e capitais importantes. Quadro 1: Distâncias de Nova Aurora as Principais Cidades. Cidade - UF Distância em km Foz do Iguaçu - PR 209,0 Marechal Cândido Rondon - PR 123,0 Toledo - PR 84,5 Ponta Grossa - PR 459,0 Guarapuava - PR 303,0 Cascavel - PR 67,9 Campo Mourão - PR 128,0 Londrina - PR 316,0 Maringá - PR 220,0 Chapecó - SC 404,0 Florianópolis - SC 852,0 Porto Alegre - RS 879,0 São Paulo - SP 857,0 3. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 3.1. GEOLOGIA A constituição geológica do município de Nova Aurora é relativamente simples, representada por rochas basálticas da Formação Serra Geral. A origem do basalto é a lava vulcânica que saiu à época para a superfície através de grandes fissuras. A zona principal de efusão das lavas situa-se ao longo do Arco de Ponta Grossa, identificado no Mapa Geológico do Estado (Figura 3) pelo enxame de diques paralelos, orientados dominantemente para N 45º W. Cada corrida de lava vulcânica, formou um pacote de rochas chamado derrame. Um derrame de rocha basáltica pode atingir 30 a 40 metros de espessura e compõem-se de três partes principais: base, central e topo. 34 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A base constitui a zona vítrea e vesicular, que se altera facilmente. A parte central é a mais espessa e formada por basalto maciço, porém recortado por numerosas juntas (ou fraturas) verticais a horizontais. O topo de um derrame típico apresenta os famosos “olhos de sapo”, pois ao se resfriarem, os gases concentram-se na superfície, formando bolhas nas porções superiores dos derrames, que são posteriormente preenchidas (amígdalas) ou não (vesículas). As rochas basálticas quando se alteram para solo restam “bolas” de rocha, que vão se escamando em característica alteração esferoidal, comuns nas encostas do município. Muitas vezes a erosão e decomposição seletivas fazem ressaltar na topografia as unidades de derrames, formando verdadeiras escarpas, representadas por áreas com declividades acima de 20%, delimitadas por quebras de relevo positivas e negativas, aproximadamente coincidentes com os contatos entre os derrames. O padrão de fraturamento, juntamente com as zonas vesiculares do topo dos derrames, pode funcionar como canais alimentadores de aquíferos subterrâneos, necessitando medidas de monitoramento da descarga de efluentes químicos, industriais e domésticos para evitar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas. Os basaltos da Formação Serra Geral cobrem 100% do território do município de Nova Aurora, ocorrendo diferenciações de natureza mais ácida, representadas por basaltos pórfiros, dacitos, riodacitos e riolitos (Membro Nova Prata). As rochas desta formação têm ampla potencialidade de exploração como saibro, brita na construção civil e pedras de talhe, cantaria e revestimento. 35 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 3: Mapa Geológico do Paraná. 36 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.1.1. Solos De acordo com o agrônomo russo Dokoutchaev, o solo é resultante das ações de climas e organismos sobre a rocha e o relevo; e que a maior evolução destes solos está relacionada com o tempo geológico. A doutrina especializada demonstra vários métodos analíticos voltados à pedologia para caracterizar as propriedades dos solos. Nakashima (1999) diz que a abordagem, baseada nas relações solos versus fatores de meio deu aos estudos do solo uma característica mais atualista. As relações entre topografia, geologia, clima, vegetação e tempo de evolução resultam em solos como o Nitossolo Vermelho, o Latossolo Vermelho e associações de Cambissolos com Neossolos Litólicos. Existe o predomínio no município do Nitossolo que se localiza nas áreas com relevo suavemente ondulado. Nas áreas mais planas dos divisores há o predomínio do Latossolo em menor área e nas áreas dos vales do Piquiri e Melissa está localizado o Neossolo Litólicos associado com o Cambissolo. Veja a Figura 4: 37 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 4 Solos da região de Nova Aurora 38 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2. CLIMATOLOGIA O clima paranaense é predominantemente subtropical úmido. A temperatura varia entre 14ºC e 22ºC, e o clima é mais frio na porção sul dos planaltos do interior. Os índices pluviométricos variam entre 1.500mm a 2.500 mm anuais, sendo que os menores acumulados de chuvas distribuem-se pelo extremo noroeste, norte e nordeste do Estado, enquanto as maiores no litoral, junto às serras, nos planaltos do centro-sul e do leste paranaense. De acordo com a classificação Köppen (1948), o Estado do Paraná apresenta climas do tipo C (Mesotérmico) e do tipo A (Tropical Chuvoso), subdivididos da seguinte forma (SANTO JR, 2008): Aft – Clima Tropical Superúmido (Tropical Chuvoso). Com média do mês mais quente acima de 22ºC e do mês mais frio superior a 18ºC, sem estação seca e isento de geadas. Aparece em todo o litoral e na porção oriental da Serra do Mar. Cfa – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico). Com média do mês mais quente superior a 22ºC e no mês mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca definida, verão quente e geadas menos frequentes. Distribuindo-se pelo Norte, Centro, Oeste e Sudoeste do Estado, como também pelo vale do Rio Ribeira. Cfb – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico). Com média do mês mais quente inferior a 22ºC e do mês mais frio inferior a 18ºC, não apresenta estação seca, verão brando e geadas severas e frequentes. Distribui-se pelas terras mais altas dos planaltos e das áreas serranas (Planaltos de Curitiba, Campos Gerais, Guarapuava, etc.). A Figura 5 apresenta o Estado do Paraná segundo a classificação de Köppen. 39 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 5: Classificação de Köppen – Estado do Paraná. Fonte: SEMA, 2004. O município de Nova Aurora é caracterizado por possuir clima subtropical úmido do tipo Cfa. A Figura 6 apresenta a caracterização climatológica do município de Nova Aurora, onde se observam as máximas e mínimas de temperatura, assim como a precipitação em todos os meses do ano. A base destes dados é uma média realizada entre os anos de 1961 e 1990. 40 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 6: Climatologia de Nova Aurora. Fonte: INMET. No Quadro 2 observam-se os dados referentes aos apresentados na Figura 6. Quadro 2: Quadro Climático do Município de Nova Aurora. Mês Temp. Mínima (°C) Temp. Máxima (°C) Precipitação (mm) Janeiro 19,6 30,7 167,0 Fevereiro 20,1 29,8 151,0 Março 18,6 29,8 127,2 Abril 15,9 27,4 113,5 Maio 12,9 24 117,8 Junho 10,9 22,2 125,4 Julho 10,5 23,3 88,4 Agosto 11,8 24,4 73,8 Setembro 15,3 25,5 139,2 Outubro 15,7 28,1 152,9 Novembro 17,4 29,8 128,0 Dezembro 19,1 30,7 142,2 Fonte: INMET. De acordo com os dados apresentados, o clima do município de Nova Aurora apresenta temperatura média anual de 21,4°C, sendo a média das máximas de 27,1°C e a média das mínimas de 15,7°C. A precipitação anual média do município de Nova Aurora é de 127,2 mm/mês. 41 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3. HIDROGRAFIA O município de Nova Aurora está inserido no território que abrange a bacia hidrográfica do Rio Piquiri dentro da Unidade Hidrográfica do Piquiri/Parana 2. Essa bacia hidrográfica cobre uma superfície de drenagem de 24.156 km² do Estado do Paraná. O rio Piquiri tem suas nascentes na Serra do São João, na divisa dos municípios Turvo e Guarapuava, estado do Paraná, em altitudes da ordem de 1040,0m. Das nascentes o rio Piquiri percorre cerca de 660 km até sua foz no rio Paraná, na divisa dos municípios de Altônia e Terra Rocha, em altitudes da ordem de 220,0m. Parte desse trajeto ocorre na direção geral leste-oeste, até a divisa dos municípios Laranjal e Marquinho, a partir de onde inflete para a direção geral sudeste-noroeste, até desaguar, pela margem esquerda, no rio Paraná. Ao longo do seu percurso recebe como principais contribuintes, de montante para jusante, os rios do Cobre, Bandeira, Cascudo, Feio, São Francisco, Tourinho, Melissa, Jesuítas, Verde, Encanto e Azul, pela margem esquerda. Pela margem direita, contribuem os rios Cantu, Sapucaí, Goio Bang, Goio-êre, Jangada e Xambré. O rio Piquiri, principal curso de água da bacia, banha total ou parcialmente os municípios de Guarapuava, Turvo, Campina do Simão, Goioxim, Santa Maria do Oeste, Marquinho, Palmital, Laranjal, Nova Laranjeiras, Diamante do Sul, Altamira do Paraná, Guaraniaçu, Campo Bonito, Campina da Lagoa, Braganey, Anahy, Iguatu, Corbélia, Ubiratã, Nova Aurora, Quarto Centenário, Goioerê, Mariluz, Alto Piquiri, Formosa do Oeste, Brasilândia do Sul, Assis Chateaubriand, Palotina, Iporá, Francisco Alves, Terra Rocha e Altônia. A bacia do rio Piquiri é limitada ao norte pela bacia do rio Ivaí, e ao sul pela bacia do rio Iguaçu, ambos afluentes do rio Paraná, pela margem esquerda. O Rio Piquiri, desde a sua nascente até a foz, tem um percurso de 560 Km, sendo navegável após a corredeira de Nhá-Bárbara até a foz, apresentando uma profundidade média 5 metros e uma largura de 140 metros no seu curso final. 42 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Destaca-se ainda pelo seu leito cheio de meandros e de saltos, tais como: Morumbi, Amaro, Apertado, Índios e Dúvidas (SEMARH, 2008). A Figura 7 mostra a localização de Nova Aurora dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri. Ressalta-se que maiores informações sobre a hidrografia do município estará contemplada no capítulo Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas. 43 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 7: Unidades Hidrográficas do Paraná. 44 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.4. VEGETAÇÃO O Estado do Paraná apresenta algumas regiões fitogeográficas, onde predominam determinado tipo de vegetação. A Figura 8 apresenta as regiões fitogeográficas existentes, destacando a Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual, na qual se insere o município de Nova Aurora. 45 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 8: Regiões Fitogeográficas do Paraná. 46 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Floresta Ombrófila Mista A Floresta Ombrófila Mista possui como espécie predominante, a Araucaria angustifolia, tornando essa formação singular. Essa espécie, também conhecida como Pinheiro-do-Paraná, ocorre em levada freqüência e com indivíduos de porte majestoso, produzindo madeira grande qualidade, esse pinheiro foi alvo de intensa exploração madeireira, reduzindo-se drasticamente a área de ocorrência original de sua formação florestal. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação do Paraná e da região Sul do Brasil, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século (Klein,1985). No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais. O pinheiro brasileiro, Araucaria angustifolia, representa mais de 40% dos indivíduos arbóreos, apresentando valores de abundância, dominância e freqüência bem superiores às demais espécies componentes deste tipo de vegetação (Schäffer e Prochnow, 2002). Esta tipologia florestal resguarda diversas espécies da fauna e flora hoje seriamente ameaçadas de extinção. Floresta Estacional Semidecidual Sua nomenclatura refere-se à marcante característica apresentada por esta vegetação que, em função de dois diferentes períodos de influência climáticas (chuvas e secas), perde parcialmente suas folhas. Assim, as árvores podem regular seu balanço hídrico, perdendo suas folhas em períodos de menor incidência das chuvas e temperaturas mais elevadas ou vestindo-se de verde nos períodos mais chuvosos do ano. Isto ocorre porque o conjunto florestal pode perder entre 20 e 50% das folhas conforme as estações. Assim interpreta-se que “estacional” refere-se à estação do ano, “semi” significa em parte; e “decidual” tem origem de decídua, proveniente do latim decidere, que significa parcial. 47 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Estruturada em camadas, esta floresta apresenta um estrato arbóreo com copa elevado, formado por árvores que podem atingir até 40 metros de altura. Abaixo, o estrato arbustivo, rico em diversidade de plantas e por fim, a camada herbácea composta por um vasto conjunto de plantas de pequeno porte. Além destes estratos, esta floresta cheia de vida conta com bactérias e fungos decompositores, que reciclam a biomassa presente em troncos, galhos, folhas e sementes, caídos no solo. Entre todos esses ambientes encontram-se grande quantidade de epífitas e cipós, que proporcionam um característica típica tropical. Os fatores físicos como clima e solos, que influenciados pelas suas diferenças de temperatura, chuvas e relevo, propiciam as seguintes subdivisões: Floresta Estacional Semidecidual Aluvial: Formam matas ciliares que ocorrem associadas nas margens dos rios; Floresta Estacional Semidecidual Submontana: Se desenvolve em solos mais secos, nas regiões abaixo das montanhas; Floresta Estacional Semidecidual Montana: Ocorre em áreas montanhosas com elevações médias acima de 400 metros de altitude. 48 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4. INFRAESTRUTURA 4.1. PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade. Ele identifica e analisa as características físicas, as atividades predominantes e as vocações da cidade, os problemas e as potencialidades. É um conjunto de regras básicas que determinam o que pode e o que não pode ser feito em cada parte da cidade. É um processo de discussão pública que analisa e avalia a cidade para depois formular a cidade que a sociedade deseja. Desta forma, a prefeitura em conjunto com a sociedade, busca direcionar a forma de crescimento, conforme uma visão de cidade coletivamente construída e tendo como princípios uma melhor qualidade de vida e a preservação dos recursos naturais. O Plano Diretor deve, portanto, ser discutido e aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito. O resultado, formalizado como Lei Municipal, é a expressão do pacto firmado entre a sociedade e os poderes Executivo e Legislativo. O Plano Diretor Municipal de Nova Aurora foi concluído depois de aproximadamente dois anos em processo de elaboração, através de pesquisas e audiências públicas, realizadas pelo Município e pela empresa responsável em desenvolver o plano. É função do Plano Diretor definir prever como serão usados e ocupados os diversos espaços do município, a área de expansão das indústrias e das atividades econômicas em geral. A necessidade do controle do uso do solo urbano visa equilibrar e harmonizar o interesse geral da coletividade com o direito individual de seus membros no uso da propriedade particular, no exercício das atividades urbanas e até a utilização do domínio público. Conforme o artigo 15 da lei 589/1990, a área do perímetro urbano da sede municipal fica subdividida nas seguintes zonas: Zonas Habitacionais E De Baixa E Média Densidade; Zonas Comerciais E De Serviços; Zonas De Serviços Especiais; 49 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Zona Industrial; Zonas De Inflamáveis E Explosivos; Zonas De Preservação Ambiental; Zonas Especiais. As zonas especiais terão regulamentação própria por determinação do Poder Público Municipal, cabendo a Prefeitura fazer cumprir as exigências mínimas regulamentadas na legislação municipal. As zonas de inflamáveis e de explosivos serão regulamentadas pela legislação federal vigente. Na Figura 9 é possível observar as zonas do Município de Nova Aurora, destacando as Zonas Especiais, hachurado em rosa: 50 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 9: Zoneamento do Município de Nova Aurora 51 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.2. HABITAÇÃO Os domicílios são classificados como particulares quando destinados à habitação de uma pessoa ou de um grupo de pessoas cujo relacionamento é ditado por laços de parentesco, dependência doméstica ou, ainda, normas de convivência. Os dados existentes relativos ao setor habitacional são os levantados nos últimos 3 censos demográficos (1991, 2000 e 2010). No Quadro 3 estão apresentados estes dados relativos ao número de domicílios particulares permanentes do município de Nova Aurora. Quadro 3: Número de Domicílios Particulares. Domicílios Particulares Urbano Rural Total 1991 2.114 2.057 4.171 2000 2.687 1.338 4.025 2010 3.120 1.062 4.182 Domicílios Particulares Ocupados 1991 1.996 1.648 3.644 2000 2.547 1.245 3.792 2010 2.942 912 3.854 Domicílios Particulares Não Ocupados 1991 118 409 527 2000 140 93 233 2010 178 150 328 Fonte: IPARDES 4.3. ENERGIA ELÉTRICA A Companhia Paranaense de Energia Elétrica – COPEL é a companhia responsável pela distribuição energética no município de Nova Aurora, assim como em grande parte do Estado do Paraná. No município de Nova Aurora houve um incremento de consumo total de energia na ordem de 16,74% do ano 2009 para o ano de 2011, o número de ligações de 52 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ energia elétrica também teve um aumento de 4,07% acompanhando o crescimento do consumo de energia. A evolução do consumo de energia bem como a evolução dos consumidores estão apresentados no Quadro 4. Classe Quadro 4: Consumo e Consumidores de Energia em Nova Aurora Consumo (Mwh) Consumidores 2009 2010 2011 2009 2010 2011 Residencial 5.197 5.329 5.418 3.037 3.074 3.150 Setor Secundário 2.569 3.426 4.042 55 69 66 Setor Comercial 3.112 3.299 3.523 356 356 362 Rural 10.811 11.661 12.682 872 893 917 Outras Classes 2.622 2.630 2.715 99 99 104 Total 24.311 26.345 28.380 4.419 4.4. 4.491 4.599 Fonte: IPARDES COMUNICAÇÃO Com relação aos dados de comunicação, para Nova Aurora, os serviços postais são de responsabilidade da ECT – Empresa de Correios e Telégrafos, que atende na agência na sede e nos distritos de Palmitópolis e Marajó. Nova Aurora possui 01 jornal local, denominado “A Gazeta”. Mas também circulam no município jornais de outros centros, como: o Jornal Integração, Jornal O Regional, Jornal O Paraná, Gazeta do Paraná, Jornal Hoje, Folha de Londrina, Jornal Tribuna, O Correio, Folha de São Paulo, entre outros. Nova Aurora conta com três emissoras de rádio: a Rádio Club AM, com uma abrangência regional, a rádio comunitária Aurora FM a Rádio Club FM de Nova Aurora Ltda., também com abrangência Regional. O Município de Nova Aurora não possui rede de televisão, somente repetidoras. Os canais de televisão via antena VHF e UHF recebem sinais de emissoras com abrangência estadual e nacional. 53 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.5. TRANSPORTE A cidade de Nova Aurora, não possui portos e aeroportos, está localizada próxima aos aeródromos de Goioerê e Toledo. Logo, o transporte terrestre é o principal tipo de transporte utilizado. Para obter acesso aos principais portos e aeroportos da região, devem ser percorridas distâncias por via terrestre. O Quadro 5 apresenta as distâncias de Nova Aurora aos principais portos aeroportos do Paraná. Quadro 5: Distância de Nova Aurora aos Principais Portos e Aeroportos do Paraná. Distância em Aeroporto/Cidade km Aeródromo Luís Dal Canalle Filho – Toledo 83 Aeródromo Manoel Ribas – Goioerê 48 Aeroporto Governador José Richa - Londrina 322 Aeroporto Internacional Afonso Pena - Curitiba 575 Aeroporto Internacional Cataratas – Foz do Iguaçu 220 Porto de Paranaguá - Paranaguá 651 No Quadro 6 será apresentada a evolução do número de veículos a motor no município de Nova Aurora entre os anos de 2006 e 2011. 54 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Tipo Quadro 6: Evolução do Número de Veículos a Motor. 2009 2010 2011 2012 Automóvel 2.812 3.001 3.287 3.609 Caminhão 344 353 384 397 Caminhão trator 73 81 92 98 Caminhonete 350 423 536 639 Camioneta 262 234 209 203 Ciclomotor 5 5 5 5 Micro-ônibus 11 9 10 12 Motocicleta 1018 1034 1079 1152 Motoneta 413 423 457 525 Ônibus 32 31 31 37 Reboque 34 42 48 64 Semi-Reboque 90 108 122 139 Trator de Esteira - - - - Trator de Rodas 1 1 1 1 Trator Misto - - - - Triciclo - - - - Utilitário - 2 2 4 Outros - - - - Total 5.445 5.747 6.263 6.885 Fonte: PARDES De acordo com o Quadro 6 observa-se um crescimento percentual de 26,44% quanto ao número de veículos no município de Nova Aurora entre os anos de 2009 e 2012. Segundo dados do IBGE, a população de Nova Aurora em 2010 era de 11.866 habitantes, com média de 1 veículo para cada 2 habitantes do município. Já a população do para o ano de 2012 retirada do estudo populacional da Ampla Consultoria prevê que Nova Aurora possua 11.675 habitantes, resultando numa média de 1 veículo para cada 1,7 habitantes. Esta é uma tendência de crescimento pertinente a muitos municípios brasileiros, pois devido às dificuldades encontradas nos sistemas de transporte público, a solução adotada pela população no que diz respeito à mobilidade urbana, é a aquisição de veículos particulares devido principalmente as facilidades atuais para se comprar um veículo. 55 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.6. ESTRUTURA COMUNITÁRIA Serão apresentados nos itens a seguir, os equipamentos que compõe a estrutura comunitária de Nova Aurora, conforme dados repassados pela Prefeitura Municipal e dispostos no Plano Diretor Municipal de Nova Aurora. 4.6.1. Cemitérios Os cemitérios fazem parte da história da humanidade e da história das cidades. A presença de cemitérios nas imediações ou no interior das cidades gera impactos psicológicos e físicos. Os impactos psicológicos podem se resumir no medo da morte e superstições diversas que afastam as pessoas de quererem residir em locais próximos a cemitérios. O impacto físico mais significativo é o risco de contaminação das águas superficiais e subterrâneas por microorganismos que se proliferam no decorrer da decomposição dos corpos. Para prevenir os riscos de contaminação ambiental, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA elaborou a Resolução nº 335/03 que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. Os instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente, Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EPIA e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, estabelecidos pela Lei Federal nº 6.938/81, e regulados pela Resolução nº 001/86 são obrigatórios em empreendimentos que causem degradação ambiental como é o caso dos cemitérios. O Cemitério Municipal de Nova Aurora (Figura 10) está localizado na rodovia PR575, Km 01. 56 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 10: Cemitério Municipal de Nova Aurora. 4.6.2. Escolas A seguir, quadros com os estabelecimentos de ensino públicos municipais e estaduais do Município de Nova Aurora: 57 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ ESCOLAS MUNICIPAIS Quadro 7: Escolas Municipais ENDEREÇO RESPONSÁVEL Escola Municipal Fernando Esser Rua Brasil, 318 Martiria Wanzuita Trevisoli Escola Municipal Eugenio Mezzon Rua Melissa, 303 Aparecida Topp Serra Escola Municipal Santos Dumont Rua Pará, 813 Eliane Vieira dos Santos da Silva Pré Escola Municipal Pequeno Cidadão Rua São Jorge, S/N Cecilia Pereira Locks Escola Municipal Custódia Colbacho Tragueta Avenida João Goulart, 40 Sonia Aparecida Batista da Silva Escola Municipal José Henrique Da Silva Rua Londrina, S/N José Geraldo Martins Centro Municipal De Educação Infantil Criança Feliz Rua São Jorge, 57 Elizabete Leguari Correa Centro Municipal De Educação Infantil Criança Feliz - Subsede I Avenida Jk, S/N Elizabete Leguari Correa Centro Municipal De Educação Infantil Criança Feliz - Subsede II Rua Paranavaí, S/N Elizabete Leguari Correa ESCOLAS ESTADUAIS Quadro 8: Escolas Estaduais ENDEREÇO BAIRRO Colégio Estadual Machado de Assis Rua Brasil, 318 Sede Escola Estadual Jorge Nacli RuaSão Jorge, 373 Sede Colégio Estadual Wenceslau Brás Avenida João Goulart, 40 Distrito de Palmitópolis Colégio Estadual Pedro Viriato Parigot de Souza Rua Londrina, s/n Distrito de Marajó Quadro 9: Escola Especial ESCOLA ESPECIAL Escola de Educação Especial “Novo Amanhecer” ENDEREÇO Avenida Gonçalves Dias, 354 58 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.6.3. Áreas de Lazer e Esporte O lazer é uma necessidade biológica do ser humano, só agora difundida entre nossa sociedade. O Poder Público Municipal deve se preocupar em oferecer estes serviços à comunidade, através da criação de espaços livres, novos parques e incentivo às competições esportivas (MEIRELLES, 2001). Os principais equipamentos públicos de lazer de Nova Aurora são as praças, os complexos esportivos, com bastantes espaços livres para a prática de esportes e recreação. Destacam-se no panorama municipal a Praça dos Pioneiros, conhecida como local de reunião de pessoas e marcada pela diversidade de equipamentos urbanos. É considerada a praça mais urbanizada de Nova Aurora. Não há na municipalidade um parque ecológico, pista de caminhada, pista de skate ou ciclovias. Dentro do panorama municipal destaca-se o Ginásio de Esportes Guerino Dal Molin, o Estádio Municipal José Olivo Badan Fonseca, compostos de vários equipamentos e serviços disponíveis como banheiros, vestiários e bar. A zona rural não em opção para áreas públicas de lazer, ficando restrito a alguns campos de futebol, em estado ruim de conservação. Algumas propriedades possuem campos de futebol, no entanto não possuem iluminação, impedindo práticas esportivas à noite. 4.6.4. Igrejas e Templos Nova Aurora apresenta igrejas e templos por toda a extensão urbana, encontrando vários templos evangélicos na periferia. Na zona rural encontram-se várias capelas, algumas abandonadas, porém, a maior parte delas é ativa, ocorrendo frequentemente missas, celebrações e cultos. A Igreja Matriz de Nova Aurora chama-se Paróquia de São Roque é o maior ponto de referência do município, em localização estratégica no centro comercial e político. O Distrito de Marajó é constituído das seguintes: Igreja Assembleia de Deus, 59 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Congregação Cristã no Brasil, Igreja Matriz de Marajó, Salão Paroquial de Marajó. No Povoado de Palmital, constam-se as seguintes: Igreja Congregação Cristã no Brasil e Igreja Matriz de Palmital. E no Distrito de Palmitópolis, tem-se a Igreja Assembleia de Deus e a Igreja Congregação Cristã no Brasil. 4.6.5. Estabelecimentos de Saúde Segundo a Prefeitura Municipal de Nova Aurora, a população conta com um Centro Municipal de Saúde e Pronto Atendimento 24 horas, localizado na Rua Getúlio Vargas, 251; três postos de saúde, nos distritos de Marajó, Palmitópolis e Palmital; além de um Hospital Privado. Vide Figura 11: 60 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 11: Localização dos estabelecimentos de saúde de Nova Aurora 61 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.6.6. Entidades e Associações Quadro 10: Entidades e Associações Nome Associação Comercial e Industrial de Nova Aurora Apae-Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais Acena-Associação Cultural e Esportiva Nova Aurora Apmi-Associação de Proteção À Maternidade e À Infância Aercol-Associação Esportiva e Recreativa dos Funcionários da Copacol Acarpa-Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná Sindicato Rural de Nova Aurora 4.7. SEGURANÇA PÚBLICA A Delegacia de Polícia Civil de Nova Aurora e a Terceira Companhia / Segundo Pelotão da Polícia Militar do Paraná ficam localizados na Rua Maringá. Não há na municipalidade de guarda civil ou guarda mirim. Segundo o Plano Diretor Municipal de Nova Aurora, a Polícia Militar conta com pelotão efetivo de 01 / 1948,42 PM/hab, dispondo de 02 viaturas, em condições irregulares; existe demanda para no mínimo mais 01 viatura. Compete à PM executar o policiamento preventivo. De acordo com o relatório da Corporação, o tamanho do efetivo não é adequado para executar as funções de policiamento, uma vez que existe uma sobrecarga de horas trabalhadas. 4.8. 4.8.1. SAÚDE Taxa de Natalidade A taxa bruta de natalidade representa o número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em um determinado espaço geográfico, no ano considerado. 62 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Em 2002, a taxa bruta de natalidade de Nova Aurora foi de 14,4 nascidos vivos por mil habitantes, Quadro 11. Ao longo dos anos seguintes esta taxa teve uma pequena diminuição de 14,4% comparada ao ano de 2008. No mesmo período, o Paraná apresentou uma queda de 15,4% e o país apresentou queda de 12% desta taxa, portanto verifica-se que não houve evolução com relação à taxa municipal mantendo-se a mesma diferentemente do que aconteceu no Paraná e no Brasil. Quadro 11: Taxa Bruta de Natalidade por 1.000 Habitantes. Ano Nova Aurora Paraná 4.8.2. Brasil 2002 14,4 16,9 17,5 2003 12,2 15,9 17,2 2004 14,7 15,9 16,9 2005 12,6 15,6 16,5 2006 12,0 14,8 15,8 2007 11,6 14,0 15,3 2008 12,3 14,3 15,4 Taxa de Mortalidade Infantil A taxa de mortalidade infantil é o número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, considerando a população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Em 2010, a taxa de mortalidade infantil do município era de 7,6 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos, enquanto que a média do Estado do Paraná ficou em 12,1 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos, a média brasileira não constava atualizada no cadastro do DATASUS, conforme demonstra o Quadro 12. 63 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 12: Mortalidade Infantil por 1.000 Nascidos Vivos. Ano Nova Aurora Paraná Brasil 4.8.3. 2004 5,29 15,5 17,9 2005 6,37 14,5 17,0 2006 - 14,0 16,4 2007 28,57 13,2 15,7 2008 6,85 13,1 15,0 2009 21,74 12,5 Não Disponível 2010 7,63 12,1 Não Disponível Esperança de Vida ao Nascer Esperança de vida ao nascer é um importante indicador utilizado inclusive pela ONU (Organização das Nações Unidas) e mostra o número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido, conforme o padrão de mortalidade existente na população residente, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, em 2000, a expectativa de vida em Nova Aurora era de 69,60 anos. No Quadro 13 é exposta a evolução da esperança de vida ao nascer do município comparativamente à média paranaense e a nacional. Verifica-se um crescimento deste indicador ao longo dos anos. 4.8.4. Ano Quadro 13: Esperança de Vida ao Nascer (em anos). Nova Aurora Paraná Brasil 1991 68,47 65,71 64,70 2000 69,60 69,83 68,60 Evolução 1991/2000 1,65% 6,27% 6,03% Taxa de Fecundidade Segundo o IBGE a taxa de fecundidade total é o número médio de filhos que teria uma mulher de uma coorte hipotética (15 e 49 anos de idade) ao final de seu período reprodutivo. O Quadro 14 apresenta esta taxa para Nova Aurora e o Estado do Paraná nos anos de 1991 e 2000. 64 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Ano 4.8.5. Quadro 14: Taxa de Fecundidade. Nova Aurora Paraná 1991 2,70 2,62 2000 2,35 2,30 Evolução 1991/2000 -12,96% -12,21% Estrutura Segundo dados do DATASUS apresentados no Quadro 15, referentes ao mês de abril de 2010, o sistema de saúde do município de Nova Aurora possuía o seguinte quadro de funcionários. Quadro 15: Quadro de Funcionários do Sistema de Saúde. Recursos Humanos (vínculos) segundo categorias selecionadas Dez/2009 Não Atende ao atende ao Prof/1.000 Categoria Total SUS SUS hab Médicos 17 14 3 1,5 .. Anestesista 1 1 0,1 .. Cirurgião Geral 2 2 0,2 .. Clínico Geral 6 3 3 0,5 .. Gineco Obstetra 1 1 0,1 .. Médico de Família 3 3 0,3 .. Pediatra 2 2 0,2 .. Psiquiatra 1 1 0,1 .. Radiologista Cirurgião dentista 7 1 6 0,6 Enfermeiro 6 6 0,5 Fisioterapeuta 5 2 3 0,4 Fonoaudiólogo 1 1 0,1 Nutricionista 2 2 0,2 Farmacêutico 5 2 3 0,4 Assistente social 1 1 0,1 Psicólogo 2 2 0,2 Auxiliar de Enfermagem 9 8 1 0,8 Técnico de Enfermagem 5 5 0,4 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010. Prof SUS/1.000 hab 1,2 0,1 0,2 0,3 0,1 0,3 0,2 0,1 0,1 0,5 0,2 0,1 0,2 0,2 0,1 0,2 0,7 0,4 Fonte: DATASUS Quanto aos dados apresentados no Quadro 15, pode-se destacar o número de médicos por 1.000 habitantes, 1,5 para cada 1.000 habitantes. Este é considerado baixo quando em comparação com o Estado do Paraná, que considerando o mesmo período foi de 4,8 profissionais por 1.000 habitantes. 65 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Ressalta-se que isoladamente, o indicador não é suficiente para avaliar a adequação da oferta de médicos. A jornada de trabalho médico, as especialidades médicas disponíveis, assim como as necessidades da população podem variar de acordo com a região ou município. Por isso, não existe uma concentração ideal de médicos. No Quadro 16 é apresentado o número de estabelecimentos de saúde segundo o tipo de prestador do serviço, conforme o DATASUS. Quadro 16: Número de Estabelecimentos de Saúde por Tipo de Prestador. Tipo de Estabelecimento Público Filantrópico Privado Total Centro de Saude/Unidade Básica de Saúde 1 0 0 1 Clínica Especializada/Ambulatório Especializado 0 0 4 4 Consultório Isolado 0 0 8 8 Hospital Geral 0 0 1 1 Posto de Saúde 3 0 0 3 Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia 0 0 2 2 Total 4 0 15 19 Fonte: DATASUS Em relação ao número de estabelecimentos do setor de saúde é de se destacar um percentual superior a 78% destes como prestadores de serviço particular. Apesar disto, o município possui uma média de 1,7 leitos para cada 1.000 habitantes no Sistema Único de Saúde - SUS, média esta, inferior a média estadual (2,0). Considerados os leitos dos prestadores particulares, a média do município de Nova Aurora sobe para 2,1 leitos por 1.000 habitantes, enquanto que para o Estado esta média sobe para 2,8 ficando ainda abaixo da média do Paraná. No Quadro 17 serão apresentados os dados do orçamento com o sistema de saúde pública no município de Nova Aurora entre os anos de 2006 e 2009. 66 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 17: Orçamento Anual para o Sistema de Saúde. Dados e Indicadores Despesa total com saúde por habitante (R$) 2006 190,27 2007 2008 2009 245,80 260,69 283,92 129,96 162,88 202,01 210,79 60,50 48,68 57,52 57,79 % despesa com pessoal/despesa total 38,5 38,3 36,5 36,4 % despesa com investimentos/despesa total 13,3 12,9 6,4 4,9 % transferências SUS/despesa total com saúde 31,8 19,8 22,1 20,4 % de recursos próprios aplicados em saúde (EC 29) 15,0 16,3 16,8 18,0 Despesa com recursos próprios por habitante Transferências SUS por habitante % despesa com serv. terceiros - pessoa jurídica /despesa total Despesa total com saúde Despesa com recursos próprios Receita de impostos e transferências constitucionais legais 26,8 28,1 31,6 33,3 2.334.746,85 2.888.910,17 3.084.729,24 3.303.635,45 1.594.742,50 1.914.324,02 2.390.443,39 2.452.698,46 10.625.039,32 11.758.283,26 14.238.476,71 13.663.970,84 Transferências SUS 742.375,83 572.115,80 680.688,48 672.463,03 Despesa com pessoal 899.669,44 1.107.494,80 1.125.408,71 1.203.733,84 Fonte: DATASUS 4.8.6. Descrição de práticas de saúde e saneamento O município, por meio do conselho municipal de saúde, desenvolve atividades de prevenção e promoção do bem estar social por meio da ação de agentes de saúde municipais, que visitam as residências regularmente para se informar sobre a situação de saúde familiar, nutrição de menores e condições de idosos. A vigilância sanitária municipal está encarregada da fiscalização e promoção de práticas adequadas de saneamento, atuando sobre à fabricação, distribuição e comercialização de produtos e serviços que porventura venham a causar danos à saúde da população. Além disso, a concessionária do serviço de água e esgoto promove ações de infraestrutura de saneamento que visam melhorar as condições ambientais e sanitárias das localidades do município. 4.8.7. Índice nutricional da população infantil de 0 a 2 anos De acordo com o Relatório de Acompanhamento Municipal dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2012, o número de crianças pesadas pelo Programa de Saúde Familiar (PSF) foi de 2.327, das quais nenhuma estava desnutrida. 67 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4.9. EDUCAÇÃO Em relação ao sistema de educação existente em Nova Aurora, serão apresentados os dados de número de alunos matriculados conforme nível de escolaridade, número de docentes, número de estabelecimentos de ensino e dados referentes ao ensino superior. Referentes ao número de alunos matriculados em Nova Aurora serão apresentados dados dos anos de 2009 a 2011 conforme pesquisa no IPARDES. Temos o seguinte panorama apresentado do Quadro 18 ao Quadro 23. Quadro 18: Número de Matrículas - Creche. Federal Estadual Municipal Ano Particular Total 2009 - - 181 3 184 2010 - - 184 2 186 2011 - - 188 13 201 % relativo em 2011 - - 93,53% 6,47% 100,00% Evolução no período - - 3,87% 333,33% 9,24% Fonte: IPARDES Quadro 19: Número de Matrículas – Pré Escola. Federal Estadual Municipal Particular Ano Total 2009 - - 255 10 265 2010 - - 261 7 268 2011 - - 173 - 173 % relativo em 2011 - - 100,00% - 100,00% Evolução no período - - -32,16% - -34,72% Fonte: IPARDES Ano Quadro 20: Número de Matrículas – Ensino Fundamental. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - 819 877 3 1.699 2010 - 785 872 - 1.657 2011 - 752 842 - 1.594 % relativo em 2011 - 47,18% 52,82% - 100,00% Evolução no período - -8,18% -3,99% - -6,18% Fonte: IPARDES 68 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 21: Número de Matrículas – Ensino Médio. Federal Estadual Municipal Particular Ano Total 2009 - 594 - - 594 2010 - 537 - - 537 2011 - 495 - - 495 % relativo em 2011 - 100,00% - - 100,00% Evolução no período - -16,67% - - -16,67% Fonte: IPARDES Ano Quadro 22: Número de Matrículas – Educação Especial. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - - 35 36 71 2010 - - 38 35 73 2011 - - 30 31 61 % relativo em 2011 - - 49,18% 50,82% 100,00% Evolução no período - - -14,29% -13,89% -14,08% Fonte: IPARDES Quadro 23: Número de Matrículas – Educação de Jovens e Adultos. Ano Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - - 31 - 31 2010 - 172 41 - 213 2011 - 149 38 - 187 % relativo em 2011 - 79,68% 20,32% - 100,00% Evolução no período - - 22,58% - 503,23% Fonte: IPARDES Ao total para o ano de 2011 estão matriculados 2.711 alunos desde a creche até o ensino médio. O número de docentes presentes em Nova Aurora será apresentado no Quadro 24 até o Quadro 33 conforme pesquisa ao IPARDES. Ressalta-se uma diminuição geral de 2,82% quando comparado os anos de 2009 e 2011. 69 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 24: Número de Docentes – Creche. Federal Estadual Municipal Particular Ano Total 2009 - - 21 1 22 2010 - - 23 1 24 2011 - - 23 2 25 % relativo em 2011 - - 92,00% 8,00% 100,00% Evolução no período - - 9,52% 100,00% 13,64% Fonte: IPARDES Quadro 25: Número de Docentes – Pré Escola. Federal Estadual Municipal Particular Ano Total 2009 - - 21 2 23 2010 - - 27 1 28 2011 - - 14 - 14 % relativo em 2011 - - 100,00% - 100,00% Evolução no período - - -33,33% - -39,13% Fonte: IPARDES Ano Quadro 26: Número de Docentes – Ensino Fundamental. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - 50 42 1 93 2010 - 46 44 - 90 2011 - 43 49 - 92 % relativo em 2011 - 46,74% 53,26% - 100,00% Evolução no período - -14,00% 16,67% - -1,08% Fonte: IPARDES Ano Quadro 27: Número de Docentes – Ensino Médio. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - 39 - - 39 2010 - 45 - - 45 2011 - 41 - - 41 % relativo em 2011 - 100,00% - - 100,00% Evolução no período - 5,13% - - 5,13% Fonte: IPARDES Com relação aos dados referentes ao número de estabelecimentos existentes em Nova Aurora, os mesmos estão presentes no Quadro 28 até o Quadro 33, conforme o IPARDES. 70 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 28: Número de Estabelecimentos – Creche. Federal Estadual Municipal Particular Ano Total 2009 - - 3 1 4 2010 - - 3 1 4 2011 - - 3 1 4 % relativo em 2011 - - 75,00% 25,00% 100,00% Evolução no período - - 0,00% 0,00% 0,00% Fonte: IPARDES Quadro 29: Número de Estabelecimentos – Pré Escola. Federal Estadual Municipal Particular Ano Total 2009 - - 5 1 6 2010 - - 5 1 6 2011 - - 3 - 3 % relativo em 2011 - - 100,00% - 100,00% Evolução no período - - -40,00% - -50,00% Fonte: IPARDES Ano Quadro 30: Número de Estabelecimentos – Ensino Fundamental. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - 3 5 1 9 2010 - 3 5 - 8 2011 - 3 5 - 8 % relativo em 2011 - 37,50% 62,50% - 100,00% Evolução no período - 0,00% 0,00% - -11,11% Fonte: IPARDES Ano Quadro 31: Número de Estabelecimentos – Ensino Médio. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - 3 - - 3 2010 - 3 - - 3 2011 - 3 - - 3 % relativo em 2011 - 100,00% - - 100,00% Evolução no período - 0,00% - - 0,00% Fonte: IPARDES 71 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Ano Quadro 32: Número de Estabelecimentos – Educação Especial. Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - - 3 1 4 2010 - - 3 1 4 2011 - - 3 1 4 % relativo em 2011 - - 75,00% 25,00% 100,00% Evolução no período - - 0,00% 0,00% 0,00% Fonte: IPARDES Quadro 33: Número de Estabelecimentos – Educação de Jovens e Adultos. Ano Federal Estadual Municipal Particular Total 2009 - - 1 - 1 2010 - 1 1 - 2 2011 - 1 1 - 2 % relativo em 2011 - 50,00% 50,00% - 100,00% Evolução no período - - 0,00% - 100,00% Fonte: IPARDES Na estrutura física do sistema de educação do município de Nova Aurora há uma predominância de escolas de ensino fundamental e pré escola, representando um 45% das instituições de ensino. Deve-se destacar a grande diferença numérica entre os alunos de ensino fundamental que representam quase 60% dos matriculados no ensino regular em relação aos alunos de ensino médio que representam somente 18,2%, podendo ser explicado pelo índice de reprovação no período de quinta a oitava série do ensino fundamental que chegou a 18,7% no ano de 2011, assim como o índice de evasão escolar do município no ensino médio que chegou a 5,1% em 2011. Estes índices são detalhados respectivamente nos Quadros 34 e 35, assim como o índice de aprovação no Quadro 36. 72 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 34: Índice de Reprovação Taxa Estimada de Reprovação (%) 2009 2010 2011 Ensino Fundamental (%) 7,7 10 11,9 Ensino Fundamental - Anos Iniciais (%) 6,4 6,8 5,8 Ensino Fundamental - Anos Finais (%) 9,2 13,6 18,7 Ensino Médio (%) 15,1 11,1 8,2 Fonte: IPARDES Quadro 35: Índice de Abandono. Taxa Estimada de Abandono (%) 2009 2010 2011 Ensino Fundamental (%) 2,2 2,5 1,8 Ensino Fundamental - Anos Iniciais (%) 0,1 0,3 0,3 Ensino Fundamental - Anos Finais (%) 4,4 4,9 3,3 6 3,3 5,1 Ensino Médio (%) Fonte: IPARDES Quadro 36: Índice de Aprovação. Taxa Estimada de Aprovação 2009 2010 2011 Ensino Fundamental (%) 90,1 87,5 86,3 Ensino Fundamental - Anos Iniciais (%) 93,5 92,9 93,9 Ensino Fundamental - Anos Finais (%) 86,4 81,5 78,0 Ensino Médio (%) 78,9 85,6 86,7 Fonte: IPARDES 4.9.1. Índice da Educação Básica – IDEB O IDEB é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e média de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP. Este índice permite traçar metas de qualidade educacional para a educação. Em 2011, a média do IDEB alcançada pela rede pública do município foi de 6,0 para os anos iniciais do ensino fundamental e 3,7 para os anos finais (Quadro 37). Nova Aurora não atingiu a meta estipulada para os anos finais que era de 3,9, já para os anos iniciais a meta de 4,9 foi superada. 73 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 37: IDEB - Índice de Educação Básica (Rede Pública). IDEB Observado Ensino Fundamental 2007 2009 2011 Anos Iniciais 5,6 5,9 6,0 Anos Finais 4,3 4,0 3,7 Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 4.9.2. Taxa de Analfabetismo O Quadro 38 apresenta as taxas de analfabetismo por faixa etária da população de Nova Aurora e do Estado do Paraná. Quadro 38: Taxa de Analfabetismo. Taxa de Analfabetismo Nova Aurora Paraná Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou mais (%) 5,01 6,28 Taxa de Analfabetismo de 15 a 19 anos (%) 1,49 0,88 Taxa de Analfabetismo de 20 a 24 anos (%) 1,01 1 Taxa de Analfabetismo de 25 a 29 anos (%) 1,45 1,42 Taxa de Analfabetismo de 30 a 39 anos (%) 1,36 2,65 Taxa de Analfabetismo de 40 a 49 anos (%) 3,29 5,16 Taxa de Analfabetismo de 50 anos e mais (%) 11,41 15,89 Fonte: IPARDES Segundo o Quadro 38, o índice de analfabetismo (15 anos ou mais) do município era de 5,01% no ano 2010, valor este inferior a média estadual para o mesmo ano que girava em torno de 6,28%. De acordo com os dados encontrados tem-se uma tendência a redução da taxa de analfabetismo, entre 15 e 24 anos observa-se uma taxa perto de 1%. 74 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 5. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA 5.1. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de pobreza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para as diversas regiões, podendo ser aplicadas entre países, estados e municípios. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente do bem-estar infantil. O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo classificados da seguinte forma: quando o IDH está entre 0 e 0,499, este é considerado baixo; quando o IDH está entre 0,500 e 0,799, é considerado médio; quando o IDH está entre 0,800 e 1, é considerado alto. O IDH pode ser realizado somente com os seus quesitos de comparação, ou seja, envolvendo as questões de renda, longevidade e educação e através de uma média aritmética simples desses quesitos é obtido o valor municipal. De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, o IDH de Nova Aurora no ano de 2000 era de 0,771, o que caracteriza o município com um índice de desenvolvimento humano de nível médio. Destaca-se a classificação do município para com o Estado que em 2000 obteve um IDH igual a 0,787 e a União que obteve um índice de 0,766, portanto Nova Aurora fica abaixo da média estadual, e acima da média nacional, conforme Quadro 39. 75 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 39: IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. IDH IDH IDH IDH IDH IDH Municipal- Municipal- Municipal- Municipal- Municipal- Municipal- Educação Educação Longevidade Longevidade Renda Renda 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000 0,696 0,766 0,681 0,723 0,662 0,727 0,745 0,849 Paraná 0,711 0,787 0,778 0,879 0,678 0,747 0,678 0,736 Nova Aurora 0,688 0,771 0,741 0,871 0,725 0,743 0,598 0,699 IDH IDH Municipal Municipal Ano 1991 Brasil Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 5.2. 5.2.1. ÍNDICES DE DESIGUALDADE Índice de L de Theil Este índice mede a desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. É o logaritmo da razão entre as médias aritmética e geométrica das rendas individuais. O índice pode ser nulo, quando não existir desigualdade de renda entre os indivíduos e tendente ao infinito quando a desigualdade tender ao máximo. Para seu cálculo, excluem-se do universo os indivíduos com renda domiciliar per capita nula. Para o município de Nova Aurora o Índice de L de Theil é apresentado no Quadro 40. Localidade Quadro 40: Índice de L de Theil. Índice L de Theil (1991) Índice L de Theil (2000) Paraná 0,65 0,65 Nova Aurora 0,46 0,64 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 76 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 5.2.2. Índice de Gini O índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). Para o município de Nova Aurora o Índice de Gini é apresentado no Quadro 41. Localidade Quadro 41: Índice de Gini. Índice de Gini (1991) Índice de Gini (2000) Paraná 0,60 0,61 Nova Aurora 0,51 0,60 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 5.3. MOVIMENTAÇÃO ECONOMICA Estão apresentados no Quadro 42, os valores correspondentes a movimentação econômica do município de Nova Aurora. Quadro 42: Movimentação Econômica. 2008 2009 2010 Valor Valor Valor Setor Adicionado Participação Adicionado Participação Adicionado Participação (R$ x (%) (R$ x (%) (R$ x (%) 1.000,00) 1.000,00) 1.000,00) Agropecuária 65.206 36,3% 40.464 22,9% 55.523 28,9% Indústria 35.250 19,6% 28.812 16,3% 15.699 Serviços 79.304 44,1% 107.430 60,8% 120.597 62,9% Fonte: IPARDES 8,2% Conforme o Quadro 42 percebe-se que em Nova Aurora grande parte da economia está representada pelo setor de serviços, com uma participação de quase de 63% para o ano de 2010, este número mantém uma tendência de aumento visto que a indústria reduziu seu percentual ao longo do período analisado. 77 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O setor primário se destaca principalmente no plantio de milho e soja, conforme o Quadro 43 e Quadro 44. Produto Quadro 43: Lavoura Permanente. Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (t|ha) Valor (x R$1.000,00) Abacate 15 450 30,00 419 Banana (cacho) 5 175 35,00 71 Café (em grão) 115 129 1,12 890 Caqui 1 14 14,00 17 Figo 2 10 5,00 30 Goiaba 2 15 7,50 28 Laranja 15 180 12,00 99 Limão 6 90 15,00 76 Maçã 3 40 13,33 41 Mamão 1 14 14,00 18 Manga 15 170 11,33 168 Maracujá 3 45 15,00 85 Pêssego 1 12 12,00 13 Fonte: IBGE Produto Quadro 44: Lavoura Temporária. Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (t|ha) Valor (x R$1.000,00) Abacaxi 1 26 (mil frutos) 26 (mil frutos/ha) 19 Alho 3 12 4,00 50 Amendoim (em casca) 15 33 2,20 66 Arroz (em casca) 50 191 3,82 96 Batata doce 8 250 31,25 232 Cana-de-açúcar 50 3.000 60,00 156 Ervilha (em grão) 2 4 2,00 23 Feijão (em grão) 350 469 2,59 512 Fumo (em folha) 78 180 2,31 864 Mandioca 450 11.250 25,00 2.640 Melancia 30 900 30,00 405 Melão 5 70 14,00 102 Milho (em grão) 18 74.752 14,94 28.016 Soja (em grão) 31,1 107.570 3,46 77.020 Tomate 2 75 37,50 91 Trigo (em grão) 3,5 6.941 1,98 2.842 Fonte: IBGE 78 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Conforme Quadro 45, na pecuária destaca-se a criação de aves, bovinos e suínos, considerada fonte expressiva de renda do município. Produto Quadro 45: Dados da Pecuária. Unidade Total Bovinos Cabeças 13.195 Equinos Cabeças 92 Bubalinos Cabeças 7 Asininos Cabeças - Muares Cabeças - Suínos Cabeças 30.153 Caprinos Cabeças 430 Ovinos Cabeças 1.100 Galinhas/Frangos Cabeças 3.940.115 Codornas Cabeças 1.850 Coelhos Cabeças - Vacas Ordenhadas Cabeças 1.750 Ovinos Tosquiados Cabeças 450 Leite de vaca Mil Litros 4.346 Ovos de Galinha Mil Dúzias 4.477 Ovos de Codorna Mil Dúzias 23 Mel de Abelha Kg 8.800 Casulos do Bicho-da-Seda Kg 1.200 Lã Kg 930 Fonte: IBGE 5.4. PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB O Produto Interno Bruto per capita indica o nível médio de renda da população em um país ou território, e sua variação é uma medida do ritmo do crescimento econômico daquela região. É definido pela razão entre o Produto Interno Bruto - PIB e a população residente. O crescimento da produção de bens e serviços é uma informação básica do comportamento de uma economia. O PIB per capita, por sua definição, resulta num 79 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ sinalizador do estágio de desenvolvimento econômico de uma região. A análise da sua variação ao longo do tempo faz revelações do desempenho daquela economia. Habitualmente, o PIB per capita é utilizado como indicador-síntese do nível de desenvolvimento de uma localidade, ainda que insuficiente para expressar, por si só, o grau de bem-estar da população, especialmente em circunstâncias nas quais esteja ocorrendo forte desigualdade na distribuição da renda. No Quadro 46 é apresentado o valor do PIB do município e do Estado do Paraná. Quadro 46: Produto Interno Bruto – PIB. PIB (R$) x (1.000) PIB Per Capita (R$) Ano Nova Aurora Paraná Representatividade 2008 2009 2010 2008 2009 2010 189.300 189.901 205.947 15.998 16.320 17.349 15.711 16.927 17.779 161.581.846 179.263.190 189.991.954 0,117% 0,106% 0,108% Ressalta-se a representatividade de 0,108% do PIB de Nova Aurora referente ao PIB Estadual. Nova Aurora ocupa a 122ª posição entre os municípios paranaense com R$ 205.947,00 e o seu PIB per capita, o PIB dividido entre todos os habitantes é de R$ 17.349,00, sendo o 84º do Estado. 5.5. FINANÇAS PÚBLICAS No Quadro 47 serão apresentadas as receitas e despesa públicas do Município de Nova Aurora, relativas ao ano de 2009. 80 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 47: Finanças Públicas do Município de Nova Aurora. Receitas Orçamentárias Realizadas 16.800.054,11 Receitas orçamentárias realizadas - Correntes 18.243.834,13 Receitas orçamentárias realizadas - Tributárias 873.319,75 Receitas orçamentárias realizadas - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial - IPTU 269.324,86 Receitas orçamentárias realizadas - Imposto Sobre Serviços - ISS 215.884,09 Receitas orçamentárias realizadas - Imposto sobre Transmissão-Intervivos - ITBI 150.596,74 Receitas orçamentárias realizadas - Taxas 164.780,41 Receitas orçamentárias realizadas - Contribuição 271.872,44 Receitas orçamentárias realizadas - Patrimonial 96.377,12 Receitas orçamentárias realizadas - Transferências Correntes 16.721.744,61 Receitas orçamentárias realizadas - Transferência Intergorvenamental da União 7.513.320,15 Transferência Intergorvenamental do Estado 7.034.838,10 Receitas orçamentárias realizadas - Dívida Ativa 203.611,22 Receitas orçamentárias realizadas - Outras Receitas Correntes 245.826,06 Receitas orçamentárias realizadas - Capital 1.115.800,00 Receitas orçamentárias realizadas - Transferência de Capital 614.650,00 Despesas Orçamentárias Empenhadas 16.524.409,06 Despesas orçamentárias empenhadas - Correntes 13.537.093,90 Despesas orçamentárias empenhadas - Outras Despesas Correntes 6.275.181,33 Despesas orçamentárias empenhadas - Capital 2.987.315,16 Despesas orçamentárias empenhadas - Investimentos 2.228.729,71 Despesas orçamentárias empenhadas - Pessoal e Encargos Sociais 7.051.802,19 Despesas orçamentárias empenhadas - Obras e Instalações 2.222.769,71 Valor do Fundo de Participação dos Municípios - FPM 5.683.464,97 Valor do Imposto Territorial Rural - ITR 39.101,91 Valor do Imposto sobre Operações Financeiras - IOF - OURO - repassado aos Municípios 0,00 Fonte: IBGE 81 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 5.6. PORCENTAGEM DE RENDA APROPRIADA POR EXTRATO DA POPULAÇÃO O Quadro 48 mostra a porcentagem de renda apropriada por extrato da população para o município de Nova Aurora. Quadro 48: Porcentagem de Renda Apropriada por Extrato da População. pelos 10% pelos 20% pelos 20% pelos 40% pelos 80% Percentual pelos 60% mais ricos mais mais ricos mais mais da renda mais pobres da pobres da da pobres da pobres da apropriada da população população população população população população 5.7. 1991 41,06 4,19 56,08 12,09 24,06 43,92 2000 52,61 2,96 65,50 9,53 19,52 34,50 ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA COMUNIDADE As atividades culturais desenvolvidas no Município de Nova Aurora podem ser encontradas no calendário de eventos do município. As festas mais populares ocorrem no mês de setembro, aniversário da cidade, a festa da colheita, realizada anualmente no mês de março e os festejos em homenagem a São Roque, comemorados no dia 16 de agosto. Quanto à presença de equipamentos culturais no município, verifica-se a importância da Casa da Cultura, sede da Biblioteca Pública. Uma das políticas públicas é a existência do coral e da fanfarra. 82 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 6. CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA 6.1. INDICADORES AMBIENTAIS Os indicadores podem ser definidos como índices estatísticos que refletem uma determinada situação num dado momento, sua abrangência depende da finalidade para qual se deseja executar a medição / diagnóstico. Os indicadores são estabelecidos com o objetivo de sinalizar o estado, ou seja, como se encontra um aspecto ou a condição de uma variável, comparando as diferenças observadas no tempo e no espaço. Podem ser empregados para avaliar políticas públicas, ou para comunicar ideias entre gestores e o público em geral, de forma direta e simples. Em síntese, os indicadores são abstrações simplificadas de modelos e contribuem para a percepção dos progressos alcançados visando despertar a consciência da população. Os indicadores ambientais procuram denotar o estado do meio ambiente e as tensões nele instaladas, bem como a distância em que este se encontra de uma condição de desenvolvimento sustentável. Como indicadores ambientais voltados para os recursos hídricos são utilizados os índices de qualidade das águas. Destacam-se os parâmetros de teor de oxigênio dissolvido, demanda biológica de oxigênio, teor de nitrogênio e de fósforo, além dos diferentes índices de qualidade de água, estabelecidos de acordo com os interesses dos seus proponentes. Como indicadores ambientais, também devem ser apontados os graus de cobertura de serviços de abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto e coleta e tratamento dos resíduos sólidos, podendo ser interpretado como as condições de saneamento existentes. 83 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 6.1.1. Cobertura do Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário Este indicador é composto pela parcela da população com acesso adequado ao abastecimento de água e correta destinação e tratamento de esgoto sanitário. Por se tratar do objeto de Diagnóstico dos Sistemas de Água e Esgotamento Sanitário, este item será trabalhado de forma detalhada posteriormente no presente Plano Municipal de Saneamento Básico. 6.1.2. Cobertura da Coleta e Tratamento dos Resíduos Sólidos Domiciliares Informações sobre a quantidade de resíduos sólidos domiciliares produzida e a quantidade coletada são de extrema relevância, fornecendo um indicador que pode ser associado tanto à saúde da população quanto à proteção do ambiente, pois resíduos não coletados ou dispostos em locais inadequados acarretam a proliferação de vetores de doenças e, ainda, podem contaminar, o solo e corpos d’água. O índice de coleta de resíduos expressa a parcela da população atendida pelos serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares em um determinado território. Considera-se um destino adequado dos resíduos sólidos domiciliares a sua disposição final em aterros sanitários; sua destinação a estações de triagem, reciclagem e compostagem; e sua incineração através de equipamentos e procedimentos próprios para este fim. Por destino final inadequado compreende-se seu lançamento, em bruto, em vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas alagadas, locais não fixos e outros destinos, como a queima a céu aberto sem nenhum tipo de equipamento. A disposição dos resíduos em aterros controlados também é considerada inadequada, principalmente pelo potencial poluidor representado pelo chorume que não é controlado neste tipo de destino. 84 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Por se tratar do objeto de Diagnóstico do Sistema de Manejo dos Resíduos Sólidos, este item será trabalhado de forma detalhada posteriormente no presente Plano Municipal de Saneamento Básico. 6.1.3. Cobertura do Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas Este índice demonstra a parcela da população que é atendida por sistemas de manejo e drenagem das águas pluviais urbanas. Por se tratar do objeto de Diagnóstico dos Sistemas de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas, este item será trabalhado de forma detalhada posteriormente no presente Plano Municipal de Saneamento Básico. 6.2. INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Os indicadores epidemiológicos são importantes para representar os efeitos das ações de saneamento - ou da sua insuficiência - na saúde humana e constituem, portanto, ferramentas fundamentais para a vigilância ambiental em saúde e para orientar programas e planos de alocação de recursos em saneamento ambiental. A seguir serão apresentados os principais indicadores epidemiológicos de interesse no presente trabalho. 6.2.1. Mortalidade A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é o dado demográfico do número de óbitos para cada mil habitantes, em uma dada região em um período de um ano. A taxa de mortalidade pode ser tida como um forte indicador social, já que, quanto piores as condições de vida, maior a taxa de mortalidade e menor a esperança de vida. No entanto, pode ser fortemente afetada pela longevidade da população, perdendo a sensibilidade para acompanhamento demográfico. A taxa de mortalidade infantil indica o risco de morte infantil através da frequência de óbitos de menores de um ano de idade na população de nascidos vivos. Este 85 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ indicador utiliza informações sobre o número de óbitos de crianças menores de um ano de idade, em um determinado ano, e o conjunto de nascidos vivos, relativos ao mesmo ano civil. Pode-se relacionar a taxa de mortalidade infantil com a renda familiar, ao tamanho da família, a educação das mães, a nutrição e a disponibilidade de saneamento básico. Este indicador também contribui para uma avaliação da disponibilidade e acesso aos serviços e recursos relacionados à saúde, especialmente ao pré-natal e seu acompanhamento. O Quadro 49 apresenta os dados relativos ao total de óbitos indiferentemente de sua faixa etária e o total de óbitos infantis no municipio de Nova Aurora. Ressalta-se que a taxa de mortalidade infantil é um indice bastante significativo pois têm forte correlação com as condições de vida em geral. Quadro 49: Total de Óbitos no Município de Nova Aurora. Outros Indicadores de Mortalidade 2002 2003 Total de óbitos 69 72 Nº de óbitos por 1.000 habitantes 5,2 5,5 % óbitos por causas mal definidas 4,3 8,3 Total de óbitos infantis 1 2 Nº de óbitos infantis por causas mal definidas % de óbitos infantis no total de óbitos * 1,4 2,8 % de óbitos infantis por causas mal definidas Mortalidade infantil por 1.000 nascidos-vivos ** 5,2 12,6 * Coeficiente de mortalidade infantil proporcional **considerando apenas os óbitos e nascimentos coletados pelo SIM/SINASC Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009. Nota: Dados de 2008 são preliminares. 2004 72 5,6 8,3 1 1,4 5,3 2005 74 5,9 2,7 1 1,4 6,4 2006 86 7,0 3,5 - 2007 78 6,5 2,6 4 5,1 28,6 2008 81 6,8 1,2 1 1,2 6,8 Fonte: DATASUS Apresentam-se na Figura 12 percentuais do município de Nova Aurora referentes a causas de óbitos, sendo que nas fontes de pesquisa consultadas (Caderno de Informações de Saúde / DATASUS) não foi possível identificar a mortalidade com relação as doenças de veiculação hídrica. 86 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 12: Causas de óbitos Mortalidade Proporcional (todas as idades) 2,5% 15,0% 23,8% 6,3% 1,3% 20,0% 31,3% I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias II. Neoplasias (tumores) IX. Doenças do aparelho circulatório X. Doenças do aparelho respiratório XVI. Algumas afec originadas no período perinatal XX. Causas externas de morbidade e mortalidade Demais causas definidas Fonte: DATASUS 6.2.2. Cobertura Vacinal O município de Nova Aurora apresenta uma cobertura vacinal para menores de um ano de idade e por tipo imunobiológico, que pode ser visualizada no Quadro 50. 87 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 50: Cobertura Vacinal por Tipo Imunobiológico. Cobertura Vacinal (%) por Tipo de Imunobiológico Menores de 1 ano Imunobiológicos 2000 2001 2002 2003 2004 BCG (BCG) 101,3 101,5 92,7 83,7 81,0 Contra Febre Amarela (FA) 0,5 Contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) 111,2 116,0 50,3 Contra Hepatite B (HB) 86,3 116,0 119,9 112,6 95,2 Contra Influenza (Campanha) (INF) 75,6 78,9 91,4 90,2 96,7 Contra Sarampo 91,9 124,3 110,0 2,5 Dupla Viral (SR) Oral Contra Poliomielite (VOP) 100,4 116,0 118,3 107,6 90,5 Oral Contra Poliomielite (Campanha 1ª etapa) (VOP) 104,9 115,6 99,4 97,2 97,5 Oral Contra Poliomielite (Campanha 2ª etapa) (VOP) 108,9 114,4 97,7 95,9 99,1 Oral de Rotavírus Humano (RR) Tetravalente (DTP/Hib) (TETRA) 65,5 106,9 90,5 Tríplice Bacteriana (DTP) 100,4 118,9 50,3 0,6 Tríplice Viral (SCR) 85,0 94,0 110,7 97,4 110,7 Tríplice Viral (campanha) (SCR) 101,9 Totais das vacinas contra tuberculose Totais das vacinas contra hepatite B Totais das vacinas contra poliomielite Totais das vacinas Tetra + Penta + Hexavanlente Totais das vacinas contra sarampo e rubéola Totais das vacinas contra difteria e tétano Fonte: SI/PNI. Situação da base de dados nacional em 25/03/2010. 2005 87,3 112,1 99,8 120,4 92,6 93,0 120,4 95,2 - 2006 87,8 48,3 0,7 115,7 102,9 117,7 93,6 94,2 75,5 117,7 103,2 87,8 115,7 117,7 117,7 103,2 117,7 2007 85,0 109,3 112,1 82,1 112,1 107,7 111,0 100,0 112,1 109,5 85,0 112,1 112,1 112,1 109,5 112,1 2008 98,0 106,2 119,2 76,5 118,5 106,9 109,8 113,0 118,5 103,6 98,0 119,2 118,5 118,5 103,6 118,5 2009 94,5 103,4 116,4 85,2 115,8 108,6 108,4 95,9 115,8 100,7 94,5 116,4 115,8 115,8 100,7 115,8 Fonte: DATASUS 88 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 6.2.3. Morbidade Em epidemiologia, quando se fala em morbidade, pensa-se nos indivíduos de um determinado território (país, estado, município, distrito municipal, bairro) que adoeceram num dado intervalo do tempo neste território e/ou que passaram por internações. O Quadro 51 apresenta os resultados para o município de Nova Aurora. A categoria de classificação de destaque nesta ocasião são as internações por doenças infecciosas parasitárias, pois muitas doenças parasitárias são decorrentes da falta de saneamento básico. 89 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 51: Distribuição Percentual das Internações por Grupo e Faixa Etária. Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 (por local de residência) 2009 Capítulo CID Menor 1 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 1,0 4,4 2,5 2,5 3,0 II. Neoplasias (tumores) 1,0 6,0 7,5 13,1 III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 0,6 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 2,3 0,6 0,7 V. Transtornos mentais e comportamentais 2,7 VI. Doenças do sistema nervoso 0,8 0,3 VII. Doenças do olho e anexos 0,4 0,7 VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide IX. Doenças do aparelho circulatório 2,2 6,4 12,1 X. Doenças do aparelho respiratório 77,3 87,3 71,1 70,0 34,0 34,6 51,5 XI. Doenças do aparelho digestivo 2,3 3,9 15,6 7,5 8,0 12,0 6,9 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 2,0 2,2 1,0 1,0 XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 5,0 2,0 4,4 2,6 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1,0 2,0 7,3 3,3 XV. Gravidez parto e puerpério 2,5 24,0 7,5 XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 11,4 XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 4,5 1,0 2,2 XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 2,3 2,0 1,2 1,0 XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 2,9 2,2 10,0 16,0 8,7 3,6 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade XXI. Contatos com serviços de saúde 2,5 6,0 1,7 0,3 CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: SIH/SUS. Situação da base de dados nacional em 03/05/2010. 65 e mais 1,7 4,8 0,7 0,7 0,3 0,3 13,7 67,8 3,1 1,0 0,7 1,4 0,3 2,7 0,7 100,0 60 e mais 2,0 6,7 0,5 0,5 0,2 0,2 13,1 65,3 2,5 1,0 1,5 1,7 0,7 3,4 0,7 100,0 Total 2,2 6,9 0,4 0,6 1,0 0,4 0,4 8,0 53,1 7,9 1,0 2,5 3,8 3,6 0,4 0,3 0,9 5,7 1,1 100,0 Fonte: DATASUS 90 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ B – ESTUDO POPULACIONAL 1. PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA 1.1. ANÁLISE DOS DADOS-BASE Para obtenção dos dados-base populacionais do município de Nova Aurora / PR, foi consultado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, os valores obtidos estão apresentados no Quadro 52 e uma representação gráfica na Figura 13. Quadro 52: População Segundo IBGE. Taxa Pop. Taxa Crescimento Rural Crescimento Anual (%) (hab) Anual (%) Pop. Total (hab) Taxa de Crescimento Anual (%) - 18.391 - 7.127 -3,725 15.494 -1,432 0,922 4.580 -3,971 13.641 -1,329 8.726 -0,528 3.027 -4,844 11.753 -1,977 9.040 1,199 2.826 -2,213 11.866 0,320 Ano Pop. Urbana (hab) 1980 6316 - 12075 1991 8.367 2,952 2000 9.061 2007 2010 Média Anual 0,423 -3,176 -1,232 Figura 13: População Segundo IBGE. População Segundo o IBGE Município de Nova Aurora - PR 20000 18.391 Número de Habitantes 18000 15.494 16000 14000 13.641 12.075 9.061 10000 8000 11.866 11.753 12000 6.316 8.726 8.367 9.040 Pop. Rural 7.127 6000 Pop. Urbana 4.580 Pop. Total 3.027 4000 2.826 2000 0 1980 1991 2000 2007 2010 Ano 91 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Analisando os dados apresentados no Quadro 52, tem-se que para o ano de 2010 a população urbana de Nova Aurora era de 9.040 habitantes e a população do meio rural era de apenas 2.826 habitantes, portanto a maior parte da população reside em área urbana correspondendo ao percentual de 76,2% contra 23,8% residente em área rural. Entre os censos de 2000 e 2010 houve a contagem de 2007 em que a população de Nova Aurora foi estimada pelo IBGE em 11.753. Com relação à população rural entre 2000 e 2007, constatou-se uma taxa de decrescimento de 4,844% ao ano, passando de 4.580 para 3.027 habitantes. No censo de 2010 também foi apontado que a população rural reduziu-se a um valor menor que o apontado na contagem de 2007, 2.826 habitantes. O censo de 1991 apontou uma população rural menor que a população urbana no município. Esse quadro não sofreu alterações, neste aspecto, já que no censo de 2000 observa-se uma população em meio urbano sendo quase o dobro da população no em área rural. Esta diferença entre as populações do meio urbano e do meio rural se intensificaram nos anos seguintes. E nos faz crer que se deve aos investimentos que o município vem recebendo ao longo dos anos devido ao processo de urbanização. 1.1.1. Pirâmide Etária Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pirâmide etária é definida como a representação gráfica da distribuição de uma população, segundo idade e sexo. A forma geral da pirâmide indica a tendência demográfica do país, estado ou cidade e permite compará-la no tempo e no espaço. É uma forma gráfica de avaliar uma determinada população e o seu nível desenvolvimento. A análise de uma pirâmide etária e seus indicadores ajuda a definir a situação socioeconômica em que determinada localidade insere-se. Os indicadores analisados serão discutidos a seguir: 92 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Razão de Masculinidade (RM) É o quociente entre os efetivos populacionais do sexo feminino e os do sexo masculino: Onde: H = número de homens e M = número de mulheres. Índice de Envelhecimento (IE) É o quociente entre a população idosa e a população jovem: Razão de Dependência (RD) É a relação entre a população jovem e idosa, e a população em idade ativa. Pode ser dividida em Razão de Dependência Total (RDT), Razão de Dependência Idosa (RDI) e Razão de Dependência Juvenil (RDJ): O Quadro 53 mostra os dados da população por faixa etária, a partir destes dados obteve-se o valor dos indicadores citados e a pirâmide etária para Nova Aurora (Figura 14). 93 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 53: Dados Populacionais por Faixa Etária, Nova Aurora (2010). QUANTIDADE PORCENTAGEM Faixa Etária Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 0a4 317 365 682 5,44% 6,05% 5,75% 5a9 409 398 807 7,02% 6,59% 6,80% 10 a 14 484 447 931 8,30% 7,40% 7,85% 15 a 19 526 551 1.077 9,03% 9,13% 9,08% 20 a 24 442 446 888 7,58% 7,39% 7,48% 25 a 29 432 397 829 7,41% 6,58% 6,99% 30 a 34 420 445 865 7,21% 7,37% 7,29% 35 a 39 423 477 900 7,26% 7,90% 7,58% 40 a 44 463 493 956 7,94% 8,16% 8,06% 45 a 49 431 407 838 7,40% 6,74% 7,06% 50 a 54 341 381 722 5,85% 6,31% 6,08% 55 a 59 315 350 665 5,40% 5,80% 5,60% 60 a 64 251 279 530 4,31% 4,62% 4,47% 65 a 69 195 223 418 3,35% 3,69% 3,52% 70 a 74 181 164 345 3,11% 2,72% 2,91% 75 a 79 113 125 238 1,94% 2,07% 2,01% 80 a 84 56 59 115 0,96% 0,98% 0,97% 85 a 89 22 23 45 0,38% 0,38% 0,38% 90 a 94 5 6 11 0,09% 0,10% 0,09% 95 a 99 1 - 1 0,02% >100 1 2 3 0,02% 0,03% 0,03% Total 5.828 6.038 11.866 100,00% 100,00% 100,00% Razão de Masculinidade (RM) = 96,52% Índice de Envelhecimento (IE) = 48,60% Razão de Dependência Total (RDT) = 43,48% Razão de Dependência Idosa (RDI) = 14,22% Razão de Dependência Juvenil (RDJ) = 29,26% 0,01% 94 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 14: Pirâmide Etária, Nova Aurora (2010). Homens >100 Mulheres 90-94 80-84 70-74 60-64 50-54 40-44 30-34 20-24 10-14 0-4 15 10 5 0 5 10 15 Porcentagem Populacional (%) A pirâmide etária do município de Nova Aurora apresenta sua base achatada e apresenta crescimento até os 19 anos, onde a partir desta idade a população vai gradativamente encolhendo. Este cenário é característico de locais com bom nível de desenvolvimento onde o fenômeno de transição demográfica já está ocorrendo. A razão de masculinidade é de 96,52%, ou seja, existem aproximadamente 96 homens para cada 100 mulheres. Portanto o número de homens é menor que o número de mulheres. No entanto, para algumas faixas etárias (5 aos 14, 20 aos 24 e 35 aos 39 anos) o número de homens é maior. A razão de dependência é igual a 43,48%, indicando que a população potencialmente ativa é maior em relação à população potencialmente inativa, ou seja, é maior o número de pessoas não dependentes economicamente. A razão de dependência juvenil (29,26%) é maior do que a razão de dependência idosa (14,22%), apontando que a maior parte dos dependentes apresenta faixa etária de 0 a 14 anos. O índice de envelhecimento é igual a 48,60%, o que significa que existem aproximadamente 48 idosos para cada grupo de 100 pessoas com até 15 anos, 95 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ número condizente com a característica de Nova Aurora ser um local considerado com bom nível de desenvolvimento. 1.2. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE NOVA AURORA O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB terá um horizonte de planejamento de 20 anos, tendo como Ano 1 de planejamento o ano de 2014 e considerando a população urbana e rural do município de Nova Aurora - PR. Para obter a evolução populacional foram utilizados seis processos estatísticos: a) Processo Aritmético; b) Processo Geométrico; c) Regressão Parabólica; d) Taxa Média (TM) Anual Fixada; e) Função Previsão; f) Função Crescimento. Com as informações geradas a partir dos seis métodos citados, serão analisados os resultados obtidos, definindo assim o método mais apropriado e consequentemente a evolução da população ano a ano, até o final de plano. 1.2.1. Processo Aritmético Neste processo são realizadas interpolações entre todos os anos, gerando várias retas com os dados populacionais ao longo do tempo, conforme o Quadro 54. Fórmulas utilizadas: r = (P1 – P0) / (t1 – t0) P = P0 + r . (ti – t0), Onde: r = razão (hab/ano) 96 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ P = População futura (hab) / Pi = população no ano 1 / P0 = população no ano 0 ti = ano 1 / t0 = ano 0 Quadro 54: Composição das Retas. P0 t1 Reta t0 P1 r Ari 1 1991 8367 2000 9061 77 Ari 2 1991 8367 2007 8726 22 Ari 3 Ari 4 1991 8367 2010 9040 35 Ari 5 2000 9061 2007 8726 -48 2000 9061 2010 9040 -2 Ari 6 2007 8726 2010 9040 105 Como exemplo, será realizado a obtenção de um valor de população para o ano de 2014, através da reta ARI 1, apenas para demonstrar a sistemática de funcionamento do método: P = P0 + r * (ti – t0) P (2014) = 8.367 + 77 * (2014-1991) P (2014) = 10.138 Assim, realiza-se este procedimento através de uma planilha eletrônica para todos os anos e com todas as retas, obtendo a população corresponde a cada ano. Os dados do Quadro 54 geraram o gráfico apresentado na Figura 15 com as retas a serem analisadas. 97 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 15: Retas do Processo Aritmético da Projeção da População Urbana. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Método Aritmético 15.000 14.000 Número de Habitantes 13.000 12.000 ARI 6 11.000 IBGE 10.000 ARI 5 ARI 4 9.000 ARI 3 ARI 2 8.000 ARI 1 7.000 6.000 5.000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 98 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O município de Nova Aurora conforme os dados históricos obtidos no IBGE, obteve um crescimento de 0,92% a.a. ao longo da década de 90 em sua população urbana, e para a década seguinte houve um leve decrescimento (0,02% a.a.). Entende-se que a evolução populacional do município ao longo dos próximos anos, se dará de forma similar ao cenário da ultima década (anos 2000), Assim, não foram consideradas projeções otimistas de crescimento populacional, descartando também as mais pessimistas pelo fato de poderem resultar em sistemas subdimensionados no período de planejamento e não serem condizentes com a realidade do município. Optou-se por adotar a reta ARI 3 por se tratar de uma tendência de crescimento do município referente a última década e estar compatível com o crescimento do município ao longo dos próximos 20 anos analisados. A evolução populacional urbana projetada pelo método aritmético – ARI 3 está apresentada no Quadro 55. Quadro 55: Valores por ano da Reta Ari 3 da População Urbana do Processo Aritmético. Ano 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 1.2.2. 9.040 9.182 9.323 9.465 9.607 9.748 9.855 Processo Geométrico Esse método considera para iguais períodos de tempo a mesma porcentagem de aumento da população, admitindo que o município cresça conforme uma progressão geométrica, e as interações são feitas tendo como base os dados censitários. Conhecendo-se dois dados de população, P0 e P1, correspondentes respectivamente aos anos t0 e t1, pode-se calcular o crescimento geométrico, no período conhecido (q). As expressões gerais do método geométrico será dada pelas seguintes equações: q = ln (P1) - ln (P0) / (t1 – t0) P = P0 * e q (t – t0) 99 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 56: Tabela dados de Entrada. P0 t1 Reta t0 P1 q GEO 1 1991 8367 2010 9040 GEO 2 2000 0,0041 9061 2010 9040 GEO 3 2007 -0,0002 8726 2010 9040 0,0118 Como exemplo, será realizado a obtenção de um valor de população para o ano de 2014, através da reta GEO 1, apenas para demonstrar a sistemática de funcionamento do método: P1 = P0*e q * (t1 – t0) P (2014) = 8.367 * e(0,0041*(2014-1991)) P (2014) = 9.188 As curvas elaboradas a partir da projeção geométrica podem ser melhor analisadas para a escolha da melhor reta na Figura 16. 100 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 16: Curvas Obtidas na Projeção pelo Método Geométrico. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Método Geométrico 15.000 14.000 Número de Habitantes 13.000 12.000 11.000 GEO 3 10.000 IBGE 9.000 GEO 2 GEO 1 8.000 7.000 6.000 5.000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 101 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A melhor reta adotada por esta consultoria foi a GEO 1 por estar mais próxima da realidade do município de Nova Aurora. A evolução populacional urbana projetada pelo método geométrico está apresentada no Quadro 57. Quadro 57: Valores da População Urbana pelo Processo Geométrico – GEO 1. Ano 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 1.2.3. 9.040 9.188 9.339 9.493 9.649 9.807 9.928 Processo da Regressão Parabólica É a relação entre as variáveis disponíveis até o valor mais atual. Possui um modelo matemático onde através de uma matriz se obtém a equação de segundo grau da parábola. Nesta equação a variável anual é denominada X e a variável populacional denominada Y. Para achar o valor da população de determinado ano, substitui-se na variável X a diferença entre o ano mais presente e o ano a ser obtido o resultado. Com a posse das variáveis anuais (X) e populacionais (Y) obtém-se o Quadro 58 que formará a matriz definidora dos valores de A, B e C da seguinte equação parabólica: Y = A + BX + CX² Quadro 58: Montagem do Sistema para Calcular a Equação que Irá Definir a Parábola da Estimativa Populacional Urbana. Ano População Urbana X Y X X X X.Y X .Y 1991 8.367 -19 8.367 361 -6859 130321 -158973 3020487 2000 9.061 -10 9.061 100 -1000 10000 -90610 906100 2007 8.726 -3 8.726 9 -27 81 -26178 78534 2010 9.040 0 9.040 0 0 0 0 0 Somatório -32 35194 470 -7886 140402 -275761 4005121 2 3 4 2 102 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Dos dados obtém-se o seguinte sistema: 4a - 32b + 470c = 35.194 - 32a + 470b - 7.886c = - 275.761 470a -7.886b + 140.402c = 4.005.121 O resultado do sistema acima gera a seguinte equação: Y = 8.894,02 + (-36,41).X + (-3,29).X2 Substituindo os valores de x pela diferença entre o ano base (2010) e o ano que se busca obter o valor da população têm-se o Quadro 59. Quadro 59: Valores da População Urbana Utilizando o Método da Regressão Parabólica. Ano 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 9.040 8.696 8.392 7.983 7.469 6.849 6.315 Pode-se visualizar a evolução populacional com o método da regressão parabólica na Figura 17. 103 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 17: Projeção da População Urbana pelo Método da Regressão Parabólica. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Método da Regressão Parabólica Número de Habitantes 15.000 14.000 13.000 12.000 11.000 10.000 População 9.000 IBGE 8.000 7.000 6.000 5.000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 104 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.2.4. Taxa Média (TM) Anual Neste item é utilizada a taxa média de crescimento anual da população urbana fixada em 0,004% a.a. (Figura 18) correspondente ao crescimento médio obtido nos censos entre os anos de 1991 e 2010, que será aplicada ao longo dos 20 anos estipulados para o Plano. No Quadro 60 pode-se observar a população estimada com a aplicação da taxa a partir do ano de 2010, sendo a curva do crescimento populacional apresentada na Figura 18. Ano Quadro 60: Valores Correspondentes a Aplicação da Taxa Média (TM) Anual. 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 9.040 9.194 9.351 9.510 9.672 9.837 9.962 105 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 18: Curva da Projeção Populacional pelo Método da Taxa de Crescimento Anual. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Método da Taxa Média Anual Número de Habitantes 12.000 11.500 11.000 10.500 10.000 9.500 9.000 8.500 População 8.000 IBGE 7.500 7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 106 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.2.5. Função Previsão A Função Previsão do Software Excel, é uma função que calcula, ou prevê, um valor futuro usando valores existentes. No caso de um estudo populacional, o valor previsto é o valor do número de habitantes para um determinado ano. Com a base de dados populacional do IBGE mostrada anteriormente, consegue-se então, obter através desta função, o número de habitantes para os anos futuros do município. Aplicando a Função Previsão para o município de Nova Aurora obtém-se a seguinte evolução populacional urbana, como mostram o Quadro 61 e a Figura 19. Ano Quadro 61: Valores da População Urbana Utilizando a Função Previsão. 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 9.040 9.123 9.231 9.340 9.448 9.556 9.637 107 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 19: Curva da Projeção Populacional pelo Método da Função Previsão. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Função Previsão Número de Habitantes 10000 9800 9600 9400 9200 9000 População 8800 IBGE 8600 8400 8200 8000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 108 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.2.6. Função Crescimento A Função Crescimento do Software Excel, calcula o crescimento exponencial previsto usando dados existentes. Se utilizada para um estudo populacional, a função calcula o crescimento da população através de uma base de dados dos censos populacionais. Utilizando a base de dados do IBGE, mostrada anteriormente, consegue-se obter através desta função a evolução populacional em um período de estudo estipulado. Aplicando a Função Crescimento para o município de Nova Aurora obtém-se a seguinte evolução populacional urbana, mostrada no Quadro 62 e na Figura 20. Quadro 62: Valores da População Urbana Utilizando a Função Crescimento. Ano 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 9.040 9.130 9.245 9.362 9.480 9.599 9.690 109 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 20: Curva da Projeção Populacional pelo Método da Função Crescimento. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Função Crescimento 35.000 32.500 Número de Habitantes 30.000 27.500 25.000 22.500 20.000 Pop. Urbana 17.500 IBGE 15.000 12.500 10.000 7.500 5.000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 110 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.2.7. Definição da Projeção Populacional Urbana Para obter a população residente final para o Plano serão analisados as melhores alternativas para cada um dos seis métodos analisados, estando os resultados resumidos dos métodos analisados anteriormente no Quadro 63 e Figura 21. Quadro 63: Estimativa da População Futura Urbana dos Métodos Analisados. MÉTODO/ANO 2014 2018 2022 2026 2030 2033 ARITIMÉTICO 9.182 9.323 9.465 9.607 9.748 9.855 GEOMÉTRICO 9.188 9.339 9.493 9.649 9.807 9.928 REG. PARABÓLICA 8.696 8.392 7.983 7.469 6.849 6.315 CRESC. ANUAL 9.194 9.351 9.510 9.672 9.837 9.962 PREVISÃO 9.123 9.231 9.340 9.448 9.556 9.637 CRESCIMENTO 9.130 9.245 9.362 9.480 9.599 9.690 111 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 21: Projeções da População Residente Urbana Pelos Métodos Analisados. Projeção da População Urbana de Nova Aurora Métodos Analisados 11.000 10.500 Número de Habitantes 10.000 9.500 IBGE 9.000 ARITIMÉTICO 8.500 GEOMÉTRICO REG. PARABÓLICA 8.000 CRESC. ANUAL PREVISÃO 7.500 CRESCIMENTO 7.000 6.500 6.000 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024 2027 2030 2033 Ano 112 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ As linhas de tendência obtidas, a partir dos dados do IBGE, apresentam três tendências: Uma natural, onde o crescimento ocorrerá de forma relativamente linear, e neste caso muito próximo ao crescimento apontado na projeção aritmética, geométrica e método previsão. Uma otimista, onde o crescimento populacional ocorrerá em uma velocidade superior ao ocorrido nos 20 anos analisados para a projeção. E ainda uma pessimista, onde o município reduziria o número de habitantes em sua área urbana. Conforme consulta a setores da administração municipal, o município não possui no presente momento nenhum grande empreendimento (campus universitário, indústria de grande porte e etc) a ser instalado ou qualquer tipo de atrativo populacional nos próximos anos que resulte no aumento da imigração, no entanto ressalta-se a industrialização recente que o município vem apresentando. Contudo, não há motivos para considerar um aumento populacional acima do comum tão pouco redução populacional. Pelo exposto propõe-se que seja adotado os resultados anuais gerados pelo processo aritmético, os mesmos estão apresentados no Quadro 64. 113 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 64: Valores por Ano da População Urbana pelo método do Processo Aritmético. ANO POPULAÇÃO URBANA ANO POPULAÇÃO URBANA 2010 9.040 2022 9465 2011 9075 2023 9500 2012 9111 2024 9536 2013 9146 2025 9571 2014 9182 2026 9607 2015 9217 2027 9642 2016 9253 2028 9678 2017 9288 2029 9713 2018 9323 2030 9748 2019 9359 2031 9784 2020 9394 2032 9819 2021 9430 2033 9855 A exigência da Lei 11.445/07, de se efetuar revisões do Plano a cada 4 anos, exigirá uma avaliação periódica das projeções efetuadas e se estas estão apontando populações dentro do previsto nesse estudo; recomenda-se que as datas das revisões, sempre que possível, sejam efetuadas quando ocorrerem censos e contagens do IBGE. 114 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.3. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL DO MUNICÍPIO DE NOVA AURORA Para a estimativa da população rural do município de Nova Aurora, foram utilizados os mesmos métodos estatísticos aplicados na elaboração da projeção urbana, sendo estes a seguir: a) Aritmético; b) Processo Geométrico; c) Regressão Parabólica; d) Taxa Média (TM) Anual fixada; e) Função Previsão; f) Função Crescimento. O processo metodológico aplicado para a obtenção da população rural utilizado foi o mesmo desenvolvido anteriormente, ou seja, considerou-se o horizonte do Plano como 20 anos sendo iniciado no Ano de 2014 (Ano 1) até Ano de 2033 (Ano 20). Vale ressaltar que a evolução da população no meio rural em Nova Aurora, apontou decrescimento em todos os períodos analisados neste estudo populacional. 1.3.1. Definição da Projeção Populacional Rural Para obter a população rural final para o Plano foram analisados as melhores alternativas para cada um dos seis métodos analisados, os resultados dos métodos analisados estão apresentados resumidos no Quadro 65 e Figura 22. Quadro 65: Estimativa da População Futura Rural dos Métodos Analisados. MÉTODO/ANO 2014 2018 2022 2026 2030 2033 ARITIMÉTICO 2.558 2.290 2.022 1.754 1.486 1.285 GEOMÉTRICO 2.579 2.353 2.147 1.959 1.787 1.669 REG. PARABÓLICA 2.390 2.223 2.251 2.475 2.894 3.337 CRESC. ANUAL 2.484 2.183 1.918 1.686 1.482 1.345 PREVISÃO 1.597 666 -266 -1.197 -2.128 -2.826 CRESCIMENTO 2.231 1.823 1.490 1.218 995 855 115 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 22: Projeções da População Rural Pelos Métodos Analisados. 116 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ As linhas de tendência obtidas no software utilizado apresentam tendências de decrescimento, as quais são divididas em: Decrescimento natural, onde o decrescimento ocorrerá de forma suave, conforme o histórico apresentado para a população rural. Decrescimento acentuado, onde o decrescimento se dará de forma mais acelerada, e a população no meio rural será próxima de zero. Conforme consulta a setores da administração municipal, o município não possui no presente momento nenhum panorama de que possa haver alguma forma de incentivo para que haja aumento da população no campo ou para que haja êxodo da população rural de forma significativa. Logo, adotou-se a tendência de decrescimento natural para a evolução da população, adotando-se o método geométrico. O resultado da projeção populacional está apresentado no Quadro 66. Ano Quadro 66: Valores da População Rural pelo Método Geométrico. 2010 2014 2018 2022 2026 2030 2033 População (hab.) 2.826 2.579 2.353 2.147 1.959 1.787 1.669 Conforme mencionado anteriormente, a exigência da Lei 11.445/07, de se efetuar revisões do Plano a cada 4 anos, exigirá uma avaliação periódica das projeções efetuadas e se estas estão apontando populações dentro do previsto nesse estudo; recomenda-se que as datas das revisões, sempre que possível, sejam efetuadas quando ocorrerem censos e contagens do IBGE. 117 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.4. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL DO MUNICÍPIO DE NOVA AURORA Para obter a evolução populacional do município ano a ano foi feita uma composição entre os valores de habitantes obtidos anteriormente, tanto para área urbana como para área rural. Os resultados estão apresentados no Quadro 67 e na Figura 23. Quadro 67: Projeção Populacional. RURAL TOTAL ANO URBANA ANO URBANA RURAL TOTAL 2010 9.040 2.826 11.866 2022 9.465 2.147 11.612 2011 9.075 2.762 11.837 2023 9.500 2.098 11.599 2012 9.111 2.699 11.810 2024 9.536 2.051 11.587 2013 9.146 2.638 11.785 2025 9.571 2.004 11.576 2014 9.182 2.579 11.760 2026 9.607 1.959 11.566 2015 9.217 2.520 11.737 2027 9.642 1.915 11.557 2016 9.253 2.463 11.716 2028 9.678 1.871 11.549 2017 9.288 2.407 11.695 2029 9.713 1.829 11.542 2018 9.323 2.353 11.676 2030 9.748 1.787 11.536 2019 9.359 2.300 11.658 2031 9.784 1.747 11.531 2020 9.394 2.248 11.642 2032 9.819 1.707 11.527 2021 9.430 2.197 11.626 2033 9.855 1.669 11.523 118 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 23: Projeção Total da População de Nova Aurora. 119 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ C – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 1. ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA A água é um elemento necessário em quantidade suficiente e qualidade adequada proteção da saúde humana, à consecução de suas atividades corriqueiras e ao desenvolvimento econômico. Com o intuito de obtê-la, o usuário pode valer-se tanto de soluções individuais quanto de soluções coletivas. Entretanto, em ambos os casos, o usuário deverá vincular-se a entidade responsável pelo abastecimento cabendo a essa a fiscalização desse vínculo. O sistema de abastecimento de água é uma solução coletiva que apresenta as seguintes vantagens: maior facilidade na proteção do manancial que abastece a população, já que só há um ponto de distribuição de água, ainda que oriunda de vários locais de captação desse manancial; maior facilidade na manutenção e supervisão das unidades que compõem o sistema; e maior controle da qualidade da água consumida e por último, ganhos de escala. As unidades que compõem o sistema de abastecimento de água são manancial, captação, adução, tratamento, reservação, rede de distribuição e alguns casos de estações elevatórias de recalque. 1.1. MANANCIAL É toda fonte de onde se retira a água utilizada para abastecimento residencial, comercial, industrial e outros fins. De maneira geral, quanto à origem, os mananciais são classificados em: Manancial Superficial: é toda parte de um manancial que escoa na superfície terrestre, compreendendo os córregos, rios, lagos, represas e os reservatórios artificialmente construídos com a finalidade de reter o volume necessário para proteção de captações ou garantir o abastecimento em épocas de estiagem; 120 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Manancial Subterrâneo: é aquele cuja água vem do subsolo, podendo aflorar à superfície (nascentes, minas etc.) ou ser elevado à superfície por meio de obras de captação (poços rasos, poços profundos, galerias de infiltração etc.). As reservas de água subterrânea provêm de dois tipos de lençol d’água ou aqüífero: Lençol freático: é aquele em que a água encontra-se livre, com sua superfície sob a ação da pressão atmosférica. Em um poço perfurado nesse tipo de aqüífero, a água, no seu interior terá o nível coincidente com o nível do lençol, ficando mais suscetível à contaminação. Lençol confinado: é aquele em que a água encontra-se confinada por camadas impermeáveis e sujeita a uma pressão maior que a pressão atmosférica. Em um poço profundo que atinge esse lençol, a água subirá acima do nível do lençol. Poderá, às vezes, atingir a boca do poço e produzir uma descarga contínua e jorrante. A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na implantação de um sistema de abastecimento de água, seja ele de caráter individual ou coletivo. Havendo mais de uma opção, sua definição deverá levar em conta, além da predisposição da comunidade em aceitar as águas do manancial a ser adotado, os seguintes critérios (Manual FUNASA, 2004): 1° Critério: previamente é indispensável à realização de análises do manancial segundo os limites da resolução CONAMA N. 357/2005; 2° Critério: vazão mínima do manancial, necessária para atender a demanda por um determinado período de anos; 3° Critério: mananciais que dispensam tratamento incluem águas subterrâneas não sujeitas a qualquer possibilidade de contaminação; 121 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 4° Critério: mananciais que exigem apenas desinfecção: inclui as águas subterrâneas e certas águas de superfície bem protegidas, sujeita a baixo grau de contaminação. Ainda existe a possibilidade de se utilizar água das chuvas. Ela pode ser utilizada como manancial abastecedor, sendo armazenada em cacimbas. As cacimbas são reservatórios que acumulam a água da chuva captada na superfície dos telhados e prédios, ou a que escoa pelo terreno. A cacimba tem sua aplicação em áreas de grande pluviosidade, ou em casos extremos, em áreas de seca, onde se procura acumular a água da época de chuva para a época de seca. A qualidade quer dos mananciais superficiais e subterrâneos, quer das águas das chuvas está sujeita a inúmeros fatores, como as condições da atmosfera no momento da precipitação, a limpeza das vias públicas, a qualidade do solo em que essa água escoa, o lançamento de esgoto sem o devido tratamento, a prática de atividades potencialmente poluidoras e outros. 1.2. CAPTAÇÃO A captação é o conjunto de equipamentos e instalações utilizados para a retirada de água do manancial. Independentemente do tipo de manancial, alguns cuidados são universais. Em primeiro lugar, a captação dever estar num ponto em que, mesmo nos períodos de maior estiagem, ainda seja possível a retirada de água em quantidade e qualidade satisfatórias. Em segundo lugar, devem-se construir aparelhos que impeçam a danificação e obstrução da captação. Em terceiro lugar, as obras devem ser realizadas sempre com o escopo de favorecer a economia nas instalações e a facilidade de operação e manutenção ao longo do tempo. Atentando, ainda, às obras construídas próximo ou dentro da água, já que sua operação, manutenção e suas ampliações são custosas e complicadas. 122 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.3. ADUÇÃO A adução é o nome dado ao transporte de água, podendo ser de água bruta, ou seja, sem tratamento, que ocorre entre a captação e a Estação de Tratamento de Água (ETA), ou ainda, de água tratada, entre a ETA e os reservatórios. O transporte da água pode dar-se de duas formas: utilizando energia elétrica ou energia potencial (gravidade). A utilização de uma ou de outra forma está intrinsecamente ligada ao relevo da região onde se encontra a captação, a ETA e os reservatórios. Sempre que possível irá se optar pelo transporte pela gravidade. Assim, caso a captação ou a ETA estejam em uma cota superior aos reservatórios, far-se-á uso da gravidade para o transporte. Já, nos casos em que a ETA ou os reservatórios encontrem-se em uma cota acima da captação ou da ETA, é necessário o emprego de equipamento de recalque (conjunto motor-bomba e acessórios). Ainda existe a possibilidade, devido ao relevo, da necessidade de utilização de adutoras mistas, ou seja, até determinado ponto se utiliza à força da gravidade e, daí em diante, emprega-se equipamentos de recalque. 1.4. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS As estações elevatórias são instrumentos utilizados nos sistemas de abastecimento de água para captar a água de superfície ou de poços; recalcar a água a pontos distantes ou elevados e reforçar a capacidade de adução. A utilização desses equipamentos, embora geralmente necessária, eleva as despesas com custos de operação devido aos gastos com energia elétrica. 1.5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO Por melhor que seja a qualidade da água bruta, aquela captada no manancial, ainda assim ela necessita de alguma espécie de tratamento para se tornar apta ao consumo humano. Um dos principais objetivos do tratamento da água é adequá-la aos padrões de potabilidade prescritos na Portaria nº. 518, de 25 de março de 2004, 123 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ do Ministério da Saúde. Além da potabilidade, o tratamento visa a prevenir o aparecimento de doenças de vinculação hídrica, o aparecimento da cárie dentária – por meio de fluoretação – e ainda proteger o sistema de abastecimento dos efeitos da corrosão e do encrustamento. O processo de tratamento de água é composto pelas seguintes etapas: clarificação, com o objetivo de remover os sólidos presentes na água; desinfecção, para eliminação dos micro-organismos que provocam doenças; e fluoretação, para prevenção das cáries e controle de corrosão. No entanto, nem todas essas fases de tratamento são sempre requeridas. Na prática, são as características de cada água que irão determinar quais processos serão necessários para que se obtenha um efluente final de qualidade. As águas superficiais, usualmente encontradas, em geral, não atendem aos padrões de potabilidade. Já as águas subterrâneas, geralmente, dispensam, devido à baixa turbidez, o processo de clarificação. Apesar de haver certa maleabilidade quanto aos processos empregados, a Resolução CONAMA 357/05, quando trata do abastecimento humano, impõe obrigatoriamente, mesmo para as águas de melhor qualidade, as de classe especial, o processo de desinfecção. 1.6. RESERVAÇÃO A reservação, materializada pelos reservatórios, tem por finalidades: Armazenamento para atender às variações de consumo; Permite um escoamento com diâmetro uniforme na adutora, possibilitando a adoção de diâmetros menores; Proporciona uma economia no dimensionamento da rede de distribuição; Armazenamento para atender às demandas de emergência; Evita interrupções no fornecimento de água, no caso de acidentes no sistema da adução, na estação de tratamento ou mesmo em certos trechos do sistema de distribuição; Armazenamento para dar combate ao fogo; 124 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Melhoria das condições de pressão da água na rede de distribuição; Possibilitam melhor distribuição da água aos consumidores e melhores pressões nos hidrantes (principalmente quando localizados junto às áreas de máximo consumo); Permite uma melhoria na distribuição de pressões sobre a rede, por constituir fonte distinta de alimentação durante a demanda máxima, quando localizado à jusante dos condutos de recalque; Garante uma altura manométrica constante para as bombas, permitindo o seu dimensionamento na eficiência máxima, quando alimentado diretamente pela adutora de recalque. 1.7. REDE DE DISTRIBUIÇÃO Entende-se por rede de distribuição o conjunto de peças especiais destinadas a conduzir a água até os pontos de tomada das instalações prediais, ou os pontos de consumo público, sempre de forma contínua e segura. Destacam-se as tubulações - troncos, mestras ou principais, alimentadas diretamente pelo reservatório de montante ou pela adutora em conjunto com o reservatório de jusante, das quais partem as tubulações que se distribuem pelas diversas artérias da cidade. As redes são consideradas pelo sentido de escoamento da água nas tubulações secundárias (ramificadas ou malhadas). Podem situar-se em níveis diferentes nas cidades acidentadas, bem como possuir duas tubulações nas ruas largas ou tráfego intenso. Na rede de distribuição distinguem-se dois tipos de condutos: Condutos Principais - também chamados tronco ou mestres, são as canalizações de maior diâmetro, responsáveis pela alimentação dos condutos secundários. A eles interessa, portanto, o abastecimento de extensas áreas da cidade. 125 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Condutos Secundários - de menor diâmetro, são os que estão intimamente em contato com os prédios a abastecer e cuja alimentação depende diretamente deles. A área servida por um conduto desse tipo é restrita e está nas suas vizinhanças. OBSERVAÇÕES: O traçado dos condutores principais deve tomar em consideração: Ruas sem pavimentação; Ruas com pavimentação menos onerosa; Ruas de menor intensidade de trânsito; Proximidade de grandes consumidores; Proximidade das áreas e de edifícios que devem ser protegidos contra incêndio. Em geral podem ser definidos três tipos principais de redes de distribuição, conforme a disposição dos seus condutos principais. Rede em “espinha de peixe” - em que os condutos principais são traçados, a partir de um conduto principal central, com uma disposição ramificada que faz jus aquela denominação. É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento linear pronunciado. Rede em “grelha” - em que os condutos principais são sensivelmente paralelos, ligam-se em uma extremidade a um conduto principal e têm os seus diâmetros decrescendo para a outra extremidade. Rede em anel (malhada) ® em que os condutos principais formam circuitos fechados nas zonas principais a serem abastecidas: resulta a rede de distribuição tipicamente malhada. É um tipo de rede que geralmente apresenta uma eficiência superior aos dois anteriores. Nos dois tipos de redes, a circulação da água nos condutos principais faz-se praticamente em um único sentido. Uma interrupção acidental em um conduto mestre prejudica sensivelmente as áreas situadas à jusante da seção onde ocorre o acidente. Na rede em que os condutos principais formam circuitos ou anéis, a 126 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ eventual interrupção do escoamento em um trecho não ocasionará transtornos de manter o abastecimento das áreas à jusante, pois a água efetuará um caminhamento diferente através de outros condutos principais. 2. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS A seguir listam-se algumas legislações e normas técnicas pertinentes ao sistema de abastecimento de água. 2.1. LEIS, DECRETOS, PORTARIAS E RESOLUÇÕES Portaria Federal N° 1.469 de 29/12/2000, estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e da outras providências; Portaria N° 518 do Ministério da Saúde de 25 de Março de 2004 (substitui a portaria federal N° 1.469), estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências; Lei Federal N° 9.984 de 17/07/2000, dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Água – ANA; Lei Federal N° 9.433 de 08/01/1997, institui a política de recursos hídricos, cria o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos; Lei Federal N° 6.050 de 24/05/1974, dispõe sobre a fluoretação da água em sistema de abastecimento quando existir \estação de \tratamento; Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981, cria o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente); Resolução Conama N° 357 de 17/03/2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências; 127 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Resolução Conama Nº 274 de 29/11/2000, Define a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa dos níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos; 2.2. NORMAS TÉCNICAS - ABNT ABNT/NBR 10560/1988, determinação de nitrogênio amoniacal na água; ABNT/NBR 10561/1988, determinação de resíduo sedimentáveis na água; ABNT/NBR 10559/1988, determinação de oxigênio dissolvido na água; ABNT/NBR 10739/1989, determinação de oxigênio consumido na água; ABNT/NBR 12614/1992, determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) na água; ABNT/NBR 12619/1992, determinação de nitrito na água; ABNT/NBR 12620/1992, determinação de nitrato na água; ABNT/NBR 12642/1992, determinação de cianeto total na água; ABNT/NBR 12621/1992, determinação de dureza total na água; ABNT/NBR 13404/1995, determinação de resíduos de pesticidas determinação de resíduos de pesticidas organoclorados na água; ABNT/NBR 13405/1995, organofosforados na água; ABNT/NBR 13406/1995, determinação de resíduos de fenoxiácidos clorados na água; ABNT/NBR 13407/1995, determinação de tri-halometanos na água; ABNT/NBR 12213, projeto de adutora de água para abastecimento público; ABNT/NBR 12216, projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público; ABNT/NBR 12212, projeto para captação de água subterrânea; ABNT/NBR 12214, projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público; ABNT/NBR 12217, projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público; 128 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL O município de Nova Aurora é abastecido por 4 sistemas de abastecimento de água independentes. Um sistema que abastece toda a área central e 3 sistemas que abastecem os distritos urbanos de Palmitópolis, Marajó e Palmital. A concepção do sistema de abastecimento de água de Nova Aurora é composta por captação em manancial subterrâneo. A água é recalcada da captação ao único centro de reservação, onde recebe o devido tratamento. Do centro de reservação saem 2 adutoras, uma por recalque que abastece a zona alta e uma por gravidade que abastece a zona baixa do município, conforme demonstrado na Figura 24. A concepção do sistema de abastecimento dos 3 distritos é basicamente a mesma, com captação em manancial subterrâneo e tratamento no próprio poço de sucção, distribuição em marcha da água tratada e um reservatório de jusante que recebe o excedente. Na zona rural do município são 6 sistemas de abastecimento geridos por associações, com captação subterrânea por meio de poços profundos. Além destes, a vigilância sanitária possui uma estimativa de aproximadamente 400 soluções alternativas individuais, sendo 332 minas, 5 poços rasos e 63 poços profundos. 129 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 24: Fluxograma de Funcionamento do Sistema Nova Aurora Segundo informações da SANEPAR, concessionária do sistema de abastecimento de água, o atendimento acontece em 100% da população na sede de Nova Aurora e nos distritos de Palmitópolis e Marajó. 3.1. OPERADOR DO SISTEMA A operação do sistema de abastecimento de água potável de Nova Aurora é concessionado à Companhia Paranaense de Saneamento – SANEPAR, por meio do contrato válido até o ano 2025, cujo objeto é a concessão, com exclusividade, a exploração dos serviços públicos de saneamento básico de água e de esgotos sanitários, compreendendo a produção de água para abastecimento, sua distribuição, operação, conservação, manutenção, coleta e tratamento e remoção de esgotos. 130 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2. AGÊNCIA REGULADORA Conforme informado pela Administração Municipal, o município de Nova Aurora não possui convênio com nenhuma agência reguladora para a regulação dos serviços de saneamento. 3.3. 3.3.1. SISTEMA NOVA AURORA Manancial Subterrâneo - Aquífero Guarani Em Nova Aurora o Aquífero Guarani é largamente explorado e supre a demanda de comunidades rurais, indústrias, associações de águas e particulares. O Sistema Aquífero Guarani está saturado por água doce de boa potabilidade. Localmente pode ocorrer alteração na potabilidade, basicamente, devido ao aumento da salinidade e/ou do conteúdo de flúor. Em sua maior extensão está confinado, no topo, pelos derrames básicos da Formação Serra geral (Cretáceo) e na base, pelos sedimentos pouco permeáveis do Grupo Passa Dois. A temperatura das águas tende a aumentar, gradativamente, das áreas de recarga em direção à calha da bacia, em função do grau geotérmico natural, aproximadamente de 1°C/35m. Medidas de temperatura em áreas aflorantes indicam valores em torno de 22°C, aumentando em direção ao oeste, onde pode ultrapassar os 48°C, em áreas confinadas. A recarga natural deste aquífero ocorre segundo dois mecanismos: por meio de infiltração das águas de chuva nas áreas de afloramentos e, de forma retardada, em parte da área de confinamento, por filtração vertical (drenança), ao longo de descontinuidades das rochas do pacote confinante. Os principais fatores de risco, que podem comprometer a qualidade das águas subterrâneas são a ocupação desordenada das áreas de recarga, através da utilização indiscriminada de defensivos agrícolas e efluentes industriais, além do 131 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ grande número de poços rasos e profundos que são construídos, operados e abandonados sem tecnologia adequada, consequência da falta de controle e fiscalização, resultante da ausência de legislação estadual. Nesse quadro, a poluição dos aquíferos superiores, poderá contaminar a água que é extraída dos poços profundos que captam do Aquífero Guarani, até mesmo quando estão localizados nos seus setores confinados. 3.3.2. Captação e Adução de Água Bruta A captação de água bruta está localizada área rural do município de Nova Aurora. O local da captação possui cercas adequadas de proteção, porém não existe gerador para eventuais ocorrências de falta de energia elétrica e como pode ser visto na Figura 25, apresenta-se em bom estado de conservação. Figura 25: Captação de Água Bruta. A captação é realizada por meio de poço profundo, demonstrado na Figura 26. Este poço tem uma profundidade de 120 metros e a profundidade da bomba é de 49 metros. O conjunto moto bomba – CMB instalado operou no ano de 2012 em média 17,9 h/dia com uma vazão de 100 m³/h (27,78 L/s). 132 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 26: Poço P1. A outorga da captação de água bruta é a N° 632/2010 com validade até 31 de maio de 2020. A água captada no poço é enviada para um reservatório enterrado com capacidade de reservação de 30 m³, vide a Figura 27, que funciona como um tanque pulmão dos conjuntos moto bomba – CMB para então ser recalcado ao centro de reservação. Figura 27: Reservatório Enterrado. 133 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ No sistema de recalque estão instalados 2 CMB, 1 operando e 1 reserva com funcionamento médio de 17,56 h/dia. Os CMB são iguais, do tipo eixo horizontal, motores Eberle com potência de 150 cv, 1.765 rpm de velocidade, frequência de 60 Hz, relação V/A no acionamento de 220/360 ou 440/180. As Bombas são da marca KSB, com vazão nominal de 108 m³/h (30 L/s), altura monométrica de 238 mca e 1.750 rpm de velocidade. Os CMB apesar de serem antigos e de baixa eficiência energética, se encontram em bom estado de conservação, como pode ser visto na Figura 28 O acionamento dos CMB, demonstrado na Figura 29 é realizado por partida direta, o que resulta em elevados gastos de energia elétrica para o sistema. Figura 28: CMB do Recalque de Água Bruta. 134 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 29: Acionamento dos CMB. A água captada no Poço P1 é macromedida por macromedidor Zenner, demonstrado na Figura 30, com diâmetro nominal de 150 mm. A água bruta é aduzida por uma adutora virgem em F°F° com diâmetro nominal de 150 mm até o tanque de contato por uma extensão de 4.017 metros. Figura 30: Macromedidor de Água Bruta. Durante o mês de dezembro de 2012 a vazão média recalcada pela estação de recalque de água bruta - ERAB foi de 96,67 m³/h (26,85 L/s) por um período médio diário de 20,66 horas. Já no dia de maior consumo do mês o recalque trabalhou por 135 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 22,5 horas com uma vazão de captação 97,54 m³/h (27,09 L/s) e no dia de menor consumo do mês o recalque esteve acionado por 19,3 horas com uma vazão de 96 m³/h (26,67 L/s). O tratamento simplificado da água captada é realizado no tanque de contato, localizado no centro de reservação. 3.3.3. 3.3.3.1. Centro de Reservação de Nova Aurora Tratamento da Água Bruta Por se tratar de uma água bruta de boa qualidade proveniente do Aquífero Guarani, há a necessidade de realizar apenas um tratamento simplificado, o qual consiste na adição de cloro e flúor para respeitar os padrões de qualidade exigidos pela Portaria N° 2.914 do Ministério da Saúde. O processo de desinfecção é realizado por meio de adição de cloro gasoso, o qual é armazenado em tanques de 68 kg, conforme mostrado na Figura 31. Já a fluoretação é realizada com a aplicação de fluorsilicato de sódio, vide a Figura 32. A mistura destes produtos químicos com a água bruta ocorre no tanque de contato, o qual está localizado dentro da estrutura da antiga ETA, já desativada, localizada no centro de reservação, vide a Figura 33. 136 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 31: Cloro Gás. Figura 32: Fluorsilicato de Sódio. 137 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 33: Tanque de Contato (Área Interna da ETA Desativada). Devido os riscos de contaminação por cloro, a SANEPAR possui Kit de segurança disponível para os funcionários, como pode ser visto na Figura 34. Figura 34: Kit de Segurança. 3.3.3.2. Controle Laboratorial A ETA possui laboratório próprio, onde são realizadas em tempo real as análises diárias necessárias, como pode ser visto na Figura 35. As análises bacteriológicas são realizadas em Toledo e somente as análises de maior complexidade são enviadas para a Matriz em Curitiba. 138 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 35: Laboratório do Centro de Reservação. 3.3.3.3. Reservatórios O centro de reservação do município de Nova Aurora, localizado na Rua Presidente Médici, é composto por 4 reservatórios, distribuídos conforme demonstra o Quadro 68. Quadro 68: Reservatórios. Reservatório Tipo Capacidade (m³) RAP 1 Apoiado 200 RAP 2 Apoiado 200 RAP 3 Apoiado 500 REL 1 Elevado 50 TOTAL 950 Os reservatórios RAP 1, RAP 2 e RAP 3, demonstrados nas Figuras 36 e 37 são reservatórios apoiados em concreto com formato retangular, conectados entre si e cuja função é a de abastecer a zona baixa por gravidade e a zona alta da cidade por meio do recalque instalado. 139 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 36: RAP 1 e RAP 2. Figura 37: RAP 3. O REL 1, demonstrado na Figura 38, é um reservatório elevado em concreto com formato circular, cuja função é abastecer somente a zona alta da cidade. Trata-se de um reservatório de jusante, ou seja, recebe a sobra da rede nos horários de baixo consumo e auxilia na distribuição nos horários de pico de consumo. 140 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 38: REL 1. A capacidade de reservação de um sistema de abastecimento de água deve suprir a demanda de consumo de 1/3 do dia de maior consumo do ano. Como foi possível a obtenção somente do volume consumido no mês de maior consumo do ano de 2012, cujo volume foi de 41.007 no mês de janeiro, será considerado o coeficiente de vazão máxima diária K igual a 1,2 para estimar o volume do dia de maior consumo do ano, resultando no consumo de 1.587 m³ no dia de maior consumo. Portanto, a reservação necessária para o município de Nova Aurora é de 530 m³, ou seja, existe uma capacidade de reservação excedente de 420 m³. 3.3.3.4. Estação de Recalque de Água Tratada (ERAT) O recalque do centro de reservação tem a função de abastecer a zona alta do município de Nova Aurora e a sobra dos horários de baixo consumo é enviado para o reservatório elevado REL 1. A ERAT é composta por 2 conjuntos moto bomba CMB, sendo 1 operando e 1 reserva. Estes CMB são do tipo eixo vertical, estão implantados em poço falso, como pode ser visto na Figura 39 e apresentam-se em pleno estado de funcionamento. 141 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 39: Recalque do Centro de Reservação. Durante o mês de dezembro de 2012 a vazão média recalcada por esta ERAT foi de 43,53 m³/h (12,09 L/s) por um período médio diário de 7,54 horas. Já no dia de maior consumo do mês o recalque trabalhou por 8,3 horas uma vazão de 48,62 m³/h (13,5 L/s) e no dia de menor consumo do mês o recalque esteve acionado por 6,5 horas com uma vazão de 42,44 m³/h (11,79 L/s). 3.3.3.5. Adução de Água Tratada No centro de reservação de Nova Aurora existem 2 adutoras de água tratada responsáveis pelo abastecimento da área central. A primeira linha de adução tem diâmetro de 150 mm e realiza a distribuição por gravidade para a zona baixa do município. No mês de dezembro de 2012 a vazão média aduzida foi de 65,78 m³/h (18,27 L/s), a máxima no mesmo mês foi de 73,33 m³/h (20,37 L/s) e a vazão mínima aduzida foi de 61,29 m³/h (17,02 L/s). A segunda linha de adução tem diâmetro de 50 mm e realiza a distribuição por recalque para a zona alta do município. No mês de dezembro de 2012 a vazão média aduzida foi de 328 m³/dia (43,53 m³/h), resultando numa distribuição mensal de 10.168 m³/mês. 142 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.4. Rede de Distribuição Segundo informações repassadas pela SANEPAR em março de 2013, o município de Nova Aurora possui uma extensão de 43.871 metros distribuídos entre os diâmetros de 32 mm e 200 mm em material de PVC, F°F° e DeF°F°, conforme apresentado no Quadro 69. Quadro 69: Extensão da Rede de Distribuição por Diâmetro e Material. Material Diâmetro Extensão (mm) (m) PVC 32 7.156 7.156 40 3.300 3.300 50 26.670 26.670 75 986 986 100 826 826 140 3.048 2.931 150 1.366 916 200 519 519 TOTAL 43.871 38.938 F°F° DeF°F° 4.366 PEAD Outros 118 450 450 0 118 O sistema é composto por 2 distritos de medição e controle – DMC. Estes DMC são separados pela zona de pressão, sendo o maior deles abastecido por gravidade e o menor pelo recalque do centro de reservação. 3.3.5. Macromedição O sistema de abastecimento de água do município de Nova Aurora é provido de medidores de vazão em todas as saídas de unidades do sistema. Está instalado um macromedidor na adutora de água bruta no ponto de saída da captação, como pode ser visto na Figura 40. Já na distribuição de água tratada são 2 macromedidores eletrônicos instalados na saída das adutoras de água tratada do centro de reservação, demonstrado na Figura 41. 143 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 40: Macromedidor da Adutora de Água Bruta. Figura 41: Macromedidores das Adutoras de Água Tratada. 3.3.6. Micromedição Segundo informações repassadas pela SANEPAR, o sistema de abastecimento de água da Sede de Nova Aurora é composto de 3.019 ligações de água 100% hidrometradas, as quais resultam em 3.232 economias ativas de água, distribuídas por classe de consumo, conforme demonstrado no Quadro 70. Tipo Economias Quadro 70: Número de Economias – SANEPAR 2012. Utilidade Poder Residencial Comercial Industrial Pública Público 2.905 256 8 22 41 Total 3.232 144 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Ressalta-se que 115 das ligações residenciais possuem cobrança através da tarifa social, o que representa 3,5% do total de ligações, valor dentro da média que se encontra entre 2% e 4%. Na visita técnica foi verificado pela equipe técnica da consultoria alguns pontos relevantes no setor de micromedição: Parte das instalações está em desacordo com as condições técnicas ideais de funcionamento dos hidrômetros, por estarem instalados inclinados, que geram desgastes prematuros dos componentes do hidrômetro, além da perda de precisão da medição elevando a perda não física. Muitas ligações não obedecem a um padrão de instalação, existindo ligações junto ao muro frontal e outras internas ao imóvel ou em locais de difícil acesso, ou ainda com acesso bloqueado aos leituristas. A Figura 42 mostra alguns exemplos de hidrômetros instalados em Nova Aurora. Figura 42: Exemplos de Hidrômetros Fora do Padrão de Instalação. 3.3.7. Serviços de Manutenção Durante o ano de 2012 foram realizados 143 serviços de manutenção na rede de distribuição, outros 549 em ramais, 316 em cavaletes e ainda 323 serviços de manutenção em hidrômetros. 145 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.8. Cadastro Técnico O sistema de abastecimento de água do município de Nova Aurora contém cadastro técnico digitalizado, seja ele de unidades lineares e também das localizadas, porém este cadastro não foi repassado para esta consultoria. Quanto à atualização deste cadastro, segundo informações da operadora encontra-se bem atualizado. 3.3.9. Controle da Operação O sistema de abastecimento de água de Nova Aurora operado pela SANEPAR, não possui um centro de controle operacional – CCO, para que seja possível supervisionar as unidades operacionais em tempo real. A montagem de um CCO é essencial, pois se melhora consideravelmente o gerenciamento das variáveis hidráulicas e elétricas, o comando de liga/desliga dos conjuntos moto bombas, a abertura e fechamento de válvulas (principalmente as localizadas na entrada dos reservatórios) permitindo uma modulação da vazão para um melhor equilíbrio e balanço hidráulico do sistema de abastecimento de água, assim como controle da pressão na rede. 3.3.10. Perdas O Quadro 71 apresentado em sequência demonstra os índices mensais de perdas totais no sistema de abastecimento de água de Nova Aurora, a partir de informações da SANEPAR. 146 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 71: Índice de Perdas. Perdas Medido Faturado Físicas (%) 41.007 45.614 22,55 Perdas de Faturamento (%) 13,85 Mês Distribuído Janeiro 52.949 Fevereiro 53.130 40.686 45.142 23,42 15,03 Março 54.350 37.973 43.203 30,13 20,51 Abril 49.302 35.454 41.337 28,09 16,16 Maio 51.339 34.065 40.636 33,65 20,85 Junho 49.563 33.485 40.518 32,44 18,25 Julho 51.620 33.890 40.933 34,35 20,70 Agosto 56.190 38.742 44.065 31,05 21,58 Setembro 57.120 40.464 45.223 29,16 20,83 Outubro 58.250 37.832 43.311 35,05 25,65 Novembro 57.930 39.398 44.499 31,99 23,18 Dezembro 61.920 39.138 44.138 36,79 28,72 TOTAL 653.663 452.134 518.619 30,72 20,44 De acordo com as informações obtidas com a SANEPAR, o índice médio de perdas durante o ano de 2012 foi de 30,72%, atingindo máximos de 36,79% no mês de dezembro. Já os melhores índices verificados ocorreram nos dois primeiros meses do ano, atingindo a marca de 22,55% de perdas no mês de janeiro. A média do índice de perda no sistema de abastecimento de água de Nova Aurora é uma informação bastante confiável devido à existência de macromedidores em todas as unidades operacionais do sistema, assim como a existência de distritos de medição e controle – DMC. A sistemática de pesquisa de vazamentos não visíveis e caça fraude utilizada pela SANEPAR é o método MASP – Metodologia de Análise e Solução do Problema, o qual consiste em 8 etapas, são elas: Identificação, Observação, Análise, Plano de Ação, Ação, Verificação, Padronização e Conclusão. De forma preventiva, é realizada mensalmente uma varredura com geofonamento em toda a rede de abastecimento de água potável do município de Nova Aurora. 147 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.11. Consumo Per Capita No Quadro 72 estão apresentados os volumes distribuídos mensalmente para o município de Nova Aurora e como o sistema de abastecimento de água atende 100% da população, foi utilizada a população projetada por esta consultoria para o ano de 2012, reduzindo a população dos distritos estimada em 963 habitantes, podendo assim, obter o consumo per capita mensal da sede de Nova Aurora. Quadro 72: Consumo Per Capita de Nova Aurora. População Atendida Mês Volume Consumo per Micromedido Capita (m³) (l/hab. x dia) Janeiro 41.007 162,35 Fevereiro 40.686 178,33 Março 37.973 150,34 Abril 35.454 145,04 Maio 34.065 134,86 33.485 136,99 33.890 134,17 Agosto 38.742 153,38 Setembro 40.464 165,54 Junho 8.148 Julho Outubro 37.832 149,78 Novembro 39.398 161,18 Dezembro 39.138 154,95 37.678 152,24 MÈDIA Ao analisar o Quadro 72, tem-se uma média de consumo per capita de 152,24 L/hab.dia na sede do município de Nova Aurora. No entanto, como fator de projeção, o sistema deve ser capaz de suprir a demanda do dia de maior consumo do ano, portanto, será adotado o maior per capita mensal, neste caso o do mês de fevereiro, o qual resultou em 178,33 L/hab.dia. 148 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.12. Balanço Entre Consumos e Demandas Em visita técnica realizada no sistema de abastecimento de água do município de Nova Aurora não foram observadas situações de falta de água recorrentes no sistema de abastecimento de água, ou seja, a disponibilidade existente no manancial é suficiente para suprir o consumo da população. Para suprir a demanda atual da população, é necessário captar no mês de maior consumo (dezembro de 2012) uma vazão média de 1.997 m³/dia (23,1 L/s), no entanto, esta vazão captada está no limite da vazão outorgável para a captação subterrânea, que é de 100 m³/h (27,78 L/s), que com o trabalho máximo de 20 horas/dia, resulta numa capacidade máxima de 2.000 m³/dia, ou seja, não é possível ampliar ainda mais a vazão captada para os dias de maior consumo. Sendo assim, conclui-se que há necessidade de a atual operadora buscar novos mananciais, visando a garantia de quantidade e qualidade para o abastecimento de água potável do município de Nova Aurora. Para suprir esta necessidade de ampliação da demanda de água, a atual operadora irá optar por perfurar novos poços que ampliem a capacidade de vazão captada devido a melhor qualidade da água bruta, no entanto, pode também, optar pela utilização de manancial superficial. Dentre os rios existentes no município, os que estão mais próximos da Sede Urbana de Nova Aurora e que poderiam ser utilizados para o abastecimento da população são os Rios Iguaçuzinho e Melissa. 149 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.13. Projetos Existentes A operadora do sistema já possui um poço perfurado com vazão aproximada de 70 m³/h, cujo projeto de interligação ao sistema está em fase de elaboração pela equipe própria da SANEPAR e deve entrar em operação para auxiliar na demanda do sistema de abastecimento de água. 3.4. 3.4.1. SISTEMAS DISTRITAIS Sistema Palmitópolis O Distrito de Palmitópolis está localizado ao sudoeste da área urbana de Nova Aurora, distando aproximadamente 16 km e a população do distrito atendida pelo sistema público de abastecimento de água é de cerca de 673 habitantes. O sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmitópolis é operado pela SANEPAR. O local da captação possui cercas adequadas de proteção, porém não existe gerador para eventuais ocorrências de falta de energia elétrica e como pode ser visto na Figura 43, apresenta-se em bom estado de conservação. Figura 43: Captação de Água Bruta. 150 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A captação de água bruta é realizada no Aquífero Guarani por meio de poço com profundida de 150 metros e com bomba instalada a 84 metros, demonstrado na Figura 44. Este poço opera com uma vazão de até 20 m³/h (5,56 L/s), trabalhando numa média diária de 12 horas. Figura 44: Poço P1. Durante o mês de dezembro de 2012, a vazão média captada foi de 13,72 m³/h com um período médio de funcionamento de 12,72 horas, já no dia de maior consumo, a vazão captada foi de 19,54 m³/h e período de funcionamento foi de 15,6 horas. A outorga para a captação da água bruta é a N° 1343/2005 com validade até 14 de setembro de 2015. O tratamento simplificado da água captada é realizado diretamente na saída do poço com a adição de solução de cloro e flúor por meio de bomba dosadora. O sistema de tratamento apresenta-se em bom estado de conservação, como pode ser visto na Figura 45. 151 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 45: Bomba Dosadora de Cloro. O acionamento da bomba do poço, demonstrado na Figura 46 é feito por partida direta, desligando quando o reservatório elevado encontra-se cheio e religando quando este apresenta decrescimento do nível de água. Figura 46: Acionamento dos CMB. A água captada no Poço de Palmitópolis é macromedida por macromedidor da marca Zenner com diâmetro nominal de 50 mm, demonstrado na Figura 47. 152 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 47: Macromedidor de Água Bruta. A água tratada é então distribuída em marcha por meio de 2 linhas de adução: Adutora com diâmetro nominal de 50 mm em PVC e extensão de 774 metros passa a distribuir após este trecho. Adutora com diâmetro nominal de 75 mm em PVC e extensão de 299 metros passa a distribuir após este trecho. A rede de distribuição do Distrito de Palmitópolis conta atualmente com uma extensão de 5.581 metros, distribuídos por diâmetro e material conforme apresentado no Quadro 73. Quadro 73: Extensão de Rede por Diâmetro e Material de Palmitópolis. Material - PALMITÓPOLIS Diâmetro Extensão (mm) (m) PVC 25 136 136 32 4.847 4.847 50 208 208 75 390 390 TOTAL 5.581 5.581 F°F° DeF°F° PEAD Outros 0 0 0 0 Nos horários de baixo consumo, a sobra de água é enviada para um reservatório elevado de jusante, demonstrado na Figura 48, com capacidade de 50 m³ de 153 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ reservação, o qual auxilia na demanda de distribuição nos horários de pico de consumo. Figura 48: Reservatório Elevado. Segundo informações repassadas pela SANEPAR, o sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmitópolis é composto de 253 ligações de água 100% hidrometradas, as quais resultam em 267 economias ativas de água, distribuídas por classe de consumo, conforme demonstrado no Quadro 70. Tipo Economias Quadro 74: Número de Economias – SANEPAR 2012. Utilidade Poder Residencial Comercial Industrial Pública Público 240 12 1 5 9 Total 267 Ressalta-se que existem 16 ligações residenciais em que há cobrança através da tarifa social, o que representa 7% do total de ligações, valor acima da média que se encontra entre 2% e 4%. Durante o ano de 2012 foram realizados 8 serviços de manutenção na rede de distribuição, 30 em ramais, 19 em cavaletes e outras 76 manutenções em hidrômetros. 154 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O Quadro 75 apresentado em sequência demonstra os índices mensais de perdas totais no sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmitópolis, a partir de informações da SANEPAR. Quadro 75: Índice de Perdas. Perdas Físicas Medido Faturado (%) 3.652 4.011 50,07 Mês Distribuído Perdas de Faturamento (%) Janeiro 7.314 Fevereiro 7.394 3.173 3.637 57,09 50,81 Março 4.884 3.694 4.018 24,37 17,73 Abril 4.359 2.990 3.493 31,41 19,87 45,16 Maio 4.479 2.925 3.458 34,70 22,80 Junho 4.236 2.659 3.279 37,23 22,59 Julho 4.530 2.588 3.215 42,87 29,03 Agosto 5.071 3.057 3.546 39,72 30,07 Setembro 5.301 3.368 3.724 36,46 29,75 Outubro 5.623 3.394 3.763 39,64 33,08 Novembro 5.780 2.979 3.455 48,46 40,22 Dezembro 5.401 3.512 3.872 34,98 28,31 TOTAL 64.372 37.991 43.471 39,75 30,79 De acordo com as informações obtidas com a SANEPAR, o índice médio de perdas durante o ano de 2012 foi de 39,75%, atingindo máximos de 57,07% no mês de fevereiro. Já o melhor índice verificado ocorreu no mês de março, atingindo a marca de 24,37%. A média do índice de perda no sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmitópolis é uma informação bastante confiável devido à existência de macromedidor na saída para distribuição e hidrometração em todas as ligações. De forma preventiva, é realizada mensalmente uma varredura com geofonamento em toda a rede de abastecimento de água potável do Distrito de Palmitópolis, sendo assim, assume-se que parte significativa das perdas deva ocorrer por problemas na micromedição, visto que boa parte dos hidrômetros é muito antiga, conforme pode ser verificado no Quadro 76. 155 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Ano Quadro 76: Ano de Instalação dos Hidrômetros de Palmitópolis. N° de Hidrômetros Ano N° de Hidrômetros Ano N° de Hidrômetros 1984 172 1994 8 2004 4 1985 2 1995 0 2005 4 1986 8 1996 4 2006 5 1987 9 1997 4 2007 1 1988 5 1998 7 2008 4 1989 4 1999 34 2009 0 1990 1 2000 1 2010 1 1991 8 2001 1 2011 3 1992 2 2002 2 2012 2 1993 6 2003 4 No Quadro 77 estão apresentados os volumes consumidos mensalmente para os 673 habitantes atendidos pelo sistema de abastecimento de água no distrito de Palmitópolis, podendo assim, obter o consumo per capita mensal. Quadro 77: Consumo Per Capita de Palmitópolis. População Atendida Mês Volume Consumo per Micromedido Capita (m³) (l/hab. x dia) Janeiro 3.652 175,05 Fevereiro 3.173 152,09 Março 3.694 177,06 Abril 2.990 143,32 Maio 2.925 140,20 2.659 127,45 2.588 124,05 Agosto 3.057 146,53 Setembro 3.368 161,43 Outubro 3.394 162,68 Novembro 2.979 142,79 Dezembro 3.512 168,34 3.166 151,75 Junho 673 Julho MÈDIA Ao analisar o Quadro 77, tem-se uma média de consumo per capita de 151,75 L/hab.dia no distrito de Palmitópolis, no entanto, como fator de projeção, o sistema deve ser capaz de suprir a demanda do dia de maior consumo do ano, portanto, será adotado o maior per capita mensal, neste caso o do mês de março, o qual resultou em 177,06 L/hab.dia. 156 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Não existem projetos básicos ou executivos de ampliação ou de melhorias do sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmitópolis. 3.4.2. Sistema Marajó O Distrito de Marajó está localizado ao extremo norte da área urbana de Nova Aurora, distando aproximadamente 20 km e a população do distrito é de cerca de 1.200 habitantes. O sistema de abastecimento de água do Distrito de Marajó é operado pela SANEPAR. O local da captação possui cercas adequadas de proteção, porém não existe gerador para eventuais ocorrências de falta de energia elétrica e como pode ser visto na Figura 49, apresenta-se em bom estado de conservação. Figura 49: Captação de Água Bruta. A captação de água bruta é realizada no Aquífero Guarani por meio de poço demonstrado na Figura 50, com profundidade de 210 metros e bomba instalada a 174 metros de profundidade. Opera com uma vazão de até 6,1 m³/h (1,7 L/s) por uma média de 9 horas diárias. 157 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 50: Poço P1. Durante o mês de dezembro de 2012, a vazão média captada foi de 5,98 m³/h com um período médio de funcionamento de 9,65 horas, já no dia de maior consumo, a vazão captada foi de 6,1 m³/h e período de funcionamento foi de 11,65 horas. A outorga para a captação de água bruta é dispensada devido à baixa vazão do poço. O tratamento simplificado da água captada é realizado diretamente na saída do poço com a adição de solução de cloro e flúor por meio de bomba dosadora. O sistema de tratamento apresenta-se em bom estado de conservação, como pode ser visto na Figura 51. Figura 51: Tanque de Cloro e Bomba Dosadora. 158 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O acionamento da bomba do poço, demonstrado na Figura 52 é feito por partida direta, desligando quando o reservatório elevado encontra-se cheio e religando quando este apresenta decrescimento do nível de água. Figura 52: Acionamento dos CMB. A água captada no Poço de Marajó é macromedida por macromedidor da marca Zenner, demonstrado na Figura 53, com diâmetro nominal de 50 mm. 159 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 53: Macromedidor de Água Bruta. A água tratada é então distribuída por meio de 1 linha de adução com diâmetro nominal de 50 mm em PVC e extensão de 227 metros, passando a distribuir após este trecho. A rede de distribuição do Distrito de Marajó conta atualmente com uma extensão de 2.411 metros toda ela com diâmetro nominal de 50 mm em material PVC. Nos horários de baixo consumo, a sobra de água é enviada para um reservatório elevado de jusante, demonstrado na Figura 54, com capacidade de 25 m³ de reservação, o qual auxilia na demanda de distribuição nos horários de pico de consumo. 160 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 54: Reservatório Elevado. Segundo informações repassadas pela SANEPAR, o sistema de abastecimento de água do Distrito de Marajó é composto de 107 ligações de água 100% hidrometradas, as quais resultam em 115 economias ativas de água, distribuídas por classe de consumo, conforme demonstrado no Quadro 70. Tipo Economias Quadro 78: Número de Economias – SANEPAR 2012. Utilidade Poder Residencial Comercial Industrial Pública Público 102 3 0 4 6 Total 115 Ressalta-se que existem 11 ligações em que há cobrança através da tarifa social, o que representa 9,5% do total de ligações, valor acima da média que se encontra entre 2% e 4%. O Quadro 79 apresentado em sequência demonstra os índices mensais de perdas totais no sistema de abastecimento de água do Distrito de Marajó, a partir de informações da SANEPAR. 161 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 79: Índice de Perdas. Faturado Perdas Físicas (%) Mês Distribuído Medido Perdas de Faturamento (%) Janeiro 1.067 970 1.276 9,09 -19,59 Fevereiro 995 984 1.292 1,11 -29,85 Março 1.029 812 1.226 21,09 -19,14 Abril 1.026 843 1.241 17,84 -20,96 Maio 936 790 1.236 15,60 -32,05 Junho 920 786 1.222 14,57 -32,83 Julho 1.061 891 1.328 16,02 -25,16 Agosto 1.226 1.043 1.364 14,93 -11,26 Setembro 1.226 964 1.303 21,37 -6,28 Outubro 1.632 924 1.324 43,38 18,87 Novembro 1.398 1.028 1.351 26,47 3,36 Dezembro 1.786 974 1.328 45,46 25,64 TOTAL 14.302 11.009 15.491 20,58 -12,44 De acordo com as informações obtidas com a SANEPAR, o índice médio de perdas durante o ano de 2012 foi de 20,58%, atingindo máximos de 45,46% no mês de dezembro. Já o melhor índice verificado, desconsiderando os meses de janeiro e fevereiro que atingiram índices não confiáveis, ocorreu no mês de junho, atingindo a marca de 14,57%. A média do índice de perda no sistema de abastecimento de água do Distrito de Marajó é uma informação bastante confiável devido à existência de macromedidor na saída para distribuição e hidrometração em todas as ligações. De forma preventiva, é realizada mensalmente uma varredura com geofonamento em toda a rede de abastecimento de água potável do Distrito de Marajó, sendo assim, assume-se que as perdas devam ocorrer de forma bem distribuída entre físicas e de micromedição, visto que todos os hidrômetros foram instalados recentemente, conforme pode ser verificado no Quadro 80. 162 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 80: Ano de Instalação dos Hidrômetros de Marajó. Ano N° de Hidrômetros 2004 0 2005 0 2006 0 2007 0 2008 115 2009 2 2010 0 2011 1 2012 1 No Quadro 81 estão apresentados os volumes consumidos mensalmente para os 290 habitantes atendidos pelo sistema de abastecimento de água no distrito de Marajó, podendo assim, obter o consumo per capita mensal. Quadro 81: Consumo Per Capita de Marajó. População Atendida Mês Volume Consumo per Micromedido Capita (m³) (l/hab. x dia) Janeiro 970 107,90 Fevereiro 984 109,45 Março 812 90,32 Abril 843 93,77 Maio 790 87,88 786 87,43 Junho 290 891 99,11 Agosto Julho 1.043 116,02 Setembro 964 107,23 Outubro 924 102,78 Novembro 1.028 114,35 Dezembro 974 108,34 917 102,05 MÈDIA Ao analisar o Quadro 81, tem-se uma média de consumo per capita de 102,05 L/hab.dia no distrito de Marajó, no entanto, como fator de projeção, o sistema deve ser capaz de suprir a demanda do dia de maior consumo do ano, portanto, será adotado o maior per capita mensal, neste caso o do mês de agosto, o qual resultou em 116,02 L/hab.dia. 163 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Não existem projetos básicos ou executivos de ampliação ou de melhorias do sistema de abastecimento de água do Distrito de Marajó. 3.4.3. Sistema Palmital O Distrito de Palmital está localizado ao norte da área urbana de Nova Aurora, distando aproximadamente 10 km e a população do distrito é de cerca de 300 habitantes. O sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmital é operado pela Associação de Moradores da Comunidade Palmital, sob a responsabilidade de José Lima. O local da captação é no mesmo terreno de um posto de saúde que encontrase desativado, não existe gerador para eventuais ocorrências de falta de energia elétrica e como pode ser visto na Figura 55, não se apresenta em bom estado de conservação Figura 55: Captação de Água Bruta. A captação de água bruta é realizada no Aquífero Guarani por meio de poço profundo e o tratamento simplificado da água captada é realizado diretamente na saída do poço com a adição de solução de cloro por meio de bomba dosadora. 164 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O acionamento da bomba do poço é feito por partida direta, desligando quando o reservatório elevado encontra-se cheio e religando quando este apresenta decrescimento do nível de água. A água captada no Poço de Palmital não possui macromedição instalada. A água tratada é distribuída em marcha para a rede de distribuição. Nos horários de baixo consumo, a sobra de água é enviada para um reservatório elevado de jusante, com capacidade de 30 m³ de reservação, o qual auxilia na demanda de distribuição nos horários de pico de consumo. Figura 56: Reservatório Elevado. Não existem informações comerciais ou técnicas deste sistema, visto que não existe a gestão do mesmo. Segundo informações repassadas pela Vigilância Sanitária Municipal de Nova Aurora, o sistema de abastecimento de água do Distrito de Palmital é composto de 102 ligações de água, atendendo aproximadamente 300 pessoas. 165 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.5. ATENDIMENTO DA ÁREA RURAL Segundo informações obtidas na Vigilância Sanitária do município de Nova Aurora, existem 6 associações de moradores, sendo cada uma destas com 1 poço perfurado para o atendimento de parte da zona rural do município. As associações com o número de famílias e o número de habitantes estão descritas no Quadro 82. 166 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 82: Associações de Distribuição de Água na Zona Rural. SAC Poço Artesiano Verdureiro Palmital Poço Artesiano Roda de Carro Poço Artesiano da Comunidade Mandaguari Poço Artesiano da Comunidade Melissa Poço Artesiano Anta Gorda II Instituição Responsável Associação dos Moradores da Comunidade Glaucia Vizoni Humberto Alencar Associação dos Moradores da Comunidade Roda de Glaucia Vizoni Carro Marcos Jimenes Associação dos Moradores da Linha Mandaguari Soares Área de Abastecimento Linha Verdureiro Palmital Linha Roda de Carro Famílias População 5 11 5 18 Linha Mandaguari 14 50 Associação dos Moradores da Comunidade Melissa Glaucia Vizoni Linha Melissa 6 21 Associação dos Moradores da Comunidade Anta Gorda II TOTAL Gentil Abrão da Silva Linha Anta Gorda II 15 54 45 154 167 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Segundo informações obtidas juntamente à Vigilância Sanitária, as soluções alternativas coletivas – SAC atendem 45 famílias, ou seja, uma população rural de 154 habitantes. Os demais habitantes da área rural são abastecidos pelas soluções alternativas individuais – SAI. São caracterizadas pelo abastecimento unifamiliar por meio de poços rasos, poços profundos ou fontes superficiais e segundo o cadastro existente na Vigilância Sanitária de Nova Aurora, o município está dividido em 7 áreas, como pode ser visto no Quadro 83. Quadro 83: Soluções Alternativas Individuais de Abastecimento de Água. Poços Poços SAI Minas Domicílios Rasos Profundos Linha Marajó 58 0 0 67 População 239 Linha Anta Gorda 47 1 19 68 243 Linha Alto Alegre 57 0 4 70 250 Linha Mexiriqueira 47 2 5 73 261 Linha Nossa Senhora de Fátima 41 0 4 53 189 Linha Palmitópolis 17 0 19 50 179 Linha São João 65 2 12 89 318 332 5 63 470 1.679 TOTAL 3.6. 3.6.1. LEVANTAMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO DOS SERVIÇOS Estrutura Tarifária No Quadro 84 está apresentada a Tarifa cobrada pela SANEPAR para a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Vale ressaltar que para o litoral do Estado, onde se encontra o Município de Nova Aurora, ocorre a majoração da tarifa em 20% para os consumos superiores a 10 m³ nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março e Dezembro, enquanto nos meses de Abril à Novembro ocorre a minoração da tarifa no mesmo percentual. 168 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 84: Sistema Tarifário da SANEPAR. Tarifa Social Tarifa Residencial Normal Tarifa Normal Micro e Pequeno Comércio Comercial / Tarifa Industrial/ Normal Utilidade Pública Água Até 10 m³ 6,20 9,30 Até 10 m³ 23,63 18,9 42,53 Até 10 m³ 23,63 18,9 42,53 Até 10 m³ 42,47 Esgoto 33,98 33,98 + 3,82/m³ Água e Esgoto 76,45 76,45 + 8,60/m³ Água Água e Esgoto Água Esgoto Água e Esgoto Água Esgoto Água e Esgoto R$ + R$/m³ Excedente a 10m³ 6,20 + 0,62/m³ 9,30 + 0,93/m³ R$ + R$/m³ Excedente a R$ + R$/m³ Excedente a 10m³ 30m³ 23,63 + 3,54/m³ 94,39 + 6,04/m³ 18,90 + 2,83/m³ 75,51 + 4,83/m³ 42,53 + 6,37/m³ 169,9 + 10,87/m³ R$ + R$/m³ Excedente a 10m³ 23,63 + 4,78/m³ 18,90 + 3,82/m³ 42,53 + 8,60/m³ R$ + R$/m³ Excedente a 10m³ 42,47 + 4,78/m³ 169 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.6.2. Histograma de Consumo Os Histogramas de consumo do município de Nova Aurora e dos Distritos de Palmitópolis e Marajó estão apresentados nos Quadros 85, 86 e 87. No histograma de consumo é possível realizar uma análise pelas classes de economias, sejam elas residenciais, comerciais, industriais ou públicas. No entanto, não é possível realizar uma análise quanto à forma de utilização, se humano, animal, turismo, irrigação, etc. Quadro 85: Histograma de Consumo de Nova Aurora. Faixa de UTILIDADE PODER Consumo RESIDENCIAL COMERCIAL INDUSTRIAL PÚBLICA PÚBLICO (m³) 0 a 10 1.130 184 6 14 25 10 a 20 1.306 48 1 5 4 20 a 30 280 11 1 2 4 30 a 40 64 4 0 0 3 40 a 50 7 1 0 0 1 50 a 60 2 1 0 0 1 60 a 70 1 1 0 0 1 80 a 90 1 0 0 0 1 90 a 100 0 1 0 0 1 Acima de 100 1 4 0 1 0 TOTAL 2.792 255 8 22 41 TOTAL 1.359 1.364 298 71 9 4 3 2 2 6 3.118 Ao analisar o histograma de consumo da sede do Município de Nova Aurora tem-se que 43,58% das economias tem consumo inferior ao consumo mínimo cobrado, fato este que reduz as perdas de faturamento e apenas 6 economias podem ser consideradas como grandes consumidores, com consumos médios mensais superiores a 100 m³. 170 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 86: Histograma de Consumo de Palmitópolis. Faixa de UTILIDADE PODER Consumo RESIDENCIAL COMERCIAL INDUSTRIAL PÚBLICA PÚBLICO (m³) 0 a 10 83 5 0 3 6 10 a 20 115 6 0 2 1 20 a 30 16 1 0 0 2 30 a 40 9 0 1 0 0 40 a 50 1 0 0 0 0 50 a 60 0 0 0 0 0 60 a 70 0 0 0 0 0 80 a 90 0 0 0 0 0 90 a 100 0 0 0 0 0 Acima de 100 0 0 0 0 0 TOTAL 224 12 1 5 9 TOTAL 97 124 19 10 1 0 0 0 0 0 251 Ao analisar o histograma de consumo da do Distrito de Palmitópolis tem-se que 38,65% das economias tem consumo inferior ao consumo mínimo cobrado, fato este que reduz as perdas de faturamento e não existem grandes consumidores, com consumos médios mensais superiores a 100 m³. Quadro 87: Histograma de Consumo de Marajó. Faixa de UTILIDADE Consumo RESIDENCIAL COMERCIAL INDUSTRIAL PÚBLICA (m³) 0 a 10 53 2 0 4 10 a 20 33 1 0 0 20 a 30 4 0 0 0 30 a 40 0 0 0 0 40 a 50 0 0 0 0 50 a 60 0 0 0 0 60 a 70 0 0 0 0 80 a 90 0 0 0 0 90 a 100 0 0 0 0 Acima de 100 0 0 0 0 TOTAL 90 3 0 4 PODER PÚBLICO TOTAL 5 0 0 0 0 1 0 0 0 0 6 64 34 4 0 0 1 0 0 0 0 103 Ao analisar o histograma de consumo da do Distrito de Marajó tem-se que 62,1% das economias tem consumo inferior ao consumo mínimo cobrado, fato este que reduz as perdas de faturamento e não existem grandes consumidores, com consumos médios mensais superiores a 100 m³. É importante ressaltar que o setor industrial, assim como o setor agrícola normalmente utiliza-se de mananciais alternativos, seja fontes ou nascentes, visando a redução dos custos na produção 171 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.6.3. Aspectos Financeiros Nos Quadros 88, 89 e 90 estão apresentados o faturamento e a arrecadação mensal para o ano de 2012, referentes à prestação dos serviços de abastecimento de água e dos serviços complementares, estando também demonstrado o índice de inadimplência para o Município de Nova Aurora e Distritos de Palmitópolis e Marajó respectivamente. Quadro 88: Faturamento e Arrecadação de Nova Aurora. Faturamento (R$) Arrecadação (R$) Inadimplência Mês (%) Água Serviços Total Água Esgoto Total Janeiro 105.824 3.596 109.420 93.296 4.178 97.474 10,92 Fevereiro 104.016 3.517 107.533 96.218 3.494 99.712 7,27 Março 99.592 4.110 103.702 112.691 4.709 117.400 -13,21 Abril 105.797 4.714 110.511 99.201 4.523 103.724 6,14 Maio 104.157 10.635 114.792 102.273 4.875 107.148 6,66 Junho 104.155 5.495 109.650 105.144 11.800 116.944 -6,65 Julho 105.708 5.782 111.490 96.555 4.165 100.720 9,66 Agosto 116.121 4.623 120.744 109.095 7.294 116.389 3,61 Setembro 119.763 8.915 128.678 106.134 4.075 110.209 14,35 Outubro 112.578 4.618 117.196 123.812 10.704 134.516 -14,78 Novembro 116.769 5.507 122.276 110.014 4.660 114.674 6,22 Dezembro 115.744 6.334 122.078 120.358 4.785 125.143 -2,51 TOTAL 1.310.224 67.846 1.378.070 1.274.791 69.262 1.344.053 2,31 Quadro 89: Faturamento e Arrecadação de Palmitópolis. Faturamento (R$) Arrecadação (R$) Inadimplência Mês (%) Água Serviços Total Água Serviços Total Janeiro 9.393 160 9.553 7.805 141 7.946 16,82 Fevereiro 8.093 292 8.385 9.562 442 10.004 -19,31 Março 9.327 379 9.706 9.127 331 9.458 2,56 Abril 8.619 237 8.856 7.887 248 8.135 8,14 Maio 8.842 381 9.223 10.136 387 10.523 -14,10 Junho 8.273 311 8.584 7.276 250 7.526 12,33 Julho 7.996 328 8.324 8.868 314 9.182 -10,31 Agosto 9.109 302 9.411 9.165 374 9.539 -1,36 Setembro 9.712 447 10.159 8.243 317 8.560 15,74 Outubro 9.840 270 10.110 10.150 322 10.472 -3,58 Novembro 8.756 270 9.026 8.741 358 9.099 -0,81 Dezembro 10.160 233 10.393 9.729 213 9.942 4,34 TOTAL 108.120 3.610 111.730 106.689 3.697 110.386 0,87 172 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL Quadro 90: Faturamento e Arrecadação de Marajó. Faturamento (R$) Arrecadação (R$) Água Serviços Total Água Serviços Total 2.531 14 2.545 2.292 27 2.319 2.584 8 2.592 2.251 11 2.262 2.488 16 2.504 2.834 13 2.847 2.865 44 2.909 2.456 11 2.467 2.833 24 2.857 3.249 49 3.298 2.802 21 2.823 2.867 14 2.881 3.226 29 3.255 2.586 27 2.613 3.357 3 3.360 3.070 25 3.095 3.096 26 3.122 2.693 21 2.714 3.125 32 3.157 3.520 49 3.569 3.204 31 3.235 2.937 27 2.964 3.159 30 3.189 3.673 33 3.706 35.270 278 35.548 34.428 307 34.735 Inadimplência (%) 8,88 12,73 -13,70 15,19 -15,44 -2,05 19,72 7,89 13,07 -13,05 8,38 -16,21 2,12 Conforme apresentado nos Quadro 88, 89 e 90, o índice de inadimplência no ano de 2012 na prestação de serviços de água no município de Nova Aurora foi de apenas 2,31%, no distrito de Palmitópolis foi de somente 0,87% e em Marajó ficou com apenas 2,12% de inadimplência, resultados estes que demonstram uma baixa evasão de receitas. 3.6.4. Organograma da Concessionária O Organograma é a representação gráfica da estrutura organizacional, revelando as unidades componentes e as relações de interdependência entre elas. Destacam-se no organograma da SANEPAR a Assembleia de Acionistas, o Conselho Fiscal e de Administração, a Diretoria Executiva, formada pela Diretoria da Presidência e pelas demais: Administrativa, Comercial, Financeira, Investimentos, Jurídica, Meio Ambiente e Ação Social, Operações e de Relações com Investidores. Clique sobre os links no organograma para visualizar os integrantes de cada diretoria. Na Figura 57 está apresentado o organograma da SANEPAR, Concessionária dos Serviços de Água e Esgoto no município. 173 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 57: Organograma da SANEPAR. 3.6.5. Aspectos Administrativos da Concessionária Para o atendimento dos sistemas de abastecimento de água do município de Nova Aurora e dos Distritos de Palmitópolis e Marajó, a SANEPAR conta com 2 funcionários que trabalham no setor comercial e outros 2 na operação do sistema de abastecimento de água. Vale ressaltar a inexistência de um engenheiro na operação e manutenção do sistema de abastecimento de água do município. Como estrutura de transporte, a atual concessionária possui 2 veículos, sendo um Volkswagem Saveiro ano 2004 para a operação do sistema de abastecimento de água e um Volkswagem Gol ano 2012 para uso do comercial da concessionária. Para a realização da manutenção do sistema de abastecimento de água, é contratada a empresa Angai Engenharia e Empreendimentos de Ponta Grossa, a qual disponibiliza 2 funcionários e 1 veículo para a prestação destes serviços. 174 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.6.6. Indicadores Nos Quadros 91, 92 e 93 estão apresentados os indicadores operacionais, econômicos e administrativos respectivamente. Os resultados destes indicadores foram obtidos no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS referente ao ano de 2009. Quadro 91: Indicadores Operacionais. Indicador Índice de atendimento total de água Índice de atendimento urbano de água Densidade de economias de água por ligação Participação das economias residenciais de água no total das economias de água Índice de macromedição Índice de hidrometração Índice de micromedição relativo ao volume disponibilizado Índice de micromedição relativo ao consumo Índice de fluoretação de água Índice de consumo de água Volume de água disponibilizado por economia Consumo médio de água por economia Consumo micromedido por economia Consumo de água faturado por economia Consumo médio percapita de água Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água Extensão da rede de água por ligação Índice de faturamento de água Índice de perdas faturamento Índice de perdas na distribuição Índice bruto de perdas lineares Índice de perdas por ligação Unidade Resultado Percentual 80,06 Percentual 100,00 Econ./lig. 1,07 Percentual 89,87 Percentual 100,00 Percentual 100,00 Percentual 68,86 Percentual 100,00 Percentual 100,00 Percentual 68,86 m³/mês/econ. 16,00 m³/mês/econ. 11,00 m³/mês/econ. 11,00 m³/mês/econ. 12,90 l/hab./dia 131,90 kWh/m³ 1,40 m/lig. 15,90 Percentual 80,61 Percentual 19,38 Percentual 31,13 m³/dia/Km 10,82 l/dia/lig. 175,78 O índice de atendimento total de água está em apenas 80,06%, pois o atendimento da zona rural do município, assim como do Distrito de Palmital não são de responsabilidade da SANEPAR, porém são atendidos por sistemas coletivos de água ou sistemas unifamiliares. 175 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 92: Indicadores Econômicos. Indicador Despesa total com os serviços por m³ faturado Despesa de exploração por m³ faturado Despesa de exploração por economia Tarifa média praticada Tarifa média de água Tarifa média de esgoto Indicador de desempenho financeiro Índice de evasão de receitas Incidencia da despesa de pessoal e de terceirizados nas despesas totais Despesa média anual por empregado Margem da despesa de exploração Margem da despesa com pessoal próprio Margem da despesa com pessoal total Margem do serviço da divida Margem das outras despesas de exploração Participação da despesa com pessoal próprio nas despesas de exploração Participação da despesa com pessoal total nas despesas de exploração Participação da despesa com energia elétrica nas despesas de exploração Participação da despesa com produtos químicos nas despesas de exploração Participação das outras despesas na despesa de exploração Participação da receita operacional direta de água na receita operacional total Participação da receita operacional direta de esgoto na receita operacional total Participação da receita operacional indireta na receita operacional total Dias de faturamento comprometidos com contas a receber Unidade R$/m³ R$/m³ R$/ano/econ. R$/m³ R$/m³ R$/m³ Percentual Percentual Percentual R$/empreg. Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Percentual Dias Resultado 1,48 1,22 190,12 1,88 1,88 126,81 -6,15 34,05 45.094,67 65,15 13,62 26,85 3,88 6,85 20,90 41,22 35,26 1,80 10,51 97,36 2,63 57,00 Nos indicadores econômicos pode-se destacar o superior valor na tarifa média praticada em relação ao custo dos serviços por m³ faturado, resultando num bom indicador de desempenho financeiro de 126,81. Quadro 93: Indicadores Administrativos. Indicador Quantidade equivalente de pessoal total Índice de produtividade: economias ativas por pessoal total Índice de produtividade de pessoal total Índice de produtividade: empregados próprios por 1000 ligações de água + esgoto Índice de produtividade: economias ativas por pessoal próprio Índice de produtividade: empregados próprios por 1000 ligações de água Índice de suficiência de caixa Índice de despesas por consumo de energia elétrica nos sistemas de água e esgotos Unidade empregado econ./empreg. percentual empreg./mil lig. econ./empreg. empreg./mil lig. percentual kWh/m³ Resultado 6 567 538 0,94 1134,5 0,94 157,92 0,24 176 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.7. PONTOS FORTES E FRACOS DO SAA Como pode ser verificado no decorrer do diagnóstico, muitos são os pontos fortes do sistema de abastecimento de água do município de Nova Aurora, dentre os quais se pode destacar: Manancial subterrâneo com água de qualidade. Macromedição na unidade produtora. Adequado nível de reservação. Conjuntos Moto Bomba não trabalham na capacidade máxima. Distritos de Medição implantados com macromedidores em todo o município. Razoável índice de perdas. Sistemática de pesquisa de vazamentos. Poço com vazão de 70 m³/h já está perfurado para futura interligação. Já no que se refere aos pontos fracos do sistema de abastecimento de água de Nova Aurora pode-se destacar: Captação no limite da vazão outorgada. Inexistência de CCO. 177 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ D – DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 1. ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – SES O diagnóstico do sistema de coleta e tratamento de esgoto do Município de Nova Aurora apresentado neste capítulo foi elaborado a partir de dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento – SNIS, dados obtidos nas visitas técnicas de campo, por informações disponibilizadas pela SANEPAR e pela Prefeitura Municipal de Nova Aurora. 1.1. SOLUÇÕES EXISTENTES PARA O ESGOTAMENTO SANITÁRIO As soluções para o esgotamento sanitário podem ser individuais ou coletivas. 1.1.1. Soluções Individuais As soluções individuais são aquelas adotadas para atendimento unifamiliar. Consistem, usualmente, no lançamento dos esgotos domésticos gerados em uma unidade habitacional em fossa séptica, seguida de dispositivo de infiltração no solo (sumidouro, irrigação subsuperficial). Tais sistemas podem funcionar satisfatória e economicamente se as habitações forem esparsas (grandes lotes com elevada porcentagem de área livre e/ou em meio rural), e se o solo apresentar boas condições de infiltração e, ainda, se o nível de água subterrânea encontrar-se a uma profundidade adequada, de forma a evitar o risco de contaminação desta por microrganismos transmissores de doenças presentes nos efluentes da fossa séptica. A fossa séptica é um dispositivo de tratamento de esgoto destinado a receber a contribuição de um ou mais domicílios, e com capacidade de dar aos esgotos um grau de tratamento compatível com a sua simplicidade e custo. São câmaras convenientemente construídas para reter os despejos por um período de tempo especificamente determinado, de modo a permitir a sedimentação dos sólidos e 178 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ retenção do material graxo contido nos esgotos, transformando-os, bioquimicamente, em substâncias e compostos mais simples e estáveis. O dimensionamento das fossas sépticas deve atender aos preceitos contidos na Norma Técnica Brasileira NBR 7229/93, que fixa as condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos, incluindo o tratamento e a disposição de efluentes e do lodo sedimentado. A municipalidade dispõe de instrumentos legais para orientar a elaboração do projeto de solução individual, bem como para a fiscalização de sua correta implantação. Os dispositivos legais municipais aplicáveis serão descritos adiante. 1.1.2. Sistemas Coletivos Os sistemas coletivos consistem em canalizações assentadas nos arruamentos que recebem os esgotos brutos dos imóveis, transportando-os até uma unidade de tratamento, e finalizando com uma destinação final sanitariamente adequada para o efluente líquido e para o lodo gerado no processo de tratamento. Em áreas urbanas, a solução coletiva mais indicada para a coleta dos esgotos pode ter as seguintes variantes: 1.1.3. Sistema Unitário ou Combinado Neste sistema os esgotos sanitários e as águas da chuva são conduzidos ao seu destino final, numa mesma canalização. No Brasil este sistema não tem sido recomendado devido aos seguintes inconvenientes: O regime de chuvas torrenciais no país demanda tubulações de grandes diâmetros, com capacidade ociosa no período seco; Custos iniciais elevados; Riscos de refluxo do esgoto sanitário para o interior das residências por ocasião das cheias; e As estações de tratamento não podem ser dimensionadas para tratar toda a vazão que é gerada no período de chuvas. Assim, uma parcela de esgotos 179 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ sanitários não tratados que se encontram diluídos nas águas pluviais será extravasada para o corpo receptor, sem sofrer tratamento, provocando ocorrência do mau cheiro proveniente de bocas de lobo e demais pontos do sistema. 1.1.4. Sistema Separador Absoluto Os esgotos sanitários e as águas da chuva neste sistema são conduzidos ao seu destino final, em canalizações independentes. No Brasil, adota-se basicamente o sistema separador absoluto devido às vantagens relacionadas a seguir: O afastamento das águas pluviais é facilitado, pois, pode ter diversos lançamentos ao longo do curso de água, sem necessidade de seu transporte a longas distâncias; Menores dimensões das canalizações de coleta e afastamento das águas residuárias; Possibilidade do emprego de diversos materiais para as tubulações de esgotos, tais como: tubos cerâmicos, concreto, PVC, e em casos especiais, também ferro fundido (normalmente emissários); Redução dos custos e prazos de construção; Possível planejamento de execução das obras por partes, considerando a importância para a comunidade e as disponibilidades de recursos; Melhores condições para o tratamento dos esgotos sanitários; e Não-ocorrência de transbordo dos esgotos nos períodos de chuva intensa, reduzindo-se a possibilidade da poluição dos corpos de água. O sistema separador absoluto possui, no Brasil, duas modalidades principais: a) Sistema Convencional É a solução de esgotamento sanitário mais frequentemente utilizada, onde as unidades componentes são: Canalizações: rede coletora, interceptores e emissários; 180 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Estações elevatórias; Órgãos complementares e acessórios; Estações de tratamento (ETE); Disposição final do efluente líquido tratado e do lodo gerado na ETE; e Obras especiais. b) Sistema Condominial O sistema condominial de esgotos tem sido apresentado como uma alternativa a mais no elenco de opções disponíveis ao projetista, para que ele faça a escolha quando do desenvolvimento do projeto. Este sistema constitui uma nova relação entre a população e o poder público, tendo como características uma importante cessão de poder e a ampliação da participação popular, alterando, destarte, a forma tradicional de atendimento à comunidade. 1.1.5. Tratamento dos Esgotos No tratamento de esgoto, o grau da remoção dos poluentes está associado aos conceitos de nível e eficiência do tratamento, de forma a adequar o lançamento do efluente a uma qualidade desejada ou ao padrão vigente. Usualmente, consideramse os seguintes níveis: tratamento preliminar: objetiva apenas a remoção dos sólidos grosseiros e areia; tratamento primário: visa à remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria orgânica; tratamento secundário: predominam mecanismos biológicos, cujo objetivo é principalmente a remoção de matéria orgânica, e eventualmente nutrientes (nitrogênio e fósforo). Uma estação de tratamento de esgoto conterá os níveis necessários para o tratamento do efluente de acordo com o tipo e quantidade de poluentes encontrados nele. O padrão da qualidade do efluente que deve sair da estação de tratamento de esgoto está regulamentado pela Resolução CONAMA no 357/2005. 181 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Os mecanismos que são utilizados para a remoção dos poluentes em uma estação de tratamento do esgoto, são os seguintes: Para remoção dos sólidos: gradeamento (retenção de sólidos grosseiros), desarenação (retenção da areia presente no esgoto bruto), sedimentação (separação de partículas com densidade superior à do esgoto) e absorção (retenção na superfície de aglomerados de bactérias ou biomassa); Para remoção da matéria orgânica: sedimentação (separação de partículas com densidade superior à do esgoto); absorção (retenção na superfície de aglomerados de bactérias ou biomassa); estabilização (utilização pelas bactérias como alimento, com conversão a gases, água e outros compostos inertes); e Para remoção de organismos transmissores de doenças: radiação ultravioleta, radiação do sol ou artificial (condições ambientais adversas, pH, falta de alimento, competição com outras espécies); desinfecção (adição de algum agente desinfetante). 182 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS Dentre os instrumentos legais aplicáveis ao Setor de Esgotamento Sanitário, são listadas a seguir aquelas de maior relevância, quais sejam, apresentadas nos quadros seguintes: 2.1.1. Legislação Federal, Decretos e Resoluções Quadro 94: Leis Federais, Decretos e Resoluções Aplicadas ao Saneamento. Lei nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos; Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências (Seção III, Da Poluição e outros crimes ambientais, Art. 54, Incisos III, IV e V); Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007 Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico; Res. CONAMA nº 05 de 15 de Junho de 1988 Trata do licenciamento de obras de saneamento; Define as atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental; Define a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa dos níveis de qualidade, avaliados por Res. CONAMA nº 274 de 29 de Novembro de 2000 parâmetros e indicadores específicos (condições de balneabilidade); Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem Res. CONAMA nº 357 de 17/03/2005 como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências; Define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de Res. CONAMA nº 375 de 29 de Agosto de 2006 esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências; Res. CONAMA nº 237 de 19 de Dezembro de 1997 Res. CONAMA nº 377 de 09 de Outubro de 2006 Dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de Sistema de Esgotamento Sanitário; Res. CONAMA nº 397 de 03 de Abril de 2008 Altera o Inciso II do §4º e a Tabela X do § 5º, ambos do Art. 34º da Resolução CONAMA No357/2005 Res. CONAMA 430 Complementa e altera a Resolução nº 357/2005. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Decreto nº 6.514/2008 Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações e dá outras providências; 183 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2.1.2. Legislação Estadual, Decretos e Resoluções Quadro 95: Leis Estaduais, Decretos e Resoluções Aplicadas ao Saneamento. Lei nº 12.726 de 26 de Novembro de 1999 Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos, e dá outras providências. Dispõe sobre a organização, regulamentação, fiscalização e Lei nº 13331 de 23 de Novembro de 2009 controle das ações dos serviços de saúde no Estado do Paraná. Lei nº 16.242 de 13 de Outubro de 2009 Decreto nº 4.646 de 31 de Agosto de 2001 Decreto nº 5.361 de 26 de Fevereiro de 2002 Cria o Instituto das Águas do Paraná – IAP Dispõe sobre o regime de outorga de direito de uso de recursos hídricos, e dá outras providências; Define os instrumentos de cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos, e dá outras providências; Regula a organização, e o funcionamento do Sistema Único de Decreto nº 5.711 de 05 de Maio de 2002 Saúde no âmbito do Estado do Paraná, estabelece normas de promoção, proteção e recuperação da saúde e dispõe sobre as infrações sanitárias e respectivo processo administrativo. Dispõe sobre licenciamento ambiental, estabelece condições e Res. SEMA nº 21 de 22 de Abril de 2007 padrões ambientais para empreendimentos de saneamento, e dá outras providências; Res. SEMA nº 53 de 16 de Novembro de 2009 Acrescenta os parágrafos 1o e 2o ao Artigo 8º da Resolução SEMA nº 021 de 22/04/2007. 184 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2.1.3. Normas Técnicas - ABNT ABNT/NBR 9648/1986 Quadro 96: Normas Técnicas Aplicáveis. Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário; ABNT/NBR 9649/1986 Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário; ABNT/NBR 9800/1987 Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário; ABNT/NBR 9814/1987 Execução de rede coletora de esgoto sanitário; ABNT/NBR 9897/1987 Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores; ABNT/NBR 9898/1987 Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores; ABNT/NBR 12207/1992 Projeto de interceptores de esgoto sanitário; ABNT/NBR 12208/1992 Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário; ABNT/NBR 12209/1992 Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário; ABNT/NBR 12266/1992 ABNT/NBR 7229 ABNT/NBR 13969/1997 ABNT/NBR 8890/2003 ABNT/NBR 7362-1/2005 ABNT/NBR 7362-2/1999 ABNT/NBR 7362-3/2005 ABNT/NBR 7362-4/2005 Projeto e execução de valas para assentamento de tubulação de água, esgoto ou drenagem urbana; Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos; Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação; Tubo de concreto, de seção circular, para águas pluviais e esgotos sanitários – Requisitos e métodos de ensaio; Sistemas enterrados para condução de esgoto, Parte 1: Requisitos para tubos de PVC com junta elástica; Sistemas enterrados para condução de esgoto, Parte 2: Requisitos para tubos de PVC com junta maciça; Sistemas enterrados para condução de esgoto, Parte 3: Requisitos para tubos de PVC com dupla parede; e Sistemas enterrados para condução de esgoto, Parte 4: Requisitos para tubos de PVC com parede de núcleo celular. 185 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 3.1. SISTEMA INDIVIDUAL Quem fiscaliza a implantação do tratamento individual é a Vigilância Sanitária, cobrando no ato de vistoria para a emissão do Alvará de Habite-se as seguintes unidades: - Caixa de Gordura, - Fossa Séptica, e - Filtro Anaeróbio ou Sumidouro (para ruas sem rede de drenagem). Apresenta-se a seguir, na Figura 58, um esquema em corte de um sistema genérico composto de fossa séptica seguido de filtro anaeróbio. Figura 58: Esquema de Tratamento Individual Fossa Séptica + Filtro Anaeróbio. Nos sistemas individuais o esgoto tratado é encaminhado para a galeria de águas pluviais, e na ausência dessas, para sumidouro ou córregos mais próximos. Com relação a esta solução, a Prefeitura tem adotado este procedimento para minimizar a poluição dos recursos hídricos pela falta de um sistema público coletivo de coleta e tratamento de esgoto. 186 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O sistema composto de fossa séptica seguido de filtro anaeróbio atende “teoricamente” o pré-requisito de redução da carga orgânica que a legislação ambiental exige, porém na prática estes sistemas possuem as seguintes dificuldades: Geralmente o proprietário não realiza a limpeza prevista em norma, diminuindo a eficiência do sistema; Com o passar do tempo a fossa e o filtro podem sofrer fissuras na sua parede e no fundo causando vazamento, podendo contaminar o lençol freático; Estas unidades não reduzem totalmente os microorganismos causadores de doenças de vinculação hídrica; Na maioria das vezes a prefeitura apenas fiscaliza a instalação das unidades antes que o munícipe as coloque em operação, podendo o mesmo desativar o sistema quando este apresentar os primeiros sinais de necessidade de manutenção. Anteveem-se dificuldades para interligação da parte interna dos imóveis aos futuros ramais, quando da implantação do sistema público de esgoto, uma vez que muitas vezes o escoamento atual se direciona para o fundo do lote, o que exigirá intervenções de quebra e recomposição de piso e adequação de caimento da tubulação da parte interna. Antecipa-se essa situação por ser de conhecimento que, em diversos municípios de todo país onde foi implantado um novo sistema de esgoto, não houve a adesão prevista dos munícipes, permanecendo as consequências danosas para o meio ambiente em decorrência do lançamento inadequado, pela não ligação dos imóveis à rede pública e ainda gerando dificuldades financeiras para amortizar os investimentos efetuados em ramais, redes, coletores troncos e estação de tratamento de esgoto, pela não cobrança do serviço. 187 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2. SISTEMA COLETIVO O sistema público de esgotamento sanitário que está sendo implantado é do tipo separador absoluto e atenderá exclusivamente o município de Nova Aurora. O investimento e a futura operação do sistema são de responsabilidade da Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, empresa concessionária do setor no município. Este serviço é regulamentado pelo Contrato de Concessão para Prestação dos Serviços de Água e Esgoto, cujo vencimento está datado para o ano 2025. Segundo informações disponibilizadas pela operadora SANEPAR, após o término das obras, a cobertura do sistema de esgotamento sanitário no município de Nova Aurora será de 56,6% da sede municipal, percentual este maior que a média nacional de 50,6% e da região sul do país de 38,3%, porém inferior à média do Estado do Paraná de 57,5%. 3.2.1. Ligações Prediais e Economias de Esgoto As obras em andamento resultarão, segundo a SANEPAR, na instalação de 1.701 ligações prediais de esgoto. As ligações de esgoto a serem implantadas seguem modelo padrão da SANEPAR (vide Figura 59), com ramal predial em tubos de PVC no diâmetro mínimo de 100 mm e caixa de inspeção no passeio. Cabe ao proprietário do imóvel interligar a canalização de coleta dos seus esgotos à caixa de inspeção no passeio. 188 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 59: Modelo de Ligação Padrão da SANEPAR. O sistema de abastecimento de água é composto de 3.019 ligações que resultam em 3.232 economias, resultando num índice de densidade de economias de 1,076 economias/ligação. Em considerando a mesma densidade de economias para o sistema de esgotamento sanitário, estima-se o atendimento de aproximadamente 1.830 economias. 3.2.2. Rede Coletora Segundo informações da SANEPAR, a obra em andamento é constituída por 33.000 metros de rede entre os diâmetros nominais de 150 e 200 mm, sendo toda a rede composta por material PVC. 3.2.3. Estações Elevatórias O sistema de esgotamento sanitário do Município de Nova Aurora será desprovido de elevatórias de recalque na rede coletora, visto que a topografia da área atendida permite que todo o transporte dos esgotos sanitários seja realizado por gravidade. 189 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2.4. Coletores-Tronco O sistema de esgotamento sanitário do Município de Nova Aurora será composto de 1.800 metros de coletores tronco entre diâmetros de 150 e 200 mm, sendo todo ele em material PVC. 3.2.5. Interceptor O sistema de esgotamento sanitário do Município de Nova Aurora será composto de 800 metros de interceptor com diâmetro nominal de 250 mm, sendo todo ele em material PVC. 3.2.6. Tratamento de Esgoto A Estação de Tratamento de Esgotos de Nova Aurora está em fase de construção, como pode ser verificado na Figura 60, ficará, zona rural do município de Nova Aurora. Figura 60: Obra da ETE Nova Aurora Trata-se de uma ETE com capacidade nominal de tratamento de 32,4 m³/h (9 L/s), composta por gradeamento, desarenação, tratamento primário anaeróbio e 190 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ secundário aeróbio seguido de lançamento no Rio Itaguaçuzinho. O lodo proveniente do tratamento será encaminhado para leitos de secagem. A chegada do esgoto bruto será realizada através de um canal de chegada, com a contribuição de um único interceptor de 250 mm em material DeF°F°, passando por sistema de gradeamento e desarenação, como pode ser visualizado na Figura 61, Figura 61: Obra do Ponto de Chegada do Esgoto Bruto. Posterior ao tanque de chegada, o esgoto bruto será conduzido ao tratamento anaeróbio, o qual consiste num Reator Anaeróbio de Leito Fixo e Fluxo Ascendente – RALF, vide a Figura 62. 191 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 62: Obra do RALF. Após o tratamento primário, o efluente passará por um tratamento secundário do tipo filtro submerso de fluxo ascendente, vide a Figura 63. Figura 63: Filtro Submerso. Não foi verificada a existência de um sistema de desinfecção que visa à inativação seletiva de organismos patogênicos, que auxilia no controle do odor e na redução da carga orgânica a ser despejada no corpo receptor A descarga do lodo excedente será feita por gravidade e encaminhada aos leitos de secagem. O lodo gerado nas unidades de tratamento será conduzido para 4 unidades de leitos de secagem, mostrados na Figura 64. 192 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 64: Leitos de Secagem. Ainda não está definida pela operadora qual a destinação que será dada ao lodo seco. 3.2.7. Corpo Receptor O corpo receptor dos efluentes da ETE Nova Aurora será o Rio Itaguaçuzinho e não foi repassado pela SANEPAR informações de outorga de uso do corpo hídrico como corpo receptor. O lançamento será realizado por meio de emissário final com extensão de 1.000 metros e diâmetro nominal de 300 mm em material PVC. 3.2.8. Sistema Supervisório Não existe no projeto a implantação de um sistema supervisório do sistema de esgotamento sanitário instalado no município de Nova Aurora, visto que não existem elevatórias no sistema, não havendo a necessidade de implantação. 3.2.9. Cadastro Técnico O cadastro técnico da rede coletora e demais dispositivos integrantes do sistema de coleta e tratamento de esgotos do município de Nova Aurora é realizado pela 193 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ SANEPAR. Neste cadastro estão detalhados os traçados da rede coletora e a localização de outros dispositivos do sistema de esgotamento sanitário, tais como elevatórias, coletores-tronco, interceptores e ETE. Apesar de ser avisada da existência, esta consultoria não teve acesso ao mesmo, impossibilitando um maior detalhamento visando a melhor execução do trabalho. 3.2.10. Projeto Existente e Obras Previstas Além da obra em andamento, não foram apresentadas outras ações de ampliação do sistema de esgotamento sanitário no município de Nova Aurora. 3.3. ÁREAS DE RISCO DE CONTAMINAÇÃO O município de Nova Aurora está localizado sobre o divisor de águas das Bacias do Córrego Hong Kong e do Rio Melissa. Logo, não possui corpos hídricos passando pela área urbana do município. Como o município é atualmente atendido por sistemas unifamiliares e está em fase de implantação as obras para atendimento de mais de 50% da população de Nova Aurora, não foram verificados áreas de risco de contaminação no município. 3.4. PONTOS FORTES E FRACOS DO SES Após realização de visita técnica e realização do diagnóstico do sistema de esgotamento sanitário foram verificados os seguintes pontos fortes no sistema de esgotamento sanitário. Implantação do sistema de esgotamento sanitário. Futuro atendimento de 56,6% da população. 194 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Já no que se refere aos pontos fracos do sistema de esgotamento sanitário de Nova Aurora pode-se destacar: Inexistência até os dias de hoje de um sistema público implantado. Inexistência de cronograma de ampliação da prestação do serviço. 195 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ E – LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 1. RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA: ASPECTOS GERAIS Nesse item faz-se uma introdução aos conceitos utilizados no Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos, com o objetivo de facilitar a compreensão das etapas subsequentes de Diagnóstico e Prognóstico do sistema. 1.1. RESÍDUOS SÓLIDOS: CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT NBR 1004/2004, os Resíduos Sólidos são definidos como sendo: “Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviável em face à melhor tecnologia disponível”. Percebe-se de acordo com esta definição uma complexidade em torno do assunto “resíduos sólidos”, tornando esta denominação bastante ampla. Outra definição, comumente utilizada diz respeito à palavra “lixo”, que segundo ABNT são "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semisólido, ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional." No presente trabalho ambas as palavras serão tratadas com o mesmo sentido. Vale ressaltar a importância de se reciclar e reutilizar os materiais, haja vista que o que não tem mais importância para uma pessoa pode ter para outra. Diversos materiais podem ser empregados inúmeras vezes em diferentes usos, como por exemplo, garrafas, potes de vidro e/ou plástico e embalagens em geral. 196 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Os resíduos sólidos podem ser classificados com base em diferentes critérios. Segundo a norma NBR 10.004/2004 a classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são partes integrantes dos laudos de classificação, sendo a identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem. Ainda segundo a mesma norma, os resíduos sólidos são classificados em: a) RESÍDUOS CLASSE I - Perigosos; b) RESÍDUOS CLASSE II – Não perigosos; – resíduos classe II A – Não inertes. – resíduos classe II B – Inertes. Resíduos Classe I - Perigosos: Aqueles que apresentam periculosidade, ou seja, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar: - riscos à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; - riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Os Resíduos Classe 1 – Perigosos, podem ainda apresentar as seguintes características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxicidade e/ou Patogenicidade, ou ainda as que constam nos anexos A ou B da NBR 10004. 197 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Classe II A – Não inertes: Aqueles que não se enquadram na classificação de resíduos Classe I ou resíduos Classe II B. Classe II B – Inertes: - Quando amostrados de forma representativa, conforme NBR 10.007, e submetidos aos procedimentos da NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, turbidez, dureza e sabor. De acordo com as características quali-quantitativas, os resíduos sólidos se diferenciam entre diferentes comunidades, podendo variar em função de vários aspectos, como os sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos. Em relação aos aspectos biológicos, os resíduos orgânicos podem ser metabolizados por vários microrganismos decompositores, como fungos e bactérias, aeróbios e/ou anaeróbios, cujo desenvolvimento dependerá das condições ambientais existentes. Além desses microrganismos, os resíduos sólidos podem apresentar microrganismos patogênicos, como os resíduos contaminados por dejetos humanos ou de animais domésticos, ou certos tipos de resíduos de serviços de saúde. O conhecimento das características químicas dos resíduos possibilita a seleção de processos de tratamento e técnicas de disposição final adequada. Algumas das características básicas de interesse são: poder calorífico, pH, composição química (nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e carbono) e relação teor de carbono/nitrogênio, sólidos totais fixos, sólidos voláteis e teor de umidade. A determinação da composição gravimétrica, ou seja, o percentual de cada componente em relação ao peso total do lixo é outro dado essencial. No caso dos resíduos de origem domiciliar e comercial, normalmente dispostos em aterros, os componentes comumente discriminados na composição gravimétrica são: matéria orgânica putrescível, metais ferrosos, metais não ferrosos, papel, papelão, plásticos, trapos, vidro, borracha, couro, madeira, entre outros. 198 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A seguir apresenta-se outra classificação para os resíduos, fixada na Política Nacional de Resíduos Sólidos, através da Lei 12.305/2010, que estabelece a diferenciação em relação à geração e periculosidade: I - quanto à origem: a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas "a" e "b"; d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas "b", "e", "g", "h" e "j"; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea "c"; f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. II - quanto à periculosidade: a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo 199 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea "a ". 1.2. ACONDICIONAMENTO, COLETA E TRANSPORTE O acondicionamento adequado dos resíduos sólidos, o sistema de coleta e transporte planejado e os diversos serviços complementares de limpeza urbana devem ser realizados com qualidade e produtividade, a mínimo custo. Acondicionamento Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em embalagens que atendam aos requisitos de acondicionamento local e estático dos resíduos. O correto acondicionamento dos resíduos sólidos é de responsabilidade do gerador, porém a administração municipal deve exercer funções de regulamentação, educação e fiscalização. O acondicionamento correto dos resíduos sólidos ajuda a evitar acidentes com materiais infectantes e cortantes, proliferação de insetos e animais indesejáveis e perigosos e ainda impacto visual e olfativo. Os resíduos, para serem coletados, devem ser colocados em um recipiente que permita o manuseio de certa quantidade acumulada, sendo a forma de acondicionamento determinada pela quantidade, composição, tipo de coleta e frequência. Coleta e Transporte Segundo a norma NBR 12980 (ABNT, 1993) os diferentes tipos de coleta do lixo são definidos da seguinte maneira: 200 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Coleta domiciliar (convencional e seletiva) consiste na coleta dos resíduos gerados em residências, estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviço, cujos volumes e características sejam compatíveis com a legislação municipal vigente; Coleta de resíduos provenientes de varrição de ruas, praças, calçadas e demais equipamentos públicos; Coleta de feiras e praias; Coleta de resíduos dos serviços de saúde, compreendendo hospitais, ambulatórios, postos de saúde, laboratórios, clinica veterinária, etc. A coleta especial consiste em recolher os resíduos que não são recolhidos regularmente, tais como, entulhos, animais mortos e podas de jardins. Ela deve ser programada para onde e quando houverem resíduos a serem removidos. A coleta seletiva dos resíduos sólidos é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como papel, vidro, metal e plástico e materiais “orgânicos”, previamente separados na fonte geradora. As quatro modalidades de coleta seletiva são: domiciliar (porta-a-porta), postos de entrega voluntária, postos de troca e catadores. A coleta domiciliar e seu transporte para as áreas de tratamento ou destinação final são ações do poder público municipal de grande visibilidade para a população, pois impedem o desenvolvimento de vetores transmissores de doenças. Para que o envolvimento ocorra de forma satisfatória o poder público deve garantir a regularidade da coleta, ou seja, os veículos coletores devem passar regularmente nos mesmos dias, locais e horários. 1.3. DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, a destinação e disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, podem ser entendidas como: 201 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. 2. LEGISLAÇÃO, RESOLUÇÕES E NORMAS TÉCNICAS GERAIS A gestão integrada do sistema de limpeza urbana no município pressupõe o envolvimento da população e o exercício político sistemático junto às instituições vinculadas a todas as esferas dos governos municipais, estaduais e federal que possam nele atuar. Com relação aos resíduos sólidos, existe um grande arcabouço legislativo que trata do tema. A seguir encontram-se algumas legislações e normas técnicas gerais pertinentes ao assunto. 2.1. FEDERAL Lei 12.305 de 2010. Institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos. Lei nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Decreto nº 7.217 de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei Federal nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007. Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 202 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Decreto nº 7404 de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Lei nº 11.107 de 06 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Decreto nº 6.017 de 17 de janeiro de 2007. Regulamenta a Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Resolução CONAMA nº 313 de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. ABNT NBR 10004/2004. Resíduos sólidos – Classificação. Resíduos Sólidos Domiciliares (secos, úmidos e indiferenciados) Decreto nº 7.405 de 23 de dezembro de 2010. Institui o Programa Pró-Catador. Decreto nº 5.940 de 25 de outubro de 2006. Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às cooperativas. Resolução CONAMA nº 404 de 11 de novembro de 2008. Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos. Resolução CONAMA nº 378 de 19 de outubro de 2006. Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1o, art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras providências. Resolução CONAMA nº 316 de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. Alterada pela Resolução nº 386 de 27 de dezembro de 2006. Resolução CONAMA nº 275 de 25 de abril de 2001. Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. ABNT NBR 15849/2010. Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e encerramento. 203 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ ABNT NBR 13221/2010. Transporte terrestre de resíduos. ABNT NBR 13334/2007. Contentor metálico de 0,80 m³, 1,2 m³ e 1,6 m³ para coleta de resíduos sólidos por coletores-compactadores de carregamento traseiro – Requisitos. ABNT NBR 10007/2004. Amostragem de resíduos sólidos. ABNT NBR 13999/2003. Papel, cartão, pastas celulósicas e madeira Determinação do resíduo (cinza) após a incineração a 525°C. ABNT NBR 14599/2003. Requisitos de segurança para coletores- compactadores de carregamento traseiro e lateral. ABNT NBR 8849/1985. Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos – Procedimento. ABNT NBR 14283/1999. Resíduos em solos – Determinação da biodegradação pelo método respirométrico. ABNT NBR 13591/1996. Compostagem – Terminologia. ABNT NBR 13463/1995. Coleta de resíduos sólidos. ABNT NBR 1298/1993. Líquidos livres - Verificação em amostra de resíduos Método de ensaio. ABNT NBR 13896/1997. Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto, implantação e operação. ABNT NBR 1299/1993. Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos – Terminologia. Resíduo de Construção Civil Resolução CONAMA no 448 de 18 de janeiro de 2012. Altera os arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10, 11 da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, alterando critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Resolução CONAMA nº 431 de 24 de maio de 2011. Altera o art. 3º da Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, estabelecendo nova classificação para o gesso. Resolução CONAMA nº 307 de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 204 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Alterada pelas Resoluções 348, de 16 de agosto de 2004, e nº 431, de 24 de maio de 2011. ABNT NBR 15116/2004. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. ABNT NBR 15112/2004. Resíduos da construção civil e resíduos volumosos Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. ABNT NBR 15113/2004. Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação. ABNT NBR 15114/2004. Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. ABNT NBR 15115/2004. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. Resíduos de Serviços de Saúde Resolução CONAMA nº 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Resolução CONAMA nº 330 de 25 de abril de 2003. Institui a Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos. Alterada pelas Resoluções nº 360, de 17 de maio 2005 e nº 376, de 24 de outubro de 2006. Resolução CONAMA nº 006 de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. Resolução ANVISA nº 306 de 07 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. ABNT NBR 14652/2001. Coletor-transportador rodoviário de resíduos de serviços de saúde-Requisitos de construção e inspeção-Resíduos do grupo A. ABNT NBR 8418/1984. Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos - Procedimento. ABNT NBR 12808/1993. Resíduos de serviço de saúde – Classificação. 205 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ ABNT NBR 12810/1993. Coleta de resíduos de serviços de saúde – Procedimento. ABNT NBR 12807/1993. Resíduos de serviços de saúde – Terminologia. ABNT NBR 15051/2004. Laboratórios clínicos – Gerenciamento de resíduos. Resíduos Eletroeletrônicos, Pilhas, Baterias e Lâmpadas Resolução CONAMA nº 401 de 04 de novembro de 2008. Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências. Alterada pela Resolução nº 424, de 22 de abril de 2010. Resolução CONAMA nº 023 de 12 de dezembro de 1996. Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos. Alterada pelas Resoluções nº 235, de 07 de janeiro 1998, e nº 244, de 16 de outubro de 1998. Resolução CONAMA nº 228 de 20 de agosto de 1997. Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo. ABNT NBR 10157/1987. Aterros de resíduos perigosos - Critérios para projeto, construção e operação – Procedimento. ABNT NBR 11175/1990. Incineração de resíduos sólidos perigosos - Padrões de desempenho – Procedimento. Resíduos Pneumáticos Resolução CONAMA nº 416 de 30 de setembro de 2009. Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. Resolução CONAMA nº 008 de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a entrada no país de materiais residuais. 206 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Resolução CONAMA nº 430 de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do CONAMA. Resolução CONAMA nº 410 de 04 de maio de 2009. Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, e no Art. 3º da Resolução nº 397, de 03 de abril de 2008. Resolução CONAMA nº 380 de 31 de outubro de 2006. Retifica a Resolução CONAMA nº 375 de 29 de agosto de 2006 - Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências. Resolução CONAMA nº 005 de 05 de agosto de 1993. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. Alterada pela Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005. Resíduos Industriais Resolução CONAMA nº 362 de 23 de junho de 2005. Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. Resolução CONAMA nº 228/1997. Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo. Resíduos Agrosilvopastoris Resolução CONAMA nº 334 de 03 de abril de 2003. Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. 207 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 2.2. ESTADUAL RESOLUÇÃO CEMA nº 086, de 02 de abril de 2013. Estabelece diretrizes e critérios orientadores para o licenciamento e outorga, projeto, implantação, operação e encerramento de aterros sanitários, visando o controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e dá outras providências. Lei N.º 12.493, de 1999. Aprovada e Regulamentada pelo Decreto Estadual N.º 6.674 de 2002. Estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos no Estado do Paraná, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e adota outras providências. Resolução Conjunta SEMA- SESA N.º 002 de 2005. Considerando que o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS é documento integrante do processo de licenciamento ambiental; O PGRSS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e de acordo com os critérios estabelecidos pelos órgãos de vigilância sanitária e meio ambiente, a quem cabe sua análise e aprovação. Portaria IAP N.º 224 de 2007. Estabelece os critérios para exigência e emissão de Autorizações Ambientais para as Atividades de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Lei N.º 15.851 de 2008. Dispõe que as empresas produtoras, distribuidoras e que comercializam equipamentos de informática, instaladas no Estado do Paraná, ficam obrigadas a criar e manter o Programa de Recolhimento, Reciclagem ou Destruição de Equipamentos de Informática, sem causar poluição ambiental. Lei Nº 16.075 de 2009. Proíbe o descarte de pilhas, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham mercúrio metálico em lixo doméstico ou comercial, conforme especifica e adota outras providências. Lei N.º 16.393 de 2010. Institui, no Estado do Paraná, o Programa de Incentivo à reciclagem do óleo de cozinha para a produção de Biodiesel, 208 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ através da desoneração progressiva no pagamento de impostos estaduais, conforme especifica. 2.3. MUNICIPAL Lei nº 1329 de 2009. Dispõe sobre o Código de Obras do Município de Nova Aurora, Constante do Plano Diretor Municipal – PDM - e dá outras providências” 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL Este item do trabalho irá contemplar o levantamento e diagnóstico da situação atual do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos do município de Nova Aurora - PR, sob o ponto de vista administrativo, técnico/operacional, financeiro, legal e ambiental. 3.1. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E RESPONSABILIDADES Em Nova Aurora o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos é realizado diretamente pela Administração Municipal. As atribuições de cada secretaria estão estabelecidas na Lei N 01533/2013, que dispõe sobre a alteração da Lei N0 1295/2009 “Estrutura Administrativa de Nova Aurora, e dá outras providências”. De acordo com a referida Lei, compete à Secretaria de Viação, Obras, Urbanismo e Serviços Públicos o manejo dos resíduos sólidos no município, conforme apresentado na Figura 65. 209 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 65: Organograma da Secretaria de Viação, Obras, Urbanismo e Serviços Públicos. No entanto, a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente também executa ações ligadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos, embora não conste como sua atribuição na atual Estrutura Administrativa do município. Na Figura 66 pode-se visualizar o organograma da Secretaria de Agricultura, pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente. Figura 66: Organograma da Secretaria de Agricultura, pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente. De acordo com informações obtidas pela Administração Municipal não existe um gestor específico para atuar no manejo dos resíduos sólidos, ressalta-se também a inexistência de um núcleo de fiscalização específica para este fim. 210 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Visando atender a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, Lei N0 12.305/2010, o município contratou, em 20111, a empresa “Amnis Consultoria e Planejamento” para elaborar seu “Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos PGIRS”. 3.2. A GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES gestão dos acondicionamento, resíduos coleta sólidos domiciliares (convencional e engloba seletiva), os serviços transporte, de destinação (reciclagem) e disposição final (aterro sanitário). Na Figura 67 tem-se de maneira simplificada o fluxograma da gestão dos resíduos domiciliares em Nova Aurora. 211 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 67: Fluxograma da Gestão dos Resíduos Domiciliares em Nova Aurora. A coleta domiciliar é realizada diretamente pela Administração Municipal, que possui veículos, equipamentos e mão-de-obra própria. Os resíduos coletados pela coleta convencional são enviados diretamente para o Aterro Controlado municipal. A operação do aterro controlado dá-se através de funcionário e maquinário da Administração Municipal. Os materiais recicláveis coletados pela coleta seletiva (comumente chamado “lixo seco”) são enviados para a Associação de Coletores de Materiais Recicláveis de nova Aurora – ACAMAR. Na ACAMAR é realizada a segregação dos materiais, prensagem e enfardamento para posterior comercialização. 212 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2.1. Acondicionamento A etapa de acondicionamento dos resíduos domiciliares é executada pela população. Esta etapa inicia dentro das residências onde os resíduos devem ser acondicionados em recipientes adequados e, vai até a colocação dos recipientes no local, dia e horário previsto para a coleta. Assim aumenta-se a qualidade do serviço de coleta, pois o correto acondicionamento dos resíduos faz com que sejam evitados acidentes com as pessoas envolvidas no processo de coleta e destino final, e sua destinação em dia/local adequado evita a proliferação de vetores e minimiza efeitos visuais e olfativos desagradáveis. Para disciplinar e orientar o acondicionamento adequado dos resíduos e a eficiência da coleta domiciliar a Lei nº 1329/09 que “Dispõe sobre o Código de Obras do Município de Nova Aurora, Constante do Plano Diretor Municipal – PDM - e dá outras providências” na Seção IV - Das Instalações para Depósito de Lixo estabelece: “Art. 89.As edificações deverão prever local no térreo para armazenagem de lixo, onde o mesmo deverá permanecer até o momento da apresentação à coleta. Art.90. As edificações multifamiliares com volume igual 3 ou superior a 1 m (um metro cúbico) de lixo a cada coleta deverão possuir no limite da testada do terreno, local fechado para depósito de lixo, acessível à coleta”. Observou-se em visita técnica a falta de padronização nos recipientes para acondicionamento dos resíduos domiciliares, acarretando dificuldades na etapa de coleta. Para acondicionamento dos resíduos, frequentemente é utilizado no município bombonas, algumas possuem identificação entre resíduos secos e úmidos, outras não. Na Figura 68 apresentam-se algumas imagens de recipientes para acondicionamento dos resíduos domiciliares. 213 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 68: Recipientes para coleta de resíduos domiciliares (janeiro/2013). Para auxiliar a etapa de o acondicionamento por parte dos munícipes e incentivar a coleta seletiva, a Administração Municipal realizou campanha através da distribuição de 5.000 sacolas de rafia para armazenamento dos materiais recicláveis. Na Figura 69 podem-se visualizar as sacolas para coleta dos materiais recicláveis. Figura 69: Sacolas para armazenamento de material reciclável (janeiro/2013). 3.2.2. Coleta Domiciliar Convencional A coleta domiciliar convencional, conhecida como “coleta do lixo úmido”, é realizada diretamente pela Administração Municipal através de veículos/equipamentos e mãode-obra próprios. 214 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Para realização da coleta são utilizados dois caminhões com sistema de compactação, um caminhão executa a coleta convencional e, outro executa a coleta seletiva. Ou seja, não existe um caminhão reserva para execução das atividades. A inexistência de um caminhão reserva compromete a operacionalização da coleta quando determinado veículo necessita de manutenção, uma vez que o roteiro necessita ser ajustado para atendimento de maior área pelos caminhões restantes. Os caminhões coletores são equipados com dispositivos de compactação mecânica, com plataforma de carregamento traseira e basculamento mecânico à descarga, conforme apresentado na Figura 70. Figura 70: Caminhão Compactador que realiza a Coleta Convencional- Lixo Úmido (janeiro/2013). O caminhão que executa a coleta convencional apresenta-se em bom estado de conservação e desempenha corretamente a função proposta (Especificações do caminhão: Marca: Volkswagen, Modelo: 13180, Ano 2010). No entanto, ressalta-se novamente a necessidade da existência de um caminhão reserva para executar as atividades quando eventualmente o caminhão necessita de reparos/manutenções. 215 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O quadro de funcionários da coleta convencional é composto por: 02 motorista e 04 coletores, divididos em 02 equipes. A coleta convencional é realizada em toda área urbana do município, e nos Distritos de Palmitópolis e Marajó e Povoado Palmital, variando a frequência de acordo com a localidade. Nas demais áreas não é realizada a coleta convencional, usualmente a população enterra os resíduos gerados ou reaproveita na própria propriedade, através de composteiras para tratamento do resíduo orgânico. No Quadro 97 apresenta-se o roteiro da coleta convencional. Quadro 97: Roteiro da coleta convencional. Coleta Convencional (Lixo Úmido) Dia Segunda-feira Locais Toda cidade Toda a cidade e Distrito de Palmitópolis, exceto Vila São Roque, conjunto Olívio Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 3.2.3. Bálico e Vila Simone. Toda a cidade, Distrito de Marajó e Palmital, exceto Vila São Roque. Toda a cidade, exceto Parque Industrial Ii e Conjunto Olívio Bálico. Toda a cidade e Distrito de Palmitópolis, exceto Vila Simone. Centro da cidade e Conjunto Arcolino Valcarenghi. Coleta Seletiva A coleta seletiva, usualmente chamada “coleta do lixo seco”, teve início no município em 2012. A implantação da coleta seletiva foi uma das ações propostas pelo Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS, elaborado em 2011. A coleta seletiva abrange toda a área urbana e os Distritos de Palmitópolis, Palmital e Marajó. Assim como a coleta convencional, a coleta seletiva é realizada com mãode-obra e equipamentos próprios da Administração Municipal. 216 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Na Figura 71 apresenta-se o caminhão compactador que realiza a coleta seletiva. Ressalta-se que o equipamento de compactação não é adequado para a realização da coleta do material seco, pois acaba diminuindo a qualidade do material, que facilmente é quebrado e/ou amassado com o dispositivo de compactação. Figura 71: Caminhão Compactador que realiza a Coleta Seletiva (janeiro/2013). Durante a realização da coleta seletiva é realizada uma triagem através de análise prévia dos resíduos acondicionados, usualmente em sacolas de rafias e sacolas de supermercados, observada a presença de resíduos orgânicos e/ou rejeitos os mesmos não são coletados. Na Figura 72 apresenta-se a coleta seletiva sendo realizada. Quando os materiais estão acondicionados nos sacos de rafia, o coletor retira os materiais do mesmo e os devolve para o munícipe, que continua armazenando os materiais até o próximo dia de coleta. 217 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 72: Coleta Seletiva sendo realizada (janeiro/2013). Assim como para a coleta convencional, não existe um caminhão reserva para a coleta seletiva, sendo o funcionamento da coleta prejudicado quando algum caminhão necessita de manutenção. O quadro de funcionários da coleta convencional é composto uma equipe, sendo: 01 motorista e 02 coletores. A coleta seletiva é realizada em toda área urbana do município, e nos Distritos de Palmitópolis e Marajó e Povoado Palmital. Nas demais áreas não é realizada a coleta seletiva, sendo usualmente os materiais recicláveis reaproveitados na própria propriedade. A Administração Municipal não possui o roteiro da coleta mapeado, identificando os setores de coleta. A frequência da coleta varia de acordo com a localidade, conforme apresentado no Quadro 98. 218 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 98: Roteiro da coleta seletiva. Coleta Seletiva (Lixo Seco) Dia Locais Início da coleta pelo lado direito das ruas Melissa, Aracajú, Sergipe, entorno da Praça dos Pioneiros no centro da cidade e Castro Alves, loteamento Jardim Segunda-feira Tropical, Vila Simone. Parte do Jardim Nova Aurora que fica no lado direito da Castro Alves sentido saída para Palmitópolis, loteamento São Jorge, São Luiz, São Francisco e São José. Início da coleta pelo lado esquerdo da rua Melissa atendendo o restante do loteamento São José, conjunto Arcolino Valcarenghi, Jardim Oliveira, loteamento Terça-feira Esser, parte do Jardim Nova Aurora que fica a esquerda da avenida Castro Alves sentido saída para Palmitópolis, conjunto habitacional Argemiro Esser e conjunto habitacional Maria Cícera de Almeida. Quarta-feira Conjunto habitacional Olivio Bálico, residencial Nova Aurora I, conjunto habitacional Elvira Regasso, Jardim São Roque e Parque Industrial II. Quinta-feira Distrito Palmitópolis, Marajó e Palmital. Sexta-feira Centro Comercial da Cidade 3.2.4. Campanhas Ambientais e Informativas sobre a Coleta Domiciliar É de fundamental importância que os munícipes tenham conhecimento do horário da coleta domiciliar - convencional e seletiva - em seu bairro, para então colocar o resíduo, próximo a este horário, evitando assim o acúmulo deste nas ruas. Para tanto, torna-se necessária constantes campanhas informativas acerca do horário da coleta dos resíduos. Além do horário da coleta, as campanhas devem trazer instruções de como proceder com relação à separação dos resíduos, garantindo assim em uma coleta seletiva com materiais de qualidade e efetiva participação dos munícipes. A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente desenvolve campanhas ambientais de divulgação sobre reciclagem e a coleta seletiva, conforme material apresentado nas Figuras 73 e 74. Estas campanhas são de suma importância para o sucesso da coleta seletiva no município. 219 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 73: Material de divulgação sobre a coleta seletiva de Nova Aurora. Figura 74: Material de divulgação sobre o Centro de Triagem de Nova Aurora. 220 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2.5. Destinação dos Materiais Recicláveis: Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis de Nova Aurora- ACAMAR A Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis de Nova Aurora- ACAMAR, foi fundada em 15 de dezembro de 2011, sendo uma associação de direito privado constituída por tempo, sem fins econômicos, de caráter organizacional, sem cunho político ou partidário. A sede da Associação está localizada na Rua Assina s/n, Parque Industrial II. De acordo com seu Estatuto: Art. 2º- A ACAMAR – NOVA AURORA tem por finalidade de fomentar, incentivar e apoiar iniciativas oficiais ou particulares que visem, promover o desenvolvimento dos associados nas suas vulnerabilidades individuais e coletivas. No desenvolvimento de suas atividades, a Associação observará os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência, com as seguintes prerrogativas: I- Prestar serviço que possa contribuir para o fomento e racionalização das atividades com materiais recicláveis e a defesa das atividades econômicas, sociais e culturais de seus associados, buscando iguais oportunidades de trabalho para todos os associados, no desempenho de sua profissão; ... VIII- Prestar serviços de coleta, seleção, triagem, enfardamento e expedição dos Materiais recicláveis, reaproveitáveis ou reutilizáveis contidos nos resíduos sólidos urbanos do município; IX- Fomentar, apoiar e promover ações ou campanhas que objetivem a recuperação, proteção do meio ambiente e educação ambiental; ... Na Figura 75 pode-se visualizar a área externa da sede da ACAMAR. Figura 75: Vista externa da ACAMAR (janeiro/2013). 221 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Atualmente, a ACAMAR conta com 9 associados que realizam a triagem do materiais, prensagem e enfardamento, para posterior comercialização. O maquinário disponível na ACAMAR é composto por: 01 prensa e 01 balança. O caminhão da coleta seletiva descarrega os materiais no pátio da ACAMAR. Neste local os associados realizam a triagem por tipo de material e os colocam em bags, ver Figura 76. O rejeito da triagem é coletado pela coleta convencional e enviado para o aterro controlado. Não é realizada a pesagem do quantitativo que chega à ACAMAR uma vez que a mesma não dispõe de balança rodoviária para pesagem do caminhão coletor. Figura 76: Materiais dispostos no pátio da ACAMAR para triagem e bags, respectivamente (janeiro/2013). Os materiais que foram separados na triagem e colocados em bags são encaminhados para um galpão construído em alvenaria. Neste galpão os materiais são prensados e enfardados para comercialização. Na Figura 77 pode-se visualizar a área externa do galpão. Figura 77: Área externa do galpão (janeiro/2013). 222 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Na Figura 78 pode-se visualizar a área interna do Galpão e a prensa utilizada para enfardamento dos materiais. Figura 78: Área interna do Galpão e prensa, respectivamente (janeiro/2013). Os materiais recicláveis quando enfardados são vendidos para empresas de reciclagem que atuam na região. Na Figura 79 pode-se observar uma das primeiras cargas vendidas pela Associação, em fevereiro de 2012. Figura 79: Primeira carga comercializada de material reciclável pela ACAMAR (Fonte: Acervo Administração Municipal). Na ACAMAR funciona também um Ponto de Entrega de Eletroeletrônicos. A população pode levar os eletroeletrônicos até a sede da ACAMAR e uma empresa realiza a coleta e dá o destino adequado. 223 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2.6. Disposição Final dos Resíduos Sólidos Domiciliares 3.2.6.1. Aterro Controlado Municipal O município de Nova Aurora dispõe seus resíduos domiciliares em um Aterro Controlado, localizado próximo a Rodovia Vereador Jocelino Pereira dos Santos. Este aterro inicialmente funcionou como um aterro sanitário, porém atualmente ele não dispõe de nenhum mecanismo de controle ambiental, sendo denominado aterro controlado perante o IAP. A Licença Ambiental deste aterro encontra-se vencida. O aterro controlado funciona através de valas, esta técnica consiste na disposição no solo dos resíduos, em escavação com profundidade limitada e largura variável, caracterizada por confinamento em todos os lados. Na Figura 80 pode-se observar a atual vala utilizada para disposição dos resíduos domiciliares. Figura 80: Vala utilizada para disposição dos resíduos domiciliares (janeiro/2013). Na Figura 81 podem-se visualizar os alguns resíduos domiciliares após descarregamento do caminhão coletor. Os resíduos são descarregados do caminhão e, enviados para a vala com o auxilio de uma retroescavadeira. 224 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 81: Resíduos descarregados do caminhão coletor (janeiro/2013). Pode-se observar em visita técnica a disposição irregular de resíduos na área do entorno do aterro controlado. Como o local não é cercado e não existe um funcionário fixo para operação e vigilância do local, frequentemente são depositados resíduos nas proximidades do aterro, conforme se visualiza na Figura 82. Figura 82: Resíduos depositados irregularmente nas proximidades do aterro (janeiro/2013). Esta técnica de disposição através de valas é frequentemente utilizada em municípios com população inferior a 10.000 habitantes, pois de acordo com a Resolução Conjunta SEMA/IAP/SUDERHSA 001/2006, os aterros sanitários de pequenas dimensões não necessitam de impermeabilização com geomembrana. No entanto, a nova Resolução CEMA nº 086/2013 que “Estabelece diretrizes e critérios orientadores para o licenciamento e outorga, projeto, implantação, operação e encerramento de aterros sanitários, visando o controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e dá outras providências” apresenta: 225 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ “Artigo 18 - Fica proibida a emissão de licença ambiental para aterros sanitários em valas, a partir da data de publicação desta Resolução, salvo os pedidos anteriormente protocolados. Parágrafo único. “Municípios que utilizam sistemas em valas para disposição de resíduos sólidos urbanos poderão operá-los até agosto de 2014”. Considerando que o atual aterro em valas encontra-se em fase de esgotamento e a necessidade de regularização perante as leis ambientais da disposição final dos resíduos domiciliares no município, a Administração Municipal está licenciando nova área para a implantação de um aterro sanitário municipal. 3.2.6.2. Futuro Aterro Sanitário de Nova Aurora O município de Nova Aurora para resolver a problemática relacionada à disposição final de seus resíduos está licenciando área para implantação de um novo aterro sanitário. O futuro aterro sanitário estará localizado no Loteamento Santo Antônio (Lote rural chácaras n0 48 e parcialmente n0 49) no bairro Água do Jeep. Na Figura 83 apresenta-se a localização do referido aterro sanitário. Figura 83: Localização do futuro aterro sanitário de Nova Aurora (Fonte: Google Earth). 226 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A Administração Municipal de Nova Aurora contratou a empresa “Ambiental Costa Oeste Projetos Técnicos e Consultoria Ltda” através do contrato N0 132/2012 para executar os seguintes serviços: Requerimento de Licenciamento Ambiental – RLA e Cadastro de Disposição Final de Resíduos- CTD; Anuência de uso e ocupação do solo; Publicações de pedido de Licença Previa em jornal local e diário oficial; Croqui do polígono da área; Croqui de localização e caracterização da área do entorno; Mapa Planialtimétrico; Laudo hidrogeológico com sondagem da área; Material descritivo das Medidas de Controle Ambiental; Relatório de Inspeção Ambiental; Taxa Ambiental do Instituto Ambiental do Paraná. Os serviços acima descritos foram entregues à Administração Municipal em 29 de janeiro de 2013. A partir destes estudos preliminares a Administração Municipal deverá elaborar o “Projeto do Aterro Sanitário”. O uso do solo no entorno da área de implantação do futuro aterro sanitário é composto por lavouras de soja e milho, pastagens e atividades avícolas e suinícolas. Na Figura 84 pode-se visualizar o croqui de localização do futuro aterro sanitário. 227 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 84: Croqui de localização do futuro aterro sanitário (Fonte: Cadastro de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos). Na Figura 85 podem-se observar imagem da vista geral da área de implantação do aterro sanitário e piezômetro instalado para analises de agua subterrânea. Figura 85: Vista geral da área de implantação do futuro aterro sanitário (janeiro/2013). 228 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 86: Piezômetro instalado para análises preliminares (janeiro/2013). De acordo com o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) de Nova Aurora, elaborado em 2011, esta previsto juntamente com a implantação do aterro sanitário, a usina de triagem e o pátio de compostagem da matéria orgânica, conforme Cronograma apresentado no Quadro 99. Quadro 99: Cronograma de atendimento do PGIRS (Fonte: Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS, Nova Aurora 2011). Das atividades acima citadas, já foram realizadas a: Aquisição de terreno para aterro sanitário e, Implantação da coleta seletiva. 229 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2.7. 3.2.7.1. Caracterização dos Resíduos Sólidos Domiciliares Caracterização Qualitativa – Composição Gravimétrica A determinação da composição gravimétrica dos resíduos sólidos é uma característica qualitativa da geração de resíduos de um município, pois, apresenta o percentual de cada componente do lixo em relação ao peso total de lixo. O município de Nova Aurora possui estudo da composição gravimétrica dos resíduos apresentado no PGIRS (2011). O estudo foi realizado conforme a NBR 10.007/ABNT (1987). Foram escolhidas duas amostras de resíduos, uma proveniente do centro da cidade e outra do Distrito de Palmitópolis. Na Figura 87 apresentam-se imagens da caracterização sendo realizada. Figura 87: Realização do estudo da composição gravimétrica (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). 230 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Podem-se observar primeiramente os sacos sendo abertos, em seguida os resíduos sendo homogeneizados e a realização do quarteamento. Por fim os resíduos são separados por categorias e realiza-se a pesagem das frações correspondentes. Os resultados deste estudo estão apresentados nas Figuras 88 e 89 e Quadro 100. Figura 88: Resultado da composição gravimétrica realizada na amostragem da cidade (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). Composição Gravimétrica - Cidade 0,55% 6,45% 0,18% 6,08% MATÉRIA ORGÂNICA METAIS PAPEL/PAPELÃO 14,39% 6,45% PLÁSTICO TRAPOS 64,43% VIDROS CONTAMINANTE BIOLÓGICO 1,47% CONTAMINANTE QUÍMICO Figura 89: Resultado da composição gravimétrica realizada na amostragem de Palmitópolis (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). Composição Gravimétrica - Palmitópolis 4,18% 0,23% 2,09% MATÉRIA ORGÂNICA METAIS 10,93% PAPEL/PAPELÃO PLÁSTICO 13,25% 61,42% 6,97% 0,93% TRAPOS VIDROS CONTAMINANTE BIOLÓGICO CONTAMINANTE QUÍMICO 231 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 100: Resultado da composição gravimétrica (Fonte: PGIRS/ Nova Aurora/2011). Percentual (%) COMPONENTE Cidade Palmitópolis Média Matéria Orgânica 64,43 61,42 62,93 Metais 1,47 0,93 1,20 Papel/Papelão 6,45 6,97 6,71 Plástico 14,39 13,25 13,82 Trapos 6,08 10,93 8,51 Vidros 0,55 2,09 1,32 Contaminante Biológico 6,45 4,18 5,32 Contaminante Químico 0,18 0,23 0,21 De acordo com os resultados apresentados, observa-se pouca variação nos percentuais obtidos nas amostras da cidade e de Palmitópolis. Considera-se elevado o percentual de matéria orgânica encontrado, acima de 60%, sendo a média nacional próxima a 52%. A média de materiais reciclável ficou em torno de 23%. Estes dados serão utilizados nas futuras projeções e metas de reciclagem. 3.2.7.2. Caracterização Quantitativa - Geração de Resíduos Domiciliares A geração de resíduos pode variar de acordo com as características de cada região, macro ou micro região, estado, ou ainda, podem variar em função de aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si. No presente trabalho, a geração dos resíduos domiciliares será estimada através de amostragem realizada da pesagem pelos caminhões da coleta domiciliar convencional e seletiva. Os caminhões foram pesados durante aproximadamente 30 dias (20 de março a 20 de abril - 2013), no início (caminhão vazio) e término (caminhão cheio) da coleta. Esta amostragem foi realizada utilizando uma balança emprestada de uma cooperativa de grãos. 232 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ É de suma importância o município ter conhecimento de quanto é coletado pela coleta seletiva e quanto é comercializado de material reciclável pela Associação de Recicladores, pois através destes dados pode-se estimar o percentual de material que é coletado pela coleta seletiva, qualidade do material coletado e índice de reciclagem praticado no município. No Quadro 101 apresenta-se a média dos valores obtidos da amostragem dos caminhões coletores e no Quadro 102 informações obtidas pela ACAMAR sobre quantitativo de comercialização dos materiais recicláveis. A Associação comercializa em média 18 toneladas por mês de material reciclável. Quadro 101: Estimativa da geração de resíduos domiciliares. Estimativa Geração de Resíduos Domiciliares (2013)* Coleta Convencional Coleta Seletiva Total 4 t/dia 1,2 t/dia 5,2 t/dia 120 t/mês 36 t/mês 156 t/mês 1440 t/ano 432 t/ano 1872 t/ano *Média Amostragem Quadro 102: Quantidade de materiais recicláveis comercializados pela ACAMAR. Comercialização de Material Reciclável (2013) 18 t/mês 216 t/ano A partir dos valores apresentados nos Quadros 101 e 102 pode-se estimar que em Nova Aurora aproximadamente 11% dos resíduos domiciliares gerados são enviados para reciclagem, após a triagem. Outro dado importante é que 23% dos resíduos gerados são coletados pela coleta seletiva, percebe-se desta maneira uma má qualidade na segregação dos materiais nos domicílios, sendo ainda, enviados muitos rejeitos com os materiais recicláveis secos. 233 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A partir dos dados obtidos da amostragem da pesagem, pode ser avaliada a quantidade coletada ao longo da semana, da coleta convencional e seletiva, os dados obtidos estão apresentados nos Quadros 103 e 104. Quadro 103: Quantidade coleta pela Coleta Convencional (Coleta Lixo Úmido) considerando os dias da semana (resultado amostragem). Coleta Lixo Úmido (Kg/dia) 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Quadro 104: Quantidade coleta pela Coleta Seletival (Coleta Lixo Seco) considerando os dias da semana (resultado amostragem). Coleta Lixo Seco(Kg/dia) 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Percebe-se como esperado, um aumento considerável da quantidade coletada às segundas-feiras, mais expressivo na coleta convencional, porém também evidenciado na coleta seletiva. Nos demais dias da semana a quantidade oscila pouco, devendo ser considerada nesta analise também o roteiro utilizado. Por 234 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ exemplo, nas segundas-feiras é realizada a coleta convencional em toda cidade, sendo geralmente observada maior geração de resíduos neste local. 3.2.7.3. Geração Per capita A geração per capita de resíduos sólidos municipais ou urbanos pode variar ainda segundo o tamanho do núcleo populacional. Nos núcleos populacionais grandes (mais de 201.000 habitantes), a média regional ponderada para os resíduos domésticos é de 0,88 kg/hab/dia e a geração de resíduos municipais é de 1,09 kg/hab/dia. Nos núcleos médios (de 51.000 a 200.000 habitantes) os valores correspondentes são de 0,58 kg/hab/dia e 0,75 kg/hab/dia, respectivamente, e nos núcleos populacionais pequenos (até 50.000 habitantes), de 0,54 kg/habitante/dia e 0,52 kg/hab/dia. Os valores médios são de 0,79 kg/hab/dia e 0,91 kg/ /hab/dia, respectivamente (Fonte: OPAS (2007) – Organização Pan-Americana da Saúde nas Américas, Publicação Científica e Técnica, n. 622). Com base na estimativa da geração de resíduos sólidos domiciliares, calculou-se a geração per capita (kg/hab/dia) de resíduos domiciliares de Nova Aurora, apresentada no Quadro 105: Quadro 105: Geração per capita de resíduos domiciliares Dados População urbana projetada para 2013 (hab) Geração de resíduos domiciliares (t/mês) 9.146 156 Geração Per capita Per capita (kg/hab/dia) 0,57 Através da estimativa da geração de resíduos domiciliares de Nova Aurora, pode-se chegar numa geração per capita de 0,57 kg/hab/dia, valor este similar ao encontrado em municípios de porte semelhante. No Quadro 106 apresentam-se os dados da geração per capita domiciliar relacionada com o número de habitantes. 235 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 106: Geração per capita domiciliar relacionada com o número de habitantes Geração per capita Núcleos domiciliar Populacionais (hab) (kg/hab/dia) > 201.000 0,88 51.000 - 200.000 < 50.000 0,58 0,54 * OPAS (2007) – Organização Pan-Americana da Saúde nas Américas, (Publicação Científica e Técnica, n. 622) 3.3. RESÍDUOS DA LIMPEZA PÚBLICA Além do gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares, através da coleta, destinação e disposição final dos mesmos, existem outros serviços de limpeza pública executados no município, tais como: varrição, capina, poda e recolhimento de galhos e de entulhos. Estes serviços são executados pela própria Administração Municipal através da Secretaria de Viação, Obras, Urbanismo e Serviços Públicos. Os serviços de Limpeza Pública são executados através da divisão em 3 equipes: Equipe da Varrição Equipe do Serviço de Poda, Roçada das Praças e Jardins Equipe do Serviço de coleta da varrição e galhos O Código de Posturas de Nova Aurora, constante do PDM - Plano Diretor Municipal , Lei nº 1330/09, estabelece em seu Capítulo II “Da higiene das vias públicas”: “Art. 26. O Serviço de limpeza de ruas, praças e logradouros públicos será executado diretamente pela Prefeitura ou por concessão.” “Art. 27. Os moradores são responsáveis pela limpeza do passeio e sarjeta fronteiriços à sua residência”. Art.29. Para preservar de maneira geral a higiene pública fica terminantemente proibido: ... V- Aterrar vias públicas, com lixo, materiais velhos ou quaisquer detritos; ... VII- Fazer a retirada de materiais e entulhos provenientes de construção ou demolição de prédios sem uso de instrumentos adequados, como canaletas ou outros que evitem a queda dos referidos materiais nos logradouros e vias públicas. Art. 30. É proibido lançar nas vias públicas, nos terrenos sem edificação, várzeas, valas, bueiros e sarjetas, lixo de qualquer origem, entulhos, cadáveres de animais, 236 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ fragmentos pontiagudos ou qualquer material que possa ocasionar incômodo a população ou prejudicar a estética da cidade, bem como queimar, dentro do perímetro urbano, qualquer substância que possa viciar ou corromper a atmosfera. Art. 33. Na infração de qualquer artigo deste capítulo, será imposta a multa correspondente de 10 a 100 UFM (Unidade Fiscal Municipal). Art. 36. O lixo das habitações será recolhido nos dias de coleta em recipientes apropriados, providos de tampa ou em sacos descartáveis e impermeáveis devidamente fechados, para serem removidos pelo serviço de limpeza pública. § 1º Não serão considerados como lixo os resíduos de fábricas e oficinas, os restos de material de construção, terra, os entulhos provenientes de demolições, as matérias excrementícias e restos de forragem de cocheiras e estábulos, as palhas e outros resíduos de casas comerciais, os quais serão removidos à custa dos respectivos inquilinos ou proprietários. § 2º Árvores, folhas, e galhos serão removidos, em dia pré-estabelecido, pela Prefeitura mediante requerimento ou solicitação do proprietário. Com relação ao Código de Posturas o município deve agir como agente fiscalizador da população, não permitindo ações que comprometam o estado de limpeza da cidade. 3.3.1. Resíduos da Varrição O serviço de varrição é realizado diariamente nas principais ruas do centro de Nova Aurora e nos Distritos de Palmitópolis e de Marajó. No Quadro 107 apresentam-se os locais onde os serviços são executados e número de funcionário. 237 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 107: Quadro de Pessoal Serviço de Varrição. Serviço de Varriçao 0 Local N Garis Palmitópolis 3 Marajó 2 Sede Setor 1: Bairro Arcolino Valcarenghi. 2 Setor 2: Rua Getulio Vargas, Rua Pará e Rua Amazonas. 3 Setor 3: Rua Aracajú, Rua Sergipe, Rua Brasil. 2 Setor 4: Avenida Castro Alves, Rua Londrina. 2 Setor 5: Avenida São Luiz e Rua São José. 3 Setor 6: Avenida Paraná e Rua Duque de Caxias. 2 Setor 7: Vila Simone e Jardim Tropical. 3 Setor 8: Bairro Argemiro Esser. 2 Setor 9: Jardim São Roque 3 O número de varredores é considerado suficiente, tendo em vista que o município e seus distritos se encontram sempre com bom aspecto em relação aos resíduos passiveis de varrição. Além dos locais citados no Quadro 107, ainda é realizada mensalmente a varrição em bairros com calçamento poliédrico. Na Figura 90 apresenta-se imagem da equipe de varrição executando a atividade na sede do município. 238 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 90: serviço de varrição sendo executada no centro da cidade (janeiro/2013). Os resíduos da varrição são acondicionados em sacolas de ráfia e coletados pela equipe que coleta os resíduos da poda sendo enviados para aterro destinado aos resíduos da poda, varrição e entulhos, tal local será descrito posteriormente. Na Figura 91 observam-se os resíduos da varrição acondicionados e os mesmos sendo coletados. 239 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 91: Resíduos da varrição acondicionados e sendo coletados, respectivamente (janeiro/2013). 3.3.2. Demais Serviços O serviço de poda, roçada das praças e jardins é executado diariamente, variando a frequência de acordo com o local. A poda é realizada conforme calendário específico. É executado ainda o serviço de coleta dos resíduos da varrição e galhos. No Quadro 108 apresenta-se o número de funcionários que executam estas atividades. Quadro 108: Relação de funcionários dos serviços de limpeza pública. Número de Funcionários Serviço de Poda, Roçada das Praças e Jardins Serviço de Coleta da Varrição e Galhos 6 4 Para execução das atividades a Secretaria de Viação, Obras, Urbanismo e Serviços Públicos possui maquinário apresentado no Quadro 109. Quadro 109: Maquinário utilizado para os serviços de Limpeza Pública. Maquinário Trator Valmet 785 – com carreta agrícola Triturador Confimenta 600 RF 1 1 Na Figura 92 apresentam-se imagens do trator com carreta agrícola realizando a coleta dos resíduos da varrição e da poda, respectivamente. 240 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 92: Trator com carreta agrícola realizando a coleta dos resíduos da varrição e da poda, respectivamente (janeiro/2013). Pode-se observar que este veículo não é adequado para a realização desta coleta, podendo acarretar em quedas de material ao longo do percurso. Pode-se observar grande quantidade de galhos que excedem o limite da carreta. Parte dos resíduos da poda é triturada e doada para produtores rurais. Na Figura 93 pode-se visualizar o triturador. Figura 93: Triturador para os resíduos da poda (janeiro/2013). 241 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.3. Aterro da Poda e Entulhos Os resíduos da varrição e galhos são enviados para um local as margens da PR 239, denominado no presente trabalho de “Aterro de Poda e Entulho”, conforme localização apresentada na Figura 94. Este local não possui Licença Ambiental. Figura 94: Localização Aterro da Poda e Entulho (Fonte: Google Earth). Este local deveria receber somente os resíduos da varrição, compostos por folhas e detritos, e resíduos da poda, denominado “Lixo Verde”. No entanto foi verificada, em visita em campo, grande quantidade dos mais diversos tipos de resíduos neste local. Como o local em questão é de fácil acesso, ocorre indiscriminadamente descarte indevido de resíduos por parte da população/empresas. Nas Figuras 95, 96 e 97 apresentam-se imagens do referido aterro. Nota-se na Figura 95, inclusive, que no local ocorre a queima de alguns resíduos, o que é proibido por lei. Também se pode observar na Figura 2 grande quantidade de resíduos da construção civil, cuja responsabilidade pelo gerenciamento é do próprio gerador. 242 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 95: Resíduos sendo queimados no aterro da Poda e Entulhos (janeiro/2013). Figura 96: Resíduos da Construção civil dispostos no aterro da Poda e Entulhos (janeiro/2013). Figura 97: Vista Geral do aterro de Poda e Entulhos (janeiro/2013). 243 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.3.4. Locais Críticos de Limpeza Urbana Segundo informações obtidas pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente, e constatada em visita em campo, pode-se observar locais críticos de limpeza urbana, relacionados à deposição e acúmulo de resíduos em terrenos e vias públicas, na sua grande maioria resíduos da poda, construção civil, entulhos e embalagens em geral. Não existe um cadastramento destes locais por parte da administração Municipal. Na Figura 98 podem-se visualizar alguns resíduos dispostos às margens de vias públicas em Nova Aurora. Figura 98: Resíduos armazenados às margens de vias publicas em Nova Aurora (janeiro/2013). 244 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 99: Continuação. Resíduos armazenados às margens de vias publicas em Nova Aurora janeiro/2013. Vale destacar que não existe um agente especifico para atuar na fiscalização de lançamentos de resíduos em vias públicas. A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente Públicas atua quando ocorrem denúncias e, realiza então, a limpeza do terreno. A Administração Municipal deve atuar na fiscalização destes lançamentos indevidos nas vias públicas, e fazendo valer o Código de Posturas Lei nº 1330/09, que inclusive prevê multa punitiva a quem depositar entulhos em geral nas vias públicas. 245 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.4. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC Os Resíduos da Construção Civil são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, também chamados de entulhos de obras. A responsabilidade pelo gerenciamento destes resíduos é do gerador. Os Resíduos da Construção Civil devem ter seu destino adequado conforme sua classificação, de acordo com a Resolução CONAMA 307/2002. Em Nova Aurora, conforme já descrito, os entulhos e resíduos da construção civil são frequentemente dispostos em vias publicas e, a Administração Municipal para não comprometer o estado de limpeza da cidade acaba realizando a coleta, cuja responsabilidade deveria ser do gerador. Embora comumente os resíduos da construção civil sejam depositados em lotes vagos para servirem de aterro de terrenos, a Resolução CONAMA 307/2002 estabelece que: “§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei”. No município existem empresas que atuam na coleta de resíduos da construção civil. Estas empresas disponibilizam containers/caçambas próprios para disposição dos resíduos de construção civil, sendo contratadas geralmente pelo grande gerador. Na figura 100 apresenta-se imagem de caçamba disponibilizada por uma empresa da região. Figura 100: Caçamba de empresa privada que realiza a coleta dos RCC (janeiro/2013). 246 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.5. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) O gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde é de responsabilidade do gerador, cabendo ao Poder Público Municipal o gerenciamento quando ele próprio for o gerador e, realizar a fiscalização quando for de terceiros. 3.5.1. Geradores Municipais Para realizar a gestão dos RSS gerados pelo município a Administração Municipal possui contrato de prestação de serviço N0 034/2009 com a Servioeste Soluções Ambientais Ltda., o qual se encontra no quinto termo aditivo. O objeto do contrato é: Contratação de serviços de Coleta e Destinação Final (incineração) de 400 litros mensais de resíduos dos serviços de saúde (RSS), dos grupos A e E provenientes das Unidades Básicas de Saúde de Nova Aurora que compreende: coleta, contratação de mão-de-obra necessária para o desenvolvimento das atividades, transporte, incineração e a responsabilidade civil, tributária, previdenciária e trabalhista sobre todos os funcionários a serem contratados para a execução da atividade do objeto, de acordo com a legislação ambiental vigente. No Quadro 110 apresenta-se a relação dos locais onde é realizada semanalmente a coleta, conforme contrato acima citado. Quadro 110: Relação geradores de RSS municipais. Estabelecimento Unidade Sede Unidade Palmitópolis Unidade Marajó O município possui Plano de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de SaúdePGRSS das unidades municipais, conforme estabelece Resolução Conjunta SEMASESA 002/2005. 247 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Na Figura 101 pode-se visualizar o local de armazenamento externo dos RSS do Centro Municipal de Saúde. Figura 101: Local de armazenamento externo dos RSS do Centro Municipal de Saúde (janeiro/2013). 3.5.2. Geradores Privados A Vigilância Sanitária Municipal realiza a fiscalização dos estabelecimentos privados que geram RSS. Quando é realizada a emissão/renovação da Licença Sanitária é cobrado dos estabelecimentos o Plano de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS) e cópia do contrato com empresa especializada para coleta dos RSS. 248 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Segundo informações obtidas junto a Vigilância Sanitária, a relação dos estabelecimentos que geram RSS e que possuem Licença Sanitária está apresentada no Quadro 111. Quadro 111: Relação geradores de RSS privados. Estabelecimento Quantidade Farmácias 6 Hospitais 1 Clínicas Médicas 1 Postos de Coleta de Análises Clínicas 2 Consultórios Odontológicos 8 Clínica Veterinária 2 Buscando auxiliar a elaboração de PGRSS, no Estado do Paraná existe uma Resolução Conjunta n.º 002/2005, entre a Secretaria Estadual de meio Ambiente (SEMA) e a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) que visa: Estabelecer diretrizes para elaboração de Plano Simplificado de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde para Geradores de até 30 litros por semana, excluídos os estabelecimentos que gerem resíduos quimioterápicos e radioativos; Estabelecer diretrizes para elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde para Geradores acima de 30 litros por semana, incluídos neste os estabelecimentos que gerem resíduos quimioterápicos e radioativos. 3.6. DADOS FINANCEIROS Os dados financeiros aqui apresentados são referentes à gestão dos resíduos sólidos domiciliares e serviços terceirizados. 249 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.6.1. Custos dos Serviços Os custos com os serviços de manejo dos resíduos sólidos no município de Nova Aurora estão apresentados no Quadro 112 e na Figura 102 a representação gráfica destes custos. Quadro 112: Custos com os serviços de limpeza pública. Despesas com Serviços de Limpeza Pública (R$/ano) Serviço 2011 Coleta dos Resíduos Domiciliares e Públicos Coleta dos Resíduos de Saúde 2012 113.000 120.345 7.380 7.860 Varrição de Logradouros Públicos 350.000 372.750 Demais Serviços 80.000 Total 550.380 580.955 80.000 Figura 102: Representação gráfica dos custos com os serviços de limpeza pública. Custos Serviços de Limpeza Pública 14% Coleta dos Resíduos Domiciliares e Públicos 21% 1% Coleta dos Resíduos de Saúde Varriçao de Logradouros Públicos 64% Demais Serviços Pode-se observar que os maiores custos estão relacionados com os serviços de varrição de logradouros públicos, este fato deve ser justificado pelo grande numero de funcionários que executam esta atividade. 3.6.2. Forma de Cobrança Em Nova Aurora a Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública é cobrada juntamente com o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana – ITPU. 250 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A Lei N0 1087/2005 Dispõe sobre o Código Tributário Municipal de Nova Aurora estabelece: Art. 275 - Os serviços decorrentes da utilização da conservação de vias e logradouros públicos, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição, compreendem: II - a varrição e a capinação de vias e logradouros públicos; III – manutenção de vias públicas urbanas. Art. 277 - A Taxa de Coleta de Lixo tem como fato gerador os serviços decorrentes da utilização efetiva ou potencial da coleta de lixo, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição, os quais compreendem a coleta, remoção e destino final de lixo domiciliar. De acordo com o Código Tributário, são cobradas duas Taxas: Taxa de Conservação de Vias e Logradouros Públicos, e Taxa de Coleta de Lixo. 3.6.3. Arrecadação No Quadro 113 apresentam-se os valores arrecadados com as Taxas de Conservação de Vias e Logradouros Públicos e Coleta de Lixo, nos anos de 2011 e 2012. Quadro 113: Arrecadação Taxa de Coleta. Ano Arrecadação (R$) 2011 94.709,01 2012 90.767,25 As referidas taxas não cobrem os custos totais envolvidos que somam mais do que R$ 500.000,00 ao ano, representando um sistema deficitário. 251 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Nos dias atuais, buscando atingir a sustentabilidade sanitária e ambiental, é necessária uma mudança de atitude em relação aos Resíduos Sólidos, devendo-se repensar as práticas de produção e consumo. São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, através da Lei N°12305/2010: Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos Resíduos Sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada aos rejeitos. A recuperação de recursos pode ser realizada através da reciclagem de resíduos orgânicos e dos resíduos inorgânicos. O município de Nova Aurora possui os serviços de coleta domiciliar convencional e seletiva em 100% do território urbano. O índice de reciclagem dos resíduos secos apresenta-se bom, considerando que a coleta é praticada há um ano no município. De acordo com análise dos dados disponibilizados, em torno de 11% do total coletado é encaminhado pra reciclagem (após a Triagem). Atualmente não existe no município o reaproveitamento do resíduo orgânico. Os trabalhos de educação ambiental são de fundamental importância para a gestão dos resíduos urbanos, pois através da separação prévia nas residências pelos munícipes, tem-se uma coleta seletiva de melhor qualidade. Além das campanhas informativas sobre a coleta seletiva executada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Meio Ambiente, é de fundamental importância o apoio técnico/social desenvolvido com a Associação de Coletores de Material ReciclávelACAMAR. Os serviços de limpeza urbana executados pela Administração Municipal, apresentam-se de maneira satisfatória, mantendo a cidade em permanente estado de limpeza abrangendo todo perímetro urbano do município. No entanto, existem pontos considerados críticos no município, onde eventualmente ocorre descarte inadequado de resíduos. Ressalta-se que não existe no município um agente fiscalizador exclusivo para a questão da limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. 252 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A partir das considerações gerais pode-se considerar como Pontos Fortes e Fracos do sistema os apresentados a seguir: Pontos Fortes: Universalização dos serviços de coleta domiciliar, convencional e seletiva na área urbana do município; Incentivo à Associação de Coletores de Material Reciclável- ACAMAR, na gestão dos materiais recicláveis; Futura Implantação de Aterro Sanitário Próprio; Abrangência dos Serviços de Limpeza Pública. Existência do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Pontos Fracos: Descentralização das atividades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos (diversas secretarias e entidades envolvidas); Não reaproveitamento da fração orgânica dos resíduos domiciliares, através da prática da compostagem; Falta de controle/acompanhamento operacional do aterro através de valas; Descarte inadequado dos resíduos da poda e entulhos; Sistema de Arrecadação com Taxas específicas para manejo dos resíduos sólidos deficitário. 253 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ F – DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS Este tópico do Plano Municipal de Saneamento Básico aborda o levantamento e diagnóstico da situação atual do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais existente no município de Nova Aurora/PR. Para melhor compreensão do desenvolvimento do presente trabalho, apresentam-se de forma inicial os aspectos gerais envolvidos, de forma a sintetizar a terminologia eos conceitos referentes à drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Posteriormente, apresenta-se o levantamento e diagnóstico da situação atual partindo do estudo das sub-bacias hidrográficas que compõe o município até se chegar ao sistema de drenagem urbana existente. 1. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS: ASPECTOS GERAIS Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, de acordo com a Lei n. 11.445/07, é definido como “o conjunto de atividades, infraestrutura e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento de disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas”. No presente trabalho será adotado o termo “Drenagem” substituindo “Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas” na designação das instalações destinadas a escoamento do excesso de água e também na designação do conjunto de todas as medidas a serem tomadas que visem à atenuação dos riscos e dos prejuízos decorrentes de inundações, aos quais a sociedade está sujeita. Existe uma distinção conceitual entre os termos enchente e inundação. A diferença fundamental é que o primeiro termo refere-se a uma ocorrência natural, que normalmente não afeta diretamente a população, tendo em vista sua ciclicidade. Trata-se do aumento temporário do nível da água no canal de drenagem devido ao aumento de vazão, contudo sem a ocorrência do transbordamento do rio, atingindo 254 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ apenas as áreas ribeirinhas, ou seja, as áreas de inundação natural. Os problemas que possam ocorrer devido às enchentes são decorrentes da ocupação inadequada das áreas de risco. Já as inundações são decorrentes da urbanização e das modificações no uso do solo e podem provocar danos de grandes proporções. Outra classificação é apresentada pela publicação “Atlas Brasileiro de Desastres Naturais – Volume Paraná”, (2011), entre inundações bruscas, alagamenos e inundações graduais. Inundações bruscas (enxurradas) e alagamentos são eventos de desastres naturais com o incremento das precipitações concentradas em locais de relevo acidentado ou mesmo plano caracterizando-se por rápidas e violentas elevações dos níveis de águas as quais escoam com rapidez e intensidade. Os alagamentos caracterizam-se pelas águas acumuladas no leito de ruas e nos perímetros urbanos decorrentes de fortes precipitações pluviométricas em municípios com sistema de escoamento pluvial deficientes podendo ou não ter relação com esses eventos fluviais. Segundo a publicação, os principais sistemas que contribuem para a distribuição das chuvas na região sul do Brasil, associadas a desastres naturais são: frentes frias; ciclones extratropicais; o posicionamento e intensidade do Jato Subtropical da América do Sul; Sistemas Convectivos de Mesoescala; a Zona de Convergência do Atlântico Sul; a convecção tropical e a circulação marinha. Os valores médios anuais de pluviosidade no estado são da ordem de 1.250 a2.000 mm. O máximo pluviométrico é registrado em períodos de verão, enquanto que o mínimo é registrado no outono, não caracterizando períodos bem definidos de estações chuvosas e secas. 255 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A frequência mensal de inundações bruscas, identificadas para o período de 1991 a 2010, apresenta um número maior de ocorrências entre os meses de janeiro e fevereiro, com 106 e 63 registros, respectivamente (Vide Figura 103). Figura 103: Gráfico da frequência mensal de inundações bruscas no Paraná. Fonte: Atlas de Desastres Naturais do Estado do Paraná. As inundações graduais (enchentes) estão relacionadas ao incremento das precipitações hídricas e com as inundações. É o transbordamento dos rios atingindo a planície de inundação. Quando as inundações graduais extravasam a cota máxima do canal passam a ser chamadas de inundações podendo atingir moradias construídas próximas às margens. Caracterizam-se pela elevação das águas de forma paulatina e previsível, mantendo-se em situação de cheia por um tempo seguido de um gradual escoamento. Durante o período analisado pelo Atlas, o Estado do Paraná registrou 138 eventos de inundações graduais, com maior frequência nos meses de verão (dezembro, janeiro e fevereiro), conforme mostra a Figura 104. 256 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 104: Gráfico da frequência mensal de inundações graduais no Paraná. Fonte: Atlas de Desastres Naturais do Estado do Paraná. Destaca-se ainda que, com base na publicação citada e para ambos os contextos inundações graduais ou bruscas, o município de Nova Aurora não apresentou registros de ocorrências. 1.1. SISTEMAS DE DRENAGEM O sistema de drenagem constitui em um conjunto de melhoramentos públicos existentes em uma área urbana, sendo basicamente as instalações destinadas a escoar o excesso de água das chuvas, compreendendo também as medidas a serem tomadas para atenuação dos riscos e dos prejuízos decorrentes de inundações. Pode-se exemplificar o processo da drenagem urbana da seguinte forma: As torrentes originadas pela precipitação direta sobre as vias públicas desembocam nos bueiros situados nas sarjetas. Estas torrentes (somadas à água da rede pública proveniente dos coletores localizados nos pátios e das calhas situadas nos topos das edificações) são escoadas pelas tubulações que alimentam os condutos secundários, a partir do qual atingem o fundo do vale, onde o escoamento é topograficamente bem definido, mesmo que não haja um curso d’água perene. O escoamento no fundo do vale é o que determina o chamado sistema de macrodrenagem. O sistema responsável pela captação da água pluvial e sua 257 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ condução até o sistema de macrodrenagem é denominado sistema de microdrenagem. De uma maneira geral, as águas decorrentes da chuva (coletadas nas vias públicas por meio de bocas-de-lobo e descarregadas em condutos subterrâneos) são lançadas em cursos d’água naturais, no oceano, em lagos ou, no caso de solos bastante permeáveis, esparramadas sobre o terreno por onde infiltram no subsolo. A escolha do destino da água pluvial deve ser feita segundo critérios éticos e econômicos, após análise cuidadosa e criteriosa das opções existentes considerando as peculiaridades de cada região e município. 1.1.1. Macrodrenagem Macrodrenagem é a forma de tratamento das águas pluviais provenientes das redes de microdrenagem, estas coletadas do excesso de escoamento superficial absorvidos pela infraestrutura urbana (sarjetas, boca-de-lobo, etc.). Várias soluções de engenharia são adotadas na macrodrenagem, tais como construção de reservatórios de detenção, canais, galerias e bueiros, canalizações, estações elevatórias de bombeamento, sistemas de comporta, etc. Em geral, são obras onerosas e exigem recursos financeiros grandes, os quais podem inviabilizar os projetos. Entretanto, ao longo do tempo, o conceito de drenagem urbana evoluiu sendo que, atualmente, entende-se que a melhor solução é investir na microdrenagem para garantir que as obras necessárias em macrodrenagem sejam minimizadas, de forma a retardar o escoamento superficial, diminuir as velocidades de escoamento e evitar a transferência da água em excesso à jusante. 1.1.2. Microdrenagem Microdrenagem é parte integrante da drenagem urbana, composta de rede de coletores, um conjunto de canalizações e dispositivos que asseguram o transporte das águas pluviais desde os dispositivos de coleta até um ponto de lançamento na macrodrenagem. Alguns dispositivos e componentes são: 258 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Meio-fio: blocos de concreto ou rocha, situados entre a via pública e o passeio, com a face superior nivelada com o passeio formando uma faixa paralela ao eixo da via e face inferior nivelada com a face lateral da via formando um desnível. Sarjetas: localizadas às margens das vias públicas, encontro da lateral da via com a face inferior do meio-fio, formando uma calha, a qual coleta e conduz as águas pluviais oriundas dos terrenos, passeios e rua. Boca-de-lobo: dispositivos de captação, colocados em pontos devidamente planejados no sistema, para coletarem as águas pluviais oriundas das sarjetas. Poço de visita: dispositivos colocados em pontos convenientes do sistema, para permitir sua manutenção. Galerias: canalizações públicas destinadas a escoar as águas pluviais oriundas das ligações privadas e das bocas-de-lobo. Condutos forçados e estações de bombeamento: quando não há condições de escoamento por gravidade para a retirada da água de um canal de drenagem ou galeria. Sarjetões: formados pela própria pavimentação nos cruzamentos das vias públicas, formando calhas que servem para orientar o fluxo das águas que escoam pelas sarjetas. Tubulação de drenagem: tubos, em geral de concreto, mas podem ser de diversos materiais, com diâmetros variáveis, dependendo do dimensionamento de projeto, utilizados para conduzirem as águas pluviais coletadas pelas sarjetas e bocas-delobo. 259 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 1.2. MEDIDAS DE CONTROLE Quando o desenvolvimento do espaço urbano não é planejado e ocorre de maneira desordenada e intensificado pode haver a ocorrência de inundações em função da inexistência ou ineficiência dos sistemas de drenagem. As medidas de prevenção visam minimizar os danos causados pelas inundações e são classificados de acordo com sua natureza em medidas estruturais e não estruturais. As medidas estruturais correspondem às obras que podem ser implantadas visando à correção e/ou prevenção das inundações. Já as medidas não estruturais são aquelas que podem reduzir os danos provocados por inundações através da “convivência” com o ciclo do rio com a implantação de programas, normas, regulamentos e sistemas de alerta que tenham por objetivo conscientizar e dar diretrizes à população sobre os usos e ocupações do solo, manutenção dos dispositivos de drenagem e, de forma geral, organizar o espaço do município. Em geral as medidas não estruturais são concebidas em nível de bacias hidrográficas. 1.2.1. Medidas Estruturais As medidas estruturais compreendem a execução de obras de engenharia que se caracterizam como medidas intensivas e extensivas. As medidas intensivas, de acordo com seu objetivo podem ser basicamente de quatro tipos: de aceleração de escoamento (canalização e obras correlatas), de retardamento do fluxo (reservatório, bacias de detenção/ retenção, restauração de calhas naturais), desvio de escoamento (túneis de derivação e canais de desvio) e por fim, as que englobem a introdução de ações individuais visando tornar as edificações à prova de enchentes. Já as medidas extensivas correspondem aos pequenos armazenamentos disseminados na bacia, à recomposição de cobertura vegetal e ao controle de erosão do solo, ao longo da bacia de drenagem. 1.2.2. Medidas Não Estruturais As medidas não estruturais procuram disciplinar a ocupação territorial de forma a planejar, organizar e minimizar os impactos ocasionados pela ocorrência de 260 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ inundações. Desta forma, visam diminuir os efeitos negativos da urbanização sobre a ocupação do solo e sobre o regime dos rios. As ações não estruturais podem ser eficazes e ter custos mais baixos com horizontes mais longos de atuação, pois visam o planejamento. Em geral, baseiam as diretrizes dos planos diretores municipais. Estas medidas podem ser preventivas ou corretivas, sendo as preventivas: regulamentação do uso e ocupação do solo, preservação das áreas ribeirinhas, manutenção da zona de mata ciliar e de enchente natural, manutenção de áreas verdes no espaço urbano, criação de programas de educação e conscientização ambiental, sistemas de alertas para inundações, controle e manutenção dos sistemas de água e esgotos, zoneamento e ordenação do espaço urbano, concepção de diretrizes e legislação normativa no tema, entre outros. As corretivas podem ser, por exemplo, a desocupação das áreas de risco de inundações, ajustes de conduta e de ocupação gradativos do espaço urbano, legislação aplicável, entre outras. Outras medidas são também classificadas entre as não estruturais como a adoção de medidas de tratamento das águas de drenagem visando a não poluição dos corpos receptores destas águas drenadas e, também promover o reuso das águas pluviais. O Quadro 114 exemplifica as medidas não estruturais e mostra as categorias em que podem se enquadrar. 261 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 114: Categorias das Medidas Não Estruturais. Fonte: Livro PROSAB – Manejo de Águas Pluviais Urbanas (2009). 1.3. A URBANIZAÇÃO E A DRENAGEM – ASPECTOS GERAIS O termo urbanização, designando “a ação sobre a urbi”, ou ainda, “o processo de transformar em cidade”, representa uma das mais significativas manifestações da atividade humana. Esta ocupação do espaço urbano, sem considerar suas limitações, tem causado efeitos diretos sobre os recursos hídricos e, em maior extensão, sobre as demais esferas dos recursos naturais. O desmatamento, a substituição da cobertura vegetal natural, a instalação de redes de drenagem artificial, a ocupação das áreas de inundação, a impermeabilização das superfícies, a redução dos tempos de concentração e o aumento dos deflúvios superficiais, vistos sob um enfoque “imediatista” da ocupação do solo, refletem-se diretamente sobre o processo hidrológico urbano, com alterações drásticas de funcionamento dos sistemas de drenagem urbanos. 262 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A expansão das áreas urbanas, caracterizada principalmente pela impermeabilização da bacia, provoca a diminuição da capacidade de infiltração e, consequentemente, o aumento do escoamento superficial, fator de grande influência no incremento de inundações no meio urbano. O Quadro 115 apresenta algumas causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas. Quadro 115: Principais causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas. Causas Efeitos Impermeabilização Maiores picos de vazões Redes de drenagem Maiores picos a jusante Resíduos Sólidos Urbanos Redes de esgotos sanitários deficientes Desmatamento e desenvolvimento indisciplinado Ocupação das várzeas e fundos de vale Entupimento de galerias e degradação da qualidade das águas. Degradação da qualidade das águas e doenças de veiculação hídrica Maiores picos e volumes; maior erosão e assoreamento. Maiores picos de vazão, maiores prejuízos e doenças de veiculação hídrica. Fonte: adaptado da publicação: “Orientações Básicas para Drenagem Urbana”. Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais – FEAM, 2006. Percebe-se que os sistemas tradicionais de drenagem são pouco flexíveis e adaptáveis as mudanças que rapidamente ocorrem nas cidades, frequentes aos processos intensos de urbanização. Revelam-se onerosos e de rápida obsolescência, requerendo pesados investimentos do setor público em reconstrução, em particular quando se trata de novas intervenções em espaços já construídos. Esse tipo de intervenção, muitas vezes feito em caráter de emergência, após a ocorrência de eventos graves de inundação, tende a conduzir ao emprego de soluções localizadas e parciais, adotadas a partir de estudos de diagnóstico e de alternativas elaborados de forma apressada e simplista. A partir dos anos de 1970, uma abordagem alternativa para tratar a questão da urbanização sobre a drenagem urbana vem sendo desenvolvida, notando-se um maior acúmulo de experiências em alguns países da Europa, na América do Norte, na Austrália e no Japão. Trata-se do conceito de tecnologias alternativas ou compensatórias de drenagem pluvial. O termo compensatório faz referência ao 263 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ propósito central de tais técnicas de procurar compensar ou minorar os impactos da urbanização sobre o ciclo hidrológico. Inicialmente, essas soluções focaram-se no controle de escoamentos por meio de estruturas de armazenamento de águas pluviais, resultando no amortecimento das cheias ou na infiltração de águas pluviais, promovendo a redução dos volumes de escoamento superficial, ou ainda soluções combinadas de armazenamento e de infiltração. A experiência adquirida com o tempo na aplicação dessas técnicas permitiu constatar seu desempenho também na redução da poluição difusa de origem pluvial. Na atualidade, existe uma grande diversidade de técnicas compensatórias em drenagem pluvial. Em grande parte, essas técnicas centram-se em processos de armazenamento e de infiltração de águas pluviais no ambiente urbano. Porém, há também soluções que promovem a intercepção e a evapotranspiração, como os telhados ou coberturas verdes, e o manejo de áreas verdes, com o foco na redução de escoamentos de origem pluvial (Adaptado de Prosab5 – Tema 4 – Manejo de Águas Pluviais Urbanas – 2009). 2. LEGISLAÇÃO EXISTENTE No presente tópico serão destacados os principais artigos que abordam as legislações existentes na esfera nacional, estadual e municipal pertinentes para a drenagem urbana e manejo das águas pluviais. LEI FEDERAL Nº 11. 445/07 A Lei Federal Nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007 estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis Nº. 6.766 de 19 de dezembro de 1979, Nº 8.036 de 11 de maio de 1990, Nº 8.666 de 21 de junhode 1993, Nº 8.987 de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei Nº 6.528 de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. 264 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Em seu Cap. I, art. 2º, item IV, a lei prevê a disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado. Com relação aos objetivos da regulação dos serviços, no Cap. V, art. 22, item IV, a Lei menciona: “definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade”. A Lei prevê a sustentabilidade econômico-financeira do manejo de águas pluviais urbanas mediante remuneração pela cobrança dos serviços, na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades, descrita no Cap. VI, art. 29, item III. No Cap. VI, art. 29, parágrafo 1º, define diretrizes para a instituição de tarifas preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico. No Cap. VI, art. 29, parágrafo 2º, permite subsídios à população de baixa renda. No Cap. VI, art. 30, define diretrizes para a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços de saneamento básico. No Cap. VI, art. 36, determina que a forma de cobrança pela prestação do serviço público de drenagem deve levar em conta nos lotes urbanos, os percentuais de impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou retenção de água de chuva; Inciso I, podendo considerar o nível de renda da população da área atendida; Inciso II, podendo considerar as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas. LEI FEDERAL Nº 12.727/12 A Lei Federal n° 12.727, de 17 de outubro de 2012, alterou a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; alterou as Leis nºs 265 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revogou as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4º da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. O processo de aprovação do Novo Código Florestal Brasileiro dividiu interesses entre protecionistas e ecologistas e a parcela de agropecuaristas brasileiros. Esse Novo Código trata de assuntos que necessitavam de legislação mais adequada, em especial, envolvendo as mudanças político-sociais que vivemos no período em que a temática ficou sem revisão. Um dos pontos mais relevantes foi a adoção de instrumentos econômicos que visam estimular a proteção ambiental com incentivos a práticas sustentáveis entre produção econômica e preservação dos ecossistemas. Na temática em que o presente plano está inserido, os principais pontos são mencionados a seguir: Art. 1°.Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. Em seu Cap. II, Seção I, sobre a delimitação das áreas de preservação permanente em zonas rurais e urbanas, Art. 4°, menciona que são essas áreas: I – As faixas marginais de qualquer curso de água natural perene ou intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha de leito regular, em largura mínima de: (a) 30 m para cursos de água de menos de 10 metros de largura; (b) 50 m para os cursos de água que tenham de 10 a 50 m de largura; (c) 100 m para os cursos de agua que tenham de 50 a 200 m de largura; (d) 200 m para os cursos de água de tenham de 200 a 600 m de largura; (e) 500 m para os cursos de agua que tenham largura superior a 600 m de largura. 266 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos de água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 m. V – As encostas ou partes destas com declividade superior a 45° equivalente a 100% na linha de maior declive. IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras com altura mínima de 100 m e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base (...) Inciso 5°: “É admitido para a pequena propriedade ou posso rural familiar, (...), o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre”. Em seu Art. 6° considera ainda área de preservação permanente as áreas que tiverem as seguintes finalidades: I – conter a erosão do solo e mitigar os riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; VII – assegurar condições de bem-estar público; Art. 7°: A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica (...); §1° - Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em APP, o proprietário da área, possuidor ou ocupante (...) é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados na referida Lei. 267 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Capítulo X – sobre o programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente: I – pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente:(...) (d) a conservação das águas e dos serviços hídricos;(...) (g) a conservação e o melhoramento do solo; (h) A manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito; LEI FEDERAL Nº 9.433/97 A Lei Federal 9.433 de 8 de janeiro de 1997 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. O capítulo I, Art. 1º, item IV fundamenta que “a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”. O art. 2º, item III, revela o objetivo de “prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.” Como diretrizes gerais de ação, a lei tem a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional; e a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo. Para tal, um dos instrumentos da “Lei das Águas” são os Planos de Recursos Hídricos que são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos, sendo estes de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos (art. 6º e 7º). 268 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ LEI ESTADUAL Nº 12.726/99 A Lei Estadual Nº12.726 de 29 de novembro de 1999 institui a Política Estadual de Recursos Hídricos do Paraná e cria o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, baseados nos fundamentos da Lei Federal 9.433/97. São objetivos desta política: Assegurar a atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de águas em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; A prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. O Capítulo VI, que trata da Caracterização dos Instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, em sua Seção I, faz menção ao conteúdo do Plano Estadual de Recursos Hídricos: Art. 7º O Estado elaborará, com base nos planejamentos efetuados nas bacias hidrográficas, o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/PR), que conterá o seguinte: I - objetivos a serem alcançados; II - diretrizes e critérios para o gerenciamento de recursos hídricos; III - indicação de alternativas de aproveitamento e controle de recursos hídricos; IV - programação de investimentos em ações relativas à utilização, à recuperação, à conservação e à proteção dos recursos hídricos; V - programas de desenvolvimento institucional, tecnológico e gerencial, de valorização profissional e de comunicação social, no campo dos recursos hídricos. § 1º O Plano de que trata este artigo servirá como insumo e será elaborado em consonância com as Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual e o Plano Plurianual de Ação Governamental. 269 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ § 2º O Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/PR) terá vigência e horizonte de planejamento compatíveis com o período de implementação dos Planos de Bacia Hidrográfica, tendo seu capítulo referente ao diagnóstico de situação dos recursos hídricos do Estado atualizado segundo periodicidade ou conveniência estabelecidas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/PR). § 3º O Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/PR) conterá a divisão territorial do Estado, caracterizando cada bacia ou conjunto de bacias hidrográficas utilizadas para o gerenciamento dos recursos hídricos. § 4º O Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/PR) deverá ser aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/PR), "ad referendum" da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Paraná foi lançado no ano de 2010, formulado a partir de um diagnostico técnico, regional, político e institucional com a participação popular, com os objetivos de articular, estruturar e implementar as estratégias do Estado de modo a garantir água em quantidade e qualidade para as atuais e futuras gerações. A seguir serão apresentados os dispositivos legais existentes no Município de Nova Aurora, relacionados à drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, destacandose os principais artigos. Lei Orgânica do Município de Nova Aurora Datada de outubro de 2001, a Lei Orgânica do Município de Nova Aurora é a norma pela qual o Município será regido - respeitados os princípios da Constituição Federal e da Constituição do respectivo Estado. Em relação à drenagem urbana e manejo das águas pluviais, esta legislação apresenta diretrizes e normativas de âmbito amplo - do ponto de vista do meio ambiente, e restrito - ao elencar regras para os sistemas públicos de infra-estrutura. 270 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Na Seção II – Da Competência Comum, o Art. 11, Inc. VI e VIII apresentam como competência comum do Município, União e dos Estados a proteção do meio ambiente e combate a poluição e a promoção de programas habitacionais e melhoria das condições de saneamento básico. O Art. 71, Inc. VIII garante o Saneamento como forma de desenvolvimento pleno das funções sociais e da garantia de bem estar da política de desenvolvimento urbano executada pelo Poder Público Municipal. Neste mesmo contexto, destaca-se o Art. 77, onde versa que a saúde é “(...) direito de todos e dever do Município juntamente com a União e o Estado do Paraná (...)”. Ainda, o Parágrafo Único deste artigo reforça que o direito à saúde implica na garantia de “Condições dignas de trabalho, moradia, alimentação, educação, transporte, lazer e saneamento básico” (Art. 77, Inc. II). Código de Obras Instituída pela Lei Municipal Nº 027 de 24 de abril de 1969,apresenta diretrizes e normativas referentes à divisão municipal e atividades de projeto e construtivas. Destaca-se no contexto da drenagem urbana o Art. 9, que condiciona a existência de licença para construir (alvará de construção) para “rebaixamento de guias para acesso de veículos e abertura de gárgulas para escoamento de águas pluviais” (Art. 9, item b) e; “abertura de valas em logradouros pavimentados ou não”(Art. 9, item c). Alem deste, outros artigos versam sobre condicionantes ligadas à drenagem urbana. O Art. 72, parágrafo 7º, proíbe o lançamento de águas pluviais “(..) diretamente em vias públicas, devendo ser captadas por dispositivos adequados e condutores”. O Art. 109 refere-se atodas as construções marginais a cursos de água, sendo que “só poderá ser licenciada se locada distância de álveo existente determinadas pela repartição técnica”, “prevalecendo as condições atuais dos cursos de água, podendo entretanto ser alterado o traçado dos mesmos mediante acordo entre proprietários marginais, com anuência da Prefeitura” (Art. 110) 271 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Vale lembrar que, em virtude da desatualização deste código - datado de 1969 frente à Lei Federal Nº 12.727/12, tais alterações em margens de cursos d’água ferem as proibições e artigos protecionistas das Áreas de Preservação Permanente. Em relação a represas e comportas, o Art. 113 condiciona tal construção a licença especial emitida pela Prefeitura Municipal. Acerca da proteção dos recursos hídricos, o Art. 224 proíbe o lançamento em vias públicas ou galerias de águas pluviais as “águas e os resíduos industriais”. Com vistas a aprovação de novos projetos construtivos de edificações, o Art. 292 condiciona que o “terreno circundante a qualquer edificação será preparado de modo a permitir o franco escoamento das águas pluviais para a via pública ou terreno a jusante”. Ainda, o Art. 294 (Parágrafos 1º, 2º e 3º) trata da cobrança pela ligação do condutor de águas pluviais à rede pública, executada pelo Serviço de Obras e Viação da Prefeitura Municipal. Realizada a cobrança, é indicada pelo Serviço de Obras e Viação a localização para o ponto terminal de ligação e uma vez aprovado o serviço executado pelo proprietário, o Serviço de Obras e Viação executa o prolongamento até a rede pluvial. Código de Posturas Instituído pela Lei Nº 592/90, o Código de Posturas do Município de Nova Aurora apresenta diretrizes e disposições gerais em matéria de higiene, segurança, ordem pública, bem estar público, localização e funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviços, bem como apresenta as relações necessárias entre o Poder Público local e munícipes. O Art. 23 menciona a abrangência da fiscalização sanitária do município, dentre elas, “o controle da água e do sistema de eliminação de dejetos” (Art. 23, Inc I); “o controle da poluição ambiental” (Art. 23, Inc. IV) e; “a limpeza e desobstrução dos cursos de água e das valas” (Art. 23, Inc. VIII). 272 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Relacionado à proteção dos corpos hídricos, é possível destacar o Art. 27, que proíbe a varredura do interior de prédios, terrenos e veículos para vias públicas (que acabam por atingir os cursos d’água através dos sistemas de drenagem). O Parágrafo Único deste artigo expressa claramente a proibição do impedir ou dificultar o (...) “livre escoamento das águas pelos canos, valas, sarjetas ou canais das vias públicas (...)”. Neste mesmo contexto, destaca-se também o Art. 44, que proíbe o lançamento de esgotos domésticos, resíduos de indústrias, resíduos sólidos domésticos ou industriais “diretamente ou indiretamente nas águas interiores”, superficiais ou subterrâneas de “(...) propriedades privadas ou de uso comum (...)”(Art. 45). Outra proibição do Código de Posturas que merece destaque no âmbito da drenagem urbana trata-se do Art. 167, que proíbe a “extração de areia em todos os cursos de água do município”, em casos onde: “Art. 167 – (...) I- A jusante do local em que recebem contribuições de esgotos; II - Quando possibilitem a formação de locais ou causem por qualquerforma a estagnação das águas; III - Quando modifiquem o leito ou as margens dos mesmos. IV - Quando de algum modo possam oferecer perigo a pontes, muralhas ou qualquer obra construída nas margens ou sobre os leitos dos rios.” Por fim, destaca-se o Art. 174, onde é apresentada a exigência ao proprietário do terreno edificado ou não de construir “sarjetas e drenos para desvios de águas pluviais ou de infiltração que causem prejuízos ou danos ao logradouro público ou proprietários vizinhos”. 273 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Lei Nº 579/90 A Lei Municipal Nº 579, de 26 de novembro de 1990 dispões sobre ações de saneamento e vigilância sanitária, definidas pelo Art. 2º como (...) “ações capazes de diminuir, eliminar ou prevenir/riscos e intervir sobre os problemas sanitários, decorrentes da produção e circulação de produtos, serviços e meio ambiente, objetivando a proteção e a Saúde da população em geral”. Tais ações ficam, segundo o Art. 1º desta lei, sob incumbência da Secretaria de Saúde e Bem Estar Social, integrado ao Sistema Único de Saúde. Plano Diretor Instituído pela Lei Municipal Nº 1324/09, trata-se de um “(...) instrumento estratégico de desenvolvimento e expansão urbana e de orientação dos agentes públicos e privados que atuam na produção e gestão da cidade (...)”(Art. 1º). Tocante à drenagem urbana, o Plano Diretor tem estreita relação uma vez que trata, dentre outros assuntos, das normas de uso e ocupação territorial. O Art. 27 trata do Plano de Gestão Sócio-Ambiental, que compreende a “gestão, preservação e recuperação da paisagem e dos bens sócios-ambientais”, devendo “definir políticas para integração e utilização sustentável das áreas verdes e da paisagem” (Art. 27, Inc. I). Tais políticas devem, por sua vez, serem definidas através da “Gestão Sustentável das Águas” (Art. 27, item B), com a definição de “metas, diretrizes e prazos para elaboração dos planos setoriais” (Art. 27, Inc. III) de: “Inc III – (...) a) gestão sustentável das águas, com prioridade para drenagem mananciais de e permeabilidade abastecimento, do solo, regime hidrogeológico, tratamento de efluentes; f) demonitoramento e controle da erosão do solo e dos canais da rede do sistema hídrico; 274 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ g)derecomposição das reservas legais e fundos de vale;” Quanto à proteção dos cursos d’água, o Art. 61 trata de zoneamento e setorização especial para áreas que exigem tratamento especial e definição de parâmetros reguladores. São classificados em: “I- Zona Especial de Interesse Social; II- Setor dos Eixos Rodoviários; III- Setor Especial da Faixa de Preservação dos cursos d' água; Parágrafo único. Os parâmetros para cada uma das zonas e setores especiais definidas neste artigo serão definidos por lei específica”. (Art. 61) Conforme mencionado no parágrafo único do artigo destacado anteriormente, para as faixas de preservação dos cursos d’água o Art. 75 correlaciona ao Código Florestal Brasileiro de 1965, portanto, desatualizado: “Art 75. De acordo com as leis federais 6766/79 Parcelamento do Solo e 4774/65 - Código Florestal Brasileiro, as faixas devem ter no mínimo 30 metros de cada lado das margens dos cursos d' água com até 10 metros de largura, e ao redor das nascentes a faixa deve apresentar largura mínima de 50 metros. Art 76. Em Nova Aurora, este é o caso dos rios e córregos situados na árearural do município, não havendo ainda ocorrência na área interna ao perímetro urbano, pelas características do sítio em que a cidade está situada.” 275 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Zoneamento de Uso e Ocupação Instituída pela Lei Municipal Nº 1327 de 28 de setembro de 2009, esta lei dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos do município de Nova Aurora, constante do Plano Diretor Municipal e dá outras providências. Inicialmente, a primeira menção ao sistema de drenagem identificado nesta legislação se dá através do Art. 3º, inciso X, da definição de “equipamentos públicos”, como sendo “os equipamentos públicos de abastecimentodeágua, esgoto, energia elétrica, coleta de água pluvial, rede telefônica e gáscanalizado”. O Art. 5º trata de proibições quanto ao parcelamento do solo. Dentre as proibições, destacam-se os seguintes incisos: “Art. 5.°. Não será permitido o parcelamento do solo: I - Em terrenos alagadiços, pantanosos e sujeitos a inundações, antes de Tomadas asmedidas saneadoras e assegurado o escoamento das águas; II - Nas nascentes, mesmo os chamados "olhos d'água", seja qual for a suasituação topográfica, num círculo com raio de 50 m (cinquenta metros) contados a partirdanascente; VI - Em faixa de 30m (trinta metros) ao longo de cada margem de cursosd'águaperenes ou intermitentes, que tenham largura até 10m (dez metros); VII - Em faixa de 50m (cinquenta metros) ao longo de cada margem de cursos d'água perenes ou intermitentes, que tenham largura de 10m (dez metros) a 50m(cinquenta metros) de largura; VIII - Em faixa de 100m (cem metros) ao longo de cada margem de cursos d'água perenes ou 276 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ intermitentes, que tenham largura acima de 50m (cinquenta metros);” Ainda em relação ao parcelamento do solo, algumas condições são estabelecidas no Art. 6.°, com a definição de requisitos a serem atendidos. No tocante à drenagem urbana, destacam-se os seguintes pontos: “Art. 6° Os loteamentos deverão atender os seguintes requisitos: VIII. Todas as vias públicas constantes do loteamento deverão ser construídas pelo proprietário ou loteador recebendo, no mínimo: b) Rede de drenagem de águas pluviais de acordo com as normas do órgão municipal competente; IX. Quando não for possível interligar as galerias de águas pluviais do loteamento à rede existente, será obrigatória a execução de emissário até o curso d'água mais próximo, com dissipador de energia na sua extremidade, conforme projeto aprovado pelo órgão competente da Prefeitura Municipal; XIII. A Prefeitura Municipal exigirá para aprovação do loteamento a· reserva de faixa não edificável, quando conveniente e necessário na frente, lado ou fundo do lote para rede de água, esgoto, drenagem e outros equipamentos urbanos; §1° Nas áreas de loteamento cortados por córregos ou rios deverá ser doada á Prefeitura uma faixa além dos 35% (trinta e cinco por cento) de uso institucional, para uso de lazer e aproveitamento paisagístico, a critério e escolha da Prefeitura e do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial. 277 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ §2° Independendo da categoria do curso d'água ou córrego em caso algum poderão ser feitos serviços de aterro ou desvios das margens dos cursos d' água, sem a prévia licença a Prefeitura e do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial. § 3° Todo e qualquer movimento de terra somente poderá ser executado se for evitada a formação de coleção de curso d'água ou se permitir escoamento de riso, rios e vales. § 4o As áreas de proteção de fundo de vale em loteamentos serão determinadas independentemente do que a legislação em vigor prescrever sobre as áreas destinadas a bens patrimoniais e dominiais. 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL 3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS: ASPECTOS GERAIS Para melhor compreensão da metodologia de caracterização utilizada no presente plano para o município de Nova Aurora, apresenta-se, primeiramente, uma abordagem sucinta das terminologias e conceitos que foram adotados. 3.1.1. Bacia Hidrográfica O termo bacia hidrográfica refere-se a uma delimitação geográfica natural traçada por divisores de água. Este compartimento é drenado superficialmente por um curso d’água principal e seus afluentes. Os conceitos de bacia e sub-bacias se relacionam a ordens hierárquicas dentro de uma determinada malha hídrica. Cada bacia hidrográfica se interliga com outra de ordem hierárquica superior, constituindo, em relação à última, uma sub-bacia. Portanto, os termos bacia e sub-bacias hidrográficas são relativos. 278 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Por constituírem “ecossistemas” com o predomínio de uma única saída (exutória), as bacias hidrográficas possibilitam a realização de uma série de experimentos. As bacias hidrográficas também constituem ecossistemas adequados para avaliação dos impactos causados pela atividade antrópica que podem acarretar riscos ao equilíbrio e à manutenção da quantidade e a qualidade da água, uma vez que estas variáveis são relacionadas com o uso do solo. A subdivisão de uma bacia hidrográfica de maior ordem em seus componentes (subbacias) permite a pontualização de problemas difusos, tornando mais fácil a identificação de focos de degradação de recursos naturais, compreensão da natureza dos processos de degradação ambiental instalados e o grau de comprometimento da produção sustentada existente. 3.1.2. A Bacia Hidrográfica como Unidade de Planejamento A necessidade de promover a recuperação ambiental e a manutenção de recursos naturais escassos, como a água, mobilizou a sociedade, a partir da década de 70, num movimento que difundiu o conceito de bacia hidrográfica e o consolidou no mundo. Reconheceu-se a bacia hidrográfica como um sistema ecológico, que abrange todos os organismos que funcionam em conjunto numa dada área e que os recursos naturais são interligados e dependentes entre si. Com isto, foi necessário compreender a dinâmica das águas e os limites geográficos para trabalhar o equilíbrio ecológico em termos das bacias hidrográficas. Ao longo da história da civilização humana, o homem descobriu a importância de controlar a disponibilidade de água e a partir daí surgiram tentativas de modificar o ambiente natural. Da mesma forma, os desenvolvimentos das atividades produtivas, como a agricultura, a industrialização, a urbanização, sempre estiveramligadas ao controle da água. Da mesma forma acontece em nossa sociedade atual, o desenvolvimento de regiões urbanizadas e rurais depende diretamente da disponibilidade da água doce, em termos de quantidade e qualidade. 279 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A distribuição de água no Brasil não é uniforme e as regiões mais populosas e industrializadas apresentam menor disponibilidade de recursos hídricos, sendo esse um dos fatores que obriga o país a adotar um sistema nacional de recursos hídricos, com gestão integrada, tendo a bacia hidrográfica como unidade de gerenciamento. Com a instituição da Lei Federal N° 9.433/97 estabeleceu-se a bacia hidrográfica como unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Respeitando as diversidades sociais, econômicas e ambientais do País, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH aprovou em 15 de outubro de 2003,a Resolução nº 32, que instituiu a Divisão Hidrográfica Nacional e a partir de 2006 foi inserida no Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado pela Presidência da República. A Lei N° 11.445/2007, que estrutura o Plano de Saneamento Básico, reforça o conceito da utilização de bacias hidrográficas na sua elaboração. Os princípios básicos da atual legislação são cinco: Bacia hidrográfica como unidade de planejamento; Usos múltiplos da água a todos os setores e usuários; Reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável; Reconhecimento do valor econômico da água, indutor do uso racional deste recurso natural e; Gestão descentralizada e participativa de todos os níveis hierárquicos do governo, usuários, sociedade civil, organizações não governamentais e outros organismos que possam influenciar nos processos de tomada de decisão. Os instrumentos essenciais para a boa gestão do uso da água são: Plano Nacional de Recursos Hídricos; 280 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos, autorização ou concessão para o usuário; Cobrança pelo uso da água; Enquadramento dos corpos d’água em classes de uso, visando facilitar o controle e monitoramento da qualidade dos mananciais e; Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos, visando organizar a base de dados e difundir a todos, referente aos recursos hídricos, usos, balanço hídrico de cada manancial e de cada bacia. Com este novo arranjo institucional surgiram novos organismos para a gestão compartilhada do uso da água: Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, que decide sobre grandes questões do setor e dirime os impasses de maior vulto. Comitês de Bacias Hidrográficas, compostas por participantes das Prefeituras, da sociedade civil organizada, dos demais níveis do governo - Federal e Estadual. Agências da Água servem como braço técnico de seus correspondentes comitês, para gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água. Organizações Civis de Recursos Hídricos, entidades atuantes no setor de planejamento e gestão do uso dos recursos hídricos. 3.1.3. Características Físicas das Bacias Hidrográficas As características físicas de uma bacia hidrográfica são elementos de grande importância para se estudar seu comportamento hidrológico. As características físicas de maior relevância para uma bacia são apresentadas a seguir. 3.1.3.1. Área de Drenagem É a área plana de uma bacia (projeção horizontal) inclusa entre seus divisores topográficos. A área da bacia é um dos elementos básicos para o cálculo de outras características físicas. 281 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.1.3.2. Forma da Bacia A forma superficial de uma bacia hidrográfica é importante devido ao tempo de concentração a partir do início da precipitação, necessário para que toda a bacia contribua na seção em estudo (exutória), ou seja, tempo que leva a água dos limites da bacia para chegar à saída da mesma. Em geral as bacias hidrográficas dos grandes rios apresentam a forma de uma pêra ou de um leque, mas as pequenas bacias variam muito no formato, dependendo da estrutura geológica do terreno. A forma da bacia leva a uma determinada caracterização física a partir dos seguintes índices: Coeficiente de Compacidade (Kc): É a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia. A tendência à enchente de uma bacia será tanto maior quanto mais próximo da unidade for este coeficiente. Um coeficiente igual à unidade corresponderia a uma bacia circular. Fator de Forma (Kf): É a relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia. Mede-se o comprimento da bacia (L) quando se segue o curso d’água mais longo desde a desembocadura até a cabeceira mais distante na bacia. A largura média (Lm) é obtida quando se divide a área pelo comprimento da bacia. Considerando duas bacias de mesma área, a que apresentar menor fator de forma, menor será a possibilidade de ocorrer enchentes. 3.1.3.3. Declividade da Bacia A declividade dos terrenos controla em boa parte a velocidade com que se dá o escoamento superficial, afetando o tempo que leva a água da chuva para concentrar-se nos leitos fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias. A magnitude dos picos de enchente e a maior ou a menor oportunidade de infiltração e 282 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ susceptibilidade para erosão dos solos dependem da rapidez com que ocorre o escoamento sobre os terrenos da bacia. 3.1.3.4. Densidade de Drenagem (Dd) É o comprimento total (L) de todos os cursos d’água da bacia dividido pela sua área contribuinte. Pode ser dado em km/km². A densidade de drenagem varia diretamente com a extensão do escoamento superficial e, portanto, fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia. Seu valor pode variar de 0,5 km/km² (bacias mal drenadas devido a elevada permeabilidade ou precipitação escassa) a 3,5 km/km² (bacias excepcionalmente bem drenadas ocorrendo em áreas com elevada precipitação ou muito impermeáveis), ou seja, é um índice que tem a ver com a formação dos rios segundos outras características, como relevo, pluviometria, geologia, entre outros. Christofoletti (1969) destaca que valores menores que 7,5 km/km 2 apresentam baixa densidade de drenagem. Valores entre 7,5 e 10,0 km/km 2 apresentam média densidade. Já valores acima de 10,0 km/km 2, apresentam alta densidade hidrográfica. 3.1.3.5. Ordem da bacia em relação aos cursos de água Uma bacia compreende o rio principal e os seus tributários ou afluentes. A ordem dos rios é uma classificação que reflete o grau de ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia. Há várias metodologias para ordenamento dos rios, contudo a classificação proposta por Strahler (1952) é a mais utilizada. Nesta, uma linha de água que não tenha tributários são considerados de 1ª ordem. Quando duas linhas de 1ª ordem se juntam passa a formar-se um rio de 2ª ordem. Dois rios de ordem n dão lugar a um rio de ordem n+1 e assim sucessivamente. 283 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.2. O MUNICÍPIO DE NOVA AURORA EM RELAÇÃO ÀS BACIAS HIDROGRÁFICAS 3.2.1. Regiões Hidrográficas Brasileiras A área física que compõe o território brasileiro foi dividida em 12 grandes Regiões Hidrográficas (RH), conforme estabelecido pela Resolução nº 32 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos de 15/10/2003. A Figura 105 apresenta as 12 RH brasileiras. Figura 105: Regiões Hidrográficas do Brasil. Fonte: Resolução nº 32 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 15/10/2003. Os rios que drenam o Estado do Paraná integram três grandes regiões hidrográficas: a Região Hidrográfica do Paraná; a Região Hidrográfica Atlântico Sudeste; a Região Hidrográfica Atlântico Sul. A Figura 106 ilustra a inserção do estado nestas regiões. 284 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 106: Regiões Hidrográficas Brasileiras e o Estado do Paraná. Nova Aurora está inserida na Região Hidrográfica do Paraná, região que apresenta o maior desenvolvimento econômico do país. Cobrindo uma área de 879.873 km² e abrangendo os estados de São Paulo (25%), Paraná (21%), Mato Grosso do Sul (20%), Goiás (14%), Santa Catarina (1,5%) e Distrito Federal (0,5%), a Região Hidrográfica do Paraná abriga 32,1% da população brasileira, aproximadamente 61,3 milhões de pessoas, 93% vivendo na zona urbana. Grandes centros urbanos se formaram em rios de cabeceira na Bacia Hidrográfica do Paraná, como São Paulo, Curitiba e Campinas; ocasionando uma grande pressão sobre os recursos hídricos, em decorrência do aumento da demanda e à contaminação por efluentes domésticos, industriais e drenagem urbana, em corpos hídricos. 285 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Originalmente, a Bacia Hidrográfica do Paraná apresenta os biomas de Mata Atlântica e Cerrado, porém ao longo dos anos e ciclos econômicos do país, a região sofreu grandes desmatamentos. Formada por um conjunto de bacias independentes com vertentes para o Rio Paraná, destacam-se, no Estado do Paraná, facilmente pelo grande porte as: Bacias do Ivaí, Bacia do Tibagi, Bacia do Iguaçu e Bacia do Piquiri, onde o município de Nova Aurora está inserido e que será descrita adiante. 3.2.1.1. Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná O Paraná possui uma extensa rede hidrográfica no Estado, separada por duas grandes Bacias Hidrográficas, ao longo da Serra do Mar: a Bacia Atlântica ou Litorânea, do lado leste; e a Bacia do Rio Paraná, a Oeste, parte da grande Bacia do Prata. (Vide Figura 107). Figura 107: Mapa das Bacias Hidrográficas do Paraná. Fonte: SEMA (2010) Instituída pela Resolução nº 024/2006 da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná – SEMA, para efeitos de estudo o estado paranaense foi dividido em 16 sub286 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ bacias hidrográficas sendo elas: Litorânea, Iguaçu, Ribeira, Itararé, Cinzas, Tibagi, Ivaí, Paranapanema 1, Paranapanema 2,Paranapanema 3, Paranapanema 4, Pirapó, Paraná 1, Paraná 2, Paraná 3 e Piquiri, apresentadas na Figura 108. Figura 108 – Mapa das Sub-Bacias Hidrográficas do Paraná. Com vistas à gestão dos recursos hídricos, estas bacias hidrográficas foram subdivididas e/ou agrupadas, resultando em 12 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos segundo a Resolução nº 049/2006 do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Paraná - CERH/PR. São elas: Litorânea, Alto Iguaçu/Ribeira, Médio Iguaçu, Baixo Iguaçu, Itararé/Cinzas/Paranapanema I e II,Alto Tibagi, Baixo Tibagi, Pirapó/Paranapanema III e IV, Alto Ivaí, Baixo Ivaí/Paraná I, Paraná III e a qual o município de Nova Aurora está inserido, Piquiri/Paraná II. A Figura 109 ilustra estas unidades. 287 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 109: Unidades hidrográficas do Paraná. Fonte: SEMA (2010) A Unidade Hidrográfica Piquiri/ Paraná II possui uma área total de 26.428,10 Km2 (SEMA 2010), correspondendo a 13% do território paranaense. É composta por 78 municípios e possui um total de 641,839 habitantes (SEMA, 2010), aproximadamente 7% da população do estado do Paraná. Até o momento, 8 Comitês de Bacias Hidrográficas foram implantados no Estado do Paraná. São eles: Comitê de Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira; Comitê de Bacia do Tibagi; Comitê de Bacia do Jordão; Comitê do Piraponema; Comitê dos Rios Cinzas, Itararé, Paranapanema I e II; Comitê de Bacia do Paraná 3; Comitê de Bacia do Baixo Iguaçu; Comitê de Bacia do Baixo Ivaí. A Figura 110 mostra os Comitês de Bacias implantados no Estado do Paraná. 288 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 110 – Comitês de Bacias implantados no Estado do Paraná. Fonte: SEMA (2010) 3.2.1.2. Bacia Hidrográfica do Piquiri A Bacia Hidrográfica do Piquiri possui uma área total de 24.171,70 km²(SEMA-2007), cerca de 12% da área doestado, e uma população de 609.473 habitantes (IBGE2004), em torno de 6% do total do estado. A bacia do rio Piquiri é limitada ao norte pela bacia do rio Ivaí, e ao sul pela bacia do rio Iguaçu, ambos afluentes do rio Paraná, pela margem esquerda. Abaixo na Figura 111 a hidrografia e as fronteiras da Bacia Hidrografia do Piquiri. 289 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 111 – Hidrografia da Bacia Hidrográfica do Piquiri e Fronteiras. Esta Bacia Hidrográfica ainda não possui um Comitê de Bacia implantado. Tem como principais cursos de água: Rio Cantu, Rio Goioerê e Rio Piquiri. O enquadramento dos corpos hídricos desta bacia foi definido pela Portaria SUREHMA nº 017 de 01 de Novembro de 1991, conforme resoluções abaixo: “Art. 1º - Todos os cursos d’água da Bacia do Rio Piquiri pertencem à classe “2”. Art. 2º - Constitui exceção ao enquadramento constante no Art. 1º. I – Todos os cursos d’água utilizados para abastecimento público e seus afluentes, desde suas nascentes até a seção de captação para abastecimento público, quando a área desta bacia de captação for menor ou igual a 50 (cinquenta) quilômetros quadrados, tais como os abaixo relacionados, pertencem à classe “1”. Arroio Barbosa, manancial de abastecimento público do município de Alto Piquiri. Arroio sem denominação, manancial de abastecimento público do município de Alto Piquiri. Rio Novaes, manancial de abastecimento público do município de Braganey e da localidade de Bragantina. 290 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Rio Campo Bonito, manancial de abastecimento público do município de Campo Bonito. Córrego Uritaí, manancial de abastecimento público do município de Cruzeiro do Oeste. Rio Fivela, manancial de abastecimento público do município de Guaraniaçú. Rio Palmitalzinho, manancial de abastecimento público do município de Palmital. Arroio Água Grande, manancial de abastecimento público do município de Ubiratã.” Apesar da composição vegetal original extremamente rica da Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri, dividida entre Floresta Estacional Semidecidual Submontana e Florestas Ombrófila Mista, a região foi muito alterada restando poucos remanescentes nas imediações de Guaraniaçu, Laranjal e Altamira do Paraná. Na bacia existem Unidades de Conservação de gestão pública que mantém importantes remanescentes como a Reserva Biológica de São Camilo no município de Palotina e a Área de Relevante Interesse Ecológico de São Domingos entre os municípios de Roncador e Nova Cantú. A bacia apresenta áreas de Corredores de Biodiversidade localizados no extremo oeste e na porção sul. O uso do solo é dividido entre as classes de uso misto, agricultura intensiva e pastagens artificiais e campos naturais. Há ainda o aparecimento de pequenas áreas de cobertura florestal e concentrações urbanas e industriais, com destaque para a região de Cascavel, aproximadamente a 70 km de Nova Aurora. Sob olhar do saneamento, segundo dados da SEMA (2010), a cobertura de abastecimento de água é de aproximadamente 99% da população, enquanto que a cobertura de esgotamento sanitário é de cerca de 28%. Em termos de consumo de água, a Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri consome aproximadamente 3 m3/s de água, sendo 36% para abastecimento humano. A 291 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ captação tem como principal fonte os mananciais superficiais, correspondendo a um total de 52% do total captado. 3.2.2. Bacias Hidrográficas e o Município de Nova Aurora Presente na região média da Bacia do Rio Piquiri, Nova Aurora possui uma rica hidrografia. Seu território é delimitado pelos rios Rio Piquiri, à nordeste; Ribeirão Hong Kong, a noroeste; Rio Iguaçuzinho, a oeste; Rio Verde, a sudoeste; Rio Melissa, a sudeste e; Rio Central, a sul. Todo o escoamento hídrico do município é direcionado , diretamente ou indiretamente, ao Rio Piquiri. Para identificação destas bacias em que Nova Aurora se insere, foram utilizados dados e informações do Instituto de Terras e Geociencias do Paraná e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de dados de elevação da missão SRTM (Shuttle Radar TopographyMission) e plantas existentes no conjunto de mapas do Plano Diretor de Nova Aurora. Salienta-se que as bacias delimitadas nessa plataforma de software de geoprocessamento, a partir das informações de elevação do SRTM, resultam em áreas hidrográficas com configuração e área aproximada apenas para fins de planejamento e localização esquemática ao presente Plano. Algumas denominações das bacias podem mudar conforme nomeações utilizadas localmente pela população. As denominações dadas a essas, para o presente plano, basearam-se nas toponímias existentes na base de dados oficial do IBGE, da Prefeitura Municipal e/ou com base nas nomeações locais ou ainda baseados no nome da localidade/linha/bairro localizado próximo ao curso de água. Portanto, foi possível a identificação de 3 Bacias Hidrográficas em que o município de Nova Aurora está inserido. São elas (Vide Figura 112): Sub Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri; Bacia Hidrográfica do Rio Verde e; Bacia Hidrográfica do Rio Central. 292 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 112 – Principais Bacias Hidrográficas de Nova Aurora. A Sub Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri abrange a parcela leste do limite municipal de Nova Aurora. Trata-se da maior bacia hidrográfica dentre as identificadas, uma vez que compreende toda a porção de montante da bacia hidrográfica do Rio Piquiri. Dentro dos limites municipais, sua maior parte é caracterizada por áreas rurais, concentrando parte dos distritos urbanos de Palmital e Marajó, além do distrito Sede. A Sub Bacia Hidrográfica do Rio Central abrange a parcela oeste do limite municipal de Nova Aurora, entre as Sub-Bacias Hidrográficas do Rio Piquiri e do Rio Verde. Menor dentre as três sub-bacias hidrográficas identificadas, abrange apenas o distrito Sede, sendo o restante de sua área caracterizada principalmente por propriedades rurais. A Sub Bacia Hidrográfica do Rio Verde localiza-se a oeste do limite municipal de Nova Aurora e assim como as demais tem a maior parte de sua área caracterizada por propriedades rurais. Inclui apenas o distrito urbano de Palmitópolis. O Quadro 116 apresenta as principais características destas bacias e a Figura 113 ilustra as bacias hidrográficas de Nova Aurora. 293 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 116: Características das Bacias Hidrográficas em que Nova Aurora se insere. Sub-Bacia Área Total (km²) Rio Verde Rio Central Rio Piquiri 990,11 629,41 13.267,22 Área dentro Área dentro Desnível de Nova de Nova da Bacia Aurora (km²) Aurora (%) (m) 27,89 5,88% 464 189,17 39,90% 443 257,06 54,22% 933 Observações: *Desnível = Cotanascente-Cotaexutória(com base nos dados do Modelo Digital de Elevação – SRTM). Cota (m) da nascente do rio principal da bacia. 3.2.3. Bacias Hidrográficas Urbanas Considerando-se que os estudos de drenagem e as problemáticas que envolvem esse sistema de saneamento são tipicamente urbanos, priorizou-se no presente plano as sub-bacias urbanas, ou seja, aquelas que compreendem o perímetro urbano para a realização da caracterização fisiográfica de sub-bacias conforme os parâmetros físicos mencionados anteriormente neste trabalho. Em virtude da falta de informação cartográfica, em específico da topografia e hidrografia detalhada do município para o delineamento exato dos limites das bacias hidrográficas urbanas, esta análise foi baseada em mapas do Plano Diretor Municipal e na base cartográfica disponibilizada pelo Instituto de Terras e Geociências do Paraná. Portanto, o delineamento das bacias hidrográficas urbanas foi realizado em escala compatível à dos materiais do ITCG. Assim, foram identificadas 10 Bacias Hidrográficas Urbanas, denominadas com base nas sub-bacias hidrográficas identificadas pelo Plano Diretor Municipal (Vide Figura 113). Destaca-se que, dentre as bacias hidrográficas de menor porte que deságuam diretamente no Rio Piquiri, foram traçadas e caracterizadas apenas àquelas que abrangem os distritos urbanos de Marajó e Palmital. As BHU são apresentadas na Figura 114 e o Quadro 117 apresenta os índices fisiográficos para caracterização hidrológica. 294 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 113 – Sub-Bacias Hidrográficas de Nova Aurora. Fonte: Plano Diretor de Nova Aurora. 295 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 114: Mapa das BHU`s de Nova Aurora. 296 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ SUB-BACIA Quadro 117: Índices Físicos das Bacias Hidrográficas Urbanas. RIB. RIO RIO RIO RIO COR. RIO RIO RIO HONG CENTRAL CENTRAL ÁGUA MELISSA SUCURI PIQUIRI 1 PIQUIRI 2 PIQUIRI 3 KONG 1 2 GRANDE RIO VERDE UNID. 252.716 SAD 69 Coordenada UTM exutório - E 279.053 269.360 Coordenada UTM exutório - N 7.286.306 7.306.213 Área 448,73 111,60 27,78 430,96 220,39 38,89 34,30 23,42 1,74 311,03 Km² Perímetro 131,67 54,69 28,99 112,78 90,90 30,30 27,03 23,80 7,22 94,70 Km Largura média da bacia 8,46 5,41 2,47 9,29 5,47 3,46 5,05 2,76 0,7354 7,92 m Comprimento axial da bacia 53,01 20,61 11,24 46,41 40,3 11,24 6,79 8,48 2,37 39,29 Km Comprimento do rio principal 82,18 25,46 12,29 63,35 50,67 12,30 6,52 8,22 2,16 52,13 Km Altitude máxima 795 546 501 701 701 589 486 491 423 714 m Altitude mínima (exutório) 298 285 286 342 369 434 293 286 285 426 m H (dif. cotas) 497 261 215 359 332 155 193 205 138 288 m Densidade de Drenagem 0,388 0,368 0,542 0,357 0,353 0,316 0,190 0,351 1,242 0,353 % Coeficiente de compacidade – Kc 1,75 1,46 1,55 1,53 1,73 1,37 1,30 1,39 1,54 1,51 km/km2 Fator de Forma – Kf 0,16 0,26 0,22 0,20 0,14 0,31 0,74 0,33 0,31 0,20 270.124 265.016 7.305.975 7.296.229 263.332 260.260 280.737 278.870 275.620 7.290.145 7.283.597 7.293.720 7.303.725 7.305.636 7.283.803 297 SAD 69 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A região urbana Sede de Nova Aurora está inserida nas cabeceiras da Bacia Hidrográfica Urbana do Rio Central 1 e da Bacia Hidrográfica Urbana do Rio Hong Kong, próximo às nascentes dos principais afluentes destes rios. Apenas uma pequena parcela situa-se na cabeceira da Bacia Hidrográfica do Rio Melissa. A Sub-bacia Hidrográfica Urbana do Rio Água Grande, inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Central, abrange por completo o distrito urbano de Palmitópolis, situado em regiões de montante desta bacia. A Sub-bacia Hidrográfica do Rio Piquiri 3, situada a norte do município de Nova Aurora, abrange por completo o distrito urbano de Marajó, enquanto que o Distrito Urbano de Palmital situa-se nos divisores de águas das Bacias Hidrográficas Urbanas do Rio Hong Kong, Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri 1 e Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri 2. 3.3. CARACTERIZAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DE NOVA AURORA O planejamento da drenagem urbana de um município passa pelo estudo do comportamento hidrológico da região em que ele se localiza tendo em vista que o entendimento do comportamento das variáveis meteorológicas e hidrológicas pode ser auxiliar na tomada de decisão em relação ao gerenciamento dos recursos hídricos, bem como dos sistemas de drenagem urbanos e dos sistemas de previsão e alerta de eventos extremos. Uma importante variável de monitoramento é a precipitação, através da qual é possível estimar outras variáveis em um ciclo hidrológico, tais como o escoamento superficial e a infiltração. A disponibilidade de precipitação numa bacia hidrográfica durante o ano é fator determinante para a verificação, por exemplo, da necessidade de irrigação ou abastecimento de água em uma determinada região. A determinação de sua intensidade auxilia no controle de inundações e erosão do solo, devido sua capacidade de geração de escoamento. 298 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Para medição de precipitações é muito comum a utilização de pluviômetros como instrumento de medidas, onde são realizadas leituras diárias da quantidade de chuva que precipitou de maneira prática e barata. Dentre outros métodos de medição podem ser listados os pluviógrafos, para uma medição continuada, e os radares meteorológicos ou imagens de satélite. Estes postos de medição de chuvas tem o objetivo de obter uma série ininterrupta de precipitações ao longo dos anos, de maneira que sirva como dados de entrada para análises estatísticas que permitam verificar a frequência da ocorrência de precipitações de uma determinada magnitude, estimando as probabilidades teóricas de ocorrências. O comportamento do clima também influencia diretamente nas variáveis hidrológicas e meteorológicas de uma região. No Estado do Paraná o clima apresenta duas classificações segundo o sistema Köppen: como C, clima mesotérmico, e como A, tropical chuvoso. Segundo o Atlas Geográfico do Paraná, para o município de Nova Aurora, na região do oeste paranaense, o clima pode ser classificado como Cfa, Clima Subtropical úmido, apresentando verões quentes com tendência de concentração de chuvas e, invernos com geadas pouco frequentes, não apresentando estação seca definida (Vide Figura 115). Possui temperatura média dos meses mais frios superior a 18°C e com temperatura média para os meses mais quentes superior a 22°C. A precipitação pluviométrica varia entre 1600-1900 mm, com a umidade relativa do ar em torno de 80%. 299 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 115: Mapa Climático do Paraná. Fonte: Atlas Geográfica do Paraná, 2007. Na região de Nova Aurora constatou-se a existência de medição de parâmetros hidro meteorológicos através de três estações pluviométricas, apresentadas no Quadro 118 e localizadas conforme a Figura 116. Código da Estação 02453034 02453037 02453043 Quadro 118: Informações das estações pluviométricas identificadas. Operadora Série Nome Município Coordenadas /Responsável Histórica Nova Aurora Palmitópolis Novo Porto 2 Nova Aurora Nova Aurora Nova Aurora Águas do 1975- Paraná 1997 Águas do 1975- Paraná 2011 ANA 19782012 Latitude: 24º 32´0´´ Longitude: 53º 15´0´´ Altitude: 570m Latitude: 24º 34´23´´ Longitude: 53º 22´48´´ Altitude: 544m Latitude: 24º 24´0´´ Longitude: 53º 9´0´´ Altitude: 285m 300 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 116: Localização das estações pluviométricas identificadas. Por meio de uma compilação e análise dos dados destas estações foi concebida uma caracterização do regime de precipitações para o município de Nova Aurora. Para as estações identificadas foram determinados os número de dias chuvosos, totais de precipitação anual, máximas diárias e médias mensais, apresentados nos Quadros e Figuras a seguir. As Figuras de 129 a 132 apresentam um comparativo entre os dados. Quadro 119: Dados compilados da Estação Pluviométrica Nova Aurora. NOVA AURORA - 24053034 Total Máxima Máxima Total Anual Ano NDC Anual Ano NDC Diária Diária (mm) (mm) (mm) (mm) 1975 * * * 1976 118 1843,9 91,4 1977 95 1751 106,7 1978 77 1147,1 88,4 1979 111 2016,4 139,3 1980 117 1779,7 80,4 1981 114 1993,8 147,3 1982 124 1990,6 112,5 1983 139 2668,2 146,5 1984 106 1591,4 79,4 1985 83 1115,2 80,2 * Anos com falhas na estação. 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 113 122 87 122 116 91 134 107 110 100 121 2007,2 2058,4 1386 2196,9 2283,7 1550 2114,9 1727,7 1646,8 1878,3 1960,2 87,7 101,2 105,3 113,3 91,2 75,3 116,6 102,1 93,7 110,9 80,9 301 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 120: Precipitação Média Mensal da Estação Pluviométrica Nova Aurora. Precipitação Média Mês (mm) Jan 206 Fev 165,4 Mar 135 Abr 142,2 Mai 180,9 Jun 121,1 Jul 111,6 Ago 83,2 Set 141,8 Out 188,6 Nov 164,5 Dez 198,8 Figura 117 – Número de Dias Chuvosos da Estação Nova Aurora. Número de Dias Chuvosos 160 NOVA AURORA - 24053034 140 120 100 80 60 40 20 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 0 Figura 118 – Precipitação Total Anual da Estação Nova Aurora. Total Anual (mm) 3000 2500 NOVA AURORA - 24053034 2000 1500 1000 500 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 0 302 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 119 – Precipitação Máxima Diária da Estação Nova Aurora. Máxima Diária (mm) 160 NOVA AURORA - 24053034 140 120 100 80 60 40 20 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 0 Figura 120 – Precipitação Média Mensal da Estação Nova Aurora. Precipitação Média Mensal 250 NOVA AURORA - 24053034 200 150 100 50 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 303 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 121: Dados compilados da Estação Pluviométrica Palmitópolis. PALMITÓPOLIS - 24053037 Total Máxima Total Anual Máxima Ano NDC Anual Ano NDC Diária (mm) (mm) Diária (mm) (mm) 1975 * * * 1976 98 1591,7 90 1977 * * * 1978 68 1154,2 57,2 1979 82 2054,6 103 1980 82 1784,8 71,8 1981 73 1929,6 108,8 1982 82 1825,3 71,4 1983 77 2685,8 167,2 1984 53 1320,4 70,4 1985 44 1012,4 52,4 1986 57 1920,2 115,2 1987 54 1872,2 138,4 1988 53 1342,2 80 1989 77 1911 86,8 1990 * * * 1991 * * * 1992 83 2338,7 138,4 1993 70 1902,8 87,1 * Anos com falhas na estação. 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 * 85 80 94 91 94 68 86 90 84 61 67 67 56 59 102 107 101 99 * 1660,1 1854,4 1871,8 2203,6 2339,6 1272,5 1926,1 1666,4 1951,3 1560,4 1823,6 1577 1557 1583,2 1731 1835,8 1630,5 1627,7 * 107 97,2 84,2 123,7 98,8 90,6 118,5 93,1 89,1 100,3 94,4 70,3 105,4 107,5 73,2 138 98,3 98,8 * Quadro 122: Precipitação Média Mensal da Estação Pluviométrica Palmitópolis. Precipitação Média Mês (mm) Jan 183,8 Fev 165,4 Mar 122,7 Abr 136,6 Mai 167,1 Jun 114,8 Jul 99,2 Ago 88,8 Set 144,9 Out 200 Nov 160,8 Dez 184,8 304 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 121 – Número de Dias Chuvosos da Estação Palmitópolis. Número de Dias Chuvosos 120 PALMITÓPOLIS - 24053037 100 80 60 40 20 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 0 Figura 122 – Precipitação Total Anual da Estação Palmitópolis. Total Anual (mm) 3000 PALMITÓPOLIS - 24053037 2500 2000 1500 1000 500 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 0 305 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 123 – Precipitação Máxima Diária da Estação Palmitópolis. Máxima Diária (mm) 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 PALMITÓPOLIS - 24053037 Figura 124 – Precipitação Média Mensal da Estação Palmitópolis. Precipitação Média Mensal 250 PALMITÓPOLIS - 24053037 200 150 100 50 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 306 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Quadro 123: Dados compilados da Estação Pluviométrica Novo Porto 2. NOVO PORTO 2 - 24053043 Total Máxima Total Anual Máxima Ano NDC Anual Ano NDC Diária (mm) (mm) Diária (mm) (mm) 1975 * 1822,4 * 1976 * 1521,3 * 1977 * * * 1978 * * * 1979 64 2119 75 1980 50 1273,9 82 1981 * 1087,5 * 1982 * 1695 * 1983 123 1486,3 112,5 1984 70 1227,3 67,7 1985 81 1697,1 109,4 1986 106 * 107,6 1987 114 1274,6 59 1988 89 1992,8 57 1989 118 1792,3 97,2 1990 * 1364,9 * 1991 55 1561,5 88,6 1992 57 2181,2 141,5 1993 53 2469,6 101 * Anos com falhas na estação. 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 55 54 75 82 87 73 * 86 92 71 82 75 79 71 80 * 59 75 * 2826 1350,4 * 1555 1643,5 1555,3 1633,8 1632,4 1800,7 1925,8 1904 2020,9 1415,4 1468 * * * * * 90 87 130 123 121 93,5 * 78 77 83 80,5 77,8 110 115 90 110,2 86 70,2 * Quadro 124 : Precipitação Média Mensal da Estação Pluviométrica Novo Porto 2. Precipitação Média Mês (mm) Jan 183,4 Fev 168,7 Mar 113,4 Abr 136,9 Mai 167,2 Jun 113,1 Jul 89,1 Ago 85,9 Set 140,9 Out 182,7 Nov 147,7 Dez 159 307 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 125 – Número de Dias Chuvosos da Estação Novo Porto 2. Número de Dias Chuvosos 140 NOVO PORTO 2 - 24053043 120 100 80 60 40 20 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 0 Figura 126 – Precipitação Total Anual da Estação Novo Porto 2. Total Anual (mm) 3000 NOVO PORTO 2 - 24053043 2500 2000 1500 1000 500 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 0 308 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 127 – Precipitação Máxima Diária da Estação Novo Porto 2. Máxima Diária (mm) 160 NOVO PORTO 2 - 24053043 140 120 100 80 60 40 20 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 0 Figura 128 – Precipitação Média Mensal da Estação Novo Porto 2. Precipitação Média Mensal 200 NOVO PORTO 2 - 24053043 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 309 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 129 – Número de Dias Chuvosos das estações pluviométricas. Número de Dias Chuvosos 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 PALMITÓPOLIS - 24053037 Figura 130 – Precipitações Totais Anuais das estações pluviométricas. Total Anual (mm) 3000 PALMITÓPOLIS - 24053037 NOVO PORTO 2 - 24053043 2500 NOVA AURORA - 24053034 2000 1500 1000 500 0 Figura 131 – Precipitações Máximas Diárias das estações pluviométricas. Máxima Diária (mm) 200 150 PALMITÓPOLIS 24053037 100 0 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 50 310 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 132 – Precipitações Médias Mensais das estações pluviométricas. Precipitação Média Mensal 250 NOVA AURORA - 24053034 PALMITÓPOLIS - 24053037 NOVO PORTO 2 - 24053043 200 150 100 50 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Com base nestes dados, verifica-se que existe uma intensidade maior das precipitações ocorridas ao longo dos meses de outubro a fevereiro, em épocas de primavera e verão, com valores superiores a 150 mm e uma intensidade menor, nos meses mais secos de junho a agosto, onde a precipitação não passa dos 121 mm, havendo, portanto, uma periodicidade constante de chuvas no município. É possível concluir que a precipitação anual apresenta ciclos a cada 2-3 anos, alternando entre anos mais chuvosos e mais secos. A precipitação anual média calculada para as estações foi de 1700-1800mm. O ano mais seco verificado em toda a série de dados foi 1985, quando o total precipitado no ano não passou de 1012mm. O ano mais chuvoso foi 1994, quando a precipitação ultrapassou os 2800mm. 3.4. GESTÃO DO SISTEMA DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS A responsabilidade pela gestão do sistema de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas do Município de Nova Aurora é vinculada a Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo. 311 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Cabe a Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo: Aprovação de projetos de drenagem oriundos de terceiros para liberação do Habite-se; Elaboração de projetos de obras públicas do sistema de drenagem urbana; Execução de projetos de obras públicas do sistema de drenagem urbana; Fiscalização de obras públicas e privadas de projetos de drenagem urbana implantados; Ações de manutenção e limpeza do sistema de drenagem existente. Destaca-se que o corpo funcional desta secretaria não é exclusivo às ações relacionadas ao sistema de drenagem, bem como os equipamentos e veículos, sendo também utilizados em serviços gerais de manutenção, reparos e conservação municipal. Cabe à Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente as ações de fiscalização em casos de ações que apresentem risco ao meio ambiente. 3.4.1. Procedimentos Relacionados à Drenagem Urbana O município de Nova Aurora não possui Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU). As legislações municipais existentes que podem ser compatibilizadas ao sistema de drenagem urbana foram mencionadas no item 2 – “Legislação Existente”, as quais englobam temas sobre o planejamento urbano, uso e ocupação do solo, zoneamento, estruturas de saneamento e de drenagem exigidas aos munícipes, bem como as de cunho de proteção ambiental, em especial, as dos recursos hídricos. Não existem recursos materiais e financeiros exclusivamente destinados ao sistema de drenagem e manejo das águas pluviais em Nova Aurora. Os recursos humanos da Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo compõem uma equipe para ações ligadas à drenagem, entretanto atuam em outras áreas ligadas a infraestrutura municipal. 312 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A implantação de dispositivos de drenagem e manejo de águas pluviais, em sua maioria, é realizada de forma complementar as obras de pavimentação. Os projetos públicos de drenagem urbana são elaborados através do corpo técnico presente na Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo. Tais profissionais também atuam em processos de aprovação e fiscalização de loteamento de terceiros, por meio de análise técnica do projeto encaminhado à Prefeitura. Manutenções do sistema de macrodrenagem no município são realizadas sem um propósito preventivo. As ações corretivas praticadas envolvem obras de reparo, limpeza e desassoreamento das galerias de drenagem existentes. De uma maneira geral, o sistema de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas de Nova Aurora não apresenta deficiências. Apenas duasocorrências foram relatadas. Uma se trata da convergência de contribuições de águas pluviais (superficiais – sarjetas e de subterrâneas - galerias) que provocava um ponto de alagamento (Vide Figuras 133 e 134) na área da Sede Urbana. Entretanto, segundo informações, este problema foi sanado com a ampliação das bocas de lobo a jusante, bem como das galerias existentes. A outra ocorre em função da falta de dispositivos de drenagem implantados a jusante de uma galeria que deságua em Palmitópolis, descrita no Item “3.5. Problemas e Deficiências do Sistema de Drenagem”. Figura 133 – Visão geral das vias contribuintes no ponto de drenagem com deficiências. 313 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 134 – Visão geral das vias contribuintes no ponto de drenagem com deficiências. Não foram apontados pela Administração Pública novos locais com problemas ou deficiências no sistema de drenagem urbana. Apenas um local merece destaque, localizado no distrito urbano de Palmitópolis, onde um sistema de drenagem mal implantado está acarretando em graves problemas de erosão hídrica. A Vigilância Sanitária atua na fiscalização do lançamento de esgotos nos sistemas de drenagem do município, sem uma frequência programada e periódica, ou seja, ocorrendo apenas através da verificação in loco de denúncias recebidas. A seguir serão descritos, em maiores detalhes, os procedimentos relacionados à microdrenagem e macrodrenagem do município de Nova Aurora, assim como as correspondentes secretarias e órgãos administrativos responsáveis. 3.4.2. Técnicas e Tecnologias Adotadas Com base na visita técnica realizada, as técnicas e tecnologias adotadas pelo município estão ligadas a conceitos antigos na concepção de sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais, com base na ideia de um rápido escoamento e disposição final das águas pluviais. Não foram identificados, por exemplo, a adoção de medidas preventivas por parte do Poder Público Municipal aos problemas vinculados a drenagem urbana e sim a adoção de medidas corretivas e estruturais. 314 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O sistema implantado opera por gravidade no qual as águas pluviais coletadas pelo sistema de microdrenagem são conduzidas por uma rede de galerias subterrâneas até os canais, naturais ou não, mais próximos de macrodrenagem, esses compondo a hidrográfica do município. Compreendem os métodos e dispositivos empregados: Meio fio, bocas de lobo, caixas coletoras com gradeamento, galerias subterrâneas, poços de visita para microdrenagem e; Sarjetas, sarjetões, valas naturais e de concreto, obras de contenção de taludes, caixas coletoras de talvegues e bueiros para transposição de cursos d’água sob as vias urbanas e obras de arte, no caso da macrodrenagem. O sistema de drenagem existente na área central do município é antigo e não existe um cadastramento técnico unificado que permita o conhecimento do mesmo. As obras mais recentes são de microdrenagem, vinculadas a novas pavimentações de vias públicas. Em linhas gerais, pode-se concluir que existe uma boa manutenção do sistema, em virtude da conservação das bocas de lobo (Vide Figura 135) e da ausência de pontos de alagamentos. Os dispositivos são padronizados tanto na sede urbana como nos distritos, uma vez que o próprio município executa as obras (Vide Figura 136). Figura 135 – Bueiros em bom estado de conservação. 315 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 136 – Dispositivos padronizados. Sede urbana (esq.) e distrito de Palmitópolis (dir.). Esse antigo conceito aplicado comumente aos sistemas de drenagem aos poucos vem sendo substituído por técnicas e tecnologias modernas, com princípios e critérios mais sustentáveis e econômicos para a drenagem e o manejo das águas pluviais. Através de soluções combinadas, prioriza-se a retenção das águas pluviais na bacia hidrográfica através de técnicas e tecnologias tais como: o aumento da capacidade de infiltração, tanto em residências particulares como em áreas públicas, com a redução das taxas de ocupação e utilização de materiais permeáveis em calcamentos e pavimentos; priorização dos mecanismos naturais de escoamento, isto é, evitando-se a retificação de cursos d’água e aumento da velocidade de escoamento; dentre outros métodos e medidas que evitem transferir os impactos da ocupação urbana para a bacia hidrográfica. Não há a adoção de tecnologias de prevenção de desastres de inundação, mesmo que localizadas, nem prevendo eventos de chuva de magnitude elevada com base em maiores tempos de recorrência. O município não dispõe de bacias de acumulação ou amortecimento. 3.4.3. Serviços de Manutenção do Sistema de Drenagem Segundo informações da Administração Pública, as ações relacionadas à manutenção do sistema de microdrenagem existente no Município de Nova Aurora 316 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ limitam-se apenas a ações corretivas, isto é, desobstrução, limpeza e conserto de bueiros e bocas de lobos. Tais ações são executadas pela equipe disponível na Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo, realizadas com base nos problemas e deficiências identificados, utilizando-se de equipamento e equipe própria. Destaca-se que os recursos humanos e equipamentos não são exclusivos para o sistema de drenagem. Não foram informados o quantitativo de equipamentos e mão de obra disponíveis para operação do sistema de drenagem municipal. Em linhas gerais, tais manutenções compreendem desobstruções de galerias e reparos em bocas de lobo danificadas ou obstruídas por resíduos sólidos. Não foram disponibilizados dados acerca dos históricos das manutenções realizadas. 3.4.4. Cadastro Técnico do Sistema de Drenagem Urbana Segundo informações, a Administração Pública não dispõe de um cadastro técnico unificado dos sistemas de drenagem implantados no município e também não foi identificada uma rotina de cadastramento dos projetos “as built” de novas obras realizadas pelo município. A falta de uma rotina de cadastramento dificulta as ações de manutenção preventiva e/ou corretiva do sistema de drenagem e inviabiliza a compatibilização de novos projetos com o sistema implantado. Os projetos desenvolvidos se executados ou licitados pela Prefeitura encontram-se arquivados separadamente, sem um sistema integrado que proporcione o conhecimento geral do sistema de drenagem existente. Como consequência, o conhecimento do sistema de drenagem fica concentrado entre os funcionários envolvidos na implantação, fiscalização e manutenção do sistema, de modo que se perde com a renovação do corpo técnico ao passar dos anos. 317 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ A falta de uma rotina de cadastramento dificulta as ações de manutenção preventiva e/ou corretiva do sistema de drenagem e inviabiliza a compatibilização de novos projetos com o sistema implantado. Segundo informações, toda a área urbana com vias pavimentadas é atendida por sistema de drenagem. Porém, uma vez que também não existe um cadastro técnico das vias pavimentadas ou não no município, esta estimativa não permite expressar um quantitativo, mesmo que aproximado, da extensão total de galerias de drenagem urbana existentes no município. 3.4.4.1. As informações do sistema na área rural Em geral, quando se trata de sistemas de drenagem é mais comum que se mencionem as áreas mais urbanizadas como aquelas que apresentam sistemas específicos implantados e também aquelas que apresentam problemas de maior magnitude, tendo em vista as próprias características que essas áreas apresentam. O próprio termo “drenagem urbana” faz alusão a essa ideia. Essas são áreas de adensamento populacional, em geral, próximas a leitos de rios, com existência de pavimentação de vias e a impermeabilização de superfícies pelas edificações e outros dispositivos. As áreas rurais possuem características diferenciadas, sendo cobertos por vegetações de diferentes tipos e os leitos dos rios são, em geral,naturais. A impermeabilização das superfícies é mínima. Não é comum que haja um sistema de drenagem implantado propriamente dito a não ser em locais com necessidade observada. O escoamento das águas pluviais é realizado pelo próprio sistema de drenagem natural, compreendido pelos córregos, rios, várzeas, taludes, valas naturais existentes em cada bacia hidrográfica rural. Já ao longo das vias rurais, normalmente ocorre a implantação de valas de escoamento e tubulações para escoamento e direcionamento da água em casos de pontes e travessias. 318 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Durante a visita técnica, observou-se que o município de Nova Aurora apresenta as características anteriormente descritas para a área rural. A Administração Pública não informou locais de relevância quanto à gestão da drenagem urbana nem locais com problemas observados. 3.4.5. Avaliação de Projetos e Vistoria na Execução de Drenagem em Loteamentos de Terceiros A avaliação e aprovação de projetos privados são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo. Para tanto, verifica-se o enquadramento legal do zoneamento, sistema viário, parâmetros construtivos e de parcelamento do solo e licenças ambientais. Faz parte das exigências legais para aprovação dos projetos de loteamentos a implantação de equipamentos públicos de saneamento, dentre estes, o sistema de drenagem urbana. Uma vez aprovado o projeto, a execução da obra passa por fiscalização da Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo para liberação final do loteamento e emissão do Habite-se. Os dispositivos a serem implantados nos sistemas de microdrenagem não são alvos de padronização e não existe a prática de cadastramento técnico do “as built” dos sistemas implantados. 3.4.6. Programas, Projetos, Ações e Obras Desenvolvidas Segundo informações da Administração Pública de Nova Aurora, atualmente o município não desenvolve nenhum programa ou ação relacionado à temática drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Os projetos existentes compreendem atividades ligadas à infraestrutura, de maneira geral, pavimentação e drenagem de vias urbanas no município. Tais projetos são desenvolvidos e executados (em geral)pelo corpo técnico da Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo. Ainda, segundo informações, em virtude da grande 319 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ demanda existente a Prefeitura, tais serviços passarão a ser terceirizados em futuro próximo. Durante visita técnica foram informadas e observadas duas obras de pavimentação e drenagem em execução: Parque Industrial II e Estrada rural Roda de Carro. A primeira foi executada com recursos próprios da Administração Pública, enquanto que a segunda foi terceirizada em 2011, com a implantação de 524 metros de galerias de drenagem e bueiros. Os custos encontram-se apresentados no Quadro 125 e a Figuras 137 apresenta a execução da obra. Quadro 125 – Custo de drenagem da obra Estrada Roda de Carro. Valor Descrição Unidade Unitário Quant. (R$) Escav. de valas material de 1a categoria de 1,5 a m³ 1.572,00 6,02 3mde prof. Com retroescavadeira 75HP Assentamento de tubo de conc. simples 100cm m 13,00 88,3 com junta em argamassa 1:3 Assentamento de tubo de conc. simples 60cm com m 511,00 28,47 junta em argamassa 1:3 Tb. de concreto armado classe PA-1 PB DN m 13,00 158,21 1000MM NBR-8890 p/ águas pluviais Tb. de concreto armado classe PA-1 PB DN m 511,00 60,03 600MM NBR-8890 p/ águas pluviais Alvenaria de tijolos maciços, e=10cm, com m² 84,80 79,94 argamassa cim/ areia, traço 1:2:8 Valor Total (R$) 9.463,44 1.147,90 14.548,17 2.056,73 30.675,33 6.778,91 Emboço paulista traço 1:2:8 esp. 2 cm m² 84,80 16,81 1.425,49 Reaterro vala/cava c/ trator excl. compactação Laje maciça concreto Fck 25MPa, e=8cm, incl forma plastif. 18mm, escoramento, e 95kg de aço CA50/m³ m³ 1.048,00 1,94 2.033,12 m³ 0,88 1.382,51 1.216,61 TOTAL (R$) 69.345,70 Figura 137– Execução da drenagem na Estrada rural Roda de Carro. 320 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Por fim, a Administração Pública informou que está pleiteando junto ao Instituto de Águas do Paraná o fornecimento de cerca de mil tubos de concreto, com diferentes diâmetros, para contribuir na implantação do sistema de drenagem municipal. 3.4.7. Gastos com o Sistema de Drenagem O sistema de gestão da drenagem urbana em Nova Aurora não possui arrecadação direta através de taxas ou impostos. Segundo informações da Administração Pública, o investimento e custeio de obras de drenagem estão diretamente vinculados aos investimentos destinados aos arruamentos, pavimentação e calçamento de vias públicas. Não há gastos fixos mensais ou anuais para obras desse tipo, variando conforme o que está em execução no município. Outros gastos compreendem as ações de manutenção corretiva e limpeza nos dispositivos implantados, sendo o município encarregado do custeio destes serviços, normalmente realizado com recursos humanos e financeiros próprios da Secretaria Municipal de Viação, Obras e Urbanismo. Com base em dados e informações disponibilizadas por esta secretaria, estima-se que os gastos em obras de drenagem correspondem, em média, a 30%, aproximadamente, dos orçamentos de projetos de pavimentação. Especificamente, a implantação de galerias, bueiros e bocas de lobo gera um custo médio aproximado de R$130,00/metro. Uma vez que a manutenção do sistema é de responsabilidade da Administração Pública, através de pessoal e equipamentos próprios, os gastos envolvidos são relacionados principalmente pela remuneração dos funcionários e gastos com compra de materiais, descritos anteriormente. Não foram disponibilizadas informações relacionadas aos valores gastos nos últimos anos com obras terceirizadas, reparos e manutenções, bem como a previsão de investimentos com obras futuras a serem licitadas. 321 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ 3.5. PROBLEMAS E DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA Segundo informações da Administração Pública de Nova Aurora, não existem pontos com problemas e/ou deficiências no sistema de drenagem urbana do município, fato constatado durante visita técnica acompanhada por um representante da Prefeitura Municipal. Apenas um local foi destacado no distrito urbano de Palmitópolis, Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Água Grande, em função de uma galeria de drenagem que lança suas águas diretamente em uma vala a jusante (Vide Figura 138). Esta vala circunda casas vizinhas na região até desaguar em um córrego próximo (Vide Figura 139). Destaca-se que, em períodos de fortes chuvas, o volume de água que deságua no local por conta desta galeria somado a contribuição da drenagem no próprio bairro gera pontos de alagamentos capazes de causar danos aos moradores locais, conforme constatado através de marcas d’água nas residências e entrevistas aos moradores locais (Vide Figura 140). 322 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 138 – Ponto de lançamento da galeria de drenagem. 323 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 139 – Ponto de deságue aberto para conduzir até vala nos fundos das casas. Figura 140 – Marca d’água em muro e residência. Em virtude da ausência de dispositivos de drenagem capazes de conduzir com segurança a água pluvial recebida na canalização a montante, a erosão hídrica passou a afetar os lotes vizinhos à vala. Ainda, no local onde a vala atinge o córrego, um valão se formou (Vide Figura 141) e também está sujeito a erosão hídrica, gerando sério risco aos moradores locais. A Prefeitura Municipal ainda não dispõe de projeto para recuperação do local e reparos no sistema deficiente de drenagem urbana. 324 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Figura 141 – Ponto de deságue no córrego que recebe as águas pluviais em Palmitópolis, sem dispositivos de proteção à erosão hídrica. 3.6. REGISTROS DE DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: MALÁRIA E LEPTOSPIROSE A malária e a leptospirose são doenças que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Lista de Notificação Compulsória – LNC) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação- SINAN Net, conforme a Portaria do Gabinete do Ministro/Ministério da Saúde N° 104, de 25 de janeiro de 2011. Ambas têm relação com o manejo de águas em ambientes urbanos. A malária é um grave problema de saúde pública, principalmente na região da Amazônia Legal, onde ocorrem aproximadamente 99,5% dos casos da doença registrados no Brasil (Portal da Saúde – www.saude.gov.br). É uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito do gênero Anopheles fêmea. A malária causada pelo protozoário P.falciparum caracteriza-se inicialmente 325 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ por sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, fadiga, febre e náuseas. Estes sintomas podem durar vários dias. Mais tarde, caracterizam-se por acessos periódicos de calafrios e febre intensos que coincidem com a destruição maciça de hemácias e com a descarga de substâncias imunogénicas tóxicas na corrente sanguínea ao fim de cada ciclo reprodutivo do parasita. A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semirurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em cidades situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 m, no entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer. Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas. Não há vacina contra a malária, sendo assim, as medidas de controle da doença se dão a partir do controle sobre o vetor (mosquito Anopheles). Entre as principais medidas de controle definidas através do Programa Nacional de Controle e Prevenção da Malária (PNCM), idealizado prioritariamente para a região da Amazônia Legal, há o destaque para a “promoção de obras de drenagem e manejo de áreas endêmicas urbanas”. A leptospirose é uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais e pode ser fatal. Trata-se de uma zoonose causada pela bactéria Leptospira a qual é eliminada principalmente na urina de roedores e permanece na água por algum tempo. São comuns contaminações em ocasiões de enchentes em áreas urbanas, onde há a existência de roedores e as pessoas têm contato com águas insalubres. A bactéria passa a ser infectante quando entra na pele através de pequenas lesões e pelas mucosas em contato com água contaminada. A doença torna-se complicada quando se chega a quadros clínicos de falência renal, meningite, falência hepática e deficiência respiratória, conhecida essa como Doença de Weil, nome também dado a essas leptospiroses mais graves. O tratamento se dá através de antibióticos. Os sintomas são variados como febre, dores de cabeça e musculares, náuseas, vômitos, diarréias e pele amarelada. 326 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ O município de Nova Aurora não está entre as áreas endêmicas da malária enumeradas pelo Ministério da Saúde. Com base nas informações existentes no Sistema de Informações de Saúde disponibilizado através do DataSUS e no SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação, não há registros de casos confirmados de malária entre os anos de 2007 a 2012 no município. Quanto à leptospirose, no município há apenas uma notificação de casos confirmados da doença que pode estar especialmente relacionada com enchentes em áreas urbanas (Quadro 126). Quadro 126: Casos confirmados em Nova Aurora – Leptospirose. Ano Casos confirmados 2012 0 2011 1 2010 0 2009 0 2008 0 2007 0 Fonte: Ministério da Saúde, 2013, SINAN Net - DataSUS. 3.7. CONSIDERAÇÕES GERAIS A seguir são listados os pontos fortes e pontos fracos identificados no diagnóstico de drenagem e manejo de águas pluviais. Pontos fortes: Exigências legais da implantação de equipamentos públicos de drenagem em novos loteamentos; Ausência de problemas relacionados ao sistema de drenagem no município. Padronização nas unidades e dispositivos de microdrenagem executadas pela Administração Pública; 327 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ Existência de órgão ambiental municipal capaz de assumir atribuições de fiscalização de obras com potencial impacto ao meio ambiente. Pontos fracos: Incompatibilidade legal entre leis municipais e estaduais/federais de preservação do meio ambiente; O cadastro técnico unificado de drenagem é uma ferramenta fundamental para uma gestão eficiente do sistema de drenagem. Contudo, verificou-se no município a inexistência deste cadastro, inviabilizando o uso desta ferramenta para a elaboração de novos projetos e na manutenção do sistema implantado. Não foi identificada a manutenção preventiva do sistema de drenagem urbana, por parte dos órgãos municipais; Ausência de dispositivos de proteção à erosão hídrica causada pelo deságua de galeria de drenagem no Distrito Urbano de Palmitópolis. 328 MUNICÍPIO DE NOVA AURORA – ESTADO DO PARANÁ REFERÊNCIAS SANTO JR., Clóvis do Espírito. Atlas geográfico do Paraná: o uso de novas tecnologias. Curitiba: SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná / PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, 2008. Disponível em: <http://pt.scribd. com/doc/3173537/Geografia-Atlas-do-Parana-Localizacao-Geografica>. Acesso em 26 de março de 2013. KLEIN, R. M. 1985. Os tipos florestais com Araucaria em Santa Catarina. Anais do XXXVI Congresso Brasileiro de Botânica. Sociedade Botânica do Brasil, Curitiba; Brasil, p. 97-100. Schäffer, W. B.; Prochnow, M. 2002. A Mata Atlântica e você: como preservar, recuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. Apremavi, Brasília, Brasil, 156 pp. SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA - PARANÁ GENTE Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo Minerais do Paraná S.A. – MINEROPAR. Projeto riquezas minerais avaliação do potencial mineral e consultoria técnica no município de francisco beltrão relatório final - Curitiba Setembro de 2002 Serie Ecossistemas Paranaense – Volume 5 - Floresta Estacional Semidecidual. Christofoletti, A. Análise morfométrica das bacias hidrográficas. Notícias Geomorfológicas, v.9, n.18, p.19-34, 1969. Strahler, A.N. 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