- Laboratório de Desempenho Logístico
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Integração da Cadeia de Suprimentos: Maria Inácia Favila Salum Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina Resumo Objetivo: Apresentar os motivos que levam a integração na cadeia de suprimentos. Bem como, apresentar fatores que influenciam essa integração, melhorias que podem ser implantadas no gerenciamento da cadeia e os custos da integração. Por fim, fazer uma análise da situação das empresas brasileiras com relação à integração da cadeia de suprimentos e se esta integração trás eficiência para as cadeias integradas. Estrutura/Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica com base de dados secundários, levando a uma analise da estruturação da cadeia e de como ela esta integrada. Resultados: A integração da cadeia de suprimentos no Brasil ainda é algo muito recente. As empresas têm buscado parcerias de longo prazo com seus principais fornecedores, mas ainda falta melhorar o fluxo de informação entre empresa- fornecedor. Uma cadeia bem integrada é mais competitiva, pois reduzem custos de estocagem, melhora a previsão de demanda, é mais flexível e ágil para atender as necessidades dos consumidores finais. Entretanto, recentemente se tem questionado os custos dessa integração e possíveis conseqüências negativas para a inovação e para o desempenho da cadeia como um todo. Limitações de pesquisa: Um estudo mais aprofundado abrangendo vários setores poderia revelar o perfil dos países com relação ao seu nível de integração e de como esta afeta a competitividade das cadeias. Implicações práticas: Permitir uma melhor compreensão da importância da integração da cadeia de suprimentos e como esta impacta na competitividade da mesma no comercio internacional. Valor e originalidade: A problemática da variabilidade da demanda, custos de estocagem, assimetria de informação, sempre esteve em discussão. Com a mudança no cenário internacional, tornou-se visível a importância da integração entre os elos para reduzir custos e ampliar a participação da cadeia no mercado internacional. Busca-se por meio deste estudo contribuir com outras pesquisas na área. 1. Introdução as decisões estratégicas de produção e fornecimento em todos os elos de uma O gerenciamento da cadeia de suprimentos começou a ser utilizado há cadeia. Com o advento do gerenciamento da cadeia de suprimentos ocorreu uma pouco tempo como forma de sistematizar 1 mudança significativa no paradigma competitivo e gerencial, constatando que a tecnologia o que permitiu um maior fluxo de informação entre as firmas. competição tende a ocorrer cada vez mais Nesse sentido, o gerenciamento da entre cadeias produtivas e não mais apenas entre empresas isoladas. O objetivo central deste tipo de gerenciamento é aumentar a competitividade da indústria através de decisões estratégicas e de buscar a eficiência ao longo da cadeia, de modo a resultar em produtos competitivos em termos de preço e qualidade. Gerenciar uma cadeia de suprimentos requer a integração dos processos ao longo de toda a cadeia. A estratégia ótima a ser adotada cadeia de suprimentos é uma abordagem composta pelas decisões microeconômicas de cada elo da cadeia, que corresponde às decisões estratégicas no sentido de definir o que cada elo irá produzir, quanto, onde e quais recursos serão utilizados e como esses elos integrarão a cadeia, e pelo cenário macroeconômico que engloba o comércio internacional de cada país pelo qual cada cadeia participa. deve ser a que maximize o uso dos recursos disponíveis em cada elo da cadeia, bem como estabelecer o papel de cada firma ao longo da mesma, requerendo um nível alto de cooperação entre as firmas. o gerenciamento da cadeia de suprimentos é conhecido como núcleo da estratégia considerando organizações procuram que ofertar as seus produtos e serviços de maneira rápida, barata e melhor que seus competidores. Isso ocorre porque o gerenciamento possibilita a integração de cada elo que compõe a cadeia, permitindo que o produto chegue ao final do mesmo muito mais competitivo. Para tanto, a integração entre os elos da cadeia de suprimentos só foi possível por causa dos avanços de Suprimento desempenha um papel importante na otimização da produção. Esse gerenciamento surgiu como resposta eficaz De acordo com Handfield (1999), competitiva, Assim, o Gerenciamento da Cadeia na e eficiente para atender a necessidade das organizações, que se integram à procura de disponibilizarem o seu produto da melhor maneira possível para o consumidor. É necessária para o perfeito andamento dos processos, a integração. Os objetivos organizacionais buscam em uma cadeia de suprimento facilitar o controle de estoque em níveis satisfatórios mantendo um baixo valor de capital imobilizado utilizando de um continuo abastecimento das reservas utilizadas. O objetivo geral deste estudo é verificar como a integração da cadeia de 2 suprimentos pode trazer vantagem consideradas altamente confidenciais, competitiva. Neste sentido, analisar os porém, são agora encaradas como um benefícios criados por essa integração, tais relacionamento de parceria e sinergia. como: redução de custos, redução do Surge desta forma, um fator diferencial de tempo de processo, aumento da qualidade e mercado. As relações entre as partes flexibilização da cadeia logística. Alem deixam de ser contrapostas transformando- disso, analisar os custos da integração e se se em um esforço coordenado, no qual a esta é realmente eficiente em todos os confiança e o comprometimento têm uma setores produtivos. relevância fundamental. A interação destes valores permite que os membros persigam o aprimoramento geral da cadeia, uma vez 2. Integração no SCM que Segundo Ballaou (2006), a cadeia de suprimentos se resume num conjunto de atividades repetidas ao longo da conversão de matéria-prima em produto final, onde se agrega valor. Por meio de parcerias entre os diferentes elos envolvidos, as empresas vêm adotando a gestão da cadeia de suprimentos, com o intuito de ampliar a participação das mesmas no mercado e principalmente relacionamento solidificar com seus o clientes e fornecedores. Neste sentido, o foco da cadeia de suprimentos passa a ser a integração de cada componente, maximizando a eficiência. se satisfaz com “produtos prontos”, mas está sempre buscando maior qualidade, melhores preços e serviços. As empresas através da integração temem comportamentos oportunistas e sabem que benefícios quanto prejuízos serão divididos eqüitativamente. A integração também facilita o compartilhamento de informação que vai além de dados sobre transações de compra e venda, incluindo aspectos estratégicos orientados ao planejamento conjunto, essenciais para permitir que as empresas participantes façam o que é certo de maneira mais rápida e eficiente. A grande dificuldade da integração da cadeia esta em equacionar os objetivos das organizações. O objetivo do comprador deve estar alinhado aos objetivos do fornecedor, bem como as praticas de Com a globalização, o mercado não buscam não novas mercado e os padrões éticos. Uma cadeia de suprimentos bem integrada tem como base um excelente relacionamento entre os componentes, o que permite reduzir os lead-time e os estoques. soluções em conjunto, que antes eram 3 Para Fleury (2000) a integração da a agilidade da cadeia- e por fim, a principal significa barreira a ser enfrentada é a falta do fluxo desenvolver relacionamentos cooperativos de informação- as empresas ainda são com todos os participantes da cadeia, tendo muito como base a confiança, capacitação técnica informações de custos e receitas. cadeia de suprimentos fechadas com relação às e troca de informações. A integração Para reduzir as falhas às empresas elimina duplicidade de esforços, padroniza os processos internos, reduz custos e torna as empresas mais ágeis com relação às buscam parcerias e estas se dão através da seleção de fornecedores. Leenders e Fearon (1993) afirmam que a seleção de mudanças do mercado. fornecedores se tornou mais complexas, Muitas dificuldades existem na hoje inclui fatores de meio ambiente, implantação desse conceito de integração, social, político, e a satisfação dos clientes, pois se torna necessária uma profunda além análise na cultura das empresas que irão qualidade, entrega custo e serviço. Não é compor a cadeia. A visão funcional deve novidade ser abandonada, informações precisam ser fornecedores compartilhadas, inclusive aquelas sobre os alianças estratégicas, e o desenvolvimento custos. Os relacionamentos devem ser de construídos com base em confiança mútua; notoriamente. Os relacionamentos entre o horizonte de tempo desloca-se do curto fornecedores para o longo prazo e um dos elos, chamado diferença, pois promove uma melhoria de contínua na satisfação do cliente. elo forte, será responsável pela dos tradicionais que as itens questões preferenciais, fornecedores e como têm como: parcerias, crescido compradores fazem Para coordenação do sistema e seu desempenho arraigar competitividade na cadeia de neste papel será fundamental para o suprimento e se tornar mais eficientes, alcance dos objetivos. As principais falhas esses relacionamentos entre empresas estão envolvendo as cadeias de suprimentos sendo formalizados através de contratos. integradas comprometimento Dessa forma se estabelece um verdadeiro desbalanceado, ou seja, as empresas não casamento, a fim de suprir as necessidades possuem objetivo; cada vez mais complexas e exigentes do incompatibilidade cultural, inexistência de mercado. Com o estabelecimento do mecanismos de coordenação - falta de contrato, a cooperação passa a ser uma governança-, logística inadequada – não há obrigação, oferecendo mais estabilidade uma padronização logística o que diminuiu para ambas as partes. O contrato formal são: o mesmo 4 apenas regula legalmente o relacionamento agir a nível de compra e venda, também das empresas, gerando maior segurança participa do processo de desenvolvimento tanto para o fornecedor como para o de produtos da empresa. No entanto, comprador. Este é o primeiro passo da apesar do “fornecedor 2” compartilhar integração, para mais tarde ocorrer à informações, sua relação é restrita à integração total também do fluxo das especificação informações. portanto integração apenas a nível de do produto, ocorrendo compra e venda. Como os elos não estão todos bem integrados acabam dificultando 3. Influências e Custos da Integração o fluxo de informações entre os mesmos, o que gera perda de competitividade na na Cadeia de Suprimento cadeia como um todo. É necessário que as As práticas de integração na cadeia de suprimento têm visado à simplificação e atividades se integrem em torno dos fluxos de produção e informação. obtenção de uma cadeia produtiva que Dentro desta ótica, pode-se afirmar busca maior eficiência. Tais como a reestruturação e consolidação de fornecedores e clientes, construindo as parcerias com o conjunto de empresas que deseja desenvolver uma relação colaborativa. Através das parcerias as empresas têm desenvolvido conjuntamente novos produtos, onde os fornecedores estão presentes desde o estagio inicial do desenvolvimento do produto. Essa participação direta do fornecedor tem proporcionado, principalmente, uma redução no tempo e nos custos de desenvolvimento dos mesmos. A respeito da integração, nota-se que no Brasil a parceria entre os elos se da de primeira ordem, ou seja, o “fornecedor 1” atua diretamente integrado, pois além de que a relação com fornecedores influenciam diretamente toda a cadeia produtiva, se a relação empresa-forncedor não estiver em sincronismo, os custos e as perdas serão altíssimos. Assim, para reduzirem falhas, cada membro deverá desempenhar tarefas relacionadas à sua competência central, pois isto facilitará o gerenciamento, permitindo aproveitar as sinergias produzidas. Outro fator que influencia diretamente a integração da cadeia de suprimentos é a tecnologia de informação. O fluxo de informação continua sendo o principal problema a ser enfrentado pelas organizações. Apesar das empresas terem consciência de que o compartilhamento das 5 informações possibilita aos fornecedores representa em média 12% do PIB mundial um planejamento e tomada de decisão mais e eficiente, elas ainda possuem barreiras com representam 17% do PIB brasileiro. Em relação às informações de custos e de geral, a logística é responsável por uma receitas. porção significativa do custo final do no Brasil os custos logísticos produto, superada apenas pelos custos com O efeito chicote é uma das conseqüências da falta de informação, a distorção da demanda surge devido à falta de visibilidade dos fornecedores do real consumo da demanda. Essa falta de visibilidade gera aumento de estoques e de custos em geral. As empresas brasileiras passam por isso diariamente. Muitas organizações deixam para fazer pedidos no final do mês para arraigar melhores descontos, o que prejudica fornecedores que não possuem capacidade produtiva para atender a tantos pedidos, gerando matéria prima e produção. A logística reflete uma preocupação necessidade de se obter competitiva em mercados com a vantagem que estão sujeitos a mudanças rápidas. As cadeias produtivas brasileiras estão perdendo participação no comercio internacional justamente por falta de agilidade. Os modais de transporte brasileiros são muito precários, o tempo de entrega dos produtos fica aquém de seus concorrentes e não há coordenação das atividades logísticas dos elos da cadeia. atrasos nos cumprimentos de contratos e aumento de despesas. Para tentar amenizar Por fim, os custos de implantar a este problema, o compartilhamento de integração entre os elos e interfaces ainda é informação torna-se essencial, pois reduz muito alto. Para ocorrer à integração é os custos de entrega e o prazo do mesmo. necessário um bom programa que atenda todos os participantes da cadeia e uma Tem-se estrutura o problema logística. A de infra- crescente globalização da economia apóia-se em sistemas logísticos bem desenvolvidos, que permita que os custos de comercialização de produtos em regiões distantes sejam logística bem desenvolvida que não prejudique o andamento do processo. Para isso é necessário um investimento inicial em geral muito alto, e o período de retorno é muito longo, o que acaba se tornando um empecilho para integração da cadeia. cada vez mais competitivos. De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o custo da logística 6 4. Melhorias na SCM tais como a transmissão dos pedidos e a coordenação dos planos de produção. O gerenciamento do fluxo de mercadorias num sentido, e do fluxo de Em uma cadeia integrada de alto informações e recursos no outro, entre nível a ocorrência de uma falha em um dos todos os membros da cadeia, tem sido elos da corrente fatalmente atrapalha todo reconhecido como uma das principais o andamento da empresa, é como um estratégias para a obtenção de vantagens sistema de produção linear, se uma competitivas. Hammer (2001) observa que maquina a próxima grande fronteira para a redução produção de custos é a melhoria da integração dos A tecnologia da informação vem como processos entre as organizações, uma vez forte aliada do gerenciamento das cadeias que os processos internos já vêm sendo de suprimento, já que dão suporte às continuamente aperfeiçoados. organizações para que haja integração para, então será toda linha de prejudicada. entres essas. A tecnologia de informação No âmbito interno de uma organização, a geração de um produto ou serviço para um cliente é realizada pela seqüência de um ou mais processos nos últimos anos se fortaleceu muito, contudo para que haja rapidez e segurança nas relações se faz necessária a utilização de varias ferramentas de softwares. interligados, onde existe uma ligação entre clientes e fornecedores internos. Na cadeia De acordo com Chopra e Meindl, de suprimentos, a mesma relação empresa- informação é essencial para tomar boas fornecedor pode ser considerada. Nestas decisões. A tecnologia da informação interfaces, a integração dos processos proporciona as ferramentas para reunir torna-se particularmente difícil, uma vez informações e analisá-las, objetivando que envolve as ligações entre organizações tomar as melhores decisões sobre a cadeia com diferentes culturas, diferentes estágios de suprimentos. Um dos principais pilares de e de uma Cadeia de suprimentos bem diferentes métodos de gestão, o que executada é ter uma informação real e implica na necessidade de uma grande precisa no tempo que ela seja necessitada, sinergia entre elas. Segundo Christopher dando (1997), não apenas o desempenho interno relações de cada membro da cadeia deve ser A globalização mudou os processos de gerenciado, como também as interfaces, relacionamento de empresas e clientes, desenvolvimento tecnológico conectividade de instantânea fornecedores, nas cliente. 7 com ela as relações não ficam mais e serviços de prioridades variadas para a restritas a pequenos espaços geográficos. rentabilidade Organizações se Colaborativo implica completa visibilidade relacionam, aproveitando a especialidade dos estoques em toda a cadeia de de cada uma. São as chamadas cadeias suprimento - e sabendo que não importa dispersas, onde a logística tem que ser bem onde é ou quem o possui, há um custo executada, pois, é o meio que integra as associado. Fornecedores podem ajudar a partes e é capaz de disponibilizar os divulgar produtos lugares diminuir custo de produção dos mesmos, estimulando a evolução das organizações e através de um portal de relacionamentos da competitividade. tão importante como este. Além do mais, nos de todo seus o mundo devidos da empresa”. lançamentos de O SRM produtos e fica muito mais fácil se ter um feedback de A tecnologia da informação veio como uma alternativa para estreitar o elo entre parceiros comerciais de diversos segmentos, através de uma rede bem organizada baseada em um relacionamento online. Esse tipo de interatividade, através de um portal único de relacionamentos, permite aos colaboradores um maior controle dos estoques, agilidade e transparência nas transações comerciais, uma visibilidade total de todo o processo todo o processo através de um portal interativo. O ERP é outro software utilizado pelas organizações e é considerado um sistema integrado que se pauta em um banco de dados único, onde se gerencia todas as informações. Esse programa permite visualizar completamente todas as transações de materiais e de informações dos elos e interfaces, o que auxilia na tomada de decisões futuras. de aquisição e venda, e principalmente uma maior eficiência na qualidade e velocidade dos processos de produção. Outro aspecto importante é a possibilidade de um sistema de atendimento e melhoria pós-venda em O fluxo de informação é baseado no SRM (Supplier relationship management), que aspectos relacionamento de integra todos com os tempo real. Esse sistema integrado permite um atendimento aos problemas do cliente e uma troca de informações muito eficiente. o fornecedor. SRM é "um conjunto de A utilização dos novos formatos de metodologias e práticas necessárias para internet, principalmente o XML, tornou interagir com os fornecedores de produtos essa troca de informações muito mais fácil, 8 pelo fato de serem muito versáteis, e não necessitarem de um padrão predefinido de entrada. A tecnologia da internet favoreceu muito esse processo, caminhando para a integração, mas no as momento o que se percebe é apenas o fazer desenvolvimento logístico. O fluxo de rapidamente a analise de indicadores materiais ocorre tranquilamente entre os econômicos através de coleta de dados de elos, mas o fluxo de informação ainda é vendas e desempenho também se tornou precário. Tem-se percebido que as cadeias altamente importante e possível. Através de suprimentos vêm adotando diferentes de uma rede de informações os gerentes níveis de integração, sendo eles: integração podem fazer uma analise de toda a cadeia de primeiro nível, onde os agentes de produção e comercialização em tempo participantes são apenas empresa e seu real, e assim é possível tomar uma decisão principal eficaz sobre os rumos do processo. integração é o mais comum, quase não há empresas. de A deu No Brasil as organizações estão essa possibilidade e 5. Integração da SC no Brasil: integração entre possibilidade de fornecedor. Este nível de fluxo de informação e as parcerias estão Neste através sentido, da tecnologia tem-se buscado da informação melhorar o desempenho da cadeia de suprimento. A nova oferta da cadeia baseia-se em processos ligados a coletiva tomada de decisões, transparência nas informações, métricas comuns e redução das barreiras de entrada de novos parceiros. O ambiente de hoje exige a plena integração e colaboração. A Internet alicerçadas em contratos formais. O segundo nível de integração é entre empresa, fornecedor e cliente, que pode ser visto no setor automobilístico, há um grande fluxo de materiais e um pequeno fluxo de informação. Por fim, tem a integração total ou estendida, onde inclui fornecedores dos fornecedores e clientes dos clientes, ainda não foi adotado por nenhuma cadeia produtiva. aperfeiçoa as cadeias de suprimento, maximiza o retorno sobre o A integração e o desenvolvimento do relacionamento, com ambos os clientes e gerenciamento da cadeia de suprimentos fornecedores. A integração verdadeira variam muito de setor. requer automatizados sistemas de cadeias de suprimentos para que os clientes e fornecedores possam se comunicar entre os elos, e entre si. O setor automotivo brasileiro é o mais desenvolvido com relação a parcerias e fluxos de informação. Os fornecedores 9 estão todos alocados dentro do parque problema serio a ser enfrentado, não há fabril da empresa automotiva, permitindo compatibilidade entre os modais e estes que o fluxo de materiais e de informação por sua vez são muito precários, o que seja continuo. Há uma forte participação dificulta o escoamento da produção, dos processo prejudicando o desempenho competitivo produtivo e todos os elos da cadeia usam das cadeias de suprimentos brasileiras no um programa único, o que permite um comercio internacional. fornecedores em todo melhor fluxo das informações entre eles. Já Segundo Costes & Jahre (2008), no setor têxtil tem-se o contrario, as parcerias com fornecedores quase não existe, logo, o fluxo de materiais entre os elos é lento, a pouca flexibilidade com relação à quantidade demandada e no prazo de entrega, o que acaba gerando um tem-se notado que há uma variação de resultados causados pela integração nas diferentes indústrias. Alguns resultados mostram que ao mesmo tempo em que a integração melhora o desempenho da cadeia aumento de custos e de estoques. de suprimentos de produtos diferenciados, ela é contra-produtiva na os cadeia de commodities. Acredita-se que fornecedores estão amarrados a contratos o um dos obstáculos aos bons resultados da que os obriga a entregarem com precisão e integração pelo setor de commodities é a com pontualidade os pedidos. Assim, como sazonalidade. A sazonalidade dificulta a no setor têxtil são poucos fornecedores que integração entre os fornecedores de matéria participam do prima e os demais, visto que gera grandes produto. Um problema a ser enfrentado por oscilações entre super oferta e escassez de este setor é que a maioria dos seus matéria prima. As parcerias de longo prazo fornecedores é chinesa o que os obriga a entre os elos desta cadeia têm gerado um terem um nível de estoque mais elevado. alto custo de estocagem, não compensando Com aos agentes a busca por uma maior No setor do relação metal mecânico desenvolvimento aos fornecedores brasileiros estes estão alocados próximos integração, visto que a disputa é aos seus clientes e dependem muito dessas estritamente via preço, e que o alto custo organizações, o que acaba as submetendo de transação diminui a competitividade de aos interesses dessas grandes corporações. toda a cadeia. A infra - estrutura dos modais de Neste sentido, pode-se dizer que no transporte brasileiro também é outro Brasil a falta de cadeias integradas se deve 10 ao nosso setor produtivo que na sua se refere à relação cliente/fornecedor. A maioria é de commodities, e a pequena gestão de relacionamentos entre os agentes é integração que existe estão vinculadas a o ponto mais frágil e a parte mais contratos e não há um objetivo comum susceptível a rupturas. O que se tem entre os elos. Como ainda não há observado é que a desconfiança entre os resultados da agentes tem gerado incerteza, exigindo altos tem níveis de estoque para garantir operações adiado a idéia de integração, visto que seus diante das possibilidades de ruptura do custos de implantação são muito altos e o fornecimento, o que significa perda da retorno incerto. eficiência pelo aumento dos custos de integração, reais dos muitas benefícios organizações transação. 6. Conclusão Apesar de a cadeia integrada ser a nova tendência das principais cadeias Nos últimos anos o interesse pela integração e gerenciamento da cadeia de suprimentos tem crescido muito. Os avanços têm sido significativos tanto no setor de serviços como no produtivo. Percebe-se que o maior desenvolvimento tem ocorrido no setor automobilístico, a qual tem sido um dos principais responsáveis pela introdução das práticas mais inovadoras nesta área. integração da cadeia reduziram desperdícios as Com a empresas buscando o melhoramento continuo dos processos de produtivas e ter grande aceitação tanto no nível acadêmico como empresarial, nada foi comprovado realmente se esta integração beneficia toda cadeia ou apenas os principais elos, os chamados elos fortes. Neste sentido, é necessário um monitoramento constante nas diferentes cadeias aonde a integração vem sendo aplicada para que se possam ver os verdadeiros resultados que esta integração pode proporcionar para todos os elos e interfaces das diferentes cadeias produtivas. produção. A base para a melhoria da competitividade, no que se refere à velocidade, qualidade, preço é a integração total, entre todos os elos e interfaces que compõem uma cadeia. No entanto, o processo de integração não é simples, ainda há muitas falhas no que 11 Referências DIAS, G.P & YOSHIZAKI, H. T.Y. Gestão de estoques numa cadeia de BALLAOU, R. H. Gerenciamento da distribuição com sistema de reposição cadeia de suprimentos: planejamento, automotiva e ambiente colaborativo. São organização, e logística empresarial. Porto Paulo. alegra: Bookman, 2006. FAWCETT, E. S, & MAGNAN, M.G. BOWERSOX, D. Logística Empresarial: (2002). The Rhetoric and reality of supply o processo de integração da cadeia de chain integration. International Journal of suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. Physical Distribution & logistics Management, vol.32 (pp 339-361) CHOPRA, S., MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. FLEURY, P. F Logística Empresarial: a São Paulo : Prentice Hall, 2003. perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas 2000. CHRISTOPER, M. The Agile Supply HAMMER, M. Chain- Competing in Volatile Markets. company. 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