5864 - 25-05-16 - QUARTA-FEIRA\PT NA CAMARA
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5864 - 25-05-16 - QUARTA-FEIRA\PT NA CAMARA
Quarta-feira, 25 de maio de 2016 Ano: XXIV - Nº 5.864 Ajuste prioriza grande capital e mercado financeiro e abre porta para pagar “favores”do governo golpista DIVULGAÇÃO Todo o discurso economicista do presidente conspirador Michel Temer e de sua equipe econômica – ao anunciar ontem (24) a revisão da meta fiscal – esconde sob a falsa justificativa do equilíbrio das contas públicas um ataque aos direitos sociais e trabalhistas, bem como aos pequenos e médios empreendedores brasileiros. Em suma, é uma política de ajuste que aumenta gastos, prioriza o grande capital, o mercado financeiro e as multinacionais. O novo ajuste fiscal, que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões para 2016, supera em mais de 70% o déficit calculado pelo governo da presidenta eleita Dilma Rousseff e representa na verdade um cheque em branco para o governo golpista de Temer gastar com o que quiser. Ou seja, as medidas anunciadas escondem um inquestionável viés político, que abre portas para o governo golpista pagar “favores” recebidos em troca do golpe. “O discurso do governo provisório é uma coisa, e a prática dele é totalmente diferente. Isso atinge diretamente a vida das pessoas porque o governo vai ter que ir atrás de dinheiro para pagar esse estouro, e quem vai pagar é a população”, explica o deputado Enio Verri (PT-PR) (PT-PR), professor de Economia da Universidade Estadual de Maringá. O parlamentar explica que Temer não está cortando gastos, como fez Dilma, que contingenciou despesas, limitou a liberação de recursos para os ministérios e já previa o estabelecimento de um tributo, como a recriação da CPMF. De acordo com Verri, o que Temer está fazendo é justamente o contrário: libera a gastança, não promove cortes, não cria novas fontes de recursos. “Para ele conseguir a maioria [de votos] na Câmara e no Senado, ele teve que oferecer alguns favores, além de cargos. Como se paga? Com [liberação de] emendas, com recursos, com dinheiro do orçamento. Por isso, ele teve que aumen- tar em mais de R$ 70 bilhões o orçamento [o déficit passou de R$ 96,7 bi para 170,5 bi]. A arrecadação, de fato, caiu, mas não caiu para aumentar o estouro em R$ 70 bi”, completa. Gasto público – O saquinho de maldades não termina aí. É importante entender onde residem os outros ataques dentro da fórmula mirabolante do tal ajuste. Juntamente com a revisão da meta para um déficit primário de R$ 170,5 bilhões, o governo golpista está planejando estabelecer um teto para limitar o gasto público, mas determinando, por exemplo, acabar com a vinculação dos recursos para saúde e educação. O Executivo pretende mandar ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição para limitar o crescimento do gasto público, em um patamar equivalente à inflação. Nunca mais que isso. Por consequência, saúde e educação estariam sujeitas à mesma regra. Ou seja, além de acabar com os mínimos constitucionais de investimento público de 25% para a educação e de 15% para a saúde, o governo pretende limitar a aumento do orçamento para essas áreas. Outra medida é cobrar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o total de R$ 100 bilhões repassados ao banco pelo Tesouro Nacional. Segundo o governo golpista, a primeira parcela a ser paga pelo BNDES deverá ser de R$ 40 bilhões, seguidas de outras duas de R$ 30 bilhões cada. “O BNDES é o único banco que tem capacidade de financiar a longo prazo, é o único banco de investimento. Tirar 100 bilhões de reais é descapitalizar o banco, é retirar sua capacidade de financiamento a longo prazo, da qual dependem o micro e médio empresário. O grande capital não precisa do BNDES porque pode fazer outra engenharia com bancos internacionais”, explica Enio Verri. Leia mais na página 5. Contra o povo e a favor da elite, medidas econômicas são golpe dentro do golpe GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA) (BA), reagiu ontem (24) duramente às propostas para a economia anunciadas pelo governo interino do golpista Michel Temer. Segundo Florence, trata-se de uma “sucessão de golpes, um atrás do outro, para prejudicar o povo brasileiro e aumentar a renda das camadas mais ricas da sociedade, com a precarização dos direitos econômicos, sociais e previdenciários da maior parte da população”. Para ele, as medidas foram tiradas mais uma vez de um “saco de maldades sem fim” que o golpista Temer tem usado. A ampliação do déficit fiscal, de R$ 96 bilhões para R$ 170,5 bilhões, por exemplo, ele qualificou com uma “mega fraude, uma maquiagem fiscal histórica comparável a um cheque em branco de R$ 75 bilhões”. Por trás da ampliação da meta de déficit fiscal, explicou Florence, está embutida a intenção de favorecer os rentistas que financiaram o golpe que derrubou Dilma. “Esse projeto golpista prevê a entrega do pré-sal para petroleiras estrangeiras, a privatização de empresas públicas a preço vil; trata-se de um projeto antinacional, a repetição do que fez o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) sem que a população brasileira tenha apoiado, pela urnas, essa plataforma neoliberal, a ponte para o atraso”. O líder do PT ainda questionou a intenção dos golpistas de obrigar o BNDES a repassar, para o Tesouro, R$ 100 bilhões, para antecipar o pagamento de dívida pública. “É uma megapedalada fiscal, que contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal”. Os golpistas querem antecipar o pagamento de R$ 100 bilhões devidos pelo BNDES ao Tesouro nos próximos três anos (R$ 40 bilhões este ano e mais R$ 30 bilhões em 2017 e 2018). Fechamento: 24/05/2016 às 23h58 PELA DEMOCRACIA Imprensa internacional repercute áudios que comprovam conspiração pró-golpe DIVULGAÇÃO Para boa parte da imprensa internacional, a divulgação do áudio com as conversas entre o ministro Romero Jucá (PMDB-RR) o expresidente da Transpetro Sérgio Machado reforça a tese do governo afastado de que o processo de impeachment de Dilma Rousseff teria sido arquitetado para barrar as investigações da Operação Lava Jato. Os jornais britânicos The Guardian e Financial Times, assim como o americano New York Times, o alemão Deutsche Welle e o argentino Página 12 afirmaram que essa é a primeira grande crise do governo Temer e enfatizam os indícios de conspiração contra a presidenta eleita Dilma Rousseff como artífice para abafar mais facilmente denúncias de corrupção contra empresários e políticos. O jornal britânico The Guardian repercutiu na segunda-feira (23) a notícia sobre as gravações que indicam uma conspiração para retirar a presidente Dilma Rousseff. O afastamento faria parte do plano para estancar as investigações da operação Lava Jato. O jornal argentino Página 12 publicou também na segunda-feira, na sua versão impressa, nota em que destaca que foram necessários apenas onze dias para que acontecesse o primeiro grande escândalo do governo interino do vice-presidente em exercício Michel Temer. Intitulado “Confissões de um golpista”, artigo refere-se ao vazamento de áudios de conversas entre o senador e ex-ministro do planejamento Ro- mero Jucá (PMDB-RR) o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O também britânico Financial Times disse que a saída de Jucá pode prejudicar o governo Temer, “bem quando ele está tentando lançar um plano econômico ambicioso que visa equilibrar as contas do Brasil e lançar as bases para uma recuperação econômica.” Já o americano The New York Times afirma em nota que as transcrições sugerem um plano por trás do esforço de afastar a presidente do Brasil. “O presidente interino do Brasil, Michel Temer, sofreu um grande revés em sua campanha para ‘conquistar’ o país”, devido ao surgimento de gravações que sugerem “que um de seus ministros tramou para parar a investigação na Petrobras ao buscar o impeachment de Dilma Rousseff”, constata. Para o jornal, fica muito claro que Dilma tinha que ser afastada para possibilitar uma negociação que interrompesse a investigação da Lava Jato. E afir- ma: “Foi Jucá quem comandou o movimento decisivo para a movimentação da engrenagem que permitiu a votação na Câmara, o desembarque do PMDB”. O jornal alemão Deutsche Welle definiu como “a primeira grande bomba do governo Temer” a gravação que mostra Romero Jucá, homem forte do presidente interino, sugerindo um pacto para frear a operação Lava Jato. “Gravação eleva desconfiança sobre intenções do governo em relação à operação”, reforça. Segundo o periódico, “o episódio envolvendo Jucá também ocorre em um momento delicado para Temer, que tenta aprovar reformas econômicas e garantir um bom relacionamento com o Congresso”. “Considerado um negociador habilidoso, Jucá recebeu o ministério com a missão de encaminhar projetos do governo para melhorar as finanças públicas e aliviar a crise”, completa. Em outro trecho da matéria do DW, o analista político francês Garpard Estrada avalia que o novo episódio explicita que o “impeachment não resolveu nada”. “A crise política continua. Fica claro que o problema não era só a corrupção do PT, mas o esgotamento de todo o sistema e a relação entre dinheiro e política. O Executivo de Temer é tão frágil como o de Dilma. Ele está dependente de pessoas como Jucá e precisa lidar com um Congresso fortalecido que quer enterrar a Lava Jato”, diz o especialista. Não adianta tapar o sol com a peneira: o golpe está nu, desabafam petistas GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA EXPEDIENTE Os deputados Caetano (PT-BA) e Givaldo Vieira (PT-ES) voltaram a criticar, em plenário, as armações para viabilizar o golpe que afastou temporariamente a presidente eleita Dilma Rousseff, reveladas na gravação do senador e exministro Romero Jucá (PMDB-RR). “Não adianta o PMDB ficar querendo cobrir o sol com a peneira. O que foi publicado demonstra claramente que o golpe está nu, que o golpe foi montado neste País”, destacou o deputado Caetano. “Taxativamente, o ministro, ou o ex-ministro, ou o senador, ou o ex-senador Jucá disse, concretamente, que a Presidenta Dilma estava mandan- 2 do investigar e que, se Michel Temer entrasse, consequentemente parava a Lava-Jato. Isso é grave! Isso é muito grave para o País! Caiu a máscara dos golpistas!”, enfatizou Caetano. Para Givaldo Vieira, os brasileiros que inadvertidamente apoiaram o golpe, achando que seria para acabar com a corrupção, não entenderam como este novo governo provisório montou o ministério de corruptos. “Mas, agora, esses mesmos brasileiros, de forma assombrada, passam a entender por que o homem de confiança do Temer no Senado faz um reconhecimento de que o golpe e o voto a favor do impeachment foi, na verdade, um grande acordo para proteger corruptos e acabar com a Lava-Jato. Por isso, este golpe não pode prosperar!”, disse. Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA) Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT. O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados. 25/05/2016 PT NA CÂMARA PELA DEMOCRACIA DIVULGAÇÃO Senadores acionam PGR contra Romero Jucá e anunciam ação para barrar julgamento de Dilma Senadores que resistem ao golpe articulado contra a presidenta Dilma Rousseff protocolaram, ontem (24), representação criminal à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a instauração de procedimento investigatório para apurar até que ponto o exministro do governo golpista Romero Jucá interferiu para obstruir a Operação Lava Jato e influiu para o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Na nossa leitura, Romero Jucá praticou obstrução da justiça e, ao mesmo tempo, trouxe uma série de fatos muitos graves, entre esses a indução para que o processo de impedimento fosse materializado”, afirmou o senador José Pimentel (PT-CE). Durante coletiva à imprensa, no Salão Verde da Câmara, um grupo de senadores também anunciou que irá pedir a paralisação do julgamento da presidenta Dilma na Comissão do Impeachment no Senado. “O presidente Nacional do PMDB e capitão do golpe no Senado tramou a destituição de uma presidenta honesta e honrada, isso é um absurdo. Por isso, nesta quarta-feira (25), na Comissão do Impeachment, vamos apresentar uma questão de ordem pedindo a suspensão dos trabalhos do colegiado e dos prazos até que esse caso seja investigado e totalmente esclarecido”, ressaltou o senador Lindberg Farias (PT-RJ). Na representação à PGR, os senadores também pedem que Jucá seja impedido de retornar ao cargo de ministro do Planejamento, do qual foi exonerado depois da divulgação de conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O documento solicita ainda que, mesmo retomando o cargo de senador, Jucá seja impedido de frequentar lugares, ter contato com pessoas ou usar sua função de parlamentar para, de qualquer forma, tentar criar quaisquer obstáculos ao andamento da Operação Lava Jato. Assinado por 14 parlamentares - do PT, PCdoB , PDT e PPS –, o documento aponta que Jucá e Machado falam claramente, no diálogo, de uma ampla concertação nacional para barrar novas investigações da Lava Jato. “Na conversa, o senador Romero Jucá afirma que seria necessária a ‘articulação de uma ação política’ que, inclusive, contaria com a aquiescência da Suprema Corte, para afastar a senhora presidente da República do exercício da chefia do Poder Executivo”, diz o texto. As gravações - alega a Folha de S.Paulo - somariam uma hora e quinze minutos e estariam com “investigadores do esquema de corrupção na Petrobras”. O texto alega ainda que Romero Jucá valeu-se da existência de uma legislatura beligerante para “fazer passar um voto de desconfiança” contra a presidenta Dilma, embora o sistema político brasileiro não seja parlamentarista. “Seria preciso submeter a senhora Presidente da República à expiação, para que, amainada a ira cívica, se contivesse a sangradura do estamento político”, diz o documento. #TemerGolpista – 28 ataques aos direitos e conquistas da sociedade brasileira em apenas 12 dias Em apenas 12 dias de um governo provisório e ilegítimo, Michel Temer anunciou ou implementou 28 medidas que violam direi- PT NA CÂMARA tos sociais e trabalhistas, ameaçam conquistas da sociedade brasileira e colocam a nossa economia a serviço dos especuladores e rentistas. Confira uma a uma as medidas, compiladas pela Agência PT de Notícias (www.pt.org.br). 25/05/2016 3 Entrevista/José Guimarães ( PT-CE PLENÁRIO ) DIVULGAÇÃO Turma do Cong Congresso derruba veto que beneficia produtor rural e petistas lamentam retirada de recursos da saúde e da inovação tecnológica O Congresso Nacional apreciou ontem (24) diversos vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Legislativo. Entre os vetos rejeitados está o que trata sobre gestão do seguro rural, destacado pela Bancada do PT. Com isso, o produtor rural fica desobrigado de aceitar apólice da seguradora do banco em que tomou crédito, considerado “venda casada”. O deputado Givaldo Vieira (PT-ES) defendeu a derrubada do veto para preservar o direito de livre escolha dos produtores rurais pelas apólices. “O agente financeiro fica obrigado a oferecer, pelo menos, duas apólices diferentes para que o tomador de crédito, o produtor rural tenha condições de fazer a escolha, o que nos parece justo no mérito”, explicou. Anistia - O Congresso derrubou também outro veto e garantiu anistia a policiais e bombeiros militares que participaram de movimentos reivindicatórios em diversos estados. Serão beneficiados militares do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Alagoas, Rio de Janeiro, Paraíba e Tocantins. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) defendeu a derrubada do veto. “É absolutamente falso se dizer que os defensores e defensoras de direitos humanos são contra aqueles que atuam no âmbito das polícias. Somos contrários ao veto como um símbolo de que podemos alcançar no Brasil, seja na desmilitarização, mas sobretudo com hierarquias justas, treinamentos adequados e não violentos, o objetivo de aproximarmos a segurança pública e fazermos dela, efetivamente, o que ela deve ser, um direito humano do cidadão, da cidadã, uma estrutura de Estado que é a única que tem o direito pleno ao uso da força em nome de todos nós, em nome da sociedade”, disse. Imóveis da União – Também foi derrubado o veto que trata da regra sobre venda de imóveis da União, inclusive os terrenos de Marinha. Com isso, fica autorizado o repasse de 20% do valor da venda aos municípios onde o respectivo imóvel da União está localizado. O deputado Luiz Sérgio (PTRJ) defendeu a derrubada do veto. “É justo que os municípios possam participar deste tributo”, disse. Vetos mantidos – Com o voto contrário da 4 25/05/2016 Bancada do PT, o Congresso manteve o veto ao projeto que trata de estímulos ao desenvolvimento científico e tecnológico. O deputado Sibá Machado (PT-AC) (PT-AC), relator do PL 2177/11, que instituiu o Código de Ciência e Tecnologia, e a deputada Margarida Salomão (PT-MG) (PT-MG), autora da PEC que originou a Emenda Constitucional (EC 85), que criou um novo marco regulatório para os setores de ciência, tecnologia e inovação, lamentaram a manutenção do veto. “Toda a categoria dos cientistas brasileiros e segmentos ligados à pesquisa participaram da construção da lei de inovação do setor e agora este documento foi ferido de morte”. O Congresso manteve também o veto sobre o projeto que trata da regulamentação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente em bebidas alcoólicas como vinho, vermute, sidra, uísque, rum, gim, vodca e licores. Para o deputado argas (PT-RS) manter o veto significa Pepe VVargas prejuízo para os agricultores familiares. “Nós sempre defendemos a derrubada do veto para diminuir tributos no que diz respeito aos vinhos e às cachaças artesanais. São dois setores cujas matériasprimas têm origem na agricultura familiar brasileira. Obviamente que tais bebidas, utilizadas com moderação, não causam problemas à saúde e geram emprego e renda para milhares de agricultores familiares no Brasil, em cadeias produtivas adensadas em todo Território nacional”, disse. Também com o voto contrário da Bancada do PT, o Congresso manteve o veto parcial à LDO 2016, que trata do piso de recursos para a área da saúde. Com o veto, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá deixar de receber até R$ 10 bilhões em investimentos este ano. Foram mantidos ainda outros dois vetos: ao projeto que pretendia incluir novas regras sobre o uso de línguas indígenas na educação, e à renegociação de dívidas do programa Proálcool para os produtores rurais. Até o fechamento desta edição o Congresso continuava apreciando vetos presidenciais. A sanha golpista de Michel Temer e sua turm se revela apenas no conteúdo das medidas econ cas apresentadas ontem (24), mas na forma co tramitação dessas medidas está sendo conduzid Congresso Nacional. O presidente ilegítimo envio segunda-feira (23) uma mensagem ao Parlament mentando para R$ 170,5 bilhões o déficit de R$ bilhões que constava no PLN 01/16. Por falta de rum, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não ciou o relatório que acatou a mudança propost Temer, mas ainda assim a matéria seguiu para ap ação do Congresso Nacional e foi incluída na pau sessão conjunta de ontem. A manobra começou ainda na CMO. “ Tínhamos reunião marcada para 10h. Passado o prazo regi tal de 30 minutos, ainda não havia quórum para ção. Mesmo assim, o presidente Arthur Lira (PPa reunião”, explicou o deputado Assis Carva PI), coordenador da Bancada do PT no colegiad pedido de verificação de quórum, foi possível que não havia número suficiente de senadores pa muito embora houvesse de deputados. Em plenário, o líder do PT na Câmara, deputad Florence (BA) (BA), reivindicou a retirada do PLN da pauta d so para que os prazos regimentais fossem cumpridos. Flo PEC que limita gasto “inevitavelmente fechar port Em sessão do Congresso Nacional de análise de vetos o deputado Jorge Solla (PT-BA) fez um duro pronunciamento contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada ontem (24) pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) que limita ao índice da inflação o crescimento dos gastos em saúde e educação. “Inevitavelmente, isso significa unidades de saúde fechando as portas. É a materialização da redução do SUS que o ministro da Saúde propôs na semana passada e, depois, envergonhado, fez de conta que recuaria”, disse. O deputado explicou que a inflação dos custos da saúde (em 2015 foi de 19,5%) tem sido há mais de uma década superior ao índice de inflação geral da economia (IPCA foi de 10,6%). “É um setor que tem uma incorporação tecnológica constante, nos equipamentos, nos fármacos, na especialização da mão de obra, e isso tem reflexo nos custos. Temos uma tabela do SUS que precisa ser reajustada, mas essa PEC segue no caminho contrário, de sufocar completamente o SUS”, disse. “Se a PEC passar no Congresso, serviços fecharão e o SUS PT NA CÂMARA ma em ma Par mê 201 14, ma ais pop que eq dem sím PELA DEMOCRACIA de Michel Temer atropela regimento gresso Nacional para aprofundar golpe LUIZ MACEDO/AGÊNCIACÂMARA a não nômiomo a da no ou na to au96,7 e quóaprea por preciuta da s uma imendeliberaAL) abriu alho (PTdo. Com o confirmar ara votar, do Afonso do Congresorence lem- brou que, após o governo golpista enviar mensagem na última segunda-feira (23) modificando a matéria, não houve abertura de prazo para apresentação de emendas. “Na CMO, não houve quórum, portanto, não houve discussão da matéria, e o parecer não foi deliberado. Não há, portanto, o cumprimento do interstício regimental, para incluir a matéria na Ordem do Dia”, argumentou. O deputado Pa u l o P i m e n t a ( P T - R S ) questionou igualmente o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a não abertura de prazos para o emendamento do PLN. “O que nós queremos pedir os de Saúde vai tas no SUS”, alerta Solla SALU PARENTE/PTNACÂMARA diminuirá de tamanho. É esse o projeto de estado mínimo que eles vão impor ao Brasil sem tê-lo apresentado nas urnas. Também por isso é golpe, porque quem sofre é de fato a população pobre. Isso ais que nunca está cristalino, escancarado. É a conta dos mpresários que bancaram o impeachment”, disse. O deputado destacou que durante os governos Lula e Dila o Orçamento da Saúde teve um crescimento real de 70%. ra garantir a longevidade da expansão, a Câmara aprovou no ês passado, por unanimidade, o primeiro turno da PEC 01/ 15, que ampliava a vinculação de recursos para a Saúde de ,1% para 19,4% da Receita Corrente Líquida, garantindo ais 50% de aumento real no setor nos próximos 7 anos. “Uma PEC que foi construída pelos movimentos socino Saúde Mais Dez, que agora pode ir para o lixo se a pulação não gritar mais alto. O PSDB, o DEM, o PMDB, e foram para a tribuna fazer discurso em favor da PEC 01 que votaram sim no primeiro turno, agora calam covarmente. Aprovar a PEC de Temer e arquivar a PEC 01 é mbolo da frouxidão moral desta direita”, lamentou. PT NA CÂMARA é que nos seja garantido o direito subjetivo de qualquer parlamentar: o direito de apresentar emendas. Como essa mensagem foi entregue na segunda-feira a vossa excelência, queremos que o senhor nos garanta o tempo necessário, previsto no Regimento, no art. 112, inciso I, para isso”, cobrou Pimenta. Sobre o conteúdo das medidas anunciadas pelo g o v e r n o i l e g í t i m o d e Te m e r , o l í d e r d a M i n o r i a n a Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que são inciativas que vão na contramão do que vinha sendo feito em favor do povo brasileiro. Guimarães defendeu que o governo não pode jogar a crise sobre os ombros dos trabalhadores, nem muito menos aumentar o déficit para cortar direitos e diminuir gastos sociais. Acerca de uma possível reforma da previdência sob o comando de Temer, o líder da Minoria disse que ela só será possível se não suprimir direitos nem expectativas de direitos. “Entretanto, é uma reforma que já nasce morta, porque as centrais sindicais não concordam, principalmente a CUT e a CTB. Não vejo nenhuma governabilidade, muito menos consistência nas medidas anunciadas pelo presidente em exercício”, arrematou Guimarães. Até o fechamento desta edição o Congresso ainda não tinha iniciado a apreciação da nova meta fiscal. Estão colocando em prática mais um objetivo do golpe: entregar o pré-sal, afirma petista GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) condenou a intenção do governo golpista de Michel Temer de agilizar a abertura da exploração do pré-sal para companhias petrolíferas estrangeiras. Durante entrevista à imprensa ontem (24), Temer disse que vai apoiar o projeto de lei (PL 4.567/16), do senador licenciado e agora ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDBSP), que retira da Petrobras a obrigatoriedade de participar da extração de petróleo da camada présal. “Vamos apoiar esse projeto sem nos incomodar com críticas que virão”, afirmou Michel Temer. A proposta do tucano retira a exclusividade da Petrobras para atuar como operadora única do pré-sal e acaba com a obrigatoriedade de participação mínima da empresa em 30% nos consórcios formados para exploração de blocos licitados no regime de partilha. “Eles estão colocando em prática mais um objetivo do golpe que afastou a presidenta Dilma Rous- seff da presidência. Querem quebrar a participação da Petrobras no pré-sal e entregar tudo para as multinacionais, que sempre desejaram colocar as mãos em uma das maiores reservas de petróleo do mundo”, alertou. Atualmente, a Lei 12.351/10 determina que a Petrobras seja a operadora exclusiva responsável pela condução e execução de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração e produção de petróleo. Na prática, se o projeto de José Serra for aprovado a estatal passaria a ser apenas mais uma petrolífera que disputaria áreas do pré-sal, e só seria operadora quando conseguisse formar um consórcio vitorioso no leilão dos blocos. Fundo Soberano Soberano- Entre as medidas anunciadas também está a extinção do Fundo Soberano, criado em 2008 com a sobra do superávit primário que existia naquele momento e com royalties do petróleo. 25/05/2016 5 DEBATE ZECARIBEIRO/AGÊNCIA CÂMARA Comissão de Direitos Humanos analisa acordo sobre rompimento de barragem em MG GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA A Comissão de Direitos Humanos e Minorias realiza audiência pública hoje (25) para avaliar o acordo sobre rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, com famílias atingidas e autoridades responsáveis. A iniciativa é do presidente do colegiado, deputado Padre João (PT-MG) (PT-MG). A reunião está marcada para as 14 h, no plenário 9. O deputado destaca que o acordo judicial entre a União e os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo com as empresas só foi homologado seis meses após o rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana (MG). O acordo homologado deveria visar à reparação, mitigação e compensação dos prejuízos decorrentes das tragédias, mas, segundo Padre João, os atingidos pelo rompimento não foram ouvidos o que, segundo ele, tornou o acordo “ilegítimo e incapaz de resolver as demandas”. “Entre os problemas do documento, ele não prevê as devidas compensações às vítimas, tramita em um juízo juridicamente incompetente para a causa, desconsidera as responsabilidades do poder público de garantir a efetividade do cumprimento das obrigações assumidas pelas empresas”, criticou o deputado. Foram convidados para a audiência: o coordenador estadual do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Guilherme de Sousa Camponêz; o coordenador estadual do MAB da Cidade de Barra Longa/MG, Thiago Alves da Silva; a atingida por barragem de Vitória/ES, Regiane Soares Rosa Lordes; o atingido por barragem de Mariana/MG, Antônio Geraldo dos Santos; o presidente da BHP Billiton Brasil, Flávio Bulcão; o diretor-presidente da Samarco Mineração, Roberto Carvalho, dentre outros. Seminário debate cultura agrícola milenar quilombola O deputado Nilto Tatto (PT-SP) esteve no sábado (21) no seminário realizado no quilombo de Ivaporunduva, Eldorado (SP), que apresentou dados do inventário cultural do sistema agrícola das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira. Técnicos do Instituto Socioambiental (ISA) desenvolveram com as comunidades um rico material sobre a singularidade das roças tradicionais e o conjunto de bens culturais associados ao sistema agrícola quilombola que é transmitido há diversas gerações. As tradições quilombola foram apresentadas para integrantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que está processando um pedido de registro do sistema agrícola quilombola como patrimônio nacional e, assim ,garantir salvaguardas por parte do Estado para a 6 25/05/2016 ASSESSORIA PARLAMENTAR sua manutenção . O seminário reuniu parceiros dos quilombolas na luta pela regularização fundiária, pesquisadores e muitas lideranças quilombolas. ‘’O registro do patrimônio imaterial cultural do sistema agrícola quilombola do Vale do Ribeira é mais uma oportunidade de o Brasil conhecer a importância da cultura quilombola na formação da identidade nacional”, disse. Convocação - Nilto Tatto entrou com pedido de convocação na Comissão de Desenvolvimento Urbano, do ministro interino do governo golpista, Bruno Araújo, que assumiu o Ministério das Cidades e, com uma canetada, “acabou de uma vez com um dos programas mais fantásticos que temos na história do País, que é o Minha Casa, Minha Vida. Isso demonstra a falta de responsabilidade do Governo que assumiu”, disse. Projeto elaborado por Vicente Cândido reestrutura IR e desonera trabalhador A bancada do PT na Câmara endossou projeto apresentado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) para reformulação da tabela do Imposto de Renda considerada por ele como essencial para alcançar a justiça tributária no Brasil. Elaborado e apresentado em 2013 pelo parlamentar, o PL 6094 foi reformulado para estimular a retomada do crescimento nacional. O novo projeto, o PL no 5308/2016, foi protocolado na terça-feira (17), e altera a legislação vigente no Brasil com o objetivo de estabelecer tributação justa e fortalecer a classe média. A principal alteração proposta é a reformulação do Imposto de Renda, que permitirá efetiva progressividade da carga tributária com a inclusão de quatro faixas de renda. A modificação institui ainda a tributação de lucros e dividendos distribuídos por pessoas jurídicas e revoga isenções de IR sobre ganhos de capital. Com a aprovação, os cofres públicos terão reforço de R$ 38 bilhões. Atualmente, com cinco faixas e uma tabela regressiva, mais de 4,8 milhões de contribuintes se enquadram na última faixa de tributação – fixada em 27,5% para rendimentos a partir de R$ 5.191,44. O PL 5308/2016 altera a alíquota máxima para 37%, a ser aplicada em rendimentos acima de R$ 20.600,03. Em comparação às práticas internacionais, o projeto coloca o Brasil em conformidade com países referência em justiça tributária, tanto na América Latina (no Chile, o teto é 40% e na Argentina 35%) quanto nos Estados Unidos (39,5%). Em contrapartida, se aprovada, a reformulação aumentará a faixa de isenção para rendimentos de até R$ 2.519,33, desobrigando aproximadamente mais 3,5 milhões de contribuintes de pagarem o tributo. Isto é: a progressividade diminuirá o imposto para a maioria dos contribuintes e aumentará para pequena parcela da população que aufere. PT NA CÂMARA Artigo/Margarida Salomão ALEXFERREIRA/AGÊNCIA CÂMARA Mulheres relegadas ao segundo escalão do governo golpista Em artigo, a deputada Margarida Salomão (PT-MG) analisa o papel das mulheres no governo golpista de Michel Temer (PMDB-SP), relegadas que foram “ao segundo escalão”. Destaca que a nossa primeira presidenta, sem cometer crime algum, é vítima de um golpe político e machista. E alerta que “avançamos demais para voltar atrás e, nessa perspectiva, nem mesmo as conservadoras podem tolerar voltar para o segundo escalão: a mulher por trás do homem”. Leia a íntegra do texto: As Mulheres na linha de frente da resistência ao golpe Neste governo interino e ilegítimo, as mulheres foram relegadas ao segundo escalão – e olhe lá! Isso não significa apenas a exclusão das mulheres dos processos de decisão, mas a retomada de um discurso de subalternidade que deveria estar superado na sociedade brasileira, apesar das grandes desigualdades de gênero, principalmente nos espaços de poder e na representação política. Apesar da forte e imediata reação feminina criticando a foto da nova composição do governo, remetendo, inclusive, ao período militar, houve algumas tentativas de justificar o injustificável. Daí, assistimos uma enxurrada machista que revela o inconsciente patriarcal e messiânico adotado por fãs de políticos fascistas, juízes voluntaristas, da própria equipe do governo e, ainda, de jornalistas. Um veículo defendeu, inclusive, que o espaço da mulher brasileira estaria bem representado pela primeira-dama que é bela, recatada e do lar. Uma afronta a toda luta feminina! Pudera, a nossa primeira presidenta, sem cometer crime algum, é vítima de um golpe político e machista. Todo o desgaste da sua imagem foi feito no fortalecimento de estereótipos e fomento à misoginia. De durona à louca, várias adjetivações foram utilizadas, incluindo as de baixo calão, para desqualificá-la. Enquanto os velhos homens de sempre conspiravam para se manter no poder com suas velhas práticas, corruptas e clientelistas. São as mulheres que estão na linha de frente da resistência a esse desgoverno. Elas estão nas ruas, são protagonistas em vários movimentos: negras, indígenas, do campo, das periferias, da cidade, da cultura, das marchas... Avançamos demais para voltar atrás e, nessa perspectiva, nem mesmo as conservadoras podem tolerar voltar para o segun- do escalão: a mulher por trás do homem. Não chegamos até aqui para ficar atrás. Temer mostrou todo o seu pensamento retrógrado ao ignorar a representação feminina no primeiro escalão e, ainda, acabar com o MinC. Levou vários “nãos” ao tentar consertar a estupidez, entregando a secretaria de cultura a uma mulher. Teve que voltar atrás e vai manter o ministério, além de explicar repetidamente que as mulheres integram seu governo, da mesma forma que tenta demonstrar que o impeachment não foi um golpe. Nós, mulheres, continuamos a ocupar e resistir, denunciando o golpe na democracia, na presidenta honesta e eleita legitimamente e, principalmente, lutando por direitos. Avante na resistência. Golpistas, machistas, não passarão! Margarida Salomão é deputada federal pelo PT-MG Erika Kokay atua no fortalecimento da luta das mulheres DIVULGAÇÃO A deputada Erika Kokay (PT-DF) nos seus 40 anos de militância política atua na defesa dos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, dos direitos humanos e dos direitos das parcelas mais vulnerabilizadas e minorizadas de nossa população. Atualmente integra, entre outros colegiados, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos e a Comissão Parlamentar Mista de Combate à Violência Contra a Mulher, colegiado proposto pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, que apurou até 2012 as agressões às brasileiras. O grupo deve apresentar propostas para a consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; buscar possíveis falhas nas ações e serviços da seguridade social e na prestação de segurança pública e jurídica às mulheres vítimas de violência, além de apresentar projetos para corrigir essas lacunas. A deputada tem atuado fortemente contra os ataques sexistas às brasileiras, como o PL 5069/13, de autoria do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A proposta representa profundo retrocesso dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, ao restringir o atendimento humanizado do SUS às cidadãs vítimas de violência sexual, estabelecer uma via crucis para que as mulheres comprovem ter sofrido esse tipo de violência e impedir que os profissionais de saúde prestem os devidos atendimentos e informações para que as vítimas evitem doenças sexualmente transmissíveis e uma gravidez decorrente de estupro ou a interrompa legalmente. Ao lado das demais parlamentares, atuou fortemente na mobilização pela aprovação da Lei do Feminicídio e para combater a sub-representação política das mulheres no País, durante as votações da Reforma Política. “Na Câmara, as mulheres ocupam 9,9% dos assentos. Em países árabes, muitos nos quais as mulheres ainda usam burcas, elas representam 14% do parlamento”, detalha Erika Kokay, destacando que ampliar a presença das mulheres nos espaços políticos é fortalecer a luta contra todos os tipos de violências e discriminações em nosso País. Machismo e misoginia em debate na Rádio PT O Programa “Mulher no Poder Legislativo”, da Rádio PT, aborda nesta quarta-feira (25) o machismo e a misoginia ainda presentes no século XXI. Participam do bate-papo a senadora Regina Sousa (PT-PI) e as vice-líderes da Bancada do PT na Câmara, deputadas Moema Gramacho (BA) e Margarida Salomão (MG). Visite a nossa página: http://www.ptnacamara.org.br/index.php/radio-pt PT NA CÂMARA 25/05/2016 7 PELA DEMOCRACIA Recuo do governo golpista sobre MinC não porá fim à luta pela democracia, afirmam artistas ANTONIO AUGUSTO/AGÊNCIACÂMARA A Comissão de Cultura da Câmara, presidida pelo deputado Chico D’Ângelo (PT-RJ) (PT-RJ), viveu um momento simbólico ontem (24). Ativistas culturais que lotaram o plenário da comissão acompanharam atentos o trompetista Silvério Pontes, que tocou a música do Geraldo Vandré, ‘Pra não dizer que não falei das flores’ e gritaram o “Fora Temer”. Ali eles ouviram dos debatedores o argumento de que a decisão do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer, de recuar na decisão de extinguir o Ministério da Cultura, não fará com que a luta, a ocupação e a resistência aos golpistas refluam. Para o deputado Chico D’Ângelo, o simbolismo da extinção está mantido. Segundo ele, o recuo do governo temporário é fruto da luta política do setor. “Na verdade, a reversão ocorrida com a volta do MinC só se deu pela mobilização do mundo da cultura, pelas ocupações que ocorreram no país. É uma luta de todos aqueles que defendem a democracia. E essas iniciativas que ocorreram foram fundamentais para que o governo ilegítimo revisse sua posição”, avaliou. “Esta é a maior mobilização do setor cultural já realizada no país e atinge todos os estados. São ocupações pacíficas, poéticas e afetivas diante de atos policialescos de um governo golpista”, afirmou o re- presentante da Frente Nacional do Teatro, Fernando Yamamoto. Ele também informou que as instituições públicas ligadas ao Ministério da Cultura, nos 26 Estados e no Distrito Federal, foram ocupadas pelo movimento “Ocupa MinC”. O ator Tonico Pereira não pode participar da audiência mas enviou um vídeo reafirmando a posição da maioria da classe artística que vem se posicionando intensamente contra o ato arbitrário do governo provisório que se alojou ilegitimamente no Palácio do Planalto. “Ele devolveu o ministério que surrupiou. Não recebemos nada, só tivemos de volta o que era nosso”, alfinetou o ator. O músico Tico Santa Cruz, que também participou da audiência pública, salientou que estava presente na luta em defesa da democracia, mesmo antes de o golpe ter sido concretizado. “Entrei nessa luta para combater a tentativa de destruir nossa democracia”, frisou Tico Santa Cruz, que fez questão de afirmar que a luta é para além das questões que envolvem o MinC. “É uma luta que envolve todas as outras questões dos trabalhadores. É a subtração do direito das minorias que, na verdade, é maioria, mas tratada como minoria. Temos que usar a força da cultura que tem um coletivo grande e importante para derrubar esse governo que não representa ninguém. Vamos lutar até o fim para derrubar essa gangue de bandidos que se instalou no Congresso Nacional”, criticou. O mamulengueiro Chico Simões classificou de censura o ato praticado pelo governo golpista de Michel Temer. Para ele, é pratica recorrente de golpistas atacar a cultura. Na sua avaliação, esse setor, historicamente, é censurado e perseguido. O artista assegurou que os ativistas culturais não vão arredar os pés dos espaços públicos ocupados. “Não vamos sair porque ele (Temer) voltou atrás. Voltar atrás seria ele devolver o poder a quem de direito - a presidenta eleita”, disse. “Temos que restituir a democracia. Sem democracia não tem papo. Sem democracia o MinC seria um ministério de propaganda, aí ele não nos serve”, afirmou Chico Simões. “Beijaço” e protesto: artistas, parlamentares e militantes rechaçam golpistas na Comissão de Cultura Durante audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara, ontem (24), artistas, realizadores, militantes e parlamentares ligados ao tema rechaçaram as provocações dos deputados golpistas Marco Feliciano (PSC-SP), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que tentaram “implodir” o debate. Em meio a palavras de ordens – “golpistas, fascistas, não passarão” foi a principal delas – alguns participantes da audiência promoveram um “beijaço” diante dos parlamentares conhecidos pelos ataques à cultura popular e aos direitos humanos. Após o anúncio do fim do MinC, Feliciano publicou um vídeo no qual sugere que os artistas descontentes com a decisão procurassem o Ministério do Trabalho para “arrumar o que fazer”. Nesse contexto, parlamentares que criticaram a extinção do Ministério da Cultura também protestaram contra a presença de Feliciano e dos Bolsonaros na audiência pública. A deputada Maria do Rosário (PT-RS (PT-RS) disse que Feliciano “não existe” para a cultura brasileira. Já o deputado Paulo Pimenta (PT-RS (PT-RS) ergueu um cartaz com a frase “Temer golpista” ao lado de Feliciano. E a deputada Ângela Albino (PCdoB-SC) classificou de “provocação” a ida de Feliciano à audiência pública, o que se agravou quando o mesmo saiu brevemente e retornou com os dois deputados saudosistas da ditadura militar encerrada em 1985. Leo de Brito parabeniza mobilização em defesa da cultura ALEXFERREIRA/AGÊNCIACÂMARA O deputado Leo de Brito (PT-AC) parabenizou os artistas, os fazedores de cultura e todas as comunidades que têm acesso à cultura pela mobilização que resultou na mudança de posição do Governo golpista de Michel Temer, que recuou da decisão de acabar com o Ministério da Cultura. “Quando eu olho as aldeias indígenas, lá no meu Estado, o Acre, onde funcionam os pontos 8 25/05/2016 de cultura; quando vejo a diversidade cultural que existe nas diversas regiões do Brasil sendo valorizadas e chegando até o povo, não posso deixar de registrar aqui os avanços que tivemos na cultura nos últimos anos, nos governos Lula e Dilma”, disse o deputado. Para o deputado Leo de Brito, o retrocesso colocado era o maior exatamente porque “um país que não valoriza a sua cultura não valoriza a sua história, não valoriza os seus valores e os seus saberes”, finalizou. PT NA CÂMARA
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