Festivais, uma especialidade francesa
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Festivais, uma especialidade francesa
MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES N° 21 - Julho 2010 Festivais, uma especialidade francesa Festival de Cannes, tapete vermelho, estrelas de cinema vestidas por grandes estilistas... Festival de Teatro de Avignon, a cidade dos Papas... Literatura em Saint-Malo, com seus surpreendentes cidadãos do mundo... Jazz em Marciac e Juan-les-Pins... Muitas cidades da França são conhecidas hoje por seus eventos culturais. Em Cannes, já faz 63 anos que o encontro anual está marcado: os diretores do mundo inteiro sonham em estar no evento, durante esses dez dias do mês de maio em que lantejoulas e vestidos deslumbrantes concorrem com as imagens e as trilhas dos filmes em exibição. Levar a Palma de Ouro não passa de um sonho para a maioria, mas afinal uem se importa? Trata-se principalmente de ser visto e aproveitar a fama conquistada durante o festival. Outro encontro anual imperdível é o Festival de Avignon, no mês de julho. Há 65 anos, o evento é o auge do palco francófono internacional. Porém, aqui, o público faz quase tanto sucesso quanto os famosos diretores e comediantes. A cidade recebe um público grande e diversificado que lota as salas, pátios de escolas e espaços improvisados nos becos ou dentro dos cafés. O Festival de Avignon em números: Quase 500 jornalistas franceses e estrangeiros são credenciados para o Festival. A programação oficial do evento inclui 35 a 40 espetáculos em cerca de 20 ambientes, muitas vezes em locais históricos e ao ar livre, que apresentam grande diversidade de arquitetura e número de lugares (50 a 2.000 lugares). São vendidos entre 100.000 e 150.000 ingressos a cada edição. 3.000 profissionais de artes cênicas apresentam-se na programação paralela, o chamado “Festival Off”. O site do evento registra mais de 800.000 acessos (http://www.festival-avignon.com/fr/). País de antiquíssima cultura, a França soube criar, com os festivais, a arte de divulgar sua cultura ao mundo todo, além de democratizá-la, levando-a a todos os tipos de público. Esta especificidade francesa permite que coexistam eventos de porte internacional, como Cannes ou Avignon, com outros de dimensões mais locais, cujas temáticas vão da cultura contemporânea ao folclore, passando pelo turismo. DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES Desde as primeiras “chorégies de Orange” (1869), concertos de música erudita que foram o marco zero do fenômeno dos festivais, os tipos e conteúdos dos eventos evoluíram consideravelmente, a ponto de resultar hoje num leque de festivais tão numerosos e diversificados que seria impossível contá-los! Assim, não se trata meramente de cinema, mas sim de cinema fantástico (em Cognac), norte-americano (Cabourg), africano (Amiens), ou aindo de filmes “de bolso”, dirigidos com minicamêras ou telefones celulares (Mostra Pocket Films, em Paris). Na esfera musical, todos os estilos têm vez: da música erudita ao jazz, da música popular (“Francofolies” em La Rochelle) à ópera (Aix-en-Provence). A dança é o destaque da festa em Montpellier, a fotografia em Arles, enquanto os passeios literários podem levar os visitantes do festival “Paris em toutes lettres”, na capital francesa, até as páginas da literatura policial, com “Quais du polar”, em Lyon. Nos últimos anos, vários festivais surgiram com enfoques cidadãos, como o “Festival de l’Oh!” (sobre água), no departamento de Seine-et-Marne, ou a Mostra do Filme Ambientalista, na cidade de Bourges. Uma vez que a existência da grande maioria dos festivais depende do esforço de grupos de pessoas que desejam compartilhar suas paixões, é preciso driblar as dificuldades econômicas. Assim, durante alguns dias, os festivais criam um prazeroso ambiente de convivência e possibilitam o nascimento – ou renascimento – de cantinhos da França menos badalados. Kidi Bebey DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION
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