Ata nº.2
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Ata nº.2
2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA SESSÃO ORDINÁRIA DE 28 DE ABRIL DE 2014 1 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 ATA N.º 2/2014 Sessão da Assembleia Municipal de Serpa realizada no dia 28 de abril de 2014 Aos vinte e oito dias do mês de abril de dois mil e catorze, reuniu ordinariamente o Órgão Deliberativo, pelas dezoito horas, na Sala de Sessões do edifício da Autarquia, convocado de acordo com o artigo 27.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro e n.º 1 do artigo 9.º e artigo 14º do Regimento. --------------------------------------------------------------------------------- PRESENÇAS Nome Sara de Guadalupe Abraços Romão Paulo Alexandre Carvalho Pisco Madalena Afonso Borralho, em substituição de José Filipe Nogueira Estevens Manuel Pimenta Morgado Baiôa Henrique Jesus Robalo Vilallonga Telma Cristina Cardoso Saião Silva Elisabete Moreno Rebocho Teixeira José Miguel Martins Braga António Manuel Godinho Mariano Francisco António Monteiro da Cruz Ana Cristina Pereira Gomes Paixão Mário José Malveiro Apolinário Ângela Maria Sabala Valadas José Damião Martins Torrão Felix Francisco Parelho Mira Galego Elisa Manuela dos Santos Almeida Ricardo Manuel Paixão Arrais, em substituição de Manuel Francisco Carvalho Soares João Pedro Belourico Cerejo Marques, em substituição de Rafael Godinho Capa António Manuel Alves Barroso Carvalho Martinho Carla Milene Flores Serra Maria Ana Mourão Sargento, em substituição do Presidente da Junta de Freguesia de Brinches, nos termos do artigo 18.º n.º 1 c) da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro José Augusto Martins Moreira, Presidente da Junta de Freguesia de Pias Maria João Cavaco Palma, em substituição do Presidente da União das Freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria), nos termos do artigo 18.º n.º 1 c) da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro Maria Manuela Martins Valente Pica, Presidente da União das 2 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Freguesias de Vila Nova de S.Bento e Vale de Vargo Bento José Santana Godinho, Presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde de Ficalho FALTAS Maria Lucrécia Mestre Fernandes Panazeite Devido à ausência do Primeiro Secretário, foi necessário completar a Mesa, tendo o lugar sido ocupado pelo Sr. José Damião Torrão Félix, com o acordo de todos os membros. Participação dos membros da Câmara Municipal De harmonia com o estipulado no artigo 48º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro e artigo 20.º do Regimento, encontrava-se presente na sessão, a representar o Órgão Executivo, o Sr. Presidente da Câmara, Tomé Alexandre Martins Pires, e participaram também os Senhores Vereadores Noel Ricardo Estevens Farinho, Carlos Alberto Bule Martins Alves, Daniel Abraços Veiga, Maria Isabel da Palma Estevens e Miguel Graça Valadas. A ordem de trabalhos desta sessão é a seguinte, a qual foi distribuída por todos os eleitos, junto com a respetiva convocatória, nos termos do artigo 29.º n.º 1 alínea c) da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro: 1. PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA” 1.1 Apreciação e votação da ata n.º 1/2014 1.2. Resumo do Expediente 1.3. Intervenção dos membros da Assembleia Municipal 2. PERÍODO DE “ORDEM DO DIA” 2.1. Relatório da Atividade Municipal (artigo 25.º n.º 2 alínea c) e art.º 35.º n.º 1 alínea y) e n.º 4 da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) – Relatório n.º 2/2014 2.2. Conta Gerência relativa ao ano financeiro de 2013 2.3. Relatório Anual de Atividades de 2013 da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Serpa 2.4. Águas Públicas do Alentejo, S.A – Adução a Moura (1ª fase) – Pedido de reconhecimento de interesse público municipal 2.5. Procedimento concursal para admissão de um dirigente intermédio de 2º grau para a Divisão de Administração, Finanças, Recursos Humanos e Assessoria Jurídica - Designação do júri 2.6. Protocolos de delegação de competências entre a Câmara Municipal de Serpa e as Juntas de Freguesia 2.7. Apelo em defesa da escola pública – pedido de subscrição 3. PERÍODO DE “INTERVENÇÃO DO PÚBLICO” 3 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 1. PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA” JUSTIFICAÇÃO DE FALTAS Sessão de 28 de abril de 2014 - Presidente da União de Freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria), por se encontrar ausente do concelho, tendo sido substituído pela Tesoureira, Maria João Cavaco Palma; - Presidente da Junta de Freguesia de Brinches, sendo substituído pela Secretária da Junta, Maria Ana Mourão Sargento; - José Filipe Nogueira Estevens, por se encontrar ausente do País, foi substituído por Madalena Afonso Borralho; - Manuel Francisco Carvalho Soares, por se encontrar ausente do concelho entre 27 de abril e 5 de maio, foi substituído pelo Sr. Ricardo Manuel Paixão Arrais; - Rafael Godinho Capa, por motivos de saúde, tendo sido substituído pelo Sr. João Pedro Serejo Marques. 1.1. APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DA ATA N.º 1/2014 Nos termos do artigo 17.º, n.º 2 alínea a) do Regimento da Assembleia e artigo 57.º n.º 2 da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, foi colocada à aprovação a ata n.º 1/2014, respeitante à sessão ordinária realizada no dia 27 de fevereiro, a qual foi previamente distribuída por todos os eleitos. A ata foi aprovada, com cinco abstenções por parte dos eleitos que não participaram na referida sessão. --------------------------------------------------------------------------------------------1.2. RESUMO DO EXPEDIENTE Junto com a ordem de trabalhos foi distribuído a todos os membros, um resumo do expediente (recebido e expedido) da Assembleia Municipal, o qual consta de pasta anexa à presente ata, dela fazendo parte integrante e designado como ANEXO 1. -----------------------Nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 17.º do Regimento, a Sr.ª. presidente da Mesa abriu um período destinado a intervenções sobre este assunto e informou que poderão consultar a correspondência e obter fotocópias. -----------------------------------------------------Foi também distribuído por todos os membros, uma cópia das atas das reuniões da Câmara Municipal realizadas nos dias 19 de fevereiro, 5 e 19 de março e 2 de abril de 2014, após a sua aprovação, de harmonia com o disposto no artigo 35.º n.º 1 alínea x) da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro. --------------------------------------------------------------------1.3. INTERVENÇÃO DOS MEMBROS DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL Neste período de intervenção dos membros, começou por intervir a Srª Presidente da Assembleia Municipal, que procedeu à leitura da seguinte saudação, ao 25 de Abril e 1.º de Maio: -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 SAUDAÇÃO AO 25 DE ABRIL E 1.º DE MAIO «Esta sessão ordinária da Assembleia Municipal, realizada a 28 de Abril, tem lugar numa semana que carrega um simbolismo especial e determinante: as comemorações dos 40 anos de Abril e as comemorações do 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Não poderia deixar de aludir à Constituição da República Portuguesa, aprovada a 2 de Abril de 1976, que dotou a Assembleia da República de poderes de revisão constitucional, assentes no princípio democrático. Conforme preâmbulo da CRP: “Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa. A revolução restituiu aos portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma constituição que corresponda às aspirações do País. A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os diretos fundamentais do cidadão…” No seu artigo 1º refere “Portugal é uma Republica soberana baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”. À data de 2014 estou certa de que o povo português não revê os princípios atrás enunciados na condução deste País, nomeadamente o da independência nacional, quando somos norteados pela Troika e pelos países com efetivo poder financeiro, económico e politico. Não estão por isso garantidos os direitos fundamentais dos cidadãos portugueses. Aumentou a pobreza e o desemprego e com eles: - o fosso entre ricos e pobres, destruída que foi a classe média; - a emigração, com os jovens a abandonar o País: estamos por isso envelhecidos, sem rejuvenescimento populacional e sem rejuvenescimento intelectual e ideológico; - as dificuldades no acesso à educação, que já não é para todos e por isso a sociedade não pode ser justa ou fraterna, com sérias implicações no futuro - uma saúde já não é “universal e tendencionalmente gratuita”, conforme consagrado na constituição - as dificuldades que assistem à mulher, na conciliação das vidas familiar e profissional, contrariando o principio da igualdade de oportunidades entre géneros Assistimos também ao desrespeito absoluto pela autonomia do poder local, quer pela extinção de freguesias e perspetiva de extinção de municípios, quer pelas medidas castradoras da execução dos programas das autarquias, mais próximas da população e eleitas democraticamente. Assistimos ao aumento das assimetrias regionais, com o interior do País completamente votado ao abandono, tal qual contribuintes de 2ª categoria. Encerram as Finanças, os serviços hospitalares e de cuidados primários, os postos de correio, os tribunais, os postos de segurança pública, as escolas. Este País não é fraterno nem de direito universal nem de defesa da dignidade humana. Volvidos 40 anos de Abril, regredimos. Os princípios de defesa da dignidade humana e de uma sociedade fraterna e justa não são os basilares da condução e norte deste país. Assiste-nos a nós, autarcas eleitos, a obrigação da defesa do nosso território e das nossas populações. 5 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Acredito nos potenciais deste território e do seu património humano e enquanto presidente desta Assembleia Municipal afirmo que foi Abril quem nos legitimou e que por Abril orientaremos as nossas intervenções e ações, conducentes à democracia, à equidade, à liberdade, à fraternidade e à dignidade das nossas populações. Defenderemos, em qualquer contexto, as aspirações da nossa região, sabemos e queremos um Portugal melhor. Vivam o 25 de Abril e o 1º de Maio. Vivam a Liberdade, a Justiça e a Prosperidade.» --------------- Seguiu-se o Sr. António Mariano para informar que os eleitos do PS têm uma moção para apresentar sobre o Serviço Nacional de Saúde, tendo procedido à sua distribuição por todas as bancadas. Considerando que os eleitos da CDU também pretendem apresentar uma moção sobre o 25 de Abril e 1.º de Maio, foi também distribuída esta moção por todas as bancadas, sendo a sessão interrompida por alguns minutos, para que todos os membros da Assembleia possam tomar conhecimento do seu teor. MOÇÃO Pela defesa do SNS – Serviço Nacional de Saúde «Num tempo em que predomina a miséria e a insegurança em largos setores da sociedade é fundamental que as estratégias globais de saúde tenham como prioridade a implementação de políticas que diminuam as desigualdades, minimizando as diferenças sociais e regionais. A opção por um modelo de SNS é hoje reconhecida como a melhor forma de garantir os valores do acesso, da equidade e da solidariedade. O SNS tem sido um fator de coesão nacional e um avanço civilizacional. O Governo publicou uma portaria (n.º 82/2014, de 10 de abril), que constitui um violento ataque ao SNS e ao direito constitucional à saúde, visando o desmantelamento da rede hospitalar pública. A Portaria n.º 82/2014, que no essencial reclassifica os hospitais de acordo com o seu grau de diferenciação, um logro, pois nada tem a ver com a reforma hospitalar, essencial e há muito exigida por imperativos funcionais, ou mesmo com a reforma orgânica do SNS. Trata-se tão-somente do equivalente a uma espécie de carta hospitalar, mas neste caso visando um quadro minimalista de unidades hospitalares. O SNS é um todo que deve ter coerência e não entendemos como se podem tomar medidas avulsas, pontuais, casuísticas, inorgânicas, desconexas, descontextualizadas e de carácter administrativo, sem qualquer estratégia de sustentabilidade, negam qualquer perspetiva de reforma e de articulação entre os vários níveis de prestação de cuidados de saúde. Com esta Portaria, o governo tem em vista, uma vez mais, o encerramento arbitrário de serviços hospitalares, a nova redução de camas, a diminuição acentuada da capacidade de resposta global do SNS, a criação de condições incontornáveis para uma rápida expansão das entidades privadas, sobretudo por via do recurso aos subsistemas de saúde, e dar mais um passo, desta vez decisivo, para uma acelerada desertificação de vastas zonas do interior do país. 6 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Para além do encerramento de múltiplas maternidades, o Governo pretende eliminar, no imediato, várias especialidades médicas dos hospitais públicos. Com esta Portaria as instituições do chamado Grupo I, na qual se inclui a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo não irão dispor dos serviços de obstetrícia, neonatologia e urologia, que só existirão nos hospitais do chamado Grupo II. Assim, irão desaparecer até 31/12/2015 as maternidades de todas as Instituições do Grupo I A declaração emitida recentemente pelo Ministério da Saúde em que garantia que não iria encerrar qualquer maternidade assume uma enorme gravidade porque assenta na mais despudorada mentira. O conteúdo da portaria é muito claro sobre esta e outras matérias. A Portaria é clara e, como tal, é fácil constatar que vastas regiões do nosso país irão ficar sem qualquer maternidade e que as parturientes, os pais com filhos internados na neonatologia e doentes urológicos terão de se deslocar centenas de quilómetros. No Concelho de Serpa temos vários exemplos de populações que ficarão a mais de 130 Km do Hospital do Grupo II da Região Alentejo. É um atentado à vida e à segurança de muitos recém-nascidos e respetivas mães. É um atentado à saúde e à vida das pessoas. Desconhecem-se os critérios e a base técnica desta reclassificação que nada tem a ver com a reforma orgânica do SNS, que deve ser centrada na articulação dos diferentes níveis de cuidados (primários, hospitalares e continuados). Mas riscos contra a nossa saúde continuam, com esta Portaria o Governo deixa em aberto a possibilidade de perdemos na nossa região mais uma série de especialidades e valências, nomeadamente, oftalmologia, otorrinolaringologia, pneumologia, cardiologia, hematologia clínica, oncologia médica, infeciologia e nefrologia, pois estão dependentes de critérios e pressupostos, que mais uma vez ninguém conhece, de acordo com um mínimo de população servida e em função de mapas nacionais de referenciação e distribuição de especialidades médicas e cirúrgicas. Considerando o atrás exposto, a Assembleia Municipal de Serpa, reunida em sessão ordinária a 28 de abril de 2014, delibera: 1 – Afirmar a necessidade de manter um SNS para todos os cidadãos, melhorando o acesso aos cuidados de saúde e lutando contra todas as tentativas camufladas de o querer desmantelar. 2 – Afirmar a necessidade de reformar o SNS e continuamente introduzir melhorias na sua organização de modo a prestar cuidados de saúde de qualidade. 3 – Exigir a imediata revogação da Portaria n.º 82/2014, de 10 de abril. 4 – Exigir que se pare, de imediato e definitivamente, a ação de destruição social encetada pelo Governo. 5 – Afirmar a necessidade de se efetuar uma verdadeira reforma hospitalar de uma forma racional, participada e transparente, sobretudo, no que respeita à gestão, à melhoria na qualidade assistencial e à organização dos cuidados, mantendo uma lógica de cobertura em redes de referenciação, e não apenas o encerramento de camas e serviços. 7 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 6 – Exigir que a reforma hospitalar e a reforma do SNS sejam feitas ouvindo as Autarquias, que estão sempre disponíveis para juntar esforços e criar sinergias ao serviço das populações que representam e servem. 7 – Manifestar a sua total confiança e agradecimento a todos quantos, com o seu esforço, têm conseguido manter níveis de atendimento com qualidade e segurança, vencendo as dificuldades impostas pelos cortes salariais, ultrapassando com ânimo e criatividade os cortes orçamentais e ajudando a vencer o desalento e o cansaço dos utentes que resulta das maiores dificuldades de acesso ao SNS em virtude de uma política nacional de transportes que dificulta e diminui o acesso aos serviços. 8 - Reafirmar a autonomia e insubstituível papel do Poder Local democrático no serviço público de qualidade às populações e no desenvolvimento de Portugal. Mais decide enviar esta Moção: A Sua Excelência o Presidente da República A Sua Excelência o Primeiro-ministro. A Sua Excelência o Ministro da Saúde. A Sua Excelência o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde. A todos os Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República. À Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. À Administração Regional de Saúde do Alentejo, I.P. A todas as Câmaras e Assembleias Municipais do Distrito de Beja.» MOÇÃO 40º Aniversário da Revolução de Abril / 1º Maio Dia do Trabalhador «No dia 25 de Abril de 1974, há 40 anos, iniciava-se a Revolução dos Cravos, a Revolução da Liberdade. Neste dia, através da rutura com a ditadura fascista, e interpretando os desejos acumulados durante muitas décadas pelo povo português, iniciou-se um processo de democracia e cidadania que ficou consagrado na Constituição da República Portuguesa. Na Constituição de Abril estão consagrados os pilares fundamentais do Estado de Direito: o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, a instituição da Segurança Social pública universal e solidária, o direito universal à educação, à cultura, o direito de expressão e informação, a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação social, o direito de reunião, de manifestação, de associação, de criação de partidos políticos, a liberdade sindical, os direitos das associações sindicais, o direito à Contratação Coletiva, o direito à Greve e a proibição do lockout, o direito ao trabalho, os direitos dos trabalhadores - dignificação dos salários, dos vínculos, das condições de trabalho, a remuneração das férias, o subsídio de férias e o subsídio de Natal - e o Poder Local Democrático assente no princípio fundamental da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública. Urge viver Abril. Num tempo pleno de angústias e ameaças, onde a coberto do pacto de agressão firmado com a “troika” estrangeira, se coloca em marcha o mais violento ataque ao regime democrático, que a Revolução dos Cravos fundou e a Constituição de Abril consagrou, onde Portugal enfrenta sérias ameaças à sua soberania e independência nacional, é mais do que nunca necessário afirmar que a 8 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 solução para os problemas que o povo português está confrontado está nos princípios e valores fundadores da Revolução dos Cravos e nunca no seu retrocesso ou, menos ainda, na sua destruição. Comemorar o espírito inteiro de Abril é, por isso, nos dias que correm, um ato de festa, de respeito pelo exemplo de dignidade de todos os que lutaram, mesmo com o sacrifício da própria vida, para que aquela manhã fosse possível, de homenagem aos capitães de Abril pela sua coragem e determinação, mas também um ato de resistência e de luta, contra a resignação e o medo, e uma afirmação de esperança no futuro e de confiança que hoje, como no passado, as forças do Portugal democrático e progressista serão mais fortes que o obscurantismo, o retrocesso e o empobrecimento, numa inabalável afirmação de confiança e luta pelos Valores de Abril no futuro de Portugal. Comemorar o 1º Maio – Dia Internacional do Trabalhador – é afirmar a nossa determinação em lutar para derrotar a política de direita e mudar de governo, pelo aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional, pelas 35 horas semanais de trabalho, pela reposição dos direitos, salários e pensões que foram roubados, por mais desenvolvimento, emprego, justiça e direitos sociais. A Assembleia Municipal de Serpa, reunida no dia 28 de abril de 2014, apela à população, aos trabalhadores e à juventude que ao comemorarem o 40º aniversário do 25 de Abril nas diversas iniciativas concelhias, participem também nas comemorações do dia 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, promovidas pela USDBeja/CGTP – Intersindical Nacional - na Barragem do Enxoé em Pias, pela exigência da rutura com estas políticas de direita, por uma política patriótica e de esquerda que o país precisa e pela afirmação de um Portugal Soberano, Livre e Democrático, ao serviço do seu povo.» -------------------------------Retomada a sessão, interveio o Sr. Henrique Vilallonga, para dizer que os eleitos da CDU concordam com o teor da moção apresentada pelo PS, na generalidade, mas chama a atenção para o facto de que, tudo o que está descrito na moção, é uma continuidade da política que já vem do Governo do Partido Socialista, nomeadamente o encerramento das maternidades. ---------------------------------------------------------------------------------------------O Sr. Manuel Baiôa respondeu que a questão do encerramento e concentração de serviços, tem que ser analisado no contexto nacional e não se pode ser contra todas as concentrações de serviços, nem a favor da não concentração e em relação às maternidades recorda que, no final dos ano 70, Portugal tinha mais de cem maternidades, mas era o País da Europa com maior mortalidade infantil à nascença, entretanto, com a concentração desses serviços, passámos a ter um dos melhores índices a nível europeu. Deve-se ter em atenção o contexto e ver em cada momento, o que é melhor para o País. -----------------------Seguiu-se o Sr. Paulo Pisco que começou por dizer que é necessário que na sociedade existam equilíbrios e que as medidas implementadas conheçam alguns limites, e a verdade é que é preciso que as sociedades se adaptem, mas sem se dificultar o acesso das pessoas, quer à saúde, quer à educação. Diz ainda que o Partido Comunista está sempre a referir a 9 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 existência de uma continuidade na política, e é este dogma que produz um bloqueio na sociedade, o que é muito mau para o desenvolvimento de políticas que possam ser comuns, porque aquele partido considera que os seus princípios são os únicos que podem e devem ser aceites, mas o que seria normal era a existência de uma partilha, de uma concessão mútua, para que pudéssemos ter uma plataforma de esquerda. O que se verifica atualmente na nossa sociedade, é que está a sair do serviço publico, aquilo que é de serviço público universal, para engrossar cada vez mais o serviço privado e a cada transformação, como aquela que esta Portaria apresenta, temos todas as razões para recear aquilo que daí possa advir e esse é um dos motivos da apresentação desta moção. Por outro lado, em relação à moção apresentada pela CDU, é algo que partilham, pois o 40.º aniversário do 25 de abril é algo que todos devemos celebrar como uma festa e manter sempre viva a memória da revolução e todo o processo que conduziu a que ela pudesse acontecer, tal como as comemorações do Dia do Trabalhador. Diz ainda que existem alguns aspetos na moção, que apresentariam de forma diferente, tal como a referência ao “pacto de agressão firmado com a Troika estrangeira”. É claro que existe um sofrimento brutal na nossa sociedade, mas se o Partido Comunista, na altura em que o chamado PEC 4 foi chumbado na Assembleia da República, tivesse tido um sentido mais patriótico, possivelmente a situação hoje seria diferente. Existem leituras diferentes, mas votarão favoravelmente a moção apresentada pela CDU. -------------------------------------------Voltou a intervir o Sr. Henrique Vilallonga para esclarecer que os eleitos da CDU não se manifestaram contra a concentração de serviços, mas sim contra o encerramento de serviços. -----------------------------------------------------------------------------------------------------Interveio ainda o Sr. José Damião, representante do PSD, para dizer que, em relação à moção apresentada pelo PS, irá votar favoravelmente, porque considera que devemos encarar o Serviço Nacional de Saúde numa ótica de integração do interior do País e cada vez mais existe uma concentração e uma deslocalização de serviços e é importante que, cada vez mais, se demonstre que queremos continuar a ter direito aos cuidados de saúde na nossa zona. Refere ainda que votará também favoravelmente a moção apresentada pela CDU porque, independentemente da linguagem utilizada, da forma como o partido se expressa ou das ideias partidárias de cada partido, considera que o fundamental é a comemoração do 25 de Abril, porque se ele não tivesse existido, hoje ninguém estaria nesta sala a debater as suas ideias. ---------------------------------------------------------------------A Srª Presidente da Assembleia referiu ainda que defende qualquer reforma que garanta a proximidade às populações e a qualidade de serviços e será contra as reformas que tenham implícito o encerramento ou a deslocalização dos serviços, afastando os serviços da população. -------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Deliberação Não se registando mais intervenções, foi colocada a votação a moção apresentada pelos eleitos do PS sobre o Serviço Nacional de Saúde, tendo sido aprovada por unanimidade. Foi também aprovada por unanimidade, a moção apresentada pela CDU sobre as Comemorações do 25 de Abril e 1.º de Maio. ----------------------------------------------------------Interveio em seguida o Sr. António Mariano, tendo começado por dizer que há 40 anos, na Praça da República, reuniu em plenário, uma grande maioria da população do concelho e foi destituído o então Presidente da Câmara e foi escolhido pela população, o Dr. Joaquim José Acabado Janeiro, para 1.º Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Serpa. Este senhor faleceu no dia 28 de janeiro do corrente ano e por ter sido uma pessoa que marcou o período pós 25 de Abril, até que ocorreram as primeiras eleições livres para os órgãos da autarquia, propõe à Assembleia, em nome da bancada do PS, um voto de pesar pela sua morte e que sejam enviadas as condolências à sua família. Todos os eleitos concordaram com a proposta apresentada. O Sr. António Mariano continuou a sua intervenção, dizendo que, no dia 16 de abril, recebeu no seu email, um cartaz das Festas de Serpa, em honra de Nossa Senhora de Guadalupe, com o respetivo programa, tendo ficado depois a aguardar que o Gabinete de Informação da Câmara enviasse também o cartaz e programa das Festas de Ficalho, da Orada, de Briches e de Vila Nova de S.Bento, que se realizavam a seguir. Contudo, as festas de Ficalho acabam hoje, as da Orada acabaram ontem e ainda não recebeu qualquer informação. Pergunta se o Gabinete de Informação apenas divulga o que se passa em Serpa ou se também terá interesse em divulgar o que se passa nas freguesias. Em relação à proposta de adiantamento de 20% dos subsídios às Associações do concelho, gostaria de saber o que está a Câmara Municipal a fazer, junto destas Associações, para saber se os planos de atividades são devidamente cumpridos, se existe alguma monitorização, ou avaliação, ou se apenas confia nos relatórios de atividades, porque lhe parece que existem associações que elaboram planos de atividades muito bonitos, muito pomposos, mas na prática, a execução é mínima. Refere ainda que leu uma notícia da Associação Nacional de Municípios Portugueses, em que era mencionado o facto de que, cerca de 30 câmaras do País, já não tinham dinheiro para pagar o vencimento do mês de abril aos seus funcionários. Gostaria de saber se a Câmara de Serpa, está ou não, incluída nestas 30 autarquias. Por último, refere que foi efetuada pelos serviços da Câmara, uma passadeira na Rua António Sérgio, em Pias, mas sempre que chove, os moradores daquela rua são obrigados a retirar as grelhas, para permitir o escoamento da água. Questiona como é que uma obra que demorou cinco semanas, feita por profissionais, com meios técnicos e supervisionada por engenheiros, leva a que se forme uma pequena barragem naquela rua, sempre que chove com mais intensidade. Julga que aquela obra deveria ser repensada, para se conseguir uma solução para aquele problema. ------------------------------------------------------- 11 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara que começou a sua intervenção, dizendo que se associava ao voto de pesar pelo falecimento do 1.º Presidente da Comissão Administrativa e em relação às comemorações dos 40 anos 25 de Abril, saúda todos aqueles que se associaram a essas comemorações e principalmente todos aqueles que muito fizeram para que isso acontecesse. Para todos aqueles que não participaram na altura na revolução dos cravos, apela a que lutem agora, porque essa luta é mais precisa do que nunca, uma vez que a maior parte dos direitos que foram conquistados naquela altura, estão agora em perigo, por isso, uma luta contínua é necessária. Se naquela altura se lutou pela queda do fascismo, agora é necessário para que, outro qualquer tipo de regime, não nos venha retirar conquistas que foram feitas pelos nossos antepassados. Quanto às questões colocadas, e começando pela referência à falta de divulgação de algumas iniciativas, responde que basta verificar o conteúdo do site do município ou a página oficial do facebook “Serpa Terra Forte”, para se constatar que são lá colocadas todas as iniciativas que se realizam no concelho e não apenas aquelas promovidas ou apoiadas pela Câmara, mas todas aquelas em que as associações ou entidades enviam informação atempada para a autarquia. Essas informações são também disponibilizadas no Serpa Informação. Contudo, no que diz respeito à falta de envio do email referido pelo Sr. Mariano, irá colocar a questão ao Gabinete de Informação e caso se tenha tratado de algum lapso, com certeza que não foi com qualquer objetivo de valorizar mais umas iniciativas e desvalorizar outras. Sobre o acompanhamento da Câmara às atividades realizadas pelo movimento associativo, diz que é feito algum acompanhamento, reconhecendo que esse acompanhamento deveria ser ainda mais intenso e concreto, mas não é fácil, pois com três ou quatro técnicos nesta área, não se consegue acompanhar toda a atividade, que felizmente é muita. Em relação aos eventos desportivos, essa avaliação está facilitada, porque os subsídios são atribuídos em função do número de atletas inscritos e a meio da época, tem que ser entregue na autarquia o comprovativo dessas inscrições. Quanto à área cultural, o acompanhamento é mais difícil, embora seja feito trabalho também nessa área. Quando se verifica que houve atividades não realizadas, as associações em questão, têm uma penalização no subsídio a atribuir para o ano seguinte. Sobre o pagamento do mês de abril aos funcionários, informa que a Câmara de Serpa efetuou esse pagamento no dia 17 do corrente mês, tendo sido antecipado o dia, devido ao feriado municipal e às festas que se realizavam em Serpa. Sobre a passadeira na Rua António Sérgio, responde que a Câmara irá entrar em contato com a Junta de Freguesia de Pias, por ter sido a Junta que realizou esta obra e serão disponibilizados os meios técnicos da Câmara, para se conseguir uma solução. A obra foi efetuada com o intuito de atenuar o problema da velocidade de circulação das viaturas naquela rua, que dá acesso à escola. Mas, iremos tentar resolver o assunto, em colaboração com a Junta de Freguesia. -------------------------------------------------------------------------------Interveio o Sr. José Augusto Moreira, Presidente da Junta de Freguesia de Pias para falar também sobre a situação da lomba colocada na Rua António Sérgio, que não terá ficado nas melhores condições, mas que irá ser corrigida a situação, talvez com a colocação de uma sargeta perto daquela lomba e quanto ao facto de serem os moradores da rua a 12 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 retirar as tampas das sarjetas, isso é que não corresponde à verdade, uma vez que, da última vez que choveu, foi ele próprio que foi destapar as sarjetas e isso tem acontecido várias vezes, e ainda não entrou água para o quintal de ninguém. Contudo, será solicitada a colaboração da Câmara para solucionar esse problema. ------------------------------------------O Sr. António Mariano referiu que, em relação à referência aos moradores, foi uma informação que lhe foi transmitida, mas se tem sido o Sr. Presidente da Junta a preocuparse com essa situação, aplaude a sua iniciativa, por zelar pelo bem-estar das pessoas que residem naquela rua. ------------------------------------------------------------------------------------Interveio ainda a Srª Presidente da Assembleia Municipal para informar que, no âmbito da descentralização das sessões da Assembleia Municipal, a próxima sessão ordinária de junho, realizar-se-á na freguesia de Brinches.--------------------------------------------------------- 2. PERÍODO DE “ORDEM DO DIA” 2.1. RELATÓRIO DA ATIVIDADE MUNICIPAL – RELATÓRIO N.º 2/2014 De acordo com o estipulado no artigo 25.º n.º 2 alínea c) e art.º 35.º n.º 1 alínea y) e n.º 4 da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, foi colocado para apreciação, o Relatório n.º 2/2014, sobre a atividade da Câmara Municipal. Consta de pasta anexa à presente ata o referido Relatório, dela fazendo parte integrante (ANEXO 2). ------------------------------------------------------------------------------------------------Não se registaram intervenções sobre este assunto. ----------------------------------------------- 2.2. CONTA GERÊNCIA RELATIVA AO ANO FINANCEIRO DE 2013 A seguir transcreve-se a deliberação proferida pela Câmara Municipal, na reunião ordinária, realizada no dia 16 do corrente mês de abril, sobre o assunto designado em epígrafe: “Foram analisados os documentos de prestação de contas e relatório de atividades referente ao período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013, elaborados de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 54-A/99 de 22 de fevereiro e Resolução n.º 4 de 18 de agosto de 2001 do Tribunal de Contas. -------------------------------------Foram apresentados na reunião os seguintes documentos de prestação de contas, os quais se encontram integralmente elaborados: balanço, demonstração de resultados, plano plurianual de investimentos, orçamento (resumo), orçamento, controlo orçamental da despesa, controlo orçamental da receita, execução do plano plurianual de investimentos, fluxos de caixa, contas de ordem, operações de tesouraria, caracterização da entidade, notas ao balanço e à demonstração de resultados, modificações do orçamento – receita, modificação do orçamento – despesa, modificações ao plano plurianual de investimentos, contratação administrativa – situação dos contratos, transferência correntes – despesa, 13 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 transferências de capital – despesa, transferências correntes – receita, transferências de capital – receita, empréstimos, outras dividas a terceiros, relatório de gestão, guia de remessa, norma de controlo interno, resumo diário da tesouraria, síntese das reconciliações bancárias, mapa de fundos de maneio, relação de acumulações de funções e relação nominal de responsáveis. --------------Estes documentos encontram-se devidamente arquivados, em pasta anexa à ata dela fazendo parte integrante, estando os mesmos disponíveis para consulta quando para tal forem solicitados. -------------------------------------------------------------Por não haver movimentos, não se apresentam os seguintes mapas: subsídios concedidos, subsídios obtidos, ativos de rendimento fixo e ativos de rendimento variável ----------------------------------------------------------------------------------------------(…) Colocado o documento a votação, foi deliberado por maioria, com três votos contra dos Senhores Vereadores do Partido Socialista, de acordo com o disposto no n.º 2 alínea c) do artigo 53.º e n.º 2 alínea e) do artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redação da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, submeter à aprovação da Assembleia Municipal, a Conta de Gerência relativa ao ano financeiro de 2013. ---------------------------------------------------------------------------------------------Foi também distribuído por todos os eleitos, o documento relativo à Certificação Legal das Contas, elaborado pela Sociedade de Revisores Oficiais de Contas MRG – Roberto, Graça e Associados, SROC, em 22 do corrente mês de abril e que se anexa à presente ata, dela fazendo parte integrante (ANEXO 3). ----------------------------------------------------------------- Intervenções Começou por intervir o Sr. Presidente da Câmara, para fazer uma breve apresentação do assunto, referindo que, de uma forma geral, os índices económicos tiveram poucas alterações, em comparação com a conta de 2012, existindo ligeiras variações positivas. Como consta no relatório de gestão, na liquidez imediata e na liquidez geral houve uma melhoria e houve valores que se mantiveram praticamente iguais, como a solvabilidade, o grau de cobertura do imobilizado e o grau de autonomia financeira teve uma ligeira descida. Dentro destes valores, houve de facto, pouca variação. Existem outros valores que tiveram ligeiras descidas, como é o caso da divida a fornecedores, em que de 2012 para 2013 teve uma descida de 3.075.000 € para 2.976.000 €. Os empréstimos a médio e longo prazo desceram de 8.175.000 € para 7.750.000€. No total do passivo 12.374.000€ para 11.674.000€. De uma forma geral, houve alguns aspetos positivos. Houve um índice que teve uma variação acentuada e neste caso negativa, que foi no resultado líquido do exercício, passando de um número positivo para um negativo. Em relação a esta variação, na prática, não houve nenhum fenómeno prático que fizesse com que esta variação fosse tão negativa, mas ela aconteceu porque, desde há um ano que foi contratada uma empresa que está a apoiar a Câmara nesta área da contabilidade e têm 14 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 sido feitos alguns trabalhos, que anteriormente eram feitos com alguma dificuldade, por via da redução do número de pessoas que trabalham neste setor e têm agora sido atualizados alguns índices e começou-se por um dos índices que normalmente era referido no relatório dos revisores oficiais de contas, que são as amortizações. De facto, tem-se estado a trabalhar muito nesta área e como se pode verificar na página cinco do documento, há uma variação grande no resultado líquido do exercício e deve-se principalmente à atualização das amortizações do exercício, o que significa que tudo o que foi adquirido em 2013 teve logo a respetiva amortização e foi-se recuperando essas amortizações até ao ano de 2002. O próprio relatório do revisor oficial de contas já menciona a existência desse trabalho de amortizações e refere também que a rubrica dos proveitos diferidos está subavaliada, uma vez que ainda não foi feita a referida atualização. Isto quer diz que, neste exercício, que no final dá um resultado negativo, tem a ver com o facto de, na parte de custas e perdas, ter sido feito um trabalho exaustivo de atualização e nos proveitos e ganhos, ainda não ter sido feita essa atualização e ao atualizar-se mais na parte dos custos e perdas, este resultado tem esta variação negativa, mas não houve efeitos práticos para esta grande variação, em relação ao ano transato. ------------------------Seguiu-se a intervenção do Sr. Manuel Baiôa que começou por dizer que não conseguiu identificar no documento qual foi o montante que a Câmara ainda tem por receber dos créditos de cofinanciamento, que em 2012, era cerca de um 1.356.000 euros. ----------------Seguiu-se a Srª Maria João Palma, para relativamente ao balanço, dizer que não vê nada refletido no que diz respeito aos fundos comunitários, o valor que se recebe, a execução que vai sendo feita destes programas e o que resta. ------------------------------------------------O Sr. Presidente da Câmara começou por responder que poderá procurar na conta de gerência para informar sobre o valor exato em 31 de dezembro de 2013, mas no Relatório da Atividade Municipal que foi distribuído para a sessão de hoje (ponto 2.1. da ordem de trabalhos), consta o valor exato por receber até ao corrente mês de abril. Esclarece ainda que, consta na conta de gerência o valor recebido durante o ano de 2013, mas o valor que se tem ainda a receber, tem a ver com a execução feita, pois um projeto pode ter, por exemplo, 500.000 euros por realizar e pode haver uma reprogramação, pelo que, o valor nunca é exato. O que consta na página 41, são 1.178.000 euros que recebemos em 2013, mas o que tínhamos a receber em 31 de dezembro de 2013, nem sabe se constará da conta de gerência, uma vez que deve ser difícil de calcular, pois só depois da execução, se pode ter o valor correto a receber. Face à insistência por parte do Sr. Baiôa sobre o valor a receber, o Sr. Presidente referiu ainda que estamos a apreciar o ponto 2.2. da ordem de trabalhos, que é a conta de gerência, documento este que é o controlo que se faz sobre o ano de 2013 e em que consta o valor que se recebeu das candidaturas nesse ano, se a pergunta colocada vai no sentido de saber quanto temos atualmente para receber dessas candidaturas, esta pergunta deveria ter sido colocada no ponto 2.1. da ordem de trabalhos, onde consta esse valor. No entanto, informa sobre os valores de todos os itens: 585.879 € + 20.433 € +136.293 € + 22.493 €. ---------------------------------------------------------------------------------------------------15 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Voltou a intervir o Sr. Manuel Baiôa para referir que sempre colocou as suas questões de cariz politico e técnico e quando tem dúvidas questiona e a conclusão que se tira destes números é que de facto, ao contrário do que foi dito, a situação dos vários índices não melhoraram, porque o ano passado, a Câmara tinha cerca de 1.400.000 euros para receber e se agora anda perto dos 800.000 euros, há um diferencial de 500 a 600.000 euros que é precisamente o que melhorou este ano, portanto, a conclusão que se pode tirar é que, se a situação da Câmara era má, continua má e não melhorou nada, porque o que aconteceu foi que a Câmara nestes últimos meses foi recebendo essas verbas e fazendo alguns pagamentos, mas a situação de divida a terceiros e os empréstimos continuam igual. Os indicadores que aparentemente melhoraram, de facto, na realidade, continuam bastante maus e com esta situação, a Câmara tem a capacidade de financiamento esgotada e não vai conseguir avançar com novos projetos para o desenvolvimento do concelho, estando assim bloqueada e é com grande preocupação que analisam as contas da Câmara Municipal. Por outro lado, refere ainda que, só na sexta-feira recebeu este documento em sua casa e se os CTT não estão a desempenhar uma função cabal, deve-se contratar outro fornecedor de documentos. Diz ainda que existem várias páginas do documento que estão cortadas e por exemplo, nos contratos, não consegue fazer a leitura do nome das empresas. É um documento importante que deveria ter sido fotocopiado com mais cuidado. Termina dizendo que gostaria que o Sr. Presidente respondesse à primeira parte da sua intervenção. -----------------------------------------------------------------------------------------------Sobre a questão de que alterações positivas nos índices tiveram a ver concretamente com a questão de termos recebido algumas verbas e esse recebimento é que fez com que melhorássemos alguns índices, referidas pelo Sr. Baiôa, o Sr. Presidente da Câmara respondeu que esses recebimentos estão previstos e é sinal que existe execução das obras e por outro lado, os empréstimos a médio e longo prazo tiveram uma diminuição considerável (de 8.175.000 € para cerca de 7.700.000 €). Diz ainda que os índices económicos são importantes, mas há algo mais importante, porque não somos uma empresa, somos uma autarquia, onde o principal objetivo não é o lucro, não é o resultado líquido, o principal objetivo é cumprir o que nos propomos, enquanto serviço público. Contudo, quando esses índices variam negativamente, toda a gente chama a atenção disso, mas quando existe uma ligeira melhoria, o assunto é desvalorizado. Considera que deve existir uma apreciação coerente e o principal é a autarquia cumprir aquilo que tem que cumprir, servir a população, lutar pelos direitos dessa população e até fora do âmbito das suas competências, nomeadamente na questão dos serviços públicos e claro que a situação financeira é importante e deve ser acompanhada com o devido cuidado, mas o mais importante é fazer aquilo que um autarca deve fazer. -------------------------------------------------------------------------------------------------Seguiu-se o Sr. Henrique Vilallonga que começou por dizer que as explicações do Sr. Presidente da Câmara satisfazem a sua bancada e consideram que o trabalho correto que tem sido feito, tem vindo a ser aprofundado e que o documento está bastante melhorado e no final do corrente ano estará ainda melhor e onde se conseguem perceber todos os 16 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 indicadores que o Sr. Presidente expôs e diz ainda que o facto de se continuar a receber dinheiro dos fundos comunitários é sinal que não estamos bloqueados. No que diz respeito à entrega dos documentos para as sessões da Assembleia Municipal, refere que eles são entregues, oito dias antes da sessão, por um funcionário da autarquia, através de protocolo e outra parte em suporte informático. Em relação ao envio da conta de gerência, sugere que, no futuro, ela seja entregue em suporte informático e cada eleito imprime como considera mais útil e lhe facilite a leitura, pois é natural que, ao fotocopiar um documento tão extenso, para vinte e seis eleitos, a máquina possa descentralizar as folhas e alguma página poderá não ser fotocopiada nas melhores condições. Termina, dizendo que os eleitos da CDU irão votar favoravelmente a Conta de Gerência. ---Interveio novamente o Sr. Manuel Baiôa que disse que recebeu o documento da Conta de Gerência na quinta-feira e não na sexta-feira, como por lapso referiu, mas que recebeu por CTT, talvez porque resida fora do concelho e quanto à sugestão desse documento ser enviado em formato digital, não concorda com essa proposta, pois trata-se de um documento muito extenso e iria dificultar a leitura do mesmo. Recorda ainda que há três anos e também há dois anos atrás, o Presidente da Câmara referiu que tinham para receber mais de dois milhões de euros dos projetos candidatados, e essa era a justificação para que os números tivessem piorado bastante e é óbvio que, como agora existe menos para se receber, também devem ser apresentados esses números e a conclusão que se tira do cruzamento dos dados, é que face ao ano passado, entre os proveitos e a divida real da Câmara, a situação mantém-se idêntica, portanto, numa situação difícil. Diz ainda que pela primeira vez, existe um resultado do exercício líquido negativo, o que considera grave, num ano em que se gastou mais que os proveitos que se tiveram. -----------------------------------------------------------------------------------------------------O Sr. Presidente voltou a intervir e referiu que, na reunião da Câmara Municipal, os vereadores do PS também tinham alertado para o facto de, nalgumas páginas não se conseguir ler a totalidade do texto e não se pode culpabilizar os serviços, a responsabilidade é sempre do Executivo, mas iremos ter mais cuidado com essas fotocopias e no futuro, o documento continuará a ser distribuído em papel, para facilitar a sua consulta, mas a parte que tem os gráficos a cores, poderá ser enviado em digital. No que se refere à distribuição dos documentos da ordem de trabalhos, informa que, para os eleitos que têm residência fora do concelho, os documentos que são enviados em suporte papel, são remetidos pelos CTT registado, com aviso de receção e aos residentes no concelho são entregues em mão, por um motorista da autarquia. Sobre o resultado líquido do exercício ser negativo, diz que não é a primeira vez, e parecelhe que em 2008 isso já aconteceu, mas isso não retira o aspeto negativo e volta a dizer que este valor decorre da atualização que está a ser feita e não é resultante de uma situação prática que tenha acontecido. ----------------------------------------------------------------Ainda no que diz respeito à expedição dos documentos da ordem de trabalhos, a Sr.ª Presidente da Assembleia refere que eles foram enviados dentro do tempo legalmente estipulado. --------------------------------------------------------------------------------------------------17 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Sobre o assunto, o Sr. Paulo Pisco começou por dizer que a conta de gerência é um documento essencial para que se perceba a forma como a autarquia está a ser gerida, as prioridades que são estabelecidas relativamente aos investimentos e àquilo que se perspetiva para o futuro. Não estão absolutamente convencidos relativamente às ligeiras melhorias que o Sr. Presidente refere. O Município vive um período de grandes dificuldades financeiras, sofreu uma penalização pelo facto de ter ultrapassado os limites do endividamento e os eleitos do PS têm vindo sucessivamente a alertar para as dificuldades que a Câmara tem vindo a apresentar e hoje chegamos a um ponto em que era bom que todos pudéssemos ter consciência clara daquilo que é apresentado e do que os munícipes podem esperar para o futuro. A verdade é que este documento (que é fundamental que continue a ser entregue em papel, porque facilita a leitura), deve também ser acompanhado de uma análise que permita compreender melhor o que está em causa. Há algumas questões que os preocupam e em primeiro lugar é evidente que houve uma diminuição da autonomia financeira e questiona até que ponto esta diminuição pode comprometer a ação do município, em termos de despesas de funcionamento e de ação futura quanto aos investimentos. Diz ainda que, da análise que tinham feito ao orçamento e plano plurianual de investimentos, verificam que para 2014 praticamente não existem investimentos. Pergunta quais são os projetos comunitários de que o município irá socorrer-se para melhorar as condições de vida dos munícipes. Relativamente ao rácio em 31 de dezembro de 2013, refere que não há disponibilidade suficiente para cobrir o exigível a curto prazo, o que significa que as dificuldades financeiras irão repercutir-se nas despesas e nas dívidas que o município tem para pagar e diz que este conjunto de aspetos não os deixa tranquilos e pergunta ainda qual é o prazo que o município tem para ver as contas equilibradas, para poder regressar ao investimento. ----------------------------------------------------------------------------------------------Seguiu-se ainda a Srª Maria João Palma para solicitar a entrega dos balancetes analíticos, que permitem uma melhor análise da situação do município. ------------------------------------O Sr. Presidente da Câmara começou por referir que a conta de gerência é um documento sempre extenso, mas tem-se tentado introduzir alguma informação que facilite a sua leitura e este ano, é a primeira vez que constam uns quadros, na página 122 e 123, respeitantes ao endividamento municipal. Em relação à questão sobre o grau de autonomia financeira e quais as suas consequências no futuro, refere que, de uma regra geral, os problemas são sentidos por todas as autarquias. Recorda ainda que, aquando da aprovação do Orçamento e PPI para o corrente ano, os objetivos passavam por concluir todos os projetos que tinham sido candidatados, que veio no seguimento do que já tinha sido feito em 2013 e à medida que a execução vai aumentando, diminuem as verbas a receber e por outro lado, as faturas dessas obras têm de ser pagas, pois têm que ser respeitados os prazos de execução física e execução financeiras nestas candidaturas. Em relação aos projetos previstos, diz que existem muito e alguns já numa fase avançada, por exemplo, no que concerne às ampliações e melhoramentos das zonas industriais, sendo uma das prioridades para o próximo quadro comunitário. Contudo, há sempre 18 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 necessidade de se fazer face à comparticipação nacional, com verbas da autarquia, mas se a situação continuar como se tem mantido nos últimos anos, cada vez será mais difícil para as autarquias fazerem investimentos. Em 2012, a autarquia teve em receitas de capital cerca de oito milhões de euros e em 2013 foram cerca de três milhões. Houve uma redução das transferências do Estado e para a receita da nossa autarquia, isso representa mais de 75%. Nas receitas correntes passámos de 10,5 para 12, tendo subido 1,5 nas correntes, mas desceu 5 nas de capital. Se continuar esta redução nas receitas de capital, poucas autarquias irão conseguir fazer grandes projetos. No caso da nossa autarquia, iremos escolher de uma forma criteriosa, quais serão os primeiros projetos a serem candidatados e serão sempre dentro das nossas possibilidades e com certeza que ficarão aquém das nossas necessidades e daquilo que desejávamos, mas será feito em função das condições que tivermos nessa altura. Entretanto, neste período de final de um quadro comunitário e antes de se iniciar o próximo, pretende-se dar especial atenção às dívidas a fornecedores, mas há uma situação que nos está a dificultar, pois pelo não cumprimento do endividamento liquido em 2012, que foi cumprido em 2013, está a ser feita uma retenção, que atualmente, já ascende aos 300.000 euros e que poderiam ser utilizados para pagamento aos fornecedores, mas continuam retidos e a nível central também ainda não fizeram esses pagamentos. Relativamente à solicitação dos balancetes, refere que existe sempre uma preocupação em melhorar o documento da Conta de Gerência e o assunto será visto com os serviços e se se considerar que é importante colocar esses documentos, será analisado o enquadramento legal para a sua inclusão, tal como outros elementos que possam tornar o documento mais percetível e melhorar a sua apreciação. ------------------------------------------------------------- Deliberação Foi deliberado, por maioria, com oito votos contra dos eleitos do PS, a abstenção do eleito do PSD e dezasseis votos favoráveis dos eleitos da CDU, de acordo com o disposto no n.º 2 alínea c) do artigo 53.º º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redação da Lei n.º 5A/2002, de 11 de janeiro, aprovar a Conta de Gerência relativa ao ano financeiro de 2013, que se anexa à presente ata, dela fazendo parte integrante (ANEXO 3). -------------------------- 2.3. RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES DE 2013 DA COMISSÃO DE PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS DE SERPA Através de email datado de 24 de fevereiro do corrente ano, a CPCJ - Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Serpa, remete à Assembleia Municipal para conhecimento, o Relatório Anual de Atividades de 2013, o qual foi distribuído por todos os eleitos e consta de pasta anexa à presente ata, dela fazendo parte integrante (ANEXO 4). Não se registaram intervenções sobre este assunto. -------------------------------------------------- 19 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 2.4. ÁGUAS PÚBLICAS DO ALENTEJO, S.A – ADUÇÃO A MOURA (1ª FASE) – PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE INTERESSE PÚBLICO MUNICIPAL A Câmara Municipal solicita que seja apreciado o assunto designado em epígrafe, na sequência da deliberação, proferida na reunião realizada no dia 2 de abril, e que a seguir se transcreve: “Procedeu-se à análise da seguinte informação da Divisão de Urbanismo e Ordenamento do Território e do Serviço de Assessoria Jurídica: «Por ofício de 12 de fevereiro de 2014, com registo de Entrada 2245, de 18 de fevereiro de 2014, veio a Requerente AgdA - Águas Públicas do Alentejo, S.A., requerer o “Reconhecimento de Interesse Publico Municipal da Empreitada de Construção de dois troços adutores, ambos com origem na estação de tratamento de água (ETA) do Enxoé. O primeiro desenvolve-se desde a ETA do Enxoé até ao cruzamento entre a EN 392 e a ER517, e destina-se ao abastecimento ao reservatório de regularização de Serpa (RVI). O segundo, igualmente com origem na ETA do Enxoé, encaminha-se para Norte, desenvolvendo-se até ao cruzamento dos Machados, no concelho de Moura. A empreitada inclui, ainda, trabalhos de reabilitação de reservatórios existentes, que não contemplam qualquer construção de novas infraestruturas. As novas infraestruturas a construir localizam-se parte em Serpa e parte em Moura. O pedido de Reconhecimento de Interesse Público Municipal, destina-se à obtenção de Declaração de Utilidade Pública dos terrenos onde se desenvolve a infraestrutura, proceder à sua aquisição e instrução de pedido de enquadramento nos regimes jurídicos da REN e da RAN. Enquadramento Legal: - De acordo com o artigo 21º - Ações de relevante interesse público, do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 239/2012, de 2 de novembro, que aprovou o Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional “nas áreas da REN podem ser realizadas as ações de relevante interesse público que sejam reconhecidas como tal por despacho do membro do Governo responsável pelas áreas do ambiente e do ordenamento do território e do membro do Governo competente em razão da matéria, desde que não se possam realizar de forma adequada em áreas não integradas na REN.” - No mesmo sentido, determina o artigo 25.º - Ações de relevante interesse público, do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, que aprovou o Regime Jurídico da Reserva Agrícola Nacional, que “nas áreas da RAN podem ser realizadas as ações de relevante interesse público que sejam reconhecidas como tal por despacho conjunto do membro do Governo competente pela área do desenvolvimento rural e do membro do Governo competente em razão da matéria, desde que não se possam realizar de forma adequada em áreas não integradas na RAN.” - Finalmente, de acordo com os artigos 12º e 14º, da Lei nº 168/99, de 18 de Setembro, que aprovou o Código das Expropriações, a competência para a Declaração da Utilidade Pública da expropriação é “da competência do ministro a cujo departamento compete a apreciação final do processo.” 20 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Do exposto resulta que a competência para o reconhecimento das “ações de relevante interesse público”, no âmbito do regime da Reserva Ecológica Nacional e do regime da Reserva Agrícola Nacional, tal como a declaração da utilidade pública para efeitos expropriativos, é incumbência governamental. Da mesma forma, verifica-se que os referidos dispositivos legais, não preveem expressamente a exigibilidade do reconhecimento do Interesse Público Municipal das ações. Sucede porém, que as entidades administrativas com competência na instrução dos pedidos, veem solicitando tal reconhecimento do Interesse Público Municipal, sem o qual recusam a apreciação dos pedidos. Veja-se neste sentido, a título exemplificativo, a Norma de Procedimento da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo - Outubro de 2011 15/OT - Tramitação dos Processos de Pedido de Reconhecimento de Relevante Interesse Público no âmbito da REN, de acordo com a qual o pedido deve ser instruído com “Declaração de Interesse Municipal emitida pela Assembleia Municipal respetiva”. Da mesma forma, embora tal não resulte expressamente da letra da Lei, vem-se entendendo de forma genérica que a competência para o reconhecimento do Interesse Público Municipal da ação é da respetiva Assembleia Municipal. Neste sentido, veja-se a supra referida Norma de Procedimentos da CCDR-LVT. Atente-se ainda ao fato da competência para a declaração de utilidade pública da expropriação (quando atribuída ao município) se encontrar igualmente afeta à Assembleia Municipal (conforme artigo 14º, n.º 2, do citado Código das Expropriações). Isto Posto: Conforme refere com propriedade o Dr. Jorge Fonseca (in http://falemossinceramente.blogspot.pt/2010/06/o-interesse-publico-municipalinerente.html) “o conceito de interesse público municipal é um conceito elástico, de natureza abstrata e indeterminada, que permite o abarcamento de múltiplas situações; trata-se de um conceito evolutivo e transitivo, dependente dos costumes e das próprias transformações económicas e sociais, não sendo possível uma determinação do seu conteúdo válida para todos os tempos e para todos os municípios. Pode, assim, afirmar-se sem margem para erro que o interesse municipal é todo e qualquer interesse que seja relevante para o município, e por consequência para os respetivos munícipes, por representar um interesse consensualmente aceite por estes. Daí que seja hoje pacífico o entendimento de que o intervencionismo público municipal não implica a execução direta de todo e qualquer interesse público/social, mas apenas aquele que represente, de forma inequívoca, um interesse próprio, comum e específico da população do respetivo município. O interesse do Município representa o interesse consensualmente aceite dos munícipes e cidadãos delegado democraticamente nos seus representantes”. No caso presente, não subsistem quaisquer dúvidas quando ao manifesto e relevante interesse público municipal das obras propostas, por se dirigirem diretamente à satisfação de interesses básicos e essenciais da população do concelho. Em Conclusão: 21 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Verificando-se preenchidos os pressupostos e fundamentos do reconhecimento do Interesse Publico Municipal da ação, propõe-se que o pedido seja presente a reunião da Câmara Municipal para apreciação. Caso o pedido mereça deliberação favorável deverá ser reenviado para a próxima sessão da Assembleia Municipal para deliberação.» ---------------------------------------------------------------Deliberação Face ao exposto, a Câmara Municipal deliberou, por unanimidade: - Reconhecer o Interesse Público Municipal da Empreitada de Construção de dois troços adutores, ambos com origem na estação de tratamento de água (ETA) do Enxoé; - Submeter o pedido acima transcrito à apreciação e aprovação da Assembleia Municipal.” - Deliberação Face ao exposto, a Assembleia Municipal deliberou, por unanimidade, reconhecer o Interesse Público Municipal da Empreitada de Construção de dois troços adutores, ambos com origem na Estação de Tratamento de Agua (ETA) do Enxoé (ADUÇÃO A MOURA - 1ª FASE). ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2.5. PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA ADMISSÃO DE UM DIRIGENTE INTERMÉDIO DE 2º GRAU PARA A DIVISÃO DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, RECURSOS HUMANOS E ASSESSORIA JURÍDICA - DESIGNAÇÃO DO JÚRI Considerando que o Regulamento dos serviços municipais publicado em Diário da República, II série, nº.27 de 7 de fevereiro de 2014 prevê que as unidades orgânicas são chefiadas por um dirigente intermédio de 2º grau. No exercício das suas competências, a Câmara Municipal aprovou a composição da estrutura orgânica flexível, no quadro definido pela Assembleia Municipal, em que consagra a criação da Divisão de Administração, Finanças, Recursos Humanos e Assessoria Jurídica A coordenação da referida unidade orgânica compete a titular de cargo de direção intermédia de 2º grau, cujo provimento é considerado indispensável para garantir o adequado cumprimento e execução das competências do Serviço. Considerando que o preenchimento do cargo, através de recrutamento por procedimento concursal, depende de autorização da Câmara Municipal, conforme previsto nos artigos 4º e 9º do Decreto-lei nº.209/2009, de 3 de setembro e nos termos dos artigos 20º e 21º da lei nº.2/2004, de 15 de janeiro, alterada e republicada pela lei nº.64/2011, de 22 de dezembro, adaptada à administração local pela Lei nº.49/2012, competindo à Assembleia Municipal, designar o júri do concurso, sob proposta da Câmara Municipal, nos termos do artigo 13º, nº.1 da lei nº.49/2012, de 29 de agosto e do artigo 24º da lei nº.75/2013, de 12 de setembro. Na sequência da deliberação proferida, por maioria, com três abstenções por parte dos Senhores Vereadores do Partido Socialista, na Reunião de Câmara Municipal no dia 16 do corrente mês de abril, de se proceder à abertura de procedimento concursal para provimento do cargo de Direção Intermédia de 2º grau – Chefe da Divisão de Administração, Finanças, Recursos Humanos e Assessoria Jurídica, foi deliberado por maioria, com três abstenções por parte dos Senhores Vereadores do Partido Socialista, nos 22 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 termos do art.º 13 nº.1 da lei nº.49/2012, de 29 de agosto e do artigo 24º da lei nº.75/2013, de 12 de setembro, propor à Assembleia Municipal a designação do Júri do procedimento, com a seguinte composição: - Presidente: Carlos Manuel Cardoso Ferreira, Chefe da Divisão de obras municipais e suporte operacional; - 1º Vogal: Ana Margarida Páscoa Raposo, chefe da Divisão de inovação e desenvolvimento estratégico; - 2º Vogal: Maria José Rosa Moreira, chefe da Divisão do urbanismo e ordenamento do território;” --------------------------------------------------------------------------------------Intervenções Tendo o Sr. Paulo Pisco solicitado mais esclarecimentos sobre este concurso, o Sr. Presidente da Câmara disse que, de acordo com a estrutura de serviços e mapa de pessoal, aprovados pela Assembleia Municipal, trata-se do preenchimento do lugar de dirigente intermédio de 2º grau para a Divisão de Administração, Finanças, Recursos Humanos e Assessoria Jurídica, que ainda não se encontra preenchido. Trata-se de uma Divisão que agrupou três divisões que anteriormente existiam e que tiveram que ser alteradas, em cumprimento da legislação. ----------------------------------------------------------------------------O Sr. Paulo Pisco perguntou se se trata de um concurso externo ou se é para os funcionários da Câmara, tendo o Sr. Presidente respondido que se trata de um concurso externo. -----------------------------------------------------------------------------------------------------O Sr. Henrique Vilallonga também interveio para esclarecer que o concurso não pode ser interno, tem que ser público ou pode ser restrito a trabalhadores em regime de contrato de trabalho em funções públicas, ou seja, que já tenham um vínculo à administração pública. ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Deliberação Foi deliberado, por maioria, com nove abstenções por parte dos eleitos do PS e PSD e dezasseis votos favoráveis dos eleitos da CDU, nos termos do artigo 13º, nº.1 da Lei nº.49/2012, de 29 de agosto e do artigo 24º da Lei nº.75/2013, de 12 de setembro, designar o Júri do procedimento, com a seguinte composição: - Presidente: Carlos Manuel Cardoso Ferreira, Chefe da Divisão de Obras Municipais e Suporte Operacional; - 1º Vogal: Ana Margarida Páscoa Raposo, chefe da Divisão de Inovação e Desenvolvimento Estratégico; - 2º Vogal: Maria José Rosa Moreira, chefe da Divisão do Urbanismo e Ordenamento do Território. --------------------------------------------------------------------- 23 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 2.6. PROTOCOLOS DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ENTRE A CÂMARA MUNICIPAL DE SERPA E AS JUNTAS DE FREGUESIA Na reunião da Câmara Municipal realizada no dia 16 do corrente mês de abril, foi apresentada uma nova proposta de protocolos de delegação de competências entre a Câmara Municipal de Serpa e as Juntas e Uniões de Freguesias. Pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, foram introduzidas alterações significativas à Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, em particular ao regime da delegação de competências, sendo mantida a possibilidade de delegação de competências nas Juntas de Freguesia, agora sob a designação de “contratos interadministrativos”. Da mesma forma, foi estabelecido, nos termos dos artigos 132º e 133º, da mesma Lei n.º 75/2013, um novo regime de delegação legal de competências a concretizar mediante a celebração de acordos de execução. Face ao exposto e de acordo com o estabelecido no Novo Regime Jurídico das Autarquias Locais, torna-se necessária a aprovação de novos contratos interadministrativo de delegação de competências e de acordos de execução para concretização da delegação legal de competências da Câmara Municipal de Serpa nas Juntas de Freguesia do Concelho, sendo da competência da Câmara Municipal, após discussão e preparação com as Juntas de Freguesia, submeter os mesmos à Assembleia Municipal, para efeitos de autorização. Órgão Executivo deliberou, por unanimidade, aprovar os contratos interadministrativos de delegação de competências e os acordos de execução para a concretização da delegação legal de competências da Câmara Municipal de Serpa nas Juntas de Freguesia do Concelho, bem como as respetivas verbas e, de acordo com o estipulado no art.º 33.º, n.º 1 da alínea m) da Lei.º 75/2013, de 12 de setembro, solicitar a respetiva autorização do Órgão Deliberativo. Os contratos interadministrativos de delegação de competências e os acordos de execução para a concretização da delegação legal de competências da Câmara Municipal de Serpa nas Juntas de Freguesia do Concelho foram distribuídos, com a devida antecedência a todos os eleitos e constam de pasta anexa à presente ata, dela fazendo parte integrante (ANEXO 5). ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Intervenções Começou por intervir o Sr. Presidente da Câmara para referir que a Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, veio introduzir grandes alterações no que diz respeito às competências das Câmaras e Juntas de Freguesia e colocou sérias dificuldades para dar continuidade aos protocolos de delegação de competências que existiam, nomeadamente na área da limpeza das vias públicas, acompanhamento das escolas primárias, gestão dos parques desportivos e de alguns equipamentos, como salões polivalentes e casas mortuárias. Com a publicação desta lei, teve de se fazer uma adaptação, mas pretende-se manter este objetivo, de delegar algumas competências. Existem vários entendimentos sobre esta matéria e a 24 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 proposta que se apresenta à Assembleia, é aquela que se considera que melhor serve os interesses da Câmara e das Juntas de Freguesia, pois permite manter quase igual as transferências de verbas, que são sempre uma ajuda para as freguesias. Refere ainda que, no que se refere à transferência de verbas, a única redução mais acentuada tem a ver com a União de Freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria), porque existiam competências que estavam delegadas na antiga Junta de Freguesia de Santa Maria e que agora a União entendeu que não aceitaria a delegação dessas competências e o assunto foi previamente acordado com a União de Freguesias. Todas as outras freguesias, que se mantiveram com as mesmas competências, o valor é o mesmo e ressalva que esse valor se mantém desde 2010, embora tenha sido reduzido significativamente o valor das transferências do Orçamento de Estado para a Câmara Municipal. Em relação à União de Freguesias de Vila Nova de S.Bento e Vale de Vargo, houve também uma pequena diminuição, devido à forma de cálculo das transferências (é definido um valor em função dos primeiros 1.000 habitantes e vai diminuindo esse valor para os milhares seguintes e isso leva a que as uniões recebam menos, porque a partir dos 3.000 ou 4.000 habitantes esse valor é muito menor). Termina a sua intervenção, informando que as propostas apresentadas são os resultados das reuniões e do trabalho efetuado em colaboração com as Juntas e Uniões de Freguesias. Deliberação Foi deliberado, por unanimidade, nos termos e de acordo com o estipulado no art.º 25.º, n.º 1 da alínea k) da Lei.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovar os contratos interadministrativos de delegação de competências e os acordos de execução para a concretização da delegação legal de competências da Câmara Municipal de Serpa nas Juntas de Freguesia e Uniões de Freguesias do Concelho. -----------------------------------------2.7. APELO EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA – PEDIDO DE SUBSCRIÇÃO Através de carta datada de 7 de abril do corrente ano, os subscritores do documento “Em Defesa da Escola Pública”, remetem o mesmo à Assembleia Municipal, para aprovação e eventual subscrição, o qual foi distribuído por todos os eleitos e cujo teor é o seguinte: 25 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 26 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 27 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 Intervenções Interveio o Sr. António Mariano que começou por dizer que subscreve tudo o que está escrito neste documento, não apenas por ser professor, mas por considerar que neste momento, deve-se estar muito atento na defesa da escola pública, porque se, na Margem Esquerda estamos já com algumas dificuldades em termos de número de alunos, a verdade é que ainda não estamos a ser pressionados pelos colégios e pelas escolas privadas, que já está a ser um problema em muitos concelhos. Cada vez mais, a escola pública está a ser vítima de atentados: são as turmas cada vez maiores, o que reduz o número de professores; são as condições de trabalho que cada vez são menores e tudo isto nos deve preocupar. Manifesta ainda a sua preocupação com a criação dos dois mega-agrupamentos no concelho de Serpa e considera que na altura, agiu-se de ânimo de leve e neste momento, verifica-se um esvaziamento total das duas escolas básicas integradas de Pias e de Vila Nova de S.Bento. Como o número de turmas é reduzido, passou a existir uma divisão de professores e uma transferência de funcionários das secretarias para a sede do concelho e o passo seguinte deve ser a transferência de alunos e as infraestruturas qualquer dia correm o risco de encerrar ou ficarão apenas com o pré-escolar e 1.º ciclo. Termina, dizendo que, ao defender-se a escola pública, mais pessoas poderão ter acesso ao ensino. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Proposta de deliberação Face ao exposto, a Assembleia Municipal deliberou, por unanimidade, aprovar e subscrever o documento “Em Defesa da Escola Pública”. -------------------------------------------- 3. PERÍODO DE “INTERVENÇÃO DO PÚBLICO” No período de intervenção do público, começou por intervir o Sr. Carlos Valente, residente em Serpa, que abordou o assunto respeitante à questão de estratégia de desenvolvimento económico, felicitando o Executivo pela iniciativa, que é uma área pela qual luta há já alguns anos e não sentia da parte da autarquia uma resposta, contudo, considera que é uma decisão um pouco tardia, porque foi necessário chegar ao ponto das empresas agrícolas atravessarem uma fase extremamente difícil de descapitalização, para finalmente, se falar de uma estratégia de desenvolvimento económico e desta vez, mais virada para a agricultura. Contudo, esta é uma situação que lhe suscita algumas questões, designadamente, se estamos perante um novo paradigma de desenvolvimento deste município, porque até ao momento, “deram-nos musica” e foi esquecido o peso que a agricultura e a pecuária tinham na economia do concelho. Acerca desta nova estratégia, pergunta se ela depois se tornará num documento, ao qual os munícipes podem ter acesso. Relativamente àquilo que foi hoje publicado no Serpa Informação, nos objetivo específicos, não vê menção a três aspetos extremamente importantes para o concelho, designadamente o Parque Natural do Vale do Guadiana, pois 17% do nosso concelho está 28 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 dentro deste Parque Natural; o aproveitamento do potencial do rio Guadiana, e parece-lhe que o município está com as costas um pouco viradas para o rio, atendendo à degradação das vias de acesso ao rio e finalmente a questão da floresta. Considera que estes seriam três objetivos específicos para a definição de uma estratégia de desenvolvimento económico e social. Questiona qual a perenidade desta estratégia e se não seria esta a altura oportuna de se retomar o tema do orçamento participativo, uma vez que pode ser um instrumento importante para a implementação desta estratégia de desenvolvimento económico. Diz ainda que há cerca de um mês e meio, participou numas jornadas internacionais sobre orçamentos participativos, em Espanha, e participaram alguns municípios portugueses e foi com profunda tristeza que não viu nessas jornadas o município de Serpa. ----------------Seguiu-se a intervenção do Sr. Alberto Matos , residente em Serpa, tendo começado por abordar o assunto da saúde e da moção que foi apresentada Em relação à maternidade do Hospital de Beja, corre-se o risco de encerramento, passando em principio para Évora e se continuar assim qualquer dia terão que nascer em Lisboa. Refere ainda que os baixos índices de mortalidade infantil no nosso País deve-se, em parte ao encerramento de algumas maternidades, que não tinham condições, mas essencialmente está relacionado com a qualidade dos cuidados primários, porque as grávidas são seguidas meses a fio e esse é um trabalho extraordinário e são seguidas posteriormente e por isso, não se deve perder o conceito que temos de serviço nacional de saúde. Diz ainda que já foi publicado no Diário da República a passagem do hospital de Serpa para a Santa Casa da Misericórdia, mas pergunta como está a situação, em termos de concretização e como será garantido o serviço de urgência e como tem sido o assunto acompanhado pela Comissão de Utentes. Em relação à Conta de Gerência, diz que já houve um ano em que esteve presente na sessão da Assembleia Municipal o revisor oficial de contas, o que é uma mais-valia, pois pode responder tecnicamente às questões que lhe sejam colocadas e seria uma assessoria importante para os membros da Assembleia. Faz ainda uma referência aos mega-agrupamentos, recordando que, no anterior mandato, houve alguém que votou contra esses agrupamentos de escolas e o que se verifica é que temos excelentes escolas a encerrar no nosso concelho ou com outras utilizações. Usou em seguida da palavra o Sr. Mário de Jesus, também residente em Serpa, começando por fazer referência às comemorações do 25 de Abril, dizendo que gostaria que fosse invocado o 25 de Abril, fazendo um pequeno levantamento ao atual estado da democracia no nosso País. Depois de 40 anos de melhoria na vida dos portugueses, o que não acontece talvez no poder local, lembra o estado atual em que vive o País e em relação a Serpa, recorda-se do estado em que vivia a população e constata como vivem agora, mas a tristeza e o desalento estão instalados e as pessoas com quem contata diariamente têm uma tendência para se fechar e hoje têm-se dificuldade em se comunicar e isso justifica hoje a abstenção, porque não existe a capacidade de levantar questões. Fala ainda sobre o que considera ser um apoio social extremamente limitado, com estruturas mal concebidas, com custos futuros, de idosos sem aquecimento em casa, de gastos efetuados, como na rotunda dos silos e no espelho de água, que atualmente é um 29 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 espelho de lixo, ausência de espaços juvenis, um rio com acessos quase interditos. Fala dos abaixo assinados com centenas de assinaturas que não têm prosseguimento, sendo um dos últimos sobre a Rua do Forte, que dá acesso ao centro histórico. Fala ainda sobre a situação de abandono dos animais. Diz que isto não é o 25 de Abril que todos sonhámos e não é aquilo que se pensou que o 25 de Abril traria a um povo que tanto sofreu e depois de 33 anos de poder do Partido Comunista neste concelho, houve coisas bem feitas e coisas mal feitas e foram anos de gastos colossais e hoje está em rutura financeira e espera que todos os partidos se unam para ultrapassar esta situação. ----------------------------------------Seguiu-se a intervenção do Sr. Presidente da Câmara e em relação à situação dos animais, mais uma vez, referiu que a Câmara Municipal está totalmente disponível para colaborar num projeto, quer seja de um grupo de pessoas ou de uma associação, para a construção de um canil, mas atualmente, a autarquia não tem possibilidades de construir um canil/gatil que cumpra todas as exigências legais, a nível de edifício, equipamento e pessoal com formação especifica, e a situação de Serpa é semelhante à de outras autarquias e foi por isso que se construiu o canil/gatil da RESIALENTEJO, para servir os municípios associados. Em relação ao mencionado abaixo-assinado da Rua do Forte, refere que ele não foi entregue na autarquia, mas sim a alguns elementos da lista em altura de campanha eleitoral, pelo que, de forma oficial, não foi entregue na Câmara Municipal. Quanto às questões da saúde, diz que, de momento, não existe informação oficial enviada à autarquia, sobre a efetivação da transferência do hospital, apesar de terem dito à Câmara Municipal que seriamos logo informados e refere que, nunca a autarquia foi incluída ou ouvida neste processo e quando se obteve informação, foi na sequência de pedidos de reuniões. No que diz respeito à referência de que deveria estar presente na Assembleia o Revisor Oficial de Contas, para prestar informação aos membros da Assembleia, responde que estava hoje presente, tal como em anos anteriores, uma técnica da autarquia para prestar as informações técnicas, caso fossem colocadas. Em relação aos agrupamentos de escolas, diz que a posição da autarquia tem sido sempre contra a concentração, quando tem apenas, ou na sua maioria, objetivos economicistas, mas na altura foi pedido o parecer das escolas e as escolas a agrupar foi decidido pelas mesmas, pois se ficasse ao critério do poder central, poderiam decidir agrupar de forma menos conveniente para o nosso concelho, já que o processo era mesmo para avançar. Quanto à questão do desenvolvimento económico, diz que temos que acompanhar a evolução de tudo o que funciona por dentro de uma autarquia, mas também tudo o que está em redor, para se fazer a ligação nas várias áreas. Há um fenómeno que nos últimos anos tem vindo a desenvolver-se, que é o sistema de regadio da barragem de Alqueva, que já abrange cerca de três quartos de toda a área que vai ser regada no nosso concelho e já se nota uma grande evolução nas condições de produção, que permite mais qualidade, mais quantidade e mais diversidade e esta é uma altura chave, quando também se está quase a começar o próximo quadro comunitário de apoio, para a autarquia dar um pouco mais de apoio a empresas que pretendem dar inicio a uma atividade ou melhorar a que já têm, readaptando-se a esta nova realidade, que é o regadio. Uma das primeiras medidas, 30 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 foi a criação do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Económico, aproveitando uma das escolas desativadas, que é um espaço da autarquia, de acesso mais direto aos empresários, onde se presta apoio sobre candidaturas, fazendo ligação com a Rota do Guadiana e outras agências de desenvolvimento e num futuro próximo, pretende-se disponibilizar vários pequenos espaços para as empresas que estejam a iniciar a sua atividade e pretendam estreitar relacionamentos. Esta estratégia não tem um prazo definido, é uma estratégia evolutiva, iremos acompanhando este Gabinete e adaptando-o às necessidades. Em relação às questões sobre o Parque Natural do Vale do Guadiana e o Rio Guadiana, não foram tão consideradas, porque esta estratégia está mais voltada para a área da produção agrícola e da transformação agroindustrial. Mas, outros planos estão em desenvolvimento, nomeadamente com a Entidade Regional de Turismo, para a dinamização do rio e recorda ainda que está no plano de atividades da Câmara o melhoramento dos acessos ao rio, sendo um em Serpa e outro em Brinches. Em relação ao Orçamento participativo diz que, uma das promessas que existiam no programa eleitoral da CDU, era a maior aproximação dos munícipes e esse é um dos elementos que podemos ter em conta e outra é a situação das reuniões do Órgão Executivo descentralizadas, que já se iniciaram e que também faziam parte do programa eleitoral e que os eleitos do PS apresentaram também no inicio deste mandato e que se enquadrou nos objetivos da CDU, tendo já decorrido uma reunião em Brinches, uma em Pias e seguese Vale de Vargo. ----------------------------------------------------------------------------------------- APROVAÇÃO EM MINUTA Nos termos do n.º 3 do artigo 57º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro e para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 57.º do citado diploma legal, no final da sessão, foram aprovados em minuta, por unanimidade, os seguintes assuntos: ---------------------------------- • • • • • Conta Gerência relativa ao ano financeiro de 2013 Águas Públicas do Alentejo, S.A – Adução a Moura (1ª fase) – Pedido de reconhecimento de interesse público municipal Procedimento concursal para admissão de um dirigente intermédio de 2º grau para a Divisão de Administração, Finanças, Recursos Humanos e Assessoria Jurídica, designação de júri Protocolos de delegação de competências entre a Câmara Municipal de Serpa e as Juntas de Freguesia Apelo em defesa da escola pública – pedido de subscrição 31 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 A Srª Presidente da Mesa declarou encerrada a presente sessão, eram 20H40, da qual para constar, se lavrou a presente ata, nos termos do artigo 57.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro e n.º 3 do art.º 39.º do Regimento da Assembleia, que eu, Anabela Baleizão Cataluna, Técnica Superior, nomeada por despacho do Presidente da Câmara, datado de 15 de outubro de 2013, para secretariar as reuniões do Órgão Deliberativo, redigi e subscrevo. -------------------------------------------------------------------------------------------------- A Presidente _________________________ (Sara de Guadalupe Abraços Romão) A Secretária _____________________ (Anabela Baleizão Cataluna) 32 2014 Ata n.º 2/2014 – 28/04 DOCUMENTOS QUE SE ARQUIVAM EM PASTA ANEXA À ATA SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL REALIZADA NO DIA 28 DE ABRIL DE 2014 ANEXO 1 – RESUMO DO EXPEDIENTE ANEXO 2 - RELATÓRIO DA ATIVIDADE MUNICIPAL (ARTIGO 25.º N.º 2 ALÍNEA C) E ARTº 35.º N.º 1 ALÍNEA Y) E N.º 4 DA LEI N.º 75/2013, DE 12 DE SETEMBRO) – RELATÓRIO N.º 2/2014 ANEXO 3 – CONTA DE GERÊNCIA RELATIVA AO ANO DE 2013 E CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS ANEXO 4 – RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES DE 2013 DA COMISSÃO DE PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS DE SERPA ANEXO 5 – PROTOCOLOS DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ENTRE A CÂMARA MUNICIPAL DE SERPA E AS JUNTAS DE FREGUESIA 33