Apostila_avancado_dirigente
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Apostila_avancado_dirigente
Curso Dirigente NÍVEL AVANÇADO GESTÃO DE ADULTOS APOSTILA DO CURSANTE Curso Avançado Linha: Dirigente Institucional Apostila do Cursante Esta é a Apostila do Cursante do Curso Avançado da UEB - União dos Escoteiros do Brasil - para Dirigentes Institucionais, conforme previsto nas Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos, e produzido por orientação da Diretoria Executiva Nacional com base na experiência centenária do Movimento Escoteiro no Brasil. 1ª Edição - Abril de 2012 Atualizado em 20 de Abril de 2012 Conteúdo: Os conteúdos que aparecem nesta apostila foram baseados nos materiais de cursos das Regiões Escoteiras. Ilustrações: Foram usados desenhos produzidos ou adaptados por Andréa Queirolo, assim como ilustrações em geral que fazem parte do acer vo da UEB ou são de domínio público. Diagramação e Montagem: Raphael Luis K. Organização de Conteúdo: Megumi Tokudome Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser traduzida ou adaptada a nenhum idioma, como também não pode ser reproduzido, armazenado ou transmitido por nenhuma maneira ou meio, sem permissão expressa da Diretoria Executiva Nacional da União dos Escoteiros do Brasil. União dos Escoteiros do Brasil Escritório Nacional Rua Coronel Dulcídio, 2.107 Bairro Água Verde 80250-100 - Curitiba - PR w w w.escoteiros.org.br Apresentação A Apostila do Participante é um instrumento de apoio aos adultos em processo de formação, cujo conteúdo busca contribuir para o desenvolvimento das competências necessárias para o exercício das atribuições inerentes aos escotistas e dirigentes no Movimento Escoteiro. A UEB está se dedicando a atualizar e produzir importantes publicações para adultos, contando, para tanto, com a inestimável colaboração e esforço de muitos voluntários de todo o Brasil, além do apoio dos profissionais do Escritório Nacional. A todos que contribuíram, e continuam trabalhando, os agradecimentos do escotismo brasileiro. É claro que ainda podemos aprimorar o material, introduzindo as modificações necessárias a cada nova edição. Portanto, envie suas sugestões para melhorar o trabalho ([email protected]), pois a sua opinião e participação serão muito bem-vindas! A qualidade do Programa Educativo aplicado nas Seções, além da eficiência nos processos de gestão da organização escoteira, em seus diversos níveis, depende diretamente da adequada preparação dos adultos. O nosso trabalho voluntário rende mais e melhores frutos na medida em que nos capacitamos adequadamente para a tarefa. Portanto, investir na formação significa valorizar o próprio tempo que dedicamos voluntariamente ao escotismo. OBJETIVO DO NÍVEL AVANÇADO DIRIGENTE INSTITUCIONAL O objetivo do Nível Avançado é consolidar a qualificação do adulto para o pleno desempenho de todas as atribuições inerentes ao cargo que está exercendo como Dirigente Institucional. Tarefas Prévias A) Ler e discutir com seu Assessor Pessoal de Formação: 1. Apostila do Curso 2.Livro 250 milhões de Escoteiros 3.Livreto – Escotismo e Comunidade B) Vivências (escolher duas opções): - coordenar a execução de pelo menos um Plano de Grupo; - participar de um Fogo de Conselho/Flor Vermelha/ Lamparada; - ter participado de pelo menos dois módulos/ seminários/oficina/curso técnico - ter participado de pelo menos uma atividade de adultos, no nível distrital, regional ou nacional; - ter coordenado ou auxiliado em pelo menos uma Assembléia de Grupo; Além disso, o nosso compromisso com as crianças e jovens exige que estejamos permanentemente dispostos a adquirir novos conhecimentos, habilidades e atitudes, em coerência com a postura de educadores em aper feiçoamento constante. - ter participado de pelo menos três reuniões de Fórum de Dirigentes ou similar em seu distrito ou Região. Desejo que tenham ótimos e proveitosos momentos de formação, que aprendam e ensinem, que recebam e compartilhem. Sejam felizes! 1. Avaliar os resultados obtidos por meio da sua ação como dirigente institucional Sempre Alerta! ALESSANDRO GARCIA VIEIRA Diretor de Métodos Educativos União dos Escoteiros do Brasil Prática Supervisionada 2. Atualizar o Plano Pessoal de Formação 3. Aper feiçoar suas habilidades na coordenação do planejamento, execução e avaliação do Plano de Grupo 4. Produzir e executar: um projeto da IM; ou vídeos institucionais; ou algum produto similar Índice Unidade 1: Compromisso e valores .................................................................................................. 05 Unidade 2: Avaliando o projeto educativo ....................................................................................... 05 Unidade 3: Espiritualidade III ............................................................................................................. 06 Unidade 4: Avaliação da progressão pessoal do jovem ................................................................ 07 Unidade 5: Resistência a mudanças ................................................................................................ 08 Unidade 6: Integração do jovem com deficiências ......................................................................... 11 Unidade 7: Conselho de pais e mobilização de adultos ................................................................ 16 Unidade 8: O grupo escoteiro como unidade familiar ................................................................... 17 Unidade 9: Lei e Promessa ................................................................................................................ 20 Unidade 10: Cardápios de atividades (nutrição e balanceamento) ............................................. 22 Unidade 11: Da responsabilidade de escotistas e dirigentes institucionais decorrente de acidentes em atividades escoteiras ................................................................................................. 25 Unidade 12: Confecção de um plano de segurança para diversos tipos de atividades ........... 26 Unidade 13: Escotismo mundial e Gilwell Park .............................................................................. 31 Unidade 14: Motivação de adultos ................................................................................................... 38 Unidade 15: Criatividade e inovação ................................................................................................ 38 Unidade 16: Captação e manutenção de adultos .......................................................................... 39 Unidade 17: Administrando conflitos ................................................................................................ 42 Unidade 18: Perfil do adulto para atuar como escotista e como dirigente ................................ 45 Unidade 19: Palestra informativa ..................................................................................................... 46 5 Unidade 20: Plano de grupo (avaliando resultados) ...................................................................... 46 Unidade 21: Desenvolvendo projetos financeiros na comunidade .............................................. 47 Unidade 22: Liderança ........................................................................................................................ 48 Unidade 23: Comunicação ................................................................................................................. 49 Unidade 24: Como o adulto aprende ................................................................................................ 49 6 Unidade 1: Compromisso e valores Valores são normas, ou padrões sociais aceitos ou mantidos por indivíduos, classes ou sociedade. São princípios abstratos e genéricos de comportamento com os quais os membros de um grupo se sentem fortes, positiva e emocionalmente compromissados, e que fornecem um padrão para julgar atos e metas específicas. Sistema de valores é uma disposição hierárquica dos valores. As pessoas estão sujeitas a mais de um conjunto de valores ao mesmo tempo. Além dos valores pessoais existentes, temos os sistemas de valores dos grupos: No Movimento Escoteiro os valores são expressos na Promessa e Lei Escoteira: •Honra; •Lealdade; •Amor ao próximo; •Amizade; •Cortesia; •Atitudes ecológicas; •Disciplina; •Autocontrole; •Respeito à propriedade alheia; •famílias; •Coerência. •amigos; •comunidade; •igreja; •trabalho; •cidade; •estado; ou Avaliação de valores dos jovens O Chefe avalia, de forma contínua e informal, a evolução dos valores dos jovens. O aconselhamento é um instrumento de que o Chefe dispõe para influenciar na descoberta de verdadeiros valores do jovem. •nação. O exemplo do Chefe e sua fidelidade à Promessa Escoteira é seu instrumento mais valioso. Qualquer grupo, com alguma coesão, irá formar um sistema de valores. Avaliação de valores dos Escotistas Ocorrem conflitos quando dois grupos possuidores de sistemas de valores diferentes encontram-se frente a frente. Citamos, por exemplo, o choque entre os valores da família e os valores do grupo de amigos do jovem. A família pode dar valor à honestidade, trabalho árduo, responsabilidade e planejamento. O grupo de amigos, por sua vez, pode valorizar atitudes desinteressadas, “ir levando”, resolver as coisas à medida que aparecem e “levar vantagem em tudo”. O Método Escoteiro, mostra de forma clara que, para o desenvolvimento pessoal do jovem, é necessário o exemplo pessoal do adulto. Pouco se pode esperar de um Grupo ou Seção cujo Chefe não se identifique com os princípios do Movimento Escoteiro ou não dê um bom exemplo de comportamento. Unidade 2: Avaliando o Projeto Educativo O Escotismo está organizado em Ramos, que se distinguem por programas e atividades diferentes, dentro da mesma metodologia escoteira. A organização dos Ramos, nos distintos países, pode sofrer algumas diferenças. No Brasil, eles assim são adotados: a.Ramo Lobinho, para meninos e meninas de 7 a 10 anos, denominados lobinhos (meninos) ou lobinhas (meninas), b.Ramo Escoteiro, para rapazes e moças de 11 a 14 anos, denominados escoteiros (rapazes) e escoteiras (moças); 7 c.Ramo Sênior, para rapazes e moças de 15 a 17 anos, denominados seniores (rapazes) e guias (moças); e d.Ramo Pioneiro, para rapazes e moças de 18 a 21 anos (incompletos), denominados pioneiros (rapazes) e pioneiros (moças). Após a participação do jovem durante todo o ciclo como membro juvenil no Movimento Escoteiro, provocamos aqui aos adultos do Movimento no papel de educador uma reflexão: “Que homens e mulheres estamos oferecendo a sociedade?” No Projeto Educativo do Movimento Escoteiro diz que desejamos que os jovens que tenham sido escoteiros façam o melhor possível para ser: Um homem e uma mulher Reto de caráter, limpo de pensamento, autêntico em sua forma de agir, leal, digno de confiança. Um homem e uma mulher Capaz de tomar suas próprias decisões, respeitar o ser humano, a vida e o trabalho honrado; alegre, e capaz de partilhar sua alegria, leal ao seu país, mas construtor da paz, em harmonia com todos os povos. Um homem e uma mulher Líder a ser viço do próximo. Um homem e uma mulher Integrado ao desenvolvimento da sociedade, capaz de dirigir, de acatar leis, de participar, consciente de seus direitos, sem se descuidar dos seus deveres. Forte de caráter, criativo, espançoso, solidário, empreendedor. Um homem e uma mulher Amante da natureza, e capaz de respeitar sua integridade Um homem e uma mulher Guiado por valores espirituais, comprometido com o seu projeto de vida, em permanente busca de Deus e coerente com a sua fé. Capaz de encontrar seus próprios na sociedade e ser feliz. Fonte: parte do Texto foram extraídos do Projeto Educativo do Movimento Escoteiro e o documento POR. Unidade 3: Espiritualidade III O Projeto Educativo – a relação com Deus •Convidamos os jovens a ir além do mundo material, a orientar suas vidas por princípios espirituais e a seguir caminhando em busca de Deus, presente na existência de todos os dias, na criação, no próximo, na história. •Uma p essoa guiada por estes princípios reconhece, vive e compartilha o sentido transcendente de sua vida, sem posicionamentos sectários e sem fanatismo. •Convidamos os jovens a assumir a mensagem de sua fé, buscá-la e vivê-la na comunidade de sua confissão religiosa, compartilhando da fraternidade dos que se unem em torno de uma mesma religião e sendo fiéis a suas convicções, seus símbolos e suas celebrações. Quando não atingimos o propósito do Movimento Escoteiro totalmente? •Destacamos diante dos jovens a importância de integrar a fé à vida e à conduta, dela prestando testemunho em todos os seus atos. •Além disso, nós os convidamos a viver sua fé com alegria, sem nenhuma hostilidade para com aqueles que buscam, encontram ou vivem respostas diferentes diante de Deus, abrindo-se ao interesse, à compreensão e ao diálogo com todas as opções religiosas. 8 Pode acontecer que os Chefes se descuidem do desenvolvimento afetivo e espiritual quando: •A seção encontrou seu ritmo de vida; •O cativante treinamento conduz os jovens à conquista de etapas e especialidades; •A preparação/execução de atividades que envolvem desafios físicos e sociais ocupa a maior parte do tempo. As atividades físicas em contato com a natureza, com seus desafios, levam os jovens a aceitar surpreendentemente programas de privação. Eles dão provas de resistência que até espantam seus familiares. Este comportamento, frequentemente, leva os jovens a concluir que o estabelecimento de valores, o empenho para tê-los como objetivos de vida, está reser vado aos tipos franzinos, enquanto os tipos formidáveis conquistam os picos dos montes e colocam em suas mangas uma série de distintivos. Corremos ainda o risco de desenvolver uma mentalidade infantil que se fixa para toda a vida. A falta de espaço para meditação e reflexão impede o jovem de amadurecer. As programações de atividades que se concentram apenas em realizações e formidáveis proezas, todas muito alegres, podem negar ao jovem a possibilidade dele viver e de incorporar os valores que podem auxiliar na conquista dos verdadeiros objetivos que deve atingir. Os jovens crescem e não se decidem a assumir suas responsabilidades na sociedade, porque guardam de tal modo, em sua mente, recordações das aventuras escoteiras, que ficam com a impressão inevitável e o desejo inconsciente de que a vida é feita apenas para se divertir. Atividades que facilitam o desenvolvimento da espiritualidade De forma equilibrada com as demais potencialidades, a espiritualidade pode ser desenvolvida por meio das seguintes atividades: •cultos escoteiros planejados e executados pelos próprios jovens; •debates sobre espiritualidade; temas relacionados com a •palestras de especialistas; •ser viços e desenvolvimentos comunitários; •vigílias, autoanálises e reflexões; •depoimentos; •orações e canções; •boas ações; e •aplicação da Promessa e Lei Escoteira. Avaliação de valores dos jovens O Chefe avalia, de forma contínua e informal, a evolução dos valores dos jovens. O aconselhamento é um instrumento de que o Chefe dispõe para influenciar na descoberta de verdadeiros valores e da espiritualidade do jovem. O exemplo do Chefe e sua fidelidade à Promessa Escoteira é seu instrumento mais valioso. Encontramos jovens com os mais variados graus de envolvimento com uma vida espiritual. Alguns têm formação adquirida em suas famílias e frequentam regularmente ofícios religiosos. Em outros casos deparamos com jovens que não têm o hábito de participar de uma comunidade religiosa, frequentaram cultos até uma determinada idade (primeira comunhão ou confirmação), ou até mesmo nunca tiveram envolvimento com qualquer manifestação religiosa. Para cada caso é necessária uma abordagem diferente. Avaliação de valores dos Escotistas O Método Escoteiro, mostra de forma clara que, para o desenvolvimento pessoal do jovem, é necessário o exemplo pessoal do adulto. Pouco se pode esperar de um Grupo ou Seção cujo Chefe não se identifique com os princípios do Movimento Escoteiro ou não dê um bom exemplo de comportamento. Unidade 4: Avaliação da Progressão Pessoal do Jovem A avaliação está concluída quando o jovem e o escotista encarregado de seu acompanhamento chegam ao consenso. Para estabelecer este consenso, é conveniente que O jovem e o escotista responsável pelo seu acompanhamento tenham um encontro destinado apenas a determinar atividades que devam ser realizadas durante o Ciclo. Esta reunião é mais uma entre tantas ocasiões em que o escotista e o jovem se encontram, o que facilitará o estabelecimento de um clima descontraído. Com esta conversa estará se encerrando, para esse jovem, o processo de avaliação durante o Ciclo. Exemplificamos abaixo de que forma acontece esta negociação no Ramo Escoteiro. 9 Corte de Honra entrega distintivo, quando é o caso. Nesta conversa, o jovem expõe sua auto avaliação, que se nutriu com a opinião de seus companheiros de patrulha, indicando as atividades que considera haver realizado durante o Ciclo que está terminando. O escotista compartilha com o jovem a opinião que formou, esclarecendo que nela se agrupam as opiniões colhidas entre outros agentes avaliadores. Por exemplo, se durante o Ciclo de Programa que está encerrando, foram enfatizadas as atividades relacionadas com a prestação de ser viço ao próximo, uma atenção especial deverá ser concedida à avaliação das atividades sugeridas na área de desenvolvimento social. Além disto, o encontro ser virá para apoiar e animar o jovem em seu desenvolvimento, com o escotista apresentando ao jovem sugestões e correções destinadas a melhorar sua participação. A reunião ser virá, ainda, para avaliar a “permanência” das condutas antes alcançadas, isto é, constatar em conjunto quanto do progresso alcançado em Ciclos anteriores permaneceu ao longo do tempo. Durante o diálogo e mantendo-se fiel aos critérios fixados pela Corte de Honra o escotista chegam a um consenso . A opinião do escotista é importante, mas em nenhum caso deve prevalecer pela simples razão de ser a opinião de um escotista. Ao contrário, o escotista deve estar sempre pronto a rever seus pontos de vista, levando em conta que reforçará mais o comportamento do jovem negociando com ele suas percepções do que impondo suas opiniões. Contudo, existindo discrepância que a habilidade de negociação do escotista não consiga eliminar, deve permanecer - sempre - a auto avaliação do jovem. É preferível que o jovem se exceda na apreciação de suas conquistas num determinado momento para ser confrontado com a realidade no futuro, a ele se impor o ponto de vista do escotista . Se, em virtude das conquistas alcançadas o jovem estiver em condições de ingressar na etapa de progressão subsequente, o escotista apresentará a este feito Corte de Honra, que entregará o novo Distintivo de Progressão e o jovem passará a mirar um conjunto de atividades mais adequado àquela nova fase Fonte: Texto adaptado do Manual do Escotista – Ramo Escoteiro Unidade 5: Resistência a mudanças Como lidar com a sua resistência à mudança Autor: Joacir Martinelli Resistência à mudança é algo absolutamente normal e esperado em TODOS os seres humanos. Esta resistência se manifesta de diversas maneiras, que vai desde a ansiedade, o descontentamento frente às novas situações, até mesmo à sabotagem das mesmas. O importante é aprendermos a lidar melhor com nossas resistências. Uma coisa que ajuda é entender porque resistimos. Existem 03 motivos principais pelos quais os seres humanos resistem às mudanças: 10 1. Economia de energia: somos uma “máquina” programada para sobreviver. Sobreviver significa, entre outras coisas, não desperdiçar energia. Nosso organismo, para economizar energia, busca fazer sempre as mesmas coisas, pois assim “automatizamos”. Por exemplo: quando estamos aprendendo uma coisa nova, como dirigir um carro, precisamos gastar muita energia, pois é necessário muito treino, muita atenção, pensar em tudo o que é preciso fazer... Depois que já dirigimos inúmeras vezes, esta ação passa a ser automática: dirigimos sem ter que pensar em como mudar uma marcha etc. Neste momento, estamos economizando energia. Assim, o organismo tende a não mudar, pois mudar é o mesmo que aprender coisas novas: gastar mais energia... Saída: lembrar que o gasto de energia inicial logo cessará, pois logo aquilo que é novo já estará “automático” no nosso comportamento. Pensar que o esforço inicial trará benefícios! 2. Medo do novo: parece que todos os animais têm um “instinto” de se evitar o novo, pois, por este ser desconhecido, poderá ser ameaçador. O problema é que, dentro das organizações, ficar apenas no conhecido é que é, de fato, ameaça! Já que o mundo exige constantes mudanças, por conseguinte, das pessoas. Saída: buscar transformar o “desconhecido” em “conhecido”. Como: buscar descobrir o que irá acontecer; planejar a mudança, de forma a “antever” como esta será. Há um cuidado fundamental neste aspecto: buscar saber o que irá acontecer não é o mesmo que escutar boatos. Durante processos de mudança, é muito comum os envolvidos, por estarem ansiosos com o desconhecido, começarem a “prever” o que irá acontecer. Assim, se levanta “palpites” que, daí a pouco, se transformam em “realidades” para quem escuta. As conversas informais “de corredor” são capazes de inventar “monstros” sobre a mudança que desafiam qualquer lógica, mas que são adotados por aqueles que não suportam o desconhecido. 3. Sentimento de perda: não há mudança que não nos force a abrir mão de algumas coisas: para eu ser promovido à gerente, terei que deixar de fazer atividades operacionais que me davam prazer... para eu comprar um carro novo, terei que me desfazer do antigo, no qual passei por momentos importantes e felizes... O ser humano não gosta de perder nada, ainda que esta perda lhe traga coisas melhores. Muitas vezes, quando precisamos mudar uma sistemática de trabalho, ou uma cultura da empresa, existe um sentimento (ainda que inconsciente) de que tudo o que eu construí ate aquele momento está sendo “jogado fora”. Competências. Existe também um conjunto adicional para a Modalidade do Mar e do Ar. Avaliar o desenvolvimento não significa apenas verificar se o jovem executou as atividades propostas. Significa avaliar se as atividades sugeridas e realizadas cumpriram seu papel, que é o de facilitar a incorporação dos conhecimentos, habilidades e condutas expressas nos Objetivos Educativos. Se isto não aconteceu, uma atividade pode ser substituída ou então, novas atividades devem ser propostas, até que o objetivo educacional tenha sido alcançado. Deve-se ter em mente, quando outras atividades são incorporadas ou algumas atividades substituídas, que isto acontece no intuito de oferecermos ao jovem a possibilidade de, efetivamente, atingir um objetivo educacional. Um jovem cadeirante tem objetivos físicos a cumprir, que, obviamente, são diferentes do objetivo de um jovem que caminha normalmente. Também é preciso considerar que os jovens têm atividades diversas as que realizam num Grupo Escoteiro. Elas, necessariamente, têm de estar sob o escopo da avaliação de Progressão. Fonte: Texto extraído do Manual do Escotista do Ramo Sênior. Plano Pessoal de Formação O Plano Pessoal de Formação deve incluir: Saída: fica mais fácil lidar com este sentimento quando conseguimos pensar em tudo aquilo que iremos perder com a mudança e, a partir daí, pensar nos ganhos que a mudança trará. Para suportarmos esta fase, é importante estar o tempo todo mentalizando os ganhos. Fonte: w w w.institutojetro.com Programa educativo Avaliação de Conquistas de Competências com Indicadores Para os jovens caminharem facilmente em direção a essas competência, e para que os escotistas tenham parâmetros na avaliação do que os jovens conquistaram, para cada uma dessas competências foram propostas atividades. Essas atividades são os indicadores de aquisição das Competências. O conhecimento destas competências é extremamente relevante para os escotistas, mas não é apresentado de forma explicita para os jovens. Por isso, no guia do jovem, as atividades serão descartadas, enquanto as competências serão mostradas apenas como um texto inspiracional a cada capítulo mas sem ênfase maior. Cada grupo de atividades recebe um número que o relaciona com as 1. metas realistas que se alinhem com os propósitos do Escotismo; 2. metas explícitas para dar direção aos esforços individuais; 3. o contínuo desenvolvimento de habilidades para satisfazer as necessidades da instituição e facilitar a mobilidade dos adultos voluntários dentro do Movimento Escoteiro; 4. retorno com regularidade para os adultos voluntários; 5. oportunidades de desenvolvimento pessoal e o reconhecimento de conquistas pessoais. A avaliação de desempenho deve ser baseada no Plano Pessoal de Formação, considerar a descrição do cargo e o conjunto de objetivos necessários para desempenhá-lo. O desempenho pode ser afetado por fatores pessoais, tais como: •compreender o cargo e a responsabilidade por tarefas específicas; •competência; •comprometimento; 11 •questões pessoais (por familiares ou financeiras). exemplo: preocupações •Fatores institucionais podem incluir: •cooperação com outros órgãos e níveis na organização; 1. promover um retorno construtivo de seu APF em resposta à autoavaliação do dirigente/escotista no seu desempenho frente às tarefas assumidas, conquistas e necessidades; •sistema de distribuição de materiais do Programa de Jovens; 2. identificar e discutir meios para superar fatores que dificultaram o seu •oportunidade de formação e apoio. desempenho e sua satisfação; •qualidade do Programa de Jovens e dos recursos materiais; A avaliação de desempenho tem quatro componentes: 1. revisão pessoal; 2. revisão do desenvolvimento; 3. avaliação das conquistas; 4. administração de problemas de desempenho. A avaliação de desempenho deve ser implantada somente por pessoas que receberam adequada capacitação para sua aplicação. Os objetivos dessa capacitação são para: •entender os objetivos e os princípios da avaliação de desempenho e de que forma os quatros componentes são integrados; •desenvolver a compreensão da descrição do cargo, a análise do per fil desejado do cargo, do Acordo de Trabalho Voluntário e do Plano Pessoal de Formação como elementos essenciais que apoiarão a avaliação de desempenho; •prover as habilidades necessárias para realizar cada um dos quatro componentes da avaliação de desempenho. Avaliação de desempenho pessoal O objetivo da avaliação de desempenho é dar aos indivíduos uma oportunidade de avaliar seu próprio desempenho, além de oportunizar o retorno dessa avaliação com o seu APF. A avaliação deve considerar: •desempenho assessorado nas atividades; •resultados obtidos; •metas atingidas. Essa avaliação pode levar a modificações no Acordo de Trabalho Voluntário e no Plano Pessoal de Formação, visando a ampliar o desempenho futuro do assessorado e sua satisfação no desempenho das atividades. É uma oportunidade para discutir dificuldades detectadas no desempenho das tarefas. 12 Objetivos da Avaliação de Desempenho: 3. promover um senso de comprometimento e de responsabilidade pessoal pelo desempenho das atividades e na participação em um ciclo de formação no Movimento Escoteiro. Procedimentos: 1. iniciar a avaliação com o seu APF; 2. fazer a autoavaliação, comparando os resultados obtidos com os parâmetros que foram acordados anteriormente, considerando os resultados de desempenho, as conquistas e o potencial; 3. discutir a autoavaliação com o APF; 4. estabelecer de comum acordo um plano de ação. A avaliação pessoal é voluntária e pode ocorrer a qualquer momento. Reavaliar regularmente resulta em melhores benefícios e resultados. O primeiro passo propicia aos dirigentes/escotistas reverem seu desempenho, resultados e conquistas e identificarem fatores que podem contribuir ou não para atingir seu pleno potencial de desempenho. O segundo passo é revisar e discutir a avaliação com o APF para promover uma avaliação construtiva. A discussão deve identificar eventuais mudanças que possam ser benéficas para o indivíduo e para a organização. O terceiro passo é desenvolver um plano de ação que ajude o indivíduo a atingir o seu potencial e aumentar a satisfação no desempenho das atividades, ao mesmo tempo em que beneficia a organização. O que contribuiu de forma positiva para o desempenho esperado? O que não contribuiu? Como classificar os resultados do meu desempenho em termos de: a) qualidade; b) quantidade; c) tempo utilizado. Quais competências serão necessárias adquirir para um desempenho melhor e/ou para obter uma maior satisfação no desempenho da função? O que necessito mudar para atingir melhor meu potencial, c considerando: a) a organização das tarefas; b) a disponibilidade de recursos ou materiais, ambiente de trabalho e equipamentos; c) relacionamento com outros escotistas/dirigentes ou grupos; d) o sistema de trabalho ou o método de fazer as coisas? Quanto me sinto satisfeito com o meu trabalho e com o meu envolvimento no Escotismo? Como eu me vejo realizando atividades futuras? com o desenvolvimento de longo prazo e planos futuros do dirigente/escotista; Revisão do plano pessoal de formação 4. priorizar as necessidades de desenvolvimento e capacitação, considerando os requisitos imediatos de desempenho e as aspirações em longo prazo; A revisão do Plano Pessoal de Formação deve ser feita por todos os dirigentes/escotistas. O término do período do Acordo de Trabalho Voluntário e, portanto, do Plano Pessoal de Formação, é uma oportunidade para essa revisão ser feita em conjunto com o seu APF. Através da revisão do Plano Pessoal de Formação, os dirigentes/escotistas têm a oportunidade de discutir seu plano para o futuro com o APF e identificar conhecimentos e habilidades necessárias para atingi-lo. A revisão deve tentar satisfazer tanto as necessidades de desenvolvimento pessoal e planos futuros, quanto às necessidades da organização, para manter a disponibilidade das competências necessárias e atingir os objetivos de longo prazo. 3. identificar as atuais competências dos dirigentes/ escotistas e compará-las com as competências necessárias para fixar as necessidades de desenvolvimento e formação; 5. desenvolver, revisar e avaliar os planos desenvolvimento e o Plano Pessoal de Formação; de Uma vez que a pessoa foi nomeada e está atuando num cargo, a revisão pode ser feita pelo menos uma vez por ano, ou a qualquer momento, seja pelas necessidades da pessoa, ou pelas demandas da instituição. A revisão deve estabelecer as competências atuais dos dirigentes/escotistas, tanto aquelas necessárias para o desempenho da função, como as lacuna ou necessidades de competências. •assegurar o desenvolvimento contínuo de todos os dirigentes/escotistas para utilizar plenamente seu potencial e otimizar as oportunidades para desenvolver planos futuros; A necessidade de formação deve ser priorizada. Podem ser utilizadas as iniciativas de formação tanto internas quanto externas à instituição, convertendose em uma oportunidade para os dirigentes/escotistas atingirem as suas aspirações na vida profissional e dentro do Escotismo. O resultado desse processo deve constar no Plano Pessoal de Formação. •manter um banco de competências necessárias para atingir a missão e o plano estratégico da instituição de modo estruturado. O desenvolvimento de competências que são relevantes para a atual função do dirigente/escotista deve receber prioridade no Plano Pessoal de Formação. Objetivos da revisão do Plano Pessoal de Formação: Procedimentos: Fonte: Manual do Assessor Pessoal de Formação 1. estabelecer competências necessárias para o cargo; 2. identificar competências necessárias relacionadas Unidade 6: Integração dos Jovens com deficiências – Escotismo para Todos Um olhar para inclusão Por: Claudia Grabois Dischon A diversidade está presente nas nossas vidas a partir do momento do nosso nascimento. Nunca vimos o rosto de nossos pais, mesmo assim a partir do momento que nos sentimos aceitos e amados neste novo mundo pósuterino ficamos mais aptos para enfrentarmos a nova realidade, um mundo a ser descoberto e construído. Assim nós crescemos descobrindo e convivendo com o novo até que um dia nos deparamos com as rupturas impostas pelo preconceito, que é filho do medo, às vezes com tanto poder em nossas vidas. Ficamos então com uma grande vontade de banir tudo o que é diferente e passamos anos tentando nos restringir a uma zona de conforto imaginária, que na melhor das hipóteses adiará este encontro fantástico com a diversidade, com pessoas diferentes, em lugares diferentes, de uma maneira talvez um pouco diferente daquela para a qual fomos programados. Inclusão é uma palavra rica, que envolve compreensão, um novo olhar para o outro, e sobre tudo, um novo olhar para nós mesmos. Inclusão não significa assimilação, não 13 há na inclusão uma perda de valores éticos , religiosos e culturais, pelo contrário, é um adicional ao legado dos nossos pais, é uma soma de culturas com total respeito à diversidade, é na verdade quando temos a chance de encararmos nossos valores e nossa moralidade de frente. Existem pessoas com deficiências aparentes, sejam elas motoras, físicas ou mentais, estas deficiências estão expostas, as outras pessoas que não se enquadram neste quadro são aquelas com deficiências ocultas em maior ou menor grau. O convite para que venham participar da nossa festa pode ser feito agora, pois todos cabem neste contexto inclusivo de iguais diferentes. Toda vida é sagrada e a inclusão é escolha pela vida, a aceitação de nós mesmos e precisamos estar presentes nesta celebração inclusiva, de convivência entre diferentes. A partir do momento que nos aceitamos como seres humanos, pessoas que vencem, que falham, que acertam que erram, que também convivem com suas própria limitações, ficamos mais aptos a aceitar quem aparentemente não é como nós. Todos nós temos a centelha divina, somos todos abençoados, há sempre mais uma benção a ser dada e bênçãos são inclusivas. Mesmo que muitas vezes nos pareça difícil, pois são tantos os nossos questionamentos, toda vida é uma dádiva, toda vida é um grande acontecimento. A inclusão é a igualdade pela aceitação da diversidade, é o caminho da paz social e o caminho da paz no mundo, por mais difícil que está ideia nos pareça. É o desenvolvimento de uma nova ordem, não é na verdade uma ideia radical, mas, como já disse, uma escolha pela vida, onde os pais de homossexuais poderão conviver naturalmente com seus filhos, onde uma pessoa em cadeira de rodas terá acesso aos ambientes, pessoas com deficiência mental serão respeitadas ,os cegos e surdos estarão integrados , enfim, a diversidade fará parte do nosso cotidiano. A inclusão sempre nos fará pensar no mundo em que vivemos e em como desejamos que seja este mundo,para nós,nossos filhos e nossos netos.É o reconhecimento de que todos fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, e somos todos capazes de amar e amor é a chave para inclusão. Somos inclusivos, quando acreditamos que quem não pensa como nós e não tem a nossa crença é merecedor do mesmo respeito de que nós nos consideramos dignos, somos também inclusivos quando acreditamos que quem pensa como nós mas não tem exatamente a nossa aparência é merecedor deste mesmo respeito, somos também inclusivos quando acreditamos que aqueles que não tem a mesma opção sexual são também merecedores deste respeito. 14 Estamos mais próximos da inclusão quando encaramos a velhice de frente, quando encaramos as doenças, quando encaramos nossa auto rejeição, nosso medo da morte. Se ainda não estamos hoje, todos nós estaremos sujeitos a buscar a nossa própria inclusão, em algum momento de nossas vidas, mesmo que seja em retorno, como aquele que afastado de sua religião um dia ouve um chamado e iniciará o caminho de volta, talvez não seja tão fácil aprender as rezas, se relacionar com as pessoas, ainda estranhas, mas é preciso voltar, se incluir, se aproximar, compartilhar, fazer parte e acreditar. Inclusão é amor, é abraçar a vida, é crença no divino, é fé no potencial humano, é igualdade, diversidade, é compartilhar, discordar, é respeito pela diferença, é o caminho da paz, a busca da plenitude, exercício de tolerância, diminuição brusca da violência, diversidade na sala de aula, riqueza na nossa vida. Vamos começar nas nossas casas, na nossa comunidade e vamos sonhar juntos que este seja realmente o nosso sonho, o sonho de um mundo inclusivo, o sonho de um mundo melhor. Como chamar os que têm deficiência? Por: Romeu Kazumi Sassaki Em todas as épocas e localidades, a pergunta que não quer calar-se tem sido esta, com alguma variação: “Qual é o termo correto - portador de deficiência, pessoa portadora de deficiência ou portador de necessidades especiais?” Responder esta pergunta tão simples é simplesmente trabalhoso, por incrível que possa parecer. Comecemos por deixar bem claro que jamais houve ou haverá um único termo correto, válido definitivamente em todos os tempos e espaços, ou seja, latitudinal e longitudinalmente. A razão disto reside no fato de que a cada época são utilizados termos cujo significado seja compatível com os valores vigentes em cada sociedade enquanto esta evolui em seu relacionamento com as pessoas que possuem este ou aquele tipo de deficiência. Os movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo os do Brasil, estão debatendo o nome pelo qual elas desejam ser chamadas. Mundialmente, já fecharam a questão: querem ser chamadas de “pessoas com deficiência” em todos os idiomas. E esse termo faz parte do texto da Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência, a ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 2005 ou 2006 e a ser promulgada posteriormente através de lei nacional de todos os Países-Membros. Eis os princípios básicos para os movimentos terem chegarem a esse nome: 1. Não esconder ou camuflar a deficiência; 2. Não aceitar o consolo da falsa ideia de que todo mundo tem deficiência; 3. Mostrar com dignidade a realidade da deficiência; 4. Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência; 5. Combater neologismos que tentam diluir as diferenças, tais como “pessoas com capacidades especiais”, “pessoas com eficiências diferentes”, “pessoas com habilidades diferenciadas”, “pessoas deficientes”, “pessoas especiais”, “é desnecessário discutir a questão das deficiências porque todos nós somos imper feitos”, “não se preocupem, agiremos como avestruzes com a cabeça dentro da areia” (i.é, “aceitaremos vocês sem olhar para as suas deficiências”); 6. Defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais pessoas em termos de direitos e dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência atendendo às diferenças individuais e necessidades especiais, que não devem ser ignoradas; 7. Identificar nas diferenças todos os direitos que lhes são pertinentes e a partir daí encontrar medidas específicas para o Estado e a sociedade diminuírem ou eliminarem as “restrições de participação” (dificuldades ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico contra as pessoas com deficiência). Conclusão A tendência é no sentido de parar de dizer ou escrever a palavra “portadora” (como substantivo e como adjetivo). A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar” como o substantivo ou o adjetivo “portadora” não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa. Por exemplo, não dizemos e nem escrevemos que uma certa pessoa porta olhos verdes ou pele morena. Uma pessoa só porta algo que ela possa não portar, deliberada ou casualmente. Por exemplo, uma pessoa pode portar um guarda-chuva se houver necessidade e deixá-lo em algum lugar por esquecimento ou por assim decidir. Não se pode fazer isto com uma deficiência, é claro. A quase totalidade dos documentos, a seguir mencionados, foi escrita e aprovada por organizações de pessoas com deficiência que, no atual debate sobre a Convenção da ONU a ser aprovada em 2003, estão chegando ao consenso quanto a adotar a expressão “pessoas com deficiência” em todas as suas manifestações orais ou escritas. Escotismo e inclusão Texto de MARILUCE GOMES N. MAIA PEREIRA - UEB-SP O Escotismo, maior movimento de educação nãoformal para crianças e jovens de todo o mundo, desde sua fundação, tem recebido pessoas com deficiência em suas fileiras, ainda que esporadicamente, fruto de iniciativas isoladas de Grupos Escoteiros ou de umas poucas organizações escoteiras nacionais. A Conferência Mundial do Movimento Escoteiro de 1988 tomou importantes decisões sobre a prática do Escotismo por deficientes físicos, defendendo a opinião de que todos os líderes no Movimento têm responsabilidade de promover o Escotismo para pessoas com deficiência; recomendando a todas as organizações escoteiras nacionais a rever seus programas, a fim de satisfazer às necessidades de todos os jovens, a despeito das deficiências que possam ter; encorajando fortemente a todas as organizações escoteiras nacionais que garantam a existência de uma pessoa com influência na Equipe Nacional de Programa responsável especificamente por promover o Escotismo para deficientes; e instando as Organizações Escoteiras Nacionais a que disponibilizem recursos suficientes para a promoção efetiva do Escotismo com deficientes. Os jovens devem ser os principais agentes de seu próprio desenvolvimento, mesmo aqueles com incapacidades, e o Movimento Escoteiro deve oferecerlhes – assim como faz aos demais jovens – plenas oportunidades para envolvimento e participação. Embora o conceito e a prática universal da inclusão sejam muito recentes, os mesmos já eram preconizados pelo Movimento Escoteiro, praticamente desde sua fundação. O fundador do Escotismo afirmava que “queremos especialmente ajudar o mais fraco a não sentir suas fraquezas, e a ganhar esperança e força”. Já em 1919, em seu livro “Aids to Scoutmastership”, Baden-Powell afirma: “Por toda parte no Escotismo há inúmeros meninos aleijados, surdo-mudos e cegos que agora estão ganhando mais saúde, alegria e esperança do que tinham antes. Baden-Powell percebeu que algumas adaptações se faziam necessárias:” A maioria desses meninos não é capaz de passar nas provas escoteiras normais, sendo supridos com provas especiais ou alternativas”. Além disso, em consonância com a orientação dos nossos dias (isto é, 80 a 90 anos a sua frente), ele adverte que devese evitar a superproteção ou paternalismo: “O que é admirável nesses meninos é sua alegria e entusiasmo para fazer tudo o que lhes for possível no Escotismo. Eles não querem provas e tratamento mais especiais do que o estritamente necessário.” Seguindo o mesmo princípio, ele enfatiza a regra geral da educação: ajudá15 los a tornarem-se autônomos o máximo possível e a adquirirem auto-estima: “O Escotismo os ajuda unindoos à uma fraternidade mundial, dando-lhes algo que fazer e pelo que esperar, oferecendo-lhes uma oportunidade de provar a si mesmos e aos outros que eles podem fazer coisas por si mesmos – e coisas difíceis também” Integração x inclusão Dicas para Conviver e Apoiar Pessoas com Deficiência Fonte: http://w w w2.camara.gov.br O Movimento Escoteiro mundial adere à idéia da inclusão da pessoa com deficiência, e não da simples integração da mesma. Cabendo, portanto, diferenciar os termos integração e inclusão, de modo que, um entendimento claro do conceito inclusão, venha evitar erros na implantação e operacionalização do Escotismo para Todos no Brasil. Apresentamos a seguir algumas orientações que as pessoas podem seguir nos seus contatos com as pessoas com deficiência. Não são regras, mas esclarecimentos resultantes da experiência de diferentes pessoas que atuam na área e que apontam para as especificidades dos diferentes tipos de deficiências. Não se trata de uma mera troca de verbos, mas de novo olhar sobre a pessoa com deficiência como sendo alguém que se insere no “nós”, no “todos”. Como chamar: Quando atingirmos esse progresso, esse grau de desenvolvimento humano, essa naturalidade diante da diversidade, o preconceito e a segregação serão uma realidade muito distante. Quando o objetivo da verdadeira inclusão houver ocorrido, o fato de uma pessoa sofrer um acidente e transformar-se num portador de deficiência significará apenas que suas aptidões mudaram e que ela deve adequar-se a uma nova condição de vida, também repleta de oportunidades. Tanto a integração quanto a inclusão, constituem formas de inserção social das pessoas com deficiência. Com o diferencial de que, na prática da integração – definida mais claramente nas décadas de 60 e 70 – era baseada no “modelo médico”, visando modificar (habilitar, reabilitar, educar) a pessoa com deficiência, para torná-la apta a satisfazer os padrões aceitos no meio social (familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental). Já a prática da inclusão, que se inicia na década de 80 e se consolida nos anos 90, vem seguindo o “modelo social”, segundo o qual a nossa tarefa é modificar a sociedade para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que, uma vez incluídas nessa sociedade em modificação, poderão ser atendidas em suas necessidades comuns e/ou especiais. Assim: 16 “As necessidades de aprendizagem dos incapacitados exigem atenção social. São necessários passos para se oferecer igualdade de acesso à educação a todas as categorias de pessoas incapacitadas como parte integral do sistema educacional”. •Prefira usar o termo hoje mundialmente aceito: “pessoa com deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual)”, em vez de “portador de deficiência”, “pessoa com necessidades especiais” ou “portador de necessidades especiais”; •Os termos ”cego” e “surdo” podem ser utilizados; •Jamais utilizar termos pejorativos ou depreciativos como “deficiente”, “aleijado”, “inválido”, “mongol”, “excepcional”, “retardado”, “incapaz”, “defeituoso” etc. Pessoas com deficiência física •É importante perceber que para uma pessoa sentada é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível. •A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Apoiar-se na cadeira de rodas é tão desagradável como fazê-lo numa cadeira comum onde uma pessoa está sentada. •Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater naqueles que caminham à frente. Se parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa. Integração: inserção da pessoa deficiente devidamente preparada para conviver na sociedade. •Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa com deficiência. Inclusão: modificação da sociedade como prérequisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania. •Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve proceder. As pessoas têm suas técnicas individuais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até atrapalhar. Outras vezes, o auxílio é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada. •Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça-se imediatamente para auxiliá-la. Mas nunca aja sem antes perguntar se e como deve ajudá-la. •Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física. •Não se acanhe em usar termos como “andar” e “correr”. As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras. Pessoas com deficiência visual •É bom saber que nem sempre as pessoas com deficiência visual precisam de ajuda. Se encontrar alguém que pareça estar em dificuldades, identifiquese, faça-a perceber que você está falando com ela e ofereça seu auxílio. •Nunca ajude sem perguntar como fazê-lo. Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você. •É sempre bom avisar, antecipadamente, sobre a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e outros obstáculos durante o trajeto. •Ao explicar direções, seja o mais claro e específico possível; de preferência, indique as distâncias em metros (“uns vinte metros à nossa frente”, por exemplo). Quando for afastar-se, avise sempre. •Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que ela tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal. •Não se deve brincar com um cão-guia, pois ele tem a responsabilidade de guiar o dono que não enxerga e não deve ser distraído dessa função. •As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração dispensados às demais pessoas. No convívio social ou profissional, não as exclua das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar. •Fique à vontade para usar palavras como “veja” e “olhe”, pois as pessoas com deficiência visual as empregam com naturalidade. Pessoas com paralisia cerebral •A paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controles dos músculos do corpo. A pessoa com paralisia cerebral não é uma criança, nem é portador de doença grave ou contagiosa. •Trate a pessoa com paralisia cerebral com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas. •Quando encontrar uma pessoa com paralisia cerebral, lembre-se que ela tem necessidades específicas, por causa de suas diferenças individuais, e pode ter dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços e apresentar expressões estranhas no rosto. •Não se intimide, trate-a com naturalidade e respeite o seu ritmo, porque em geral essas pessoas são mais lentas. Tenha paciência ao ouvi-la, pois a maioria tem dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiência intelectual. Pessoas com deficiência auditiva •Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Algumas fazem a leitura labial, outras não. •Ao falar com uma pessoa surda, acene para ela ou toque levemente em seu braço, para que ela volte sua atenção para você. Posicione-se de frente para ela, deixando a boca visível de forma a possibilitar a leitura labial. Evite fazer gestos bruscos ou segurar objetos em frente à boca. Fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas sem exagero. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar. •Ao falar com uma pessoa surda, procure não ficar contra a luz, e sim num lugar iluminado. •Seja expressivo, pois as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, e as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo são excelentes indicações do que você quer dizer. •Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual. Se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. •Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está 17 dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, elas não se incomodam em repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessário, comunique-se por meio de bilhetes. O importante é se comunicar. •Mesmo que pessoa surda esteja acompanhada de um intérprete, dirija-se a ela, e não ao intérprete. •Algumas pessoas surdas preferem a comunicação escrita, outras usam língua de sinais e outras ainda preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Você pode tentar se comunicar usando perguntas cujas respostas sejam sim ou não. Se possível, ajude a pessoa surda a encontrar a palavra certa, de forma que ela não precise de tanto esforço para transmitir sua mensagem. Não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa. Pessoas com deficiência intelectual •Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual. •Trate-a com respeito e consideração. Se for uma criança, trate-a como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente, e se for uma pessoa adulta, trate-a como tal. •Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer pessoa. •Dê-lhe atenção, converse e verá como pode ser divertido. Seja natural, diga palavras amistosas. •Não superproteja a pessoa com deficiência intelectual. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário. •Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais. Unidade 7: Conselho de Pais e Mobilização de Adultos O Estatuto da UEB diz: “O Conselho de Pais é o órgão de apoio familiar à educação escoteira, e se reúne periodicamente, pelo menos a cada semestre, para conhecer o relatório das atividades passadas, assistir as atividades escoteiras dos membros juvenis e participar do planejamento.“ Mas, como há cerca de 3 a 5 Ciclos de Programa num ano, é interessante realizar uma Reunião do “Conselho de Pais” por Ciclo É no Conselho de Pais da Seção que os Escotistas têm a oportunidade de entrar em contato direto com os pais ou responsáveis dos jovens da sua Seção. Na pauta deste Conselho devem constar os seguintes assuntos: •Atividades já realizadas e suas avaliações; •Calendário do próximo período de planejamento; •Participação dos planejamento; pais no próximo período de •Situação financeira da Tropa; •Projetos da Tropa; •Etc. Os Escotistas deverão criar mecanismos para incentivar a participação de todos os responsáveis 18 nos Conselho de Pais. Deverá ser encaminhado, com antecedência, um informativo contendo a pauta da reunião e a importância da participação dos mesmos na vida Escoteira dos jovens dos quais são responsáveis. Onde os pais podem ser aproveitados na seção Estando estabelecida a comunicação entre os escotistas da seção e os pais podemos citar alguns trabalhos que podem ser executados pelos pais da seção. •É importante colaborar nas atividades externas da Seção de seus filhos, seja contribuindo com o deslocamento dos escoteiros, seja com a ajuda para a elaboração e transporte dos equipamentos e refeições da tropa. Esta se constitui numa excelente oportunidade de conhecer um pouco mais os colegas de seu filho no Grupo Escoteiro. •Desejando contribuir mais com a Seção de seu filho, ou mesmo outra Seção do Grupo Escoteiro, o pai ou a mãe pode se oferecer para colaborar como Auxiliar Administrativo ou Auxiliar de Mobilização de Pais da Seção. Outra forma de ajudar seria colaborar como Instrutor e/ou Avaliador de Especialidades, que constituem numa ampla relação de habilidades a serem aprendidas e demonstradas pelos membros juvenis, em três níveis. •Também podem ajudar de forma mais efetiva a alguma Seção do Grupo Escoteiro, colaborando como Assistente de uma Seção, com a qual tenha mais afinidade pela faixa etária de seus integrantes. Pode ser realizado um estágio, em várias Seções, para escolher aquela que prefere. •Outra maneira de contribuir é colaborando em projetos que seção escoteira necessita, tais como levantamento de preços de materiais para acampar, ou campanhas de arrecadação de fundo as para promover acampamentos. •Quem aprecia mais a área administrativa, também pode ajudar à Diretoria de Grupo, contribuindo como Adjunto a algum dos Diretores do Grupo Escoteiro. Para o exercício dessa função também pode ser realizado um estágio experimental, negociado com o respectivo titular da função de Diretor. Verifique no Regulamento do Grupo Escoteiro ou pergunte a algum dos Diretores, quais são as funções que existem e quais necessitam mais de ajuda. Além de estabelecer um excelente círculo de amizades, como seus filhos encontrarão motivos para seu constante auto aper feiçoamento para contribuir com a formação de uma nova geração mais responsável e solidária. Como montar um conselho de pais Comunicar aos pais o horário, local e data do conselho, procurando sempre ter uma certa antecedência para que o pai se programe. •Certificar-se que todos estão cientes da reunião •Relembrar na semana da reunião que a mesma irá acontecer •Deixar preparada uma lista de participação para ser assinada pelos pais •Montar em conjunto com os escotistas da tropa com antecedência a pauta a ser discutida •Não divagar durante o conselho •Ser direto e sucinto nos tópicos abordados •Nomear um escotista para secretaria-lo durante a reunião •Não deixar a reunião muito comprida •Encaminhar a todos os pais um resumo dos assuntos discutidos e acordados. Caso haja necessidade de uma conversa sobre uma determinada criança/jovem sobre um assunto específico, recomenda-se que sejam tratado separado e após o Conselho, com seus respectivos pais. Orientações básicas para uma boa reunião: Para que sua reunião tenha sucesso, é necessário levar em conta estas três partes principais: Antes: escolha e arrumação do local, autorizações, pauta, avisos, sinalização, convites (aos interessados), material de apoio, recursos audiovisuais, bem-estar (água, café, sanitários, etc.); Durante: recepção dos convidados, apresentação das pessoas, integração, apoio no andamento da reunião, etc.; Depois: agradecimentos, arrumação do local, guarda dos materiais, etc. Fonte: Partes deste texto foram extraídos do material Escotistas em Ação! •Montar o ambiente onde a reunião ira acontecer com antecedência da mesma, porem no dia. Unidade 8: O Grupo Escoteiro como unidade familiar O Grupo Escoteiro é composto de membros de várias faixas etárias. Tal como na família, existem características diferentes: enquanto os jovens aprendem brincando, jogando e ser vindo. Os mais velhos transmitem sua experiência e viabilizam atividades. O Grupo Escoteiro deve oferecer aos jovens um plano contínuo, a fim de suprir suas necessidades físicas, mentais, intelectuais, sociais e espirituais. Estas necessidades variam conforme a idade dos jovens, e para atendê-las existem as Seções nas quais, de acordo com o desenvolvimento de cada um, vão sendo beneficiados através da progressividade do Método Escoteiro. Para que o Escotismo tenha a oportunidade de contribuir para formação do jovem, é importante que ele permaneça no Grupo vivenciando várias Seções. Todo Grupo Escoteiro deve empenhar-se para ter todas as 19 Seções. Embora sejam autônomas, deve haver sempre um relacionamento harmonioso, fraterno, cooperativo e respeitoso entre as Seções do Grupo Escoteiro para que haja progressividade na passagem do jovem pelo Movimento Escoteiro, e não ocorram evasões. Para isso, é indispensável que as Seções, embora funcionando independentes umas das outras, estimulem a vida em comum de toda a família escoteira, através de atividades de Grupo, além daquelas que são feitas por Seção, Patrulhas ou Equipes de Interesse, a fim de despertar nos jovens o prazer e a vontade de passarem para a seção seguinte, isso é importante, porque: e) Ajudar ao jovem a passar de uma seção para outra com facilidade e com aceitação, sem traumas, sem dúvidas, sem incertezas; f) Permitir que os Escotistas se dediquem, exclusivamente, à parte técnica do seu trabalho – Atender aos jovens; g) Propiciar ajuda de um maior número de pessoas, tanto na Diretoria quanto na Parte Técnica, através do desenvolvimento dos processos estabelecidos pelas Diretrizes Nacionais para Gestão de Recursos Adultos: CAPTAÇÃO, FORMAÇÃO E ACOMPANHAMENTO. Como os Pais participam da vida do Grupo Escoteiro a) O jovem começa a perceber o verdadeiro sentido da progressividade dentro do Movimento Escoteiro, fazendo com que ele sinta a importância de crescer em conhecimento e atitudes. b) A família se compromete mais com o processo educacional do Escotismo quando verifica o quanto o Movimento está contribuindo para a formação do seu filho. c) A integração entre os jovens e Escotistas de todas as Seções favorece as passagens de um ramo para outro. Os vínculos existentes entre as Seções devem ser sempre explorados para oferecer aos jovens um trabalho contínuo capaz de torná-los membros participativos e úteis em suas comunidades. O Movimento Escoteiro contribui quando: •O jovem vivencia várias seções. •Existe integração entre as seções. •A família se compromete com o processo educacional. A importância do grupo como unidade familiar reside em: a) Proporcionar uma formação contínua, do Lobinho ao Pioneiro; b) Assegurar que a formação seja progressiva e que os interesses dos jovens sejam atendidos, que cada um deles amplie continuamente seus conhecimentos e sua perspectiva de vida bem sucedida; c) Assegurar a vivência da Lei e Promessa Escoteira; d) Evitar que as Seções promovam atividades que não estão de acordo com os elementos do Programa de cada Ramo; 20 A participação dos pais é um fator de motivação e altamente gratificante para os filhos. Os pais devem estar presentes nos momentos significativos da vida escoteira do jovem, tais como: •Promessa •Entrega dos certificados das especialidades especiais •Passagem de um Ramo para outro •Etc O Grupo Escoteiro é administrado pelos voluntários que são eleitos nas Assembleias de Grupo para os cargos de Diretor Presidente, Diretor Financeiro e Diretor Administrativo, além dos Conselhos de Pais das Seções. Assim, receber bem e acolher a todos desde o momento da inscrição, faz com que se sintam importantes, úteis e queridos, facilitando o entrosamento e a cooperação. O trabalho com os pais deve ser constante. Não existe um Grupo Escoteiro sem pais, pois a tarefa de educar os filhos compete a eles. Assim, quando um pai procura um Grupo Escoteiro, significa que está interessado em que seu filho usufrua do complemento educacional oferecido pelo Movimento Escoteiro. Porém, é necessário deixar bem claro que a função do Escotismo é complementar a formação dos jovens não tendo a pretensão de substituir a escola, a orientação religiosa ou a figura dos pais ou responsáveis. Cabe, portanto, aos pais, a partir do momento que se associam a um Grupo Escoteiro, contribuir de todas as maneiras para que seus filhos possam participar das reuniões, acampamentos e outras atividades do Grupo, além de fornecer aos adultos que atuam nas seções, condições para que eles possam desempenhar suas funções beneficiando os jovens com essa complementação educacional. A participação dos pais, em atividades especiais com seus filhos, propiciam um melhor entendimento do Método Escoteiro e a integração da família. Esta participação, contudo, não deve se limitar apenas ao pagamento das mensalidades ou estar presentes em algumas atividades especiais, mas ser consolidada em oportunidades tais como organizar campanhas financeiras, preparar passeios para pais e filhos, festividades do Grupo, participar de Conselhos de Pais das seções, etc. A omissão dos pais no processo educacional que o Escotismo oferece, inviabiliza a existência do Grupo e o primeiro sintoma é a sobrecarga dos Chefes, em seguida a evasão. É muito difícil trabalhar com jovens cujos pais não participam ativamente da vida do Grupo. Os pais podem e devem participar como Escotistas ou Dirigentes Institucionais, mesmo quando não tiveram experiência prévia em Escotismo. A maioria dos Grupos, geralmente, tem um significativo percentual de pais participando em cargos de chefia ou como membro da diretoria. Os pais são os responsáveis pela existência do Grupo Escoteiro. Assim, é necessário que no relacionamento dos pais com o Grupo fique claro que seu filho terá direito de participar das atividades enquanto eles, pais, cumpriram esse compromisso. Isso deve ser dito com cortesia, porém com firmeza, na entrevista inicial, quando inscreverem os filhos no Grupo Escoteiro, pois é necessário que eles compreendam que o trabalho educacional do Movimento Escoteiro é revestido de muita seriedade e isso, irá repercutir, sem dúvida, na formação do caráter de seus filhos, como algo duradouro e valioso. É impossível aceitar trabalhar com jovens cujos pais não assumem o papel de responsáveis diretos e constantes pela educação dos próprios filhos. Quando uma família visita o Grupo Escoteiro com o propósito de tomar informações sobre o Movimento Escoteiro, um membro do Grupo, especialmente designado e treinado, realiza a primeira entrevista. As informações devem ser curtas e precisas e o entrevistador deve mostrar segurança e entusiasmo pelo Escotismo. Quando a nova família ingressa no Grupo são realizadas reuniões cujo objetivo é integrá-la no Grupo. Explica-se aos responsáveis o Propósito do Movimento Escoteiro, a estrutura e o Regulamento do Grupo, os direitos e deveres e os custos diretos e indiretos. O Chefe da Seção explica aos responsáveis o processo educacional do Movimento Escoteiro, suas responsabilidades e as dos jovens, a carga horária e os tipos de atividades. Integração dos Pais •Receber bem desde a primeira visita (informações sobre Escotismo e inscrição na lista de espera) •Promover uma Palestra Informativa sobre Escotismo e informar sobre os direitos e deveres por ocasião da admissão •Criar um ambiente agradável no Grupo para os pais Participação dos Pais •Convidar para as cerimônias dos filhos •Receber reclamações e sugestões •Esclarecer dúvidas e nunca deixar perguntas sem respostas •Incentivar visitas em atividades e acampamentos •Promover Conselho de Pais das Seções •Criar oportunidades de trabalho no Grupo. Pelo menos uma vez a cada semestre deverá ser realizado um Conselho de Pais da Seção, para atender aos seguintes objetivos: •Conhecer os Chefes que atuam com seus filhos. •Conhecer o processo educacional do Movimento Escoteiro. •Opinar sobre a programação da Seção, inclusive sobre os custos. •Apresentar dúvidas, reclamações e sugestões. •Programar atividades em conjunto para pais e filhos. •Assumir tarefas nas atividades da Seção. Os pais normalmente têm programações concorrentes para realizar fora do Escotismo no mesmo horário. Eles trocam estas atividades para ficar no Grupo desde que: •Seja valorizada sua presença •Existam tarefas específicas para serem feitas (cantina, secretaria, manutenção e construção da sede ou algum canto de patrulha) •Exista um local para que os pais possam se reunir e conversar (cantinho do tricô, roda de música, local para jogos) •Reunião ou palestras sobre um tema específico de seu interesse. A participação dos pais em acampamentos ou atividades escoteiras é muito útil. Eles podem realizar ser viços de apoio, transporte, distribuição ou preparo de alimentação, segurança, limpeza e outros ser viços. Na área técnica, eles podem participar como instrutores de especialidades e mesmo como assistentes. As participações em atividades e especialmente na área técnica devem ocorrer sob a coordenação da Chefia, após a avaliação das potencialidades e conveniência. 21 Porém, antes de levar pais para acampamentos, devemos estar atentos para os seguintes passos: •Definir com os pais, antes da atividade, como serão suas refeições e, principalmente, quais os limites em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. •Definir o alojamento. •Criar um ambiente que os pais possam ter atividades livres, que não inter firam com as atividades dos jovens no período em que não estiverem prestando ser viços. •Evitar inter ferências nas atividades dos jovens, exceto no caso de riscos de acidentes, por solicitação da Chefia ou em casos de emergência. Além disso, os Grupos podem coletar em um livro as sugestões dadas pelos pais sobre os mais variados temas e posteriormente envolvê-los na execução da sugestão. Temas que podem ser incluídos: •Organizações de festas. Este tipo de abordagem, normalmente, cria nos pais a expectativa de que alguma de suas sugestões poderá ser efetivada. Não aproveitar boas ideias ou não envolver a pessoa que sugeriu na execução, geralmente, causa desmotivação e afastamento. Atividades do Grupo As atividades do grupo têm os seguintes objetivos: •Promover o conhecimento mútuo de todos os membros do Grupo; •Promover o desenvolvimento do sentimento de unidade do entre os membros do Grupo; •Confraternização entre os membros do Grupo; •Atrair os pais para um convívio mais intenso e aproximálos do Grupo; •Identificar recursos humanos para Escotistas ou Dirigentes do Grupo; atuar como •Arrecadar fundos para o Grupo. •Construção e manutenção da sede. •Materiais disponíveis que podem ser aproveitados. •Comerciantes que possam fornecer descontos para determinadas mercadorias. As atividades do Grupo podem ser as mais diversas possíveis de acordo com as finalidades desejadas: técnicas, mistas, de lazer, de confraternização, etc. •Locais de acampamento, incluindo as características do local, croqui e nome dos proprietários. Os pais se comprometem com o Grupo quando: •Disponibilidade de transporte. •Indicação de pessoas de seu círculo de amizade que possam contribuir como Instrutores ou como Chefes. •Tipos de ser viço que os pais gostariam de realizar em benefício do Grupo •Atividades que os pais gostariam de realizar no Grupo Escoteiro durante as reuniões ou em outro horário, incluindo bivaques e acampamentos. •São bem recebidos e se sentem integrados como membros da família. •Recebem informações convincentes sobre o Movimento Escoteiro e confiam nos Chefes e Dirigentes. •Recebem tarefas que permitem sentirem-se úteis e queridos no Grupo Unidade 9: Lei e Promessa Valores contidos na Lei e na Promessa Escoteira Os valores Escoteiros são aqueles estabelecidos nos princípios do Movimento Escoteiro, e expressos na Lei e na Promessa Escoteira. Entre outros, temos: Amor ao Próximo, Amizade, Respeito à Natureza, Disciplina, Honestidade, Fraternidade, Lealdade, Responsabilidade, Religiosidade, Cortesia, Sinceridade, Autocontrole, Coerência e Dignidade de pensamentos, palavras e ações. 22 Não é um punhado arbitrário de regras a serem seguidas cegamente, mas sim um conjunto de valores reais que, incorporados à natureza dos jovens membros do Movimento, levarão ao seu desenvolvimento enquanto pessoas, de modo abrangente e equilibrado. Assim, ao final de sua permanência como beneficiário do Movimento, eles poderão se identificar com o per fil do Homem e da Mulher que pretendemos oferecer à sociedade. A respeito da Lei Escoteira, podemos relacionar os seguintes valores: •Responsabilidade - Ser responsável é ser digno de confiança, coerente, honrado; (1º Artigo da Lei) •Lealdade - Ser leal é ser fiel aos seus compromissos, sincero, franco e honesto; (2º Artigo da Lei) •Cortesia - Ser cortês é ser polido, bem-educado; (5º Artigo da Lei) •Sinceridade - Ser sincero é ser honesto, correto; (1º e 2º Artigos da Lei) •Autocontrole - Ter autocontrole é ter disciplina, autodomínio físico e psíquico; (7º Artigo da Lei) A Lei Escoteira é um código de conduta que se oferece aos jovens, para que eles escolham e orientem seu caminho na vida. É uma proposta, e não uma imposição. Uma proposta positiva, não arbitrária, escrita em uma linguagem próxima à dos jovens e respaldada em razões que nos convidam a adotá-la. Em um nível ideal, a Lei Escoteira estabelece os princípios que devem ser aceitos e subscritos, voluntariamente, por todo membro do Movimento. Há primeiro o princípio Espiritual: “Dever para com Deus”. Ele não está ligado a qualquer cultura ou filosofia e aplica-se, igualmente, a todas as expressões da dimensão espiritual do Homem, seu conceito de vida e sua necessidade de pensamentos mais absolutamente elevados. Os Escoteiros, sejam eles budistas ou cristãos, muçulmanos ou hindus, aceitam esta dimensão e encontram, no Movimento, meios para nutrir a fé, exprimir as crenças e prosseguirem em sua busca de valores espirituais. Há também um princípio social: “Dever para com os demais”. Este é a expressão da solidariedade, a nível local, nacional e internacional. Implícito neste princípio está um compromisso de ser vir aos demais por meio de ação concreta, participação no desenvolvimento e boa vontade em liderar e trabalhar conjuntamente. O terceiro é um princípio pessoal: “Dever para consigo”. Este é a responsabilidade de crescer. Cada indivíduo sendo o artesão do seu próprio desenvolvimento, a ele compete conduzir-se de maneira responsável, realizando seu potencial. A moderna psicologia tem como grande tema que, mesmo sob pressão, o indivíduo pode libertarse e viver seu destino – mas ninguém pode fazê-lo em seu lugar. Os Artigos da Lei Escoteira 1. O Escoteiro tem uma só palavra e sua Honra vale mais que sua própria vida – O Escoteiro é uma pessoa de confiança, isto é, seus atos e suas palavras são coerentes com sua vida interior. Ele é sincero, autêntico, franco. Para ser digno de confiança é preciso amar a verdade e ser fiel ao verdadeiro, é saber que mais vale uma tristeza autêntica do que uma falsa alegria. Um verdadeiro Escoteiro não troca sua Honra por dinheiro, sucesso, fama ou poder; 2. O Escoteiro é leal – Ser leal ou fiel é persistir em nossa fé naquilo que é importante, é crer ativamente na constância de nossos valores. Para os Escoteiros as coisas dignas de fidelidade se expressam na síntese de nossa Promessa: o amos à Deus, o ser viço ao país, sua terra e sua gente, e no esforço contínuo para viver os valores contidos na Lei Escoteira: a verdade, a solidariedade, a proteção à vida e à natureza, a alegria, a limpeza de coração 3. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação – Ser vir ao próximo é olhar com atenção e respeito para o ser humano, é descobrir e aceitar o outro tal como ele é, pondo-se livremente a ser viço dos demais para que cada um seja, dentro de sua própria dignidade, tudo aquilo que está chamado a ser. Ser vimos porque entendemos que, pelo ser viço, nos encontramos com o Homem, e assim nos aproximamos de Deus. 4. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros – Ser amigo é compartilhar com todos, é praticar o desprendimento, é abrir nossas vidas para que os outros tenham nela um espaço. Quem compartilha descobre que todos nós temos algo a dizer, que nós todos necessitamos de espaço para nos manifestarmos, que todos merecemos ser respeitados e apreciados. 5. O Escoteiro é cortês – É ser amável, é ser capaz de acolher e aceitar o outro porque só lhe deseja o bem, não simplesmente fazer gestos educados que se esgotam na aparência, é ser verdadeiramente gentil. 6. O Escoteiro é bom para os animais e as plantas – Ele respeita a vida pelo que ela realmente é e protege a natureza, tomando consciência da relação que existe entre o Homem e as demais espécies animais e vegetais. 7. O Escoteiro é obediente e disciplinado – Para o Escoteiro, ser obediente e disciplinado significa se organizar e não fazer nada pela metade. Quando se compromete, age de acordo com o compromisso assumido, porque sabe que foi assumido com pessoas que confiaram em sua palavra. Ele organiza sua vida porque valoriza o trabalho em equipe e entende que no 23 cumprimento dos compromissos assumidos entre todos reside o êxito de qualquer tarefa. 8. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades – A vida precisa ser enfrentada com alegria e boa disposição de espírito. A alegria de viver não impede que encaremos com seriedade nossas obrigações e relações. Alegria não é rir dos outros, é alegre quem ri com os demais e a todos convida a rir, compartilhando sua alegria. É ser otimista e enfrentar o que vier pela frente com humor e força de vontade, acreditando sempre no sucesso. 9. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio – Descobrindo nossas potencialidades podemos, por meio delas, inter vir na construção do mundo, contribuir com o máximo que formos capazes de fazer, de um modo criativo e consciente da diversidade das capacidades e expressões humanas. O Escoteiro valoriza o trabalho. Ser econômico não é ser avarento, é usufruir das coisas sem desperdício, é respeitar e valorizar o que se tem e o que não nos pertence. 10. O Escoteiro é limpo de corpo e alma – O Escoteiro tem integridade na alma, possui retidão de espírito. Pratica a bondade porque ela faz parte de si, é verdadeiro. Esse artigo nos convida a fazer um questionamento constante sobre o quanto de integridade existe em nossa alma, no que pensamos, dizemos e fazemos. O primeiro compromisso é com Deus, o jovem deve intensificar a relação de amizade com Ele e promete orientar sua vida pelo amor: Amor ao próximo, à sua família, a seus amigos, à Criação, a seu país. A presença de Deus é parte da relação pessoal que com Ele estabelece cada jovem, é um gesto do reconhecimento do vínculo que os une. O compromisso com a Pátria é ser vir à terra em que vivemos, é proteger a natureza, garantir a fertilidade do solo, manter puro o ar e limpa a água, eliminar o lixo, não contaminar e proteger o ambiente. É assumir um compromisso com a gente dessa terra, a justiça, como fundamento da paz, com os que mais sofrem, com os pobres e os marginalizados, os segregados e os excluídos. É respeitar a cultura da gente que vive nesta terra, amar a música, as tradições, os estilos culturais que fazem parte de nossa identidade. A boa ação que os jovens se propõe a fazer todos os dias é um convite para agir, a converter o compromisso em fatos concretos. A Promessa Escoteira “Prometo, p ela minha Honra, fazer o melhor possível para Cumprir meus deveres para com Deus e a Pátria, Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e Obedecer à Lei Escoteira” A Promessa Escoteira é o ato que oficializa a adesão do jovem aos princípios e aos valores do Movimento Escoteiro. A Lei está ligada, de maneira inseparável, à Promessa, que, de fato, dá validade, realidade e, até mesmo, efetividade a ela. Através da Promessa, o jovem compromete-se, sem compulsão, de livre e espontânea vontade. Como penhor desse comprometimento, ele cita sua Honra. Porém, ele se compromete, simplesmente, a fazer o melhor de si mesmo para cumprir seu compromisso. Esperar que ele nunca falte ao compromisso assumido seria esperar demais da natureza humana, mas promete sinceramente fazer tudo o que se espera dele. Unidade 10: Cardápios de atividades (Nutrição e balanceamento) Planejar Cardápios Antes de fazer o cardápio da sua próxima atividade é essencial que o escotista e sua patrulha/clã levem em consideração alguns fatores que influenciam diretamente na sua confecção. Embora possam existir algumas semelhanças, não dá para planejar um cardápio para um acampamento fixo e pretender utilizá-lo também em uma jornada ou acampamento volante, já que este tipo de atividade requer um cardápio diferenciado que leve em conta as suas peculiaridades. 24 Da mesma, não podemos crer que uma jornada realizada no verão por algumas praias deva ter o mesmo cardápio que uma travessia realizada no inverno na serra. Acampamentos Fixos X Jornadas Ao confeccionar um cardápio para uma jornada devemos ter em mente três pontos fundamentais: •Preparação simples e rápida das refeições (curto tempo de cozimento) •Conser vação dos alimentos •Relação peso x volume De fato, ao planejarmos o cardápio de um acampamento volante é preciso lembrar que os almoços, em geral, serão frios; isto é, a patrulha ou a tropa farão um lanche reforçado constituído basicamente de sanduiches, barra de cereais e frutas. Assim, no almoço não haverá o preparo de refeições quentes, o que economizará o combustível do fogareiro e diminuirá tempo de preparação da refeição e, consequentemente, o da parada para o almoço. Aliás, o lanche que vai substituir o almoço, pode começar literalmente assim que terminar o desjejum e prolongar-se até a hora do jantar. Isto é muito recomendável em caminhadas, atividades prolongadas e desgastantes que roubam calor ou consomem muita energia, sendo necessária uma contínua alimentação. Já o jantar deverá, preferencialmente, ser feito com apenas uma panela ou no máximo duas, o que exigirá refeições mais simples e fáceis de fazer, porém, não menos nutritivas. Por outro lado, é preciso lembrar que em uma jornada devemos procurar levar a menor quantidade possível de peso, já que todo o material será carregado exclusivamente por você. Nunca é demais advertir que uma mochila excessivamente pesada é capaz de acabar com o humor de qualquer pessoa e fazer da caminhada um suplício. Desta forma, a escolha do cardápio, dos alimentos e das embalagens é importantíssima para garantir uma boa nutrição da patrulha, mas também o bem estar dos seus membros. E neste ponto, não há do que reclamar. A indústria vem a cada dia melhorando as embalagens dos produtos, muitas vezes substituindo o vidro e os enlatados por plástico ou sachê que são infinitamente mais leves e fáceis de transportar. Um exemplo é o leite condensado que é um ótimo alimento para uma jornada já que tem uma grande quantidade de caloria, além de ser delicioso e poder ser usado para a confecção de sobremesas rápidas como brigadeiro ou beijinho de coco. Antigamente, este produto só estava disponível em embalagens enlatadas, hoje, porém, é muito fácil encontrá-lo em bisnagas. A maionese também é outro exemplo, antes era vendida apenas em vidros, atualmente, é possível comprá-la em sachês, fáceis de carregar. Outra forma de diminuir o peso das mochilas é preparar antecipadamente a bebida do café da manhã. Ainda em casa, você deve decidir o que irá beber em cada dia e preparar a mistura, colocando as porções individuais em saquinhos plásticos. Assim, se no primeiro dia você for beber leite com chocolate, é só preparar um saquinho contendo a mistura de 3 colheres de leite em pó com 1 ou 2 colheres de achocolatado e, na hora, só precisará acrescentar a água. Desta forma, cada membro da patrulha pode escolher o que vai tomar de manhã, já que cada um vai preparar antecipadamente a sua mistura. Aí vale usar a criatividade, você pode optar por capuccino, chocolate quente, leite com café solúvel, chá, etc. É óbvio que além da bebida você terá que levar pão, biscoito ou bolachas e seus acompanhantes, mas estes últimos serão calculados pela patrulha, ou então, por duplas ou trios, que costumam ser adotados para facilitar o planejamento e confecção do cardápio. Essa mesma técnica pode ser usada para levar alimentos para serem beliscados durante a caminhada, sem que seja necessário fazer uma parada. Como você gastará muitaenergia caminhando, será preciso repôla com alimentos calóricos. Aqui, teremos como opção diversos tipos de frutas secas (ex: nozes, castanhas, damasco seco, passas, ameixa seca, ...) e o amendoim, que além de não estragarem com facilidade, são leves e possuem grande quantidade de calorias. Agora, se o acampamento for fixo, o cardápio pode e deve - ser mais completo pois é possível acrescentar alguns itens valiosos, como legumes, carnes frescas e até, verduras. Caso o local da atividade ofereça geladeira, aproveite e planeje um cardápio bem variado e completo seguindo a pirâmide de alimentos apresentada. Se não houver refrigeração, utilize meios alternativos como o isopor, a bolsa térmica ou a geladeira feita no rio e concentre os alimentos perecíveis no primeiro e segundo dias da atividade. Clima X Alimentação Caso sua atividade seja realizada em local frio ou no inverno, lembre-se que as comidas quentes ajudam a manter a temperatura do corpo mais alta e fornecem uma sensação de conforto no café da manhã e, principalmente, à noite. Por isso, procure sempre planejar refeições quentes nestas refeições e abuse dos chás/chocolates quentes nas ceias. Todavia, se a atividade for um lugar quente ou durante o verão, o cardápio deverá ser mais leve. Tente acrescentar mais saladas e inclua um salpicão ou uma salada de macarrão, por exemplo. Para sobremesa, uma boa pedida é uma salada de frutas. As sopas, aqui, já não cairão tão bem. Pense, por exemplo, naquela jornada pelas praias realizada no verão... Vale mais a pena, apostar no purê de batata 25 desidratado que só precisa de um pouco de leite ou, então, numa farofa pronta. Com uma breve busca pelo mercado, você achará opções saborosas e diferentes do tradicional sopão. A seguir apresentamos duas sugestões de cardápio para atividades bem diferentes, um indicado para um acampamento fixo de verão (contando com geladeira para conser vação dos alimentos) e outro indicado para uma jornada na serra durante o inverno. Cardápio para uma Jornada na serra durante o inverno Café da manhã: Em casa Almoço: Lanche frio trazido de casa Lanche: Maçã e/ou barra de cereal ou biscoitos. 1º Dia Cardápio para um acampamento fixo de verão Ceia: Chocolate quente com rocambole ou bolo. Café da Manhã: Em casa Almoço: Lanche frio trazido de casa 1º Dia Café da manhã: Leite com café (mistura), pão com queijo e patê. Jantar: Arroz, purê de batata, carne moída, salada de alface com tomate e suco. Lanche: Barra de cereal ou chocolate Sobremesa: goiabada com queijo Café da Manhã: Leite com chocolate, pão com queijo e presunto e frutas. 2º Dia Almoço: Salpição de frango (frango desfi ado, er vilha, milho, passas, batata palha e maionese) e mate com limão (pode ser levado pronto em garrafas pet). 2º Dia Jantar: Macarrão à carbonara (feito com ovos, bacon e queijo ralado) e suco. Sobremesa: palha italiana. Jantar: Arroz, chuchu cozido, bife acebolado, salada de alface, pepino e tomate e suco. Sobremesa: palha italiana. Ceia: Chá com biscoitos. Café da manhã: Capuccino torradas com patê e geleia. Café da Manhã: Capuccino, panquecas com geleia e mel e frutas. Almoço: Sanduíche de pão árabe com salame, queijo prato ou provolone, cenoura ralada e cebola e suco em pó ou liofilizado. Sobremesa: bananada Sobremesa: banana passa 3º Dia Lanche: Mix de frutas secas: passas, damasco e banana passa. Jantar: Arroz de carreteiro (feito com carne seca, bacon e linguiça calabresa) Sobremesa: beijinho de coco. 4º Dia (mistura), Lanche: Doce de Leite em barra ou passas Almoço: Salada de macarrão com atum (macarrão parafuso, atum desfiado, ovos de codorna cozidos, cenoura ralada e maionese) e mate com limão. Jantar: Arroz, batatas coradas e filé de frango ao molho de mostarda e suco. Almoço: Sanduíches de pão preto com pasta de atum com maionese, beterraba ralada, milho e batata palha e suco em pó ou liofilizado. Sobremesa: pé de moleque Lanche: Mix de frutas secas: passas, damasco e banana passa. Sobremesa: salada de frutas 3º Dia Jantar: Caldo + ou – verde (batata, cenoura, 250g de linguiça Calabresa cortada fininha, cebola, alho, salsa desidratada, azeite) com torradas. Sobremesa: goiabada com queijo Café da Manhã: Leite com café, torradas com patê e geleia e frutas. e suco. Sobremesa: doce de leite Almoço: Arroz, strogonoff de carne e batata palha e suco. Sobremesa: doce de leite. * A canjica pode ser adquirida semi-pronta; basta fer ver por 15’ e temperar com cravo, canela e, se quiser, com leite condensado. Ceia: Canjica Café da manhã: Mingau de chocolate ou aveia, biscoitos e geleia Lanche: Granola ou Amendoim 4º Dia 26 Almoço: Cachorro quente feito com linguiça calabresa defumada, cenoura ralada, milho, er vilha, passas e batata palha e suco. Sobremesa: paçoca e doce de amendoim. ÁGUA Mantenha-se sempre hidratado, não espere sentir sede para beber água, mesmo no frio. Alguns excursionistas possuem um péssimo hábito de não beber água para não transpirar muito, trata-se de um mito absurdo. O corpo necessita transpirar para liberar calor, através da evaporação do suor. E beber água é o mecanismo natural de reposição da água perdida pela transpiração. O ideal é beber poucas quantidades, várias vezes ao invés de beber o cantil de uma só vez. Deixe seu cantil sempre à mão, se possível adquira um bolsa de hidratação (daquelas que possuem uma mangueira de plástico), assim não precisará parar durante a caminhada para se hidratar. Fonte: Texto extraído do Guia do Desafio Sênior. Unidade 11: Da responsabilidade de Escotistas e Dirigentes Institucionais Decorrente de Acidentes em Atividades Escoteiras A responsabilidade pode se dividir principalmente em dois grandes ramos: a responsabilidade civil e a responsabilidade penal. •Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: A responsabilidade penal é pessoal e intransferível. Não pode o dirigente responder penalmente pelos atos praticados pelo escotista que tenham colocado o jovem em risco. Dependerá, invariavelmente, de um ato (ou omissão) praticado pelo adulto, que seja previsto como crime em lei, e que tenha ocorrido por dolo ou culpa do próprio adulto. Pena - detenção, de três meses a um ano. Crime, para todos os efeitos, é a ação ou omissão contrária à lei, para a qual haja previsão de pena (daí direito penal). Aumento de pena Os crimes mais comuns, decorrentes da falta de atenção à segurança em atividades são: •Homicídio simples Art 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. •Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobser vância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. Vale ressaltar que os crimes dolosos são aqueles praticados com intenção, ao passo que os culposos são praticados sem intenção, ou seja, sem que o resultado criminoso fosse desejado. A responsabilidade civil, por outro lado, poderá ser compartilhada por todos os escotistas envolvidos na atividade, pelos dirigentes da unidade escoteira local, e pela própria unidade escoteira local, que responderá com seu patrimônio. O próprio Código Civil assume a tarefa de conceituar a responsabilidade civil em seu artigo 927: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Já o artigo 186 prevê que todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que esse dano seja exclusivamente moral, comete ato ilícito. Logo se vê, portanto, que tanto os acidentes físicos, que venham a causar ferimentos ou a perda 27 da vida, como os infames trotes, infelizmente ainda tão comuns, que causem qualquer forma de situação vexatória ou humilhante ao jovem, serão geradores de responsabilidade civil de toda a cadeia acima mencionada (escotista, dirigente, unidade local escoteira). Ao contrário da responsabilidade penal, que faz uma clara distinção entre dolo e culpa, a responsabilidade civil fala apenas em culpa. No entanto, essa culpa englobará as ações e omissões dolosas ou as praticadas por imprudência, negligência ou imperícia. Para efeitos de responsabilidade, os conceitos são os seguintes: Imprudência: Falta de cuidado + ação. Exemplo disso é a direção em alta velocidade. Negligência: Falta de cuidado + omissão. Quando o agente deveria agir, mas não o faz. Exemplo trazido por Flávio Tartuce em seu Manual de Direito Civil é “a empresa que não treina o empregado para exercer determinada função”. Vale reparar a proximidade do exemplo à obrigação de treinamento de escotistas. A responsabilidade civil, no entanto, nem sempre depende da existência de culpa para se caracterizar. É o que nos informa o parágrafo único do artigo 927 do Código Civil: “Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Ora, as atividades normalmente desenvolvidas dentro do escotismo sem sombra de dúvida implicam, por sua natureza, risco para os direitos de nossos jovens. Portanto, ainda que seja um acidente, que ninguém tenha culpa e que ninguém possa ser diretamente responsabilizado, mesmo assim, por força desse dispositivo legal, haverá a responsabilidade civil do escotista, do dirigente e da unidade local escoteira. Fonte: texto baseado no Manual de Direito Civil, Volume Único, do Flávio Tartuce, 1a. edição Imperícia: Falta de qualificação ou treinamento para desempenhar uma determinada função. Unidade 12: Confecção de um plano de segurança para diversos tipos de atividades Procedimentos e Obrigações para Evitar Acidentes Da Diretoria de Grupo: Dos Escotistas responsáveis pela atividade: Treinamento - Promover e exigir o treinamento dos adultos que vão dirigir a atividade. Treinamento para os responsáveis pela atividade - Participar de todo o treinamento necessário para a atividade. Autorização formal para a atividade - Exigir dos Escotistas da Seção o preenchimento de solicitação de autorização para atividades, incluindo a programação os esquemas de segurança e de emergência que serão utilizados. A Diretoria deve avaliar esta solicitação e somente autorizar quando ficar assegurado que foram previstas todas as medidas de segurança e emergência necessárias para o tipo de atividade. Materiais de segurança - Disponibilizar materiais de segurança na quantidade e qualidade necessárias para a atividade. Treinamento de Dirigentes e Escotistas – Incentivar os Dirigentes do Grupo Escoteiro a participarem de iniciativas de formação voltadas ao tema. Treinamento para os demais participantes Promover ou usar instrutores externos para capacitar todos os participantes. Garantir que todos entenderam os procedimentos e comportamento necessário para a atividade e demonstraram na prática a correta utilização dos materiais e equipamentos de segurança. Autorização dos responsáveis – Condicionar a participação dos jovens à autorização escrita dos pais ou responsáveis para a participação na atividade. Ficha de saúde – Manter atualizada a ficha de saúde de cada participante da atividade, especificando tratamentos médicos que os participantes estejam submetidos, restrições de saúde, autorização dos pais para inter venções cirúrgicas de emergência e internamentos. Existência de planos/seguros de saúde. Comunicação formal aos participantes - Informar quais são os materiais e equipamentos de segurança 28 obrigatórios para a atividade. Informar também os procedimentos de segurança a serem empregados na atividade. Manutenção periódica dos equipamentos - Promover periodicamente a conser vação e manutenção dos equipamentos e materiais do grupo. Uso de equipamentos de segurança - Tornar obrigatório o uso de materiais e equipamentos de segurança nas atividades. •Foram analisadas as consequências destes riscos? •Foram adotadas medidas preventivas para eliminar ou minimizar os riscos e suas consequências? Quando p ensamos no que vamos fazer e providenciamos um esquema de segurança, estamos eliminando riscos e ou minimizando a possibilidade da ocorrência de acidente. Registro de incidentes e acidentes – Registrar os incidentes e acidentes para avaliação e adoção de medidas para evitar que se repitam. Exemplo de um esquema de segurança para a utilização de uma travessia em uma falsa baiana Estojo de primeiros socorros - Garantir que seja levado na atividade um estojo de primeiros socorros adequado ao tipo de atividade. •Possuir cordas em bom estado de conser vação e compatíveis com o peso a sustentar. Dos participantes Planejamento - Participar do planejamento das atividades. Treinamento - participar dos treinamentos para as atividades. Informar aos responsáveis – Explicar para os responsáveis como será feita a atividade e quais os procedimentos de segurança e treinamento que serão utilizados. Solicitar a autorização assinada pelos pais ou responsáveis para a participação. Manutenção dos materiais do Grupo - Participar da conser vação e manutenção dos equipamentos e materiais do grupo. Assumir uma postura de vigilância permanente – Verificar constantemente os materiais e equipamentos de segurança. Interromper a utilização ao constatar qualquer irregularidade e informar aos Escotistas responsáveis pela atividade para que possa ser feita uma avaliação do comprometimento da anomalia na segurança da atividade. Comportamento durante a atividade – cumprir rigorosamente os procedimentos de segurança recebidos durante o treinamento e utilizar a forma correta os equipamentos e materiais. Ficha de saúde - Manter atualizada sua ficha de saúde. Passos para prevenir Acidentes Antes de qualquer atividade ser executada é prudente questionar: •Que tipo de atividade será executado? •O local oferece as condições apropriadas para a atividade prevista? •Foram identificados os riscos possíveis na atividade? •Promover o treinamento dos jovens nas técnicas de travessia em falsa baiana. •Verificar as condições dos suportes onde serão amarradas as cordas. Se em ár vores obser var a existência de lagartas (elas geralmente são perigosas e não podem ser tocas). •Instalar cabo de segurança acima da falsa baiana para sustentar o jovem caso este venha a cair durante a travessia. Nas atividades devem ser previstos esquemas de emergências. Os esquemas de emergências devem prever ações a serem tomadas caso o corram acidentes. Medidas de emergência para o exemplo anteriormente apresentado: •Disponibilidade de pessoas treinadas que possam se deslocar na falsa baiana para atender o jovem que tenha se acidentado. •Disponibilidade de equipamentos adicionais que possam auxiliar na remoção do acidentado. (Todo o deslocamento de vítimas deve ser feito com o máximo cuidado, pois remoções precipitadas podem agravar o estado da vítima). •Disponibilidade de estojo de primeiros socorros compatível para a atividade. •Pessoas treinadas e habilitadas a prestar os primeiros socorros. •Conhecimento prévio da localização do hospital mais próximo que poderá dar atendimento ao acidentado. O uso de uma lista de verificação é recomendado antes de iniciar uma atividade. À medida que os responsáveis pela atividade forem adquirindo experiência, outras listas mais completas poderão ser elaboradas. 29 SEÇÃO: ATIVIDADE: PONTOS A SEREM CONSIDERADOS •RESPONSÁVEL Possui capacitação para dirigir a atividade programada? A quantidade de Escotistas é suficiente para a atividade? Acompanha pessoa com conhecimentos de 1os socorros? No caso de um acidente existe um esquema de emergência? •LOCAL O responsável conhece o local que vai dirigir a atividade? Permite o acesso em condições de emergência? O croqui de acesso está à disposição no Grupo? Os recursos que o local possui são adequados para a atividade? •EQUIPAMENTO É apropriado para o tipo de atividade? O estado de conser vação é satisfatório para a atividade? Existe em quantidade suficiente para todos? Acompanha estojo de primeiros socorros? •PARTICIPANTES Estão treinados para realizar a atividade com segurança? Estão em boas condições de saúde? Possuem materiais individuais adequados? Entregaram autorização? •PAIS OU RESPONSÁVEIS Foram informados sobre a programação? Conhecem o local e horário de saída e chegada? Receberam o croqui do local? •AUTORIZAÇÕES FORMAIS Os pais autorizaram por escrito a participação na atividade? A Diretoria do Grupo autorizou a atividade? O Proprietário do local autorizou o uso? 30 LOCAL: OK? Alternativa DATA: Data limite para obter a alternativa Alternativa OK? Modelo de Autorização de participação em Atividade Externa e Ficha Médica – Disponível no SIGUE 31 Modelo de Ficha – Informações Importantes – Disponível no SIGUE SUGESTÕES DE CRONOGRAMA DE PLANEJAMENTO (EM DIAS) ANTES DA ATIVIDADE 32 AÇOES GRUPO SEÇÃO PATRULHA Nomeação do Coordenador e de responsáveis pelas tarefas 60 28 21 Escolha/visita ao local 42 21 21 Programação detalhada /cardápio definido/meio de transporte/cálculo da taxa 21 14 14 Caso estes três primeiros passos não tenham ocorridos dentro dos prazos, este é o momento de repensar sobre as possibilidades da atividade ser realizado com sucesso e com segurança. Autorização dos Pais (circular) e Autorização para a atividade 21 14 14 Recolhimento das taxas, autorizações e entrega aos pais do croqui do local 14 7 7 Solicitação dês materiais ao almoxarifado 7 7 7 Realização da atividade 0 0 0 Após a atividade: •Enviar uma correspondência para o proprietário do local agradecendo pelo uso do local. •Apresentar para a Diretoria um relatório financeiro da atividade. •Providenciar a limpeza e reparo dos materiais de campo Unidade 13: Escotismo Mundial e Gilwell Park Gilwell Park-A História da Insígnia da Madeira, dirigido pelo primeiro Chefe de Campo Francis Gidney, teve ligar em setembro de 1919 com 19 participantes. Escotistas do mundo inteiro que completam os requisitos do Curso da Insígnia da Madeira em seus países, tornam-se membros do Grupo de Gilwell Locais característicos e construções em Gilwell Park levam o nome de escotistas que contribuíram para o desenvolvimento do Movimento Escoteiro ou para a formação de novos escotistas O Kudu e o Movimento Escoteiro Gilwell é um nome que foi dado por De Bois Maclaren ao terreno que ele comprou em 1919 por 7 mil libras e doou ao Movimento Escoteiro. Outras 3 mil libras foram também utilizadas para que as primeiras construções ficassem prontas. Assim, como queriam MacLaren e o Chefe Escoteiro do Mundo Lord Baden Powell , Gilwell tornou-se o local das atividades dos escoteiros de Londres e o centro de treinamento dos escotistas daquela época. Gilwell Park está localizado em Chingford, norte de Londres, no limite exterior da Floresta de Epping. O meridiano de Greenwich corta o local. O primeiro curso 33 O kudu é uma variedade de antílope cujo habitat vai da África do Sul até a Etiópia. O kudu macho pode ter uma altura de até 2 metros a sua coloração vai desde o cinza avermelhado até o azul. Devido ao seu privilegiados sentidos da audição, visão e olfato, somado a sua capacidade de imprimir altas velocidades, o kudu é um animal difícil de ser caçado. Um fato muito curioso é que os primeiros escotistas a completarem o Curso Avançado do Ramo Lobinho usavam dentes de tigre em vez das contas, representando os dentes de Shere Khan. Mais tarde, devido à pressão dos ambientalistas, já atuantes naquele tempo, fez com que os dentes fossem substituídos pelas atuais contas. Seguindo uma tradição que já dura mais de 85 anos, em cursos de Insígnia da Madeira em todo o mundo, as tropas são chamadas ao som do Kudu. Pode parecer muito estranho que o som proveniente do berrante de chifre de Kudu seja utilizado para chamar escotistas ao redor do mundo. Mas foi ao som do Kudu, um dos troféus africanos de Baden Powell, que as tropas foram chamadas para o primeiro acampamento experimental em Brown Sea no distante verão de 1907. O Lenço de Gilwell A Insígnia da Madeira O Arganel de Gilwell Quando o primeiro grupo de escotistas completou o seu curso em Setembro de 1919, BP reconheceu que deveria haver uma forma de identificar os participantes que haviam terminado o treinamento. Pensando na lista de troféus da sua carreira militar ele lembrou-se de um colar de contas de Madeira. O colar era feito com mais de 1000 contas, cada uma feita utilizando uma madeira sul-africana de cor amarelada. O formado da madeira formava um encaixe natural de forma que cada conta se ajustava per feitamente a seguinte. O lenço, conhecido como o Lenço de Gilwell era cinza (cor da humildade) por for a e vermelha tijolo por dentro. Hoje em dia o lenço e bege por fora. Na parte superior do triangulo está fixado um pequeno tartan do Clã MacLaren, em reconhecimento ao Sr. De Bois MacLaren que doou Gilwell Park para o Movimento Escoteiro. Nos primeiros tempos o lenço era amarrado com um nó. Em 1920 ou 1921 foi introduzida a peça que hoje conhecemos como o arganel de Gilwell. Dizem que o nome arganel, woggle em inglês, foi inventada pelo Primeiro Chefe de Campo de Gilwell, o Chefe Gidney. No inicio do século XIX estava em moda fazer fogo por fricção e isto era sempre demonstrado nos cursos de treinamento de adultos. A principal peça para esta atividade era um pedaço de couro, estreito e longo o suficiente, para que fora de uso, formasse um nó Cabeça de Turco de duas voltas, o woggle, ou o Arganel de Gilwell. (Texto retirado de Provincial Notes(Ontario-Canada) de Junho de 1992). Canções de Gilwell Este tipo de colar era conferido a realeza e aos guerreiros que haviam se distinguido pelo seu valor em campo de batalha. Aquele colar em particular havia sido usado pelo Rei Dinizulu dos Zulus e havia caído nas mãos de BP quando os ingleses venceram os Zulus na Província de Natal. B-P pegou duas contas do grande colar e passandoas por um pequeno barbante fechou-a com um nó formando um colar que ficaria conhecido mundialmente como a Insígnia da Madeira. 34 As réplicas são feitas com a madeira retirada da Floresta de Epping, localizada nos arredores de Gilwell Park. Originalmente o colar era utilizado para prender o chapéu. Mais tarde ele passou a ser utilizado ao redor do pescoço, como é atualmente. O lenço e o arganel completavam o uniforme. CANÇÃO DE GILWELL Em meus sonhos volto sempre a Gilwell Onde alegre e feliz eu acamparei Vejo os fins de semana com meus velhos amigos E o campo em que treinei É mais verde a grama lá em Gilwell Onde o ar do Escotismo eu respirei E sonhando assim Verei B-P, que nunca sairá dali NOS CAMPOS DE GILWELL Eu vou voltar a acampar Com todos meus amigos E junto ao fogo poder cantar Nos campos lá de Gilwell Como eu quero voltar De mochila e cantil a acampar Com peito transbordando de alegria E meus amigos E juntos da fogueira Nossas vozes reunidas Mil canções cantar A Organização Mundial do Movimento Escoteiro é uma organização internacional, não governamental, composta por suas Associações Escoteiras Nacionais reconhecidas. Hoje somos cerca de 30 milhões de Escoteiros, jovens e adultos, rapazes e moças, em 218 países e territórios. Existem 155 países com Associações Escoteiras Nacionais, membros reconhecidas da Organização Mundial do Movimento Escoteiro. Existem 26 territórios onde o Escotismo existe através de “filiais” de Associações Escoteiras. Existem ainda 35 países onde o Escotismo existe, mas não há uma Associação Escoteira Nacional reconhecida como membro da OMME. Por fim, existem 06 países no mundo onde o Escotismo não existe. Nos campos lá de Gilwell VOLTO A GILWELL Volto a Gilwell, terra boa Um curso assim que eu possa vou tomar Eu era bom * Cuco * Um bom * Cuco * de lei Não estou maus * cuqueando * O que fazer não sei Me sinto velho e fraco A Gilwell vou voltar Um curso assim que eu possa vou tomar * substituir por outra patrulha, ou por escoteiro, sênior, lobinho, etc. A Organização Mundial do Movimento Escoteiro A Conferência Mundial do Escotismo A Conferência é a “Assembleia Geral” do Escotismo. É o órgão máximo da Organização Mundial do Movimento Escoteiro e reúne-se a cada três anos, sempre em um país diferente. É composta por todos os seus membros, que são as Associações Escoteiras Nacionais reconhecidas. Somente uma Associação é reconhecida em cada país. Em alguns países, onde há várias Associações, estas são organizadas em Federações, que são as detentoras deste reconhecimento. As Associações membro são representadas nas Conferências Mundiais do Escotismo por um máximo de seis delegados. Os obser vadores autorizados por suas Associações podem também participar. O objetivo da Conferência é promover a unidade, a integridade e o desenvolvimento do Movimento Escoteiro Mundial. Isto é alcançado através de uma estrutura organizada para: troca de idéias e informações entre seus membros, formular as políticas mundiais, analisar e aprovar os relatórios e recomendações do Comitê Mundial e dos órgãos que gerenciam a Organização Mundial, eleições, aprovação de novos membros, taxas de registro, emendas a Constituição Mundial e aos regimentos etc. O Comitê Mundial do Escotismo O Comitê Mundial é o órgão diretivo da Organização Mundial do Movimento Escoteiro. É responsável pela execução do que foi definido na Conferência Mundial e por agir em seu interesse entre as suas reuniões. O comitê é composto de 14 membros; destes, 12 são eleitos para mandatos de seis anos e devem ser todos de países diferentes. Os membros não representam seu país, mas sim os interesses do movimento como um todo. As eleições ocorrem nas Conferências Mundiais a 35 cada 3 anos, portanto, metade do Comitê é renovado a cada triênio. •super visão de eventos mundiais e regionais tal como jamborees; O Secretário Geral, e o Tesoureiro, da OMME são membros ex-officio do comitê. Os presidentes dos Comitês Regionais participam nas reuniões do Comitê Mundial como consultores. •manter relações com organizações internacionais cujas atividades são relacionadas com juventude. O Comitê reúne-se duas vezes ao ano, geralmente em Genebra, Suíça. Seu Comitê Executivo, constituído pelo Presidente, dois Vice-presidentes e pelo Secretário Geral reúne-se sempre que necessário. O Bureau Mundial do Escotismo O Bureau Mundial é o secretariado da Organização Mundial. O Bureau é dirigido pelo Secretário Geral da OMME. Ele é nomeado pelo Comitê Mundial e é o principal gerente administrativo da Organização. Praticamente todas as pessoas que lá trabalham são profissionais a ser viço do Escotismo. O Bureau Mundial foi criado e sediado em Londres, Inglaterra em 1920. Em 1959 foi transferido para Ottawa no Canadá e finalmente em 1968 mudou-se para Genebra, Suíça, onde permanece até hoje. Existem também filiais do Bureau que ser vem às Regiões Escoteiras; são os escritórios regionais que estão localizados como segue (o escritório principal está por primeiro): •Região África: Nairobi, Quênia; Dakar, Senegal e Cidade do Cabo, África do Sul. •Região Árabe: Cairo, Egito. •Região Ásia Pacífico: Manila, Filipinas. •Região Eurásia: Yalta-Gurzuf, Ucrânia, e Moscou, Rússia. •Região Européia: Genebra, Suíça e Bruxelas, Bélgica. •Região Interamericana: Ciudad del Saber, Panamá Como secretariado da OMME, o Bureau Mundial tem diversas funções constitucionalmente definidas. São elas: •suporte às conferências mundiais e regionais, aos comitês mundial e regionais e a seus órgãos subsidiários no cumprimento de suas funções; •preparação das reuniões e apoio para a execução das decisões destes diversos órgãos; •promoção do Escotismo em todo o mundo; •manter relações com as Associações Escoteiras Nacionais; •apoio no desenvolvimento do Escotismo nos países. •promover o desenvolvimento do Escotismo em países onde ele não existe ou ainda não é reconhecido; 36 O Bureau Mundial realiza estas funções de diversas maneiras: •dando apoio para comitês, forças tarefa e grupos de trabalho; •desenvolvendo e conduzindo cursos; •auxiliando técnica e consultivamente; •publicando Escotismo. boletins regulares com notícias do O Bureau Mundial tem seus custos financiados parcialmente pelas taxas anuais de registro pagas pelas Associações Nacionais, baseadas no número de associados. Outros recursos provem de contribuições das fundações, das corporações, das agências e de indivíduos. Uma parcela provem da Fundação Mundial do Escotismo, que é um fundo de capitalização. As contribuições para a Fundação são investidas de tal forma que produzem uma entrada regular para a Organização Mundial. A Fundação recebe também doações materiais para o Escotismo internacional A Organização Interamericana de Escotismo A Organização Interamericana de Escotismo faz parte da Organização Mundial do Movimento Escoteiro e é composta pelos membros desta última, que desejem agrupar-se dentro da área geográfica da Região Interamericana. Podem ser membros da Organização Interamericana as Associações Escoteiras de países da Região Interamericana e que sejam reconhecidas pela Conferência Mundial como membros da OMME. Além destas, podem também fazer parte as “filiais” de Associações Nacionais de países localizados em outras Regiões, mas que tenham atividades em seus territórios dentro da Região Interamericana. A Conferência Interamericana do Escotismo A Conferência Interamericana é o órgão máximo da Organização Interamericana de Escotismo e se reúne a cada 3 anos, sempre em um país diferente (definido pela Conferência anterior) e no ano que antecede a Conferência Mundial. O Comitê Interamericano de Escotismo O Comitê Interamericano de Escotismo é composto por 10 membros, eleitos pela Conferência Interamericana para mandatos de 6 anos. A cada Conferência são eleitos 5 novos membros. Portanto, a cada 3 anos o Comitê passa por uma renovação de 50%. O Diretor Executivo Regional também faz parte deste Comitê, na função de Secretário Executivo. O Comitê reúne-se ordinariamente 2 vezes ao ano. Os próprios membros do Comitê elegem o Presidente e os dois Vice-presidentes. Juntamente com o Diretor Executivo, formam o Comitê Executivo, que se reúne sempre que necessário. outro Grupo em sua reunião de sede. Todos devem ser tratados como irmãos, com carinho e atenção. Acampamentos setoriais, regionais, nacionais e internacionais são oportunidades de praticar a fraternidade escoteira. Os grupos devem motivar e viabilizar a participação do maior número de jovens. A partir de 1920, e com inter valos de quatro anos, vêm sendo realizados Jamborees Mundiais. Esta atividade reúne jovens e adultos de todo o mundo em um acampamento onde o ponto forte é a confraternização. Os jovens vencem a barreira da língua e estabelecem relacionamentos fraternos que devem ser vir de modelo aos dirigentes mundiais. O Escritório Interamericano de Escotismo O Escritório Interamericano de Escotismo, muito conhecido como OSI (Oficina Scout Interamericana) é uma filial do Bureau Mundial, que tem como principal função dar o suporte administrativo à Organização Interamericana de Escotismo, ao Comitê Interamericano de Escotismo e às Associações membro. FRATERNIDADE •Inicia no próprio Grupo •passa pelos Grupos do Setor •segue pelas atividades nacionais •chega em outros países Sua sede está localizada na Ciudad del Saber, Panamá. Fraternidade Mundial Um Escoteiro chegando a uma cidade, estado ou país estranho não é um forasteiro ou estrangeiro, pois é recebido como um irmão pela comunidade escoteira. FRATERNIDADE MUNDIAL DO MOVIMENTO ESCOTEIRO CARATERÍSTICAS: União Convivência como irmãos Harmonia Paz e concórdia Na cerimônia da Promessa, o Escotista informa ao jovem que a partir daquele momento ele passa a fazer parte da fraternidade mundial do Movimento Escoteiro. O jovem ingressa na grande família escoteira, que não distingue raças, credos, fronteiras, religiões ou classes sociais. Receber ou visitar membros do Movimento Escoteiro geralmente são atividades agradáveis e devem ser incentivadas. A fraternidade não se inicia em outro continente ou outro país. Ela está presente quando fazemos um jogo setorial ou se recebe um jovem de A troca de correspondências entre membros do Movimento, atividade conhecida por “Companheiros de Pena”, “Pen Pal” ou “LinkUp”, deve ser incentivada. Anualmente ocorre no terceiro final de semana de outubro o Jamboree no Ar (JOTA) e o Jamboree na Internet (JOTI), que une jovens de todo o mundo por meio do radioamadorismo e da internet respectivamente. Bianualmente também ocorrem os Elos, que são acampamentos descentralizados, realizados a nível setorial, abrangendo uma determinada região. A característica é que os acampamentos devem ser realizados na mesma data e com a mesma programação. Jamborees Mundiais Um Jamboree Mundial é um evento único na vida de seus participantes. É o grande encontro dos Escoteiros de todo o mundo. Realiza-se a cada quatro anos, sempre em um local diferente. Suas últimas edições têm reunido mais de 30.000 participantes. Veja abaixo quando e onde foram realizados os Jamborees Mundiais. 01.° 1920 Olympia, Londres, Inglaterra. 02.° 1924 Ermelunden, Copenhague, Dinamarca. 03.° 1929 Arrowe Park, Birkenhead, Inglaterra. 37 1933 Gödöllö, Hungria. 05.° 1937 Vogelensang-Bloemendaal, Países Baixos. 06.° 1947 Moisson, França. 07.° 1951 Salzkammergut, Bad Ischl, Áustria. 08.° 1955 Niagara on the Lake, Canadá. 09.° 1957 Sutton Park, Inglaterra. 10.° 1959 Mount Makiling, Filipinas. 11.° 1963 Maratona, Grécia. 12.° 1967 Farragut State Park, Idaho, EUA. 13.° 1971 Asagiri Heights, Japão. 14.° 1975 Lake Mjosa, Lillehammer, Noruega. 01.° 1931 Kandersteg, Suíça. 1979 Previsto para ser realizado no Irã, o Jamboree foi cancelado. 02.° 1935 Ingaro, Suécia. 03.° 1939 Monzie, Escócia. 15.° 1983 Kananaskis Countr y, Alberta, Canadá. 04.° 1949 Skiak, Noruega. Cataract Scout Park, New South Wales, Austrália. 05.° 1953 Kandersteg, Suíça. 16.° 1988 1989 06.° 1957 Sutton Coldfield, Inglaterra. 17.° 1991 Mount Sorak National Park, Coréia do Sul. 07.° 1961 Melbourne, Austrália. 08.° 1990-1991 Melbourne, Austrália. 18.° 1995 Drönten, Flevoland, Países Baixos. 09.° 1992 Kandersteg, Suíça. 19.° 19981999 Picarquin, Chile. 10.° 1996 Ransberg, Suécia. 11.° 2000 México 20.° 2002 2003 Sattahip, Chonburi Province, Tailândia. 12.° 2004 Hualien, Taiwan. 13º 2010 Nairobi, Quênia 21.° 2007 Hylands Park, Chelmsford , Inglaterra 14º 2013 Montreal, Canadá 22.° 2011 Rinkaby, Kristianstad, Suécia. 23º 2015 Yamaguchi, Japão Moots Pouco depois de iniciado o escotismo por B-P, verificou-se com surpresa que alguns rapazes mais velhos que saiam das Patrulhas continuavam ligados ao movimento. Foi então que começou a crescer uma irmandade de escoteiros mais velhos. Eles começaram a chamar-se Rovers, e não só cumpriam a Lei Escoteira e a Lei dos Cavaleiros, como o seu lema era “Ser vir”. No Brasil, os Rovers são chamados de Pioneiros. Em 1933 B-P organiza o primeiro Rover Moot mundial que a cada quatro em quatro anos se realizou até 1961 (sendo só interrompido pela IIª Guerra Mundial). Entre 1965 e 1982 os Rover Moots mundiais foram substituídos por Anos Moot mundiais (os World Rover Moots), esta mudança teve o objetivo de aumentar o número de eventos e a melhorar a acessibilidade dos jovens do Ramo Pioneiro. 38 Moots a um nível mundial. No entanto este início foi difícil, pois tantos anos sem se reunirem e sem um acompanhamento a nível mundial, os pioneiros de todo o mundo eram diferentes, muito similares nas regiões, mas contrastantes no global. 04.° Durante a Conferência Mundial de 1989 na Austrália, analisou-se a possibilidade de voltar a organizar os Por essa razão combinou-se realizar uma reunião de jovens em 1990/91 na Austrália, e outro no verão de 1992 na Suíça; no entanto foi eliminada a palavra Rover para permitir a participação de todos os jovens pertencentes ao Movimento Escoteiro com as idades compreendidas entre os 18 e os 26 anos (regra que ainda hoje se mantém). Conferências Mundiais Países CME Ano Local 01.ª 1920 Londres, Inglaterra. 33 02.ª 1922 Paris, França. 30 03.ª 1924 Copenhague, Dinamarca. 34 04.ª 1926 Kandersteg, Suíça. 29 05.ª 1929 Birkenhead, Inglaterra. 33 06.ª 1931 Vienna-Baden, Áustria. 44 07.ª 1933 Gödöllö, Hungria. 31 08.ª 1935 Estocolmo, Suécia. 28 09.ª 1937 Haia, Holanda. 34 10.ª 1939 Edimburgo, Escócia. 27 11.ª 1947 Chateau de Rosny, França. 32 12.ª 1949 Elvesaeter, Noruega. 25 13.ª 1951 Salzburgo, Áustria. 34 14.ª 1953 Vaduz, Liechtenstein. 35 participantes 15.ª 1955 Niagara Falls, Canadá. 44 06 Bangladesh 133.376.684 908.435 0,68% 16.ª 1957 Cambridge, Inglaterra. 52 07 Paquistão 147.663.429 526.403 0,36% 17.ª 1959 Nova Dheli, Índia. 35 08 Reino Unido 59.778.002 498.888 0,83% 18.ª 1961 Lisboa , Portugal. 50 09 48.324.000 252.157 0,52% 19.ª 1963 Rhodes, Grécia. 52 20.ª 1965 Cidade do México, México. 59 21.ª 1967 Seattle, EUA. 70 22.ª 1969 Otaniemi, Finlândia. 70 23.ª 1971 Tóquio, Japão. 71 24.ª 1973 Nairobi, Quênia. 77 25.ª 1975 Lundtofte, Dinamarca. 77 26.ª 1977 Montreal, Canadá. 81 27.ª 1979 Birmingham, Inglaterra. 81 28.ª 1981 Dakar, Senegal. 74 29.ª 1983 Dearborn, EUA. 90 30.ª 1985 Munique, Alemanha. 31.ª 1988 32ª Coréia do Sul 10 Japão 126.974.630 220.223 0,17% 11 Canadá 31.902.268 212.259 0,67% 12 Quênia 31.138.735 151.722 0,49% 13 Alemanha 83.251.851 123.937 0,15% 14 Tanzania 37.187.939 102.739 0,28% 15 França 59.765.983 102.405 0,17% 16 Itália 57.715.625 100.675 0,17% 17 Australia 19.546.792 98.084 0,50% 18 Malásia 22.662.365 96.893 0,43% 19 Bélgica 10.274.595 88.271 0,86% 20 Polônia 38.625.478 85.822 0,22% 21 Uganda 24.700.000 77.894 0,32% 93 22 Egito 70.712.345 74.598 0,11% Melbourne, Austrália. 77 23 Espanha 40.077.100 74.561 0,19% 1990 Paris, França. 100 24 Hong Kong 7.303.334 74.147 1,02% 33.ª 1993 Bangkok, Tailândia. 99 25 Portugal 10.084.245 70.863 0,70% 34.ª 1996 Oslo, Noruega. 108 35.ª 1999 Durban, África do Sul. 116 22.548.009 69.452 0,31% 36ª 2002 Tessalônica, Grécia. 125 37.ª 2005 Hammamet, Tunísia, 124 38.ª 2008 Coréia do Sul 39.ª 2011 Curitiba, Brasil 29 40ª 2014 Ljubljana, Eslovênia 30 Taiwan 26 (Scouts of China) 27 Brasil 176.029.560 66.375 0,04% 28 Suécia 8.876.744 60.122 0,68% 16.067.754 57.484 0,36% Suíça 7.301.994 52.349 0,72% 33 Argentina 37.812.817 44.981 0,12% Efetivo Mundial 34 México 103.400.165 39.327 0,04% Somos hoje cerca de 30 milhões de Escoteiros, distribuídos em 218 países e territórios. A tabela abaixo mostra os países com o maior número de Escoteiros e Escoteiras (as Bandeirantes não estão incluídas nestes números) e sua relação em porcentagem com o número total de habitantes. 36 Chile 15.498.930 33.812 0,22% Países Baixos Fontes: OMME 2003 e MSN Encarta 2002Fotgrafia: http://w w w.f64.com.br/ Escoteiros N° País População Escoteiros na População 01 Indonésia 232.073.071 8.909.435 3,84% 281.421.906 6.239.435 2,22% Estados 02 Unidos da América 03 Índia 1.045.845.226 2.138.015 0,20% 04 Filipinas 84.525.639 1.956.131 2,31% 05 Tailândia 62.354.402 1.305.027 2,09% 39 Unidade 14: Motivação de Adultos Motivação para o Bem Autora: Anísia Villas Boas Sukadolnik O conceito de motivação tem sido utilizado com diferentes conotações, tornando-se de difícil definição. De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada, ou pelo menos dá origem a uma propensão, a um comportamento específico. Resumindo, chama-se de motivação tudo o que impele a atividade, seja corporal ou mental. No voluntariado, essa mola propulsora é a solidariedade – a capacidade de agir em benefício do outro. Muitas são as “forças internas” que nos levam a um trabalho voluntário. Após ouvir pessoas que decidiram doar seu tempo, trabalho e talento e questioná-las sobre motivação, costumamos ter como respostas frases do tipo: “Pode ser divertido e interessante”; “ É meu dever ajudar”; “É preciso fazer alguma coisa”; “Eles gostam e precisam de mim”; “Só terão êxito se eu ajudar”; “Desejo explorar essa área para ver se me agrada”. Cada uma dessas ideias é diferente e originada por forças diversas. Mas todas são importantes e devem ser levadas em consideração quando se desenvolve um projeto de voluntariado. Pode-se afirmar que essa “chama” que traz o voluntário à organização precisa ser constantemente alimentada em todas as fases do gerenciamento, e cabe ao coordenador dos voluntários identificar o novo integrante de sua equipe para saber que tipo de ação precisa realizar a fim de continuar a estimulá-lo. Algumas ferramentas são muito úteis para que o coordenador de voluntários conheça os novos integrantes de seu grupo. A primeira entrevista, quando bem elaborada, já traz dados significativos sobre a personalidade, os valores, os interesses, as motivações etc. A obser vação da conduta durante o trabalho, o relacionamento com os demais e a capacidade de integração dão informações importantes sobre as formas de motivação e a sua intensidade. A avaliação é também, uma ferramenta importante de motivação. Propicia ao voluntário um feedback de seu desempenho e da contribuição que ele deu na obtenção dos resultados. Elogiando seus pontos fortes e sugerindo no que pode melhorar, a avaliação constitui um forte recurso motivador. A instituição, na medida do possível, deve criar situações que respondam às motivações de seus voluntários. Pode-se considerar o reconhecimento como outro importante fator de motivação, e cada instituição deverá escolher a melhor forma de fazê-lo. Algumas sugestões são planejar um evento para os voluntários com a diretoria da organização, criar um certificado de reconhecimento, uma carta de agradecimento, indicar voluntários para dar entrevista em veículos de comunicação e organizar passeios culturais comemorativos. Devemos levar em conta que todo voluntário espera algum tipo de retorno. Dizemos que o trabalho voluntário é hoje um “caminho de mão dupla”. O que motiva esse tipo de trabalho é um sentimento altruísta, mas, até mesmo sem se dar conta, o voluntário espera algo em troca. Fonte: Texto extraído do site Instituto Brasil Voluntário. http://w w w.fa caparte.org.br/link /motiva cao-para-obem/ Unidade 15: Criatividade e Inovação Com o mundo cada vez mais globalizado causa reflexos no nosso cotidiano. O per fil dos jovens que participam nos Grupos Escoteiros hoje é diferente dos jovens participantes de um tempo atrás. Existe a mudança na linguagem, vestimenta, alimentação, relacionamento e interesses de atividades. O Escotista e o Dirigente necessita se adaptar a este mundo e ter a sabedoria para mesclar as novidades que 40 o mundo atual oferece com a essência do Escotismo na formação da criança e do jovem. Desde o planejamento de uma atividade numa seção quanto na gestão de um Grupo Escoteiro é necessário a dosagem correta. A documentação exigida pela legislação brasileira, as formas de arrecadação para manutenção da sede, a forma de comunicação entre os membros do Grupo, a disponibilidade de tempo dos voluntários mudaram ao longo dos anos. Diante desta nova realidade é necessário que o voluntário seja criativo no planejamento e execução de suas tarefas. As atividades devem continuar sendo atrativas para as crianças e jovens e o Grupo deve continuar oferecendo subsídios para que o programa educativo seja aplicado com qualidade para o desenvolvimento do jovem. Alguns exemplos de onde a criatividade se faz necessária: 05. Na mística principalmente (manter a mística sempre presente) 06. Nas avaliações (formas diferentes de avaliar) 07. Nos fundos de cenas (diferenciados de acordo com a atividade), festas... 08. Ao receber o jovem principalmente • jogos de entrada • cerimônias personalizadas • locais de cerimônias, etc... 01. Nos jogos (fazer vários jogos diferentes a partir de um único jogo) 02. Nas canções (procurar sempre se atualizar nas canções novas) 03. Na cozinha (cardápio variado) 09. Na espiritualidade 10. Locais de acampamento Fonte: texto baseado no Livro Criatividade Levada a Sério – Edwad De Bono 04. Na dramatização (variar os temas) Unidade 16: Captação e Manutenção de Adultos O recrutamento de adultos pode ser expresso com o seguinte lema: “Encontrar a pessoa certa, para o trabalho adequado, no momento preciso”, ou seja, necessitamos de adultos que tenham determinadas habilidades, comportamentos e atitudes. Algumas vezes, os Dirigentes de um Grupo poderá defrontar-se com o trabalho oposto: livrar-se de uma pessoa que não tenha habilidade para lidar com os jovens, ou que se mostrem antiquados, ou interessados em outras coisas, ou por demais atarefados com assuntos particulares ou profissionais, ou, ainda, que perderam a motivação, etc. Os Dirigentes deverão mostrar-se firmes com tais pessoas, porque são os jovens que são o objetivo do Movimento, e não os adultos. Em muitas ocasiões o problema poderá ser resolvido oferecendose outra função, mais adequada, no próprio GE ou em outro nível do Movimento. As Características Necessárias Os adultos são as pessoas que vão atuar como Dirigentes, conduzindo a administração e os destinos do Grupo Escoteiro ou como Escotistas, Chefes e Assistentes nas Seções, trabalhando diretamente com a educação dos jovens. Eles deverão ter disponibilidade de tempo e habilidades para administrar, planejar, executar e avaliar as atividades do Grupo, envolvendo: reuniões de diretoria, contatos com a sociedade, gestão financeira e patrimonial, reuniões de sede, excursões, acampamentos, visitas, etc. É necessário, portanto: a) Identificação com os nossos Princípios; b) Facilidade e experiência em lidar com adultos e jovens; c) Disponibilidade de tempo para dedicar algumas horas por semana para as reuniões de diretoria ou, no caso de Escotistas, reuniões de sede e planejamento, e alguns finais de semana por ano para as atividades de maior porte; d) Boa vontade para aprender as técnicas necessárias que por ventura não domine. Requisitos para Exercer Funções no Grupo A Diretoria do Grupo deve ter certeza de que a pessoa indicada, pelo seu caráter e vida pregressa, pode receber o encargo de dirigir jovens. É possível que a conscientização da responsabilidade envolvida com os requisitos venha a assustar o candidato. Atuar como educador voluntário é uma missão que nem todas as pessoas estão dispostas a assumir. Requisitos necessários para a função: a) Compreender e aceitar os fundamentos do Movimento Escoteiro; O candidato deve tomar conhecimento dos Fundamentos do Movimento Escoteiro e mostrar conduta coerente àqueles princípios. Os Dirigentes 41 não devem aceitar pessoas que demonstram alguma incompatibilidade com os Princípios pois dificilmente eles mudarão de comportamento, vindo a causar problemas no Grupo. b) Fazer a Promessa Escoteira; Fazer a Promessa Escoteira tem o significado do adulto acordar consigo mesmo de viver de em conformidade com os Princípios do Escotismo. c) Compreender e aceitar o Estatuto e demais normas da UEB; A condição de membro do Movimento Escoteiro implica em direitos e deveres, sendo fundamental que o candidato aceite o Estatuto e demais normas escoteiras. d) Ter posição social e cultural compatível com a da função que vai exercer no Grupo; O Grupo atua em uma determinada comunidade. Espera-se que os Escotistas pertençam a essa comunidade ou que tenham uma condição social e cultural semelhante a dos seus membros. e) Possuir relativa independência financeira; A atividade do Chefe exige a doação voluntária de horas do seu tempo e eventual uso de algum recurso financeiro; assim, ele deve possuir relativa independência financeira, de modo que o Escotismo não venha a ser uma fonte de despesas ou diminuição de sua receita. f) Estar em boas condições de saúde; A atividade do Chefe exige a participação em atividades ao ar livre. O candidato deve estar em boas condições de saúde e possuir capacidade física para o exercício do cargo. g) Dispor de tempo para planejar, executar e avaliar atividades; O envolvimento com as atividades de chefia/ dirigente exige tempo para o planejamento, preparação e execução de atividades. O candidato deve ser capaz de dedicar ao Grupo ou à Seção o tempo necessário para executar tais atividades com qualidade. h) Aceitar receber treinamento; A atividade educacional no Escotismo exige um certo treinamento em Fundamentos do Escotismo e em Técnicas Escoteiras. O candidato deve aproveitar as oportunidades oferecidas para frequentar os cursos apropriados a sua linha de atuação 42 i) Aplicar o Método Escoteiro; O Método Escoteiro é o instrumento de trabalho obrigatório para o Chefe Escoteiro. Não se pratica o Escotismo sem a obser vação do Método Escoteiro. j) Conhecer os documentos necessários para executar sua função no Grupo. O candidato deve ter conhecimento da documentação necessária para executar a função que vai exercer no Grupo. Mas, além de conhecer, deve também mantê-los atualizados. A Seleção dos Adultos O Movimento Escoteiro não pode receber como membros aqueles que de acordo com seus regulamentos seriam eliminados firme e prontamente, no caso de já terem sido admitidos. Por isso, a primeira e mais importante seleção é evitar os moralmente incapazes, e mais: a) Os que praticam atos notoriamente reprovados pela sociedade em geral ou atos que possam trazer desprestígio ao Escotismo ou para a instituição; b) Os que poderiam vir a atentar contra os Estatutos e regulamentos do Escotismo, ou a praticar atos incompatíveis com os Princípios Escoteiros; c) Os que poderiam tentar envolver a Entidade Escoteira em competição de caráter religioso, políticopartidário ou social. Nenhuma indicação ou nomeação deve ser feita, principalmente para Escotista, sem uma cuidadosa avaliação da pessoa, quanto ao caráter, nível cultural e capacidade para exercer sua missão. Quando uma pessoa desconhecida faz uma oferta de trabalho ou ser viço no Grupo, ou procura ajudar de alguma forma, ou se associar ao Grupo, deve-se procurar conhecê-la antes de aceitar seu oferecimento, procurar informações sobre ela, solicitar referências, endereço, telefone, local de trabalho, etc. Se já tiver pertencido ao Movimento, procurar informações com o antigo Grupo ou na Região Escoteira. O Escotismo é um Movimento Educativo, portanto, não podemos aceitar o princípio da justiça comum em que a dúvida favorece o réu, pois tal favorecimento pode representar um perigo para os jovens. Assim, em caso de dúvida, deve-se recusar a admissão. Para educar melhor e para administrar melhor devemos cumprir sempre os seguintes princípios: a) Uma pessoa - uma tarefa; b) A pessoa adequada para o cargo adequado; c) Tantos assistentes quantos forem necessários; d) Antes muitos fazendo pouco do que poucos fazendo muito; e) Devemos convencer a pessoa que nos interessa a aceitar voluntariamente um cargo, mas não devemos aceitar a pessoa que não nos interessa só porque se apresentou voluntariamente. d) Patrocinar a participação em eventos escoteiros (Regionais, Nacionais, Internacionais); A participação em eventos escoteiros de grande porte é um dos maiores atrativos do Movimento Escoteiro, mas exige trabalho a longo prazo, organização, levantamento de fundos. A Diretoria do Grupo pode ter uma atuação relevante para que o Grupo participe desses eventos. Uma das formas de incentivar e motivar os membros adultos,é o Grupo pagar a taxa de inscrição e/ou a viagem dele(s) para eventos escoteiros de grande porte acompanhando os membros juvenis. Manutenção de voluntários e) Lembrar do aniversário; O trabalho voluntário também cansa, e a falta de reconhecimento muitas vezes leva pessoas competentes e valiosas a abandonarem o Movimento. Um bom chefe ou um bom dirigente é uma joia rara e preciosa e deve ser motivado para a sua função, para continuar a buscar coisas novas, atraentes e manter um bom nível de trabalho. Todos nós, seres humanos, envelhecemos, cansamos, temos problemas profissionais, pessoais, familiares, etc., que podem, de uma maneira ou de outra, tirar nossa concentração, reduzir a disponibilidade de tempo, desmotivar o trabalho voluntario. Uma das formas de fortalecer o vínculo e fazer com que o voluntário se sinta prestigiado é lembrar do seu aniversário. Hoje em dia existem formas práticas e econômicas de criar uma sistemática de lembretes dos aniversariantes ou até mesmo de envio de cartões virtuais. Pode-se destinar esta responsabilidade para um determinado voluntário ou de uma equipe. Outra forma de não deixar passar em branco esta data seria de comemorar aniversários a cada 3 meses. Assim, é muito importante reconhecer o trabalho desenvolvido pelos Escotistas e Dirigentes. Há inúmeras maneiras para fazê-lo. Vejamos algumas: f) Fornecer os meios necessários ao trabalho no grupo (materiais, literatura, etc.) e apoiar no que for preciso. a) Elogiar, em público, o trabalho realizado; O elogio, como um estímulo, só tem efeito se realizado em público, perante aqueles que conhecem e estão envolvidos de uma forma ou de outra com o trabalho do membro adulto. De nada adianta o elogio em particular. b) Solicitar a concessão de escoteiras (Bons Serviços, Gratidão); condecorações A UEB concede uma série de condecorações (Bons Ser viços, Gratidão, Valor, etc.) aos seus membros, cada uma possui seus requisitos; a princípio, para aqueles que atuam em Grupo, podem ser concedidas as de Bons Ser viços (graus bronze, prata e ouro dependendo com o número de anos) e de Gratidão (esta não depende do número de anos, mas do grau e da importância dos ser viços prestados). Parece até desnecessário falar nisso, mas, em muitos Grupos, os Chefes têm que fazer tudo sozinho, e logo se cansam e acabam desistindo. A Diretoria existe para ajudar e apoiar. g) Realizar, algumas vezes por ano, atividades específicas para os Chefes e Dirigentes. Por exemplo, passar um final de semana fora, organizar um evento social (jantar, queijos e vinhos, churrasco, etc.), Indaba de Chefes e Dirigentes com um tempo reser vado ao lazer, etc. c) Patrocinar os cursos de formação; O Grupo pode pagar as taxas de inscrição nos cursos necessários ao desempenho da função do voluntário. Além disso, os Dirigentes do Grupo devem conhecer e divulgar o Calendário Regional de Cursos e incentivar a participação dos Escotistas. 43 Unidade 17: Administrando Conflitos Os conflitos existem desde o início da humanidade, fazem parte do processo de evolução dos seres humanos e são necessários para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer sistema familiar, social, político e organizacional. Se obser varmos a história, até há pouco tempo a ausência de conflitos era encarada como expressão de bom ambiente, boas relações e, no caso das organizações, como sinal de competência. Alguns profissionais viam o conflito de forma negativa, como resultante da ação e do comportamento de pessoas indesejáveis, associado à agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos, os quais eram considerados prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e, consequentemente, ao bom funcionamento das organizações. Visão Positiva do Conflito O conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se revela positivo, pois permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores. Em alguns momentos, e em determinados níveis, o conflito pode ser considerado necessário se não se quiser entrar num processo de estagnação. Assim, os conflitos não são necessariamente negativos; a maneira como lidamos com eles é que pode gerar algumas reações. Para entender um pouco mais a visão positiva de conflito, podemos conceituálo como um processo onde uma das partes envolvidas percebe que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus interesses. Isto quer dizer que no dia-a-dia vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa percepção e termina com a adoção de uma ação adequada e positiva. 44 Possíveis Causas do Conflito Para a correta administração do conflito é importante que sejam conhecidas as possíveis causas que levaram ao seu surgimento. Dentre elas, é possível citar: - Experiência de frustração de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de inter ferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental; - Diferenças de personalidade: são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida; - Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance; - Diferenças em termos de informações e percepções: costumeiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também como outro lado com quem temos de conversar e/ou apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma diferente de ver as coisas. Níveis de Conflito Um conflito, como já se viu, frequentemente pode surgir de uma pequena diferença de opiniões, podendo se agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo. É possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas características: § Nível 1 - Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se normalmente por ser racional aberta e objetiva; § Nível 2 - Debate: neste estágio, as pessoas fazem generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir; § Nível 3 - Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa escolhida pela outra parte envolvida; § Nível 4 - Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconcebidas com relação à outra parte, fruto de experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas assumam posições fixas e rígidas; § Nível 5 - Loss of face (ficar com a cara no chão.): trata-se da postura de continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até o fim, o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire; § Nível 6 - Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e as punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez mais restrito; § Nível 7 - Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita freqüência os primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos; § Nível 8 - Ataque de ner vos: nesta fase, a necessidade de se autopreser var e se proteger passa a ser a única preocupação. A principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado; § Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chegase às vias de fato e não há alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles. § Conflito manifesto: trata-se do conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido por terceiros e pode inter ferir na dinâmica da organização. Áreas de Conflito Os conflitos podem ser divididos nas seguintes áreas: § Conflito social: surge em decorrência do grau de complexidade e implicação social. Não podemos esquecer que vivemos numa sociedade altamente evoluída do ponto de vista social e tecnológico, mas bastante precária em termos de habilidade para negociações. Além disso, a violência tem sido, no decorrer da história, um dos instrumentos mais utilizados na tentativa de sanar conflitos. Talvez a fantasia de todo ser humano seja eliminar uma idéia adversa à sua, em vez de ter que questionar sua própria posição; § Conflitos tradicionais: pertencem à história e são aqueles que reúnem indivíduos ao redor dos mesmos interesses, fortalecendo sua solidariedade. Os conflitos aparecem por três razões principais: •pela competição entre as pessoas, por recursos disponíveis mas escassos; •pela divergência de alvos entre as partes; •pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação a outra. Tipos de Conflito O conflito é um elemento importante. Seja na dinâmica pessoal ou organizacional, é um fator inevitável. Por mais que se desenvolvam esforços no sentido de eliminá-lo, não poderemos contê-lo. Obser vam-se, hoje, inúmeros profissionais disseminando fórmulas e estratégias para trabalhar com os conflitos. No entanto, o que se faz necessário é conhecê-los, saber qual é sua amplitude e como estamos preparados para trabalhar com eles. Existem vários tipos de conflito e sua identificação pode auxiliar a detectar a estratégia mais adequada para administrá-lo: § Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos, uma clara consciência de sua existência. Eventualmente não precisam ser trabalhados; § Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda manifestações abertas do mesmo; § Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e forma consciente; Podem ser entendidos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não conquistados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades e medo; luta pelo poder; necessidade de status; desejo de êxito econômico; exploração de terceiros (manipulação); necessidades individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas diferenças culturais e individuais; divergência de metas; tentativa de autonomia; emoções não expressas/inadequadas; obrigatoriedade de consenso; meio-ambiente adverso e preconceitos. Conflitos Interpessoais nas Organizações Tais conflitos se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros, por diferenças de papéis, podendo ser divididos em dois tipos: § Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, não encontrando apoio 45 junto aos seus subordinados e vice-versa. Neste caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada. § Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões. As rixas pessoais fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é um confronto tácito que reduz em muito a eficiência das relações. Consequências do Conflito Dentre os vários aspectos do conflito, alguns podem ser considerados como negativos e aparecem com frequência dentro das organizações. Segundo Nascimento (2002, p.52), os mais visíveis podem ser identificados nas seguintes situações: § quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução; § quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de perdedores habituais, inter ferindo na sua percepção e na socialização daqueles que entram na organização; § quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos envolvidos, como ocorre frequentemente em organizações. Se por um lado existem os estereótipos genéricos referentes às categorias profissionais, dentro de cada organização, além dos tipos que fazem parte de sua cultura individual, como seus heróis, mitos, tipos ideais, começam a surgir seus perdedores, ganhadores, culpados e inimigos. Esses aspectos podem ser obser vados em todas as organizações e são considerados negativos (salvo diante de alguns objetivos menos confessáveis). No entanto, existem potenciais efeitos benéficos dos conflitos, a saber: Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas. O chamado comportamento político na organização também inevitável, tem uma forte vinculação com o conflito pois sua relação é direta, ou seja, quanto mais conflito mais comportamento político. Assim, quando há dúvidas sobre a sobrevivência da organização, sobre sua resposta às necessidades organizacionais, sobre aspectos sucessórios, mais voltada para a formação de alianças e para negociações será a atuação de seus membros. Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper alguns dos estereótipos vigentes na organização, sabendo que essas mesmas estratégias deverão ser repetidas periodicamente. Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos diferentes é uma forma de garantir que seu cumprimento seja reconhecido pela potencialização do trabalho dos grupos. Quaisquer estratégias de confronto podem ser utilizadas caso o conflito já seja franco, desde que exista entre as partes alguém que desempenhe um papel moderador. Como Administrar os Conflitos Para uma eficaz resolução dos conflitos é preciso compatibilizar alguns passos a serem seguidos, conhecer e aplicar alguns saberes e, também, definir o estilo a ser adotado. Os seguintes passos são considerados de suma importância: a) criar uma atmosfera afetiva; b) esclarecer as percepções; c) focalizar compartilhadas; em necessidades individuais e d) construir um poder positivo e compartilhado; e) olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado; f) gerar opções de ganhos mútuos; g) desenvolver passos para a ação a ser efetivada; h) estabelecer acordos de benefícios mútuos. § são bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma causa; § ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da organização, pois em qualquer episódio de conflito pode haver diferentes ganhadores (independentemente das percepções anteriores); § propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num conflito específico mas também de garantir mais poder. 46 Negociamos em todos os momentos durante nossa vida. Nos âmbitos familiares, pessoais ou profissionais, a negociação está sempre presente no relacionamento com as outras pessoas. Uma boa negociação exige certa habilidade e uma série de conceitos que devem ser postos em prática a fim de viabilizar o sucesso. Os bons negociadores devem saber qual conceito adotado, e em momento mais adequado que devem empregá-lo no processo. Um dos elementos que devem ser obser vados no processo de negociação são os conceitos das variáveis básicas. Desta forma, uma negociação efetiva deve apresentar independente de seu objetivo e de sua importância, pelo menos duas das três variáveis básicas da negociação que são: poder, tempo e informação. Para um melhor entendimento mais preciso sobre a dinâmica dos conflitos, devemos ter uma visão mais abrangente de suas inúmeras possibilidades, além de reconhecer que existe um modo destrutivo e um modo construtivo de proceder. Na diferença em se tratar o conflito pode estar o sinal do saudável, podendo se fazer representar por duas possibilidades para uma ação mais efetiva, uma negativista, que percebe o conflito como algo prejudicial, devendo ser evitado a todo custo, e a segunda alternativa é trabalhá-lo, procurando os benefícios que as diferenças de opiniões e os posicionamentos contrários podem gerar um nível de aprendizagem pessoal e profissional. Unidade 18: Perfil do Adulto para atuar como escotista e como dirigente Os Adultos Na UEB Conforme o Estatuto da UEB e a publicação Princípios, Organização e Regras (POR), os adultos podem se vincular à UEB na condição de Escotista, Dirigente, Profissional e Contribuinte. Perfil Básico do Adultos de que Necessitamos O per fil esperado do adulto que adere à UEB como Escotista, Dirigente ou Profissional, e que corresponde às expectativas da entidade é aquele que cuja pessoa seja capaz de: a) Contribuir para o propósito do Movimento Escoteiro, com obser vância dos princípios e aplicação do Método Escoteiro no desenvolvimento das atividades em que estiver envolvido; b) Relacionar-se consigo mesmo, com o mundo, com a sociedade e com Deus, constituindo um testemunho do Projeto Educativo do Movimento Escoteiro, com particular ênfase à sua retidão de caráter, maturidade emocional, integração social e capacidade de trabalhar em equipe; c) Assumir e enfrentar as tarefas próprias do seu processo de desenvolvimento pessoal, no que se refere às suas próprias responsabilidades educativas, ou em função da necessidade de apoiar quem está diretamente envolvido com tais responsabilidades; f) Comprometer-se com o aprimoramento contínuo dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho de suas funções na UEB; e g) Demonstrar apoio e adesão às normas da UEB, aceitando-as e incorporando-as à sua conduta. Escotistas - são todos adultos voluntários que, possuindo capacitação pré-estabelecida para o fim que se propõem, foram nomeados para cargo ou função cujos beneficiários diretos são os membros juvenis, tais como Chefes de Seção, seus Assistentes, instrutores e auxiliares. Os Escotistas são os responsáveis pela aplicação do Método Escoteiro por meio do Programa de Educativo. Dirigentes – São adultos voluntários que, possuindo capacitação pré-estabelecida para o fim que se propõem, foram eleitos ou nomeados para o cargo ou função: membros de Diretorias, Comissões Fiscais, outras comissões e Assembleias. Os Dirigentes são responsáveis pelas tarefas administrativas, financeiras e operacionais de apoio às atividades dos jovens e dos Escotistas. Fonte: texto extraído do documento POR d) Manifestar uma atitude intelectual suficientemente aberta para compreender o alcance fundamental das tarefas que se propõe a desenvolver; e) Desenvolver competências e qualificações necessárias e compatíveis com a função que se propõe a exercer, ou se já existentes, colocá-las em prática; 47 Unidade 19: Palestra Informativa No processo de captação, o adulto idealmente participa de uma palestra informativa. A palestra oferece subsídios para que o adulto obtenha conhecimento para tomar uma decisão de aceitar cargos e funções na União dos Escoteiros do Brasil de maneira consciente. •A mesma palestra é apresentada para o adulto que irá atuar como Escotista quanto como Dirigente Institucional; A palestra informativa apresenta as seguintes características gerais: •Deve ser dirigido por uma pessoa devidamente qualificada. A pessoa deverá ter pleno conhecimento da estrutura e das funções que o adulto possa vir a desenvolver; •Pode ser desenvolvido na própria estrutura em que foi realizado a captação. A palestra pode ser ministrado em uma UEL, Escritório Regional, Escritório Nacional, ou externamente junto a qualquer instituição. •O número de participantes é variável. Se necessário poderá ser ministrado de forma individual; •Segundo o documento Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos, a duração sugerida é de 1 hora. Unidade 20: Plano de Grupo (avaliando resultados) Estabelecer um Sistema de Avaliação e Fazer o Acompanhamento Antes de dar inicio à execução do plano é preciso desenvolver um sistema de avaliação que permita: plano, liberando o Diretor Presidente para que cumpra as tarefas imediatas de coordenação. Algumas ações de acompanhamento podem ser: •Corrigir e reforçar as ações durante a execução, •Estimular e apoiar os participantes e •Verificar se foram alcançados os resultados esperados. Corrigir e reforçar as ações e, se for o caso, as metas, é uma tarefa periódica e constante, sem a qual não existe possibilidade de êxito. Avaliar não é sinônimo de qualificar ou censurar. Antes de tudo, é estimular, apoiar e dar ideias construtivas, que contribuam para alterar os rumos e, ao mesmo tempo, motivem as pessoas. Elaborar um plano e não acompanhar seu desenvolvimento nem verificar se os resultados foram alcançados, é pior do que não fazer um plano, porque perdem credibilidade aqueles que o fizeram e, mais adiante, será muito difícil retomar a iniciativa. O que mais estimula a qualquer pessoa que está empenhada em cumprir um plano, é olhar para os lados e ver que todos estão comprometidos com a mesma tarefa, o que significa que “agora, é pra valer”. É conveniente que um membro da Diretoria do Grupo se encarregue especialmente do acompanhamento do 48 •Manter estatística confiável, que permita avaliar com precisão os progressos nas metas que podem ser medidas. •Obser var diretamente o desenvolvimento das ações projetadas, sugerindo as correções, ênfase ou reforços. •Manter contatos pessoais periódicos com os responsáveis, para avaliar o grau de comprometimento das tarefas assumidas. •Manter contatos pessoais periódicos com os responsáveis, para avaliar o grau de cumprimento das tarefas assumidas. •Destinar um espaço, nas reuniões periódicas de dirigentes e escotistas, para examinar o andamento do plano e efetuar correções e reforços. •Realizar reuniões especiais da Diretoria de Grupo destinadas somente ao acompanhamento do plano. São recomendáveis duas reuniões por ano. Fonte: Documento – Façamos um Plano de Grupo Unidade 21: Desenvolvendo Projetos Financeiros na Comunidade O Escotismo presta um ser viço educacional para a comunidade. Este ser viço produz um benefício na qualidade de vida dos integrantes e indiretamente em toda a comunidade. O Grupo Escoteiro passa a ter mais apoio da comunidade à medida que se envolve com seus problemas e auxilia na sua solução. Destacase a importância na participação dos Escoteiros em: •Campanhas de vacinação; •Atividades filantrópicas; •Auxílio no atendimento a vítimas de calamidades; •Eventos cívicos; •Apoio a or fanatos e asilos; •Boas ações coletivas; •Projetos de desenvolvimento comunitário. Campanhas melhor sucedidas são aquelas que: •Prestam ser viços úteis aos patrocinadores e doadores (churrasco, risoto, baile, vigilância de estacionamento em um evento...); •Utilizam o produto da doação para gerar trabalho no Grupo e só após sejam comercializados (ex: com a lã da doação são confeccionadas mantas que serão vendidas em uma festa); •Que atendem a objetivos específicos e bem claros (pagar o telhado da sede, comprar x barracas...). Campanhas de menor aceitação são aquelas que: •Solicitam dinheiro ou o produto final, caracterizando o ato de pedir sem que haja trabalho envolvido (rifas, ação entre amigos, livro-ouro...); As boas ações diárias não podem ser transformadas em fontes de receita e por elas os membros juvenis não deverão receber nem remuneração, nem gorjeta. O trato de valores em todos os níveis da UEB, seja por membros adultos ou por jovens, deve ser conduzido com absoluta transparência e fiscalizado com rigor. É vedado aos membros do Movimento, nesta qualidade, isoladamente ou em grupos, tomar parte em pedidos de dinheiro nas ruas ou de casa em casa, por meio de coletas, livros de ouro, subscrições ou qualquer outro meio que possa ser interpretado como uma forma de esmolar, quer para suas próprias UEL - Unidades Escoteiras Locais (Grupos Escoteiros ou Seções Escoteiras Autônomas) e órgãos escoteiros, quer para instituições ou obras de caridade, pois essa prática é sempre nociva aos jovens e pode dar motivo a fraudes e explorações por parte de pessoas mal intencionadas e estranhas ao Movimento. Em casos excepcionais de calamidade pública, e mediante expressa autorização da Diretoria Regional, as UEL - Unidades Escoteiras Locais (Grupos Escoteiros ou Seções Escoteiras Autônomas) poderão permitir aos seus membros a participação em atividades organizadas por entidades legalmente reconhecidas para o recolhimento de materiais e produtos em proveito das vítimas. A orientação financeira da UEB aos membros juvenis é parte integrante do processo educativo e visa à formação de hábitos de independência financeira e de correção no trato do dinheiro. Fonte: Partes do texto foram extraídos do documento POR •Atendem a objetivos vagos ou generalistas (campanha para aquisição do terreno e construção de toda a sede) A Regra 24 do POR sobre Orientação sobre Finanças diz: REGRA 024 – FINANÇAS Os jovens serão estimulados pelos escotistas e dirigentes, com o apoio dos pais, a custear suas despesas escoteiras com o fruto do seu trabalho ou com economias de suas mesadas. 49 Unidade 22: Avaliando as ações e resultados de gestão de um GE Diversas ações acontecem no cotidiano de uma instituição. Seja ela no nível nacional, regional ou local. Tomando como base um Grupo Escoteiro, acontecem reuniões semanais, mutirões, acampamentos, campanhas de diversos tipos, etc. A etapa de avaliação faz com que se tenha clareza se o objetivo planejado foi atingido. O mapeamento das dificuldades encontradas e superadas durante a ação e os resultados obtidos são fundamentais no processo de avaliação. As informações obtidas durante a avaliação ser virão de subsídio para o planejamento de ações futuras no Grupo Escoteiro. A reunião de avaliação é uma etapa tão importante quanto o desenvolvimento das ações, pois é ela que dirá se o caminho escolhido tem apresentado bons resultados. Durante a etapa do planejamento é importante que seja contemplado além do desenvolvimento da ação, a metodologia que será utilizada para avalia-la. Alguns Grupos Escoteiros aproveitam momentos como reuniões de diretoria do grupo, indabas, encontro de chefias ou reunião específica de um determinado evento. O reconhecimento Grupo Padrão, Prêmio Aurélio Azevedo Marques, Certificado de Funcionamento fornecidos pelo nível nacional podem ser utilizados como indicadores ou ferramentas de avaliação. Unidade 23: Liderança MELHOR LIDERANÇA, MAIOR PARTICIPAÇÃO Autor: Rubem Süffert Para que o Escotismo cresça e se torne mais significativo, é indispensável aprimorarmos sempre mais a qualidade de nossos líderes, além de trabalharmos dentro da ética que o Movimento propõe. O crescimento, no Movimento Escoteiro tem três vertentes: a) o surgimento de novos Grupos Escoteiros, que dependem de uma adequada assistência da Região Escoteira e dos Distritos no trabalho de fundação de novas Unidades Escoteiras Locais (Grupos Escoteiros e Seções Escoteiras Autônomas), bem como na contribuição dos Grupos Escoteiros mais experientes como local de estágio dos adultos em preparação para os novos Grupos Escoteiros e padrinhos no apoio ao seu desenvolvimento inicial; b) a expansão dos Grupos Escoteiros, com a criação de novas seções até o tamanho ideal para seu funcionamento, o que requer reduzir as taxas de evasão; e c) a manutenção quantitativa e o aprimoramento qualitativo do efetivo dos Grupos Escoteiros, que já atingiram o tamanho adequado, com a progressiva redução das suas taxas de evasão. 50 As três linhas de crescimento, requerem lideranças capazes, tanto nas diversas funções de nossa Região Escoteira e da Direção Nacional da UEB, como nas das Unidades Escoteiras Locais. Assim, nossas lideranças devem ser capazes de trabalhar com a qualidade do Escotismo, ou seja, a influência positiva que realmente ele pode oportunizar às crianças e jovens que nos procuram. Na área das Diretorias, a qualidade do Escotismo é alcançada com uma gestão eficaz das Unidades Escoteiras Locais e com uma seleção e recrutamento adequado de dirigentes e escotistas. Para se alcançar esse resultado, a formação pessoal dos dirigentes é muito importante, identificando as áreas em que cada um precisa desenvolver seu aper feiçoamento. Na área técnica, das Seções, a qualidade do Escotismo é alcançada com um trabalho consciente tendo em vista o Propósito, os Princípios e o Método Escoteiro, e a adequada aplicação do Programa de Jovens de sua Seção. Um trabalho eficaz de equipe na direção da Seção, na qual os Assistentes são efetivamente preparados para poderem um dia assumir a Chefia da Alcateia, Tropa ou Clã, também é indispensável. Os Assistentes podem atender áreas nas quais os Chefes de Seção tenham especiais dificuldades. É na atuação dos Assistentes, que a Diretoria e o Chefe podem identificar novos valores para o preenchimento de eventuais vagas nas chefias de Seção. Finalmente é fundamental, além do planejamento e negociação dos ciclos de atividades a serem realizados, o desenvolvimento de uma sistemática avaliação, que propicie a todos um constante amadurecimento. As responsabilidades assumidas por cada pessoa ou equipe devem ser atendidas a contento, e analisadas em conjunto. Os eventuais casos de evasão e mesmo as ocorrências de ausências mais freqüentes, devem ser estudados, a fim de se verificar as suas reais razões, tanto com a criança ou jovem, com a respectiva família. Em geral, aprimoramentos podem ser realizados a partir de uma avaliação sincera desses fatos. É aqui, que devemos retornar ao título de nosso artigo: Melhor Liderança, MAIOR Participação. E, além do plano de desenvolvimento pessoal dos Escotistas, o progressivo crescimento no alcance dos objetivos educacionais intermediários por parte dos membros juvenis é a comprovação de que a prática alcançada é dinâmica, e se tem condições de estabelecer um processo de constante evolução. Finalmente, para isso é fundamental que cada dirigente e escotista do Movimento Escoteiro, busque deixar para sua função uma pessoa que tenha qualificações ainda melhores para o desempenho daquela atribuição. Unidade 24: Comunicação Barreira Encontradas pela Diretoria na Comunicação Duas são as principais barreiras para uma comunicação efetiva: as palavras e as emoções. 1. As palavras: As palavras por si só não possuem significados. As palavras perdem seu valor como instrumento de comunicação, quando empregadas inapropriadamente. 2. As emoções; Atitudes e sentimentos podem ser tão fortes a ponto de diminuir a compreensão do que outra pessoa está transmitindo. É fundamental, para isso, bom conhecimento e também consideração adequada às diferenças individuais. Sugestões para uma Boa Comunicação Seis pontos ajudam a Diretoria aprimorar suas práticas de comunicação, aumentando consequentemente à eficácia da sua atuação. 1. Saber o que se quer dizer: Nem sempre é fácil se dizer exatamente o que se quer dizer. O raciocínio, coordenador do pensamento, deve ser disciplinado para ser objetivo, simples, conciso. A profilaxia é a consequência do não se saber exatamente o que dizer e não haver uma organização da ideia que deseja transmitir. 2. Conhecer para quem se está comunicando; Uma coisa básica com relação à audiência (pode até mesmo ser uma única pessoa), é o conhecimento do seu interesse. Este, contudo, pode também ser tecnicamente despertado. 3. Obter compreensão: Para facilitar o interesse no que se esta dizendo é essencial que se cause bom impacto sobre a audiência. Começar concordando é uma boa prática. Outra é a utilização de fatos e não de conclusões a respeito de fatos no início da seção de comunicação. A simplicidade das palavras, o vagar e a obtenção através de «realimentação» possibilitam ver o nível do entendimento. 4. Conseguir memorização: Esquece-se 25% do que se ouviu em menos de 24 horas; 85% em uma semana. 5. Conseguir atenção: Por mais clara que seja a informação, não terá sentido, se a audiência não estiver atenta. Há recursos diversos de natureza física e psicológica para que a audiência prenda atenção ao assunto: a importância, o interesse, a oportunidade, o conteúdo, os métodos de apresentação, a linguagem, as ilustrações, etc. São alguns dos fatores que fazem com que a audiência preste atenção ao que está sendo informado. 6. Antecipar e superar objeções emocionais; Independentemente da exatidão, da conclusividade, da clareza dos argumentos, ainda pode ser difícil transmitir uma mensagem, porque a audiência pode encontrarse emocionalmente bloqueada, incapaz de aceitar e entender o que se está dizendo devido a medo, desconfiança ou suspeita, ou outro sentimento que forma uma névoa emocional e impossibilita a interação da comunicação efetivamente. 51 Unidade 25: Como o Adulto Aprende Quando organizamos atividades de formação, estamos tentando ajudar os participantes a realizar melhor o seu trabalho. De fato, ao treinar pessoas, nós tentamos modificar o modo pelo qual atendem às suas tarefas. O formador deveria analisar a tarefa a ser realizada ou a situação a ser enfrentada. A partir disto deveria analisar as necessidades das pessoas envolvidas. Estas modificações são o resultado do fato de adquirirem novos conhecimentos, novas habilidades e novas atitudes. Afim de provocar estas modificações, tomamos o cuidado com o conteúdo da formação e com a escolha dos formadores. Tais solicitações deveriam ser analisadas cuidadosamente com o intuito de entender-lhes o real significado. Um entendimento da tarefa e das reais necessidades dos interessados nos permitirá definir o objetivo da formação, em termos precisos e práticos, de maneira a motiva-los. No entanto não é suficiente que o formador tenha escolhido o conteúdo cuidadosamente, nem que tenha per feito conhecimento do assunto. Torna-se essencial, ao se planejar a formação e ao ministra-la, tomar em consideração os princípios pelos quais se adquire conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja os princípios de ensino/aprendizagem. Os princípios de ensino aplicados com crianças não são os mesmos a serem aplicados com adultos. Aqui será tratados os princípios aplicados com adultos. Vamos considerar em primeiro lugar o modo como os adultos pensam e deduzir os princípios de ensino que derivam deste modo de pensar. Estas necessidades são usualmente expressas na forma de solicitações de informações ou de opinião. Importância da Motivação Motivação é a pressão que um indivíduo sente dentro de si; é uma energia que o movimenta em direção a uma meta com intuito de satisfazer uma necessidade. O indivíduo desta forma se denomina motivado. Ele está interessado na sua formação e no seu progresso. Isto o mantém atento e sustenta seu esforço. O ensinamento que segue é mais rapidamente absor vido e se fixa por mais tempo. Estágios Progressivos Modo de Pensar dos Adultos O adulto não tem mais a curiosidade da criança. E também já não tem a ideia de que é capaz de fazer qualquer coisa como tem o adolescente. Sua inteligência deixa de crescer, sua habilidade em se adaptar diminui, e sua resistência às mudanças cresce. Ao contrário, ele adquiriu experiência, e tem habilidade para utiliza-la quando e como julgar adequado. Ele pode se fixar em objetivos precisos e planejar como atingi-los. Ao enfrentar uma tarefa, ele procura meios práticos de executá-la. Conhecimentos teóricos, fora da realidade, não o interessam. Necessidade de Uma Meta Precisa Aprender sempre requer um esforço. Um adulto não fará este esforço a menos que tenha uma boa razão para fazê-lo. Em outras palavras, um adulto não estudará pela satisfação de estudar, mas somente para satisfazer uma necessidade que vem em função de tarefas que deve executar ou em relação a uma situação em que se encontra. 52 Progressos em direção a uma meta definida só podem ser obtidos por uma série de etapas sucessivas. Cada uma destas etapas deve ser escolhida com cuidado. Elas deveriam ser escolhidas em termos de pontoschave da sequência de tal forma que o ensinamento seja progressivo, cada elemento sendo bem assimilado levando assim a entender o seguinte e a assimila-lo também. Em uma situação estruturada, e dentro dos limites precisos, um dado elemento só pode ser aprendido se os elementos anteriores, no progresso para a meta definida, já estiverem devidamente aprendidos. Ritmo Apropriado Cada pessoa aprende segundo seu próprio ritmo, que varia de acordo com diversos parâmetros e de pessoa para pessoa. A idade é um desses parâmetros porém, dentro de determinados limites, tem menos influência do que motivação, por exemplo. Uma das principais características, é sem dúvida, a natureza do ensinamento em si, ou ainda, a área de ensinamento em causa. Assim certas pessoas aprenderiam com facilidade uma sequência de ideias intelectualizadas, porém achariam mais difícil adquirir paciência. Outras pessoas poderiam facilmente adquirir uma habilidade prática mas encontrariam dificuldades em modificar suas atitudes. De fato, o que está em jogo é a natureza da inteligência de cada pessoa. Segue dali, que uma pessoa aprende melhor se pode seguir seu próprio ritmo. Confirmação e Reforço A assimilação de cada elemento, de acordo com as etapas progressivas e ritmo pessoal de aprendizagem, deve ser verificada ou confirmada imediatamente. Como já vimos, um dos princípios de ensino é de que numa sequência lógica de treinamento, uma pessoa pode aprender cada elemento se é capaz de relaciona-lo com os elementos que o precedem e assim fixa-lo melhor também. Motivo tão bom quanto este que seria suficiente por si só, é o de que qualquer um que se treina deva ser capaz de verificar que entendeu. Isto pode ser atingido por meio de questionários, ou por exercícios práticos, numa sessão de avaliação ou numa situação real. A satisfação que provêm do sucesso reforçará a aprendizagem. Informações dadas pelo formador, e demonstrações de apreciação de sua parte, podem agir como reforço. Responsabilidade Compartilhada na Formação Ninguém pode aprender por outra pessoa. Fica por conta de cada um providenciar sua própria formação. Isto significa que cada um tem que estar ligado o mais possível ao seu próprio treinamento. Com este intuito, ele deve inicialmente aceitar a finalidade da formação como anunciado, e se fixar nela. Para tanto admite-se que alguém explicou a finalidade e que ele tem a oportunidade de debater o assunto com alguém. É também de grande importância que em cada etapa do seu treinamento, ele acompanhe de perto a avaliação que não é só reser vada aos formadores; é uma responsabilidade que deveria ser compartilhada entre os formadores e os participantes. Alguns dos princípios de ensino/aprendizagem aplicados à formação de adultos, foram descritos anteriormente. Reunidos mostram que o ensino não é o resultado da transmissão de conhecimentos a receptores passivos. Pede a participação ativa e o envolvimento voluntário e sustentado dos participantes; exige progressivas e sucessivas ações de ensino/ aprendizagem que levem a um resultado definido, bem assimilado por todos aqueles afetados - e que os motive. A meta do reforço é - como sugerido pelo seu nome reforçar o aprendizado, isto é, torna-lo mais firme e mais duradouro. Ao mesmo tempo, mantém a motivação e facilita a assimilação do elemento que segue. 53 PREPARARAM ESTE MATERIAL PARA VOCÊ O conteúdo desta apostila foi organizado e montado com a colaboração de: Alessandro G. Vieira Altamiro Vilhena Ana Marcelino Antonio César Oliveira Carmen V. C. Barreira David Izecksohn Neto Ernani Rodrigues Ilka Denise Gallego Campos Iracema Bezerra Oliveira João Rodrigo França Luis Gustavo Fogaroli Luiz César de Simas Horn Marcelo Puente Marco Aurélio Romeu Fernandes Maria dos Remédios da Silva S. Oliveira Lima Marcos Car valho Marcus Vinícius R. Lima Megumi Tokudome Paulo Henrique Maciel Barbosa Paulo Palma Rafael Will Suárez Cuadra Renato Eugenio de Lima Rubem Suffert Rubem Tadeu Cordeiro Perlingeiro Theodomiro M. Rios Rodrigues Vitor Augusto Gay Willian Rocha A organização de conteúdos, coordenação das discussões e revisão final foi realizada por intermédio da Diretoria de Métodos Educativos, por meio da Equipe Nacional de Gestão de Adultos. União dos Escoteiros do Brasil - Escritório Nacional Rua Coronel Dulcídio, 2107 - Bairro Água Verde CEP: 80250-100 Curitiba - PR Tel: 41 3353-4732 - Fax: 41 3353-4733 www.escoteiros.org.br