Decisão Macroeconômica
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Decisão Macroeconômica
DECISÃO MACROECONÔMICA NÚMERO 55 – Março/2008 Sidney Chameh +55 (11) 3521.3700 [email protected] Mais do que nunca é a vez dos Emergentes!! Momento: O mercado internacional ainda sente os abalos da crise de crédito. Os bancos centrais (EUA, Canadá, Suíça e Inglaterra) anunciaram medidas coordenadas para ajudar os mercados de crédito. O Federal Reserve (Fed), vai injetar até US$ 200 bilhões para dar liquidez aos mercados. Apesar da turbulência no cenário externo, as condições da economia brasileira mantêm-se sólidas. Tanto na esfera das expectativas, quanto na economia real, os números que vêm sendo divulgados evidenciam que a hipótese do descolamento (decoupling) na economia brasileira está se concretizando. Os resultados esperados para as próximas semanas, com destaque para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos e para o discurso do presidente do FED, trarão uma nova série de testes para a economia brasileira. Se depender das condições atuais e da expectativa do mercado, essa nova onda de turbulência não deve ser o bastante para desviar o Brasil da atual trajetória de crescimento. Avaliação do mês anterior: O COPOM, como esperado, manteve a taxa básica de juros Selic em 11,25%.Tal postura do Banco Central visa evitar um avanço da inflação. Em fevereiro o IPCA ficou em 0,49%, praticamente no teto das expectativas. Assim o índice acumulado nos últimos 12 meses fica em 4,61%, acima da meta de 4,5%. A sondagem industrial realizada pelo IBGE do mês de janeiro mostrou expansão da atividade em 11 dos 14 locais analisados, com um crescimento de 1,8% em relação a dezembro de 2007 e 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O ingresso de investimentos estrangeiros bateu recorde histórico em janeiro de 2008, com uma entrada de US$ 4,81 bilhões, crescimento de 98% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse forte movimento de entrada de divisas no país deve ser observado nos dados do mês de fevereiro (ainda não divulgados). Isto, aliado ao superávit da balança comercial, contribuiu para a desvalorização do dólar que encerrou cotado a R$ 1,68, abaixo das projeções. Previsão: Em abril na reunião ordinária do Banco Central a taxa de juros Selic deverá ser mantida em 11,25%aa. O IPCA deverá sofrer um leve desaceleração ficando entre 0,35% e 0,45%. A tendência de valorização do Real deverá ser mantida e dólar deve encerrar cotado entre R$ 1,68 e R$ 1,78. Com essa valorização do Real já se especula que o Governo deverá elaborar uma nova medida para combater essa tendência. Comentário Geral: Em palestra proferida pela estrategista de mercados emergentes (ME) do J.P. Morgan patrocinada pelo Wachovia Securities em março deste ano, ouvimos uma defesa interessante do potencial desses mercados. Os ME correspondem por 80% da população mundial, 75% do território, 70% das reservas de combustíveis, 50% do consumo de energia, 50% do PIB Mundial, 40% das exportações e apenas 10% da capitalização de mercado das bolsas cerca de $ 13 trilhões. Tal distorção entre os indicadores apresentados e a capitalização de mercado confirma esse enorme potencial dos Mercados Emergentes. A estrategista destacou os fenômenos da globalização, da diversificação e os potenciais de valorização como os motivadores do movimento potencial. Para 2008 estima um crescimento dos lucros das empresas que atuam nos ME de 15% e considera a relação P/L de 12/14 ainda atrativa. Cita países como Nigéria, Turquia ou aqueles do Oriente Médio como oportunidades em função de estarem “montando” seu mercado de capitais. Diferentemente da década de 90 os ME são hoje credores líquidos (o grande superávit dos ME diminuem a dependência do dólar), tem o câmbio flexível e contam com um mercado de capitais maior e mais moderno. Só para ilustrar, um dado, não apresentado pela estrategista mas levantado pela DGF, mostra que a China detém cerca de 1/3 dos bonds emitidos recentemente pelos EUA. O potencial tem um grande desafio que é a diminuição do hiato da renda per capita, não obstante o crescimento observado nos últimos anos. O crescimento da renda aliado ao aumento de crédito local mudara a avaliação das empresas que hoje está ainda em preços atrativos segundo o JP Morgan. A média do endividamento das famílias na América Latina é de apenas 9% enquanto a mundial é de 58% e a americana é de 80%. O Brasil dentro dos emergentes é um dos destaques, e já representa 11% no peso da carteira teórica do banco. 2008 Indicadores* Mercado DGF Atividade Econômica IPCA % % 4,5 4,42 4,5 4,5 Selic - taxa de juros Câmbio - R$/US$ Balança Comercial % $ US$ bi 11,25 1,78 29,0 11,25 1,75 28,0 (*) em 31/12/2008 Este Relatório foi preparado pela DGF Investimentos (DGF), para uso exclusivo do destinatário, não podendo ser reproduzido ou distribuído sem a expressa autorização da DGF. Este relatório é produzido no início de cada mês, baseado em informações disponíveis ao público. Pelo fato da elaboração da análise envolver julgamentos de valor probabilísticos e mesmo subjetivos, torna-se impossível assegurar a efetiva realização das projeções e estimativas de valor futuro que venha a ser realizado. Este relatório não representa e não deve representar uma oferta de intermediação de qualquer titulo de valor mobiliário no mercado a vista, futuro ou de balcão.
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