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EFICÁCIA DOS ANTISSÉPTICOS NA ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS(1) Fernanda Magrini (2), Gabriela Lugock(3), Crisley Dichete Alves(3), Diego Vilibaldo Beckmann(4) (1) Trabalho executado com recursos do PIBIC/CNPq Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária e Bolsista PIBIC/CNPq; Universidade Federal do Pampa; [email protected] (3) Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária; Universidade Federal do Pampa. (4) Professor Adjunto-A do Curso de Medicina Veterinária; Universidade Federado do Pampa. (2) RESUMO: As infecções hospitalares representam parte das principais complicações em procedimentos cirúrgicos relacionados à infecções transoperatórias, no Brasil e no mundo, sendo este o responsável pelo maior índice das infecções cirúrgicas. A antissepsia é realizada com a finalidade de diminuir a microbiota residente e eliminar a microbiota transitória das mãos. Essa reduz pela metade os riscos de infecções no transoperatório, pois o uso de luvas cirúrgicas, não impede a transferência de micro-organismos das mãos da equipe cirúrgica para o paciente. Sabendo que existem diferentes antissépticos cirúrgicos utilizados na rotina hospitalar, o objetivo deste estudo foi avaliar os principais agentes químicos usados na antissepsia cirúrgica das mãos, iodopovidine (PVPI), clorexidina (CHG) e Triseptin® (preparação alcoólica), avaliando o efeito residual destes antissépticos, e se há diferença entre eles. A partir dos dados obtidos na pesquisa, foi possível verificar a eficácia e poder residual dos diferentes antissépticos utilizados. Palavras chave: Assepsia, antissepsia das mãos, eficácia dos antissépticos. INTRODUÇÃO As infecções hospitalares representam parte das principais complicações em procedimentos cirúrgicos relacionados à infecções trans-operatórias, no Brasil e no mundo (GONÇALVES et.al, 2012), sendo este o responsável pelo maior índice das infecções cirúrgicas. A antissepsia das mãos reduz pela metade os riscos de infecções no trans-operatorio (FELIX, 2007), pois o uso de luvas cirúrgicas, não impede a transferência de micro-organismos das mãos da equipe cirúrgica para o paciente (OBERG, Carolina et al, 2007). Para que a antissepsia das mãos seja eficiente, é necessário que sejam observados três pilares principais: a eficácia antimicrobiana do agente tópico utilizado; o procedimento adequado; e a adesão regular das equipes de saúde (MACIEL, 2012). A assepsia é um conjunto de métodos e práticas que previnem a contaminação em uma cirurgia. A antissepsia das mãos, é realizada com intuito de diminuir a microbiota residente e eliminar a transitória (FOSSUM, 2007), e assim, reduzir a introdução de micro-organismos no campo cirúrgico (GOULART, D.R. et al, 2011). Para isso existem diferentes agentes químicos utilizados na antissepsia das mãos, e o ideal deve ter efeito letal ou inibitório sobre o crescimento de micro-organismos, promover atividade residual, atóxica, hipoalegenica e inabsorvível pelo organismo (FOSSUM, 2007) e inibir o crescimento da microbiota residente nas mãos enluvadas até o final da cirurgia (GONÇALVES, K.J. et al, 2011). Dentre os principais antissépticos cirúrgicos utilizados estão o gluconato de clorexidina (CHG) e o iodopovidine (PVPI), além do Triseptin® (preparação alcoólica), os quais foram utilizados no presente trabalho, e com o objetivo de avaliar o efeito residual destes, e se há diferença na eficácia entre eles. METODOLOGIA Foram treinados e selecionados alunos voluntários da disciplina de Técnica Cirúrgica Veterinária, e separados em grupos para realização do estudo. Os voluntários tiveram treinamento para executar antissepsia das mãos e estiveram sob supervisão durante a realização de todas as etapas. Após o treinamento prévio dos métodos de antissepsia cirúrgica, 50 alunos foram distribuídos conforme: Grupo I e III – antissepsia com o uso de escova associado ao CHG e ao PVPI, respectivamente; Grupo II, IV e V – antissepsia sem o uso de escova associado ao CHG, PVPI e produto à base de álcool (Triseptin), respectivamente. Quatro coletas foram realizadas para posterior quantificação de possíveis agentes presentes, nos tempos: préantissepsia (0), imediatamente após a realização da antissepsia (1), uma hora após a realização da segunda coleta (2) e duas horas após a realização da segunda coleta (3). Para a realização da coleta de amostras, foram utilizados swabs embebidos em solução fisiológica NaCl 0,9% estéril. O swab entra em contato com o dedo indicador e é levado no sentido do dedo polegar da mão dominante de cada voluntário. Após a coleta, o material foi encaminhado para o Laboratório de Microbiologia Veterinária para verificação do crescimento de diferentes micro-organismos (bactérias e fungos), para a realização e quantificação das unidades formadoras de colônia (UFC). Após o período de incubação foi realizada a quantificação de colônias bacterianas, comparando as coletas de cada amostra, organizadas em grupos, afim de verificar a redução da carga bacteriana nos tempos antes e após a antissepsia das mãos com cada antisséptico, descritos anteriormente, tendo como base os valores mínimos e máximos encontrados em cada coleta. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos Grupos que utilizaram o CHG (gluconato de clorexidina) a 2% associado, foi observado o poder antisséptico do produto e a boa capacidade de remoção da microbiota das mãos, pois houve pouco ou nenhum crescimento de micro-organismos, após a antissepsia das mãos. Nos tempo zero (0) a contagem de colônias resultou em média na formação de 14 colônias, no tempo 1, a formação de colônias reduziu para zero, permanecendo nos tempos 3 e 4. Os Grupos que utilizaram o iodóforo PVPI 1% de iodo ativo, associado, no tempo zero (0) a contagem de colônias resultou em média na formação de 20 UFC, no tempo 1, estas reduziram para zero, permanecendo assim no tempo 2, e havendo um crescimento destas no tempo 3 de aproximadamente 5 UFC. O grupo que utilizou a preparação alcoólica, Triseptin®, no tempo zero teve em media formação de 11 UFC, seguindo de zero, no tempo um, logo após a antissepsia das mãos e permanecendo da mesma forma, nos tempos 2 e 3. O que leva a concluirmos que também obteve sucesso quanto a sua eficácia na antissepsia das mãos e na sua capacidade residual após início do procedimento cirúrgico. Contudo apesar do poder residual dos antissépticos, o iodóforo PVPI a 1% demonstrou menor capacidade residual que o CHG a 2%, Triseptin®, comparando as amostras de tempo 3, pelo crescimento de UFC nas amostras de iodóforo PVPI. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos nesta pesquisa, pode-se afirmar que não há diferença entre os antissépticos utilizados na rotina hospitalar, pois todos demonstram eficácia logo após a antissepsia das mãos, com adequada ação residual de duas horas após início do procedimento cirúrgico. A importância deste estudo está na comprovação da eficácia dos antissépticos utilizados, propiciando maior segurança e menor risco de infecções cirúrgicas na área da saúde e medicina veterinária. REFERÊNCIAS FELIX, Carla. Avaliação da técnica de lavagem das mãos executada por alunos do curso de graduação de enfermagem. Revista da escola de enfermagem da USP,vol.43, no.1, 2009. FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 3° edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. GONÇALVES, et al. Revisão sistemática sobre antissepsia cirúrgica das mãos com preparação alcoólica em comparação aos produtos tradicionais. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(6):1484-93. MACIEL, M.A. Lavagem pré-cirúrgica das mãos: uma revisão de literatura. Disponível em:<https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/8063/1/Marceli%20Alcoforado%20Maciel%20(2012 .1).pdf>. Acesso em 12 jan. 2015. ORBERG, et al. Passagem de micro-organismos através de luvas de procedimento e de luvas cirúrgicas antes de sua utilização. Revista de Odontologia da UNESP. 2007; 36(2): 127130. Diponível em: <http://www.revodontolunesp.com.br/files/v36n2/v36n2a05.pdf >. Acesso em 20 dez. 2014.
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