História da Filosofia Moderna IV - UFF – Departamento de Filosofia
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Universidade Federal Fluminense Departamento de Filosofia 1/2016 Disciplina: História da Filosofia Moderna IV Prof.Danilo Marcondes OBJETIVOS I. II. III. IV. V. VI. VII. VIII. Em uma passagem do clássico História da Loucura (1961), Michel Foucault afirma, “De Montaigne a Descartes alguma coisa mudou”, referindo-se, é claro, à concepção de “loucura”. Proponho ampliarmos o comentário de Foucault para a concepção de natureza humana. Vamos examinar assim como a retomada do ceticismo antigo no pensamento moderno leva a uma ruptura com a visão tradicional de natureza humana, por exemplo, em Montaigne e como essa visão por sua vez se transforma na modernidade a partir sobretudo do século XVII com Descartes, quando o universalismo posto em questão no século anterior, parece agora ressurgir. Richard Popkin em “A retomada do ceticismo no período moderno” (A História do Ceticismo de Erasmo a Spinoza, 2000, cap.2) mostrou como o ceticismo antigo teve uma influência decisiva na formação do pensamento moderno. Pensamento de crise o ceticismo fornece o instrumental metodológico e conceitual para se pensar a crise do início da modernidade. Mas, o desenvolvimento do pensamento moderno dará origem a novas versões do ceticismo. Em The high road to Pyrrhonism (1993), Popkin analisa a oposição entre ceticismo acadêmico, ou moderado, e ceticismo pirrônico, ou radical, que tem sua mais significativa formulação na Investigação sobre o Entendimento Humano (1748) de David Hume. Ceticismo Antigo: Pirronismo X Academia. A Retomada do Ceticismo Antigo no surgimento do Pensamento Moderno: o conflito de doutrinas. A questão da natureza humana e da subjetividade no contexto do Humanismo Renascentista. Reforma Protestante. A Revolução Científica. Montaigne: cético pirrônico? Descartes: cético acadêmico? Hume e o ceticismo. Avaliação: Apresentação em seminário de trabalho escrito ao final do curso correlacionando os temas do curso com os interesses de pesquisa do aluno. Os alunos deverão apresentar, ao final do curso, um trabalho escrito sobre tema de sua escolha, relacionado aos tópicos discutidos durante o curso e a suas respectivas áreas de pesquisa, ou alternativamente, fazer uma apresentação em seminário. Bibliografia: (a ser complementada durante o curso) Luiz Bicca, Ceticismo e Relativismo, Rio, 7 Letras, 2012. Roberto Bolzani Filho, Acadêmicos versus Pirrônicos, São Paulo, Alameda, 2013. René Descartes, Meditações Metafísicas, Os Pensadores, Abril, São Paulo, 1975. David Hume, Investigação sobre o entendimento humano, Os Pensadores, Abril, São Paulo, 1975. R.Popkin, Ceticismo, Niterói, EDUFF, 2a.ed., 1996. Popkin,R. História do Ceticismo de Erasmo a Spinoza, Rio, Francisco Alves, 2000. [nova edição: The History of scepticism from Savonarola to Bayle, Oxford Univ.Press, 2003 [sobre a retomada do ceticismo antigo no período moderno] Richard Popkin, The High Road to Pyrrhonism, Hackett, Indiana, 1993. Número Especial sobre o Ceticismo da Revista O que nos faz pensar, Depto.de Filosofia, PUC-Rio, no.8, 1994. Número Especial sobre o Ceticismo da Revista Kriterion, Depto.de Filosofia, UFMG, no.93, 1996.
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