DE SOJA - Grupo Bio Soja
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DE SOJA - Grupo Bio Soja
CATÁLOGO DE SOJA Nº 1 | JULHO 2014 1 CATÁLOGO DE SOJA Nº 1 | JULHO 2014 2 ÍNDICE 1. Introdução04 2. Grupo Bio Soja05 2.1. Histórico05 2.2. Política de qualidade07 2.3. Unidades industriais08 3. Nutrição na cultura da soja09 3.1. Introdução09 3.1.1. Necessidades nutricionais da soja09 3.1.2. Adubação balanceada e equilibrada10 3.1.3. Fatores que afetam a disponibilidade dos nutrientes 10 3.2. Nitrogênio (N)11 3.3. Fósforo (P)12 3.4. Potássio (K)13 3.5. Cálcio (Ca)14 3.6. Magnésio (Mg)15 3.7. Enxofre (S)16 3.8. Boro (B)17 3.9. Cobalto (Co)18 3.10. Cobre (Cu)19 3.11. Ferro (Fe)20 3.12. Manganês (Mn)21 3.13. Molibdênio (Mo)22 3.14. Níquel (Ni)23 3.15. Zinco (Zn)24 4. Avaliação da disponibilidade dos nutrientes do solo 25 4.1. Introdução25 4.2. Amostragem dos solos em sistema de plantio direto (SPD) 25 4.3. Interpretação da análise de solo26 3 5. Avaliação do estado nutricional da soja 27 5.1. Amostragem das folhas27 5.2. Amostragem das folhas da soja27 5.3. Interpretação dos teores dos nutrientes nas folhas da soja27 6. Produtos Bio Soja para soja28 6.1. Dessecação das plantas daninhas28 6.2. Adubação de solo31 6.3. Inoculação e fertilização das sementes 39 6.4. Adubação no sulco de plantio44 6.5. Adubações foliares47 6.6. Produtos e garantias58 7. Programa nutricional Bio Soja para soja 59 8. Anexo60 81. Fases fenológicas da soja60 8.2. Calagem61 8.3. Gessagem63 8.4. Adubação65 8.4.1. Adubação nitrogenada65 8.4.2. Adubação fosfatada67 8.4.3. Adubação potássica71 8.4.4. Adubação com enxofre73 8.4.5. Adubação com micronutrientes 74 9. Glossário77 10. Literatura consultada81 4 1. INTRODUÇÃO vez no Estado de São Paulo por Daffert no Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O primeiro cultivo comercial da soja no Brasil foi realizado em 1914 no município gaúcho de Santa Rosa. A partir da década de 60, a soja revolucionou os campos gaúchos. As cultivares de soja importadas dos Estados Unidos tiveram uma excepcional adaptabilidade às condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul. Posteriormente, a soja e os colonos gaúchos migraram inicialmente para o Oeste de Santa Catarina e logo após para o Sudoeste do Paraná e Paraguai. Atualmente, a cultura da soja também conhecida como o ouro verde brasileiro é a principal commodity agrícola brasileira. Representa cerca de 45% da safra brasileira de grãos, colocando o Brasil como o maior exportador e o segundo maior produtor mundial desta Fabaceae, nova nomenclatura das leguminosas. Na safra 2012/13, as exportações do complexo soja que inclui grãos, farelo e óleo atingiu a cifra de US$ 13 bilhões sendo um dos principais responsáveis pelo saldo positivo na balança comercial e pela estabilidade econômica do Brasil. Depois, a expansão da soja ocorreu rumo as imensas terras disponíveis no Brasil Central denominadas de Cerrado. As características do relevo, solo e clima do Cerrado, aliada ao espírito empreendedor dos agricultores brasileiros e a utilização dos insumos agrícolas respaldadas pela pesquisa agrícola permitiram que a soja fosse à propulsora do desenvolvimento econômico desta imensa região brasileira. No atual ritmo de expansão da soja, provavelmente nas próximas safras, o Brasil será o maior produtor mundial deste grão superando os Estados Unidos. Conforme levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), na safra 2013/14 foram colhidas 86,6 milhões de toneladas de soja com aumento de 6,2% em relação à safra anterior. A safra norte-americana de soja foi ligeiramente superior atingindo 89,5 milhões de toneladas de grãos. No Estado de São Paulo, o cultivo da soja ficou concentrado em duas regiões, Vale do Paranapanema e na Alta Mogiana (Orlândia, São Joaquim da Barra, Ipuã, Ituverava e Guaíra). A partir da década de 90, a maior parte da área cultivada com soja no Estado de São Paulo foi gradativamente substituída pela cana-de-açúcar. A soja é originária da China e é a base da alimentação da população chinesa a pelo menos 5.000 anos. A expansão da soja a partir da China foi lenta e gradual. Por volta de 1500, foi introduzida nos países asiáticos próximos a China, dentre os quais, Japão, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Índia. No século XVIII, a soja chega ao continente europeu e aos Estados Unidos. Atualmente, a cultura da soja é cultivada nas mais variadas regiões do mundo. Atualmente, a soja é a base da economia da maioria dos municípios da região Sul e Brasil Central incluindo os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba em Minas Gerais, Oeste da Bahia e Mapito. Esta região brasileira é caracterizada por um grande dinamismo e o crescimento econômico está acima da média nacional. No Brasil, a soja foi introduzida em 1882 na Bahia por Gustavo Dutra e em 1892 é cultivada pela primeira 5 2. GRUPO BIO SOJA 2.1 HISTÓRICO O Grupo Bio Soja é caracterizado por um grande dinamismo e desde a sua fundação no início da década de 70 vem aprimorando constantemente os seus produtos e processos industriais. inoculante destinado à cultura do milho. Neste momento, o Grupo Bio Soja está pesquisando a eficiência agronômica deste inoculante nas demais gramíneas com destaque para o trigo, arroz, sorgo, cana-de-açúcar e braquiárias. Além deste produto, o Grupo Bio Soja vem pesquisando produtos microbiológicos para as demais culturas com destaque para o Metarhizium para cana-de-açúcar e pastagem. A história do Grupo Bio Soja se confunde com a própria história da cultura da soja na Alta Mogiana, região do interior paulista localizada entre Ribeirão Preto e o Triângulo Mineiro e a sua posterior expansão pelo Cerrado Brasileiro localizado nas mais diversas regiões do Brasil Central. Com a expansão da agricultura nos solos sob Cerrado surgiram novos desafios e necessidades das culturas, dentre os quais, produtos destinados ao fornecimento dos micronutrientes. No final da década de 60, a soja no seu processo contínuo de expansão a partir do Rio Grande do Sul atinge a Alta Mogiana. Em poucos anos, a soja mudou o perfil agrícola desta região, tornando-se uma das principais culturas substituindo parcialmente as culturas do algodão, milho e café. No final da década de 90, mais precisamente em 1998, é inaugurada a segunda empresa do Grupo Bio Soja em São Joaquim da Barra, a Bio Soja Fertilizantes, especializada na produção de fertilizantes. A partir deste momento, o Nodulus® pó é aperfeiçoado com o desenvolvimento da sua formulação líquida, o Nodulus® Premium. Posteriormente, esta unidade industrial foi ampliada e teve início a produção dos sulfatos, MAP purificado, cloretos, óxidos e monóxidos metálicos, principalmente manganês e zinco. A partir deste momento, surge a necessidade de um insumo fundamental para a cultura da soja, o inoculante e em 1971 é fundada em São Joaquim da Barra/SP, a Indústria Bio Soja de Inoculantes. No final da década de 70, a cultura da soja atravessou o Rio Grande e conquistou uma região até então pouco utilizada para a agricultura, o Cerrado Brasileiro. Neste processo de expansão, a Bio Soja foi acompanhando a soja e em poucos anos, a empresa comercializava os seus produtos nas mais diversas regiões do Brasil Central alcançando os cerrados goianos e matogrossenses e atingindo também os cerrados baianos e maranhenses. Além da expansão da linha de produtos, o Grupo Bio Soja iniciou a diversificação de mercados atuando nas mais diversas culturas brasileiras, no mercado químico industrial e na nutrição animal. Em Serrana, município paulista próximo a Ribeirão Preto/SP, o Grupo Bio Soja possui duas unidades industriais. A primeira unidade foi adquirida em 2001 e é responsável pela produção de acaricida, adjuvantes, isca formicida e de fertilizantes minerais em suspensão (NHT®). Em 2008 é inaugurada a segunda unidade industrial em Serrana/SP, responsável pela produção do condicionador de solos (Fertium®) e dos fertilizantes organominerais (Fertium® Phós). A partir da década de 90, o Grupo Bio Soja iniciou a produção do Nodulus® pó, fertilizante fornecedor de cobalto e molibdênio à cultura da soja e demais leguminosas. Em 1994, a empresa iniciou a comercialização do primeiro inoculante turfoso esterilizado e isento de microganismos antagônicos às bactérias fixadoras de nitrogênio (Biomax® Premium). Em Ituverava/SP, a Granorte, empresa coligada ao Grupo Bio Soja inaugurada em 2003 é especializada na produção de macronutrientes secundários e micronutrientes de solo. Em 2008, nesta unidade industrial, o Grupo Bio Soja iniciou a produção e a comercialização do primeiro inoculante mundial para a produção de mudas de eucalipto a partir de estacas e miniestacas (Rizolyptus®). A partir de 2010, o Grupo Bio Soja, iniciou a exploração comercial de uma lavra de monóxido de manganês em Niquelândia/GO, tornando-se auto suficiente neste importante metal que é o primórdio de uma série de produtos destinados a nutrição das plantas, nutrição animal e uso industrial. Em 2011, foi lançado o Biomax® Premium Milho, 6 2.1 HISTÓRICO Atualmente, o Grupo Bio Soja possui 5 unidades industriais localizadas na região de Ribeirão Preto, interior paulista, facilitando a distribuição dos seus produtos em todas as unidades da federação e a exportação para os países do Mercosul e Bolívia. os produtos das unidades industriais são submetidos a um rígido controle de qualidade desde as matérias-primas até os produtos acabados. Ao longo desta longa trajetória, que teve início nos primórdios da década de 70, o Grupo Bio Soja acompanhou a abertura da maior fronteira agrícola do mundo, o Cerrado Brasileiro e a consolidação do Brasil como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. As unidades industriais estão em constante ampliação e modernização procurando agregar as tecnologias mais modernas visando a otimização de todos os processos industriais e minimizando ao máximo a emissão de poluentes e a produção de resíduos industriais. O Grupo Bio Soja sempre esteve ao lado do produtor rural e sempre buscou alternativas para atender as suas necessidades e colaborar para maximizar o potencial produtivo das suas culturas e dos seus rebanhos. A Bio Soja possui o certificado ISO 9001:2000, demonstrando toda a qualidade nos seus processos administrativos, comerciais e industriais. Todos 7 2.2 POLÍTICA DE QUALIDADE “Satisfazer nossos clientes, através do processo de melhoria contínua com a participação de nossos colaboradores.” 8 2.3 UNIDADES INDUSTRIAIS Escritório Central São Joaquim da Barra - SP Unidade I Unidade V Indústrias Químicas e Biológicas São Joaquim da Barra - SP Unidade II Bio Soja Fertilizantes São Joaquim da Barra - SP Bio Soja Fertilizantes Serrana - SP Unidade III Indústrias Químicas e Biológicas Serrana - SP 9 Unidade IV Granorte Fertilizantes Ituverava - SP 3. NUTRIÇÃO NA CULTURA DA SOJA 3.1. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas ocorreu aumento significativo na produção da soja (Figura 1). O principal fator que propiciou o aumento na produção da soja foi o aumento expressivo na sua produtividade. Na década de 70, a produtividade da soja situava-se na faixa de 1,44 t/ha e nas últimas safras atingiu uma média ligeiramente superior a 3 t/ha. Vários fatores contribuíram para este aumento na produtividade, dentre os quais, utilização racional dos nutrientes. 90 Produtividade (kg/ha) 80 Produção (milhões de t) 70 3.023 Entretanto, a produtividade da soja ainda está abaixo do seu potencial produtivo. Segundo pesquisadores brasileiros, o potencial de produtividade da cultura situa-se entre 250 e 300 sc./ha, bem acima da média nacional (Ventimiglia et al., 1999; Pires et al., 2000; Maehler et al., 2003 e Saraiva, 2004). 2.827 Área cultivada (milhões de ha) 2.557 82,7 2.112 60 64,3 1.721 1.439 50 1.089 46,1 40 Com a constante elevação nos custos de produção, é necessário que os produtores rurais realizem um manejo nutricional mais adequado para maximizar os investimentos realizados na cultura da soja e otimizar o elevado potencial de produtividade das atuais cultivares. 30 24 20 10 0 0,5 0,4 1960 / 69 7,3 4,9 22,7 18,6 16,4 9,5 27,3 11,3 1970 / 79 1980 / 89 1990 / 99 2000 / 06 2007 / 12 2013 Figura 1. Área cultivada, produção e produtividade da soja a partir da década de 60. (EMBRAPA; CONAB) Fonte: Caminhos da soja (2004). 3.1.1. NECESSIDADES NUTRICIONAIS DA SOJA A absorção dos nutrientes pela soja é influenciada por diversos fatores, dentre os quais, as condições climáticas (chuvas e temperaturas), as diferenças genéticas entre as cultivares, os tratos culturais e a disponibilidade dos nutrientes no solo. é fornecido na sua maior parte pela fixação biológica do nitrogênio. Para a produção de 1 t de grãos de soja são necessários cerca de 83 kg/ha de N. O potássio, o enxofre e o fósforo são respectivamente, o segundo, o terceiro e o quarto nutriente mais exigido pela cultura da soja. Em relação aos micronutrientes, o cloro é o mais absorvido pela soja seguido pelo ferro, manganês, boro e zinco. Na Tabela 1 há a quantidade de nutrientes absorvidos e exportados pela soja para a produção de 1 t de grãos e 1 t de restos culturais. O nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pela soja e Tabela 1. Quantidade absorvida e exportada de nutrientes pela cultura da soja para uma produção de 1 t de grãos. Fonte: Sfredo (2008). N P2O5 K2O Ca Mg S B Cl Cu Fe Mn Mo Zn Partes da planta - - - - - - - - - - - - - - - kg - - - - - - - - - - - - - - -----------------g------------------ Grãos 51 10 20 3,0 2,0 5,4 20 237 10 70 30 5 40 Restos culturais 32 5,4 18 9,2 4,7 10,0 57 278 16 390 100 2 21 Total 83 15,4 38 12,2 6,7 15,4 77 515 26 460 130 7 61 % exportada 61 65 53 25 30 35 26 46 38 15 23 71 66 À medida que aumenta a matéria seca produzida por hectare, a quantidade de nutrientes nos restos culturais da soja não segue modelo linear. 10 3.1.2. ADUBAÇÃO BALANCEADA E EQUILIBRADA A Lei do Mínimo proposta em 1840 pelo químico alemão Justus von Leibig, ilustra muito bem, a importância da nutrição equilibrada e balanceada nas culturas (Figura 2). Cada tábua do barril representa o teor disponível de um determinado nutriente no solo. “A produtividade de uma cultura é limitada pelo nutriente que estiver em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os demais estejam disponíveis em quantidades adequadas.” Portanto, o produtor precisa utilizar a análise de solo para a avaliação da disponibilidade dos nutrientes do solo e a análise foliar para o monitoramento do estado nutricional da soja. Figura 2. Representação gráfica da Lei do Mínimo. 3.1.3. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES A disponibilidade dos nutrientes à cultura da soja é afetada por diversos fatores. ponibilidade dos nutrientes ocorre na faixa de pH entre 6,0 e 6,5 (Figura 3). Entretanto, o aumento no pH do solo reduz a disponibilidade dos micronutrientes, exceto o boro, cloro e molibdênio. Disponiblidade crescente dos nutrientes e alumínio O pH do solo é o principal fator que afeta a disponibilidade dos nutrientes à soja. A maior dis- A textura do solo influência na disponibilidade dos nutrientes às plantas. Nos solos argilosos ocorre maior fixação do P reduzindo a sua disponibilidade às culturas. Nos solos arenosos ocorre maior lixiviação dos nutrientes aniônicos (nitrato, sulfato, molibdato e boro) e do potássio. Faixa de pH adequada para a maioria das culturas Em solos com altos teores de matéria orgânica com predominância de ácidos húmicos ocorrem a formação de complexos muito estáveis com os micronutrientes metálicos (Co, Cu, Fe, Mn, Ni e Zn) podendo induzir deficiências nas culturas. Ferro, cobalto, cobre, manganês, níquel e zinco Alumínio Molibdênio e cloro Fósforo Nitrogênio, enxofre e boro Em solos compactados ocorre menor difusão do P, Zn, Mn e K reduzindo a absorção destes nutrientes pela soja. Potássio, cálcio e magnésio 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 8,0 pH em água Figura 3. Efeito do pH na disponibilidade dos nutrientes e do alumínio trocável. Fonte: Adaptado de Instituto da Potassa & Fosfato (1998). 11 3.2. NITROGÊNIO (N) a. Nitrogênio no solo O N destaca-se pelo acentuado dinamismo na natureza apresentando grande mobilidade no solo e as reações químicas são mediadas por microrganismos. Portanto, é muito difícil mantê-lo no solo em quantidades suficientes para atender as necessidades das plantas, dentre as quais, a soja. também absorvem o N do solo na forma de aminoácidos. O N é o nutriente responsável pelo desenvolvimento vegetativo da soja. Atua na síntese de compostos nitrogenados (aminoácidos, proteínas, aminas, amidas, aminoaçúcares, purinas, pirimidinas e alcalóides). O N do solo está predominantemente na forma orgânica representando mais de 95% do N total e com variados graus de recalcitrância ou como constituinte dos organismos vivos. Algumas formas ou frações do N tem meia vida de poucos dias, enquanto outras permanecem no solo por séculos (ácidos húmicos e humina). Atua na produção da clorofila e está envolvido diretamente com a fotossíntese. Estimula a formação e o desenvolvimento das gemas floríferas. Na forma orgânica, o N não está disponível às plantas, precisando ser mineralizado para a produção do amônio (N-NH4+), que por sua vez, será nitrificado, produzindo o nitrato (N-NO3-). O amônio e o nitrato são as formas minerais do N disponíveis à cultura da soja. Componente dos ácidos nucléicos, enzimas, coenzimas e vitaminas. d. Sintomas de deficiência do nitrogênio O N é um nutriente com alta mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do N ocorrem inicialmente nas folhas velhas (Figura 4). Em situações críticas, os sintomas podem atingem também as folhas mais novas. b. Fatores que afetam a disponibilidade do nitrogênio A disponibilidade do N à soja está diretamente relacionada com os fatores que afetam a atividade dos microrganismos e a dinâmica deste nutriente nos solos. Os solos com baixo teor de matéria orgânica tem menor reserva de N orgânico e tem menor disponibilidade de N às plantas. As folhas da soja vão perdendo a cor verde-escuro e adquirem uma coloração verde-pálida. Posteriormente, ocorre uma clorose generalizada (amarelecimento) das folhas velhas causado pela menor síntese da clorofila. Com o agravamento da deficiência do N, a clorose progride para uma necrose. As regiões com alta precipitação pluviométrica aumentam a probabilidade de perdas de N por lixiviação reduzindo a sua disponibilidade às plantas. Com a redução na síntese dos fotoassimilados, ocorre um crescimento mais lento das plantas e os grãos da soja tornam-se menores. As estiagens prolongadas reduzem a mineralização do N orgânico reduzindo a disponibilidade do nutriente às plantas. Ocorre também redução no crescimento das raízes das plantas reduzindo a sua capacidade de absorção do N do solo. Os solos com acidez elevada tem menor atividade dos microrganismos do solo proporcionando menor mineralização do N orgânico. c. Funções do nitrogênio O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do N pela soja, sendo absorvido na forma de nitrato (N-NO3-) e amônio (N-NH4+). As plantas Figura 4. Deficiência de nitrogênio em soja. Fonte: IPNI – N. R. Usberwood. 12 3.3. FÓSFORO (P) a. Fósforo no solo c. Funções do fósforo O teor de P total dos solos tropicais situa-se entre 200 e 3.000 mg/kg de P, equivalente a 400 a 6.000 kg/ha de P2O5. O P no solo encontra-se na solução do solo e na fase sólida. O teor de P da solução do solo é muito baixo e está em equilíbrio com o P da fase sólida. A difusão é o principal mecanismo de absorção do P pela soja, sendo absorvido na forma do íon fosfato (H2PO4-). O P é imprescindível ao crescimento e a reprodução da soja, as quais não alcançam o seu máximo potencial produtivo sem um adequado suprimento deste nutriente. A maior parte do P do solo encontra-se na fase sólida e é dividida em P-lábil e P-não lábil. O P-lábil é aquele que está adsorvido aos colóides minerais e orgânicos do solo, mas em equilíbrio com o P da solução do solo, podendo ser considerado como disponível às plantas. O P-não lábil é o P precipitado em compostos insolúveis com o Ca, Fe e Al ou adsorvido em sítios de elevada energia e deste modo, o seu aproveitamento pelas plantas é incerto. A principal função do P na soja está relacionada com o armazenamento e a transferência de energia. É componente dos nucleotídeos utilizados no metabolismo energético das plantas e está presente nas moléculas dos açúcares intermediários da respiração e fotossíntese. b. Fatores que afetam à disponibilidade do fósforo Acelera o enraizamento da soja e atua na divisão celular. Aumenta o teor de carboidratos, óleos, gorduras e proteínas na soja. Favorece o vigor e a frutificação da soja. Proporciona maior uniformidade na maturação dos grãos e reduz a incidência de grãos defeituosos. A disponibilidade do P à soja é reduzida pela retenção do P nos solos e é conhecida como “fixação”. Várias propriedades do solo afetam a fixação do P sendo as mais importantes: pH, textura, tipo e quantidade de colóides (minerais de argilas e húmus) e quantidade de outros ânions que podem competir com o íon fosfato pelos sítios de adsorção, por exemplo, sulfato e silicato. d. Sintomas de deficiência de fósforo O P é um nutriente móvel no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do P na soja ocorrem inicialmente nas folhas velhas. A fixação do P é afetada pelo pH do solo (Figura 3). A maior disponibilidade do P ocorre na faixa de pH entre 6,0 a 6,5. Em solos ácidos, o P é precipitado pelos íons Fe e Al e é adsorvido nos oxidróxidos de Fe e de Al formando fosfatos pouco solúveis. Em solos alcalinos, a reação do P ocorre com o Ca formando o fosfato tricálcio com baixa solubilidade em água. As folhas velhas da soja adquirem uma coloração verde-escuro sem brilho. Ocorre redução no crescimento das plantas com plantas raquíticas e com folhas pequenas (Figura 5). Baixa inserção das vagens da soja. A deficiência de P em soja reduz o número e a eficiência dos nódulos na fixação simbiótica do nitrogênio. A fixação do P também é influenciada pelo teor de argila do solo. Quanto maior o teor de argila do solo, maior é a fixação do fósforo. Em solos compactados ocorre menor difusão do P reduzindo a absorção pela soja. Os solos com menor teor de umidade tem redução na disponibilidade do P às plantas (menor difusão e menor crescimento das raízes). Em solos com excesso de umidade ocorre redução no crescimento das raízes ocasionando menor absorção de P pelas plantas. Figura 5. Deficiência do fósforo em soja. Fonte: IPNI - Luiz Antonio Zanao Júnior. 13 3.4. POTÁSSIO (K) a. Potássio no solo d. Sintomas de deficiência de potássio na soja As plantas absorvem o K da solução do solo que por sua vez é reposto pelo K trocável (K adsorvido aos colóides minerais e orgânicos) e pelo K não trocável. Nos solos tropicais, altamente intemperizados, a contribuição do K não trocável e o K dos minerais primários para a reposição do K na solução do solo é muito pequena. O K é um nutriente móvel no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do K na soja ocorrem inicialmente nas folhas velhas. Inicialmente, ocorre clorose nas bordas das folhas velhas da soja (Figura 6). Com o agravamento da deficiência, a clorose progride para uma necrose nas bordas e pontas das folhas da soja (Figura 7). Posteriormente, a necrose atinge a base das folhas até a necrose total. b. Fatores que afetam à disponibilidade do potássio Ocorre redução no tamanho e no peso das sementes da soja. Os grãos da soja tornam-se enrugados e deformados reduzindo o vigor e o poder germinativo. Pode ocorrer haste verde ou retenção foliar. As folhas da soja permanecem verdes e os grãos maduros. A disponibilidade do K à soja é afetada pelo pH do solo (Figura 3). Quanto maior o pH do solo, maior a disponibilidade de K à cultura da soja. Os solos com desequilíbrios nos cátions básicos (altos teores de Ca e/ou Mg e baixos teores de K) apresentam menor disponibilidade de K à cultura da soja. Em solos arenosos com baixa CTC localizados em regiões com alta precipitação podem ocorrer perdas de K por lixiviação para as camadas mais profundas, reduzindo a sua disponibilidade à cultura da soja. c. Funções do potássio nas plantas A difusão é o principal mecanismo de absorção do K pela soja, sendo absorvido na forma iônica de K+. Cerca de 70% do K nas plantas permanece na forma iônica, livre nas células. Figura 6. Sintomas iniciais da deficiência de potássio em soja. Fonte: Sfredo (2008). O K é o nutriente que tem a maior influência na qualidade da cultura. O K estimula o enchimento dos grãos diminuindo o chochamento, aumenta o teor de carboidratos, óleos, gorduras e proteínas na soja. O K é ativador enzimático. Ativa cerca de 60 enzimas, dentre as quais, as enzimas relacionadas com o amido e proteína e as envolvidas com o desdobramento dos açúcares. Melhora a eficiência da soja na utilização da água regulando a abertura e o fechamento dos estômatos das células-guarda e a turgidez do tecido. Uma nutrição adequada com K reduz a incidência de pragas e doenças. Figura 7. Sintomas intermediários da deficiência de potássio em soja. Fonte: Sfredo (2008). Aumenta a resistência da soja ao acamamento acelerando a lignificação das células do esclerênquima principalmente com o suprimento adequado de N. 14 3.5. CÁLCIO (Ca) a. Cálcio no solo O Ca é indispensável para o pegamento da florada atuando na germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico. O Ca do solo é proveniente de rochas contendo minerais como dolomita, calcita, apatita e feldspatos cálcicos. Estimula o crescimento das raízes e dos demais órgãos das plantas. A taxa de crescimento das raízes é imediatamente reduzida pela interrupção do fornecimento deste nutriente e após alguns dias, as extremidades das raízes tornam-se marrons e gradualmente morrem. Em solos tropicais e subtropicais, esses minerais são intemperizados e o cálcio, em parte, é perdido por lixiviação. Portanto, os solos localizados nestas regiões são ácidos e possuem baixos teores de Ca. Em solos com pH na faixa alcalina, o Ca pode precipitar como carbonatos, fosfatos ou sulfatos com baixa solubilidade em água. Em solos ácidos ou salinos, o Ca tem grande importância na manutenção da absorção iônica mantendo a estrutura e o funcionamento das membranas celulares. O Ca disponível às plantas está na forma iônica de Ca2+ e encontra-se adsorvido nos colóides minerais e orgânicos e na solução do solo. No complexo de troca dos solos, o cátion básico dominante é o Ca2+, seguido pelo Mg2+ e pelo K+. Na solução do solo, a concentração do Ca é muito baixa, de modo particular nos solos ácidos das regiões tropicais. Aumenta a resistência das plantas às pragas e doenças e aos estresses por calor, frio e vento. d. Sintomas de deficiência do cálcio b. Fatores que afetam à disponibilidade do cálcio O Ca é um nutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do Ca ocorrem inicialmente nos tecidos mais novos das plantas. A disponibilidade do Ca às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). A maior disponibilidade do Ca ocorre em pH entre 6,0 a 6,5. Os pontos de crescimento das plantas são afetados pela deficiência de Ca. O sistema radicular fica atrofiado ocorrendo a morte da gema apical. Nos solos com desequilíbrio entre os cátions básicos (altos teores de Mg2+ e/ou K+ e baixos teores de Ca2+) ocorre redução na disponibilidade do Ca à cultura da soja. Há o retardamento da emergência das folhas e quando emergem, tornam-se deformadas adquirindo a forma de taça denominada de encarquilhamento (Figura 8). Pode ocorrer quebra do pedúnculo pela desintegração da parede celulósica. Em solos com manejo adequado dos calcários, o Ca não constitui fator limitante às culturas. c. Funções do cálcio Nas leguminosas ocorre redução na nodulação podendo induzir deficiência de N na soja. O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do Ca pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Ca2+. A principal função do Ca nas plantas é estrutural. É essencial para a formação e manutenção da integridade e funcionalidade das membranas e paredes celulares das plantas. O pectato de cálcio da lamela média atua como cimento entre as células. Em plantas com deficiência de Ca, as membranas tornam-se porosas, podendo perder os íons anteriormente absorvidos. Figura 8. Deficiência de cálcio em soja. Fonte: IPNI- T. S. Murrell. 15 3.6. MAGNÉSIO (Mg) a. Magnésio no solo É constituinte da clorofila (2,7% do seu peso molecular), pigmento presente no cloroplasto onde ocorre a fotossíntese das plantas. Cerca de 50% do Mg nas folhas da soja estão nos cloroplastos. O Mg do solo é proveniente de rochas contendo minerais primários como piroxênios, anfibólios, olivina e turmalina e minerais secundários, tais como, clorita, ilita e vermiculita. Os carbonatos e sulfatos com Mg também são fontes deste nutriente aos solos. O Mg é ativador das enzimas nas plantas. O Mg é o nutriente que ativa o maior número de enzimas, dentre as quais, as enzimas relacionadas a síntese de carboidratos e outras envolvidas na síntese de ácidos nucleicos. Em solos tropicais e subtropicais, esses minerais são intemperizados e o Mg, em parte, é perdido por lixiviação. Portanto, os solos localizados nestas regiões são ácidos e possuem baixos teores de Mg. O Mg está envolvido com o metabolismo do fosfato na soja. É carreador do P na soja. No complexo de troca dos solos subtropicais e tropicais, o Mg é o terceiro cátion mais abundante, após o Ca2+ e o H+. Na solução do solo, a concentração do Mg é muito baixa, de modo particular nos solos ácidos das regiões tropicais. Melhora a absorção do P dos solos aumentando a eficiência agronômica dos fertilizantes fosfatados. Atua na síntese de proteínas. O Mg é necessário à transferência de energia aos aminoácidos, por meio de enzimas fosforilativas e manutenção da estabilidade das unidades ou partículas dos ribossomos. b. Fatores que afetam à disponibilidade do magnésio A disponibilidade do Mg às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). A deficiência de Mg ocorre em solos com pH em água menor que 5,4. d. Sintomas de deficiência do magnésio Nos solos com desequilíbrio entre os cátions básicos (altos teores de Ca2+ e/ou K+ e baixos teores de Mg2+) ocorre redução na disponibilidade do Mg à cultura da soja. O Mg é um nutriente móvel no floema das plantas. Portanto, os sintomas de deficiência do Mg na soja ocorrem inicialmente nas folhas velhas. A saturação de magnésio nos solos mais adequada à cultura da soja em solos com CTC menor que 8 cmolc /dm3 situa-se na faixa de 13 a 18%. Nos solos com CTC maior que 8 cmolc /dm3, a saturação de magnésio mais adequada é de 13 a 20%. As folhas mais velhas mostram uma clorose internerval (amarelo-claro) e as nervuras permanecem com uma coloração verde-pálido (Figura 9). A deficiência do Mg reduz a fotossíntese da soja causando diminuição da síntese dos fotoassimilados e comprometendo a produtividade da cultura. As relações do Mg com o Ca e K nos solos mais adequada à cultura da soja são variáveis conforme a CTC. Em solos com CTC menor que 8 cmolc /dm3, a relação Ca/Mg e Mg/K mais adequada à cultura da soja é de 1 a 2 e de 5 a 10, respectivamente. Em solos com CTC maior que 8 cmolc /dm3, a relação Ca/Mg e Mg/K mais adequada à cultura da soja é de 1,5 a 3,5 e de 3 a 6, respectivamente. Ocorre redução no desenvolvimento do sistema radicular. c. Funções do magnésio O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do Mg pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Mg2+. Figura 9. Deficiência de magnésio em soja. Fonte: IPNI - Eros A. B. Francisco. 16 3.7. ENXOFRE (S) a. Enxofre nos solos De forma similar ao nitrogênio, a maior parte do S nos solos está na forma orgânica (60 a 90% do S total). Portanto, o reservatório do S nos solos é a matéria orgânica. na forma gasosa (SO2) e os aminoácidos contendo S (cistina, cisteína e metionina). O S atua no desenvolvimento vegetativo e na frutificação da soja. É necessário que o S orgânico dos solos seja convertido em sulfato (SO42-), forma prontamente disponível às plantas através do processo denominado de mineralização. Atua na síntese de aminoácidos (cistina, cisteína e metionina) e proteínas perfazendo cerca de 90% do S nas plantas. Além disso, o S é lixiviado de forma similar ao N acumulando nas camadas mais profundas do solo reduzindo a sua disponibilidade à cultura da soja. O S é um dos responsáveis pela síntese dos reguladores de crescimento na soja (tiamina, biotina e glutamina). Nas últimas décadas, ocorreu aumento na incidência da deficiência de S na soja devido a utilização de fertilizantes com alta concentração de N, P e K e baixos teores de S. Síntese de óleos e gordura. b. Fatores que afetam à disponibilidade do enxofre d. Sintomas de deficiência do enxofre De forma similar ao N, a principal fonte natural de S à soja é a matéria orgânica e os fatores que afetam a sua dinâmica nos solos influenciam na disponibilidade deste nutriente à cultura da soja. O S é um nutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do S ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. Os solos com baixo teor de matéria orgânica tem menor reserva de S orgânico e tem menor disponibilidade de S às plantas. Ocorre uma clorose geral das folhas novas, incluindo as nervuras, que de verde-pálido passam a amarelo, similar ao do N (Figura 10). As regiões com alta precipitação pluviométrica aumentam a probabilidade de perdas de S por lixiviação reduzindo a sua disponibilidade às plantas. Redução no porte e no florescimento da soja. Participa na fixação biológica do nitrogênio através da ativação da nitrogenase. O caule torna-se delgado e fraco e as plantas ficam muito susceptíveis ao acamamento. As estiagens prolongadas reduzem a mineralização do S orgânico reduzindo a disponibilidade do nutriente às plantas. Ocorre também redução no crescimento das raízes das plantas reduzindo a sua capacidade de absorção do S do solo. Os solos com acidez elevada tem menor atividade dos microrganismos do solo proporcionando menor mineralização do S orgânico. c. Funções do enxofre O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do S pela soja, sendo absorvido na forma iônica de sulfato (SO42-). As plantas também absorvem o S Figura 10. Deficiência do enxofre em soja. Fonte: IPNI - Valter Casarin. 17 3.8. BORO (B) a. Boro no solo O teor total de B nos solos é variável ficando entre 1 e 270 mg/kg de solo. Os maiores teores de B são encontrados nas regiões semi-áridas e áridas e os menores nos solos arenosos das regiões úmidas. Atua na síntese de celulose e lignina conferindo maior tolerância da soja às pragas e doenças. O B está diretamente envolvido com o metabolismo do Ca atuando na formação da parede celular. O B é um elemento químico solúvel em água e os minerais contendo B possuem baixa dureza. São encontrados em depósitos evaporíticos em regiões desérticas aonde eram anteriormente lagoas ou praias. Na América do Sul, os minerais de B são encontrados nas regiões desérticas no Norte da Argentina, deserto do Atacama no Chile e no Altiplano Boliviano. d. Sintomas de deficiência de boro O B é um micronutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do B ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. A deficiência de B desorganiza os vasos condutores da soja. O teor de B total e B solúvel possui boa correlação com o teor de matéria orgânica do solo. Quanto maior o teor de matéria orgânica, maior o teor de B total e de B disponível às plantas. Com o agravamento da deficiência de B, pode ocorre a morte da gema apical provocando o superbrotamento (Figura 11). b. Fatores que afetam a disponibilidade do boro A disponibilidade do B à soja é afetada pelo pH do solo (Figura 3). A maior disponibilidade do B às plantas ocorre na faixa de pH entre 5 e 7. As altas precipitações pluviométricas causam lixiviação do B e reduzem a sua disponibilidade às plantas principalmente em solos de textura arenosa. As secas prolongadas reduzem a disponibilidade do B e podem induzir deficiência nas culturas. Ocorre menor decomposição da matéria orgânica, principal fonte natural de B nos solos tropicais. Além disso, ocorre também redução no crescimento das raízes das plantas reduzindo a sua capacidade de absorção do B do solo. Figura 11. Deficiência do boro em soja Fonte: Sfredo (2008). e. Fitotoxicidade do Boro c. Funções do boro Ocorre amarelecimento das pontas e margens das folhas, seguido por necrose progressiva. As folhas aparentemente tem queda precoce e ocorre morte das raízes da soja (Figura 12). O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do B pela soja, sendo absorvido na forma de ácido bórico (H3BO3). O B difere dos demais micronutrientes pois é o único que não foi identificado em nenhum composto vital. Além disso, não se identificou qualquer reação crucial para o metabolismo das plantas com a participação do B. O B está envolvido com a translocação dos açúcares atuando no seu transporte das folhas para os demais órgãos da planta. Figura 12. Fitotoxicidade do boro em soja. Fonte: Deptº Agronômico da Bio Soja. Atua na divisão, maturação e na diferenciação celular. 18 3.9. COBALTO (Co) a. Cobalto no solo O teor total de Co nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os maiores teores totais de Co, enquanto que os solos derivados de arenitos e demais sedimentos arenosos possuem os menores teores do nutriente. b. Fatores que afetam a disponibilidade do cobalto A disponibilidade do Co às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). Quanto maior o pH do solo, menor é a disponibilidade do Co às plantas. Os solos com alto teor de matéria orgânica possuem menor disponibilidade de Co podendo induzir deficiência nas culturas. Ocorre formação de complexos muito estáveis do Co com as substâncias húmicas notadamente os ácidos húmicos. Figura 13. Deficiência de cobalto em soja. Fonte: Gilberto Barbante Kerbauy (1998). c. Funções do cobre Os sintomas de toxicidade de Co são semelhantes aos da deficiência de Fe com folhas cloróticas. A recuperação da soja é rápida e não ocorre redução na produtividade da cultura (Figura 14). e. Sintomas de toxicidade de cobalto A difusão é o principal mecanismo de absorção do Co pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Co2+. O Co é essencial para a fixação biológica do nitrogênio. Participa da síntese da cobalamida e da vitamina B12, necessária a síntese da leghemoglobina, que determina a atividade dos nódulos localizados nas raízes da soja. d. Sintomas de deficiência de cobalto O Co é um micronutriente com baixa mobilidade no floema das plantas. Portanto, os sintomas de deficiência do Co ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. Figura 14. Toxicidade de cobalto em soja. Fonte: Sfredo (2008). Os sintomas da deficiência do Co são similares a deficiência de nitrogênio devido a menor fixação biológica do nitrogênio. A deficiência de Co causa inicialmente uma clorose nas folhas mais velhas da soja que progride para uma necrose (Figura 13). 19 3.10. COBRE (Cu) a. Cobre no solo A deficiência de Cu na soja causa redução no crescimento das plantas. As folhas mais novas adquirem coloração verde-acinzentada ou verde-azulada (Figura 15). Ocorre redução no crescimento das plantas pelo encurtamento dos internódios. O teor total de Cu nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os maiores teores totais de Cu, enquanto que os solos derivados de arenitos e demais sedimentos arenosos possuem os menores teores do nutriente. b. Fatores que afetam a disponibilidade do cobre A disponibilidade do Cu às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). Quanto maior o pH do solo, menor é a disponibilidade do Cu às plantas e dependendo do teor do micronutriente no solo pode causar deficiências nas culturas. Os solos com alto teor de matéria orgânica possuem menor disponibilidade de Cu podendo induzir deficiência nas culturas. Ocorre formação de complexos muito estáveis do Cu com as substâncias húmicas, notadamente os ácidos húmicos. Figura 15. Deficiência de cobre em soja. Fonte: Vitti (comunicado pessoal). e. Sintomas de toxicidade de cobre Os altos teores dos demais micronutrientes catiônicos (Fe, Mn e Zn) no solo reduzem a disponibilidade de Cu às plantas (inibição competitiva). Ocorre o aparecimento de pontos necróticos nas bordas dos folíolos das folhas mais velhas que progride para as folhas mais novas (Figura 16). c. Funções do cobre A difusão é o principal mecanismo de absorção do Cu pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Cu2+. O Cu atua no processo da fotossíntese, apresentando papel importante no transporte eletrônico via plastocianina. Aumenta a resistência da soja às doenças e atua na síntese proteica. d. Sintomas de deficiência de cobre Figura 16. Toxicidade de cobre em soja. Fonte: Sfredo (2008). O Cu é um micronutriente com baixa mobilidade no floema das plantas. Portanto, os sintomas de deficiência do Cu ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. 20 3.11. FERRO (Fe) a. Ferro no solo d. Sintomas de deficiência do ferro O Fe é um dos elementos químicos mais abundantes na crosta terrestre superado apenas pelo oxigênio, silício e alumínio. O teor médio de Fe nos solos é de 3,5%. O Fe é um micronutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do Fe ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. O teor de Fe disponível nos solos é controlado pelas reações redox. Os ambientes redutores (alto teor de umidade) possuem os maiores teores do íon Fe2+ na solução do solo, forma disponível às plantas. As folhas novas apresentam variados graus de clorose internerval da ponta para a base das folhas da soja. Não ocorre murchamento das folhas. Com o agravamento da deficiência do Fe, as plantas tornam-se cloróticas ou esbranquiçadas (Figura 17). Em ambientes oxidantes (baixo teor de umidade), o íon Fe2+ é oxidado ao íon Fe3+ reduzindo a sua disponibilidade às plantas. b. Fatores que afetam a disponibilidade do ferro A disponibilidade do Fe às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). Os solos com pH na faixa ácida tem maior disponibilidade de Fe às plantas. Os solos com alto teor de matéria orgânica possuem menor disponibilidade de Fe podendo induzir deficiência nas culturas. Ocorre a formação de complexos muito estáveis do Fe com as substâncias húmicas notadamente os ácidos húmicos. Entretanto, nas condições brasileiras é rara a deficiência de Fe induzida pelas substâncias húmicas. Figura 17. Deficiência do ferro em soja Fonte: Sfredo (2008). Altos teores de Cu e Mn no solo reduzem a disponibilidade de Fe à cultura da soja. Os solos com alto teor de fósforo podem induzir deficiência de Fe na soja. c. Funções do ferro A difusão é o principal mecanismo de absorção do Fe pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Fe2+. O Fe é constituinte da clorofila, pigmento presente no cloroplasto onde ocorre a atividade fotossintética nas plantas. 21 3.12. MANGANÊS (Mn) a. Manganês no solo O teor total de Mn nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os maiores teores totais de Mn, enquanto que os solos derivados de arenitos e demais sedimentos arenosos possuem os menores teores de Mn. O Mn atua nos processos de oxiredução na soja no transporte de elétrons na fotossíntese. b. Fatores que afetam a disponibilidade do manganês O Mn é um micronutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. Desempenha papel fundamental na respiração participando de diversas reações no ciclo de Krebs. d. Sintomas de deficiência do manganês A disponibilidade do Mn às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). O aumento de uma unidade de pH no solo provoca uma redução de 100 vezes na atividade do Mn na solução do solo. As folhas novas com deficiência de Mn apresentam clorose internerval com tonalidade amarelo-esverdeados. As nervuras permanecem com coloração verde-escura (Figura 18). Os solos com alto teor de matéria orgânica tem menor disponibilidade de Mn às plantas pela formação de complexos muito estáveis com este micronutriente principalmente quando ocorre predomínio da fração húmica. O teor de umidade também afeta a disponibilidade do Mn às plantas. Os solos com maior teor de umidade (ambiente redutor) tem maior disponibilidade do Mn. As estiagens prolongadas reduzem a disponibilidade do Mn às plantas. Ocorre oxidação do Mn2+ para formas não disponíveis (Mn3+ e Mn4+). Os solos com alto teor de Fe tem redução na disponibilidade de Mn às plantas (inibição competitiva). Figura 18. Deficiência de manganês em soja. Fonte: Vitti (comunicado pessoal). c. Funções do manganês A difusão é o principal mecanismo de absorção do Mn pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Mn2+. É ativador de várias enzimas na soja, tais como, descarboxilases, hidrolases, fosfoquinases e fosfotransferase. Participa da reação da fotólise da água no fotossistema II, formação da clorofila e formação, multiplicação e funcionamento dos cloroplastos. 22 3.13. MOLIBDÊNIO (Mo) a. Molibdênio no solo Os teores de Mo disponíveis nos solos brasileiros são muito baixos, situando-se na faixa de 0,01 a 0,16 mg/kg. O Mo é essencial às plantas que utilizam o nitrato (N-NO3-) como uma das fontes de nitrogênio. É componente da enzima redutase do nitrato, responsável pela conversão do nitrato (N-NO3-) a nitrito (N-NO2) que posteriormente é convertido em aminoácidos e demais compostos orgânicos nitrogenados. O teor total de Mo nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os maiores teores totais de Mo, enquanto que os solos derivados de arenitos e demais sedimentos arenosos possuem os menores teores do nutriente. d. Sintomas de deficiência de molibdênio O Mo é um micronutriente móvel no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência ocorrem inicialmente nas folhas mais velhas. b. Fatores que afetam a disponibilidade do molibdênio A deficiência do Mo é caracterizada por pequenas estrias cloróticas longitudinais começando no terço apical da folha (Figura 19). As folhas mais velhas secam prematuramente do meio para as pontas. A disponibilidade do Mo é afetada por diversos fatores, dentre os quais, material de origem, textura e pH do solo. A disponibilidade do Mo às plantas é afetada pelo pH do solo (Figura 3). A deficiência de Mo ocorre com maior frequência em solos ácidos. A calagem corrige a deficiência de Mo nas culturas, se os teores deste micronutriente nos solos forem adequados. A aplicação de doses elevadas de fertilizantes contendo sulfato pode induzir deficiência de Mo na soja. Ocorre lixiviação do Mo para as camadas subsuperficiais do solo. As adubações fosfatadas aumentam a disponibilidade de Mo às plantas. c. Funções do molibdênio Figura 19. Deficiência do molibdênio em soja. Fonte: Sfredo (2008). O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do Mo pela soja, sendo absorvido na forma de molibdato (MoO42-). O metabolismo do nitrogênio pode ser seriamente afetado na soja com deficiência de Mo devido a sua participação como componente das enzimas, nitrogenase e redutase do nitrato. A deficiência de Mo ocasionará uma diminuição na produção da enzima nitrogenase que se refletirá na redução da quantidade de nitrogênio fixado biologicamente. 23 3.14. NÍQUEL (Ni) a. Níquel no solo Na soja, o Ni pode aumentar atividade da urease, impedindo o acumulo de quantidades tóxicas de ureia. O teor de Ni na crosta terrestre é aproximadamente 0,16 g/kg, sendo um componente comum de rochas ígneas. O teor de Ni nos solos variam de 1 a 200 mg/kg. O Ni tem relação também com a fixação simbiótica do N aumentando a atividade da hidrogenase em bacterióides isolados dos nódulos. O teor total de Ni nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os maiores teores totais de Ni, enquanto que os solos derivados de arenitos e demais sedimentos arenosos possuem os menores teores do nutriente. Aumenta a resistência das plantas às doenças. Em soja, o Ni tem sido utilizado em pulverizações foliares com o intuito de aumentar a resistência à ferrugem asiática. O Ni reduz os efeitos colaterais do glifosato nas plantas. b. Fatores que afetam a disponibilidade do níquel d. Sintomas de deficiência do níquel Os fatores que afetam a disponibilidade dos metais afetam também a disponibilidade do Ni às plantas. Os sintomas de deficiência de Ni na soja caracterizam-se pelo acumulo de ureia provocando necrose nos folíolos. A disponibilidade do Ni é afetada pelo pH do solo (Figura 3). Quanto maior o pH do solo, menor é a disponibilidade do Ni às plantas e dependendo do teor do micronutriente no solo pode causar deficiência nas culturas. A deficiência de Ni afeta o crescimento, o metabolismo, o envelhecimento e a absorção de Fe pelas plantas. Os ácidos húmicos formam complexos muito estáveis com o Ni reduzindo a sua disponibilidade às plantas. Entretanto, os ácidos fúlvicos aumentam a disponibilidade do Ni à soja. Altos teores de Ca, Mg, Cu e Zn nos solos inibem a absorção de Ni pela soja. Altas doses de fertilizantes fosfatados ou altos teores de P nos solos reduzem a disponibilidade no solo ou na soja propriamente dita. c. Funções do níquel A difusão é o principal mecanismo de absorção do Ni pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Ni2+. O Ni atua no metabolismo do nitrogênio. É constituinte da metaloenzima urease que participa na decomposição da ureia para amônia (N-NH4+) e dióxido de carbono (CO2). 24 3.15. ZINCO (Zn) a. Zinco no solo d. Sintomas de deficiência do zinco O teor total de Zn nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os teores mais elevados de Zn, enquanto os solos derivados de sedimentos arenosos apresentam os menores teores. O Zn é um micronutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência do Zn ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. As folhas novas são pequenas, estreitas e alongadas com clorose internerval permanecendo as nervuras verdes (Figura 20). b. Fatores que afetam a disponibilidade do zinco Ocorre encurtamento dos internódios da soja. A disponibilidade do Zn é afetada pelo pH do solo (Figura 3). Quanto maior o pH do solo, menor é a disponibilidade do Zn às plantas e dependendo do teor do micronutriente no solo pode causar deficiência nas culturas. Os ácidos húmicos formam complexos muito estáveis com o Zn reduzindo a sua disponibilidade às plantas. Entretanto, os ácidos fúlvicos aumentam a disponibilidade do Zn às plantas. Os solos com alto teor de P disponível ou adubações com elevadas doses de P (íon fosfato) reduzem a absorção do Zn e podem induzir deficiência deste micronutriente na soja. As baixas temperaturas associadas com excesso de umidade no solo podem induzir deficiência de Zn. Figura 20. Deficiência de zinco em soja. Fonte: Sfredo (2008). c. Funções do zinco A difusão é o principal mecanismo de absorção do Zn pela soja, sendo absorvido na forma iônica de Zn2+. O Zn atua diretamente no crescimento da soja. Este micronutriente é essencial para a síntese do triptofano, que é precursor do ácido indolacético (AIA), que irá formar as enzimas responsáveis pelo alongamento e crescimento celular. 25 4. AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES DO SOLO 4.1. INTRODUÇÃO O manejo nutricional sustentável na soja deve levar em consideração os teores dos nutrientes nos solos avaliados através da análise de solo. A determinação dos teores dos nutrientes nos solos é a etapa inicial para a tomada de decisão quanto a utilização dos corretivos, condicionadores e fertilizantes. lavouras de soja e realizar os ajustes necessários no manejo nutricional da cultura. A amostragem do solo deve representar com a maior fidelidade possível um determinado talhão ou gleba. Normalmente, os solos são heterogêneos, tanto no sentido vertical como no horizontal, causado pelos fatores de formação dos solos (material de origem, clima, topografia, organismos, vegetação e tempo) e a aplicação dos corretivos agrícolas e fertilizantes. De maneira geral, as maiores probabilidades de respostas dos nutrientes ocorrem em solos de baixa fertilidade natural (solos sob vegetação de cerrado) e áreas degradadas. Além disso, os solos inicialmente com boa fertilidade natural mas sem a reposição adequada dos nutrientes exportados em sucessivos cultivos tendem a responder a aplicação dos fertilizantes. O histórico do manejo nutricional também deve ser levado em consideração na interpretação das análises de solo e foliares. Além disso, o produtor deve realizar a análise foliar para o monitoramento do estado nutricional das 4.2. AMOSTRAGEM DOS SOLOS EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO (SPD) 15 subamostras por gleba uniforme na camada de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm durante a fase de implantação da cultura. No sistema de plantio convencional, as arações e gradagens formam uma camada superficial mais ou menos uniforme, que corresponde em geral, a profundidade de trabalho dos implementos agrícolas, 15 a 20 cm, sendo essa a profundidade a ser amostrada para fins de avaliação da fertilidade do solo. a.2. Fase estabelecida: É a fase posterior a implantação do sistema de plantio direto e corresponde ao término do 6º cultivo. A amostragem do solo deve ser realizada na camada de 0 a 10 cm e de 10 a 20 cm. No SPD, a aplicação do calcário e corretivos agrícolas na superfície, fertilizantes a lanço ou em linha e a manutenção da palhada na superfície dos solos ampliam a variabilidade espacial, tanto no sentido horizontal como no vertical, originando acentuados gradientes verticais nos teores de nutrientes no solo, principalmente para o P e K. Os equipamentos recomendados para a amostragem dos solos são a pá-de-corte, retirando uma camada de 5 cm de espessura e 10 cm de largura ou caladores de 5 a 6 cm de diâmetro. Os trados de rosca ou holandês não são instrumentos apropriados, em virtude da facilidade de perda da camada superfície do solo (primeiros centímetros) e também pelo usual pequeno diâmetro do trado de rosca. As recomendações para a amostragem dos solos em sistema de plantio direto estão especificadas abaixo: b. Áreas sob SPD com a adubação em linha b.1. Fase de implantação: Utilizar o mesmo procedimento do sistema convencional, ou seja, realizar 15 subamostras por gleba uniforme na camada de 0 a 20 e de 20 a 40 cm durante a fase de implanta- a. Áreas sob SPD com a adubação a lanço a.1. Fase de implantação: Utilizar o mesmo procedimento do sistema convencional, ou seja, realizar 26 ção e na próxima amostragem, que deve ocorrer ao término do 3º cultivo adubado. semeadura, coletando um ponto no centro da linha e um de cada lado se for cereal de inverno, um no centro e três de cada lado se for soja, ou um no centro e seis de cada lado se for milho. Havendo interesse em desconsiderar o fertilizante remanescente da última adubação, a coleta também pode ser realizada somente na entrelinha de cultivo, utilizando um trado calador ou pá-de-corte. b.2. Fase estabelecida: É a fase posterior à implantação do sistema de plantio direto e corresponde ao término do 6º cultivo. A amostragem do solo deve ser realizada com pá-de-corte, na camada de 0 a 10 cm, perpendicular ao sentido da linha, no espaço de entrelinha a entrelinha da última cultura, particularmente em lavouras com teores de P e K no solo abaixo do nível de suficiência, conforme indicado na Figura 21. Coletar 15 locais por gleba uniforme para a formação de uma amostra composta. Para solos com teores de P e K acima do nível de suficiência, realizar a amostragem do solo na profundidade de 0 a 10 e de 10 a 20 cm. Em solos com gradiente de acidez, realizar a amostragem nas camadas abaixo de 20 cm. A pá-de-corte pode ser substituída pela coleta com trado calador numa linha transversal às linhas de A amostra composta deverá ter aproximadamente 300 a 500 g de solo. Profundidade de amostragem Procedimentos 0 a 20cm e 20 a 40cm Utilizar pá reta (retirando porção de solo de 5 cm de espessura e 10 cm de largura) ou trado (de 5 cm de diâmetro). Fazer 15 amostras simples para resultar em 1 amostra composta da gleba homogênea. SPD com adubação a lanço Na fase de implantação (ate o 5º ou 6 º ano) 0 a 20cm Procedimentos idênticos ao anterior, preferencialmente com pá reta. Na fase de consolidação (após o 6º ou 7º ano, dependendo do histórico) 0 a 10cm Procedimentos idênticos ao anterior. SPD com adubação a lanço Na fase da implantação do SPD 0 a 20cm Utilizar pá reta (retirando porção de solo de 5 cm de espessura e largura igual ao espaçamento entrelinhas da cultura anterior. Retirar 20 amostras simples para compor 1 amostra composta da gleba homogênea. Na fase de consolidação do SPD 0 a 10cm Procedimentos idênticos ao anterior. Fase Na fase de adoção do SPD Fonte: Adaptado de COMISSÂO (1995), Anghinoni & Salet (1998). LINHAS DE ADUBO IA FAT DE O SOL BALDE DE 20 LITROS SACO DE PLÁSTICO Figura 21. Coleta de amostras de solo no sistema plantio direto em áreas adubadas em linha. Fonte: Adaptado de Comissão, 1995 4.3. AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES DOS SOLOS No anexo há tabelas para a interpretação dos resultados da análise de solo nas principais regiões agrícolas produtoras de soja no Brasil. 27 5. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA 5.1. INTRODUÇÃO Além da análise do solo para o monitoramento da fertilidade dos solos e recomendações dos corretivos, condicionadores e fertilizantes, o produtor precisa realizar o monitoramento do estado nutricional da soja através da diagnose ou análise foliar. Basicamente, a diagnose foliar consiste na análise química de determinadas folhas da soja, amostradas em fases fenológicas pré-estabelecidas e interpretadas conforme determinados parâmetros. 5.2. AMOSTRAGEM DAS FOLHAS DA SOJA Indicação Tipo de folha amostrada Descrição Época de coleta Pleno florescimento da soja (R2) Tipo de folha 3º trifólio totalmente formado com o pecíolo, a partir do ápice, retirada no terço médio das plantas. Número de folhas 40 trifólios por talhão uniforme, um trifólio por planta Cuidados na amostragem Coletar folhas sadias, sem manchas ou ataque de pragas e doenças Intervalo entre a adubação de solo e a foliar e a amostragem das folhas Mínimo de 15 dias Fonte: Adaptado de Kurihara et al. (2008). 5.3. INTERPRETAÇÃO DOS TEORES DOS NUTRIENTES NAS FOLHAS DA SOJA Nutrientes Macronutrientes Níveis dos nutrientes na soja Baixo Adequado Excessivo -------------------------------- g/kg -------------------------------- Nitrogênio (N) < 36,8 36,8 a 46,9 > 46,9 Fósforo (P) < 2,3 2,3 a 3,4 > 3,4 Potássio (K) < 17,3 17,3 a 25,7 > 25,7 Cálcio (Ca) < 6,8 6,8 a 11,8 > 11,8 Magnésio (Mg) < 2,9 2,9 a 4,7 > 4,7 Enxofre (S) < 2,0 2,0 a 3,0 > 3,0 Micronutrientes ------------------------------- mg/kg ------------------------------- Boro (B) < 33 33 a 50 > 50 Cobre (Cu) <6 6 a 11 > 11 Ferro (Fe) < 59 59 a 120 > 120 Manganês (Mn) < 28 28 a 75 > 75 Zinco (Zn) < 31 31 a 58 > 58 Fonte: Kurihara et al. (2008). 28 6. PRODUTOS BIO SOJA PARA SOJA 6.1. DESSECAÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS Nitroflex 6.1.1. FERTILIS® NITROFLEX É um fertilizante foliar fluido com alto teor de nitrogênio. Cada litro do Fertilis® Nitroflex possui 241,5 g de N. Garantias (p/p) Ensaio de campo com o Fertilis® Nitroflex • Nitrogênio (N): 21% (241,5 g/L) • Densidade: 1.150 g/L Objetivo Verificar a eficiência agronômica do Fertilis® Nitroflex na dessecação das plantas daninhas. Natureza física Local Unaí, MG. •Fluido Benefícios Tratamentos • Tratamento 1. Padrão da propriedade • Tratamento 2. Programa Bio Soja (500 mL/ha do Fertilis® Nitroflex - 0,33% da calda de pulverização) • O nitrogênio rompe algumas ligações éster, éter e diéter da cutina das plantas daninhas contribuindo para a maior absorção dos compostos químicos presentes na calda de pulverização. Avaliação A avaliação do ensaio de campo foi realizada 16 dias após a dessecação das plantas daninhas (Figura 22). Programa Padrão da propriedade Bio Soja Figura 22. Efeito do Fertilis® Nitroflex na dessecação das plantas daninhas. Fonte: Ricardo Froes e Éder Guirau (2009). Conclusão O Fertilis® Nitroflex melhorou o controle das plantas daninhas na dessecação. Recomendação de uso Dose por aplicação Época de aplicação Dessecação das plantas daninhas 1/ Dose/100 L de água Dose/ha 1/ 500 mL 500 a 750 mL A vazão da calda de pulverização varia de 100 a 150 L/ha. O Fertilis® Nitroflex deve ser o último produto a ser adicionado no preparo da calda de pulverização. 29 Poliflex 6.1.2. POLIFLEX® É um fertilizante foliar fluido fornecedor de nitrogênio e fósforo à cultura da soja. Cada litro do Poliflex® possui 34,5 g de N e 207 g de P2O5. Garantias (p/p) • Nitrogênio (N): 3% (34,5 g/L) • Fósforo (P2O5): 18% (207 g/L) • Densidade: 1.150 g/L Natureza física •Fluido Benefícios • Sequestrante de cátions • O fósforo promove o enraizamento das plantas e é responsável pelo metabolismo energético nas plantas (armazenamento e transferência de energia); Reduz a atividade dos cátions nas caldas de pulverização melhorando a eficiência dos glifosatos na dessecação das plantas daninhas e em pós-emergência (soja transgênica RR), Figura 24. • Acidifica a calda de pulverização (Figura 23). O pH do Poliflex® é de 1 a 2. pH 8.0 Cátion Cátion Figura 24. Esquema da complexação dos cátions da água pelo Poliflex®. pH 4.6 Figura 23. Efeito do Poliflex® na redução do pH da calda de pulverização. 30 Poliflex 6.1.2. POLIFLEX® Figura 25. Efeito da calda de pulverização com o Poliflex® na dessecação das plantas daninhas (15 dias após a aplicação dos produtos). Testemunha Poliflex® (50 mL/100 L de água) Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Dose/100 L de água Dose/ha 1/ 2/ 25 a 50 mL 50 a 100 mL Dessecação das plantas daninhas 1/ 2/ A vazão da calda de pulverização varia de 100 a 200 L/ha. Em vazões de caldas de pulverizações menores que 100 L/ha, a dose mínima do Poliflex® é de 50 mL/ha. Observação O Poliflex® também pode ser utilizado nas pulverizações foliares na cultura da soja em águas com pH na faixa alcalina. 31 6.2. ADUBAÇÃO DE SOLO 6.2.1. FERTIUM® É um condicionador de solos com altos teores de substâncias húmicas proveniente da humificação dos materiais orgânicos ao longo de milhares de anos. Garantias • • • • • • • • Aumenta a capacidade de retenção de água (CRA) dos solos tornando as plantas mais tolerantes aos veranicos; • Neutralização das substâncias tóxicas nos solos, tais como, alumínio e metais pesados (cádmio, chumbo, cromo e selênio) pela formação de complexos orgânicos com alta estabilidade química; • Reduz a salinidade dos solos provocada pelo acumulo de sódio proveniente de determinados fertilizantes minerais e/ou em solos naturalmente salinos (Semi-Árido Nordestino); • Aumenta a disponibilidade do fósforo às plantas com a redução da fixação deste nutriente através da complexação dos óxidos de ferro e alumínio dos solos e liberação de parte do fósforo anteriormente adsorvido pela fração mineral; • Estimula a atividade dos microrganismos benéficos às plantas fornecendo substâncias húmicas, ácidos orgânicos e outros compostos que servem de fonte de energia e de nutrientes. Carbono orgânico total (COT): 17% Capacidade de troca catiônica (CTC): 900 mmolc/kg Capacidade de retenção de água (CRA): 60% Umidade máxima: 25% Cor: escura 1/ Odor: inodor 1/ Densidade: 950 g/L 1/ Informações adicionais não constando no registro do produto no MAPA. 1/ Natureza física • Sólido (farelado) Benefícios As substâncias húmicas do Fertium® proporcionam uma série de benefícios às plantas e aos solos. Num primeiro momento, os benefícios do Fertium® são mais evidentes nas plantas. a. Benefícios nas plantas • Aumenta a capacidade germinativa das sementes da soja; • Estimula o desenvolvimento radicular da soja proporcionando maior absorção de água e nutrientes; • Aumenta o teor de clorofila na soja; • Maior resistência da soja aos estresses ambientais, tais como, estresse hídrico e variações bruscas na temperatura e os causados pelos defensivos agrícolas; • Maior desenvolvimento vegetativo da soja; • Maior produtividade da soja. b. Benefícios nos solos • Aumenta a capacidade de troca catiônica (CTC) dos solos reduzindo as perdas dos nutrientes catiônicos por lixiviação, tais como, potássio, cálcio e magnésio; Recomendação de uso • Época de aplicação: pré-plantio • Modo de aplicação: a lanço em área total • Dose: 500 a 1.000 kg/ha Observações O Fertium® é compatível com a grande maioria dos fertilizantes minerais. Entretanto, evitar a mistura do Fertium® com fertilizantes com grande capacidade de absorção de umidade do ar, tais como, os fertilizantes minerais nitrogenados (nitrato de amônio, nitrato de cálcio e ureia) e os formulados nitrogenados, por exemplo, 20-00-20, 20-05-20 e 25-00-25. 32 6.2.2. FERTIUM® PHÓS É um fertilizante organomineral com altos teores de substâncias húmicas e enriquecido com fósforo solúvel em citrato de amônio mais água. Garantias Recomendação de uso • • • • • • • • Época de aplicação: pré-plantio Nitrogênio (N total): 3% Fósforo (P2O5 sol. CNA+água): 15% Carbono orgânico total (COT): 11% Capacidade de troca catiônica (CTC): 500 mmolc/kg Umidade máxima: 20% Cor: escura 1/ Odor: inodor 1/ • Modo de aplicação: a lanço em área total • Dose: 300 a 500 kg/ha Informações adicionais não constando no registro do produto no MAPA. Observações 1/ Em solos com teor adequado a alto de fósforo, o Fertium® Phós pode ser aplicado a lanço em pré-plantio (adubação de manutenção). Não há necessidade do fornecimento do fósforo no sulco de plantio da soja. Natureza física • Sólido (farelado) Benefícios Em solos com teor muito baixo e baixo de fósforo, realizar a fosfatagem corretiva com o Fertium® Phós na dose de 600 a 1.800 kg/ha. Posteriormente, aplicar um fertilizante fosfatado solúvel em citrato neutro de amônio e água no sulco de plantio da soja (20 kg de P2O5 para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja). As substâncias húmicas do Fertium® Phós proporcionam uma série de benefícios às plantas e aos solos. Além dos benefícios proporcionados pelo Fertium®, o Fertium® Phós fornece também o nitrogênio e o fósforo necessários ao desenvolvimento da soja. Aplicação do Fertium® Phós em área total a lanço com esparramadora de calcário. 33 Boro 10 6.2.3. GRAN BORO 10 Fertilizante de solo ideal para o fornecimento de boro à soja. Liberação gradativa do boro reduzindo as perdas do nutriente por lixiviação. Garantias Recomendações de uso • Boro (B): 10%, • Cálcio (Ca): 10% • Enxofre (S): 3,26% • Época de aplicação: pré-plantio Natureza física • Dose: 10 a 20 kg/ha • Modo de aplicação: a lanço em área total • Sólido (farelado e granulado) Observações O Gran Boro 10 pode ser aplicado no sulco de plantio da soja. A dose máxima em solos argilosos é de 7 kg/ha e nos solos arenosos, aplicar no máximo 5 kg/ha. Benefícios • Fornecimento de B à cultura da soja. A maioria dos solos cultivados com soja possui baixos teores de B limitando a obtenção de altas produtividades. • Possui uma fração do B solúvel em água e o restante possui baixa solubilidade em água. A aplicação de doses elevadas de B no sulco de plantio pode ocasionar fitotoxicidade à cultura da soja. Ocorre morte das raízes e amarelecimento das pontas e margens das folhas, seguido por necrose progressiva (Figura 26). • Boro solúvel em água. Disponibilidade imediata do B à cultura da soja. • Boro com baixa solubilidade em água. Liberação gradativa do B ao longo do ciclo da cultura da soja reduzindo as perdas por lixiviação. Figura 26. Fitotoxicidade do B em soja cultivado em solos de textura média a arenosa. Fonte: Deptº Agronômico do Grupo Bio Soja. 34 Boro Mag 6.2.4. GRAN BORO MAG Fertilizante de solo ideal para o fornecimento de magnésio e boro à soja. Liberação gradativa do boro e magnésio reduzindo as perdas dos nutrientes por lixiviação. Garantias • A fonte de Mg é o oxisulfato. Mg solúvel em água e uma fração com liberação gradativa do nutriente à cultura da soja reduzindo as perdas do nutriente por lixiviação. • Magnésio (Mg): 30% • Boro (B): 2%, • Enxofre (S): 3,2% Natureza física Recomendações de uso • Sólido (farelado e granulado) • Época de aplicação: pré-plantio Benefícios • Modo de aplicação: a lanço em área total • Fornecimento de B à cultura da soja. A maioria dos solos cultivados com soja possui baixos teores de B limitando a obtenção de altas produtividades. • Dose: 50 a 100 kg/ha Observações O Gran Boro Mag pode ser aplicado no sulco de plantio da soja. A dose máxima em solos argilosos é de 35 kg/ha e nos solos arenosos, aplicar no máximo 25 kg/ha. • Fornecimento de Mg à cultura da soja. Calagens sucessivas com calcário calcítico ou calcário dolomítico com baixo teor de Mg pode ocasionar desequilíbrios entre Ca e Mg no solo predispondo à soja a deficiência de Mg. A deficiência de magnésio em soja ocorre com mais frequência em solos com baixa saturação de magnésio (Mg/CTC < 13%) e/ou baixo teor de Mg (< 0,8 cmolc /dm3) e em solos com alto teor de potássio (saturação de potássio >5%). • Possui uma fração do B solúvel em água e o restante possui baixa solubilidade em água. • Boro solúvel em água. Disponibilidade imediata do B à cultura da soja. • Boro com baixa solubilidade em água. Liberação gradativa do B ao longo do ciclo da cultura da soja reduzindo as perdas por lixiviação. 35 Cobre Super 6.2.5. NHT® COBRE SUPER É um fertilizante mineral misto fluido em suspensão com alta concentração de cobre. Cada litro do NHT® Cobre Super possui 407,5 g de Cu. Produto ideal para a correção ou prevenção da deficiência de Cu na cultura da soja em solos com baixo teor do nutriente ou induzida em solos com alto pH e altos teores de matéria orgânica. Garantias Benefícios • • • • • Baixo índice salino (IS): baixa probabilidade de fitotoxicidade na cultura da soja e pouco corrosivo aos equipamentos de aplicação; Nitrogênio (N total): 1% (16,3 g/L) Cobre (Cu total): 25% (407,5 g/L) Cobre (Cu solúvel em CNA+água): 15% (244,5 g/L) Densidade: 1.630 g/L • Fonte do cobre com menor solubilidade em água: menor reação química com os demais fertilizantes utilizados nas caldas de pulverização; Natureza física •Fluido • Liberação gradativa do cobre às plantas: a acidez das plantas atacará de forma lenta e gradual a fonte do Cu liberando-o gradativamente à cultura da soja; • Produto ideal para o fornecimento do Cu à cultura da soja. Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda antes do florescimento da soja (V6 a V8) 50 a 100 mL/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em lavouras de soja cultivadas em solos com baixo teor de Cu, saturação de bases acima da faixa adequada e alto teor de matéria orgânica, realizar a terceira aplicação do NHT® Cobre Super no início da formação das vagens da soja (R4). A aplicação do NHT® Cobre Super no início da formação das vagens (R4) não substitui as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5 e V6 a V8). Evitar a aplicação do NHT® Cobre Super com fertilizantes de reação ácida. 36 Complet Ni 6.2.6. NHT® COMPLET Ni É um fertilizante mineral misto fluido em suspensão com alta concentração de cobre, manganês, níquel e zinco. Garantias Benefícios • • • • • • Baixo índice salino (IS): baixa probabilidade de fitotoxicidade na cultura da soja e pouco corrosivo aos equipamentos de aplicação. • • • • • Nitrogênio (N total): 1% (17 g/L) Cobre (Cu total): 3% (51 g/L) Cobre (Cu solúvel em CNA+água): 1,8% (30,6 g/L) Manganês (Mn total): 13% (221 g/L) Manganês (Mn solúvel em CNA+água): 7,8% (132,6 g/L) Níquel (Ni total): 1% (17 g/L) Níquel (Ni solúvel em ácido cítrico 2%): 0,6% (10,2 g/L) Zinco (Zn total): 5% (85 g/L) Zinco (Zn solúvel em ácido cítrico 2%): 3% (51 g/L) Densidade: 1.700 g/L • Fontes dos nutrientes com baixa solubilidade em água: menor reação com os demais fertilizantes utilizados nas caldas de pulverização. • Liberação gradativa dos micronutrientes às plantas: a acidez das plantas atuará de forma lenta e gradual nas fontes dos micronutrientes liberando-os gradativamente à cultura da soja. Natureza física • Produto ideal para o fornecimento do Cu, Mn, Ni e Zn à cultura da soja. •Fluido Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda antes do florescimento da soja (V6 a V8) 500 a 750 mL/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em lavouras de soja cultivadas em solos com baixo teor de Mn e com saturação de bases acima da faixa adequada, realizar a terceira e a quarta aplicação do NHT® Complet Ni no início da formação das vagens e das sementes (R4 e R5). substitui as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5 e V6 a V8). A dose máxima do NHT® Complet Ni é de 2 L/ha. Evitar a aplicação do NHT® Complet Ni com fertilizantes foliares de reação ácida. A aplicação do NHT® Complet Ni no início da formação das vagens e das sementes (R4 e R5) não 37 Manganês + 6.2.7. NHT® MANGANÊS + É um fertilizante mineral misto fluido em suspensão para uso no solo com alta concentração de manganês. Cada litro do NHT® Manganês + possui 412,5 g de Mn. Produto ideal para a correção ou prevenção da deficiência de Mn na cultura da soja em solos com baixo teor do nutriente ou induzida em solos com alto pH. Garantias Benefícios • • • • • Baixo índice salino (IS): baixa probabilidade de fitotoxicidade na cultura da soja e pouco corrosivo aos equipamentos de aplicação; Nitrogênio (N total): 1% (16,5 g/L) Manganês (Mn total): 25% (412,5 g/L) Manganês (Mn solúvel em CNA+água): 15% (247,5 g/L) Densidade: 1.650 g/L • Fonte do manganês com menor solubilidade em água: menor reação química com os demais fertilizantes utilizados nas caldas de pulverização; Natureza física •Fluido • Liberação gradativa do manganês às plantas: a acidez das plantas atacará de forma lenta e gradual a fonte do Mn liberando-o gradativamente à cultura da soja; • Produto ideal para o fornecimento do Mn à cultura da soja. Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda antes do florescimento da soja (V6 a V8) 250 a 350 mL/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em lavouras de soja cultivadas em solos com baixo teor de Mn, saturação de bases acima da faixa adequada e alto teor de matéria orgânica, realizar a terceira e quarta aplicação do NHT® Manganês+ no início da formação das vagens e das sementes (R4 e R5). A aplicação do NHT® Manganês + no início da formação das vagens (R4) não substitui as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5 e V6 a V8). Evitar a aplicação do NHT® Manganês + com fertilizantes de reação ácida. 38 Zinco 6.2.8. NHT® ZINCO É um fertilizante mineral misto fluido em suspensão para uso no solo com alta concentração de zinco. Cada litro do produto possui 1 kg de Zn. Produto ideal para a correção ou prevenção da deficiência de Zn nas culturas em solos com baixo teor do nutriente ou induzida em solos com alto pH. Garantias Benefícios • • • • • Baixo índice salino (IS): baixa probabilidade de fitotoxicidade na cultura da soja e pouco corrosivo aos equipamentos de aplicação; Nitrogênio (N total): 1% (20 g/L) Zinco (Zn total): 50% (1 kg/L) Zinco (Zn solúvel em ácido cítrico 2%): 30% (600 g/L) Densidade: 2.000 g/L • Fonte do zinco com menor solubilidade em água: menor reação química com os demais fertilizantes utilizados nas caldas de pulverização; Natureza física •Fluido • Liberação gradativa do zinco às plantas: a acidez das plantas atacará de forma lenta e gradual a fonte do Zn liberando-o gradativamente à cultura da soja; • Produto ideal para o fornecimento do Zn à cultura da soja. Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda antes do florescimento da soja (V6 a V8) 100 a 200 mL/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em lavouras de soja cultivadas em solos com baixo teor de Zn e com saturação de bases acima da faixa adequada, realizar a terceira aplicação do NHT® Zinco no início da formação das vagens da soja (R4). A aplicação do NHT® Zinco no início da formação das vagens (R4) não substitui as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5 e V6 a V8). Evitar a aplicação do NHT® Zinco com fertilizantes de reação ácida. 39 6.3. INOCULAÇÃO E FERTILIZAÇÃO DAS SEMENTES 6.3.1. BIOMAX® PREMIUM LÍQUIDO SOJA Premium Líquido BIOMAX É um inoculante líquido com alta concentração de unidades formadoras de colônias (ufc) de bactérias fixadoras de nitrogênio na cultura da soja. Garantias Benefícios • 6 x 109 ufc por mL de inoculante. Formulado com soluções estabilizantes, eficiente em manter viáveis e efetivas as estirpes das bactérias fixadoras de nitrogênio proporcionando alta aderência do produto nas sementes da soja. Natureza física •Fluido Recomendação de uso Época de aplicação Dose Inoculação das sementes 1 dose (60 mL) para 50 kg de semente de soja Sulco de plantio 6 doses (360 mL)/ha Evitar o uso exclusivo do Biomax® Premium Soja Líquido em solos recém cultivados com soja. Nesta condição de cultivo, utilizar pelo menos 2 doses do Biomax® Premium Turfa Soja (120 g). Eventualmente, utilizar 1 dose do Biomax® Premium Turfa Soja (60 g) e 1 dose do Biomax® Premium Líquido Soja (60 mL) para 50 kg de semente de soja. Premium Turfa 6.3.2. BIOMAX® PREMIUM TURFA SOJA BIOMAX É um inoculante turfoso com alta concentração de unidades formadoras de colônias (ufc) de bactérias fixadoras de nitrogênio na cultura da soja. Garantias Recomendação de uso • 7,2 x 109 ufc por mL de inoculante. O Biomax® Premium Turfa Soja deve ser inoculado nas sementes da soja utilizando 1 dose (60 g) para 50 kg de semente de soja. Natureza física • Sólida (pó) Em solos recém cultivados com soja, utilizar pelo menos 2 doses do Biomax® Premium Turfa Soja (120 g) para 50 kg de semente de soja. Eventualmente, utilizar 1 dose do Biomax® Premium Turfa Soja (60 g) e 1 dose do Biomax® Premium Líquido Soja (60 mL) para 50 kg de semente de soja. Benefícios Produzido com turfa importada do Canadá, isenta de materiais abrasivos permitindo uma utilização segura sem causar desgastes e incrustações nos discos das plantadeiras ou em outros equipamentos destinados a aplicação dos inoculantes. 40 CoMo 6.3.3. NHT® CoMo É um fertilizante foliar fluido com alta concentração de cobalto (52,5 g por L) e de molibdênio (525 g por L). Pode ser aplicado na fertilização das sementes da soja e/ou em pulverizações foliares na fase vegetativa da cultura. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N total): 1% (17,5 g/L) • Cobalto (Co total): 3% (52,5 g/L) • Cobalto (Co solúvel em ácido cítrico a 2%): 1,8% (31,5 g/L) • Molibdênio (Mo total): 30% (525 g/L) • Molibdênio (Mo solúvel em ácido cítrico a 2%): 18% (315 g/L) • Densidade: 1.750 g/L • Produto ideal para o fornecimento de cobalto e molibdênio à cultura da soja. • Menor volume de produto na fertilização das sementes de soja para o fornecimento de cobalto e molibdênio à soja. • Menor mortandade das bactérias fixadoras de nitrogênio (Figura 27): possui baixo índice salino (4%) e baixa condutividade elétrica (0,4 mS/cm). Natureza física •Fluido Figura 27. Efeito do NHT® CoMo e do Nodulus® Premium 255 na sobrevivência das unidades formadoras de colônia (ufc) fixadoras de nitrogênio (Bradyrizobium japonicum, estirpes SEMIA 5079 e SEMIA 5080). Fonte: Laboratório Químicas & Biológicas do Grupo Bio Soja (2011). Recomendação de uso Época de aplicação 1/ Dose Fertilização das sementes 25 a 50 mL na quantidade de sementes necessária ao plantio de 1 ha de soja Adubação foliar: 25º ao 30º dia após a emergência (V3 a V5) 1/ 50 a 100 mL/ha A vazão da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. 41 Gold 6.3.4. NODULUS® GOLD NODULUS É um fertilizante fluido organomineral classe A com cobalto e molibdênio e enriquecido com materiais orgânicos obtidos através de processos controlados de biofermentação. Garantias • • • • (N-NO3-) a nitrito (N-NO2) que posteriormente é convertido em compostos orgânicos nitrogenados, dentre os quais, os aminoácidos. Cobalto (Co): 1% (13,9 g/L) Molibdênio (Mo): 10% (139 g/L) Carbono orgânico total (COT): 8% (111,2 g/L) Densidade: 1.390 g/L • Maior enraizamento e desenvolvimento vegetativo da soja (Figura 28). Natureza física •Fluido Benefícios • O Mo atua na fixação biológica do nitrogênio (FBN). O Mo é constituinte da enzima nitrogenase, responsável pela conversão do nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3) que posteriormente é incorporado em compostos orgânicos nitrogenados. Nodulus® Gold Nodulus® Premium 125 Figura 28. Efeito do Nodulus® Gold no enraizamento da soja. Fonte: Waldech Caetano Telles Júnior (safra 2011/12). • Melhora também o metabolismo do nitrogênio. O Mo é constituinte da enzima redutase do nitrato, responsável pela conversão do nitrato +3,0 (5%) • Menor mortandade das bactérias fixadoras de nitrogênio. • Maior produtividade na cultura da soja (Figura 29). Figura 29. Efeito do Nodulus® Gold na produtividade da cultura da soja. Fonte: Waldech Caetano Telles Júnior (safra 2011/12). Recomendação de uso Época de aplicação 1/ Dose Fertilização das sementes 100 a 150 mL na quantidade de sementes necessária ao plantio de 1 ha de soja Adubação foliar: 25º ao 30º dia após a emergência (V3 a V5) 1/ 250 a 350 mL/ha A vazão da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. 42 Premium 6.3.5. NODULUS® PREMIUM NODULUS São fertilizantes fluidos fornecedores de cobalto e molibdênio à cultura da soja. Podem ser aplicados na fertilização das sementes da soja e/ou em pulverizações foliares na fase vegetativa da cultura. Produtos e garantias Garantias Produto Co Mo Co - - - - % (p/p) - - - - Mo EC IS g/L mS/cm % d - - - - - - g/L - - - - - - Nodulus® Premium 125 1 10 12,5 125 1.250 2,27 20,7 Nodulus® Premium 210 1,5 15 21 210 1.400 2,30 21 O Co e Mo são solúveis em água. Natureza física • • Melhora também o metabolismo do nitrogênio. O Mo é constituinte da enzima redutase do nitrato, responsável pela conversão do nitrato (N-NO3-) a nitrito (N-NO2) que posteriormente é convertido em compostos orgânicos nitrogenados, dentre os quais, os aminoácidos. Fluido Benefícios • O Mo atua na fixação biológica do nitrogênio (FBN). O Mo é constituinte da enzima nitrogenase, responsável pela conversão do nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3) que posteriormente é incorporado em compostos orgânicos nitrogenados. • Aumenta a produtividade da soja (Tabela 2). Tabela 2. Efeito do Co e Mo na fertilização das sementes da soja no número de nódulos e na produtividade da soja. Tratamento Nº de nódulos/planta Produtividade (sc/ha) 1/ Testemunha 18 45,37 (100) Inoculante no plantio (IP) 19 41,50 (91) IP + Mo 20 62,12 (137) IP + Co + Mo 17 66,00 (145) 1/ O número entre parênteses é o aumento percentual do tratamento em relação a testemunha. Fonte: Adaptado de Hungria et al. (2001). Recomendação de uso Produto Nodulus® Premium 125 Nodulus® Premium 210 Época da aplicação Fertilização das sementes Dose 1/ 100 a 200 mL Adubação foliar 2/ 200 a 400 mL/ha Fertilização das sementes 1/ 60 a 120 mL Adubação foliar 2/ Misturar o Nodulus® Premium na quantidade de sementes necessária ao plantio de 1 ha de soja. Aplicar o Nodulus® Premium entre o 25º e o 30º dia após a emergência da soja (V3 a V5). A vazão da calda de pulverização é de 50 a 150 L/ha. 1/ 2/ 43 120 a 240 mL/ha 6.3.6. RADIX® É um fertilizante foliar fluido orgânico classe A com cobalto e molibdênio e enriquecido com materiais orgânicos obtidos através de processos controlados de biofermentação. Garantias • Nitrogênio (N): 5,5% (67,65 g/L) • Carbono orgânico total (COT): 20% (246 g/L) • Densidade: 1.230 g/L • Maior eficiência das plantas na absorção de água e nutrientes. As plantas tornam-se mais tolerantes aos veranicos; Natureza física • Aumenta a produção de citocinina, fitohormônio responsável pelo maior desenvolvimento vegetativo da soja; •Fluido Benefícios • Estimula a fixação biológica do nitrogênio. Fornece carbono orgânico às bactérias fixadoras de nitrogênio aumentando a sua população e a quantidade de N fixado biologicamente. • Promove maior enraizamento da soja. Aumenta o peso e o comprimento das raízes; • Maior produtividade na cultura da soja (Figura 31). +7,8 (14%) 64 62 sc/ha 60 63,5 58 56 54 55,7 52 50 TESTEMUNHA Figura 30. Efeito do Radix no enraizamento e desenvolvimento vegetativo da soja aos 14 e 21 dias após a emergência. Fonte: FAPCEN (2006). RADIX® ® Figura 31. Efeito do Radix® na produtividade da cultura da soja Fonte: FAPCEN, (2006). Recomendação de uso Época de aplicação 1/ Dose Fertilização das sementes 75 a 100 mL na quantidade de sementes necessária ao plantio de 1 ha de soja Adubação foliar: 25ª ao 30ª dia após a emergência (V3 a V5) 1/ 250 a 500 mL/ha A vazão da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. 44 6.4. ADUBAÇÃO NO SULCO DE PLANTIO Cálcio Max 6.4.1. NHT® CÁLCIO MAX É um fertilizante mineral misto fluido para uso no solo com alta concentração de cálcio. Cada litro do NHT® Cálcio Max possui 417,5 g de Ca. O NHT® Cálcio Max é produzido com carbonato de cálcio nanoparticulado. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N total): 1% (16,7 g/L) • Cálcio (Ca total): 25% (417,5 g/L) • Densidade: 1.670 g/L • Promove maior enraizamento da soja; • Maior eficiência das plantas na absorção de água e nutrientes. As plantas tornam-se mais tolerantes aos veranicos; Natureza física •Fluido • Aumenta a produção de citocinina no sistema radicular, fitohormônio responsável pelo maior desenvolvimento vegetativo da soja. Ensaios de campo com o NHT® Cálcio Max Ensaio de campo I Ensaio de campo II Objetivo Efeito do NHT® Cálcio Max aplicado no sulco de plantio na produtividade da soja. Objetivo Efeito do NHT® Cálcio Max aplicado no sulco de plantio na produtividade da soja. Tratamentos • Tratamento 1. Testemunha; • Tratamento 2. NHT® Cálcio Max (1 L/ha). Tratamentos • Tratamento 1. Testemunha; • Tratamento 2. NHT® Cálcio Max (2 L/ha). Local São João da Aliança/GO (solo com saturação de bases corrigida) Local Bela Vista de Goiás/GO (área recém aberta para o cultivo de soja) +13,1 (26,7%) +8,5 (18,2%) 75 60 62,1 49,0 sc/ha 50 25 45 46,8 55,3 30 TESTEMUNHA NHT® CÁLCIO MAX (1 L/ha) TESTEMUNHA Figura 32. Efeito do NHT® Cálcio Max no sulco de plantio em área corrigida na produtividade da soja. Fonte: Deptº Agronômico do Grupo Bio Soja (2013). NHT® Cálcio Max (2 L/ha) Figura 33. Efeito do NHT® Cálcio Max no sulco de plantio em área de abertura na produtividade da soja. Fonte: Deptº Agronômico do Grupo Bio Soja (2013). Recomendação de uso Época de aplicação Dose Sulco de plantio 1 a 2 L/ha A vazão da calda de pulverização varia de 30 a 50 L/ha. Utilizar a maior dose do NHT® Cálcio Max em solos com baixa saturação de bases (V< 50%) e a menor dose em solos com saturação de bases na faixa adequada à soja. 45 Humic 6.4.2. NHT® HUMIC É um fertilizante organomineral fluido Classe A com altos teores de substâncias húmicas. Cada litro do NHT® Humic possui 384 g de extratos húmicos sendo 115,2 g de ácidos fúlvicos e 268,8 g de ácidos húmicos. O NHT® Humic é produzido com leonardita de origem norte-americana. Produto ideal para o fornecimento de substâncias húmicas no sulco de plantio da soja. Garantias b. Benefícios nos solos • • • • • Aumenta a capacidade de troca catiônica (CTC) dos solos reduzindo as perdas dos nutrientes catiônicos por lixiviação, tais como, potássio, cálcio e magnésio; • • • • 1/ Nitrogênio (N): 1% (12,8 g/L) Potássio (K2O): 7% (89,6 g/L) Carbono orgânico total (COT): 14% (179,2 g/L) Extratos húmicos: 30% (384 g/L) sendo 9% de ácidos fúlvicos (115,2 g/L) e 21% de ácidos húmicos (268,8 g/L) Densidade: 1.280 g/L Índice salino (IS): 11,5% 1/ Condutividade elétrica (CE): 1,17 mS/cm 1/ pH: 9 a 10 1/ • Aumenta a capacidade de retenção de água (CRA) dos solos tornando as plantas mais tolerantes aos veranicos; • Neutralização das substâncias tóxicas nos solos, tais como, alumínio e metais pesados (cádmio, chumbo, cromo e selênio) pela formação de complexos orgânicos com alta estabilidade química; Informações adicionais não constando no registro do produto no MAPA. Natureza física •Fluido • Reduz a salinidade dos solos provocada pelo acúmulo de sódio proveniente de determinados fertilizantes minerais e/ou em solos naturalmente salinos (Semi-Árido Nordestino); Benefícios As substâncias húmicas do NHT® Humic proporcionam uma série de benefícios às plantas e aos solos. Num primeiro momento, os benefícios do NHT® Humic são mais evidentes nas plantas. • Aumenta a disponibilidade do fósforo às plantas com a redução da fixação deste nutriente através da complexação dos óxidos de ferro e alumínio dos solos e liberação de parte do fósforo anteriormente adsorvido pela fração mineral; a. Benefícios nas plantas • Aumenta a capacidade germinativa das sementes da soja; • Estimula a atividade dos microrganismos benéficos às plantas fornecendo substâncias húmicas, ácidos orgânicos e outros compostos que servem de fonte de energia e de nutrientes. • Estimula o desenvolvimento radicular da soja proporcionando maior absorção de água e nutrientes; • Aumenta o teor de clorofila na soja; Recomendação de uso • Maior resistência da soja aos estresses ambientais, tais como, estresse hídrico e variações bruscas na temperatura e estresses causados pelos defensivos agrícolas; Época de aplicação Pré-plantio 1/ Sulco de plantio 2/ • Maior desenvolvimento vegetativo da soja; 1/ 2/ • Maior produtividade da soja. 46 A vazão da calda varia de 100 a 200 L/ha. A vazão da calda varia de 30 a 50 L/ha. Dose 10 a 20 L/ha 1 a 2 L/ha Magnésio 6.4.3. NHT® MAGNÉSIO É um fertilizante mineral misto fluido para uso no solo com alta concentração de magnésio. Cada litro do NHT® Magnésio possui 304,5 g de Mg. O NHT® Magnésio é produzido com hidróxido de magnésio nanoparticulado. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N total): 1% (14,5 g/L) • Magnésio (Mg total): 21% (304,5 g/L) • Densidade: 1.450 g/L • Promove maior enraizamento da soja. • Maior eficiência das plantas na absorção de água e nutrientes. As plantas tornam-se mais tolerantes aos veranicos. Natureza física •Fluido • Estimula a produção de citocinina, fitohormônio responsável pelo maior desenvolvimento vegetativo da soja. Recomendação de uso Época de aplicação Dose Sulco de plantio 350 a 700 mL/ha A vazão da calda varia de 30 a 50 L/ha. Utilizar a maior dose do NHT® Magnésio em solos com baixa saturação de magnésio (Mg/CTC < 13%) e a menor dose em solos com saturação de magnésio na faixa adequada à soja. 47 6.5. ADUBAÇÕES FOLIARES Extra 6.5.1. BIOAMINO® EXTRA É um fertilizante foliar fluido orgânico composto Classe A com alta concentração de materiais orgânicos, de origem vegetal e é obtido através de processos controlados de biofermentação. Garantias • Melhora a brotação e o desenvolvimento vegetativo da soja; • Nitrogênio (N): 4% (50 g/L) • Carbono orgânico total (COT): 23% (287,5 g/L) • Densidade: 1.250 g/L • Retarda a senescência das folhas prolongando o seu ciclo produtivo; Natureza física •Fluido • Maior resistência da soja às condições climáticas adversas, tais como, veranicos e variações bruscas de temperatura; Benefícios • Melhora o metabolismo da soja maximizando o seu potencial produtivo; • Recuperação mais rápida da soja após estresse climático e fitotoxicidade causada por defensivos agrícolas; • Maior desenvolvimento radicular através da emissão de novas raízes; • Maior produtividade da soja. • Melhora a absorção dos nutrientes aplicados nas folhas da soja; Bioamino® Extra - ensaio de campo +9,85 (20%) Figura 34. Efeito do Bioamino® Extra com duas fontes de potássio na produtividade da cultura da soja. Fonte: Deptº Agronômico do Grupo Bio Soja (2013). 60 sc/ha 50 40 48,7 58,6 52,3 30 TESTEMUNHA BIOAMINO® EXTRA + NITRATO DE POTÁSSIO BIOAMINO® EXTRA + NHT® MEGA K Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações foliares sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda no início da formação das vagens da soja (R4) 500 a 750 mL/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Não aplicar o Bioamino® Extra com os produtos que causam fitotoxicidade na cultura da soja. Evitar a aplicação do Bioamino® Extra no final da fase vegetativa e início do florescimento da soja. Aplicar nesta fase da soja somente em lavouras com pequeno desenvolvimento vegetativo. 48 Premium 6.5.2. BIOAMINO® PREMIUM É um fertilizante foliar fluido organomineral Classe A com alta concentração de materiais orgânicos, de origem vegetal e é obtido através de processos controlados de biofermentação. Garantias Natureza física •Fluido • • • • • • • • • • Nitrogênio (N): 5% (67,5 g/L) Fósforo (P2O5): 8% (108 g/L) Potássio (K2O): 5% (67,5 g/L) Magnésio (Mg): 0,6% (8,1 g/L) Boro (B): 0,4% (5,4 g/L) Cobre (Cu): 0,2% (2,7 g/L) Manganês (Mn): 0,5% (6,75 g/L) Zinco (Zn): 1% (13,5 g/L) Carbono orgânico total (COT): 6% (81 g/L) Densidade: 1.350 g/L Benefícios Além dos benefícios proporcionados pelo Bioamino® Extra, ocorre o fornecimento de nutrientes à cultura da soja. Ensaio de campo com Bioamino® Premium Depois da aplicação do Bioamino® Premium Antes da aplicação do Bioamino® Premium Figura 35. Efeito do Bioamino® Premium no desenvolvimento vegetativo da soja transgênica RR avaliado aos 7 dias após a aplicação foliar (safra 2005/2006). Fonte: Waldech Caetano Telles Júnior (2006). RTV do Grupo Bio Soja Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações foliares sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda no início da formação das vagens da soja (R4) 1,0 a 1,5 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Não aplicar o Bioamino® Premium com os produtos que causam fitotoxicidade na cultura da soja. fase da soja somente em lavouras com pequeno desenvolvimento vegetativo. Evitar a aplicação do Bioamino® Premium no início do florescimento da soja (R1). Aplicar nesta Não aplicar o Bioamino® Premium com o NHT® Mega K e demais fertilizantes com reação alcalina. 49 Express 6.5.3. COMPLET EXPRESS É um fertilizante foliar fluido fornecedor de micronutrientes solúveis em água (boro, cobre, manganês e zinco) à cultura da soja. Possui maior teor de manganês, micronutriente mais deficiente nas principais regiões produtoras de soja. Garantias Benefícios • • • • • • • Formulação líquida • Facilita o manuseio e a aplicação do produto otimizando a mão-de-obra. Nitrogênio (N): 1% (13,4 g/L) Enxofre (S): 4% (53,6 g/L) Boro (B): 0,3% (4,02 g/L) Cobre (Cu): 0,3% (4,02 g/L) Manganês (Mn): 5% (67 g/L) Zinco (Zn): 3% (40,2 g/L) Densidade: 1.340 g/L Micronutrientes ligados ao íon sulfato • Menor probabilidade de ocorrer fitotoxicidade dos micronutrientes na soja. Natureza física Acidifica a calda de pulverização • Aumenta a eficiência agronômica dos fertilizantes foliares solúveis em água. •Fluido Matérias-primas de alta qualidade, isentas de impurezas e solúveis em água • Não entope os filtros e os bicos dos pulverizadores facilitando as pulverizações Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações foliares sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda antes do florescimento da soja (V6 a V8) 1 a 2 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em lavouras de soja cultivadas em solos com baixo teor de Mn, saturação de bases acima da faixa adequada e alto teor de matéria orgânica, realizar a terceira e a quarta aplicação do Complet Express no início da formação das vagens da soja (R4 e R5). Em baixas vazões (menores que 100 L/ha), a dose máxima do Complet Expresspor aplicação é de 1,5 L/ha. Não aplicar o Complet Express com o NHT® Mega K e demais fertilizantes com reação alcalina.. A aplicação do Complet Express no início da formação das vagens (R4 e R5) não substitui as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5 e V6 a V8). 50 6.5.4. EXPRESS É um fertilizante foliar fluido fornecedor de manganês solúvel em água à cultura da soja. O manganês é o micronutriente mais deficiente nas principais regiões produtoras de soja. Garantias Benefícios • • • • Formulação líquida • Facilita o manuseio e a aplicação do produto otimizando a mão-de-obra. Nitrogênio (N): 1% (13,1 g/L) Enxofre (S): 4% (52,4 g/L) Manganês (Mn): 7% (91,7 g/L) Densidade: 1.310 g/L Manganês ligado ao íon sulfato • Menor probabilidade de ocorrer fitotoxicidade do manganês na soja. Natureza física •Fluido Acidifica a calda de pulverização • Aumenta a eficiência agronômica dos fertilizantes foliares solúveis em água. Matérias-primas de alta qualidade, isentas de impurezas e solúveis em água • Não entope os filtros e os bicos dos pulverizadores facilitando as pulverizações. Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações foliares sendo a primeira aplicação na fase vegetativa (V3 a V5) e a segunda antes do florescimento da soja (V6 a V8). 1 a 2 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em lavouras de soja cultivadas em solos com baixo teor de Mn, saturação de bases acima da faixa adequada e alto teor de matéria orgânica, realizar a terceira e quarta aplicação do Express no início da formação das vagens da soja (R4 e R5). Em baixas vazões (menores que 100 L/ha), a dose máxima do Express por aplicação é de 1,5 L/ha. Não aplicar o Express com o NHT® Mega K e demais fertilizantes com reação alcalina. A aplicação do Express no início da formação das vagens (R4 e R5) não substitui as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5 e V6 a V8). 51 Fosfito 6.5.5. FERTILIS® FOSFITO É uma linha de fertilizantes foliares fluidos com altos teores de fósforo e potássio. O fósforo (fosfito) é proveniente do ácido fosforoso estimulando a produção de fitoalexinas pela soja. Produtos e garantias Garantias Produtos P2O5 K2O P2O5 - - - - - - - % (p/p) - - - - - K2O d (g/L) pH - - - - - - - g/L - - - - - - - Fertilis® Fosfito 00-28-26 28 26 420 390 1.500 6,0 a 7,5 Fertilis® Fosfito 00-30-20 30 20 420 280 1.400 3,5 a 5,0 Natureza física • Fluido Benefícios • Maior desempenho no fornecimento de potássio; • Aumenta o florescimento e pegamento da florada; • Distribuição sistêmica por toda a planta; • Melhora a qualidade dos grãos da soja; • Melhora a sanidade da soja devido à produção de fitoalexinas; • Aumenta a produtividade da soja. Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação 2 a 3 aplicações foliares: fase vegetativa, início do florescimento e formação das vagens 500 mL a 1 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. 52 Phitopress 6.5.6. FERTILIS® PHITOPRESS É uma linha de fertilizantes foliares fluidos com altos teores de fósforo (fosfito) e micronutrientes (Cu e Mn). O fósforo (fosfito) é proveniente do ácido fosforoso estimulando a produção de fitoalexinas pela soja. Produtos e garantias Garantias (p/p) - % Produtos d (g/L) P2O5 Cu Mn Phitopress® Cobre 20 3,5 - 1.320 Phitopress® Manganês 30 - 10 1.480 Natureza física • Fluido Benefícios • Fornecimento mais eficiente do cobre e manganês às plantas; • Aumenta o florescimento e pegamento da florada; • Melhora a qualidade dos grãos da soja; • Distribuição sistêmica por toda a planta; • Aumenta a produtividade da soja. • Melhora a sanidade da soja devido à produção de fitoalexinas; Recomendação de uso a. Phitopress® Cobre Época de aplicação Dose por aplicação Aplicar entre o 20º e o 25º dia após a emergência (V3 e V4) e 15 dias após 1 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. A dose do Phitopress® Cobre pode ser parcelado em 4 aplicações de 500 mL/ha. Iniciar as pulverizações entre o 20º e o 25º dia após a emergência e as demais com intervalo de 15 dias. b. Phitopress® Manganês Época de aplicação Dose por aplicação Aplicar entre o 20º e o 25º dia após a emergência (V3 e V4) e 15 dias após 1 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. A dose do Phitopress® Manganês pode ser parcelado em 4 aplicações de 500 mL/ha. Iniciar as pulverizações entre o 20º e o 25º dia após a emergência e as demais com intervalo de 15 dias. 53 Naft 6.5.7. NAFT® É um fertilizante foliar fluido fornecedor de nitrogênio à soja. Cada litro do Naft® possui 105 g de N. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N): 10% (105 g/L) • Densidade: 1.050 g/L • Fornece nitrogênio prontamente disponível à soja; • O nitrogênio rompe as ligações químicas da cutina das plantas aumentando a absorção dos compostos químicos na calda de pulverização; Natureza física •Fluido Ensaio de campo com o Naft® Avaliação do Naft® na deposição das gotas nas folhas da soja. Água Concorrente - 50mL/ha Naft® - 50mL/ha Resumo do ensaio de campo Cobertura foliar (%) Densidade (gotas/cm2) PRD Nº total gotas Água 2,8 98,3 63,3 5.213 Concorrente 3,4 105,7 57,7 5.271 Naft® 4,2 134,6 59,9 6.983 Tratamento PRD: potencial relativo de deriva. Volume da calda de pulverização: 30 L/ha. Os valores acima são referentes a média de três repetições. Recomendação de uso Dose por aplicação Época de aplicação Aplicações foliares 1/ 2/ Dose/100 L de água Dose/ha1/ 2/ 25 a 50 mL 50 a 100 mL A vazão da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Em vazões de caldas de pulverizações menores que 100 L/ha, a dose mínima do Naft® é de 50 mL/ha. 54 Mega K 6.5.8. NHT® MEGA K É um fertilizante foliar fluido com alta concentração de potássio (480 g de K2O por litro). O NHT® Mega K é produzido com carbonato de potássio e destaca-se pela sua eficiência agronômica no fornecimento deste nutriente às plantas. Produto ideal para o fornecimento de potássio às culturas. O potássio é rapidamente absorvido pelas folhas das plantas mesmo em condições adversas, tais como, baixa umidade relativa do ar. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N): 1% (15 g/L) • Potássio (K2O): 32% (480 g/L) • Densidade: 1.500 g/L • É líquido facilitando o seu manuseio; Natureza física • Maior velocidade na absorção do K pelas folhas da soja mesmo com baixa umidade relativa do ar; • Alta concentração de potássio (480 g de K2O/L); •Fluido • Baixo índice salino: menor fitotoxicidade nas folhas da soja. +10,9 (22%) • Aumenta a produtividade da soja (Figura 37). 60 50 sc/ha 40 30 58,7 Figura 37. Efeito de dois fertilizantes potássicos na produtividade da cultura da soja. Fonte: Ricardo Froes e Denilson (2013). 47,8 20 10 0 TESTEMUNHA NHT® MEGA K 1 L/ha Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações foliares sendo a primeira aplicação no início da formação das vagens (R3 a R4) e a segunda aplicação no início da formação das sementes (R5) 1 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. 55 P-Boro-P 6.5.9. NHT® P-BORO-P É um fertilizante foliar fluido fornecedor de B à cultura da soja com uma formulação diferenciada. O B é complexado com polióis, garantindo maior translocação do nutriente no floema da soja e proporcionando um melhor aproveitamento deste micronutriente. Cada litro do NHT® P-Boro-P possui 103,7 g de B. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N): 1% (1,22 g/L) • Boro (B): 8% (103,7 g/L) • Densidade: 1.220 g/L • Maior translocação do B no floema da soja. Maior eficiência da nutrição foliar com B. • Maior resistência da soja às pragas e doenças. Maior síntese de lignina. Natureza física •Fluido • Maior pegamento da florada. Maior vigor do grão de pólen. • Melhora a granação da soja (grãos mais pesados). Maior translocação dos fotoassimilados das folhas para os grãos da soja em desenvolvimento. • Aumenta a produtividade da soja (Figura 36). +2 (4%) sc./ha 51 50 49 Figura 36. Efeito do NHT® P-Boro-P aplicado via foliar antes do florescimento na produtividade da cultura da soja em Lucas do Rio Verde/MT. Fonte: Elis Diesel (2012). 51 49 48 TESTEMUNHA NHT® P-BORO-P 0,5 L/ha Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar duas aplicações foliares sendo a primeira aplicação antes do florescimento da soja (V6 a V8) e a segunda aplicação, no início da formação das vagens (R4) 300 a 500 mL/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Observações Em solos com baixo teor de B e em lavouras que não receberam o B nas adubações de solo, aplicar a maior dose do NHT® P-Boro-P. Se for possível, nestas condições, realize três adubações foliares com o NHT® P-Boro-P. A concentração máxima do NHT® P-Boro-P na calda de pulverização é de 0,75% (750 mL/100 L de água). 56 Silkon 6.5.10. SILKON® É um fertilizante foliar fluido fornecedor de nitrogênio e fósforo à cultura da soja. Cada litro do Silkon® possui 105 g de N e 52,5 g de P2O5. Garantias (p/p) Benefícios • Nitrogênio (N): 10% (105 g/L) • Fósforo (P2O5): 5% (52,5 g/L) • Densidade: 1.050 g/L • Fornece nitrogênio e fósforo prontamente disponível à soja; • O nitrogênio rompe as ligações químicas da cutina das plantas aumentando a absorção dos compostos químicos na calda de pulverização; Natureza física •Fluido • O fósforo promove o enraizamento das plantas e é responsável pelo metabolismo energético nas plantas (armazenamento e transferência de energia). Recomendação de uso Dose por aplicação Época de aplicação Aplicações foliares 1/ 2/ Dose/100 L de água Dose/ha 1/ 2/ 25 a 50 mL 50 a 100 mL A vazão da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. Em vazões de caldas de pulverizações menores que 100 L/ha, a dose mínima do Silkon® é de 50 mL/ha. 57 Tardus N 6.5.11. TARDUS® N TARDUS É um fertilizante foliar fluido com alta concentração de nitrogênio. Cada litro do Tardus® N possui 390 g de N. Produto ideal para o fornecimento de nitrogênio às culturas. O nitrogênio é absorvido pelas folhas das plantas e tem liberação gradativa não causando fitotoxicidade na cultura da soja. Garantias Benefícios • Nitrogênio (N): 30% (390 g/L) • Densidade: 1.300 g/L • É líquido facilitando o seu manuseio e a aplicação. • Alta concentração de nitrogênio (390 g/L). Natureza física • Não causa fitotoxicidade à cultura da soja. •Fluido • Promove maior enchimento dos grãos da soja. Recomendação de uso Época de aplicação Dose por aplicação Realizar uma aplicação foliar antes do florescimento da soja 5 a 10 L/ha O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L/ha. 58 6.6. PRODUTOS E GARANTIAS Garantias (p/p) - % Produtos d (g/L) N P2O5 K2O Ca Mg S B Co Cu Mn Mo Ni Zn COT Bioamino® Extra 4 - - - - - - - - - - - - 23 1.250 Bioamino® Premium 5 8 5 - 0,6 - 0,4 - 0,2 0,5 - - 1 6 1.350 Complet Express 1 - - - - 4 0,3 - 0,3 5 - - 3 - 1.340 Express 1 - - - - 4 - - - 7 - - - - 1.310 Fertilis Fosfito 00-28-26 - 28 26 - - - - - - - - - - - 1.500 Fertilis® Fosfito 00-30-20 - 30 20 - - - - - - - - - - - 1.400 21 - - - - - - - - - - - - - 1.150 Fertium® 1/ - - - - - - - - - - - - - 17 - Fertium® Phós 2/ 3 15 - - - - - - - - - - - 11 - Gran Boro 10 - - - 10 - 3,26 10 - - - - - - - - Gran Boro Mag - - - - 30 3,20 2 - - - - - - - - Naft® 10 - - - - - - - - - - - - - 1.050 NHT® Cálcio Max 3/ 1 - - 25 - - - - - - - - - - 1.670 NHT® Cobre Super3/ 1 - - - - - - - 25 - - - - - 1.630 NHT CoMo 1 - - - - - - 3 - - 30 - - - 1.750 NHT® Complet Ni 3/ 1 - - - - - - - 3 13 - 1 5 - 1.700 NHT® Humic 1 - 7 - - - - - - - - - - 14 1.280 1 - - - 21 - - - - - - - - - 1.450 NHT Manganês + 1 - - - - - - - - 25 - - - - 1.650 NHT® Mega K 1 - 32 - - - - - - - - - - - 1.500 NHT® P-Boro-P 1 - - - - - 8,5 - - - - - - - 1.220 NHT® Zinco 3/ 1 - - - - - - - - - - - 50 - 2.000 Nodulus Gold - - - - - - - 1 - - 10 - - 8 1.390 Nodulus Premium 125 - - - - - - - 1 - - 10 - - - 1.250 Nodulus® Premium 210 - - - - - - - 1,5 - - 15 - - - 1.400 Phitopress® Cobre - 20 - - - - - 3,5 - - - - - - 1.300 Phitopress Manganês - 30 - - - - - - - 10 - - - - 1.400 Poliflex® 3 18 - - - - - - - - - - - - 1.150 Radix® 5,5 - - - - - - - - - - - - 20 1.230 Silkon® 10 5 - - - - - - - - - - - - 1.050 Tardus N 30 - - - - - - - - - - - - - 1.300 ® Fertilis® Nitroflex ® NHT® Magnésio ® 3/ ® ® ® ® Possui 900 mmolc /kg de capacidade de troca catiônica (CTC), 60% de capacidade de retenção de água e 25% de umidade máxima. Possui 500 mmolc /kg de capacidade de troca catiônica (CTC) e 20% de umidade máxima de 20%. 3/ Os teores dos nutrientes da linha NHT®, exceto do NHT® P-Boro-P e do NHT® Mega K são totais. Além da garantia total, os micronutrientes da linha NHT® possuem também as garantias em outros extratores conforme abaixo: •Cu e Mn: solúvel em CNA (citrato neutro de amônio) + água •Ni e Zn: solúvel em ácido cítrico a 2% 4/ Possui 30% de extratos húmicos sendo 9% de ácidos fúlvicos e 21% de ácidos húmicos. Os fertilizantes da linha Bioamino®, Complet Express, Express, Fertilis®, Nodulus®, Phitopress®, Poliflex®, Radix®, Silkon® e Tardus® possuem os teores dos nutrientes solúveis em água. 1/ 2/ 59 7. PROGRAMA NUTRICIONAL BIO SOJA PARA A CULTURA DA SOJA A cultura da soja tem uma ampla distribuição geográfica no Brasil sendo cultivada nas mais diversas condições de solo e clima. Atualmente, a soja é cultivada desde a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e Argentina até os campos de Roraima. manutenção (20 kg de K2O para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja). 7.4.3. Adubação com enxofre: Em solos com teores de S abaixo do nível crítico, realizar a adubação com S corretiva. Em solos com teores adequados a altos de S, realizar a adubação de manutenção (10 kg de S para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja). Dentro deste contexto, o programa nutricional para a soja cultivada no Rio Grande do Sul não é necessariamente a mesma da soja cultivada no Oeste da Bahia ou Norte do Paraná. Numa macro região podem também ocorrer diferenças acentuadas nas características dos solos, tais como, o Norte do Paraná e Noroeste Paranaense. 7.4.4. Adubação com boro: O Gran Boro 10 pode ser aplicado a lanço em pré-plantio na dose de 10 a 20 kg/ha. Pode ser aplicado no sulco de plantio da soja na dose máxima de 5 e 7 kg/ha em solos arenosos e argilosos, respectivamente. Portanto, o profissional da área agronômica pode utilizar as informações dos Produtos Bio Soja para a cultura da soja associada com as análises de solo e foliares e realizar um programa nutricional mais adequada às condições de solo da sua região. 7.4.5. Adubação com cobre e zinco: Em solos com baixos teores destes micronutrientes, realizar a adubação corretiva. Realizar também uma complementação do cobre e zinco em pulverizações foliares. 7.1. Calagem Elevar a saturação de bases entre 50 a 70% dependendo das propriedades químicas dos solos cultivados com soja. 7.4.6. Adubação com manganês: A forma mais eficiente para o fornecimento de Mn à cultura da soja é o fornecimento nas pulverizações foliares. Realizar de 3 a 5 pulverizações foliares iniciando as aplicações na fase vegetativa da soja (V3 a V5). 7.2. Gessagem Em solos com baixos teores de cálcio e altos teores de alumínio trocável nas camadas subsuperficiais (abaixo de 20 cm), realizar a aplicação do gesso agrícola. A dose do gesso agrícola é variável levando em consideração o teor de argila. 7.5. Inoculação e fertilização das sementes 7.3. Dessecação das plantas daninhas •Biomax® Premium Soja: 1 a 4 doses na quantidade de sementes suficiente para o plantio de 1 ha e soja; Na dessecação das plantas daninhas, utilizar os produtos do Grupo Bio Soja especificados abaixo. •NHT® CoMo: 25 a 50 mL/ha e Radix®: 75 a 100 mL/ha ou Nodulus® Gold: 100 a 150 mL/ha. •Poliflex®: 50 mL/100 L de água •Fertilis® Nitroflex: 500 mL/100 L de água 7.6. Adubação no sulco de plantio Na adubação no sulco de plantio da soja, utilizar os produtos do Grupo Bio Soja especificados abaixo. •NHT® Cálcio Max: 1 a 2 L/ha; •NHT® Magnésio: 350 a 700 mL/ha; •NHT® Humic: 1 a 2 L/ha. 7.4. Adubação de solo 7.4.1. Adubação fosfatada: Em solos com teores de P abaixo do nível crítico, realizar a adubação fosfatada corretiva. Em solos com teores adequados a altos de P, realizar a adubação de manutenção (20 kg de P2O5 para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja). 7.7. Adubações foliares Conforme comentado anteriormente, a cultura da soja é cultivada numa ampla variedade de solos e manejos no Brasil. Portanto, o profissional da área agronômica deve ajustar o programa nutricional foliar conforme as necessidades da soja da sua região de atuação e o manejo realizado na cultura. 7.4.2. Adubação potássica: Em solos com teores de K abaixo do nível crítico, realizar a adubação potássica corretiva. Em solos com teores adequados a altos de K, realizar a adubação de 60 8. ANEXO 8.1. FASES FENOLÓGICAS DA SOJA Descrição Estádio Fase vegetativa VE Emergência; cotilédones acima da superfície do solo VC Cotilédones expandidos, com as folhas unifolioladas, abertas de tal modo que os bordos destas folhas não se estejam tocando V1 Primeiro nó; folhas unifoliadas expandidas, com a primeira folha trifoliolada aberta de tal modo que os bordos de cada folíolo não se estejam tocando V2 Segundo nó; primeiro trifólio expandido e a segunda folha trifoliolada aberta, de tal modo que os bordos de cada folíolo não se estejam tocando V3 Terceiro nó; segundo trifólio expandido e a terceira folha trifoliolada aberta, de tal modo que os bordos de cada folíolo não se estejam, tocando Vn Enésimo (último) nó com trifólio aberto, antes da floração Fase reprodutiva R1 Início da floração: até 50% das plantas com uma flor R2 Floração plena: maioria dos racemos com flores abertas R3 Final da floração: vagens com até 1,5 cm R4 Maioria das vagens do terço superior com 2 a 4 cm R5 Início da formação das sementes R5.1 Grãos perceptíveis ao tato a 10% da granação R5.2 Maioria das vagens com granação de 11 a 25% R5.3 Maioria das vagens entre 26 a 50 % de granação. R5.4 Maioria das vagens entre 51 a 75 % de granação. R5.5 Maioria das vagens entre 76 a 100 % de granação R6 Vagens com granação de 100% e folhas verdes R7.1 Início a 50% de amarelecimento de folhas e vagens R7.2 Entre 51 e 75% de folhas e vagens amarelas R7.3 Mais de 76% de folhas e vagens amarelas R8.1 Início a 50% de desfolha R8.2 Mais de 51% de desfolha à pré-colheita R9 Ponto de maturação de colheita Fonte: Suzuki et al. (2006). 61 8.2. CALAGEM a. Introdução neutralização do Al trocável dos solos e na elevação do Ca e Mg para teores adequados conforme às culturas. A maioria dos solos brasileiros possui baixa fertilidade natural e são ácidos a muito ácidos. A acidez do solo e as suas implicações agronômicas (baixos teores de cálcio e altos teores de alumínio trocável) são os principais fatores limitantes ao desenvolvimento das culturas. c.2. Método do tampão SMP Portanto, o primeiro passo para uma agricultura sustentável economicamente é a correção da acidez do solo utilizando adequadamente os corretivos agrícolas. O método do tampão SMP é utilizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Baseia-se na elevação do pH do solo para um determinado valor, a partir da mistura do solo com uma solução tampão. b. Benefícios c.3. Método da saturação de bases do solo A calagem propícia uma série de benefícios à cultura da soja, dentre os quais: Atualmente, é o método mais utilizado para a correção da acidez dos solos no Brasil. Este método preconiza a elevação da saturação de bases do solo a valores pré-estabelecidos levando-se em consideração a cultura e o solo. • Aumenta a disponibilidade dos nutrientes, exceto os micronutrientes catiônicos (Cu2+, Fe2+, Mn2+, Ni2+ e Zn2+) e Co2+, figura 3; A quantidade de calcário é calculada pela equação abaixo. • Fornece cálcio e magnésio; • Reduz a toxicidade dos elementos químicos indesejáveis à soja (alumínio trocável e metais pesados); NC = T x (V2 - V1) 10 x PRNT • Melhora a fixação biológica do nitrogênio (FBN); onde: NC = necessidade de calagem, t/ha CTC ou T = capacidade de troca catiônica, mmolc /dm3 V2 = saturação de bases desejada da soja, % V1 = saturação de bases atual determinada pela análise de solo, % PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário, % • Aumenta o número e a atividade dos microrganismos benefícios nos solos, acelerando a ciclagem dos resíduos vegetais e dos nutrientes nos solos. c. Recomendação dos corretivos agrícolas Atualmente, no Brasil há três métodos de recomendação de corretivos agrícolas às culturas: método da neutralização do Al e da elevação dos teores de Ca e Mg, método do tampão SMP e o método da saturação de bases. CTC ou T = SB + (H + Al) SB = Ca + Mg + K + Na V = (SB / CTC) x 100 c.1. Método da neutralização do Al e da elevação dos teores de Ca e Mg Se a capacidade de troca catiônica do solo (CTC) for expressa em cmolc /dm3, excluir o fator 10 do denominador da equação do cálculo da calagem. Neste método, a recomendação dos corretivos agrícolas é baseada nas propriedades químicas do solo e nas características das plantas. Baseia-se na 62 8.2. CALAGEM d. Calagem em sistema de plantio direto (SPD) O valor adequado da saturação por bases à cultura da soja é variável para cada região, de acordo com as propriedades químicas dos solos (Figura 36). Essa diferença está diretamente relacionada a limitação da produtividade da soja ocasionada pela deficiência dos micronutrientes catiônicos, principalmente pelo Mn, induzida pela elevação do pH do solo notadamente em solos sob vegetação de cerrado. d.1. Antes da implantação do sistema de plantio direto Antes de iniciar o sistema de plantio direto em áreas sob cultivo convencional, recomenda-se a correção da acidez do solo. Realizar a incorporação do corretivo agrícola na camada arável do solo, ou seja, no mínimo a 20 cm de profundidade. A calagem deve ser feita com antecedência de 3 a 6 meses antes da semeadura da cultura da soja. No Estado do Paraná, a saturação de bases recomendada para a cultura da soja é de 70% e para os Estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, o valor é de 60%. Na região do arenito Caiuá, no Noroeste do Paraná e nos demais estados da Região Central com predomínio de solos sob vegetação de Cerrado e em solos com menos de 40% de argila, o valor adequado da saturação de bases é de 50%. Outro aspecto importante é a escolha do tipo de calcário. Neste momento, é importante a escolha de um calcário com maior efeito residual. A princípio, o solo sob SPD não será revolvido ou o tempo para o revolvimento será relativamente longo. Para calcários com o mesmo PRNT (poder relativo de neutralização total), o produtor deve dar preferência por aquele com menor reatividade (RE). d.2. Sistema de plantio direto estabelecido Após a implantação do sistema de plantio direto, os processos de acidificação ocorrerão e será necessária depois de um determinado tempo, a reaplicação do corretivo agrícola para a correção da acidez do solo. Entretanto, o processo de acidificação do solo no SPD é menos intenso que no sistema de plantio convencional (SPC). Ocorre de forma localizada, ou seja, nos primeiros 5 cm do solo, devido, principalmente, à mineralização e nitrificação do nitrogênio dos restos culturais na superfície do solo e ao uso de fertilizantes nitrogenados. No SPC, o processo de acidificação do solo é mais intenso até 20 cm de profundidade, em consequência do trabalho de preparo do solo realizado com arado de disco e grade. Diversas pesquisas realizadas no Brasil em solos ácidos tem demonstrado a eficiência do calcário aplicado na superfície para a produção de grãos no sistema de plantio direto. Figura 36. Saturação de bases para a soja cultivada no Paraná e em solos sob vegetação de cerrado (MT). Fonte: Sfredo (2008). 63 8.2. CALAGEM A época mais adequada para a aplicação do calcário é no final do período das chuvas, após a colheita da cultura de verão e antes do plantio da safra de inverno. ção de bases de bases inferior a 65%, na camada de 0 a 5 cm. A elevação da saturação por bases para 70%, para amostras coletadas na profundidade de 0 a 20 cm, apresenta estimativa adequada para a recomendação de calcário na superfície em plantio direto. A dose do calcário, calculada por esse método, pode ser distribuída sobre a superfície do solo em uma única aplicação ou de forma parcelada em até três anos. Desta forma, evita-se a supercalagem com a aplicação superficial do calcário em plantio direto. e. Calagem em sistema de plantio direto (SPD) no Cerrado Realizar a amostragem do solo na profundidade de 0 a 20 cm. Se a saturação de bases (V) for menor que 40%, realizar a calagem elevando a saturação de bases para 50%, distribuindo uniformemente, o calcário na superfície do solo. f. Calagem em sistema de plantio direto (SPD) no Paraná O monitoramento da acidez na camada superficial do solo (0 a 5 cm) auxilia na avaliação da frequência da aplicação de calcário, uma vez que o tempo de duração do efeito residual do calcário é muito diferente entre os solos e sistemas de cultivo. No Paraná, a calagem na superfície em sistema de plantio direto deve ser realizada somente para solos com pH em CaCl2 menor que 5,6 ou satura- 8.3. GESSAGEM 1. Introdução Além da acidez da camada superficial, as camadas subsuperficiais de muitos solos brasileiros possuem baixos teores de cálcio associadas ou não à toxidez de alumínio, inibindo o crescimento das raízes da soja. A deficiência de boro nestas camadas do solo também inibe o desenvolvimento das raízes da soja em profundidade. trato, potássio (K+), sulfato (S-SO42-), boro (H3BO3) e molibdato (MoO42-). O gesso agrícola pode ser utilizado como condicionador das camadas subsuperficiais do solo. Por ser muito mais solúvel que o calcário, penetra no subsolo com as águas de percolação aumentando o teor de cálcio e reduzindo a atividade do alumínio trocável. É um subproduto da fabricação do ácido fosfórico proveniente da reação química da rocha fosfática com o ácido sulfúrico. Possui 15 a 16% de S e 28 a 30% de Ca. A calagem promove a correção da acidez da camada arável. Entretanto, as camadas subsuperficiais permanecem ácidas dificultando a penetração das raízes e criando uma “barreira química” à penetração das raízes da soja. As plantas com sistemas radiculares pouco desenvolvidos em profundidade tornam-se mais susceptíveis aos veranicos e reduzem a eficiência na absorção dos nutrientes com maior mobilidade no solo, dentre os quais, o N-ni- Portanto, o gesso agrícola é um insumo agrícola que deve ser utilizado na soja dentro de critérios técnicos para viabilizar o seu cultivo nos solos tropicais com as características mencionadas acima. 64 8.3. GESSAGEM 2. Benefícios Os benefícios da gessagem estão especificados abaixo: onde: NG = necessidade de gesso agrícola em kg/ha. • Fornecimento de cálcio e enxofre (sulfato) à soja. • Correção da fertilidade do solo nas camadas subsuperficiais do solo (camada abaixo de 20 cm) melhorando o ambiente radicular. Ocorre aumento no teor de cálcio e redução na toxidez do alumínio trocável. • Maior aprofundamento do sistema radicular da soja. Maior tolerância aos veranicos (maior disponibilidade de água) e aumenta a absorção dos nutrientes lixiviados para as camadas subsuperficiais. 3. Recomendação do gesso agrícola • Para a identificação da necessidade da gessagem, amostrar o solo nas profundidades de 20 a 40 cm e de 40 a 60 cm. • Critérios para a aplicação do gesso agrícola (camadas do solo abaixo de 20 cm): • Teor de cálcio menor que 0,5 cmolc /dm3 ou 5 mmolc /dm3 e/ou • Teor de alumínio trocável maior que 0,5 cmolc/ dm3 ou 5 mmolc/dm3 e/ou • Saturação de alumínio maior que 20%. O gesso agrícola, deve ser aplicado na superfície do solo e não há necessidade da sua incorporação, devido a sua maior solubilidade em relação aos calcários. Apesar dos benefícios do gesso agrícola como condicionador das camadas subsuperficiais, existem evidências da lixiviação das bases do solo, principalmente o Mg e K, quando da utilização de doses excessivas do gesso, para as camadas mais profundas do solo. Para a minimização dos prováveis efeitos negativos do gesso agrícola, adotar os procedimentos abaixo: a. Em solos com acidez na camada superficial, realizar a calagem com antecedência mínima de 60 a 90 dias antes da aplicação do gesso agrícola; b. Em solos com baixo teor de magnésio, realizar a calagem com calcário dolomítico elevando o teor mínimo de Mg no solo para 0,8 cmolc / dm3 (8 mmolc /dm3) e a saturação de Mg para a faixa de 13 a 18%; c. A aplicação de 1 t/ha do gesso agrícola pode elevar o teor de Ca em até 0,5 cmolc /dm3 (5 mmolc /dm3). Limitar a dose do gesso agrícola ao máximo de 20% da CTC a pH 7,0 ocupada pelo cálcio proveniente do gesso. A quantidade de gesso agrícola é calculada pela equação abaixo. O gesso agrícola, além de condicionador das camadas subsuperficiais dos solos, também, é fonte de S à cultura da soja. NG = 50 x teor de argila (%) 65 8.4. ADUBAÇÃO 8.4.1. Adubação nitrogenada a. Introdução O nitrogênio é o nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja. Para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos por hectare são necessários em média 83 kg de nitrogênio. Cerca de 61% do nitrogênio absorvido pela soja é exportado pelos grãos (Tabela 1). fabricante e gire algumas vezes a manivela para que haja uma perfeita distribuição dos produtos líquidos na superfície das sementes. Por último, adicione o Biomax® Premium Turfa Soja na dose recomendada à cultura da soja e gire novamente o tambor até a distribuição uniforme do produto sobre as sementes. A maior parte do N exigido pela soja (65 a 85%) é fornecida pela fixação biológica do nitrogênio realizada por bactérias do gênero Bradyrhizobium. O restante do nitrogênio é fornecido pelo solo. Se não for tratar as sementes com produtos líquidos, adicione 300 mL de água açucarada a 10% para 50 kg de semente de soja e gire algumas vezes a manivela até o recobrimento homogêneo das sementes. b. Instruções de uso para a inoculação via semente com o Biomax® Premium Líquido Soja b.1. Inoculação com máquinas para o tratamento de sementes Deixe as sementes tratadas com o Biomax® Premium Turfa Soja secarem à sombra por alguns minutos e plante logo após. Coloque o Biomax® Premium Líquido Soja diretamente na caixa específica para o inoculante líquido previamente regulada à cultura da soja. c.2. Inoculação na máquina de tratar as sementes de soja Quando do tratamento das sementes da soja com outros produtos líquidos, certifique-se que o volume total do Biomax® Premium Líquido Soja e os produtos líquidos não ultrapasse 300 mL para 50 kg de semente de soja. Regule a máquina para que caia a dose recomendada de produtos líquidos e do Biomax® Premium Turfa Soja das respectivas caixas. Se for fazer a inoculação com o Biomax® Premium Turfa Soja e o tratamento das sementes com produtos líquidos numa única operação, não é necessário adicionar outro líquido para umedecimento das sementes. O Biomax® Premium Líquido Soja deve ser o último produto a recobrir as sementes de soja. Neste caso, coloque o Biomax® Premium Turfa Soja na caixa apropriada preenchendo no máximo 2/3 do seu volume. Inicie o tratamento e cerca de 15 minutos após o início da operação, desligue a máquina e solte o produto que acumulou na roda impelidora. Misture com o que restou na caixa, adicione mais Biomax® Premium Turfa Soja e reiniciei a inoculação. Deixe as sementes tratadas com o Biomax Premium Líquido Soja secarem à sombra por alguns minutos e plante logo após. ® c. Instruções de uso para a inoculação via semente com o Biomax® Premium Turfa Soja c.1. Inoculação utilizando tambor giratório ou betoneira Repita esse processo a cada quinze minutos, ou quando julgar necessário, conforme o desempenho de sua máquina. Se for tratar as sementes com outros produtos líquidos, coloque a água açucarada a 10% na caixa para os líquidos, em volume suficiente para umedecer as sementes a serem inoculadas. Inicialmente, coloque as sementes da soja no tambor giratório ou na betoneira. Posteriormente, se houver necessidade, aplique os produtos líquidos nas doses recomendadas pelo 66 8.4. ADUBAÇÃO d. Inoculação no sulco de semeadura na e tempo nublado com tendência a chuvas após a pulverização; O método tradicional de inoculação via semente pode ser substituído pela aplicação do inoculante por aspersão no sulco de plantio, por ocasião da semeadura, em solos com ou sem população estabelecida de bactérias do gênero Bradyrhizobium. • A vazão da pulverização deve ser suficiente para que a calda atinja o alvo (solo). A vazão mínima é de 200 L/ha; • Condição ideal para a pulverização: solo úmido, temperatura amena e chuva logo após a aplicação do Biomax® Premium Líquido Soja. Esse procedimento, pode ser adotado desde que a dose do Biomax® Premium Líquido Soja seja, no mínimo, seis vezes superior a dose indicada para a inoculação das sementes de soja (360 mL/ha). O volume mínimo de líquido (inoculante mais água) aplicado no sulco de plantio deve ser de 50 L/ha. Utilize preferencialmente bicos de filetes contínuos. f. Informações adicionais f.1. Cuidados prévios e no plantio da soja Corrigir a saturação de bases (V) para a faixa adequada ao desenvolvimento da soja com antecedência mínima de 90 dias antes do plantio da cultura. Inicialmente, adicione água limpa no tanque de pulverização e logo após, o Biomax® Premium Líquido Soja na dose recomendada para a cultura da soja. Este método tem a vantagem de reduzir os efeitos tóxicos dos fungicidas e dos micronutrientes utilizados no tratamento das sementes de soja sobre as bactérias fixadoras de nitrogênio. Realizar a adubação no solo fornecendo os nutrientes nas doses que possam maximizar o potencial produtivo da soja. Se possível, manter uma cobertura vegetal no solo (cultivo mínimo ou plantio direto) para minimizar os efeitos das altas temperaturas e baixos teores de umidade na sobrevivência das bactérias fixadoras de nitrogênio maximizando a fixação biológica do nitrogênio. e. Inoculação em lavouras de soja com baixa nodulação Em determinadas condições edafoclimáticas, tais como, solos arenosos com baixo teor de matéria orgânica localizados em regiões com alta temperatura, pode ocorrer baixa nodulação na soja em solos recém cultivados com esta cultura. Os veranicos após o plantio da soja podem prejudicar ainda mais a nodulação. Neste caso, realizar uma pulverização com o Biomax® Premium Líquido Soja na dose de 360 mL/ha (6 doses) na fase inicial de desenvolvimento da soja (V2 a V4). Realizar o plantio da soja em solos com teor adequado de umidade para viabilizar uma boa nodulação. A condição ideal para o estabelecimento da fixação biológica do nitrogênio é a não ocorrência de veranicos nas primeiras semanas após o plantio das sementes de soja inoculadas. Entretanto, há alguns cuidados que devem ser adotados para a pulverização do Biomax® Premium Líquido Soja para maximizar esta prática cultural. f.2. Cuidados com o inoculante Verifique se o inoculante está devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O número do registro deverá está impresso na embalagem. • Utilizar água de boa qualidade e com o pH na faixa ligeiramente ácida a ligeiramente alcalina; • O tanque de pulverização não pode conter outros produtos (por exemplo, fertilizantes foliares e fungicidas); • Realizar a pulverização do Biomax® Premium Líquido Soja com o solo úmido, temperatura ame- Não utilize inoculante com data de validade vencida e, no caso do inoculante líquido com o lacre violado. Verifique se o inoculante está armazenado em condições adequadas de temperatura e ao abrigo 67 8.4. ADUBAÇÃO Para uma melhor aderência do Biomax® Premium Turfa Soja nas sementes de soja, recomenda-se umedecê-las com produtos líquidos utilizando no tratamento das sementes ou 300 mL de água açucarada a 10% para 50 kg de semente de soja. do sol. O Biomax® Premium Soja armazenado em temperatura ambiente igual ou inferior a 26°C e devidamente lacrado, mantêm a concentração de unidades formadoras de colônias (ufc) fixadoras de nitrogênio, no mínimo por até 10 meses para o Biomax® Premium Líquido Soja e 9 meses para o Biomax® Premium Turfa Soja. Para uma nodulação uniforme e adequada ao pleno desenvolvimento da soja, realize a distribuição uniforme do Biomax® Premium Soja em todas as sementes. Não realize a inoculação diretamente na caixa semeadora devido à baixa eficiência proporcionado pela pequena aderência do Biomax® Premium Soja nas sementes e cobertura desuniforme das sementes. f.3. Cuidados com a inoculação Realize todas as operações com o Biomax® Premium Soja à sombra e mantenha a semente da soja inoculada protegida do sol e do calor excessivo. Se for tratar as sementes da soja com inseticidas, fungicidas e micronutrientes (NHT® CoMo e Nodulus® Premium) não misture o inoculante com estes produtos. Por último, sempre utilize o Biomax® Premium Soja. Em solos de primeiro ano com o plantio de soja e com a utilização de fungicidas, no tratamento das sementes, aplicar o NHT® CoMo ou o Nodulus® Premium em pulverizações na fase vegetativa da cultura (V3 a V5). Realize a semeadura imediatamente após a inoculação, principalmente, quando as sementes da soja forem tratadas com fungicidas e micronutrientes (NHT® CoMo e Nodulus® Premium). 8.4.2. Adubação fosfatada A quantidade de P exigida pela soja para a produção de 1 t de grãos é inferior ao nitrogênio e potássio. Para a produção de 1 t de grãos de soja são necessários cerca de 15,4 kg de P2O5. Cerca de 65% do fósforo absorvido pela soja é exportado pelos grãos (Tabela 1). A adubação fosfatada nos solos pode ser realizada de dois modos: adubação fosfatada corretiva e adubação de manutenção. a. Adubação fosfatada corretiva A adubação fosfatada corretiva pode ser total ou gradual e são realizadas em solos com teores muito baixo ou baixo de fósforo (Tabela 3). Os parâmetros para a interpretação do teor de P nos solos do Mato Grosso podem ser extrapoladas para os demais solos sob vegetação de cerrado. Entretanto, a quantidade de fósforo aplicado em solos com baixo teor do nutriente é muito superior as necessidades da soja. Nos primeiros anos de cultivo, a eficiência das adubações fosfatadas é muito baixa situando-se entre 15 e 20% devido a fixação do fósforo nos solos. 68 8.4. ADUBAÇÃO Tabela 3 . Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada no Estado do Mato Grosso (P extraído pelo método Mehlich-1). Teor de argila (%) % Teor de P no solo (mg/dm3) Muito baixo Baixo Médio1/ Adequado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - P2O5 (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 61 a 80 <2,0 2,0 a 3,9 4,0 a 5,9 >6 41 a 60 <5,0 5,0 a 7,9 8,0 a 11,9 >12 21 a 40 <6,0 6,0 a 11,9 12 a 17,9 >18 <20 <8,0 8,0 a 14,9 15 a 19,9 >20 1/ O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Fonte: Zancanaro et al. (2002). A adubação fosfatada corretiva total é a aplicação de uma dose relativamente alta de P a lanço, em uma única vez e incorporado no solo com uma gradagem leve (Tabela 4). Posteriormente, são realizadas as adubações de manutenção para repor a exportação de P pela soja. P2O5 para cada 1% de argila. Em Sapezal, MT, a Fundação MT, realizou um ensaio de campo conduzido por 3 anos com o cultivo de soja em solos com 60% de argila. Verificou que a fosfatagem corretiva total na dose de 4 kg de P2O5 para 1% de argila e as aplicações anuais na dose de 80 g/ha de P2O5 no sulco de plantio proporcionou altas produtividades na cultura da soja (média de 60 sc./ha). Para os solos sob cerrado, as recomendações para a fosfatagem corretiva total situam-se entre 3 a 5 kg de Tabela 4. Recomendação de adubação fosfatada corretiva 1/, de acordo com o teor de argila e a classe do teor de P do solo. Teor de argila % Muito baixo Baixo - - - - - - - - - P2O5 (kg/ha) - - - - - - 61 a 80 300 200 41 a 60 250 175 21 a 40 200 135 <20 150 100 A dose de P2O5 na adubação corretiva a lanço para a soja deve ser avaliada em função do teor de argila, cotação da soja e o retorno esperado com as maiores produtividades que podem ser alcançadas nos primeiros 4 anos. Fonte: Zancanaro et al., (2002). 1/ Teor de P no solo (mg/dm3) Em 2002, Sousa e Lobato estabeleceram um novo critério para o cálculo da dose de P na adubação fosfatada corretiva total para os solos sob cerrado (Tabela 5). O P remanescente é um índice que mensura a capacidade de retenção do P pelo solo (quanto maior a capacidade de retenção, menor o valor de P-rem), que se relaciona com o teor de argila do solo e a sua mineralogia. 69 8.4. ADUBAÇÃO Tabela 5. Recomendação de adubação fosfatada corretiva total de acordo com o teor de P, calculada com base no teor de argila ou de P remanescente do solo, em culturas anuais em sistemas agrícolas de sequeiro e irrigado. Sistema agrícola Variável Teor de P no solo 1/ Muito baixo Baixo Médio - - - - - - - - - - - - - - - - - - P2O5 (kg/ha) 2/- - - - - - - - - - - - - - - - Sequeiro Teor de argila 3/ Irrigado Sequeiro P-rem 4/ Irrigado 4 x argila 2 x argila 1 x argila 6 x argila 3 x argila 1,5 x argila 260-(4 x P-rem) 130-(2 x P-rem) 65-(1 x P-rem) 390-(6 x P-rem) 195-(3 x P-rem) 98-(1,5 x P-rem) Classe de teor de P nos solos. Vide tabela 3. P2O5 solúvel em citrato de amônio neutro mais água para os fertilizantes fosfatados acidulados, P2O5 solúvel em ácido cítrico a 2% (relação 1:100) para termofosfatos, escórias e P2O5 total para os fosfatos naturais reativos. 3/ Teor de argila expresso em porcentagem. 4/ P remanescente (determinado nas análises de rotina nos laboratórios ligados ao PROFERT-MG), expresso em mg/L. Fonte: Adaptado de Sousa e Lobato (2002). 1/ 2/ A adubação fosfatada corretiva também pode ser realizada de forma gradual através da aplicação anual de doses de P2O5 superiores às aquelas recomendadas para a adubação de manutenção (Tabela 6). Neste tipo de manejo, a elevação do teor de P nos solos para a faixa adequada à cultura da soja ocorre de forma gradual e são necessários cerca de 4 ou 5 anos. Após atingir o teor adequado de P no solo, realizar apenas a adubação fosfatada de manutenção. A fosfatagem corretiva gradual no sulco de plantio também proporciona altas produtividades na cultura da soja. Pesquisas conduzidas pela Fundação MT verificaram que é possível atingir boa produtividade em soja (56 sc./ha) nos primeiros três anos utilizando apenas adubação fosfatada corretiva no sulco de plantio na dose de 115 kg/ha de P2O5, mesmo em solos argilosos (60% de argila) com baixo teor de P (0,6 mg P/dm3). Tabela 6. Recomendação de adubação fosfatada no sulco de plantio da soja de acordo com a disponibilidade do P no solo para o Estado do Mato Grosso, em vegetação de cerrado. Teor de argila % Teor de P no solo (mg/dm3) ) - Mehlich-1 Muito baixo Baixo Médio 1/ Adequado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - P2O5 (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 61 a 80 >120 2/ 110 80 60 3/ 41 a 60 >120 2/ 100 80 60 3/ 21 a 40 120 2/ 100 80 60 3/ <20 120 2/ 90 80 60 3/ O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Em solos com teores de P muito baixo têm sido encontradas respostas lineares a fósforo aplicado na linha de semeadura até 150 kg/ha de P2O5. Portanto, se o teor de P no solo estiver classificado como muito baixo e baixo, e se houver disponibilidade de recursos financeiros para maiores investimentos em fósforo e/ou os preços da soja forem promissores pode ser utilizadas quantidades maiores de P2O5 que as sugeridas na tabela. 3/ As quantidades recomendadas de P2O5 equivalem à reposição da extração de P esperada para uma produtividade de 3 t/ha de soja. A dose de P pode ser reduzida por uma safra em função de condições desfavoráveis de preços da soja. Fonte: Zancanaro et al. (2002). 1/ 2/ 70 8.4. ADUBAÇÃO No Estado de São Paulo, a resina é o extrator utilizado para a avaliação da disponibilidade P dos solos às plantas (Tabela7). Tabela 7. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada no Estado de São Paulo (P extraído pelo método da resina). Produção relativa de soja (%) ≤70 71 a 90 91 a 100 >100 >100 Teor de P no solo (mg/dm3) Muito baixo Baixo Médio 1/ Alto Muito alto ≤6 7 a 15 16 a 40 41 a 80 >80 O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Fonte: Adaptado de Raij et al. (1997) 1/ Nas tabelas 8 e 9 tem-se a interpretação do teor de P nos solos do Estado do Paraná e dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, respectivamente. Tabela 8. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada no Estado do Paraná (P extraído pelo método Mehlich-1). Teor de P no solo (mg/dm3) Teor de argila (%) Muito baixo Baixo Médio 1/ Adequado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - P2O5 (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - >40 - ≤3,0 3,0 a 6,0 >6,0 21 a 40 ≤5,0 5,1 a 10 10,1 a 14 >14 ≤20 ≤6,0 6,1 a 12 12,1 a 18 >18 O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Fonte: Tecnologia de produção de soja – região central do Brasil 2012 e 2013. 1/ Tabela 9. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (P extraído pelo método Mehlich-1). Teor de P no solo (mg/dm3) Teor de argila (%) Muito baixo Baixo Médio 1/ Alto >60 ≤2,0 2,1 a 4,0 4,1 a 6,0 6,1 a 12 >12 36 a 60 ≤3,0 3,1 a 6,0 6,1 a 9,0 9,1 a 18 >18 16 a 35 ≤4,0 4,1 a 8,0 8,1 a 12 12,1 a 24 >24 ≤15 ≤7,0 7,1 a 14 14,1 a 21 21,1 a 42 >42 P resina ≤5,0 5,1 a 10 10,1 a 20 20,1 a 40 >40 Muito alto 1/ O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Fonte: Adaptado de Tedesco et al.(2004). Em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e demais regiões produtoras de soja, a adubação fosfatada corretiva pode seguir as mesmas doses de P2O5 recomendadas para os solos sob vegetação de cerrado, respeitando a classificação do teor de P nos solos. 71 8.4. ADUBAÇÃO b. Adubação fosfatada de manutenção A adubação fosfatada de manutenção é realizada em solos com teores adequados (solos sob cerrado e Paraná) a altos de P (São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Para cada tonelada de grãos de soja a ser produzida, aplicar 20 kg de P2O5. Eventualmente, a dose de P2O5 pode ser reduzida por uma safra em função de condições desfavoráveis de preços da soja. classificado como adequado nos solos sob cerrado e Paraná e alto nas demais regiões produtoras de soja nos últimos três anos de cultivo e com a produtividade da soja acima de 55 sc./ha. Em sistemas de cultivo em plantio direto, com a aplicação do calcário na superfície do solo, recomenda-se evitar a aplicação do P a lanço, principalmente com fontes fosfatadas de baixa solubilidade em água, como os fosfatos naturais reativos. A adubação fosfatada de manutenção poderá ser realizada a lanço em solos com teor de fósforo 8.4.3. Adubação potássica O potássio é o segundo nutriente mais absorvido pela cultura da soja. Para a produção de 1 t de grãos de soja são necessários em média 38 kg de K2O. Cerca de 53% do potássio absorvido pela soja é exportado pelos grãos (Tabela 1). potássica corretiva e adubação de manutenção. a. Adubação potássica corretiva A adubação potássica corretiva pode ser total ou gradual e são realizadas em solos com teores muito baixo ou baixo de potássio (Tabelas 10 a 13). De forma similar ao fósforo, a adubação potássica pode ser realizada de dois modos: adubação Tabela 10. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica nos solos sob cerrado (K extraído pelo método Mehlich-1). CTC do solo a pH 7 Teor de K no solo Unidade Baixo Médio Adequado Alto mg/dm ≤15 16 a 30 31 a 40 >40 cmolc /dm3 ≤0,04 0,04 a 0,08 0,08 a 0,10 >0,10 mg/dm3 ≤25 26 a 50 51 a 80 >80 ≤0,06 0,06 a 0,13 0,13 a 0,20 >0,20 3 CTC a pH 7 < 4,0 cmolc /dm3 CTC a pH 7 ≥ 4,0 cmolc /dm3 cmolc /dm 3 O limite superior desta classe indica o nível crítico do K no solo. Fonte: Adaptado de Sousa e Lobato (2002). 1/ Tabela 11. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica no Estado de São Paulo (K extraído pelo método da resina). Produção relativa de soja (%) ≤70 71 a 90 91 a 100 >100 >100 Teor de K no solo (mmolc /dm ) 33 Muito baixo Baixo Médio 1/ Alto Muito alto ≤0,7 0,8 a 1,5 1,6 a 3,0 3,0 a 6,0 >6,0 O limite superior desta classe indica o nível crítico do K no solo. Fonte: Adaptado de Raij et al. (1997). 1/ 72 8.4. ADUBAÇÃO Tabela 12. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica no Estado do Paraná (K extraído pelo método do Mehlich-1). Unidade Teor de K no solo Baixo Médio 1/ Alto Muito alto mg/dm <40 40 a 80 80 a 120 >120 cmolc /dm3 <0,10 0,10 a 0,20 0,20 a 0,30 >0,30 3 O limite superior desta classe indica o nível crítico do K no solo. Fonte: Tecnologia de produção de soja – região central do Brasil 2012 e 2013. 1/ Tabela 13. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (K extraído pelo método Mehlich-1). CTC a pH 7,0 Teor de K no solo (cmolc /dm3) Muito baixo Baixo Médio 1/ Alto Muito alto CTC a pH 7 ≤ 5,0 ≤15 16 a 30 31 a 45 46 a 90 >90 CTC a pH entre 5,1 a 15 ≤20 21 a 40 41 a 60 61 a120 >120 CTC a pH > 15 ≤30 31 a 60 61 a 90 91 a 180 >180 O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Fonte: Adaptado de Tedesco et al. (2004). 1/ A adubação potássica corretiva total é a aplicação de altas doses de K a lanço e visa a correção imediata dos baixos teores deste nutriente nos solos. Posteriormente, são realizadas aplicações anuais para repor a exportação do K pela soja. Neste sistema de manejo, a elevação do teor de K nos solos para a faixa adequada ou alta à cultura da soja, ocorre de forma gradual e são necessários de 4 a 5 anos. Após atingir o teor adequado de K no solo, realizar apenas a adubação potássica de manutenção. Nos solos sob Cerrado, uma forma para a determinação da dose de K2O a ser aplicada na adubação potássica corretiva total é a elevação do teor K no solo para atingir 3 a 5% da CTC a pH 7,0. Nos solos das demais regiões do Brasil com CTC mais elevada do que os solos sob cerrado, elevar a saturação do potássio a 1,5 a 2% da CTC a pH 7,0. b. Adubação potássica de manutenção Para o cálculo da adubação potássica corretiva total, a elevação do teor de K no solo em 0,01 cmolc K/dm3 exige a aplicação de 9,4 kg/ha de K2O ou 15,7 kg/ha de KCl, considerando a camada de incorporação de 0 a 20 cm. Em solos com alto teor de K nos solos sob cerrado e muito alto nas demais regiões produtoras de soja, aplicar 10 kg de K2O para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja. Utilizar a análise de folhas da soja para ajustes na adubação com potássio. A faixa adequada de S nas folhas da soja varia de 17,3 a 25,7 g/kg. A adubação potássica de manutenção é realizada em solos com teores adequados e altos de K, dependendo da região produtora de soja. Nestas condições de cultivo, para cada tonelada de grãos de soja a ser produzida, aplicar 20 kg de K2O. De forma similar ao fósforo, a adubação potássica corretiva também pode ser realizada de forma gradual através da aplicação anual de doses de K2O superiores as aquelas recomendadas para a adubação de manutenção. De maneira geral, as doses recomendadas de K para a cultura da soja estão especificadas na Tabela 14. 73 8.4. ADUBAÇÃO Tabela 14. Adubação potássica em soja para uma produtividade de 3 t/ha de grãos. Teor de K no solo 1/ Baixo Médio Adequado 2/ Alto 3/ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - K2O (kg/ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 120 80 60 30 Utilizar os critérios para interpretação do teor de K do solo das tabelas 9 a 12 conforme a região produtora de soja. Realizar adubação de manutenção: 20 kg de K2O para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja. Para solos com teores de K dentro desta classe, recomenda-se 50% da adubação de manutenção. Fonte: Adaptado de Ribeiro et al. (1999). 1/ 2/ 3/ ou em cobertura até o 15º ao 20º dia após a emergência da soja. Em solos argilosos, a dose máxima de K2O no sulco de plantio é de 50 kg/ha. Em solos com teor de K de médio a alto ou muito alto e com baixa capacidade de troca catiônica (textura arenosa a média), evitar a aplicação do nutriente no sulco de plantio da soja. Realizar a adubação potássica em pré-plantio a lanço ou em cobertura até o 15º ao 20º dia após a emergência da soja. Altas concentrações de potássio, aplicadas em pequeno volume de solo, no sulco de semeadura, favorecem as perdas por lixiviação. Além disso, há o risco de salinização prejudicando a germinação e o desenvolvimento do sistema radicular da soja. Em solos com baixo teor de K, recomenda-se o parcelamento do K. Aplicar no máximo 30 kg/ha de K2O no sulco de plantio e o restante da dose em pré-plantio 8.4.4. Adubação com enxofre Para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos por hectare são necessários em média 15 kg de enxofre. Cerca de 35% do enxofre absorvido pela soja é exportado pelos grãos (Tabela 1). nutriente no solo e o seu acumulo nas camadas subsuperficiais. Utilizar a análise de folhas da soja para ajustes na adubação com potássio. A faixa adequada de S nas folhas da soja varia de 2,0 a 3,0 g/kg. Nas últimas safras está ocorrendo um agravamento da deficiência de enxofre na cultura da soja devido ao aumento na produtividade da cultura, aumento na utilização de formulações ou fertilizantes com maior concentração em NPK e com menores teores de enxofre e menor emissão de S como poluente para a atmosfera. Na Tabela 15 tem-se as doses do enxofre para a cultura da soja de acordo com a textura do solo e o teor de enxofre nas profundidades de 0 a 20 e de 20 a 40 cm. Os níveis críticos do S no solo são 10 mg/dm3 e 35 mg/dm3 para solos argilosos (>40% de argila), respectivamente nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Em solos com teor de argila ≤ 40% de argila (solos arenosos), os níveis críticos de S são 3 mg/dm3 e 9 mg/dm3, respectivamente nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Além disso, o teor de enxofre na camada superficial do solo é menor que nas demais camadas do solo. As adubações fosfatadas tendem a reduzir a adsorção do sulfato na camada superficial acentuando a lixiviação deste nutriente para as camadas subsuperficiais do solo. Em solos com teor adequado de S, realizar a adubação de manutenção com S aplicando 10 kg do nutriente para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja. Para a determinação da necessidade de enxofre, deve-se realizar a análise de solo em duas profundidades, 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm, devido a mobilidade do 74 8.4. ADUBAÇÃO Tabela 15. Recomendação da adubação corretiva e de manutenção com enxofre para a cultura da soja. Teor de S no solo 1/ Faixas de interpretação Solo argiloso >40% de argila Solo argiloso ≤40% de argila Quantidade de S, kg/ha Profundidade, cm 0 a 20 20 a 40 0 a 20 20 a 40 0 a 20 20 a 40 Baixo Baixo <5 <20 <2 <6 80 + M Baixo Médio <5 20 a 35 <2 6a9 60 + M Baixo Alto <5 >35 <2 >9 40 + M Médio Baixo 5 a 10 <20 2a3 <6 60 + M Médio Médio 5 a 10 20 a 35 2a3 6a9 40 + M Médio Alto 5 a 10 >35 2a3 >9 M Alto Baixo >10 <20 >3 <6 40 + M Alto Médio >10 20 a 35 >3 6a9 M Alto Alto >10 >35 >3 >9 M 1/ Método de extração: Ca(H2PO4)2 0,01 M.L-1. Determinação por turbidimetria. M = Manutenção: 10 kg de S para cada 1 t de produção de grãos de soja esperada. Fonte Sfredo et al. (2003). 8.4.5. Adubação com micronutrientes dual significativo, não sendo adequados nas adubações corretivas. A forma química disponível do manganês à soja (Mn2+) é gradualmente oxidada às formas não disponíveis (Mn3+ e Mn4+) reduzindo a sua disponibilidade. De forma similar ao Mn, o Fe também é oxidado para uma forma química não disponível à cultura da soja (Fe3+). As interpretações dos teores dos micronutrientes nas análises de solo para as principais regiões produtoras de soja estão nas tabelas 16 a 19. a. Adubação com cobalto e molibdênio Realizar o fornecimento de 2 a 3 g/ha de Co e de 12 a 25 g/ha de Mo na fertilização das sementes de soja. A aplicação destes micronutrientes também pode ser realizada em pulverização foliar nos estádios de desenvolvimento entre o V3 e o V5 na dose de 30 a 50 g/ha de Mo. A forma mais eficiente para o fornecimento do ferro e manganês à cultura da soja são as pulverizações foliares. Em solos com baixo teor de manganês e saturação de bases acima da faixa adequada à cultura da soja, realizar de 3 a 5 aplicações foliares do manganês iniciando as pulverizações foliares na fase vegetativa da soja. b. Adubação com boro, cobre, manganês e zinco De forma similar ao manejo realizado com fósforo e potássio, a construção da fertilidade do solo também pode ser realizada para o cobre e zinco. Em solos da região do Cerrado, a aplicação destes micronutrientes a lanço com incorporação na camada superficial proporciona efeito residual de 3 a 5 anos. Eventualmente, o Mn pode ser aplicado no sulco de plantio, região do solo com maior teor de umidade e com maior potencial de redução. Nestas condições, há uma tendência do Mn permanecer por mais tempo na forma Mn2+ prontamente disponível à cultura da soja. Mesmo assim, são necessárias pulverizações foliares com este nutriente para a manutenção dos teores foliares na faixa adequada à cultura da soja. A aplicação do ferro e o manganês a lanço no solo, mesmo aplicado em altas doses, não apresentam efeito resi75 8.4. ADUBAÇÃO O boro é muito susceptível a lixiviação nos solos tropicais notadamente naqueles com os menores teores de argila. Portanto, o boro deve ser aplicado anualmente em pré-plantio ou no sulco de plantio. Realizar aduba- ções foliares com B nas fases de maior demanda pelo nutriente (antes do florescimento e início da formação das sementes). Tabela 16. Interpretação dos teores de micronutrientes no solo, extraídos por dois métodos de análises para a soja nos solos do Cerrado. Água quente Faixas B Mehlich-1 Cu Mn DTPA Zn Cu Mn Zn Fe - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg/dm - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 Baixo <0,3 <0,5 <5 <1,1 <0,3 <1,0 <0,6 <5 Médio 0,3 - 0,5 0,5 - 0,8 5 - 10 1,1 - 1,6 0,3 - 0,8 1,0 - 2,0 0,6 - 1,2 5 - 12 Alto 0,5 - 2,0 0,8 - 10 10 - 30 1,6 - 10 0,8 - 7,0 2,0 - 10 1,2 - 10 12 - 30 >2,0 >10 >30 >10 >7,0 >10 >10 >30 Muito Alto Fonte: Sfredo (2008). Tabela 17. Interpretação da análise de solo para recomendação de micronutrientes no Estado de São Paulo. Produção relativa de soja (%) 71 a 90 91 a 100 Micronutrientes >100 Teor no solo Baixo Médio 1/ Alto - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg/dm3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - Boro (B) ≤0,20 0,21 a 0,60 >0,60 Cobre (Cu) ≤0,20 0,30 a 0,80 >0,80 Ferro (Fe) ≤4 5 a 12 >12 Manganês (Mn) ≤1,2 1,3 a 5,0 >5,0 Zinco (Zn) ≤0,5 0,6 a 1,2 >1,2 O limite superior desta classe indica o nível crítico dos micronutrientes no solo. Extratores: B = água quente; Cu, Fe, Mn e Zn = DTPA. Fonte: Adaptado de Raij et al. (1997). 1/ Tabela 18. Interpretação dos teores de micronutrientes no solo, extraídos por dois métodos de análises para a soja nos solos do Paraná. Água quente Faixas B Mehlich-1 Cu Mn DTPA Zn Cu Mn Zn Fe - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg/dm3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Baixo <0,3 <0,8 <15 <0,8 <0,5 <1,2 <0,5 <5 Médio 0,3 - 0,5 0,8 - 1,7 15 - 30 0,8 - 1,5 0,5 - 1,1 1,2 - 5,0 0,5 - 1,1 5 - 12 Alto 0,5 - 2,0 1,7 - 10 31 - 100 1,5 - 10 1,1 - 7,0 5,0 - 20 1,1 - 10 12 - 30 >2,0 >10 >100 >10 >7,0 >20 >10 >30 Muito Alto Fonte: Sfredo (2008). 76 8.4. ADUBAÇÃO Tabela 19. Interpretação da análise de solo para recomendação de micronutrientes nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Micronutrientes Teor de micronutrientes no solo (mg/dm3) Baixo Médio 1/ Alto Boro (B) <0,1 0,1 a 0,3 >0,3 Cobre (Cu) <0,2 0,2 a 0,4 >0,4 Manganês (Mn) <2,5 2,5 a 5,0 >5,0 Zinco (Zn) <0,2 0,2 a 0,5 >0,5 O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo. Extratores: B = água quente; Cu e Zn = HCl 0,1 mol/L e Mn = Mehlich-1. Fonte: Adaptado de Tedesco et al. (2004). 1/ A adubação corretiva com micronutrientes no solo pode ser realizada em pré-plantio a lanço (Tabela 20). O efeito residual da adubação com micronutrientes, exceto o B e o Mn nas doses recomendadas, é para um período de cinco anos. Para a reaplicação dos micronutrientes, realizar a avaliação do estado nutricional da soja através da diagnose foliar. Os micronutrientes também podem ser aplicados no sulco de plantio da soja. Neste caso, aplicar 1/3 da dose indicada a lanço por um período de três anos consecutivos Tabela 20. Recomendação de micronutrientes aplicados no solo para a cultura da soja. Teor no solo B Cu Mn Zn - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg/ha - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Baixo 1,5 2,5 6,0 6,0 Médio 1,0 1,5 4,0 5,0 Alto 0,5 0,5 2,0 4,0 Muito Alto 0,0 0,0 0,0 0,0 Fonte: Sfredo (2008). 77 9. GLOSSÁRIO Ácidos fúlvicos: Fração solúvel das substâncias húmicas em meio alcalino e em meio ácido. Possui o menor peso molecular entre as frações que compõem as substâncias húmicas. Coloração mais clara variando do amarelo-claro ao amarelo-castanho. Ácidos húmicos: Fração solúvel das substâncias húmicas em meio alcalino e insolúvel em meio ácido. Peso molecular entre os ácidos fúlvicos e a humina. A coloração varia desde marrom-escuro ao cinza-escuro. Aminoácidos: Produto final da decomposição das proteínas e peptídios dos resíduos vegetais e animais pelos microrganismos. São moléculas orgânicas ou biomoléculas que contêm um carbono assimétrico denominado de carbono-alfa ao qual se ligam covalentemente, um grupo carboxílico (-COOH), um grupo amino (-NH2) e um átomo de hidrogênio (H). Neste carbono ainda se liga um grupo químico denominado de radical ou cadeia lateral (R) que define especificamente cada um dos 20 aminoácidos. Adubação: Consiste no fornecimento dos nutrientes ao solo, de modo a recuperar ou manter a sua fertilidade, suprindo as necessidades nutricionais das plantas e provocando o mínimo de perturbação no ambiente. Eventualmente, o fornecimento dos nutrientes pode ser realizado diretamente nas plantas através da adubação foliar. Análise foliar: Avaliação do estado nutricional das plantas através da análise química das folhas das plantas. Arenito: Rocha sedimentar resultante da compactação e litificação de areias aglutinadas por um cimento natural, por exemplo, argila, carbonato de cálcio ou carbonato de cálcio e magnésio. O arenito é constituído por quartzo mas pode ter também quantidades apreciáveis de feldspatos, micas e outras impurezas. Adubação a lanço: Aplicação dos fertilizantes sólidos ou fluidos, na superfície do solo, com ou sem incorporação subsequente por práticas de preparo do solo. Os nutrientes podem ser aplicados antes ou após o plantio da cultura. Basalto: Rocha vulcânica ou ígnea, eruptiva ou extrusiva, ou seja, formada na superfície do solo através das lavas vulcânicas. Apresenta textura fina, coloração escura (óxido de ferro e de titânio) e alta dureza. A maioria dos solos de Ribeirão Preto, Vale do Paranapanema e Norte e Sudoeste do Paraná são proveninetes do basalto. Adubação de arranque: Aplicação do fertilizante no plantio ao lado e abaixo das sementes. Adubação em cobertura: Aplicação dos fertilizantes no solo após o estabelecimento das culturas. Calcário: Produto obtido pela moagem da rocha calcária. É constituída de carbonato de cálcio (CaCO3) e carbonato de magnésio (MgCO3). É utilizado para a redução da acidez do solo convertendo os íons H+ em água e para o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas. Adubação em faixas: É a forma de adubação que envolve a aplicação dos fertilizantes sólidos ou fluidos em faixas de largura variável. Adubação em faixas laterais: Aplicação do fertilizante em faixa de um lado ou em ambos os lados da cultura. É usual em culturas perenes. Capacidade de troca de cátions (CTC): É a capacidade que o solo tem em reter os nutrientes catiônicos, dentre os quais, o Ca, Mg e K. A CTC do solo é expressa em cmolc /dm3 ou mmolc /dm3 e é o somatório dos teores dos cátions básicos (Ca, Mg e K), H e Al. Adubação em pré-plantio: Fertilizante aplicado no solo antes do plantio das culturas. Normalmente, os fertilizantes não são incorporados aos solos. Adubação foliar: É a aplicação dos nutrientes na parte aérea das plantas. Normalmente, as pulverizações foliares são direcionadas às folhas das plantas. Carboidrato: São as biomoléculas mais abundantes na natureza. São compostos orgânicos constituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio e geralmente seguem a fórmula genérica [(CH2O)]n, sendo o n≥3, tais como, açúcares e polissacarídeos. Os carboidratos são sintetizados pelas plantas a partir do gás carbônico (CO2) e água (H2O) nos cloroplastos no processo denominado de fotossíntese. Adubação parcelada: Fertilizante aplicado em duas ou mais vezes durante o crescimento da cultura. Redução nas perdas dos nutrientes mais susceptíveis à lixiviação, por exemplo, nitrato (N-NO3-). Carbonato: Sedimento formado pela precipitação orgânica ou inorgânica de uma solução aquosa de carbonatos de cálcio, magnésio ou ferro denominado de calcário ou dolomita. Adubação em sulcos: Aplicação do fertilizante em uma zona concentrada seja na superfície do solo ou abaixo dela. 78 DRIS (Sistema integrado de diagnose e recomendação): É um método de avaliação do estado nutricional da planta, em que a relação entre os nutrientes é o aspecto mais importante para explicar a produtividade da cultura. A comparação é realizada com índices calculados por meio das relações entre os nutrientes da amostra e uma população de referência (talhões com alta produtividade). Cátions básicos: São três elementos químicos, cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K). Celulose: Carboidrato mais abundante nas plantas. Clorofila: Pigmento verde que retém a luz para a fotossíntese nas plantas, algas e algumas bactérias. Clorose: Condição anormal nas plantas ocorrendo a perda de clorofila das folhas resultando em uma coloração verde-clara a amarela. Extrato húmico: Frações húmicas solúveis em meio alcalino (ácidos fúlvicos e ácidos húmicos). Fertilizante: Produto mineral ou orgânico, natural ou sintético fornecedor de um ou mais nutrientes às plantas. Colóide: Partícula orgânica ou inorgânica (mineral) menor que 0,001 mm de diâmetro. O colóide apresenta uma grande superfície de contato geralmente com alta reatividade. É o local aonde ocorre a retenção dos nutrientes no solo. Fertilizante fluido: Refere-se aos fertilizantes no estado líquido. São constituídos por duas classes: soluções e suspensões. Condicionador de solos: Produto que promove a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas ou atividades biológicas dos solos, podendo recuperar solos degradados ou desequilibrados nutricionalmente. Fertilizante fluido em solução: Fertilizante líquido que se apresenta na forma de soluções verdadeiras, isto é, isentas de material sólido. Corretivo de solo: Substâncias adicionadas ao solo para melhorar o seu pH ou propriedades físicas. Os principais corretivos são o calcário, gesso ou turfa. Fertilizante fluido em suspensão: Fertilizante líquido que se apresenta na forma de suspensão, isto é, uma fase sólida dispersa num meio líquido. Cultivo: Operação de preparo do solo para semear ou transplantar uma cultura, ou para o controle das plantas daninhas ou para tornar a camada superficial do solo mais propícia ao plantio. Fertilizante orgânico: São os fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de origem natural, vegetal ou animal. Normalmente, tem baixa concentração de nutrientes. Cultivo conservacionista: Qualquer sistema de preparo do solo que reduz as perdas de solo e/ou água, em comparação com o preparo convencional (aração e gradagem), onde todos os resíduos orgânicos são incorporados ao solo. Fertilizante organomineral: produtos resultantes da mistura física ou combinações dos fertilizantes minerais e orgânicos. Fertirrigação: Aplicação dos fertilizantes na água de irrigação. Cultivo mínimo: Sistema de preparo do solo que reduz o número de operações mecanizadas a um mínimo necessário para criar a condição adequada para o plantio e germinação das sementes. Fixação do fósforo: Fenômeno de retenção de P no solo reduzindo a sua disponibilidade às plantas. Ocorre tanto pela precipitação do P em solução com as formas iônicas do Fe, Al e Ca, como, principalmente, de maneira mais significativa, pela sua adsorção pelos oxidróxidos de Fe e Al. Difusão: Movimento do nutriente (elemento químico) a curta distância dentro de uma solução aquosa (solução do solo) estacionária, a favor de um gradiente de concentração, isto é, o nutriente vai de uma região de maior concentração (solução do solo) para outra de menor concentração (superfície das raízes). A difusão é o principal mecanismo de absorção do P, K, Zn, Mn e Cu pelas plantas. Fixação biológica do nitrogênio: conversão do nitrogênio atmosférico elementar (N2) em amônia (N-NH3) realizada por microrganismos procariotos (bactéria – alfa-proteobacteria, actinomicetos e cianobacteria). Disponibilidade: Proporção do nutriente que pode ser absorvido e utilizado pelas plantas para satisfazer as suas necessidades nutricionais. 79 Floema: Vaso condutor das plantas responsável pelo transporte da seiva elaborada das folhas para os demais órgãos da planta. A seiva elaborada é sintetizada nas folhas pela fotossíntese. O floema também é conhecido por líber. Litificação: Conjunto de processos que convertem os sedimentos em rocha sedimentar consolidada. A litificação pode envolver vários processos como a desidratação, compactação, cimentação e laterização. Lixiviação: Perda dos nutrientes da camada superficial para as camadas subsuperficiais pela passagem da água através do solo. Os nutrientes mais susceptíveis às perdas por lixiviação são os aniônicos (nitrato, N-NO3- sulfato, SO42- e molibdato, MoO42-) e aqueles sem carga elétrica (ureia e ácido bórico). Fluxo de massa: Consiste no movimento, com a mesma velocidade do nutriente (elemento químico) em uma fase aquosa móvel (solução do solo), de uma região mais úmida, distante da raiz, para outra mais seca, próxima da superfície radicular. O fluxo de massa é o principal mecanismo de absorção do N, Ca, Mg, SO42-, H3BO3 e MoO42- pelas plantas. São os nutrientes mais propensos as perdas por lixiviação Macronutrientes: Nutrientes absorvidos em grandes quantidades pelas plantas na ordem de kg/ha. Os macronutrientes são o nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Constituem cerca de 99,5% da massa seca das plantas. Fotoassimilados: São os compostos orgânicos sintetizados na fotossíntese nas folhas das plantas. Fotossíntese: Conversão da energia luminosa em energia química nas plantas a partir do dióxido de carbono (CO2) e água na presença da clorofila. Ocorre a produção de compostos orgânicos com uma fórmula genérica [(CH2O)]n e de oxigênio (O2). Matéria orgânica: São os componentes orgânicos do solo nos seus diversos estágios de decomposição ocorrendo em íntima associação com os constituintes minerais do solo. É constituída por dois grupos: as substâncias húmicas que representam de 85 a 90% da matéria orgânica total do solo e as substâncias não húmicas que representa uma pequena fração da matéria orgânica do solo (10 a 15%). Gesso Agrícola: É o sulfato de cálcio dihidratado (CaSO4.2H2O). É utilizado como condicionador do solo e corretivo de sodicidade (produto que promove a redução da saturação de sódio no solo). No Brasil, a maior parte do gesso utilizado na agricultura é um subproduto da produção de ácido fosfórico. Entretanto, é encontrado também na natureza em depósitos sedimentares na forma monohidratada (CaSO4. H2O) e é denominado de gipsita. Humina: Fração insolúvel das substâncias húmicas em meio ácido e em meio alcalino. Maior peso molecular entre as frações das substâncias húmicas é a fração mais escura. Micronutrientes: Nutrientes absorvidos em pequenas quantidades pelas plantas na ordem de g/ha. Os micronutrientes são o boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn). Constituem cerca de 0,5% da massa seca das plantas. Micronutrientes catiônicos: Micronutrientes com carga positiva (Cu2+, Fe2+, Mn2+, Ni2+ e Zn2+). A calagem reduz a disponibilidade dos micronutrientes catiônicos às plantas. Os ácidos fúlvicos aumentam a disponibilidade dos micronutrientes às plantas, enquanto os ácidos húmicos formam complexos com alta estabilidade e podem reduzir a sua disponibilidade às plantas notadamente o cobre. Imobilização: Conversão dos nutrientes de uma forma química disponíveis às plantas (inorgânica ou mineral) para uma forma não disponível (orgânica) por sua incorporação nos microrganismos do solo. Ocorre diminuição na disponibilidade dos nutrientes às plantas. Mineralização: Conversão dos nutrientes de uma forma química não disponível às plantas (orgânica) para uma forma disponível (inorgânica ou mineral). São processos mediados por microrganismos do solo. Ocorre aumento na disponibilidade dos nutrientes às plantas. Índice salino: Capacidade que o fertilizante tem em aumentar a pressão osmótica da solução do solo. Ocorre aumento na condutividade elétrica do solo. Os fertilizantes com maior índice salino são os potássicos e os nitrogenados. Interceptação radicular: Mecanismo de absorção radicular na qual a raiz, ao se desenvolver num determinado volume de solo, entra em contato com o nutriente na solução do solo. Nitrogenase: Complexo enzimático redox-ativo que hidrolisa ATPs para efetuar a redução do N molecular (N2) a NH3. É constituído por Mo, Fe e S. 80 Micronutrientes: Nutrientes absorvidos em pequenas quantidades pelas plantas na ordem de g/ha (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn). Constituem cerca de 0,5% da massa seca das plantas. Redução: É o processo químico inverso a oxidação. Um determinado íon, átomo ou molécula ganha um ou mais elétrons ocorrendo diminuição no número de oxidação. Por exemplo, o Fe3+ é reduzido a Fe2+ e o Mn3+ é reduzido a Mn2+. Necrose: Tecido foliar morto ou em vias de morrer, indicado pelo seu secamento. Redutase do nitrato: enzima responsável pela redução do nitrato (N-NO3-) a nitrito (N-NO2-), etapa inicial da conversão do nitrato (N-NO3-) em amônio (N-NH4+). Nível crítico: É o teor do nutriente no solo ou nas folhas da planta a partir da qual não ocorre resposta a sua aplicação. Saturação de bases (V) : Porcentagem da CTC a pH 7,0 do solo ocupada por cátions básicos (Ca, Mg e K). Nutrientes: Elementos químicos essenciais a vida das plantas. Os elementos químicos para serem considerados como nutrientes devem atender aos três critérios da essencialidade. Senescência: Estádio de desenvolvimento das folhas mais velhas no qual elas secam e desprendem-se dos caules e colmos. • Critério 1. Um elemento químico é essencial se a sua deficiência impede que a planta complete o seu ciclo vital. • Critério 2. O elemento químico não pode ser substituído por outro com propriedades similares. • Critério 3. O elemento químico deve participar diretamente no metabolismo da planta. De acordo com a quantidade absorvida pelas plantas, os nutrientes são divididos em dois grupos: macronutrientes e micronutrientes. Solução do solo: É a fase líquida do solo onde estão dissolvidos os nutrientes. As plantas absorvem os nutrientes da solução do solo que por sua vez são repostos pela fase sólida. Substâncias húmicas: Estágio final da decomposição ou humificação dos resíduos orgânicos do solo e representam as frações mais ativas da matéria orgânica. São responsáveis pelos inúmeros processos físicos e físico-químicos que ocorrem nos solos. Textura do solo: Proporção relativa das partículas que constituem o solo. As partículas são denominadas de frações granulométricas e são constituídas pela areia, silte e argila. Nutrientes benéficos: São elementos químicos importantes para o crescimento e desenvolvimento normal das plantas, mas a sua falta não é considerada fator limitante. O cobalto (Co), selênio (Se), silício (Si) e o sódio (Na) são considerados como nutrientes benéficos às plantas. Por exemplo, o Co é essencial e necessário à fixação biológica do N2 pelas bactérias nos nódulos das raízes das leguminosas, bem como para bactérias de vida livre que fixam N2. Xilema: Vaso condutor das plantas responsável pelo transporte da seiva bruta (água e minerais) das raízes até o ápice das plantas. É constituído por células mortas impregnadas por lignina e reforçadas com celulose. O xilema também é conhecido por lenho. Oxidação: Mudança química em ambientes com oxigênio na qual um determinado íon, átomo ou molécula perde um ou mais elétrons ocorrendo aumento nas cargas positivas. Por exemplo, o Fe2+ é oxidado a Fe3+ ou o Mn2+ é oxidado a Mn3+ e posteriormente, a Mn4+. 81 10. LITERATURA CONSULTADA BATAGLIA, O.C. Micronutrientes: disponibilidade e interações. In: BORKERT, C.M.; LANTMANN, A.F. Eds. Enxofre e micronutrientes na agricultura brasileira. Londrina. Anais. p.121-132. 1988. BARBER, S.A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2. ed. New York, John Wiley & Sons, 1995. 414p. BENITES, V.M.; CARVALHO, M.C.S.; RESENDE, A.V.; POLIDORO, J.C.; BERNARDI, A.C.C.; OLIVEIRA, F.A. Potássio, cálcio e magnésio. In: PROCHNOW, L.I.; CASARIN, V.; STIPP, S.R. Eds. Boas práticas para uso eficiente de fertilizantes. Piracicaba:International Plant Nutrition Institute, 2010. v. 2, p.133-204. BRASIL SOBRINHO, M.C.O. Levantamento do teor de boro em alguns solos do Estado de São Paulo. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura de Luis Queiroz/USP, 1965. 135p. (Tese de Livre Docência). BERGERSEN, F.J. Development of root-nodule symbiosis. 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