N436-Noahh 5776 - lekachtob.xpg.com.br
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BS “D ע ֹזֽב ׃ ֲ ַ ֽל־ כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י ֶ ל ָ ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י ֶ ִ ֤י “Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).” – Mishlei (Provérbios) 4:2 Shabat Shalom! Parashá Noahh – 4 de Mar’Hheshvan de 5776 (17/10/2015) Ano-8 N-436 ע ֥ל ַ מ ֵ ב ֥ ֶ ת הַ ַ֖ י ִם ֹ ְ צ ֤א י ָצ א֙ ָו ֔ ב עַד־י ֵ ֵ ֹרב ַו ֑ ֵ ת־הע ָֽ ֶַוי ְ ַ ַ֖ח א “E enviou o corvo; e saiu e voltou, até que as águas secaram de sobre a terra”. ֽרץ׃ ֶ ָה (Bereshit 8:7) Nossos sábios deram um motivo para a expressão acima ‘e saiu e voltou’: o corvo ia e circundava a arca, e não queria sair de perto dela, pois temia que Noahh viesse sobre sua companheira, conforme consta no Talmud (San’hedrin 108). Por que o corvo teve este receio? O Ben Ish Hhai ZTK”L explica, baseado no Midrash Rabah (31:13), que D-us disse a Noahh que deveriam entrar na arca apenas animais cujo macho buscasse a fêmea, e não o contrário. E por quê? Porque, através de seus erros, a geração do dilúvio influenciou todas as criaturas e inverteu a “ordem do mundo” [a forma como D-us programou que as coisas ocorressem; no caso, o macho buscar a fêmea para a procriação]. E de onde nossos sábios, no Talmud acima, chegaram a essa conclusão? Baseados no versículo: “romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram” (Bereshit 7:11) – neste versículo, houve uma inversão da ordem natural, onde, primeiro, deve chover para depois essa água infiltrar o solo e, depois, eclodir do mesmo. Segundo nossos sábios, as águas da chuva simbolizam as águas masculinas, e estas devem vir primeiro e atingir as águas femininas, que são as águas do abismo. Como aquela geração inverteu a “ordem natural”, sofreram com essas inversões. Daqui se depreende, também, a influência que o ser humano tem no mundo, a ponto de a natureza e os animais serem afetados pelo seu comportamento, bom ou mau. Disto podemos entender o receio do corvo de se afastar da arca. Como ele viu que só entrou na arca por não ter abandonado o comportamento esperado dele [ele seguia a ordem de ele buscar a fêmea], ele receava que, ao se afastar da arca, poderia ficar longe, não conseguir voltar a tempo e todos os animais sairiam e sua esposa teria que buscá-lo, e isto seria a mesma falha que fez com que outros fossem impedidos de entrar e exterminados. Logo, ele queria manter o “costume” que o habilitou para a sobrevivência. Logo, ele apenas circundava a arca pois, se sua esposa saísse, ele iria atrás dela! (Baseado no livro Aderet Eliyahu – Parashat Noahh – do Rabino Yossef Hhaim de Bagdad, o Ben Ish Hhai.) Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch) Resumo da Parashá – Noahh (Livro Bereshit – Gênesis 6:9 - 11:32) Hashem instrui Noahh – o único justo em um mundo consumido pela violência e corrupção – a construir uma grande Tebá (“arca”) de madeira revestida de piche por dentro e por fora. “Um grande dilúvio”, diz D-us, “apagará toda a vida da face da terra”. A chuva cai por 40 dias e noites e as águas demoram mais 150 dias antes de se acalmarem e começarem a retroceder. A arca se assenta sobre o Monte Ararat e, de sua janela, Noahh envia aves para verificar se as águas secaram. Quando o solo seca completamente – exatamente após um ano solar (365 dias) do início do Dilúvio – Hashem ordena a Noahh para sair da Tebá e povoar a terra. Noahh constrói um altar e oferece sacrifícios a D-us. D-us jura nunca mais destruir toda a humanidade por causa de seus atos e mostra um arco-íris como testemunho de Seu pacto com o homem. D-us adverte a Noahh sobre a santidade da vida: o assassinato é considerado crime capital e, apesar de ser permitido ao homem comer a carne dos animais, fica proibido comer a carne ou o sangue de um animal vivo. Noahh planta um vinhedo e fica embriagado. Dois dos filhos de Noahh – Shem e Yafet – são abençoados por cobrirem a nudez de seu pai, enquanto K’naan é amaldiçoado. Os descendentes de Noahh permanecem como um povo único, com cultura e linguagem únicas, por gerações. Porém, eles desafiam o Criador construindo uma grande torre (a de Babel) para simbolizar sua ‘invencibilidade’. D-us confunde sua fala, de forma que “um não compreenda a fala do outro”, fazendo-os abandonar seu projeto e se dispersarem pela terra, dividindo-se em 70 nações. A Parashá conclui com as dez gerações desde Noahh até Abram (depois, chamado Abraham) e a jornada deste de seu local de nascimento, Ur Casdim, para Hharan, a caminho de K’naan. (Adaptado de “Parashá em uma Casca de Noz” e “Torah-mail”.) Por Jaime Boukai Curiosidades da Semana: A Mensagem do Arco-Íris Depois do dilúvio, Hashem faz uma promessa a Noahh e todos os seus descendentes de que Ele nunca mais inundaria a terra. Ele mostrou a Noahh um arco-íris no céu, que serviria como um sinal eterno da aliança feita com o mundo, pela qual ele nunca mais seria destruído. Diferentes abordagens têm sido feitas para explicar o significado particular do arco-íris e sua designação como um sinal da aliança de Hashem. Uma explicação especialmente significativa foi sugerida pelo grande Rabino Meir Shapiro de Lublin (Polônia, 1887-1933), fundador do programa de estudos Daf Yomi. Rab Shapiro aponta os famosos comentários do Zohar criticando Noahh por não ter tentado inspirar seus Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site lekahhtob.co.nr (co.nr mesmo...). BS “D contemporâneos em direção ao arrependimento. O versículo em Yeshayahu (54:9) descreve o dilúvio como “Meh Noahh – as águas de Noé”, e o Zohar explica que Noahh foi “culpado” pelo dilúvio porque ele não fez nenhum esforço para ajudar as pessoas a mudarem. Ao ouvir de D-us o decreto do dilúvio, ele não deveria ter aceitado apenas a notícia e ficar satisfeito em salvar a si mesmo e sua família. Ele deveria ter saído imediatamente e pregar para as pessoas, investindo todo esforço possível para motivá-las a se arrependerem. Já que ele não conseguiu fazê-lo, o dilúvio é para sempre conhecido como “Meh Noahh”, o dilúvio de Noé. Mas, então, surge a pergunta: por que, de fato, Noahh não conseguiu fazer tais esforços? Certamente, deve haver alguma razão por que ele não se preocupou em inspirar as pessoas de seu tempo a mudarem... Rab Shapiro sugeriu que Noahh considerou que toda esperança estava perdida. Ele viu quão degradadas e corrompidas as pessoas haviam-se tornado e concluiu que não havia qualquer possibilidade de mudança. A geração tinha-se deteriorado a níveis lamentavelmente baixos de comportamento, e ele imaginou que seria um desperdício de tempo tentar inspirá-los a melhorar. Neste sentido, explica Rab Shapiro, podemos entender o simbolismo poderoso do arco-íris. Nossos Sábios ensinam que, durante o período do dilúvio, o sol, a lua e as estrelas cessaram seu funcionamento. Toda a terra estava mergulhada na escuridão completa durante os quarenta dias do dilúvio. Mas, depois, D-us não somente fez o sol voltar a brilhar, mas também produziu um magnífico arco-íris no céu, proporcionando iluminação ainda maior e mais bela. Ele queria mostrar a Noahh – e a nós – que a luz pode brilhar mesmo depois dos períodos mais escuros. Não importa como as coisas se tornam “escuras”, há sempre a possibilidade da restauração da luz, e até mesmo uma luz mais intensa que a que existia de antemão. O arco-íris é o sinal da aliança de D-us com a terra, porque representa o potencial de cada pessoa e de cada geração em “brilhar” intensamente mesmo depois de um período de “escuridão” espiritual. Noahh estava errado pela desesperança por sua geração, e nós, também, nunca devemos desesperar de ninguém, incluindo nós mesmos! Mesmo quando as coisas parecem “escuras”, elas podem eventualmente tornar-se “luz”. Rab Shapiro citou, neste contexto, a exortação da Mishná em Pirkei Abot: “Im lamadeta Torah harbeh al tahazik tobah le’asmecha kil lechá nossarta”, que, literalmente, significa “Se estudaste muito a Torah, não te congratules, pois para isto foste criado”. Rab Shapiro, no entanto, explicou esta Mishná para dizer que, se uma pessoa acumulou conhecimento de Torah, “al tahazik tobah le'asmecha”, ela não deve manter a “tobah” – a bondade, referindo-se à Torah – para si mesma, e deve sim trabalhar para divulgá-la, “pois para isto foste criado”. Não estamos neste mundo apenas para trabalhar por nós mesmos, mas sim para influenciar e impactar sobre o mundo. Seja qual for a riqueza espiritual que tenhamos acumulado, ela deve ser compartilhada, porque nós estamos aqui para fazer a diferença no mundo, e não isolar-nos como fez Noahh. O arco-íris, então, é um desafio para todos e cada um de nós a fazermos o que pudermos para “brilhar” a luz da Torah, com a firme convicção de que não importa como as coisas pareçam “escuras”, nós temos o potencial para fazer uma Por Maurício Cagy mudança e um impacto significativo sobre o mundo! (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.) O Sinal do Arco-Íris Noahh pediu a D-us para que nunca mais mandasse outro dilúvio. O Criador prometeu-lhe: “Nunca mais mandarei outra inundação que destrua o mundo inteiro. Como sinal de minha promessa, vou mostrar-vos o seguinte: de tempos em tempos, Meu arco-íris aparecerá nas nuvens. Este será um sinal de que Me lembro da promessa de não trazer outra inundação”. Por isso, sempre que vemos um arco-íris, pronunciamos a bênção: “Baruch... zocher haberit veneeman bebrito vecayam bemaamarô – Abençoado és Tu, Eter-no, nosso D-us, Rei do Universo, Que lembras da promessa (de não destruir o mundo através de um dilúvio) e Que és fiel ao Teu acordo e manténs Tua palavra”. (www.chabad.org.br) Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch) וכוש ילד את נמרוד הוא החל להיות גבור בארץ “E Cush gerou Nimrod; ele foi o primeiro a ser um homem forte sobre a terra” (Bereshit 10:8). Embora ambos os termos Guibor e Hhazak signifiquem fortes/poderosos, há realmente uma diferença entre eles (não há sinônimos ‘perfeitos’ no Hebraico). Consta no livro Adi Zahab do Hhakham Ezra Dangoor, A”H, que, se alguém é um Guibor, isso não significa que ele tem poder [força] físico. Isso é alguém que é Hhazak. Guibor é alguém que tem a qualidade de controlar as pessoas [ou a si mesmo], o que pode ser uma coisa positiva ou negativa. Por exemplo, os juízes que controlam aqueles que fazem o mal [punindo-os], para fazê-los mudar suas maneiras positivamente, são justos Guiborim [plural de Guibor]. No entanto, aqueles que usam sua força para dominar e subjugar aqueles que seguem o caminho certo e fazê-los ir para baixo, para o mal, são maus Guiborim. A Torah diz que Nimrod era " – "גבר בארץguibor ba’arets – forte na terra, para nos informar que ele não foi apontado por outros, mas, através de seus maus caminhos, ele controlava outros para governá-los como rei. Vemos isso na vida cotidiana. Contudo, há indivíduos carismáticos que usam esses seus dons divinos [a carisma e a eloquência] para atrair as pessoas para os caminhos da Torah. Outros, como a história tem mostrado, têm usado seus talentos em detrimento da humanidade. (Adi Zahab, Parashath Noahh – TorahMinute.com) Por Jaime Boukai Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah, Guila bat Amar, Mordechai Grassiano ben Miriam, Denise Grassiano bat Noemia. Em memória e elevação das almas de Leibsh ben Israel Icek, Mazal Zeitune bat Sarah, Yossef Zaiat ben Sarah, Mariam Guelman bat Sara, Victória Cohen bat Sarina Adoni, Yvonne Nigri Simantob bat Ester, Salomão Isael Balaciano ben Rosa, Faride Kalili Zeitune bat Raina, Emmanoel Jacob Nigri ben Sara, Haim Saad Mansur ben Faride, Margarite Faride Setton Nigri bat Malake. Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!
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