Actividade económica continua a retrair-se, mas confiança
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Actividade económica continua a retrair-se, mas confiança
Actividade económica continua a retrair-se, mas confiança aumentou Por João Ramos de Almeida O indicador de clima económico, disponível até Junho, aumentou nos últimos dois meses, após ter registado o valor mais baixo em Abril passado. Mas os indicadores económicos mantêm a sua trajectória de descida, embora menos pronunciada. A síntese de conjuntura do INE assinala que o enquadramento internacional parecem estar a recuperar. "Em Junho, os indicadores de sentimento económico e de confiança dos consumidores voltaram a recuperar na Área Euro (AE) e na União Europeia (UE27)", refere a nota do INE. Mas essa melhoria ainda não contagiou a produção. O comércio internacional de Portugal sofreu com a conjuntura de recessão. "Em Maio, continuaram a verificar-se taxas de variação homóloga nominal das importações e das exportações fortemente negativas, respectivamente de -28,8% e de -25,5% (-29,0% e -27,1%, pela mesma ordem, em Abril)", refere a síntese do INE. Em Portugal, a tendência parece ser essa embora ainda sem sinais claros na actividade económica"O indicador de clima económico, disponível até Junho, aumentou nos últimos dois meses, após ter registado em Abril o valor mínimo da série". Mas "o indicador de actividade económica diminuiu em Maio, mantendo a tendência descendente observada desde o início de 2008". Essa trajectória verificou-se nas várias componentes da procura agregada, ainda podendo indiciar inflexões de tendência. "O indicador de consumo privado apresentou reduções menos intensas nos últimos dois meses o que em Maio se deveu a uma ligeira aceleração do consumo corrente e a uma menor redução do consumo duradouro", refere a nota do INE. No mesmo mês, o indicador de investimento "também se apresentou menos negativo, prolongando o movimento observado em Abril". A rarefacção da procura interna - agravada por uma subida do emprego e uma descida assinalável do emprego - repercutiu-se no nível geral dos preços. Em Junho, a taxa de variação homóloga mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi menos 1,6 por cento, ou seja menos 0,4 pontos percentuais do que em Maio. "O indicador de inflação subjacente" - isto é, sem a variação de preços dos combustíveis e de bens alimentares mais vulneráveis à conjuntura - apresentou uma variação homóloga de apenas 0,3 por cento (menos 0,2 pontos percentuais do que no mês anterior). "É de destacar o comportamento heterogéneo dos preços dos bens e dos serviços no consumidor", refere a nota. "Enquanto os primeiros apresentaram uma variação de menos 3,6 por cento em Junho (menos 0,7 pontos percentuais do que no mês anterior), os segundos aumentaram 1,9 por cento (mais 0,1 pontos percentuais), denotando uma alteração significativa dos preços relativos de transaccionáveis" - isto é, sujeito a concorrência internacional - "face a não transaccionáveis".