controle de nível da mesa de alimentação em silo auto
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controle de nível da mesa de alimentação em silo auto
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ELIEL JOSE DEMETRIO CONTROLE DE NÍVEL DA MESA DE ALIMENTAÇÃO EM SILO AUTO FEED DA INDÚSTRIA FUMAGEIRA MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2011 ELIEL JOSE DEMETRIO CONTROLE DE NÍVEL DA MESA DE ALIMENTAÇÃO EM SILO AUTO FEED PARA INDÚSTRIA FUMAGEIRA Monografia de conclusão do curso de Especialização em Automação Industrial do Departamento Acadêmico de Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Automação Industrial. Prof. Guilherme Alceu Schneider M.Sc. CURITIBA 2011 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria do Campus Curitiba Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação Departamento Acadêmico de Eletrônica _______________________________________________________________ TERMO DE APROVAÇÃO Titulo da Monografia CONTROLE DE NÍVEL DA MESA DE ALIMENTAÇÃO EM SILO AUTO FEED PARA INDÚSTRIA FUMAGEIRA Área de conhecimento: Automação Eletrônica de Processos Elétricos e Industriais por Eliel Jose Demetrio A presente monografia, requisito parcial para obtenção do título de ESPECIALISTA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL, foi avaliada pela banca examinadora, constituída pelos docentes abaixo discriminados, que considerou o trabalho Aprovado. ____________________________________ ____________________________________ Prof. Dr. Flávio Neves Junior Prof. Dr. Sergio Leandro Stebel ______________________________________ Prof. M.Sc. Guilherme Alceu Schneider Orientador Curitiba, 23 de Março de 2011. Visto da coordenação _____________________________________ Prof. Dr. JEAM MARCELO SIMÃO A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso. AGRADECIMENTOS Quero agradecer primeiramente a Deus pela vida, pela saúde, pela perseverança concedida, meu incentivador e motivador em todos os momentos, por dar-me condições, força e entusiasmo para concluir mais esta importante etapa de minha vida. Agradeço também a todas as pessoas que se fizeram presentes, que se preocuparam e me auxiliaram com atos ou pensamentos, agradeço também aquelas que não estão presentes entre essas palavras, mas elas podem estar certas que fazem parte do meu pensamento e de minha gratidão. Agradeço especialmente a minha família, a qual merece caras palavras. Obrigado pelo apoio sentimental e material que foi a minha força para concluir mais esta etapa e que me impulsiona a seguir cada vez mais longe para a realização dos meus sonhos. Agradeço ao Prof. M.Sc. Guilherme Alceu Schneider pela orientação deste trabalho e pelo aprendizado adquirido com seus conselhos. Agradeço também ao Prof. Dr. Sergio Leandro Stebel pelas dicas concedidas em aula para a realização deste projeto. Quero estender os sinceros agradecimentos a Prof. Dra. Faimara do Rocio Strauhs, pela paciência e disponibilidade de empregar seu tempo para a revisão deste trabalho, ao coordenador do curso Prof. Dr. Jean Marcelo Simão pelas sabias palavras no âmbito de motivar a execução deste projeto. Agradeço de modo geral todas as pessoas que trabalham na usina de processamento de fumo que acreditou e proporcionou que este projeto fosse implementado, em especial ao departamento de manutenção, que esteve motivado, confiante e presente na implementação da sintonia do controlador no processo real. RESUMO DEMETRIO, Jose Eliel. Controle de Fluxo da Mesa de Alimentação no Silo Auto Feed na Indústria Fumageira. 2010. 66 p. Monografia (Especialização em Automação Industrial) Programa de Pós-Graduação em Automação Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba 2010. A automação industrial com o passar dos tempos vem trazendo soluções, tecnologia e inovação ao mercado, e os sistemas de controle estão cada vez mais precisos para aumentar a qualidade e produtividade das indústrias. Em busca desta qualidade e produtividade este trabalho será executado por meio de uma pesquisa de campo, aplicada, em uma usina de processamento de fumo, embasada com levantamento de problemas e equipamentos instalados na planta. Tendo por objetivo propor a modificação de um controle automático das mesas de alimentação da indústria fumageira, essa modificação foi originada por avaliar os efeitos gerados no processamento de fumo, causados por ocasionar intervalos na mesa de alimentação gerando um fluxo desuniforme do fumo. Trabalhar com grande variação de fluxo significa gerar instabilidade ao longo do processo causando alterações no condicionamento, debulhação e secagem do fumo. Quanto maior a variação do fluxo no processo, menor será a qualidade de processamento. Para a implementação da proposta foi desabilitado o controle existente, instalado um sensor de nível no silo auto feed, alterado a programação do CLP, inserido o bloco PID, avaliado sua estrutura e empregado os métodos de sintonia. Os resultados obtidos proporcionaram um alto desempenho do novo sistema de controle: A mesa não gera intervalos e o processamento do fumo ao longo do processo ficou estável e uniforme. Palavras-Chaves: PID. Sintonia. Controle de Fluxo. Silo Auto feed. ABSTRACT DEMETRIO, Jose Eliel. Feeding Table flow Controlling for an Auto Feed Bin into the Tobacco Industry. 2010. 66 p. Monografia (Especialização em Automação Industrial) Programa de Pós-Graduação em Automação Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba 2010. The Industrial Automation has been bringing throughout the years solutions, technology and innovation to the market, and the control systems are getting even more accurate in order to improve the quality e productivity into the industries. Seeking for quality and productivity of this work will run through an at site research, applied in a tobacco processing plant, based on a survey of problems and equipment installed in the plant. Setting as an objective proposing a modification for an automatic control for the feeding tables into the tobacco industry, this modification was originated to evaluate the generated effects from the tobacco processing, these effects have been bringing gaps on the feeding table as a consequence an uneven flow. Working with a big flow variation means instability throughout the process causing alterations in the stocking, husking and drying of the tobacco. The bigger is the process flow variation the lower will be the processing quality. For implementing the offer was unable the current control system, fixing a level sensor in the auto feed bin, changing the CLP settings, inserting the PID block, it was evaluated its structure and applied the in line methods. The results have provided a high performance for the new controlling system. The table is no longer gapping and the tobacco processing is smooth and stable over the entire process. Key words: PID. Turning. Flow Controlling. Auto feed bin. LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Layout silo auto feed e auto feed .......................................................................... 15 Figura 02 – Diagrama em blocos de um sistema em malha aberta .......................................... 20 Figura 03 – Diagrama em blocos de um sistema de controle em malha fechada..................... 21 Figura 04 – Trocador de calor .................................................................................................. 25 Figura 05 – Resposta a um degrau de um processo estável ..................................................... 26 Figura 06 – Exemplo de um processo instável ......................................................................... 27 Figura 07 – Resposta a um degrau de um processo instável .................................................... 28 Figura 08 – Diagrama em blocos do sistema em malha fechada.............................................. 30 Figura 09 – Resposta ao degrau unitário usado no método de Ziegler e Nichols. ................... 31 Figura 10 – Sistema em malha fechada .................................................................................... 32 Figura 11 – Resposta senoidal usado no método Ziegler e Nichols......................................... 32 Figura 12 – Classificação de fumo Virgínia em folha.............................................................. 35 Figura 13 – Folha do Fumo ...................................................................................................... 36 Figura 14 – Fluxograma do processo de debulhação ............................................................... 37 Figura 15 – Fluxograma de equipamentos de uma usina de processamento de fumo.............. 39 Figura 16 – Rendimento de lâmina .......................................................................................... 40 Figura 17 – Mesa de alimentação ............................................................................................. 41 Figura 18 – Corte das pontas .................................................................................................... 42 Figura 19 – Sistema de sensores no silo auto feed ................................................................... 43 Figura 20 – Bloco PID do RS logix 500................................................................................... 43 Figura 21 – Interface de configuração de instalação PID......................................................... 44 Figura 22 – Gráfico que mostra o resultado do processo após a instalação do bloco PID....... 45 Figura 23 – Gráfico que mostra o teste em malha aberta ......................................................... 46 Figura 24 – Gráfico que mostra os pontos de levantamento da função de transferência ......... 47 Figura 25 – Modelo matemático para a simulação em malha aberta da FT tipo 1................... 49 Figura 26 – Resposta do sistema simulado em malha aberta com a FT tipo 1......................... 50 Figura 27 – Modelo matemático para a simulação em malha aberta da FT tipo 2................... 51 Figura 28 – Resposta do sistema simulado em malha aberta com a FT tipo 2......................... 51 Figura 29 – Modelo matemático da função PID do PLC Rockwell Automation..................... 52 Figura 30 – Modelo matemático da função de transferência tipo 1 ......................................... 52 Figura 31 – Modelo matemático da função de transferência tipo 2 ......................................... 52 Figura 32 – Resposta do sistema simulado com a FT tipo 1. ................................................... 53 Figura 33 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros P método CHR 0% da tabela 7 .......... 54 Figura 34 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PI método CHR 0% da tabela 7 ......... 55 Figura 35 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID método CHR 0% da tabela 7 ...... 55 Figura 36 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID da tabela 7 e ajuste fino .............. 56 Figura 37 – Resposta oscilatória do sistema com amplitude constante.................................... 57 Figura 38 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros P da tabela 10..................................... 58 Figura 38 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PI da tabela 10 ................................... 58 Figura 40 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID da tabela 10................................. 59 Figura 41 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID da tabela 10 e ajuste fino ............ 59 Figura 42 – Simulação após ajuste fino.................................................................................... 60 Figura 46 – Gráfico do controle de nível no silo auto feed ...................................................... 61 Figura 47 – Gráfico do fluxo de processo ................................................................................ 62 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Parâmetros de resposta a um degrau de um processo estável................................. 26 Tabela 2 – Parâmetros de resposta a um degrau de um processo instável. .............................. 28 Tabela 3 – Sintonização do PID. Método de Ziegler e Nichols em malha aberta.................... 31 Tabela 4 – Sintonização do PID - Método de Ziegler e Nichols em malha fecha.................... 33 Tabela 5 – Sintonização do PID - Método de CHR a 0%. ....................................................... 33 Tabela 6 – Sintonização do PID - Método de CHR a 20%. ..................................................... 34 Tabela 7 – Parâmetros gerados pelo método CHR 0% ............................................................ 54 Tabela 8 – Parâmetros gerados pelo ajuste fino método CHR ................................................. 56 Tabela 9 – Parâmetros para sintonização por Z&N.................................................................. 57 Tabela 10 – Parâmetros gerados pelo método Ziegler e Nichols ............................................. 57 Tabela 11– Parâmetros colocados no bloco PID ...................................................................... 60 ABREVIATURAS E SIGLAS CHR Chien, Hrones e Reswick CLP Controlador Lógico Programável; FT Função de Transferência Kd Ganho derivativo Ki Ganho integral Kp Ganho proporcional Ku Último ganho calculado P Proporcional P0 Polarização inicial PD Proporcional Derivativo PI Proporcional Integral PID Proporcional Integral Derivativo Pu Ultimo período observado PV Variável Controlada SP Set-point Td Tempo derivativo Ti Tempo integral Z&N Zigler e Nichols SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 1.1 TEMA ......................................................................................................................... 12 1.2 PROBLEMA E PREMISSAS ......................................................................................... 14 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 15 1.3.1 Objetivo geral.................................................................................................................. 15 1.3.2 Objetivo específico.......................................................................................................... 16 1.4 JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 16 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 17 1.6 EMBASAMENTO TEÓRICO........................................................................................ 17 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17 2 CONTROLE E SINTONIA DOS CONTROLADORES............................................. 19 2.1 CONTROLE ................................................................................................................... 19 a) Controle em processo discreto ........................................................................................ 19 b) Controle em processo contínuo....................................................................................... 20 c) Sistemas de controles de processos................................................................................. 20 2.1.1 Malha Aberta................................................................................................................... 20 2.1.2 Malha Fechada ................................................................................................................ 21 2.1.3 Controlador PID .............................................................................................................. 22 2.1.4 Ação proporcional........................................................................................................... 22 2.1.5 Ação Integral................................................................................................................... 23 2.1.6 Ação Derivativa .............................................................................................................. 23 2.2 PROCESSO A SER CONTROLADO ............................................................................ 24 2.2.1 Processo estável .............................................................................................................. 24 2.2.2 Processo instável ............................................................................................................. 27 2.3 LEVANTAMENTO DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA ........................................ 28 2.3.1 Levantamento da função de transferência de processo instável (FT tipo 1) ................... 28 2.3.2 Levantamento da função de transferência de processo estável (FT tipo 2) .................... 29 2.4 SINTONIA DOS CONTROLADORES PID .................................................................. 30 2.4.1 Primeiro Método de Ziegler e Nichols............................................................................ 30 2.4.2 Segundo Método de Ziegler e Nichols............................................................................ 32 2.4.3 Método de Chien Hrones e Reswick (CHR) ................................................................... 33 2.5 PROCESSAMENTO DE FUMO.................................................................................... 34 2.5.1 O que é fumo................................................................................................................... 34 2.5.2 Classificação do fumo ..................................................................................................... 35 2.5.3 Usina de processamento de fumo.................................................................................... 35 3 3.1 SISTEMA DA MESA DE ALIMENTAÇÃO ............................................................... 41 ESTRUTURA DO PID NO CLP..................................................................................... 43 3.1.1 Estudo do PID instalado.................................................................................................. 44 4 4.1 DESENVOLVIMENTO DO NOVO SISTEMA DE CONTROLE ............................ 45 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................................................... 45 4.1.1 Levantamento da função de transferência....................................................................... 45 4.1.2 Simulação em malha aberta da equação para FT tipo 1.................................................. 49 4.1.3 Simulação em malha aberta da equação para FT tipo 2.................................................. 50 4.1.4 Sintonia do controlador ................................................................................................... 52 4.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 60 4.3 RESULTADOS............................................................................................................... 61 5 5.1 CONSIDERAÇOES FINAIS.......................................................................................... 63 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS .............................................................................. 64 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 65 12 INTRODUÇÃO 1 1.1 TEMA O início do século XXI está sendo marcado no mundo empresarial pelas constantes modificações de mercado, retratadas por uma explosão de comércio e uma competição internacional, gerando transformações nas economias regional e nacional. Estas mudanças levaram muitas empresas a investirem em capacidade produtiva, reestruturação e inovação para obterem maior competitividade em custos, abertura de novos mercados e maior agilidade, com o objetivo de se tornarem empresas enxutas e eficientes (AFUBRA, 2006). Neste cenário e de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Fumo ABIFUMO (ASSOCIAÇÃO..., 2010), a produção de fumo continua sendo uma atividade agrícola relevante no Brasil. A Associação dos fumicultores do Brasil (AFUBRA), diz que a produção anual de todos os tipos de folhas de fumo foi de aproximadamente 744 mil toneladas na safra de 2008/09 (ASSOCIAÇÃO..., 2010). Cerca de 95% da produção de fumo se dá nos estados do Sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os 5% restantes são produzidos nos estados da Bahia e Alagoas, na região Nordeste. Estima-se que a produção de fumo seja a fonte de renda de cerca de 220 mil famílias nesses estados, com importante contribuição social, envolvendo direta e indiretamente mais de 2,4 milhões de pessoas no processo (ASSOCIAÇÃO..., 2010). Segundo o ministério da agricultura o Brasil, além de ser o 2º maior produtor de tabaco do mundo, é o líder na exportação mundial do produto há mais de 15 anos. Cerca de 85% do fumo produzido no Brasil é destinado à exportação com cerca de 675 mil toneladas de fumo exportadas em 2009. O volume é 2,5% inferior ao do ano anterior quando os embarques atingiram 692 mil toneladas. Por outro lado, o faturamento cresceu cerca de 10% tendo alcançado US$ 3,1 bilhões contra US$ 2,8 bilhões de 2008. Todo o fumo produzido e comprado dos produtores é processado em uma das formas abaixo: • Processo contínuo ou debulhação – onde as lâminas são separadas mecanicamente, passando por equipamentos denominados de debulhadores e separadores. 13 • Processo de folha solta – as folhas de fumo são misturadas de acordo com níveis de nicotina e açúcar e passam por um processo de secagem, sem a separação das lâminas e do talo. • Processo de destala manual – onde as lâminas são separadas manualmente com um equipamento denominado faca em V (LIMA, 2007). O processamento de tabaco aplicado neste projeto trabalha com o processo continuo para processar o fumo uniformemente sem variações de camadas que afetam diretamente a qualidade do produto. Uma boa alimentação de matéria prima na entrada do processo é necessária. Essa alimentação é feita manualmente de acordo com os especialistas de fumo que fazem à mistura de varias classes para o blend de processamento. A mesa de alimentação é um transporte de aproximadamente 20m, que possui intervalos com marcação numérica. O produto é colocado separado por classe no número correspondente, esse transporte (mesa de alimentação) leva o fumo para um equipamento chamado de cabine de corte para cortar as pontas do fumo. As pontas não necessitam serem processadas conforme os corpos que é o restante da folha de fumo então após o corte das pontas as mesmas seguem outro caminho por transporte de correias onde após a debulhação e separação talo, lâmina, fines de talo e fines de lâmina, as mesmas já isenta de talo que é a folha de fumo debulhada voltam a se encontrar com as pontas e logo segue para a secagem. Por se tratar de um processo continuo o controle de fluxo é muito importante para garantir uma camada homogênea ao longo do processo, e para isto, segundo Campos Teixeira (2006, p. 23), o controlador Proportional Integral derivative (PID) é o algoritmo de controle mais tradicional na indústria. Tal fato deve-se principalmente à sua disponibilidade e à facilidade em ajustar seus parâmetros de forma a atingir um bom resultado. De acordo com Aström e Hägglund (2006, p.1), “em controle de processos, mais de 95% dos controladores em malha fechada são do tipo PID”. O presente trabalho pretende propor uma modificação no controle de fluxo do processamento de fumo retirando o controle discreto e colocando um controlador PID. Desta forma, o controle da mesa de alimentação com o PID visa deixar o processo estável. 14 1.2 PROBLEMA E PREMISSAS A usina de processamento de tabaco trabalha com processo continuo para processar o fumo uniformemente sem variações de camadas que afetam diretamente a qualidade do produto e dependem de uma boa alimentação. Essa alimentação é feita manualmente de acordo com os especialistas de fumo que fazem à mistura de varias classes para o blend de processamento. Neste blend são verificado e levado em consideração os teores de nicotina, açucares e amostra visual. Nas mesas de alimentação, o fumo é alimentado manualmente pelas alimentadeiras que retiram as manocas dos fardos e colocam sobre o transporte da mesa. Essa mesa de alimentação é um transporte de lonas de aproximadamente 20m, que constitui-se de intervalos com marcações numéricas de 1 á 9, de modo que cada alimentadeira terá que colocar as manocas que está alimentando em uma dessas marcações para garantir um blend uniforme. A mesa de alimentação tem um papel fundamental em todo o processo, pois é ele que alimenta a linha de processamento de fumo. Para que isso aconteça existe um silo auto feed onde o sensoriamento é feito por uma régua que possui 4 sensores discretos, esses sensores enviam sinais para o inversor que controla a velocidade da mesa de alimentação operando em 4 faixas (0Hz, 20Hz, 40Hz e 60Hz), e isso provoca aceleração, desaceleração ou parada da mesa conforme varia o nível de fumo dentro do silo. Este equipamento chamado auto feed é que determina a camada na balança dinâmica, o set-point desta balança é o operador que determina, sendo os parâmetros a unidade (kg/h por classe) e o tipo de fumo a ser processado. A média destes valores é em torno de 10.000kg/h. Levando em consideração o tipo de processamento e o controle instalado, observa-se que os intervalos gerados na mesa de alimentação quando o silo auto feed estava cheio, reflete-se diretamente no fluxo do processo, pois a mesa de alimentação pára quando o sensor de nível máximo é atingido, mas o transporte de pontas não pára. As pontas são separadas para outro transporte que levam as mesmas a se encontrarem após a debulhação e separação do talo da lâmina. O processamento de fumo é um processo bem criterioso, pois se trata de um vegetal que não pode sofrer alterações causadas pelo processo, com isto um fluxo contínuo é a base de tudo para que as máquinas não tenham variação. Durante esta análise decidiu-se anular o controle discreto e instalar um sensor ultra sônico e colocar um controle PID. 15 Acredita-se que os intervalos irão diminuir e a camada de fumo será mais constante e uniforme para o processo, sem que a mesa de alimentação fique parando e gerando intervalos no fluxo. Figura 01 – Layout silo auto feed e auto feed Fonte: Autoria própria 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo geral Propor o desenvolvimento de melhoria no controle de fluxo da mesa de alimentação em um silo auto feed com controle PID, utilizando um sensor ultra sônico como sensor de nível. 16 1.3.2 Objetivo específico • Identificar os componentes de controle existentes; • Identificar os fabricantes dos componentes; • Avaliar o tipo de controle existente; • Propor a mudança dos componentes instalados; • Propor a programação do CLP • Levantar a função de transferência do controlador; • Colocar o processo em malha aberta, gerando degraus no elemento final de controle para o levantamento da função de transferência do processo. • Escolher o modelo mais adequado para este tipo de processo. • Simular o sistema no software (MatLab) • Testar no sistema real os parâmetros encontrados • Verificar o comportamento do processo após a aplicação do controle. 1.4 JUSTIFICATIVA A busca por maiores rendimentos de lâmina é a palavra chave para as usinas de processamento de fumo, pois quanto maior o rendimento menos desperdício de matéria prima. Isso significa maior lucro. Diante disso manter o controle de fluxo significa qualidade produtividade e acima de tudo maiores rendimentos de lâmina. Para buscar esse rendimento a proposta é melhorar o controle de fluxo da mesa de alimentação no silo auto feed, pois um fluxo uniforme e continuo é a base para buscar a maior produtividade possível. Com isso a eliminação do controle discreto para a instalação de um sensor ultra sônico e um controle PID e conseqüentemente a sua sintonização é a proposta inicial. Com esse projeto instalado e sintonizado o controle de fluxo tende a ser mais uniforme sem que a mesa de alimentação pare ou gere intervalos na alimentação, mantendo o fluxo continuo no silo auto feed em todo o processo posterior. 17 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho será executado por meio de uma pesquisa de campo, aplicada, em uma usina de processamento de fumo, embasada com levantamento de problemas e equipamentos instalados na planta. Tendo o objetivo prático especifico de melhorar o controle de fluxo no silo auto feed, serão levantadas informações importantes dos problemas evidenciados e aplicação de melhorias no controle da mesa de alimentação em silo auto feed. Desta forma será analisado e avaliado o comportamento dos equipamentos em relação ao tipo de processo para a implementação da melhoria proposta e conseqüentemente, ampliar o conhecimento, contribuindo para que o processamento de fumo desta usina seja mais uniforme possível. 1.6 EMBASAMENTO TEÓRICO Neste estudo serão tratados os diversos tipos de controle de malha aberta e fechada, processos estáveis e instáveis baseados, sobretudo em Campos (2006), Controlador (2010), Controle (2009) e Stebel (2010). Serão discutidos também os conceitos e tipos de sintonia, igualmente fundamentados em Abdallh (2005) e Campos (2006). Demonstrado também o processamento de fumo e suas características fundamentadas em Lima (2007). 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho esta dividido em 5 (cinco) capítulos, sendo: No capítulo 1 introdutório, foi descrito o tema central, objetivo geral e específico, a justificativa da escolha do projeto e a metodologia de pesquisa adotada. No capítulo 2 é descrito cada fundamento teórico: Sistema de controle malha aberta, malha fechada, set point, MV, PV, função de transferência dos controladores. Efetuado a descrição dos métodos de sintonia dos controladores, estrutura do PID, processo estável e 18 instável, como fazer o levantamento da função de transferência. Processamento de fumo, equipamentos de uma usina fumageira e suas particularidades. No capítulo 3 é descrito o processo da mesa de alimentação, seu funcionamento e tipo de controle existente e citado como se caracteriza o processo produtivo neste equipamento. Descrito a estrutura do PID no CLP da Rockwell Automation sua equação e configuração do bloco PID. No capítulo 4 é apresentado o teste no equipamento em malha aberta para verificação do comportamento do equipamento e sua resposta. Levantamento da função de transferência de acordo com os gráficos levantados em malha aberta, efetuados os cálculos de acordo com os modelos matemáticos de função de transferência de processo estável e instável e simulações no Matlab/Simulink. Avaliado os resultados obtidos nas simulações e sintonizado o controlador. Demonstrado graficamente os resultados obtidos no processo real antes e depois da sintonização. O capítulo 5 trata das considerações finais a respeito da contribuição deste trabalho e a importância de um processo bem sintonizado os ganhos de qualidade, produtividade e fluxo uniforme. No mesmo capítulo fala da ferramenta poderosa que é o Matlab e seu recurso importante como auxílio às simulações, ajustes dos controladores e sugestão para trabalhos futuros. 19 2 2.1 CONTROLE E SINTONIA DOS CONTROLADORES CONTROLE É manter em um determinado ponto de operação sem que haja variações no processo. Medir o valor da variável controlada e aplicar o valor conveniente a variável manipulada (sinal de correção) de modo a limitar o erro ou desvio. Benefícios do controle bem realizado: diminuição de funções repetitivas melhora de produtividade, diminuição de erros e perdas no processo. Hoje o controle automático, entre outras, está presente na indústria manufatureira (comando de máquinas), na indústria aeroespacial (sistemas automáticos inteligentes), na indústria automobilística (linha de produção), na indústria química e petroquímica (vazão, pressão, nível, temperatura, densidade, etc.) (STEBEL, 2010). Exemplos de sistemas de controle: • Sistema de controle de velocidade • Sistema de controle de robô • Sistema de controle de temperatura • Sistema de controle de posição • Sistema de controle de seleção de peças O texto a seguir apresenta as definições de: Controle em processo discreto, Controle em processo continuo, Sistemas de controle de processo. a) Controle em processo discreto Tomada de decisão baseado em eventos. Abertura e fechamento de contatos, acionamentos, temporizações, sistemas de alarme e proteção. (STEBEL, 2010). Exemplo: Indústria de fabricação por lote. 20 b) Controle em processo contínuo Manter os valores dentro do ponto de operação. Envolvem variáveis como temperatura, pressão, nível e vazão. (STEBEL, 2010). Exemplo: Indústria química c) Sistemas de controles de processos Segundo Campos e Teixeira (2006, p. 03), o termo “controle de processos costumam ser utilizado para se referir os sistemas que tem por objetivo manter certas variáveis de uma planta industrial entre os seus limites operacionais desejáveis”. Os sistemas de controle podem ser de malha aberta ou de malha fechada. 2.1.1 Malha Aberta Controle de malha aberta é um sistema que não possui realimentação e pode se aplicar um sinal de controle na entrada do sistema. O diagrama de um sistema de controle em malha aberta é mostrado na figura 2. Figura 02 – Diagrama em blocos de um sistema em malha aberta Fonte: Controle (2010) O problema de um sistema de controle de malha aberta é que se terá saída desejada se não ocorrerem perturbações tanto de ordem externa como internas (modificação dos parâmetros), pois o controlador atuará como se não tivesse ocorrido qualquer perturbação e a resposta não terá valores para as novas características do sistema (CONTROLE, 2010). 21 De acordo com Campos e Teixeira (2006, p. 04), “os sistemas de controle em malha aberta são simples e baratos, mas não compensam as possíveis variações internas da planta”. Contudo são utilizados para levantar, de forma experimental, a função de transferência planta. 2.1.2 Malha Fechada Segundo Ogata (1998, p. 04), um sistema de controle em malha fechada é “aquele no qual o sinal de saída possui um efeito direto na ação de controle. Isto é, sistema de controle em malha-fechada são sistemas de controle realimentados”. O diagrama de um sistema de controle em malha-fechada é mostrado na figura 3. Figura 03 – Diagrama em blocos de um sistema de controle em malha fechada Fonte: Controle (2010) Em geral, a fim de tornar o sistema mais preciso e de fazer com que ele reaja a perturbações externas, o sinal de saída (PV – variável de processo) é comparado com um sinal de referência (SP - chamado no jargão industrial de set point) e o desvio (E) entre estes dois sinais é utilizado para determinar o sinal de controle (MV – Variável Manipulada) que deve efetivamente ser aplicado ao processo. Assim, o sinal de controle é determinado de forma a corrigir este desvio entre a saída e o sinal de referência (CONTROLE, 2010). Segundo Campos e Teixeira (2006, p. 06) com o sistema de malha fechada “surge à figura do controlador, que compara o valor desejado com o valor medido, e se houver um desvio entre estes valores, manipula a sua saída de forma a eliminar este desvio ou erro”. Vários sistemas de controle em malha-fechada podem ser encontrados na indústria e em residências, a maioria dos sistemas de controle de processos, refrigeradores residenciais, aquecedores de água automáticos e sistemas de aquecimento residenciais automáticos. 22 2.1.3 Controlador PID É um algoritmo mais tradicional utilizado nas empresas, segundo pesquisas realizadas em 1995, seu uso não abrange apenas as empresas, mas também diversos sistemas como CD, DVDs, pilotos automáticos de automóveis e microscópios atômicos. (ASTRÖM; HÄGGLUND, 2006) (1) u – Sinal de controle e – erro (PV-SP ou SP-PV) Kp – Ganho proporcional Ti – Tempo integral Td – Tempo derivativo O sinal de controle é a soma de três termos, o primeiro é o coeficiente proporcional do erro, o segundo é o coeficiente integral do erro, o terceiro é o coeficiente derivativo do erro (ASTRÖM; HÄGGLUND, 2006) (CAMPOS; TEIXEIRA, 2006). 2.1.4 Ação proporcional A ação de controle proporcional é como o próprio nome já diz, proporciona ao valor do erro (ASTRÖM; HÄGGLUND, 2006). Sendo assim a equação 2 do PID se transforma na XX (MARIN 2009). (2) 23 Onde ub é sinal de saída, pois quando o valor do erro for igual à zero, o sinal de saída do controlador vai manter o componente final de controle na mesma posição (OLIVEIRA, 1999). 2.1.5 Ação Integral A principal função da ação integral é confirmar que a variável de processo coincide com o set-point. Somente com a ação proporcional, quase sempre existe um pequeno erro, quando ocorre um distúrbio aleatório no processo é chamado de off-set. Com a ação integral, esse erro irá ocasionar um aumento ou uma diminuição na variável manipulada, sem importar qual o seu tamanho (ASTRÖM; HÄGGLUND, 2006). A representação matemática entre o sinal de erro e de controle na ação integral é representada pela equação 3 (MARIN 2009). (3) 2.1.6 Ação Derivativa A função da ação derivativa é a melhoria da estabilidade do sistema em malha fechada, propondo a adição de um sistema antecipativo ou preditivo.. Com isso, o sistema responde de forma mais rápida às excitações de entrada, minimizando a diferença de tempo entre o momento que o controlador percebe o erro e o momento que toma uma ação para corrigi-lo (ASTRÖM; HÄGGLUND, 2006). Na ação derivativa, a relação matemática entre o sinal de erro e de controle é representada pela equação 4 (MARIN 2009). (4) 24 2.2 PROCESSO A SER CONTROLADO Os processos descontínuos são os processos que normalmente são utilizados quando a produção é menor ou por meio de prevenção, faz com que sejam operados em pequenas quantidades. Em processos de grande escala, o processamento contínuo é ideal, pois reduz o custo por unidade produzida e esta redução representa um fator econômico fundamental. Deve se verificar também que os processos contínuos necessitam de uma instrumentação de processo que não apenas registre alguns pontos importantes como temperatura, pressão e volume, mas que também faça a correção automática dos desvios indesejáveis a partir de um sistema eficiente de controle (SHEREVE; BRINK, 1977). A definição de um processo a um determinado estímulo define-o como estável ou instável (OLIVEIRA, 1999). 2.2.1 Processo estável Num processo estável, após um degrau na variável manipulada (MV), a variável de processo (PV) se altera, mas estabiliza após certo tempo. No exemplo da figura 6, a vazão de saída (Qs) é função do nível (L). No instante t0 acontece um degrau na válvula (MV). O nível do tanque (PV) sofre um aumento até a vazão de entrada (Qe) se igualar a vazão de saída (Qs), ponto este em que o processo estabiliza, estando agora em um novo patamar (OLIVEIRA, 1999). Para encontrar os parâmetros de retorno de um processo estável, considera-se o exemplo de um trocador de calor, mostrado na figura 4. Com o controlador em manual, cria-se um degrau (∆MV) no sinal da variável manipulada (MV) e observa-se a evolução da temperatura Ts. 25 Figura 04 – Trocador de calor Fonte: Oliveira (1999, p.20) O gráfico apresentado na figura 5 é um exemplo de um processo estável. O intervalo entre o tempo de início do degrau (t0) e o instante em que a variável de processo (PV) estabiliza (t3) é chamado de regime transitório. 26 Figura 05 – Resposta a um degrau de um processo estável Fonte: Oliveira (1999, p.21) A tabela 1 mostra a relação dos parâmetros de resposta. Tabela 1 – Parâmetros de resposta a um degrau de um processo estável Parâmetros Denominação Definição τ Tempo morto Intervalo de tempo entre a aplicação do degrau e o início da evolução da variável do processo. τ = t1 – t0 tea Tempo de resposta ou tempo de estabilização em malha aberta Intervalo de tempo entre a aplicação do degrau até o instante onde a variável do processo atingir 95% de seu valor final ou tea = t2 – t0 Gp Ganho estático do processo Relação entre a variação de ∆PV e a variação ∆MV. Fonte: Oliveira (1999, p. 21) 27 2.2.2 Processo instável Em um processo instável, após um degrau na variável manipulada (MV), a variável de processo (PV) continua se alterando por tempo indeterminado. No exemplo da figura 7, a vazão de saída (Qs) é constante. No instante t0 provoca um degrau na válvula (MV). O nível do tanque (PV) não atinge a estabilidade (OLIVEIRA, 1999). Figura 06 – Exemplo de um processo instável Fonte: Oliveira (1999, p. 20) 28 Figura 07 – Resposta a um degrau de um processo instável Fonte: Oliveira (1999, p.22) Tabela 2 – Parâmetros de resposta a um degrau de um processo instável. Parâmetros Denominação Definição τ Tempo morto Intervalo de tempo entre a aplicação do degrau até o início da evolução da PV τ = t1 – t0 Coeficiente característico do processo. k Coeficiente de Integração Fonte: Oliveira (1999, p.22) 2.3 LEVANTAMENTO DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA 2.3.1 Levantamento da função de transferência de processo instável (FT tipo 1) Para melhor compreensão considera-se o controle de nível de um recipiente figura 6. Este sistema é um integrador, ou sistema instável, ao colocar o controlador em manual e 29 restringindo a saída em, por exemplo, 5%, o nível tende a subir sem limite. Então o ganho do integrador pode ser calculado pela equação 5, de acordo com o item 2.2.2 (CAMPOS; TEIXEIRA, 2006). (5) Onde: Kvaso – Ganho do Sistema (s -1) ∆y – Variação do nível (%) ∆u – Variação da variável manipulada (%) ∆t – Variação do tempo (s) Logo de acordo com a equação (5) e com a utilização da transformada de Laplace, a função de transferência de um processo instável, representada pela equação (6), (CAMPOS; TEIXEIRA, 2006). (6) 2.3.2 Levantamento da função de transferência de processo estável (FT tipo 2) Segundo Stebel (2010), a função de transferência fornece uma descrição efetiva das características dinâmicas do processo e pode ser obtida pela modelagem fenomenológica, que é o uso das leis da física, ou pela identificação do sistema. Sendo assim obtém a função de transferência de processo estável. Ainda Stebel (2010), em plantas piloto é bastante utilizado o sistema de 1ª ordem com tempo morto. E como o projeto trata de uma modificação, utilizar este método como auxilio para o levantamento da função de transferência do processo. Desta forma pode-se obter as seguintes informações: 30 (7) K – Ganho do processo L – Tempo morto do processo T – Constante de tempo do processo 2.4 SINTONIA DOS CONTROLADORES PID Os métodos para a sintonia dos controladores PID são bastante utilizados. Dentre os métodos os experimentais permitem obter os parâmetros dos controladores de maneira rápida. Como resultado, estes conduzem às primeiras aproximações dos parâmetros dos controladores, cujo os valores que podem ser considerados razoáveis, e que os valores podem necessitar posteriores ajustes para se adequar às especificações de cada sistema. 2.4.1 Primeiro Método de Ziegler e Nichols Neste primeiro método, o processo que se deseja controlar deve possuir uma resposta ao degrau unitário em malha aberta, como mostra a figura 8 (ABDALLAH, 2005, p.51). Figura 08 – Diagrama em blocos do sistema em malha fechada. Fonte: Controlador (2010) 31 Na figura 9 é mostrada a curva em forma de S onde podem ser identificados o tempo de retardo L e a constante de tempo T do processo (CONTROLE 2009). Figura 09 – Resposta ao degrau unitário usado no método de Ziegler e Nichols. Fonte: Controle (2009) Na curva em forma de S podem ser identificados o tempo de retardo L e a constante de tempo T. As regras de Ziegler e Nichols procuram obter os parâmetros do controlador de forma tal que o overshoot máximo não ultrapasse 25% como resposta a um degrau. As regras para este método determinam o seguinte conjunto de ganhos, logo, Z&N sugerem sintonizar os controladores conforme a tabela 3 (CAMPOS; TEIXEIRA, 2006, p.26). Tabela 3 – Sintonização do PID. Método de Ziegler e Nichols em malha aberta Tipo de Controlador Kp Ti Td P T/L ∞ 0 PI 0,9(T /L) L / 0,3 0 PID 1,2(T /L) 2L 0,5L Fonte: CAMPOS, Teixeira (2006, p.26) 32 2.4.2 Segundo Método de Ziegler e Nichols Neste método, o sistema é testado em malha fechada, utilizando como controlador somente o ganho proporcional (Ti = ∞ e Td = 0), como mostrado na figura 10. Figura 10 – Sistema em malha fechada Fonte: Controle (2009) Assim, aplica-se na entrada do sistema um pequeno impulso e observa-se o comportamento da saída. Se a saída não oscilar, aumenta-se o ganho Kp, pelo contrário, se a saída estiver saturada (oscilando ou não), diminui-se o ganho proporcional. O processo é repetido até que a saída apresente uma oscilação constante não saturada tomando cuidado para que o sinal da PV também não apresente saturação (CAMPOS; TEIXEIRA, 2006, p.27). O valor do ganho encontrado é chamado de ganho crítico. Kcr = Ganho crítico E o período de oscilação do sinal de saída é chamado de “Pcr”, conforme mostra a figura 11. Figura 11 – Resposta senoidal usado no método Ziegler e Nichols. Fonte: Abdallah (2005, p.53) 33 Para sistemas com comportamento oscilatório, quanto ao aumento de Kp, utiliza-se a tabela 4 para se determinar os valores dos ganhos dos controladores: Tabela 4 – Sintonização do PID - Método de Ziegler e Nichols em malha fecha Tipo de Controlador Kp Ti Td P 0,5Kcr ∞ 0 PI 0,45Kcr Pcr /1,2 0 PID 0,6Kcr 0,5Pcr 0,125Pcr Fonte: CAMPOS, Teixeira (2006, p.27). 2.4.3 Método de Chien Hrones e Reswick (CHR) Existem muitas modificações sobre o método de Ziegler e Nichols, Chien, Hrones e Reswick modificaram o método da curva de reação de Ziegler e Nichols para que a malha forneça uma resposta ao degrau com o menor tempo de subida (ABDALLAH, 2005, p.57). Este método propõe dois critérios de desempenho: a resposta mais rápida possível sem overshoot conforme tabela 5, e a resposta mais rápida com overshoot máximo de 20%, conforme tabela 4 (CAMPOS; TEIXEIRA, 2006, p.28). Tabela 5 – Sintonização do PID - Método de CHR a 0%. Tipo de Controlador Kp Ti Td P 0,3(T / L) ∞ 0 PI 0,35(T / L) 1,2T 0 PID 0,6(T / L) T 0,5T Fonte: CAMPOS, Teixeira (2006, p.28). 34 Tabela 6 – Sintonização do PID - Método de CHR a 20%. Tipo de Controlador Kp Ti Td P 0,7 (T / L) ∞ 0 PI 0,6(T / L) T 0 PID 0,95(T / L) 1,4T 0,47L Fonte: CAMPOS, Teixeira (2006, p.28). 2.5 PROCESSAMENTO DE FUMO 2.5.1 O que é fumo O termo fumo denomina-se ao tabaco preparado para se fumar. O tabaco é uma planta que pode atingir dois metros de altura, cujas folhas medem até 70 cm de cumprimento e suas flores dispostas em cachos, são brancas, vermelhas ou amarelas; sendo que algumas espécies destacam-se em belas plantas ornamentais. As espécies mais comercializadas são as nicotinas, tabacum e a nicotina rústica (LIMA 2007). Como exemplo a Vuelta Abajo (Cuba) produz folhas aromatizadas de alta qualidade e valores agregados. No Brasil são produzidos tabacos para cigarros, tabacos e etc. Em quase todo o mundo cultiva-se o tabaco, onde o mesmo é caracterizado pela presença de um alcalóide especial, a nicotina. O seu aspecto e suas qualidades variam de acordo com os lugares que são produzidos como exemplo, a Vuelta Abajo (Cuba) fornece folhas aromatizadas, sendo o custo da mesma muito elevado, temos também o Brasil que produz tabacos para cigarros charutos, etc. No princípio o tabaco era utilizado como adorno ou então, para fins medicinais. Porém, em 1585 o mesmo foi introduzido como hábito de fumar na Inglaterra e a partir daí se propaga no mundo (LIMA, 2007). 35 2.5.2 Classificação do fumo O processo de classificação do fumo consiste na separação, em função do tipo de fumo, posição da folha no pé, cor e características físicas como textura da folha, maturidade, etc. Tais aspectos são importantes para definir o valor a ser pago ao produtor bem como a forma de utilização. Estes aspectos são definidos através de uma normativa ministerial que lhe confere o artigo 87, Parágrafo único, insiso ll, da Constituição, tendo em vista o disposto na Lei 9, 972, de 25 de maio de 2000, no Decreto nº 3, 654, 17 de novembro de 2000, e o que conta no Processo n° 21000014753/2006-76, regulamenta a comercialização do produto. Figura 12 – Classificação de fumo Virgínia em folha Fonte: Ministério da agricultura 2.5.3 Usina de processamento de fumo Uma usina de processamento de fumo possui tratamentos diferenciados em função das necessidades, tipos, classes de fumo e especificações dos clientes. Em função destas especificações, o processo de separação da lâmina do talo, pode ser feito mecanicamente, 36 através de um conjunto de equipamentos denominados de debulhadores e separadores compondo uma linha de debulhação, ou manualmente, através do processo de destala manual. A folha de fumo é formada por 25% de talo, onde se considera como sendo a nervura principal e as nervuras secundárias e 75% de lâmina que é o restante da folha, conforme ilustra a figura 13. São produtos diferentes que necessitam tratamentos específicos na fábrica de cigarros em função dos teores de alcalóides, nicotina e açúcar. Figura 13 – Folha do Fumo Fonte: Usina de processamento de fumo Para que se possa realizar a separação mecânica da lâmina e do talo, o fumo passa por processos distintos, conforme apresentado no fluxograma da figura 14. 37 Figura 14 – Fluxograma do processo de debulhação Fonte: Usina de processamento fumo Área de mistura (Blend) – local onde são feitas as misturas, de acordo com os percentuais de nicotina e açúcar requeridos pelo cliente. Área de mesa de alimentação e corte – é o setor onde são colocados os conjuntos de 25 folhas de fumo, amarradas por uma outra folha de fumo (denominada manocas) em um transporte de esteira, garantindo a exata proporção das classes internas no blend, bem como a correta alimentação para que se possam cortar as pontas (quando for o caso) e abrir o atilho (folha que amarra o conjunto de 25 folhas que compõe a manoca). Área de mesas de picking – é o setor onde são feitas as retiradas de folhas de fumo que não pertencem ao blend original, bem como todo e qualquer material que não é fumo, tecnicamente conhecido como material estranho. 38 Cilindros condicionadores – neste ponto ocorrem a pulverização de vapor e água, tornando o produto mais maleável, facilitando o processo de separação de lâmina e talo no estágio seguinte. Linha de debulhação – é o setor onde o blend é alimentado em debulhadores, que são rotores de ferro, com pontas (chamadas martelos) que tem a finalidade de rasgar o produto, de tal forma que se tenha o maior tamanho possível de lâmina isenta de talo (nervura principal da folha de fumo). No passo seguinte, este produto, lâmina e talo são encaminhados através de transportes pneumáticos para separadores gravimétricos, onde por diferença de densidade é feita a separação mecânica da lâmina e do talo. Todo este processo de debulhação e separação são realizados em estágios distintos na linha de debulhação, sendo que usualmente uma linha de debulhação é composta por cinco estágios de debulhação / separação. Secagem de lâmina e talo – após a separação mecânica da lâmina e do talo estes produtos são encaminhados para secadores distintos, onde é realizado o processo de retirada da umidade, primordiais para a conservação do mesmo. Como são produtos com características químicas diferentes, sofrem processo de secagem bem distinto. Embalagem – após o processo de secagem, o produto, lâmina e talos são encaminhados para a área de embalagens distintas, onde o produto, lâmina e talo, são acondicionados em caixas de papelão, conhecidas internacionalmente como C – 48. Este tipo de material de embalagem garante ao produto condições ideais de armazenamento e conservação, necessárias ao processo de envelhecimento (aging). Após todo este processo busca se o máximo de rendimento de lâmina e cada vez menos quebra conforme exemplifica a figura 15. 39 Figura 15 – Fluxograma de equipamentos de uma usina de processamento de fumo Fonte: Autoria Própria 1 – Mesa de Alimentação 2 – Cabine de Corte 3 – Silo Auto Feed e Auto Feed 4 – Transporte de Corpos 5 – Cilindros Condicionadores 6 – Debulhadores 7 – Separadores 8 – Peneirações Lâmina e Fines de Lamina 9 – Transporte de Lâmina e Fines de Lâmina 10 – Secadores de lâmina e Talo 11 – Transportes 12 – Embalagem do produto 13 – Caixas de fumo 200 kg 40 Figura 16 – Rendimento de lâmina Fonte: Usina de processamento de fumo 41 3 SISTEMA DA MESA DE ALIMENTAÇÃO Na mesa de alimentação começa toda a linha de processamento de fumo. Esta mesa é composta por uma esteira conforme a figura 17, onde é feita a alimentação manual das manocas de fumo. A velocidade em que a esteira trabalha depende do kg/h que o operador de linha coloca através de cada tipo de classe e fumo que esta sendo processado Este controle é feito por uma régua de 4 sensores que conforme a camada dentro de silo auto feed aumenta ou diminuía velocidade ou até mesmo para a esteira. Figura 17 – Mesa de alimentação Fonte: Autoria Própria Depois da alimentação, o fumo segue para a cabine de corte onde as pontas seguem por uma esteira separada dos corpos, esta separação é feita por que nas pontas não tem talo sendo assim não precisam ser debulhadas. 42 Figura 18 – Corte das pontas Fonte: Usina de processamento de fumo O controle da mesa de alimentação trabalhava com controle feito por 4 sensores ou seja a velocidade da esteira possui velocidades fixas de 0Hz, 20Hz, 30Hz e 60Hz, com esse tipo de controle a mesa fica gerando intervalos que afetam diretamente no processo. Após a modificação que foi a instalação do sensor ultra sônico e a modificação na programação do CLP colocando um bloco PID, a mesa começou a trabalhar sem gerar intervalos porem a variação ainda era perceptível. 43 Figura 19 – Sistema de sensores no silo auto feed Fonte: Autoria Própria 3.1 ESTRUTURA DO PID NO CLP No software da Rockwell Automation RS logix 500 versão 7.30 está instalado para as famílias SCL 500 e micrologix o bloco PID conforme figura 19. É neste bloco que se fazem as configurações de ganho proporcional, ganho integral, ganho derivativo, tempo de amostragem entre outras configurações e visualizações. Figura 20 – Bloco PID do RS logix 500 Fonte: Rockwell Automation Software 2000 44 3.1.1 Estudo do PID instalado No CLP, conforme figura 21, podem ser configurados, entre outros parâmetros, o tipo de equação do PID, o modo do controlador (automático ou manual), a sua ação (direta ou reversa), o set point, os ganhos proporcionais, integral derivativo e o tempo de amostragem. (8) Kc - Ganho proporcional do controlador 1/Tl - Tempo Integral de redefinição TD - Ganho derivativo t - Tempo de amostragem E - Erro = (SP – PV) SP – Set point PV – Variável de processo Figura 21 – Interface de configuração de instalação PID Fonte: Rockwell Automation Software logix 500 45 4 DESENVOLVIMENTO DO NOVO SISTEMA DE CONTROLE 4.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Após a conclusão da modificação foram pré-determinados alguns valores de ganho proporcional, integral derivativo no bloco PID para a verificação do comportamento do processo. Foi identificado que a mesa de alimentação obteve uma melhora significativa, a mesa de alimentação não tem parada constante como no controle anterior, que era com a régua de sensores e valores fixos de freqüência. Porém conforme mostra o gráfico da figura 22 o nível ainda necessitava de uma sintonia no controlador. Figura 22 – Gráfico que mostra o resultado do processo após a instalação do bloco PID Fonte: Autoria própria 4.1.1 Levantamento da função de transferência Para a sintonia do controlador, é faz necessário saber como se comporta o sistema e qual é a resposta do mesmo. Inicialmente é feito o levantamento da função de transferência que representa o nível da camada de fumo no silo auto feed . 46 Sendo assim para levantar a função de transferência da planta foi colocado o processo em malha aberta e foram aplicados degraus na MV, como observado na figura 23. Figura 23 – Gráfico que mostra o teste em malha aberta Fonte: Autoria própria Logo, de acordo com os testes realizados foi feito o levantamento da função de transferência conforme os parâmetros apresentados na figura 24, ∆t, ∆y ∆u. Deste modo foi utilizando a equação da função de transferência tipo 1. 47 Figura 24 – Gráfico que mostra os pontos de levantamento da função de transferência Fonte: Autoria própria 1) ∆t – Valores visuais encontrados nos gráficos da figura 23 e figura 24 pela aplicação do degrau. ∆t = 13:32:01 – 13:31:00 ∆t = 61s 2) ∆y – Valores levantados para o calculo da variação do nível do fluxo do silo auto feed (PV) durante o período considerado. ∆y = 47,01% – 35,39% ∆y = 0,4701 – 0,3539 ∆y = 0,1162 ∆y = 11,62% 3) ∆u – Valores levantados para o cálculo da variação da velocidade da esteira (MV) durante o período considerado. ∆u = 40% – 30% = 10% 48 4) KVASO = Valores calculados de acordo com a equação 5. Logo se obtém a função de transferência do processo de acordo com a equação 5. Esta é a função de transferência encontrada no processo para o controle de fluxo da mesa de alimentação em silo auto feed. Também foi levantada a função de transferência de acordo com a FT tipo 2 (função de transferência de processo estável) onde são necessários os parâmetros: ganho (K), tempo morto (L), e constante de tempo (T). 1) Calculo obtido da variável do ganho do processo. ∆PV = (48.83% – 35,39%) ∆PV = 13.44% ∆MV = (40% – 30%) ∆MV = 10% 2) Valores obtidos visual da banda morta (L) do gráfico da figura 22. L = 13:30:57 – 13:31:19 = 22s 49 3) Na figura 23 são demonstrados os tempos (t1) e (t2) a seguir estão os cálculos para obter cada uma das constantes. t1 = 19s t2 = 40s t2 = L+T t1 = L+T/3 40 = 22 + T 19 = 22 +T/3 L= 40 – t 19 = 40 – t + T/3 (x3) 57 =120 – 3T + T -2T = 120 – 57 T = 63/2 T = 31.5s 4) Logo se obtém a função de transferência do processo de acordo com a equação 7. 4.1.2 Simulação em malha aberta da equação para FT tipo 1 Após obter a função de transferência foi feito a modelagem matemática para a simulação da mesma, tal simulação feita no Matlab/Simulink, apresentado na figura 25. Figura 25 – Modelo matemático para a simulação em malha aberta da FT tipo 1 Fonte: Autoria própria 50 O gráfico da figura 26 mostra o resultado da resposta do sistema simulado, pode-se observar que a resposta simulada é semelhante à resposta esperada para um sistema real de processo instável. Figura 26 – Resposta do sistema simulado em malha aberta com a FT tipo 1 Fonte: Autoria própria 4.1.3 Simulação em malha aberta da equação para FT tipo 2 Após obter a função de transferência foi feito a modelagem matemática para a simulação da mesma, tal simulação feita no Matlab/Simulink, apresentado na figura 27. 51 Figura 27 – Modelo matemático para a simulação em malha aberta da FT tipo 2 Fonte: Autoria própria O gráfico da figura 28 mostra o resultado da resposta do sistema simulado, pode-se observar que a resposta simulada é condizente com os parâmetros L, T e K, obtidos a partir dos testes experimentais para o processo estável. Figura 28 – Resposta do sistema simulado em malha aberta com a FT tipo 2 Fonte: Autoria própria 52 4.1.4 Sintonia do controlador Além de construir o modelo matemático da função de transferência é preciso elaborar o modelo matemático da função PID do CLP da Rockwell, para que as simulações sejam o mais próximo do processo real, sendo assim a figura 29, mostra o modelo. Figura 29 – Modelo matemático da função PID do PLC Rockwell Automation Fonte: Autoria própria Depois de todas estas informações, é possível realizar um modelo matemático da função de transferência da planta e da função PID do controlador para que sejam simulados os métodos de sintonia do controle PID, através do software Simulink. As figuras 30 e 31 mostram os modelos matemáticos construídos no Matlab Simulink. Figura 30 – Modelo matemático da função de transferência tipo 1 Fonte: Autoria própria Figura 31 – Modelo matemático da função de transferência tipo 2 Fonte: Autoria própria 53 Foram aplicados os métodos de sintonia de controladores. As respostas geradas nas simulações com as duas formas da função de transferência (tipo 1 e tipo 2) conforme mostram as figuras 30 e 31. Para o processo instável função de transferência tipo 1, não foi aplicado os métodos de sintonia por que o sistema não oscila. Logo coloca se o Ti (tempo integral) em infinito e zero o Td (tempo derivativo) alterando o ganho proporcional ate obter um ajuste fino coerente ao valor máximo do controlador PID no CLP. Figura 32 – Resposta do sistema simulado com a FT tipo 1. Fonte: Autoria própria 54 Os valores obtidos a partir da função de transferência tipo 2 foram: Tabela 7 – Parâmetros gerados pelo método CHR 0% Tipo de Controlador Kp Ti Td P 0.42 ∞ 0 PI 0.50 37.8 0 PID 0.85 31.5 15.75 Fonte: Autoria própria Figura 33 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros P método CHR 0% da tabela 7 Fonte: Autoria própria 55 Figura 34 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PI método CHR 0% da tabela 7 Fonte: Autoria própria Figura 35 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID método CHR 0% da tabela 7 Fonte: Autoria própria Após as tentativas sistemáticas, por ser um processo instável, foram necessário alterar os valores do PID. O resultado pode ser conferido na figura 36. 56 Figura 36 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID da tabela 7 e ajuste fino Fonte: Autoria própria Tabela 8 – Parâmetros gerados pelo ajuste fino método CHR Kp 0.5 Ti 28 Td 2 Fonte: Autoria própria Simulação dos valores obtidos e colocados no PID, conforme o modelo matemático da função de transferência tipo 2 figura 31. Para as simulações foi apresentada às técnicas descritas em Lima (2010). Foi aplicado o método de Ziegler e Nichols com o controlador em malha fechada, tempo integral com valor infinito (99999999...) e o tempo derivado com valor 0 (zero). Foram testados valores de ganho proporcional até chegar a uma resposta oscilatória com amplitude constante, figura 37. 57 Figura 37 – Resposta oscilatória do sistema com amplitude constante Fonte: Autoria própria Os valores obtidos para o ganho último (KU) e para o período de oscilação (PU) estão apresentados na tabela 9. Tabela 9 – Parâmetros para sintonização por Z&N Ku 2.32 Pu 70 Fonte: Autoria própria Logo foram simulados todo os valores de Kp, Ti e Td do método ZeN conforme a tabela 10. Tabela 10 – Parâmetros gerados pelo método Ziegler e Nichols Tipo de Controlador Kp Ti Td P 1.16 ∞ 0 PI 1.05 58.33 0 PID 1.40 35 8.75 Fonte: Autoria própria 58 Figura 38 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros P da tabela 10 Fonte: Autoria própria Figura 39 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PI da tabela 10 Fonte: Autoria própria 59 Figura 40 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID da tabela 10 Fonte: Autoria própria Para tanto, foi aplicado o método da tentativa sistemática e observado que tanto o método CHR 0% e método de Ziegler e Nichols ambos precisaram de ajuste fino como nos mostra a figura 41. Figura 41 – Resposta da FT tipo 2 com os parâmetros PID da tabela 10 e ajuste fino Fonte: Autoria própria 60 4.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS Nota-se com os resultados obtidos que por se tratar de um sistema instável a função de transferência tipo 1, que é de processo instável foi a que obteve melhor resposta. As ações integral e derivativa estão com pouca influência o que é coerente para o processo tipo instável. No entanto foram consultados os valores máximos e mínimos aceitáveis no controlador PID do PLC da Rockwell Automation e feito o ajuste fino ate obter uma resposta coerente e aceitável para o controlador PID do CLP. O resultado pode ser conferido na figura 42. Figura 42 – Simulação após ajuste fino Fonte: Autoria própria Após as simulações foram colocados os valores obtidos no controlador PID da Rockwell Automation no processo real do silo auto feed conforme a tabela 11. Tabela 11– Parâmetros colocados no bloco PID Kp 0.6 Ti 17,5 Td 0.6 Fonte: Autoria própria 61 4.3 RESULTADOS Apartir das 7:49:24 do dia 27 de julho observa-se pelo gráfico da figura 46 (parâmetros do controlador PID alterados ) que as simulações e de acordo com os métodos de sintonia os resultados foram muito satisfatórios. Pois o fluxo é sinônimo de produtividade, uniformidade do blend processado e acima de tudo qualidade. Controle de Fluxo MV PV SET POINT 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 7: 57 :5 4 8: 07 :5 4 8: 17 :5 4 8: 27 :5 4 8: 37 :5 5 9: 00 :1 3 9: 10 :1 6 9: 20 :1 7 9: 30 :1 8 9: 40 :1 9 9: 50 :2 0 7: 37 :5 4 7: 47 :5 4 0% Data 27/07/2010 Figura 43 – Gráfico do controle de nível no silo auto feed Fonte: Autoria própria 62 Por tratar-se de um processo instável e alimentação manual pode-se observar no gráfico da figura 47, que o mesmo mostra a produtividade em kg/h. Após sintonia, a uniformidade foi significativamente melhorada a partir do controle sintonizado. Figura 44 – Gráfico do fluxo de processo Fonte: Autoria própria 63 5 CONSIDERAÇOES FINAIS Os objetivos do projeto proposto no início da pesquisa foram atingidos. Conforme se destacou na apresentação dos resultados, foi observado que o nível de produto dentro do silo auto feed, esta mais estável. A mesa de alimentação que gerava intervalos agora trabalha uniformemente e com isso a assertividade do resultado do químico, umidade e granulometria ficam mais precisas. O resultado se estende para todo o processo tanto na alimentação do produto, condicionamento, debulhação e secagem, pois com um fluxo contínuo os equipamentos absorvem a camada de produto garantindo produtividade e qualidade do produto processado. Foi verificado também que cada processo tem seu tipo de controle e sintonia, os valores de ganho, tempo integral e derivativo. Cada processo tem suas particularidades que através da literatura, estudos e simulações, é possível obter um ótimo desempenho melhorado para cada equipamento, contribuindo para todo o processo e gerando economia, qualidade e produtividade. O maior desafio deste projeto foi “correr contra o relógio”, pois a usina de tabaco trabalha em período de safra e entressafra, e para cumprir com a proposta foi necessário agilizar e aproveitar o tempo para implementar a sintonia no processo real. Deste modo alguns obstáculos tiveram que ser superados. Pode-se citar o levantamento da função de transferência, pois o supervisório existente (RealFlex) não permite compartilhamento de dados com a plataforma windows. O mesmo trabalha com uma plataforma específica que é o QNX Windows, esta roda em uma base UNIX. A solução foi estudar uma maneira para buscar os dados dentro do CLP sem utilizar o supervisório RealFlex. A melhor maneira encontrada foi utilizar o software RSLinks da Rockwell Automation, este software possui uma ferramenta que permite fazer a comunicação do CLP com o excel. Foi elaboranda uma macro no excel que colhe os dados dentro do programa gerados no bloco PID. Isso foi muito importante, pois ficou nítida a visualização e comparação com o supervisório. Para o levantamento da função de transferência é necessário abrir a malha do processo. O risco é bastante grande, na usina fumageira pode-se gerar entupimentos no processo parando toda a linha de produção. O trabalho em equipe fez-se presente para que os degraus na variável manipulada acontecessem com segurança, um integrante da equipe ficou na sala de acionamentos e outro observando o processo para que não houvesse entupimento no auto feed. 64 É importante ressaltar que em um processo continuo a modelagem matemática do sistema e a simulação é fundamental antes de qualquer ação no processo real. A simulação Matlab Simulink, traz segurança na hora de implementar os valores que foram calculados e simulados para a planta real. Evitando danos ao equipamento, perda de qualidade e produtividade. O conhecimento da planta se torna mais amplo e claro facilitando o entendimento do controle implementado. Também existe a satisfação pessoal e a solidificação dos conhecimentos envolvidos ao longo do projeto. Vale ressaltar que o software Matlab é uma ferramenta poderosa que pode auxiliar o profissional da área de automação a obter simulações precisas e seguras. Com isto sugere se que os envolvidos nesta área busquem aprender e se aperfeiçoar, utilizando as ferramentas deste trabalho para a sintonia dos controladores nos processos reais. 5.1 Sugestões de trabalhos futuros É possível estender esse tipo de controle para outra linha de processamento, também pode ser realizado um controle em cascata para que o controle da balança dinâmica se comunique com o controle o silo auto feed. Análises aprofundadas do processo podem produzir controles mais precisos, aprimorando para cada tipo de fumo e classe processada, controle minucioso para situações específicas à distúrbios comuns ou por alterações de set point. Aprimorar um sistema de controle pode ir muito além do que definir os parâmetros ótimos para um controlador PID. Em função dos diversos aspectos que compõe a planta seria importante colocar no supervisório, os valores das variáveis da balança, do silo auto feed e mesa de alimentação. Com isso é possível fazer uma receita para cada tipo e classe de fumo processado e o operador pode ter acesso às informações. 65 REFERÊNCIAS ABDALLAH, Yasser Mahumud. Sintonia de Controlador PID via Procedimento Adaptativo para Controle de Atitude de Veículos Lançadores, 2005, p.53. Disponível em:<http://mtcm16. sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/jeferson/2004/04.22.15.55/doc/publicacao.pdf> Acesso em: 08/04/2010. 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Sintonia do controlador de nível de um silo de dosagem de combustível em um forno de clínquer. 2009. 42 f. Monografia (Especialização em Automação Industrial). – Programa de Pós-Graduação em Automação Industrial, UTFPR. Curitiba, 2009. OGATA, katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno. 3ª ed. Rio de Janeiro-RJ: Editora Prentice-Hall do Brasil Ltda, 1998. OLIVEIRA, Adalberto Luiz de Lima. Instrumentação: Fundamentos de Controle de Processos. Espírito Santo: SENAI-CST, 1999. Disponível em: <www.enq.ufrgs.br/cursos/grad/Instrum/Apostila/controle.pdf>Acesso em: 12/04/2010. ROCKWELL AUTOMATION, publicação Controladores Implementados em CLP. São Paulo, 1999. SHREVE, R. Norris; BRINK, Joseph A. Indústrias de processos químicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois S.A., 1977. 66 STEBEL, Sergio Leandro. Notas de aula de Sintonia de controladores e Estratégias de Controle. Especialização em Automação Industrial, Universidade Tecnológica do Paraná, Curitiba: 2010. VAN OVERSCHEE, P.; DE MOOR, B.. RAPID: The end of Heuristic PID Tuning. In: Ifac Workshop On Digital Control: Past, Present And Future Of Pid Control, 2000, Terrassa, Espanha. Preprints: CBS S.A., p. 687-692.
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