Jornal Alavanca maio junho
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Jornal Alavanca maio junho
Jornal Espírita USE Intermunicipal de Campinas Alavanca Edição N. º 514 - Ano 52 União das Organizações Espíritas Intermunicipal de Campinas - USEIC Cristo, com ponto de apoio no amor divino, fez-se ALAVANCA viva e renovou o mundo Março/Abril/Maio de 2016 Auri-Verde ...o Brasil vai sair da barbárie para a decadência, sem conhecer a civilização... Claude Lévi-Strauss [1] No dia 13 de março último, realizaram-se em todos os quadrantes do Brasil as maiores manifestações populares da história do país. Esse dia inolvidável vestiu o país de verde-amarelo, nossas cores pátrias. E foi emocionante ver o povo clamar por decência e ética na política, prisão para os corruptos e corruptores e eficiência na administração do Estado. Nesse dia, também extravasando a sede por Justiça, foram ainda aclamados o juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal. Políticos profissionais que lá foram com o intento de marcar presença e terem seus nomes lembrados em futuras eleições tiveram que se retirar às pressas sob o protesto de sonoras vaias. Em resumo, o recado que as ruas transmitiram foi este: nossa paciência está acabando; não queremos mais ser ludibriados por palavras bonitas e falsas e por ações criminosas de quem tem foro privilegiado [2]. Impossível saber quantos espíritas estavam entre as estimadas seis milhões de pessoas que foram às ruas em prol de um país melhor. Entretanto, podemos dizer sem errar que era um número irrisório, pois espírita não se interessa por essas “coisas mesquinhas e sujas”! Recordando o que dissemos anteriormente [3], na Grécia antiga, político era aquele que se preocupava com o bem-estar da comunidade e o idiota aquele que agia por si só, o egoísta. Os espíritas têm como mantra o não julgar, o perdoar, o amor, a fraternidade, a reforma íntima – fundamentos importantíssimos - e esquecem-se que são cidadãos brasileiros. Assim, relevam todo e qualquer deslize ético ou administrativo cometidos por seus governantes. Espíritas ainda não entenderam que não vivemos num sistema de governo imperial, embora certos políticos tudo façam para que sejam considerados divinos. Vivemos numa Democracia, e neste sistema político os governantes e legisladores são – obrigatoriamente funcionários do povo, nossos empregados, nos devem respeito e têm que nos dar plena satisfação de seus atos enquanto administradores e assumir total responsabilidade por condutas antiéticas, deles ou daqueles que a eles estiverem subordinados. Tal é o entendimento e prática nas principais Democracias do mundo. Os espíritas se preocupam com a lições apresentadas em Mateus nos capítulos 5 a 8 que tratam da indulgência, do perdão e do não julgar ao próximo. Contudo, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 10, item 21, São Luís Nesta Edição nos diz que “...é preferível o interesse da maioria do que o interesse de um só. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever; pois antes caia um homem que vários sejam feitos suas vítimas ou logrados por ele”. Como espíritos em evolução que são, assim como nós mesmos, políticos e administradores públicos deverão ser julgados pelas suas consciências e por Deus. Entretanto, é como administradores do bem público que temos o dever de julgá-los. Assim, a análise – ou julgamento – que devemos fazer de um agente público, seja ele um governo (municipal, estadual ou federal) ou um legislador, é a sua competência em governar ou legislar em favor do país e de sua população. Não nos interessa o motivo, quando é o caso, pelo qual esses agentes são corruptos ou corruptores; não é de nossa conta se são viciosos ou hipócritas; se são ambiciosos ou porque não são humildes e querem ser tratados como deuses etc. Repetindo, o que está em seu foro íntimo e o porquê de sua conduta antiética não é da nossa conta. Um exemplo bíblico de prestação de contas encontramos na Parábola do Servo Infiel [4], onde o senhor rico pede que seu administrador lhe dê satisfações pois fora denunciado como esbanjador se seus bens. Ou ainda, na Parábola dos Talentos [5] e das Minas [6] onde um homem partindo para outro país deixou seus servos administrarem seus bens e, ao voltar, ajustou as contas com eles. Por esse caminho andou o pastor Wilton Acosta ao direcionar o “povo de Deus” [7]: - A Bíblia Sagrada anuncia em diversas de suas passagens o dever profético do povo de Deus de zelar pela conduta ética dos administradores e da administração pública...Mais do que isso, segundo o trecho do Livro de Josué (7:726), a missão cristã inclui apontar à justiça divina aqueles que descumprem as regras... ... É hora de cumprirmos nossa vocação profética. ... O povo de Deus irá às ruas clamar por um governo que tenha liderança política, que seja respeitado e respeite a sociedade, que represente de fato e trabalhe pelos interesses dos cidadãos, que não minta e seja, acima de tudo, íntegro. Para cumprir a “vocação profética do povo de Deus”, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, conta com 4 senadores e 199 deputados. No plano político, pelo menos na nossa cidade, Campinas-São Paulo, a omissão é gigantesca. Acreditamos que seja igual em todo o país. Nas eleições municipais de 2008 e 2012, por exemplo, tivemos, em nossa cidade um candidato espírita que foi c o m p l e t a m e n t e i g n o ra d o p e l o s dirigentes. Afinal, segundo eles, a política é uma atividade suja, condenável. Mas qual setor que envolve seres humanos neste planeta é perfeito, ético e cristão? Devemos, então, abandonar nossos empregos, escolas e outras atividades ou deveremos ser aí um exemplo de correção ética e moral, além é claro, de um profissional eficiente e competente? Na edição 513, deste Alavanca, Carlos de Paula, Vice-Presidente da USEIC, apontou as vantagens de se fazer uma parceria saudável entre a política e a Doutrina e deu exemplo disso em seu artigo. Enquanto isso, nossos irmãos evangélicos, que acreditam serem eleitos por Deus, vão consolidando sua vocação profética e em breve, para o bem ou para o mal, tomarão conta da nação e tentarão impor ao país a sua filosofia. E nós espíritas, que plano temos – se é que temos algum plano - para implantar a Pátria do Evangelho neste país? Provavelmente nenhum, e transferimos essa responsabilidade ao Plano Espiritual, porque dizemos, para adormecer nossa consciência – e nossa inércia -, que ele sabe o que faz. Contudo, cabe a nós, os encarnados, arregaçar as mangas e dar cabo dessa tarefa. É verdade que praticamos a • Alteridade e Amorosidade - pág. 4 • Caridade para Que? - pág. 4 caridade através dos projetos sociais que desenvolvemos, porém eles são insuficientes, uma gota num vasto oceano de necessitados e desvalidos de toda sorte. E o aumento da população, associada à incompetência éticoadministrativa de governantes que se locupletam com a corrupção, provocam mais desequilíbrio social, mais pobreza, doenças, violência e ignorância. Não sabemos se algum dia teremos quase 200 legisladores espíritas no Congresso Nacional ou como será o país se algum dia os tivermos. No entanto, fora ou dentro do Congresso, temos que clamar e defender a Democracia, a eficiência administrativa, a ética e a moral, esteja quem estiver ocupando o cargo de maior relevância do país. E cabe a nós, espíritos encarnados, com o coração pulsando sempre em verde e amarelo desmentir Lévi-Strauss e implantar por aqui um país moderno, socialmente mais justo e equilibrado, generoso, fraterno, pacífico, ético, plural: a Pátria do Evangelho. Giovanni Bruno [email protected] [1] Claude Lévi-Strauss (1908-2009) foi um grande antropólogo, etnólogo e professor belga. Formado em direito e filosofia na França e produtor de uma vasta obra, Lévi-Strauss foi o criador da antropologia estrutural e um dos maiores pensadores do século XX. Foi professor da USP (Universidade de São Paulo) de 1935 a 1939 [2] o chamado foro privilegiado, ou foro especial por prerrogativa de função, é um resquício arcaico do tempo do Império onde os nobres tinham privilégios diferentes daqueles que não possuíam títulos nobiliárquicos. Hoje, com um sistema de governo democrático, onde a Constituição de 1988 estabelece que “todos são iguais perante a Lei” esse instrumento odioso de diferenciação jurídico deveria ser abolido, tal qual o sigilo imposto a determinados processos jurídicos que não comprometam a segurança nacional [3] Brasil: Pátria de qual Evangelho?; Alavanca, edição 506; outubronovembro 2014 [4] Lucas, 16, 1-13 [5] Mateus, 25, 14-30 [6] Lucas, 19, 11-27 [7] Wilton Acosta, Destituição de Dilma é missão Cristã, Folha de São Paulo, 04/03/2016 • A Pesquisa no Movimento Espírita - pág. 5 • Por Uma Sociedade mais Justa e Ética - pág. 7 2 USE-Campinas Jornal Espírita Alavanca Editorial Um país moralmente doente Causa perplexidade a pobreza moral da classe política brasileira. Preservando-se as exceções da regra, a Imprensa comenta que pelo menos 60% dos congressistas são investigados ou sofrem processos na Justiça. São políticos de todos os partidos. Entre desvios de verbas, tesoureiros e empreiteiros presos, p r o p r i e d a d e s r u ra i s , r e l a t ó r i o s econômicos fraudados, país em recessão e 11 milhões de desempregados, não se visualiza um caminho seguro pelo qual o país possa sair dessa crise com rapidez. A História e os fatos ensinam que onde impera a falta de ética, a moral e a incompetência, aí se perpetuam a corrupção, a miséria e a ignorância. Um médico de um importante hospital paulistano, referindo-se a mudança de pessoal para aperfeiçoar o tratamento de pacientes nas enfermarias daquele hospital, contou que lá usou-se a filosofia do “leite coalhado”. Ante a expressão de curiosidade de outros interlocutores, explicou que quando o leite coalha ao ser fervido, ele é jogado fora e substituído por outro. Pensemos na metáfora do leite coalhado ao escolhermos nossos representantes nas próximas eleições. Século 21 d.C. Espanta-nos que em pleno século 21 – depois de Cristo, que se ressalve isso – ainda haja quem acredite em fatos que fogem completamente ao bom senso, à observação direta e à razão. Nos dias de hoje não se pode dar Dos Leitores Planeta 9: parece, mas não é! Recebemos duas mensagens antagônicas sobre o Planeta 9, matéria publicada na edição anterior. Na primeira, o Sr. Nelson Travnik, diretor do Observatório Astronômico de Piracicaba, SP, e Membro Titular da Sociedade Astronômica da França, relata ter gostado muito do artigo por traçar um panorama excelente sobre o assunto. Na outra missiva, o Sr. R. (sim, estamos imitando Kardec), diz que é um pesquisador solitário, e nos critica por termos afirmado que são crendices infundadas os assuntos referentes ao planeta Hercóbulos e Nibiru. Diz ele que Hercóbulos está “sendo avistado a olho nu em todo mundo, no por do Sol, ao meio-dia, à luz do dia, ao redor do planeta; já foi visto, fotografado, filmado...”. O Sr. R. nos enviou o link de um vídeo do youtube, filmado em 2009, onde, supõe-se que New York esteja sendo iluminada por dois sóis (https://www.youtube.com/watch?v=J2BZ T4yC1f4). Enfim, afirma ele, estamos ignorando provas e evidencias irrefutáveis, e a NASA, a Ciência e os governos mentem sobre sua existência; que a Ciência erra etc. Ao apontarmos os equívocos sobre seus conceitos, o Sr. R. nos respondeu de forma pouco amistosa. Contudo, rogamos a Deus, o Senhor do Amor e da Luz, que derrame suas bênçãos sobre ele e que ilumine seu coração e mente. Expediente Comissão Executiva da União das Organizações Espíritas Intermunicipal de Campinas (USEIC) Presidente: Cristina Helena Neves Bertuzzi S.E.E. A Caminho da Luz 1° Vice-Presidente: Carlos de Paula – AJE-Campinas 2° Vice-Presidente: Paula Pilizario S.E.E. A Caminho da Luz Secretario Geral: Cláudio Silva – CEAK Campinas 1° Secretário: Luciano Mancilha – CEAK Campinas 2° Secretário: Valmir Vianna – CEAK Campinas 1° Tesoureiro: Genivaldo A. Gasparini G.E. Nosso Cantinho-Paulínia 2° Tesoureiro: Maria Jose Antonietto – N.A.E. Maria de Nazaré Diretor de Patrimônio: Vitor Ferreira – C.C. Vovô Nestor Diretoria dos departamentos Assessoria Adm.Jurídico: Carlos de Paula – AJE Campinas Assessoria de Comunicação: Valmir Vianna – CAK Campinas – Maria José Antonietto N.A.E. Maria de Nazaré Depto Ensino: Luciano Mancilha – CEAK Campinas Depto Assistência Espiritual: Cláudio Silva CEAK Campinas Depto Mediunidade: Silvia H. B. Guimarães Casa de Jesus Depto Infância e Família: Paula Pilizario S.E.E. A Caminho da Luz Depto ESDE: James Harley – C.C. Vovô Nestor Depto Livro: Giovanni Bruno – E.E. Armida Landini Depto Eventos: Elaine Costa – C.E. Nosso Lar e Genivaldo A. Gasparini – G.E. Nosso Cantinho Depto Mocidade: Davyn Guimarães – C.E. Vovô Nestor – Cristiane Kasi – C.E. Vovô Nestor Depto Assistência Social – Yara Cecília Lopes Jornal Alavanca – Editor – Giovanni Bruno C.E. Arminda Landini Apoio Organizacional: José Hélio – C.E. Nosso Lar Rua Pedro Braga, 130 - Parque Itália CEP 13036-315 Campinas - SP Fone: 19 3028-7881 www.usecampinas.com.br [email protected] ALAVANCA Órgão de Comunicação Oficial da USEIC Registrado sob o nº 1945, Liv. A-2, Fls. 447, de 17/06/1971, no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas de Campinas Editor: Giovanni Bruno Jornalista Resp.: Jeverson Barbieri (MTb 26774) Expedição: Francisca Dicena Dúvidas, comentários e sugestões: [email protected] Website: www.alavanca.net.br Tiragem: 1.500 exemplares Aceitamos colaborações. Não devolvemos originais enviados por escrito ou e-mail. Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da USEIC. Todos os colaboradores deste jornal, escritores ou não, são voluntários e não recebem nenhuma remuneração. crédito a quem advogue que há um planeta ameaçando a Terra, ou que haja mais um Sol a iluminá-la, isto é, iluminada por duas estrelas (ver a seção Dos Leitores nesta página). Pessoas de imaginação fértil e pouco conhecimento creem em tudo. Há, até, aqueles que ainda acreditam que a Terra é plana e querem provas do contrário! Poderíamos pensar que aquelas pessoas não sejam espíritas. Ledo engano. Muitos espíritas preferem dar ouvidos ao canto das sereias do que ao bom senso e, sobretudo, a lógica e a razão. Em meio a tantos e graves problemas em que o país foi mergulhado e ideias trevosas que tentam voltar a importunar a humanidade, o Espiritismo segue luminoso, servindo de exemplo ético e moral por se basear nas lições de Jesus e nos ensinamentos que os espíritos do Bem comunicaram a Kardec. A USEIC – União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Campinas – ciente de sua responsabilidade em educar e divulgar a Doutrina não tem medido esforços em promover palestras, seminários, feira do livro espírita e tantos outros eventos com a finalidade de entreter, esclarecer e consolidar conceitos doutrinários em sua área de atuação. Você leitor, acostume-se a participar de todas as suas atividades para rever ou consolidar ensinamentos e, muito importante, para compartilhar de suas experiências com os demais participantes. Carta de Campinas: seminário sobre drogas Por ocasião do Seminário “O Espiritismo e as Drogas: aspectos jurídicos, clínicos e psicológicos”, ocorrido em 26/09/2015 na cidade de Campinas, congregando Espíritas, operadores do Direito e profissionais da Saúde (Médicos e Psicólogos), gerou-se profunda reflexão sobre a questão das drogas em seus múltiplos aspectos, com abordagem multidisciplinar pela relevância do tema. Os principais pontos e conclusões do evento estão reunidos abaixo, a qual daremos ampla divulgação, em todos os meios possíveis. 1) Não somos favoráveis à liberação do consumo. Consideramos que grande parte da população não teria discernimento sobre o efeito dos entorpecentes (inclusive maconha) para poderem fazer uso, fazendo com que a utilização possa crescer exponencialmente (reduzirá a inibição de seu uso), aumentando, inclusive, a criminalidade. 2) O uso poderia ser comparado à receptação: não está fazendo mal somente a si mesmo, mas para toda a sociedade. Para se chegar no uso foi necessário o tráfico com a consequente corrupção de agentes públicos, participação de c r i a n ç a s /a d o l e s c e n t e s ( m e n o re s ) , transporte entre países (transnacionalidade), etc. Se para sustentar os crimes contra o patrimônio é necessário o receptador, para financiar o tráfico é necessário o usuário. 3) Do mesmo modo, o risco é para a sociedade no que tange às questões de saúde pública. Países que liberaram o uso estão sofrendo inúmeras dificuldades com o sistema de saúde. Como o Brasil já padece gravemente desse mal (problemas no sistema de saúde), sendo a situação complicada por natureza, mais grave ainda se torna o problema. Inclusive porque o usuário, futuramente doente, vai se valer de tratamento no sistema público. Por isso, falar em fazer mal somente a si mesmo é uma imensa contradição. O bem jurídico tutelado, no caso, é a saúde pública. 4) Para o Estado se estruturar, seria necessário o acompanhamento do dependente para atendimentos e acompanhamentos psicológico, educativo, além de tratamentos farmacológicos, assistência médica, clínicas de recuperação etc. 5) Embora o foco tenha sido as substâncias proibidas, também foi falado do álcool e cigarros. Por isso, ao invés de liberar mais uma substância, seria necessário colocar freio em todas as outras. Isso porque a arrecadação dos tributos cobrados não cobre todo o prejuízo que a sociedade brasileira tem com os estragos causados por estas mesmas drogas. Em números oficiais, o gasto da União com doenças relacionados ao tabagismo supera em 03(três) vezes a arrecadação com tributos. Além disso, o Brasil perde 7,3% do PIB por ano com consumo excessivo de bebidas alcoólicas. 6) Em casos excepcionais seria importante a internação compulsória. Se o ser perde a condição de se autodeterminar, seria necessário um tratamento urgente, mesmo contra sua vontade, para poder fazer com que possa se restabelecer momentaneamente. 7) Mesmo a maconha pode desencadear inúmeros problemas físicos e/ou psicológicos, inclusive paranóias. Assim, não somente pode ser a porta de entrada para drogas que criem novas sensações físicas, como também pode ser o início de grandes desequilíbrios. 8) Com a busca de uma religiosidade plena e a consequente recuperação vibratória, em conjunto ao trabalho da Espiritualidade, seria possível um início de reequilíbrio, pois apenas 03% (três por cento) das pessoas que buscam o tratamento das ciências físicas conseguem se recuperar. 9) Por fim, considerando a responsabilidade que se assumiu na presente encarnação, seria muito perigoso fazer valer, pela participação pessoal, que as outras pessoas tenham acesso a qualquer tipo de substância entorpecente. Campinas, setembro de 2015. Carlos de Paula Carmen Inês Ferretti de Oliveira Advogado Psicóloga Flávio Feitoza Souto Eduardo Alencar Thomaziello Médico Médico AME-Campinas AME-Campinas Rafael Arroyo Expositor Espírita Fale com o ALAVANCA: [email protected] Dúvidas sobre Espiritismo: doutriná[email protected] Leia e baixe a edição eletrônica do ALAVANCA para PC, Tablet e Smartphones em www.alavanca.net.br - USECampinas: [email protected] Jornal Espírita Alavanca USE-Campinas Livros, Livrarias e Bibliotecas Espíritas O que livrarias e bibliotecas espíritas têm em comum? Livros, claro. Porém nem todo livro que está nas livrarias se encontra nas bibliotecas e vice-versa. E isso tem uma razão muito simples. Livrarias e bibliotecas são ambientes com características próprias e devem ser estruturadas e administradas considerando-se essas peculiaridades. Allan Kardec, em 1869, ao propor um catálogo de obras relacionadas ao espiritismo para se montar uma biblioteca temática, recomendou cerca de duzentos livros de sua época, mas tomou o cuidado de classificá-las em três grupos: as obras fundamentais, as diversas e aquelas realizadas fora do espiritismo, incluindo algumas de contraditores. Kardec sinalizou, assim, a necessidade inicial de se conhecer as obras fundamentais para se compreender a cosmovisão espírita e, adicionalmente, propôs obras que pudessem contribuir para o estudo dos adeptos sobre como determinados assuntos de interesse eram tratados em obras correlatas e populares. Kardec também demonstrou ser relevante a reflexão sobre os argumentos que os contraditores se serviam para atacar a doutrina. Sinteticamente, Kardec indicou que o papel da biblioteca espírita era o de suporte ao estudo metódico do espiritismo. Esse conceito permanece válido nos dias de hoje, destacando-se que modernamente os livros também podem ser disponibilizados em formato eletrônico, favorecendo a consulta e o acesso a muitas obras. E a livraria não teria o mesmo papel de suporte ao estudo? Certamente que ela também tem essa finalidade, agregandose o fato de que, aos olhos de qualquer potencial consumidor, uma livraria espírita oferece livros espíritas! Chega a ser redundante explorar esse ponto, mas lamentavelmente esbarramos em algo muito sério e que vem prejudicando a p ró p r i a p ro p o sta d e d i v u l ga çã o doutrinária em alguns centros espíritas, que é a malfadada suposição de que o leitor deve ler de tudo e cabe a ele a responsabilidade de separar o joio do trigo, ou seja, identificar o que é coerente ou não com a doutrina... Ora, mas se é um l e i to r i n i c i a n te o u s e m m u i to s conhecimentos doutrinários, como ele conseguirá fazer isso? E não adianta perguntar para o vendedor se o livro é bom, interessante etc., pois seria péssimo para a imagem da livraria se o atendente dissesse que esse ou aquele livro não é adequado, apesar de estar ali sendo oferecido ao público. Para o consumidor, se o livro está exposto em uma livraria espírita é porque, logicamente, trata da temática espírita e passou por algum critério de escolha. Em outras palavras, os potenciais usuários, principalmente os iniciantes, confiam nos serviços e nos critérios de seleção da livraria do centro espírita. O apelo comercial, por outro lado, vem fazendo com que muitos gestores de livrarias priorizem a quantidade de títulos vendidos e não a respectiva seleção pela qualidade oferecida. Ninguém duvida que a livraria possa ser uma importante fonte de receitas para a manutenção da instituição espírita. Mas será que se justifica a ausência de critérios doutrinários para a disponibilização de alguma obra ao leitor? Supõe-se que alguém que compre um livro deseja gastar os seus recursos em algo útil e não para, ao final da leitura, lamentar a insensatez da obra. O problema é maior quando o leitor não consegue perceber a incoerência conceitual de que pode estar sendo vítima em suas leituras... Uma comparação pertinente é a seguinte: que mãe, propositadamente, ofereceria alimentos contaminados aos filhos? Pois então, que dirigente espírita, consciente de suas responsabilidades, ofereceria livros com inconsistências doutrinárias ao público de sua livraria? Trata-se de uma relação de confiança e bom senso. Marco Milani* Departamento do Livro e Doutrina – USE/SP Bibliografia Kardec, Allan. Catálogo Racional: Obras Para se Fundar uma Biblioteca Espírita. São Paulo: Madras, 2004. * texto foi publicado originalmente no jornal Correio Fraterno, edição 448 (nov/dez 2012), p.11, sob o título "O leitor iniciante sabe discernir o que é um bom livro?" lançamento de Sidney Fernandes 3 Pavlov, gatos e evolução Em magnífico trabalho denominado Cérebro - Agente ou Gerente do Espírito?, Richard Simonetti faz referência ao reflexo condicionado como parte do processo evolutivo da alma. Dirigindo-se aos contestadores da reencarnação, que a consideram inútil por não nos recordarmos do passado, argumenta que a ausência de lembranças de vidas anteriores não impede nosso aprimoramento na vida atual. Espírito que no passado abusou do sexo - exemplifica - nesta vida terá depressão, frigidez sexual, esterilidade ou doenças relacionadas com seus órgãos de reprodução. Com o sofrimento, o Espírito vai aprender, por reflexo condicionado, que a promiscuidade sexual não é interessante. Vai reexaminar seus procedimentos. Mesmo sem se lembrar dos erros cometidos em outras vidas, o sofredor tem a intuição de que as dores desta vida têm uma causa justa. Ocorre algo semelhante àquele ditado machista: mulher de malandro não sabe por que está apanhando, mas sabe que merece. O papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado) foi estudado pelo fisiólogo russo Ivan Petrovich Pavlov. É clássica a história do cão que, acostumado a ouvir uma sineta antes de suas refeições, salivava toda vez que ouvia o seu som, independentemente de sua ração ser servida ou não. Pavlov descobriu que algumas respostas comportamentais são inatas, enquanto outras podem ser aprendidas, criadas ou removidas, em seres humanos e animais. A expressão gato escaldado tem medo de água fria mostra bem como nosso comportamento muda quando passamos por uma situação traumatizante. A esse respeito há uma curiosa história contada por Simonetti: Um sacristão não gostava de gatos. Mas, não conseguia se livrar deles, porque o padre os considerava criaturas de Deus. Engendrou um plano. Toda vez que ia alimentá-los, usava a expressão: “— Deus seja louvado", acompanhada de chibatadas que os punha a correr. Quando os bichanos estavam bem condicionados, escondeu as chibatas e chamou o padre: "— Senhor padre, precisamos nos livrar desses gatos. Eles têm parte com o diabo." Diante da incredulidade do padre, desta vez sem usar os chicotes, reuniu os gatos e passou a gritar: "— Deus seja louvado." É claro que os gatinhos fugiram espavoridos, convencendo o sacerdote de que eles realmente abominavam o nome de Deus. Reflexo condicionado de Pavlov! A dor oriunda dos desvios morais e espirituais sinaliza a necessidade de mudança de comportamento do indivíduo. Ela nos relembra, a fim de não repetirmos os mesmos erros do passado. A conservação da ordem social também passa pelo mesmo princípio enunciado por Pavlov. Usando o direito que tem de punir, quando surge o delito, o Estado pretende evitar novos crimes através da psicologia do comportamento. Em resumo, seria a conclusão lógica de uma coleção de premissas: 1) fulano foi punido por cometer determinado crime; 2) se eu cometer o mesmo crime, também poderei ser punido; 3) conclusão: o Estado espera que os demais cidadãos não cometam o mesmo crime. E é esse caminho que o ius puniendi (o direito que o Estado tem de p u n i r ) t e m alcançado? Sidney Fernandes Ameaçar com a pena, aplicá-la e executá-la tem alcançado seus objetivos? Recentes estudos e pesquisas realizados por especialistas penais dão conta de que a psicologia de comportamento do candidato ao crime mudou. Partindo das dificuldades do Estado para elucidar crimes, deter o criminoso, aplicar-lhe as penas devidas e executá-las - o que geralmente é abrandado por penas alternativas ou reduções -, o indivíduo estaria fazendo mentalmente um balanço de custo/benefício e estaria chegando a uma triste conclusão social: o crime compensa! A esse respeito, vale a pena lembrar a história de um homem que, chegando a um posto para abastecer seu carro, viu um cão deitado sobre uma tábua, gemendo. — O que tem esse cão? perguntou ao frentista. — Sabe doutor, ele está deitado em cima de um prego, por isso geme... — Ué, porque ele não se levanta dali? Com simplicidade, mas ao mesmo tempo com sabedoria, o frentista respondeu: — É que não está doendo o suficiente... Quando voltamos à espiritualidade, conservamos a lembrança e a percepção da vida corpórea. Sofremos novamente os males padecidos em vida e os infligidos aos outros. Daí, naturalmente, nos preparativos para uma nova encarnação, colocamos nossas barbas de molho, para que essas experiências infelizes não se repitam ou, pelo menos, sejam minimizadas. A nosso pedido, são criados dispositivos preventivos, para não repetirmos os erros anteriores. Assim, surgem deficiências físicas, neuroses, medos e aversões, que nos alertam quando relaxamos ou nos esquecemos dos compromissos assumidos. É o reflexo condicionado de Pavlov funcionando a nosso favor, numa autêntica vivência do ditado cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça. M e s m o co m o a b e n ço a d o esquecimento que alivia o passado de culpas, procuramos, mesmo sem entender o motivo, evitar ou minimizar determinadas atitudes ou ações. O melhor caminho, naturalmente, é o da educação. Mas, da mesma forma que fazemos com crianças – e espiritualmente ainda somos como elas – na metáfora da pipa, a espiritualidade ora aperta, ora solta a corda das nossas ações. Assim, preservase o livre-arbítrio do Espírito encarnado e, ao mesmo, imprime-se uma espécie de liberdade vigiada, para que não se percam seus objetivos evolutivos. Talvez o reflexo condicionado de Pavlov ainda não esteja funcionando na justiça da Terra, porquanto se sujeita às imperfeições humanas. A justiça divina, no entanto, é indefectível. E o despertar evolutivo do Espírito, ainda que tarde por sua inércia, jamais falha. Sidney Fernandes [email protected] Livro: AMOR PURO E Comece pelo Começo VERDADEIRO Conheça o Espiritismo, pélas obras básicas da Codificação de Allan Kardec. Desde 1857, revelando com bom senso. Entidade Federativa, Coordenadora e Representativa do Movimento Espírita Estadual no Conselho FederativoNacional da Federação Espírita Brasileira INFORMAÇÕES - BANCA DO LIVRO ESPÍRITA "CHICO XAVIER" RUA BARÃO DE JAGUARA,1205 - CENTRO - CAMPINAS TEL.: (19) 3237-1608 E-MAIL: [email protected] USE Intermunicipal de Campinas 4 USE-Campinas Jornal Espírita Alavanca Alteridade e amorosidade O que significa a palavra alteridade, que muitos de nós espíritas temos utilizado? Ermance Dufaux (v. indicação de livros no final deste artigo) usa bastante esse termo. Outro dia, lendo uma matéria de Vladimir Safatle, na “Folha de São Paulo”, ele o empregou também. Alter é outro em latim. A definição no Dicionário Aurélio é bem sucinta. Ei-la: “s.f. filos. Qualidade do que é outro”. Bem vaga essa definição. Alteridade! Seu significado reflete a nova mentalidade que irá vigorar no mundo de regeneração, pois remete à aceitação das diferenças, e vai além disso: o aprender com os diferentes, o amar e acolher o outro, aceitando e respeitando as suas diferenças. D o i s g ra n d e s m a l e s q u e observamos no mundo atualmente são o preconceito e a indiferença. Já notaram quanto preconceito existe nas palavras que as pessoas empregam nas redes sociais?! Observo muito também o que as pessoas conversam nas ruas, outrossim no meu balcão, no meu serviço. Eu atendo o público na Justiça do Trabalho. Quanta gente não perde a oportunidade de ser mais gentil, generosa! Custa tão pouco! Às vezes discute-se por migalhas, noto uma mesquinhez tão grande! Muitos chegam até mim com uma agressividade, uma explosão de raiva, já rotulando, até esquecem que eu sou um mero atendente, não trabalho nos processos. Mas, a vontade de descarregar é tão grande no primeiro que veem à frente... Sorrio, procuro responder com calma. Noto que quando ajo assim, a pessoa acaba se acalmando, procura se controlar. Sei que o atendimento ao público é um teste de paciência. Aprendo muito com este meu serviço. Mas, falemos mais um pouco da alteridade. A pessoa que a vivencia, isto é, que aceita as diferenças, passa a ser mais fraterna em todos os sentidos, deixa de criticar, criticar por criticar, só pelo simples prazer de agir assim, agredir, excluir, desprezar, e também julgar. Julgar! Noto essa atitude em certos jornalistas, eles condenam com uma facilidade! Não imaginam o mal que fazem. Manchetes, em certos jornais (revistas também), nas quais são levantadas apenas suspeitas já aparecem em letras garrafais, na página de rosto. Certos jornais, os meios de comunicação de modo geral, acabam prestando um desserviço, caçam, demonizam pessoas e partidos políticos com uma facilidade incrível! Certos jornalistas se acham os donos da verdade, por fim, acabam instigando os leitores contra tudo e contra todos. Observem que a ausência de crítica, a não-agressão, o não-julgamento acaba nos deixando em paz conosco mesmos, também com a humanidade, enfim, com a vida. Mas, alguém poderia dizer – agindo assim, sem fazer crítica nenhuma, a pessoa poderá ficar alienada. Não! Muito pelo contrário, há uma diferença muito grande entre criticar de forma construtiva e criticar por criticar, também marginalizar, excluir, desprezar, julgar, enviar vibrações negativas. Não leva a lugar algum esse criticar pelo simples prazer de agir assim. Podemos fazer sim críticas construtivas, usando de generosidade, medindo as palavras, respeitando, sem agressividade. Não quero dizer, de forma alguma, com este meu discurso, que eu seja um santo, às vezes me pego também julgando, rotulando os outros, mas estou procurando me corrigir. A verdade é que não escrevo só para os outros, mas para mim mesmo. Já notaram como o ser humano tem o péssimo hábito de rotular? Desde criancinhas, acabamos copiando nossos pais, nossos amiguinhos, a sociedade. Reproduzimos muito a fala dos outros sem reflexão alguma. Colocamos rótulos, geralmente irreais, ilusórios, e acabamos mantendo esses enganos, às vezes, durante toda a vida. Por exemplo, se em algum momento concluímos que “aquele garoto é um preguiçoso, não tem conserto”, acabamos colando esses rótulos e sempre os teremos na conta de menino preguiçoso, a não ser que algum fato novo venha nos provar o contrário. E se não tomamos conhecimento desse fato, então... Agindo assim nos consideramos donos da verdade, só o nosso conceito tem valor, é a palavra final e basta. Então, nos consideramos superiores, sem falhas? Somos assim? Atiremos a primeira pedra. Aliás, sobre o preconceito, li outro dia uma matéria onde dizem que certos neonazistas têm preconceitos contra outros neonazistas também, estrangeiros principalmente. Eles se acham mais neonazistas que os outros. O preconceito, então, vai se estendendo, não é só contra os judeus, mas contra eles mesmos. Mas, por que julgar? A troco de que? Atirar pedras? Crucificar? Isso leva a algum lugar? Somos todos falhos, imaturos, evoluindo, carentes de um crescimento interior. Indiferença e preconceito, nessa altura do campeonato, em pleno século XXI, refletem um retrocesso muito grande! É impossível extinguir esses comportamentos? É uma utopia? Não, claro que não. Amar! Eis algo básico, fundamental. Ermance Dufaux também fala bastante sobre o amor. Ela emprega bastante o termo amorosidade. Alteridade e amorosidade! Então, precisamos amar as outras pessoas apesar das diferenças, respeitando o seu inalienável direito de ser o que é, de ser o que se deseja ser. Carl Rogers foi um psicólogo que explanou bastante sobre essa postura. Nós aprendemos muito com os diferentes. Não aprendemos? Podem estar certos disso. Outro dia, alguém postou no facebook um trecho de um discurso do Dr. Bezerra de Menezes. Não citam a fonte, mas acredito que tenham extraído de algum livro seu, onde ele assevera o seguinte: “A diversidade é uma realidade irremovível da seara e seria utopia e inexperiência tratá-la como joio. Imprescindível propalar a ideia do ecumenismo afetivo entre os seareiros, para que a cultura da alteridade seja disseminada e praticada no respeito incondicional a todos os segmentos”. Notem! Ele também utilizou o termo alteridade. Sendo, pois, a diversidade uma realidade irremovível da seara, como ele pontifica, é importante que todos os segmentos se deem as mãos de modo fraterno, sem ficar se preocupando com detalhes, com diferenças. É mister, em primeiríssimo lugar, desenvolver o amor, isto é o mais importante de tudo. Ermance Dufaux diria mais ou menos o seguinte: é preciso ter uma conduta calcada na amorosidade. Há um jeito pacífico, gentil, respeitoso de se debater ideias, sem agressividade. Não há? Esse jeito precisa ser aprendido, praticado. No tocante ao Espiritismo, observo que ocorrem algumas diversidades, pois há os chamados divaldinos (apaixonados por Divaldo Pereira Franco), os chiquistas (por Chico Xavier)... Respeitemos sempre a opinião dos outros. Por que não respeitar? Então, realmente, amorosidade e alteridade tem que ser fundamentais. Aprendamos com Ermance Dufaux: diferenças não são defeitos. Fabiano Possebon INDICAÇÃO DE LEITURAS: Todos do Espírito Ermance Dufaux, médium Wanderley Oliveira, Editora Dufaux, Belo Horizonte, MG: Jesus, A Inspiração das Relações Luminosas (a mais nova publicação); Diferenças Não São Defeitos – A Riqueza da Diversidade nas Relações Humanas; Lírios de Esperança; Laços de Afeto; Escutando Sentimentos; Prazer de Viver; Reforma Íntima Sem Martírio; Mereça Ser Feliz; Para Sentir Deus; Lições Para o Autoamor; Emoções Que Curam e Receitas Para a Alma. Nota: Neste artigo, aproveitei algumas ideias contidas no livro ATITUDES DE AMOR, de Saara Nousiainen, Edições Caminhos de Harmonia, Fortaleza, CE. Fazer Caridade Pra Que? Desde que entrei no Espiritismo, eu ouço de uma querida amiga mais experiente dizendo: “Ou trabalhamos, ou obedecemos”. Mas o que será que ela quis dizer? Por que, dentro de uma doutrina que respeita tanto o nosso livre arbítrio, teria algo tão impositivo assim? Depois de tanto refletir sobre tal questão e de tanto (o que nunca é o suficiente) sentir os meus pés doerem de ter que correr nos trabalhos voluntários, o sentido dessa sublime frase começou a surgir. Mas, antes de qualquer reflexão, por que não procurar algo parecido nas palavras do Mestre? “Jesus disse: 'Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas.”1 E assim, refletindo sobre o que este pequeno trecho do evangelho e a questão inicial, sendo todos de essência divina, do barro fomos criados e para o barro voltaremos, concluímos que podemos seguir inúmeros e diferentes caminhos para evoluir, mas para seguir a Deus só existe o caminho do amor e da caridade, pois essa é a nossa essência. É exatamente esta ideia que a frase supracitada vem nos trazer. Devemos fazer a Caridade, independente das dificuldades que tivermos, pois todos os caminhos levam a Deus, de forma que nunca alcançaremos o nosso objetivo sem a prática da caridade, pois necessitamos nos identificar como iguais ao nosso próximo e necessitamos uns dos outros para conseguirmos entender o nosso próprio eu, segundo o conceito de alteridade da Antropologia.2 Com este sentido, ao praticar a caridade, nos sentimos bem, não apenas por ser ato bonito, mas porque vai muito além de tudo isso: estamos cumprindo a maior ensinamento de Cristo, nosso maior exemplo de amor. Logo, estamos realizando o ato mais sublime existente no nosso Universo de conhecimento. Deste modo, “ou trabalhamos, ou obedecemos”, de alguma forma se faz verdadeiro, pois em determinado momento devemos aprender a amar, seja pelo amor ou pela dor da resignação, ou pelo trabalho ou pela obediência, tal qual se refere a frase. Assim, vamos nos dar as mãos e seguir juntos nessa jornada, porque a caridade é o único meio e tudo ficará mais fácil se a gente se ajudar. Rene Ferrari Leal Equipe de Doutrina DM/USE - Intermunicipal de Campinas 1 Matheus, 22: 34-40 2 Ciência que estuda a origem e o desenvolvimento da variabilidade humana e dos modos de comportamento sociais através do tempo e do espaço. Jornal Espírita Alavanca USE-Campinas 5 A pesquisa no Movimento Espírita: analogias com a Engenharia e a Medicina Uma questão interessante tem estimulado valiosas discussões no movimento espírita. Se trata da existência de normas e orientações para a prática espírita nas casas espíritas. Isso tem gerado um certo debate porque, de um lado, alguns estudiosos pensam que a prática espírita deveria ser mais ampla, envolver pesquisa e desenvolvimento de novos conhecimentos, e ocorrer de maneira mais similar ao que o Codificador fa z i a a t rav é s d e ex p e r i m e n t o s , observações, testes, evocações, etc. De outro lado, há duas preocupações muito justas: uma com relação a tudo o que é realizado e veiculado em nome do Espiritismo; e outra com relação ao emprego eficiente, seguro e moral da prática espírita. Isso gerou algumas dúvidas em ambos os lados. Alguns dos primeiros alegam que sem desenvolver o lado científico do Espiritismo, o movimento espírita se estagnará, não acompanhará o progresso do conhecimento e se tornará apenas mais uma religião cheia de dogmas de fé e de prática. Alguns companheiros do segundo grupo pensam que a realização de pesquisas espíritas é desnecessário e pode abrir brechas para introdução de práticas incondizentes com o Espiritismo. O que fazer diante desse impasse? Algum desses dois grupos estaria mais com a razão do que o outro? Que postura seria mais adequada ao desenvolvimento do Espiritismo no Brasil e no mundo? Através de uma analogia com a atividade profissional de duas áreas do conhecimento humano, Engenharia e Medicina, pretendemos mostrar que os dois grupos estão corretos nas suas propostas e formas de realizar atividades espíritas, e que ambos contribuem com o progresso do Espiritismo. Para mostrar isso, vamos lembrar os objetivos do Espiritismo e descrever os dois tipos de atividades gerais que ocorrem nas profissões acima mencionadas. Em seguida, vamos mostrar que esses dois tipos de atividades são possíveis de se realizar no movimento espírita, e que ambas concorrem para atingir os objetivos maiores do Espiritismo. Na Revista Espírita de Agosto de 1865, Kardec assim se expressa a respeito do que o Espiritismo ensina1: “O Espiritismo tende para a regeneração da Humanidade; (. . . ) ora, esta regeneração não podendo se operar senão pelo progresso moral, disto resulta que seu objetivo essencial, providencial, é a melhoria de cada um; (. . . ). Para admitir ao banquete da suprema felicidade, Deus não pede o que se sabe nem o que se possui, mas o que se vale e o que se terá feito de bem. É, pois, à sua melhoria individual que todo espírita sincero deve trabalhar antes de tudo. Só aquele que domou seus maus pendores, realmente tem aproveitado do Espiritismo (. . . ).” (Grifos em negrito, meus). Está bem claro nos comentários acima que o propósito maior do Espiritismo é o progresso da Humanidade. Para atingir esse fim, o Espiritismo adota como estratégia esclarecer e orientar as pessoas para que elas próprias consigam obter suas melhorias individuais. Isso é tão importante que está presente num dos mais importantes lemas do Espiritismo: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.” (Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo2). Só aproveita o Espiritismo quem se esforça por sua melhoria, principalmente no aspecto moral. O que isso teria a ver com a Engenharia ou com a Medicina? Podemos classificar em dois tipos gerais as atividades profissionais tanto na área de Engenharia quanto na de Medicina. Chamemo-las de tipos 1 e 2, e as pessoas que trabalham neles de grupos 1 e 2, respectivamente. As atividades do tipo 1 consistem de pesquisar e descobrir inovações com o objetivo de melhorar a eficiência de tudo o que é utilizado pela sociedade. Elas são realizadas em locais como universidades e centros de pesquisa. As atividades do tipo 2 ocorrem na e para a Sociedade, isto é, para a população. Elas envolvem a aplicação direta dos conhecimentos de Engenharia ou Medicina na produção de bens de consumo, remédios, diagnósticos, tratamentos e outras construções e benefícios para a Sociedade. O primeiro tipo de atividade desenvolve inovações que serão usadas pelo segundo tipo de atividade na produção de melhoria e bem estar das pessoas. Os profissionais do grupo 1 são, em geral, menos conhecidos e tem menos visibilidade na Sociedade pois trabalham em ambientes específicos, de pouco acesso ao público, além dos seus resultados e produtos levarem mais tempo para serem obtidos. Por lidarem diretamente com a Sociedade, os profissionais do grupo 2 são mais conhecidos e reconhecidos por ela. Seus resultados e produtos são percebidos rapidamente. Na Engenharia, os que trabalham no grupo 1 empregam métodos de pesquisa teórica e experimental para investigar, por exemplo, novos materiais ou novos processos de produção e tratamento de materiais já conhecidos, para desenvolver novos produtos destinados à construção civil e automobilística, novas tecnologias que permitam maior eficiência com menor consumo, etc. Nesse trabalho, os engenheiros do grupo 1 realizam testes e experimentos com materiais e processos diferentes do que é utilizado pela sociedade, e testam situações e condições bem diferentes do que as pessoas observam no cotidiano. Os engenheiros que trabalham no grupo 2 empregam métodos, materiais e processos já conhecidos da área no desenvolvimento de projetos de construção de bens ou construções que visem beneficiar as pessoas. Nesse trabalho, esses engenheiros usam a informação já catalogada a respeito dos melhores materiais, padrões, dispositivos e processos para obter o produto ou construção desejados. Um engenheiro civil, por exemplo, no grupo 1, pode investigar como utilizar materiais diferentes na composição de matérias primas alternativas, mais baratas, mais leves e menos agressivas ao meio ambiente, para fins de construção civil ou pavimentação. Um engenheiro civil do grupo 2, pode aproveitar esse conhecimento para projetar casas populares, edifícios ou outros tipos de construções para benefício direto da Sociedade. Ambos estão fazendo o bem para a Sociedade, embora os resultados de cada um ocorram em tempos diferentes. Na Medicina, a analogia é a mesma. Os médicos do grupo 1 empregam métodos e protocolos de pesquisa teórica e experimental para investigar questões da área de saúde como os efeitos de novas drogas, novos métodos de diagnóstico e novas formas de tratamento para a cura ou alívio de doenças. Nesse trabalho, esses médicos realizam testes e experimentos em situações incomuns como, por exemplo, usando células in vitro ou animais, comparam com grupos de controle, etc. Mesmo quando aplicam seus métodos de pesquisa em pessoas, eles utilizam substâncias, equipamentos e protocolos diferentes do que é empregado normalmente em clínicas e hospitais na Sociedade. A Medicina possui um código de ética bastante rígido que rege a forma pela qual pesquisas são realizadas com seres humanos e animais. Isso torna o trabalho de pesquisa, em geral, bastate demorado. Novas drogas levam muitos anos até serem aprovadas para uso pela Sociedade. Os médicos que trabalham no grupo 2 empregam métodos, materiais e processos já conhecidos e bem pesquisados pelos médicos do grupo 1, no diagnóstico, tratamento e cura das doenças. Nesse trabalho, os médicos usam a informação catalogada e normatizada a respeito dos melhores materiais, métodos, protocolos e s u b s t â n c i a s p a ra d e t e r m i n a r o tratamento mais adequado para cada tipo de paciente. Eles não podem fazer testes e experimentos para descobrir, por exemplo, se novos produtos podem curar determinada doença. Nenhum paciente que busca cura com um médico que trabalha no grupo 2 deseja ser cobaia de experiências sobre a saúde. Há códigos de ética na pesquisa com seres vivos que regulamentam como a pesquisa deve ser feita com seres humanos e animais de modo a resguardar os direitos das pessoas que participam dos testes e pesquisas realizados pelos médicos do grupo 1. Um exemplo típico de atividade de um ou mais médicos do grupo 1 é investigar o uso de substâncias menos agressivas ao corpo físico para tratar determinados tipos de doenças como, por exemplo, o câncer. Outro exemplo é o desenvolvimento de vacinas ou de tratamento para doenças consideradas incuráveis. O que as atividades dos grupos 1 e 2 tem em comum? Ambas resultam em benefícios para a Sociedade. Ambos usam os paradigmas e fundamentos de sua área do conhecimento para orientar e direcionar suas atividades. Quais as principais diferenças? O tempo que leva para que os resultados de cada atividade estejam disponíveis para a Sociedade. As atividades do grupo 1 demoram bastante porque envolvem uma série longa de testes e verificações. As atividades do grupo 2 não demoram porque são aplicações diretas do conhecimento atual, conhecimento este que foi obtido através de atividades do tipo 1 ocorridas anterioremente. Embora sejam demoradas, as atividades do grupo 1 são necessárias para garantir a qualidade do produto final dessas atividades, bem como inovações mais eficientes ou d e st i n a d a s à s o l u çã o d e n ovo s problemas. As atividades do grupo 2 são i m p o r ta nte s p o rq u e ate n d e m e solucionam, diretamente, as necessidades atuais das pessoas. Percebe-se daí, que ambas as atividades, dos tipos 1 e 2, são importantes para o progresso e manutenção da Humanidade. A tabela abaixo ajuda a resumir as características principais desses dois tipos de atividade: anteriormente. O movimento espírita atual está muito bem estruturado em torno de atividades que são similares às do tipo 2 descrito acima. Isto é, o movimento espírita utiliza e aplica diretamente os conhecimentos da ciência espírita, desenvolvidos e pesquisados por Kardec, para orientar as suas atividades. Em todas as atividades assistenciais e doutrinárias, incluindo as reuniões mediúnicas, os centros espíritas sérios tem mantido a base kardequiana conforme, aliás, recomendou Bezerra de Menezes: “A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a o r g a n i za ç ã o . ( . . . ) ” ( “ U n i f i c a ç ã o ”, mensagem de Bezerra de Menezes recebida por Chico Xavier em 20-04-1963, publicada em Reformador, Dezembro de 1975. Grifos em negrito, meus). Embora numericamente menor, há diversos grupos de trabalho de pesquisa espírita no movimento espírita3. Naturalmente esses grupos de pesquisa pertencem ao grupo de atividades do tipo 1 descrito acima. Assim, da mesma forma como as atividades 1 e 2 em Engenharia e Medicina trazem benefícios para a Sociedade, os grupos espíritas que trabalham dentro dos conceitos de atividades 1 e 2 também agem em benefício do Espiritismo. Mas, isso não significa que seja necessário que toda casa espírita realize pesquisas espíritas pelo receio do Espiritismo se tornar estagnado. Nem o movimento espírita deve considerar preocupante a atividade de pesquisa espírita daqueles que tem capacidade de realizá-la, pois eles também estão concorrendo para o progresso do Espiritismo. A única condição importante para que as atividades do tipo 1 e 2 tragam benefícios ao Espiritismo é a recomendação de Bezerra de Menezes, isto é, que “a base kardequiana permaneça em tudo e todos”, que os fundamentos espíritas contidos nas obras básicas da codificação estejam presente em ambos os tipos de atividades 1 e 2. Nas casas espíritas, isso ocorre quando as atividades são orientadas pela Doutrina Espírita. No trabalho de pesquisa espírita, isso ocorre na medida em que elas são realizadas sob a orientação do paradigma espírita. Portanto, o movimento espírita não precisa (nem deve) mudar suas atividades em nome do progresso do Espiritismo. Assim como a Engenharia, a Medicina e qualquer outra área do conhecimento realizam suas atividades com fidelidade aos seus respectivos paradigmas, nada mais natural que as atividades espíritas (incluindo as de pesquisa) permaneçam fiéis à orientação kardequiana. Tabela 1: Principais características dos dois tipos de atividade descritos no texto. Tempo Benefício Reconhe- Usam de para cimento paradigma execução Sociedade da área Tipo 1 Longo Sim Tipo 2 Curto Sim Nenhum ou Pouco Sim Sim Sim Vejamos, agora, como isso se aplica ao movimento espírita e como isso pode resolver o impasse mencionado Alexandre Fontes da Fonseca Campinas – SP Referências: KARDEC, Allan. “O Que o Espiritismo Ensina”, Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos (Edicel), 8 (Agosto), p. 219 (1865). 2 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Editora FEB, 112ª Edição, Rio de Janeiro (1996). 3 Veja-se, por exemplo, os trabalhos da Liga de Pesquisadores em Espiritismo (LIHPE), http://www.lihpe.net/ (acessado em 08 de novembro de 2015). 1 USE-Campinas 6 Jornal Espírita Alavanca Sentimento, ideal e arte: a força dos jovens e da 35ª COMECELESP Com cerca de 70 jovens, o DM Intermunicipal Campinas marcou presença na 35ª COMECELESP: Sentimento - A força de um idealista! A COMECELESP (Confraternização das Mocidades Espíritas do Centro-Leste do Estado de São Paulo) ocorre praticamente todos os anos, no feriado da Páscoa, e reuniu cerca de 240 jovens da 2ª assessoria (das 4 que temos no estado de São Paulo), com o intuito de estudar e, sobretudo, vivenciar a doutrina espírita. Ao mesmo tempo ocorrem também os encontros das outras assessorias, a COMELESP (Confraternização das Mocidades Espíritas do Leste do Estado de São Paulo) d a 1 ª a s s e s s o r i a ; a CO M E N ES P (Confraternização das Mocidades Espíritas do Norte do Estado de São Paulo) da 3ª assessoria; e a COMENOESP (Confraternização das Mocidades Espíritas do Noroeste do Estado de São Paulo) da 4ª assessoria. Neste ano de 2016, no período de 24 a 27 de março, todas as assessorias tiveram a oportunidade de estudar o mesmo tema: Sentimento - A força de um idealista. Isto significa que cerca de 1100 jovens estavam conectados em um mesmo ideal ao longo desses 4 dias de muito aprendizado, de muitos abraços e muitos sorrisos. Dentre esses 1100 jovens, estavam presentes 73 do DM Intermunicipal de Campinas, sendo 52 da cidade de Campinas das Mocidades Núcleo Allan Kardec (Mocidade Espirita Alvorada de Cristo, Mocidade Espirita Allan Kardec, Mocidade Amigos Espiritas, Mocidade Espírita Filosófica), Mocidade Fé e Amor, Mocidade Vovô Nestor; 15 de Valinhos da Mocidade Foco de Luz e 6 de Paulínia da Mocidade Nosso Cantinho. Primeiro dia - 24.03 O primeiro dia, como sempre, é marcado por muita alegria, com reencontros selados por muitos abraços, beijos e as mais variadas demonstrações de afeto. A recepção dos confraternistas e dirigentes de Mocidade começou às 18h, sendo seguida pelo jantar e a atividade de sensibilização, que tem por finalidade introduzir o jovem no tema e no ambiente fraterno da COMECELESP. Após esse momento de confraternização, as pessoas foram guiadas para o ginásio, onde foi feita a abertura oficial do evento com os assessores e secretários. Em seguida, tiveram apresentações artísticas e um exercício de integração, encerrando, assim, as atividades do dia. Segundo dia – 25/03 Seguindo a nova proposta da equipe de doutrina da COMECELESP, tivemos uma distribuição de horários mais pensada na convivência e no maior conforto dos participantes, de modo que iniciamos as atividades propriamente ditas às 8h30, após o relaxamento e o café da manhã. Os primeiros momentos de atividade doutrinária foram destinados a compartilharmos nossas impressões sobre a sensibilização do dia anterior e à leitura de trechos de texto de Joanna de Angelis e uma passagem do Evangelho Segundo o Espiritismo, com o recorte voltado para as sensações, emoções e sentimentos. E a sexta-feira transcorreu tranquila e cheia de intervenções artísticas entre as atividades doutrinárias e os intervalos, contando com esquetes, apresentações musicais e atividades de integração com a música tema do encontro “Arte de viver”. No final do dia, fomos agraciados com a apresentação de duas peças de teatro, que além de nos fazerem refletir, nos fizeram realmente mergulhar naquele universo e Participantes COMECELESP 2016 – Rio Claro s e nt i r o q u e s u a s p e rs o n a ge n s vivenciavam, fazendo-nos ter verdadeira experiência de empatia. com a produção das oficinas, fomos para o nosso merecido descanso, já preparandonos para vivenciar o último dia. Terceiro dia – 26/03 Último dia – 27/03 Diferentemente do dia anterior, a atividade doutrinária do sábado foi feita no auditório, com todos os participantes reunidos para ver um talk-show, no qual duas pessoas foram entrevistadas acerca da abordagem jungiana da psicologia. De um lado, tínhamos a explicação de alguns conceitos trazidos por Jung e do outro, a visão espírita de Joana de Angelis sobre os postulados desse estudioso da psiquê humana. Após mais momentos de convívio e vivências artísticas, tivemos um momento de troca de ideias sobre o talkshow e sistematizamos os conceitos ego, self e inconsciente, a partir de mais leituras de Joana de Angelis, em sala. Neste dia ainda tivemos as oficinas, as quais nos fizeram, além de vivenciar a arte de forma mais profunda, nos fizeram produzi-la, em forma de textos literários, fotografias, música, esculturas, desenhos, maquiagens entre outras. Mas o momento mais esperado do dia e, quem sabe da COME (como é chamada carinhosamente), era o jantar temático do baile de máscaras que ocorreu à noite. Entre máscaras, fantasias, um cardápio que contava com pizza e coxinha e as maravilhosas músicas do grupo CantArte, de Campinas, tivemos a apresentação do trecho do baile de máscaras do filme O Fantasma da Ópera, seguido da apresentação de uma esquete com os personagens do filme, a qual, saberíamos mais à frente, fora significativa. Após dançarmos muito, nos divertirmos muito e vermos as apresentações do sarau, que contaram E então chegou o domingo, que amanheceu já com uma intervenção artística feita pelos meninos e dedicada às meninas, através de uma serenata, uma tradição nos nossos encontros. Após todo o ritual matutino, fomos para a última abertura da COMECELESP, na qual teve apresentação do grupo Trabalhadores da Última Hora, de Campinas, e atividade de integração. Fizemos o fechamento nas salas de estudo, conversando sobre a esquete apresentada no baile de máscaras e relacionando com o tema do encontro, compartilhando impressões, sensações e emoções, e fazendo um quadro com tinta, a qual terminou, claramente, em nossos rostos depois. Em um segundo momento, n o s re u n i m o s n o j a rd i m , o n d e encontramos os demais participantes, igualmente pintados, e fizemos um grande círculo, para participarmos de uma atividade artística que envolveu música e natureza. Após essa incrível vivência, reunimo-nos uma vez mais no auditório e sabíamos que já estava chegando ao fim a 35ª edição da COMECELESP. Embalados pelas músicas, agradecimentos e orações, fomos dando vazão aos sentimentos de gratidão, carinho e felicidade que nos acometia naquele momento e que deixávamos transparecer pelas lágrimas, pelos sorrisos e pelos abraços, marca de todo final de encontro de juventude espírita. Já mais calmos e de alma lavada, fomos fazer a última refeição com nossos companheiros de encontro, já sentindo imensas saudades de tudo e todos. E embora o momento seja um pouco triste, é bom saber que no próximo ano tem muito mais e, apesar de não ser COMECELESP, teremos a X COMJESP, que promete muitas experiências incríveis ao reunir jovens de todo o estado de São Paulo. Mas como ainda temos que esperar uns bons meses para o encontro, vamos nos despedindo de todos com um abraço, um beijo e um aperto de mão! Jovens de Campinas e Região na COMECESP 2016 Rio Claro Juliana Nagaoka de Castro Equipe de Doutrina DM/USE - Intermunicipal de Campinas Integrantes do grupo de Doutrina – 2ª Assessoria responsáveis pelos estudos COMECELESP 2016 Rio Claro 1 - Praticamente, pois, de 5 em 5 anos, temos a COMJESP - Confraternização das Mocidades e Juventudes Espíritas do Estado de São Paulo - que, inclusive, terá sua X edição no próximo ano, na cidade de Bauru. Jornal Espírita Alavanca USE-Campinas Os caminhos da saúde “Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.” ESE.Cap. XXV, ítem 6 2000 anos se passaram e será que estamos prontos para viver o Evangelho de Jesus? No âmbito da saúde ao longo de séculos estamos passivamente trilhando caminhos tortuosos, aplicando conhecimento e recursos à serviço do nosso ego. Tomamos caminhos longos com resultados problemáticos para enfim aprendermos com a dor e assim buscarmos através de novas fórmulas e análises o que aprenderíamos olhando para nós mesmos, pelo menos é o que a história nos ensina. No início do século XX, na esteira do desenvolvimento científico renascentista proliferavam as escolas de medicina em toda a europa e novo mundo, notadamente EUA e Canadá, e a força da liberdade ideológica c a ra c t e r í s t i c a d a é p o c a v i n h a desenvolvendo a medicina ortodoxica e também terapêuticas não convencionais como as precursoras da fitoterapia e da homeopatia. Igualmente crescia a industria farmacêutica como forte difusora do método científico vinculada às publicações médicas oficiais de grande abrangência na época. Foi neste contexto de grande influência do método científico aliado a interesses econômicos que Abraham Flexner publicou seu relatório após avaliar o funcionamento de 155 escolas nos EUA e Canadá. Pelos critérios de Flexner apenas 31 destas 155 escolas a p r e s e n t a v a m c o n d i ç õ e s p a ra funcionamento. Das 131 escolas americanas apenas 81 estavam ativas após 12 anos. Das 20 escolas de medicina homeopática existentes apenas 4 permaneceram em funcionamento após 1920. A medicina a s s i m re d ef i n i d a e co m fo rça corporativa unida ao poder econômico influenciou governos e instituições fortalecendo o cientificismo e reducionismo. Se por um lado o Relatório Flexner como ficou conhecido, impulsionou a regulamentação e fundamentação teórico científica da formação profissional médica, por outro, fechou a medicina em critérios herméticamente científicos e o paciente como ser multidimensional foi reduzido a um amontoado de órgãos, reações químicas e sistemas, que as palavras do professor Martins exemplificam muito bem...”Juntem-se os órgãos e tem-se a pessoa...Ou, pior, juntem-se os órgãos e, se não se tem a pessoa, o problema é dela, não da medicina.” O d e s e nvo l v i m e nto d a s instituições hospitalares é outro exemplo que reflete bem a evolução do paradigma médico - científico. Antes do século XVIII o paciente acolhido nos denominados hospices era o pobre que necessitava de assistência ou os que necessitavam exclusão por risco de contágio. A situação ideal na época era o tratamento no domicílio. Com o desenvolvimento da medicina científica as instituições foram se diferenciando, buscando o atendimento a casos agudos começaram a se estabelecer como centros de cura surgindo assim os hospitais, ávidos pela tecnologia e ciência, locais cada vez mais inadequados para os pacientes com morte certa. Outras intituições permaneceriam com a tarefa de acolher aqueles que estavam morrendo e até meados do século XIX estes locais eram basicamente caritativos, com pouca atividade médica e expostos à crescente estigmatização como “casas para os que morrem”. Quase um século após o Relatório Flexner os problemas crescem de forma exponencial. Mesmo os paises desenvolvidos não estão conseguindo manter assistência à saúde adequada. Em novembro de 1996, a equipe do Hasting Center composta por membros de 13 paises chefiada pelo Dr. Daniel Callahan, após 4 anos de estudos envolvendo análises no âmbito da ética, direito, medicina, biologia, política, administração e saúde pública emitiu s e u re l ató r i o f i n a l d o p ro j eto denominado “As Metas da Medicina”. Entre muitas considerações importantes o documento chama a atenção para o fato de algumas das tensões relacionadas à saúde serem ocasionadas pelos êxitos da medicina e não pelos seus fracassos. Estudiosos experts em estratégia culpam a perda do foco no paciente pelo caos econômico. Perdemos o foco no paciente, perdemos o foco no espírito e temos que a ele retornar. Trocamos o ser integral pelo lucro, pelo poder econômico e pelo desenvolvimento tecnológico. O paciente passou a ser apenas um componente da grande engrenagem que mobiliza grandes industrias e cada vez maior variedade de produtos. O problema enfim não foi causado pelo desenvolvimento científico e sim pela nossa incapacidade de reconhecer o grande instrumento em nossas mãos para a busca dos bens celestes. Nós é q u e t ra n s fo r m a m o s t o d o e s t e conhecimento em um paradigma excludente. Mas Deus é bom e as intituições governamentais hoje reconhecem a dimensão espiritual do ser. A tecnologia vem aos poucos se rendendo ao espírito, o qual recupera seu papel central nos objetivos de toda ação no campo físico. O paradigma médico espírita é hoje realidade e contribui para esta retomada do rumo correto pois a visão espírita da saúde é holística, busca no espírito a causa da doença e entende ser necessário tratar em ambos, corpo e espírito suas consequências. Este é o trabalho das AMEs (Associações Médico Espíritas) no Brasil e no mundo, unir definitivamente ciência e espiritismo. Eliane Sampaio Vieira de Castro Médica Cardiologista, Intensivista e Paliativista. Hospital Unimed Jundiaí. Associação Médico Espírita de Campinas. Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo Pagliosa, F.L.,DaRoss, M.A., O Relatório Flexner: Para o Bem e Para o Mal. Rev. Bras. Ed. Med.; 32(4):492-499; 2008. Martins, A.; Multi, Inter e Transdisciplinaridade Sob um Olhar Filosófico. In: Transdisciplinaridade em Oncologia: Caminhos para um atendimento integrado. ABRALE, 1ª ed., São Paulo, SP, HR Gráfica e Editora, 2009. Floriani, C.A., Schramm, F.R.; Casas para os que morrem: a história do desenvolvimento dos hospices modernos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro. V.17, supl.1, jul.2010, p.165-180. Las Metas de La Medicina. The Hastings Center Report. Suplemento Especial, noviembre-deciembre de 1996 7 Por uma sociedade mais justa é ética Nosso país vem atravessando uma crise extremamente grave, envolvendo questões políticas, econômicas e éticas. A ida de milhões de pessoas às ruas de várias cidades brasileiras no dia 13 de março último revelou um descontentamento geral com a forma como a política vem sendo conduzida em nosso país e, em contrapartida, demonstrou que a sociedade espera que os representantes do povo primem pela ética e justiça. Está evidente que os anseios, manifestados pela população, valem para todos os que desejam exercer a política, independente de partido. Também evidente é o caráter pacífico das manifestações e o fato de famílias inteiras, pessoas de todas as idades, crenças e raças estarem presentes.Todos clamando por um país mais honesto e justo. Não tenho a intenção de acirrar os ânimos já muito exaltados, mas fazer um registro sobre os acontecimentos atuais, dos quais não podemos fugir, e propor uma reflexão: de que maneira nós, espíritas, lidamos com tudo isso que está acontecendo à nossa volta? E mais: de que forma podemos contribuir para que mudanças positivas surjam do meio desse turbilhão que estamos vivendo? Alguns acreditam que o Espiritismo é contrário ao envolvimento dos seus adeptos com a política. Na verdade, as instituições espíritas não devem se envolver com política. Já o Espírita, é um ser humano como outro qualquer e a política está inserida em sua vida, nem que seja apenas como eleitor ( co m o s a b e m o s , a l go d e m u i ta responsabilidade). O Espiritismo não cita a política de maneira direta, mas nos ensina que nascemos para progredir e que à medida que evoluímos, nos tornamos mais conscientes e aptos a colaborar de forma mais efetiva e positiva com a sociedade na qual estamos envolvidos. A Doutrina Espírita nos fala, também, da necessidade de justiça e igualdade para que possamos viver de maneira harmoniosa e feliz e nos oferece ferramentas para que possamos colaborar na construção de um mundo onde haja hábitos mais saudáveis e fraternos. Hábitos que deveriam nos acompanhar, inclusive nas discussões políticas. Nos últimos tempos tenho acompanhado, principalmente pelas redes sociais, verdadeiros embates sobre a política nacional. Cada lado achando-se mais correto do que outro, defendendo seu ponto de vista com paixão, e nem sempre com a imparcialidade necessária, especialmente em momentos como os que agora atravessamos. Nesse cenário, até amizades correm risco de serem desfeitas e familiares podem se afastar por conta de opiniões divergentes. Tudo por conta da defesa (ou seria imposição?) de nosso ponto de vista e de nossa dificuldade em respeitar a opinião do próximo. Lutemos, sim, por um país melhor, mais igualitário, mais honesto. É o que precisamos e merecemos. É pela busca de uma sociedade assim que devemos empreender nossos melhores esforços. Mas nesse caminho não esqueçamos de praticar os preceitos doutrinários, bússola segura para uma existência pautada pela ética. Corroborando essa afirmativa, citamos Allan Kardec (em A Gênese, capítulo XVIII, item 25). Um apontamento de 1868, mas extremamente atual: “O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração, por isso, é ele contemporâneo desse movimento”. Martha Rios Guimarães USE-Campinas 8 Jornal Espírita Alavanca Aceitação Perguntavam a Chico como conseguia conservar a tranquilidade ante tantas solicitações de multidões ávidas de consolo e conforto que o procuravam. O médium respondia com uma única palavra: aceitação. Se bem analisarmos, verificaremos que muitas de nossas perturbações e desajustes nascem de reações negativas, ante as situações que se sucedem no cotidiano: – O trânsito lento. – A agressividade do familiar. – A sobrecarga no serviço. – As críticas do companheiro. – O problema inesperado. Em situações mais graves, a não aceitação gera sérios problemas, passíveis de nos desajustarem. – A morte de um ente querido – A doença grave. – O prejuízo financeiro. – A deserção de um amigo. – A traição de um afeto. Chico nos oferece a chave mágica para não nos perturbarmos: aceitar. Eu diria, leitor amigo, que noventa por cento de nossos sofrimentos, tensões e angústias, ante os desafios da existência, desde os simples contratempos às cobranças cármicas, sustentam-se em reações negativas, quando nos irritamos ou nos rebelamos. Toneladas de tranquilizantes e analgésicos são consumidas no Mundo por pessoas inquietas, irritadas, em face de situações que fogem ao seu controle. Crimes, agressões, desentendimentos, afligem multidões atormentadas porque não admitiram algo que lhes aborreceu ou prejudicou. Há o desastroso suicídio, cometido por aqueles que não se dispõem a enfrentar uma situação difícil. A cruz simboliza, tradicionalmente, a carga das atribulações que devemos carregar na jornada humana. No Espiritismo aprendemos que ela representa, acima de tudo, o resgate de nossos débitos do pretérito, quando infringimos as Leis Divinas que nos regem na intimidade da própria consciência. Considerando que jamais Deus colocaria sobre nossos ombros peso insuportável, é óbvio que a transportadora celeste jamais comete equívocos na entrega dos madeiros. Nossa cruz é exatamente aquela que nos foi destinada. Ocorre que sentimentos negativos – revolta, irritação, desespero, funcionam como sobrecarga indevida, p e s o s q u e s u b t ra e m m é r i to s e acrescentam deméritos que complicam a jornada. Ao cultivar a aceitação, livramonos desses indesejáveis adicionais e a cruz nos parecerá bem leve, tolerável. *** Considere, entretanto, leitor amigo, duas nuances importantes no ato de aceitar. A primeira é a aceitação passiva de quem simplesmente se dispõe a carregar sua cruz sem murmúrios e queixas. A segunda é a aceitação ativa de quem faz dela um arado para fertilizar o solo dos corações, com exemplos de dedicação ao Bem, conservando a Circular 001– 11/03/2016 Caros companheiros, referente à contribuições para o livro 70 Anos de Unificação, até 30/06/2016. O 17º Congresso Estadual de Espiritismo – na cidade de Atibaia, em 23, 24 e 25 de junho de 2017 – é um marco importante para o movimento espírita paulista e também para a própria história da USE, já que estaremos completando 70 anos de serviços em prol da Unificação. Diríamos que a efeméride encerra um ciclo, ao tempo que inicia outro, de grandes desafios e mudanças. Por essa razão, a Comissão Organizadora sugeriu a elaboração do livro USE -- 70 Anos de Unificação, que deve ser escrito a muitas mãos, com participação das 24 Regionais. É um livro para resgatar a história do movimento espírita em todo o Estado, ilustrado com imagens, fac-símiles de documentos raros, inaugurações, lançamento de jornal, selo comemorativo, personalidades, enfim, os fatos relevantes para a história do movimento espírita. Cada Regional está contemplada com até sete páginas nessa edição comemorativa, o que corresponde a 23.900 caracteres no corpo 12 e na fonte New Times Roman. Fizemos esta solicitação no CDE e CA de dezembro de 2015 e na própria convocação do CA de 13/3/2016; divulgamos também pelo jornal Dirigente Espírita, que é órgão de divulgação da USE. Estamos reiterando o convite para que todas as regionais, e respectivos órgãos locais, estejam no livro comemorativo dos 70 anos da USE. Para esse trabalho, que é de caráter coletivo (prazo máximo para entrega é 30 de junho próximo), a Regional contará com o apoio e envolvimento total dos órgãos locais sob sua esfera de atuação. Certamente, essas pesquisas vão trazer à luz muitas histórias, fatos e personagens que passarão a fazer parte do USE Memória, mais um dos frutos desse 17º Congresso Estadual. Obras sociais e Campanhas A contribuição espírita na Saúde, Educação e Assistência Social, preenchendo em muitos casos a ausência do estado nessas áreas, é reconhecida pelos próprios governos e foi enaltecida pelo saudoso sociólogo Herbert de Souza. Com efeito, nas décadas de 40 e 50, os hospitais de saúde m e nta l , d e o r i e nta çã o e s p í r i ta , tornaram-se referência no País. E ainda hoje, apesar das mudanças nas políticas públicas, continuam prestando excelentes serviços. O mesmo se pode dizer dos centros educacionais e as numerosas obras assistenciais de socorro à pobreza e de amparo à infância e à velhice, erguidos sob a inspiração espírita. Também constituem fatos de interesse para a História do Movimento Espírita as campanhas encetadas pelos órgãos de unificação em favor da paz, dos valores da família, com a instituição da prática do Evangelho no La, e pela Vida. Como exemplo, podemos citar as Feiras do Livro Espírita, as comemorações de efemérides importantes, como o centenário e sesquicentenário das obras básicas e ainda as palestras públicas. Também merecem destaque os programas de rádio e televisão a serviço da divulgação dos postulados espíritas. Enfim, eis aí o grande desafio, que vai requerer de todos nós, espíritas useanos, muito entusiasmo e também esforço e renúncia, como, aliás, requer a obra de unificação. Como bem asseverou Emmanuel, “trabalhar, além dos limites do próprio dever, será sempre a nossa maior pregação de virtude”. Contamos com vocês! Julia Nezu Oliveira Rubens Toledo Presidente Diretor do Depto. de Comunicação P.S. Conteúdos devem ser encaminhados para o e-mail presidê[email protected] com cópia para [email protected] e [email protected]. Ou ainda na forma de CD/DVD, via Sedex, para Secretaria USE – Rua Gabriel Pizza, 433 – Santana, São Paulo, SP. Richard Simonetti disposição de servir. Na primeira, acertamos nossas contas com o passado. Na segunda, investimos para o futuro. Exatamente como fazia Chico. Aceitava de forma positiva os percalços de sua condição de missionário sem contas do passado, para investir em favor do futuro de todos aqueles que têm a felicidade de conhecer os livros que psicografou e de mirar-se em seus exemplos de dedicação ao Bem. Richard Simonetti [email protected] CULTIVE A PAZ LEIA O JORNAL ALAVANCA TAMBÉM VIA WEB alavanca.net.br