Endarterectomia para Tratamento da Estenose de Carótida
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Endarterectomia para Tratamento da Estenose de Carótida
INF O R M AT I VO S P AR A P A CI E NT E S Informativo do Procedimento Endarterectomia para Tratamento da Estenose de Carótida O que é? As carótidas, uma de cada lado do pescoço, são as principais artérias que levam o sangue para o cérebro. A doença ateromatosa, que é o depósito de gordura na parede dos vasos sanguíneos, pode obstruir progressivamente as carótidas. A obstrução das carótidas é uma das principais causas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVC ou derrame), que é causado pela oclusão duradoura e conseqüente lesão do tecido cerebral por ausência dos nutrientes, e também do ataque isquêmico transitório (AIT), que é resultado de uma obstrução que reverte espontaneamente em 12 a 24 horas. A Endarterectomia para Tratamento de Estenose de Carótida é um procedimento cirúrgico para desobstrução da(s) carótida(s). Como é feito? Mesmo que o paciente possua indicação de tratamento em ambas as carótidas, somente uma será abordada em cada internação (normalmente a carótida mais obstruída é tratada primeiro). Usualmente sob anestesia geral é realizado um corte do lado do pescoço que será abordada a carótida. Em seguida o cirurgião isola a carótida das estruturas que a rodeiam. Em alguns casos há necessidade de um desvio do sangue que passa pela carótida, utilizando-se um dispositivo tubular, e que vai garantir a circulação do cérebro daquele lado e deixará livre a circulação da região da carótida que vai ser desobstruída. Em seguida é aberta a carótida e realizada a retirada da camada mais interna que possui as placas de ateroma. É então, realizado o fechamento da artéria e desfeito o atalho do sangue com retorno à circulação normal. Em alguns pacientes é necessário o uso de um remendo para aumentar a área da carótida que pode ser realizado por parte de uma veia do próprio paciente ou por material sintético. Em seguida, a ferida cirúrgica é fechada por planos e um curativo é realizado que pode conter um dreno que será retirado mais tarde. O paciente é então acordado e encaminhado para repouso e observação. Usualmente, o paciente pode retornar as suas atividades habituais poucos dias após o procedimento. INF O R M AT I VO S P AR A P A CI E NT E S Indicações do procedimento O procedimento está indicado em pacientes com obstrução da(s) carótida(s) que tenham tido algum AVC ou AIT há menos de 6 meses (sintomáticos) ou que sejam assintomáticos. A indicação de cirurgia vai variar dependendo do nível de obstrução das carótidas conforme o método diagnóstico utilizado como na Ultrassonografia Doppler de Carótidas (sintomático >70% e assintomático >70%), Tomografia (sintomático >70% e assintomático >80%) ou a Angiografia Cerebral (sintomático >50% e assintomático >60%). Entretanto, outra característica das obstruções da(s) carótida(s) pode ser decisiva na indicação do tratamento. Mesmo em obstruções menores, o acúmulo de coágulos nas placas irregulares de ateroma pode levar coágulos pela circulação até o cérebro, aonde podem causar o AVC ou o AIT. Assim, o grau de obstrução e as características da placa que obstrui a(s) carótida(s) são dois fatores que pesarão na decisão do tipo de tratamento a ser escolhido. Benefícios da intervenção Sabidamente o risco anual de AVC em paciente com estenose de carótida com tratamento com medicamento isolado é muito mais alto. Há um risco de 4,4% ao ano de desenvolvimento de AVC em pacientes sintomáticos com estenose de carótida de até 69% e que pode chegar aos 13% ao ano em estenose de > 70%. Em pacientes assintomáticos, a obstrução de carotídea > 60% favorece o risco de AVC em 1 até 2% ao ano. A obstrução de carótida é um importante fator de risco para novos episódios e recidiva de AVC, quando não tratada. Riscos e Complicações Alguns sintomas e sinais temporários como rouquidão, tosse, dificuldade de engolir e formigamento na face ou na língua podem ser vistos em pacientes após o tratamento cirúrgico e normalmente desaparecem em até 30 dias após o procedimento. Hematoma e ruptura de carótida são complicações extremamente raras, mas possíveis, com um elevado risco de outras complicações sérias. Risco de desenvolver AVC – o risco de um paciente ser acometido um AVC durante o procedimento varia de 2 a 5%. O AVC é proveniente do desprendimento e migração dos coágulos para a circulação cerebral durante a cirurgia da carótida. Risco de Infarto Agudo do Miocárdio – o paciente com doença de carótida possui maior risco de complicar uma doença coronariana do tipo ateromatosa já existente que é ao redor de 1 a 2% durante o procedimento. A taxa de mortalidade no procedimento varia dependendo das condições clínicas dos pacientes e das características técnicas encontradas, não sendo superior do que 1%. Complicações tardias A complicação tardia mais comum é a reincidia da obstrução que pode ocorrer em até 3% dos pacientes. A aterosclerose é uma doença que quando não tratada possui um padrão progressivo e que tende a refazer a obstrução da carótida. Apesar INF O R M AT I VO S P AR A P A CI E NT E S da cirurgia, o tratamento complementar com medicamentos e a mudança dos hábitos de vida são fundamentais para o sucesso em longo prazo do procedimento. Alternativas ao procedimento Existem três maneiras de tratar as obstruções das carótidas. O tradicional tratamento cirúrgico já discutido neste texto, o tratamento conservador com o uso de medicamentos e o tratamento de dilatação por balão e colocação de stent por via intraarterial (punção de artéria na virilha). O que pode acontecer se não realizar o procedimento O risco do paciente com estenose importante de carótida desenvolver um AVC é muito elevado. O tratamento clínico convencional apresenta pequeno benefício na redução do risco de AVC com o passar dos anos quando comparado com o tratamento cirúrgico tradicional ou os tratamentos endovasculares. Assim, com lesões obstrutivas importantes da(s) carótida(s) o risco de AVC aumenta muito se não houver tratamento. O que esperar na recuperação do procedimento Após o procedimento o paciente é então acordado da anestesia e permanece internado em observação por 1 a 2 dias.É posicionado um curativo com um dreno por 1 a 2 dias. È importante frisar que o paciente iniciará uso de medicamento que visa manter a luz da(s) carótida (s) permeável (eis). Regularmente, o paciente pode retornar as suas atividades habituais dentro de poucos dias após o procedimento. Em visita ao consultório a ferida será reavaliada e os pontos serão retirados. Aproximadamente 30 dias após o procedimento cirúrgico o paciente pode retornar a praticar atividades físicas.
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