PDF - Instituto Cairbar Schutel
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14.000 EXEMPLARES – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL – NOVEMBRO DE 2014 – ANO 2 – Nº 14 Andamos muito atarefados? Foto: http://www.mannaexpressonline.com Foto: http://www.solo-opiniones.com páginas 7 e 11 Em Sorocaba Enfermos terminais. Como agir? página 15 1º Encontro Amigos da Boa Nova Data: 15/11, sábado, das 14h às 20h Convites pelo telefone: (11) 2458-3214. Caravanas: (11) 2457-7000. Marcus de Mario e Divaldo Franco visitam diferentes regiões do interior do estado de São Paulo. Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT FEIRAMOR em Bauru atinge sua 27ª edição com programação de sucesso. Página 9 Novembro de 2014 Editorial Doentes terminais e gratidão A mbas as matérias que integram essa edição, com os temas que usamos na chamada do presente editorial e assinadas, respectivamente, por Richard Simonetti e Rogério Coelho, destacam-se pela clareza e lucidez, como as demais assinadas pelos outros autores. Destacamos ambas pela atualidade e oportunidade dos temas. Mas o TRIBUNA prossegue sua caminhada e apresenta na edição de novembro, reportagens e matérias de máximo interesse. Não deixe de folhear e ler atentamente. Com ótima aceitação e apoio, o jornal consegue manter seus 14.000 exemplares de distribuição gratuita, o que muito agradecemos. O importante é realmente fazê-lo circular, pois os benefícios são imensos para todos, face à grandeza da Doutrina Espírita. No mês dos chamados mortos, os vivos sempre imortais, a matéria de Lucy Ramos aborda a questão e, de nossa parte, homenageamos Eurípedes Barsanulfo, Amália Soler e Amélie e Boudet, cujas riquezas biográficas sugerimos ao leitor pesquisar mais amplamente. r PÁGINA 2 Katie King Livro traz experiências reais de materialização comprovadas com método científico. Cássio Leonardo Carrara [email protected] L ançado em 1976 e reeditado recentemente pela Casa Editora O Clarim, ganhando nova diagramação e capa modernizada, o livro Katie King pode ser considerado um clássico do Espiritismo, mais especificamente quando falamos da ciência espírita e suas investigações no que diz respeito ao entendimento do Espírito e ao processo de comunicação. Organizado por Wallace Leal V. Rodrigues, a obra é uma espécie de “relatório”, onde estão descritos os métodos, as impressões, as observações e as conclusões do cientista William Crookes a respeito das manifestações, por meio de materialização, do Espírito Katie King, que foram por ele estudadas entre os anos de 1871 e 1874. Crookes, renomado físico e químico inglês nascido em 1832, descobriu o elemento químico tálio, em 1861, e identificou a primeira amostra conhecida de hélio, em 1895, entre outras contribuições à ciência. Seu primeiro contato com fenômenos psíquicos se deu em 1869 e, apesar do interesse em comprová-los, evitou qualquer conclusão precipitada: “Prefiro entrar na questão sem nenhuma noção preconcebida, quanto ao que pode ou ao que não pode ser, mas com todos os meus sentidos alertados e prontos para transmitir informações racionais”, afirmou. A médium que participou das sessões foi a jovem Florence Cook, de apenas 15 anos, cujas medidas corporais foram tomadas, com seu consentimento, para evitar quaisquer fraudes. As fotografias obtidas, apesar da tecnologia precária da época, mostravam uma figura cuja aparência diferia completamente de Florence. Esta foi por várias vezes imobilizada de forma a não movimentar-se durante as sessões, mas mesmo assim o Espírito materializado mostrava-se completamente liberto e independente de Florence, conforme explica Gabriel Dellane no início da obra. Tais fatos mostraram que não poderia tratar-se de um desdobramento da médium. Ao final das experiências, Crookes publicou um relatório em que afirmava que as experiências comprovavam genuínos fenômenos materiais. Um retrato real que comprova a imortalidade do Espírito e a veracidade das comunicações e que pelo rigor científico e a precisão das investigações deve ser amplamente estudado e divulgado por todos os espíritas. r PÁGINA 3 Novembro de 2014 Bem sem preconceitos ONG em Marília (SP) reúne pessoas de várias crenças. Redação “A ONG Projeto Semear Marília possui um sonho: proporcionar para todas as crianças carentes condições dignas para crescimento pessoal. Ela não possui vinculação com política ou religião. Não queremos envolvimento político e vemos todas as religiões como parceiras, desde que queiram fazer o bem sem preconceitos. Entre seus membros existem católicos, evangélicos, espíritas, etc. Acreditamos que devemos praticar caridade em alto nível, como se fosse para nossos próprios filhos. Assim, elevamos a dignidade e a autoestima das crianças carentes, criando um cenário favorável para o desenvolvimento de sonhos e perspectivas de vida, o que, naturalmente, afasta as crianças das drogas e criminalidade. A ONG Semear é produto da sociedade, pessoas e empresas, doando um pouco de tempo e dinheiro, com transparência e amor.” No texto em aspas uma síntese do Projeto Semear Marília, que pode ser acessado pelo link www. projetosemearmarilia.org.br, Fundado, com outros amigos, por Breno Costa. Juiz Federal do Trabalho, que lançou há alguns meses o livro Depressão – O que fazer?, que traz dicas de superação do conhecido estado de abatimento de ânimo. Espírita de nascimento, nasceu e reside em Marília, no interior paulista, vinculando-se ao Núcleo Espírita Amor e Paz, da mesma cidade. A compacta entrevista a seguir traz ao leitor uma visão geral da iniciativa. 1 - Quando e como surgiu a ONG? Surgiu em 2010 numa reunião entre amigos. Esse grupo de ami- [email protected] gos sempre fez uma campanha de arrecadação de material escolar novo no início do ano (e continua fazendo). Certo dia, conversamos sobre ampliar isso para reformas de instituições que cuidam de criança, sempre em parceria com a sociedade. Assim, aos poucos, em vários e vários encontros, a ONG foi surgindo. Nós fizemos a logomarca, o slogan, tudo criado ao longo das reuniões. Começamos com cerca de 7 amigos e hoje somos em mais de 50 associados e 20 empresas parceiras. 2 - Qual o principal foco de atuação? Promover a dignidade da criança carente, viabilizando condições para o desenvolvimento digno como ser humano. Trabalhamos, atualmente, em três frentes: a) Ajuda material: procuramos instituições que já cuidam de crianças carentes e promovemos a revitalização de alguns espaços, construindo biblioteca, brinquedoteca e videoteca, doando livros, computadores e móveis. Tudo sempre de ótima qualidade, de preferência novos; b) Atividade própria: aos domingos, no período da manhã, promovendo uma atividade recreativa na favelinha do bairro universitário/ cavalari em Marília. Lemos livros, levamos café da manhã, fazemos brincadeiras; c) Campanhas: ao longo do ano promovemos diver- sas campanhas de arrecadação: material escolar novo, agasalho, brinquedos para dia das crianças e brinquedos para o natal. Fechamos uma parceria com o Núcleo Espírita Amor e Paz para a construção de uma instituição perto da favelinha que atuamos, ofertando para as crianças reforço escolar, merenda, cursos e oficinas. Estamos em fase de estudos do projeto. 3 - De onde os recursos? Conforme explicado, não queremos envolvimento com a política. Assim, todos os recursos advêm da própria sociedade. Acreditamos que se cada pessoa ou empresa doar um valor pequeno, somado, torna-se grande. Nesse sentido, temos empresas que doam valores mensais para a ONG, bem como pessoas e os próprios associados. Além disso, existem doação dos livros vendidos em minhas palestras e, eventualmente, promovemos a venda de pizzas beneficentes. 4 - Há prestação de contas? A ONG Semear trabalha com transparência total. Assim, fi ca disponibilizado no site da ONG, 24 horas por dia, prestação de contas online. Não entra um real e não sai um real das contas da ONG que não esteja acessível para todos. 5 - Porque empresas ajudam? Para cumprir com sua função social. Toda empresa deve procurar ajudar a sociedade em que está inserida, isso chama-se responsabilidade social e, dessa forma, cumpre com a sua função social. No caso da empresa, nada mais legítimo do que divulgar esta ajuda, recebendo de volta o marketing social. Nesse sentido, muitas empresas parceiras podem disponibilizar a logomarca da ONG em seus sites. 6 - Acrescente em algum ponto os contatos para quem deseja ajudar. O contato pode ser feito pelo site: www.projetosemearmarilia. org.br, bem como com qualquer associado, em especial Breno Costa que auxilia na administração eletrônica: brenocosta@ outlook.com. r Novembro de 2014 O Cuidado da Espiritualidade para Conosco Da USE BAURU Departamento doutrinário “ (…) recorda que as mensagens edificantes do Além não se destinam apenas à expressão emocional, mas, acima de tudo, ao teu senso de filho de Deus, para que faças o inventário de tuas próprias realizações e te integres, de fato, na responsabilidade de viver diante do Senhor.” Livro: Os Mensageiros. Francisco Cândido Xavier, ditado por André Luiz, editora FEB. Comentários do Departamento Doutrinário: Não podemos negar que a maioria das mensagens vindas da Espiritualidade para todos nós, são realmente tocantes, gerando emoções elevadas em nossos corações. Ao demonstrarem, pois não apenas mostram ou dizem, a grandeza do Amor Divino por nós, o cuidado intenso e constante e o equilíbrio de todas as ações para com todos, colocam em nossos corações o consolo profundo e um mundo de esperanças, já que normalmente temos em nós a culpa pertinaz e um medo irredutível. Mas... são muito mais do que a expressão da ternura paternal para com seus filhos. São um apelo ao nosso senso de maturidade, um chamado direcionado à consciência profunda para que nos posicionemos com seriedade, assumindo efetivamente os rumos da própria vida. Esse chamamento indica que estamos, coletivamente, no nível evolutivo onde não necessitamos mais sermos conduzidos, como é do dever junto às crianças. Ao invés, já podemos iniciar o aprendizado de autocondução, exercitando as escolhas e o processo de análise do bem e do mal, na construção da nossa identidade eterna. “ É o tempo de assumirmos a nossa posição de herdeiros do Pai, encerrando a fase da sobrevivência e iniciamos o tempo de vivermos realmente, quando acordamos para a Vida Verdadeira, assumindo nossas responsabilidades e vivendo a felicidade tão sonhada. PÁGINA 4 Não nos faltam instruções, diretrizes e informações sobre nós mesmos, sobre a realidade ao nosso redor e sobre o mecanismo de funcionamento da Vida. Ou seja, os meios e as ferramentas para nosso progresso já estão disponíveis. Falta apenas o trabalhador, nós, colocarmos mãos à obra. É o tempo de assumirmos a nossa posição de herdeiros do Pai, encerrando a fase da sobrevivência e iniciamos o tempo de vivermos realmente, quando acordamos para a Vida Verdadeira, assumindo nossas responsabilidades e vivendo a felicidade tão sonhada. É o tempo de percebemos que o Vida Verdadeira não se encontra no plano espiritual, tão carinhosamente apresentado por Kardec e André Luiz, mas dentro de nós, do lado de dentro, no mundo interior de cada ser. Você já deseja assumir sua herança e a responsabilidade de ser feliz? r PÁGINA 5 Novembro de 2014 Dois Córregos, Monte Alto, Araraquara e Matão recebem o educador Marcus Alberto de Mário Palestrante tem trabalho expressivo na área da educação. Redação [email protected] M arcus De Mario é educador, escritor, consultor. Fundador e diretor do Instituto Brasileiro de Educação Moral (IBEM), organização não governamental que desenvolve capacitação de educadores em Educação Moral, Pedagogia da Sensibilidade e Escola do Sentimento, mantendo ainda o Programa Vivendo Sempre em Paz e a revista Reconstruir. O IBEM atende escolas e secretarias de educação de todo o Brasil, e está em campanha par implementar a Escola do Sentimento no Rio de Janeiro. Colabora no Grupo Espírita Seara de Luz e publica o site Orientação Espírita. Programador da Rádio Rio de Janeiro, onde produz e apresenta os programas Destaque na Imprensa Espírita e Mediunidade e Obsessão, além de participar do Debate na Rio. Desenvolve na área empresarial capacitação em Gestão Humanizada e Liderança Espiritualizada. Realiza palestras e seminários por todo o Brasil, tanto espíritas quanto educacionais. É autor dos livros: Além das Aparências, Alma e Corpo, Centro Espírita - Escola de Almas, É Preciso Amar, A Educação Moral e Sua Aplicação, Entendendo a Vida, Escola do Sentimento, Espiritismo e Cultura, O Homem de Bem, Mediunidade e Obsessão, Pedagogia da Sensibilidade, Vida e Felicidade, V isão Espírita da Educação, Prática Educativa para Pais e Educadores (lançamento), entre outros. Para conhecer o trabalho de Marcus De Mario acesse o site www.marcusdemario.com.br. Marcus realiza seminário em Matão e também visita a região (vide box). Para estimular a participação no seminário, realizamos compacta entrevista com o autor e palestrante: 1 - Qual o conteúdo e como será conduzido um seminário sobre Educação e sua prática e ainda aliada à evangelização infantojuvenil? Costumamos fazer o seminário com duas partes distintas. Na primeira apresentamos, com base em O Livro dos Espíritos, a educação na visão espírita, contemplando a grande tese da doutrina, que é a educação moral. Na segunda parte apresentamos a proposta pedagógica Educação do Espírito, que prioriza o desenvolvimento da autonomia do educando, o trabalho de pesquisa por projetos, entre outros aspectos. O seminário transcorre de forma interativa, com a participação espontânea dos evangelizadores. É um desdobramento de parte dos meus livros “Prática Educativa para Pais e Educadores”, “Visão Espírita da Educação” e “Pedagogia da Sensibilidade”. 2 - De que forma o educador Marcus de Mário espera sensibilizar os participantes do seminário? Utilizando um termo moderno, “linkando” a visão espírita da educação com as questões que acompanham a nova geração e se fazem presentes na evangelização infanto-juvenil. Teremos muita reflexão, pois gosto de fazer pensar, assim como atividades que visam sensibilizar e integrar os evangelizadores. Sensibilizar, despertar e conscientizar formam uma tríade muito importante, e que procuro desenvolver no seminário. 3 - Que motivações e expectativas podem atrair de forma intensa os inscritos e interessados? Que bagagem terão consigo depois da participação? Creio que querer ter uma evangelização espírita de qualidade, que atinja o espírito imortal, num novo modelo de ensino -aprendizagem, deva ser o grande motivador dos interessados e que irão se movimentar para estar presentes no evento. Ao término do seminário os participantes terão uma visão mais ampla da abordagem espírita sobre a educação, além de levarem em mãos o Projeto Educação do Espírito, o qual servirá de exemplo para a construção de um novo paradigma evangelizador no Centro Espírita. r Programação com Marcus de Mario 12 de novembro – quarta – 20h – União Espírita de Monte Alto Tema: Evangelho, Um Hino de Amor Eterno Rua Porfírio Pimentel, 589 – centro – em MONTE ALTO (SP) 13 de novembro – quinta – 20h – União Espírita de Dois Córregos Tema: O Homem de bem Av, 4 de Fevereiro, 127 – centro – em DOIS CÓRREGOS (SP) 14 de novembro – sexta – 20h – Centro Espírita Portal da Luz Tema: Mediunidade e Obsessão Av. Luiz Saska, 181 – Jardim Celiamar – em ARARAQUARA (SP) 15 de novembro – sábado – das 14 às 17h30 – Centro Espírita Nosso Lar Tema: A educação espírita e sua prática: vivendo Jesus e Kardec Rua Leonilda Francisco Persiguelli, 392 – Azul Vile – em MATÃO (SP) 15 de novembro – sábado – 20h – Comunidade Espírita Cairbar Schutel Tema: A Família no Terceiro Milênio Av. Saldanha da Gama, 748 – centro – em MATÃO (SP) 16 de novembro – domingo – 09h – Centro Espírita Nosso Lar Tema: A Terapia do Evangelho para Uma Vida Feliz Rua Leonilda Francisco Persiguelli, 392 – Azul Vile – em MATÃO (SP) PÁGINA 6 Novembro de 2014 O segredo infantil “Nunca reparou nas crianças que brincam com companheiros invisíveis?” * Cláudio Bueno [email protected] –A h, estou bem! Olha o que eu ganhei do papai! É um quebra-cabeça. Não sei montar, você sabe? Quer brincar comigo, vovó? O menino esperto balbucia, olhando um ponto fixo, no vazio. Com delicada naturalidade, corresponde aos apelos que só ele ouve. – Não posso falar alto, vovó, mamãe fica nervosa! Psiu... – Filho! Está falando com quem? Pega de surpresa a criança confessa, com espontânea sinceridade: – Com a vovó. Volteando as vistas ligeiras, a mãe examina o cômodo. Apressada, percorre o resto da casa, sem deixar de perceber que o coração acelerou e que a ansiedade a domina. Como das outras vezes, faz a revista angustiosa e inútil e volta ao filho, limitando-se a observá-lo, impotente. Mas, desta vez premedita tomar atitude mais objetiva. Falará com o marido assim que ele chegar. Não é a primeira vez que surpreende o menino falando sozinho, como se conversasse. Isso vinha se repetindo com incômoda frequência. “Toda criança imagina um mundo só seu”, dissera o esposo dias atrás, aparentando despreocupação. O menino, agora calado, parece não se importar com a inspeção materna e continua atento à relação com o invisível. Fecha e encolhe os ombrinhos para dentro e ri marotamente na direção da avó, satisfeito por tê-la cúmplice daquele segredo que a sua mamãe não compreende. – Psiu... *** – Precisamos examinar isso, logo – diz a mulher ao marido, preocupada. – Você viu como ele fala? Imaginação tem limites... Disse que conversa com a avó. Eu não acredito nisso. Quatro anos... Não conheceu a avó, como poderia? Não será o caso de levar a um psicólogo? Você já o surpreendeu também, lembra? Não ficou impressionado?! O jeito como ele se dirige a não sei quem... Disse que a avó ri enquanto brinca com ele. Temo pela saúde do nosso filho... Amanhã cedo procuraremos ajuda! A noite avança e a mãe dá a ordem: – Vamos, filho, para a cama! Junte essas peças no saquinho, amanhã você as retoma. Outras palestras de Divaldo Franco 11 de novembro, terça, 20h, em Presidente Prudente; 12 de novembro, quarta, 20h, em São José do Rio Preto; 14 de novembro, sexta, 20h, em Piracicaba; 15 de novembro, sábado, seminário em Pirassununga – das 13 às 18h na AFA; 16 de novembro, domingo, seminário em Araras, das 9 às 13h. Veja informações completas em nossa edição de outubro/14, na versão digital – acesse: www.tribunadoespiritismo.org. Vamos, vamos... Deixe isso. No dia seguinte, cedo, a mãe é a primeira a levantar-se. Prepara o café, mantendo viva na cabeça a decisão tomada anteriormente. Buscará apoio médico para a esquisitice do menino. Com ligeireza cuida de algumas arrumações, enquanto o filho ainda dorme. Atravessa a sala na penumbra, abre as cortinas e se volta para os brinquedos deixados no sofá. Tem um choque quando olha o pequeno quebra-cabeça montado, misteriosamente pronto, correto... Sente as pernas frouxas. Viu o filho colocar as peças na embalagem, na noite anterior, sem ter ainda decifrado o ajuste das partes... Ou estaria enganada, não viu...? O que significava aquilo? Tinha que ter uma explicação! Olhou ao redor, sentindo calafrios e correu a chamar o marido para confirmar o que ela tinha visto, à noite... O filho juntando as pecinhas no plástico, soltas, embaralhadas, desconexas... Não foi?! r * Cartas de um morto vivo (Letters from a dead living man), Elsa Barker, edição LAKE, 1978. PÁGINA 7 Novembro de 2014 Nos corre-corres do mundo Ângela Moraes “A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro.” (Espírito Joanna de Ângelis – Psicografia Divaldo Franco – Obra SOS – Editora LEAL) Ana Alice deitara-se, como de costume, e abrira uma página de seu O Evangelho Segundo o Espiritismo para uma breve reflexão e boa sintonia antes de dormir. Com uma rotina puxada entre trabalho, família e tarefas domésticas, sentia-se sempre em falta com os estudos e a prática da caridade tão estimulados pela Doutrina, por isso o mínimo poderia fazer era uma pequena leitura – um item de cada vez – antes de dormir. Havia feito o mesmo com O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo estava em sua segunda leitura, antes [email protected] feita em capítulos corridos, agora em aberturas aleatórias. No dia seguinte pela manhã, Ana Alice pulara cedo da cama para preparar o café da família, chamar as crianças e aprontar-se para o trabalho. O filho mais velho, como todas as manhãs, enrolava até o último minuto para levantar-se e acabava atrasando a saída de todos, com a displicência da juventude. Ana percebia que dali a estragar o seu dia havia pouco, mas buscava controlar seu nervosismo. Afinal, os colegas de trabalho não tinham nada a ver com aquilo e Ana intuía, em seu íntimo, que a sua tarefa de resgate da afeição do filho ainda lhe demandaria muito trabalho nesta existência, conforme aprendera em suas leituras sobre a justiça da reencarnação. Chegando algo atrasada em seu trabalho, encontrou em sua mesa um recadinho da colega em sua mesa: a chefe desejava lhe falar. Arrepiou-se, conhecendo-lhe a personalidade áspera e pouco compreensiva quando se tratava do horário de trabalho. No trajeto até a sala da chefe, mentalizou os bons espíritos em pedido de ajuda, lembrando que a espiritualidade responde imediatamente às súplicas daqueles que têm o coração bem intencionado. Automaticamente, lhe ocorreu pensar que há mesmo muitas moradas na casa do Pai e isso refletia exatamente o quão diferentes são as pessoas, cada uma com as bagagens espirituais que adquiriram. Assim, se a chefe lhe fosse ofensiva como de outras vezes, entendia que esse era o mundo de valores dela e não poderia lhe cobrar postura diferente. Mas, para sua surpresa, ao bater à porta a chefe a mandou entrar e, olhando-a algo atravessado, evitou o assunto do atraso perguntando sobre uma tarefa de urgência que havia solicitado. Ana Alice respirou aliviada e apresentou-lhe o trabalho bem executado. Sabia ela que haveria de dar à César o que é de César, portanto, à revelia do mal temperamento da chefe, ela executara o seu trabalho com primor, afinal o salário estava na conta no começo do mês. Ao chegar em casa no final do dia, exausta, teve pouco tempo para esticar as pernas antes de se lançar ao preparo do jantar da família. Se conseguisse um salário melhor, poderia contratar alguém para lhe ajudar, pensava. Sabia, contudo, que toda fase passa e a prova da riqueza talvez lhe fosse ainda mais pesada, considerando o temperamento ambicioso do filho que ela lutava por modificar. O marido chegara em casa bem tarde naquele dia, com certo desdém e más companhias espirituais – novos amigos do bar. Ela não os via, mas percebia o olhar alterado, sarcástico e cruel do marido para com a vida “medíocre e sem diversão” que ela levava. Essa a era parte mais difícil para seu coração delicado e romântico: perdoar os sonhos frustrados, a indiferença e o egoísmo daquele que lhe prometera a felicidade. Achou por caridade calar-se, ignorando-lhe as provocações. Tomou um banho e foi para a cama, não sem antes ler um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo novamente. E fazendo isso, não se furtava ao pensamento de que mais um dia se passou e ela não conseguira estudar o Espiritismo e praticar a caridade como a Doutrina pregava. Os mentores espirituais da família, ao lhe acompanharem o pensamento, entreolhavam-se, sorrindo comovidamente... r Novembro de 2014 PÁGINA 8 Três datas importantes em novembro Nomes que marcaram o Espiritismo no planeta. Redação [email protected] Eurípedes Barsanulfo Dia 1º de novembro assinala a desencarnação, em 1918, de Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento (MG). Foi educador, político, jornalista e médium espírita. Au- 1905 o Grupo Espírita Esperança e Caridade (no mesmo ano em que Schutel fundou em Matão o Centro Espírita Amantes da Pobreza e o jornal o Clarim). Em 1907 fundou o Colégio Allan Kardec. Foi chamado “O Apóstolo do Triângulo Mineiro”. Faleceu aos 38 anos, vítima da gripe espanhola. Amélie Gabrielle Boudet A data de 23 de novembro de 1795 assinala, por sua vez, o nascimento da esposa do Prof. Rivail, que mais tarde assumiria o pseudônimo de Allan Kardec, codificador todidata, adquiriu conhecimentos de Medicina e Direito, além de Astronomia, Filosofia, Matemática, Ciências Naturais e Literatura, mesmo sem ter cursado curso superior. Tornou-se líder em sua cidade por seu trabalho no magistério e na imprensa. Seu primeiro contato com o Espiritismo ocorreu em 1903, pelo livro Depois da Morte, de Léon Denis. Fundo em do Espiritismo. Filha única do tabelião Julien-Louis Boudet e de sua esposa, Julie-Louise Seigneat de Lacombe, era conhecida na intimidade familiar pelo diminutivo Gaby. Foi professora com diploma de primeira classe, tendo se formado na primeira Escola Normal Leiga, de orientação pestalozziana. Foi poetisa, artista plástica e autora de três livros. Casou-se com o prof. Rivail em 9 de fevereiro de 1832 e colaborou permanentemente com os estudos do marido, tornando-se grande incentivadora do trabalho de Codificação e difusão do Espiritismo, mesmo após o falecimento de Rivail. Amalia Domingo Soler Também em novembro, no dia 10, em 1835, nascia Amália Soler. Foi escritora de raro talento, costureira e grande expoente do movimento espírita espanhol, pela sua atuação como divulgadora, podendo ser considerada como uma autora clássica da literatura espírita. No Brasil é muito conhecida pelo seu livro “Memórias do Padre Germano”, ditado pelo seu guia espiritual, Padre Germano. Seus escritos destacam-se pelo estilo poético e leve. É também caracterizada pelas inúmeras dificuldades que suportou com força e coragem. Sua biografia merece ser conhecida, pelo espírito de luta e perseverança em uma época de intensas dificuldades e muito preconceito contra a Doutrina Espírita. É uma referência de dedicação à causa espírita. r PÁGINA 9 Novembro de 2014 27ª FEIRAMOR em Bauru - Data: 8 e 9 de novembro, sábado e domingo; - Horário: das 10 às 22h (sábado) e das 10 às 21 horas (domingo). - Perfil: Tradicional e anual exposição de arte e culinária, com participação das instituições espíritas da USE Bauru, com intuito de confraternização, solidariedade e entretenimento dos bauruenses e visitantes de outras cidades, com espaços para comercialização de artesanatos, alimentação, flores, livros. Também há cabeleireiro, palestras e diversão para as crianças. - Local: CIPS – Consorcio Intermunicipal de Promoção Social de Bauru e Centro Espírita Chico Xavier – rua Inconfidência, quadras 1 e 2, em espaço de descontração e harmonia. - Comodidade: os visitantes poderão realizar com tranquilidade suas refeições no local, além de conferir maravilhosos artigos de artesanatos (trabalho de voluntários), bordados, pintados, em crochê, confecções, bijuterias, pinturas em cerâmicas, em caixas de madeira, quadros, tapetes e enfeites de natal, que poderão ser adquiridos para presentear ou deixar seus lares ainda mais bonitos. - Alimentação: área bem preparada para atender todos os gostos, com cardápio variado e especial, tanto no sábado, quanto no domingo, isso sem contar o espaço infantil. - Cultura: no sábado, às 18h, no salão do Centro Espírita Chico Xavier (anexo ao CIPS), palestra com o tema SETE PASSOS PARA SEGUIR JESUS, O MAIS FASCINANTE PROJETO DE VIDA, com Ana Lúcia Vendramini e participantes do ESDE. No mesmo local, no domingo, às 9h, haverá o Encontro Estadual de Assistência e Promoção Social Espírita - APSE, promovido pela USE Estadual, com o apoio da Intermunicipal e Regional Bauru, para o qual estão sendo convidadas as diretorias das Sociedades Espíritas de todo Estado de São Paulo. - Informação: toda a renda arrecadada no evento é destinada às entidades filantrópicas mantidas pelas Casas Espíritas participantes da FEIRAMOR. Venha confraternizar, saborear delícias culinárias, conviver e ajudar a quem precisa! FEIRAMOR é um gesto do coração. Participe! Informações adicionais: USE BAURU - (14) 3227-0770. r Patrocinadores da 27ª FEIRAMOR TEM TUDO (www.temtudo.com.br); N&A CONDOMÍNIOS; NET DIGIT TELECOM; BLOG ESPIRITISMO E AFINS (http://espiritismo0e0afins.wordpress.com/); MCL CONSULTORIA – CONSTR., ENERGIA E TECNOLOGIA – fones: (14) 3206-7973/3208-7973 (mcl@mclbrasil. com.br); BOA NOVA DISTRIBUIDORA (www.boanova.net); FARMÁCIA CAMÉLIAS (14 3203-2551 – [email protected]); MEIRI CALÇADOS - BAURU (Rua Julio Mesquita Filho, 5-10; fone 14 3223-1353). Novembro de 2014 Os Santos e o Espiritismo Não há qualquer privilégio nas Leis de Deus. Donizete Pinheiro S [email protected] preceitos cristãos ou praticaram fatos por ela considerados milagrosos. É, no entanto, uma avaliação de natureza pessoal, feita pelo próprio homem, e que por isso pode estar enganada no tocante aos reais valores do canonizado. Recordamo-nos de Joana D’Arc, queimada na Inglaterra em 1431, como bruxa e herege, após condenada em processo presidido pelo Bispo de Beauvais, Pierre Cauchon, fazer o certo, vamos conquistando paulatinamente a pureza espiritual, a túnica nupcial a que se refere Jesus como condição para o ingresso do Reino de Deus. Essa é uma conclusão compatível com um Pai justo e bom, que trata todos os filhos com igualdade, com os mesmos direitos e deveres, deixandolhes os méritos da nobre conquista, para que possam valorizá-la. Para nós espíritas, a canonização é apenas o reconhecimento da Igreja Católica quanto à virtuosidade de alguns homens, ou mulheres, que na Terra agiram conforme os mas reconhecida como santa em 1920, pelo Papa Bento XV. Variados fatores interferem na nossa apreciação da conduta do próximo. O amor, por exemplo, costuma fazer com que supervalorizemos a pessoa amada, atribuindo-lhe muitas vezes predicados que não possui, ou pelo menos não na importância que damos. Já a antipatia, a inveja ou o ódio ressaltam todo o lado negativo da criatura detestada, passando esta a ser considerada por nós a pessoa mais abjeta do mundo, quando é possível que Foto: http://blog.timesunion.com/ egundo a Doutrina Espírita, todos os espíritos foram criados iguais, simples e ignorantes, sem exceções. Nossa meta é alcançar a plenitude em sabedoria e amor, ou seja, a angelitude. Para tanto nos são concedidas infinitas oportunidades de aprendizado, que se apresentam na espiritualidade ou nas reencarnações. De experiência em experiência, errando para aprender a seja ela boa e amada por muitas outras pessoas. Por outro lado, normalmente costumamos avaliar as criaturas por fora; mas o homem não é o que aparenta ser e, sim, o que de fato é no seu íntimo, e neste nem sempre conseguimos penetrar. A essência do homem é o seu pensamento, e quantos pensamentos PÁGINA 10 não escondemos de nós mesmos! Atos caridosos de elevada monta acabam desconsiderados por Deus em razão da vaidade oculta, porque a verdadeira caridade é silenciosa e desinteressada. E sacrifícios pessoais em favor do próximo que aqui passam despercebidos, são reconhecidos pelo Pai como manifestações direta do seu amor. Destarte, somente do outro lado, no mundo espiritual, na verdadeira vida, onde somos o que somos, é que se destaca o santo verdadeiro, aquele que compreendeu a Lei do amor e tem agido conforme os seus mandamentos. r PÁGINA 11 Novembro de 2014 Andamos muito atarefados A que nos leva tanta correria diária? Guaraci de Lima Silveira S erá este o mal deste início de século? Sabemos estar muitos presos a incontáveis tarefas que surgem, e que indiscriminadamente assumimos. Quase sempre não vemos o dia passar e, nas grandes cidades, cumprir um roteiro diário é coisa para sábios! Mas, deve ser assim mesmo? Boa pergunta. Bom questionamento. A vida corre rápida demais ou estabelecemos rotinas desnecessárias? Necessitamos nos adequar ao processo da evolução espiritual. A reencarnação é rápida e se compõem de ciclos. Do nascimento à fase madura utilizamos cerca de vinte e cinco anos. Assim, estaremos aptos para o mercado atual e exigente, após cumpridas as etapas de formação escolar. A vida profissional vai iniciar de forma efetiva, provavelmente a partir desta faixa etária. Nos próximos trinta e cinco anos há o envolvimento com o trabalho, produção e realização naquilo que faz. Depois chega-se aos sessenta. Vem a aposentadoria, se é que já não estamos aposentados. Uma encarnação corre célere. E nós, será que Foto: http://www.trabalhando.com [email protected] a estamos aproveitando da forma como nos comprometemos antes de renascermos? Bom pensarmos seriamente na vida espiritual, na sequência dela após o desenlace físico e nos resultados que virão. O mundo nos atrai. Cuidemos para não deixarmos ser traídos por ele. As propostas mundanas ainda estão muito ligadas ao materialismo, egocentrismo, sensualismo, poder e diversões. Muitas delas insanas. Mais um dia de tarefas e Jesus se dispôs a passar pela aldeia de Betânia, hoje identificada como “Lugar de Lázaro”. A casa de Marta foi o local escolhido por Jesus para descansar. Em lá chegando ocorreu o célebre episódio retratado em Lucas, Cap.. 10 – Vv. 38 a 42. Maria, a irmã de Marta e Lázaro, ao ver O Mestre em sua casa, correu e assentou-se a Seus pés, humilde e pronta a ouvir-lhe as lições. Marta, no entanto, corria de lá para cá, como fazemos nós. Deu voz de comando a Jesus: “Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe só com todo o trabalho? Diz-lhe então que me venha ajudar”. Sabiamente Jesus respondeu à “atarefada” Marta: “Marta, Marta, andas preocupada e aflita com tantas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada”. Imaginemos o quadro: Jesus assentado num banco, Maria a seus pés ouvindo-O e Marta, em pé, dando-Lhe ordens. Infelizmente muitos de nós ainda age como Marta tentando corrigir Jesus. Poucos se identificam com a sublime humildade ou com a soberana inteligência de Maria. Emmanuel nos diz sermos heróis da inteligência. Por que não utilizarmos dela para melhor nos adequarmos aos tempos atuais? É-nos necessário aproximarmos do Mestre Maior a fim de captarmos Suas lições. Que o mundo corra e que corramos nós em direção daquilo que é a nossa melhor parte: a evolução consciente, a busca da perfeição, a partir de uma reformulação de sentimentos e pensamentos que nos levem ao entendimento do Evangelho para praticá-lo em nós, por nós e ao nosso derredor. O Espiritismo nos convida, ensina, consola e conduz. E nós, ainda andamos muito atarefados? r PÁGINA 12 Novembro de 2014 Braço forte! No mês da bandeira nacional uma lembrança oportuna. Orson Peter Carrara U [email protected] é de Francisco Manuel da Silva (1795 – 1865). Mas a desatenção é mesmo um problema humano generalizado, onde todos estamos incluídos, nesta ou outras situações. Desatenção com horários e compromissos e pronúncias equivocadas, opiniões sem fundamentos ou conhecimento do assunto, preconceitos e a espontaneidade de nossa gente, até pela diversidade cultural e extensão de um país continental, são ocorrências Isso referindo-nos apenas à pronúncia das palavras. Se adentrarmos à questão da interpretação ou entendimento de palavras e frases, a questão se torna ainda mais grave, porque a dificuldade aumenta. A falta do hábito de leitura, com mais frequência e mesmo atenção às palavras, é a principal causa dessa grande dificuldade de interpretação de textos. Isso, porém, não é nada em comparação com a índole bra- Parece um detalhe insignificante, mas é preciso prestar atenção e respeitar o texto original. Até para educação de nossas crianças e formação da mentalidade cívica nacional, estimulada com a beleza da letra e da própria música, em si. Como se sabe a letra do hino foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) e a música que acabam se tornando normais, aceitas e incorporadas no cotidiano. É comum ouvir-se: “perca total”, quando o correto é “perda total”, especialmente nos casos de sinistros com automóveis. Ou “vou passar daí” quando o correto é “vou passar aí”. E por aí vai, com supressão ou acréscimos de letras ou palavras indevidas ou incorretas. sileira: bondosa por excelência, cativante na alegria, acolhedora e solidária, apesar da exceção dos que ainda não perceberam a grandeza do país em que nascemos, a quem devemos imensa gratidão e participação consciente na vida cotidiana, e ainda insistem na corrupção ou nas manipulações que tantas misérias e tragédias Foto: http://www.wikipedia.org.br ma falta de atenção muito comum durante o canto do Hino Nacional Brasileiro é colocar a expressão que usamos como título da presente abordagem no plural. Muita gente ainda canta no referido trecho: “(...) conseguimos conquistar com braço forte (...)” – que é o correto, diga-se: no singular –, usando o plural e cantando com braços fortes, que não está correto. O correto é no singular mesmo: com braço forte! geram. E não me refiro apenas às tragédias com mortes, mas sim às tragédias morais que infelicitam a vida humana. O fato final, porém, é que o sentimento de amor à Pátria, os princípios de civilidade e patriotismo precisam ser semeados no coração das crianças. E, claro, que igualmente a pronúncia correta das palavras, a explicação do significado de palavras e expressões, pois tudo isso somado vai formando a personalidade, o caráter, a sensibilidade. Vivemos essa época de desamor e de desrespeito à vida porque em algum momento da história desvalorizamos esses pequenos detalhes da educação. E agora estamos com um desafio social imenso, nunca visto. Retomemos, pois, às origens, fazendo o melhor ao nosso alcance, procurando entender a vida e não nos deixando contaminar pelo egoísmo, pelo orgulho ou pela vaidade, responsáveis diretos pelo caos social da atualidade, transmitindo às crianças que iniciam a própria vida a alegria de viver, o respeito à vida, a conduta correta. E agora, com o Natal e Ano Novo – quando a solidariedade fica mais em evidência pela influência do pensamento de Jesus inspirando as ações humanas –, mais que as luzes externas que simbolizam a alegria das confraternizações humanas, iluminando nossas casas, o comércio e as praças e prédios de nossas cidades, que a mesma solidariedade ilumine isso sim nosso interior humano, nosso caráter, nossas ações, em favor de um mundo melhor, para que brilhem efetivamente de dentro para fora, espalhando a esperança, a convivência harmoniosa e autêntica solidariedade mútua, únicos recursos capazes de construir a paz que tanto se busca. É o braço forte da decisão de amar e prosseguir trabalhando com Jesus! r PÁGINA 13 Novembro de 2014 Reflexões em torno da imortalidade Somos todos espíritos imortais. Não há morte Lucy Dias Ramos A inda não amanheceu e um turbilhão de pensamentos assalta minha mente... Emergem lembranças que eu supunha apagadas e na solidão das horas que demoram a passar, fico pensando como somos frágeis diante das dores e dos testemunhos que a vida nos impõe... Mesmo buscando na compreensão e aceitação das leis divinas o suporte indispensável para seguir vivendo, deixamo-nos levar por sentimentos de intensa saudade dos entes queridos que partiram antes de nós... A resignação e a aceitação dos desígnios de Deus não nos impedem de sofrer, entretanto nos ajudam a suportar com mais serenidade as dores da alma. Refletir sempre em torno da imortalidade, da sobrevivência após o decesso físico nos dá segurança e estabilidade emocional para prosseguirmos lutando e defendendo nossos ideais com perspectivas mais seguras em [email protected] torno da utilização de nossos recursos em favor de nosso desenvolvimento moral. Joanna de Ângelis nos fala da excelência do sentimento de amor pela vida que nos leva ao crescimento espiritual, alargando nossos horizontes com a harmonização íntima e facilitando nossa caminhada. Buscar entender cada vez mais o sentido da vida, aprimorar o autoconhecimento e enriquecer nossos dias com atitudes dignas e saudáveis que nos levem a realizar nossos deveres e compromissos assumidos perante a sociedade e nosso grupo familiar. Não esquecer jamais a transitoriedade da vida física evitando o desespero quando formos chamados ao testemunho perante a perda de um ente querido, aceitando os desígnios de Deus com humildade. Todos estes pensamentos e lições que a psicologia espírita nos enseja, povoam minha mente e me faz retomar a direção correta de minha atitude neste amanhecer que agora já se faz mais intenso, diluindo as sombras da noite e suavizando a saudade dos que partiram... Busco na prece o lenitivo para minha alma... “Recorda os amores que desencarnaram com ternura e festa no coração. (...) Ama-os com enternecimento, recordando-os com carinho, certo de que eles te ouvem, te veem, participam de tuas alegrias e dores. Se os amas, não lhes envies mensagens deprimentes, fazendo tudo para que te saibam ditoso, a fim de avançarem e poderem aguardar-te em paz, reatando os liames, momentaneamente, destruídos.” ( Joanna de Ângelis, cap. 19 do livro Viver e amar) Conforta-nos o coração a certeza da imortalidade... Enxugamos nossas lágrimas, sorrimos diante deste novo dia que surge com promessas de luzes e encantamento, agradecendo a Deus a dádiva da vida! r Novembro de 2014 tos de maneira diferente, mas de nada adiantava. Cansado e muito aborrecido por não mais suportar aquela árvore decidiu, portanto realizar um plano. Na posse de um galão de ácido clorídrico, sem que ninguém pudesse dele suspeitar, há certa altura da noite, espalhou consigo – Finalmente, acho que me livrei desta árvore! E as semanas se passaram, quando de repente, relanceando novamente seu olhar sobre a árvore, o dentista é colhido por grande susto. Perplexo e admirado, começou avistar minúsculas e viçosas folhas finalmente, que a sabedoria e a força da natureza pelo inexcedível amor de Deus, são capazes de nos dar grandes lições de vida, nos ensinando sempre retribuir o mal com o bem; segundo o sublime preceito de Jesus Cristo anunciado em Mateus capítulo 5 – versículos de 38 a 42 – “Se alguém vos fere a face direita, apresente também a outra”. Esta é uma história real contada por um amigo, demonstrando o quanto é imperioso recapitularmos as lições inolvidáveis do o corrosivo e tóxico produto sobre as raízes. Ao passar do tempo, percebia intrigado, que a árvore permanecia do mesmo jeito, inalterada, imaginando o que poderia ter dado de errado. Contrariado e insatisfeito, sem se dar por vencido, outra dose de ácido foi administrada. Após alguns dias, observando agora mais atentamente a árvore, visíveis sinais já eram notados; folhas amareladas começavam a cair e galhos a secar. Aliviado exclamou intimamente verdejantes, a despontarem nos galhos aparentemente mortos; e flores, ressurgirem em matizes de belíssimas cores e suave perfume anunciando a primavera. Por fim, numa bela manhã, quando havia esquecido pela segunda vez a porta aberta do consultório, para a sua surpresa notou que o chão, estava agora todo atapetado de lindas e coloridas flores. Arrependido e chateado, passou então a refletir no amoroso gesto e a forma com que a árvore lhe dera como resposta, compreendendo Mestre Querido, considerando que, como espíritos milenares no transcurso de nossas existências múltiplas, muito temos negligenciado e ferido as leis amorosas e santificadoras. Ninguém pede angelitude nos desdobrar da noite para o dia, mas acautelemo-nos na observância de vigiar e iluminar nossos próprios passos, compreendendo que a vida sem se limitar aos nossos caprichos desvairados e egoísticos, só nos pede um pouco mais de amor a natureza e aos nossos semelhantes. r Lições da Natureza Uma bela lição vinda de uma árvore. Marildo Campos Brito A lguns anos atrás, um dentista no inicio de sua carreira profissional, para poder atender os seus primeiros clientes, precisou alugar uma residência e montar o seu próprio consultório. Mas, de frente a sala onde ele atendia, havia uma grande árvore que lhe causava muito trans- “ PÁGINA 14 [email protected] Ninguém pede angelitude nos desdobrar da noite para o dia, mas acautelemo-nos na observância de vigiar e iluminar nossos próprios passos, compreendendo que a vida sem se limitar aos nossos caprichos desvairados e egoísticos, só nos pede um pouco mais de amor a natureza e aos nossos semelhantes. torno com folhas, galhos e insetos que caiam sobre o local. Entretanto, como a situação era bastante desagradável, decidiu então manter a porta fechada. Mas percebendo os dias quentes que fazia e do insuportável calor, não havia como mantê-la daquela maneira apesar de todo incomodo. Certo dia, indo de casa para o trabalho, se lembrou que na véspera havia esquecido a porta do consultório aberta, e lá chegando encontrou o chão todo sujo. Daquele dia em diante, sempre na tentativa de solucionar ou atenuar o problema, cadeiras e móveis eram dispos- PÁGINA 15 Novembro de 2014 Partir com elegância* O desafio diante dos doentes terminais. *Transcrito da revista Reformador, edição de setembro 2014. E Richard Simonetti [email protected] m 17 de abril de 1955, Albert Einstein (1879-1955), o grande físico alemão, foi internado em decorrência da ruptura de um aneurisma da aorta abdominal. Anteriormente, em 1948, já havia sido operado por ameaça de problema semelhante. Fazia-se necessária nova cirurgia, com urgência, complicada e imprevisível, em face de sua idade, mas Einstein recusou-se, dizendo: É de mau gosto f icar prolongando a vida O leitor perguntará se é possível ser elegante diante da grande ceifeira, já que as pessoas costumam agarrar-se com unhas e dentes à vida física, em bases de daqui não saio, daqui ninguém me tira. Terminam por serem literalmente despejadas pela implacável senhora, que não dá a mínima para seus apelos, expulsando-as do corpo, a transformar-se numa casa em ruínas. Lamentável essa inútil resistência, já que tudo o que o paciente Dificuldade para respirar? Intubação. Acúmulo de secreção, ameaçando sufocar o paciente? Traqueostomia. Não consegue comer? Alimentação parenteral. Rins paralisando. Hemodiálise. Coração fibrilando? Eletrochoque. Isso tudo torturando o paciente solitário na UTI, ambiente gelado, fios por todos os lados, tubos gar- artif icialmente. Eu f iz a minha parte, é hora de partir e vou fazê-lo com elegância. Na manhã do dia seguinte desencarnou, aos setenta e seis anos, após uma existência dedicada à ciência, trabalhando sempre, até o último suspiro. Interessante e sugestiva a expressão de Einstein: morrer com elegância. conseguirá será prolongar a própria agonia. Melhor, meu caro leitor, soltarse, partir com elegância. *** Na atualidade, os recursos da Medicina, extremamente sofisticados, podem prolongar a vida de um paciente terminal por dias, semanas e até meses, nas UTI – Unidades de Terapia Intensiva. ganta adentro, dores no corpo pela imobilidade, escaras apontando, sensação de horror em momentos de despertar… Por que tal empenho, por que essa batalha inglória? Resposta simples: É para atender ao decantado respeito humano, que impõe um combate sem tréguas à indesejável senhora, mesmo sabendo que se está investindo numa causa perdida, com ônus emocionais para todos, principalmente para o paciente. Se é terminal, por que submetê -lo a torturas inúteis? A UTI fica bem para pacientes que podem estar correndo risco de morte em virtude de acidentes, enfartos, infecção, ou que precisem desse tipo de assistência após uma cirurgia, mas não são terminais. *** Diante de um paciente idoso, câncer disseminado, prestes a sofrer uma falência múltipla dos órgãos, o médico conversou com a família: – Se o internarmos na UTI poderemos mantê-lo vivo por algum tempo, mas em coma induzido, com toda a parafernália que ali é utilizada. O que faremos? A família, acertadamente, optou por mantê-lo em casa. Dois dias depois faleceu, amparado pelo carinho e a solicitude de seus entes queridos. Veja bem leitor amigo: não se trata de abreviar a vida de um paciente, o que seria crime de eutanásia, mas de não segurar artificialmente alguém que está partindo. Esse procedimento é hoje admitido pela Medicina, caracterizado como ortotanásia, a morte sem dor. Se o paciente é terminal, que lhe proporcionemos o conforto necessário, minorando seus padecimentos com medicação apropriada, mas suspendendo a utilização de recursos que apenas prolongarão seus padecimentos. É algo para pensar, leitor amigo. Se concorda comigo, será interessante conversar com familiares sobre o assunto, a fim de que, quando chegar sua vez de bater as botas, seus entes queridos superem o enganoso respeito humano, que impõe medidas desesperadas que delongam a libertação da alma. Assim você poderá retornar ao mundo espiritual de forma elegante, como Einstein. r Novembro de 2014 REMETENTE: Instituto Cairbar Schutel Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SP PÁGINA 16 Agradecimento a Deus A vida é um poema de beleza, convite perene à gratidão. Rogério Coelho [email protected] “ (...) A vida é um hino de louvor a Deus, um poema de beleza, convite perene à gratidão”. Joanna de Ângelis Segundo os Benfeitores Espirituais a três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir e agradecer... Mas, de maneira bem generalizada raríssimas criaturas põem-se a orar tão somente para louvar e agradecer, vez que – normalmente –, quando lançam aflitivas preces em direção aos Céus outra coisa não fazem senão pedir... Na verdade tantas são as benesses emanadas do Mundo Maior em nossa direção, por vontade de Deus, que se ficássemos agradecendo vinte e quatro horas por dia ainda estaríamos em débito para com a Divindade. Ao contrário do que pode parecer, não estamos exagerando quando afirmamos que deveríamos agradecer a Deus o tempo todo; e podemos efetivamente fazê-lo: a nossa gratidão pode ser demonstrada através do amor que se expande de nosso coração e en- volve a todos à nossa volta. Assim, podemos permanentemente agradecer a Deus por todo o bem que Ele nos envia e nos faz, irradiando ao nosso derredor o mesmo amor que d `Ele recebemos, fortalecendo assim a fraternidade, a união e até mesmo a fé. Foi o próprio Mestre quem afirmou: “Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos é a mim que o fazeis”. Assim, todo gesto de beneficência “ Foi o próprio Mestre quem afirmou: “Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos é a mim que o fazeis”. Assim, todo gesto de beneficência que fizermos em favor dos filhos do calvário é como se fosse um agradecimento a Deus e a Jesus por tudo que recebemos d`Eles. que fizermos em favor dos filhos do calvário é como se fosse um agradecimento a Deus e a Jesus por tudo que recebemos d`Eles. Atentemos nas sábias palavras de Joanna de Ângelis1, quando a nobre mentora se refere à gratidão: “(...) sem que seja necessário se faça um exame de outros órgãos de nosso corpo físico, basta que a criatura examine a extraordinária bomba cardíaca para ter motivos de sobra de agradecimento a Deus, sentindo-O pulsar na própria intimidade. Agradecer esse trabalho majestoso do coração, dia e noite, na alegria e na dor, no trabalho e no repouso, no prazer e na tristeza, mantendo a vida, sem que ao menos, no seu automatismo desperte a atenção, é o mínimo que a todos cumpre realizar com alegria e espontaneidade. Agradece a Deus o coração maravilhosamente desenhado e construído para te auxiliar no processo da evolução, nas etapas reencarnatórias, e olvida as pequenezes a que te prendes, fomentando desequilíbrios evitáveis. Agradece, pois, a Deus, tua vida, teu corpo, teu ser eterno que marcha vertiginosamente para Ele. (...) A vida é um hino de louvor ao Pai Celestial, um poema de beleza, convite perene à gratidão. Por isso, há somente razões para o agradecimento e bem poucas necessidades para solicitações. Seja a tua, a gratidão silenciosa, que opera no bem, porque este é o estímulo constante da tua existência. A fidelidade aos compromissos nobres, aos quais aderiste, espalhando ondas de otimismo e de esperança; a atitude paciente e bondosa ao lado daqueles que se desequilibraram e sentem-se a sós; a prece ungida de amor, em favor dos enfermos, dos inquietos e dos adversários; a perseverança nas ações relevantes quando outros desertaram; o clima mental de fé e de união com tudo e todos, sejam as maneiras de expressares gratidão a Deus e à vida pela honra de estares consciente da tua existência e presença no Universo. A tua gratidão seja o amor que se expande e mimetiza a todos quantos se acerquem de ti, experimentando a dita de viver”. r 1. FRANCO, Divaldo. Filho de Deus. 4.ed. Salvador: LEAL, 1995, fragmentos dos capítulos 29 e 30.