Relatório CDP Supply Chain Brazil 2012
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Relatório CDP Supply Chain Brazil 2012
Redução de Riscos e Criação de Valor Relatório CDP Supply Chain 2012 – 2013 Relatório elaborado para o CDP por: CDP [email protected] + 44 (0) 20 7970 5660 + 55 (11) 2305 6996 1 Membros do CDP Supply Chain Programa CDP Supply Chain O Programa CDP Supply Chain visa compartilhar informações e inovações entre seus membros (organizações que começaram a integrar a estratégia de gestão de carbono em suas cadeias de fornecimento) e as empresas que fornecem bens e serviços a eles à medida que, gradualmente, caminham rumo a uma economia de baixo carbono. Para obter mais informações sobre como afiliar-se ao CDP, contatenos ou visite a seção Members and Signatories em www.cdproject.net ou envie e-mail para [email protected] 2 Membros Líderes Bank of America The Coca-Cola Company Dell Inc. FIBRIA Celulose Goldman Sachs Group Juniper Networks L’Oreal Microsoft Corporation PepsiCo Suzano Papel e Celulose Vale Walmart Membros Corporativos Accenture Acer Inc. Amdocs Ltd. AT&T Inc. Banco Bradesco S/A Braskem S/A British Sky Broadcasting BT Group Cidade de Denver Colgate Palmolive Company Diageo Plc. Domtar Inc. Eaton Corporation Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A Elopak Endesa Eni SpA Ford Motor Company Groupe Steria Imperial Tobacco Group Jaguar Land Rover Ltd Johnson & Johnson Johnson Controls JT International SA KAO Corporation Kimberly – Clark Corporation KPMG – Reino Unido Marfrig Alimentos A MetLife, Inc. National Australia Bank National Grid Nestlé Nokia-Siemens Networks Philips Electronics N.V. Reckitt Benckiser Rexam S.C. Johnson & Son, Inc. SAB Miller Starwood Hotels & Resorts Worldwide, Inc. Unilever Vodafone Group Resumo Executivo Em 2012, o CDP realizou o seu 5º pedido anual de informação para as empresas membros e seus fornecedores. As Empresas respondentes indicaram que, mais do que nunca, estão conscientes a respeito dos riscos consideráveis que as mudanças climáticas representam para suas cadeias globais de fornecimento. Apesar do perceptível hiato de capacidade existente entre os membros do CDP Supply Chain com melhor desempenho e seus fornecedores, uma porcentagem crescente de empresas respondentes está fazendo investimentos para reduzir emissões e, consequentemente, custos. Além disso, as empresas estão cada vez mais conscientes do valor potencial de negócio que pode ser criado por meio de uma cadeia de fornecedores mais sustentável – desde novos produtos, preços especiais, aumento do valor da marca até o melhor entendimento em relação às tendências de consumo. Os fornecedores que reduziram suas emissões (29%) dos economizaram cerca de US$ 13,7 bilhões. Se os demais fornecedores conseguissem obter reduções nessa mesma proporção, isso implicaria que o potencial agregado de economia de todos os 2.363 fornecedores poderia chegar a três vezes esse valor. 3. A s empresas líderes estão investindo e fazendo a diferença Comparado com os números de 2011, nota-se um aumento na proporção de fornecedores que estão obtendo benefícios nas duas áreas: financeira e redução de emissões. Por exemplo, a proporção de fornecedores que compartilha informações sobre reduções de emissões aumentou de 19% em 2011 para 29% em 2012. Para este estudo, o pedido de informação do CDP foi enviado para mais de 6.000 fornecedores em nome de 52 dos 54 membros do Supply Chain. Foram recebidas respostas de 2.415 organizações, incluindo 52 membros. Os resultados são expressivos, já que os membros representam, em conjunto, um poder de compra de quase um trilhão de dólares. (Para saber mais sobre a metodologia de pesquisa, consulte o item anterior: Programa CDP Supply Chain. As principais conclusões do relatório deste ano são: O comprometimento efetivo com os fornecedores é uma característica dos líderes de sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Embora 42% dos fornecedores que receberam apenas um pedido de informação tenham relatado riscos físicos relacionados às mudanças climáticas, o percentual daqueles que receberam três ou mais pedidos está acima de 67%. Tal fato sugere que quanto mais os membros conseguirem aproximarse de cada fornecedor, o seu desempenho a sua conscientização em relação aos riscos das mudanças climáticas irão melhorar de forma acentuada. 1. Os riscos da cadeia de fornecimento derivados da mudança climática estão muito maiores As mudanças climáticas representam um claro risco à continuidade do negócio para a cadeia de fornecimento corporativa global. Neste ano, 70% dos respondentes identificam um risco atual ou futuro relacionado às mudanças climáticas – riscos com potencial para afetar os negócios ou as receitas de forma expressiva. Mais da metade dos riscos identificados da cadeia de fornecimento, devido às secas e aos pontos extremos de precipitação, já estão afetando as operações das empresas respondentes ou estima-se que surtirão efeitos nos próximos cinco anos. A identificação de riscos é um dos principais fatores de estímulo para os investimentos em atividades de redução de emissões. Nesse ponto, os regulamentos parecem não ser o motivador primordial, mas sim as preocupações com a continuidade dos negócios com base em uma crescente consciência dos riscos físicos e das exigências dos clientes. Do total dos respondentes que investem em iniciativas de redução das emissões, 73% dizem perceber que as mudanças climáticas representam algum risco físico para suas operações, enquanto apenas 13% identificam as normas como o único fator de risco. 2. Existência de um hiato persistente no desempenho entre os membros do CDP Supply Chain e seus fornecedores Em relação ao desempenho sustentável da cadeia de fornecimento, os resultados do questionário deste ano confirmam uma diferença persistente entre os membros do CDP Supply Chain e seus fornecedores. Enquanto 92% dos membros do CDP Supply Chain relatam possuir uma meta de redução de emissões, apenas 38% dos fornecedores confirmam ter tal objetivo. 4. A sustentabilidade da cadeia de fornecimento está criando valor adicional no negócio Os argumentos, hoje, em favor da sustentabilidade da cadeia de fornecimento estão mais poderosos. O valor dos negócios manifesta-se das seguintes formas: A percentagem de membros que investem em iniciativas de redução de emissões é de 69 %, enquanto apenas 27% dos fornecedores respondentes investem em tais medidas. Há uma grande diferença nos resultados atingidos e isso talvez não seja uma surpresa: 63% dos membros relatam reduções anuais de emissões, enquanto apenas 29% dos fornecedores indicam tal êxito. Em torno de 73% dos membros relatam ter alcançado redução de custo por meio das atividades de redução de emissões em comparação com apenas 29% dos fornecedores. • Os respondentes deste ano estão materializando o valor de negócio através de várias áreas, tais como a eficiência operacional, redução de emissões, inovação de produtos e de serviços e diferenciação de preço (premium pricing) para produtos de baixo carbono. Outro fator de sucesso é a melhor integração da estratégia de mudança climática à estratégia global de negócios: Dentre as empresas respondentes que integram a estratégia de mudança climática à estratégia de negócios, 41% relataram reduções interanuais de emissões – em comparação com 33% que relataram tais reduções em 2011. • Entre os membros do CDP Supply Chain, 43% relataram reduções de emissões em 2011. Em 2012, esse valor aumentou para 63%. De forma semelhante, 39% dos membros relatam ter obtido economia monetária a partir 3 das atividades de redução de emissões em 2011. Em 2012, o valor aumentou para 73%. • O ganho reputacional através de credenciais de sustentabilidade e o aumento da consciência empresarial a respeito dos comportamentos do consumidor relacionados à sustentabilidade são identificados pelos respondentes como importantes oportunidades para a criação de valor empresarial. Os respondentes identificam a “mudança do comportamento dos consumidores” e a “reputação” como as duas melhores oportunidades relacionadas às mudanças climáticas que podem aumentar o valor intangível do negócio. O percentual de fornecedores que identificaram “a mudança do comportamento do consumidor” como um fator importante de oportunidades para geração de valor intangível derivadas das mudanças climáticas aumentou de 17% para 23%, enquanto o percentual dos que identificaram a “reputação” aumentou de 16% para 19%. 5. Para alcançar uma posição líder em sustentabilidade da cadeia de fornecimento, as empresas devem ter uma sólida capacidade de dados, processos e governança É importante fazer investimentos em cadeias produtivas sustentáveis, mas eles devem ser acompanhados de esforços para melhorar as competências em diversas áreas: a capacidade de gerenciar dados e medir o progresso; de incorporar a sustentabilidade no dia a dia dos processos; e de gerenciar várias partes da organização de forma mais eficaz. 4 A boa medição de desempenho e a tomada de decisão eficaz dependem de dados de alta qualidade. Boas práticas de gestão de dados podem ajudar a reduzir as emissões, melhorar a eficiência operacional e oferecer apoio às oportunidades capazes de gerar receitas. Fóruns de coleta de dados em comum, como o CDP Supply Chain, oferecem ajuda em relação à redução da redundância de dados, reduzindo os custos de sua gestão e melhorando a capacidade de gerenciamento de risco. A partir da perspectiva do processo, as intervenções, tais como o comprometimento do fornecedor, a colaboração interfuncional e as comunicações, estão se tornando cada vez mais importantes. Por fim, as empresas estão descobrindo que elas podem se beneficiar das abordagens tradicionais de governança – combinadas com as atividades de busca de patrocínio entre os principais executivos – e gerenciar a mudança por toda a cadeia de stakeholders atingidos. Ao terem os olhos voltados para o futuro, os respondentes do CDP devem estar cientes da importância de estarem protegidos contra os riscos e de acrescentarem valor a suas empresas. Os riscos decorrentes das mudanças climáticas para as operações de negócios e para a sua continuidade são extremamente reais, por isso os profissionais de compras e/ou responsável pela gestão da cadeia de fornecimento têm um papel importante a desempenhar na mitigação desses riscos. Ao mesmo tempo, a sustentabilidade da cadeia de fornecedores também fornece uma lupa que possibilita a identificação de oportunidades para inovações geradoras de receita. Índice Resumo Executivo 3 Sobre o Relatório CDP Supply Chain 6 A Perspectiva da Accenture 8 Introdução: O Valor de Negócio da Sustentabilidade da Cadeia de Fornecimento 9 1. Os riscos da cadeia de fornecimento relacionados às mudanças climáticas 9 2. Hiato persistente de desempenho entre membros e fornecedores 12 3. Investimentos das empresas líderes 13 4. Sustentabilidade da Cadeia de Fornecimento – fonte adicional de valor de negócio 16 5. Elementos fundamentais – Dados, Processo e Governança 19 Conclusão 22 5 Sobre o Relatório CDP Supply Chain Um dos objetivos principais do programa CDP Supply Chain é gerar ações relativas às mudanças climáticas entre empresas compradoras e seus fornecedores. O programa fornece uma plataforma para que as empresas e outras organizações compradoras coletem informações críticas de negócios de seus fornecedores relacionados às mudanças climáticas. O programa conta atualmente com 54 membros (incluindo uma cidade dos EUA). A maioria dos membros está localizada na Europa (22), na América do Norte (19) e sete membros estão localizados na América Latina. Em 2012, 2.415 empresas responderam ao pedido de informações, incluindo 52 membros e 2.363 de seus fornecedores, uma taxa de resposta de 39%. Embora essa porcentagem seja um pouco menor do que a do ano passado (44% em 2011), o pedido de informação foi enviado a uma quantidade maior de empresas (mais de 6.000), tal fato gerou entre os membros, um quadro mais abrangente das emissões da cadeia de fornecimento. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, as taxas de resposta na Europa e Ásia ultrapassaram as dos fornecedores na América do Norte e outras regiões. A taxa de resposta de 50% na América Latina é consistente com os resultados do ano passado. O CDP também trabalhou em conjunto com a Accenture para conhecer melhor dos próprios membros do CDP Supply Chain as estratégias de sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Foram entrevistados alguns membros selecionados para a obtenção de percepções qualitativas adicionais. Uma equipe de especialistas do CDP e da Accenture analisaram as respostas da pesquisa e conduziram uma investigação externa de apoio para reunir ideias e estudos de caso para este relatório. Metodologia de Pontuação: Em 2012, todas as respostas do CDP Supply Chain foram pontuadas por um parceiro do CDP, em duas categorias: 1) transparência, por meio de uma pontuação numérica de divulgação; e 2) Performance, iniciativas relacionadas às mudanças climáticas, por meio da pontuação alfabética de desempenho. Em 2010, reconhecendo uma tendência Participação dos Fornecedores no Pedido de Informações do CDP • • • Respondeu ao questionário Não quis participar Sem resposta 2009 715 98 589 nº. de fornecedores Taxa de Resposta 1.402 51% 1.853 54% 4.234 44% 6.215 39% 2010 1.000 59 794 2011 1.864 2.275 95 2012 173 2.415 3.627 Aumento de 30% em relação a 2011 Taxa de Resposta dos Fornecedores por Região • • • I Respondeu ao questionário Não quis participar Sem resposta Taxa de respostas de 2011 Asia 2% 66% Europa 2% 59% 3% 50% 3% América Latina 48% 36% 1.990 38% 121 49% 554 55% 4.676 50% América do Norte 6 624 50% ROW 6 32% 68% 62% 42% Total de convidados 66% 3% 7.965 promissora de maior transparência entre as grandes empresas, o CDP introduziu em seu sistema de pontuação um componente de desempenho para reconhecer as empresas que estão implementando ações relacionas às mudanças climáticas. No ano passado, o sistema de pontuação foi utilizado no programa CDP Supply Chain e todos os fornecedores com uma pontuação de divulgação acima ou igual a 50 (≥50) receberam uma classificação alfabética. As pontuações de divulgação abaixo de 50 não indicam necessariamente um mau desempenho, mas indicam, na verdade, informações insuficientes para avaliar o desempenho. A FirstCarbon Solutions, parceira responsável pelo processo depontuação do CDP Supply Chain realizou as avaliações dos fornecedores que não coincidem ou não foram avaliados pelo programa CDP Investidor em 2012 – a maioria das 2.415 empresas que responderam ao pedido de informação do CDP Supply Chain. Nota Alfabética de Desempenho por Setor • • • A/AB C • • D E N Bens de Luxo 3% 12% 17% 28% 40% C195 Bens de Primeira Necessidade 4% 9% 13% 31% 43% C198 Energia 5% 12% 35% 24% 24% C17 Instituições Financeiras 14% 20% 20% 23% 23% C35 Saúde 7% 34% 11% 17% 31% D35 Indústria de Transformação 2% 13% 23% 26% 36% C261 TI 3% 18% 23% 26% 30% C184 Matérias-Primas 3% 15% 26% 28% 28% C172 Serviços de Telecomunicação 3% 24% 21% 18% 34% D38 Serviços de Utilidade Pública 4% 30% 37% 7% 22% D27 Nota: Apenas as empresas com notas de divulgação maiores que 50 recebem pontuação de desempenho. Nota Alfabética de Desempenho por Região • • • A/AB C • • Pontuação de Divulgação por Região (Min, Max, 25-75º Percentil e Média) 100 D E N 80 Ásia 30% 2% 16% 30% 22% C123 60 51 Europa 5% 19% 26% 23% 27% D392 40 D62 20 C567 0 55 46 39 47 América Latina 13% 31% 56% América do Norte 1%13% 17% 28% 41% Resto do Mundo – RdM 28% 22% 33% 17% C18 Nota: Apenas as empresas com notas de divulgação maiores que 50 recebem pontuação de desempenho. Ásia Europa 239 655 América América RdM Latina do Norte 215 1.261 45 7 A Perspectiva da Accenture A Accenture teve o privilégio de trabalhar com o CDP na elaboração do relatório CDP Supply Chain. Este é o segundo ano desta importante colaboração. O relatório também se baseia em um volume diversificado de pesquisas realizado pela Accenture sobre a sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Tal perspectiva inclui as conclusões da “Sustainability 24”, uma reunião virtual feita durante um dia inteiro com a participação de empresas, governos e líderes da sociedade civil de mais de 20 países. Além disso, aproveitamos nossa série “Lessons from Leaders”, da qual obtivemos os pontos de vista de vários líderes de primeira linha, incluindo CEOs, Diretores de Estratégia (CSO), Diretores de Compras (CPO) e Diretores da Cadeia de Fornecimento (CSCO). Uma vantagem importante do relatório deste ano é a capacidade de aprender com as ideias e estudos de caso das empresas participantes. Foi constatado que, apesar das elevadas intenções dos executivos em melhorar a sustentabilidade em suas cadeias de fornecimento, os desafios sobre como avançar de forma prática e com uma relação eficaz de custos permanecem as mesmas. Por exemplo, um estudo de 2010 da Accenture/Pacto Global da ONU1 revelou que 88% dos CEOs acreditam que eles deveriam estar integrando a sustentabilidade de sua cadeia de fornecimento, mas apenas 54% acreditam que isso foi efetuado dentro de suas empresas. Claramente, o desempenho real não acompanha as expectativas. Elevando a curva de maturidade De acordo com a pesquisa e com as informações provenientes das entrevistas com executivos de primeira linha, constata-se que o nível das empresas tem se elevado na curva de maturidade de sustentabilidade da cadeia de fornecimento (ver figura). Na primeira fase, as empresas se concentram em melhorar a transparência, trabalhando na evolução de indicadores de desempenho e com a criação de sistemas básicos de informação para obterem as vantagens da sustentabilidade. As empresas muitas vezes começam 3. N ovas plataformas e modelos de negócios $$$$$ 2. Design de Produtos ou serviços sustentáveis 1. Da conformidade até a melhor eficiência operacional $ $$$ pela criação de seus próprios sistemas de coletas de dados, mas conforme aumenta o número de stakeholders que precisam de informações semelhantes, então se espera que elas adotem plataformas e normas de reporte universalmente aceitas. Apesar de toda a dinâmica da sustentabilidade, a Accenture acredita que a coleta e gestão de dados ainda é uma peça bastante incompreendida desse quebra-cabeça. Embora os dados estejam sendo coletados através de scorecards, questionários, auditorias, etc., ainda é necessário estabelecer as melhores práticas para análise de dados e utilização dos resultados para o desenvolvimento das práticas e processos. Normalmente, tais dados acabam se tornando simples relatórios de números, não de informação e conhecimento que possam realmente ser usados para uma melhor tomada de decisão. Na fase seguinte da curva de maturidade, as empresas desenvolvem a capacidade de integrar a sustentabilidade em suas operações, incluindo o desenvolvimento de produtos e serviços. A incorporação da sustentabilidade no início do ciclo de inovação e o estabelecimento da capacidade operacional para atender em escala, a demanda do mercado de forma rentável e ao mesmo tempo ser sustentável, podem ajudar as empresas a adicionar valores importantes. Por exemplo, a Accenture estima que os varejistas podem obter de 3% a 5% de reduções nos custos da cadeia de fornecimento com programas de embalagens verdes, bem como a elevação das receitas advindas dos consumidores ambientalmente conscientes. Finalmente, no nível mais maduro do ciclo, as possibilidades de negócios das cadeias de fornecimento sustentáveis levam as empresas a desenvolver novos modelos de negócios para agregar valor e novos mercados. Nesse ponto, uma tendência importante é a transformação dos compradores em investidores de capital de risco. Os compradores que procuram investir e desenvolver as capacidades dos fornecedores podem estar mais suscetíveis a obter benefícios a partir de um melhor desempenho de seus fornecedores. As tecnologias sustentáveis também podem alterar significativamente os modelos de negócios, como, por exemplo, a distribuição digital de música que alterou definitivamente o modelo de negócios da indústria da música; a computação em nuvem vem derrubando as barreiras de custos tecnológicos. Algumas empresas estão adotando até mesmo modelos de negócios que envolvem o trabalho com uma série de parceiros não tradicionais, como ONGs, ou até mesmo concorrentes dentro de seu próprio setor. A comunidade de investimentos também pode ser uma peça importante do papel de uma sustentabilidade mais forte. Conforme os investidores percebem os argumentos econômicos favoráveis à sustentabilidade, os apelos para a tomada de ações tornam-se cada vez mais fortes. A Accenture acredita que uma dupla perspectiva da sustentabilidade da cadeia de valor – o foco em questões sociais e ambientais, por um lado e, por outro, o aumento do valor do negócio – vão tornar-se cada vez mais importantes. 8 1. UN Global Compact-Accenture, “A New Era of Sustainability,” CEO Study 2010, Julho de 2010. Introdução: O Valor de Negócio da Sustentabilidade da Cadeia de Fornecimento Por que a atenção à sustentabilidade da cadeia de fornecimento é importante para os negócios? A cadeia de fornecimento é responsável por 50% a 70% tanto dos gastos totais quanto das emissões de gases estufa da maioria das empresas produtoras.2 As cadeias de fornecimento podem também ser extremamente frágeis. Conforme as cadeias de fornecimento são ampliadas em resposta à globalização, elas se tornam cada vez mais vulneráveis a desastres naturais, conflitos civis e muitos outros riscos comuns. As empresas participantes do atual Programa CDP Supply Chain estão profundamente conscientes dos riscos que as mudanças climáticas podem trazer para suas cadeias de fornecimento globais. Estes riscos significam uma grande oportunidade dos profissionais resposnáveis pela gestão da cadeia de fornecimento para ajudar suas organizações a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e reduzir custos. O Relatório CDP Supply Chain deste ano incide sobre cinco ideias principais. 2. “Managing Supply Chain Greenhouse Gas Emissions,” United States Environmental Protection Agency, Dezembro de 2010. 1. Os riscos da Supply Chain derivados das mudanças climáticas estão muito maiores Neste ano, 70% dos respondentes identificam um risco atual ou futuro relacionado às mudanças climáticas - risco com potencial para afetar de forma expressiva os negócios ou as receitas de sua organização. Os resultados mostram claramente que os membros e fornecedores notam a vulnerabilidade da cadeia de fornecimento devido aos riscos físicos, tais como extremos de precipitação, furacões, inundações e escassez de água. Na verdade, mais de metade dos casos identificados pelos respondentes indicam que algum nível de impacto será sentido nos próximos cinco anos (ver Figura 1). Muitas empresas líderes estão tomando medidas inovadoras para enfrentar os riscos das mudanças climáticas sob o ponto de vista da sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Os respondestes do questionário percebem que as precipitações e os extremos de temperaturas, secas, eventos climáticos (furacões, tufões) e o aumento do nível do mar são responsáveis por grandes custos. Outras preocupações incluem a potencial redução ou interrupção da capacidade de produção, a redução da demanda por bens e serviços e até mesmo a incapacidade de fazer negócios (ver Figura 2). 1 As empresas já estão percebendo o impacto das secas e das chuvas extremas em seus negócios 2 • • • • • Atual 1-5 anos 6-10 anos > 10 anos Desconhecido 44% Redução/interrupção da capacidade produtiva 31% Aumento dos custos operacionais 11% Impossibilidade dos negócios 6% Redução da demanda de bens e serviços 4% Aumento dos custos de capital 3%Outros 1% Ampliação das diferenças sociais Linha do tempo do impacto a partir das mudanças relativas às secas e precipitações extremas 32% 19% 11% 9% 29% Nota: As empresas respondentes identificam em suas cadeias de fornecimento 463 casos de impactos potenciais derivados das mudanças relativas às secas e precipitações. A distribuição temporal esperada é mostrada acima. Impactos potenciais da mudança relativa às precipitações extremas e secas nas operações comerciais 44+31+116431t Nota: As empresas identificaram vários impactos ligados aos riscos e os dados são uma coleção de todos os casos identificados pelas empresas respondentes. Dos 459 casos identificados; 75% indicam redução/interrupção da capacidade de produção ou aumento dos custos operacionais como impactos dos extremos de precipitação/secas. 9 Várias empresas que responderam ao questionário deste ano detalham alguns dos potenciais efeitos dos extremos de precipitação sobre suas operações. Na empresa de produtos de beleza L’Oreal3, a chuva extrema e o tempo seco extremo podem afetar negativamente as operações e a cadeia de fornecimento da empresa. Por exemplo, a inundação de todas as instalações de empresas ribeirinhas provavelmente levaria à suspensão das operações, o que reduziria a produção dessa unidade de negócio. Além disso, a empresa também enfrenta riscos de interrupção da cadeia de fornecimento, conforme aconteceu na Tailândia após as cheias de 2011. Uma preocupação relacionada ao meio ambiente tem a ver com os riscos da água que, por sua vez, podem colocar toda a cadeia em risco. Mais da metade dos membros entrevistados classificam os riscos da cadeia de fornecimento relacionados à água como elevados ou médios. No entanto, apenas um quarto dessas empresas comprometeu-se com o trabalho de identificação de riscos no nível de detalhamento necessário para mitigar potenciais interrupções de fornecimento da cadeia (veja o quadro, Johnson & Johnson). A conscientização dos fornecedores é uma preocupação ainda maior, pois 19% dos respondentes indicam que seus fornecedores não estão cientes dos riscos que afetam as operações com água; outros 38% dizem que seus fornecedores estão cientes, mas não estão ativamente comprometidos em enfrentar o desafio (ver Figura 3). Os custos dos riscos da cadeia de fornecimento estão presentes todos os dias, mas poucas discussões sobre a gestão de risco da cadeia de fornecimento lidam com a redução desses custos atuais de uma maneira sistemática e quantitativa. Melhores habilidades de análise serão importantes para que sejam identificados os custos e riscos da cadeia de suprimentos. 3. Do pedido de Informações do CDP de 2012. 3 Estratégias específicas de diminuição dos riscos relacionados à água ainda não estão implementados • • • Baixo Médio Alto Como o risco é categorizado? Interrupção da cadeia de fornecimento 24% 21% 55% Normas 29% 29% 42% Energia 57% 3% 40% Água 46% 18% 36% Nota: N=54, 9 membros não responderam à pesquisa do CDP-Accenture. Seus fornecedores estão empenhados na gestão dos riscos relacionados à água? Pesquisa dentre os associados (% que respondeu sim) 25% • • • 10 Sim Não Não aplicável 50% 25% 19% • • • • 38% 6% 37% Fornecedores não estão cientes Fornecedores estão cientes, mas não empenhados Fornecedores estão totalmente empenhados Não aplicável Mitigação dos riscos da água: Johnson & Johnson4 A Johnson & Johnson é especialmente ativa na área de mitigação de riscos relacionados à água, pois a água e os ingredientes naturais são componentes cruciais de seus produtos, especialmente no setor de consumo, o qual atingiu US$ 14,9 bilhões em vendas em 2011. A Johnson & Johnson trabalha ativamente para identificar as regiões que estão expostas a riscos de água atuais e futuros. A empresa analisou seu risco atual e futuro de escassez de água usando ferramentas como o Global Water Tool do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. Depois de identificar as regiões suscetíveis a tais riscos, a Johnson & Johnson passa a agir de forma efetiva para reduzir o risco dessas áreas através da diminuição do consumo de água e pela implementação de programas robustos de gestão de riscos. 2. A existência de um hiato persistente no desempenho entre os membros do CDP Supply Chain e seus fornecedores Em contraste com os 92% dos membros do CDP Supply Chain, apenas 38% dos fornecedores relatam possuir uma meta de redução de emissões. O percentual de fornecedores que investem em iniciativas de redução de emissões se manteve em 27% durante vários anos, enquanto o percentual de membros do CDP Supply Chain que relatam fazer tais investimentos saltou de 39% em 2011 para 69% em 2012. A consciência do amplo conjunto de riscos que afetam as cadeias de fornecimento sustentáveis é outra grande diferença entre os membros do CDP Supply Chain e os fornecedores. Enquanto 79% dos membros conseguem identificar os riscos regulatórios, físicos e outros riscos ligados ao clima, apenas 31% dos fornecedores são capazes de nomear este conjunto completo de riscos. Com relação aos riscos físicos relacionados às mudanças climáticas, 90% dos membros dizem identificá-los em comparação com apenas 45% dos fornecedores. Dadas estas diferenças, não é surpreendente que o desempenho dos membros e fornecedores em termos de reduções de emissões e economia de custos divirja de forma considerável. Por exemplo, 63% dos membros relatam redução de suas emissões anualmente, enquanto apenas 29% dos fornecedores relatam tal avanço. De forma semelhante, 73% dos membros relatam ter obtido economias monetárias das atividades de redução de emissões, enquanto apenas 29% dos fornecedores afirmam ter atingido semelhante economia. Os fornecedores informaram uma economia de US$ 13,7 bilhões, o que implica um potencial agregado de economia de todos os 2.363 fornecedores que poderia atingir três vezes esse valor. O que pode ser feito para melhorar o desempenho do fornecedor? Os membros do CDP Supply Chain continuam a usar o gerenciamento de risco como um parâmetro importante para gerir as recompensas e incentivos dos fornecedores. Conforme relatado pela Imperial Tobacco, “Quando os fornecedores pedem um aumento de preços devido aos custos de energia, nosso primeiro passo é olhar o histórico de seus relatos ao CDP. Exceto em casos excepcionais, exigimos o envio de relatórios sobre energia e gestão de riscos climáticos antes de concedermos aumentos.”5 Outra atitude importante para o sucesso é a melhor colaboração com os fornecedores para desenvolver as suas capacidades. Uma governança mais forte também é importante. Embora os fornecedores estejam amadurecendo ao longo da curva de integração de suas estratégias de mudanças climáticas com as estratégias de negócios, eles ainda parecem não possuir um sistema de supervisão no Conselho de Administração. Assim como nas respostas do questionário do ano passado, mais de 60% dos fornecedores reportam ter uma estratégia integrada de mudanças climáticas, mas apenas 34% reportam possuir supervisão feita pelo Conselho. Por outro lado, 81% dos membros relatam apoio do Conselho para as atividades relacionadas às mudanças climáticas. 4. Do pedido de Informações do CDP de 2012. 5. Do pedido de Informações do CDP de 2012. 11 Comentário do convidado Construção da capacidade de resiliência a eventos extremos em direção ao crescimento verde e inclusivo “Os grandes eventos climáticos já estão afetando os resultados financeiros atuais das empresas. Os custos e disponibilidade dos seguros têm sido afetados drasticamente em muitas partes do mundo. As empresas privadas não podem e não devem esperar por acordos internacionais sobre o clima.” Por Rachel Kyte Vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial Em 2011, o mundo passou pelas maiores perdas relacionadas a desastres já registradas, dando continuidade a uma tendência que reflete um aumento contínuo dos custos econômicos, um total de US$ 3,5 trilhões nos últimos 30 anos. Os eventos climáticos extremos representam mais de 78% dos eventos registrados no mesmo período e são responsáveis por dois terços das perdas (US$ 2,6 trilhões). A experiência recente nos alerta de forma dramática que, nenhum país, rico ou pobre, está imune aos impactos dos desastres consolidados pelas mudanças climáticas. Na Tailândia, as inundações de 2011 resultaram em perdas de cerca de US$ 45 bilhões (ou cerca de 13% do PIB). Os impactos não se limitam às fronteiras. A produção industrial do Japão, que ainda sofre as consequências do tsunami de março de 2011, caiu 2,6% entre outubro e novembro daquele ano, devido a interrupções nas cadeias de fornecimento de componentes eletrônicos e automotivos. 12 Nos Estados Unidos, o calor extremo e a falta de chuvas causaram, no verão de 2012, a pior seca em mais de meio século com grandes impactos sobre as culturas de milho e soja – estes impactos estão escoando para os preços dos alimentos. Em outubro de 2012, o furacão Sandy causou caos em seu caminho ao longo da costa atlântica dos EUA. A extensão total do impacto econômico do Sandy ainda é incerta, mas estima-se algo em torno de US$ 50 bilhões. Os grandes eventos climáticos já estão afetando os resultados financeiros atuais das empresas. Os custos e disponibilidade dos seguros têm sido drasticamente afetados em muitas partes do mundo. As empresas privadas não podem e não devem esperar por acordos internacionais sobre o clima. As empresas, ao reconhecerem as oportunidades e os riscos das mudanças climáticas, devem dar um passo à altura do desafio e aumentar os seus investimentos na área de forma inteligente. Os formuladores de políticas devem intensificar seu trabalho e ajudar a mitigar os profundos riscos das mudanças climáticas. Países e cidades crescem a um ritmo recorde e, assim, aumentam a exposição de suas populações aos desastres. Nesse cenário, há uma única janela de oportunidade, que se fechará rapidamente, para investir em resiliência e alcançar um crescimento verde e inclusivo. Sem uma ação oportuna, o potencial de consequências catastróficas é alto. Se não agirmos agora, teremos neste século um mundo 4°C mais quente com consequências catastróficas. Turn Down the Heat, um relatório recente, encomendado pelo Banco Mundial, oferece uma imagem clara e chocante da situação do planeta em um mundo 4° C mais quente, com os consequentes impactos negativos na agricultura, recursos hídricos, ecossistemas e saúde humana. Ele conclui que todas as regiões do mundo serão afetadas, no entanto aquelas menos capazes de se adaptar – as pobres e as mais vulneráveis, serão atingidas com muito mais força. Ao promovermos esforços agressivos de mitigação, teremos que manter o foco na adaptação, ajudando os países em desenvolvimento, em especial, a construírem uma capacidade de recuperação aos impactos dessas mudanças. 3. As empresas líderes estão investindo e fazendo a diferença Apesar da contínua desaceleração global da economia, nosso estudo mostra um aumento em investimentos para melhorar a sustentabilidade da cadeia de fornecimento e para reduzir as emissões. Por exemplo, o percentual de membros que investiam em iniciativas de redução de emissões em 2011 era de 39%, o qual aumentou para 69% em 2012. Embora o número absoluto de fornecedores que dizem fazer investimentos tenha aumentado de 482 para 642, o percentual de fornecedores investindo não foi alterado, talvez devido à contínua desaceleração global da economia. O clima extremo é um provável catalisador das medidas tomadas por uma empresa em relação às mudanças climáticas, aliado ao risco físico identificado como um dos principais geradores dos investimentos. Dentre as 678 empresas que investem em iniciativas de redução das emissões, três quartos (73 por cento) dizem perceber que as mudanças climáticas representam um risco físico para suas operações, enquanto apenas 13% identificam as legislações como o fator único de risco. Além disso, o reconhecimento do risco climático também parece melhorar o desempenho de carbono: das 716 empresas que reduziram suas emissões, apenas 14% não reconhecem quaisquer riscos relacionados às mudanças climáticas. Muitos investimentos são recuperados de forma relativamente rápida. O percentual de iniciativas com um período curto de retorno aumentou de 20% em 2011 para 26% em 2012 (ver Figura 4). Os membros estão inclinados a efetuar iniciativas de longo prazo, demonstrando seu crescente compromisso com a sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Eles possuem, em média, 10% a 15% mais projetos com períodos de retorno mais longos em comparação com os fornecedores. Esta atitude de longo prazo quando se trata do retorno dos investimentos é resumida de forma apropriada pelo diretor financeiro da Diageo, Deirdre Mahlan: “Em minha opinião, a gestão eficaz constitui em fazer escolhas que apoiam o crescimento eficiente do negócio em longo prazo. Ao fazer decisões de investimento, é insuficiente, e até mesmo irresponsável, levar em consideração apenas o retorno de curto prazo6”. Os membros e fornecedores que trabalham com períodos mais curtos de retorno estão investindo em atividades de mudança de comportamento (veja a Figura 5). Para os fornecedores, o transporte também é uma atividade importante com mais de dois terços das iniciativas e com períodos de retorno de menos de um ano. 6. “Business resilience in an uncertain, resource-constrained world,” CDP Global 500 Climate Change Report 2012, Carbon Disclosure Project. 4 Número de investimentos relatados por membros e fornecedores • • • < 1 ano 1-3 anos > 3 anos Retorno do investimento, Membros e Fornecedores 2011 236 2.072 32% 40% 33% 40% 35% 20% Membro Fornecedor 2012 242 2.969 32% 34% 30% 40% 38% 26% Membro Fornecedor Nota: A análise exclui 643 PMEs 5 Período de retorno dos investimentos relatados por membros e fornecedores • < 1 ano • 1-3 anos • > 3 anos Membros 2012 Fornecedores 2012 Mudança comportamental 67% 13% 20% Reduções de emissões evasivas 50% 50% Transporte: uso 33% 50% 17% Transporte: frota 33% 17% 50% Eficiência energética: construção de fábrica 28% 29% 43% Design de produto 27% 60% 13% Eficiência energética: processos 22% 50% 28% Redução das emissões dos processos 16% 38% 46% Eficiência energética: serviços do edifício 15% 53% 32% Compra de energia de baixo carbono 12% 25% 63% Instalação de energia de baixo carbono 79% 4% 17% Mudança comportamental 72% Trasnporte: uso 65% Redução das emissões dos processos 43% 24% 18% 19% 10% 16% 33% Trasnporte: frota 42% 17% 41% Compra de energia de baixo carbono 41% 10% 49% Design de produto 38% 24% 38% Eficiência energética: processos 38% 35% 27% Energy efficiency: building services 30% 40% 30% Eficiência energética: serviços do edifício 18% 43% 39% Reduções de emissões evasivas 17% 29% 54% Instalação de energia de baixo carbono 16% 18% 66% 13 Eaton: resultados impressionantes a partir de iniciativas de redução de emissões A Eaton – uma empresa global de gerenciamento de energia diversificada – está envolvida em várias atividades expressivas de redução das emissões. Tais atividades incluem uma nova iluminação, a atualização dos sistemas de climatização e a otimização dos compressores em fábricas importantes. Em 2011, dentre os projetos concluídos estão a reabilitação da iluminação, o isolamento da fachada do edifício, o aprimoramento dos equipamentos, a recuperação de calor, a instalação de ar comprimido, o controle do ventilador e o gerenciamento de energia. Estes projetos eliminarão cerca de 85.000 toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa por ano. A empresa investiu US$ 17 milhões em custos de capital para efetuar as atualizações e projeta uma economia de energia anual de US$ 6 milhões – isso significa que a empresa pode obter retorno sobre o investimento em menos de três anos.7 Resultados dos investimentos A análise do questionário deste ano mostra que um número crescente de participantes passou a perceber os benefícios comerciais de suas iniciativas de sustentabilidade. Por exemplo, em comparação com os valores de 2011, nota-se que há um aumento na proporção de fornecedores que estão obtendo benefícios a partir de duas áreas: financeira e redução de emissões. O número de fornecedores que relatam ter obtido economias monetárias das atividades de redução aumentou de 505 para 686, já os que dizem ter reduzido suas emissões passou de 328 para 683. Diferentes empresas estão relatando resultados impressionantes dessas iniciativas. (Veja quadro sobre as atividades de redução das emissões da Eaton) Entre os membros do CDP Supply Chain, 43% relataram reduções de emissões em 2011. Em 2012, esse número aumentou para 63%. De forma semelhante, 39% dos membros relatam ter obtido economias monetárias das atividades de redução de emissões em 2011. Em 2012, o número aumentou para 73%. (Veja a Figura 7) O desempenho dos membros em relação ao reporte dos Escopos 1 e 2 está melhorando ano a ano: 100% dos membros reportaram em 2012. Entre os fornecedores, mais de 60% reportam suas emissões dos Escopos 1 e 2. O reporte das emissões do Escopo 3 tem melhorado em todas as 15 categorias definidas pelo Protocolo de Gases de Efeito Estufa do World Resources Institute (WRI) e do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). As viagens de negócios e de locomoção dos empregados continuam a ser as categorias mais amplamente divulgadas para as emissões do Escopo 3. 7. Do pedido de Informações do CDP de 2012. 6 Um número crescente de fornecedores já identifica vantagens tangíveis para os negócios tais como as reduções das emissões e as economias monetárias 7 Os membros do CDP Supply Chain reportam em 2012 maior sucesso com as atividades relatcionadas às reduções das emissões • • Sim Não • • 2011 2012 2011 Economias monetárias 28% 72% Reduções das emissões 19% Investimentos 2012 Economias monetárias 30% 14 Nota: N 2012 = 2.415 21 19 Reduções das emissões Economias monetárias Nota: N 2011 = 49, N 2012 = 52 70% Reduções das emissões 14 19 33 81% Nota: N 2011 = 1.864 30% 38 36 70% Comentário do convidado Walmart: parceria com o CDP Supply Chain para reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos fornecedores Em 2010, o Walmart comprometeu-se em reduzir 20 milhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa de sua cadeia de fornecimento global em cinco anos. A empresa voltou-se então para o CDP Supply Chain com o objetivo de engajar fornecedores e ajudar a promover a inovação na redução das emissões de gases de efeito estufa. operações, que representam os 10% restantes. Para atingir seus objetivos ambiciosos de sustentabilidade, o Walmart notou que teria que trabalhar em estreita colaboração com seus fornecedores para criar novas abordagens e colaborar em projetos para reduzir ou eliminar as emissões de gases de efeito estufa em todas as etapas da cadeia de fornecimento. Não é uma tarefa fácil enfrentar as emissões de gases de efeito estufa e as pegadas de carbono do maior varejista do mundo. Mas, a partir de metas agressivas para reduzir de forma expressiva as emissões, o Walmart requisitou ajuda ao CDP para medir e relatar o progresso. A abordagem de base científica do CDP permite que o Walmart e seus fornecedores façam apenas uma única divulgação. O Walmart além de incentivar os fornecedores a participardo processo de divulgação e reporte de informações, também estabeleceu processos e canais para facilitar a comunicação e a colaboração. Assim foi criado o walmartsustainabilityhub.com, um fórum de fornecedores para apresentação de melhores práticas e compartilhamento de histórias de sucesso. O Walmart definiu três grandes metas de sustentabilidade em 2005: ter 100% de energia renovável, atingir desperdício zero e vender produtos que sustentem as pessoas e o meio ambiente. Quando estava buscando novas formas de atingir seus objetivos, o Walmart percebeu que precisaria lidar com sua cadeia de fornecimento global, que responde por 90% da sua pegada de carbono global, bem como com suas próprias De acordo com Rob Kaplan, Gerente Sênior de Sustentabilidade no Walmart, “Sabemos que existem oportunidades pré-competitivas que criam valor compartilhado para os nossos parceiros. Nós apenas precisamos ouvi-las. Esperamos abrir canais de comunicação e de colaboração com os nossos parceiros da cadeia de fornecimento para identificar e partilhar as inovações de sustentabilidade que estão funcionando”. Em 2012, o Walmart solicitou, por meio do CDP, a divulgação de dados sobre mudanças climáticas por parte 3.000 dos seus maiores fornecedores, organizados por gasto. Dos 1.100 fornecedores que apresentaram respostas completas, 58% deles reportaram mais de 2.400 atividades de redução dos gases de efeito estufa através do CDP. Dentre as iniciativas, 640 (27%) terão retorno dentro de um ano e 1.247 (52%) terão um período de retorno de três anos ou menos. O Walmart e o CDP estão trabalhando para incentivar os fornecedores a melhorar seus resultados nos próximos anos, através do cálculo e do relato integral de suas pegadas de carbono, da introdução de metas de redução de emissões e da apresentação do progresso de seus objetivos. Enquanto os fornecedores implementam e relatam suas atividades de redução de emissões, o Walmart espera capturar os projetos qualificados que irão contribuir para o objetivo da empresa de reduzir as emissões da cadeia de fornecimento em 20 milhões de toneladas até 2015. 15 15 4. A sustentabilidade da cadeia de fornecimento está criando múltiplas formas de valor do negócio A análise dos resultados do programa CDP Supply Chain deste ano revela várias formas valiosas com as quais as empresas estão gerando um maior valor de negócio – além da redução de emissões e economia de custos – obtidas através das iniciativas de sustentabilidade da cadeia de fornecimento. A integração da estratégia da mudança climática à estratégia empresarial é um elemento essencial para o melhor desempenho. Em 2012, 41% reportam reduções anuais das emissões, contra 33% em 2011. gestão de energia e avaliação de produtos e cadeias de valor, utilizando análises de eco-eficiência e ciclo de vida.10 Oportunidades: Diferenciação de Preço Outro fator que pode melhorar o valor do negócio por meio da sustentabilidade é a oportunidade de ter diferenciação de preço (premium pricing) em produtos ou serviços que carregam com eles um benefício de sustentabilidade ao cliente. Por exemplo, a Braskem, empresa química brasileira, desenvolveu um novo produto chamado polietileno verde, com base no interesse de seus clientes por matérias-primas de baixo carbono e também com base na experiência da empresa na fabricação de produtos com o uso de etanol. Este produto é um biopolímero mais barato, mas impõe um premium pricing sobre o polietileno convencional que utiliza combustíveis fósseis. Esse preço foi definido com base nos investimentos em novas tecnologias e, em menor escala, em comparação com as fábricas de polietileno convencional.11 A inovação de produtos e serviços As respostas deste ano mostram fortes indícios de empresas à procura de oportunidades para alavancar o produto da cadeia de fornecimento baseada em inovação e serviço. Os novos produtos de baixo carbono são vistos pelos entrevistados como um importante gerador de crescimento futuro. A Dow Chemical, por exemplo, vê enormes oportunidades de crescimento através de produtos mais sustentáveis. A empresa acredita que pode aumentar as vendas de produtos que permitem o uso de energia limpa de US$ 5 bilhões por ano para US$ 15 bilhões por ano.8 A PlantBottleT. – um novo tipo de embalagem desenvolvida A melhoria da reputação corporativa pela The Coca-Cola Company – tem as mesmas características, Segundo as respostas ao pedido de informações do funciona e é reciclada exatamente como o tereftalato de CDP, duas dimensões especialmente importantes do polietileno tradicional (PET) de plástico, mas com uma pegada valor da sustentabilidade da cadeia de fornecimento de carbono reduzida. A Coca-Cola estima que, desde 2009, são os efeitos positivos sobre a reputação/marca e o o uso das embalagens PlantBottleT eliminou o equivalente a consequente aumento da conscientização de mudança quase 100 mil toneladas métricas de emissões de dióxido de de comportamento do consumidor. (Ver Figura 9) carbono de suas garrafas plásticas PET.9 Além disso, tendo em vista que os empregadores buscam Neste ano, 10% dos membros participantes do CDP uma “margem” de vantagem para atrair e reter trabalhadores Supply Chain reportam que estão recebendo mais de 50% qualificados, a reputação de uma empresa, quando se trata de receita a partir de produtos de baixo carbono; 16 % de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, reportam que pelo menos 10% das suas receitas totais se torna mais importante. Por exemplo, a News Corporation vêm de tais produtos. Prevê-se que em cinco anos esses esta cada vez mais consciente da importância de aumentar valores serão 13% e 23%, respectivamente. (Ver Figura 8) a sua reputação na área de sustentabilidade ambiental A criação de novos serviços Transformar as capacidades internas de sustentabilidade da cadeia de fornecimento de uma empresa em um serviço rentável oferecido aos clientes é outra tendência importante mostrada pela pesquisa. Por exemplo, a BASF oferece aos clientes um grande número de serviços de sustentabilidade por meio da sua “Iniciativa de Sucesso – Valor Agregado através da Sustentabilidade”, a qual inclui consultoria em 8. Do pedido de informações do CDP de 2012. 9. Do pedido de informações do CDP de 2012. 10. Do pedido de informações do CDP de 2012. 11. A partir de entrevistas com os membros do CDP. 8 • • • Percentagem de membros do CDP Supply Chain que relatam ter obtido receitas dos produtos de baixo carbono > 50% 10%-50% < 10% Hoje 10% 6% 84% Em 5 anos 13% 10% 16 Nota: N=52 16 77% 9 Melhorar a reputação corporativa e entender as tendências do consumidor são duas vantagens importantes dos esforços ligados à sustentabilidade da cadeia de fornecimento • • 2011 2012 Mudança do comportamento do consumidor 17% 23% Reputação 16% 19% Outros fatores 6% 7% Alterações induzidas no ambiente Humano e Cultural 3% 3% Variações das Condições Sociais e Econômicas 6% 3% Aumento das Demandas Humanitárias 2% 2% Nota: N 2012 = 2.415, N 2011 = 1.864 como forma de atrair os melhores talentos. A empresa, em sua resposta ao questionário do CDP Supply Chain, citou um estudo da Hill + Knowlton que constatou que 75% dos estudantes de MBA dizem que a reputação corporativa desempenha um papel fundamental para decidir onde querem trabalhar. O estudo conduzido entre estudantes de escolas de negócios de elite na Europa, Ásia e Estados Unidos constatou que 40% dos entrevistados avaliam a responsabilidade social como uma medida “extremamente” ou “muito” importante de reputação; 34% fizeram a mesma classificação em relação a uma política ambiental eficaz.13 Maiores receitas dos novos produtos da Philips Os Membros do CDP Supply Chain relatam em alguns casos um aumento dramático das vendas de produtos de baixo carbono. Na Philips, por exemplo, o processo “EcoDesign” tem como objetivo a criação de produtos com impacto significativamente menor sobre o meio ambiente. As vendas de produtos verdes da Philips aumentaram em 2011 para 39% do total de vendas da empresa e a Philips está empenhada em aumentar esse percentual para 50% do total de vendas até 2015.12 A Melhoria do valor da marca A reputação de empresa inovadora e líder em produtos verdes e em habilidades sustentáveis da cadeia de fornecimento é um importante gerador de valor para a marca. De fato, um estudo recente descobriu que o valor da marca Honda aumentou 28% e o da GE 17% por causa de suas iniciativas de melhoria da cadeia de fornecimento e sustentabilidade de produtos.14 Um relatório Interbrand recente15 aponta três formas pelas quais a atenção das empresas para a sustentabilidade ambiental influencia o valor da marca: • Pela criação de novas fontes de receita; • Por influenciar positivamente as opções dos clientes, e • Por ajudar as empresas a se adaptarem às oportunidades futuras, apoiando a longevidade do negócio. A percepção pública a respeito das tendências e novidades em sustentabilidade muitas vezes esta intimamente ligada a certos nomes e marcas. Por exemplo, a fabricante de carros Daimler é líder em melhorias da cadeia de fornecimento, tais como as tecnologias de células de combustível. A Daimler acredita que a vantagem em termos de reputação por ser o principal ator no desenvolvimento e estabelecimento de tecnologia de células de combustível pode aumentar o seu reconhecimento como líder em tecnologia. Devido a este reconhecimento, as pessoas podem optar por comprar um Mercedes-Benz, em vez do carro de um concorrente, porque eles acreditam que a empresa é líder em mobilidade sustentável.16 Os respondentes do questionário identificam 495 casos potenciais de oportunidades de negócios gerados pela reputação corporativa. Mais de metade dos casos (55%) indicam um potencial aumento da demanda por produtos e serviços. (Ver Figura 10) 10 Vantagens potenciais relacionadas às oportunidades geradas pela reputação e derivadas das iniciativas ligadas à mudança climática 55+10+985321t 55% Aumento da demanda por produtos/serviços existentes 10% Ampliação das vantagens sociais 9%Outros 8% Novos serviços/produtos comerciais 5% Aumento do valor das ações (avaliação do mercado) 5% Oportunidades de se utilizar preços especiais 3% Redução dos custos operacionais 2% Aumento da capacidade produtiva 1% Oportunidades de investimentos 1% Aumento da disponibilidade de capital 1% Redução dos custos de capital A análise inclui dados de 52 membros, 2.363 fornecedores, incluindo 643 PMEs. 12. Do pedido de informações do CDP de 2012. 13. Hill + Knowlton, 2007. 14. Sustainability and its impact on brand value,” Interbrand, 2010. 15. “Sustainable innovation: Staying true to your brand promise,” Interbrand, www.interbrand.com. 16. Do pedido de informações do CDP de 2012. Nota: As empresas identificaram 495 casos potenciais de oportunidades geradas pela reputação. 55% delas Indicaram um aumento potencial da demanda por produtos/ serviços. 17 BT: Reduções de emissões que melhoram o valor da marca A gigante de telecomunicações BT tem recebido bons benefícios com o valor de sua marca a partir de seus programas de redução das emissões e mitigação dos efeitos ambientais negativos. Uma grande variedade de stakeholders (consumidores, clientes corporativos, fornecedores, investidores, governos e comunidades) espera que a BT demonstre um forte compromisso em sua forma de lidar com as mudanças climáticas. A capacidade da BT para responder a essas necessidades tem tido um impacto positivo sobre a reputação e percepção de sua marca. Em 2012, a BT lidou com mais de £2,7 bilhões em pedidos de clientes que queriam entender as credenciais da empresa em responsabilidade corporativa e sustentabilidade. Em comparação, foram £2,1 bilhões em 2011.17 Compreensão dos comportamentos e tendências dos clientes Melhorar o valor comercial da sustentabilidade da cadeia de fornecimento e até mesmo conseguir uma vantagem competitiva, muitas vezes, depende da empresa ser a primeira a agir no mercado. Mas a vantagem de ser o primeiro depende, por sua vez, do desenvolvimento de uma compreensão íntima dos comportamentos e tendências dos clientes, de tal forma que se possa identificar uma necessidade do cliente e, em seguida, capitalizar sobre ela antes de qualquer outro concorrente. As empresas respondentes identificam 579 exemplos de oportunidades relacionadas à sustentabilidade com base no comportamento do consumidor. Espera-se que quase 58% deles gerem um aumento da demanda por produtos e serviços existentes e que outros 27% gerem demanda por novos produtos e serviços. (Ver Figura 11) A grande maioria dos respondentes vê o aumento da demanda por produtos e serviços existentes como o principal benefício, no entanto, entre estes, as empresas norte-americanas e latino-americanas enfatizam o desenvolvimento de novos produtos mais que as empresas europeias ou asiáticas. 17. Do pedido de informações do CDP de 2012. 11 O melhor entendimento dos comportamentos dos consumidores pode gerar vantagens Comerciais consideráveis 58% Aumento da demanda por produtos/serviços existentes 27% Novos produtos/serviços comerciais 4% Oportunidades de se utilizar preços especiais 4% Redução dos custos operacionais 3% Ampliação das vantagens sociais 2%Outros 1% Aumento da capacidade produtiva 0,5%Aumento do valor das ações (avaliação do mercado) 0,5%Aumento da disponibilidade de capital • • • • • 18 58+27+4321t Nota: As empresas identificaram 579 casos de oportunidades portenciais como resultado da mudança comportamental dos consumidores geradas pela mudança climática. Este gráfico apresenta a desagregação percentual por tipo de oportunidade e localização. América do Norte Desagregação em novos produtos/serviços comerciais Europa 47% 36% 14% 2% 1% Ásia Desagregação em aumento da demanda por produtos/serviços existentes América Latina Resto do Mundo 50% 31% 12% 5% 2% Os benefícios comerciais e sociais de investimentos na produtividade dos recursos Prof Dr. Ernst von Weizsäcker Copresidente do Painel Internacional para Gestão Sustentável dos Recursos, ex-reitor da Escola Bren Donald de Ciência e Gestão Ambiental da Universidade da Califórnia – Santa Barbara e Copresidente do Clube de Roma eficiência energética dos edifícios, têm um multiplicador econômico maior do que a despesa geral, porque os investimentos em eficiência de recursos fornecem um retorno financeiro do investimento tangível e também fornecem melhorias adicionais de produtividade. O aumento da produtividade dos 2. Os investimentos em melhoria da recursos é um dos métodos para a eficiência dos recursos e reciclagem criação de maior valor de negócio a têm um resultado de bem-estar partir da sustentabilidade da cadeia de econômico maior do que a despesa fornecimento. Esta ênfase representa uma geral de muitos bens e serviços, pois mudança radical da mentalidade habitual reduzem a demanda por energia, de negócios, que tradicionalmente toma água e matéria-prima virgem e, assim, a melhoria da produtividade do trabalho retardam (e até mesmo, em alguns como fator principal. Graças à tecnologia, casos, impedem) a necessidade de os esforços de melhoria da produção de gastar bilhões em novas infraestruturas trabalho foram extremamente proveitosos: de energia e abastecimento de água e a produtividade do trabalho aumentou em novas indústrias extrativas. vinte vezes nos últimos 200 anos. 3. Postos de trabalho são criados No entanto, hoje em dia, não é o localmente por iniciativas verdes. O trabalho que está em falta, mas sim os resultado é que uma cidade passa a ter recursos básicos, principalmente água e mais investimentos em água, energia e energia. Esta situação exige uma grande materiais que serão gastos de forma a mudança da forma de pensar: o mesmo apoiarem o trabalho e a economia local. nível de inovação e esforço precisa estar voltado para o uso da tecnologia para Em termos práticos, no entanto, como melhorar a produtividade dos recursos. as empresas poderiam se desenvolver As empresas e nações que conseguem para gerar uma melhor produtividade aumentar a produtividade dos recursos dos recursos? Elas podem fazer isso escassos deveriam desfrutar de sozinhas ou precisam de um ambiente maiores vantagens econômicas sobre de negócios amplamente aceito? Na aqueles que não conseguem responder verdade, os pioneiros podem seguir em adequadamente às novas formas de frente prudentemente com pouco, ou escassez. nenhum, risco para o seu desempenho econômico. A Philips, por exemplo, Os investimentos em produtividade dos decidiu concentrar-se em LED e a Toyota recursos transformam e estimulam a foi em frente e, juntamente com a Honda, economia de três formas principais: apresentou o carro híbrido, sendo bem 1. Os Investimentos em produtividade sucedida, tanto no mercado interno de recursos, tais como a melhoria da quanto no externo. É necessário ter uma combinação eficaz de capital privado e gestão pública. Os mercados são excelentes para orientar a alocação eficiente dos recursos e estimular a inovação, mas eles não fornecem a ordem pública, a lei, os padrões morais, a educação básica e as infraestruturas. Os mercados são também terrivelmente ineficientes e, muitas vezes, até mesmo contraproducentes, quando se trata de proteger os bens comuns e reorientar a inovação em direção aos benefícios sustentáveis de longo prazo. Os preços das commodities no mercado tendem a refletir o custo de exploração, extração, transporte e refino, somandose os lucros apropriados e subtraindose os subsídios do Estado. Podemos também incluir aqui alguns elementos especulativos sobre a escassez futura e algumas apropriações de cartéis. Mas existe pouquíssima prestação de contas em relação à escassez de longo prazo e aos danos a bens públicos, tal como as condições climáticas estáveis. Por isso, imaginar sinais artificiais de preços impostos pelas autoridades públicas aprece algo justificável. Em teoria, pode-se considerar que o aumento de preço das commodities é proporcional ao avanço da produtividade dos recursos, estabelecendo-se assim um “pingue-pongue” dinâmico semelhante ao pingue-pongue de mais de 200 anos entre os ganhos de produtividade do trabalho e os salários/custos trabalhistas. As políticas deste tipo exigem um equilíbrio saudável entre bens públicos e privados, ou entre o Estado e os mercados. 5. Para alcançar uma posição de liderança em sustentabilidade da cadeia de fornecimento, as empresas devem ter uma grande uma grande competência em relação aos dados, aos processos e governança A análise do pedido de informação do CDP Supply Chain deste ano reafirma que a integração de dados, processos e governança é especialmente importante para ganhar vantagem competitiva por meio da sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Dados De acordo com um velho truísmo corporativo “Tudo que pode ser medido pode ser gerenciado”. Isso faz com que a coleta e análise de dados e informações sejam críticas para a melhoria da sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Apesar de muitas empresas progressistas terem sistemas básicos de coleta de dados, estes sistemas não estão, necessariamente, ajudando a organização da cadeia de fornecimento a definir e melhorar as metas de redução de emissões. As empresas progressistas costumam usar scorecards de fornecedor, pedidos de propostas (Request for Proposals – RFP), pedidos de informação (Requests for Information – RFI) e sistemas básicos de aquisição de dados para coletar informações sobre a sustentabilidade da cadeia de fornecimento. As empresas modernas definem metas de reduções de emissões, medidas em termos absolutos ou de intensidade e monitoram esses padrões regularmente. Algumas empresas também utilizam plataformas modernas de monitoramento e de coleta de dados sobre as mudanças climáticas, como o CDP Analytics para analisar e melhorar o seu desempenho de redução de emissões. 19 Algumas empresas estão levando a administração da cadeia de fornecimento e ambiental para um patamar mais alto através da implementação de sistemas de informações em várias cadeias de fornecimento para gerar iniciativas ambiciosas como a rastreabilidade. Por exemplo, o Walmart iniciou um ambicioso programa para rastrear seus ovos dentro da cadeia de fornecimento até as próprias galinhas. O programa foi projetado para que apenas os ovos problemáticos fiquem em quarentena e não caixas de ovos inteiras. Este uso aprimorado da informação deverá não só resultar em economia direta, mas também reduzir o desperdício de material de embalagem das caixas e reduzir as emissões envolvidas em toda a cadeia.18 A colaboração e a padronização são cada vez mais importantes para reduzir o ônus das empresas. O CDP estabeleceu o padrão mundialmente aceito das emissões de carbono e coleta de dados sobre a água. O CDP trabalha com outras organizações, como a EcoVadis, para incentivar o uso dos dados do CDP e reduzir os pedidos de informações duplicados. Um fornecedor recebeu 28 pedidos de clientes através do programa CDP Supply Chain, em 2012. Por meio dessa colaboração com os clientes, o fornecedor precisa oferecer apenas uma resposta em vez de atender a 28 pedidos separados e potencialmente diferentes. Processo O objetivo de estabelecer processos robustos referentes a sustentabilidade da cadeia de fornecimento é apoiar o progresso e as melhorias de longo prazo. Um objetivo importante do desenvolvimento de processos mais eficientes é a incorporação de políticas, procedimentos e códigos de conduta em operações cotidianas. A sustentabilidade dentro de uma cadeia de fornecimento vai além da responsabilidade de uma pessoa ou um departamento. Não deve ser algo separado dos processos normais, mas deve ser apenas a “forma como as coisas funcionam.” 18. A partir de entrevistas com os membros do CDP. Com base nas respostas do questionário deste ano, há evidências de várias inovações de processos importantes que estão sendo adotadas por organizações líderes: Colocando em prática os procedimentos padrões e os códigos de conduta As organizações estão percebendo a necessidade de procedimentos padrões e códigos de conduta em relação à sustentabilidade consistente e de alto impacto da cadeia de fornecimento. Em alguns casos, as empresas estão usando, com sucesso, processos para se envolverem mais com os fornecedores, avaliar o desempenho e mesmo intervir quando necessário. Uma empresa, de fato, tem obrigações contratuais em vigor e poderá até cortar relações com os fornecedores que as violarem. Com base nos resultados da pesquisa, 34% dos membros incluem as obrigações contratuais e 35% incluem o treinamento de fornecedores, além do apoio do CDP, para gerar uma melhor gestão de carbono em suas cadeias de suprimentos. Aumento da qualidade da comunicação e dos relatórios Os resultados do questionário do CDP Supply Chain deste ano destacam claramente a relação de causa e efeito entre a comunicação/reporte e o desempenho. As empresas estão comunicando suas metas de sustentabilidade e iniciativas ambientais para um grupo mais amplo de stakeholders (incluindo fornecedores e consumidores) para demonstrar o seu progresso. Elas também estão usando esta estratégia de comunicação para promover melhorias na cadeia de fornecimento. Os resultados indicam que as empresas que possuem uma estratégia de comunicação bem estabelecida e têm reportado seus progressos por mais de dois anos, bem como as empresas que passaram a reportar pela primeira vez no ano passado, notaram uma melhora significativa no valor de realização durante o ano passado, por terem 12 Comparação entre os valores das realizações tomadas ano a ano entre divulgadores experientes e novatos • • 2011 2012 • • Divulgadores experientes 2011 2012 Primeiro ano da divulgação 51% 38% 29% 42% 39% 30% 28% 47% 35% 46% 34% 24% Investimentos Poupança Nota: N 2011 = 1171, N 2012 = 1017 20 Redução das emissões ano a ano Investimentos Poupança Nota: N 2011 = 80, N 2012 = 59 Redução das emissões ano a ano adotado uma estratégia de comunicação e reporte bem projetados. (Ver Figura 12) Os resultados também revelam que as empresas que informam além dos requisitos mínimos exigidos, mostram melhorias em sua tendência de desempenho anual. Essas empresas dizem que estão duas vezes mais propensas a investir em atividades de redução de emissões e obter economias monetárias. Nota-se também uma tendência positiva no desempenho de fornecedores que reportaram tanto este ano quanto no ano passado, quando comparados a fornecedores que reportaram apenas este ano. (Veja a Figura 13) Assim, o Programa CDP Supply Chain permite que as empresas melhorem seu desempenho na gestão de carbono. Governança Para ser bem sucedido, é importante ter uma melhor gestão e coordenação das atividades de sustentabilidade em toda a organização. A seguir estão alguns fatores importantes para a governança eficaz: Incentivo e apoio da colaboração interfuncional Para gerar maior valor para os clientes, as empresas estão melhorando a colaboração entre as funções internas, com foco na gestão de carbono e sustentabilidade. A pesquisa feita entre os membros deste ano descobriu que as funções corporativas, tais como a de Marketing e a Jurídica estão mais envolvidas agora na tomada de decisões quando se trata de sustentabilidade. A função de compras continua a desempenhar um papel central. As empresas devem facilitar a colaboração entre a equipe de compras e outros stakeholders internos e externos para obter melhorias dos processos orientados à sustentabilidade. 13 Comparação do desempenho De respondentes do Pedido de Informações do CDP em 2011 e 2012 • • Relatou em 2011 e 2012 N = 1.348 Relatou apenas em 2012 N = 1.067 39% 37% 36% 19% Investimentos 21% Poupança 19. Do pedido de informações do CDP de 2012. 18% Redução das emissões PepsiCo: Melhorando o desempenho do fornecedor A PepsiCo continua com seu programa de extensão ambiental ao Fornecedor (Environmental Supplier Outreach – ESO), o qual teve início em 2008 com o projeto piloto de terceirização de manufaturas (contract manufacturing) nos Estados Unidos. Em 2011, o programa contava com 50 fornecedores, representando mais de 120 fábricas dentre fornecedores de todas as categorias principais. No âmbito do programa, a PepsiCo disponibiliza seu programa ReCon (Conservação de Recursos), o qual é aproveitado para gerar ações de conservação nas operações da própria empresa, bem como em sua cadeia de fornecimento. A ferramenta é aplicável à água, à energia, às emissões de gases de efeito estufa e aos resíduos sólidos e está disponível para todas as instalações de alimentos e bebidas da PepsiCo e também para os fornecedores estratégicos no âmbito do programa ESO em todo o mundo. Os destaques de 2011 para o programa de envolvimento norte-americano incluem, em comparação a 2012, a melhoria de 2,5% em eficiência de energia térmica, a melhora de 7% em eficiência de energia elétrica e uma redução de 18,7% de resíduos em aterros comparando-se com 2010. Isso corresponde a uma produtividade estimada de US$ 1,7 milhões em 2011.19 21 21 Engajamento e gerenciamento dos fornecedores Um desenvolvimento importante visto nas respostas deste ano é a aparente maior disponibilidade dos fornecedores a se envolverem de forma proativa com os objetivos de sustentabilidade de seus clientes, ao invés de apenas focarem na não conformidade. Os fornecedores estão percebendo que se eles estiverem mais alinhados com seus clientes, eles poderão se tornar fornecedores preferenciais. Tendo em vista que a inovação ainda desempenha um papel cada vez mais importante, será fundamental colaborar com os fornecedores para inovar e explorar novas oportunidades dentro dos sistemas do berço ao berço ou o da cadeia de fornecimento em circuito fechado. Ao mesmo tempo, os fornecedores obtêm benefícios caso sejam fornecedores de vários membros do CDP Supply Chain. (Veja Figura 14) Isso ressalta a importância do programa CDP Supply Chain e a necessidade das empresas que possuem uma base de fornecimento semelhante colaborarem para envolver os seus fornecedores. Estabelecimento e gerenciamento ativo do relacionamento com os stakeholders Outro ponto importante é a consciência por parte dos investidores sobre o impacto mais amplo no meio ambiente da sustentabilidade da cadeia de fornecimento. Esta conscientização pode ser percebida na opinião que consta do relatório do CDP Carbon Action de 2012, elaborada em nome de 92 investidores que representam US$ 10 trilhões em ativos: “Nós (os investidores) acreditamos que as empresas em nossas carteiras que possuem emissões de carbono potencialmente expressivas em suas cadeias de fornecimento devem trabalhar com seus fornecedores para incentivar iniciativas de redução custo-efetiva das emissões de gases de efeito estufa, mantendo-se assim em consonância com as melhores práticas emergentes.”20 Conclusão Este é um momento importante e desafiador para os profissionais da cadeia de fornecimento. O reconhecimento da importância da sua função tem aumentado de forma expressiva nos últimos anos. A cadeia de fornecimento vem desempenhando um papel mais central em lidar com a volatilidade em curso e os riscos iminentes de escassez, além de ajudar a empresa como um todo a se tornar mais competitiva. Um número crescente de empresas que têm se preocupado com os riscos de suas cadeias de fornecimento causados pela mudança climática. Os extremos de precipitação, grandes eventos climáticos, escassez de água e outros estão fazendo com que os executivos corporativos busquem respostas na função da cadeia de fornecimento. Ao mesmo tempo, as empresas estão cada vez mais conscientes do quanto a função da cadeia de fornecimento pode oferecer em termos de inovações para a geração de novos produtos com baixo carbono, serviços relacionados à sustentabilidade, desenvolvimento de melhores produtos e embalagens, bem como outros desenvolvimentos com potencial para aumentar as receitas e/ou originar diferenciação de preço (premium pricing). A cadeia de fornecimento afeta a enorme pegada de carbono de uma empresa; ela gera efeitos sobre o ambiente e sobre o desempenho dos fornecedores e outros parceiros da cadeia de valor global. Os inovadores da cadeia de fornecimento têm uma enorme oportunidade para melhorar a sustentabilidade ambiental em uma base global e aumentar o valor de suas próprias empresas. 20. “Carbon reductions generate positive ROI,” Carbon Action Report 2012, Carbon Disclosure Project. 14 Impacto do número de membros que deram origem ao relacionamento do CDP Supply Chain com os fornecedores em seu desempenho de sustentabilidade Nº de membros que convidaram fornecedores para responderem ao CDP Parâmetros de Desempenho >3 3 2 1 % Respondentes com estratégias de mudança climática e comercial integradas 93% 86% 72% 57% % Respondentes com Diretoria responsável pela mudança climática 79% 57% 44% 26% % Respondentes que relataram riscos físicos da mudança climática 67% 67% 49% 42% % Respondentes que investiram em iniciativas de redução de emissões 57% 45% 31% 24% % Respondentes que relataram redução das emissões 54% 41% 34% 25% % Respondentes que relataram poupanças das ações de redução de emissões 54% 50% 33% 25% 22 Agradecimentos O CDP gostaria de agradecer ao Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), ao World Resources Institute (WRI), ao Banco Mundial, The Carbon Trust, ao United Kingdom Foreign & Commonwealth Office e Zoe Tcholak-Antitch. A Accenture estende seus agradecimentos a Paras Mehta (gerente do projeto), Prof. Dr. Ernst von Weizsäcker, Ganesan Ramachandran, Alexander Holst, Carlos Alvarenga, David Abood, Robert McNamara, Harry Morrison, Ana Paula Mundim, Scott Egler, Shabber Badshah, Pushkar Potdar & Pareek Mrinal por suas valiosas contribuições para o desenvolvimento deste relatório. Elaboração do Relatório Parceiro de Pontuação Principais membros do CDP Supply Chain – 2013 Composição Impressão www.bicyclebutter.com 23 Contatos do CDP Conselheiros do CDP Relatório emitido por Paul Dickinson Presidente Executivo Presidente: Alan Brown Schroders Paul Simpson CEO James Cameron Climate Change Capital Accenture 1345 Avenue of the Americas New York, NY 10105 United States +1 (917) 452 4400 Frances Way Codiretor Operacional Dexter Galvin Chefe do CDP Supply Chain Ben Goldsmith WHEB Group Sonya Bhonsle CDP Supply Chain, Europa Dr. Christoph Schroeder TVM Capital Laura Stone CDP Supply Chain, Europa Jeremy Smith Berkeley Energy Chrystina Gastelum CDP Supply Chain, América do Norte Takejiro Sueyoshi Betty Cremmins CDP Supply Chain, América do Norte Andreia Banhe CDP Supply Chain, América Latina Chris Page Rockefeller Philanthropy Advisors Tessa Tennant The Ice Organisation Martin Wise Relationship Capital Partners Este relatório e todas as respostas públicas das empresas estão disponíveis para download em www.cdp.net Gary L. Hanifan Diretor Executivo, Serviços de Sustentabilidade da Supply Chain Global da Accenture [email protected] +1 (850) 513 3515 Justin Keeble Direotr Executivo, Serviços de Sustentabilidade da Accenture [email protected] +44 (0) 20-3335-0682 Aditya Sharma, MS, PE Diretor Operacional, Serviços de Sustentabilidade da Supply Chain Global da Accenture [email protected] +1 (917) 856 9353 Mari Mugurajima CDP Supply Chain, Japão CDP 2013 Bruno Berthon Diretor Executivo, Serviços de Sustentabilidade Global da Accenture [email protected] +33 1-53235694 CDP Latin America Rua Dr. Nicolau de Souza Queiroz, 199, casa 6 CEP 04105-000 São Paulo, SP Tel:+55 (11) 2305.6996 https://www.cdp.net/br Diagramado por: CDP 40 Bowling Green Lane London, EC1R 0NE United Kingdom Tel: +44 (0) 20 7970 5660 Fax: +44 (0) 20 7691 7316 [email protected]