BIsD - Development Finance International
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Banco Islâmico de Desenvolvimento BANCO ISLÂMICO DE DESENVOLVIMENTO (BIsD) Embora seja signatário da Declaração de Paris, a participação do Banco Islâmico de Desenvolvimento no inquérito de 2008 sobre a monitorização de Paris foi limitada, com apenas 1 entrada (Albânia). Devido a esta cobertura restrita, não se pode fiar que os resultados sejam representativos, pelo que não são reportados. 1) QUANTIDADE DA AJUDA 1.1. Desempenho da Quantidade Actual/Recente: baseado em aprovações Aprovações Líquidas da APD 2006-2007* (US$ milhões) 422.9 *O BIsD usa o calendário lunar, i.e. 2006-2007 corresponde a AH1427. Fonte: BIsD (2007a, tabela 2.3, pág. 38). As aprovações do Banco Islâmico de Desenvolvimento (abaixo BIsD) para projectos de financiamento concessional foram de US$ 422.9 milhões para o ano AH 1427 (que é conforme o calendário lunar o ano que termina em Janeiro de 2007), uma subida em 24% comparado com o AH1426 (Tabela 1.1). Os desembolsos dos Recursos do Capital Ordinário (dos quais o financiamento concessional perfaz 25%) foram de 584 milhões de dinares islâmicos (ID) (aproximadamente US$ 875 milhões) no ano AH 1427, uma subida em 34% comparado com o AH 1426. Contudo, estes números de desembolsos incluem financiamento não-concessional (BIsD, 2007a, pág. 45). Em 2002, o BIsD aumentou o capital autorizado de 6 para 15 mil milhões de dinares islâmicos (um pouco mais de USD 22.6 mil milhões em Março de 2007) e o capital subscrito de ID 4.1 mil milhões para ID 8.1 mil milhões (aproximadamente USD 12.2 mil milhões). Com base nisto, aumentou substancialmente o número de operações aprovadas e aumentou o montante de compromissos em mais de 150% para cerca de US$ 5.2 mil milhões por ano para 2006-2007. Em 2005-2006 (=ano lunar de 1426 AH ou o ano que termina a 30 de Janeiro), os desembolsos brutos foram de US$ 2.6 mil milhões (BIsD, 2006a). Contudo, como os reembolsos de empréstimos também são elevados, as transferências de recursos líquidos durante 2003-05 só foram de cerca de US$ 450 milhões por ano. (Este parágrafo refere-se a todas as operações do Grupo do BIsD e portanto inclui também financiamento não-concessional). 1.2. Futura Intenção de Quantidade O BIsD está a planear continuar a aumentar a sua ajuda nos próximos 5 anos para mais de US$6 mil milhões de compromissos anuais e US$4 mil milhões de desembolsos. Em particular, já mobilizou em 2006-07 US$2 mil milhões de financiamento adicional para um Fundo para Redução da Pobreza especialmente orientado para África, com um objectivo final de US$10 mil milhões (BIsD, 2007a, pág. 31). Recentemente, o BIsD anunciou o estabelecimento de um Fundo para Energia Limpa relacionado com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto. Em Dezembro de 2007, o Fundo tinha conseguido promessas no 1 Banco Islâmico de Desenvolvimento valor de US$ 759 milhões dos membros fundadores do BIsD (AsiaPulse, 2007). Ver também secção 4.4. 2) AGÊNCIAS/MECANISMOS PRINCIPAIS 2.1 Agências e Estruturas (ver BIsD 2007b) A visão do BIsD é “ser o líder no fomento do desenvolvimento socioeconómico em países membros e em comunidades muçulmanas em conformidade com a Xaria (lei islâmica) ”. A missão do BIsD é conforme o seguinte: “aliviar a pobreza, promover o desenvolvimento humano, a ciência e a tecnologia, os sistemas económico, bancário e financeiro islâmicos e aumentar a cooperação entre países membros juntamente com os nossos parceiros de desenvolvimento” (ambas citações de BIsD, 2005, pág. 1). O Grupo do BIsD é composto por cinco agências principais: o Banco Islâmico de Desenvolvimento (BIsD) em si, a Corporação Islâmica para a Garantia de Investimentos e Crédito à Exportação (ICIEC), o Instituto Islâmico de Pesquisa e Formação (IRTI), a Corporação Islâmica para o Desenvolvimento do Sector Privado (ICD) e desde 2005 a Corporação Islâmica do Financiamento do Comércio Internacional (ITFC). Instituições afiliadas/projectos especiais incluem o fundo de infraestruturas (IFF) do BIsD, que ajuda a desenvolver as infraestruturas dos países membros, o Centro Internacional de Agricultura Biosalina (ICBA) e o projecto da Arábia Saudita para a Utilização de Carne de Sacrifício Hajj. Sediado em Jedá (Arábia Saudita), o Grupo do BIsD tem escritórios regionais em Almaty (Cazaquistão), Kuala Lumpur (Malásia) e Rabat (Marrocos) e está a planear abrir um em Dacar (Senegal). O BIsD também tem representantes no terreno em 13 países membros. Financia projectos públicos e privados isentos de juros e gere fundos colocados à sua disposição por bancos islâmicos. Banco Islâmico de Desenvolvimento (BIsD) O BIsD foi fundado em 1973 e iniciou operações em 1975. O Banco assegura que o seu financiamento observe a Xaria, i.e. seja conforme à lei islâmica, por isso as suas operações têm comissões de juro e não cobranças de juros. Em Março de 2007, o BIsD contava 56 Estados-Membros, sendo a Arábia Saudita, a Líbia, o Irão, o Egipto, a Turquia, os EAU e o Kuwait os maiores accionistas (BIsD, 2006a). O BIsD também gere os seguintes fundos especializados: (i) o Portfolio dos Bancos Islâmicos de Investimento e Desenvolvimento (CFID) que canaliza a liquidez bancária disponível e a injecta em projectos nos países membros. O CFID será fusionado com a nova entidade ITFC (ver abaixo). (ii) O Fundo de Investimento da Unidade do BIsD (IDB-IF), que agrupa poupanças de investidores institucionais e individuais dos países membros do BIsD e investe estas poupanças em países membros e não-membros. (iii) O Fundo Awqaf de Investimento em Património (APIF) – um fundo fiduciário gerido pelo BIsD, que investe em bens imobiliários (recursos) Awqaf. (iv) A Fundação Global Waqf (WWF) para os necessitados. (v) O Fundo para Redução da Pobreza. (vi) O Fundo Waqf, que atende primariamente às necessidades das comunidades e organizações muçulmanas em países não-membros e 2 Banco Islâmico de Desenvolvimento em Países Membros Menos Avançados (PMMA). Coloca ênfase particular no desenvolvimento do sector social. (vii) O Programa Especial de Ajuda que foca principalmente nos sectores da educação e da saúde, mas também no alívio do sofrimento das comunidades assoladas por catástrofes naturais ou conflitos (quer em países membros quer em países não-membros). E por último (viii) o Programa de Bolsas de Estudos. Corporação Islâmica para a Garantia de Investimentos e Crédito à Exportação (ICIEC) Fundada em 1992, a ICIEC visa aumentar o âmbito do comércio entre os países membros fornecendo uma variedade de produtos de seguros que observam a Xaria. Em 2007, a ICIEC tinha 36 accionistas, incluindo o BIsD. Instituto Islâmico de Pesquisa e Formação (IRTI) O IRTI foi fundado em 1981 com o objectivo de empreender pesquisa e ministrar formação a países membros do BIsD para se adaptarem à lei Xaria e para fomentar o desenvolvimento económico e a cooperação entre estes. Corporação Islâmica para o Desenvolvimento do Sector Privado (ICD) A ICD foi fundada em 1999 e aspira a ser uma instituição financeira multilateral, que promove o desenvolvimento do sector privado em países membros do BIsD, e a ser um líder nos mercados financeiros islâmicos. Todo o seu financiamento directo observa a Xaria. Corporação Islâmica do Financiamento do Comércio Internacional (ITFC) Estabelecida em 2005, a ITFC tem por objectivo primário facilitar o intra-comércio entre os países membros da Organização da Conferência Islâmica (OIC) usando instrumentos que observam a Xaria. 2.2 Políticas e Legislação Chave Quadro Estratégico do BIsD (BIsD, 2003) Em 2003, o Grupo do BIsD adoptou um novo quadro estratégico em que reitera a sua visão, a sua missão e os seus valores centrais e redefine os seus objectivos a médio prazo. Os objectivos agora consistem: na promoção da indústria e das instituições financeiras islâmicas, no alívio da pobreza e na promoção da cooperação entre os países membros. Para cumprir estes objectivos, o BIsD focará nas seguintes 6 áreas prioritárias: (i) desenvolvimento humano; (ii) desenvolvimento agrícola e segurança alimentar; (iii) desenvolvimento infraestrutural; (iv) comércio entre os países membros; (v) desenvolvimento do sector privado; e (vi) pesquisa e desenvolvimento dos sistemas económico, bancário e financeiro islâmicos. Visão 1440H ‘Uma Visão para a Dignidade Humana’ (BIsD, 2006b) No ano 1426 da Era da Hégira (2005) o Banco Islâmico de Desenvolvimento prevê a sua visão estratégica de longo prazo no seu documento Visão 1440H (2020): “Até ao ano 1440 da Era da Hégira o BIsD ter-se-á tornado num banco de desenvolvimento de classe mundial, inspirado por princípios islâmicos, que terá ajudado de forma significativa a transformar a paisagem do desenvolvimento humano integral no mundo muçulmano e terá ajudado a restaurar a sua dignidade” (BIsD, 2006b, pág. 4). 3 Banco Islâmico de Desenvolvimento Declaração de Uagadugu Em 2002, o BIsD comprometeu-se a entregar US$ 2 mil milhões em financiamento concessional a PMMA africanos para o período de AH 1424-1428 (2002-2007). Durante os primeiros quatro anos deste período quinquenal, o Grupo do BIsD tinha aprovado 83% deste total (BIsD, 2007a, pág. 39). 3) PAÍSES RECEPTORES E CRITÉRIOS DE AFECTAÇÃO 3.1. Países Receptores 10 receptores principais de empréstimos e AT por país (para 2006-2007*): (baseado em aprovações líquidas) 1. Paquistão 2. Indonésia 3. Marrocos 4. Senegal 5. Nigéria 6. Níger 7. Burkina Faso 8. Mali 9. Tunísia 10. Uzbequistão Total 10 Receptores Principais US$m % do total (empréstimos+AT) 80.0 62.4 56.8 43.4 30.0 28.4 26.9 16.1 15.6 15.0 14.7% 11.5% 10.4% 8.0% 5.5% 5.2% 5.0% 3.0% 2.9% 2.8% 374.6 68.9% * O BIsD usa o calendário lunar, i.e. 2006-2007 corresponde a AH1427. Fonte: BIsD (2007a, tabela anexa 2.3, págs. 48-56). A Tabela acima mostra os receptores principais do financiamento do BIsD. O número total de países que receberam empréstimos/AT do BIsD no ano AH 1427 (2006-2007) foi de 40. A maior parte dos países que figuram na lista são africanos, com as importantes excepções do Paquistão e da Indonésia, que são cabeças de lista (estes números devem ser interpretados com cautela, pois é possível que estejam incluídos alguns fluxos de financiamento não-concessional, ver anexo I para uma descrição das fontes de dados). Distribuição entre diferentes grupos de receptores (2006-2007*): (baseado em aprovações líquidas) PMA África Ásia Outros Afectações regionais Total US$ milhões % de financiamento concessional 220.0 245.8 166.5 8.7 1.9 52.0% 58.1% 39.4% 2.1% 0.4% 422.9 100% * O BIsD usa o calendário lunar, i.e. 2006-2007 corresponde a AH1427. Fonte: BIsD (2007a, tabela 2.3, pág. 38). A Tabela acima mostra que o grosso do financiamento concessional vai para África, indo 52% para Países Membros Menos Avançados (ver próxima secção). 4 Banco Islâmico de Desenvolvimento 3.2. Critérios de Afectação 3.2.1. Critérios de pré-selecção Qualquer país interessado em ser membro de uma entidade no Grupo do BIsD terá de preencher três condições, nomeadamente, (i) ser membro da Organização da Conferência Islâmica (OIC), (ii) pagar a sua contribuição para o capital da entidade, e (iii) aceitar os termos e as condições que poderão ser decididos pelo Conselho de Governadores da entidade. O BIsD classifica 28 membros como Países Membros Menos Avançados (PMMA), que são portanto elegíveis para financiamento altamente concessional. Estes incluem os 22 países membros que são classificados pela ONU como PMA, 2 países membros (Quirguistão e Tajiquistão) que são classificados pela ONU como países em desenvolvimento sem litoral) juntamente com quatro outros (Albânia, Azerbaijão, Uzbequistão e Palestina) (BIsD, 2006a). 3.2.2. Critérios de afectação O BIsD tenta equilibrar o seu portfolio entre todos os países membros, esforçando-se por iniciar um novo empréstimo por ano a cada país, excepto nos casos em que houver sérios problemas de não-reembolso dos actuais empréstimos. Além disso, um projecto a financiar através de um empréstimo do BIsD não deverá tecnicamente ultrapassar 7 milhões de dinares islâmicos, sendo os empréstimos que excederem este montante frequentemente co-financiados com outros doadores árabes (ver também secção 5.5). Desde 2002, o BIsD faz esforços específicos para financiar sectoreschave em Países Africanos Menos Avançados, afectando US$2 mil milhões para este efeito e, embora nem todo este dinheiro seja concessional, a maioria dos seus receptores principais de financiamento concessional fica em África. Do mesmo modo, é de prever que o recém-estabelecido fundo do BIsD para combater a pobreza nos países membros tenha a maior parte das suas operações em África (ver secção 1.2). 4) POLÍTICAS DE AJUDA 4.1. Concessionalidade Elemento de Donativo (%) Vencimento (anos) Período de Carência (anos) Taxa de Juro (%) Comissão de Serviço (%) Denominação da Moeda Padrão ? 15 - 25 3-7 PMMA ? 30 10 0% 1.5% - 2.5% ID/DES 0% 0.75% ID/DES Fonte: BIsD (2000, pág. 6) O BIsD concede empréstimos e donativos. Os empréstimos são isentos de juros (observam a Xaria), mas acarretam comissões administrativas entre 1.5% e 2.5% para empréstimos padrão e 0.75% para empréstimos altamente concessionais a PMMA. O montante das comissões é fixado provisoriamente em acordos de consolidação e finalmente após o último desembolso. As comissões vencem-se independentemente do nível de desembolso. Os reembolsos dos empréstimos são espalhados por um período de 15 a 30 anos com um período de carência de 3 a 10 anos dependendo do projecto/receptor (ver tabela acima). 5 Banco Islâmico de Desenvolvimento O BIsD também efectua locação financeira não-concessional com uma margem de lucro anual de 7.5% a 8% durante um período de maturação de 3 a 4 anos, sendo grandes quantidades de operações de financiamento às exportações efectuadas com uma margem de lucro de 6.5% e sendo o período de reembolso de 9 a 24 meses (BIsD, 2000). 4.2. Tipos de Assistência O BIsD fornece três tipos principais de financiamento: apoio a projectos, apoio à balança de pagamentos para promover o comércio entre os países membros e cooperação técnica. Também pode financiar uma participação de equidade que não ultrapasse 1/3 do capital do projecto. Entre 2003 e 2005, 61% do financiamento foram canalizados para a promoção das exportações de países islâmicos, 37% para projectos e 2% para assistência técnica. Contudo, as aprovações líquidas nos últimos anos têm sido de cerca de 50% para financiamento comercial e de 50% para projectos, tendo a assistência técnica caído para menos de 1% (BIsD, 2006a e 2007a). No ano financeiro mais recente (AH 1427 ou 2006-2007), 65% das aprovações de financiamento para Países Membros Menos Avançados foram financiamento comercial, 16% para projectos e 14% para locação financeira. Contudo, os PMMA da África Subsariana receberam cerca de 60% de financiamento a projectos e 40% de financiamento comercial. A análise PPME mostra do mesmo modo que o dinheiro do BIsD está em grande medida (entre 50% e 66%) focado em projectos. O BIsD aprovou a participação em pacotes de alívio da dívida PPME para todos os seus países membros (20 de um total de 40 PPME elegíveis) que atingiram o ponto de decisão. As únicas excepções são Moçambique, onde o BIsD não teve exposição, e a Guiné-Bissau, onde a “entrega da parcela de alívio da dívida do BIsD ainda está por ultimar” (BIsD, 2007a, pág. 40). O custo do alívio da dívida total a PPME está estimado em US$ 164.1 milhões (em fins de Junho de 2007 em termos do VAL – ver AID e FMI, 2007, pág. 77). Em termos de qualidade da assistência técnica (AT), a maior parte da AT do BIsD foca em formação. Os PPME indicam que no seu melhor está moderadamente alinhada com as prioridades do Governo ou o fortalecimento das capacidades, podendo-se encontrar a melhor prática na Gâmbia. 4.3. Canais de Assistência Salvo programas de financiamento comercial, os projectos do BIsD estão direccionados no sentido de ministérios sectoriais, agências de execução de projectos e por vezes directamente para agentes de desenvolvimento privados. Contudo, os PPME indicam que entre 75% e 100% dos recursos do BIsD são captados através do orçamento, ocorrendo a melhor prática na Gâmbia, na Guiana, na Mauritânia, no Mali e na Serra Leoa. 4.4. Sectores e Projectos Os sectores prioritários do BIsD para projectos são: desenvolvimento humano, desenvolvimento rural e segurança alimentar, desenvolvimento infraestrutural, desenvolvimento do sector privado, pesquisa e desenvolvimento dos sistemas económico, bancário e financeiro islâmicos. Como a tabela abaixo mostra, no último 6 Banco Islâmico de Desenvolvimento ano os serviços públicos receberam a maior parte do financiamento, embora na maior parte dos anos os transportes e as comunicações e os serviços sociais venham logo a seguir. Contudo, é o comércio que é o sector privilegiado dada a grande quantidade de financiamento comercial. Em fins de 2007, o BIsD anunciou o estabelecimento de um Fundo de Energia Limpa, com vista a motivar o sector privado a participar em projectos de energia limpa. Em meados de Dezembro de 2007, as promessas ao fundo por parte dos membros fundadores do BIsD eram de US$ 759 milhões (AsiaPulse, 2007). Distribuição de Empréstimos e AT por Sector para AH 1427 (2006-2007) baseado em aprovações líquidas Agricultura e Agro-Indústria Indústria e Mineração Sectores Sociais (incluindo educação e saúde) Transportes e Comunicações Serviços Públicos Serviços Financeiros e Outros Sectores Total Nº de projectos 19 6 49 19 26 21 140 US$ milhões 126.5 216.1 365.1 450.8 480.3 13.4 1652.2 % do total 7.7% 13.1% 22.1% 27.3% 29.1% 0.8% 100.0% Fonte: BIsD (2007a, tabela 2.2, pág. 32) Nota: O total inclui fluxos de financiamento não-concessional Todos os projectos que o BIsD financia estão em princípio incluídos no quadro de planeamento existente do país devedor (por exemplo, o DERP), embora para o recémestabelecido fundo de pobreza “O tipo de intervenções será ditado pelas necessidades e as circunstâncias especiais de um país, para além dos DERP em curso” (BIsD, 2007a, pág. 31). Contudo, devido em parte à grande quantidade de financiamento à importação, os PPME sugerem que nem todos os recursos do BIsD são para sectores ou projectos com prioridade máxima. A melhor prática (75-100% alinhados) é na Gâmbia e na Serra Leoa. 4.5. Flexibilidade A ajuda do BIsD ajuda a financiar défices da Balança de Pagamentos e o seu financiamento comercial ajuda os países a protegerem-se contra choques externos dos preços das importações (por exemplo, através das Operações de Financiamento Comercial às Importações ou ITFO). Contudo, não fornece este tipo de financiamento de forma muito flexível. A maior parte dos países que beneficia dos recursos do BIsD recebe a sua ajuda através de um contrato de empréstimo por ano e a margem para recursos extra à margem deste quadro é bastante limitada. Isto é também o que a análise PPME mostra, não tendo a maioria dos países constatado qualquer flexibilidade mas tendo alguns (particularmente a Guiné-Bissau) indicado maior flexibilidade porque o financiamento do BIsD financiou défices da importação mais rapidamente que outros doadores. 4.6. Calendarização O BIsD usa um quadro de intervenção estratégico para a afectação global dos seus recursos e celebra acordos de compromissos plurianuais com Estados-Membros, mas os seus desembolsos em cada país não têm um calendário plurianual concertado. No seu relatório anual mais recente, o BIsD indica que o total dos volumes de desembolsos mais que duplicou desde o ano 2000, com também um pequeno aumento do rácio de desembolsos (=montante desembolsado durante um ano como 7 Banco Islâmico de Desenvolvimento percentagem do montante disponível para desembolso no início desse ano) entre 2005-2006 e 2006-2007 (BIsD, 2007a, pág. 45). Alguns PPME reportam quadros de compromissos plurianuais em vigor (por exemplo, a Guiné-Bissau, o Mali, a Serra Leoa e o Uganda). O desempenho do BIsD no desembolso no ano financeiro esperado pelos PPME é altamente variável, tendo apenas o Mali avaliado que os desembolsos correspondem às expectativas. 4.7. Condicionalidade O BIsD não impõe condições adicionais relacionadas com políticas à implementação dos projectos ou condicionalidades macroeconómicas ao apoio à importação (para além do reembolso do serviço da dívida ao BIsD conforme previsto). Como consequência, embora os PPME indiquem atrasos consideráveis devido a condições precedentes relativas a procedimentos que são estritamente cumpridas, não há atrasos devido a condições de políticas. 4.8. Diálogo de Políticas O BIsD não se empenha muito no diálogo de políticas macroeconómicas, mas discute aspectos de políticas sectoriais, especialmente quando co-financia com outros doadores. Alguns PPME (particularmente a Gâmbia, Moçambique, a Guiné-Bissau e a Mauritânia) avaliam o seu empenho como um apoio activo às políticas e aos programas do Governo e não às posições de outros doadores. Os desembolsos do BIsD não estão de todo ligados a programas das IBW mas, se as relações com as IBW forem suspensas, o BIsD não celebra novos empréstimos. Por isso, os PPME atribuem-lhe resultados médios a altos ao avaliarem a sua independência das IBW, sendo a melhor prática na Gâmbia, no Mali, na Serra Leoa e no Uganda. 5) PROCEDIMENTOS DE AJUDA 5.1 Condições Precedentes A primeira fase no ciclo de projectos/programas é uma instituição pública no futuro país receptor apresentar oficialmente ao BIsD um pedido de financiamento, que após a decisão do comité dos quadros técnicos do BIsD será reencaminhado pelos órgãos de gestão ao Conselho Executivo e ao Conselho de Governadores para aprovação. O pedido tem de ser sujeito a um estudo de viabilidade. Nenhum desembolso poderá ser efectuado antes da data de entrada em vigor do contrato de financiamento. Os contratos de donativos entram em vigor após a sua assinatura. Para empréstimos, são necessários os seguintes documentos no prazo de 12 meses da assinatura: uma opinião legal e documentos que indiquem que todo o serviço da dívida é actual. Após este período, o contrato perderá a sua força legal ficando desprovido de toda e qualquer validade, salvo se o BIsD conceder um prolongamento. Em termos de condições precedentes, o BIsD normalmente requer o estabelecimento de uma unidade de projectos e a abertura de uma conta bancária separada. O BIsD geralmente também requer financiamento de contrapartida do governo receptor ou do agente de desenvolvimento privado para pagar custos monetários 8 Banco Islâmico de Desenvolvimento locais. Contudo, para países menos avançados, estes fundos podem por vezes ser pagos a partir dos recursos de empréstimos. Conforme os PPME, na maioria dos países o BIsD insiste em financiamento de contrapartida significativo, tendo os níveis mais baixos sido citados na Serra Leoa. Muitos projectos são também co-financiados por outros credores, potencialmente atrasando a entrada em vigor e os desembolsos, salvo se os procedimentos forem totalmente harmonizados. De um modo geral, os PPME consideram as condições precedentes do BIsD bastante numerosas, complicadas e complexas e causando atrasos consideráveis nos desembolsos, com a excepção dos Camarões e de Moçambique. 5.2 Métodos de Desembolso O BIsD utiliza três métodos de desembolso: • Reembolso de pagamentos já efectuados; • Pagamento directo ao fornecedor de serviços; • Contrato de reembolso (compromisso irrevogável do BIsD de pagar entregas efectuadas ou serviços a fornecer). O BIsD não tem cláusulas para adiantamentos e o procedimento mais comum é o pagamento directo. Só as despesas aprovadas pelo BIsD estão sujeitas a reembolsos subsequentes. Conforme o estudo/inquérito do PFC PPME, os métodos de desembolso do BIsD são predominantemente reembolsos e pagamentos directos, com mais reembolsos na Gâmbia e na Serra Leoa. Os atrasos relacionados com os métodos de desembolso são frequentemente consideráveis (3-6 meses), embora a Gâmbia, o Mali e a Serra Leoa sugiram que podem ser mais curtos. 5.3 Procedimentos de Desembolso De um modo geral, o BIsD permite à agência nacional da monitorização do projecto, que poderá ser uma entidade pública ou privada, tratar da preparação de orçamentos e contas e conduzir auditorias (embora estas duas últimas possam ser verificadas separadamente pelo BIsD, se for necessário). De um modo geral, são também necessárias contas bancárias separadas. Conforme os PPME, o BIsD geralmente insiste em 1-2 procedimentos de desembolso adicionais aos do governo e é mais flexível na Gâmbia, na Serra Leoa e em Moçambique. 5.4 Procedimentos de Contratação Pública O Capítulo 3 do manual de desembolsos do BIsD (BIsD, 2000) sobre contratação pública abre prevendo que “bens e serviços (para além dos serviços de consultoria) sejam contratados, ordinariamente, através de Concursos Públicos Internacionais, abertos a fornecedores e empreiteiros de todos os países do mundo”. Contudo, o parágrafo seguinte limita de forma eficaz a maior parte da contratação pública aos países membros: “Excepções a esta regra são (..) quando os bens e serviços requeridos estão disponíveis nos países membros do Banco. Além disso, quando se estabeleceu que há um número suficiente de países membros com capacidade de 9 Banco Islâmico de Desenvolvimento produção para manufacturar uma certa fábrica, equipamento ou maquinaria conforme os padrões requeridos e que possam estar interessados em prestar serviços após vendas, a apresentação de ofertas para essa fábrica, esse equipamento ou essa maquinaria será restrita aos países membros do Banco.” Os PPME constataram que as políticas do BIsD não são excessivamente restritivas porque os bens e serviços podem ser contratados de forma bastante competitiva através de ICB dos membros do BIsD (ou ocasionalmente de não-membros). Os atrasos relacionados com a contratação pública podem ser bastante substanciais, mas em alguns casos (particularmente na Serra Leoa e na Gâmbia) são mantidos a um mínimo. 5.5 Coordenação Em 1975, foi estabelecido o “Grupo de Coordenação” com vista à harmonização de ligações operacionais entre 8 instituições árabes de ajuda, que servem frequentemente de co-financiadores dos mesmos projectos. Os membros são: (i) o Banco Islâmico de Desenvolvimento (BIsD), (ii) o Programa do Golfo Árabe para o Desenvolvimento da ONU (AGFUND), (iii) o Fundo Árabe, (iv) o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA), (v) o Fundo OPEP para o Desenvolvimento Internacional, (vi) o Fundo Kuwait para o Desenvolvimento Económico Árabe, (vii) o Fundo Abu Dhabi para o Desenvolvimento Económico Árabe e (viii) o Fundo Saudita para o Desenvolvimento. O Grupo publica directivas e procedimentos comuns (por exemplo, os que figuram em Banco Mundial, 2005). A adopção destes não é obrigatória, visto que é deixada à discrição de cada instituição individual utilizar as directivas conforme apropriado, mas são de um modo geral utilizados, especialmente quando os projectos são co-financiados por agências árabes. O BIsD tenta activamente assegurar a coordenação e o co-financiamento com outras instituições árabes (por exemplo, o BADEA, os Fundos Kuwait e Saudita). Também coordena com o BAD, o BAsD, o BERD, o Fundo CEDEAO, o BEI e o Banco Mundial, especialmente no financiamento de projectos. Em 2006-2007 (AH 1427), forneceu 20% do montante comprometido em projectos co-financiados avaliados em US$1.8 mil milhões (montante que inclui fluxos não-concessionais). O BIsD também tem acordos de cooperação específicos com agências da ONU, particularmente o PNUD e a ONUDI (BIsD, 2007a, pág. 71). Fontes Principais (Todas as fontes da internet foram acedidas a 12 e 13 de Abril de 2008) AsiaPulse (2007) “O BIsD deverá fornecer fundos para energia limpa em 56 países”, AsiaPulse News, 14 de Dezembro de 2007. AID e FMI (2007) “Iniciativa dos Países Pobres Muito Endividados (PPME) e Iniciativa de Alívio da Dívida Multilateral (IADM) — Situação da Implementação”, elaborado pelos Quadros da AID e do FMI, 21 de Agosto de 2006, acedido no endereço www.imf.org/external/np/pp/eng/2006/082106.pdf BIsD (2000) “Banco Islâmico de Desenvolvimento – Manual de Desembolsos”, 16.05.2000, acedido no endereço www.isdb.org/irj/go/km/docs/documents/IDBDevelopments/Internet/English/IDB/C 10 Banco Islâmico de Desenvolvimento M/Projects/Policies%20%26%20Procedures/Disbursement%20Procedures/Disbursem ent_Handbook.pdf BIsD (2003) “Quadro Estratégico do Grupo do BIsD”, acedido no endereço www.IsDB.org/irj/portal/anonymous?NavigationTarget=navurl://bfc2a8bf444d692d3 acf3b73220e0121 BIsD (2005) “O Grupo do Banco Islâmico de Desenvolvimento em Resumo”, Maio de 2005, acedido no endereço http://web5.bernama.com/events/idb06/IDB_Group_in_Brief.pdf BIsD (2006a) “Relatório Anual 2005-2006 (AH 1426)”, acedido no endereço www.IsDB.org/irj/portal/anonymous?NavigationTarget=navurl://07567a540acd7d131 16afb91969273e0 BIsD (2006b) “Visão 1440 H–Uma Visão para a Dignidade - Resumo”, Maio de 2006, acedido no endereço www.isdb.org/irj/go/km/docs/documents/IDBDevelopments/Internet/English/IDB/C M/About%20IDB/IDB%201440H%20Vision/Strategic_Thrusts_andTargets.doc BIsD (2007a) “Relatório Anual 2006-2007 (AH 1427)”, acedido no endereço www.isdb.org/irj/go/km/docs/documents/IDBDevelopments/Internet/English/IDB/C M/Publications/Annual_Reports/32nd/P2.pdf BIsD (2007b) “O Grupo do Banco Islâmico de Desenvolvimento em Resumo”, acedido no endereço www.IsDB.org/irj/go/km/docs/documents/IDBDevelopments/Internet/English/IDB/C M/Publications/IDB_Group_in_Brief_2007.pdf Banco Mundial (2005) “Harmonização de Políticas e Procedimentos dentro do Grupo de Coordenação de Instituições Doadoras Árabes e Islâmicas e do Fundo OPEP”, acedido no endereço www1.worldbank.org/harmonization/romehlf/IPlans/OPEC%20Fund.pdf 11 Banco Islâmico de Desenvolvimento ANEXO 1: FONTES DE DADOS DA APD DO BANCO ISLÂMICO DE DESENVOLVIMENTO O Banco Islâmico de Desenvolvimento não reporta dados agregados ou desagregados de APD à OCDE/CAD. Os números utilizados neste perfil são provenientes dos relatórios anuais do BIsD (BIsD 2006a e BIsD, 2007a). Algumas observações relativas aos números: • • • • • 12 Os números para a APD líquida (tabela em secção 1.1) e a tabela em secção 3.1 das afectações regionais são extraídos da tabela 2.3 (BIsD, 2006a, pág. 77 para o ano AH 1426 e BIsD, 2007, pág. 38 para o AH 1427). Os números para os 10 receptores principais são extraídos do anexo da tabela 2.3 nos mesmos relatórios anuais, não tomando em conta operações ligadas a participações de equidade, locação financeira ou Istisna, mas incluindo AT ou empréstimos que sejam combinados com Istisna (=produto financeiro que observa a Xaria). Consequentemente, não é totalmente claro/certo que estes números não incluam fluxos de financiamento não-concessional. Os números sobre a afectação sectorial são extraídos da tabela 2.2 nos respectivos relatórios anuais. O principal problema é que todos os dados nos relatórios anuais são numa base de aprovações líquidas. A única menção de números de desembolsos é feita na pág. 45 do relatório anual do AH 1427, mas isto envolve o total de ‘Recursos do Capital Ordinário’ (empréstimos+AT) que inclui financiamento nãoconcessional (BIsD, 2007a, pág. 45). Outro problema de todos os números serem numa base de aprovações líquidas é que os totais não incluem desembolsos imprevistos para ajuda de emergência como os US$ 250 milhões para uma ajuda especial ao Líbano, sendo a ajuda de emergência no valor de US$ 500m à Indonésia, às Maldivas, à Somália, à Índia, ao Sri Lanka e à Tailândia ou o pacote de ajuda ao Paquistão no valor de US$ 502 milhões (números do BIsD, 2007a, págs. 30 e 36).
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