relatório de situação de 2014 sobre a saúde materna, neonatal e
Transcrição
relatório de situação de 2014 sobre a saúde materna, neonatal e
AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : 251 11 551 77 00 Fax :251 11 551 78 44 PRIMEIRA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE SAÚDE, POPULAÇÃO E CONTROLO DA DROGA (STC-HPDC-1) 13-17 DE ABRIL DE 2015 ADIS ABEBA, ETIÓPIA STC/EXP/HP/XIII(I) TEMA:- “DESAFIOS PARA O ACESSO INCLUSIVO E UNIVERSAL “ RELATÓRIO DE SITUAÇÃO DE 2014 SOBRE A SAÚDE MATERNA, NEONATAL E INFANTIL 0 1 Índice 1 Índice ............................................................................................................................................... 1 2 Abreviaturas e Acrónimos ............................................................................................................... 3 4 Resumo Sucinto ............................................................................................................................... 4 5 Introdução ....................................................................................................................................... 7 6 Estado da Saúde Neonatal e Infantil ............................................................................................. 10 6.1 Mortalidade Infantil .............................................................................................................. 10 6.2 Mortalidade Infantil e Neonatal ............................................................................................ 14 6.3 Nutrição ................................................................................................................................. 17 6.4 Imunização ............................................................................................................................ 18 7 Estado da Saúde Materna ............................................................................................................. 21 8 Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos ...................................................................................... 27 8.1 Planeamento Familiar ........................................................................................................... 27 8.2 VIH e Prevenção da Transmissão da Mãe para a Criança ..................................................... 30 8.3 Saúde Reprodutiva do Adolescente ...................................................................................... 31 9 Intervenções de Alto Impacto da SMNI-MNCH............................................................................. 34 9.1 Qualidade da Prestação dos Serviços de Saúde .................................................................... 35 9.2 Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência ............................................................... 35 9.3 Expansão na Formação Obstetrícia ....................................................................................... 36 9.4 Reduzir o Impacto do Aborto Inseguro ................................................................................. 37 9.5 Prevenção e Tratamento da Hemorragia Pós-parto ............................................................. 38 9.6 Intervenções Interparturientes: Cuidados Obstétricos ......................................................... 38 9.7 Intervenções Interparturientes: Cuidados Neonatais ........................................................... 39 9.8 Intervenções Pós-parturientes Maternas e Neonatais ......................................................... 39 9.9 Reforço do Sistema de Referência ........................................................................................ 39 9.10 Vigilância e Reaposta à Mortes Maternas ............................................................................. 40 9.11 Imunização ............................................................................................................................ 40 9.12 Nutrição ................................................................................................................................. 41 9.13 Intervenções ao Nível Comunitário e dos Lares .................................................................... 41 10 Questões Transversais que Afectam a Saúde Materna e Infantil em África ............................. 42 10.1 Relações entre o Género e o Poder ...................................................................................... 42 10.2 Água e Melhor Saneamento e Higiene .................................................................................. 42 10.3 Educação ............................................................................................................................... 43 10.4 Agricultura, Alimentação e Segurança Nutricional ............................................................... 43 10.5 Níveis de Renda e Actividades Económicas........................................................................... 44 11 Desafios à Melhoria do Estado da SMNI ................................................................................... 44 13 Lições Aprendidas.......................................................................... Error! Bookmark not defined. 1 MNCH Status Report 2014 14 Recomendações para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil em África Além 2015………………………………………………………………………………………………….. 45 15 Plano de Acção para o Fim de Mortes Preveníveis da SMNI em África….. 49 15.1 Papel de Actores na Implementação do Plano de Acção ...................................................... 58 16 Agenda Pós-2015 e a Saúde Materna, Neonatal e da Criança .................................................. 59 17 Bibliografia................................................................................................................................. 62 18 Apêndices .................................................................................................................................. 65 19 Apêndice 1: Classificação da SMNI de todos os Países ............................................................. 66 Tabelas Tabela 1: Progresso contra os ODMs .................................................................................................... 12 Tabela 2: Redução % de mortes dos abaixo dos 5 anos desde 1990 .................................................... 13 Tabela 3: Percentagem de Crianças Vacinadas com DPT ...................................................................... 18 Tabela 4: Redução % do RMM desde 1990 ........................................................................................... 25 Tabela 5: Declíneo % na TMAC .............................................................................................................. 31 Tabela 6: Intervenções de Baixo Custo e Alto Impacto na SMNI .......................................................... 35 Tabela 7: Plano de Acção Resumido para o Fim de Mortes Preveníveis na SMNI ................................ 49 Gráficos Gráfico 1: Taxas de Mortalidade dos Abaixo dos Cinco, 2010 - 2013 ................................................... 11 Gráfico 2: Declíneo nas Taxas de Mortalidade Neonatal e Pós-neonatal ............................................. 15 Gráfico 3: Causas de Morte Materna .................................................................................................... 22 Gráfico 4: Índices de Mortalidade Materna:1990, 2010, 2013 ............................................................. 24 Gráfico 5: Estado do Parto Habilitado em África................................................................................... 26 Gráfico 6: Taxas de Prevalência de Anticonceptivo: 1994, 2010, 2013 ................................................ 29 Gráfico 7: Média de Necessidades Não-satisfeitas no PF: 1994, 2000, 2010, 2013 ............................. 30 Gráfico 8: Taxas de Fecundidade da Adolescente, 1994, 2000, 2013 ................................................... 33 Figuras Figura 1: Mapa de África demonstrando o RMM.................................................................................. 23 Figura 2: Contínua de cuidados para a SMNI ........................................................................................ 34 2 MNCH Status Report 2014 2 Abreviaturas e Acrónimos SIDA TAR UA CUA PCA Síndrome de Imuno-Deficiência Adquirida Terapia Anti-Retroviral União Africana Comissão da União Africana Posição Comum Africana Campanha para a Redução Acelerada da Mortalidade Materna em CARMMA África OSsC Organização de Serviços Comunitários D&C Dilatação e Curetagem DPT Vacina contra a Difteria, a Tosse Convulsa e o Tétano RDC República Democrática do Congo EmONC Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência PF Planeamento Familiar PIB Produto Interno Bruto GVAP Programa Global de Acesso a Vacinas SIS Sistemas de Informação de Saúde VIH Virus de Imunodeficiência Humana SIGS Sistemas de Informação de Gestão de Saúde HPV Virus de Papilloma Humano M&A Monitoria e Avaliação ODM Objectivo de Desenvolvimento do Milénio VRMM Vigilância e Resposta a Mortes Maternas RMM Rácio da Mortalidade Materna SMNI Saúde Materna, Neonatal e Infantil TMAC Transmissão do VIH da Mãe para a Criança MVA Aspiração Manual do Vácuo CERs Comunidades Económicas Regionais SDSR Saúde e Dereitos Sexuais e Reprodutivos CSU Cobertura de Saúde Universal ONUSIDA Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA WASH Água, Saneamento e Higiene OMS Organização Mundial da Saúde 3 MNCH Status Report 2014 4 Resumo Sucinto Uma forte vontade política e apropriação nacional pelo Continente inteiro resultou em impressionantes ganhos na saúde materno-infantil. Líderes africanos demonstraram compromisso e alto nível de apoio à Saúde Materna, Neonatal e Infantil (SMNI) através de várias declarações e decisões destinadas a acelerar a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), deste modo catalizando a prossecussão de melhores resultados de saúde no Continente. Em Julho de 2010 em Kampala, Uganda, a Assembleia da UA reafirmou o seu compromisso à saúde maternoinfantil e renovou o vigor continental à realização dos ODMs 4, 5 e 6 até 2015. A Assembleia da União Africana (ao abrigo da Declaração Assembly/AU/Decl,1{XV}) também mandatou a Comissão da União Africana a reportar anualmente sobre o estado da SMNI em África até 2015. Está claro que o compromisso dos líderes garantiu que políticas e instrumentos-chave mantivessem e continuassem a focalizar-se e a advocar pela SMNI, e estes foram agora abraçados nos instrumentos de política pós2015 da União Africana; a Posição Comum da União Africana sobre a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e a Agenda 2063 da UA. Isto resultou em reduções sem precedentes na mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos de idade e no progresso significativo na redução da mortalidade materna, muito embora o rácio da mortalidade materna (RMM) permaneça excessivamente elevado. O presente relatório resume o estado da SMNI em África até aos finais de 2014, considera requisitos de política e pragmáticos para manter a SMNI na agenda e o seu discurso na era pós-2015 e consolidar o progresso até hoje realizado. Registaram-se declíneos dramáticos na mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos de idade em comparação com os níveis testemunhados em 1990, com grandes reduções nesta categoria entre 2010 e 2013. Contínua redução em África, excluindo a África do Norte, testemunhou o índice de mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade a baixar de uma média dos 177 por 1000 nados vivos da linha de base de 1990, para 98 por 1000 nados vivos em 2013, uma redução em 43,6% da linha de base de 1990 até aos finais de 2013. Entre 2010 e 2013, o índice de redução registou uma média de 4,2% por ano. Todavia, reduções nos índices de mortalidade neonatal foram menos dramáticos da linha de base. Crianças com menos de cinco anos de idade continuam a morrer de complicações contraídas antes do nascimento (17%), pneumonia (15%) complicações relacionadas com intra-parto (11%), diarreias (9%) e malária (7%). Por outro lado, a sub-nutrição é atribuída a quase metade de todas as mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade, realçando a importância da segurança alimentar e nutricional. A maioria destas mortes é prevenível com intervenções que colocam enfoque adequado nas doenças infecciosas, na imunização, na melhoria da nutrição e no reforço de intervenções em volta do período neonatal. Houve melhorias e ganhos na saúde materna no Continente; a mortalidade materna reduziu-se em quase metade dos níveis registados na década 90, e vários países africanos estão a fazer um progresso firme no sentido da realização do ODM 5. O rácio médio da mortalidade materna (RMM) em África reduziu-se de 990 por 100.000 mulheres em 1990 para 460 por 100.000 até aos finais de 2013. A percentagem média de redução do RMM da linha de base de 1990 foi de 44,8%. Porém, apesar destes ganhos, várias mulheres continuam a morrer de causas preveníveis. Cerca de 73% de todas as mortes maternas deveram-se a casos obstétricos directos e mortes devidas a causas indirectas responderam por 27,5%. As principais causas directas da morte materna são a hemorragia pós-parto (27,1%), desordens induzidas pela gravidez ou hipertensivas relacionadas (14%), sepsis puerperal (10,7%), aborto inseguro (7,9%) e outras causas directas de morte incluindo trabalho de parto obstruído (9,6%). O fim da mortalidade materna prevenível requer um enfoque em intervenções de alto impacto incluindo: a melhoria de assistência de parto habilitada, a prevenção da hemorragia pós-parto, intervenções intra-parto tais como o uso de partógrafos e de antibióticos para infecções, vigilância e resposta a mortes maternas, e o uso da mobilização comunitária para incrementar partos institucionais, o envolvimento dos homens na SMNI, entre outros, podem reduzir em grande medida as mortes preveníveis. 4 MNCH Status Report 2014 O relatório constata que permanece crucial que haja um enfoque na melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados. Uma ambição constante em melhorar continuamente a qualidade dos serviços da SMNI que cubram não só os parámetros clíncos, mas que contemplem também a satisfação e a percepção do paciente, ajudará a fazer avançar a capacidade de resposta dos serviços da SMNI. Deve haver uma abordagem distinta à redução de desigualdades na saúde no que respeita a prestação dos serviços de saúde. A desigualdade na saúde é mais prejudicial às comunidades mais vulneráveis, e exacerba ainda mais os fracos resultados da saúde. Fracos resultados da SMNI são registados mais comparativamente nas zonas rurais, lares de baixa renda, fraca realização educacional materna e o género feminino. A redução dos desequilíbrios na saúde e uma acção no sentido da cobertura de saúde universal são de extrema importância. A consideração da saúde materno-infantil ao longo do ciclo de vida, e como um contínuo de cuidados através das várias fases, é extremamente útil na planificação e dispensação de serviços. É importante manter a SMNI na agenda uma vez terminados os ODMs; é indispensável que a SMNI continue a ocupar a primeira prioridade na Agenda Pós-2015. Para isoo, a saúde materno-infantil deve ser considerada como um assunto por concluir requerendo um vigor e uma determinação renovados na agenda de desenvolvimento pós-2015. Conjugado com isso, deverá haver uma ambição extra para incrementar a prestação de contas dos actors incluindo os governos, países parceiros, organizações e comunidades para se conseguirem melhorias na SMNI. Recomenda-se o seguinte: Advocacia ao alto nível sobre a SMNI continue: É imperioso que campanhas de advocacia ao nível continental, tais como a Campanha para a Redução Acelerada da Mortalidade Infantil em África, continuem na era pós-2015. Isso deve ser acompanhado de apoio para objectivos corajosos e ambiciosos em toda a África tal como afirmado na Posição Comum Africana sobre a Agenda de Desenvolvimento pós-2015. O Continente deve continuar a lutar pela realização da visão para “pôr termo às mortes maternas em África até 2030”; Maior enfoque nos recursos humanos para a saúde: São necessárias políticas destinadas a recrutar e reter números adequados de trabalhadores de saúde para fornecer cuidados de saúde a mulheres e crianças. Os trabalhadores de saúde devem ser equitativamente distribuídos entre as zonas rurais e urbanas; Reforço geral dos sistemas de saúde: Deve focalizar-se no reforço e na manutenção de um sistema de saúde em bom funcionamento. Todos os aspectos do sistema de saúde incluindo os recursos humanos, o equipamento e produtos médicos, o financiamento da saúde e sua liderança e gestão, a informação e pesquisa, bem como a prestação de serviços como a solução a longo prazo à redução de mortes materno-infantis; Maior investimento e enfoque robusto na vigilância de dados: É necessário que sejam desenvolvidos sistemas robustos de monitoria e avaliação, ferramentas de recolha de dados e que o registo civil seja reforçado. A adopção de abordagens comuns à medição da mortalidade materna, o registo/notificação de todas as mortes maternas e a melhoria do registo civil e vital poderiam reforçar a base de evidência sobre a SMNI. É necessário que a vigilância e a resposta ás mortes maternas sensíveis ao género sejam reforçadas e institucionalizadas; Firmes considerações sobre o financiamento da saúde são necessárias: Isto deve incluir a abolição de cobranças de utilizador para mulheres grávidas e crianças, e o incremento do orçamento e de gastos nas intervenções e nos serviços de saúde. Com um grande número de países a transitarem de economias de baixa renda para médias, deveria haver maior compromisso de uso tais como a Declaração de Abuja que preconiza o gasto de pelo menos 15% dos fundos do governo à saúde, a fim de reduzir efectivamente as mortes maternas e 5 MNCH Status Report 2014 infantis. Considerações de regimes inovativos de seguro social para fazer avançar o financiamento dos serviços de saúde podem ser necessários. Enfoque na cobertura de saúde universal: Deve colocar-se ênfase na garantia da realização da cobertura de saúde universal capaz de responder às necessidades das comunidades mais vulneráveis e pobres, a fim de eliminar as desigualdades no acesso e na utilização dos serviços de saúde. A Saúde Materno-Infantil continuará a ser uma questão central para a África e torna-se indispensável que uma firme vontade política, a apropriação nacional e apoio sejam mantidos para a SMNI, por forma a consolidar os ganhos feitos, concluir o assunto não finalizado e sustentar o ímpeto no sentido da realização das aspirações da Agenda 2063 6 MNCH Status Report 2014 5 Introdução A Saúde Materna, Neonatal e Infantil (SMNI) é deveras importante na redução da pobreza e constitui uma estratégia-chave para a consecução de uma população saudável e produtiva no Continente africano. Registaram-se importantes realizações tendentes a reduzir a mortalidade e a morbididade maternas, bem como melhorar a saúde dos recém-nescidos e da criança em toda a África; mas ainda existem monstruosos desafios ainda existem na busca do fim às mortes maternas e infantis preveníveis no Continente até 2030. O corajoso empreendimento e adopção dos oito ODMs em 2000 proporcionou o ímpeto para a redução da mortalidade materna e a melhoria da saúde da criança no Continente. Em Julho de 2010 em Kampala, Uganda, a Assembleia da União Africana mandatou a Comissão da União Africana (pela declaração Assembly/AU/Decl.1 {XV} a reportar anualmente sobre o estado da SMNI em África até 2015. A Assembleia reconheceu o tamanho significado da SMNI no Continente, mas manifestou-se profundamente preocupado ante o facto de a África continuar a registar um número desproporcionadamente alto de mortalidade e morbididade materna, neonatal e infantil em grande medida devido a causas preveníveis. Este compromisso de alto nível da Assembleia da UA reafirmou o empenhamento dos Chefes de Estado em acelerar a melhoria da saúde das mulheres e das crianças no Continente. Acções em volta da saúde materna foram também galvanizadas através do Plano de Maputo para a operacionalização do Quadro de Política Continental para a Saúde e os Direitos Reprodutivos. A Conferência Internacional de 2013 sobre a Saúde Materna, Neonatal e Infantil em África tida lugar em Johannesburgo, África do Sul, distilou ainda mais algumas acções concretas para a melhoria da SMNI no Continente. A forte vontade política e a apropriação nacional por todo o Continente africano resultaram em impressionantes ganhos na saúde infantil e materna. O número de mortes em crianças com menos de cinco anos de idade baixou de 12,7 milhões em 1990 para 6,3 milhões em 2013. Ao nível global; quatro em cada cinco mortes em crianças com menos de cinco anos de idade continuam a ocorrer na África a Sul do Saara e Ásia. Quase metade das mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade pelo mundo inteiro em 2012, representando 3,2 milhões de crianças, ocorreram na África a Sul do Saara3. A grande maioria destas mortes deveram-se a doenças preveníveis ou de fácil tratamento tais como a pneumonia, a diarreia, malaria; e mortes neonatais prematuras dentro de 28 dias do nascimento. A África, à excepção da região Norte, acelerou o declíneo no índice da mortalidade das crianças abaixo dos cinco anos de idade com o índice médio annual de redução a aumentar de 0,8 por cento em 1990 – 1995 para 4,2 por cento em 2005 – 20131. O declíneo na mortalidade infantil não tem precedentes e demonstra os inúmeros esforços colectivos que foram investidos na melhoria da saúde das crianças. Apesar destas melhorias, um número inaceitável de crianças continuam a morrer de causas que podiam ser facilmente preveníveis. Para se realizar o ODM 4, era necessária uma taxa de redução de pelo menos 4,4 por cento entre 1990-2015. Muito poucos países em África foram capazes de atingir e manter esta meta2. De igual modo, houve um progresso firme, mas mais lento, na redução da mortalidade materna no Continente. O Rácio da Mortalidade Materna (RMM) em África foi reduzido em mais de 42 por cento durante o príodoo entre 1990 – 2013, de 990 mortes em cada 100.000 nados vivos, para 460 3. Todavia, a taxa média de redução do RMM ainda está a 3,1% por ano, que varia entre os diferentes cantos do Continente. Esta taxa está muito aquém dos 5,5% necessários para a realização das metas do ODM 52. O RMM no Continente permanece excessivamente alto, e nas regiões em vias de desenvolvimento – 230 mortes maternas em cada 100.000 nados vivos em 2013 – era catorze vezes mais do que o das regiões desenvolvidas; a África a Sul do Saara registou o RMM mais elevado entre todas as regiões em vias de desenvolvimento – 460 em cada 100.000 nados vivos4. Muitas das mortes maternas deveram-se a causas preveníveis. Pessoal não qualificado assiste à vasta maioria de partos no Continente africano. Estima-se que menos de metade dos partos foram assistidos por 7 MNCH Status Report 2014 pessoal de saúde habilitado4. A falta de pessoal qualificado contribuíu sobremaneiras ao alto fardo das mortes maternas em África. As principais causas de morte materna incluem a hemorragia pósparto, a infecção, desordens hipertensivas relacionadas à gravidez, aborto inseguro e trabalho de parto obstruído. Um enfoque nestes factores é crucial para a visão de África de pôr termo a mortes maternas preveníveis até 2030. Dados continentais e nacionais sobre os níveis de cobertura e a realização dos ODMs muitas vezes ocultam importantes disparidades entre os sub-grupos populacionais. Desigualdades na saúde têm várias dimensões incluindo a posição socio-económica, o género, o local de residência e o grupo étnico. Geralmente há resultados de saúde mais fracos nas zonas rurais, lares de fraca renda, fraco estatuto de educação materna e género feminino. Neste momento há pouca informação sobre dados referentes a desigualdades na saúde. A recolha de dados desagregados referentes ao género e à igualdade é crucial. Houve políticas e programas continentais-chave que instigaram maior enfoque na SMNI no Continente. Estes incluem o Quadro de Política Continental para a Saúde e os Direitos Sexuais (2005) e o Plano de Acção de Maputo para a sua operacionalização (2006); o lançamento da Campanha para a Redução Acelerada da Mortalidade Materna em África (CARMMA) em 2009. Estas iniciativas lançaram as fundações para as realizações registadas durante o príodoo 2010 – 2014. Mais importante ainda, a SMNI é articulada na Agenda 2063 da UA e na Posição Comum Africana sobre a Agenda pós-2015. A União Africana tem estado na vanguarda da criação de um clima de políticas favorável à aceleração da melhoria da saúde materno-infantil no Continente. Reconhecendo que países africanos não tinham a possibilidade de realizarem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs) sem melhorias significativas na saúde sexual e reprodutiva, a UA formulou e adoptou, em 2005, o Quadro de Política Continental para a Saúde e os Direitos Sexuais e Reprodutivos (SSSR-SRHR) e adoptou, em 2006, o Plano de Acção de Maputo (PdAM-MPoA) 2007 – 2010, para a sua operacionalização. O objectivo final do Plano de Acção de Maputo é o de garantir que governos africanos, a sociedade civil, o sector privado e todos os parceiros ao desenvolvimento juntem forças e redobrem esforços a fim de que juntos possam levar avante a implementação efectiva do Quadro de Política Continental, incluindo o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva até 2015 em todos os países africanos. Os principais desafios enfrentados, e lições aprendidas na maioria dos países, na implementação do PdAM têm a ver com recursos inadequados, fracos sistemas de saúde, deigualdades no acesso a serviços, uma fraca resposta multi-sectorial, dados inadequados e planos de desenvolvimento nacionais que não priorizam a saúde. A CARMMA foi inspirada pela preocupação ante o fraco progresso que nações africanas registavam na redução da mortalidade materna para realizarem as metas do ODM. Havia também preocupação crescente quanto a novos desafios ao desenvolvimento social e à saúde das mulheres incluindo ameaças da crise financeira global, financiamento futuro imprevisível, mudança climática e crises alimentares. A CARMMA jogou um papel preponderante na mobilização de vontade política e advocacia a alto nível. Desde o seu lançamento, 44 países africanos individuais lançaram-na ao nível nacional. As actividades da Campanha incluem a mobilização da necessária vontade política para que as vidas das mulheres contem; a coordenação e a harmonização de intervenções nos países levaram à elaboração de planos e roteiros, bem como apoio a esforços e iniciativas em curso para melhorar a SMNI. A Campanha é ancorada em três grandes prioridades – mensagem positiva, partilha de boas práticas e lições aprendidas, e a intensificação de programas e comunicação destinadas a reduzir a mortalidade materna, neonatal e infantil em África. Presentemente a Campanha concentra-se em quarto áreas-chave: - A consolidação de esforços existentes, particularmente as melhores práticas; 8 MNCH Status Report 2014 - A geração e o fornecimento de dados sobre mortes maternas e neonatais; A solicitação da boa vontade dos actores, reforçando o compromisso político e a mobilização de recursos internos em apoio da saúde materna e neonatal; e A aceleração de acções tendentes a reduzir a mortalidade materna e infanntil em África. A Campanha gerou uma gama de informações sobre a SMNI em África incluindo as melhores práticas, séries de dados mais recentes dos Estados-membros e classificações da SMNI de países que proporcionam indicações do estado da SMNI. As classificações de países figuram do Anexo A do presente relatório. As classificações da SMNI podem ser úteis na prestação de contas e no rastreamento de melhorias nos principais indicadores da SMNI. O uso de ferramentas existentes tais como o Estado da Saúde Africana compilado pela União Africana, também oferece uma oportunidade para monitorar e rastrear realizações na SMNI. A Declaração de Abuja de 2001 prometeu incrementar o financiamento de governos à saúde até pelo menos 15%, e instou para que países doadores aumentassem o seu apoio. Ao mesmo tempo que alguns países responderam à meta da Declaração de Abuja, o nível médio do real gasto governamental per capita dos recursos domésticos na saúde incrementou de 9,4 USD para 13,4 ao longo da década5. A Declaração de Abuja galvanizou também o compromisso internacional para o financiamento a intervenções na saúde. A Estratégia Regional Africana da Nutrição 2005 – 2015 advoga e sensibiliza líderes africanos quanto ao papel essencial da segurança alimentar e nutricional no desenvolvimento socio-económico geral do Continente6. A nutrição tem uma imensa importância na saúde tanto materna, como infantil. O fim de mortes preveníveis de mulheres e crianças no Continente reforçará imensamente a capacidade de os Estados-membros melhorarem as suas economias e aumentarem o seu PIB. Haverá uma redução geral nos gastos orçamentais na saúde para o tratamento de complicações resultantes da gravidez e do parto, e reduções antecedentes na pressão sobre sistemas de saúde nacionais. Mais importante ainda, a redução de doenças preveníveis contribuirá para mulheres e crianças mais saudáveis empenhadas no desenvolvimento do país, no presente e no futuro. O presente relatório delineia e revê o estado da SMNI no Continente desde 2010 – 2014. Faz uma breve resenha das políticas e ferramentas-chave que foram críticas à SMNI no mesmo período; revê o estado da saúde neonatal e infantil, saúde materna, SSSR; e formula recomendações sobre como fazer avançar a SMNI para a realização do objectivo de se pôr fim a mortes maternas e infantis até 2030. O relatório apresenta também um plano de acção para o fim de doenças maternas e infantis preveníveis. 9 MNCH Status Report 2014 Resumo Houve declíneos dramáticos na mortalidade dos abaixo dos cinco, dos níveis vistos em 1990 A África a Sul do Saara registou um declíneo na mortalidade dos abaixo dos cinco de uma média de 177 por 1000 nados vivos em 1990, para 98 por 1000 em 2013 Apesar da baixa na mortalidade dos abaixo dos cinco, houve mito pouca mudança na taxa da mortalidade neonatal. A contribuição de mortes neonatais à mortalidade dos abixo dos cinco aumentou dos 37% em 1990, para 44% em 2013 As primeiras causas de morte nas crianças abaixo dos cinco anos incluem complicações pré-termo (17 por cento de mortes abaixo dos cinco), pneumonia (15 por cento), complicações relacionadas ao intraparto (11 percent), diarreias (9 por cento) e malária (7 por cento). Ao nível global, quase metade das mortes dos abaixo dos cinco devemse à sub-nutrição Ao nível global, cinco países (ìndia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo e China) respondem por 50 por cento das mortes dos abaixo dos cinco Até aos finais de 2013, 6 países africanos (Egipto, Libéria, Tunísia, Etiópia, Malawi e Tanzânia) haviam alcançado as metas do ODM 4 Considerações de Política e Programa Deve ser colocada ênfase na saúde neonatal e nos cuidados intra-parto Reforçar o parto de bebés com assistência habilitada Manter o foco e apoio sutentado a programas de imunização Promover a gestão integrada de doenças infantis Enfatizar a importância da mobilização e respostas comunitárias Enfatizar a importância da nutrição para a criança Garantir que as mães sobrevivam Consideração de intervenções de desenvolvimento transcendentes, particularmente a educação 6 Estado de Saúde Neonatal e Infantil Registaram-se importantes melhorias na saúde infantil e na redução da mortalidade infantil no Continente africano desde 1990. A taxa média da mortalidade infantil reduziu-se de 177 em 1990 para cerca de 98 em cada 1000 nascimentos em 2013. A taxa média de declíneo foi de 4,2% por ano na maioria dos países africanos. Isto está ainda abaixo da meta do ODM 4 de redução da mortalidade infantil em dois-terços até 2015. A realização da meta do ODM exigiria uma redução sustentada de 4.4% por ano. Apesar das maiores taxas na redução da mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade, a África (à excepção da região Norte) permanece uma de apenas duas regiões onde a mrtalidade de crianças com menos de cinco anos de idade não se reduziu em mais de 50% da linha de base de 19903. Isto também comporta a taxa oculta de reduções na mortalidade neonatal, que não melhorou significativamente desde 1990. 6.1 Mortalidade Infantil A taxa de mortalidade dos abaixo dos cinco é um indicador-chave do bem-estar da criança, incluindo o estado de saúde e nutricional. É também um indicador-chave da cobertura de intervenções de sobrevivência da criança e, em termos mais latos, do desenvolvimento social e económico1. Muito embora a taxa de mortalidade dos abaixo dos cinco tenha vindo a reduzir-se a níveis sem precedentes, as reduções estão ainda muito aquém das exigidas para a realização do ODM 4. A redução na morte dos abaixo dos cinco oculta também o lento declíneo nas taxas de mortes neonatais. Ao nível global, cinco países (Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo e China) respondem por 50% das mortes de crianças com menos de cinco anos de idade1. As principais causas de morte de crianças com menos de cinco anos de idade incluem as seguintes: Causas Neonatais: Mortes dentro dos primeiros 28 dias de vida e no período intra-parto e perinatal em quase 28% de todas as mortes nos abaixo dos cinco. A maioria das mortes devem-se a asfixia no parto, baixo peso no nascimento e complicações que surgem no período perinatal; Doenças Infecciosas: Doenças infecciosas incluindo a malária, infecções respiratórias agudas e pneumonia; sarampo e diarreias são as principais causas de mortes infantis, respondendo por aproximadamente um-terço de todas as mortes em crianças com menos de cinco anos de idade. A pneumonia responde por quase 15% de mortes, a diarreia 9% e a malaria 7% de mortes infantis, respectivamente. Causas Nutricionais: Os efeitos da malnutrição ressentem-se muito nas mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade. Quase metade de todas as mortes infantis deve-se a sequelas de malnutrição. 10 MNCH Status Report 2014 O Gráfico 1 ilustra os níveis de mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade ao longo do período de 2010 2013, e a linha de base de 1990. Está claro que a vasta maioria de países africanos conseguiram reduzir significativamente a mortalidade dos abaixo dos cinco anos se comparada com a linha de base de 1990. Entre 2010 – 2013 a média da mortalidade dos abaixo dos cinco anos reduziu-se em 43,6% em África. Gráfico 1: Taxas de Mortalidade dos Abaixo dos Cinco Anos 2010 - 2013 Zimbabwe Zambia Uganda Tunisia Togo Tanzania Swaziland Sudan South Sudan South Africa Somalia Sierra Leone Seychelles Senegal Sao Tome and Principe Rwanda Nigeria Niger Namibia Mozambique Mauritius Mauritania Mali Malawi Madagascar Libya Liberia Lesotho Kenya Ivory Coast Guinea-Bissau Guinea Ghana Gambia Gabon Ethiopia Eritrea Equatorial Guinea Egypt DRC Djibouti Congo Comoros Chad Central African Rep Cape Verde Cameroon Burundi Burkina Faso Botswana Benin Angola Algeria 2013 2012 2011 2010 1990 0 50 100 150 200 250 300 350 Em 1990, haviam 36 países africanos que ostentavam uma taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade superior a 100 por 1000 nados vivos. Até aos finais de 2013 apenas 12 11 MNCH Status Report 2014 países continuaram a registar esta taxa. Isto ilustra ainda mais os dramáticos ganhos realizados durante esse período. Até aos finais de 2014, seis países: Egipto, Libéria, Tunísia, Malawi, Tanzânia e Etiópia haviam alcançado a meta do ODM de redução da mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade em dois-terços dos níveis de 1990. Onze países estavam no bom caminho e oito tinham feito um progresso remarcável no sentido do ODM 4. A Tabela 1 apresenta um resumo do progresso rumo à realização do ODM 4. Tabela 1: Progresso contra os ODMs Alcançado (6 Países) Egipto Etiópia Libéria Malawi Tanzânia Tunísia Argélia Cabo Verde Eritréia Líbia Madagáscar Marrocos Moçambique Níger Ruanda Sudão do Sul Uganda No bom caminho (11 Países) Progresso Remarcável (8 Países reduziram a mortalidade dos abaixo dos cinco em pelo menos mais de 50%) Progresso Insuficiente (25 Países reduziram a mortalidade dos abaixo dos cinco em menos de 50%) Benin Burquina Faso Gâmbia Guiné Mali São Tomé e Príncipe Senegal Zâmbia Angola Camarões Repúblia Centro Africana Chade Comores Congo Côte d’Ivoire República Democrática do Congo Djibouti Guiné Equatorial 12 MNCH Status Report 2014 Gabão Gana Guiné-Bissau Quénia Mauritânia Maurícias Namíbia Nigéria Seychelles Sierra Leone Somália África do Sul Sudão Togo Revezes (4 Países com mortalidade dos abaixo dos cinco mais alta do que a linha de base) Botswana Lesoto Swazilândia Zimbábwè Tabela adaptada de5 Países que experimentaram revezes e registaram mortalidade de crianças com menos de cinco anos mais alta do que a linha de base de 1990, tipicamente também experimentaram fardos do VIH extremamente altos, o que pode em parte explicar estes resultados. A Tabela abaixo resume a mudança percentual na mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade no Continente, até aos finais de 2013. Tabela 2: Redução Percentual da Mortalidade dos Abaixo dos Cinco, da Linha de Base de 1990 País Argélia Angola Benin Botswana Burquina Faso Burundi Camarões Cabo Verde República Centro-Africana Chade Comores Congo Djibouti RDC Egipto Guiné Equatorial Eritréia Etiópia Gabão Gâmbia Redução percentual na mortalidade dos A5 contra a linha de base de 1990 46,5% 25,9% 52,5% 5,9% 51,7% 51,5% 30,7% 58,7% 21,3% 31,3% 37,9% 46,7% 41,3% 32,7% 74,4% 47,9% 66,9% 68,6% 39,5% 56,5% 13 MNCH Status Report 2014 Gana Guiné Guiné-Bissau Côte d’Ivoire Quénia Lesoto Libéria Líbia Madagáscar Malawi Mali Mauritânia Maurícias Moçambique Namíbia Níger Nigéria Ruanda São Tomé e Príncipe Senegal Seychelles Sierra Leone Somália África do Sul Sudão do Sul Sudão Swazilândia Tanzânia Togo Tunísia Uganda Zâmbia Zimbábwè 6.2 38,8% 57,6% 44,9% 34,0% 28,4% -13,6% 71,3% 65,8% 65,2% 72,3% 51,7% 23,5% 38,1% 63,2% 32,3% 68,2% 44,9% 65,7% 53,8% 60,8% 13,9% 40,0% 19,0% 28,0% 60,8% 40,2% -8,3% 69,0% 42,1% 70,9% 63,0% 54,6% -18,6% Mortalidade Infantil e Neonatal Muito embora metas específicas não tenham sido alcançadas nos ODMs sobre a mortalidade infantil e neonatal, estas medidas proporcionam uma perspectiva adicional às tendências da mortalidade dos abaixo dos cinco apontando onde as peocupações podem residir. Ao nível global, até 2013 houve uma queda de 46% na taxa de mortalidade infantil em comparação com os níveis de 1990; e um antecedente declíneo em 40% na mortalidade neonatal durante o mesmo período 6. Declíneos na mortalidade neonatal não acompanharam os declíneos na mortalidade dos abaixo dos cinco. Na África a Sul do Saara, a taxa da mortalidade neonatal baixou a uma média de 32%, em comparação com um declíneo em 55% nas taxas de mortalidade dos abaixo dos cinco entre 1990 – 2013. 14 MNCH Status Report 2014 Gráfico 2: Declíneo nas Taxas de Mortalidade Neonatal e Pós-neonatal Tendo em conta que quase 25% da mortalidade dos abaixo dos cinco ocorre durante o príodoo neonatal, o fardo exrecido por mortes neonatais sobre o número absoluto de mortes infantis é considerável. Deste modo, políticas deliberadas e acções renovadas centradas na saúde neonatal e infantil precoces, são extremamente importantes para a realização de mais ganhos na redução da mortalidade dos abaixo dos cinco no Continete. A taxa da mortalidade infantil foi reduzida em quase todos os países africanos, mas essas reduções parecem estar a progredir a um passo muito lento desde 2010. Todavia, há uma considerável redução na taxa da motalidade infantil em comparação com a linha de base de 1990. O Gráfico 3 ilustra os níveis da mortalidade infantil em 1990, e nos anos 2010 – 2013. 15 MNCH Status Report 2014 Gráfico 3: Taxas da Mortalidade Infantil 1990, 2010, 2013 Zimbabwe Zambia Uganda Tunisia Togo Tanzania Swaziland Sudan South Sudan South Africa Somalia Sierra Leone Seychelles Senegal Sao Tomé Principe SADR Rwanda Nigeria Niger Namibia Mozambique Mauritius Mauritania Mali Malawi 2013 Madagascar 2012 Libya Liberia 2011 Lesotho 2010 Kenya 1990 Ivory Coast Guinea-Bissau Guinea Ghana Gambia Gabon Ethiopia Eritrea Equatorial Guinea Egypt DRC Djibouti Congo Comoros Chad Central African Rep Cape Verde Cameroon Burundi Burkina Faso Botswana Benin Angola Algeria 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 16 MNCH Status Report 2014 6.3 Nutrição A nutrição é uma componente vital da saúde da criança e é parte integrante de qualquer programa de saúde infantil, bem como um importante motor de políticas e acções para melhorar a saúde da criança. A realização da segurança alimentar e nutritional pode gerar um impacto imediato na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs). Se a sub-nutriçao infantil for reduzida, haverá uma melhoria directa nas taxas da mortalidade infantil, pois que a sub-nutrição é a única contribuinte mais importante à mortalidade infantil. Se raparigas não forem subnutridas, serão pouco susceptíveis de produzirem crianças com peso deficitário. Ademais, crianças saudáveis serão mais produtivas como adultas e terão maior oportunidade de quebrarem o ciclo de pobreza para as suas famílias7. Quase dois-terços de todas as mortes infantis são associadas com a sub-nutrição. As consequências a longo pazo da sub-nutrição infantil precoce deixa milhões de crianças pelo mundo inteiro com deficiências físicas e mentais às vistas, ou ocultas. Significativamente, intervenções durante os primeiros 1000 dias da vida de uma criança surtem o mais alto impacto sobre a sua sobrevivência e produtividade a longo prazo. Estima-se que crianças com retardamento ganham, quando adultas, 20% menos do que as crianças não retardadas. Cada hora que passa quase 300 crianças morrem por causa da sub-nutrição e milhares mais são deixadas com deficiências permanentes. Mais de 99 milhões de crianças ao nível global são sub-nutridas e retardadas. A sub-nutrição leva a uma grande perda de potencial humano e económico. Estudos levados a cabo no Zimbábwè revelam que escolaridade perdida a 0,7 graus corresponde a 12% de perda na riqueza durante a vida inteira8. Ao nível mundial, registou-se progresso na redução tanto das taxas de retardamento, como de crianças raqíticas durante os últimos 20 anos. Em África, o número de crianças raquíticas reportadas baixou de 41,6 por cento em 1990, para 35,6 por cento em 2011. Porém, para esse mesmo príodo o número de crianças naninadasaumentou de 45,7 milhões para 56,3 milhões, evidenciando que esforços mais firmes devem ser envidados para se garantir um impacto decisive. A maior proporção destas crianças estão localizadas na África Oriental, onde 22,8 milhões representam mais de 40 por cento de todas as crianças naninadas no Continente. Juntamente com a África Ocidental, elas respondem por três em cada quarto crianças naninadas no Continente. Na África a Sul do Saara, 28 por cento de crianças têm peso deficitário. Os dados sobre o retardamento não são adequadamente colhidos e armazenados em vários países africanos e, deste modo, os números citados podem ser estimativas brutas. A sub-nutrição afecta significativamente a saúde e o desenvolvimento. Ao deprimir a imunidade natural nas crianças, elas tornam-se mais vulneráveis a ocorrências de doenças infecciosas, que por sua vez aunmentam a necessidade de maior consumo de calorias e de micronutrientes. Em face do já reduzido consumo, mantém-se um ciclo vicioso de fraca nutrição e ocorrências repetidas de infecções e, deste modo, mau estado de saúde e efeitos debilitantes no desenvolvimento físico e mental. A nutrição é intrinsicamente ligada à pobreza, à educação e às relações entre os géneros. A centralidade da nutrição é também acopulada no ODM 1. A nutrição é uma questão multi-facetada que requer intervenções de toda uma gama de disciplinas incluindo questões agrícolas, sanitárias, económicas e culturais. A segurança alimentar e nutricional está também intimamente ligada à estabilidade política. Países em constantes distúrbios e levantamentos políticos, ou que se confrontam com calamidades naturais são cada vez mais incapazes de garantir a segurança alimentar e nutricional. Esta instabilidade leva à uma deterioração aguda do estado nutricional das mulheres e crianças e, deste modo, o potencial de se inverterem quaisquer ganhos feitos na saúde maternoinfantil. 17 MNCH Status Report 2014 Dada a enorme importância da nutrição para a saúde infantil, maior enfoque na nutrição, particularmente para crianças abaixo dos três anos de idade e mulheres grávidas, é essencial. A adopção e a utilização de estratégias continenntais tais como a Estratégia Regional Africana da Nutrição (ERAN-ARNS) para informar planos nutricionais nacionais, reforçarão o foco na nutrição. Maior advocacia e destaque das consequências da sub-nutrição tal como acopulado na ERAN, deve ser promulgada e implementada. A subnutrição deve ser atacada com maior urgência, vigor e recursos se tiverem que ser feitos ganhos na redução da mortalidade infantil. 6.4 Imunização A imunização é uma das intervenções mais económicas na saúde pública global, estimada em inverter entre 2 – 3 milhões de mortes, por ano, pelo mundo inteiro. A cobertura média de programas de imunização ao nível global é de cerca de 80% 6, e na África a Sul do Saara, a média foi de 80,6% para DPT em 2013, com vastas disparidades entre os países. O impacto das vacinas é generalizado e vai para além da criança imunizada: As vacinas contribuem à redução de doenças infecciosas na comunidade com a oferta de imunidade conjunta (onde há benefício equilibrado dos não-imunizados) que reduz gastos nos cuidados de saúde para as famílias, e dão às crianças uma oportunidade melhor de desenvolvimento cognitivo, e uma vida saudável e economicamente produtiva. O custo médio de vacinas para imunizar totalmente uma criança contra algumas das doenças mais preveníveis é de cerca de 22 USD; assim a imunização oferece uma forma económica de garantir a sobrevivência e o desenvolvimento da criança. Os retornos sobre o investimento para programas alargados de vacinações são de cerca de vinte vezes do custo. O uso da Vacina contra a Difteria Pertusis Têtano (DPT) há muito que serve de indcador-chave na avaliação da cobertura da vacina e da eficácia dos programas de imunização. Um programa de vacinação bem functional é muitas vezes considerado como substituto à prestação de saúde infantil nos países. A média da cobertura continenetal da DPT em 2013 foi de 80,6%. A Tabela 3 que se segue, ilustra a percentage de crianças vacinadas contra a DPT3 em África. Tabela 3: Percentagem de Crianças Vacinadas com DPT3 Argélia Angola Benin Botswana Burquiina Faso Burundi Camarões Cabo Verde República CentroAfricana Chade Comores Congo Djibouti República Democrática do Congo Egipto Guiné Equatorial Eritréia Etiópia 1990 89% 24% 74% 92% 66% 86% 48% 88% 2010 95% 91% 76% 96% 91% 96% 84% 99% 2011 95% 86% 75% 96% 91% 96% 82% 90% 2012 95% 91% 76% 96% 90% 96% 85% 94% 2013 95% 93% 69% 96% 88% 96% 89% 93% 82% 20% 94% 79% 85% 45% 39% 74% 74% 88% 47% 33% 83% 74% 87% 47% 45% 86% 69% 81% 23% 48% 83% 69% 82% 35% 87% 77% 60% 97% 44% 90% 61% 74% 96% 33% 96% 65% 72% 93% 20% 94% 69% 72% 97% 30% 94% 72% 49% 18 MNCH Status Report 2014 Gabão Gâmbia Gana Guiné Guiné-Bissau Côte d’Ivoire Quénia Lesoto Libéria Líbia Madagáscar Malawi Mali Mauritânia Maurícias Moçambique Namíbia Níger Nigéria Ruanda República Árabe Saaraoui Democrática São Tomé e Príncipe Senegal Seychelles Sierra Leone Somália África do Sul Sudão do Sul Sudão Swazilândia Tanzânia Togo Tuniísia Uganda Zâmbia Zimbábwè 78% 92% 17% 17% 61% 54% 84% 82% 84% 84% 46% 87% 42% 33% 85% 46% 22% 56% 84% 67% 97% 94% 64% 80% 85% 83% 93% 70% 98% 70% 93% 76% 64% 99% 74% 83% 70% 54% 97% 75% 96% 91% 63% 80% 62% 88% 96% 77% 98% 73% 97% 72% 75% 98% 76% 82% 75% 30% 97% 82% 98% 92% 63% 80% 82% 83% 96% 93% 98% 70% 96% 74% 80% 98% 76% 84% 74% 26% 98% 79% 97% 90% 63% 80% 88% 76% 96% 89% 98% 74% 89% 74% 80% 98% 78% 89% 70% 58% 98% Data unavailable 92% 51% 99% 19% 72% 98% 89% 99% 86% 45% 66% 62% 89% 78% 77% 93% 45% 91% 88% 90% 89% 91% 83% 98% 80% 83% 89% 96% 92% 99% 89% 41% 72% 61% 93% 91% 90% 85% 98% 82% 81% 93% 96% 91% 98% 91% 42% 68% 59% 92% 95% 92% 84% 97% 78% 78% 95% 97% 92% 98% 92% 42% 65% 45% 93% 98% 91% 84% 98% 78% 79% 95% A África fez vários ganhos no incremento da cobertura da imunização, mas também eliminando algumas doenças através de programas de imunização de larga escala. Ao longo dos últimos anos, os esforços globais da imunização erradicaram a varíola, baixaram a incidência global da polio em 99% e reduziram dramaticamente a doença, a deficiência e a morte devidas a doenças tais como a difteria, o têtano, a tosse convulsa, pneumonia, meningite, diarreia e o sarampo. Vários países em África adoptaram cedo as novas comodidades de vacinação incluindo a vacina rotavirus, que pode conferir um certo nível de imunidade contra a primeira causa da diarreia infantil; a vacina pneumococcal, que pode conferir alguma imunidade contra a Streptococcus Pneumoniae, uma das mais frequentes causas bacteriais da pneumonia; a vacina Haemophilus Influenzae que protege contra a causa mais comum da pneumonia em neonatais; a vacina contra a Hepatite B neonatal, que proporciona uma protecção vitalícia contra a infecção da Hepatite B. Todas estas vacinas provaram benefícios de saúde 19 MNCH Status Report 2014 pública e estão disponíveis nos programas públicos de vacinação na grande maioria de países africanos; isto devido à vontade política sustentada, apoio internacional e parcerias público-privadas inovativas. Todavia, ainda permanecem vários desafios. A garantia de equidade e de cobertura pelo Continente inteiro e no seio de países, requer esforços e recursos sustentados. À medida em que países africanos vão crescendo economicamente, devem financiar activamente os programas de vacinação e de imunização em geral. O sustento da vontade política para a imunização de crianças e adolescentes será também crucial. É imperioso que o foco na imunização continue. A imunização é a opção mais próxima à cobertura universal em comparação com outras intervenções de saúde. A integração da imunização noutros serviços tais como os serviços da saúde reprodutiva para mães e adolescentes, proporcioná ganhos mútuos imédiatos. Porém, deverá ainda haver maior compromisso político e financeiro a programas de imunização a fim de garantir que todas as crianças tenham acesso a imunizações que salvem vidas. 20 MNCH Status Report 2014 7 Estado da Saúde Materna A taxa média de redução da mortalidade materna pelo mundo inteiro entre 1990 e 2005 foi de cerca de 1% por ano, contra a desejada redução em 5% por ano para a realização dos ODMs. Registou-se um progresso remarcável na redução da mortalidade materna no Continente africano movida pela vontade política ao mais alto nível. O RMM reduziu-se em quase 50% dos níveis testemunhados em 1990. O RMM médio na África a Sul do Saara em 1990 foi de 990 por 100.000 mulheres; e este baixou para 510 por 100.000 mulheres em 2013. Houve também um aumento no número de partos assistidos por pessoal qualificado de 40% em 1990, para 53% em 2013. Todavia, estes ganhos ainda não são suficientes para a realização do ODM 5, e trazer significativos benefícios de saúde para as mães e crianças no Continente. A grande maioria de mortes maternas (56%) ainda ocorrem em África, exercendo um significativo fardo sobre os serviços de saúde, e também perturbando a coesão societal e comunitária, ao mesmo tempo extirpando economias locais e nacionais. Talvés não captada em muitas das séries de dados, seja a prevalência de complicações permanentes e a longo prazo decorrentes do parto. As mulheres podem sobreviver do parto, mas devido a atrasos na obtenção de cuidados e da falta de assistência parturiente especializada, desenvolvem complicações debilitantes tais como fístulas obstétricas, lesões pélvicas e perineais, incontinência urinária e outras lesões relacionadas. A maioria das mortes maternas devem-se a causas preveníveis ou possíveis de tartar; apesar de diferenças na geografia, populações e economias entre países, as causas têm um perfil idêntico nos países de baixa renda. Cerca de 73% de todas as mortes maternas entre 2003 e 2009 foram devidas a causas obstétricas directas, e mortes devidas a causas indirectas responderam por 27,5%8. Mais de metade de todas as mortes maternas pelo mundo inteiro devem-se a hemorragias, desordens hipertensivas e sepsis. A vasta maioria de mortes resulta de hemorragias depois do parto. A hemorragia pós-parto resultante de atonia uterina, produtos anticonceptivos retidos, rachas vaginais, perineais ou cérvicas responde por 27,1% de totas as mortes maternas. Desordens hipertensivas relacionadas à gravidez respondem por 14% de mortes maternas, enquanto que infecções relacionadas ao parto respondem por 10,7%. As outras causas da morte materna são o aborto (7,9%), embolia (3,2%) e todas as outras causas de morte (9,6%). As grandes causas indirectas de morte materna incluem a malária, o VIH e trauma11. 21 MNCH Status Report 2014 Gráfico 3: Causas de Morte Materna Causas Indirectas 27.5% Outras Causas Directas 9.6% Embolismo 3.2% Hemorragia Pósparto 27.1% Desordens Hipertensivas 14.0% Aborto 7.9% Sepsis Pueperal 10.7% As grandes causas indirectas de morte materna incluem a malária, o VIH e trauma9. Por conseguinte, políticas que incidem na prevenção das principais causas de morte materna são essenciais para reduzir o alto fardo da mortalidade materna no Continente. Fracos sistemas de saúde colocam importantes desafios na realização da saúde materna, com os sistemas a lutarem para fazer face a maior demanda e necessidade dos serviços. Embora as causas directas e indirectas de mortes maternas sejam de natureza médica, elas são muitas vezes entrincheiradas nas mais amplas teias das forças sociais e económicas, incluindo o fraco nível de alfabetização das mulheres e raparigas, o fraco acesso a oportunidades educacionais, casamento premature ou forçado de raparigas, fraco ou ausência de poder de tomada de decisão por mulheres, relações de poder desiguais entre homens e mulheres nos relacinamentos maritais, vulnerabilidade à violência sexual e baseada no género, poder limitado para regular a fecundidade, bem como crenças culturais e supersticiosas negativas associadas com a nutrição, a gravidez e o parto. Registou-se alguma redução no RMM em África. Nos finais de 2013, o RMM médio foi de 425.6, com variações pelo Continente. A Figura 1 apresenta um mapa de países africanos indicando a distribuição do RMM em 2013. Proporciona um instantâneo das regiões com alta mortalidade materna no Continente. Não há uma predilesção geográfica óbvia para o alto RMM, e mortes maternas preveníveis continuam a ocorrer em todas as partes do Continente. 22 MNCH Status Report 2014 Figura 1: Mapa de África ilustrando o RMM De10 O Gráfico 4 ilustra taxas de mortalidade materna nos países africanos em 1990, 2010 e 2013. No final de 2013 havia uma tendência contínua de redução do RMM em quase todos os países do Continente. 23 MNCH Status Report 2014 Gráfico 4: Taxas de Mortalidade Materna 1990, 2010, 2013 Zimbabwe Zambia Uganda Tunisia Togo Tanzania Swaziland Sudan South Sudan South Africa Somalia Sierra Leone Seychelles Senegal Sao Tome and Principe Sahrawi Arab… Rwanda Nigeria Niger Namibia Mozambique Mauritius Mauritania Mali Malawi Madagascar Libya 2013 Liberia 2010 Lesotho 1990 Kenya Ivory Coast Guinea-Bissau Guinea Ghana Gambia Gabon Ethiopia Eritrea Equatorial Guinea Egypt DRC Djibouti Congo Comoros Chad Central African Rep Cape Verde Cameroon Burundi Burkina Faso Botswana Benin Angola Algeria 0 500 1000 1500 2000 2500 24 MNCH Status Report 2014 Três países (Egipto, Eritréia e Guiné Equatorial) alcançaram o ODM 5a, enquanto que Malawi, Cabo Verde e Angola fizeram um bom progresso na menma direcção. 34 Estados-membros conseguiram reduzir o RMM em mais de 40% durante este período. Isto demonstra o imenso progresso conseguido em África ao longo das últimas décadas. A Tabela 4 ilustra a mudança percentual do RMM entre 1990 – 2013. Tabela 4: Redução Percentual do RMM, desde 1990 País Argélia Angola Benin Botswana Burquina Faso Burundi Camarões Cabo Verde Rep. Centro Africana Chade Comores Congo Djibouti RDC Egipto Guiné Equatorial Eritréia Etiópia Gabão Gâmbia Gana Guiné Guiné-Bissau Côte d’Ivoire Quénia Lesoto Libéria Libia Madagáscar Malawi Mali Mauritânia Maurícias Moçambique Namíbia Níger Nigéria Ruanda República Árabe Sahrawi Democrática São Tomé e Príncipe Senegal 1990 160 1400 600 360 770 1300 720 230 1200 1700 630 670 400 1000 120 1600 1700 1400 380 710 760 1100 930 740 490 720 1200 31 740 1100 1100 630 70 1300 320 1000 1200 1400 2000 120 1100 490 390 580 1000 740 84 1200 1500 480 610 360 1100 75 790 670 990 330 580 570 950 840 670 570 680 1100 21 550 750 860 480 28 870 270 850 950 1000 2010 92 530 370 210 440 820 640 58 960 1100 380 450 250 810 50 330 450 500 260 460 410 690 600 750 460 540 680 15 480 540 600 360 72 540 160 690 610 390 2013 89 460 340 170 400 740 590 53 880 980 350 410 230 730 45 290 380 420 240 430 380 650 560 720 400 490 640 15 440 510 550 320 73 480 130 630 560 320 410 530 300 480 230 360 210 320 Mudança Percentual no RMM da linha de base -44.4% -67.1% -43.3% -52.8% -48.1% -43.1% -18.1% -77.0% -26.7% -42.4% -44.4% -38.8% -42.5% -27.0% -62.5% -81.9% -77.6% -70.0% -36.8% -39.4% -50.0% -40.9% -39.8% -2.7% -18.4% -31.9% -46.7% -51.6% -40.5% -53.6% -50.0% -49.2% 4.3% -63.1% -59.4% -37.0% -53.3% -77.1% Data unavailable -48.8% -39.6% 25 MNCH Status Report 2014 Seychelles Sierra Leone Somália África do Sul Sudão do Sul Sudão Swazilândia Tanzânia Togo Tunísia Uganda Zâmbia Zimbábwè 2300 1300 150 2200 1200 150 1200 930 140 1100 850 140 1800 720 1200 540 830 390 730 360 550 910 660 91 780 580 520 520 770 580 65 650 610 680 350 460 480 48 410 320 610 310 410 450 46 360 280 470 Data unavailable -52.2% -34.6% -6.7% -59.4% -50.0% -43.6% -54.9% -31.8% -49.5% -53.8% -51.7% -9.6% Um dos factores que contribuem à alta mortalidade materna em África é a fraca utilização de assistentes de parto qualificados. A falta de assistentes de parto qualificados contribui com mais de 2 milhões de mortes maternas, nados mortos e mortes neonatais por ano, pelo mundo inteiro. Em 2013, apenas 7 países africanos indicaram que mais de 90 por cento de partos foram assistidos por trabalhadores de saúde habilitados. Em 16 países, menos de metade de partos foram assistidos por trabalhadores de saúde habilitados. Estima-se que pelo menos 80 por cento de partos devem ser assistidos por pessoal de saúde adequadamente equipado e habilitado para se alcançar a meta do ODM 5. O Gráfico 7 ilustra o número de países africanos e a cobertura média de assistentes de parto qualificados; em 2013, 16 Estados-membros registaram mais de 75% de partos assistidos por trabalhadores de saúde habilitados. Registou-se um aumente consistente no número de partos assistidos por pessoal habilitado em África, mas este não tem estado a aumentar significativamente ao longo dos anos. Gráfico 5: Estado de Partos Especializados em África 25 20 N ú m e r o d e 20 p a í s e s 16 16 15 10 5 0 Under 50% 50 - 75% Above 75% Percentagem de partos especializados Os cuidados antenatais são uma das estratégias-chave na redução de mortes maternas. Cuidados antenatais focalizados podem ajudar a determinar a idade gestacional, identificar gravidezes de alto risco, detectar e monitorar hipertensão relacionada à gravidez, avaliar o bem-estar do feto, para além de promover a consciência da mãe e reforçar a aceitabilidade do parto assistido por possoal habilitado. Os cuidados antenatais desempenham também um papel importante na eliminação da transmissão do VIH da mãe para a criança, um factor que contribui a mortes tanto infantis, como maternas. Recomenda-se que para os cuidados antenatais serem mais económicos, são necessárias pelo menos quatro 26 MNCH Status Report 2014 11 visitas médicas durante a gravidez . Por toda a África a Sul do Saara, quase 69% de mulheres grávidas fazem pelo menos uma visita antenatal. Todavia, a percentagem de mulheres que cumprem com todas as quarto visitas recomendadas, baixa consideravelmente para 44%. Com efeito, consideravelmente mais de metade de mulheres grávidas não estão a obter os benefícios plenos dos cuidados antenatais. Isto apela para estratégias tendentes a incrementar as visitas antenatais a fim de reduzir o número de mortes maternas preveníveis no Continente. O uso de estratégias que integrem e combinem a saúde sexual e reprodutiva, o VIH e o planeamento familiar pode ser muito eficaz. Os serviços dos cuidados antenatais devem ser gratuítos, planeados e implementados com o envolvimento pleno da comunidade, e devem ser de alta qualidade12. Os serviços dos cuidados antenatais podem ser vitais na inclusão de informação para o paciente e os membros da família, proporcionamento de tratamento acessível das condições existentes e como uma via para referências por complicações. Intervenções tais com a preparação e a planificação do parto através do uso de kits de parto limpos, arranjos do transporte e questões relacionadas, devem ser melhor tratadas através do sistema dos cuidados antenatais. Os serviços dos cuidados antenatais devem ser integrados com outros serviços, incluindo a saúde sexual e reprodutiva, a prevenção do VIH, o planeamento familiar, a imunização materna e a despistagem geral da saúde para fornecer serviços mais económicos. A integração do teste e tratamento voluntários de sífilis nos cuidados antenatais (CAN), é importante na prevenção de mortes congenitais e neonatais, e anomalias, bem como para a saúde das mulheres e dos homens. O envolvimento dos homens é crucial no incremento do acesso a serviços antenatais. 8 Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos A Saúde e os Direitos Sexuais e Reprodutivos (SDSR) são cruciais para a realização da saúde materna e infantil em África. A SDSR está intrinsicamente ligada à saúde materno-infantil, e a consideração destas questões contribuirá à melhoria da saúde materno-infantil. A saúde sexual pode ser definida como “um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade; não é meramente a ausência de doença, mau funcionamento, ou enfermidade. A saúde sexual requer uma abordagem positiva à sexualidade e aos relacionamentos sexuais, bem como a possibilidade de ter experiências sexuais prazeirentas e seguras, livres de coerção, de discriminação e de violência. Para a saúde sexual poder ser realizada e mantida, os direitos sexuais de todas as pessoas devem ser respeitados, protegidos e observados”13. Uma consideração mais lata da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos é, por consequinte, crítica para a realização da saúde materno-infantil. 8.1 Planeamento Familiar O Planeamento Familiar é uma ferramenta potente na redução das mortes maternas, melhorando a saúde das crianças e empoderando as adolescentes e os jovens na saúde e nos direitos sexuais e reprodutivos. A promoção do planeamento familiar nos países com altos índices de nascimentos tem o potencial de reduzir a pobreza e a fome, e inverter 32% de todas as mortes maternas e aproximadamente 10% de mortes infantis14. O planeamento familiar pode constituir uma intervenção-chave na prevenção da transmissão do VIH da mãe à criança, na redução de abortos inseguros e na melhoria dos resultados da saúde infantil através do espaçamento dos nascimentos. O planeamento familiar tem também o potencial para reforçar mudanças sustentáveis apoiando a saúde das mulheres e, deste modo, instigar o crescimento económico, reduzir a pobreza e contribuir positivamente às famílias e ao meio ambiente. 1 222 27 MNCH Status Report 2014 Todavia, o acesso ao planeamento familiar pode ser significativamente obstacularizado em sociedades patriarcais fortemente dominadas por homens. As mulheres não são capazes de exercer plenamente os seus direitos de receber serviços de planeamento familiar, e mais importante ainda o acesso a instituições de saúde quando as necessitam. Assim, decisões sobre o planeamento familiar são norteadas e ditadas pela cultura e pelos valores patriarcais dominados pelos homens. Consequentemente, torna-se indispensável que intervenções capazes de incrementar o acesso ao planeamento familiar adoptem uma forte programação sensível ao género. Países pelo mundo inteiro deram grandes passos na adopção de políticas de planeamento familiar, e muitos paises em África estabeleceram políticas nacionais do planeamento familiar. Porém, surgiram constrangimentos no financiamento, ao nível global, a programas de planeamento familiar, e a mais alta necessidade para o planeamento familiar continua sem solução em África. Ademais, embora muitos governos africanos tenham realizado progressos, muito mais resta por se fazer, tal como a afectação de orçamentos para apoiar o alto impacto de intervenções no planeamento familiar, na ampliação do método misto ao apoio à escolha reprodutiva e no almejamento de populações vulneráveis tais como as adolescentes e as jovens. A taxa de prevalência de anticonceptivos é um dos indicadores-chave nos programas do planeamento familiar. A taxa de prevalência de ainticonceptivos em África foi de uma média de 34,6% em 2013, contra a desejada meta de pelo menos 65%. Esta, todavia, representa um aumento na taxa média de Prevalência de Ainticonceptivos em 20,2% nos princípios de 1990. O Gráfico 8 demonstra a taxa da Prevalência de Ainticonceptivos em 1994 e no período entre 2010 – 2013. 28 MNCH Status Report 2014 Gráfico 6: Taxas de Prevalência de Ainticonceptivos 1994, 2010, 2013 Zimbabwe Zambia Uganda Tunisia Togo Tanzania Swaziland Sudan South Sudan South Africa Somalia Sierra Leone Seychelles Senegal Sao Tome and Principe Sahrawi Arab Democratic Republic Rwanda Nigeria Niger Namibia Morocco Mozambique Mauritius Mauritania Mali Malawi Madagascar Libya Liberia Lesotho Kenya Guinea-Bissau Guinea Ghana Gambia Gabon Ethiopia Eritrea Equatorial Guinea Egypt Djibouti Democratic Republic of Congo Côte d’Ivoire Congo Comoros Chad Central African Rep Cape Verde Cameroon Burundi Burkina Faso Botswana Benin Angola Algeria 2013 2010 1994 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 A necessidade não-satisfeita no planemento familiar, mede as mulheres fecundas e sexualmente activas, mas que não usam qualquer método de anticoncepção, e que reportam não quererem fazer 29 MNCH Status Report 2014 mais filhos, ou desejarem protelar a próxima criança. A média da neessidade não-satisfeita no planeamento familiar em África foi de 23,9% em 2013, contra a média dos menos de 4%. A média da necessidade não-satisfeita nos princípios de 1990 foi de 27,4%, daí que se registou muito pouca redução da necessidade não-satisfeita no planeamento familiar. O Gráfico 9 ilustra a necessidade não-satisfeita média no planeamento familiar em 1994, 2010 e 2013. Gráfico 7: Necessidae Não-satisfeita Média no PF 1994, 2000, 2010, 2013 Necessidade não-satisfeita no PF 28.0 27.0 26.0 25.0 24.0 23.0 22.0 1994 2000 2010 2013 8.2 O VIH e a Prevenção da Transmissão da Mãe à Criança O VIH continua a ser uma importante questão da saúde pública em África, e contribui indirectamente a mortes maternas. A nível mundial, o número de novas infecções por 100 adultos (15 – 49) baixou em 44% entre 2001 e 2012. A África Austral e Central, das regioões com a mais alta incidência, testemunharam declíneos vertiginosos de 48% e 54%, respectivamente4. Ainda existem mais de 2,3 milhões de casos de pessoas recentemente infectadas e 1,6 milhões de mortes por causas relacionadas à SIDA. Na África a Sul do Saara, registaram-se 1,6 milhões de novos casos de VIH, quase 70% do fardo global de novas infecções. O VIH na gravidez e a associada transmissão da mãe para a criança, contribuíram imensamente a mortes maternas e infantis em África. Registou-se um excelente progresso na redução da transmissão da SIDA da mãe para a criança. O Plano Global para a eliminação de novas infecções entre crianças até 2015 e manter as suas mães vivas, foi lançado em Julho de 2011 quando da Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre SIDA. O Plano acelerou a redução da transmissão da mãe para a criança. Em 2013, o dobro (68%) de mulheres grávidas seropositivas nos países prioritários tiveram acesso a medicamentos anti-retrovirais para reduzir o risco de transmissão do VIH às suas crianças. Pela primeira vez desde a década de 1990, o número de novas infecções do VIH nas crianças nos 21 países prioritários do Plano Global na África a Sul do Saara baixou para menos de 200.00015. Nos 21 países prioritários ao abrigo do Plano Global da ONUSIDA, registaram-se importantes reduções no número de transmissões do VIH às crianças. A Tabela que segue ilustra os países e as percentagens de redução da transmissão da mãe para a criança. Oito países realizaram um declíneo em mais de 50% nas taxas de transmissão, e 9 países realizaram um declíneo em entre 26% – 50%. A redução da TMAC melhorou signifitivamente no Continente. A Tabela 5 resume a percentagem do declíneo na TMAC nos países africanos alvo. 30 MNCH Status Report 2014 Tabela 5: Declíneo Percentual na TMAC Declíneo em >50% Botswana Etiópia Gana Malawi Moçambique Namíbia África do Sul Zimbábwè Declíneo em 26 - 50% Burundi Camarões Côte d’Ivoire República Democrática do Congo Quénia Swazilândia Uganda República Unida da Tanzânia Zâmbia Declíneo em <25% Angola Chade Lesoto Nigéria O Plano Global para a eliminação da transmissão do VIH da mãe para a criança foi particularmente frutífero na redução da TMAC. Através das quarto direcções: prevenção do VIH nas mulheres em idade reprodutiva; redução de gravidezes indesejadas; prevenção da transmissão da mãe para a criança e manter as mães e os bebés vivos, a SDSR foi intergrada nos serviços da SMNI. Para continuar com os ganhos, há ainda a necessidade de se focalizar nos países com os índices mais altos de crianças infectadas, ao mesmo tempo mantendo esforços em todos os países prioritários; acelerando a provisão de serviços a crianças, particularmente com a melhoria de diagnósticos e da terapia anti-retroviral; melhorando a prevenção da transmissão de novas infecções no período pósparto, particularmente desde a amamentação. 8.3 Saúde Reprodutiva da Adolescente As adolescentes constituem uma população vulnerável na manutenção da saúde reprodutiva, materna e infantil. Elas estão perante o risco de resultados de gravidez indesejada ou adversa e são as mais susceptíveis à contracção do VIH e de doanças de transmissão sexual. Torna-se indispensável abordar as adolescentes nos programas maternos, neonatais e infantis. Por ano, um número estimado em 16 milhões adolescentes com idades compreendidas entre os 15 – 19 anos dão parto e um outro milhão torna-se mãe antes de atingirem os 15 anos de idade. Adolescentes entre 15 19 anos são mais susceptíveis de morrer durante a gravidez e o parto, em comparação com mulheres com mais de 20 anos de idade. Registam-se cada vez mais mortes entre mulheres de 15 – 19 anos de idade em comparação com o grupo etário dos 20 – 2916. Há também maior morbididade causada por lesões e trabalho de parto obstruído neste grupo etário em comparação com os outros. A alta mortalidade entre as adolescentes transcende as fronteiras económicas, geográficas e culturais. As adolescentes são também mais expostas à infecção do VIH. Quase uma de entre quarto novas infecções na África a Sul do Saara ocorre numa rapariga ou mulher jovem17. As adolescentes são mais susceptíveis de optar por abortos inseguros. Por ano, aproximadamente 2 milhões de adolescentes fazem aborto inseguro18, muitas vezes com lesões desastrosas durante a vida inteira. Isto não obstante, as adolescentes são mais susptíveis de serem excluídas dos serviços de saúde, estigmatizadas e impossibilitadas de terem acesso aos serviços que necessitam. Em áfrica, a taxa de fecundidade das adolescentes – número de nascimentos em cada 1000 mulheres com idades compreendidas entre os 15 – 19 anos, foi de uma média de 81,6 por cento em 2013. A meta comummente aceite na taxa de fecundidade é de menos de 19 em cada 1000 mulheres. Houve importantes variações entre países, a mais alta sendo de 192 e a mais baixa 2. O Gráfico 9 que se segue, demonstra a taxa de fecundidade nos Estados-membros em 2013. Reginstaram-se importantes variações nos índices de fecundidade das adolescentes no seio dos Estados-membros, e declíneos uniformes não são evidentes. 31 MNCH Status Report 2014 Em toda a África, muitas raparigas adolescentes estão agora a ser imunizadas contra o virus papilloma humano (HPV), uma grande causa do cancro cérvico no Continente. Muitos governos africanos estão a ser apoiados através de programas de demonstração e de introdução nacional do Gavi. Os governos em toda a África devem manter apoio a estes programas para poderem eliminar o flagelo do câncro cérvico no Continente. Vários governos reconheceram que as adolescentes carecem de apoio e atenção particulares na saúde sexual e reprodutiva. Muito mais resta por ser feito nesta arena para empoderar as adolescentes de África, que são o futuro do Continente. 32 MNCH Status Report 2014 Gráfico 8: Taxas de Fecundidade da Adolescente 1994, 2000, 2013 Zimbabwe Zambia Uganda Tunisia Togo Tanzania Swaziland Sudan South Sudan South Africa Somalia Sierra Leone Seychelles Senegal Sao Tome and Principe Sahrawi Arab Democratic Republic Rwanda Nigeria Niger Namibia Mozambique Morocco Mauritius Mauritania Mali Malawi Madagascar Libya Liberia Lesotho Kenya Guinea-Bissau Guinea Ghana Gambia Gabon Ethiopia Eritrea Equatorial Guinea Egypt Djibouti Democratic Republic of Congo Côte d’Ivoire Congo Comoros Chad Central African Rep Cape Verde Cameroon Burundi Burkina Faso Botswana Benin Angola Algeria 2013 2000 1994 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0 33 MNCH Status Report 2014 9 Intervencães de Alto Impacto na SMNI Para continuar a reduzir o número de mortes maternas e infantis evitáveis em África, é vital usar intervenções de baixo custo, mas de alto impacto. Essas intervenções podem ser facilmente introduzidas, ampliadas ou suportadas por quase todos os Estados-membros. Por isso, esta secção apresenta uma visão geral das intervenções de baixo custo e de alto impacto na Saúde Materna, Neonatal e Infantil (SMNI), mostrando igualmente quais são os aspectos das causas de mortalidade materna e infantil destas intervenções seriam considerados como alvo. As intervenções são consideradas no âmbito de uma continuidade do quadro de cuidados, que traçam quais intervenções são prestadas ao longo da vida de uma mulher. A prestação de cuidados contínuos ao longo do ciclo de vida de uma mulher é quadro útil para a apreciação das intervenções da SMNI. As intervenções abaixo consideradas enquadram-se na abordagem do ciclo de vida. A prestação de cuidados contínuos tem duas dimensões: em primeiro lugar, o tempo de prestação de cuidados, e em segundo lugar, o local e a abordagem de prestação de cuidados. Uma combinação equilibrada destas duas dimensões aumenta a probabilidade de sobrevivência materna e infantil. Uma prestação contínua e eficaz de cuidados estabelece conexão entre os pacotes essenciais da saúde materna, neonatal e infantil (SMNI), durante os períodos da adolescência, gravidez, parto, pósparto e neonatal e até à infância. A continuidade dos cuidados irá igualmente conectar famílias, unidades sanitárias primárias e terciárias. A Figura 2 abaixo resume a continuidade do quadro de cuidados: Figura 2: Continidade de cuidados para SMNI 34 MNCH Status Report 2014 9.1 Qualidade da prestação dos serviços de saúde: Todas as intervenções que são sugeridas são sustentadas por uma exigência transversal para melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados. As melhorias dos serviços de saúde de qualidade prestados podem ajudar os sistemas de saúde a fortalecer a qualidade, a eficiência e os resultados da assistência aos doentes beneficiários. A melhoria da qualidade na SMNI deve ser: segura, eficaz, centrada no doente, oportuna, eficiente e equitativa. Deve haver um esforço para melhorar a qualidade, tanto nas áreas rurais como nas urbanas, com garantia do acesso universal. A melhoria da qualidade em toda a cadeia de interação com o doente deve ser constantemente mantida a partir do registo inicial para consulta, tratamento e posterior gestão. Isto aumentaria a satisfação do doente, aumentar ainda mais a demanda, aumentar a utilização das unidades sanitárias e contribuir para a redução da morbidade e mortalidade. 9.2 Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergênciaetric and Neonatal Care Fortalecimento das facilidades e prontidão de cuidados obstétricos de emergência gerais e neonatais (EmONC) Facilidades e prontidão constituem um passo importante determinante para por fim a mortes de saúde materno-infantis evitáveis. É fundanetal que haja um funcionamento da rede das unidades de saúde que prestam serviços EmONC básicos (BEmONC) e que sejam capazes de receber as mulheres referidas das unidades sanitárias de nível comunitário; e que posteriormente, por sua vez, podem referir os casos complicados às unidades de saúde que oferecem serviços abrangente EmONC (CEmONC). Assim, é essencial o reforço do sistema de referência, e a monitorização contínua das instalações EmONC designadas é fundamental para reduzir a mortalidade materna e infantil. A Tabela 6 abaixo mostra um resumo das intervenções, os principais componentes da intervenção, e as causas das mortes maternas ou infantis seriam o alvo. Tabela 6: Intervenções de Baixo Custo e Alto Impacto na SMNI Intervenção Expansão de formação de parteiras Componentes principais Formação Pré-Serviço Formação no serviço Afectação e Retenção Redução do impacto do aborto inseguro Prevenção e Tratamento de Hemorragia Pós-parto Intervenções Obstétricas Intraparto Formação de prestadores de serviços de saúde Equipamento Médico (MVA, D&C) Produtos farmacêuticos Formação de prestadores de serviços de saúde Direccionada para as Causas das Mortes Maternas, Neonatais e Infantis Hipertensão relacionada com a gravidez Sepses Aborto inseguro Parto obstruído Mortes neonatais Aborto inseguro Equipamento Médico (MVA, D&C) Produtos farmacêuticos (misoprostol, oxytocina) Hemorragia Partograma/ control do trabalho de parto Magnesium sulphate/ nifidepine Parto obstruído, asfixia ao nascimento Hipertensão relacionada com 35 MNCH Status Report 2014 Intervenção Componentes principais Antibióticos Prevenção da Infecção Transfusão Sanguínea intervenções Neonatais Intraparto Corticosteroides para trabalho de parto Método de cuidado de caguro Reanimação neonatal Antibióticos para tratamento da sepsis neonatal Intervenções pós-parto Reforço do Sistema de referência Vigilância da Mortalidade Materna e Resposta Imunização Nutrição Intervenções ao nível da Comunidade e da Família 9.3 Cuidados Pós-parto Gestão de casos de pneumonia na comunidade Amamentação exclusive Cuidados do Cordão Mobilização e resposta da comunidade Sistema de abulâncias Casas de espera da maternidade Resposta das referências Especialista de terceiro nível Recolha sistemática de dados Análise das fraquezas na prestação de serviços Expanão dos programas de vacinação Uso de novas vacinas Fortificação de alimentos Fortificação bio Suplementos para as populações vulneráveis Utilização dos Agentes de Saúde Comunitários Comportamento da comunidade e esquemas de transporte Kits de parto limpos Gestão de casos de diarreia Direccionada para as Causas das Mortes Maternas, Neonatais e Infantis a gravidez Sepses Hemorragia Asfixia durante o parto / Prematuridade Nascimento com baixo peso/ prematuridade Asfixia durante o parto Sepses Pneumonia Múltipla Múltipla Múltiplas causas das mortes maternas Pneumonia, sarampos, diarreias, cancro do colo Doenças infecciosas, diminuição da imunidade Mortes neonatais Múltipla Expansão da Formação de Parteiras O aumento do número de parteiras é uma das intervenções mais importantes que é necessária para aumentar o número de partos com assistência qualificada no Continente africano e reduzir a mortalidade materna19. Enquanto o atendimento cuilificado dos partos inclui outros quadros de saúde, as parteiras bem treinadas podem ajudar a evitar aproximadamente dois-terços de todas as 36 MNCH Status Report 2014 mortes maternas e neonatais20. As parteiras são fundamenteis para a redução da mortalidade materna. Em paralelo, a disponibilidade de médicos ou de técnicos de saúde capazes de realizar intervenções cirúrgicas completaria o pacote de cuidados obstétricos e neotais de emergência Existem diferentes modelos que são aplicáveis para a formação de parteiras. Estes, então, em geral enquadram-se no âmbito de formação no trabalho destinado a elevar as aptidões das enfermeiras e parteiras existentes ou formação pré-serviço a fim de aumentar o efectivo global de novas parteiras. O ideal, uma combinação dos dois modelos seria útil. A formação no serviço destinar-se-ia a cobrir as necessidades a curto prazo, e formação a pré-serviço para as necessidades a longo prazo. Seria útil explorar a noção das parteiras comunitárias, que iriam circular e prestar cuidados pré-natais nas comunidades e fazendo referências para as unidades sanitárias. A formação de parteiras deve ser apoiada por mudanças de políticas nacionais adequadas. Além disso, é preciso que haja políticas que garantam a retenção das parteiras e sua reafectação em áreas que têm necessidade. Deve haver maior atenção à supervisão para apoio, formação e orientação das parteiras e de outros profissionais de saúde com o objectivo de manter a prestação de serviços de qualidade. As zonas rurais, muitas vezes têm uma carência de profissionais de saúde qualificados, e por isso, deve se adoptar políticas que incentivem a redistribuição das parteiras entre as áreas rurais e urbanas. Estas políticas poderiam combinar incentivos financeiros e não financeiros, de acordo com o contexto específico. Os custos de formação de parteiras variam consideravelmente entre os vários países. É evidente que, apesar disso, o investimento na formação de parteiras sempre tem retornos superiores a outros investimentos e têm enormes benefícios. Estima-se que os retornos sobre o investimento na formação de parteiras, com sua afectação aos serviços de base comunitária, poderia render um retorno 16 vezes mais em termos de vidas salvas e poderia se eveitar os custos para operações cesarianas21. O aumento do número de parteiras e de outros assistentes de parto qualificados deve ser complementado por actividades destinadas a reduzir os partos no domicílio. A mudança/ partilha de tarefas pode ser um complemento útil para melhorar os resultados da saúde. Outras medidas incluiriam a mobilização da comunidade, esquemas senhas e seguro social. 9.4 Redução do impacto de aborto inseguro O aborto inseguro é responsável por aproximadamente 13% de todas as mortes maternas. Quase de 21 milhões de mulheres em todo o mundo submetem-se a um aborto inseguro; cerca de 17 milhões encontram-se nos países com baixa renda. A taxa de aborto anual é de cerca de 14 por 1000 mulheres com idades entre 15-44 anos 22. O aborto inseguro causa mais de 47.000 mortes por ano; mas além disso, também deixa milhares de outras mulheres com lesões a longo prazo. Aproximadamente 60% das mortes relacionadas ao aborto ocorrem em mulheres jovens com idade inferior a 25 anos. As lesões de longo prazo decorrentes de complicações pós-aborto podem ser muito grave, incluindo sepse, infecções pélvicas, hemorragia e lesões abdominais23. A gestão das sequelas resultantes de complicações pós-aborto reduz ainda mais a disponibilidade dos recursos da saúde e é mais dispendiosa. O acesso ao aborto legal e seguro tem sido documentada como contribuindo para reduzir as mortes causadas por aborto inseguro. Dentro dos limites da legislação nacional, a redução do impacto do aborto inseguro é uma intervenção fundamental para diminuir a mortalidade materna. Isto requer uma interação entre vários factores, incluindo a comunicação das políticas (todos os países africanos permitem o aborto para salvar a vida das mães), preconceitos sociais e dos profissionais da saúde. O aborto é sempre um tema altamente emotivo, mas, apesar disso, melhorar o acesso ao aborto seguro irá conduzir à redução da mortalidade materna. Deste modo, os Governos têm de lidar com o aborto inseguro como um grande problema da saúde pública. O Protocolo de Maputo e o Plano de Acção de Maputo, 37 MNCH Status Report 2014 adoptados pelos Chefes de Estados de África, ambos apelam aos Estados-membros a rever as leis restritivas sobre a matéria a fim de reduzir a prática do aborto inseguro. Os Estados-Membros devem esforçar-se para honrar estes compromissos para reduzir o impacto deste tipo de aborto. Além disso, também deve se implementar as leis existentes visando melhorar o acesso ao aborto seguro. É difícil aferir as estimativas dos custos e estes variam de acordo com a prontidão ou pontos fortes do sistema de saúde existente. Estima-se que a morbidade decorrente do aborto inseguro pode custar aos serviços de saúde 114 dólares americanos por cada caso em África por ano, e calcula-se que cerca de cinco milhões de mulheres ao nível de todo o mundo são internados para o tratamento de complicações resultantes do aborto, a um custo de pelo menos 460 milhões de dólares americanos24. O custo por caso reduz quando há um acesso adequado aos serviços de aborto seguro. O custo médio de cuidados relacionados com aborto por caso é de 45 dólares num cenário em o aborto for restrito e as complicações forem tratadas principalmente no nível de unidades sanitárias terciárias. No entanto, este custo reduz para 25 dólares quando os serviços forem disponíveis em todos os níveis do serviço de saúde e o nível médio prestadores tratasse cerca de 60% dos doentes22. 9.5 Prevenção e Tratamento de Hemorragias Pós-parto A hemorragia pós-parto é responsável por mais de 25% de todas as mortes maternas. Existem vários motivos que causam a hemorragia pós-parto, incluindo atonia uterina, produtos retidos da concepção e do colo do cervical, e lacerações úterinas e perineais. A atonia uterina é responsável por 75-80% de todos os casos hemorragia pós-parto. Os profissionais da saúde qualificados são as pessoas ideais para o tratamento de hemorragia pós-parto e, assim, uma intervenção adequada seria aumentar o número de parteiras, médicos e técnicos de saúde com habilidades para tratar as causas principais da hemorragia. O uso de misoprostol para prevenir e tratar a hemorragia pós-parto, onde não há disponiblidade de outros uterotônicos, é muito eficaz. Misoprostol é um composto estável, não necessita de refrigeração e é distribuído facilmente à comunidade. Exitem indicações de que Misoprostol reduz a hemorragia aguda pós-parto assim como a perda catastrófica de sangue de mais de 1000 ml25,26. O custo médio de um comprimido (200 microgramas) de misoprostol é de cerca de 0,22 dólar, portanto, uma dosagem preventiva (600 microgramas) custa cerca de 0,66 dólares. Actualmente, existem escassos dados para averiguar os custos totais de implementação do programa em larga escala, incluindo a monitorização de efeitos colaterais e ligação com cudados secundários. 9.6 Intervenções Intraparto: Cuidados Obstétricos O leque de intervenções de baixo custo e com alto impacto aqui classificadas como intervenções intraparto: cuidados obstétricos, são: - O uso de um partograma para monitorar o progresso do trabalho de parto: Custo muito baixo e método eficaz para ajudar a tomar decisão sobre várias intervenções. Exige um acompanhamento diligente e profissionais de saúde qualificados para realizar intervenções, incluindo o aumento do trabalho, assistência ao parto ou sa secção Cesariana; - O uso de sulfato de magnésio / nifedipina para tratar a pré-eclampsia / eclampsia: As desordens hipertensivas relacionadas com a gravidez causam cerca de 10% das mortes maternas. O uso do sulfato de magnésio ou da nifidepina é altamente eficaz, mas exige profissionais de saúde qualificados para administrar os medicamentos. Deve igualmente se prestar maior atenção à forma de gerir hipertensão induzida pela gravidez, no período prénatal. - Prevenção de Infecções: A adesão regular às práticas de prevenção de infecções é crucial para se obter resultados obstétricos seguros. O uso de kits de parto limpos, a lavagem regular das mãos, a limpeza e esterilização regulares do equipamento obstétrico é fundamental. 38 MNCH Status Report 2014 - Os antibióticos para o tratamento de sepse puerperal: As infecções são responsáveis por 10% de todas as mortes maternas. A monitorização activa e o tratamento precoce das infecções é muito eficaz. Esta intervenção requer profissionais de saúde qualificados. Disponibilidade de transfusão sanguínea: Uma grave perda de sangue ocorre devido a hemorragia aguda pós-parto, muitas vezes requer a utilização de produtos derivados de sangue. Enquanto a transfusão sanguínea não é uma intervenção de baixo custo, ela tem um impacto muito alto na redução na mortes maternas. É difícil estimar os custos de tais intervenções. O custo também é variável, dependendo de quão fortes são os serviços de saúde. Uma estimativa de custos alargados destinada a permitir que tais serviços atinjam a cobertura de 90% em África seria de cerca de 0,21- 0,42 bilhões por ano; e isto evitaria cerca de 8-20% das mortes maternas. 9.7 Intervenções Intraparto: Cuidados Neonatais O leque de intervenções neonatais aqui classificadas incluem: - Corticosteróides para trabalho de parto prematuro: Um intervenção accessível que ajuda a amadurecer os pulmões de bebés prematuros, melhorando a sua taxa de sobrevivência. - Métod de Cuidado do Caguru: O MMC: A colocação do recém-nascido pele contra pele com a mãe, proporcionando calor constante da temperatura do corpo para o recém-nascido. Esta intervenção é muito eficaz para os bebés nascidos com baixo peso. É possível obter melhores resultados de sobrevivência neonatal. - Reanimação neonatal: Para evitar óbitos neonatais precoces devido a asfixia durante o parto, os recém-nascidos devem ter vias de ar não obstruídas e ventiladas com um saco ambu caso não consigam respirar espontaneamente. Esta intervenção requer profissionais de saúde qualificados ou a formação do pessoal de apoio para ser capaz de realizar a ventilação do recém-nascidos. - Antibióticos para sepse neonatal: A detecção precoce e tratamento da sepse reduziria consideravelmente as taxas de mortalidade neonatal. Esta intervenção exige profissionais de saúde qualificados. Uma estimativa de custos ampliados para permitir que estes serviços atinjam 90% de cobertura em África, seria de cerca de 0,14 – 0,28 bilhões de dólares, evitando 12-18% de óbitos. 9.8 Intervenções Maternas e Neonatais Pós-parto Estas intervenções incluem: - Gestão de casos pneumonia de base comunitária: Demonstra-se que o tratamento precoce empírico de pneumonia em bebés melhora a sobrevivência das crianças. Esta intervenção pode ser implementado por profissionais de saúde comunitária bem treinados. Mobilização e sensibilização comunitárias: Uma maior utilização de intervenções na comunidade pode levar a melhores resultados. A comunidade pode ajudar na monitorização de mulheres, promoção de práticas seguras de parto, promoção do planeamento familiar e apoio aos bebés nascidos com baixo. É difícil determinar os custos relacionados com estas intervenções. 9.9 Reforço do Sistema de Referência Enquanto a maioria das mulheres pode dar parto seguro nos centros de saúde primários, é fundamental, a fim de acabar com as mortes maternas e infantis, que se evite para fortalecer o sistema de referência a cuidados de níveis secundário e terciário. 39 MNCH Status Report 2014 Enquanto o sistema de referência utiliza transporte e intervenções logísticas, tais como arranjos do funcionamento do sistema de ambulância ou transporte de emergência, outras considerações devem estar disponíveis para fortalecer efectivamente as referências. Isto inclui o uso de sistemas de comunicação de dois sentidos, referência e feedback do resultado, investigação de obstáculos e atrasos; e a disponibilidade de indivíduos bem treinados em instituições de saúde de nível terciário. O uso de intervenções tais como casas de espera de maternidade podem também reforçar o sistema de referência. As formas inovadoras, incluindo o uso da tecnologia móvel, telemedicina, videoconferência e diagnóstico electrónico podem ser muito útis para o fortalecimento do sistema de referência. É difícil determinar os custos associados ao reforço do sistema de referência. 9.10 Vigilância e Controlo de Mortes Maternas Existe escassos dados em torno das mortes maternas em África. A maioria dos dados é derivado de extrapolações de inquéritos demográficos, havendo assim, uma vasta gama de imprecisão nas estimativas. A maioria dos países africanos depende de sistemas de informação de saúde (HIS) atavés de papel que só gera números brutos de mortes maternas, mas carecem de detalhes sobre as causas da morte ou factores evitáveis, e cobrem apenas as mortes que ocorrem nos hospitais públicos. Um relatório de 2013 das auditorias de mortes maternas em África, concluiram que, enquanto todos os países tinham instrumentos de auditoria das mortes maternas, mas que cada um tinha o seu próprio formato e conteúdo, sem uniformidade em todos os sítios. Não havia nenhum representante da comunidade, em qualquer um dos países e inconsistências em relação a reuniões de auditoria maternas. Fundamentalmente, nenhum dos países tinha um estrutura de monitorização e avaliação (M&A) para acompanhamento do processo de materna.Garantir que os níveis nacionais e subnacionais tenham um sistema de auditoria de mortalidade materna funcional que compila a informação a partir de níveis de unidadades sanitárias seria muito útil para esclarecer as causas sistemáticas de mortes maternas ao níveis local e nacional. As auditorias de mortes maternas precisam de utilizar outras medidas, incluindo autópsias verbais e avaliações "quase morte" para determinar os factores familiares, família e os factores comunitários que contribuem para mortes ou quase-mortes. Deve haver um maior escrutínio dos factores sociais subjacentes e da desigualdade do género que contribuem para as mortes maternas, e devia se dar atenção que vai além dos contribuintes clínicos. Deste modo, devia se criar sistemas com vista a garantir que as mortes maternas e infantis sejam notificada, devidamente registadas e usadas para a planificação dos sistemas de saúde. Seria útil para incluir a legislação que obriga os relatórios de auditoria maternas não são utilizados para processos judiciais ou de processos, de modo que as informações seja recolhidas e utilizadas livremente pelo sistema de saúde. Deve se incorporar salvaguardas para garantir que os relatórios de auditoria seja tanto anónimos quanto possível. As informações seriam extremamente úteis para planificar sistemas de saúde que ofereçam respostas, que sejam capazes de enfrentar ainda mais a mortalidade materna, e desenvolver intervenções locais apropriadas. 9.11 Imunização As vacinas são uma das ferramentas mais eficazes para prevenir doenças infecciosas e podem oferecer protecção ao longo da vida contra várias doenças. A vacinação reduziu bastante a carga de doenças infecciosas28. É igualmente uma das intervenções que tem taxa cobertura muito alta e África e, assim, pode ser efectivamente usada para reduzir a mortalidade decorrente de outras doenças infecciosas. Existem oportunidades de ampliar o repertório de vacinas para incluir os 11 antígenes recomendados pela OMS em todos os programas nacionais de imunização de rotina. Isto inclui agentes que são eficazes contra: Haemophillus influenzae (a principal causa de pneumonia neonatal), Streptoccocus pneumoniae (principal causa de pneumonia adquirida na comunidade), vírus do 40 MNCH Status Report 2014 Papiloma humano (fortemente associado ao cancro do colo do útero), Meningite A (uma das principais causas de meningite ) e Rotavirus (uma grande causa da diarreia infantil). O Plano de Acção Global de Vacinas (GVAP) (2011-2020), que foi subscrito por todos os países africanos, inclui metas atribuídas firmes. A meta para a cobertura nacional de vacinação é de 90% em todos os países até 2015, sem nenhum distrito com cobertura inferior a 80%. Os custos de programas alargados de imunização podem variar de 5 – 14 dólares por cada criança totalmente imunizada. No entanto, estima-se que o custo por morte evitada pode variar de 205 – 3.540 dólares29. 9.12 Nutrição A nutrição é uma intervenção crítica na melhoria da saúde materna e infantil. As melhorias na nutrição podem ter efeitos positivos de grande alcance. A nutrição adequada apoia o óptimo crescimento e desenvolvimento das crianças, e as torna menos susceptíveis a repetidas crises de doenças infecciosas. Para melhorar a nutrição, deve se considerar a inclusão de medidas de fortificação de alimentos com micronutrientes tais como ferro e ácido fólico; fortificação bio de prazo mais longo de alimentos básicos para torná-los mais nutritivos; e o fornecimento de suplementos alimentares para grupos vulneráveis, tais como crianças doentes, pessoas deslocadas e mulheres grávidas. A subnutrição infantil gera custos de saúde equivalentes a 1 e 11 por cento do orçamento público total atribuído à saúde. Estes custos se devem a episódios directamente relacionados com aumento da quantidade e intensidade de doenças que afectam as crianças de baixo peso e os protocolos necessários para o seu tratamento. 9.13 Intervenções Comunitárias e Familiares As intervenções comunitárias são aquelas que podem ser proporcionados localmente em casa da mulher, na aldeia, escola ou clínica local, ou podem ser feitas por qualquer pessoa dentro da comunidade, incluindo o pessoal de saúde ou leigos individual. Isto também inclui diversas práticas de saúde ao nível do agregado familiar dentro da SMNI. As intervenções comunitárias variam do usao de Agentes Comunitários de Saúde e outros voluntários para encorajar um comportamento saudável, uso de organizações comunitárias, das avós, dos líderes religiosos, chefes e outros guadiões da sociedade. A mobilização e uso da comunidade pode garantir que os serviços tenham sensibilidade dos direitos, culturas e necessidades das mulheres grávidas, bem com de outros membros da comunidade. O envolvimento da comunidade é também uma estratégia fundamental para combater pontos de vistas patriarcais e tolerância à Violência Baseada no Sexo e Género, que contribui para as mortes maternas em África. A intervenções domésticas, incluindo os cuidados do cordão e da pele, podem reduzir a prevalência de sepse neonatal; a amamentação exclusiva pode conduzir a uma redução da diarreia e de outras doenças da infância. Intervenções tais como a preparação de kits de parto limpo, arranjos de transporte de emergência, reconhecimento dos sinais de perigo, podem ser instituídas ao nível doméstico; e aumentaria a disponibilidade e utilização de parto seguro nas instituições. Os custos das intervenções comunitárias e familiar são difíceis de determinar. Constatações em ambientes de baixa renda estimam as intervenções de ampla base comunitárias para cada recémnascido salvo, que pode custar aproximadamente cerca 3.442 dólares americanos, o que é se traduz em uma poupança de cerca de 111 dólares por ano30. Há provas muito evidentes de que as 41 MNCH Status Report 2014 intervenções na comunidade são particularmente eficazes na melhoria das práticas de cuidados perinatais, e poderiam, assim, levar a reduções da mortalidade materrna31. 10 Assuntos Transversais que Afectam a Saúde Materno-Infantil em África A saúde materno-infantil é afectada por uma miríade de outros factores fora do sector da saúde. Devido ao grau em que as questões da mulher e da criança estão entrelaçadas no tecido da sociedade, é compreensível que outras esferas tenham um efeito perceptível na determinação de mortalidade materna e infantil. Esta secção irá se concentrar na forma como as relações de género e poder, a educação, agricultura e segurança alimentar, bem com a economia influenciam a saúde materna e infantil. 10.1 Relações Género e Poder A desigualdade de género e as relações do poder têm efeitos directos no acesso e utilização dos serviços por parte das mulheres. A discriminação de género dentro das famílias, das comunidades e das sociedades (que levam a uma baixa prioridade para a saúde de meninas e das mulheres), agravada pela falta do poder de decisão e acesso à informação, pode ter efeitos graves sobre a saúde materna. As mulheres não são capazes de usar os serviços devido a restrições sócio-culturais, falta de recursos financeiros e envolvimento limitado dos seus parceiros masculinos. Devido às diferenças nas relações de poder, as mulheres e as crianças muitas vezes suportam a maioria dos actos de violência; e muitas vezes são incapazes de denuncia-los às autoridades ou são restringidas de procurar atendimento médico. A prevalência de práticas tradicionais nocivas, como resultado da desigualdade de género, tais como a mutilação genital feminina, não só perpetua desequilíbrios de género mas mais importante causar deficiências de longo prazo que afectam a saúde sexual e podem apresentar complicações graves durante a gravidez e o parto. As relações do género e poder afceta fundamentalmente a saúde e bem-estar económico da mulher e de sua família também. Apesar de bem documentadas, existem muito poucas medidas das relações de género e o seu efeito sobre a saúde materna e infantil. Os países geralmente não medem a igualdade do género na saúde. O rastreamento da violência com base no sexo e no género oferece uma boa oportunidade para interrogar sobre o seu efeito na saúde das mulheres e crianças. É ainda mais difícil medir os factores relacionados com a desigualdade de género, incluindo a autonomia pessoal e acesso a recursos, mas tem efeitos directos sobre a saúde materna e infantil. A maioria dos países no Continente têm leis estabelecidas que lidam com a violência baseada no género e sexo. No entanto, é difícil discernir se estas são respeitadas e o grau da sua aplicação. 10.2 Água e Saneamento Melhorado e Higiene A água, o melhor saneamento e higiene (WASH) têm fortes interligações com a saúde maternoinfantil e melhorarias nesta componente WASH podem levar a grandes avanços no bem-estar da mulher e da criança. A integração dos serviços WASH e práticas de prestação de serviços de saúde nas unidades sanitárias e a melhoria do acesso a água, saneamento e higiene dentro das comunidades pode diminuir a morbididade e mortalidade de mulheres e crianças. Melhorar o acesso à água potável e a prática de saneamento melhorado tem correlações imédiatas para a redução de doenças diarreicas nas crianças, que são uma das principais causas de mortalidade infantil. As crises frequentes de diarréia enfraquecem as crianças, tornando-as mais vulneráveis aos efeitos da malnutrição e a outras doenças graves, tais como malária e pneumonia. A forma mais eficaz de prevenir a diarreia é através de um melhor acesso aos serviços de água e saneamento, bem como através de melhores práticas de higiene, especialmente a lavagem das mãos com sabão. Assim, é fundamental melhorar os serviços de água, saneamento e higiene como um meio de elevar a saúde da criança. Além disso, as crianças que vivem em ambientes sem higiene e, especialmente, onde a defecação ao ar livre é comum, são ainda mais vulneráveis a crescimento retardado32. 42 MNCH Status Report 2014 O abastecimento de água adequado e existêcia infraestruturas sanitárias nos centros de saúde é um pré-requisito básico para a prestação de serviços de saúde de qualidade e prevenção de infecções contraídas nos hospitais. Esta verdade ganha ainda mais amplitude nas maternidades e unidades de serviços obstétricos. Existe uma forte associação entre a lavagem das mãos dos profissionais de saúde e a sobrevivência neonatal; as infecções pós-parto e a falta de saneamento podem contribuir para o aumento da mortalidade materna. Assegurar que todas as unidades sanitárias tenham serviços de água/saneamento e equipamentos necessários, bem como a iluminação, electricidade, é importante a fim de evitar infecções e prestar os serviços necessários de uma forma segura e higiénica. Intervenções A WASH também contribui para a melhoria da igualdade do género e dos direitos humanos. As meninas são desproporcionalmente afectados, dado que isso pode lhes levar a faltar à escola, como resultado de terem que caminhar longas distâncias em busca de água para uso doméstico. Infraestruturas sanitárias e higiene inadequadas nas escolas tornam difícil para as meninas gerirem a sua menstruação. Instalações inadequadas de Água, Saneamento e Higiene também estão associadas à agressão sexual e violência baseada no género, nos casos de não haver sanitários ou estes sejam inseguros. Assim, a inclusão de WASH na SMNI é um componente crítico para melhorar a saúde da mulher e da criança. 10.3 Educação A educação é fundamental para acabar com a pobreza e melhorar as condições de vida das populações. É também amplamente reconhecida como uma grande intervenção na melhoria da saúde e na redução da pobreza. Tem se mostrado que os resultados da saúde materna são piores em relação a mulheres com baixo nível de escolaridade. Existem vários factores que podem levar a esta situação, incluindo os seguintes: melhor compreensão das questões de saúde que afectam a gravidez; maior consciência da necessidade parto assistido por pessoal qualificado; atraso no início da primeira actividade sexual e gravidez; maior acesso aos serviços de planeamento familiar; e melhor nível socioeconómico. Para além da educação formal, os países devem se esforçar para melhorar o conhecimento dos problemas de saúde e a importância de procurar os serviços de saúde prestados por profissionais de saúde qualificados. A educação é uma intervenção fundamentalmente importante para a obtenção de resultados positivos do domínio da saúde materna. 10.4 Agricultura, Segurança Alimentar e Nutrição Agricultura pode ter vários papéis na saúde. Uma atenção firada para agricultura, segurança alimentar e nutrição iria melhorar o estado nutricional da mulher e da criança, o que fora mostrado como sendo extremamente importante para a saúde materna-infantil. Mais de 50% de todas as mortes de crianças menores de cinco anos estão ligadas à subnutrição. Por isso, é óbvio que uma atenção virada para a nutrição e segurança alimentar pode ter um efeito palpável quanto à redução da mortalidade infantil. A agricultura pode também contribuir para melhorar os meios de subsistência sustentáveis e a redução da pobreza. As famílias podem ter aumento da renda disponível, que podem usar para obter melhores opções de saúde. As actividades agrícolas podem ser um canal para a prestação de serviços de saúde. Através da integração das intervenções agrícolas nas da saúde pode levar a aumento da utilização dos serviços de saúde, a aumentos na prestação de serviços qualificados e, finalmente, na redução da 43 MNCH Status Report 2014 mortalidade materna. Os aspectos que podem ser integrados incluem a sensibilização e promoção do conhecimento, serviços de planeamento familiar, os serviços pré-natais e sensibilização da comunidade. Mesmo que eles possam ser vistos como entidades separadas, a integração dos serviços de saúde materna poderia levar a obtenção de melhores resultados. 10.5 Níveis de Rendimento e Actividades Económicas Emprendimentos microeconómicos, neste contexto, referem-se a várias atividades de geração de rendimento e pequenas empresas que são desenvolvidas a nível familiar. Existe uma correlação entre os resultados de saúde materna e os níveis do rendimento. Os ganham rendimentos mais elevados, muitas vezes têm melhores resultados de saúde materna, são capazes de ter acesso aos serviços de saúde e ter filhos mais saudáveis. A saúde materna pode ser facilmente dificultada por taxas de utilização, outras despesas de saúde e barreiras geográficas. Com o crescimento da maioria das economias africanas, e a sua transição para o estatuto de rendimento médio, é vital que haja expansão da classe média; e que as redes de segurança social estejam disponíveis para os mais vulneráveis da sociedade. Um atenção especial para a revitalização das economias locais e redução da pobreza irão levar a uma redução drástica de mortalidade materna. 11 Dasafios para a Melhoria do Estado da SMNI Houve grandes desafios para a melhoria do estado da SMNI no Continente e para cumprimento dos ODM. Alguns dos desafios que impediram a melhoria da SMNI no Continente incluem: Insuficiência de Recursos internos e externos: Havia rigorosa demanda de recursos, o que foi agravado pelos mercados depressão dos mercados financeiros mundiais por volta de 2010 - 12. Consequentemente, o financiamento da saúde foi, em geral, insuficiente para a realização dos ODM. Imprevisibilidade dos recursos externos: Os recursos externos que estavam disponíveis a partir de parceiros e doadores eram, muitas vezes, imprevisíveis e insustentáveis. Os recursos não eram, por vezes, alinhados ou harmonizados com as prioridades nacionais. Sistemas de saúde fracos: A maioria dos sistemas de saúde no Continente não eram fortes e suficientemente flexíveis para atingirem os ODM 4 e 5. A melhoria do estado da Saúde Materna, Neonatal e Infantil foi particularmente dificultada pelos fracos sistemas de saúde, acesso inadequado e qualidade variada dos serviços de saúde. Injustiças e desigualdades no acesso à saúde: As injustiças e desigualdades persistentes em termos de acesso entre as zonas rurais e urbanas, e a situação socioeconómica reduziu o uso de intervenções de comprovadas na SMNI e noutros serviços de saúde. Resposta multissectorial fragmentada: Houve fraca coordenação e resposta entre os sectores da saúde e outros, o que, assim, contribuiu para os fracos progressos na realização dos ODM. Fraco trabalho de recolha e utilização de dados: Os inadequados sistemas nacionais de recolha de dados e da tendência dos dados para auxiliar a tomada de decisão, dificultaram a realização de acções fundamentais. Existe uma escassez de dados desagregados e, muitas vezes, os relatórios globais baseiam-se em imputações e estimativas, utilizando técnicas de estatística e não na recolha empírica e oportuna de dados. 44 MNCH Status Report 2014 12 Recomendações para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil Após 2015 A SMNI é, irrefutavelmente, importante para o desenvolvimento sustentável do Continente africano. É essencial continuar a colocar a SMNI no topo da agenda de desenvolvimento continental. Acabar com as mortes materna e infantis evitáveis e a morbidade materna e neonatal grave, incluindo a fístula obstétrica, em 2030, é uma meta viável e exequível e deve ser advogada como o slogan e lema para posicionar a saúde materna e infantil. É essencial que a CARMMA após 2015 concentre-se num novo tema/slogan "Zero até Trinta", que incorpore as aspirações de atngir a eliminação das mortes maternas e infantis evitáveis até 2030. A campanha irá asvogar e sensibilização para a adopção de "intervenções de baixo custo mas de grande impacto" por pate dos Estados-membros, numa aposta para eliminar as mortes maternas e infantis. Será criado um forte mecanismo de responsabilização para acompanhar os progressos realizados pelos Estados-Membros na redução das mortes maternas e infantis evitáveis. A campanha estará em harmonia com a Agenda 2063 , a Posição Comum Africana (PCA) e consistente, tanto quanto possível, com a Agenda de Desenvolvimento pós-2015. Apoiado por uma campanha de nível mais alto, ou, especificamente, para melhorar ainda mais a saúde materna e neonatal, deve ser considerado o seguinte: - - Aumento do Financiamento para a Saúde: Para permitir a meljoria dos serviços SMNI. Isto deve incluir o aumento nos orçamentos da saúde para permitir a melhoria dos serviços SMNI. Deve incluir a consideração de utilização dos resultados com base no financiamento, se for caso disso, adopção de regimes de segurança social e aumento dos gastos governamentais na saúde. As taxas de utilização devem ser retiradas para mulheres grávidas e crianças. o Os Estados membros devem honrar os compromissos assumidos na Declaração de Abuja de aumentar o financiamento do governo para a saúde, pelo menos em 15% do seu orçamento; o Os Estados-Membros devem rever vários métodos de incrementar recursos financeiros para a saúde, incluindo através de financiamento com base nos resultados e seguros; o A CUA deve continuar a fazer advocacia de alto nível e empenho em torno do financiamento da saúde. Ênfase nos cuidados de saúde neonatais e intraparto: Quase um terço dos bebés morrem devido a causas de intraparto. A asfixia de bebés ao nascer pode ser reduzida consideravelmente se se assegurar que trabalhadores de saúde qualificados ssejam treinados para adminsitrar a reanimação neonatal. Os programas nacionais de saúde da criança devem incidir os cuidados neonatais imédiatos como parte de sua estratégia para reduzir a mortalidade infantil. o o - Os Estados-Membros devem desenvolver os seus programas de saúde materna, neonatal e infantil tendo em vista aumentar as habilidades dos profissionais de saúde para prestarem saúde neonatal; The AUC and Regional Economic Communities (RECs) can provide monitoring and guidance tools. A CUA e as Comunidades Económicas Regionais (CER) podem fornecer as ferramentas de monitorização e orientação. Melhorar a qualidade da prestação dos serviços de saúde: Deve haver tentativas consistentes de melhorar a qualidade dos serviços de saúde que são prestados. A 45 MNCH Status Report 2014 institucionalização de auditorias clínicas, retorno de informação do doente e a supervisão de apoio iriam reforçar o estado actual da SMNI. A qualidade deve ser respeitado em todos os aspectos da interação com o paciente, incluindo registo de doentes, contacto inicial dos profissionais da saúde, anamnésia e diagnóstico, diagnóstico laboratorial e intervenção clínica. O esforço para a melhoria da prestação de serviços de modo contínuo ao longo da cadeia de cuidados de saúde irá aumentar a demanda e a utilização do serviços de saúde e, assim, reduzir a morbidade e mortalidade. - o Os Estados-Membros devem instituir uma medida para a melhoria da qualidade a nível nacional e local; o A CUA e outros parceiros podem desenvolver linhas de orientação e ferramentas para a melhoria da qualidade no sector da saúde; Parto assistido por parteiras qualificadas: A promoção do parto institucional e do parto assistido por um profissional de saúde qualificado é extremamente importante para a redução da mortalidade materna e neonatal. O parto assistido por parteiras qualificadas também deve ser conjugada com o reforço dos sistemas de referência e disponibilidade de cuidados de nível secundário e CEmONC. o o - Programas de Vacinação: A vacinação contra doenças infecciosas comuns da infância e contra HPV ainda oferecem uma das maneiras mais eficazes de melhorar a saúde da mulher e da criança. Deve haver uma ênfase contínua na promoção dos méritos da vacinação inserinda dentro de um sistema de prestação de cuidados de saúde primários integrados com vista a aumentar a cobertura vacinal. o o o - - Os Estados-membros devem se concentrar no aumento do número e distribuição equitativa das parteiras e dos trabalhadores de saúde especializados em prestação de cuidados seguros. Os Estados-Membros devem ter orçamento adequado para formação, supervisão para apoio e retenção de profissionais de saúde devem. Os Estados-membros devem rever continuamente a implementação de programas nacionais e locais de imunização; Deve haver financiamento consistente dos programas de imunização, incluindo parcerias com outros intervenientes, organizações privadas e entidades comerciais para disponibilização das vacinas; A CUA deve continuar a destacar a importância da imunização através de campanhas de advocacia; Gestão Integrada de Doenças do Recém-nascido e da Primeira Infância: O uso consistente e diligente de directrizes para gestão integrada das doenças da primeira infância pode evitar muitas mortes devido a doenças infecciosas. As diretrizes devem estar disponíveis em todos os níveis das unidades sanitárias. o Os Estados-Membros devem dar prioridade à formação e supervisão de apoio dos profissionais de saúde que são capazes de prestar cuidados integrados da primeira infância. Estes devem ser distribuídos de forma equitativa. o A planificação da saúde a nível nacional e local deve incluir diretrizes para o aumento de gestão integrada. Envolvimento da comunidade: As comunidades desempenham um papel crucial na saúde materno-infantil. O envolvimento da comunidade melhora o sentido de propriedade e 46 MNCH Status Report 2014 oferece soluções específicas ao contexto real para questões tais como o acesso aos serviços de saúde, o trabalho da saúde na comunidade, educação e promoção da saúde, entre outros aspectos. o o o o Os Estados-Membros devem integrar o envolvimento da comunidade nos planos nacionais e locais; Os Estados-Membros devem continuar aumentando as parcerias com ONGs, CSO e outras organizações A CUA deve assumir a liderança do envolvimento da comunidade através de programas de advocacia; Os Estados-Membros devem continuar a intensificar parcerias com ONGs, OSC e outras organizações; - Enfatizar a Importância da Nutrição: A nutrição desempenha um papel importante, e é indiscutivelmente uma parte importante da saúde materno-infantil. Um forte apoio a programas de nutrição irá conduzir a grandes ganhos no domínio da saúde materno-infantil. o A CUA deve continuar empreender grandes esforços de advocacia e estratégias continentais em matéria da nutrição; o Os Estados-Membros devem prosseguir com elevado nível nacional de advocacia; o Os Estados-membros deve rever e reformar os seus planos nutricionais. - Reiterar o Foco sobre Planeamento Familiar: As necessidades de planeamento familiar precisam de ser reposicionadas como uma intervenção crítica. Elas devem incluir a garantia de segurança dos produtos de planeamento familiar, a disponibilidade de várias opções de anticoncepção e melhorar o conhecimento e o acesso aos serviços de planeamento familiar. o o o - Aumento do acesso a serviços de aborto seguro: A redução de mortes que ocorrem devido a abortos inseguros também irá reduzir significativamente o número de mulheres e meninas que morrem desnecessariamente. Esforços deliberados devem ser feitos no sentido de rever as actuais leis nacionais que restringem os serviço de aborto, para que estes passem a serem prestados em pleno. Também deve haver melhorias contínuas nos cuidados pós-aborto, com vista a aumentar o número de casos tratados ao nível primário, para cobrir a ocorrência de complicações avançadas resultantes do aborto inseguro. o o o - Os Estados-membros dever rever a segurança dos produtos de planemento familiar e a disponibilidade de uma vast agama de métodos de planeamento familiar; A CUA deve fazer o trabalho de advocacia sobre o planemento familiar; As parcerias entre as ONG, OSC e os Governos devem intensificar o planeamento familiar. Os Estados-membros devem cumprir cabalmente o Protocolo da Maputo; Os Estados-membros devem rever as leis que restringem o aborto seguro; A CUA deve desempenhar um papel importante de advocacia para o aumento do acesso ao aborto seguro. Melhoria e utilização de dados baseados em evidências: A recolha de dados através de Sistemas de Informação de Gestão da Saúde e outras modalidades de recolha de dados, incluindo pesquisas, deve ser reforçada através de um aumento das despesas do governo e integração de sistemas de gestão de informação vertical. A recolha de dados desagregados por sexo, rendimento, educação e residência geográfica será essencial para destacar as desigualdades na saúde e elaborar melhores planos dos serviços de saúde. Neste contexto, é crítico envidar esforços para expandir a cobertura universal dos Registos Civis e adopção de Sistemas de Estatísticas Vitais e bem como a implementação de Sistemas Vigilância e 47 MNCH Status Report 2014 Resposta a Mortalidade Materna. Mais importante ainda, informações produzidas devem ser utilizadas para tomada de decisão e alocação de recursos. Os dados e as informações também devem ser apresentados em formatos que de fácil compreensão por parte das comunidades e dos trabalhadores da saúde para aumentar a exigência dos doentes para a prestação de contas. O uso de plataformas de dados continentais, tais como as estatísticas africanas de saúde compilados pela União Africana, e quadros de resultados da SMNI irão melhorar a prestação de contas aos compromissos da SMNI, e é uma boa iniciativa que deve ser totalmente apoiada e assumida pelos Estados-Membros. o Os Estados-membros devem desenvolver sistemas de recolha de dados resistentes, de M & A e de utilização de dados para tomada de decisões; o A CUA deve expandir e promover o uso de Estatísticas de Saúda Africanas; o As ONG e OSC devem fazer uso de dados nacionais e locais para aumentar a prestação de contas. - Reforço dos Sistemas de Saúde para SMNI: O reforço dos sistemas de saúde será essencial para o progresso contínuo no domínio da SMNI. Neste contexto, os Estados-Membros devem considerar a implementação de estratégias inovadoras de mobilização de recursos para garantir níveis adequados de financiamento para SMNI (por exemplo, a suplementação nutricional e actividades de imunização), bem como os orçamentos especialmente atribuídos para intervenções de grande impacto. Como os países continuam a experimentar uma rápida urbanização, as questões relativas a cobertura e equidade, em particular nas áreas pobres rurais e urbanas, irão merecer uma atenção cada vez maior. o Os Estados-Membros devem assegurar que haja fortalecimento holístico dos sistemas de saúde; o Os Estados-membros devem aumentar o financiamento para a saúde bem como a contribuição orçamental para a saúde, a fim de fortalecer os sistemas de saúde; o A CUA deve fornecer a política continental e orientação sobre o fortalecimento dos sistemas de saúde - Foco contínuo sobre VIH como uma importante questão de saúde pública: Várias questões devem ser consideradas para pôr termo a transmissão do VIH entre as mulheres grávidas e seus filhos. É necessária maior enfoque na redução da perda de seguimento, melhorando o diagnóstico em tratamento pediátrico de VIH, e a terapia com anti-retroviral por toda a vida para as mulheres grávidas seropositivas. o o o - Os Estados-Membros devem rever continuamente as políticas sobre o VIH a nível nacional e local; Os Estados-Membros devem assegurar a disponibilidade de medicamentos e outros fornecimentos para a terapia de VIH; Os Estados-Membros devem melhorar a sua atenção ao diagnóstico e tratamento pediátrico do VIH; Os adolescentes são uma população principal a ter em atenção: Os Serviços para adolescentes devem ser adaptados às suas necessidades e preferências, e deverão ser prestados sem nenhuma forma de julgamento. Os adolescentes também devem ter acesso a informações sobre a saúde sexual e reprodutiva e integradas na sua educação formal. Devem ser feitos esforços com vista a garantir que os adolescentes em situação de maior risco, tais como por exemplo, aqueles que apresentam infecções sexualmente transmissíveis, tenham acesso a canticonceptivos e a informação sobre saúde a reprodutiva que eles precisam. o o Estados-Membros devem manter programas nacionais para adolescentes, e garantir que os serviços favoráveis aos jovens estejam disponíveis a nível local; A AUC deve dar advocacia e estratégias para melhorar o engajamento e entrega da saúde do adolescente 48 MNCH Status Report 2014 - Relações e equilíbrio do género: O género tem uma influência marcante sobre os resultados da saúde materno-infantil. Para melhorar a SMNI, devem ser aplicadas leis que protejam as mulheres contra violência; e deve haver cada vez um maior envolvimento masculino nos programas da SMNI. Deve também haver um foco na promoção de empresas lideradas por mulheres. o o o - Estados-Membros devem assegurar a aplicação de leis que protegem as mulheres da violência contra elas; Os Estados-Membros devem intensificar a promoção e promulgar leis que promovem o envolvimento das mulheres nas esferas políticas e na económica; A CUA deve fazer advocacia em torno das relações e equilíbio do género Educação: A educação é uma questão transversal fundamental que pode melhorar a saúde materno-infantil. Os Governos devem tomar medidas deliberadas (políticas e programáticas) destinadas a garantir a conclusão do ensino secundário universal para as meninas, incluindo re-integração de meninas que abandonam a escola devido ao casamento ou gravidez. o o o Os Estados-Membros devem promilgar leis que visam reter as meninas no ensino, mesmo quando ficarem grávidas; Os Estados-Membros devem incorporar a saúde sexual e reprodutiva nos currículos escolares; Os Estados-Membros devem adoptar políticas destinadas a obtenção do ensino secundário universal. 13 Plano de Acção Rumo a Eliminação de Mortes Evitáveis na SMNI em África A fim de reduzir o pesado fardo de mortes evitáveis na AMNI, propõe-se o seguinte plano de acção. O mesmo foi adaptado e modificado na 1a Conferência da União Africana sobre a Saúde Materna, Neonatal e Infantil, que teve lugar em Joanesburgo em 2013. O plano de acção irá incidir sobre a promoção de acções estratégicas nas seguintes áreas temáticas: Advocacia e política baseada em evidências Liderança, Prestação de Contas e Governação Financiamento dos cuidados de Saúde Recursos Humanos Informações Estratégicas Nutrição Prestação de Serviços Questões Transversais A Tabela número 7 abaixo resume as áreas temáticas, áreas de foco e acções estratégicas para o Plano de Acção. Estão igualmente propostos os papéis dos intervenientes no plano de acção, incluindo a União Africana, as Comunidades Económicas Regionais, os Estados-Membros, parceiros bem com outras organizações. Tabela 7: Resumo do Plano de Acção para eliminação demortes evitáveis na SMNI Áres temática Advocacia e política informada com base em Foco Implementação da Acções Estratégicas Promover um almoço 49 MNCH Status Report 2014 Áres temática evidências Foco CARMMA Órgão de comunicação e sensibilização Reforçar a prestação de contas para eliminação de mortes eveitáveis na SMNI Liderança, Prestação de Comtas e Governação Atacando abortos insguros Acções Estratégicas nacional da CARMMA nos Estados-membros Apoiar a implementação das acções de acompanhamento após o lançamento para SMNI Reforçar o Secretariado da CARMMA Criar um mecanismo de financiamento para CARMMA/SMNI Promover a sensibilização da comunidade e demanda dirigida pelos cidadãos para melhoria dos servços Utilização das avós, dos chefes, das OSC e outros guardiões nas comunidades Conceber instrumentos de prestação de contas e fichas de registos em colaboração com os parceiros de desenvolvimento, OSC e o sector privado (ferramentas a nível continental, regional e local) Utilização de mecanismos de revisão de pares do governo para fortalecer a prestação de contas Monitorização do estado da SMNI ao nível parlamentar nos Estados-membros Ratifical cabalmente o Protocolo da UA à Carta dos Direitos Humanos e dos Povos relative aos direitos da Mulher em África até 2020 50 MNCH Status Report 2014 Áres temática Financiamento para cuidados de saúde Foco Acções Estratégicas Enquadrar juridicamente o Protocolo da UA sobre os Direitos da Mulher (2003), particularmente o Artigo 14o e harmoniza-la com as legislações, políticas e práticas nacionais com as exigências relativas a saúde e direitos sexuais e reprodutivos fixadas no Protocolo Os Governos africanos devem, de forma progressiva, aumentar e atingir pelo menos 15% do financiamento do governo para a saúde até 2020, em conformidade com a Declaração de Abuja Monitorização do financiamento para a Aumento do apoio saúde através das orçamental do governo estruturas do para a saúde Mecanismo Africano de Revisão de Pares para reforçar a prestação de contas Os países parceiros e mecanismos de financiamento precisam de aumentar o financiamento para a saúde em conformidade com os planos nacionais Conceber/adaptar sistemas nacionais de financiamento da saúde específicos aos com vista a promover Esquemas nacionais de a Cobertura Universal da Saúde seguro de saúde/Cobertura Reforçar a colaboração Universal da Saúde integrada muitisectorial na implementação do Acesso da Cobertura Universal (ACU) e melhoria dos 51 MNCH Status Report 2014 Áres temática Foco Recursos Humanos Abordar os Recursos Humanos para os Desafios da Saúde Informação Estratégica Reforço dos Registos Civis e notariados Acções Estratégicas Resultados da Saúde Disseminassão e adaptação das boas práticas internacionais informadas baseadas em evidências no financiamento da saúde Parceria Estratégica Público-privada para promover o ACU Continuar a fazer advocacia a favour da ACU nos países africanos, especialmente a favour das populações vulneráveis Aumentar a formação, orientação, supervisão e retenção das parteiras Abordar uma supervisão de apoio para melhorar EmONC básicos e abrangentes Garantir a distribuição equitativa dos trabalhadores de saúde entre as zonas rurais e urbanas Integrar os trabalhadores da saúde auxiliaries (agentes comunitários da saúde, voluntários, etc.) no sistema nacional de saúde Adaptar/implementar directrizes/normas de práticas para executar a mudança de tarefas a nível nacional Institucionalizar e implementar sistemas adequados de incentivos, retenção e motivação Legislação para assegurar que todos os nascimentos e mortes 52 MNCH Status Report 2014 Áres temática Foco Vigilância e Resposta da Mortalidade Materna Reforço dos sistemas nacionais de M&A e de Informação de Gestão da Saúde Nutrição Posicionamento da nutrição no topo da agenda da saúde MNCH Status Report 2014 Acções Estratégicas sejam registados e partilhados com as entidades governamentais competentes Legislação para assegurar que todas as mortes maternas sejam notificadas Institucionalizar a recolha, utilização e disseminação de dados de MDSR nos Estadosmembros Revisão materna “quase morte” nos estados-menbros Garantir que os sistemas liguem a utilização de dados para tomade de decisão Reforçar os sistemas de recolha de dados para permitir a recolha de dados segregados por género, rendimento e localização. Utilização de dados para advocacia com base em evidências e sensibilização da comunidade Uso sistemático da recolha de dados para fortalecer a prestação de contas e aprendizagem Formular e implementar políticas nacionais multisectoriais de nutrição e planos de acção com orçamentos detalhados para atacar doenças materanas, maulnutrição infantil e não comunicáveis Adaptar e adoptar ficha de registo continental de segurança nutricional 53 Áres temática Foco Saúde Neonatal Prestação de Serviços Saúde da Criança Saúde Materna MNCH Status Report 2014 Acções Estratégicas Concentrar atenção nos cuidades Durante o trabalho de parto, o parto e dia seguite ao do parto para melhorar os cuidados para os neonatais e prevenir nados mortos Priorizar intervenções de alta cobertura com elevado impacto, para alcançar bebés recémnascidos, incluindo as populações mais desfavorecidas Concentrar-se nas intervenções de baixo custo masde grande impacto, incluindo nutrição, vacinação e educação Desenvolver roteiros multisecoriais nacionais com orçamentos detalhados para eliminação de mortes evitáveis Aumentar o acesso equitativo a intervenções de alto impacto Resolver os obstáculos para o acesso equitativo aos cuidados de qualidade para as crianças Concentrar-se nas intervenções de baixo custo mas grande impacto que cobre o período prenatal, perinatal e pósnatal Grantir uma disponibilidade adequada dos recursos humanos, suprimentos medicos e de equipamentos para cuidados obstétricos Desenvolver roteiros multisecoriais nacionais com 54 Áres temática Foco eMTCT Integração do VIH/SSR nos outros serviços Tratar do aborto Adolescentes e jovens Acções Estratégicas orçamentos detalhados para eliminação de mortes evitáveis Integração abrangente da SMNI e PTMC Aumentar o acesso a terapia com Antiretrovirais (TAR) especialmente o acesso de crianças e adolescentes numa continuidade de cuidados Garantir a testagem e tratamento da sifilis como parta de Cuidados Pré-natais Estabelecer um pacote mínimo de intervenções preventivas primárias Harmonizar os processos sectoriais incluindo a planificação física das instalações/infraestrut uras de saúde para promover a integração Desenvolver/impleme ntar linhas de orientação de integração nacional, especialmente em relação ao reforço de capacidades dos beneficiários, provedores de serviços e sistemas Prestar serviços de aborto seguro dentro da legislação nacional. Garantir que haja acesso universal a cuidados de boa qualidade após o aborto Assegurar que todas as políticas e programas, e intervenções abordem as questões 55 MNCH Status Report 2014 Áres temática Foco Planeamento Familiar Coordenação Multisectorial Assuntos Transversais Educação Género Acções Estratégicas de saúde de adolescentes e jovens Fortalecer a capacidade do Sistema de saúde para proporcionar acesso a serviços de alta qualidade favoráveis aos jovens Implementar uma abordagem mulitsectorial com base nos direitos ao planeamento familiar Aumentar as opções de métodos de PF e a assegurar a mistura do método apropriado Aumentar a atribuição de recursos (doméstico) para o PF e a segurança dos produtos Desenvolver/reforçar a base de evidências para facilitar a acção programática multisectorial na SMNI programme action Envolver sectores ministeriais não pertencentes a saúde para facilitar a acção da SMNI Fazer planificação sectorial e multisectorial conjunta entre sectores da saúde e não da saúde para a promoção da SMNI Encorajar a matrícula, retenção e regresso de raparigas que estão além da sua idade escolar Integrar a SSR e saúde materna nos currículos nacionais de ensino Frotalecer a saúde e aplicação da lei para atacar a Violência 56 MNCH Status Report 2014 Áres temática Foco Água e Sanemento Agricultura Envolvimento Comunidade Acções Estratégicas contra a Mulher Integrar questões de violência contra a mulher, a rapariga, SSR e direitos humanos nos currículos da educação Acelerar os programas de sensibilização e mobilização especialmente para os principais intervenientes a fim de promover a equidade do género e reduzir a violência contra a mulher Incentivar o envolvimento masculino na SMNI, PF e SSR Melhorar o acesso a água potável, particularmente nas áreas rurais Integrar os programas da WASH com os da SMNI Integrar os programas de agricultura com SMNI Explorar a fortificação bio para melhorar o estado nutricional da mulher e da criança Institucionalizar o envolvimento da comunidade na gestão dos serviços e infraestruras de saúde Integrar mecanismos de feedback da comunidade nas revisões da mortalidade da SMNI Mobilizar a participação da comunidade através canais múltiplos, incluindo trabalhadores auxulliares treinados e 57 MNCH Status Report 2014 Áres temática Foco Disponibilidade e acesso a medicamentos, vacinas e tecnologia Inovações Acções Estratégicas motivados Promover a implementação do plano de negócios do PMPA Apoiar as estratégias nacionais para melhorar a a disponibilidade e acesso de medicamentos essenciais de qualidade e produtos para mulheres e crianças com atenção específicas a populações remotas sem acesso de transporte Implementar políticas e inciativas para reduzir o custo de medicamentos e produtos para mulheres e crianças Documentar e prover inovação baseada em evidências para os serviços SMNI Estabelecer protocolos de de gestão e aumento de progeamas polotos 13.1 Papel dos Intervenientes na implementação do plano de acção Comissão da União Africana A Comissão da União Africana irá coordenar a implementação do Plano de Acção, a realizando advocacia estratégica junto dos órgãos da UA e principais formuladores de políticas no Continente. A Comissão apoiará a mobilização de recursos, bem como monitorização e avaliação, explorando as suas plataformas convocadas para promover a prestação de contas, disseminação das boas práticas e harmonização de políticas e estratégias. Comunidades Económicas Regionais As Comunidades Económicas Regionais irão facilitar a prestação de apoio técnico aos EstadosMembros para garantir uma abordagem coerente e coordenada em vista a implementação das componentes do presente Plano de Acção, criando assim, sinergias e reforçando as actividades da Comissão da União Africana. Os Estados-Membros 58 MNCH Status Report 2014 Os Estados-Membros terão a responsabilidade global e liderança na implementação (e relatórios) das componentes relevantes do Plano de Acção a nível nacional. Os Estados-Membros proporcionarão um ambiente favorável à participação de base ampla, incluindo as populações desfavorecidas e o sector privado. Os governos nacionais serão responsáveis por realizar a mobilização de recursos internos suficientes para a execução do Plano de Acção. Parceiros Em harmonia com o princípio de Paris das organizações multilaterais e bilaterais; organizações internacionais, continentais e nacionais da sociedade civil, associações profissionais e outros parceiros de desenvolvimento, incluindo as Nações Unidas e iniciativas globais no domínio da saúde, os parceiros irão alinhar seus planos de assistência e cooperação técnica e financeira com as necessidades e prioridades nacionais e regionais para a implementação deste Plano de Acção. 14 Agenda Pós-2015 e Saúde Materna, Neonatal eInfantil O ano de 2015 marca o ponto final para os ODM que galvanizaram o mundo a prosseguir a redução da pobreza através de metas ambiciosas. Embora tenha havido alguns sucessos dignos de nota com os ODM, ainda há muito a ser feito. A agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015 oferece uma oportunidade para concluir o trabalho inacabado, para redefinir as prioridades e as abordagens baseadas em evidências emergentes e para melhorar o alinhamento de esforços entre todos os parceiros que trabalham com o objectivo melhorar os resultados de saúde e desenvolvimento. As melhorias na SMNI acabarão por levar ao aumento da produtividade, maiores resultados económicos e as sociedades mais equitativas. Para a África cuidar de seu próprio destino, agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015 deve ser enquadrada dentro da visão de longo prazo da Agenda da UA 2063 e da Posição Comum Africana (PCA) sobre a agenda de desenvolvimento pós-2015. A PCA visa melhorar o estado de saúde das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, através da redução da incidência de doenças, da subnutrição e melhorar a higiene e saneamento33. Existe também um compromisso com o fortalecimento do sistema de saúde e garantia de acesso universal aos serviços de saúde, os quais são extremamente importantes para serem incluir na Agenda Pós-2015. A Posição Comum Africana reitera a garantia de acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde de qualidade, incluindo o acesso universal à saúde sexual e e direitos reprodutivos abrangentes (por exemplo, planeamento familiar); melhoria dos sistemas de saúde, financiamento para a saúde e infra-estrutura médica, fabrico local de equipamentos de saúde; e criação de sistemas de monitorização e avaliação e de garantia de qualidade. Guiados pela PCA, os Estados africanos têm estado empenhados na formulação da primeira proposta das metas de desenvolvimento sustentável através do Grupo de Trabalho Aberto. Esta proposta, que inclui propostas de 17 objectivos e 169 metas, procura reduzir a mortalidade materna e neonatal, eliminar a mortalidade neonatal e infantil evitáveis, garantir o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, informações e produtos e garantir o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos. Ela também pretende abordar os determinantes críticos da saúde, incluindo a educação, a autonomização e participação das mulheres, a violência contra as mulheres, práticas tradicionais novivas tais como o casamento precoce, a nutrição, WASH, entre outros. Enquanto isto reflecte a inclusão de muitas das prioridades que figuram na Agenda 2063, a África deve permanecer vigilante e assegurar que os indicadores identificados para medir esses objectivos sejam os correctos. África deve também garantir que os debates em torno execução, do financiamento e da prestação de contas tomam em consideração o contexto ímpar do Continente. Uma oportunidade importante para assegurar que as prioridades dos Estados-membros em relação à saúde das mulheres, crianças e adolescentes influenciem as estratégias e investimentos globais é através da Estratégia Global para a Saúde da Mulher, Criança e do Adolescente. A Estratégia na sua 59 MNCH Status Report 2014 versão actualizada, a ser lançada em Setembro de 2015, é um roteiro para eliminar todas as mortes evitáveis de mulheres, crianças e adolescentes até 2030 e melhorar a sua saúde global e bem-estar. Ele baseia-se na Estratégia Global para a Saúde da Mulher e da Criança 2010-2015, lançada pelo Secretário-Geral da ONU. A Estratégia atualizada irá apoiar a realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à saúde das mulheres, das crianças de dos adolescentes e prevê um quadro de desenvolvimento pós-2015 mais integrado, no qual todos os países recebem apoi para atingir e manter seus objectivos de saúde, passando além das reduções da mortalidade para uma visão de vida saudável para todos, durante toda a vida. A Estratégia Global actualizado está a ser desenvolvida por uma vasta gama de intervenientes nacionais, regionais e globais, sob a égide do movimento Toda Mulher Toda Criança, e deve ser impulsionado pelas prioridades e estratégias dos governos africanos. Uma das formas através das quais a Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015 e as estratégias globais podem ser harmonizadas com os instrumentos da União Africana, é a Campanha Africana para Reducão Acelerada da Mortalidade Materna (CARMMA). A CARMMA tem sido fundamental para assegurar o compromisso político em África. O conteúdo das campanhas CARMMA deve ser enquadrado em torno de um renovado compromisso da UA para eliminação das mortes maternas-infantis evitáveis até 2030 - as discussões sobre a execução e o financiamento das acções relavantes devem incluir medidas pertinentes para atingir esse objectivo. Uma campanha continental renovada "Zero até Trinta" continuaria a colocar a SMNI firmemente na agenda, bem como manter o apoio de alto nível. Estratégia Global para a Saúde da Mulher, Criança e do Adolescente estabelecrá medidas para integrar as priioridades continentais np âmbito da SMNI no processo global. Para garantir maior responsabilização e implementação da agenda de desenvolvimento Pós-2015, os Estados-Membros devem - Realçar o acesso universal à saúde com a eliminação das mortes maternas evitáveis, melhoria da saúde infantil e garantir a SDSR no seu cerne. Deve haver indicadores que acompanham o alcance do acesso universal à saúde e à redução das desigualdades de saúde. Será importante acompanhar a forma como o sistema geral de saúde está a ser reforçada, incluindo as melhorias realizadas na força de trabalho da saúde, contribuições sustentáveis para o financiamento do sistema de saúde, prestação de serviços de saúde de qualidade e oferta de produtos suprimentos médicos seguros; - Concentrar-se nas populações mais vulneráveis, as populações principais e populações das zonas rurais, a fim de garantir que a prestação de serviços de saúde seja equitativa. Deve haver intensificação se esforços com objectivo de reduzir as desigualdades em termos do acesso e utilização dos serviços de saúde, que são construídos considerando a localização geográfica, nível de educação, género e situação do rendimento; - Reconhecer as diversas interações que a saúde tem com outros sectores, particularmente educação, agricultura e redução da pobreza. Serão necessários indicadores compostos que reconhecem isso e mostram que a saúde não é uma intervenção autónoma; - Reconhecer o papel que as comunidades desempenham na prestação e manutenção de uma boa saúde. Isto deve incluir a galvanização de diferentes intervenientes, abrangendo as organizações que prestam serviço às comunidades, avós, chefes e outros guardiões, bem como agentes comunitários de saúde, para conquistar ainda mais os ganhos no domínio da SMNI. É fundamental envolver estes intervenientes e garantir que eles sejam parte dos impulsionadores da Agenda Pós-2015. - De acordo com o processo que está sendo conduzido por África, o objectivo principal, ou seja, eliminação das mortes maternas evitáveis até 2030, deve ser partilhado por todos os países, não obstante a necessidade de cada país definir as suas metas individuais. Deveria haver um maior envolvimento dos governos locais no acompanhamento e contribuição para metas nacionais e locais. Um processo inclusivo, participativo e conduzido a nível nacional para identificar e estabelecer metas subnacionais irá garantir uma aplicação mais mandatória. 60 MNCH Status Report 2014 Os países africanos devem trabalhar no sentido de assegurar que a agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015 o e as actualizações relacionadas de estratégias globais reflectem as suas prioridades, a fim de facilitar a sue execução de forma mais eficaz e eficiente. A nível nacional, a propriedade da agenda de desenvolvimento social pós-2015 seria um primeiro passo importante na adaptação dos compromissos nas prioridades e programas nacionais. 61 MNCH Status Report 2014 15 Bibliografia 1. UNICEF. Relatório sobre Níveis e Tendências da Mortalidad Infantil , 2014. 2014. 2. UNICEF, Organização Munidal da Saúde. Cumprindo a Agenda da Saúde para a Mulher e a Criança, Relatório de 2014. 2014. 3. Comissão Económica das Nações Unidas para África. Relatório sobre os ODM de 2013: Avaliação do Progresso de África rumo aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. 2013. 4. Nações Unidas. Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio de 2014. 2014. 5. Organização Munidal da Saúde. Declaração de Abuja: Dez Anos de Implementação. 6. Comissão da União Africana. ESTRATÉGIA REGIONAL AFRICANA DA NUTRIÇÃO 2005 - 2015. 7. Comissão da União Africana. O Custo da Fome em África: Impaco Ecnómico e Social de Criança Subnutridas no Egipto, Etiópia, Suazilândia e Uganda. 2014. 8. Say L, Chou D, Gemmill A, Tunçalp Ö, Moller A-B, Daniels J, et al. Causas globais da mortalidade materna: Uma análise sistemática da OMS. Lancet Glob Heal [Internet]. Elsevier; 6 fr Junho de 2014 [citdado em 15 de Julho de 2014];2(6):e323–33. Disponível a partit do site: http://www.thelancet.com/article/S2214109X1470227X/fulltext 9. Khan KS, Wojdyla D, Say L, Gülmezoglu AM, Van Look PFA. Análisa de OMS das causas da mortalidade materna: Uma análise sistemática da OMS. Lancet [Internet]. Elsevier; 1 de Abril de 2006 [citada em 1o de Julho de 2014 J];367(9516):1066–74. Disponível a partit do site: http://www.thelancet.com/article/S0140673606683979/fulltext 10. Banco Mundial. Rácio da Mortalidade Materrna (Estimativas modeladas, per 100,000 live births) | Data | Map [Internet]. [citado em 6 de Janeiro de 2015]. Disponível a partit do site: http://data.worldbank.org/indicator/SH.STA.MMRT/countries/all?display=map 11. Organização Munidal da Saúde. Ensaio Aleatório de cuidados pré-natais pela OMS. Manual para a implementação do novo modelo. 2001. 12. Zanconato G, Msolomba R, Guarenti L, Franchi M. Cuidados pré-natais nos países em desenvolvimento: Necessidade de um modelo adaptado. Seminários sober a edicina do Feto e Recém-Nascido. 2006. p. 15–20. 13. Organização Munidal da Saúde. Definição da saúde sexual: Relatrio de uma consultoria técnica sobre saúde sexual, 28–31 de Janeiro de 2002, Genebra. 2006. 14. Cleland J, Bernstein S, Ezeh A, Faundes A, Glasier A, Innis J. Planeamento Familiar: a Agena inacabada. Lancet. 2006. p. 1810–27. 15. UNAIDS. Relatório de Progresso de 2014 dobre o plano global rumo à eliminação de novas infecções de VIH entre crianças até 2015 e mantendo as suas mães vivas. 2014; 16. Nove A, Matthews Z, Neal S, Camacho AV. Mortalidade materna em adolescentes comparada com a de mulheres de outras idades: Evidência de 144 países. Lancet Glob Heal [Internet]. 62 MNCH Status Report 2014 Elsevier; 3 de Março de 2014 [citado em 3 de Janeiro de 2015];2(3):e155–64. Disponível a partir do site: http://www.thelancet.com/article/S2214109X13701797/fulltext 17. UNAIDS. Relatório sobre a lacuna. 2014; 18. UNFPA. Adolescentes Grávidas. 2006. 19. Comissão da União Africana. Documentação de Boas Prácticas nas Intervenções da Saúde Materna, Neonatal e Infantil ( SMNI ). 2013. 20. UNFPA. Investimento em Parteira e Noutros com Cmpetências das Parteiras. 2008. 21. UNFPA. A Situação das Parteiras no Mundo 2014. 2014. 22. Organização Munidal da Saúde. Aborto inseguro: Estimativas mundiais e regionais da incidência do aborto insguro e a mortalidade a ele associada em 2008. 2008. 23. Henshaw S, Adewole I, Singh S, Bankole A, Oye-Adeniran B, Hussain R. Gravidade e Custo das Complicações do Aborto Inseguro Tradadas nos Hospitais Nigerianos. Int Fam Plan Perspect. 2008;34(1). 24. Cohen S. Factos e Consequências: Legalidade, Incidência e Segurança do Aborto no Mundo. Guttmacher Policy Rev [Internet]. 2009 [citado e 4 de janeiro de 2015];12(4). Disponível a partir do site: https://www.guttmacher.org/pubs/gpr/12/4/gpr120402.html 25. H⊘j L, Cardoso P, Nielsen BB, Hvidman L, Nielsen J, Aaby P. Efeito do misoprostol sublingual sobre hemorragia de aguda pós-parto nos centros de saúde primários na Guiné-Bissau: ensaio clínico aleatório de dupla ocultação. BMJ [Internet]. 2005 Sep 29;331(7519):723. Disponível a partir do site: http://www.bmj.com/content/331/7519/723.abstract 26. Derman RJ, Kodkany BS, Goudar SS, Geller SE, Naik VA, Bellad MB, et al. Misoprostol oral na prevenção de hemorragia pós-parto nas comunidades pobres: Ensiao controlado aleatório. Lancet [Internet]. Elsevier; 2006 Jan 3;368(9543):1248–53. Disponível a partir do site: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)69522-6/abstract 27. Comissão da União Africana. Avaliação de Sistemas de Auditoria da Mortalidade Materna a Nível de África, Implementção e Lacunas em. 2013. 28. Plotkin SL, Plotkin SA. Uma história de vacinação. em: Plotkin S., Orenstein WA, editors. Vacinas. 2004. p. 1–15. 29. Brenzel L, Wolfson LJ, Fox-Rushby J, Miller M, Halsey NA. Vaccine-Preventable Disease. In: Measham AR, Alleyne G, Claeson M, Evans DB, editors. Prioridades de Controlo de Doenças nos países em Desenvolvimento. Oxford University Press; 2006. p. 389–412. 30. Manandhar DS, Osrin D, Shrestha BP, Mesko N, Morrison J, Tumbahangphe KM, et al. Efeito da intervenção participativa com grupos de mulheres sobre os reusltados dos partos em Nepal: ensio controlado aleatório do grupo. Lancet [Internet]. Elsevier; 2004 Mar 9;364(9438):970–9. Disponível a partir do site: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(04)17021-9/abstract 31. Kidney E, Winter HR, Khan KS, Gülmezoglu AM, Meads CA, Deeks JJ, et al. Revisão sistemática de intervenções comuniárias para redução da mortalidade materna. BMC Pregnancy 63 MNCH Status Report 2014 Childbirth [Internet]. 2009 Jan [citado em 2 de Março de 2015 ];9(1):2. Disponível a partir do site: http://www.biomedcentral.com/1471-2393/9/2 32. Ngure FM, Reid B, Humphrey JH, Mduduzi MN, Pelto G, Stoltzfus RJ. Water, Saneamento, and Higiene (WASH), Enteropatia Ambiental, Nutrição, e Desenvolvimento Precoce da Criança: Estabelecendo Ligações. Ann N Y Acad Sci. 2014;1308(1):118–28. 33. União Africana. POSIÇÃO COMUM AFRICANA ( PCA ) SOBRE A AGENDA DE DESENVOLVIMENTO PÓS-2015. 2014 p. 1–20. 64 MNCH Status Report 2014 16 Appendices 65 MNCH Status Report 2014 17 Appendix 1: All Country MNCH Score Sheet 66 MNCH Status Report 2014 Ficha de Registo de todos os Países em 2014 Assume que todos os números são de 2013, salvo quando referido entre parênteses Proporção de crianças abaixo de 5 anos afectadas cronicame nte Argélia 16 (2005) Angola 29,2 (2007) Benin Botswana 44,7 (2006) 31,4 (2008) Taxa de Prevalê ncia Anticon ceptiva Nec essi dad es não aten dida s de Plan eam ento Fam iliar 63,9 12, 5 15,2 28, 8 21,6 55,1 28, 1 17, 5 Taxa de Fecun didad e de Adole scent e 95,2% (2006 6 ) 47 (2007 146 ) 84,1 (2012 96 ) 43 94 65,9 (2010 117 ) Burundi 35,1 (2010) 57,5 (2011) 25,6 29, 9 28, 4 Camarões 32,6 (2011) 27,8 22, 2 114 Cabo Verde 21,4 (1994) 63,6 14, 4 68 Burkina Faso Rep. Centro Africana Chade 45,1 (2006) 44,8 (2004) 19 29,1 6,9 22, 3 22, 5 Propor ção de Partos assistid os por Pessoal da Saúde Qualifi cado 21 98 136 72,9 63,6 (2011 ) 77,5 (2005 ) 53,8 (2010 ) 22,7 (2010 Propo rção de crianç as entre 12 – 23 mêses Imuni zadas contrs DPT3 Perce ntage m atribu ição do Orça ment o RMN H alarga do Numb er of faciliti es per 500,00 0 provid ing basic and compr ehensi ve emerg ency obstet ric care Perce ntage of HIVpositi ve pregn ant wome n who Propo receiv rtion ed of antire distric trovir ts al that medic have ine to an reduc establ e the ished risk of and moth functi er-toonal child MDSR trans syste missio m n 95% 93% 25% 25% (2006) 96% 34% (2011) 14 (2008) 88% 16% (2011) 69% 96% 89% 45% >95% 62% 75% 60% (2010) 93% 58% 61% >95% 23% 48% 39% 33% 20% (2011) 19% 0 Comores 46,9 (2000) 43,5 25, 9 50 Congo 31,2 (2005) 46,7 19, 1 112 39 (2007) 20 30, 1 103 21,9 27, 7 168 Djibuti 33,5 (2012) 28,8 28, 6 19 Egipto 30,7 (2008) 62,7 11, 2 40 Guinea Equatorial 35 (2004) 22 27, 9 114 Eritreia 43,7 (2002) 18,4 29, 6 52 Etiópia 44,2 (2011) 32,4 26, 5 46 Gabão 17,5 (2012) 40,9 24, 5 80 Gâmbia 27,6 (2006) 23 30, 7 66 Gana 28,6 (2008) 26,3 34, 4 62 Guiné 35,8 (2012) 12,9 25, 3 131 Guiné-Bissau 27,7 (2008) 15,7 30, 3 95 Quénia 35,2 (2009) 50,7 22, 7 98 Lesoto 39 (2010) 50,9 21, 6 60 Libéria Líbia 39,4 (2007) 21 14,8 57,8 34, 4 15, 121 2 Côte d’Ivoire República Democrática do Congo 43,5 (2010) ) 82 (2012 ) 94 (2012 ) 59,4 (2012 ) 80,4 (2010 ) 92,9 (2006 ) 78,9 (2008 ) 64,6 (2000 ) 28,3 (2002 ) 10 (2010 ) 85,5 (2000 ) 56,6 (2010 ) 68,4 (2011 ) 45 (2012 ) 43 (2010 ) 43,8 (2009 ) 61,5 (2009 ) 46,3 (2007 ) 99,8 83% 100% 69% 25% (2010) 23% 82% 7% (2010) 75% 72% 97% 33% 50% (2004) 36% 3% 15% 94% 72% 38% 79% 25% 97% 55% 62% 90% 50% (2012) 84% 63% 37% (2011) 62% 80% 42% 88% 56% 76% 96% 89% 98% 46% 50% 63% 29% (2004) 53% 27% (2011) 69% 1 MNCH Status Report 2014 (2007) 4 Madágascar 49,2 (2009) 44 19, 7 122 Malawi 47,8 (2010) 49,1 24, 2 104 Malí 38,5 (2006) 11 29, 4 167 Mauritânia 22 (2012) 14,6 31, 9 71 Maurícias 13,6 (1994) 76 6,4 31 Moçambique 43,1 (2011) 15,2 24, 5 122 Namíbia 29,6 (2007) 57,8 17, 6 52 14,3 15 20, 2 16 192 111 52,3 19, 5 35 Níger Nigéria Ruanda Rep. Democrática Saaraouí S. Tomé e Príncipe 43 (2012) 36 44,3 (2011) 31,6 (2009) 19 Seychelles - Serra Leoa 45 (2010) Somália 42,1 (2006) Sudão do Sul 74% 11% (2011) 10% 3% 89% 32% (2010) 50% 79% 74% 80% 29% 31% (2005) 98% 78% 84% 89% 70% 58% 50% 29% (2010) 98% 90% 53% 27% 100% - Senegal África do Sul (2008 ) 43,9 (2009 ) 71,4 (2010 ) 49 (2006 ) 60,9 (2007 ) 98,4 (2003 ) 54,3 (2011 ) 81,4 (2007 ) 17,7 (2006 ) 38 69 (2010 ) 23,9 (2008) 36,2 (2006) 40,2 34 54 14,6 33, 2 88 60 (200 9) 9,1 30, 2 22,8 29, 6 64,7 6,7 100 68 12, 2 50 29, 95 6 (200 81,7 (2009 ) 65,1 (2011 ) 99 (2011 ) 62,5 (2010 ) 33 (2006 ) 91,2 (2003 ) 12 97% 42% 38% (2000) 62% 92% 24% (2008) 93% 42% 56% (2005) 3% 92% 98% 65% 45% 100% 24% 90% 16% 2 MNCH Status Report 2014 9) Sudã 38,3 (2006) 14,3 Suazilândia 31 (2010) 64,1 Togo 34,8 (2011) 29,8 (2010) Tunísia 10 (2012) 65,1 Uganda 33,7 (2011) 32,9 Zâmbia 45,8 (2007) 47,1 Zimbabwe 32,3 (2011) 60,6 Tanzânia 38,4 20 21 29, (2010 1 52 ) 82 15, (2010 4 66 ) 44 51 (201 (2010 24 0) ) 36, 1 85 59,4 94,6 11, (2006 8 4 ) 57,4 33, (2011 2 124 ) 47 (2007 23 138 ) 66,2 14, (2011 9 52 ) 35% (2005) 93% 3% 98% 91% >95 6 100% 84% 75% 50% 98% 75% 78% 73% 60% (2009) 79% 95% 0,1 100% 76% 78% 3 MNCH Status Report 2014
Documentos relacionados
2013 Relatório de Situação sobre a Saúde Materna
Financiamento Interno da Saúde Materna, Neonaral e Infantil
Leia mais