Super Dragões E a segurança? Perseguição
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Super Dragões E a segurança? Perseguição
Super Dragões Fonte: anti-corrupcao.150m.com, abola.pt NÃO foi nada suave a chegada do FC Porto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, depois do empate na Madeira, com o Nacional. Elementos da claque SuperDragões, que viajaram no mesmo avião da equipa no regresso logo após o encontro, incomodaram bastante alguns jogadores de Victor Fernandez, particularmente Carlos Alberto, Derlei e Seitaridis, bem como Raul Meireles, em cenas com vários episódios, que começaram ainda no Funchal e só terminaram no hotel do estágio, na zona da Boavista, já na Invicta. Uma situação que deixou os jogadores verdadeiramente desalentados e, principalmente, preocupados. O frustrante e surpreendente empate na Madeira teve consequências ainda mais inesperadas para os jogadores, para além da própria desilusão do resultado. A comitiva portista foi alvo de uma cena ridícula, verbalmente violenta, e indicadora de que, pelo menos para a claque em causa — e só para a claque, porque nada disto tem e ver com os adeptos portistas em geral — a memória é realmente muito curta. Os problemas no regresso do FC Porto começaram ainda no Aeroporto do Funchal, onde Raul Meireles, autor de um golo na própria baliza (e só mesmo quem não anda neste mundo pode pensar que foi um acto propositado...), foi alvo de uma tentativa de agressão com uma garrafa por parte de um dos líderes dos Super Dragões. Por pouco, Vítor Baía não era apanhado na trajectória do objecto, que acabou por não acertar em ninguém. Já aí houve uma altercação entre alguns jogadores e elementos da claque, com algumas ameaças à mistura. A claque fez a viagem de regresso ao Porto, logo após o encontro, no avião em que viajou a equipa (na ida para o Funchal, tal como A BOLA testemunhou, os Super Dragões viajaram no sábado de manhã, até porque a equipa seguiu no dia anterior e em voo charter).No entanto, durante a viagem nada se passou de anormal. E a segurança? A situação mais complicada viveu-se mesmo já no aeroporto do Porto e perante muita gente que se encontrava na aerogare. Aí, houve insultos mais grosseiros dos SuperDragões, visando, essencialmente, Carlos Alberto e Derlei, aludindo, segundo os considerandos próprios, às fracas prestações dos brasileiros. Aliás, o desatino em relação ao ninja, que há poucos meses deu tantas e tantas alegrias ao FC Porto, não é sequer de agora. A história já é pública há alguns dias: os elementos daquela claque chegam mesmo a implicar com o new look (corte de cabelo) do futebolista (agora rectificado...). Seitaridis foi provocado por outro elemento da claque. A coisa ficou feia, houve empurrões de parte a parte. Tudo isto sem que houvesse qualquer tipo de segurança, acabando por serem os próprios jogadores a pôr cobro à situação. Os insultos foram uma constante. O estranho, no meio das desagradáveis cenas que se desenrolaram no aeroporto, é que os jogadores foram severamente incomodados com insultos, sem que houvesse segurança por perto para desanuviar o pesado ambiente. Victor Fernandez, ao que A BOLA apurou, ouviu tudo, mas não foi sequer incomodado por qualquer adepto, ficando, no entanto, seriamente apreensivo com o clima criado pela claque mesmo em relação ao tratamento com os jogadores, principalmente, na hora das derrotas que é, curiosamente, quando os profissionais mais precisam de ter tranquilidade. Perseguição «sui generis»... Porque tinham treino ontem de manhã, os portistas que estiveram no Funchal seguiram, depois, para um hotel, na zona da Boavista, onde continuaram em estágio. Pensaram que no aeroporto tinha terminado o suplício dos insultos e dos incómodos, bem como das ameaças físicas. Puro engano. A claque foi mais insistente do que nos cânticos em dias de jogos e entendeu ir até ao hotel onde os dragões iriam descansar, antes de darem início à preparação do encontro com o Paris Saint-Germain. Foi uma perseguição sui generis, em três viaturas que acabaram por se colocar... à frente do autocarro, controlando-lhe a marcha. Já no hotel, os SuperDragões partiram para ameaças de morte dirigidas indiscriminadamente aos profissionais portistas, perante a estupefacção de futebolistas e de diversas outras pessoas que assistiram à cena. Fala-se aqui, obviamente, de uma claque perfeitamente identificada, capaz de radicalismos absurdos, como qualquer atitude radical, e não da parte de adeptos anónimos, que entendem, perfeitamente, o momento que vive o FC Porto. Falta saber que tipo de posição tomarão os responsáveis da SAD portista em relação a esta atitude dos SuperDragões que, como A BOLA confirmou, causou uma natural perturbação em quem, como os jogadores, dá sempre o melhor para defender o clube, como disso são exemplo as recentes conquistas nacionais e internacionais.