montagem do dodecaedro regular com tubos de caneta para
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montagem do dodecaedro regular com tubos de caneta para
MONTAGEM DO DODECAEDRO REGULAR COM TUBOS DE CANETA PARA APRENDIZAGEM DO VOLUME UTILIZANDO CABRI 3D Amarildo Aparecido dos Santos Pontifícia Universidade Católica de São Paulo [email protected] Resumo: Este relato de experiência foi desenvolvido com um grupo de alunos da 2ª série do E. M. em uma Escola Estadual em Santo André. Apresentamos aos alunos um kit de materiais manipulativos para que eles pudessem montar a representação do dodecaedro regular e perceber que esse sólido é formado por 12 pirâmides de base pentagonal regular. Além disso, eles deveriam calcular o volume do sólido a partir do volume da pirâmide pentagonal regular. O objetivo foi fazer com que os alunos, a partir da montagem do dodecaedro regular, pudessem reproduzir o procedimento em um ambiente de geometria dinâmica (Cabri-3D), além de calcular o volume do sólido e desenvolver a percepção de figuras tridimensionais. O kit continha 20 tubos de caneta inteiros, 30 tubos de caneta cortados, com 9,5 cm, barbante, tesoura e uma agulha de arame fino para passar o barbante. O grupo realizou a atividade com certa dificuldade, até encontrar um jeito de ordenar a passagem do barbante, para finalmente conseguir fechar todo o dodecaedro regular. Para a realização da construção no ambiente Cabri-3D, os alunos conseguiram realizar a atividade com apoio do professor pesquisador para obter a pirâmide inicial montada com material do kit. Palavras-chave: Situação de ensino, Geometria, Dodecaedro regular, Cabri-3D. 1 – INTRODUÇÃO Este relato de experiência descreve uma trajetória de desenvolvimento e aplicação de estratégias de ensino para o estudo da geometria espacial. Procuramos aplicar um procedimento diferente para o estudo do volume do dodecaedro regular por intermédio de material manipulativo. Para incentivar a participação efetiva dos alunos, propusemos a manipulação de materiais didáticos e montagem do dodecaedro regular com o uso de tubos de caneta esferográfica. Para concluir o trabalho, retomamos a construção do dodecaedro regular, em ambiente de geometria dinâmica Cabri-3D, utilizando-nos das ferramentas: “Plano”, XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 “Corte do poliedro”, “Simetria central”, “Simetria axial” e “Rotação” para obter uma pirâmide pentagonal regular. Finalizamos com o cálculo do volume do sólido com a ferramenta “Volume” do dodecaedro regular. Verificando os livros didáticos recomendados pelo PNLD/2010 para o Ensino Médio, notamos que as abordagens encontradas nas coleções de livros didáticos iniciam o estudo da geometria espacial por meio de noções intuitivas das mais diversas aplicações da geometria no mundo físico, destacando algumas obras de pintores, construções que evidenciam boa visualização de figuras geométricas, passando por figuras planas regulares ou não, a ponto de provocar a percepção do aluno sobre a concepção da geometria em uma visão unidimensional, bidimensional e tridimensional. Para formalizar e direcionar a noção de dimensão de volume, a abordagem adotada pelos livros didáticos para a segunda série do Ensino Médio passa pelas noções primitivas de ponto, reta, plano e suas combinações, a fim de desenvolver no aluno a noção de tridimensionalidade. Neste contexto, para desenvolver as noções de sólidos geométricos, voltados para a métrica, são abordados os poliedros de Platão: tetraedro regular, hexaedro regular, octaedro regular, dodecaedro regular e o icosaedro regular. São abordadas também as relações de Euler desses sólidos, ou seja, os números de vértices, faces e arestas. É a partir dessas relações que os poliedros são classificados como sólidos de Platão. Os poliedros são definidos como formas espaciais sólidas delimitadas por superfícies planas e poligonais. O cálculo do volume de sólidos geométricos é explorado utilizando os prismas, pirâmides e os corpos redondos, sem, no entanto, retomar os sólidos de Platão para a apresentação do cálculo do volume. De acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006, v.2), pensando na Tecnologia para a Matemática, há programas de computador (softwares) nos quais os alunos podem explorar e construir diferentes conceitos matemáticos, referidos como programas de expressão. Os programas de expressão apresentam recursos que provocam, de forma muito natural, o processo que caracteriza o “pensar matematicamente”, ou seja, os alunos fazem experimentos, testam hipóteses, esboçam conjecturas, criam estratégias para resolver problemas. São características desses programas: a) conter certo domínio de saber matemático; b) oferecer diferentes representações para um mesmo objeto XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 matemático; c) possibilitar a expansão de sua base de conhecimento por meio de macroconstruções; d) permitir a manipulação dos objetos que estão na tela. Para o aprendizado da geometria, há programas que dispõem de régua e compasso virtuais, com menu de construção e linguagem clássica de geometria – reta perpendicular, ponto médio, mediatriz, bissetriz, etc. Feita uma construção, pode-se aplicar movimentos a seus elementos, sendo preservadas as relações geométricas impostas à figura, daí serem denominados programas de geometria dinâmica. Identificar o elemento que desencadeia o movimento e, a partir dele, prosseguir com uma construção sincronizada, em que se preserva a proporção entre os elementos, exige, além do conhecimento em geometria, uma escolha de estratégia de resolução de problemas, com a elaboração de um cronograma de ataque aos diferentes subproblemas que compõem o problema maior. São atividades que colocam em funcionamento diferentes habilidades cognitivas – o pensar geométrico, o pensar estratégico, o pensar hierárquico. Para trabalhar com poliedros, existem também programas interessantes. Neles, há poliedros em movimento com vistas diferentes, acompanhados de planificação. São programas apropriados para o desenvolvimento da visualização espacial. Silva (2012), em seu artigo “A construção de situações problemas utilizando o Cabri3D”, no grupo de pesquisa PEA-TIC, destaca que o estudo da geometria espacial acontece de forma bastante precária, baseada em sólidos como prismas e pirâmides, às vezes esfera, mas totalmente voltada para a métrica com a disponibilização de fórmulas. Os poliedros de Platão ou poliedros regulares são apenas definidos para os alunos memorizarem que “todo poliedro regular é de Platão”. Eventualmente, entregam a planificação de alguma superfície para que os alunos construam um modelo em papel cartão. De acordo com Lorenzato (apud Passos 2009. p77-92), os recursos didáticos nas aulas de matemática envolvem uma diversidade de elementos utilizados principalmente como suporte experimental na organização do processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, esses materiais devem servir como mediadores para facilitar a relação professor/aluno/conhecimento. Baseando-nos nessas argumentações, propomos a um grupo de 10 alunos da segunda série do Ensino Médio, de uma escola Estadual de Santo André, montar o dodecaedro regular XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 com material didático manipulativo, confeccionado com tubo de caneta esferográfica, para que possam participar ativamente da construção do conhecimento sobre sólidos de Platão. Após a montagem do dodecaedro regular, o grupo de alunos foi levado à sala de informática, em um ambiente computacional, com o auxílio do software de geometria dinâmica Cabri-3D, para reproduzir a montagem com o material manipulativo, utilizando as ferramentas: “dodecaedro regular”, “reta perpendicular ao plano por um ponto”, “ponto médio”, “plano”, “recorte do poliedro”, “simetria central”, “rotação”. E, finalmente, utilizaram a ferramenta “volume” para encontrar o volume do dodecaedro regular. Utilizamos, para tal atividade, as ferramentas do Cabri-3D, para a construção do dodecaedro regular. Com as ferramentas adequadas do Cabri-3D, os alunos tiveram que realizar cortes no dodecaedro regular a fim de obter somente uma pirâmide de base pentagonal. Com cortes no dodecaedro regular conseguiram a pirâmide de base pentagonal que é uma das faces do dodecaedro regular. Para dar continuidade, foi necessário traçar uma reta perpendicular à base da pirâmide pentagonal regular. Com a ferramenta “simetria central”, tiveram que encontrar outra pirâmide com o vértice comum simétrica à primeira. Com o auxílio de retas que passam pelas arestas laterais da pirâmide de base pentagonal regular, os alunos utilizaram a ferramenta “rotação de sólidos em torno de uma reta” para montar o sólido do dodecaedro regular, que estava previamente representado na montagem feita com material manipulativo. Para que os alunos pudessem construir o dodecaedro regular, foram disponibilizados dois jogos de materiais do kit. Além disso, para que os alunos utilizassem software Cabri-3D, foram feitas aulas experimentais para que pudessem ter familiaridade com o software e desenvolver a atividade adequadamente. Os alunos deveriam, dessa forma, compreender as instruções passadas pelo professor e seguir os passos recomendados pela atividade para chegar à construção propriamente dita. Encontramos em Mello (2009) a descrição do processo de aprendizagem que utilizamos neste trabalho. Para analisar o processo de aprendizagem, a Teoria das Situações Didáticas de Brousseau (Didática das matemáticas – Jean Brun) decompõe esse processo em quatro fases diferentes. Nessas fases interligadas, podemos observar momentos de ação, de formulação, de validação e de institucionalização. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 - Dialética da ação: consiste em colocar o aprendiz numa situação de ação, apresentando-lhe um problema cuja melhor solução é o conhecimento a ensinar. O aluno deve poder agir sobre essa situação e ela deve lhe retornar informações sobre sua ação. - Dialética da formulação: nesta fase o aluno troca informações com uma ou várias pessoas. E o momento em que o aluno ou o grupo de alunos explicita, por escrito ou oralmente, as ferramentas que utilizou e a solução encontrada. - Dialética da validação: é esse momento que o aprendiz deve mostrar a validade do modelo por ele criado submetendo a mensagem matemática ao julgamento de um interlocutor. - Dialética da institucionalização: são situações em que o professor fixa convencionalmente e explicitamente o estatuto cognitivo do saber. Depois da institucionalização, feita pelo professor, o saber torna-se oficial e os alunos devem incorporá-lo a seus esquemas mentais, tornando-o disponível para utilização na resolução de problemas. (Mello, 2009, p.25-26) Ao desenvolver esta estratégia de ensino, não temos certeza da ordem que ocorrerão cada uma das dialéticas citadas, como também não há como precisarmos de que a metodologia aplicada será suficiente para que tenhamos a validação completa. Apenas podemos afirmar que a estratégia aplicada desenvolverá nos alunos melhorias na compreensão dos saberes matemáticos envolvidos na atividade. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS Estamos propondo uma atividade com o dodecaedro regular de forma diferente. Neste trabalho, montamos o dodecaedro regular para fazer com que os alunos pudessem participar ativamente do processo de construção do conhecimento sobre os sólidos de Platão, neste caso, o dodecaedro regular. Além disso, o aluno pôde reconhecer que no dodecaedro regular podemos observar pirâmides de bases poligonais regulares. Para a realização desta atividade, foi convidado um grupo de 10 alunos de uma sala de 2ª série do Ensino Médio, dividido em dois grupos de 5 alunos. Cada grupo recebeu, juntamente com o kit de material, um roteiro para o desenvolvimento da construção do sólido. O kit de material está apresentado a seguir: XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Figura 1: Kit de materiais Para a realização da atividade cada grupo de alunos recebeu um kit de material manipulativo contendo 20 tubos de caneta esferográfica inteiros, com 13,3 cm, 30 tubos de caneta cortados com a medida de 9,5 cm, um rolo de barbante médio, uma tesoura e um arame fino para auxiliar a passagem do barbante por dentro do tubo de caneta, conforme a figura 1. O arame tem um laço em uma das extremidades, estrategicamente confeccionado para passar o barbante pelo tubo de caneta, e uma folha impressa com as orientações básicas para a montagem do dodecaedro regular, como mostramos a seguir. E. E. PROFª INAH DE MELLO DATA __ / __ / __ O grupo está recebendo um kit contendo 20 tubos de caneta esferográfica com 13,3 cm de comprimento, 30 tudo de canetas, cortados com 9,5 cm de comprimento, uma tesoura, um arame médio com um arco na ponta para auxiliar no momento de passar o barbante pelo tubo de caneta. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Vocês deverão montar o dodecaedro regular com este material e, para isso, devem seguir as recomendações a seguir: Pegar um pedaço de barbante com comprimento suficiente para passar por três tubos de caneta e ainda sobrar uma boa quantidade que possa passar por outros dois tubos de caneta; Procurar montar uma pirâmide de base pentagonal, pois, conforme observado na figura acima, todas as pirâmides têm bases pentagonais. Seguir o mesmo procedimento até conseguir montar todo o dodecaedro regular. Neste material consta uma imagem do dodecaedro regular construído com o software Cabri-3D, além de algumas recomendações para que iniciassem montando primeiro uma pirâmide de base pentagonal. Caso o grupo não conseguisse iniciar a montagem do dodecaedro regular, o professor pesquisador deveria orientar sobre a passagem do barbante pelos tubos de caneta, para que a montagem da primeira pirâmide com 5 tubos de caneta de caneta de 13,3 cm e 5 tubos de caneta cortados com 9,5 cm fosse concluída. O objetivo desta atividade foi fazer com que os alunos construíssem o dodecaedro regular com os tubos de caneta para facilitar a compreensão e a visualização em três dimensões. Posteriormente, eles tiveram que reproduzir a construção do dodecaedro regular, utilizando os recursos do software Cabri-3D. Finalmente, os alunos encontraram o volume do dodecaedro utilizando a ferramenta – “volume” no Cabri-3D. A seguir, apresentamos na figura 2 o dodecaedro regular montado com tubos de caneta: Figura 2: Dodecaedro montado com tubos de caneta XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Observando a figura 2, percebemos que possui 12 pentágonos regulares. Verificamos que cada pentágono regular é formado por 5 tubos de caneta de 13,3 cm de comprimento e 5 tubos de caneta com 9,5 cm de comprimento. Para montar o dodecaedro regular, o aluno teve que perceber que foi necessário passar o barbante pelo mesmo tubo de caneta mais de uma vez, e que os tubos de caneta internos, de 13,3 cm, deveriam ser utilizados nas pirâmides adjacentes a fim de montar completamente o dodecaedro regular. Além disso, foi possível visualizar que os pentágonos regulares são simetricamente opostos um ao outro, em relação ao centro da representação do sólido. Como encontramos neste sólido uma pirâmide de base pentagonal regular, podemos questionar o aluno da seguinte maneira: Como encontrar o volume deste sólido, observando que se trata de 12 pirâmides de base pentagonal regular? Baseados nesta ideia, recorremos ao software Cabri-3D para montar o mesmo sólido na tela do computador e encontrar o volume por intermédio da ferramenta “volume”. A situação problema e o Cabri-3D Para a montagem do dodecaedro regular, conforme foi feito com os tubos de caneta, necessitamos de uma preparação antecipada. Partimos do dodecaedro regular, utilizando a ferramenta “plano”, traçamos um plano que passa pelo centro do dodecaedro. Neste caso, o aluno percebeu que o plano passou, necessariamente, por três pontos simétricos em relação ao centro do sólido. Cortou-se o dodecaedro regular com a ferramenta “corte do dodecaedro”. Traçaram-se dois segmentos entre os pontos simétricos do corte, a fim de encontrar o centro do sólido. Escolhendo uma das faces do dodecaedro, cortou-se mais quatro vezes o sólido para encontrar a pirâmide de base pentagonal. Para encontrar o volume da pirâmide após o corte, o aluno teve que utilizar a ferramenta “volume” para obter o volume da pirâmide de base pentagonal. A seguir, utilizou as ferramentas “simetria central” e “rotação” para formar novamente o dodecaedro regular, mas, naquele momento, a partir da pirâmide de base pentagonal, conforme foi montado com os tubos de caneta. Segue a representação dos cortes realizados com o Cabri-3D no dodecaedro regular indicado na figura 3: XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Figura 3: Cortes no dodecaedro regular no Cabri-3D Na figura 4, apresentamos o dodecaedro regular que o aluno deveria montar: Figura 4: Dodecaedro montado a partir da pirâmide de base pentagonal regular no Cabri-3D Finalmente, o aluno teve que encontrar o volume do dodecaedro regular, percebendo que o mesmo foi montado com 12 pirâmides de base pentagonal regular, encontrando assim o seu volume. Análise dos resultados XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Durante a realização da atividade, cada grupo teve dúvidas em relação ao início da montagem do dodecaedro regular com o material manipulativo. Foi feita uma recomendação inicial para que os grupos conseguissem iniciar a passagem do barbante nos tubos de caneta. Foi recomendado aos alunos que fizessem amarrações periódicas, para que a montagem apresentasse uma firmeza adequada a fim de que pudessem concluir as amarrações dos barbantes. A dificuldade dos alunos estava em conduzir a montagem. Os grupos não notaram inicialmente que os tubos de caneta menores teriam que estar distribuídos de cinco em cinco para formar o pentágono. A manipulação dos tubos de caneta foi complicada até que os alunos conseguissem manipular o material para montar as pirâmides. Eles só conseguiram firmeza no procedimento correto para a atividade depois que conseguiram montar a primeira pirâmide. Como o objetivo desta atividade foi fazer com que o grupo de alunos montasse o dodecaedro regular com material manipulativo, podemos afirmar que tal meta foi atingida. Sendo assim, notamos que nesta fase, conforme esperávamos, os alunos desenvolveram a percepção e a visualização tridimensional. Para a reprodução do procedimento em um ambiente de geometria dinâmica Cabri-3D, a percepção dos resultados pelos alunos foi trabalhosa, necessitando de auxílio do professor. Finalmente, ao calcular o volume do sólido com a ferramenta “volume”, pudemos observar que os alunos utilizaram esse recurso de forma adequada. Baseados no processo de aprendizagem da Teoria das Situações Didáticas de Brousseau, notamos que os alunos se posicionaram na dialética da ação, ou seja, se depararam com o problema, que foi a montagem do dodecaedro regular, e conseguiram formar o dodecaedro com tubos de caneta. Observamos que os alunos também se posicionam na dialética da formulação, pois trocaram ideias no grupo, oralmente ou por apoio a manipulação do material, para encontrar a solução para o problema. A fase da validação, porém, foi atingida parcialmente, pois os alunos apresentaram dificuldades na utilização das ferramentas do Cabri-3D, sendo necessária a intervenção do professor para montagem do dodecaedro regular. Não chegaram à fase da institucionalização pelas dificuldades apresentadas nas fases anteriores. Este relato de experiência foi aplicado em períodos de duas horas por dia, XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 realizados em 2 encontros. A atividade foi importante para que os alunos ampliassem seus conhecimentos geométricos sobre sólidos de Platão e para que houvesse a percepção de forma mais concreta de figuras tridimensionais. Referências BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ - Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM - MEC - Brasília, 2000. LORENZATO, Sergio, O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. MELLO, Elisabete Marcon, Análise de dificuldades de alunos com o algoritmo da subtração, p. 23-26. SÃO PAULO, Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Matemática e suas tecnologias. SEE-2010.