- Laboratório de Desempenho Logístico
Transcrição
- Laboratório de Desempenho Logístico
Artigo publicado na edição 29 Assine a revista através do nosso site julho e agosto de 2012 w w w.revistamundologistica.com.br :: artigo Desmistificando os conceitos de logística e cadeia de suprimentos sustentáveis: Afinal, sua empresa possui uma Logística Verde ou opera em uma Cadeia de Suprimentos Sustentável? Marina Bouzon Doutoranda em logística pelo Programa de pós-graduação da Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é formada em Engenharia de Produção Civil e mestre em Eng. Mecânica pela UFSC. Atuou como consultora em gestão empresarial de empresas de tecnologia, atuou também em empresas multinacionais brasileiras nas áreas de Manufatura Enxuta e Logística, e atuou na França na área de Qualidade. Atualmente é pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Desempenho Logístico (LDL) na UFSC, atua como consultora empresarial e é professora nas áreas de logística, manufatura enxuta e administração de empresas. Carlos Manuel Taboada Rodriguez, Ph.D. Doutor pela Universidade Técnica de Dresden (Alemanha), graduado em Engenharia Industrial pela Universidade de Havana (Cuba). É professor de Logística no Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e diretor do Laboratório de Desempenho Logístico (LDL) na pósgraduação e do Grupo de Estudos Logísticos (Gelog) da graduação. Atua como consultor em Logística de empresas dos ramos metal-mecânica, farmacêutico e atacadistas. Nos últimos anos, consumidores e governos têm pressionado as empresas a reduzirem o impacto ambiental de seus produtos e processos (FROTA NETO et al., 2008). Diante deste contexto ambiental, o foco da sociedade e das empresas está direcionado para soluções que reduzam impactos ambientais e que sejam, ao mesmo tempo, economicamente sustentáveis. Historicamente, foi a partir dos anos 1980 que as pessoas começaram a prestar atenção nas questões ambientais relacionadas com a logística, argumentando que o impacto da logística no meio ambiente deve ser considerado sob outros ângulos, não somente limitado ao aspecto de transporte, estoque de bens e materiais (CHUNGUANG et al., 2008). O foco do gerenciamento 72 www.revistamundologistica.com.br de operações ambientais alterou-se da otimização local de fatores ambientais para a visão da cadeia de suprimentos completa durante a produção, consumo, serviço ao cliente e disposição de produtos pós-uso (LINTON; KLASSEN; JAYARAMAN, 2007). Com o surgimento destas preocupações e até mesmo de novas atividades relacionadas à logística, paralelamente, conceitos também emergiram para identificar e classificar a prática empresarial. No entanto, quando se menciona “sustentabilidade” ou usa-se o termo “verde” relacionado à logística ou à cadeia de suprimentos, ocorrem frequentes confusões etimológicas. Este fato se deve à vasta gama de expressões criadas que são usadas cotidianamente. Mas afinal, como determinar se sua em- a geração de conceitos está intimamente ligada à relação cíclica que ocorre entre os avanços da teoria e da prática. a logística, apesar de uma atividade econômica antiga, é uma atividade gerencial recente que vem gradativamente ganhando importância no mercado globalizado. neste contexto, o presente artigo fornece uma revisão de conceitos relacionados à logística, cadeia de suprimentos e sustentabilidade, com o objetivo de prover definições embasadas em conhecimento científico e prático, a fim de aclarar conceitos e facilitar o entendimento do público empresarial e acadêmico. Para isso, o artigo fornece as definições e escopo da logística sustentável, logística verde e logística reversa. Em seguida, trata-se dos termos cadeia de suprimentos verde e cadeia de suprimentos sustentável. Ao final, o presente estudo também aponta sugestões para futuras pesquisas nas áreas citadas. presa opera com “logística verde”, “logística sustentável”, “cadeia de suprimentos sustentável”, “logística reversa” ou “cadeia de suprimentos verde”? Neste sentido, pretende-se com este artigo auxiliar na compreensão dos termos citados, por meio de uma padronização das definições, com a delimitação dos conceitos embasada em conhecimento científico e prático. Além disso, são providos também os escopos de atuação relacionados a estas terminologias, no intuito de facilitar o entendimento do público empresarial e acadêmico. logística Verde, logística Reversa ou logística sustentável? A logística, uma antiga atividade econômica, porém um conceito gerencial moderno (FLEURY; WANKE; FIGUEIREDO, 2000) passou a ser vista como uma ferramenta competitiva nas empresas, agregando valor aos produtos (RUTNER; LANGLEY JR., 2000). Nos últimos anos, os termos “verde” e “sustentável” passaram a ser usados com frequência pelas empresas, normalmente para classificar suas operações e até mesmo obter vantagem competitiva aliando sua marca à responsabilidade socioambiental. Mas afinal, o que é sustentabilidade e como é construída uma logística sustentável? O conceito de sustentabilidade começou a ser traçado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment – UNCHE), realizada em Estocol- mo em 1972. Entretanto, o conceito de desenvolvimento sustentável foi publicado mais tarde, em 1987, pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Relatório de Brundtland: “Suprir necessidades da geração atual, sem comprometer a habilidade de satisfazer as necessidades das gerações futuras” (WCED, 1987). A sustentabilidade, no contexto empresarial, significa que as atividades do negócio devem proteger os recursos naturais e o meio ambiente, servir o bem comum para a sociedade e ser sustentáveis economicamente. Esta definição captura as três dimensões intrinsecamente relacionadas – social, ambiental e econômica – da es- Figura 1.Triple bottom line da sustentabilidade. 73 trutura com base tripla (triple bottom line framework) para a sustentabilidade (ELKINGTON, 1998 apud WU; PAGELL, 2011), conforme pode ser observado na figura 1. A partir da definição apresentada, conceitua-se a logística sustentável como o processo de planejamento, execução e controle do fluxo de materiais e informações desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades de todos os stakeholders, a partir do desenvolvimento sustentável, fundamentado na responsabilidade social, na preservação do meio ambiente e na eficiência econômica dos processos. Nesse sentido, a logística verde representa o pilar ambiental da logística sustentável. Assim, define-se logística verde como a logística com o objetivo de atingir benefícios econômicos e, ao mesmo tempo, preocupar-se com a preservação dos recursos naturais, protegendo o meio ambiente (PING, 2009). A Logística Verde é o sistema logístico responsável pelo meio ambiente, que inclui não somente os processos da logística direta (aquisição de materiais, produção, embalagem, transporte, estocagem, até as mãos dos clientes finais), mas também inclui os processos reversos (CHUNGUANG et al., 2008) ou logística reversa, lidando com reúso, remanufatura, reciclagem e disposição final. Desta forma, a logística reversa pode ser considerada como parte da logística verde, pois, muitas vezes, executa o fechamento do ciclo dos materiais ou produtos, conforme ilustra a figura 2. De acordo com a figura 2, a logística reversa é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo eficiente e eficaz de matéria-prima, estoque em processo, produtos acabados e informações relacionadas aos produtos desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar o valor ou descartar adequadamente (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1998; EL SAADANY; JABER, 2011; GOVINDAN et al., 2012). Esta definição é sustentada por diversos autores e práticos da área, sendo pela primeira vez colocada pela autoridade internacional no assunto, Dr. Dale Rogers, presidente do Conselho Executivo de Logística Reversa dos Estados Unidos. Baseado neste conceito, afirma-se que a logística reversa muitas vezes atua como suprimento da indústria de recuperação de produtos, embora não englobe nas suas operações as atividades de remanufatura ou reparo, por exemplo. Para Bowersox e Closs (2001), a logística reversa atua na ideia de “apoio ao ciclo de vida” do produto. Nota-se, portanto, que a logística reversa tem importante função no fluxo reverso das cadeias de suprimentos com ciclo fechado (closed loop supply chain), que possuem foco no retorno de produtos de consumidores e na recuperação do valor agregado, por meio do reúso do produto como um todo, seus módulos ou peças (GUIDE JR.; WASSENHOVE, 2009). Para isso, a logística reversa planeja as redes reversas e as respectivas informações e operacionaliza o fluxo desde a coleta dos bens, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção, até a reintegração ao ciclo (LEITE, 2003). Por este fato, a logística reversa muitas vezes é relacionada com as questões ambientais. Entretanto, é importante mencionar que a logística reversa nem sempre está ligada a preocupações ambientais e à logística verde. Brito e Dekker (2003) abordam duas outras formas de sua atuação desconectada do fechamento do ciclo de produtos ou materiais. Os autores afirmam que os retornos de distribuição (por exemplo, retornos comerciais, ajustes de estoque) e os Figura 2. A logística reversa e os ciclos de materiais e produtos. Fonte: adaptado de Kumar e Putnam (2008). 74 www.revistamundologistica.com.br retornos de manufatura (por exemplo, por excedente de matéria-prima, controle de qualidade) também são fluxos no sentido contrário de uma cadeia de suprimento, caracterizando a logística reversa. Desta forma, por este ângulo de análise, afirma-se que nem sempre as atividades da logística reversa são ambientalmente amigáveis, uma vez que, por exemplo, retornar produtos à empresa de manufatura por excedente de estoques no canal de distribuição não tem como fim reduzir consumo de recursos ou minimizar a emissão de poluentes. A fim de sintetizar os conceitos discutidos, a figura 3 apresenta um diagrama que ilustra a relação entre os conceitos e a estrutura de uma logística sustentável. Conforme ilustrado pela figura 3, para caracterizar uma logística sustentável em uma empresa, é necessário que seus processos logísticos atendam os três eixos do triple bottom line da sustentabilidade. Em outros termos, a logística sustentável deve ser economicamente eficiente; operar em todos os subsistemas e processos com preocupação ambiental (suprimentos, interno, disanuncio_globa_conexxion_210x135-novo-logo.ps V:\Global Conexxion\2010\03\anuncio_globa_conexxion_210x135-novo-logo.cdr tribuição, reverso), a fim de fechar o ciclo de materiais/ terça-feira, 22 de junho de 2010 19:31:29 Perfil de cores: Desativado produtos; e ser socialmente responsável. Cadeia de Suprimento Verde ou Cadeia de Suprimentos Sustentável? Usando o mesmo raciocínio do tópico anterior, pode-se afirmar que uma Cadeia de Suprimentos Sustentável (CSS) é aquela que considera na coordenação e colaboração com seus parceiros do canal os três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. Desta forma, a distinção da logística sustentável da CSS reside na abrangência, sendo a primeira limitada às operações e processos de uma empresa, e a segunda relacionada à sustentabilidade em uma cadeia de empresas. A definição atual do gerenciamento da CSS é o gerenciamento do fluxo de material, informação e capital assim como a cooperação entre empresas ao longo da cadeia levando em consideração os objetivos das três dimensões do desenvolvimento sustentável, que são derivados das necessidades dos consumidores e stakeholders (SEURING E MÜLLER, 2008). Nesse sentido, o objetivo da integração da CSS é alcançar fluxos sustentáveis de produtos, serviços, informação e capital para oferecer o máximo valor a todos os stakeholders (WOLF, 2011). Em suma, a gestão da CSS provê neces- Composição Tela padrão conne ion Supply Chain Engineering 75 Figura 3. Estrutura da Logística Sustentável. sidades econômicas, sociais e ambientais para o fluxo de materiais e serviços que ocorre entre fornecedores, manufaturas e clientes (BÜYÜKÖZKAN; BERKOL, 2011). Por isso, uma vez que o conceito de CSS envolve fornecedores e clientes sustentáveis, pode-se afirmar que a sustentabilidade de uma empresa não necessariamente determina o mesmo para sua cadeia. O foco na cadeia de suprimentos é um passo em direção a adoção e desenvolvimento mais abrangente da sustentabilidade, uma vez que a cadeia de suprimentos considera o produto desde seu processamento de matérias-primas até a entrega do cliente, incluindo também questões de design de produtos, processos de fim de vida, dentre outros (BÜYÜKÖZKAN; BERKOL, 2011). Como um pilar da CSS, a cadeia de suprimentos verde (CSV) pode ser definida como a integração do pensamento ambiental na gestão da CS, incluindo projeto do produto, seleção e suprimento de materiais, processos de manufatura, entrega dos produtos finais para os consumidores e gerenciamento do fim de vida (SRIVASTAVA, 2007). A figura 4 apresenta um esquema que interliga os subsistemas da logística verde em âmbito de cadeia. De acordo com a figura 4, dentro de uma CSV, podem ser verificados os seguintes subsistemas: logística de fornecimento verde, logística de produção ou logística interna verde, logística de distribuição verde e a logística reversa. Desta maneira, uma CSV inclui: • Realizar o processo de obtenção de matéria-prima (compra e transporte), incluindo a avaliação e seleção de fornecedores verdes (CHUNGUANG et al., 2008). • Comprar produtos com selos ambientais e de fornecedores com certificação ambiental (COLICCHIA et al., 2011). • Realizar o projeto de produto voltado para operações logísticas verde, logística interna otimizando utilização de recursos nos processos de manuseio de materiais, armazenagem, carregamento e descarregamento (CHUNGUANG et al., 2008). • Uso de energia verde e políticas de reúso e reciclagem de resíduos (COLICCHIA et al., 2011). • Foco em otimizar rotas de transporte, escolher os meios de transporte menos poluentes, evitar frete de retorno vazio, gerenciar a armazenagem e estoque de produtos acabados, evitar desperdícios no manu- Figura 4. Etapas de atuação da CSV. Fonte: adaptado de Chunguang et al. (2008). 76 www.revistamundologistica.com.br seio dos produtos (CHUNGUANG et al., 2008). • Logística reversa de produtos, materiais e embalagens. • Redução, reúso e reciclagem de embalagens (COLICCHIA et al., 2011). Considerações finais Definir conceitos é frequentemente tratado como uma necessidade incômoda a ser feita o mais rápido e “impensadamente” possível. Uma consequência dessa falta de vontade para definir conceitos é comumente a pesquisa realizada como uma cirurgia sendo feita com instrumentos não afiados: o cirurgião tem que trabalhar mais, o paciente sofre mais, e as chances de sucesso diminuem (MÖLLER, 1994). A importância de se analisar um conceito está ligada à avaliação da capacidade da presente teoria em lidar com os problemas práticos atuais. Nesse contexto, o presente artigo trouxe definições práticas e concisas dos conceitos de logística e cadeia de suprimentos relacionados ao desenvolvimento sustentável, com o objetivo de auxiliar na redução dos conflitos etimológicos relacionados a estes temas. Outra finalidade do presente trabalho é a de servir como base de definições de conceitos para a elaboração de futuros trabalhos e pesquisas no assunto. Para isso, o artigo conclui, em suma, que o uso do termo “sustentável” refere-se a alguma prática ou conceito que tem suas bases no triple bottom line da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. Já o termo “verde” denomina as preocupações ambientais, que representam parte de uma estrutura baseada no desenvolvimento sustentável. Por isso, afirma-se que a logística verde é um pilar da logística sustentável, no contexto de uma empresa, ao lado dos outros dois pilares: responsabilidade social e eficiência operacional. De maneira semelhante, a cadeia de suprimentos verde é uma das bases da cadeia de suprimentos sustentável, entretanto no contexto de várias empresas em um canal de suprimentos. Com as definições apresentadas, você já pode determinar se seus processos logísticos se encaixam na prática verde ou sustentável, se você atua no ramo da logística reversa, e também pode classificar a atuação da sua cadeia de suprimentos. Mais do que nomear suas práticas da maneira correta, a atuação efetiva no âmbito da sustentabilidade torna-se um diferencial competitivo no século XXI. Referências Bibliográficas BOWERSOX, D. J., CLOSS, D. J. Logística Empresarial. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2001. BRITO, M., DEKKER, R. A Framework for Reverse Logistics. 2003. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/sol3/papers. cfm?abstract_id=1273476&>. Acesso em: 10 de abril de 2011. BÜYÜKÖZKAN, G.; BERKOL, Ç. Designing a sustainable supply chain using an integrated analytic network process and goal programming approach in quality function deployment. Expert Systems with Applications, v. 38, p. 13731-13748, 2011. COLICCHIA, C. MELACINI, M.; PEROTTI, S. Benchmarking supply chain sustainability: insights from a field study. Benchmarking: An International Journal, v. 18, n. 5, p. 705-732, 2011. CHUNGUANG, Q.; XIAOJUAN, C.; KEXI,W.; PAN, P. Research on Green Logistics and Sustainable Development. International Conference on Information Management, Innovation Management and Industrial Engineering. Anais. p.162-165, 2008. EL SAADANY, A. M. A.; JABER, M.Y. A production/remanufacture model with returns’ subassemblies managed differently. International Journal of Production Economics, v. 133, n. 1, p. 119-126, 2011. FLEURY, P. F.;WANKE, P., FIGUEIREDO, K. F. Logística Empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. FROTA NETO, J.; BLOEMHOFRUWAARD, J.;VANNUNEN, J.; VANHECK, E. Designing and evaluating sustainable logistics networks. International Journal of Production Economics, v. 111, n. 2, p. 195-208, 2008. GOVINDAN, K.; PALANIAPPAN, M.; ZHU, Q.; KANNAN, D. Analysis of third party reverse logistics provider using interpretive structural modeling. International Journal of Production Economics, v. in press, p. 1-8, 2012. GUIDE JR.,V. D. R.;WASSENHOVE, L. N.VAN.The Evolution of Closed-Loop Supply Chain Research. Operations Research, v. 57, n. 1, p. 10-18, 2009. KUMAR, S., PUTNAM,V. Cradle to cradle: reverse logistics strategies and opportunities across three industry sectors. International Journal of Production Economics, v.115, n.2, p.305-315. 2008. LEITE, P. R. Logística Reversa. São Paulo: Prentice Hall, 2003. LINTON, J. KLASSEN, R.; JAYARAMAN,V. Sustainable supply chains: An introduction. Journal of Operations Management, v. 25, n. 6, p. 1075-1082, 2007. MÖLLER, C. Logistics Concept Development: toward a theory for designing effective logistic system. 1994. 227 f.Tese (Doutorado) – Department of Production, Aalborg University, Aalborg, 1994. PING, L. Strategy of Green Logistics and Sustainable Development. 2009 International Conference on Information Management, Innovation Management and Industrial Engineering. Anais... p.339-342, 2009. ROGERS, D. S.,TIBBEN-LEMBKE, R. S. Going Backwards: reverse logistics trends and practices. Reno: Reverse Logistics Executive Council, 1998. RUTNER, S. M., LANGLEY Jr, C. J. Logistics Value: Definition, Process and Measurement. International Journal of Logistics Management, v.11, n.2, p.73-82. 2000. SEURING, S.; MÜLLER, M. From a literature review to a conceptual framework for sustainable supply chain management. Journal of Cleaner Production, v. 16, n. 15, p. 1699-1710, 2008. SRIVASTAVA, S. K. Green supply-chain management: A state-ofthe-art literature review. International Journal of Management Reviews, v. 9, n. 1, p. 53-80, 2007. WOLF, J. Sustainable Supply Chain Management Integration: A Qualitative Analysis of the German Manufacturing Industry. Journal of Business Ethics, p. 221-235, 2011. WORLD COMMISSION ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT (WCED). Our Common Future. Oxford University Press, New York, 1987. WU, Z.; PAGELL, M. Balancing priorities: Decision-making in sustainable supply chain management. Journal of Operations Management, v. 29, n. 6, p. 577-590, 2011. 77