DOUBLE DUTCH
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DOUBLE DUTCH
DOUBLE DUTCH A atividade de pular corda provavelmente se originou quando anciãos fenícios e egípcios, famosos fabricantes de cordas, pulavam cordas para testar a qualidade e acabavam se divertindo com essa atividade. Isso acontecia em lugares abertos, nos portos onde havia comércio e outras atividades. Mesmo no trabalho os fabricantes desfrutavam dessa atividade na qual reunia a família e harmonizava trabalho e lazer. Essa brincadeira passou de geração para geração entre marinheiros colonizadores e feirantes dos portos. No século XVII os colonizadores holandeses, que praticavam a atividade de pular corda usando duas cordas, levaram essa pratica diferente para Nova Amsterdam (atual Nova York). Como os holandeses usavam duplo dialeto para confundir os ingleses durante negociações em feiras que aconteciam nos portos de Nova Amsterdam, surgiu a expressão “double dutch”, sendo que “double” significa “duplo” e “dutch” o nome da língua holandesa. Assim os ingleses faziam piada para qualquer coisa que os holandeses dissessem ou fizessem. Dessa forma a pratica diferente de pular duas cordas ficou conhecida como Double Dutch. Desde os primeiros dias o Double Dutch se popularizou, pois não era necessário muito equipamento, algumas crianças usavam apenas um varal velho e pulavam nas ruas em frente as suas casas. O esporte Double Dutch foi fundado em 1973 por David A. Walker. David trabalhava como sargento da Polícia na divisão de relações comunitárias da cidade de Nova York. Ao observar essa brincadeira, teve, primeiramente, a visão de algo que seria interessante para as crianças. David Walker e seu companheiro de trabalho Ulysses Williams fundaram a American Double Dutch League (ADDL), que foi a primeira entidade desse esporte. Em seguida David estabeleceu clubes de double dutch em diversas áreas dos Estados Unidos e de outros países. David também escreveu as regras do esporte, fundou a National Double Dutch League (NDDL) e a International Double Dutch Federation (IDDF). A princípio a idéia era de uma modalidade esportiva feminina, porém muitos meninos começaram a praticar e se destacar. Em 1993, David criou a prova de “Fusão” no double dutch, no qual a equipe deve apresentar danças e manobras com as cordas no ritmo de uma música. O principal campeonato de Fusão acontece todo ano, em Nova York, no campeonato “Holiday Classic”, também criado por David Walker. David foi presidente da IDDF até o ano de 2008, quando faleceu, hoje a IDDF está sob a direção de Lauren Walker, filha de David. ROPE SKIPPING Era uma brincadeira e também um exercício de condicionamento físico. Em 1969 o jogador de futebol e professor de educação física, Richard Cendalli, em um de seus treinos começou a pular de um jeito diferente, colocando movimentos mais divertidos na corda. Resolveu ensinar seus alunos, que criaram novos movimentos. Richard montou um grupo (Skip it) e investiu na divulgação do Rope Skipping, que ganhou regras e hoje é um esporte competitivo. Atualmente Richard vive no Colorado (EUA). A Federação Internacional de Rope Skipping tem sede no Canadá e hoje é dirigida por Billy Smale. Dentro da modalidade Rope Skipping existe a prova de Double Dutch, porém diferente da modalidade esportiva Double Dutch, pois muda o número de atletas, estilos de movimentos, tipos de cordas e regras. HISTÓRIA NO BRASIL Após o lançamento de um filme americano, que fala sobre o esporte double dutch, começou a surgir equipes da modalidade. E foi o caso da equipe DDBR, formada em julho de 2007 por nadadores, que praticavam double dutch antes e após os treinos. Em outubro esse grupo se apresentou em um quadro do programa “Domingão do Faustão” na Rede Globo, onde ganharam um prêmio pela apresentação. Em janeiro de 2008 o grupo “DDBR” apresentou, junto de atletas da Federação Americana de Rope Skipping, em convenções de uma empresa de refrigerantes, divulgando uma promoção com a modalidade. Nas conversas e curiosidades sobre a modalidade, a diretora executiva do Rope Skipping e o publicitário da empresa, falaram da possibilidade do desenvolvimento do esporte no Brasil, da necessidade de uma Confederação que regularizasse e organizasse as modalidades de corda no país. O que despertou o interesse de Iara Ito, atleta do grupo “DDBR”. Iara passou três meses pesquisando as modalidades de corda, fez contatos com várias equipes de diversos países. Até que em março recebeu um email de David Walker com seu telefone, pedindo que ela ligasse. Iara conversou com David sobre o esporte e a possibilidade de desenvolvê-lo no Brasil, David lhe ofereceu apoio caso ela seguisse em frente com a idéia. Tendo uma experiência como atleta e conhecendo algumas normas de entidades esportivas organizadoras (confederações e federações), Iara começou a estudar as leis esportivas, procurou o Ministério do Esporte para uma melhor orientação. Acumulou informações, conhecimentos e orientações do Ministério e de David e em julho de 2008 foi realizado a elaboração do estatuto e a reunião dos possíveis diretores, em agosto, do mesmo ano, foi aprovado, em cartório, o registro da Confederação Brasileira de Double Dutch e Rope Skipping (CBDDRS). Em meio às pesquisas e elaboração dos documentos para a fundação da Confederação, Iara recebeu um convite de David Walker para estar fazendo um curso especial de árbitro e técnico e aproveitar para estar filiando a CBDDRS na International Double Dutch Federation (IDDF). Aceitou o convite e em outubro foi para Nova York, fez os cursos com o técnico e coreografo Stephone Webb, se reuniu com Lauren Walker (filha de David e diretora executiva da International Double Dutch Federation e National Double Dutch League) para realizar a filiação da Confederação. Na reunião recebeu um par de cordas oficiais da modalidade, alguns vídeos e uma camiseta, que foram separados por David para tal encontro. David faleceu em 20 de Julho. Em março de 2009 a Confederação Brasileira de Double Dutch e Rope Skipping foi reconhecida pelo Ministério do Esporte como a entidade organizadora das modalidades de corda no país.