Cervicalgia_A4_25 03 2015
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Cervicalgia_A4_25 03 2015
São Paulo, 25 de março de 2015 Paula Fiquetti CREFITO 3/112950 Anny Cuofano CREFITO 3/145698 & Equipe de Qualidade de Vida Cervicalgia Envie suas dúvidas e sugestões sobre este tema para o e-mail [email protected] Cervicalgia é um termo utilizado para definir dor na coluna cervical. Esta condição geralmente atinge mais mulheres, principalmente na faixa dos 25 a 40 anos de idade. A cervicalgia está entre as quatro principais causas que levam à incapacidade, estando atrás apenas da dor lombar, depressão e artralgias. A dor cervical é tão comum que pelo menos 50% da população terá dor nesta região em algum momento de sua vida. A dor é um sintoma que pode ser ocasionada por diversos motivos, como uma simples alteração mecânica da postura ou problemas relacionados nas estruturas do corpo, como os discos intervertebrais, nervos, articulação, ligamentos e músculos. O início deste sintoma acontece devido à sobrecarga nessas estruturas que pode ocorrer em algum trauma, prática de alguns esportes, movimentos e posturas repetidas no trabalho, má postura em trabalhos domésticos, situações de estresse e sedentarismo. A causa mais frequente de dor está relacionada à falta de ergonomia no trabalho. Ela pode ser potencializada por fatores psicológicos, como depressão, ansiedade e estresse. A cervical é a região do pescoço e a dor também pode refletir na cabeça, gerando as cefaleias, nos braços e na região torácica. Para descobrir a causa da dor e dar início ao tratamento correto é preciso consultar-se com um médico, que pode ser um ortopedista especialista em coluna, um neurocirurgião ou um fisiatra. O diagnóstico é estabelecido por meio do exame físico e pode ser complementado por exames de imagem que avaliam todas as estruturas. Vale ressaltar que nem sempre o resultado do exame é soberano e indica a origem da dor. Uma alteração no disco intervertebral pode ou não causar dor. Nos casos em que a dor é intensa, o indivíduo fica restrito à movimentação da cervical. Durante esse período, o tratamento deve ser analgésico, ou seja, para alívio da dor, e pode ser feito com medicação, acupuntura, massagem e fisioterapia. Uma vez que a dor passar, é necessário investigar o que a ocasionou e tratar a causa. Há muitas opções de tratamento e, geralmente, a fisioterapia é a modalidade mais indicada. Dentre os recursos disponíveis, o fortalecimento da musculatura profunda da coluna cervical traz melhores resultados. A justificativa para isso é que uma vez que as estruturas passivas (como ligamento, disco inter ver tebral) estão sobrecarregadas, a estabilidade da região fica comprometida. Assim, o fortalecimento da musculatura deve ser enfatizado para promover suporte local. Além da fisioterapia, a reeducação postural global (RPG) e a prática de pilates também promovem o fortalecimento. Durante o tratamento, a melhora no quadro de dor não significa que houve cura nas estruturas da lesão. Por exemplo, as alterações nos discos intervertebrais podem ser irreversíveis e os cuidados com a coluna devem ser mantidos ao longo da vida para evitar o aparecimento da dor e a progressão da lesão. Os cuidados com a coluna cervical estão diretamente relacionados com a diminuição da sobrecarga nas estruturas. Evitar esportes de impacto, ter um posto de trabalho adaptado, em que a altura do monitor esteja alinhada com os olhos e fazer pausas para diminuir as tensões em atividades de esforço físico, sejam elas domésticas ou laborais são hábitos que devem ser incorporados no dia a dia. 50% da população terá dor nesta região em algum momento de sua vida. Além disso, a postura na hora de dormir também influencia no quadro da dor. A posição de lado, com travesseiro na altura que preencha o espaço entre a cabeça até o ombro é a maneira ideal de dormir. As cirurgias para tratamento da cervicalgia são indicadas em último caso – somente quando há falha no tratamento conservador. O médico cirurgião deverá avaliar o tipo de lesão existente e considerar a condição física geral, além dos aspectos ocupacionais. Mesmo que a cirurgia seja indicada, é importante conversar com o seu médico sobre o procedimento, cuidados no pós-operatório, riscos e o custobenefício em relação à intensidade da dor a curto e longo prazo. Fontes: - Steven P.Cohen, MD, Epidemiology, Diagnosis and Treatment of Neck Pain. Mayo Clin Proc. February 2015;90(2):284-299. - John D. Childs, Joshua A. Cleland, James M Elliot, Deyoube S Teyhen, Robert S Wainner, Julie M Whitman, Bernard J Sopky, Joseph J Godges, Timothy W Flynn. Neck Pain: Clinical Practice Guidelines. J Orthop Sports Phys Ther.2008;38(9)
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