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3 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC CAMPUS DE XANXERÊ JULIANA SEFFRIN REPOSICIONAMENTO DOS CONTROLES DE INFORMAÇÕES EM PAINEL DE INSTRUMENTOS DE ULTRALEVE EXPERIMENTAL PARTINDO DE UM ENFOQUE ERGONÔMICO Xanxerê 2011 4 JULIANA SEFFRIN REPOSICIONAMENTO DOS CONTROLES DE INFORMAÇÕES EM PAINEL DE INSTRUMENTOS DE ULTRALEVE EXPERIMENTAL PARTINDO DE UM ENFOQUE ERGONÔMICO Monografia de conclusão de Curso, apresentada ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Campus de Xanxerê. Orientador: Prof. Luiz Cláudio Mazolla Vieira Xanxerê 2011 5 JULIANA SEFFRIN REPOSICIONAMENTO DOS CONTROLES DE INFORMAÇÕES EM PAINEL DE INSTRUMENTOS DE ULTRALEVE EXPERIMENTAL PARTINDO DE UM ENFOQUE ERGONÔMICO Monografia de conclusão de Curso, apresentada ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Campus de Xanxerê. BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Luiz Claudio Mazolla Vieira Orientador – Avaliador Prof. Esp. Walter Strobel Neto Avaliador Profa. Esp. Karina Tissiani Avaliador 6 RESUMO A pesquisa propõem estudo de caso para reposicionamento dos controles de informação em um painel de instrumentos de ultraleve experimental. Ultraleves são aeronaves experimentais não homologadas pela Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC), normalmente são construídas por amadores. Aeronaves experimentas podem ser utilizadas somente em operações aéreas privadas, durante o horário diurno e com boas condições visuais. Para realização do projeto, serão realizadas pesquisas referentes a aspectos ergonômicos, com ênfase na ergonomia cognitiva, além de aspectos técnicos e legais relacionados à aeronaves ultraleves e ao uso dos instrumentos aviônicos. Através da análise de estudo de caso, busca-se uma amostra do atual estágio de desenvolvimento tecnológico dos painéis utilizados nas aeronaves atuais. Como resultado do projeto, apresenta-se uma nova proposta a partir do reposicionamento dos instrumentos no painel, buscando melhor atender aos aspectos ergonômicos e de design desse produto, proporcionando ao piloto, maior conforto e segurança. Para o desenvolvimento do projeto, será utilizado o Método de desdobramento em três etapas (MD3E), desenvolvido por Flávio Anthero Vianna dos Santos. Palavras-chave: Ultraleve, painel de instrumentos, Ergonomia. 7 ABSTRACT The research proposes a case study for repositioning of the controls of information in a dashboard of experimental ultralight. Ultralight experimental aircraft are not approved by the National Agency of Civil Aviation (ANAC), are usually built by amateurs. Experimental aircraft may be used only in private air operations during the daytime and with good visual conditions. For realization of the project will be conducted research on ergonomic aspects, with emphasis on cognitive ergonomics, and technical and legal aspects related to ultralight aircraft and the use of avionic instruments. Through analysis of case study, a sample search of the current stage of technological development of the panels used in aircraft today. As a result of the project, we present a new proposal from the repositioning of the instrument panel, seeking to better meet the ergonomic and design of the product, giving the rider more comfort and safety. For the development of the project, the method will be used to split into three stages (MD3E), developed by Flavio Vianna Anthero dos Santos. Keywords: Ultralight aircraft, instrument panel, Ergonomics. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10 1.1 TEMA ....................................................................................................... 10 1.2 PROBLEMA ............................................................................................. 10 1.3 OBJETIVO GERAL................................................................................... 11 1.3.1 Objetivos Específicos ............................................................................ 11 1.4 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 11 1.5 METODOLOGIA DE PROJETO E DE PESQUISA .................................. 12 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................. 13 2 BASES DO CONHECIMENTO ................................................................ 14 2.1 DESIGN .................................................................................................... 14 2.2 DESIGN INDUSTRIAL ............................................................................. 15 2.3 ERGONOMIA ........................................................................................... 16 2.3.1 Ergonomia Cognitiva ............................................................................. 18 2.3.1.1 Arranjo físico do posto de trabalho ........................................................... 20 2.3.1.2 Dispositivos de informação ....................................................................... 21 2.4 AVIAÇÃO ................................................................................................. 24 2.4.1 Aviação Civil ........................................................................................... 25 2.4.1.1 Painel de instrumentos de voo ................................................................. 25 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN ................................ 28 3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN .......................................... 28 3.2 PROJETO DE DESIGN ............................................................................ 32 3.2.1 Pesquisas ................................................................................................ 32 3.2.1.1 Estudo exploratório do scan flow de pilotos. ............................................ 32 3.2.1.1.1 Métodos de controle ................................................................................. 34 3.2.1.1.2 Scan flow .................................................................................................. 37 3.2.1.2 Estudo de caso ......................................................................................... 54 3.2.2 Ferramentas de Criatividade ................................................................. 66 3.2.1.3 Scamper ................................................................................................... 66 3.2.4 Geração de alternativas ......................................................................... 68 3.2.4.1 Aplicação Scamper................................................................................... 68 4 RESULTADO DO PROJETO ................................................................... 79 9 4.1 DIVISÃO POR AGRUPAMENTO FUNCIONAL........................................ 79 4.2 INSTRUMENTOS ..................................................................................... 80 4.3 DESENHO TÉCNICO............................................................................... 83 4.4 RENDERING ............................................................................................ 84 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 86 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 87 GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 91 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA: Reposicionamento dos controles de informações em painel de instrumentos de ultraleve experimental partindo de um enfoque ergonômico Segundo o regulamento brasileiro de homologação aeronáutica ultraleves são aeronaves muito leves experimentais tripuladas, usadas exclusivamente em operações aéreas privadas, principalmente desporto e recreio, durante o horário diurno, em condições visuais, com capacidade para dois ocupantes no máximo. (BRASIL... 2001). Segundo dados da Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC, 2011a) em 2009 havia cerca de 3764 aeronaves experimentais no espaço aéreo brasileiro. Dentre esses, 3102 eram ultraleves, 94 planadores, e 1 motoplanador. A pesquisa propõem estudo de caso para reposicionamento dos controles de informação em um painel de instrumentos de ultraleve experimental. Através da análise dos painéis de instrumentos pesquisados em estudo de caso, busca-se uma amostra do atual estágio de desenvolvimento tecnológico desse tipo de equipamento. Apresenta-se então, uma nova proposta a partir do reposicionamento dos instrumentos, buscando melhor atender aos aspectos ergonômicos e de design desse produto. 1.2 PROBLEMA Como reposicionar os controles de informações em um painel de instrumentos de ultraleve experimental a partir de um enfoque ergonômico? 11 1.3 OBJETIVO GERAL Reposicionar os controles de informações em um painel e instrumentos de ultraleve experimental partindo de um enfoque ergonômico 1.3.1 Objetivos específicos - Fundamentar a pesquisa. - Reorganizar a disposição espacial dos dispositivos de informação presentes no painel de instrumentos de ultraleve experimental. - Determinar as principais características sensoriais de cada instrumento tais como; o canal sensorial envolvido (visual e/ou auditivo); e através de quais tipos de dispositivos a informação será transmitida ao piloto (luzes, sons, mostradores digitais e/ou analógicos). 1.4 JUSTIFICATIVA A aviação para lazer é uma pratica que fascina a muitos, porém, é pouco conhecida, o que a torna de difícil acesso. Somado a isso, existe a ideia de que praticar aviação por lazer é caro demais para a maioria das pessoas. Por outro lado, a aviação é a atividade tecnológica que mais tem se desenvolvido, desde seu início, no século passado. (CURY, 2005). Dentro dessa atividade, a evolução dos chamados equipamentos aviônicos (instrumentos de navegação aeronáutica), se destaca por sua contribuição quanto à melhoria das condições de pilotagem, resultando em maior conforto e segurança. Porém, quando se trata de aeronaves experimentais - que podem ser construídas por amadores (ANAC, 2011b) - os aspectos ergonômicos podem ser 12 negligenciados pela falta de conhecimento do construtor, ou mesmo por não dar a devida importância ao uso dos instrumentos por se tratar de um voo com boas condições visuais. Em um voo visual, informações como velocidade e altitude podem ser intuídas pelo piloto a partir da observação do ambiente (paisagem, sensação de vento etc.). Porém, essas informações são imprecisas, e a segurança do voo pode ser comprometida caso o operador não cheque adequadamente os instrumentos. O presente projeto propõem levantamento de estudo de caso, e posterior análise para reposicionamento dos instrumentos aviônicos. Para isso, serão aplicados, além de conhecimentos em ergonomia, conhecimentos técnicos relacionados a instrumentos aviônicos e checagem de instrumentos do painel (scan flow de pilotos). 1.6 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN E DA PESQUISA Para o desenvolvimento da pesquisa, será utilizado o Método de desdobramento em três etapas (MD3E). Sendo um método aberto, possui características de adaptabilidade e flexibilidade, contrapondo-se ao método fechado, que apresenta uma estrutura fixa e pré-determinada. (SANTOS F., 2005) O método aberto necessita de uma interação constante, sendo planejado para sofrer interferências. Sendo assim, exige do designer ou estudante de design, uma postura pró-ativa na elaboração da metodologia, possibilitando que etapas sejam retiradas, acrescentadas ou desdobradas de acordo com os objetivos da pesquisa, oferecendo apenas a base em que isso irá ocorrer. (SANTOS F., 2005). Já o estudo de caso é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando a sua unidade e identidade própria. É uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se sobre uma situação específica, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. (VILABOL, 2008 apud RODRIGO, 2008). 13 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO A monografia está organizada em cinco capítulos. Sendo estes; introdução, bases do conhecimento, desenvolvimento do projeto de design, resultado do projeto e considerações finais, respectivamente. Na introdução, apresentamos o tema, problemas objetivos do projeto, justificativa e qual a metodologia de projeto e de pesquisa que será utilizada. O segundo capítulo contém um referencial teórico, elaborado à partir de pesquisa bibliográfica referente a este projeto de design. No terceiro capítulo - desenvolvimento do projeto de design - encontra-se a metodologia da pesquisa e de projeto utilizadas. Neste capitulo é desenvolvido os processos do projeto de design. São apresentadas as pesquisas, gerando bases para elaboração da geração de alternativas. No quarto capitulo serão apresentados a conclusão do projeto, com as especificações do resultado final renderings e o desenho o técnico.. Por fim, são colocadas as considerações finais, juntamente com o que foi adquirido com o fechamento do projeto, avaliação dos objetivos e sugestões para trabalhos futuros. 14 2 BASES DO CONHECIMENTO 2.1 DESIGN O professor de história da cultura e do design Beat Schneider (2010 apud WOLLNER, 2010) define design como sendo a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e das mensagens de diferentes atores sociais e também das diferentes funções de objetos e sua adequação às necessidades dos usuários. A partir dessa definição, conclui-se que um projeto de design não se limita apenas aos fatores estéticos de um produto, mas que se utiliza de diferentes conhecimentos e ferramentas de forma a melhor atender às necessidades dos usuários, como caso desse projeto, onde às necessidades ergonômicas, como clareza visual e intuitividade, são priorizadas em detrimento do estilo ou gosto pessoal dos usuários. Sendo assim, a visão do design como um elemento meramente estético é muito restrita e nada contribui para o desenvolvimento de produtos que tragam benefícios para as empresas e consumidores. Um profissional de design deve ter uma visão de negócio, a partir de uma formação ampla que permita o entendimento de todos os conceitos envolvidos no projeto de um produto. (POWEL, 2005 apud SANTOS, 2005). Ainda, segundo o designer japonês Kenji Ekuan (1996 apud SANTOS, 2000. p. 21), “o design faz a ligação entre o plano físico e espiritual das pessoas”. Analisando essa definição pela ótica ocidental, podemos dizer que o design deve satisfazer as necessidades das pessoas, as quais nem sempre são tangíveis. Ou seja, através do design, um produto também passa informações simbólicas, colocando-se em outro plano, definido aqui como plano espiritual, mas que pode ser representado como desejos de diversos tipos, tais como; status, confiabilidade, segurança, etc. O design também pode ser entendido como uma forma de definir a qualidade dos produtos. Através do gerenciamento de seus recursos criativos e competências, o design põem de um lado os produtos e organizações, e de outro, os consumidores e mercado em geral. Agindo de forma a integrar e compatibilizar os diversos tipos de 15 informações que são necessários no desenvolvimento de um produto. Pode se concluir assim, que o designer nunca atua isoladamente, pois mesmo em escalas reduzidas, utiliza-se de estudos e informações que foram disponibilizados com o passar do tempo por diferentes áreas do conhecimento. (BERSEN, 1987 apud SANTOS, 2000). Dessa forma, o design atua como parte de um sistema, sendo alimentado por diversas informações técnicas (engenharia, produção, materiais, ergonomia etc.) e informações estratégicas (vendas e distribuição), processando essas informações de forma a atingir a qualidade do produto final. (SANTOS. F., 2000). Complementando os parágrafos anteriores, o design age no desenvolvimento de um produto como uma ferramenta integradora, não apenas em relação as suas próprias competências, mas interagindo com diversas atividades dentro de uma organização, que vão além do design, e que são necessárias para o desenvolvimento de produtos. Como no caso de empresas de aeronaves, onde o design relaciona-se com outras atividades, como engenharia, logística, marketing, publicidade etc. Como a atividade de design atinge diversos níveis e áreas de atuação dentro de uma organização, ele deve estar presente desde o início do processo de concepção de um produto. Partindo da determinação de seu mercado e necessidades dos consumidores, passando por todas as etapas necessárias até o descarte. Assim, o design passa a atuar, dentro desse sistema complexo e multidisciplinar, como um elemento de interação. “Uma ponte, que irá ligar e traduzir diversas linguagens, que são as diversas áreas de conhecimento envolvidas, em uma só: a qualidade do produto final e a satisfação do cliente”. (BLAICH, 1996 apud SANTOS F., 2000 p. 26). 2.2 DESIGN INDUSTRIAL Por design industrial, entende-se normalmente, a concepção de objetos de fabricação industrial, ou seja, por meio de máquinas e para produção em série. Porém, essa definição não diferencia com nitidez a atividade do designer industrial da atividade exercida por um engenheiro. Não esclarecendo em que condições um 16 engenheiro pode desempenhar a atividade do designer industrial e vice-versa. Por outro lado, a definição evita a confusão entre design industrial e artesanato, ao excluir do âmbito do design industrial todos os objetos que não são fabricados industrialmente. (MALDONADO, 1991). O design industrial difere da engenharia na forma de executar um projeto de produto. Enquanto a engenharia atua principalmente na atividade de análise, lidando com questões exatas e tecnológicas, o design atua como análise e síntese, tendo que equacionar, além das questões funcionais (que a engenharia também trabalha), questões subjetivas, como por exemplo, a estética do produto. Assim, a engenharia e o design industrial devem agir como complementares, fazendo parte de um processo maior, denominado Processo de Desenvolvimento do Produto. (ZUKIN 1996 apud, SANTOS, 2005). Dessa forma, o design industrial não é uma atividade autônoma. Mesmo que suas opções projetivas pareçam livres, tratam-se de opções feitas dentro de um contexto com um sistema de prioridades preestabelecidas. O design industrial atua dentro desse sistema com a função de integrar e coordenar diversos fatores, sendo sempre condicionado pelo modo de produção e consumo de determinada sociedade. Assim, conforme a estrutura socioeconômica, certos fatores são privilegiados frente a outros, como por exemplo, fatores econômicos, frente aos funcionais, ou fatores simbólicos, frente aos construtivos ou distributivos etc. (MALDONADO, 1991). No presente projeto, o design deverá atuar restritamente quanto ao posicionamento dos instrumentos no painel, e atendendo prioritariamente aos fatores ergonômicos. Fatores econômicos também deverão ser considerados, à medida que os ultraleves experimentais tem como principal diferencial o baixo preço frente aos homologados. 2.3 ERGONOMIA De acordo com a Ergonomics Research Society (19-- apud LIDA, 2000 p. 1). 17 Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e [...] aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento. A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem, a recíproca nem sempre é verdadeira, sendo muito difícil adaptar o homem ao trabalho. Isso significa que a ergonomia parte do conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o ás capacidades e limitações humanas. (IIDA, 2000). No inicio, a ergonomia era aplicada apenas na indústria, tratando-se apenas da relação homem-máquina. A ergonomia hoje é mais abrangente, estudando sistemas complexos, onde até centenas de elementos interagem entre si. A ergonomia também se expandiu horizontalmente, abarcando quase todos os tipos de atividades humanas como, saúde, educação, transportes, lazer. Envolvendo tanto o ambiente físico, quanto os aspetos organizacionais. (IIDA, 2000) A ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e suas variáveis (IIDA, 2000 p. 1), sendo: a) O homem: características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalhador, influencia do sexo, idade, treinamento e motivação; b) Maquina: entende-se por maquina todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações; c) Ambiente: estuda as características do ambiente físico que envolve o homem durante o trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e outros; d) Informação: refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões; e) Organização: é a conjugação dos elementos acima citados no sistema produtivo, estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes; f) Consequências do trabalho: aqui entram mais as questões de controles como tarefas de inspeções, estudos dos erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e “stress”. No que se refere à aviação experimental, talvez por se tratar majoritariamente de construção amadora, os painéis não costumam dispor de uma ordem ergonomicamente adequada dos instrumentos. Isso prolonga o tempo de checagem 18 dos instrumentos, além de aumentar o tempo de treinamento ate que o piloto se adapte à aeronave. 2.3.1 Ergonomia Cognitiva Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2008) a ergonomia cognitiva: Refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas. A atenção, a aprendizagem e a memória são, respectivamente, os três aspectos da cognição pelos quais os seres humanos são capazes de codificar, armazenar e recuperar a informação. (TORRES e DESFILIS, 1997 apud TRETESKI, 2008). Na tentativa de explicar a cognição da mente, Rassmussen (1983 apud TRETESKI, 2008) propôs uma organização de controle cognitivo estruturada em três níveis. O primeiro nível está baseado na habilidade ou aptidão (Skill-Based Behaviour – SBB), o segundo nível está baseado nas regras (Ruled-Bas ed Behaviour – RBB) e o terceiro é baseado no conhecimento (Knowledge-Based Behaviour – KBB). Diferentes níveis são ativados dependendo da forma como a informação é interpretada pelo usuário. O nível da aptidão (SBB) ocorre em ações com pouco controle consciente, como o ato de caminhar. Quando e a ação se dá baseada nas regras (RBB), as decisões são tomadas de acordo com premissas já comuns ao usuário, como por exemplo, os procedimentos para dar partida em um automóvel. Quando a pessoa não tem um padrão de resposta pré-definido, ela baseia-se em modelos mentais da situação, conforme o seu conhecimento, neste caso, o 19 comportamento se dá no terceiro nível (KBB). (RASSMUSSEN, 1983 apud TRETESKI, 2008) O quadro 1 apresenta os níveis de controle cognitivo a partir do modelo de Rasmussen, para melhor entendimento. Quadro 1: Modelo de Controle Cognitivo de Rasmussen Fonte: Treteski, 2008. Cada elemento sensorial possui um mecanismo central que prolonga a representação de um estímulo físico por um curto prazo de tempo após o estímulo ter acabado. Quando a atenção se volta para outro lugar, esta reserva sensorial permite que a informação seja preservada temporariamente para ser tratada depois. Após passar pelo processamento sensorial, a informação passa por um processo de percepção onde é levada para centros mais elevados do sistema nervoso. Durante este processo, a percepção é influenciada pelos diferentes tipos de memória e pelos recursos da atenção. (TRETESKI, 2008). Abaixo, Treteski (2008) exemplifica como se dá esse processamento da informação para a reação ao estimulo: Assim que o estímulo for percebido e categorizado, o operador deve decidir o que fazer com ele. Por exemplo, no trânsito, quando uma sinaleira fica amarela, o condutor deverá decidir se irá acelerar ou frear, resultando na seleção da resposta, que é armazenada na memória de trabalho (de curto- 20 prazo) para a execução da resposta ao estímulo. Durante a execução da resposta, o comando é dado para os músculos agirem com um certo tempo e força, gerando uma resposta motora. Depois de realizada a ação, o operador deverá manter-se atento às consequências de sua ação, formando uma estrutura cíclica fechada de resposta (feedback). O feedback pode ser visto, ouvido ou sentido. Por exemplo, ao se aplicar maior potência no motor, espera-se ouvir um ruído mais alto, ou no caso de sentir um “click” confirmando que um botão foi pressionado ou girado com uma força suficiente. Este feedback possibilita que , caso ocorra alguma falha durante o processo, gere-se um novo estimulo para que medidas corretivas sejam tomadas. (TRETESKI, 2008). 2.3.1.1 Arranjo físico do posto de trabalho Arranjo físico do posto de trabalho deve obedecer a alguns critérios, tais como: (IIDA, 2000 pag 460): a) Importância. Colocar o componente mais importante em posição de destaque no posto de trabalho, de modo que ele possa ser continuamente observado ou facilmente manejado. b) Agrupamento funcional: os elementos das funções semelhantes formam subgrupos que são mantidos em blocos. Por exemplo, num painel de comando todos os dispositivos visuais podem ser colocados na parte central. Lateralmente, colocam-se os botões rotativos à direita e os sinais auditivos à esquerda. c) Sequência de uso: Quando há um ordenamento operacional ou ligações temporais entre os elementos, a posição relativa dos mesmos no espaço deve seguir a mesma sequência. Ou seja aquele que deve ser acionado primeiro aparece em primeira posição e assim sucessivamente. d) Intensidade de fluxo: os elementos, entre os quais ocorre maior intensidade de fluxo, são colocados próximos entre si. O fluxo é representado por uma determinada variável que deve ser escolhida em cada caso [...]. e) Ligações preferenciais – os elementos entre os quais ocorrem determinados tipos de ligações são colocados próximos entre si. Ao contrario do critério anterior que se baseava na intensidade de um único tipo de fluxo, por exemplo, movimentos de controle, informações visuais e informações auditivas. 21 Os três primeiros critérios; importância, frequência de uso e agrupamento funcional referem-se à natureza dos elementos, enquanto sequência de uso, intensidade de fluxo e ligações preferenciais, às interações entre estes. Assim, esses critérios não são excludentes entre si, podendo ser aplicados de forma integrada, conforme o autor “Assim, por exemplo, pode-se fazer um agrupamento funcional por blocos e depois examinar a intensidade de fluxo entre os diversos blocos. Ou, quando se fizer as ligações preferenciais, já colocar, no centro, aquele elemento de maior importância.” (IIDA, 2000 pag. 460). Para um ordenamento mais eficiente dos instrumentos em um painel de em ultraleve, será necessária a aplicação conjugada dos critérios de importância, frequência de uso e agrupamento funcional, enquanto sequência de uso, intensidade de fluxo e ligações preferenciais. Um ordenamento mais ergonômico visa à otimizar a realização do scan flow pra os pilotos, reduzindo o tempo necessário de treinamento, e também proporcionando maior conforto durante a realização da tarefa. 2.3.1.2 Dispositivos de informação Os dispositivos de informação são a parte do maquinário que oferecem informações ao operador, sendo que a maioria dessas informações são recebidas pelo canal visual. Partindo do foco visual, a acuidade permanece boa até 2 a 3° de afastamento. Com 10° a acuidade cai para apenas 20% e é praticamente nula com um afastamento de 30°. Consequentemente, quando necessário realizar leituras além do ângulo de 2° a 3°, é preciso realizar uma nova fixação visual. (IIDA 2000). “O redirecionamento da visão, de um ponto a outro, para fazer uma nova fixação, envolve movimentos coordenados entre os olhos a cabeça e o corpo, que podem ser classificados em quatro tipos” (ROBINSON, 1979 apud IIDA, 2000): 22 a) Movimentos sacádicos – são movimentos rápidos dos olhos, aos pulos, em direção à nova posição; b) Movimentos de perseguição – movimentos lentos dos olhos acompanhando um objeto móvel; c) Focalização – Movimentos opostos entre os dois olhos, para focalizá-los sobre o mesmo objeto; d) Movimentos compensatórios – Movimentos dos olhos no sentido oposto aos movimentos da cabeça para manter a fixação sobre um objeto, durante os movimentos da cabeça. Para mudar a fixação de um ponto para outro os olhos podem realizar diversos movimentos sacádicos, até que o novo ponto desejado seja fixado, durante esses movimentos, praticamente não há processamento da informação visual. (IIDA 2000). Iida (2000) classifica os mostradores em dois subgrupos, quantitativos e qualitativos: a) Mostradores quantitativos: o mostrador quantitativo é usado quando a informação a ser fornecida é de natureza quantitativa, ligada a alguma variável como volume, pressão, peso, comprimento, temperatura, valor e assim por diante. Aqui existem dois grandes subgrupos: Os analógicos e os digitais. Os mostradores analógicos apresentam um ponteiro ou uma escala móvel, que seguem uma evolução análoga ao estado da máquina, como por exemplo, um velocímetro; b) Mostradores qualitativos: os mostradores qualitativos apresentam indicações sobre valores aproximados de uma variável, sobre a sua tendência variação de direção ou desvio em relação a um determinado valor, quando não se necessita saber o valor exato de variável. É usado em controle de processos, onde as variáveis como pressão, temperatura e fluxo devem ser mantidas dentro de uma determinada faixa de operação, como é o caso do indicador de temperatura do motor de carro. 23 Contadores digitais são superiores aos diais (analógicos) para leituras quantitativas, tanto no tempo, quanto na precisão das leituras. Esses resultados podem ser explicados porque, basta uma fixação visual para leitura do contador, enquanto nos diais é necessário localizar o ponteiro, depois escolher a porção da escala a ser lida, ler as graduações próximas do ponteiro para depois calcular o valor da posição indicada no ponteiro. O uso de contadores digitais também reduz o tempo de treinamento, pois a leitura em analógicos exigem prática de 250 a 2500 leituras, antes de o operador adquirir habilidade na leitura. (IIDA 2000). Porém, os mostradores analógicos tem uma função qualitativa muito importante, que os mostradores digitais não fornecem. Um velocímetro, por exemplo, raramente é usado para a leitura exata da velocidade, mas para verificar determinadas faixas de velocidade e também a tendência de aumento ou diminuição da velocidade. Nesse caso, a substituição do mostrador analógico por um digital não seria vantajosa. (IIDA 2000). Escalas qualitativas são usadas principalmente em leituras de verificação, onde não é necessário conhecer o valor exato de uma variável, mas apenas checar se ela permanece dentro de uma faixa de operação ou segurança. Para facilitar a checagem, pode ser usado código e cores ou figuras geométricas nesses mostradores. (IIDA 2000). O presente projeto não abrange a reformulação ou redesign dos instrumentos, limitando-se a seleção dos instrumentos segundo critérios ergonômicos. Em aviação é mais comum o uso de instrumentos analógicos, devido a sua função qualitativa, e também quanto a natureza das variáveis. Por exemplo, um velocímetro de avião não mede a velocidade absoluta em relação ao solo, mas a velocidade aerodinâmica, assim a velocidade varia conforme a altitude e a direção do vento. Isso ocorre porque a velocidade aerodinâmica é mais importante para o controle da performance do avião, do que a velocidade absoluta. O mesmo principio é aplicado ao altímetro. Como todas as aeronaves de uma determinada área estarão sujeitas as mesmas condições ambientais, isso não aumenta o risco de colisões. 24 2.4 AVIAÇÃO. Conjunto de atividades ligadas ao vôo de aparelhos que se mantêm no ar por sustentação própria. Ao contrario da navegação e o transporte terrestre, que levaram séculos para se desenvolverem, a aviação evoluiu rapidamente, devido principalmente sua utilização bélica, sendo que em menos de 70 anos desde o primeiro vôo de um avião, o homem pousa na lua. (ANGELUCCI, 1981; BARSA, 1979; FAJER, 2009). Datam do século XI as primeiras tentavas do homem de voar. Procurando imitar o vôo das aves, homens construíam asas e jogavam-se de penhascos e torres. O resultado era previsivelmente desastroso. (ANGELUCCI, 1981). Em abril de 1783, os irmãos Montgolfie fizeram o primeiro lançamento público de um balão, o qual subiu 400 metros. Em 18 de setembro, foi feita uma apresentação em Versalhes, para o rei Luis XVI, onde lançaram um balão que carregava um pato, um galo e uma ovelha. Somente em 21 de novembro ocorreu a primeira ascensão de um balão Montgolfier tripulada por um ser humano, o. O vôo durou 28 minutos e o balão atingiu uma altura estimada em 1000 metros. (PORTAL..., 2011). Embora constem experimentos em praticamente todo o mundo, buscando a realização prática do vôo aeródino motorizado, os mais importantes foram creditados aos irmãos americanos Orville e Wilbur Wright e ao brasileiro radicado na França, Alberto Santos-Dumont. (BATISTA, 2011) Em países de grande extensão territorial como o Brasil, com maior dificuldade de penetração por estradas de ferro ou de rodagem, a aviação desempenhou um papel pioneiro, levando a civilização para populações sensivelmente atrasadas tecnologicamente, em relação às das cidades litorâneas. Em inúmeros povoados brasileiros, por exemplo, o avião foi conhecido antes do automóvel. A aviação também foi fator determinante em novas noções em relações comerciais, transportando cargas em reduzido espaço de tempo. Também houve influências nos campos políticos, social, econômico e cultural foram notadas desde que ela se transformou de proeza esportiva, em meio regular de transporte. (BARSA, 1979). 25 2.4.1 Aviação Civil A aviação civil inclui todas as atividades aeronáuticas, fora as militares. Em sentido comum, significa o serviço de transporte aéreo oferecido ao público, incluindo também vôos de caráter cientifico. (BARSA, 1979) As atividades da aviação civil podem ser classificadas como (BARSA, 1979): a) Transporte público, realizado por aviões de companhias comerciais; b) Serviços especializados tais como; aerofotografia, fumigação de plantações com inseticidas, explorações científicas, publicidade, demonstrações acrobáticas etc.; c) Transporte privado, realizado por avião particular, empresa comercial ou industrial; d) Voos de recreio não comerciais; e) Voos de instrução, para treinamento; f) Atividades administrativas, federais, estaduais ou municipais, executadas por aeronaves pertencentes ao governo. (BARSA, 1979). A aviação experimental trata da prática de vôos exclusivamente para fins de recreio. Por ser uma atividade essencialmente pouco regulamentada, é proibido seu uso para voos comerciais. (BRASIL, 2001). Segundo regulamento brasileiro de homologação aeronáutica. A categoria de aeronaves experimentais abrange desde veículos, mais leves que o ar, como balões e dirigíveis, a veículos mais pesados que o ar, como ultraleves, planadores, helicópteros etc. (ANAC, 2009). 2.4.1.1 Painel de instrumentos de voo Os instrumentos aviônicos podem ser divididos em duas categorias; instrumentos de vôo, e instrumentos de motor. A presença de alguns instrumentos é obrigatória mesmo para ultraleves experimentais, são eles; o velocímetro, altímetro, temperatura de motor e conta-giros. Como esses instrumentos devem fornecer 26 informações instantânea e contínua, eles devem estar de fácil alcance visual para o piloto. (STARFLIGHT, 2011). Os instrumentos de vôo (ou de navegação) fornecem informações que possibilitam ao piloto comandar a aeronave em cursos cuidadosamente definidos. Esse grupo de instrumentos inclui um relógio, bússolas (bússola magnética e indicador giroscópico de direção), rádios e outros instrumentos para apresentar informações de navegação ao piloto. (STARFLIGHT, 2011). A empresa fabricante de ultraleves Starflight (2011), apresenta os principais instrumentos de navegação: a) Velocímetro: Mede a velocidade em relação à massa de ar pela qual voamos e não em relação ao solo. Isso é importante em termos de segurança, porque ele nos dá informação sobre o atual estado do vôo, ajudando manter velocidade dentro dos limites de segurança. Um bom piloto consegue voar sem velocímetro. Quanto mais fechado o cockpit, mais difícil é julgar a velocidade sem ele, por causa da ausência do vento de deslocamento. A maioria funciona com um tubo de pitot como sensor, que capta a pressão dinâmica na frente dele. Outros tipos trabalham com o vácuo num tubo de venturi. Existe um digital que detecta à distância a rotação de uma pequena hélice montada num sensor; b) Altímetro: Indica a altitude, baseando-se na pressão do ar. Ele é sujeito a erros na proporção da variação natural da pressão do ar em função do tempo. Mesmo assim, quando ajustado para a pressão padrão, serve para garantir a separação entre aeronaves, porque todas estão sujeitas ao mesmo erro; c) Indicador de velocidade vertical: Indica a velocidade no sentido vertical, em ft/min ou m/s, baseando-se na variação da pressão do ar ambiente dividida pelo tempo. Ajuda também manter o vôo horizontal. Há um tipo mais sensível, usado por planadores e asas-delta para achar zonas de ascendentes, chamado de variômetro; d) Nível de curva: Indica em que direção a sustentação está agindo. Ajuda fazer as curvas coordenadas sem derrapagens ou glissadas; e) Bússola: Indica a "proa magnética", a direção magnética que a proa da aeronave aponta. Deve ser instalado longe de equipamentos que geram campos magnéticos (RPM, rádios etc.) e de elementos imantados ou ferrosos. Importante para navegação em lugares desconhecidos ou onde a orientação é difícil. E ainda mais útil se usada em conjunto com carta e cronógrafo; f) Global Positioning System (GPS): Instrumento eletrônico que indica a posição no globo terrestre em forma de coordenadas, baseando-se em sinais recebidos de pelo menos 3 de uma série de satélites espalhados ao redor do globo. O cronógrafo e o computador que estão sempre integrados nestes aparelhos permitem a obtenção de muito mais dados úteis de navegação como: Velocidade absoluta (em relação ao solo), direção, distância e tempo até o destino ou ponto de referência etc. Os para aviação têm cartas móveis e dados de aeródromos na memória. A praticidade e simplicidade do GPS leva certos pilotos à imprudência de usá-lo como único meio de navegação. 27 O GPS pode falhar por falta de pilha, ausência de sinal de satélite, falha do aparelho etc. e por isso não substitui a navegação tradicional. Instrumentos de motor permitem ao piloto conferir regularmente o funcionamento do motor, prevenindo possíveis panes e evitando acidentes. A empresa fabricante de ultraleves Starflight (2011), apresenta os principais instrumentos de navegação: a) Contagiros (RPM): Indica a velocidade de giro do eixo virabrequim do motor em rotações por minuto. Dá informações se o motor está desenvolvendo a potência necessária para decolar e ajuda a acertar o regime do motor para subida, cruzeiro etc; b) Temperatura de cabeça de cilindro (CHT): Usado principalmente em motores refrigerados a ar. Uma temperatura alta demais sinaliza superaquecimento e pane vindoura. Detectando o problema a tempo, a parada do motor em vôo e despesas com conserto podem ser evitadas. Usado simples ou duplo (1 para cada cilindro); c) Temperatura dos gases de escape (EGT): A temperatura dos gases é uma função da mistura combustível/ar. Quanto mais magra a mistura, mais quente saem os gases. Gases quentes demais levam a superaquecimento e derretimento dos pistões. O instrumento é útil para fazer ajustes no carburador e detectar problemas com a alimentação de combustível. Usado simples ou duplo (1 para cada cilindro); d) Temperatura d'água Substitui até certo ponto o CHT. É indispensável em motores refrigeradas a água. Ajuda evitar superaquecimento, especialmente o causado por falha no sistema de refrigeração; e) Indicador de combustível: Prático em aeronaves, onde a quantidade de combustível não pode ser verificada com facilidade por outros meios. O tipo mais prático é o com sensor capacitivo. O instrumento é instalado no painel; f) Horômetro: indica as horas totais de funcionamento do motor: É um instrumento barato e muito importante para controlar as revisões. 28 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN 3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN O método projetual a ser utilizado para o desenvolvimento deste projeto é o do Flávio Anthero Nunes Vianna dos Santos, o MD3E (método de desdobramento em três etapas). Que propõe um método aberto para projetos de caráter Industrial. Nesta metodologia estão definidas todas as etapas pelas quais o projeto deverá passar e as devidas atividades a serem realizadas em cada qual. SANTOS, Flavio ( 2005 , p. 86) destaca que: Na medida em que o projeto vai sendo planejado, as atividades a serem executadas vão sendo definidas e colocadas nessa estrutura, havendo espaço para ser registrado não apenas o que deve ser feito, mas também como fazer e até mesmo os resultados obtidos, ao contrário dos métodos fechados. Na primeira etapa é estabelecido qual a necessidade humana que se pretende satisfazer com o projeto este projeto, neste caso, um redesign de ultraleve. A partir desta etapa, o problema será dividido em três fases: a pré-concepção, concepção e pós-concepção. A metodologia dispõem de desdobramentos mínimo a partir dos quais se começa a fazer interferências na estrutura do método. Segundo Santos (2005, p. 90) “Esses desdobramentos mínimos tem o objetivo de evitar que as três etapas básicas sejam desdobradas de forma equivocada”. Sendo assim, segue as atividades indispensáveis à etapa de pré-concepção: 1 - Planejamento do projeto; a) Cronograma: Nessa etapa são definidas o tempo para a realização de cada atividade, que são elas a Pré-Concepção, Concepção e Pós Concepção. b) Investimentos: Nessa fase serão calculados os custos gerais do projeto, como impressões, montagem de modelos, etc. 29 c) Tecnologias: As tecnologias utilizadas para o desenvolvimento do projeto serão, os matérias para desenho e lápis de cor. Na parte de Softwares, serão utilizados o Auto Cad e Corel Draw. 2 - Análise do Problema Nesse ponto, serão feitas as análises que servirão de subsídio para a realização do projeto. a) Pesquisa de estudo de caso. O estudo será realizado um estudo de caso com algumas unidades de ultraleve, das quais serão analisados o estado da arte em que este produto se encontra, além das tecnologias e materiais utilizados atualmente. 3 - Concepção. É a parte criativa do projeto, na qual as informações anteriores, serão colocadas em práticas na forma de possíveis soluções. a) Caminhos Criativos: Para a elaboração desse projeto serão utilizados a ferramenta de criatividade SCAMPER: Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar, Procurar outros usos, Eliminar, Rearrumar. b) Geração de Alternativas: Através da ferramenta, realiza-se a geração de alternativas, nas quais serão geradas as ideias que serão trabalhadas mais tarde. c) Seleção e Adequação. Nesta etapa, seleciona-se as melhores alternativas e começa-se a adaptá-las ao projeto, segundo os critérios ergonômicos, estético-formais e tecnológicos. 4 - Pós-concepção. É a finalização do projeto: 30 a) Subsistemas e componentes, onde realiza-se os desenho técnicos, ilustrações, e o modelo físico em escala. b) Apresentação, através de pranchas e slides. 31 Abaixo, no quadro 2, o modelo da metodologia representada graficamente através de fluxograma. NECESSIDADE HUMANA PRÉ-CONCEPÇÃO PL AN EJAMEN TO D O PR OJETO CRONOGRAMA INVESTIMENTOS TECNOLOGIAS PRÉ-CONCEPÇÃO 30/092011 CONCEPÇÃO 11/01/2011 PÓS-CONCEPÇÃO 02/12/2011 MODELO R$ 300 IMPRESSÃO R$ 60 R$ PRANCHAS R$200 SOFTWARE CDR/AUTOCAD HARDWARE COMPUTADOR AN AL ISE D O PR OBL EMA PESQUISAS SCAN FLOW ESTUDO DE CASO CONCEPÇÃO FER R AMEN TA D E C R IATIVID AD E SCAMPER SUBSTITUIR COMBINAR ADAPTAR MODIFICAR PROCURAR OUTROS USOS ELIMINAR REARRUMAR GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS SELEÇÃO E ADEQUAÇÃO ERGONOMICA ESTÉTICO FORMAL TECNOLÓGICA PÓS-CONCEPÇÃO S.SISTEMAS E C OMPON EN TES APR ESEN TAÇ ÃO Quadro 2: Metodologia Fonte: o autor. 32 3.2. PROJETO DE DESIGN 3.2.1 Pesquisas A pesquisas serão realizada em duas etapas. A primeira etapa tem como objetivo a determinação da importância, frequência de uso, intensidade de fluxo e ligações preferenciais dos instrumentos e será baseada no estudo exploratório não probabilístico, realizado pelo acadêmico Thomas Treteski no ano de 2008. A segunda etapa será composta de estudo de caso de painéis de instrumentos presentes em ultraleves, analisando quanto à quantidade, disposição e distribuição dos instrumentos. Nessa segunda etapa da pesquisa, também será selecionado um ultraleve, que servirá como modelo base para a escolha e reposicionamento dos instrumentos, que é o objetivo desse projeto. Dessa forma, o resultado apresentado deverá estar de acordo com as características técnicas, e respeitar o limite espacial disponível no painel dessa aeronave. 3.2.1.1 Estudo exploratório do scan flow de pilotos Esse estudo foi apresentado por Thomas Treteski como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Bacharel em Ciências Aeronáuticas pelo programa de graduação da Faculdade de Ciências Aeronáuticas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em 2008. A pesquisa foi realizada com dez alunos da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, que cursavam ou já haviam concluído os treinamentos de PVSO-MONO (Prática de Vôo Simulado Obrigatória - Monomotor) e PVSO-MULTI (Multimotor). A pesquisa foi baseada na análise cognitiva do scan flow - fluxo de observação dos instrumentos - dos participantes e teve como objetivo analisar as principais dificuldades encontradas durante a execução de manobras básicas através da observação de instrumentos. 33 Em sequencia, na fotografia 1, é apresentado o painel utilizado durante o treinamento de simulador oferecido pela PUCRS, com o qual foi realizado o estudo exploratório de scan flow de pilotos. 1 2 3 4 5 6 7 8 1 Bússola 2 Velocímetro 3 ADI - Horizonte artificial 4 Altímetro 5 Indicador de razão de curva 6 HSI - Indicador de proa 7 Indicador de velocidade vertical 8 Temperatura do motor 9 Conta-giros 9 Fotografia 1: painel utilizado durante o treinamento de simulador oferecido pela PUCRS Fonte: Treteski, 2008. 34 3.2.1.1.1 Métodos de controle Existem basicamente dois métodos de scan flow utilizados durante o vôo por instrumentos; o método “controle e performance” e o de “primário e suporte”. Ambos os métodos envolvem o uso dos mesmos instrumentos, porém, eles diferem quanto a confiança no indicador de atitude (que é priorizada no método de controle e performance) e na interpretação dos outros instrumentos. (TRETESKI, 2008). Método de Controle e Performance Neste método, o controle da aeronave é feito a partir da analise da performance, observando o indicador de altitude. Isso é possível porque a performance da aeronave tem uma relação direta com a atitude e a potência (ângulo de ataque e tração com relação ao arrasto) da aeronave. A atitude é a relação entre o eixo longitudinal e lateral com o horizonte. Durante o vôo por instrumentos a aeronave voa com uma atitude e potência necessária para uma performance desejada. (TRETESKI, 2008). Abaixo, na fotografia 2, a divisão dos instrumentos do método de scan flow por “controle e performance”: 35 Fotografia 2: Método de controle e performance Fonte: Treteski, 2008. Quando a classificação dos instrumentos, Thomas Treteski (2008 p. 41) especifíca: Os instrumentos de controle mostram indicações imediatas de atitude e potência. O controle é determinado por referências no indicador de atitude e indicadores de potência. Estes indicadores de potência variam em diferentes aeronaves, e podem incluir, tacômetro, pressão de admissão, razão da pressão do motor, consumo de combustível, etc. Os instrumentos e performance indicam a performance atual da aeronave. Performance é determinada com referência no altímetro, velocímetro, indicador de velocidade vertical, indicador de proa, indicador de ângulo de ataque, indicador de razão de curva. Os instrumentos de navegação indicam a posição da aeronave em relação aos auxílios em terra. Este grupo de instrumentos inclui vários tipos de indicadores de curso, distância, rampa eletrônica, radiais e marcações magnéticas. Método de instrumentos primários e de suporte Neste método, o controle da atitude é sub-dividido em controle de pitch (levantar e abaixar o nariz), potência e inclinação. Instrumentos de pitch são o 36 indicador de atitude, altímetro, velocímetro e o indicador de velocidade vertical. Instrumentos que indicam a inclinação são o indicador de atitude, indicador de proa, bussola e o turncoordinator. Os instrumentos que se relacionam com o controle de potência são: o velocímetro e os instrumentos do motor em geral. Como se pode notar, alguns instrumentos fazem parte de mais de um grupo, dependendo da manobra realizada. (TRETESKI, 2008). Abaixo, na fotografia 3, a divisão dos instrumentos do método de scan flow por “primário e suporte”: Fotografia 3: Método de instrumentos primários e de suporte Fonte: Treteski, 2008. Quando a classificação dos instrumentos, Thomas Treteski (2008 p. 41) especifica: Para qualquer manobra e condição de vôo, os requerimentos de pitch, inclinação (bank), e potência são mostrados de uma forma mais clara por certos instrumentos chave. O instrumento que fornecer uma informação mais essencial e pertinente será referido como um instrumento primário. 37 Instrumentos de suporte servem de complemento e back up das informações apresentadas nos instrumentos primários. Durante um vôo em linha reta horizontal com uma velocidade constante, por exemplo, significa que o avião deverá voar em uma altitude exata com somente uma proa e velocidade constante. Durante esta manobra, o altímetro fornece informações pertinentes a manutenção de altitude, sendo assim ele é instrumento primário de pitch. O indicador de proa é o instrumento primário de bank (inclinação). O instrumento primário para potência é o velocímetro, pois ele fornece ao piloto informações mais pertinentes com relação à performance e outputs de potência. 3.2.1.1.2 Scan flow O scan flow é uma observação continua dos instrumentos em busca de informações de atitude e performance. Por motivos como erro humano, erro de instrumento ou diferenças na performance da aeronave com variações na atmosfera e condições de carga, é difícil estabilizar a atitude e manter a performance constante por um longo período. Por isso, é fundamental que o piloto faça um acompanhamento constante dos instrumentos, para que possa efetuar as mudanças necessárias, mantendo a performance do avião. (TRETESKI, 2008). Existem três modos básicos de se efetuar um scan flow para buscar informações no painel de instrumentos do avião; o método radial selecionada, o Vinvertido e o retangular. (TRETESKI, 2008). No método da radial selecionada, o piloto passa de 80% a 90% do tempo (2/3 de segundo a 1,5 segundos) observando o indicador de altitude. Durante este método, os olhos dos pilotos nunca passam de um instrumento ao outro sem passarem pelo indicador de atitude. A manobra que está sendo realizada determinará a ordem e o padrão dos outros instrumentos a serem olhados. (BUCK, 1992 apud TRETESKI, 2008). Abaixo, na fotografia 4, a representação do método de scaw flow radial selecionada, para melhor entendimento. 38 Fotografia 4: Método de scan flow radial selecionada Fonte: Treteski, 2008. Durante o V invertido os olhos basicamente se movem entre o indicador de atitude, o indicador de curva e o indicador de velocidade vertical como mostra a fotografia 5. (TRETESKI, 2008). 39 Fotografia 5: Método de scan flow V invertido Fonte: Treteski, 2008. O método do retângulo consiste no movimento dos olhos percorrendo em sentido anti-horário os três instrumentos superiores (velocímetro, indicador de atitude ou horizonte artificial, e altímetro) e então descendo para os três instrumentos (indicador de velocidade vertical, indicador de proa e o instrumento de curva), o caminho que o olho percorre descreve um retângulo. O scan flow também pode ser realizado em sentido horário, dependendo da preferência do piloto. Este método provê um peso igual para todos os instrumentos, porém o piloto poderá gastar mais 40 tempo em determinado instrumento dependendo da manobra a ser executada. (TRETESKI, 2008). Abaixo, na fotografia 6, a representação do método de scaw flow retangular, para melhor entendimento. Fotografia 6: Método de scan flow V invertido Fonte: Treteski, 2008. Um erro muito comum na realização do scan flow é a fixação em um único instrumento. Normalmente ocorre quando o piloto pretende concertar alguma falha. Por exemplo, quando um piloto está abaixo ou acima da altitude desejada, a sua 41 atenção é voltada para este erro. O que pode ocorrer é que - por razões de comando ou mesmo razões ambientais - ocorram outros problemas, e o piloto não perceba por não observar os outros instrumentos, acumulando mais erros. (TRETESKI, 2008). A interpretação correta dos instrumentos durante a realização do scan flow, a requer um profundo estudo e análise, que começa com o entendimento de cada instrumento. O piloto deverá aplicar este conhecimento na performance da aeronave em que se está voando, em manobras, no cross-check e em técnicas de controle. De uma maneira geral os instrumentos têm a mesma indicação em diversos aviões, porém os seus layouts podem variar, e o piloto deverá estudar e se acostumar às características do avião em que está voando. (TRETESKI, 2008). 3.2.1.1.2 Pesquisa de campo Durante a pesquisa de campo, o respondente realizou uma manobra por vez, (num total de quatro manobras), e após a realização de cada manobra, o respondente indicou em um esquema do painel do avião, a ordem de importância dos instrumentos na realização da tarefa. Em seguida, foi pedido ao respondente que marcasse no esquema do painel o seu padrão de scan flow. Vôo em linha reta horizontal Durante a manobra do vôo em linha reta horizontal, o participante deve manter um vôo coordenado mantendo altitude e velocidade constante. (TRETESKI, 2008). A ordem da importância dos instrumentos para a realização da manobra “voo em linha reta horizontal”, feita a partir de uma média das respostas dos dez participantes, pode ser visualizada no gráfico 1: 42 Gráfico 1: Média da importância dos instrumentos no vôo em linha reta horizontal Fonte: Treteski, 2008. Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto à importância de cada instrumento para realização da manobra “voo em linha reta horizontal”: Como pode ser verificado na Tabela 3, todos os participantes colocaram o ADI [horizonte artificial ou indicador de altitude] como sendo o instrumento de maior importância, seguido do altímetro, velocímetro e HSI [Horizontal Situation Indicator]. Podemos concluir que o “T” básico é o local onde a maior parte da atenção é direcionada. Para uma análise da dinâmica atencional, foi pedido aos participantes para que traçassem um esquema do painel o seu provável scan flow durante a realização da manobra “voo em linha reta horizontal”. Os resultados foram sobrepostos para identificação de possíveis padrões. O resultado pode ser visualizado na fotografia 7: 43 Fotografia 7: Padrões de scan flow sobrepostos no vôo em linha reta horizontal Fonte: Treteski, 2008. Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto aos traçados de scan flow relativos à manobra “voo em linha reta horizontal”: Pode ser visto claramente que um padrão de cross-check do tipo radial selecionada predomina dentre os três tipos possíveis, principalmente, com a atenção principal no “T” básico. Nesta técnica, após a atenção passar por algum instrumento, ela sempre se voltará para o ADI, que é o instrumento base de controle. Descida com razão e velocidade constante Durante esta descida a velocidade deveria ser constante e a proa deveria ser a mesma do início da manobra. (TRETESKI, 2008). A ordem da importância dos instrumentos para a realização da manobra “descida com razão e velocidade constantes”, feita partir de uma média das respostas dos dez participantes, pode ser visualizada no gráfico 2: 44 Gráfico 2: Média da importância dos instrumentos na descida com razão e velocidade constantes Fonte: Treteski, 2008. Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto à importância de cada instrumento para realização da manobra “descida com razão e velocidade constantes”: [O gráfico 2] demonstra que a importância e a micro estratégia continuam localizadas basicamente no “T” básico, constituído pelo ADI (indicador de atitude), velocímetro, altímetro e HSI. Podemos observar também um crescimento de importância no indicador de razão de descida (climb) e no cronômetro. O motivo deste crescimento pode ser explicado pelas mudanças de parâmetros que estão sendo exigidos nesta manobra. Para uma análise da dinâmica atencional, foi pedido aos participantes para que traçassem um esquema do painel o seu provável scan flow durante a realização da manobra “descida com razão e velocidade constantes”. Os resultados foram sobrepostos para identificação de possíveis padrões. O resultado pode ser visualizado na fotografia 8: 45 Fotografia 8: Padrões de scan flow sobrepostos na descida com razão e velocidade constantes Fonte: Treteski, 2008. Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto aos traçados de scan flow relativos à manobra “descida com razão e velocidade constantes”: Na manobra de descida com velocidade e razão constantes, podemos observar que a atenção se deslocou para o lado direito do painel, onde estão localizados o altímetro e o indicador de velocidade vertical. Este fato colabora com a variação na estratégia, que teve um crescimento de importância nestes dois instrumentos citados acima. Nesta manobra é difícil identificar um padrão de crosscheck, contudo, podemos dizer que os participantes se utilizaram de uma técnica mista, mesclando padrões teóricos (retangular, V invertido e radial selecionada). Foi identificado que o trabalho prescrito se difere do trabalho real, pois na prática, os padrões de cross-check teóricos não são vistos. Pode-se dizer que no trabalho real da tarefa de descida, somente 30% dos participantes utilizam a técnica da radial selecionada, onde o ADI é o centro de scan. A técnica de cross-check retangular pode ser observada no lado direito do painel, onde ocorrem cheques diretos entre instrumentos de suporte, e não 46 primários, para o controle da aeronave. Não foi raro a radial selecionada ter seu centro deslocado do ADI para o altímetro. Curva cronometrada variando a altitude A manobra de curva cronometrada com variação de altitude consiste em uma curva de 360° em 2 minutos, utilizando uma razão de curva padrão de 3°/segundo. Além da curva, é realizada uma subida com razão de 500 ft/min (pés por minuto), a uma velocidade constante que foi exigida durante toda a manobra. “A dificuldade da manobra foi classificada por 80% dos participantes da pesquisa como sendo de médio grau da dificuldade. Os outros 20% se dividiram em 10% para alta dificuldade e 10% para baixa dificuldade.” (TRETESKI, 2008 p. 75). A ordem da importância dos instrumentos para a realização da manobra “curva cronometrada variando altitude”, feita partir de uma média das respostas dos dez participantes, pode ser visualizada no gráfico 3: Gráfico 3: Média da importância dos instrumentos na curva cronometrada variando altitude Fonte: Treteski, 2008. 47 Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto à importância de cada instrumento para realização da manobra “curva cronometrada variando altitude”: A estratégia média dos respondentes continua tendo sua maior importância no “T” básico. Podemos notar também um aumento significativo de 11% para 16% do HSI devido à peculiaridade da manobra, que exige uma certa quantidade de curva em um determinado tempo. Pelo mesmo motivo, o cronômetro obteve um aumento de 3% quando comparado a descida e 5% quando comparamos com o vôo em linha reta horizontal. Para uma análise da dinâmica atencional, foi pedido aos participantes para que traçassem um esquema do painel o seu provável scan flow durante a realização da manobra “curva cronometrada variando altitude”. Os resultados foram sobrepostos para identificação de possíveis padrões. O resultado pode ser visualizado na fotografia 9: Fotografia 9: Padrões de scan flow sobrepostos na curva cronometrada variando altitude Fonte: Treteski, 2008. 48 Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto aos traçados de scan flow relativos à manobra “curva cronometrada variando altitude”: Comparando com a manobra anterior, podemos notar um padrão mais centralizado da dinâmica atencional. Durante a execução desta tarefa, obteve-se padrões muito diferenciados. O padrão de cross-check baseado na radial selecionada foi escolhido por 60% dos respondentes, porém somente um realizou o trabalho real idêntico ao prescrito. Os restantes efetuaram pequenos cheques diretos entre instrumentos sem passar pelo ADI. No controle da aeronave e de parâmetros durante a manobra, apenas 20% dos participantes utilizaram o método de controle e performance, os outros 80% utilizaram instrumentos primários e de suporte. Durante a análise, foi identificado que 30% dos respondentes realizaram seu cross-check sem padrão algum. Algum destes cheques foram realizados entre instrumentos que não têm nenhuma correspondência de indicações, como o turn coordinator e o altímetro. Curva intercalada variando altitude A curva intercalada consiste em uma curva de 180° para um lado, um vôo em linha reta horizontal por 30 segundos seguido de uma curva de 180° para o lado oposto. A manobra contém quatro curvas e quatro segmentos de reta, totalizando 6 minutos de manobra. Durante a realização da manobra, o piloto deverá descer com uma razão de descida de 500 ft/min nas duas primeiras curvas, e subir com esta mesma razão nas duas últimas curvas. (TRETESKI, 2008). Abaixo, na ilustração 1, o modelo do trajeto para melhor entendimento: 49 Ilustração 1: Curva intercalada Fonte: Treteski, 2008. A ordem da importância dos instrumentos para a realização da manobra “curva intercalada variando altitude", feita partir de uma média das respostas dos dez participantes, pode ser visualizada no gráfico 4: 50 Gráfico 4: Média da importância dos instrumentos na curva intercalada variando altitude Fonte: Treteski, 2008. Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto à importância de cada instrumento para realização da manobra “curva intercalada variando altitude”: Podemos notar na Figura 33, que seguido do ADI, o HSI e o cronômetro obtiveram grande importância nesta manobra. A grande importância ao cronômetro pode ser explicada, pois toda a manobra é baseada em parâmetros de tempo. É curioso a pouca importância atribuída a potência, apesar de ser um instrumento de controle da aeronave. Certamente, este fato contribuiu para a grande quantidade de desvios apresentados na tarefa. Para uma análise da dinâmica atencional, foi pedido aos participantes para que traçassem um esquema do painel o seu provável scan flow durante a realização da manobra “curva intercalada variando altitude”. Os resultados foram sobrepostos para identificação de possíveis padrões. O resultado pode ser visualizado na fotografia 10: 51 Fotografia 10: Padrões de scan sobrepostos na curva intercalada variando altitude Fonte: Treteski, 2008. Em sequencia, a análise de Thomas Treteski quanto aos traçados de scan flow relativos à manobra “curva intercalada variando altitude”: Foi observado que 50% dos participantes utilizaram um padrão do tipo radial selecionada para o seu cross-check. Os restantes utilizaram padrões mistos ou até mesmo nenhum padrão de alocação de atenção. Durante a estratégia de controle da aeronave, 50% dos respondentes utilizaram o método de controle e performance, os restantes utilizaram instrumentos primários e de suporte. Apesar da quantidade de participantes que utilizaram o padrão de radial selecionada ser o mesmo que utilizaram o método de controle e performance, não foram os mesmos indivíduos. Analise da importância dos instrumentos durante a realização de manobras básicas Por se tratar de um estudo realizado através de voo por instrumentos (onde o vôo é realizado exclusivamente através de instrumentos, sem referencias as 52 referências ambientais do voo visual), e também por se tratar de um estudo não probabilístico, os resultados da pesquisa devem ser analisados de forma relativa e adaptada ao voo em ultraleves. Abaixo, no quadro 3, estão apresentados os gráficos relativos à importância dos instrumentos durante a realização de cada manobra de forma sequencial, para melhor compreensão: Vôo em linha reta horizontal Descida com razão e velocidade constantes Curva cronometrada variando altitude Curva intercalada variando altitude Quadro 3: gráficos relativos à importância dos instrumentos durante a realização de cada manobra Fonte: Treteski, 2008. 53 Análise da pesquisa exploratória de scan flow de pilotos O ADI (horizonte artificial), seguido do altímetro e velocímetro, foram os instrumentos considerados importantes durante a realização de todas as manobras analisadas no estudo. O HSI (que durante a pesquisa foi utilizado somente como indicador de proa) foi o 4º instrumento considerado mais importante durante o voo em linha reta horizontal e durante a realização de curvas. Esse instrumento mostra informações de proa e desvio em relação ao curso/radial selecionado. Graças à ação do vento, ou a uma manobra mal realizada, o avião pode sofrer um desvio de proa, como uma força que empurra o avião para fora da curva, semelhante ao que ocorre em um automóvel. O Climb (Indicador de velocidade vertical) foi o 4º instrumento considerado mais importante durante a realização de descida com razão e velocidade constantes. De acordo com Soares (2011) O climb é um instrumento muito sensível, e que indica de imediato a tendência de subir ou descer com maior presteza que o altímetro barométrico. Antes que o altímetro acuse variações, o climb já terá advertido o piloto que ele ganhará ou perderá altura imediatamente a seguir - se não compensar variando seu ângulo de arfagem com presteza. Dessa forma, esse instrumento foi útil pra que os operadores pudessem manter uma razão fixa de subida ou descida. Durante a realização da pesquisa, o cronometro foi considerado importante principalmente por se tratar de manobras cronometradas. Porém, em um voo real, realizado por um ultraleve o cronometro seria considerado importante por outra razão, para monitorar a quantidade de tempo de voo, gerenciando o gasto de combustível. Sequencia de uso A sequencia de uso varia conforme o modo de se efetuar o scan flow para buscar as informações no painel de instrumentos do avião. Que podem ser; o método radial selecionada, o V invertido e o retangular. 54 Intensidade de fluxo A intensidade de fluxo esta relacionada a importância de cada instrumento e ao modo de scan flow realizado pelo operador. Durante as manobras básicas, o método de scan flow mais utilizado foi o radial selecionada, onde o operador voltava a visualizar o instrumento principal. Em manobras mais complexas, houve adaptação do método, e também um maior índice de erros (quando o operador realizava um scan flow de forma desordenada, sem saber exatamente o que procurar). Ligações preferenciais Durante a realização do estudo, verifica-se uma elevada importância do cronometro, principalmente durante a manobra de curva intercalada variando altitude. Isso se explica pelo fato de as manobras estarem sendo cronometradas, segundo os critérios do estudo. Porém, essa situação não é a mesma encontrada no voo com ultraleves, onde o piloto terá liberdade quanto ao tempo necessário para realização de manobras. Dessa forma, o uso do cronometro estará mais relacionado ao gerenciamento do tempo de voo e quantia de combustível. 3.2.1.2 Estudo de caso Ultraleve marca Starflight, modelo Fox Newstar V7 Breve descrição disponível no site do fabricante (FOX NEWSTAR V7, 2011): Após quatro anos de projeto nasce uma nova estrela na Starflight, o Fox V7. Esta aeronave foi desenvolvida para atender a crescente necessidade dos clientes por um equipamento 100% nacional, seguro, veloz, confortável, espaçoso, com grande alcance de vôo, permitindo assim a sua utilização em viagens médias e longas. 55 O V7 é construído sobre uma estrutura tubular de alumínio aeronáutico, fibra de vidro laminado com resina de alta resistência, asas e empenagem da cauda em chapa de alumínio aeronáutico 2024T3 fixadas com rebites sólidos. Equipado com motor Rotax 912 de 80hp ou de 100hp, é a aeronave na categoria avançada com o maior espaço interno do mercado, oferecendo grande conforto para o piloto e seu acompanhante. Principais Caracteristicas: 1. Maior espaço interno na sua Categoria 2. Docilidade no comando 3. Desempenho excepcional 4. Conforto superior 5. Bancos com formato anatômico, forrados em couro e com regulagem de distância 6. Reduzido custo operacional 7. Baixo custo de manutenção devido a plataforma de montagem 8. Equipados com motores Rotax 912 de 80 hp ou o 912 de 100hp Abaixo são apresentadas as fotografias 11 e 12 imagens do ultraleve Fox Newstar V7: Fotografia 11: Vista frontal de Ultraleve Fox Newstar V7 Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. 56 Fotografia 12: Vista lateral de Ultraleve Fox Newstar V7 Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Abaixo, na fotografia 13, temos o painel de instrumentos do ultraleve Fox Newstar V7 em detalhe. Pode se verificar grande variação quanto ao tamanho dos instrumentos, e da distância entre eles. Essa disposição pouco organizada dos instrumentos podem causar certa estranheza no piloto, dificultando a leitura dos instrumentos. Fotografia 13: Vista dos instrumentos de controle de Ultraleve Fox Newstar V7 57 Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Ultraleve da marca Starflight, Fox V6 Super Breve descrição disponível no site do fabricante (FOX V6 SUPER, 2011): Estilo, Qualidade e Segurança especialmente para você... Esse é o Fox V6 Super, um novo design em aeronave básica. Este equipamento, entre todos os demais benefícios, traz um novo estilo no mercado dos ultraleves básicos. Construído sobre uma plataforma tubular de alumínio aeronáutico e fibra de vidro laminado com resina de alta durabilidade, asas e empenagem de cauda entelados para um desempenho de vôo excepcional. O baixo nível de ruído e o conforto interno da cabine completam as principais características desta aeronave. O equipamento suporta a utilização de motores Rotax de 65 a 80HP e oferece o maior espaço interno da categoria. "O Fox V6 Super da Starflight é uma aeronave moderna no seu design, extremamente robusta, com baixo custo de manutenção e fino acabamento interno, que mantém toda a tradição das aeronaves Fox." Ciro Queiroz Abaixo são apresentadas as fotografias 14 e 15 do ultraleve Fox V6 Super: Fotografia 14: Vista frontal Fox V6 Super 58 Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Fotografia 15: Vista lateral de Ultraleve Fox V6 Super Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Abaixo, na fotografia 16, temos o painel de instrumentos do ultraleve Fox V6 super, em detalhe. Neste painel observa-se uma padronização no tamanho dos instrumentos e uma disposição organizada dos mesmos. Porém, o posicionamento dos instrumentos de forma horizontal, ou seja, um ao lado do outro, não permite que o piloto faça a checagem de todos os instrumentos com uma única fixação visual. 59 Fotografia 16: Painel de instrumentos do Fox V6 Super Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Ultraleve da marca Starflight, modelo Fox V5 Tandem Breve descrição disponível no site do fabricante (FOX V5 TANDEM, 2011): O Fox V5 Tandem é uma aeronave leve com assentos em linha que incorpora modernas soluções tecnológicas. Visualmente se assemelha ao FOX II, mas tem um desempenho muito superior. (Conheça a História aqui) Principais Caracteristicas: 1 Construida com tubos de alumínio liga 6061-T6 no padrao aeronáutico. 2 Assentos em Linha. 3 Asas e empenagem revestidas com tecido de poliéster importado. 4 Carenagem do cockpit e polaina das rodas fabricadas em fibra, com farol acoplado. 5 Parabrisa alto em policarbonato. 6 O trem de pouso possui amortecedores com molas helicoidais, suporte de motor em aço inoxidável, comando dos ailerons com transmissão tubular, 7 comando dos flaps na lateral do cockpit e bolsas porta documentos. Abaixo são apresentadas as fotografias 17 e 18, imagens do ultraleve Fox V5 Tandem: 60 Fotografia 17: Vista frontal Fox V5 Tandem Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Fotografia 18 Vista lateral de Ultraleve Fox V5 Tandem Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Abaixo, na fotografia 19, temos o painel de instrumentos do ultraleve Fox V5 Tandem, em detalhe. Observa-se dois tamanhos diferentes de instrumentos, sendo relacionados a importância no controle do avião. Porem os instrumentos mais 61 utilizados (maiores, no centro e abaixo). Não ocupam posição de destaque, podendo ter sua leitura dificultada pela localização do manche (manejo de controle do avião). Fotografia 19: Painel de instrumentos do Fox V5 Tandem Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Dentre os ultraleves pesquisados em estudo de caso, o Fox V5 Tandem foi selecionado como o modelo referencial para o desenvolvimento desse projeto. Dessa forma, o posicionamento e escolha dos instrumentos devem estar adequados às características técnicas dessa aeronave. Para melhor entendimento, abaixo, no quadro 4 é apresentada a ficha técnica do ultraleve Fox V5 Tandem. Em seguida, na ilustração 1 é apresentado o desenho do ultraleve Fox V5 Tandem e três vistas: 62 Quadro 4: Ficha técnica do ultraleve Fox V5 Tandem Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. 63 Ilustração 2: Fox V5 Tandem em três vistas Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. Análise dos instrumentos do painel Fox V5 Tandem Os instrumentos utilizados no Ultraleve Fox V5 Tandem são opcionais e não acompanham a aeronave. (STARFLIGHT, 2011). Nesse projeto, a análise dos instrumentos será realizada a partir da fotografia disponibilizada no site do fabricante. A partir dessa fotografia, foram calculadas as medidas aproximadas do painel e a disposição dos instrumentos. Alguns instrumentos não puderam ser identificados com precisão devido à baixa resolução da foto, nestes casos, o nome do provável 64 instrumento estará acompanhado de um asterisco. O resultado é apresentado na fotografia 20: 01 - *Amperímetro 1° circuito 02 - *Pressão do óleo do motor 03 - *Amperímetro 2° circuito 04 - *Conta-giros RPM 05 - Turn and Bank, indicador de coordenação de curva 06 - *Indicador de combustível 07 - *Indicador de temperatura do motor 08 - Velocímetro 09 - Indicador de proa ADF 10 - Climb, indicador de velocidade vertical. 11 - Altímetro. Fotografia 20: Instrumentos e medidas aproximadas do painel de instrumentos do Fox V5 Tandem. Fonte: Starflight indústria de aeronaves LTDA. 65 Quanto a disposição dos instrumentos: a) Nesta disposição, os instrumentos de navegação confundem-se com os instrumentos de motor. b) Mesmo sendo um dos instrumentos principais, o velocímetro está em tamanho menor e não ocupa posição de destaque. c) O Altímetro, embora esteja em tamanho maior, está em uma posição abaixo no painel de instrumentos, dificultando a leitura. d) O Turn, indicador de curva ocupa uma posição intuitiva (centro), facilitando a interpretação. 66 3.2.2 Ferramentas de Criatividade Algumas pessoas vêem a criatividade como uma atividade relativamente não estruturada. Embora isto possa funcionar para algumas pessoas, algumas situações requerem uma abordagem mais estruturada. A liberdade para experimentar é essencial para a criatividade, mas a disciplina pode assegurar objetividade e consistência. (SIQUEIRA, 2007a) Ferramentas de criatividade têm sido utilizadas em diversos setores como na indústria, comércio, publicidade, governo, educação, lazer, entre outros. As ferramentas auxiliam na geração uma grande variedade de ideias, ou elaborar e tornar as ideias mais ricas e completas. Para isso, elas devem fornecer um meio estruturado onde se possa combinar intuição, imaginação, conhecimentos e experiências para a geração de ideias inovadoras. (SIQUEIRA, 2007b) 3.2.3.1 Scamper A ferramenta de criatividade utilizada para a realização do redesign do ultraleve será a SCAMPER. O nome da ferramenta é originário das iniciais dos verbos operadores, que são: Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar, Procurar outros usos, Eliminar e Rearrumar. O uso do SCAMPER é recomendado para se realizar melhorias ou mesmo recriar objetos, sistemas ou processos a partir dos já existentes. (SIQUEIRA, 2011). 67 Abaixo, no quadro 5, apresenta-se de forma explicativa o uso da ferramenta SCAMPER, para melhor entendimento. Quadro 5: Explicação sobre o uso da ferramenta SCAMPER Fonte: Siqueira, 2011. 68 3.2.4 Geração de Alternativas A geração de alternativas é a fase na qual, depois de serem feitas todas as análises, são geradas possíveis soluções para o problema. Dentre os ultraleves pesquisados em estudo de caso, foi selecionado o modelo Fox V5 Tandem, como referencial para o desenvolvimento deste projeto. Dessa forma, a geração de alternativas deve estar adequada às necessidades de navegação e especificações desse modelo de ultraleve, adequando-se às suas necessidades quanto: a) Escolha dos instrumentos que estarão presentes no painel 3.2.4.1 Aplicação Scamper No uso da ferramenta Scamper, os sete operadores funcionam como possíveis soluções genéricas, que posteriormente devem levar a soluções mais específicas. Combinar 1 – Acesso de instrumentos não obrigatórios de vôo através de um único painel interativo. Abaixo, na ilustração 3, apresenta-se de um possível funcionamento de um painel interativo de instrumentos secundários de vôo: 69 LIGA/DESLIGA FUNÇÃO 1 FUNÇÃO 2 FUNÇÃO 3 Ilustração 3: possível funcionamento de um painel interativo de instrumentos secundários de vôo Fonte: o autor. Adaptar 1 – Dispositivo de segurança nos cintos. Para maior segurança, podem ser adicionados dispositivos de segurança em que o avião não ligue e/ou decole, até que todos os cintos de seguranças estejam devidamente travados. Abaixo, na ilustração 5, apresenta-se de forma explicativa um possível funcionamento do dispositivo de segurança no painel de instrumentos: 70 Ilustração 4: Dispositivo liga/desliga no painel de instrumentos Fonte: o autor. 2 – Maior clareza visual no painel de instrumentos: Para maior clareza visual, instrumentos auxiliares de vôo, que não são estritamente necessários e/ou não estão sendo usados no momento, possam ser desligados, através de, por exemplo, uma tela interativa, ou um dispositivo de luzes liga/desliga. Diminuindo a possibilidade de o piloto distrair-se ou confundir-se pelo excesso de informação. Abaixo, na ilustração 5, apresenta-se de forma explicativa um possível funcionamento do dispositivo liga/desliga no painel de instrumentos: 71 LIGA/DESLIGA Ilustração 5: Dispositivo liga/desliga no painel de instrumentos Fonte: o autor. Procurar outros usos 1 - Espaço reservado no painel para guardar e facilitar o acesso aos documentos do ultraleve. Ilustração 5: Porta documentos no painel de instrumentos Fonte: o autor. Rearrumar Rearranjo por ordem de importância. Abaixo, na ilustração 6, a organização dos instrumentos por ordem de importância segundo dados da pesquisa exploratória do scan flow de pilotos. 72 Altímetro Velocímetro H.Artificial Climb Conta-giros ADF Velocímetro Turn H.Artificial Altímetro Cronometro Conta-giros ADF Climb Vôo em linha reta horizontal Turn Altímetro H.Artificial Cronometro Velocímetro Descida com razão e velocidade constantes Climb ADF Conta-giros Turn Cronometro Curva cronometrada variando altitude e curva intercalada variando altitude Ilustração 6: Organização do painel de instrumentos por ordem de importância Fonte: o autor. Para maior clareza, os resultados foram dispostos segundo a ordem dos instrumentos do painel de treinamento da PUCRS. Observa-se também que na disposição desses arranjos o climb foi colocado próximo ao altímetro, por serem funções diretamente relacionadas. Organização dos instrumentos por sequencia de uso: 73 Abaixo, na ilustração 7, a diposição dos instrumentos por sequencia de uso conforme o modo de scan flow radial selecionada: Altímetro H.Artificial Velocímetro Crono C. Giros Turn ADF Climb Voo em linha reta horizontal Velocímetro H.Artificial Altímetro Crono C. Giros Turn Climb ADF Descida com razão e velocidade constantes Altímetro H.Artificial Velocímetro Crono C. Giros Climb ADF Turn Curva cronometrada variando altitude e curva intercalada variando altitude Ilustração 7: Organização do painel de instrumentos por sequencia de uso Fonte: o autor. Disposição dos instrumentos de voo por método de scan flow - Radial selecionada No método da radial selecionada, o piloto passa até 90% do tempo observando o indicador de altitude. A manobra que está sendo realizada determinará a ordem e o padrão dos outros instrumentos a serem olhados. 74 Abaixo, na ilustração 8, a diposição dos instrumentos por sequencia de uso conforme o modo de scan flow V invertido: Turn H.Artificial Climb Crono C. Giros Altímetro ADF Velocímetro Modo V invertido Ilustração 8: Organização do painel de instrumentos por sequencia de uso Fonte: o autor. No modo de scan flow V invertido, os olhos percorrem o indicador de atitude, o indicador de curva e o indicador de velocidade vertical. Ele foi pouco utilizado pelos pilotos durante a pesquisa, por se tratar de um voo realizado unicamente por instrumentos, onde informações como altitude e velocidade não podem ser intuídas pela observação do ambiente, mas apenas através dos instrumentos - o que difere de um voo em ultraleve, onde o piloto possui as informações da altitude e velocidade pela observação do ambiente. Porém, não de forma tão precisa, assim, instrumentos mais sensíveis como o Climb (indicador de altitude) e o Turn (que indica o ângulo de rotação do ultraleve), ganham maior importância. Abaixo, na ilustração 9, a disposição dos instrumentos por sequencia de uso conforme o modo de scan flow retangular: 75 Turn Altímetro H.Artificial Climb ADF C. Giros Velocímetro Crono Retangular Ilustração 5: Organização do painel de instrumentos por sequencia de uso Fonte: o autor. 1 - Organização do painel por agrupamento funcional, obedecendo a classificação dos instrumentos em de navegação ou de motor. Nesta geração, os instrumentos foram separados por agrupamento funcional, segundo a divisão dos instrumentos em; de navegação, ou de motor, de forma conjugada com o os outros critérios como, ordem de importância ou sequencia de uso. Os resultados são apresentados nas ilustrações 10, 11 e 12: 76 Turn Climb Tela Cristal Velocímetro Termometro Altimetro Combustível Conta-giros P. Óleo Botões Ilustração 5: Organização do painel de instrumentos por ordem de importância, sequencia de uso e agrupamento funcional. Fonte: o autor. 77 Velocímetro ADF Termometro Altimetro Turn Climb Combustível Conta-giros P. Óleo Botões Ilustração 5: Organização do painel de instrumentos por ordem de importância, sequencia de uso e agrupamento funcional. Fonte: o autor. 78 Climb ADF Turn Velocímetro Termometro Altimetro Combustível Conta-giros P. Óleo Botões Ilustração 5: Organização do painel de instrumentos por ordem de importância, sequencia de uso e agrupamento funcional. Fonte: o autor. 79 4 RESULTADO DO PROJETO 4.1 DIVISÃO POR AGRUPAMENTO FUNCIONAL Abaixo, na ilustração 9, o painel de instrumentos, com a destaque para os agrupamentos funcionais em instrumentos de navegação e instrumentos de motor: INSTRUMETOS DE NAVEGAÇÃO INSTRUMETOS DE MOTOR Ilustração 9: Esqueleto do painel de instrumentos; botões Fonte: o autor. 80 4.2 INSTRUMENTOS Abaixo, na ilustração 10, o esqueleto do painel de instrumentos com destaque para os instrumentos de navegação: Ilustração 9: Esqueleto do painel de instrumentos Fonte: o autor. 1 ADF Indicador Automático de Direção. Capta sinais de rádio do solo, permitindo ao piloto determinar a posição angular da proa (ou do eixo longitudinal) da aeronave em relação a esse ponto emissor e ajustar seu curso. 2 CLIMB 81 Instrumento que indica a velocidade vertical da aeronave. Indicando a tendência de subida ou descida, antes que o altímetro denuncie mudanças de altitude. 3 VELOCÍMETRO Indica a velocidade aerodinâmica do ultraleve. Instrumento em relógio maior, foi colocado na altura média do painel, por ser um local de fácil leitura, e por não ser possível ocupar a posição superior (onde estão colocados o ADF e o CLIMB), devido as dimensões do painel. 4 TURN O turn, ou indicador de razão curva, Mostra se uma curva está sendo efetuada corretamente, isto é.coordenada ou descoordenadamente. Instrumento em relógio maior foi colocado no centro por ser uma posição intuitiva, visto que a rotação do avião dá-se em torno do centro. 5 ALTÍMETRO Instrumento que nos dá a altitude, em função da variação de pressão atmosférica. Instrumento em relógio maior, foi colocado na altura média do painel, por ser um local de fácil leitura, e por não ser possível ocupar a posição superior (onde estão colocados o ADF e o CLIMB), devido as dimensões do painel. 6 TERMOMETRO Instrumento que indica a temperatura do óleo que circula no motor. Sua checagem é importante para a prevenção de panes do motor, e acidentes. Porém, é utilizado com menor frequência, ocupando assim, a posição inferior do painel. 82 7 CONTA-GIROS Instrumento que indica a potência do motor em rotações por minuto (RPM). Obedecendo aos critérios de agrupamento funcional (por ser um instrumento de motor). 8 COMBUSTÍVEL Instrumento de motor que indica a quantidade de combustível na aeronave. Por questões de segurança, o voo deve ter somente metade da duração da autonomia do avião. 9 PRESSÃO O ÓLEO DO MOTOR Mede a pressão do óleo do motor do veículo, informando ao instrumento do painel a pressão do sistema. Alguns modelos possuem alarme que, em caso de avarias no sistema, alerta o condutor com um sinal sonoro ou luminoso. 83 4.3 DESENHO TÉCNICO Abaixo, na ilustração 13, o desenho técnico do painel de instrumentos: Ilustração 13: Desenho Técnico Fonte: o autor. 84 4.5 RENDERING Abaixo, nas ilustrações 14 e 15 diferentes visões do painel de instrumentos em modelo virtual 3D: Ilustração 14: Rendering Fonte: o autor. 85 Ilustração 15: Rendering Fonte: o autor. 86 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desse projeto foi o reposicionamento dos instrumentos de um painel de ultraleve experimental, a partir do estudo de caso do layout de painéis de instrumentos similares utilizados em aeronaves experimentais. Como base teórica para o projeto, foram utilizadas bibliografias sobre ergonomia, cognição e arranjo físico do posto de trabalho. Também foram utilizadas pesquisas exploratórias quanto ao método de scan flow de pilotos, e realizado também um estudo de caso quanto a ultraleves experimentais. A partir da pesquisa de estudo de caso, também foi escolhido um modelo de ultraleve para ser utilizado como modelo para aplicação do painel. Como resultado, foi proposto um novo modelo de painel, partindo do reposicionamento dos instrumentos e seleção dos principais instrumentos utilizados para voos em ultraleves do painel, obedecendo aos requisitos de ergonomia. REFERÊNCIAS ANAC. Agencia nacional de aviação civil. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/arquivos/aeronaves/aeronavesExperimentais.pdf> Acesso em: [ago. 2011]. Construção amadora – perguntas frequentes. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/certificacao/AvGeral/ProcessoH03/FAQ_ProcessosH03_R 02.pdf>. Acesso em: [dez. 2011]. ANGELUCCI, Enzo. Todos os aviões do mundo: Dos primórdios da aviação até os dias atuais. A participação brasileira na conquista do espaço. 4 ed; Melhoramentos. 285 p. BARSA, Enciclopédia. 2º Volume. 15. ed. 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BÚSSOLA: Instrumento indicador de rumo. Graduado em graus (000 a 359), cuja a agulha se mantém segundo a direção norte-sul magnético. CLIMB, VARIÔMETRO OU VSI: Instrumento que indica a velocidade vertical da aeronave. Graduado em pés por minutos. CONTA-GIROS: Instrumento que indica a rotação por minuto do motor (RPM). GPS: Sistema de Posicionamento Global. Instrumento capaz de receber informações de satélites e que fornece diversas informações úteis ao vôo, como: sua posição em coordenadas geográficas (latitude e longitude), distâncias para outras coordenadas, altitude, proa a seguir para se chegar numa determinada coordenada. HORIZONTE ARTIFICIAL OU INDICADOR DE ALTITUDE – Instrumento que mostra as atitudes de arfagem (movimento da aeronave em torno de seu eixo lateral ) e bancagem (movimento da aeronave em torno de seu eixo longitudinal) da aeronave em relação ao solo INCLINÔMETRO/NÍVEL: Bolinha que aparece dentro de um cilindro de nível logo abaixo do Rate of Turn do Turn Coordinator. Indica se a curva está ou não coordenada. Se a bolinha estiver centrada, significa que a curva está coordenada; ou seja, o eixo longitudinal da aeronave está em paralelo com a direção do vôo. Caso contrário, a curva estará "glissada" - quando houver excesso de inclinação ou aplicação insuficiente do leme de direção (o nariz fica para fora do rumo da curva) ou "derrapada" - quando houver inclinação insuficiente das asas ou aplicação excessiva de comando direcional (o nariz fica para dentro do rumo da curva). INDICADOR DE ALTITUDE: Instrumento que indica qual é a posição da aeronave em relação ao horizonte. INDICADOR DE CURVA, TURN OU BANK: Mostra-nos se uma curva está sendo efetuada corretamente, isto é.coordenada ou descoordenadamente. rolamento ou longitudinal (bank) variado, utilizando-se os ailerons e horizontal, que mostra a inclinação da aeronave no seu eixo lateral ou transversal (pitch) variado, utilizandose os profundores e/ou o compensador. INDICADOR DE PROA OU GIRO DIRECIONAL: Bússola controlada giroscopicamente com o objetivo de indicar o heading (proa) da aeronave. Permite ao piloto terminar as curvas e manter o curso desejado com precisão. MANCHE: Alavanca que acionada a direita ou a esquerda comanda os ailerons, para frente e para trás o profundor, realizando curvas. MANÔMETRO: Instrumento que indica a pressão do óleo circulante no motor. Graduado em Kg/cm2 ou Lb/Pol2 (PSI). PRESSÃO O ÓLEO DO MOTOR: Mede a pressão do óleo do motor do veículo, informando ao instrumento do painel a pressão do sistema. Alguns modelos possuem alarme que, em caso de avarias no sistema, alerta o condutor com um sinal sonoro ou luminoso. PROA: Direção na qual o nariz da aeronave está apontando. Essa não é, necessariamente, a direção na qual se está voando (curso), mas, na prática, acaba se utilizando o mesmo termo para referirem-se ambas as partes. O acréscimo de altitude e com as variações da densidade do ar, certas variações devem ser consideradas para se obter a velocidade verdadeira e a velocidade em relação ao solo. Graduada em K.P.H. ou M.P.H. RAZÃO DE CURVA: Pequeno desenho de aeronave existente no Turn Coordinator, o qual se inclina para o lado em que se está fazendo a curva, indicando a razão em graus por segundo. Todos os procedimentos IFR usam uma razão de 3 graus por segundo, que corresponde às marcas referenciais "L" - de left [esquerda] - e "R" -de right [direita]. Isso significa que, fazendo uma curva coordenada à razão de 3 graus por segundo, em 2 minutos terá sido completado um giro de 360 graus. TERMÔMETRO: Instrumento que indica a temperatura do óleo que circula no motor, graduado em graus Centígrados (Celsius) ou Farenheit. VELOCÍMETRO: Instrumento que indica a velocidade aerodinâmica. Mede a diferença entre a pressão estática e dinâmica. Só podem ser interpretados diretamente quando se voa no nível do mar e na atmosfera padrão.