Movimento entre as frentes
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O Unia para você! Congresso da USS Metas sindicais para os próximos 10 anos 2 Cardinal Uma história de sucesso – Vale a pena lutar! Perguntas 3 13° salário – Você sabe o que é isso? 4 Nr. 9 | November 2010 | português Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch Quarta ronda de negociações salariais entre a SSE e os sindicatos Movimento entre as frentes A quarta ronda de negociações sobre o aumento salarial de 2011, entre a Sociedade Suíça de Empreiteiras e os sindicatos Unia e Syna, movimentou ambas as frentes. Mesmo se as duas partes ainda não chegaram a um consenso, cada uma deu um passo construtivo em direcção à outra, distanciando-se das suas revindicações máximas. Assim sendo, os parceiros sociais deverão agora discutir internamente, no seio da organização e estabelecer um compromisso aceitável. Este, será apresentado no dia 19 de Novembro, durante uma nova etapa de negociações salariais, ou seja, pouco antes das conferências profissionais dos sindicatos Unia e Syna no dia 20 de Novembro. Desta forma, os parceiros sociais ainda poderão encontrar uma solução válida relativa aos salários de 100.000 trabalhadores da construção civil para o próximo ano. A luta continua – nova ronda de negociações. Reunião da Comissão de Migração do Unia Contra a expulsão, objectivos para 2011 A reunião da comissão de migração da Unia realizou-se no passado sábado, dia 13 de Novembro. Para os membros da comissão a campanha contra a iniciativa da UDC/SVP, sobre a expulsão de estrangeiros, deixou a desejar. Nesse sentido, durante a reunião, algumas propostas foram apresentadas a discussão, e espera-se agora uma posição clara no que diz respeito à continuação e à posição que deverá ser tomada após a votação. Sobre a mesa de trabalhos, também estavam as consequências dessa nova lei, que o Dr. jurista Spasche apresentou aos participantes os seus primeiros impactos. Foi principalmente discutido o plano do trabalho sindical para o próximo ano. Para o departamento de migração os seguintes objectivos foram lançados: Pessoas de confiança nReforçar a relação com as pessoas de confiança do GI Migração, de acordo com as decisões e sugestões do Unia-forte e da documentação gerada após o Congresso extraordinário do Unia, nEstabelecer um acordo com as regiões referente ao trabalho do GI. Visitar ao menos 4 regiões, nUma melhor coordenação do tra- balho em equipa com as regiões, as secções e o GI Migração, nColocar em prática cursos para as pessoas de confiança. Pelo menos 5 cursos de nacionais, nContribuir com a campanha contra os licenciamentos anti-sindicais (através de reuniões de informação, cursos, publicações no «Horizonte» e etc.). Prestações aos membros migrantes nContinuar o curso «Progredir», nUm guia referente ao artigo «antidiscriminação» será levado em conta para as próximas negociações do CCT e se possível será ampliado a todos os sectores. Campanha política nLançamento de uma campanha nacional contra o racismo e a xenofobia (a forma e o conteúdo da campanha estão ainda em aberto), nRecolha de assinaturas para a iniciativa do salário mínimo, nMobilização dos homens e das mulheres migrantes para o «Dia de greve das mulheres» no dia 14.06.2011, nLançamento da iniciativa por um salário mínimo. a oferta de cursos de língua, nContinuar os projectos Espanha e Portugal, eventualmente amplia-lo para outros países, nCursos «Movendo». Objectivos organizacionais nEncorajamento da nova geração (em particular migrante) Movimento CCT nContinuação nAmpliar nTrabalho de informação entre as organizações de migrantes sobre os novos CCTs: dos empregados e empregadas domésticas, da hotelaria e dos temporários, Cursos de aperfeiçoamento profissional dos cursos de língua na Basileia, Suíça central, Berna e Vaud, nEstabilização e ancoragem do Projecto Progredir Lausana, dias 3 e 4 de Dezembro: Congresso Extraordinário do Unia Discussão privilegia relações sindicais Nos próximos dias 3 e 4 de Dezembro em Lausana se realizará o primeiro Congresso Extraordinário do Unia. Durante o Congresso, além de serem abordados temas estatutários e tratar as propostas apresentadas, será discutido extensivamente como fortalecer o sindicato através de suas relações sindicais. O Primeiro Congresso Ordinário do Unia, realizado há dois anos em Lugano, foi marcado por interessantes e animadas discussões. Nesta ocasião foi definido como uma das prioridades do Unia reforçar o papel dos seus delegados sindicais e pessoas de confiança, a fim de fortalecer o sindicato Unia. Desde então, as regiões e sectores do Unia tem feito um grande esforço para ampliar e fortalecer sua rede de relações sindicais. A força do Unia O sindicato Unia está ciente de que a força do Unia está em seus afiliados e afiliadas. Para enfrentar os desafios actuais, a participação activa de seus afiliados e afiliadas é necessária. Esta participação só é possível se o sindicato contar com uma extensa rede de relações sindicais capazes de defender os direitos dos trabalhadores nas empresas e sensibilizar os seus colegas de trabalho sobre as campanhas sindicais. Dado ao grande número de participantes e a variedade de propostas apresentadas durante o Congresso Extraordinário, contamos com um debate intenso e interessante. CCT – Sector de instalação eléctrica Aumento salarial de mais de 3% para os electricistas O Acordo salarial concluído no ramo de instalação eléctrica prevê um aumento de 200fr para a mão-de-obra que tenha, no mínimo, 5 anos de experiencia profissional. Os salários mínimos progredirão de 50 à 350fr, segundo a categoria. No dia 21 de Novembro em Berna, durante a conferencia de múltiplos ramos do Unia, em torno de 100 delegados e delegadas aprovaram um acordo salarial para o sector de instalação eléctrica. Os esforços do Unia foram reconhecidos e os trabalhadores recompensados com uma melhora substancial de salário, indiscutivelmente merecida. 45% se beneficiarão de um aumento de 200fr Além dos 5 anos de experiencia profissional, os salários aumentarão em até 1,5% a título individual. Assim, a massa salarial aumentará aproximadamente 3,2% de acordo com o ramo de actividade. Salários mínimos e reconhecimento de títulos Quanto aos salários mínimos, eles terão um aumento, segundo a categoria de 50 à 350fr. Entre outros, a CCT do ramo de instalação eléctrica e telecomunicações, prevê também a criação de um grupo de trabalho responsável pela classificação dos diplomas profissionais estrangeiros dentro das diferentes categorias salariais. horizonte Notícias breves China: Livre-comércio somente se o trabalhador for respeitado Durante o Congresso da USS, a convidada de honra, a sindicalista chinesa Monina Wong, suplicou em favor da solidariedade internacional dos trabalhadores. Wong falou sobre as lutas sindicais e as condições de trabalho na China, aonde o direito de greve não é reconhecido e os sindicatos não são totalmente livres. Uma colaboração internacional é necessária. Em Março passado o Unia, a Solifonds e a Labor Action China pressionaram a comissão organizadora do salão mundial da Relojoaria e jóias «Baselworld» para que estes excluíssem empresa Lucky Gems do encontro. A empresa de jóias Lucky Gems recusava-se a indemnizar os seus trabalhadores vítimas de silicose. OIT: Trabalho decente para todos, excepto na OIT No último dia 10 de Novembro, 500 empregados da Organização Internacional do Trabalho bloquearam o conselho de administração da organização para protestar contra a precariedade do trabalho dentro da instituição. Os funcionários da organização que é responsável pelo direito dos trabalhadores e sindicatos no mundo inteiro exigiam: Maior transparência nas contratações, o respeito ao direito à negociação colectiva, o fim da utilização abusiva de contractos de curta duração e de contractos precários. Segundo uma delegada, até mesmo medidas anti-sindicais foram tomadas pela organização: os funcionários com contractos de curta duração que procuraram o sindicato foram demitidos! Como todas as organizações internacionais a OIT é também vítima da crise. Contudo a fundação não escapará ao sindicato, ela tem a obrigação de preservar a sua credibilidade e dar um bom exemplo. Eleições brasileiras: Dilma Rouseff, primeira mulher presidente do Brasil No passado dia 31 de Outubro de 2010, Dilma Roussef foi eleita presidente do Brasil com 55 milhões de votos, ou seja 56,05% dos votos validos contra o seu concorrente José Serra. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) a «dauphine» de Lula assumirá o poder em princípios de 2011. Economista, filha de pai Búlgaro e mãe mineira Dilma participou activamente no processo de redemocratização do Brasil, logo após o fim da ditatura militar. Sobre a eleição de sua protegida Lula afirmou: «o resultado das eleições deixa claro que no Brasil não importam as diferenças de origem social, de sexo, de sotaque ou de fortuna, somos todos brasileiros». Ora, a realidade da sociedade brasileira está longe de dar razão ao presidente, em função destas diferenças nem todos tem as mesmas chances, no entanto nós, migrantes na Suíça, gostaríamos muito de ouvir essas palavras saírem da boca de um homem político suíço: «não importa a cor, sexo, sotaque ou fortuna, nós somos todos suíços». 2 Nr. 9 | November 2010 | português Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) Descubra a calculadora salarial No mês de Novembro o Sindicato Unia colocou em linha um novo serviço: A calculadora de salários mínimos, o endereço electrónico é www. service.cct.ch. Graças a esta nova página, os trabalhadores e as trabalhadoras, empresários, autoridades e jornalistas poderão calcular, de forma rápida e simples, os salários mínimos aplicáveis a um grande número de sectores e ramos profissionais. Cerca de 40% dos contratos de trabalho existentes na Suíça estão sujeitos ao pagamento de um salário mínimo obrigatório cuja quantia deve ser respeitada em qualquer caso. O estabelecimento de salários mínimos obrigatórios para diferentes ramos e profissões é uma importante arma na luta contra o dumping salarial. Alguns empresários tentam beneficiar do excesso de mão-de-obra e oferecem salários abaixo dos mínimos estabelecidos, provocando assim o dumping salarial e prejudicando as empresas que respeitam as disposições convencionais. Para poder lutar contra esse flagelo, é importante que os trabalhadores e trabalhadoras tenham conhecimento dos salários mínimos que têm direito e que infor- mem os sindicatos sobre as empresas que pratiquem o dumping salarial. Graças a esta nova página na internet www.service-cct.ch (disponível em francês, alemão e italiano) todas as pessoas interessadas podem aceder a essa informação de forma simples e rápida. Qual é o meu salário mínimo? A calculadora de salários mínimos se www.gav-service.ch Uma nova arma contra o dumping salarial. Congresso da USS Mais justiça social e protecção aos despedimentos Nos passados dias 5 e 6 de Novembro os delegados de União de Sindicatos Suíços (USS) estabeleceram os eixos principais da política sindical para os próximos dez anos. Salários mais altos, fim da discriminação salarial entre homens e mulheres, uma melhor reforma bem como a luta pelo desmantelamento social, foram alguns dos temas abordados no 54° Congresso da união de sindicatos Suíços (USS). Entre os temas principais cabe destacar o lançamento da iniciativa pelos salários mínimos e luta para uma maior protecção aos delegados sindicais. Iniciativa pelos salários mínimos Entre as prioridades da USS constam um maior empenho contra o trabalho precário e os salários extremamente baixos. Por isso, a USS lançará na metade de Janeiro uma iniciativa para a introdução de salários míni- Acabar com as demissões anti-sindicais Mais 120.– Quanto à campanha para acabar com as demissões anti-sindicais, os congressistas mostraram-se decididos a lutar para que sejam castigadas de forma mais enérgica as empresas que despeçam activistas sindicais e para que se leve a cabo as reformas legais necessárias que permitam obrigar as empresas a readmitir as pessoas que forem despedidas por esse mesmo motivo. Nesse sentido, a USS já apresentou no procedimento de consulta iniciado pelo Conselho Federal, as alegações correspondentes. Caso não se aceitem as revindicações sindicais, os delegados mostraram-se decididos a estudar o lançamento de uma iniciativa popular a esse respeito. Todos beneficiam do CCT. Estabelecendo o futuro da politica sindical. Um novo corpo executivo Paul Rechsteiner foi reeleito para um quarto mandato como Presidente da USS. Também os Vices presidentes, Vania Alleva (Unia) e Giorgio Tuti (SEV), foram confirmados nos seus respectivos cargos. Quanto ao resto dos membros do executivo, procedeu-se à reeleição de Alain Carrupt (GeKo), Stefan Giger (VPOD) e Andreas Rieger (Unia), assim como a incorporação de três novos membros: Renzo Ambrosetti (Unia), Daniele Lenzin (comedia) e Katharina Prelicz (VPOD). A Roche anuncia o plano para a eliminação de 4800 postos de trabalho balhadores concordaram em lutar ao lado do sindicato. Uma primeira assembleia de funcionários foi marcada para o dia 23 de Novembro. O Unia felicita igualmente o conselho O Unia rejeita os planos de corte, especialmente no que diz respeito ao encerramento do centro de Burgdorf que afectará 310 pessoas. Em menos de 24 horas o Unia entrou em acção Na manhã do dia seguinte ao anúncio feito pelo laboratório o Unia estava presente no centro da empresa em Burgdorf, mais de 310 tra- Holcim: Um bom acordo salarial na indústria de cimento mos. Além disso, os congressistas exigem bons aumentos salariais gerais e aprovaram um documento onde reclamam trabalho a tempo completo e boas condições de trabalho. Indústria Farmacêutica No passado dia 17 de Novembro, o laboratório suíço Roche anunciou o seu plano de reestruturação. Nele se prevê a eliminação de 4.800 postos de trabalho no mundo, entre estes, 770 na Suíça. baseia nas disposições salariais dos principais Contratos colectivos de trabalho (CCT), obrigatórios ou não, existentes na Suíça. Este banco de dados permite aos trabalhadores e trabalhadoras que recebem um salário mensal saber qual é, em função da sua profissão e qualificação profissional, o valor do salário que devem ganhar. Para às pessoas que trabalhem por hora, a calculadora calcula, não somente o salário que o empregado ou empregada deve ganhar, mas a indemnização correspondente a férias, feriados e o valor do décimo terceiro salário. Além do mais, esta página oferece outras funções complementares, como, por exemplo, poder baixar os textos originais dos CCT corrigidos, que atingem quase 90. executivo do cantão de Berna e as autoridades da cidade de Burgdorf pelo apoio na luta contra o encerramento anunciado pela Roche. Fechar as portas no centro de Burgdorf é inaceitável A Roche comprometeu-se, através do CCT, «de esforçar-se para garantir, em todas as suas empresas a manutenção e renovação de postos de trabalho». Sendo assim, o Unia exige que a direcção da Roche elabore, junto com seus parceiros sociais, um plano com soluções alternativas: n O encerramento do centro de Burgdorf é inaceitável; n Os cortes de empregos devem ser reduzidos ao mínimo; n O período de consulta deve ser prorrogado até o dia 31.12.2010 para que seja possível analisar a situação e elaborar alternativas. Durante as negociações salariais com a Holcim, o Unia obteve um aumento de 120 francos. No que diz respeito aos salários mínimos, o aumento poderá ser até 2,3%. Além disso, os salários mínimos serão automaticamente ajustados à inflação. O Unia obteve um bom acordo salarial com a Holcim. Em média, os salários mensais da Holcim subiram 120 francos, deste valor, 100 francos foram dados colectivamente a todos os colaboradores. Os salários mínimos aumentaram igualmente de 100 francos, passando a 5475 francos por mês para funcionários qualificados, 4852 para funcionários semi-qualificados e 4430 para a mão-de-obra não qualificada, respectivamente a partir dos 20 anos*. Ou seja, um amento que oscila entre 1,8 e 2,3% em função da categoria. O Unia está satisfeito com este resultado. Especialmente porque uma melhor convenção colectiva de trabalho foi estabelecida para os três próximos anos. A nova convenção repercute directamente sobre os salários mínimos, bem como sobre os aumentos gerais de salários negociados e prevê igualmente uma licença paternidade mais extensa, de pelo menos uma semana paga com um salário de 100%, o empregado poderá optar também por uma segunda semana paga à 80% do salário. *Válida para o antigo campo de aplicação da Convenção Nacional. Para os outros assalariados (cimenteiras), os salários mínimos citados acima são oferecidos aos funcionários qualificados a partir de 25 anos, para a mão-de-obra semi-qualificada a partir dos 23 anos e para os não qualificados, a partir de 20 anos. horizonte Comércio a retalho Restruturação da Coop Os funcionários precisam de soluções aceitáveis No fim do mês de Outubro o Coop anunciou uma reorganização dos seus centros de distribuição. Essa reestruturação supõe, a partir de 2015 o encerramento de algumas centrais e a amplificação do centro de Schafisheim. A reorganização afectará 1.200 empregados e empregadas. O maior empregador da Suíça deixa a desejar. Migros efectua cortes na caixa de pensões: Os funcionários protestam contra as ameaças de redução das suas reformas do Ticino, Vaud e Genebra exigem que a Caixa de pensão da Migros renuncie a esses projectos. «Trabalhar mais por menos regalias na reforma? Não, obrigado!» Migros quer reduzir sensivelmente as prestações da sua caixa de pensões. Mais de mil empregados da Migros das regiões de Genebra, Vaud e Ticino lançaram uma petição contra o plano de desmantelamento da Migros. Os empregados e empregadas da Migros trabalham num ramo no qual os salários são baixos. Mesmo trabalhando no duro eles tem dificuldades em economizar e precisam de cada centavo da sua reforma. E é precisamente aí que o «gigante laranja» pretende efectuar cortes. Não é a primeira vez, que o Migros já elevou a idade da reforma em 2005. Hoje, a cadeia de retalho está a estudar novas medidas, ainda mais rigorosas, para desmantelar o seguro social. nUm aumento na idade da reforma de 63 aos 64 anos; nUma redução dos benefícios em caso de reforma antecipada nRedução nas taxas anuais Os encarregados da Migros devem assumir a sua responsabilidade social Um trabalhador que ganha um salário anual de 50.000fr perderá cerca de 2.000fr da sua pensão, por cada ano, com as medidas propostas. É demais na opinião dos funcionários da Migros. Mais de 1000 empregados e empregadas da Migros dos cantões Até agora, a Migros tinha um bom motivo para se orgulhar do seu fundo de pensão social. Com esta nova medida de desmantelamento, a Caixa desresponsabiliza-se unilateralmente dos riscos e coloca os mesmos nas costas dos assegurados e asseguradas. Um desmantelamento de tal amplitude não se justifica, mesmo porque o seu fundo de pensão floresce a olhos vistos. Além do mais, o povo suíço votou claramente, na primavera, contra o desmantelamento das rendas de pensão. Evitar o desmantelamento na caixa de pensão A Assembleia de responsáveis pelo Fundo de Pensões já validou certamente os valores centrais da revisão, mas tomará uma decisão definitiva somente no próximo ano, quando estabelecerá os regulamentos da caixa. Os funcionários da Migros convidam os responsáveis a rejeitar corajosamente o plano de desmantelamento da MPK. Qualquer outra decisão seria um sinal fatal da parte do «maior empregador da Suíça» aos seus empregados e empregadas. Com a reorganização anunciada da Coop, a partir de 2015, as centrais de distribuição e as padarias industriais da Basileia, Giviziez, Hinwil e Wallisellen fecharão suas portas. Ao mesmo tempo, também se prevê a supressão de postos de trabalho nos centros de Aclens, Berna, Dietikon, Gossau e Pratteln. No total, 1.200 postos de trabalho irão desaparecer. Em contrapartida, se procederá à criação de 1.000 novos postos de trabalho em Schafisheim. Evitar demissões e elaborar um plano social A reestruturação anunciada acarretará graves consequências para os funcionários afectados. Felizmente, como a Coop anunciou os seus planos com antecedência, os agentes sociais terão tempo para procurar soluções para os empregados afectados. O Unia, no âmbito do processo de consulta previsto na legislação em vigor, vai discutir com os trabalhadores e trabalhadoras atingidos, o procedimento mais adequado a seguir. Nas primeiras discussões estabelecidas entre o Coop e o Unia, o grupo comprometeu-se a oferecer a todas as pessoas afectadas um posto de trabalho adequado, seja em Schafisheim, ou em qualquer outro lugar dentro do grupo de vendas e a elaborar, junto com os parceiros sociais, um plano de apoio destinado a atenuar os efeitos da reestruturação Aumentos salariais de 100fr, padronização dos salários mínimos na Suíça romanda até 2012 e a introdução de uma garantia, são algumas das melhorias do novo CCT para o sector de acabamento da Suíça francesa. Baseados nos resultados de uma pesquisa realizada entre os funcionários do sector de acabamento, o sindicato empreendeu, na primavera deste ano, as negociações com os empregadores a respeito do novo CCT. Após várias rondas de negociações, finalmente, um acordo foi alcançado. Assim, no passado dia 8 de Novembro, os delegados dos Sindicatos Unia e do Syna do sector de acabamento da Suíça Romanda aprovaram, maioritariamente, o novo Contrato Colectivo de Trabalho. Melhores salários e protecção contra o dumping salarial Sem dúvida alguma, uma das melhorias mais importantes do novo CCT é o aumento dos salários reais em 100fr (+0.55 para os salários a hora) e a revisão automática dos mesmos. Além disso, se procederá a uma uniformização dos salários mínimos em todos os cantões da Suíça francesa, até alcançar, em 2012, um salário de 5154fr (13 mensalidades), ou de 29fr por hora para o pessoal qualificado. Em alguns cantões isso implicará um aumento de até 250fr mensal. Os delegados mostraram-se satisfeitos com as melhoras adquiridas em matéria salarial, assim como, com a introdução do pagamento obrigatório de uma garantia por parte das empresas. Para os delegados o pagamento desse calção pressupõe um importante instrumento na luta contra o dumping salarial. Outras melhoras Também conseguimos melhorar o plano de reforma antecipada (RE- Os trabalhadores do sector de acabamento têm mais um motivo de alegria. SOR), procedendo a um aumento das pensões em 300fr, elevando-as, respectivamente a 3800 e a 4800fr. Este aumento abrange também os trabalhadores do Tessino e da Basileia. Finalmente, cabe destacar outras melhorias, como a qualidade da restauração, assim como o aumento dos dias de licença de paternidade. O Seco tem que actuar de maneira rápida É fundamental que, a fim de evitar o dumping salarial, os salários mínimos se apliquem o mais rápido possível aos trabalhadores deslocados e temporários. Para eles, os delegados e os seus Sindicatos esperam que o Seco actue rapidamente com a declaração de obrigatoriedade do novo CCT, que abrange 15.000 trabalhadores e estará em vigor até 2015. nGarantia de protecção contra demissões para aqueles que aceitarem um novo posto dentro do grupo Feldschlösschen; nPara aqueles que forem trabalhar em Reinfelden, Sion ou Satigny, durante 3 anos, 2 horas do trajecto, serão contadas como horas de trabalho; nOs gastos com transporte serão igualmente pagos por um período de 3 anos; nAs indemnizações de mudança serão igualmente aumentadas. Colhem-se já os frutos da determinação dos funcionários da Cardinal e do apoio dos habitantes da região de Friburgo. Os funcionários da Cardinal, reunidos em assembleia, aceitaram o resultado das últimas negociações com a Feldschlösschen. A determinação dos trabalhadores, que não hesitaram em parar o trabalho para expressar Para maiores informações consulte o Unia. Melhorias do novo CCT Valeu a pena lutar! Colaboração estreita entre Unia e Cardinal prevista. O objectivo principal é de realizar a reestruturação, sem causar nenhum despedimento. Romandia –Sector de acabamento na construção Saga da Cardinal Mais da metade dos funcionários beneficiará de um emprego na grande Friburgo, ou de uma reforma antecipada. Um bom plano social poderá atenuar as consequências do encerramento da cervejaria Cardinal. As autoridades devem responsabilizar-se e esforçar-se para manter a excelência da produção de cerveja na região. Os centros de distribuição do Coop serão reorganizados em 2015. Photo: Thierry Porchet Migros Concretamente 3 Nr. 9 | November 2010 | português as suas revindicações, bem como a manifestação no passado mês de Setembro, aonde mais de 3000 pessoas foram mobilizadas durante 24 horas, conduziram a um resultado que é do agrado de todas as partes. Entre os resultados obtidos, contase com cerca de 30 reformas antecipadas e mais de uma dezena de colocações garantidas em Givisiez. Assim, mais da metade das 75 pessoas atingidas, com o encerramento da fábrica, obtiveram respostas claras à resolução dos seus problemas. Fruto de duras negociações, entre o Unia, a comissão de trabalhadores e a Feldschlösschen, o resultado foi um bom acordo no plano social. Autoridades devem respeitar seus compromissos Colaboração estreita entre o Unia e os funcionários da Cardinal. As principais aquisições foram: n30 pessoas beneficiarão de uma aposentadoria antecipada aos 60 anos; nAs indemnizações oferecidas àqueles que não podem aceitar um emprego dentro do grupo cervejeiro, serão distribuídas em, em média 10 meses (mín. 6 meses); nAqueles que saírem do grupo antes do fim da produção terão direito a uma indemnização de 6 meses de salário. nUma indemnização de 4000 francos por cada filho será acordada; Desde o princípio, o Unia e os funcionários, pediram às autoridades que fosse criado um grupo de trabalho para a garantia dos empregos industriais na região e a conservação das competências locais na fabricação de cerveja. A cidade, o cantão e as estruturas de promoção económicas devem, nesse sentido, manter e respeitar seus compromissos. horizonte Pergunte, que nós respondemos 13° Salário, chegou a hora Na folha de pagamento do mês de Dezembro muitos trabalhadores recebem o 13° salário, ou um bónus. Para muitas pessoas, a diferença entre um e outro e a sua obrigatoriedade não é clara. Qual é a diferença entre o 13 º salário e o bónus? Na Suíça, nem no Código de Obrigações, nem a Lei do Trabalho prevê o pagamento obrigatório do 13 º salário ou do bónus. No entanto, o seu pagamento só é obrigatório se constar no Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) em vigor, ou no contrato individual de trabalho. O bónus é uma prestação voluntária, cuja quantia depende de uma série de factores, tais como a situação económica da empresa, o seu desempenho e etc. Caso a relação laboral tenha terminado antes do fim do ano, o pagamento do bónus proporcional correspondente, só é obrigatório se este for expressamente estabelecido no contrato de trabalho. O 13° salário faz parte do salário e, portanto, caso a relação de trabalho seja interrompida durante o ano em curso o pagamento proporcional do mesmo é obrigatório. No seu contrato, caso sejam utilizadas expressões dúbias, tais que: «o empregado recebe um 13° salário como gratificação», os tribunais podem decidir a favor do trabalhador e interpretar que o empregador se comprometeu a pagar o 13° salário e não uma gratificação. Caso não tenha um contrato de trabalho escrito convém informar-se se o sector em que trabalha está sujeito à aplicação de um CCT ou não. Neste caso, deve saber se o pagamento do 13° é obrigatório, total ou parcial. Devo incluir o 13º salário ao cálculo de pagamento de horas extras? Eu tenho uma pergunta a respeito do pagamento das horas extras. Recebo um salário mensal de 5.000fr. e meu contrato estabelece claramente que eu tenho direito ao 13° salário, que será pago com o salário de Dezembro. Nos últimos dois meses faltaram funcionários e eu tive que fazer muitas horas extras. O patrão disse-me que eu não poderia compensar essas horas extras com dias de folga mas que eu iria recebê-las em dinheiro no final de Dezembro. A minha jornada de trabalho é de 40 horas por semana e o meu contrato de trabalho estipula que horas extras deverão ser pagas com um acréscimo de 25%. Nesse caso, a minha pergunta é: Deverei incluir o 13° salário ao cálculo do pagamento das minhas horas extras? O 13° salário é uma parte do salário e se diferencia do restante do salário somente pelo seu vencimento e pagamento. O seu tratamento é exactamente igual ao resto do salário, portanto, está sujeito a cotizações. Deve levar em conta na hora de calcular as prestações em caso de doença, acidente ou desemprego. Assim sendo, ele também deve ser incluído na hora de calcular o pagamento de horas suplementares. A fórmula utilizada é a seguinte: 125% x Salário anual (incluindo o 13 º salário/ (horas por semana x 52). No seu caso, se o contrato não prevê outra coisa para o cálculo de horas extras, atendendo a fórmula anterior, o seu chefe deve pagar: 39,10fr por cada hora extra realizada. 125% x (5000fr x 13)/(40 x 52) = 39,10fr. 4 Nr. 9 | November 2010 | português Justiça «Pela primeira vez na vida eu senti um medo existencial» A vida da funcionária portuguesa saiu fora do controle quando não tinha dinheiro para as despesas de aluguer nem para as de aquecimento. A portuguesa Andreia Dinis trabalhou mais de dois anos no restaurante Milchbar, em Zurique. Essa foi a sua primeira actividade laboral fixa na Suíça. Ela alegrava-se com a ideia de ter um rendimento regular e uma vida mais segura. Agradecida pela oportunidade, trabalhava no duro. A satisfação dos clientes e do seu chefe eram importantes para ela. Em troca, o patrão negava-lhe horas livres para ir ao médico ou até para procurar um apartamento. A Andreia Dinis simplesmente aceitava dado que ter um trabalho fixo falava mais alto nessas horas. Na condição de efectiva, as irregularidades no pagamento começaram a ser uma constante. Já no primeiro mês faltaram mais de 200fr no seu salário. Conforme o CCT( Contrato Colectivo de Trabalho) em vigor, Andreia teria direito a um salário mínimo e a um 13° salário. Por mais de 2 anos o seu salário foi depositado irregularmente, e do seu 13° salário, a Andreia tão pouco viu um centavo. O patrão, quando questionado, sempre se desculpava dizendo que iria reembolsá-la no mês seguinte ou que não tinha tempo. Carregada de dividas Andreia começou a sentir o peso dos desfalques no seu salário. O seu companheiro estava desempregado e o jovem casal dependia inteiramente do salário dela, que era de 2.600 francos. As pequenas economias do casal foram rapidamente esgotadas. As contas se acumulavam; Andreia Dinis está novamente de bom humor, após a intervenção da Unia ela pode finalmente receber seu dinheiro de volta. «Eu estava ansiosa e 24 horas por dia sentia uma grande pressão sobre mim», descreve com emoção a Andreia. Quando a situação se tornou insuportável ela procurou os serviços do Unia. Através de uma carta a assessoria jurídica do Unia convidou o patrão a saldar suas dívidas. No entanto, as cartas foram devolvidas fechadas. Porém, a pressão do sindicato se fez sentir: No mês seguinte Andreia recebeu seu salário correctamente. Uma gota no oceano: contudo, dos salários passados não viu nada. Os inspectores do Unia constataram que o seu chefe devia à jovem mais de 9.000fr! A assessoria jurídica entrou com um processo e preparava a acusação para levar ao tribunal quando o patrão, que não queria correr o risco de ser processado, aceitou fazer um acordo. De repente, as coisas se aceleraram e a jovem, que já não trabalhava mais para o Milchbar, recebeu os valores que faltavam. Assim, o Unia retirou a queixa. Desde então Dinis não encontrou um novo trabalho, mas pôde respirar aliviada; «Foi uma época terrível, com todos esses medos», diz ela, e lamenta o fato de não ter procurado o Unia antes. / Per Johansson Estrangeiros dispõem de mais um veículo de expressão Para aqueles que não possuem o passaporte vermelho: O portal «baloti» simula uma votação. Estrangeiros e estrangeiras podem, a través do site www.baloti.ch, exercitar a democracia directa Baloti que significa em esperanto «votar», é uma plataforma multilingue de voto virtual, ela se inscreve em um projecto-piloto e nasceu de uma parceria entre a Universidade de Neuchâtel e o Centro pela Democracia de Aarau. No site é possível informar-se sobre as votações do momento, seu conteúdo, os resultados oficiais e aqueles colectados pelo Baloti e finalmente votar. Para votar basta inscrever-se no site e esperar pela senha. Dois vídeos explicam passo a passo como proceder até o momento do voto. O site, além de explicitar o projecto de lei em que se está votando, disponibiliza 3 argumentos a favor e 3 contra o conteúdo a ser votado, além de mostrar quem são os partidos ou os grupos de interesse que apoiam ou que não apoiam a sugestão. Aprender a votar Votar é um exercício de cidadania. tivo, ele procura mostrar as pessoas como a democracia directa na Suíça funciona» nos explica o Dr. Uwe Serdült, director do programa. Como se trata de um projecto piloto, não se sabe ainda qual repercussão essa plataforma terá na imprensa e na politica do país, contudo o Dr. Serdült afirma que o intuito do empreendimento é menos politico que cientifico «nós publicamos os resultados das votações de Baloti ao mesmo tempo que os resultados das eleições oficiais são publicados. Nós nos interessamos em mostrar que o comportamento de voto dos estrangeiros não é diferente do comportamento de voto dos Suíços, contrariando assim a opinião pública.» O site está em constante desenvolvimento e as melhorias são feitas passo a passo. Mesmo assim faltam eleitores «Infelizmente, poucas pessoas votam, somente 10% daqueles que visitam o site» desabafa o director. Plataforma de expressão A ideia do site é extremamente interessante porque toca em um ponto crucial da vida democrática Suíça: O fato que um quinto da população é deixada de lado quando o assunto é votação. Sem o direito ao voto o estrangeiro e a estrangeira não pode expressar-se sobre leis que, na maioria dos casos, dizem respeito ao seu futuro e o da sua família. Uma vez excluído do processo eleitoral, aquele que não tem passaporte não tem outra escolha além de obedecer à leis para as quais ele não votou. O programa «baloti» pode funcionar como um veículo de expressão para aqueles que oficialmente não podem expressar-se. Vale a pena explorar e utilizar este serviço! «O Baloti é primeiramente um projecto educa- Impressum: Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Sylviane Herranz; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Gianfranco Helbling | Redaktionskommission M. Akyol, I. Barros, D. Filipovic, O. Osmani, M. Martín | Sprachverantwortliche Izabel Barros | Layout Simone Rolli, Unia | Druck Ringier Print, Adligenswil | Adresse Unia Redaktion «Horizonte», Weltpoststrasse 20, 3000 Bern 15, [email protected] Horizonte deseja a todos os seus leitores e leitoras um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. Em Fevereiro estaremos juntos novamente. www.unia.ch / Izabel Barros
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