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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS VINICIUS LUAN DA SILVA ROSÁRIO UMA ANÁLISE DINAMICA DO IMPACTO DA CRISE DE 2008 NA ALOCAÇÃO DE PORTFOLIOS UTILIZANDO O MODELO DE MARKOWITZ (1952) MOSSORÓ-RN 2014 VINICIUS LUAN DA SILVA ROSÁRIO UMA ANÁLISE DINAMICA DO IMPACTO DA CRISE DE 2008 NA ALOCAÇÃO DE PORTFOLIOS UTILIZANDO O MODELO DE MARKOWITZ (1952) Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-árido – UFERSA, Campus Mossoró, para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador (a): Prof. Me. Lucas Lucio Godeiro – UFERSA Co-orientador (a): Prof.ª Me. Thaiseany de Freitas Rêgo – UFERSA MOSSORÓ-RN 2014 O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade de seus autores Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT) Setor de Informação e Referência R789a Rosario, Vinicius Luan da Silva Uma análise dinâmica do impacto da crise de 2008 na alocação de portfólios utilizando o modelo de Markowitz (1952)./ Vinicius Luan da Silva Rosario-- Mossoró, 2014. 52f.: il. Orientador: Prof. Dr. Lucas Lucio Godeiro Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Graduação. 1. Contabilidade. 2. Carteira de ativos e diversificação. 3. Modelo de Markowitz. 3. Risco e retorno. 4. Stakeholder. I. Título. RN/UFERSA/BCOT /517-14 CDD: 657 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba CRB-15/452 VINÍCIUS LUAN DA SILVA ROSÁRIO A UTILIZAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO DA DIVERSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE ATIVOS SOBRE O MODELO DE MARKOWITZ (1952) Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-árido – UFERSA, Campus Mossoró, para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Dedico esta monografia aos meus entes já falecidos, são eles: Miguel Alves do Rosário, Antonia Morais de Oliveira e Rita Regis de Melo. Dedico esta monografia para os meus entes em vida, são eles: Antonio Eronildes do Rosário, Ângela Maria da Silva Rosário, Ana Izabel da Silva Rosário, Geraldo Jose da Silva. AGRADECIMENTOS Durante a nossas vidas os mais variados tipos de pessoas nos aparecem, nos rodeiam e aproximam-se de nos, algumas destas pessoas tendem a nos ajudar, nos fortalecer, nos ensinar o que é bom e o que é ruim. Devemos então saber lidar com todos os tipos de pessoas e saber cultivar as boas companhias. Meu avô materno me ensinou que devemos colher aquilo que plantamos, desta forma quando plantamos bons relacionamentos, boas atitudes, amizades sinceras, iremos colher tais benefícios. O momento não nos deixa pensar naquilo que perdemos ou nas pessoas de má índole que nos rodeou durante a faculdade, esse momento é de agradecimentos. Agradeço pelas ótimas amizades que aqui conquistei, das ótimas pessoas que conheci dentro e fora da faculdade, no decorrer destes últimos anos. Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, por me atribuir tais desafios e por ter me dado sabedoria e força para superar tais desafios. Aos meus familiares por estarem sempre presente nas minhas vitorias e conquistas, aos meus pais, Ângela e Antonio, a minha irmã Ana Izabel, aos meus tios Francisco Melo, João Sobrinho, Maxwellk Melo, por se fazerem presentes, por me apoiar nas diversas situações, pelos puxões de orelhas nos momentos certos e por mostrar o melhor caminho sempre, a todos os outros familiares que se fizeram presentes em minha vida. Agradeço as ótimas pessoas que conheci minhas amizades mais sinceras. A minha amiga Thiciane Macedo, pela amizade sincera, pelo ombro amigo que me destes nos momentos mais difíceis, em que esteve ao meu lado e por não me abandonar mesmo durante da troca de curso que fiz. A uma das melhores pessoas que conheci em minha vida, Cryslaine Cinthia agradeço todos os dias por ter lhe conhecido, por me fazer companhia durante todo esse tempo, pela amizade sincera e verdadeira que me proporciona, gostaria de poder contar contigo ao meu lado para o resto da vida, mais o futuro não podemos saber, mais eu irei fazer por onde nunca te perder. Aos meus mestres, Thaiseany de Freitas Rego, obrigado por tudo, ganhei mais do que uma professora, ganhei uma amiga para todo o sempre. Ao meu orientador, Lucas Lucio Godeiro, por se fazer compreensivo diante das minhas dificuldades e a todos os outros professores, aos técnicos administrativos com quem trabalhei na PROAD e na PROPLAN da UFERSA. Obrigado a todos que me dignificaram, ajudaram a construir o meu caráter, aqueles que mostraram o melhor caminho e os mais variados aprendizados. Só tenho a agradecer por me fazerem um HOMEM, pois quando entrei na universidade, não passava de um menino com um sonho e sem um destino ou um rumo para seguir. Sentirei saudades da UFERSA, das salas de aula, das noites ao lado dos meus colegas de turma, das aulas descontraídas, das aulas serias e de cunho profissional. Sei que tudo o que fiz e realizei durante essa minha graduação levarei para todo o sempre. Um muito obrigado a todos que contribuíram em minha vida. “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo” (Mateus 8, 5-17). RESUMO O presente estudo se propôs a analisar se a adoção do Modelo de Markowitz e a análise da fronteira eficiente auxiliam os stakeholders a estabelecer a melhor composição de ativos, nacionais e internacionais, para sua carteira de investimentos. Para isso, selecionou ativos nacionais e internacionais, com o intuito de compor carteiras de ações. A metodologia utilizada foi entorno da pesquisa descritiva e exploratória, pois tem caráter de descrever o assunto abordado e explorar os dados a serem analisados. A análise dos dados dar-se através da abordagem quantitativa, uma vez que essa tem a capacidade de preocupar-se na análise dos dados obtidos. Aplicou-se um caráter temporal de dez anos para apanhado dos dados e observação das diferentes composições das carteiras. Os principais achados foram o delineamento e composição da fronteira eficiente das carteiras, as análises das variações e composições das carteiras, o emprego real e aplicado do modelo de Markowitz, a visualização dos riscos e retornos ao stakeholder e a demonstração e comprovação que o modelo auxilia na decisão de composição da carteira de ativos do investidor. Palavras-chave: Modelo de Markowitz; Risco e Retorno; Stakeholder; Carteira de Ativos; Diversificação. Área temática: Finanças corporativas. ABSTRACT The research purposes to identify if the adoption of efficient frontier model of Markowitz back up the shareholder establishing the better asset allocation, including both local and foreign, for their portfolio. To fulfill the objective, we analyzed the composition of portfolios, using national and international equities and a mixed portfolio, with both. The portfolios selected were the minimum variance portfolios. From the portfolios, we analyzed the composition and the variation of weights. Next, we evaluated the risk return relationship, aiming to check how portfolio was the better investment option. Regarding the results, we observed the inconsistent variation of some stocks in the portfolio allocation, thus the diversification and the Markowitz model usage was done of right way, because in most of the time the portfolio had positive returns with low risk when compared with the market index. Therefore the best portfolio was the international portfolio, composed by Brazilian and American stocks, due the same having higher return with lower risk, reinforcing the effectiveness of international diversification. Keyword: Markowitz Model, Risk and Return; Portfolios; Diversification. Study field: Corporate Finance. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Curva de indiferença ............................................................................................ 22 Figura 2: Risco e retorno de investidores ............................................................................ 23 Figura 3: Comportamento diante do retorno e risco ............................................................ 24 Figura 4: Fronteira eficiente ............................................................................................... 28 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Fronteira eficiente para o Portfólio 1 ................................................................. 36 Gráfico 2: Fronteira eficiente para o Portfólio 2 ................................................................. 37 Gráfico 3: Fronteira eficiente para o Portfólio 3 .................................................................. 38 Gráfico 4: Composição do Portfólio 1 ................................................................................. 40 Gráfico 5: Composição do Portfólio 2 ................................................................................. 41 Gráfico 6: Composição do Portfólio 3 ................................................................................. 42 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Amostra selecionada ......................................................................................... 32 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Risco-retorno anual ............................................................................................. 44 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CAPM - CAPITAL ASSET PRICING MODEL B M & F BOVESPA - BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO NASDAQ - NATIONAL ASSOCIATION OF SECURITIES DEALERS AUTOMATED QUOTATIONS SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMÁTICA ..................................................... 18 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 19 1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 19 1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 19 1.3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 21 2.1 RISCO X RETORNO .................................................................................................. 21 2.2 A MODERNA TEORIA DE PORTFÓLIOS ................................................................ 21 2.2.1 A importância da diversificação nas carteiras de ações ........................................ 24 2.2.2 Portfolio Selection (Seleção de Portifólio) .............................................................. 26 2.2.3 A fronteira eficiente ................................................................................................ 27 3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 30 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................. 30 3.2 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ............................ 31 3.3 UNIVERSO E AMOSTRA .......................................................................................... 31 3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS............................................................... 32 4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................... 35 4.1 SELEÇÃO DOS ATIVOS ............................................................................................ 36 4.2 ESTABELECIMENTO DA FRONTEIRA EFICIENTE .............................................. 36 4.3 COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DE AÇÕES ............................................................. 39 4.4 ANÁLISE DO RISCO E RETORNO ........................................................................... 44 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ................................................ 46 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 48 APÊNDICE A – Portfólio com ativos nacionais ............................................................... 50 APÊNDICE B – Portfólio com ativos norte-americanos .................................................. 51 APÊNDICE C – Portfólio com ativos mistos .................................................................... 52 18 1 INTRODUÇÃO Um dos principais pontos da aplicação de investimentos trata da necessidade de compreensão da dicotômica sobre a relação de risco e retorno. O estudo sobre tal atuação das ações pode suscitar aos stakeholders, a necessidade de análise de ativos de alto ou baixo risco. O binômio do risco e retorno observa como a composição das carteiras de investimento pode aprimorar a relação e minimizar o grau de risco dos ativos. Considerando que alguns investidores preocupam-se em minimizar a influencia do risco nas carteiras de ações, bem como aumentar o retorno, destaca-se a possibilidade de balanceamento das ações na carteira de investimentos. Os stakeholders interessados em obter informações para a tomada de decisão observam a adoção de modelos econômicos, como o desenvolvido por Markowitz (1952). O referido modelo prima pela análise do risco-retorno e a análise da fronteira eficiente dos investimentos e o nível de sensibilidade dos stakeholders ao risco. O modelo proposto por Markowitz (1952) se propõe a diminuir o risco dos investimentos. Para isso, faz uso da diversificação, mediante a combinação de ativos e composição de carteiras de ações. O modelo preocupa-se em evidenciar quais as melhores combinações existentes dentro da fronteira de eficiente, de modo a atender ao perfil individual de cada investidor. Quando o investidor concebe a ideia do caráter de escolha e formação da carteira de ativos, a melhor relação entre risco e retorno passa a ser adotada para fomentar e analisar as carteiras. Assim a utilização do modelo tende a demonstrar a influência da diversificação e do percentual de participação de cada ativo pode ser utilizado no sentido de maximizar o retorno no período. 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMATICA Para que o investidor possa ter êxito nas escolhas dos ativos investidos, o mesmo precisa fazer uso de estudos, análises e observações da realidade vivenciada no período ou na empresa escolhida. Um das formas de diminuição ou anulação do provável risco sobre o investimento é a escolha de ativos que irão compor a carteira de ações. A carteira de ativos é a composição da soma de dois ou mais ativos, de acordo com a escolha do investidor. 19 A criação de uma carteira de ativos diversificada observa a escolha de ativos, cuja área de atuação seja distinta. A seleção de ativos, cujo ramo de negócio seja distinto, tende a minimizar o risco. A análise do comportamento dos ativos, de acordo com a correlação, auxilia na escolha daqueles que melhor satisfazem os resultados esperados pelos investidores. Destaca-se que para a diversificação representar um fator de estrita influência na escolha do investidor, o mesmo deve se valer de métodos de escolhas e previsão. A questão da diversificação de ativos e a composição da carteira de ações possibilitam aos stakeholders estabelecerem a melhor relação entre a sua sensibilidade ao risco e retorno dos ativos. Nessa perspectiva, a diversificação de ativos gera vantagens em termos de retorno sobre investimentos. Ante ao exposto, o presente estudo se propõe a responder ao seguinte problema de pesquisa: “A adoção do Modelo de Markowitz e a análise da fronteira eficiente auxiliam os stakeholders a estabelecer a melhor composição de ativos, nacionais e internacionais, para sua carteira de investimentos?” Desta maneira a relação de possível eliminação do risco e a maximização do retorno será demonstrada com a formação de possíveis carteiras de ações e a demonstração da fronteira eficiente para a escolha de qual carteira utilizar. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Analisar se a adoção do Modelo de Markowitz e a análise da fronteira eficiente auxiliam os stakeholders a estabelecer a melhor composição de ativos, nacionais e internacionais, para sua carteira de investimentos. 1.2.2 Objetivos específicos 1.3 Selecionar os ativos de empresas brasileiras e norte-americanas de capital aberto; Estabelecer a fronteira eficiente para os ativos selecionados; Compor carteiras de investimentos com cada grupo de ativos; Analisar o risco e retorno de cada carteira. JUSTIFICATIVA 20 O modelo de Markowitz (1952) é considerado um dos mais práticos, quando se trata da seleção de ativos para a composição de uma carteira diversificada de ações e análise da fronteira eficiente. O volume de recursos investidos em bolsas nacionais é baixo quando comparado a negociações em bolsas norte americanas. Alguns estudos destacam os mercados emergentes e países em desenvolvimento, como detentores de carteiras de investimento pouco pulverizadas, ao passo que os países desenvolvidos e com economia mais estruturada, detém investimentos financeiros mais pulverizados e expressivos. O mercado de ações brasileiras vem passando por algumas mudanças com a inserção de investidores de menor porte, segundo Lanzarini e Queiroz (2011), isso passou a ser observado após 2001. Em países desenvolvidos, os investimentos em empresas de capital aberto contam com a atuação de investidores de pequeno, médio e grande porte. Para auxiliar na popularização de metodologias de pulverização e estudos quanto à potencialidade dos ativos financeiros, tem-se primado pelo uso de modelos capazes de diluir o risco de perda financeira dos ativos. Nessa perspectiva, o modelo de Markowitz (1952) se propõe a diminuir o risco e garantir o retorno esperado pelo investidor. O modelo do Markowitz (1952) representou uma fonte de inspiração para o desenvolvimento de outros modelos. O avanço nas perspectivas de diversificação e tecnologia contribui para a sua utilização e propagação entre a sociedade. Estudos como o de Corrêa e Souza (2001) adotaram as prerrogativas do referido modelo e a fronteira eficiente, como fonte de informação para a tomada de decisão dos atuais e potenciais investidores. 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO Considerando que todo e qualquer investidor precisa observar a relação risco-retorno e declarar suas opções de investimento, a presente seção reúne elementos que permitem a sua compreensão. Nessa perspectiva, são apresentados conceitos importantes sobre risco e retorno, os tipos de investidores e necessidade de diversificação da carteira de ativos. Além disso, serão discutidos pontos inerentes à aplicabilidade da Teoria de Markowitz (1952) e a compreensão da fronteira eficiente. 2.1 RISCO X RETORNO Para todo e qualquer investidor, a aplicação de recursos financeiros em fundos ou ações, representam um investimento que envolve risco e retorno. O retorno consiste na variação percentual, positiva ou negativa, esperada pelo investidor, ao passo que o risco sinaliza a incerteza do evento. De acordo com Sanvicente e Mellagi Filho (1988, p.18 apud BRUNI, 1998, p. 23): Ao aplicar seus recursos, o investidor emprega capital agora, visando obter um resultado futuro, em que sua riqueza seja maximizada. Em mercados financeiros, as aplicações são comumente feitas em títulos, certificados ou contratos (ativos), cujo valor final permitirá a quantificação do resultado. Assim sendo, a capacidade de prever o retorno de um investimento dependerá da capacidade de estimar o valor final do ativo. O investidor tem de demonstrar e compreender de forma racional qual o capital será investido e o nível de risco que está disposto a correr, ante ao retorno esperado. Para muitos investidores o binômio existente entre risco e retorno, representa uma forma simples e clara dos stakeholder analisarem um investimento. O risco sinaliza “a chance de perda financeira” (GITMAN, 2009, p. 203). O retorno representa um “ganho ou prejuízo total que se tem com um investimento ao longo de um determinado período de tempo” (GITMAN, 2009, p. 204). Para o investidor, o binômio precisa ser analisado de modo a permitir o adequado gerenciamento dos recursos para a aquisição de ativos financeiros. Nessa perspectiva, a análise dos ativos deve persistir independente da composição da carteira de ações. Independente da escolha do investidor deve-se observar os riscos do investimento, de acordo com os modelos ou previsões de sensibilidade ao mesmo. O risco pode ser dividido em dois modos, o risco sistemático (não diversificável) e o não sistemático (diversificável). O risco do tipo sistemático relaciona-se aos eventos externos 22 a organização, sendo de natureza política, econômica e social. O risco não sistemático preocupa-se diretamente com o próprio ativo, sendo intrínseco a ele. Destaca-se que para o processo de mensuração dos riscos, devem ser adotados métodos probabilísticos, que permitem avaliar os resultados esperados e delinear uma distribuição estatística pertinente, mediante a análise das medidas de dispersão e avaliação do risco.(Assaf Neto, 2007) A relação de risco e retorno é sensível aos interesses de cada investidor, sendo importante para o processo de tomada de decisão. Nessa perspectiva, cada investidor tem suas próprias preferências e atitudes diante do nível de risco ou as suas preferências de retorno. Segundo Assaf Neto (2007, p. 227): A teoria da preferência tem por objetivo básico revelar como um investidor se posiciona diante de investimentos que apresentam diferentes combinações de risco e retorno. Em decisões que envolvem este conflito, é esperado que o investidor implicitamente defina como objetivo maximizar sua utilidade esperada. Considerando tais fatores, todo investidor tende a avaliar racionalmente quais as suas alternativas financeiras, observando para isso as situações em que pode se beneficiar e maximizar o investimento. Essas preferências costumam ser subdivididas em escala e demonstram variadas possibilidades ou graus de satisfação em relação ao risco percebido e o retorno esperado. A escala de preferência se torna visível a partir da curva de indiferença, expressa pelo ponto “M”, como pode ser observado na Figura 1. Figura 1: Curva da indiferença Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2007). Assaf Neto (2007, p. 228) comenta que “essa curva é compreendida como um reflexo de atitude que o investidor assume diante do risco de uma aplicação e do retorno produzido pela decisão, e envolve inúmeras combinações igualmente desejáveis”. Isso permite que o processo de avaliação dos investimentos observe a atitude e reação dos potenciais investidores em relação às alternativas de mercado. Isso revela que qualquer ponto acima de “M” representa um retorno acima do esperado para um mesmo nível de risco. 23 Observando os pontos de escolha das combinações demonstradas na Figura 1, o investidor ao escolher a melhor combinação, atua racionalmente ao ponderar e observar qual a melhor alternativa de investimento. Tais fatos induzem a compreensão de que qualquer decisão racional precisa ser moldada, considerando certo nível de risco e retorno, e que quanto maior o retorno esperado, maior a aversão ao risco. Isso aponta para a questão da racionalidade do investidor em face da mensuração de qual risco se deseja assumir para determinado nível de retorno. Os investidores tendem a escolher o caráter de seus investimentos de acordo com sua sensibilidade ao risco e a definição dos melhores ativos para composição de sua carteira de ações. A Figura 1 demonstra qual seria a melhor escolha para a composição da carteira de ações propostas pelo investidor. Nessa perspectiva, as Figuras 2.a e 2.b evidenciam de forma prática as suas escolhas de acordo com a situação esperada pelo investidor e o nível de risco. (a) Investidores ousados. (b) Investidores conservadores Figura 2: Risco e retorno de investidores Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2007). Analisando o perfil dos investidores, de acordo com o nível de risco disposto a correr e o respectivo retorno esperado, a Figura 2.a revela um posicionamento mais ousado por parte dos investidores, no qual os mesmos estariam mais propensos ao risco. Nessa perspectiva, quanto mais à linha se afasta do eixo horizontal, maior a satisfação do investidor, pois há um maior retorno esperado para o mesmo nível de risco. A Figura 2.b aponta para a postura de um investidor mais conservador, que exige um maior retorno para correr um nível mais elevado de risco. Esse tipo de investidor observa uma proposta mais arrojada em relação ao retorno, considerando o risco proposto pelo ativo. Considerando os aspectos discutidos, destaca-se que cada investidor tende a escolher e avaliar os ativos a sua maneira, ou seja, defini seu nível de propensão ao risco de acordo com o grau de retorno esperado. Desta forma o investidor passa a ponderar sobre a escolha do 24 nível de investimento que será realizado para satisfazer suas necessidades e sensibilidade ao risco. A Figura 3 sinaliza para uma situação oposta ao que foi retratado nas Figuras 2.a e 2.b, uma vez que a mesma revela um investidor que se apresenta indiferente ao risco e o retorno. Nessa perspectiva, o retorno permanece igual independente do nível de risco, o que inversamente também se revela como verdadeiro. Isso ocorre porque nas figuras 2.a e 2.b, as variáveis de risco e retorno tornam-se proporcionais a definição do nível de aceitação do investidor para esses elementos. Figura 3: Comportamento diante do retorno e risco Fonte: Adaptação de Assaf Neto (2007). A Figura 3 aponta para a existência de um investidor indiferente ao risco, ou seja, capaz de aceitar o mesmo nível de retorno independentemente do risco. Nesse contexto, observando uma maior necessidade de retorno para o mesmo nível de risco ou um maior risco para um mesmo retorno médio esperado. O investidor que demonstra esse tipo de comportamento mostra-se como avesso a qualquer risco. 2.2 A MODERNA TEORIA DE PORTFÓLIOS A moderna teoria de Portifólios trata sobre a importancia da diversificação de uma carteira de ações, como preceitua Markowitz (1952). O modelo efetivamente trata sobre o estudo das correlações entre ações para a composição de carteiras, em termos de risco e retorno. Deste modo, a presente seção trata sobre a importancia da medida da eficiência da carteira de ativos e como o investidor pode se utilizar das informações disponíveis no mercado para selecionar os melhores ativos para compor a carteira de ações. 2.2.1 A importância da diversificação nas carteiras de ações 25 Para um melhor aproveitamento das oportunidades de investimento, o investidor pode se utilizar da diversificação da carteira de ações. A relação do risco e retorno pode ser minimizada com a criação de uma carteira balanceada, capaz de minimizar a perda monetária e o efeito negativo do risco para o investidor. O equilíbrio da carteira ocorre mediante a soma de ativos financeiros capazes de anular o efeito do risco. Para Nakamura, (2009, p. 69): Entende-se por carteira de mercado aquela carteira formada por todos os ativos passíveis de negociação na economia do país. Portanto, ela compreende todos os chamados ativos financeiros, que envolvem direitos primários sobre fluxos de caixa futuros, bem como outros ativos que representam riqueza do ponto de vista do investidor, tais como imóveis, obras de arte, raridades etc. Destaca-se que a detenção de uma carteira de ações deve valer-se da diversificação de ativos. Nessa perspectiva, os stakeholders compõem as suas carteiras com o intuito de satisfazer suas preferências, observando o grau de risco dos ativos e o retorno mínimo esperado. Um risco enfrentado pelo investidor observa uma escolha adequada entre os ativos disponíveis. A relação entre risco e retorno deve ser observada durante a definição dos ativos que irão compor a carteira de ações, como apontado por Gitman (2007, p. 215): O grau de correlação é dado pelo coeficiente de correlação, que varia entre + 1 para séries perfeita e positivamente correlacionadas e – 1 para séries perfeita e negativamente correlacionadas. As séries que apresentam correlação perfeitamente positiva movem-se exatamente da mesma maneira; as perfeitas e negativamente correlacionadas movem-se em direções exatamente opostas. O investidor ao analisar essas correlações tende a observar os parâmetros e decisões a serem tomadas para a montagem da sua carteira. Nessa perspectiva, o investidor pode optar por montar uma carteira perfeita e positivamente correlacionada, na qual a soma dos ativos tende a manter o mesmo risco e flutuarem juntas nas proporções que o mercado lhes propõe. Uma carteira perfeita e negativamente correlacionada tende a somar riscos distintos, as flutuações dos ativos anulam qualquer risco inerente aos ativos, os seus riscos são opostos, formando uma carteira que busca anulá-los. Segundo Assaf Neto (2007, p. 234): A existência de aplicações negativamente correlacionadas indica a formação de carteiras com investimento que produzem retornos inversamente proporcionais, isto é, quando o retorno de um deles decrescer, o retorno do outro ativo se elevará na mesma intensidade, anulando os reflexos negativos produzidos. As carteiras de ativos montados com correlação perfeita e positivamente correlacionada tende a gerar lucros ou prejuízos aos seus investidores, pois os riscos dos ativos tendem a convergir para um único resultado. A análise das carteiras de ações e a forma de seleção dos ativos acabam por ser realizadas de acordo com o estudo de suas correlações. 26 A observação das correlações funciona como uma peça chave para a diversificação dos ativos, desta forma o investidor monta uma carteira de ações correlacionando os ativos de acordo com a sua sensibilidade aos níveis de risco e retorno. Uma carteira de ativos configura-se de forma diferente da mensuração de um só ativo. A seleção de ativos para compor uma carteira precisa avaliar a melhor combinação possível entre eles, de modo a satisfazer os desejos e preferências do investidor, bem como maximizar a sua satisfação. Logo, o investidor combina os ativos de modo a compor uma carteira de ações sólida e diversificada. O investidor, ao compor sua carteira de ações, detém diversas opções de escolha. Desta maneira, o investidor monta a sua carteira observando a correlação, perfeita e negativa, que os ativos possuem para a minimização do risco. Nessa perspectiva, para que uma carteira seja efetivamente diversificada, alguns métodos e modelos podem ser adotados, de acordo com o tipo de ativos e os nichos econômicos de cada um deles (MARQUES; DINIZ, 2010). 2.2.2 Portfolio Selection (Seleção de Portfólio) Com a temática da diversificação de ativo, Markowitz (1952) aponta que o estudo para delimitar e aplicar a diversificação nas carteiras de ações baseia-se no estudo da relação existente entre risco e retorno. O modelo Markowitz (1952) possibilitou a composição de uma carteira de ações que possuem ativos correlacionados. O modelo proposto permite a seleção das melhores alternativas de investimento, permitindo a escolha das carteiras de ativos a partir da análise de risco e retorno. Segundo Monte et al. (2010, p. 19): A diversificação, abordada pela Teoria Moderna de Carteiras, considera a possibilidade de reduzir o risco específico ou não sistemático das carteiras adicionando ativos com baixa correlação até o limite no qual não é mais possível reduzir o risco total da carteira. Nesse ponto, a única fonte de risco para a carteira é o risco sistemático ou o risco de mercado. O modelo busca minimizar o grau de risco da carteira, o que coloca o risco do investidor como aquele em que o mesmo não pode controlar (risco de mercado). A composição da carteira observa informações sistêmicas e não sistêmicas, bem como a soma dos riscos e retornos dos ativos. Nessa perspectiva, o retorno do investimento, deve ser realizado considerando a média ponderada entre os retornos e a participação dos ativos na carteira, como pode ser observado na equação que se segue. 27 O retorno esperado pelo investidor observa a mensuração do retorno esperado e estimado pelo mercado. No que diz respeito ao cálculo do risco, medido pelo desvio padrão e a covariância entre os ativos, análise o risco de um ativo em relação ao seu potencial de contribuição para o risco total da carteira. Segundo Bruni (1998, p. 36): O risco total passa a ser função da correlação existente entre os retornos dos ativos. Se os ativos não forem perfeitamente correlacionados (ρ diferente de um), o risco do conjunto é menor que a simples soma dos riscos individuais. A Teoria de Markowitz (1952) revela que a diversificação e a correlação representam uma ótima ferramenta de apoio a decisão dos investidores. Para que a correlação seja utilizada em seu máximo, as correlações devem ser perfeitas e negativamente correlacionadas, o que anula ou minimiza o risco dentro da carteira de ativos. Essa teoria fundamenta a importância da diversificação para a composição da carteira de ações. De acordo com Gomes, Brandão e Pinto (2010, p. 48): Deseja-se obter uma carteira de risco mínimo sujeito a restrições de uso do capital e de limite mínimo de retorno na carteira. O risco sobre o retorno pode ser tratado como uma variável aleatória, sendo que apenas o segundo momento da distribuição de probabilidades do retorno é o indicador que define a maior ou menor exposição ao risco ao qual o ativo está submetido. O modelo de Markowitz (1952) permite delimitar até que ponto as carteiras são eficientes ou não, mostrando de forma pratica as curvas de eficiência das carteiras e os melhores pontos de escolhas de cada investidor. Fazendo uso da teoria de escolha de preferência, os investidores tendem a limitar a seleção dos ativos de acordo com os riscos e retornos. Nessa perspectiva, a teoria utiliza-se da fronteira eficiente como meio de mensuração e visualização do desempenho da mesma. 2.2.3 A fronteira eficiente O estudo da fronteira eficiente considera a diversificação como uma das metodologias que eliminam ou anulam o risco dos investimentos nas carteiras de ativos. Markowitz (1952) aponta para o modo como se mede a relação entre o risco e retorno histórico dos ativos, o que permite prever eventos futuros. O processo de diversificação aponta alguns transtornos no quando da definição dos itens que irão compor a carteira de ações. Tal fato permite a criação de uma carteira de ativos balanceada, com base na junção de ativos perfeitos e negativamente correlacionados. 28 A Teoria de Markowitz defende o melhor aproveitamento e combinação para os ativos. O modelo observa a criação de uma fronteira eficiente para a determinação das carteiras de ativos, que tende a delimitar a posição das carteiras entre os resultados probabilísticos de mensuração e balanceamento das carteiras. Segundo Corrêa e Souza (2001, p. 1): A fronteira eficiente pode ser descrita como o melhor conjunto possível de carteiras, isto é, todas as carteiras têm o mesmo nível de risco para dado nível de retorno. Os investidores se concentrariam na seleção de uma melhor carteira na fronteira eficiente e ignorariam as demais consideradas inferiores. Corrêa e Souza (2001) comentam que o investidor tende a racionalmente visualizar, não intuitivamente, as carteiras mais rentáveis, de acordo com as suas preferências entre riscos e retornos. O investidor tende a escolher as carteiras de ativos definidas dentro da margem de eficiência, que é determinada por meio de cálculos e gráficos construídos a partir da aplicação da seleção de portfólios, como determinado pela Moderna Teoria de Portfólios (MTP). Nessa perspectiva, o estudo volta-se para a análise da fronteira eficiente, que representa um “o conjunto de todas as carteiras que apresentam uma relação ótima entre retorno e risco” (BRUNI, 1998, p. 39). Para Assaf Neto (2007, p. 253), “a escolha de melhor carteira é determinada, uma vez mais, pela postura demonstrada pelo investidor e relação ao dilema risco/retorno presente na avaliação de investimentos”. Considerando isso, a fronteira eficiente é apresentada na Figura 4, como modo de análise de ativos para a composição das carteiras de ações. Figura 4: Fronteira eficiente Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2007). A Teoria de Markowitz (1952) destaca que as escolhas das carteiras de ativos devem estar dentro da área sombreada, delimitada pela linha de eficiência. Assim, o investidor pode maximizar o seu investimento. Nessa perspectiva, dependendo do nível de satisfação do investidor, a escolha dos ativos tende a oferecer um risco maior, para um retorno menor, ou 29 um baixo risco para um retorno garantido. A diversificação das carteiras tende a minimizar o risco de perda e delimitar as combinações dos ativos nas carteiras, de modo a tornar visível a melhor combinação de seu investimento. 30 3 METODOLOGIA Essa seção aborda os aspectos metodológicos adotados para responder ao problema de pesquisa. Nessa perspectiva, discuti-se a classificação da pesquisa, definição da amostra, instrumento de coleta e processo de análise. A pesquisa se utiliza do estudo do comportamento dos ativos negociados no Brasil (BR) e Estados Unidos (EUA). 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA A presente pesquisa configura-se como de caráter exploratório e descritivo, trata-se de uma abordagem do tipo quantitativa, que se preocupa com a análise dos dados obtidos, mediante a adoção de elementos da estatística. O estudo também destaca a importância da delimitação dos modelos e métodos utilizados para a realização do estudo. As pesquisas descritivas e exploratórias retratam sobre o embasamento teórico e exploração dos dados. Para Marconi e Lakatos (2003, p. 187) esse tipo de pesquisa: Consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave. Sampieri, Collado e Lúcio (2006, p. 101) argumentam que pesquisas dessa natureza “Procuram especificar as propriedades, as características e os perfis importantes de pessoas, grupos, comunidades ou qualquer outro fenômeno que se submeta à análise”. Nesse ínterim, a pesquisa descritiva tende a descrever os fatos pesquisados, ao passo que a parte exploratória tende a se direcionar a exploração dos achados do estudo. Para Gil, (2009, p. 41), “pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. Ainda de acordo com Severino (2007, p. 123). Busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. É uma preparação para a pesquisa explicativa. A presente pesquisa preocupa-se com a aplicação da teoria, junto da exploração dos dados empregados para a definição do modelo. Enquadra-se também na forma descritiva uma vez que tende a descrever os fatos, evidenciar a metodologia e descrição dos conceitos, para a montagem e execução do estudo. Quanto à abordagem do problema, o estudo se configura 31 como quantitativo, uma vez que se utiliza de elementos da estatística, como correlação e desvio-padrão. 3.2 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS O processo de coleta de dados observa as informações disponibilizadas no software Economatica®. O referido sistema disponibiliza dados sobre as ações comercializadas no Brasil e nos Estados Unidos. As informações referentes às ações foram analisadas com vistas a determinar análises estatísticas de variâncias, correlações e betas. Além disso, foram identificados outros elementos referentes ao modelo de diversificação das carteiras do modelo de Markowitz (1952). Os dados coletados passaram por análises, que possibilitaram a escolha dos ativos que irão compor a carteira de ações, de acordo com a sua correlação. Os ativos escolhidos apresentaram informações contínuas entre os anos de 2004 e 2013, bem como do período précrise, e pós-crise. A escolha deste período de tempo observou a comprovação da crise econômica mundial, que aconteceu no ano de 2008, tentando desta forma, mostrar a diversificação de uma carteira nos períodos de pré e pós-crise. O fator tempo corresponde a parâmetros de 5 (cinco) anos anteriores e 5 (cinco) anos posteriores a crise. Para a economia este período de tempo e considerado conveniente para a experimentação de modelos e analise de variações de ativos. 3.3 UNIVERSO E AMOSTRA A amostra observa a composição de carteiras de ações. A seleção das ações que compõem esse estudo observa o quadro de ativos negociáveis no mercado brasileiro e norte americano. As ações foram selecionadas por conveniência dos atributos observados, limitando a utilização de ações de escolha própria para a montagem e diversificação da carteira, como pode ser visualizado no Quadro 1. 32 Quadro 1: Amostra selecionada. TIPO DE AÇÃO BRASILEIRAS EMPRESAS TIPO DE AÇÃO EMPRESAS AmBev Coca-Cola Pão de Açúcar Amazon MRV NRV Bradesco City Group Vale S.A Fibria NORTEAMERICANAS Royal Gold International Paper Petrobras Exxon Mobil Brasken P&G Gerdau Alcoa OI – S.A AT & T Fonte: Adaptado de Economatica® (2014). Considerando que para compor a carteira de ações é necessário selecionar previamente os ativos a serem contemplados, procedeu-se com uma triagem de livre escolha, de modo a permitir a seleção de ativos de segmentos distintos: alimentício, comércio, construção, finanças, mineração, papel e celulose, petróleo e gás, químico, siderurgia e metalurgia, telecomunicações. As opções das escolhas destas ações foram da sua diversificação nos setores, pois cada tipo de ativo pertence a um setor diferente de atuação no mercado. Desta forma as carteiras de ativos ficaram diversificadas, abrangendo diversos setores econômicos e diferentes opções de clientes e peculiaridades de cada um. A avaliação das ações foi realizada considerando recortes temporais, entre 2004 e 2013. Esse tipo de recorte considera o método longitudinal. Para Malhotra (2011, p. 61): O estudo longitudinal oferece uma série de imagens que rastreiam as mudanças que ocorrem com o tempo. Em estudos longitudinais, uma amostra fixa da população é avaliada de modo repetitivo nas mesmas variáveis. Em outras palavras, duas ou mais avaliações das mesmas variáveis são obtidas de determinado grupo de entrevistados em diferentes momentos. Alvarenga (2012, p. 60) aponta que “este tipo de investigação estuda o comportamento das variáveis durante um período de tempo. A coleta de dados se realiza sobre os mesmos sujeitos”. Desta maneira, destaca-se que as alterações e oscilações entre os dados e os valores expressos pelos ativos, observou um período determinado de tempo. 3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 33 A avaliação das carteiras observa a correlação entre as ações, à correlação é o fator de relação que as ações possuem umas sobre as outras, podendo ser positivamente correlacionadas ou negativamente correlacionadas. Para Bruni (2011, p. 210): A análise da correlação determina um número que expressa uma medida numérica do grau da relação encontrada. Esse tipo de análise é muito útil em trabalhos exploratórios em áreas como educação e psicologia, quando se procura determinar as variáveis potencialmente importantes. Para que se possa diversificar uma carteira de ações, os ativos devem ser escolhidos de forma que estejam negativamente correlacionadas. A sua correlação negativa tende a minimizar o risco de mercado atribuído a cada ativo. As escolhas destes ativos devem obedecer às análises dos riscos e retornos esperados para cada ativo, os riscos e retornos esperados para a soma e composição dos ativos na carteira. Nessa perspectiva, o cálculo do risco e retorno da carteira de ações observa que: Obedecendo as estas fórmulas, estima-se que os riscos e retornos das carteiras possam verificar se uma composição é suficiente para aperfeiçoar o retorno e diluir o risco. Destaca-se que para as carteiras operem com critérios mínimos de diversificação, faz-se necessário atribuir as restrições inerentes à composição da diversificação, uma vez que ao se aplicar o modelo de Markowitz (1952), o mesmo auxilia na escolha de uma carteira com um só ativo, ou escolher ativos que ofereça mais retorno ao investidor, com o maior nível de risco possível para tal, deixando o investidor em uma situação bastante perigosa e a mercê de qualquer oscilação do mercado. De acordo com Nakamura (2009, p. 73): O modelo de Markowitz introduziu o conceito de conjunto eficiente, que compreende as carteiras de mínima variância que apresentam a melhor relação risco e retorno do mercado. Tais carteiras são identificadas por intermédio de um algoritmo de programação quadrática, em que se determinam as proporções de cada ativo na carteira. Restrições podem ser colocadas com o intuito de, por exemplo, somente permitir proporções positivas, ou seja, sem considerar a possibilidade de se vender ativos com risco a descoberto. 34 Para que o modelo seja adotado pelo investidor, cabe analisar quais os limites para tal. Assim são atribuídas fórmulas para delimitar o nível de sensibilidade de cada investidor sobre o ativo. Dentre as fórmulas utilizadas para tratar do assunto, destacam-se a da maximização do retorno e minimização do risco: Destaca-se que o modelo de Markowitz (1952) considera as limitações impostas pelo investidor. Nesse contexto, o foco consiste no aprimorando e alcance dos objetivos propostos na utilização da diversificação, bem como a utilização dos padrões de fronteira eficiente e da composição da carteira ótima para o investimento, risco e retorno proposto pelo investidor. 35 4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Esta seção trata sobre os aspectos inerentes aos aspectos descritivos e de análises de dados abordados para responder ao problema de pesquisa. Para tanto, são tratados alguns pontos observados para a seleção de ativos nacionais e internacionais, necessários para compor as carteiras de ações, bem como responder ao problema de estudo. O processo de análise trata também sobre o estabelecimento da fronteira eficiente para seleção da melhor carteira de ações, além da análise do risco-retorno dos ativos e composição de carteiras de ações com ativos nacionais, internacionais e mistos (nacionais e internacionais). 4.1 SELEÇÃO DOS ATIVOS Considerando os pontos enunciados na definição do universo/amostra, destaca-se que os ativos foram selecionados observando a possibilidade de constituição de três tipos de carteiras de ações: Portfólio 1: carteira de ações com ativos nacionais (brasileiros); Portfólio 2: carteira de ações com ativos internacionais (norte-americanos); Portfólio 3: carteira de ações com ativos nacionais e internacionais (mista). A definição dos ativos que compõe o estudo observou a seleção de 10 (dez) segmentos distintos, observando a análise de correlação, dos quais se extraiu uma empresa de cada. A triagem dos ativos que compõem o estudo considerou o levantamento de ativos vinculados a empresas de renome nacional e internacional que, necessariamente, atuam no mercado de ações. Nessa perspectiva, o estudo abarca ativos de empresas nacionais (10) e internacionais (10), com ações negociadas, respectivamente, na BM&FBOVESPA e NYSE. A composição das carteiras de ações observou a indexação dos valores dos ativos em dólares (US$), de modo a isolar o valor de perda da taxa cambial e identificar a melhor composição de ações. Destaca-se que os dados referentes aos valores dos ativos foram extraídos do Economática®, observando as cotações diárias de cada um deles e o preenchimento, com base na média, dos dados faltantes. 4.2 ESTABELECIMENTO DA FRONTEIRA EFICIENTE 36 Com base na seleção dos ativos, e seguindo o que preceitua o modelo de Markowitz, procedeu-se com a análise da fronteira eficiente de cada portfólio. Nessa perspectiva, a estimação da fronteira, previamente, observou trinta combinações de ativos, o que permitiu chegar à composição da carteira de ações com o maior número possível de ativos, entre os selecionados. A referida composição foi realizada com base na questão da diversificação e análise da sensibilidade do risco-retorno. A fronteira eficiente referente ao Portfólio 1 está apresentada no Gráfico 1. A ideia dessa composição consiste em realizar a diversificação de ativos, considerando apenas as ações nacionais. Para isso, apresenta-se, por quadrante, a fronteira eficiente com uma carteira composta por 10 (dez) ativos. -3 3 x 10 Mean-Variance-Efficient Frontier 2.5 Expected Return 2 1.5 1 0.5 0 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02 0.022 0.024 0.026 0.028 Risk (Standard Deviation) 0.03 0.032 Gráfico 1: Fronteira eficiente para o Portfólio 1. Fonte: Dados extraídos do Economatica® (2014). Analisando o Gráfico 1, observa-se que as opções de escolhas dos investidores estão relacionadas diretamente ao risco de cada um dos ativos, o que se reflete no perfil de investidores mais conservadores. Isso induz a compreensão de que há uma linha crescente de proporcionalidade para a relação risco-retorno. Tal fato denota a percepção das posições das carteiras de ações de acordo com o estudo da referida relação, conforme o perfil histórico dos investidores diante dos ativos nacionais. 37 Analisando a linha azul, que trata da fronteira eficiente e o primeiro quadrante, observa-se um risco de 0,010, para um retorno de 0,0002. A seleção dos ativos que compõem a carteira de ações observa a contribuição percentual de todos os ativos. Os dados apontam para a questão do conservadorismo dos investidores nacionais, uma vez que os mesmos estão dispostos a correr riscos proporcionais ao retorno. O Portfólio 2 apresenta a fronteira eficiente para a composição de uma carteira com ativos norte-americanos, como pode ser visualizado no Gráfico 2. Para tanto, analisou-se cada quadrante, observando a construção de uma fronteira eficiente composta por 10 (dez) ativos. -4 12 Mean-Variance-Efficient Frontier x 10 11 10 Expected Return 9 8 7 6 5 4 3 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02 0.022 Risk (Standard Deviation) 0.024 0.026 0.028 Gráfico 2: Fronteira eficiente para o Portfólio 2. Fonte: Dados extraídos do Economatica® (2014). Os dados expressos no Gráfico 2 aponta para o comportamento do risco e retorno de ativos norte-americanos. Os dados apontam para a existência de uma ascendente desproporcional para a relação risco-retorno, em comparação com o gráfico 1 e o gráfico 3. Nessa perspectiva, a fronteira eficiente tende a crescer invariavelmente ao retorno, despontando assim para a um maior risco. Isso revela que a carteira com ativos norteamericanos esta mais propensa ao risco, ou seja, detém um risco alto para uma proporção de retorno médio ou baixo. Analisando o conteúdo do Gráfico 2, selecionou-se a carteira referente ao primeiro quadrante. A definição da mesma, ocorreu em razão do risco observado de 0,006 para um retorno de 0,0031. Nessa perspectiva, analisando o perfil de escolha dos investidores, destaca- 38 se que os ativos norte-americanos estão mais propensos ao risco, uma vez que o risco aumenta em escala maior do que o retorno. Tal fato corrobora com o perfil mais ousado (arrojado) do investidor norte-americano. A fronteira eficiente do Portfólio 3 está apresentada no Gráfico 3, para a análise dos quadrantes. Destaca-se que a fronteira eficiente da carteira de ativos de composição mista, contempla as ações de todos os ativos nacionais e internacionais selecionados para compor o estudo. Para isso, apresenta-se, por quadrante, a fronteira eficiente com uma carteira composta por 20 (vinte) ativos, 10 (dez) nacionais e 10 (dez) internacionais. -3 3 Mean-Variance-Efficient Frontier x 10 2.5 Expected Return 2 1.5 1 0.5 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 Risk (Standard Deviation) 0.03 0.035 Gráfico 3: Fronteira eficiente para o Portfólio 3. Fonte: Dados extraídos do Economatica® (2014). Os dados apresentados no Gráfico 3 aponta para o comportamento de uma carteira mista, com ativos nacionais e norte-americanos. A linha traçada para a fronteira aponta para uma composição na qual se percebe uma maior proporcionalidade na relação risco-retorno, de acordo com o que foi percebido nos gráficos anteriores. Assim os ativos que estão inseridos no interior desta fronteira correspondem a um caráter de investidor mais cauteloso, que se preocupa em selecionar investimentos detentores de um maior risco, para um retorno mais elevado. 39 Aplicando a teoria da fronteira eficiente, destaca-se que as escolhas dos investidores figuram dentro da área delimitada pela linha azul, que trata da fronteira de eficiência inerente ao risco e retorno dos ativos que a compõe. A carteira selecionada como essencial para compreensão do estudo figura no primeiro quadrante, cujos riscos e retornos são respectivamente de 0,005 e 0,0009. Os dados apontam para a escolha por uma carteira de ações de mínima variância, comum para investidores conservadores, que primam pelo menor risco e a obtenção de um retorno garantido. 4.3 COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DE AÇÕES O Modelo de Markowitz (1952) destaca a composição das carteiras de ativos conforme o resultado obtido com a análise do risco e retorno dos ativos. Nessa perspectiva, a preocupação volta-se para a previsão do risco e retorno dos ativos que irão compor a carteira de ações. A carteira de ações é predefinida, de acordo com a parcela prevista de participação de cada ativo. Isso permite com que a carteira possa ser diversificada, de modo que a soma dos riscos e retornos de cada ativo possa auxiliar na composição da melhor carteira de ações para o investidor. A composição de uma carteira de ações diversificada possui um custo monetário vinculado a questões de compra e venda de ativos. O balanceamento da participação de cada um dos ativos precisa ser realizado, observando o interesse de retorno proposto pelo investidor e até que ponto o mesmo pretende assumir riscos. Nessa perspectiva, foram analisadas 30 (trinta) combinações de ativos para a composição da carteira de ações, considerando o atendimento ao perfil de investidores mais cautelosos, cuja análise de riscoretorno mostra um resultado proporcional. Seguindo com a análise, o Gráfico 4 revela, a cada ano, como as carteiras de ativos se comportam diante das variações em sua composição e no percentual de participação, dos ativos nacionais. 40 Gráfico 4: Composição do Portfólio 1. Fonte: Dados da pesquisa (2014). Considerando a composição da carteira de ações com 10 (dez) ativos nacionais, observa-se que as empresas OI e FIBRIA não indicavam qualquer tipo de participação entre os anos de 2004 e 2008. Isso pode ser justificado pela ausência de papéis negociáveis na bolsa, o que também foi constatado de 2004 a 2006 na MRV. No ano de 2004, a GERDAU, BRASKEN, VALE, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV, se destacaram pela expressiva participação na composição da carteira de ações e juntas representavam 97%. Já entre 2005 e 2007, houve uma queda na participação da GERDAU, ao passo que a BRASKEN, PETROBRAS, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV passou a dominar a carteira. No ano de 2008, apenas quatro empresas possuíram participações na carteira: GERDAU (50,01%); BRADESCO (3,58%); PÃO DE AÇUCAR (16,67%); e AMBEV (29,74%). Em 2009, a OI efetivamente começa a negociar suas ações e passa a deter 55,69% de participação na carteira, ficando os 45,31% distribuídos entre as empresas BRASKEN, FIBRIA, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV. A empresa VALE, mantém-se sem indicativo de participação durante todo o período analisado e em 2010 não se recomenda investir nas ações da OI. Nos anos de 2011 e 2012 as empresas OI, BRASKEN, PETROBRAS, BRADESCO, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV, passaram a compor a carteira. Já em 2012 a VALE ocupou o lugar da PETROBRAS, pois não havendo indicação de investimentos na mesma. Em 2013 não houve indicação de participação da OI, PETROBRAS e MRV na composição da carteira, 41 ao passo que a FIBRIA, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV passaram a representar cerca de 66% dos ativos. O Gráfico 5 aponta a cada ano, como as carteiras de ativos se comportam diante das variações em sua composição e no percentual de participação, dos ativos internacionais. Gráfico 5: Composição do Portfólio 2. Fonte: Dados da pesquisa (2014). No ano de 2004 a ALCOA e AMAZON não foram recomendadas a participação de nenhuma delas na carteira, ao passo que as demais a compuserem, com destaque para: AT & T, P & G, EXXON MOBIL e COCA-COLA. Em 2005 e 2006, recomendou-se a composição da carteira com ativos da AT & T, P & G, CITI BANK, COCA-COLA e EXXON MOBIL. Destaca-se que no ano de 2006, a P & G e a COCA-COLA detinham 57% da participação na carteira. Em 2007 duas empresas passaram a dominar a carteira: P & G (44,23%) e a COCACOLA (52,08%). Em meio à crise financeira de 2008, ocorrida nos EUA, recomendou-se a composição da carteira de com ativos da P & G (59,52%), ROYAL GOLD (9,38%), NRV (3,78%) e COCA-COLA (26,85%). No ano de 2009, foi indicada a participação de mais algumas empresas: AT & T, P & G, EXXON MOBIL, ROYAL GOLD, AMAZON e COCA-COLA. Logo, em 2010, 2011 e 2012 o desempenho da AT & T, P & G, e COCA-COLA se repetiu, oferecendo espaço para a inclusão da ROYAL GOLD, NRV e AMAZON, que juntas representam 10% da carteira. No ano de 2013, a INTERNATIONAL PAPER e CITI BANK 42 não compuseram a carteira, restando para os outros ativos, com destaque para a participação da EXXON MOBIL e COCA-COLA, que somam 41,69% dos ativos. Os dados apresentados no Gráfico 6 sinalizam, a cada ano, como as carteiras de ativos sofrem variações em sua composição e no percentual de participação, observando a combinação de ativos nacionais e internacionais. Gráfico 6: Composição do Portfólio 3. Fonte: Dados da pesquisa (2014). O recorte temporal abordado observa um período pré e pós-crise econômica, com referência ao ano de 2008. Analisando a composição da carteira de ações com ativos mistos (nacionais e internacionais), constata-se que houve a diminuição do risco total da carteira e dentro de um parâmetro de retorno mais interessante. Os dados revelam que a participação de algumas empresas na composição da carteira é irrisória, o que pode ser justificado pela ausência de ativos negociáveis na data de formação da carteira ou a relação de risco-retorno não se mostrar viável. Considerando que a carteira mista é composta por 20 (vinte) ações, o que leva a ter dois ativos de cada setor, destaca-se que as suas variações se sobressaem em alguns ativos que se mantêm presente na carteira, independentemente do ano investigado, como ocorre com a: AT & T e COCA-COLA. Em contrapartida não houve a indicação de participação das empresas OI e FIBRIA, entre os anos de 2004 e 2008, o que coincidiu com o fato das mesmas não possuírem ativos negociáveis. Empresas como a ALCOA, GERDAU, PETROBRAS, 43 VALE, BRADESCO e AMAZOM, apresentaram representação irrisória na composição da carteira, chegando ao máximo de 5% do total de ativos da carteira. Destaca-se que em alguns momentos, empresas como a OI, INTERNATIONAL PAPER, ROYAL GOLD, CITY BANK, NRV, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV, detinham uma parcela expressiva de participação em um determinado período e em outros não participavam ou quando se faziam presentes, não ultrapassava 10 % da carteira de ativos. Isso aponta a diversificação como um ponto determinante para a relação risco-retorno, isso porque a cada período, a participação dos ativos se modifica. Em três anos consecutivos (2004-2006), o segmento de telecomunicações, química, petróleo e gás, e alimentos se sobressaíram no percentual de participação na carteira de ações. No ano de 2007 duas empresas a P & G e COCA-COLA dominaram a participação na carteira, já em 2008 essas mesmas empresas perderam espaço para a BRASKEN, ROYAL GOLD e NRV. Em 2009 a OI e AT & T passa a representar 50% de participação da carteira, estando os demais distribuídos entre a BRANSKEN, P & G, EXXON MOBIL, ROYAL GOLD, AMAZON e COCA-COLA. No ano de 2010 as empresas AT & T, P & G, ROYAL GOLD, NRV e COCA-COLA, totalizavam cerca de 90% de participação na carteira, ao passo que a OI perdeu poder de participação na carteira. Em 2011 e 2012 a AT & T e P & G, juntas somaram 59% dos ativos, estando os outros 41% distribuídos entre a ROYAL GOLD, NRV e COCA-COLA. Analisando os achados apresentados nos Gráficos 4, 5 e 6, a carteira de ações mais interessante e com o maior número de ativos, referem-se respectivamente as sugeridas nos anos de 2004, 2007 e 2013 (07 de 10 ativos), 2004 e 2013 (08 de 10 ativos) e 2013 (12 de 20 ativos): Portfólio 1: GERDAU, BRASKEN, FIBRIA, VALE, BRADESCO, PÃO DE AÇUCAR e AMBEV; Portfólio 2: AT & T, ALCOA, P & G, EXXON MOBIL, ROYAL GOLD, NRV, AMAZON e COCA-COLA; Portfólio 3: AT & T, ALCOA, GERDAU, BRASKEN, P & G, EXXON MOBIL, FIBRIA, ROYAL GOLD, BRADESCO, NRV, AMAZON e COCA-COLA. 4.4 ANÁLISE DO RISCO E RETORNO 44 Considerando o estudo realizado sobre a fronteira eficiente e a definição da carteira de ações selecionada para cada tipo de portfólio, procedeu-se com o cálculo do risco e retorno diário de cada ativo. Finalizada essa etapa, mensurou-se a média anual do risco e retorno, conforme segue: Risco Anual =Risco diário* √252 Retorno Anual =Retorno diário* √252 A raiz quadrada de 252 observa o número efetivo de dias em que houve negociação de ativos na bolsa. Considerando a proposição do presente estudo, os investidores podem se valer da observação das variações do risco e retorno anual de cada carteira de ações. A análise desses pontos possibilita ao investidor tomar conhecimento sobre as variações que ocorrem nos valores dos ativos e com isso escolher a opção que melhor atenda aos seus interesses. Nessa perspectiva, a Tabela 1 apresenta informações sobre a relação risco-retorno das carteiras de ações, considerando as perspectivas do Modelo de Markowitz (1952). Tabela 1: Risco-retorno anual ANO PORTFÓLIO 1 COMPOSIÇÃO NACIONAL PORTFÓLIO 2 COMPOSIÇÃO INTERNACIONAL PORTFÓLIO 3 COMPOSIÇÃO MISTA RISCO RETORNO RISCO RETORNO RISCO RETORNO 2004 16,09% 4,23764% 10,40% 0,49% 9,34% 1,56105% 2005 20,81% -0,32803% 8,86% 0,17% 8,51% -0,05312% 2006 26,32% 1,32445% 8,73% 1,30% 8,73% 1,29983% 2007 27,35% 2,67419% 11,91% 1,24% 11,71% 1,30087% 2008 49,35% -5,14006% 28,27% -0,71% 26,99% -1,59109% 2009 20,31% 2,71471% 0,77% 17,98% 14,48% 0,71985% 2010 22,13% 1,58884% 11,59% 0,60% 11,52% 0,68147% 2011 27,57% -0,76034% 13,66% 0,53% 13,66% 0,53188% 2012 19,61% 1,18887% 9,56% 0,63% 9,53% 0,64146% 2013 18,05% -0,28513% 10,44% 0,89% 10,29% 0,87218% Fonte: Dados da pesquisa (2014). Fazendo uma análise de risco-retorno, observa-se que há: Portfólio 1: risco elevado (17 a 23%), principalmente no período de crise (49,35%); 45 Portfólio 2: risco constante (8 a 11%), apesar da crise em 2008; Portfólio 3: risco estável (8 e 9,5%), sobretudo nos três primeiros anos (2004 a 2006). O Portfólio 1 revela que há pouca pulverização de ativos e uma expressiva fragilidade no mercado de ações, isso atrelado a um retorno médio anual de 1%. Nos anos de 2005, 2008, 2011 e 2013, observam-se perdas expressivas no investimento realizado, apesar da diversificação. Isso acontece porque a diversificação não anula totalmente o efeito do risco sistêmico (mercado). No que diz respeito ao Portfólio 2, observa-se um retorno anual positivo, entre 0,5 e 0,9% sobre o valor investido nos ativos que compõem a carteira, aliado há um baixo nível de risco. Por sua vez, os anos de 2008 e 2009 chamam a atenção por razões distintas, o primeiro em virtude da perda observada em relação ao investimento inicial e o segundo pelo expressivo retorno (17,98%) obtido logo após a crise. Analisando o Portfólio 3, destaca-se que apesar da estabilidade do risco, no ano subsequente houve uma crise financeira nos EUA que abalou a confiança dos investidores no mercado de ações norte-americanas. Nos anos subsequentes (2007 a 2013), o mercado de ações ainda vem se reerguendo aos poucos, o que explica a inconstância e elevado nível de risco anual da carteira de ativos. No que diz respeito ao índice de retorno, o mesmo gira em torno de um percentual negativo de 1,59109 (2008) a 0,53188% (2011) do investimento. De modo geral, os dados apontam que para o investidor poder selecionar a melhor carteira de ações, o mesmo precisa observar questões inerentes à relação risco-retorno dos ativos individuais e combinados. Nessa perspectiva, a carteira de ações que se mostrou mais atrativa e interessante, em termos de risco-retorno, foi a que abarcou ativos norte-americanos, cujo retorno médio foi de 2,31% do valor investido, para um risco médio de 11,24% sobre o capital. Logo, considerando os ativos selecionados para compor a carteira de ações e a adoção do Modelo de Markowitz (1952) a diversificação de uma carteira com ativos norteamericanos aponta para uma relação positiva. Isso é constatado, observando que apesar dos momentos pré e pós-crise econômica, a carteira apresentou um retorno positivo. Além disso, destaca-se também que mesmo após o principal ano da crise, ocorrido em 2008, o investidor que pôde manter seu investimento, observando a composição da carteira, obteve um retorno de 17,98% do valor investido. 46 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES O presente estudo objetivou analisar se a adoção do Modelo de Markowitz e a análise da fronteira eficiente auxiliam os stakeholders a estabelecer a melhor composição de ativos, nacionais e internacionais, para sua carteira de investimentos. Para isso, fez-se uso do Modelo de Markowitz (1952), bem como da análise da fronteira eficiente e do risco-retorno dos ativos. Além disso, procedeu-se com a seleção de ativos nacionais e internacionais que atuam em segmentos distintos. Considerando a proposta do estudo, selecionou-se 10 (dez) ativos de empresas que atuam no mercado de capitais nacional e mais 10 (dez) do mercado norte-americano, de modo a compor uma carteira de ações. Isso resultou na seleção de 20 (vinte) ativos distintos, sendo dois deles do mesmo segmento e oriundos de mercados distintos, para compor a carteira de ações mista. Seguindo com o estudo e atendendo aos preceitos do Modelo de Markowitz (1952), elaborou-se a fronteira eficiente observando 30 combinações de ativos. Analisando as fronteiras eficientes e suas delimitações para a composição das carteiras de ações, as mesmas foram montadas observando a seleção de ativos que possam atender aos interesses do investidor, em termos de risco e retorno. Nessa perspectiva, o risco e retorno de dos portfólios somente com ações nacionais e internacionais, bem como a combinação das duas para formar uma carteira mista. Os dados revelaram que a seleção de ativos deve seguir o que preceitua o Modelo de Markowitz, de modo a analisar o melhor retorno médio para sua sensibilidade ao risco. O presente estudo, na prática, reforça a importância da diversificação de ações para os investidores, uma vez que aponta caminhos para a diminuição do risco e potencializa o retorno para o investidor. Sob o ponto de vista acadêmico, comprova a efetivação do Modelo de Markowitz, mesmo após mais de cinquenta anos de sua criação. Desta maneira, indivíduos interessados em deter conhecimentos sobre o mercado de ações, pode se valer dos pontos abordados no presente estudo, para se inserir no mercado de ações e negociar ativos na bolsa de valores. Considerando as limitações do presente estudo, sugere-se que sejam desenvolvidos trabalhos utilizando outros modelos inerentes a composição da carteira de ações, tais como: o Capital Asset Pricing Model (CAPM), o Modelo de Ohlson e o de múltiplos de faturamentos, entre outros. Além disso, indica-se a ampliação do recorte temporal, a inclusão de outros segmentos de atuação, bem como de ativos referentes aos índices constituídos pela NASDAQ 47 ou o TOKYO STOCK EXCHANGE. Sugere-se, ainda, uma mensuração baseada na comparação do risco e retorno oferecido pelo mercado e que não pode ser anulado, considerando o período estudado. 48 REFERÊNCIAS ALVARENGA, E. M. Metodologia da investigação quantitativa e qualitativa: normas técnicas de apresentação de trabalhos científicos. Assunção: PY, 2012. ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. BRUNI, A. L. Risco, e retorno e equilíbrio: uma análise do modelo de precificação de ativos financeiros na avaliação de ações negociadas na BOVESPA (1988-1996). Universidade de São Paulo, 1998. CORRÊA, A. C.; SOUZA, A. B. Fronteira eficiente de Markowitz: aplicação com ativos brasileiros. Adcontar, Belém, v. 2, n. 1, p. 7-10, maio 2001. EDWIN, J. E. et al. 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São Paulo: Cortez, 2007. 50 APÊNDICE A – Portfólio com ativos nacionais Tabela A.1: Composição do Portfólio com ativos nacionais Oisb GERDsb BRASKsb PETRsb 2004 12,93% 9,55% 2005 2,00% 2006 2007 2008 FIBRsb Valesb BBDCsb 2,07% 5,06% 12,30% 20,63% 0,00% 20,22% 8,85% MRVsb pcaSB Abevsb 0,83% 15,11% 54,46% 0,00% 0,00% 15,08% 49,99% 9,57% 9,33% 0,20% 12,43% 48,27% 25,38% 7,75% 0,00% 7,74% 9,78% 3,77% 36,73% 0,00% 50,01% 0,00% 0,00% 3,58% 0,00% 16,67% 29,74% 2009 55,69% 0,00% 12,57% 0,00% 0,38% 0,00% 0,00% 0,00% 19,62% 11,74% 2010 0,00% 0,00% 25,93% 12,46% 0,00% 0,00% 12,63% 0,00% 14,42% 34,56% 2011 16,22% 0,00% 8,26% 6,11% 0,00% 0,00% 20,71% 0,00% 11,37% 37,33% 2012 11,37% 0,00% 8,72% 0,00% 0,00% 7,12% 16,73% 0,00% 29,83% 26,23% 2013 0,00% 10,61% 4,15% 0,00% 24,70% 4,62% 5,12% 0,00% 22,01% 28,80% Tabela A.2: Risco e retorno diário e anual (ativos nacionais) Risco Retorno Risco/Anual Retorno/Anual 2004 0,010 0,003 0,161 0,042 2005 0,013 0,000 0,208 -0,003 2006 0,017 0,001 0,263 0,013 2007 0,017 0,002 0,273 0,027 2008 0,031 -0,003 0,494 -0,051 2009 0,013 0,002 0,203 0,027 2010 0,014 0,001 0,221 0,016 2011 0,017 0,000 0,276 -0,008 2012 0,012 0,001 0,196 0,012 2013 0,011 0,000 0,180 -0,003 51 APÊNDICE B – Portfólio com ativos norte-americanos Tabela B.1: Composição do Portfólio com ativos norte-americanos ATTsb ALCsb PGsb EXXONsb IPsb RGsb CITIsb NRVsb AMsb COCAsb 2004 18,99% 0,00% 28,53% 17,63% 3,12% 3,26% 4,49% 5,57% 0,00% 18,41% 2005 21,25% 0,00% 14,66% 2,30% 0,00% 0,00% 30,70% 0,00% 0,00% 31,08% 2006 8,78% 0,00% 23,08% 13,44% 0,00% 0,00% 10,90% 0,00% 0,00% 43,79% 2007 0,00% 0,00% 44,23% 0,00% 3,69% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 52,08% 2008 0,00% 0,00% 59,52% 0,00% 0,00% 9,84% 0,00% 3,79% 0,00% 26,85% 2009 17,91% 0,00% 24,25% 7,31% 0,00% 8,90% 0,00% 0,00% 3,63% 37,99% 2010 20,24% 0,00% 46,99% 0,00% 0,00% 8,46% 0,00% 7,67% 0,00% 16,64% 2011 11,16% 0,00% 58,97% 0,00% 0,00% 11,13% 0,00% 1,67% 0,00% 17,07% 2012 25,20% 0,00% 37,61% 0,00% 0,00% 6,47% 0,00% 1,94% 3,29% 25,49% 2013 22,23% 2,15% 9,98% 41,70% 0,00% 0,72% 0,00% 3,54% 3,14% 16,55% Tabela B.2: Risco e retorno diário e anual (ativos norte-americanos) Ano Risco Retorno Risco/Anual Retorno/Anual 2004 0,00655 0,00031 10,40% 0,49% 2005 0,00558 0,00010 8,86% 0,17% 2006 0,00550 0,00082 8,73% 1,30% 2007 0,00750 0,00078 11,91% 1,24% 2008 0,01781 -0,00045 28,27% -0,71% 2009 0,00049 0,01133 0,77% 17,98% 2010 0,00730 0,00038 11,59% 0,60% 2011 0,00861 0,00034 13,66% 0,53% 2012 0,00602 0,00040 9,56% 0,63% 2013 0,00658 0,00056 10,44% 0,89% 52 APÊNDICE C – Portfólio com ativos mistos Tabela C.1: Composição do Portfólio com ativos mistos ATTsb Oisb ALCsb GERDs b BRAS Ksb PGsb EXXO Nsb PETRs b FIBRsb IPsb RGsb Valesb BBDCs b CITIsb MRVs b 2,78% AMsb pcaSB Abevsb COCA sb 0,00% 2,71% 16,46% 12,95% 0,00% 0,00% 0,20% 6,69% 28,54% NRVsb 2004 11,70% 0,00% 4,46% 1,69% 24,85% 14,46% 0,00% 3,94% 2,08% 0,00% 0,00% 1,91% 2005 16,22% 0,00% 0,00% 3,31% 14,80% 1,47% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 28,76% 2006 8,78% 0,00% 0,00% 0,00% 23,08% 13,44% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 10,90% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 43,79% 2007 0,00% 0,00% 0,00% 2,85% 42,15% 0,00% 0,00% 2,93% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 49,97% 2008 0,00% 0,00% 0,00% 14,18% 49,63% 0,00% 0,00% 0,00% 9,49% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,54% 0,00% 0,00% 0,00% 23,17% 2009 15,88% 32,00% 0,00% 0,00% 3,70% 11,57% 3,23% 0,00% 0,00% 0,00% 4,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,26% 0,00% 0,00% 28,03% 2010 19,08% 0,00% 0,00% 0,00% 4,29% 46,55% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 8,16% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 6,98% 0,00% 0,00% 0,00% 14,95% 2011 11,16% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 58,97% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 11,13% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,67% 0,00% 0,00% 0,00% 17,07% 2012 23,93% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 37,17% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 6,22% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,66% 2,82% 3,10% 0,00% 25,11% 2013 20,09% 0,00% 0,94% 1,60% 2,49% 11,82% 40,33% 0,00% 3,23% 0,00% 0,13% 0,00% 1,40% 0,00% 0,00% 2,88% 2,42% 0,00% 0,00% 12,68% Tabela C.2: Risco e retorno diário e anual (ativos nacionais e norte-americanos) Risco Retorno Risco/Anual Retorno/Anual 2004 0,0059 0,0010 0,0934 0,0156 2005 0,0054 0,0000 0,0851 -0,0005 2006 0,0055 0,0008 0,0873 0,0130 2007 0,0074 0,0008 0,1171 0,0130 2008 0,0170 -0,0010 0,2699 -0,0159 2009 0,0091 0,0005 0,1448 0,0072 2010 0,0073 0,0004 0,1152 0,0068 2011 0,0086 0,0003 0,1366 0,0053 2012 0,0060 0,0004 0,0953 0,0064 2013 0,0065 0,0005 0,1029 0,0087