Metalworking World 1/2010

Transcrição

Metalworking World 1/2010
a vida do cowboy moderno
tornando a vida
mais verde
1/10
uma revista de negócios e tecnologia da sandvik coromant
Yevgeny Sergeevich
Zyryanov, chefe do
laboratório de
usinagem da
Seversky Tube Works
energia gera
novos negócios
mestres aeronáuticos
japoneses
ALTO investimento ––
dupla produtividade
só foi preciso uma
pequena pastilha
Solução
brilhante
editorial
Tom erixon, Presidente da Sandvik Coromant
Mudança, especialização
e perseverança
sofrendo uma considerável pressão sobre os
preços por parte de seus clientes, a empresa
precisava fazer investimentos pesados em
máquinas e buscou ajuda junto aos representantes da Sandvik Coromant. Leia mais sobre
essa cooperação de sucesso à página 31.
Nenhum setor escapará dos desafios da
mudança e da especialização. Ninguém pode
vencer esses desafios sozinho. Na Sandvik
Coromant, levamos a sério a responsabilidade
da perseverança: trabalhamos em estreita e
contínua colaboração com nossos clientes para
encontrar as melhores formas de utilizar as
nossas ferramentas e para que cada solução
oferecida gere o máximo benefício para eles.
Boa leitura!
Vivemos EM uma época de mudanças rápidas
e de especialização. Para prosperar, uma
empresa deve abraçar essas duas tendências
com perseverança. Novos desafios se
apresentam diariamente, seja na usinagem de
novos materiais, na busca de soluções
personalizadas ou na obtenção do desempenho
ideal. O progresso é consequência da
superação desses desafios e, como novo
presidente da Sandvik Coromant, estou
determinado a contribuir para isso.
“O progresso é
consequência da
superação desses
desafios.”
desenvolvimento em
outras áreas – no setor automotivo, em
geração de energia, na indústria de gás e
petróleo, e até na medicina. A Mayer
Feintechnik, da Alemanha, conhece muito
bem as rigorosas exigências de qualidade da
indústria médica global. Embora estivesse
Notamos o mesmo
2 metalworking world
Editora-chefe e responsável legal na
Suécia: Pernilla Eriksson. Gerente de
conta: Christina Hoffmann. Gerente
editorial: Johan Andersson. Diretor de
arte: Erik Westin. Editor técnico:
Christer Richt. Subeditora: Valerie
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Carlos Teixeira. Layout: Jessica Bladh.
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Impressa na Suécia por Sandvikens
Tryckeri, em papel MultiArt Matt 115
gramas e MultiArt Gloss 200 gramas da
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e registro EMAS. Coromant Capto,
CoroMill, CoroCut, CoroPlex, CoroTurn,
CoroThread, CoroDrill, CoroBore,
CoroGrip, AutoTAS, GC e iLock são
marcas registradas da Sandvik
Coromant.
Peça seu exemplar gratuito da Metalworking World enviando seu endereço
para [email protected]
samir soudah
A indústria aeroespacial já está operando
sob exigências extremas, com materiais
difíceis de usinar e um grau de especialização
cada vez maior. A japonesa Mitsubishi Heavy
Industries enfrentou essa situação quando
escolheu o material Waspaloy para as câmaras
de combustão de motores aeronáuticos a
turboélice. A Sandvik Coromant trabalhou
com a empresa para obter a otimização do
processo. Cerca de seis anos após os primeiros
testes, a linha de produção foi implementada.
Leia essa história na íntegra à página 6.
tom erixon
Presidente da Sandvik Coromant
Metalworking World
é uma revista de negócios e tecnologia
da AB Sandvik Coromant, 811 81
Sandviken, Suécia. Telefone:
+46 (26) 26 60 00.
A Metalworking World é publicada três
vezes por ano em alemão, chinês,
coreano, dinamarquês, espanhol,
finlandês, francês, holandês, húngaro,
inglês americano, inglês britânico,
italiano, japonês, polonês, português do
Brasil, russo, sueco, tailandês e tcheco.
A distribuição é gratuita para clientes da
Sandvik Coromant mundialmente.
Publicada pela Spoon Publishing em
Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825.
PS 1: As projeções indicam que a
indústria mundial de energia nuclear
dobrará sua capacidade até 2030.
Confira o que isso pode significar para
você à página 14.
PS 2: A Sandvik Coromant é um dos
expositores no pavilhão sueco da grande
Expo 2010 de Xangai, que começa em
maio. Esperamos por você!
A Metalworking World é publicada com
objetivo meramente informativo. As
informações fornecidas são de natureza
genérica e não devem ser tratadas como
recomendação ou como base para tomadas de decisão em casos específicos.
Qualquer uso dessas informações é de
total responsabilidade do usuário. A
Sandvik Coromant não se responsabiliza
por qualquer dano direto, acidental,
consequencial ou indireto, resultante do
uso das informações disponíveis na
Metalworking World.
índice
metalworking world N.º1 2010
38
A Mitsubishi Heavy
Industries fabrica
câmaras de combustão
de motores turboélice
para aviões.
6
Notícias de usinagem...4
Engenharia japonesa
nas alturas.......................6
Casas do futuro
sobre as águas..............11
A energia nuclear está
de volta, mais forte.....14
Peça diminuta leva a
grande conquista........20
Cowboys modernos e
soluções ecológicas....26
Como dobrar a
produtividade...............31
Panorama da
usinagem.......................36
Os desafios
ocultos em uma
fuselagem.....................38
A fuselagem de um
avião apresenta
diversos desafios.
11
32
26
Tecnologia
Excelente, mas
complexo
Soluções na área
de energia eólica
Mais rápido –
e tão preciso
De difícil a
eficiente
A usinagem de compósitos é
muito diferente da usinagem
de outros materiais. Agora
essa área dispõe de novas
ferramentas de corte, assim
como de processos
otimizados.
Novas fresas de disco e
fresas tipo caracol,
modernas pastilhas de metal
duro intercambiáveis e o
melhor suporte técnico são
cruciais para o sucesso da
indústria de energia eólica.
12
18
O turbilhonamento de roscas
é uma importante operação
de fresamento na fabricação
de parafusos para ossos.
Agora é possível produzir
esses parafusos em uma
operação de fresamento em
um passe único.
O titânio é um material
fundamental para as
estruturas de aeronaves.
Porém, por não permitir uma
usinagem segura por meios
convencionais, é necessário
usar outras técnicas para
obter a máxima eficiência.
30
35
CoroMill 690,
perfeita para
fresamento
de titânio.
metalworking world 3
Notícias
Tom Erixon, novo presidente da Sandvik Coromant:
“A indústria aeronáutica indica o caminho.”
Para Tom Erixon, novo presidente da Sandvik Coromant,
a crise financeira global ainda
não acabou. “Temos que estar
preparados para mudar”, diz.
Em setembro, em meio à crise econômica, Tom Erixon
4 metalworking world
tom erixon
Idade: 49 anos
Residência: Sandviken,
Suécia
Família: Esposa e três
filhos
Histórico: Mestrado em
Direito pela Universidade
de Lund, Suécia, e MBA
pelo IESE, Barcelona,
Espanha. Exerceu cargos
executivos dentro do
Grupo Boston Consulting
antes de entrar para o
Grupo Sandvik em 2001.
Lazer: Gosta de esqui de
fundo, golfe e ópera, e é
um apaixonado colecionador de vinhos.
samir soudah
tornou-se presidente da Sandvik Coromant. Realista,
Erixon acredita que a indústria de usinagem ainda terá
que lutar durante algum tempo.
“Esta crise chegou mais rápido do que se podia
imaginar. E ainda não se viu nenhuma das transformações estruturais que costumam acontecer após uma
recessão profunda. Acho que durante o próximo ano ou
um pouco mais, veremos mais empresas entrarem em
falência, assim como fusões e outras mudanças”, diz.
Mesmo assim, Erixon prefere ver a situação da
Sandvik Coromant como um desafio. “Dentro de todas
as organizações, sempre há espaço para aprimoramentos. Isso nos faz lembrar que, para se desenvolver, uma
empresa tem que estar aberta às mudanças”, enfatiza.
Erixon nasceu em Helsingborg, no sul da Suécia, mas
viveu e trabalhou na Espanha, nos Estados Unidos, no
Reino Unido e na Dinamarca.
“Eu me mudei para Sandviken quando entrei para o
Grupo Sandvik em 2001. Eu e a minha família gostamos
de viver aqui. Temos as atividades ao ar livre que adoramos fazer e estamos perto de Estocolmo e do aeroporto de Arlanda, que é uma porta para o mundo”, comenta.
Olhando além da crise atual, Erixon vê um mundo de
rápidas mudanças e de especialização. “Para sobreviver,
uma empresa deve se adaptar a novas demandas, e já é
possível ver os sinais dessas demandas hoje”, observa.
Erixon aponta dois fatores que considera cruciais na
indústria de usinagem. “Primeiro, é necessário ter uma
presença forte na Ásia. É lá que está o maior crescimento em termos de produção e de vendas”, indica.
“Em segundo lugar, a maioria dos fabricantes deve
estar preparada para trabalhar com novos materiais
exóticos, difíceis de usinar. Isso já é uma realidade na
indústria aeroespacial, onde a importância de vários
compósitos está crescendo constantemente. Mas
podemos ver a mesma tendência em outros setores”,
continua.
“Claro que os materiais tradicionais vão continuar
sendo a base dos fabricantes mundiais durante muito
tempo. Mas quando a mudança vier – e virá – é preciso
estar preparado”, aconselha.
Erixon espera poder ajudar a Sandvik Coromant a dar
mais enfoque no trabalho personalizado.
“Com o passar do tempo, podemos ver que os
fabricantes estão ficando cada vez mais especializados
dentro dos próprios setores. Isso exige que a Sandvik
Coromant trabalhe de maneira ainda mais personalizada
do que hoje”, conclui.
Incentivo à pesquisa
de compósitos
P&D. As previsões indicam que o uso de compósitos
deve aumentar significativamente nos próximos anos.
Para melhor acomodar essa tendência, a Sandvik Tooling,
incluindo colaboradores da Sandvik Coromant, criou o
Centro de Pesquisa e Tecnologia para Compósitos no
Reino Unido. O objetivo é desenvolver conhecimento e
soluções de ferramentas para usinagem dessa classe de
materiais.
Os compósitos representam um desafio considerável
em termos de vida útil da ferramenta, produtividade e
controle de qualidade das peças.
“Nosso objetivo é entender e
oferecer soluções para esses
desafios, por meio do desenvolvimento de conhecimento e ferramentas”, declara Francis Richt,
gerente de projeto para compósitos e materiais avançados.
O centro proporciona
conhecimento sobre a usinabilidade dos materiais com base no
Francis Richt
processo de fabricação e na
operação de usinagem desses materiais. É um foco para o
desenvolvimento contínuo nas áreas de substratos,
coberturas e geometrias, conforme estes evoluem com o
desenvolvimento dos compósitos.
“Também vamos apoiar os fabricantes por meio da
realização de testes de usinabilidade para alcançar metas
específicas de qualidade e produtividade”, afirma Richt.
Leia mais sobre a fabricação de compósitos à
página 12.
SABIA QUE …
…já faz 40 anos que a
Sandvik Coromant
lançou os primeiros
metais duros com
cobertura?
Bem-vindo à usinagem 2.0
nova tecnologia. Com o
aumento do nível de precisão das
simulações, as máquinas virtuais
estão se tornando uma parte
importante do processo de
fabricação. A DMG, fabricante de
máquinas-ferramenta da Alemanha
e pioneira nessa área, equipou o
Centro de Produtividade da Sandvik
Coromant em Sandviken, na Suécia,
com uma de suas máquinas virtuais. Mats Allard
A máquina virtual da DMG integra
a geometria, a cinemática e a dinâmica da
máquina real com as funcionalidades do CNC
e do PLC em uma cadeia única e contínua de
processos virtuais. Com uma máquina virtual,
todos os processos e atividades podem ser
planejados e verificados de forma segura. Ao
evitar colisões e gravando todas as funções
que estão na tela, é possível obter o máximo
de segurança no planejamento e
na execução, assim como novas
oportunidades de treinamento.
“Tanto faz se os programas NC
são disponibilizados a partir de
um programa CAM ou criados
diretamente nos controles CNC;
você pode ver antecipadamente
como os processos irão funcionar
no chão de fábrica”, explica Mats
Allard, gerente de usinagem
virtual da Sandvik Coromant.
“Trabalhamos com software de simulação
há muito tempo e temos 8,3 mil sólidos das
nossas ferramentas disponíveis em nosso
site. Mas precisamos garantir que possamos
fornecer sólidos e outros tipos de dados de
produtos aos fabricantes em novos ambientes, tais como as máquinas virtuais”, ressalta
Allard.
feiras 2010
•Die&Mould China, 11–15 maio, Xangai
•MMTS, 17–19 maio, Montreal, Canadá
•Farnborough Airshow 2010, 19–25 julho,
Farnborough, Reino Unido
•IMTS 2010, 13–18 setembro, Chicago, EUA
•AMB, 28 setembro–2 outubro, Stuttgart,
Alemanha
•TATEF, 12–17 outubro, Istambul, Turquia
•JIMTOF2010, 28 outubro–2 novembro,
Tóquio, Japão
Estande da
Sandvik
Coromant na
IMTS 2008.
metalworking world 5
texto: Carol Akiyama
Foto: ken straiton
Cooperação
em alta
NAGOIA, JAPÃO. As câmaras de combustão de motores turboélice
para aviões são de fabricação extremamente complexa. Mesmo assim,
a japonesa Mitsubishi Heavy Industries conseguiu melhorar o processo
de fabricação sucessivamente. Seu segredo: parcerias produtivas.
Localizada a uma hora de carro de Nagoia, no centro da região industrial do Japão,
a Nagoya Guidance and Propulsion Systems
Works (NGPSW), da Mitsubishi Heavy
Industries, representa os valores tradicionais
do Japão corporativo. O espírito de empresa
é fomentado com uma corrida de revezamento no horário do almoço, com multidões de
trabalhadores animando suas equipes.
Promove-se também um clima familiar
graças a um enorme refeitório onde todos os
funcionários comem juntos, independentemente do cargo.
Yukio Kamimura, engenheiro sênior do
departamento de produção, usa o mesmo
uniforme azul que os demais trabalhadores da
fábrica, mas leva no braço direito uma fita que
o distingue como “funcionário de destaque”.
Em novembro de 2009, ele recebeu a medalha
de honra Fita Amarela das mãos do imperador
do Japão, no Palácio Imperial de Tóquio. O
prêmio é o mais alto reconhecimento do país
pela contribuição profissional para o melhoramento da nação.
Para Kamimura, não foi nenhum feito
específico, mas seus 45 anos de contribuição
para o desenvolvimento da indústria aeroespacial no Japão que lhe valeram o prêmio.
“Quando comecei a usinar materiais HRSA
há 30 anos, ninguém sabia muito bem como
6 metalworking world
um engenheiro da NGPSW recebe essa
distinção. “Acho que é uma clara indicação de
que o governo está dando atenção à indústria
aeroespacial e de que a nossa empresa tem
sido importante no desenvolvimento desse
setor no Japão, que tem uma história
relativamente curta na área”, declara o
vice-presidente Fumiaki Tominaga.
A NGPSW desenvolve, fabrica e repara várias
peças de motores de aeronaves de turbinas a
gás em programas de parceria com gigantes do
setor, como Pratt & Whitney, Rolls-Royce e
General Electric. A unidade é especializada na
produção de peças de motores resistentes ao
calor. Todas as câmaras de combustão dos
fazer. Tivemos que descobrir tudo sozinhos”,
relembra. Dentre as contribuições de Kamimu- motores comerciais de grande porte da Pratt &
Whitney são fabricados aqui.
ra está o desenvolvimento técnico
Em 2004, a NGPSW embarcou
inicial da usinagem de pistões de
em uma importante parceria de
aeronaves C1, que estavam entre os
risco compartilhado com a
mais longos e assimétricos, com
Rolls-Royce para criar câmaras de
0,05 mm de concentricidade. Esse
combustão para a série de motores
tipo de habilidade de usinagem
turbo Trent 1000 para a aeronave
avançada levou mais tarde à
Boeing 787. “Devido à necessidade
produção eficiente de discos de
de resistir a altíssimas temperatuturbinas e câmaras de combustão.
ras, a câmara de combustão é uma
peça extremamente delicada. Sua
O que torna o prêmio de Kamimu- Yukio Kamimura,
engenheiro sênior do
fabricação exige um alto nível de
ra ainda mais surpreendente é o fato departamento de
produção.
conhecimento tecnológico. Nos
de ser o segundo ano seguido que
As fresas com pastilhas de
cerâmica ofereceram uma
melhoria impressionante.
Hiroyuki Yoshida,
gerente do departamento de produção, visto
através da câmara de
combustão.
metalworking world 7
desafio foi um passo importante para permanecer à frente dessa tendência”, destaca Tominaga.
Yoshida ficou responsável por encontrar
Cooperação bem-sucedida. Hiroyuki Yoshida,
gerente do departamento de produção (esq.), e o
vice-presidente Fumiaki Tominaga.
confiaram este projeto depois de um histórico
comprovado de mais de 20 anos fabricando
pás e discos de turbinas”, explica Hiroyuki
Yoshida, gerente do departamento de
produção.
O material escolhido para as câmaras de
combustão foi a Waspaloy, graças à sua
excelência em aplicações tais como as peças
de motores para altas temperaturas. Porém,
sua usinagem é extremamente difícil.
“Na indústria aeroespacial, os materiais vão
se tornar cada vez mais difíceis de usinar, a fim
de melhorar as propriedades mecânicas em
temperaturas mais altas. Portanto, superar esse
uma solução. “As câmaras de combustão
contêm muitas peças, o que torna o processo
de fresamento difícil e demorado. Além disso,
nossas ferramentas se gastavam rapidamente.
Tentamos usar as pastilhas de cerâmica que já
tínhamos, mas o desgaste foi muito grande.
Precisávamos de uma solução melhor para
cumprir nossas metas de produção”, conta.
A NGPSW conversou com vários fabricantes de ferramentas, mas foi a Sandvik
Coromant que finalmente apresentou a
solução adequada. “As outras empresas
recomendavam seus produtos, mas a Sandvik
Coromant trabalhou junto conosco para
encontrar o nível ideal de desempenho de suas
ferramentas e cumprir nosso objetivo de
fresamento em desbaste em um ciclo de 40
horas”, detalha Yasuhiro Sueyoshi, engenheiro do departamento de produção que
trabalhou diretamente nesse projeto.
Yoshie Narita representa a Sanwa Seiki,
distribuidor da Sandvik Coromant que
supervisionou a implementação da solução
Set-up de cabeças de corte na fábrica
n.º 5 da Mitsubishi Heavy Industries
em Nagoia.
“Quando comecei a usinar materiais
HRSA há 30 anos, ninguém sabia muito
bem como fazer.”
Yukio Kamimura, engenheiro sênior
visão técnica
“Este é um avanço importante”
Na Nagoya Guidance and
avanço importante”,
Propulsion Systems
conta Toshikazu
Works (NGPSW), a
Kawamukai, gerente de
fabricação de câmaras de
Aerospace SDC da
combustão de motores a
Sandvik Coromant Japan.
jato em Waspaloy exige
Devido às altas velocium número significativo
dades requeridas para o
de operações de tornofresamento de Waspaloy,
fresamento para remover
todos os outros tipos de
grandes quantidades de
pastilhas de cerâmica
materiais.
Toshikazu Kawamukai, para HRSA duravam no
gerente de Aerospace
“Vínhamos fazendo
máximo um minuto, uma
SDC da Sandvik
testes com ferramentas
vida útil muito curta para
Coromant Japan.
de cerâmica na NGPSW
atender as necessidades
há cerca de sete anos,
de produção do cliente.
mas foi só com a introdução das
Mas as novas pastilhas de cerâmiclasses de cerâmica CC6060 em
ca CC6060 com SiAlON duravam três
pastilhas redondas que obtivemos um
minutos. “Essa classe tem excelente
8 metalworking world
resistência ao desgaste tipo entalhe e
permite usinar em maior profundidade. A capacidade da CC6060 em
manter o desempenho em faixas de
avanço mais altas e em cortes contínuos mais longos a tornam ideal para
a usinagem de Waspaloy e outros
materiais duros”, diz Kawamukai.
Segundo ele, a NGPSW está entusiasmada em trabalhar com a Sandvik
Coromant para desenvolver o uso do
CoroTurn HP para usinagem da série
Trent XWB. “Com a aplicação de um
jato de refrigeração de alta pressão, o
CoroTurn HP pode ajudar a aumentar a
vida útil da ferramenta, melhorar a
quebra de cavacos e oferecer uma
usinagem mais segura e contínua.
1.Dados de corte da Coro Mill 210
em carcaças na NGPSW:
Vc=20–25 m/min, ap=0,7 mm,
fz=0,5 mm/dente.
2. Dados do CoroTurn SL70 usado
para desbaste com cerâmica:
Isto foi desenvolvido principalmente para peças de motores a
jato, tais como discos e
carcaças, para fornecer uma
usinagem segura e produtiva.
3. Dados da fresa de cerâmica:
Dados de corte atuais: Vc=800
m/min, ap=1,5 mm, fz=0,08
mm/dente.
Essas fresas foram desenvolvidas especialmente para as
peças da carcaça.
Usinagem de uma
câmara de
combustão em
Waspaloy.
O engenheiro chefe Yasuhiro
Motoyama (dir.) e o
engenheiro assistente
Kazuyuki Kumanawa, com
uma câmara de combustão.
desde o início. Ele viajava quase diariamente
à NGPSW e ao Centro de Produtividade da
Sandvik Coromant para monitorar o processo.
“Os bons resultados não surgem do dia para
a noite”, ressalta Yoshida, lembrando que
foram necessários quase seis anos desde a
realização dos primeiros testes, em 2001, até a
implementação na linha de produção, em
2007. “Mas todas as pessoas ligadas à
Sandvik Coromant nos atendiam prontamente
e davam todo o apoio de que precisávamos.”
O sucesso da usinagem das câmaras de
combustão do Trent 1000 foi essencial para o
relacionamento entre a NGPSW e a Sandvik
Coromant, mas não era a primeira vez. As
empresas já trabalhavam juntas há mais de 20
anos. “Quando encontramos uma solução
técnica junto com um cliente, isso cria um elo
forte entre as empresas. Tivemos a oportunidade de levar alguns integrantes da NGPSW para
a Suécia e de mostrar nossas pesquisas sobre
usinagem com cerâmica, assim como toda
nossa linha de produtos”, conta Noriyuki
Matsumoto, gerente da filial de Nagoia da
Sandvik Coromant Japan.
Agora a NGPSW está trabalhando no Trent
XWB, a nova série de motores turboélice da
Rolls-Royce, e a Sandvik Coromant está
novamente fornecendo soluções essenciais.
“Durante nosso processo de torneamento,
havia vibração em excesso. Consultei a
Sandvik Coromant e eles atribuíram as
vibrações ao fato de o porta-ferramentas ser
fraco. Agora estamos realizando testes usando
Corre-corre. De vez em quando os funcionários da
empresa participam de uma corrida de revezamento no horário do almoço, na localidade da fábrica
de Nagoia.
o CoroTurn SL 70 com Coromant Capto para
resolver o problema”, aponta Sueyoshi.
“Para o fresamento em desbaste do Trent
1000, usamos sobretudo a fresa de alto avanço
CoroMill 210, que nos permite realizar
faceamento e também usinar furos. Mas já a
estamos utilizando no nível máximo. No caso
do futuro Trent XWB, precisamos melhorar
ainda mais as condições. As ferramentas da
Sandvik Coromant são conhecidas pela
estabilidade, mas nós as utilizamos sob
condições difíceis, portanto precisamos de
apoio”, prossegue Sueyoshi.
ß
Yasuhiro Sueyoshi, engenheiro do departamento
de produção, trabalhou diretamente no projeto da
câmara de combustão.
“Quando surge um problema de usinagem,
não posso resolver tudo sozinho. Posso
inventar novos métodos, mas não há garantia
de que funcionarão realmente. A Sandvik Coromant fornece orientações realistas, e podemos
pensar nas soluções em conjunto. Oferecer
apoio e auxiliar na melhor maneira de usar as
ferramentas é o que diferencia a Sandvik
Coromant”, diz.
A partir da experiência com a fabricação
das câmaras de combustão do Trent 1000,
metalworking world 9
Saia do injetor de
um motor de
foguete LE-7A,
acabada e sendo
preparada para
entrega.
mitsubishi heavy
industries
A Nagoya Guidance and Propulsion
Systems Works (NGPSW) é uma unidade
operacional da Mitsubishi Heavy
Industries, gigante industrial japonês
com faturamento de 3,376 trilhões de
ienes (25,6 bilhões de euros) em 2009.
Operando no setor de motores aeroespaciais desde 1920, a NGPSW tem um
volume de produção de JPY 225,6 bilhões (EUR 1,7 bilhão). Conta com quase
2 mil funcionários e sua fábrica principal
ocupa uma área de 382 mil m².
O DESAFIO
A necessidade:
”Oferecer apoio e auxiliar na melhor
maneira de usar as ferramentas é o
que diferencia a Sandvik Coromant.”
Yasuhiro Sueyoshi, engenheiro
fortalecer a indústria de fabricação de
Yoshida teve a forte sensação de que
motores aeronáuticos do Japão com
era necessário fazer mais pesquisas
aplicações avançadas, a fim de
sobre a usinagem de HRSA, de
prosperar mundialmente.Vamos
maneira mais ampla. Assim, no final
implementar as novas técnicas que
de 2007, ele criou o Global Manufacdesenvolvemos com a Sandvik
turing Technology Team (GMATT).
Coromant nos motores Trent XWB”,
Esse grupo virtual de pesquisa
afirma Yoshida. Além do GMATT, a
envolve a NGPSW, importantes
NGPSW colabora em um projeto de
universidades e fabricantes de
Yoshie Narita,
desenvolvimento de aplicações com a
ferramentas, e fornecedores de
representante da
Rolls-Royce no AMRC (Centro de
ferramentas do Japão. A Sandvik
Sanwa Seiki
Pesquisas em Manufatura Avançada),
Coromant é um membro fundamenna Grã-Bretanha. Esse projeto também envolve
tal desse grupo.
a Sandvik Coromant.
Desde 2008, o GMATT vem realizando
“Esforços como esse são necessários,
testes com fresamento com pastilhas de
porque as soluções ideais são encontradas
cerâmica e refrigeração de alta pressão para
melhorar a usinagem da nova série de motores a quando se trabalha em conjunto”, conclui
Tominaga.
jato Trent XWB. “A meta do GMATT é
10 metalworking world
A Nagoya Guidance and Propulsion
Systems Works (NGPSW) queria
reduzir o tempo de fresamento de
câmaras de combustão do motor a
jato Trent 1000 em Waspaloy.
A solução:
Operação de desbaste: a
CoroMill 210 e uma fresa com
pastilhas de cerâmica na classe
CC 6060 removeram grandes
quantidades de metal em pouco
tempo.
Operação média: a CoroMill 300
com pastilhas redondas permitiu
baixas forças de corte, pouco
desgaste tipo entalhe e faixas de
avanço mais altas.
Operação de acabamento: a
CoroMill 390 garantiu uma usinagem
segura com vida útil estável, nenhuma
vibração e com a qualidade
superficial exigida.
O resultado:
O tempo de usinagem da superfície
bruta foi reduzido de 60–70 horas
para 40 por ciclo, resultando em uma
economia de mais de 300 horas por
mês.
jogo rápido
textO: johan andersson Foto: Waterstudio.NL
pensador
influente
Koen Olthuis, 39, é o
fundador do escritório de
arquitetura holandês
Waterstudio.NL,
especializado em
estruturas flutuantes.
Em 2007, ficou na
posição 122 do ranking
das pessoas mais
influentes do mundo da
revista Time.
Bem-vindo, mundo das águas!
Se depender do arquiteto holandês Koen Olthuis, vamos viver sobre as águas
Imagine uma Veneza moderna,
com arranha-céus altíssimos e
uma rede de lojas, estradas e ruas
– tudo construído sobre água. Ou
cidades costeiras superpovoadas,
como Nova Iorque e Hong Kong,
encontrando mais espaço sobre o
mar para se expandir. Essa é a
concepção do arquiteto holandês
Koen Olthuis.
“A água sem dúvida dará novas
possibilidades de expansão para
as cidades no mundo todo”, prevê.
As criações de Olthuis já se
tornaram realidade em cerca de
100 casas que ele construiu na
linha d’água ou perto dela. Até
agora suas construções são uma
mistura de casas flutuantes
modernas e até mesmo casas anfíbias, na Holanda e no exterior. Por
exemplo, ele já construiu casas
que boiam quando a água sobe.
Outras, como a da imagem, são
construídas nas margens dos rios
ou em outras áreas com risco de
enchente. Além dessas, há cerca
de mil planejadas, dentre as quais
as do New Water, um novo bairro
em Westland, na Holanda. O New
Water inclui o primeiro complexo
de apartamentos flutuante.
Sendo holandês, Olthuis sempre
teve consciência da ameaça do
oceano. Cerca de um terço da
Holanda está abaixo do nível do
mar, e os holandeses passaram os
últimos mil anos mais ou menos
lutando contra ele. Olthuis quer
adotar uma estratégia diferente.
“A ameaça de elevação do nível
das águas e a mudança climática,
combinadas com o aumento da
urbanização, estão nos obrigando
a repensar nosso relacionamento
com a água”, diz.
Olthuis vislumbra uma ampla
aplicação para seus edifícios em
áreas com tempestades e inundações frequentes. “As estruturas
flutuantes não são só uma alternativa de luxo para as pessoas que
querem desfrutar a vida perto da
água. Elas são uma solução para o
problema muito real dos efeitos da
mudança climática”, aponta.
metalworking world 11
tecnologIA
textO: christer richt
Desafio: Fornecer ferramentas e
processos para aprimorar a usinagem
de compósitos, uma área em rápida
expansão.
Solução: Uma nova abordagem
para a usinagem, incluindo ferramentas dedicadas e as mais recentes estratégias de aplicação.
O próximo passo na
usinagem de compósitos
é muito
diferente da usinagem de metais. Além
disso, cada tipo de compósito requer uma
usinagem específica e a variedade de
materiais compósitos é mais ampla que a
dos metais. Isso tem implicações desanimadoras para as fábricas que estão começando
a produzir peças em compósitos e apresenta
desafios para as que já trabalham com esses
materiais. Para usinar compósitos é
necessário reavaliar métodos, ferramentas,
set-ups e, em alguns casos, até mesmo as
máquinas e os dispositivos de fixação. De
fato, cada novo compósito que entra na
fábrica requer uma nova abordagem de
usinagem.
A ação de corte nos compósitos é bastante
diferente da dos metais, uma vez que a aresta
de corte não gera cavacos por cisalhamento,
como na maioria dos metais. A aresta parte o
material a ser removido, geralmente
cortando a resina epóxi, quebrando ou
cortando as fibras no processo.
O princípio geral da usinagem de compósitos é usar arestas de corte extremamente vivas e com suficiente folga, a fim de produzir
um corte limpo e minimizar a tendência de
que a ferramenta atrite contra a peça. O desgaste da ferramenta deve ser absolutamente
reduzido, já que qualquer alteração geométrica mínima na aresta pode rapidamente
gerar excesso de calor e quebra da aresta e,
se não for corrigida, pode afetar a qualidade.
A usinagem de compósitos
12 metalworking world
Para usinar compósitos, a fresa de facear
CoroMill 590 é equipada com pastilhas PCD para
atender altas exigências de tolerâncias e
acabamento superficial. Ela oferece dados de
corte elevados com um mínimo de lascamento de
fibras na usinagem sem refrigeração – ideal
quando há extração de poeira (veja figura) e
quando a usinagem é a última da fila, antes da
montagem.
A necessidade de utilizar diversas geometrias de ferramentas para atender às características variadas dos compósitos exige que as
ferramentas de corte operem com facilidade,
gerando o mínimo de forças axiais.
Para obter desempenho, segurança e resultados de boa qualidade, é necessário estabelecer processos individuais para atender e
otimizar as operações e os materiais compó-
sitos em questão. Um cálculo econômico
deve determinar a solução mais favorável
nas situações em que a taxa de remoção de
material é importante, mas não primordial.
A qualidade do furo e da aresta, combinada com um custo satisfatório por furo e por
metro, afeta mais a produtividade no caso da
usinagem de compósitos. O acabamento obtido em uma única operação pode reduzir ou
eliminar operações secundárias, contribuindo para aumentar a vida útil da ferramenta e
reduzir o tempo de máquinas paradas.
No mundo em constante evolução da usinagem de compósitos, é essencial usar ferramentas de corte dedicadas a um tipo específico de compósito. Também é essencial estabelecer os parâmetros certos para as operações em questão e conseguir o set-up correto.
A furação, uma operação dominante nos
compósitos, é particularmente desafiadora,
porque o material pode se lascar ou até se
dividir em diferentes camadas (delaminação) na entrada e na saída do furo. Obter o
acabamento superficial necessário exige
esforço redobrado, para se conseguir uma
ação de corte satisfatória entre as camadas de
fibra e a matriz. Com a melhora da resistência aos impactos e da resistência ao calor nos
compósitos, a usinagem também precisa se
desenvolver.
Ferramentas especialmente adaptadas
com cobertura ou ponta de diamante
Quando a solução de usinagem de
compósitos envolve usinagem de
borda e fresamento Sturtz, a fresa de
topo CoroMill 390, com pastilhas de
precisão com cobertura ou ponta de
PCD, é especialmente eficaz para os
compósitos com alto teor de fibra.
Para usinagem de borda e contorno
de peças em compósitos, as pastilhas
de metal duro, ou com cobertura de
diamante, ou ainda as fresas inteiriças
de metal duro são eficazes para
resultados de alta qualidade.
policristalino (PCD) oferecem a melhor vida
útil, já que o diamante resiste ao desgaste de
vários materiais em fibra de carbono e
multicamadas, como o titânio.
As exigências das superfícies usinadas
planas, assim como da usinagem de borda e
contorno, costumam ser altas para peças em
compósito. Isso requer abordagens inovadoras, com pastilhas intercambiáveis adequadas e ferramentas de metal duro inteiriças
com cobertura de diamante.
Fresas PCD desenvolvidas sob medida
são uma solução para a maioria das
operações de fresamento, em que ferramentas PCD de veio e soldadas são projetadas
com vários designs de canais para atender as
necessidades da aplicação. Dentre os
aprimoramentos obtidos está um melhor
acabamento superficial, por meio da
aplicação eficaz de uma geometria de
ferramenta específica. Isso também pode
implicar o transporte de poeira e a redução
ainda maior das tendências de lascamento e
estilhaçamento.
cd 854
O material compósito
As soluções com compósitos são
específicas de cada aplicação. As soluções
podem incluir uma das geometrias da
CoroDrill, selecionada ou adaptada ao
material e à operação. Devido à variação
dos materiais nas diferentes peças, foram
desenvolvidas três geometrias, dentre elas
uma broca de uso geral CoroDrill 855, a
fim de gerar processos otimizados, que
resultem em furos com qualidade
compatível com as mais rigorosas
exigências.
A CoroDrill 856 foi projetada para
minimizar as tendências de lascamento
nas entradas e saídas dos furos,
especialmente nos compósitos ricos em
resina. Mas a furação de materiais com
alto teor de fibra requer uma geometria
que reduza o lascamento, como a nova
broca CoroDrill 854, cuja geometria tem
semelhanças com a utilizada para
alumínio.
cd 855
cd 856
Um compósito é produzido pela combinação
de dois materiais, cada um com diferentes
características individuais, para formar um
material com determinada propriedade.
Fibras, whiskers, partículas ou materiais
entrelaçados são dispersos em uma matriz,
onde fornecem rigidez e resistência. Os
compósitos estruturais são formados de
laminados ou camadas-sanduíche. Um
compósito laminar tem folhas empilhadas e
cimentadas entre si, de maneira tal que a
orientação das forças varia conforme as
sucessivas camadas.
Os componentes da matriz principal são
materiais orgânicos, metal e cerâmica, e o
reforço pode ser um material contínuo ou
descontinuo de carbono ou algum material não
orgânico.
Materiais compósitos plásticos, reforçados
com fibras de carbono, fibras de aramida e
fibras de carbono-aramida são comuns nas
estruturas de aeronaves. As fibras são coladas
no material da matriz, por exemplo, uma resina
epóxi. As aplicações dos compósitos estão
crescendo rapidamente, e com elas o
desenvolvimento de materiais.
Resumo
Além de desenvolver ferramentas de corte
que aumentam o desempenho da usinagem de materiais compósitos, a Sandvik
Coromant também se dedica a desenvolver processos otimizados nessa área.
Uma linha com novas brocas e fresas
tem melhorado o desempenho do uso de
compósitos. Brocas de metal duro com
cobertura de diamante foram projetadas
para atender diversas aplicações, assim
como ocorre com a tecnologia PCD embutida. Várias novas geometrias de brocas já
foram desenvolvidas até agora para
produzir furos de alta qualidade em vários
materiais reforçados com fibra de carbono
(CFRP). Para fresamento, usinagem de
borda e contorno de peças em compósito,
algumas fresas de topo e fresas de facear
com pastilhas PCD especialmente
desenvolvidas e inteiriças de metal duro
com cobertura proporcionam novos
benefícios. Juntos, os produtos standard e
os especiais formam soluções para o
presente e o futuro da furação e fresamento dos compósitos.
metalworking world 13
getty images
textO: paul redstone
De volta
Ao futuro
energia. Deixada de lado por alguns anos, a indústria de
energia nuclear está de volta. Os fabricantes que quiserem
apostar nesse setor em franca expansão devem se preparar
para as exigências extremas e os materiais de difícil fabricação.
14 metalworking world
getty images
As pressões para redução das
emissões de CO2 e o aumento
da demanda de energia fizeram
renascer a energia nuclear.
Há alguns anos, o setor de energia nuclear parecia
estar em fase terminal. Mas com a previsão de aumento
de 44% da demanda mundial até 2030 e com a pressão
cada vez maior para a redução das emissões de CO2, o
futuro dessa tecnologia se mostra promissor. “Renascimento nuclear” é uma expressão bastante utilizada hoje.
Os fornecedores de componentes essenciais para o
setor estão notando um aumento nos pedidos. E se as
previsões mais otimistas estiverem corretas, haverá
importantes implicações para o setor de usinagem.
A primeira da fila, com planos nucleares ambiciosos,
é a China, com 35 novos reatores planejados e 90
propostos até 2030, seguida pela Índia, com 23 reatores
planejados e 15 propostos. Mas também há projetos
grandes em curso na Europa, que depende da energia
nuclear para 34% da sua eletricidade, mais do dobro da
média mundial. A expansão da Europa é liderada pelo
Reino Unido, onde o governo acaba de dar luz verde
para novos reatores em 10 plantas. Considerando que o
país possui atualmente 10 usinas nucleares, essa
iniciativa representa um aumento importante. Quatro
usinas já estão em fase de planejamento.
Segundo John McNamara, chefe de comunicações da
Associação da Indústria Nuclear do Reino Unido, a
mudança vai ajudar a revitalizar muitos outros aspectos
da indústria britânica, e o setor de usinagem é um deles.
“A Grã-Bretanha está planejando a primeira leva de
novas centrais nucleares na Europa, um enorme
programa de construção ao longo dos próximos 10 anos
– o maior projeto de construção da Grã-Bretanha depois
dos preparativos para as Olimpíadas de 2012”, destaca.
Da esquerda:
Tore Andersson, Klas Göran
Björklund, Thomas Åberg
(Sandvik Coromant) e
Jan Boström.
“Sem margem para erros”
Trabalhos de alta precisão são algo corriqueiro para a GenerPro, fabricante sueco
pertencente ao Grupo Leax. A empresa é
um dos principais especialistas em grandes
geradores e turbinas para a indústria de
geração de energia. Um recente projeto
para fornecer o rotor de um gerador para a
Alstom, destinado à usina nuclear TVO na
Finlândia, comprovou o valor de sua
parceria com a Sandvik Coromant.
Tore Andersson, engenheiro industrial da
GenerPro, conta: “Tivemos que produzir
furos com uma profundidade de 5,3 metros,
atravessando o rotor. Anteriormente, nunca
tínhamos passado de 3,7 metros. Produzimos quatro furos em dois rotores sem problemas. A retilineidade do furo precisava ter
uma precisão de 4 mm no ponto final, mas
conseguimos 2,5 mm, que é excelente”.
O tamanho do rotor criava desafios especiais. Ao produzir furos tão profundos, o
procedimento normal seria girar a peça
para garantir a máxima retilineidade possível. Mas em uma peça desse tamanho, com
um furo rotacionalmente assimétrico, isso
não é possível; o furo deve ser feito em um
ângulo que cria exigências extremamente
altas sobre o processo de perfuração. Não
há margem para erro; a peça pesa 80 toneladas e representa um valor considerável”,
assinala Andersson.
A solução se baseou no sistema de furação profunda da Sandvik Coromant com a
CoroDrill 800. Andersson destaca: “A novidade foi o design dedicado da cabeça da
broca com uma guia de apoio adicional. Somado ao suporte dos especialistas, esse foi
o principal motivo do grande sucesso”.
metalworking world 15
johnér
getty images
Em 2008, a energia nuclear representava 14% da geração mundial de
eletricidade, um percentual inferior
ao nível de 16-17% que tinha sido
constante nos 20 anos anteriores a
2005. Porém, as projeções têm sido
revistas para cima. Em 2008,
previu-se que a capacidade global
da energia nuclear aumentará entre
27% e 100% até 2030.
Fonte: Agência Internacional de Energia Atômica – Estimativas sobre Energia, Eletricidade e Energia Nuclear para o Período até 2030
16 metalworking world
Haverá um grande impulso agora, já que muitas
usinas do Reino Unido estão se aproximando do final da
sua vida útil, destaca McNamara. “Nos próximos 10 a
15 anos, a Grã-Bretanha vai perder cerca de um terço da
sua capacidade total de geração de energia. Como a demanda cresce cerca de 2% ao ano, é necessário construir
para evitar um déficit energético. A primeira dessas
novas centrais nucleares entrará em operação em 2017,
e a intenção é inaugurar uma a cada 18 meses”, anuncia.
McNamara ressalta a importância de se desenvolver
uma cadeia de suprimentos eficaz. “Existe um déficit de
competências, pois não construímos nada novo desde o
início da década de 1990. Portanto, haverá uma grande
demanda por empresas com conhecimento especializa-
“Sem energia nuclear,
não é possível alcançar
as metas de redução
das emissões.”
visão técnica
As demandas do setor
Além da furação profunda em eixos de
geradores, a Sandvik Coromant oferece
tecnologias de ferramentas para uma
série de outras aplicações no setor de
energia nuclear.
Na produção de eixos e rodas de
turbina, o Coromant Capto e o adaptador
modular CoroTurn SL, em conjunto com
as lâminas antivibratórias para longos
balanços e as ferramentas para canais do
tipo “bastão de hóquei”, têm solucionado
uma série de problemas de fabricação. O
sistema de mandrilamento CoroBore é
adequado para carcaças de grande
dimensão.
Na área de usinagem de lâminas, a nova
fresa CoroMill 316 com cabeça intercambiável está gerando interesse entre os
fabricantes. Para desbaste, a fresa com
pastilhas redondas CoroMill 300 é uma
solução produtiva.
A Sandvik Coromant monitora atentamente o desenvolvimento de materiais
novos, mais avançados e de alta liga. Isso
levou à tecnologia de refrigeração de alta
pressão CoroTurn HP, que melhora o controle de cavacos e a produtividade. Técnicos especializados, com vasta experiência
e conhecimento de aplicação, auxiliam os
clientes a alcançarem suas metas.
Adaptador modular
CoroTurn SL.
A fresa CoroMill 316 com
cabeça intercambiável é
indicada para a usinagem
de lâminas de turbinas.
John McNamara, chefe de comunicações da Associação da Indústria Nuclear do Reino Unido.
do na indústria de energia nuclear. As empresas que
pararam de trabalhar com energia nuclear serão
incentivadas a voltar ao setor, e também serão necessárias novas empresas. Quem participar agora terá muitas
oportunidades nessa expansão mais ampla na Europa e
em âmbito mundial”, destaca
Apesar da inegável expansão, a energia nuclear
continua tendo uma participação relativamente pequena
demanda de carga básica e reduzir as emissões ao mesmo
na matriz energética global (as fontes renováveis agora
tempo”, diz McNamara.
geram mais eletricidade, por exemplo) e pode não
As principais aplicações da usinagem em uma central
aumentar a sua quota de forma significativa. Segundo
nuclear incluem a fabricação de turbinas e geradores.
dados das Nações Unidas, em 2008 os combustíveis
Segundo Per Forssell, gerente do programa para geração
renováveis ultrapassaram os fósseis no sentido de
de energia da Sandvik Coromant, trata-se de um trabalho
atrairem investimentos da área de geração de energia,
complexo e preciso. “As exigências de qualidade das
com o maior crescimento tendo sido observapeças são altíssimas. Além disso, há muitos
do na China, Índia e outros países em
materiais avançados envolvidos, como as
desenvolvimento. Mas o carvão, com sua
superligas resistentes ao calor, que podem ser
ampla disponibilidade, continua sendo a fonte
difíceis de trabalhar e muitas vezes exigem
de energia com crescimento mais rápido.
longos tempos de usinagem”, explica.
McNamara destaca que um dos principais
Outro desafio é a própria escala dos equimotores do crescimento nuclear é a questão
pamentos. “Tudo é maior nos novos modelos
premente das mudanças climáticas. As metas
de reatores, de maior potência. O eixo do
de redução das emissões de CO2 são cada vez
rotor do gerador elétrico, por exemplo, é feito
de uma única peça de metal e pode pesar 80
mais ambiciosas, enquanto a demanda de
John McNamara.
toneladas. Depois de muita usinagem, a peça
energia cresce dia e noite. Enquanto a natureza
pode se reduzir a algo em torno de 60 toneladas. Quando
intermitente das energias renováveis faz com que os
todos os componentes elétricos são instalados, ela volta
parques eólicos e solares forneçam no máximo de 30% a
às 80 toneladas novamente”, observa Forssell.
40% da capacidade de geração atualmente, uma central
Alta confiabilidade é um pré-requisito fundamental,
nuclear pode gerar mais de 90% de sua capacidade de
acrescenta Forssell. “O potencial do setor é enorme. As
maneira contínua. “Sem energia nuclear, não é possível
empresas vencedoras serão aquelas que forem estáveis e
alcançar as metas de redução das emissões. As fontes de
tiverem recursos para assumir compromissos de longo
energia renovável estão se expandindo, mas sem a energia
prazo e cumprir regulamentações exigentes.”
nuclear, atualmente é impossível atender a crescente
metalworking world 17
tecnologia
texto: Turkka kulmala
Desafio: Como o setor de energia
eólica pode aumentar a produtividade
e a eficiência de custos das operações
de fresamento de engrenagens?
Solução: Atualizar os métodos de
usinagem e substituir as ferramentas de aço rápido por modernas
ferramentas de metal duro.
Engrenagens precisas
energia ecológica e as
preocupações com a mudança climática
fazem da energia eólica um tema cada vez
mais discutido. De fato, ela é uma exceção
no implacável ambiente econômico atual.
Embora sua taxa de crescimento de 30% de
anos anteriores tenha caído para 18-22%, seu
crescimento de longo prazo permanece forte.
O principal desafio do setor de energia
eólica – acompanhar o ritmo da demanda – é
muito diferente e muito mais positivo que os
desafios enfrentados em muitos outros
setores. Na energia eólica, o enfoque está em
aumentar a produtividade e atender as
rigorosas exigências de qualidade.
A caixa de câmbio, o elo entre o rotor, o
eixo principal e o gerador, é uma das peças
mais críticas de uma turbina eólica. Uma
caixa de câmbio típica contém várias peças
dentadas, tais como anel dentado, engrenagem planetária, engrenagem tipo “sol” e a
roda dentada lenta.
A demanda por
Além disso, as turbinas eólicas incluem vários anéis dentados, como os anéis giratórios,
um tipo de peça composta de uma engrenagem e um rolamento para controlar o ângulo
de passo das lâminas e orientar a nacela
corretamente em relação ao vento.
Na produção de caixas de câmbio, em
termos práticos, qualidade é sinônimo de
consistência e tolerâncias estreitas. Geralmente, a caixa de câmbio é a peça mais vulnerável
18 metalworking world
Esta fresa caracol com
pastilhas intercambiáveis
aumenta a produtividade da
usinagem de peças de
engrenagens.
de uma turbina eólica, e sua quebra pode
resultar em sérios problemas de disponibilidade e altos custos de reparo. Portanto, as caixas
de câmbio exigem a melhor qualidade
possível, sem comprometer a produtividade.
Normalmente, o processo de fabricação
das caixas de câmbio de uma turbina eólica
envolve duas etapas: fresamento, na etapa de
desbaste, e retificação, na operação de
acabamento. Eventuais inconsistências
durante o fresamento da engrenagem tornam
a retificação mais difícil.
Nos últimos anos, os fabricantes de caixas
de câmbio investiram fortemente em
modernas máquinas-ferramenta. No entanto,
Estudo de caso:
Fresamento de engrenagens com
fresas tipo caracol de metal duro
intercambiáveis x HSS
FRESA CARACOL com pastilhas de metal duro
Módulo com 16 engrenagens planetárias para energia
eólica, 1.º/2.º corte, diâmetro da fresa 300 mm
Velocidade de corte
Avanço por rotação
Tempo total do fresamento
140/160 m/min
1,6/3,2 mm/rotação
102 minutos
FRESA CARACOL hhs
Módulo com 16 engrenagens planetárias para energia
eólica, 1.º/2.º corte, diâmetro da fresa 300 mm
Velocidade de corte
Avanço por rotação
Tempo total do fresamento
50/50 m/min
1,6/3,2 mm/rotação
298 minutos
Os resultados falam por si: aumento de produtividade
de 2/3 e uma operação estável e segura. Para o cliente, o investimento na nova máquina foi um sucesso.
máquinas novas e potentes geralmente
forçam ao máximo a capacidade das
ferramentas convencionais de aço rápido
(HSS), dificultando a plena utilização do
potencial das máquinas em si.
Esse é um bom exemplo da interdependência de todos os fatores em um processo
de usinagem. Raramente é possível aumentar
o desempenho geral com um único aprimoramento, sem uma otimização geral.
Além de apresentarem desempenho
inferior, as ferramentas de HSS envolvem
um grande esforço logístico, manuseio e
retificação repetida, que geram perda de
tempo e aumentam os custos totais.
Uma boa solução para os problemas do
fresamento de engrenagens é uma ferramenta
moderna com um grande número de pastilhas de metal duro intercambiáveis avançadas. Cada pastilha adicional aumenta o po-
tencial dos dados de corte e da produtividade.
As pastilhas intercambiáveis também
resolvem os problemas logísticos relacionados às ferramentas HSS e conferem à própria
empresa um controle sobre a produtividade.
EM 2010 e 2011, novos produtos da Sandvik
Coromant incluirão fresas de disco e fresas
tipo caracol, que levarão os benefícios das
avançadas pastilhas de metal duro para uma
operação tradicionalmente dominada pelas
ferramentas HSS convencionais.
Embora tais pastilhas sejam excelentes
para oferecer um fresamento de engrenagens
produtivo, escolher a ferramenta, a pastilha e
a classe ideais não é só uma questão de escolher a ferramenta mais impressionante do catálogo. Um caminho mais prudente é contar
com um fabricante de ferramentas que possa
oferecer uma solução total para uma peça
específica da turbina eólica – as ferramentas,
as pastilhas e os métodos necessários– com
total apoio de profissionais experientes.
Conforme ilustrado no quadro acima, tais
soluções podem fazer uma grande diferença
na produtividade de uma determinada
operação de usinagem.
resumo
No setor de energia eólica, a demanda forte
e contínua exige um enfoque na produtividade e na qualidade. Novas fresas de disco e
fresas tipo caracol, modernas pastilhas de
metal duro intercambiáveis e um amplo
suporte de especialistas experientes compõem uma solução eficaz para os desafios
da fabricação de peças de engrenagens.
metalworking world 19
em foco
texto: Nick Holdsworth
Foto: jeremy nicholl
Pequena
grande
solução
POLEVSKOI, RÚSSIA. Yevgeny Sergeevich Zyryanov, chefe do
laboratório de usinagem da Seversky Tube Works, desenvolve novos
tipos de revestimentos de juntas roscadas para atender as demandas do mercado. Às vezes, só é necessário uma pequena pastilha.
A Seversky Tube Works, localizada em uma região de floresta aos pés dos Montes Urais, perto de Ecaterimburgo, é a maior fábrica de tubos de aço da Rússia.
Ela faz parte da Pipe Metallurgical Company (TMK),
um dos líderes do mercado global de tubos. Mas para
manter essa posição de liderança, não é suficiente concentrar-se em projetos de investimento maciço. É necessário também fornecer produtos da mais alta qualidade.
Yevgeny Sergeevich Zyryanov, responsável pelo
laboratório de usinagem da Seversky Tube Works, sabe
bem disso. Ele tem um orgulho especial de uma
pequena ferramenta de corte inteiriça de metal duro
que projetou em conjunto com os engenheiros da
Sandvik Coromant, para criar uma conexão roscada
para alta pressão, necessária para os revestimentos
usados em campos de gás.
Essa peça diminuta – não muito maior do que uma
moeda e pesando menos de 20 gramas – desempenha
um papel importante na indústria de gás e petróleo.
A pastilha especializada – que tem três dentes de
corte e uma geometria especial para uma fácil eliminação dos cavacos de aço – é empregada na produção de
20 metalworking world
roscas em tubos de aço de alta liga, resistentes ao frio,
utilizados no bombeamento de gás na Sibéria.
Esses tubos de alto desempenho exigem conexões
roscadas de primeira categoria. As roscas especializadas
impedem o vazamento do gás bombeado a altas
pressões e são essenciais para explorar, produzir e
transportar o gás com segurança e sem acidentes.
Antes que Zyryanov projetasse a ferramenta para
usinar essas roscas de alto desempenho nas conexões
estanques patenteadas da própria Seversky, a Gazprom
não tinha outra opção senão comprar tubos de fornecedores estrangeiros.
Agora, graças a uma peça que custa cerca de 30 euros,
a Gazprom pode comprar os tubos da Seversky Tube
Works, beneficiando-se da redução dos custos de
transporte decorrente da compra no mercado interno.
No centro da espaçosa (200 m x 1.200 m) fábrica de
laminação de tubos, Zyryanov fala sobre seu trabalho.
As palavras de Zyryanov são abafadas pela cacofonia de
centenas de tubos de aço que se movimentam ao longo
das linhas de processamento.
“Estamos sempre sondando o mercado. Há muitos
Yevgeny Sergeevich
Zyryanov
Idade: 48
Residência: Polevskoi, região de
Sverdlovsk, Rússia
Família: Esposa, Natalya, contabilista da
Seversky Tube Works, e duas filhas: Yelena,
engenheira do departamento de P&D da
Seversky, e Olga, estudante universitária de
administração de pessoal.
Formação: Graduado pelo departamento
de metalurgia, especializado na produção de
tubos de aço, da Universidade Técnica dos
Urais, em Ecaterimburgo.
Interesses: Pesca em água doce.
metalworking world 21
Tubos incandescentes percorrem o
processo de
produção.
A Seversky Tube
Works pretende
começar a trabalhar
com novas classes
de aço de alto cromo.
22 metalworking world
Seversky Tube Works
A Seversky Tube Works é o maior produtor de tubos de aço
laminados a quente e soldados eletricamente da Rússia,
produzindo mais de 700 mil toneladas de tubos de aço
redondos e perfilados por ano. A empresa está localizada em
Polevskoi, na região de Sverdlovsk, região conhecida pela sua
longa tradição metalúrgica.
Dentre os principais clientes de tubos laminados a quente
da Seversky estão as maiores companhias de gás e petróleo
da Rússia, Gazprom, Lukoil e TNK BP, assim como clientes
industriais do mundo todo.
A Seversky Tube Works produz 333 mil toneladas de tubos
de aço por ano com diâmetros que variam de 168 a 325 mm
para os setores de gás e petróleo. Além disso, a empresa tem
uma produção anual de 414 mil toneladas de tubos soldados
eletricamente para as indústrias automobilística e de
construção, além de tubulações com diâmetros de 10 a
530 mm.
metalworking world 23
Yevgeny Sergeevich
Zyryanov consulta Viktor
Berezov, contramestre
sênior da seção de
acabamento da fábrica de
laminação de tubos.
“Qualidade e preço são
fundamentais no nosso ramo.
Consideramos a Sandvik Coromant
nosso principal fornecedor porque
oferece as duas coisas.”
Mikhail Zuev, diretor executivo
fabricantes de ferramentas de usinagem, e estamos
sempre testando produtos de diferentes empresas. Faz
11 anos que trabalhamos em parceria com a Sandvik
Coromant e a consideramos a melhor em termos de
qualidade e confiabilidade das ferramentas. Suas
ferramentas são duráveis e versáteis. E, claro, para nós é
muito importante trabalhar com empresas que tenham
escritórios na Rússia”, destaca.
Vladimir Leshukov, representante regional da
24 metalworking world
Sandvik Coromant em Ecaterimburgo, colaborou com
Zyryanov para resolver os detalhes técnicos necessários
para criar a pastilha especializada, fazendo a ligação
com os engenheiros da Sandvik Coromant, na Suécia,
para ajustá-la até que todos estivessem satisfeitos.
“Eu costumo visitar a Seversky Works duas ou três
vezes por mês para discutir as necessidades de pastilhas
na fábrica e fornecer informações sobre como podemos
ajudar com qualquer questão técnica ou de produção
que eles tiverem”, observa Leshukov.
FUNDADA EM 1739, a Seversky Tube Works cresceu junto com a cidade e a indústria metalúrgica local. Muitos
dos 8 mil trabalhadores da fábrica da Seversky hoje vêm
de famílias que trabalham na fábrica há várias gerações.
Zyryanov não é exceção. Seu pai, seu avô e seu
bisavô trabalharam na Seversky, e ele próprio já trabalha
lá há 25 anos, desde que se formou em metalurgia. Sua
esposa, Natalya, é contabilista na fábrica, e uma de suas
duas filhas, Yelena, é engenheira do departamento de
pesquisa e desenvolvimento.
Zyryanov gosta do desafio criativo de encontrar
visão técnica
A fórmula do sucesso
Laminação de tubo
durante a produção.
soluções para problemas técnicos difíceis. “Temos
planos de começar a trabalhar com novas classes de aço
com teor mais elevado de cromo. Isso criará novas
exigências de qualidade para as ferramentas de corte que
utilizamos. A indústria de gás e petróleo está sempre
progredindo e é nossa função encontrar soluções para os
desafios que nossos clientes nos apresentam”, comenta.
Seversky Tube Works estão as
maiores empresas de gás e petróleo da Rússia – Gazprom, Lukoil e TNK BP – bem como empresas da Europa, Oriente Médio, América e Ásia. Portanto, a atenção
aos detalhes e ao atendimento aos clientes é essencial.
Recentemente, a Seversky Works modernizou sua
unidade de fundição de aço, e os planos para o futuro
incluem uma modernização maciça da unidade de
laminação de tubos. Com a adoção de novas tecnologias, a empresa espera ser capaz de obter um grande
avanço qualitativo e quantitativo na produção de tubos
para gás e petróleo e uma redução importante no
impacto do setor sobre o meio ambiente.
“Qualidade e preço são fundamentais na escolha de
uma parceria. É por isso que consideramos a Sandvik
Coromant nosso principal fornecedor de ferramentas
para produção de roscas”, afirma Mikhail Zuev, diretor
executivo da Seversky.
Dentre os clientes da
A pastilha de metal duro triangular com
cobertura é utilizada na Seversky Tube
Works para usinar roscas especializadas estanques de alto desempenho em
tubos para gás em aço de alta liga
resistente ao frio. Trata-se da classe de
rosqueamento 4125, a qual é indicada
para usinagem com altas velocidades
em aço.
A diminuta pastilha tem o tamanho
de uma moeda e mede 22 mm na
lateral por 6 mm de espessura, com
três dentes de corte. Pesa cerca de 20
gramas. A pastilha foi concebida para
usinar roscas em uma conexão para
tubos altamente estanque e patenteada, de classe Premium.
A especificação do cliente era
exigente e pedia uma ferramenta
produzida com alta precisão, que fosse
ao mesmo tempo resistente e capaz de
oferecer o melhor desempenho ao
longo de cerca de 200 ciclos de corte
antes de necessitar de substituição.
“O primeiro desafio na concepção da
ferramenta foi garantir a geometria necessária das arestas de corte, para produzir roscas exatas e precisas”, conta
Yevgeny Sergeevich Zyryanov, chefe do
laboratório de usinagem da Seversky.
O segundo desafio, de acordo com
Zyryanov, foi reduzir o número de ciclos
necessários para a usinagem de
roscas, “a fim de tornar o processo de
corte mais fácil e menos demorado”. O
terceiro foi descobrir como fixar a pastilha na ferramenta de torneamento em
uma máquina para rosqueamento de
tubos.
Com a ajuda dos engenheiros da
Sandvik Coromant esses desafios
foram superados. Vladimir Leshukov,
representante local da Sandvik
Coromant em Ecaterimburgo, relembra:
“Demos total apoio a Yevgeny
Sergeevich, juntamente com os
engenheiros da Sandvik Coromant na
Suécia, para chegar a uma pastilha que
tivesse uma geometria inteligente, com
um suporte estável e preciso na ferramenta de torneamento para funcionar
na máquina de rosqueamento de tubos,
assim como inovações específicas,
como a geometria especial de
formação de cavacos atrás dos dentes
de corte, para garantir que os cavacos
sejam removidos sem risco de danificar
as roscas que estão sendo usinadas”.
As bordas ligeiramente arredondadas nas arestas de cortes sugeridas
por Anatoly Khromov, da Sandvik MKTS
em Moscou, ajudaram a melhorar a
durabilidade. “Todo mundo no
laboratório de usinagem deu alguma
contribuição”, conta Zyryanov. “No final
conseguimos uma pastilha que faz o
trabalho necessário com eficiência. Ela
é feita com um alto grau de precisão e
dura o dobro do tempo.”
As pastilhas
personalizadas.
metalworking world 25
textO: henrik ek
Foto: martin adolfsson
Pastos
ecológicos
A Metalworking World viajou até Hereford, no Texas,
para conhecer a versão moderna dos valentes
“cowboys” norte-americanos. Encontrou uma cidade
que trabalha para tornar a vida um pouco mais verde.
26 metalworking world
Os grãos úmidos de destilaria
são um subproduto
da produção do
etanol.
Cowboys modernos em
sua cavalgada diária para
monitorar os animais.
Na imagem: Ciro Fraire
(esq.) e Ramon Tovar.
Hereford, no Texas, se autoproclama capital
mundial da carne. A cidade deve seu nome a uma
famosa raça de gado de corte e abriga cerca de um
milhão de cabeças de bovinos. Isso corresponde a 60
animais por habitante.
Hereford está localizada nas Grandes Planícies dos
Estados Unidos, a alguns quilômetros a sudoeste de
Amarillo. O terreno é plano a perder de vista e a presença de gado é evidente: campos infindáveis repletos de
animais, com seu odor inconfundível. Outra característica marcante é o famoso chapéu de cowboy texano,
usado com orgulho por todos os homens da cidade.
“Isto não é um negócio, é um estilo de vida. Não
consigo me imaginar fazendo outra coisa”, diz o cowboy
Rex Reynolds. Seu colega Rob Levnons concorda.
“Comecei aos 6 anos de idade. Nosso trabalho é
andar a cavalo e tomar conta dos animais”, explica.
Reynolds e Levnons ganham a vida andando a cavalo
em uma das maiores fazendas dos EUA, a Bar G, que
possui 130 mil cabeças de gado. Seu proprietário é
Johnny Trotter, natural de Hereford, que também
começou como cowboy.
“Não é um negócio, é
um estilo de vida. Não
consigo me imaginar
fazendo outra coisa.”
Bob Josserand,
pecuarista e prefeito de
Hereford.
“É a única maneira possível de se trabalhar. Olhamos
todos os animais nos olhos todos os dias. Temos cerca
de 25 cowboys que, desde as 5h30 da manhã, montam
três cavalos por dia, percorrendo todos os 1.200 currais,
observando todos os animais. É esse tipo de atenção que
lhes damos. E se algum fica doente, nós o separamos e
fazemos com que se sinta melhor. Esse é o jeito de
trabalhar de um cowboy”, ensina.
Segundo Trotter, faz anos que algumas pessoas vêm
tentando trocar os cavalos por veículos de diferentes
tipos. “Mas não funciona”, afirma.
Os cowboys aqui de Hereford se vestem exatamente
metalworking world 27
como você esperaria – calças jeans, botas e o onipresente chapéu texano. Mas, apesar da aparência de uma
cidade comum, as coisas não são comuns em Hereford.
Você não vai encontrar perfurações selvagens de
poços de petróleo, por exemplo. Na verdade, não seria
exagero dizer que a cidade está na vanguarda nas
questões ambientais.
“Mas também nós nunca tivemos petróleo aqui”,
ressalta Sheila Quirk, que comanda a Empresa Municipal de Desenvolvimento Econômico de Hereford,
explicando as preferências ecológicas da cidade.
Recentemente, duas usinas de etanol foram convidadas
Com cerca de um milhão
de cabeças de gado,
Hereford, no Texas, se
autoproclama capital
mundial da carne.
Johnny Trotter,
pecuarista.
a se instalar na cidade. A primeira, de propriedade da
White Energy, já está plenamente operacional e se
encaixa muito bem no plano diretor de uma aliança
verde entre os agricultores e a indústria do álcool. A
segunda, em fase de construção pela Panda Energy
International, está paralisada devido à atual recessão.
Na fazenda de Johnny Trotter, o gado é alimentado
com uma dieta que inclui cerca de 10% de grãos úmidos
de destilaria, um subproduto da produção do álcool de
“A usina de etanol nos permite
competir com os estados do norte,
que têm muito milho.”
milho. “Usamos subprodutos do álcool há dois anos.
Somos provavelmente um dos maiores consumidores de
grãos úmidos de destilaria do país”, afirma Trotter.
Trata-se de um produto consistente e ideal para
alimentação de bovinos. “A usina de etanol nos permite
competir com os estados do norte, que têm muito milho.
Se não tivéssemos essa usina e os grãos úmidos de
destilaria, provavelmente perderíamos parte da ração do
gado para as fazendas do norte”, observa Bob Josserand,
outro pecuarista local e prefeito de Hereford.
Segundo Josserand, a área em torno de Hereford é
boa para a indústria da carne por vários motivos, como a
temperatura e a falta de umidade. “Quanto mais lama e
água os animais tiverem que atravessar, mais energia
eles consomem e mais músculos adquirem. O mercado
28 metalworking world
Sheila Quirk, diretora da
Empresa de Desenvolvimento
Econômico de Hereford.
gosta de vacas ‘gordinhas’, que passem a vida comendo
e ganhando massa corporal, sem queimar gordura.
Portanto, uma fazenda com pasto molhado é ruim”,
explica Josserand.
Uma importante ferrovia de carga, que vai de
Chicago a Los Angeles, também passa por aqui. Mas ter
uma importante fonte de ração produzida nas proximidades é um enorme passo rumo a uma maior eficiência.
Por mais ecológicas que possam parecer as iniciativas
de Hereford, quem está no ramo da carne quer ter lucro.
O negócio da carne bovina azedou nos últimos anos.
Para Josserand, a questão principal é que as pessoas
Um passo à frente
parecem ter deixado de comprar cortes nobres. As peças
mais caras, vendidas para churrascarias e restaurantes
finos, tiveram uma retração na demanda. Assim, para
manter sua prosperidade, essa comunidade dependente
da pecuária precisa adotar práticas inteligentes.
Nesse sentido, há outro elemento em toda essa
história da usina de álcool que ainda precisa ser
incorporado: alimentar a usina com esterco. A Panda
Energy International planeja queimar estrume para
alimentar a sua usina de álcool que ainda está por ser
concluída. Atualmente, a construção está suspensa, pois
os bancos retiraram seu apoio durante a recessão, mas a
ideia permanece viva.
“O esterco é um problema, pois temos uma concentração enorme de gado. Se a Panda o utilizasse, calculamos que isso reduziria nosso custo para US$ 50 mil”,
diz Josserand, que gasta entre 300 mil e 500 mil dólares
por ano para coletar e enviar o esterco para fábricas de
fertilizante.
O milho se transforma em álcool etanol, uma fonte
de energia limpa, e seu subproduto se torna ração para a
indústria de carne local, que por sua vez produz esterco
para alimentar a usina. Trata-se de um ecossistema
completo.
“Estamos fazendo a nossa parte”, diz Trotter,
acrescentando que o seu setor não recebe o reconhecimento que merece. “A indústria pecuária é fiscalizada
com rigor pelo governo, e nós ficamos quietos e
aceitamos a culpa de ser um fardo para o meio ambiente.
Mas acho que a história precisa ser contada.”
Agora, a indústria da carne de Hereford está sendo
acompanhada por um enorme afluxo de fazendas de
gado leiteiro. E com o aumento da população de
A White Energy opera a primeira usina de
etanol de Hereford, no Texas, desde
2007. A empresa afirma ter decidido
implantar a usina em Hereford em função
da pujança de sua indústria pecuária.
“Temos uma vantagem econômica em
produzir aqui, porque conseguimos
comercializar todos os subprodutos com
35% de matéria seca e evitar os custos
energéticos associados à secagem dos
grãos úmidos para 90% de matéria seca.
A maioria das usinas de etanol é forçada
a secar os subprodutos para diminuir o
custo do transporte para os usuários
finais”, explica Dane Noyce, que
comercializa os subprodutos para a
localidade de Hereford da White Energy.
De forma simplificada, o processo de
produção de etanol começa com a passagem do milho por um moinho de martelos. Em seguida, ele entra no processo de
liquefação, onde são adicionados água e
calor, e a mistura resultante é fermentada, um processo que dura cerca de 56
horas. Após a fermentação, essa solução,
que agora contém cerca de 15% de
álcool, é transferida para um poço e de lá
para destilação, onde é aquecida a 70°C,
a temperatura de ebulição do álcool.
Depois disso, o álcool é resfriado até o
estado líquido e passa por peneiras para
separar a água que possa ter sobrado no
líquido. Após a destilação, o mosto
restante é processado em centrífugas,
onde os grãos úmidos de destilaria são
separados da fração líquida. Noyce
explica que na região de Hereford, tanto
as fazendas de corte como de leite usam
os grãos úmidos de destilaria nas rações
para o gado, o que permite que a
empresa venda a maior parte desse
produto em um raio de 120 km da cidade.
Segundo Noyce, a White Energy não
tem planos de queimar esterco para alimentar sua usina, como pretende fazer
sua concorrente Panda Energy International, quando a usina dela estiver pronta.
“Não é uma teoria comprovada, mas tem
Dane Noyce comercializa os subprodutos da
usina de etanol da
White Energy na localidade de Hereford.
quem aprecie a ideia”, diz. Ele prefere o
conceito de utilização do gás metano. Reduzir seu volume na pecuária seria visto
como algo positivo, já que os ambientalistas dão muita ênfase ao metano.
“Se algum dia pudermos desenvolver
um sistema fechado com uma fazenda,
uma usina de álcool e um digestor de metano, isso fará todo o sentido”, diz Noyce.
Não se surpreenda se uma solução
inovadora surgir primeiro em Hereford.
bovinos, a cidade precisa continuar se esforçando para
encontrar sempre soluções mais ecológicas.
“Normas ambientais mais rigorosas estão surgindo.
Mas é como o mercado – só temos que aprender a
conviver com elas”, diz Trotter.
Sheila Quirk já tem um novo projeto em mente:
turbinas eólicas. “Estamos trabalhando com muito
empenho para conseguir turbinas eólicas e linhas de
transmissão. Estamos tentando nos tornar mais
independentes do gás e do petróleo. Temos ventos de
classe 4 aqui, o que é bom”, destaca.
metalworking world 29
tecnologia
texto: johan andersson
Desafio: Aumentar a qualidade e a
produtividade na fabricação de
peças para aplicações médicas.
Solução: Fornecer inovação con-
tínua com soluções de usinagem e
novas classes.
Turbilhonador de roscas:
mais produtividade para peças
médicas de alta qualidade
De todos os desafios da usinagem de precisão, a fabricação de peças para aplicações
médicas representa o ponto mais alto dessa
arte. Hoje a Sandvik Coromant oferece soluções de ferramentas impressionantes, essenciais para a fabricação dessas peças.
A solução de turbilhonador de roscas da
empresa é uma delas, oferecendo uma
solução completa para parafusos para ossos.
Uma das vantagens dessa solução é o fato de
ser uma operação de um único passe, o que
gera aumentos significativos de produtividade ao mesmo tempo em que melhora a
qualidade como um todo.
O turbilhonador de roscas é basicamente
um anel com pastilhas montadas no diâmetro
interno. Uma conexão instalada na máquina
transporta a ferramenta e a gira com uma
velocidade alta em relação à peça, que gira
mais lentamente. O anel é posicionado
ligeiramente fora do centro da peça, de modo
que somente uma pastilha realize o trabalho
a cada rotação. O ângulo de inclinação da
rosca é definido pelo ângulo do anel fresador
em relação à peça. O perfil da rosca é
determinado pelo design da pastilha.
O processo usando o turbilhonador de
roscas permite fabricar parafusos para ossos
em uma enorme variedade de comprimentos
e diâmetros. Isso é vantajoso para os
fabricantes desses parafusos, que geralmente
precisam desenvolver roscas personalizadas
para atender as necessidades dos ossos
humanos, os quais possuem uma camada
externa dura e um centro mais macio e
esponjoso. Os parafusos para ossos devem
30 metalworking world
ser suficientemente duros e afiados para
penetrar na camada externa, mas ter um
formato de rosca capaz de evitar que seja
arrancado do núcleo mais macio.
O turbilhonamento de roscas é uma
técnica produtiva e eficiente para fabricação
de roscas de alta qualidade. Os materiais
comumente utilizados são o aço inoxidável
316 LVN e o titânio. Nenhum deles é muito
simples de usinar, devido ao perfil dos
parafusos para ossos, que exigem ângulos
vivos, roscas longas e grandes diferenças
entre os diâmetros da raiz e da cabeça. A
solução de turbilhonador de roscas oferecida
pela Sandvik Coromant é complementada
por aprimoramentos na classe da pastilha.
Este último desenvolvimento é respaldado
por um conhecimento profundo da fabricação de biomateriais e suas exigências de usinagem, por meio de uma cooperação com a
Sandvik Bioline e com especialistas da indústria de peças para medicina. Portanto, a
Sandvik Coromant tem um programa de
desenvolvimento específico para esse setor,
que abrange todas as suas necessidades de
fabricação de peças pequenas.
Turbilhonador de
roscas com as
pastilhas montadas.
A extensão da GC 1105 para o CoroCut XS é indicada para diâmetros menores (1–10 mm), como
exigido pelos parafusos para ossos e implantes
médicos. Para um cliente, o uso dessa classe de
pastilha aumentou a produtividade em 59%.
Estudo de caso
Pequenos aprimoramentos fazem uma grande
diferença. Em uma operação de torneamento
reverso para um parafuso dentário, uma
mudança na classe da pastilha produziu uma
economia significativa.
Material: 316 LVM, CMC 05.11
Refrigeração: Óleo
Pastilha: MABR 3010
MABR 3010
105
Vel. de corte: 71 m/min
113 m/min
Avanço: 0,03 mm/rot 0,03 mm/rot
Vida útil ferram.: 150 peças 1700 peças
Economia: 8.741 euros.
Classe: 1025
resumo
O turbilhonamento de roscas é uma importante operação de fresamento que garante
alta qualidade na fabricação de parafusos
para ossos humanos. A solução de turbilhonador de roscas oferecida pela Sandvik
Coromant permite que se produzam parafusos para ossos em um único passe, ao
mesmo tempo em que melhora a produtividade e a qualidade geral das peças.
Karl-Richard
Curdt, gerente
de produção,
trabalha na nova
máquina.
textO: Tomas Lundin Foto: Bernhard Classen
DESEMPENHO
acelerado
Göttingen, Alemanha. No início de 2009, a Mayer
Feintechnik instalou uma nova máquina multitarefas. Ao dobrar a
produtividade, o enorme investimento já se pagou. “A automação é a
única maneira de sobreviver à concorrência global e continuar crescendo”, afirma Frank Neuschulz, CEO e co-proprietário. ß
metalworking world 31
A nova máquina
reduziu o tempo
de produção em
cerca de 50%.
O mais recente
investimento da Mayer
Feintechnik é uma
máquina multitarefas
NT4250 da Mori Seiki.
ß
O veterano Achim Ludewig é o melhor
torneiro da Mayer Feintechnik, fabricante da
Alemanha. Ele trabalha na extremidade mais
distante da fábrica com a nova máquina
multitarefas Mori Seiki NT 4250.
Instalada no início de 2009, a máquina
integra torneamento e fresamento sem
necessidade de set-up da peça. “É um desafio.
Há mil e uma maneiras de programá-la. Às
vezes penso em uma solução em casa,
enquanto estou fazendo a barba”, conta
Ludewig, rindo.
“A máquina vale cada euro que pagamos por
ela”, garante Frank Neuschulz, CEO e
co-proprietário. “Mas precisamos de funcionários como Achim Ludewig, que gostem de
resolver problemas, sejam interessados e façam
treinamentos adicionais além do horário normal
de trabalho. Também é necessário ter uma
32 metalworking world
parceria que nos ajude a trabalhar corretamente
desde o início, para que não tenhamos que
improvisar e fazer melhorias depois”, ressalta.
é uma empresa
industrial com 45 funcionários, situada em
Göttingen, Alemanha. Foi fundada em 1951
por Willy Mayer, que nos primeiros anos
fabricava acessórios internos para trenzinhos
de ferromodelismo.
Quase um terço de suas vendas hoje
provém da tecnologia médica, um setor que
somente na Alemanha movimenta 18 bilhões
de euros por ano.
O resto está dividido entre as áreas de
tecnologia a laser, tecnologia de medição e
instrumentos para a indústria óptica. Praticamente todos os seus clientes estão entre os
cinco líderes mundiais em seus mercados.
A Mayer Feintechnik
“São clientes seletivos, que exigem alta
qualidade, grande flexibilidade e capacidade
de desenvolvimento no mesmo ritmo deles”,
destaca Neuschulz, que em 2004 assumiu uma
participação de 50% na Mayer Feintechnik.
A empresa já estava à frente naquela época.
Quando a Mayer Feintechnik introduziu
máquinas CNC japonesas na década de 1970,
muitos concorrentes ainda não tinham
descoberto o potencial da tecnologia CNC.
Desde que Neuschulz entrou na empresa, o
índice de modernização cresceu ainda mais,
com investimentos anuais de cerca de 1
milhão de euros. A meta é reduzir o custo com
pessoal de 35% para 25% do faturamento. Na
ß
próxima etapa, a máquina passará a operar
sete dias por semana.
“Em períodos de crise, muitas empresas
tentam reduzir seu nível de investimento. Essa
opção não existe para nós. Uma crise é uma
oportunidade. Continuamos investindo e
aumentando a produtividade permanentemente. Ao mesmo tempo, estamos superando
obstáculos para nos tornarmos mais produtivos e mais flexíveis”, aponta.
não esperava que a
crise econômica fosse tão profunda, nem que
a guerra de preços fosse tão brutal. Em vez da
queda esperada de 20% a 25%, a demanda
caiu cerca de 50% em relação ao segundo
trimestre de 2009. Ao mesmo tempo, a
competição global de preços aumentou. Mas
mesmo assim, a Mayer Feintechnik conseguiu
pedidos para novos produtos por usar novas
tecnologias.
“No caso dos produtos que já fabricávamos, conseguimos reduzir o tempo de fabricação com a ajuda de parcerias como a que
temos com a Sandvik Coromant”, assinala.
Mas tem sido difícil, ressalta Neuschulz,
enquanto segura uma peça usinada, de perfil
complexo, feita de aço especial de alta liga.
“Este sensor de pressão é algo que fabricamos
há vários anos. Um dia um cliente ligou e
Neuschulz conta que
Rüdiger Volle (esq.) e
Achim Ludewig (dir.),
operadores de
máquina, trocam a
cabeça de uma broca
na nova máquina.
visão técnica
“Nunca precisou fazer testes”
O desafio: Reduzir pela metade o
tempo de fabricação e de set-up,
aumentar a qualidade e criar mais
flexibilidade na produção.
A solução: Investir em uma
máquina integrada de torneamento
e fresamento NT 4250 DCG/1500
SZ, do fabricante japonês Mori
Seiki, equipada com o sistema de
porta-ferramentas Coromant
Capto.
A Mayer Feintechnik fabrica
instrumentos de precisão,
especializando-se em peças para a
indústria de tecnologia médica e
para empresas de medição e
tecnologia a laser. Esses instrumentos incluem um rotor de ângulo fixo
para centrífugas de laboratório com
exigências de circularidade
extremamente altas.
As centrífugas de hoje podem
alcançar velocidades de até 25 mil
rotações por minuto. Mas a
tendência é que as
comprimentos de até
velocidades se
1.500 mm. Segundo
aproximem de 100 mil
Frank Neuschulz, CEO
rpm. Os fornecedores
e co-proprietário da
que quiserem competir
Mayer Feintechnik, o
nesse mercado têm
motivo da escolha do
que investir em novas
Coromant Capto pela
máquinas.
empresa foi o fato de
A máquina
ser um dos únicos
adquirida pela Mayer
sistemas de ferramenFeintechnik em março
tas modulares que
de 2009 é um centro Alexander Duschek,
podem ser usados
engenheiro de vendas
de fresamento
tanto para tarefas de
da Sandvik Coromant
horizontal integrado
torneamento como de
com velocidades de até 12 mil rpm
fresamento com uma precisão de
e um centro de torneamento com 4
0,002 mm.
mil rpm. Ela é alimentada por um
A preparação para o investimenrobô de pórtico e um carregador de
to foi realizada no centro de
barras, e fica sobre uma base espetreinamento do distribuidor de
cial para evitar vibrações que posmáquinas e ferramentas PWK
sam interferir no instrumento de
Knöbber, em Kassel, na Alemanha.
medição de grande sensibilidade.
Os operadores de máquina e
É capaz de usinar peças com
gerentes de produção da Mayer
diâmetros de até 80 mm e
Feintechnik, juntamente com a
Sandvik Coromant e a PWK
Knöbber, analisaram todas as possibilidades de ferramentas e
aplicações muito tempo antes da
entrega da máquina. “A vantagem é
que a Mayer Feintechnik nunca
precisou fazer testes; conseguiu
começar a trabalhar assim que a
máquina foi instalada”, explica
Alexander Duschek, engenheiro de
vendas da Sandvik Coromant.
Neuschulz completa: “Para
aproveitar o pleno potencial da
máquina multitarefas também é
necessário ter ferramentas estáveis,
de alto desempenho. E nesse ponto,
ninguém supera a Sandvik
Coromant, com sua linha tão
abrangente de ferramentas de
torneamento e fresamento. As suas
ferramentas para refrigeração de
alta pressão melhoraram tanto o
volume dos cavacos como os dados
de corte.”
metalworking world 33
ß
Fabricação do rotor de ângulo fixo. Com a nova
máquina multitarefas, o rotor pode ser usinado em
um único set-up, em vez de cinco!
oferecer aos nossos clientes produtos acabados
com certificados de qualidade, para que eles
não precisem mais executar seus próprios
controles de qualidade para a peça e possam
vender seu produto final imediatamente”,
indica Neuschulz
Frank Neuschulz,
CEO e co-proprietário, mostra o rotor de
ângulo fixo para
centrífugas de
laboratório.
ß disse que o preço no novo contrato teria que
ser reduzido pela metade”, exemplifica.
Graças a um investimento em uma máquina
com três torres e três turnos por máquina, a
Mayer Feintechnik conseguiu aceitar pedidos
de 5 mil unidades por ano. Em seguida, a
empresa conseguiu reduzir o tempo de
produção de 9’52” para 6’17”.
Mas o mais recente investimento da empresa
é a máquina multitarefas NT 4250. Ela foi
adquirida em setembro de 2008 e entregue em
março de 2009. Desde o início tem superado
todas as expectativas.
“Uma das razões fundamentais para o sucesso foi que, junto com a Sandvik Coromant
e especialistas da PWK Knöbber, distribuidor
da máquina e das ferramentas, trabalhamos da
maneira certa desde o começo”, afirma o
gerente de produção Karl-Richard Curdt.
Neuschulz explica: “Não faz sentido comprar
um Porsche e colocar rodas que só aguentem
uma velocidade de 100 km/h. Foi por isso que
escolhemos o Coromant Capto. Ele é um dos
melhores porta-ferramentas do mercado”.
Um dos produtos mais importantes da
34 metalworking world
Mayer Feintechnik é um rotor de ângulo fixo
para centrífugas de laboratório. O rotor
trabalha com até 25 mil rotações por minuto e
é submetido a forças centrífugas enormes.
Portanto, a peça deve ser perfeitamente balanceada, um fator que depende principalmente
de sua circularidade.
Com a tecnologia antiga, o trabalho era
feito em cinco etapas. A peça precisava ser
virada quatro vezes e furada uma vez. E
sempre tinha que ser montada novamente e
transferida entre diferentes máquinas.
era alta, de 2/100 de
milímetro, mas não o suficiente para futuros
desafios. Além disso, o cliente precisava
balancear o rotor depois de cada utilização.
Com a nova máquina híbrida, tudo acontece
em um único processo, cortando os tempos de
produção e de set-up pela metade. Além disso,
agora é possível reduzir a tolerância para
menos de 1/100 de milímetro, o que poupará
ao cliente uma etapa completa de usinagem.
“Além da economia de tempo, acima de tudo a
máquina tem a capacidade de melhorar a
qualidade. No futuro, estamos planejando
A tolerância obtida
Flexibilidade também é essencial. “Hoje os
grandes fabricantes estão reduzindo o número
de fornecedores em até 70% e ainda por cima
fazem com que eles compitam por preço. Isso
torna ainda mais imprescindível que todo
investimento seja planejado corretamente.
Ninguém pode se permitir um investimento
errado atualmente”, diz Neuschulz.
Torsten Neumann, do distribuidor de ferramentas PWK Knöbber, concorda. “Muitos clientes compram máquinas caras, mas investem
muito pouco em preparação. Outros usam ferramentas inferiores ao ideal. Depois se queixam quando as ferramentas não funcionam da
maneira que eles pensavam que funcionariam.
Aí fica mais difícil corrigir as falhas”, explica.
“No futuro, só geraremos crescimento se
tivermos parcerias fortes e pudermos realizar
melhorias contínuas. Para nós, a cooperação
com a Sandvik Coromant é uma dessas
parcerias estratégicas”, afirma Neuschulz.
Mayer FeintecHnik
Fundada em 1951, a Mayer Feintechnik tem hoje 45
funcionários e um faturamento anual de 4,5 milhões
de euros. As peças de precisão para o setor de
tecnologia médica compõem 30% de suas vendas. O
resto está dividido entre tecnologia a laser,
tecnologia de medição e tecnologia óptica.
tecnologia
texto: turkka kulmala
Desafio: Melhorar a produtividade
no fresamento de titânio.
Solução: Utilizar uma solução
comprovada para obter um alto
nível de segurança e confiabilidade.
Segurança que
gera economia
A excelente relação resistência/peso do titânio o torna um material fundamental para as
estruturas de aeronaves, principalmente para
os trens de pouso. A crescente participação
do titânio no peso dos jatos comerciais e as
pressões para modernização das frotas estão
impulsionando a demanda de longo prazo.
O fator-chave para a eficiência do fresamento de titânio é a produtividade. Porém, o
titânio não permite uma usinagem segura por
vias tradicionais. Sua baixa condutividade
térmica, aliada à tendência de reagir quimicamente com o material da ferramenta, exige
que se encontre um caminho alternativo.
O primeiro passo é estabelecer segurança
e confiabilidade; a eficiência de custos será
uma consequência. É possível obter alta segurança com uma solução comprovada, que
inclui a máquina, o processo, ferramentas
otimizadas, técnicas de programação e dados
de corte. No caso da máquina-ferramenta,
estabilidade e suficiente potência de saída
são cruciais, mesmo em baixas rotações.
Uma boa ferramenta para titânio deve ter
uma geometria aberta e afiada, com arestas de
corte de alta tenacidade. As novas classes de
pastilhas com cobertura S30T e S40T da
Sandvik Coromant têm um substrato de metal
duro de granulação fina, com excelente dureza
a altas temperaturas. As modernas soluções de
metal duro geralmente superam o desempenho das ferramentas de HSS convencionais.
O envolvimento dos programadores CNC
logo no início do projeto contribui para
alcançar as metas de segurança e previsibilidade, evitando entradas e saídas desnecessárias e trabalhando para obter avanço contínuo
e contato radial.
O fornecimento abundante de refrigeração
é um procedimento padrão no fresamento de
titânio, e deve-se usar um sistema de alta
pressão para melhorar a produtividade e a
vida útil da ferramenta. Na CoroMill 690,
isso é facilitado pelos furos roscados para os
olhais de refrigeração.
A faixa de dados de corte é muito ampla.
Sob condições difíceis, a velocidade de corte
pode ser de apenas 25 a 30 metros por minuto, mas em condições ideais de acabamento,
é possível obter faixas de 200 a 250 m/min.
Caso: Dobradiça de titânio
Uma ferramenta HSS foi substituída por uma fresa CoroMill 690 e uma
classe de pastilha de metal duro S30T.
Dados de corte
Velocidade de corte Avanço Remoção de metal
Solução anterior
21 m/min
76 mm/min
37 cm³
Nova solução
45 m/min
153 mm/min
148 cm³
A produtividade aumentou 30%, gerando uma economia anual de quase
17.000 euros.
A CoroMill 690 conta com orifícios com
roscas para olhais de refrigeração.
resumo
Alcançar os melhores índices de
produtividade é a principal meta do
fresamento de titânio. Isso é possível por
meio da ênfase na segurança e na
confiabilidade do processo, com
programação CNC avançada e ferramentas otimizadas.
metalworking world 35
PANORAMA
3 perguntas para björn rydevik
Decolagem do
Ariane 5, rumo
a uma missão
espacial.
Professor de cirurgia ortopédica do hospital universitário
Sahlgrenska em Gotemburgo, Suécia:
1. Por que a precisão dos parafusos para ossos é tão importante?
“Os parafusos para ossos precisam de
um ajuste perfeito, pois fazem parte dos
elementos mecânicos usados no
tratamento cirúrgico de fraturas. Esses
elementos podem incluir placas e hastes,
e os parafusos são conectados a elas e
aos ossos.”
2. O que pode ocorrer se esses
parafusos não forem fabricados com alta precisão?
“Pode ser impossível para o cirurgião ortopédico conseguir a fixação
adequada da fratura, devido a um ajuste deficiente entre diversos
componentes, como placas e parafusos. Além disso, a fixação dos
parafusos no tecido ósseo depende de uma definição exata.”
3. Como o cirurgião insere um parafuso nos ossos?
“Os parafusos para ossos podem ser usados para estabilizar um osso
fraturado. A técnica cirúrgica de colocação do parafuso no osso
depende do tipo de fratura que está sendo tratado. É importante
entender os princípios biomecânicos e biológicos para a cura correta
de uma fratura tratada cirurgicamente por esse meio.”
Arianespace
Processo facilitado
setor espacial. A série de
foguetes espaciais europeus Ariane 5
foi projetada para colocar cargas de
satélites e outras espaçonaves em
órbita de transferência geoestacionária ou na órbita terrestre baixa.
Entretanto, como ocorre com qualquer peça da indústria espacial, produzir peças para foguetes é um enorme desafio para qualquer fabricante.
Serre, pequena empresa no sul da
França, teve que enfrentar dois
problemas quando fabricava suportes
para os foguetes lançadores do
Ariane 5. Primeiro, devido às
dificuldades inerentes ao trabalho em
Inconel 718 (48 HRC), ela não
conseguia cumprir os prazos da SKF
Aerospace, fornecedor de soluções
para o setor aeroespacial, que fabrica
conexões para lançadores.
O preço de produção também era
muito alto. A SKF sugeriu que a Serre
pedisse ajuda à Sandvik Coromant.
36 metalworking world
“A equipe da Sandvik Coromant
propôs que utilizássemos a tecnologia
Sialon para tornear e fresar a peça”,
conta o diretor Alexandre Serre.
As novas ferramentas reduziram
em cinco vezes o tempo de torneamento e aumentaram a produtividade
em 50%. No caso do fresamento, o
tempo de ciclo foi reduzido por três.
“Investimos em uma nova máquina
de fresamento, uma OKK VMO,
distribuída pela Halbronn. A
cooperação técnica nos ajudou a
diminuir o tempo de máquinas
paradas e a tornar esse projeto com a
SKF mais sustentável, além de
facilitar muito o processo. A solução
encontrada junto com a Sandvik
Coromant agora também é usada
para outros clientes.”
O foguete Ariane 5 será o
sustentáculo da Arianespace,
fabricante de foguetes espaciais da
França, pelo menos até 2015.
Impulso para a energia nuclear
A Sandvik Materials Technology garantiu recentemente vários pedidos
relacionados a tubos de geradores a
vapor, que serão usados em centrais nucleares nos EUA e na China.
“Esses tubos estão entre os
mais avançados que fornecemos.
As exigências são rigorosas, tanto
em termos de qualidade do produto
como de controle de qualidade.
Fizemos um grande esforço para
liderar o desenvolvimento de
examinações não destrutivas em
tubulações”, afirma Cecilia
Hägglöf, gerente de marketing,
área de produto Tubos.
Além de tubos de geradores a vapor, a Sandvik Materials Technology
também produz tubos em liga de
zircônio (metal especialmente
desenvolvido para uso em aplicações de combustível nuclear), fitas,
tubos, barras e produtos soldados
para uma série de peças essenciais.
Leia mais sobre a expansão do setor de energia nuclear à página 14.
Sequestro de carbono
P&D. Sequestro de carbono é um termo
geral para diversos métodos de capturar o
CO2 e impedir que ele entre na atmosfera.
Uma opção seria armazenar o
CO2 nos oceanos, mas isso
apresenta vários problemas,
tanto científicos como
jurídicos.
kjell eriksson
O CCS já é usado em vários
projetos comerciais nos setores de gás e petróleo e em indústrias químicas. Há muitos
projetos-piloto em andamento em centrais elétricas e há
planos para que o CCS esteja
em plena utilização até 2020.
Ambição inteligente
eventos. No último trimestre de 2009, a
Sandvik Coromant US organizou um novo tipo
de evento tecnológico em seu Centro de Produtividade em Schaumburg, Illinois. Cerca de
175 pessoas dos setores automotivo, aeroespacial e de geração de energia participaram
do evento, que teve como enfoque o aumento
da produtividade e o aprendizado sobre novas
tecnologias de usinagem.
“Nos próximos anos, a tecnologia será a
chave para a rentabilidade dos fabricantes”,
observa Robert Page, gerente do Centro de
Produtividade.
A Sandvik Coromant apresentou duas
sessões sobre como trabalhar de maneira
inteligente. Uma delas foi sobre novas soluções de ferramentas de corte para produtos
rotativos e a outra, sobre torneamento.
Em outra apresentação, Mike Lynch,
presidente da CNC Concepts, explicou como
usar os programas de melhoria para
aproveitar melhor um investimento.
Page prevê que esses Eventos Inteligentes
aconteçam anualmente. “Vamos oferecer aos
fabricantes um recurso para as mais
recentes soluções técnicas no setor de
usinagem”, diz.
Entre em contato com o pessoal da Sandvik
Coromant para obter informações sobre
eventos na sua região.
Cerca de um terço de todas as
emissões de dióxido de carbono
derivam dos combustíveis fósseis
utilizados para gerar eletricidade.
O sequestro de carbono (CCS,
carbon capture and storage) é uma
nova tecnologia para impedir que
essas emissões entrem na
atmosfera.
Até agora, formações geológicas subterrâneas têm sido
utilizadas para armazenar o
CO2 – campos de gás e
petróleo, depósitos de carvão
e aquíferos em formações
salinas já esgotados.
O CCS enfrenta alguns desafios. O custo do processo de
captura é elevado, a segurança do armazenamento deve
ser comprovada e sua capacidade deve ser assegurada. Algumas regras precisam ser
postas em prática.
Um Evento
Inteligente é
uma nova
forma de
compartilhar
conhecimento.
metalworking world 37
a solução
texto: johan andersson ilustração: kjell eriksson
Eficiência
nos ares
Para fabricar as peças da estrutura
de um avião com eficiência, é necessário ter as técnicas de programação corretas, assim como ferramentas otimizadas, que possam dar
conta do desafio. Apresentamos
aqui oito exemplos de ferramentas
que fornecem os melhores resultados para as peças estruturais da
fuselagem de um avião.
CoroMill 345
EconOMIA e alto desempenho
A guia do slat é uma peça do mecanismo do bordo
de ataque, normalmente em aço alta liga e
materiais inoxidáveis. A CoroMill 345 conta com
pastilhas de oito arestas e fornece refrigeração
para cada alojamento de pastilha, o que garante
bom escoamento de cavacos e o máximo
desempenho da usinagem de materiais exigentes.
g
a
ui
dO
SLAT
VERTICAL
o
ZADOR
POUS
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DE cipa
in
TREM
pr
ESTABILI
CoroMill Plura
Remoção acelerada
O estabilizador vertical fabricado de materiais compósitos apresenta grandes desafios para a usinagem de borda. As fresas de topo CoroMill Plura em PCD (tecnologia
embutida e soldada) e as fresas de metal duro com cobertura de diamante podem ser projetadas para atender a maioria das aplicações, reduzindo o lascamento
das fibras e aumentando as taxas de remoção de metal.
38 metalworking world
CoroTurn SL e Silent Tools
Produtividade em silêncio
A fabricação das peças do trem de pouso exige soluções produtivas e
flexíveis. As barras de mandrilar Silent Tools foram projetadas para evitar vibrações. Combinados com as cabeças de corte CoroTurn SL, os
produtos Silent Tools podem ser usados em uma ampla variedade de
aplicações, inclusive com uso de refrigeração de alta pressão para
usinagem interna. O resultado pode ser medido pelo desempenho e
estabilidade do processo.
Quer saber mais? Acesse www.aero-knowledge.com
CoroDrill 854, 855 e 856
FUROS bem feitos
em compósitos
Alguns dos principais desafios quando se fabrica uma caixa
de asa em materiais compósitos são as várias operações de
furação. As brocas CoroDrill 854, 855 e 856 foram projetadas para produzir furos com qualidade ótima. Podem ser
feitas como PCD (tecnologia embutida, pino e soldada) ou
como brocas de metal duro com cobertura de diamante.
CoroMill 210
Caminho mais leve
ca
ix
a
da
as
a
A característica mais difícil dos suportes do motor
sobre os pilones é o canal profundo no centro. A
fresa de alto avanço CoroMill 210 proporciona uma
técnica leve e rápida, com excelente taxa de remoção
de metal. Esta ferramenta versátil também pode ser
usada para faceamento, usinagem em rampa
contínua e fresamento em mergulho.
p
Su
te
or
m
do
r
oto
CoroMill 690
SUPORTE do tr
em de pouso
Especialista em
titânio
A fuselagem contém várias peças
estruturais produzidas em titânio.
O suporte do trem de pouso é um
exemplo. A CoroMill 690 é uma
fresa Long Edge desenvolvida
exclusivamente para usinagem de
titânio. Seu design exclusivo com
travamento das pastilhas e olhais
roscados proporciona altas taxas
de remoção de metal com alta
segurança.
A DE
APOIO
ca
ix
ad
aa
sa
PEÇ
CoroMill 790
Simplesmente única
Peças tais como a caixa da asa apresentam muitos
dos desafios da fabricação em alumínio, mas a nova
geometria dedicada da CoroMill 790 a torna ideal
exatamente para isso. As pastilhas são fixadas por
meio de um design exclusivo, eliminando as possíveis
consequências das altas forças radiais geradas em
altas velocidades.
S30T e S40T
Na vanguarda da
tecnologia de materiais
A peça de apoio do bordo de fuga normalmente é
fabricada em titânio. A S30T e a S40T foram
desenvolvidas para atender as rigorosas exigências
do fresamento de titânio, em que as cargas
térmicas, químicas e mecânicas nas arestas de
corte se aproximam de todos os limites conhecidos
do material da ferramenta de corte.
metalworking world 39
Print n:o C-5000:541 POR/01
© AB Sandvik Coromant 2010:1
As nossas ferramentas vêm
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