Modelo Estatístico para Elaboração do Orçamento da Receita
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Modelo Estatístico para Elaboração do Orçamento da Receita
Antônio de Assis Alves Júnior Modelo Estatístico para Elaboração do Orçamento da Receita Operacional de um Hospital Utilizando Métodos de Previsão de Séries Temporais Belo Horizonte 29 de setembro de 2009 Antônio de Assis Alves Júnior Modelo Estatístico para Elaboração do Orçamento da Receita Operacional de um Hospital Utilizando Métodos de Previsão de Séries Temporais Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título do Mestre em Modelagem Matemática e Computacional. Área de Pesquisa: cos Aplicados Métodos Matemáti- Orientadora: Elenice Biazi Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Coordenação do Curso de Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional Belo Horizonte 29 de setembro de 2009 A474m Alves Júnior, Antônio de Assis, 1973Modelo Estatístico para Elaboração do Orçamento da Receita Operacional de um Hospital Utilizando Métodos de Previsão de Séries Temporais / Antônio de Assis Alves Júnior - Belo Horizonte: CEFET-MG, 2009. 139f. : il. Inclui Bibliografia. Dissertação (Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional) - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Orientadora: Elenice Biazi. 1 - Orçamento da receita operacional bruta - Teses. 2 - Séries temporais. 3 - Métodos de previsão. 4 - Linguagem de Programação R. 5 - Administração hospitalar. I. Biazi, Elenice. II. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. III. Título. CDU 657.31 A Marley, meu amor, minha vida. Agradecimentos A minha esposa Marley, pela paciência, dedicação e companheirismo. A meus pais, Antônio e Daisy, pela minha formação como homem, cidadão e cristão. A minhas irmãs, Maria Michelle, Maria Milene, Ana Christina e, em especial, Marlúcia, pelos exemplos de vida pessoal e profissional. A minha sogra, Lucília, aos meus “tios” Amarilis e Roberto, a minha “prima” Morgana e aos meus cunhados, Lucian, Leidian, Luiz Fábio e, em especial, Leidimar, pela torcida e apoio. A minha orientadora, professora Elenice Biazi, pela confiança, apoio e disponibilidade. Aos professores do CEFET-MG Fausto de Camargo Júnior, Flávio Luiz Cardeal Pádua, Sérgio Ricardo de Souza e, em especial, Maria Elizabeth de Gouvêa, pelos ensinamentos e inspiração. Aos membros da banca examinadora, professores Márcio Augusto Gonçalves, Rodrigo Tomás Nogueira Cardoso e João Francisco de Almeida Vitor, pelas valiosas contribuições. Aos diretores do hospital que me acolheram e propiciaram a realização deste trabalho, em especial ao seu diretor geral, pela oportunidade e liberdade. Às amigas Ana Carolina Braga e Giselle Paranhos de Andrade, pela contribuição, apoio e paciência. “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.” Sun Tzu Resumo O presente trabalho apresenta um modelo estatístico para a elaboração do orçamento da receita operacional bruta de um hospital. O modelo apresentado gerou a previsão de 12 meses para a receita operacional bruta de um hospital a partir da determinação de sete variáveis: quantidade de dias no mês, média diária de leitos-dia, taxa de ocupação, tempo médio de permanência, receita média por paciente internado, percentual da receita operacional bruta com pacientes internados e a quantidade de pacientes internados no final do mês. Destas, as cinco últimas foram modeladas por métodos de previsão de séries temporais. Os métodos de previsão de séries temporais utilizados foram os de suavização exponencial, de Box-Jenkins e uma abordagem robusta proposta pelo autor que, além de fazer uso da mediana, considera também o sentido da variável a ser modelada, supondo que esta possa ser tratada como um indicador com uma estratégia associada. No modelo considerado como final, três variáveis foram modeladas utilizando suavização exponencial, uma utilizando a abordagem robusta e uma usando uma abordagem qualitativa, em que foram mescladas a abordagem robusta e uma formulação matemática (trigonométrica) para a variável. Os dados utilizados para testar o modelo são provenientes de um hospital geral, privado, classificado como grande porte, situado na área central de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. O modelo apresentou erro percentual absoluto médio de 8,065%, considerado eficaz quando comparado ao menor erro percentual absoluto médio apurado na modelagem por série temporal da receita operacional bruta, 11,305%, observado na abordagem robusta. A eficácia do modelo final poderia ser maior, já que a previsão de uma das variáveis foi afetada por fatores externos ao modelo, como o atraso na ampliação de leitos do hospital estudado, demonstrando a importância que possui um correto planejamento de leitos para uma boa previsão da receita operacional bruta. Foi também verificado um erro percentual absoluto máximo adicional de 0,26%, imputado ao processo de coleta de dados observado no hospital estudado, que pode ser maior ou menor em outras instituições hospitalares, dependendo do nível de eficiência do processo de apuração do censo diário. Palavras-chave: Orçamento da receita operacional bruta, Séries temporais, Métodos de previsão, Linguagem de Programação R, Administração hospitalar. Abstract In this work a statistical model for the operating revenue planning of a hospital budget is presented. The model generated a forecast of 12 months for the operating revenue of a hospital from the determination of seven variables: number of days in the month, average daily bed-days, occupancy rates, average length of stay, average revenue per inpatient, percentage of operating revenue from inpatients and number of inpatients at the end of the month. Of these, the last five were modeled by methods of time series forecasting. The methods of forecasting time series used were the exponential smoothing, Box-Jenkins and a robust approach proposed by the author who, besides making use of the median, also considers the sense of the variable to be modeled, assuming that it can be treated as an indicator with an associated strategy. In the model considered the final, three variables were modeled using exponential smoothing, one using a robust approach and one using a qualitative approach, in which they were merged into the robust approach and a mathematical formulation (trigonometric) for the variable. The data used to test the model come from a general hospital, private, classified as large, located in the central area of Belo Horizonte, capital of Minas Gerais. The model showed, by the mean absolute percentage error (8.065%), to be effective when compared to the lowest mean absolute percentage error found in time series modeling of operating revenue (11.305%), observed in the robust approach. The effectiveness of the final model could be higher, since the prediction of one of the variables was affected by factors outside the model, such as delays in the expansion of beds of the studied hospital, demonstrating the importance of an adequate hospital beds planning for a good operating revenue prediction. It has also been an additional maximum absolute percentage error (0.26%), attributed to the process of collecting data observed in the studied hospital, which may be higher or lower in other hospitals, depending on the level of efficiency of the daily census checking. Keywords: Operating revenue budget, Time series, Forecasting, R, Hospital management. Lista de Figuras 1.1 Hierarquia do Sistema de Medição (FPNQ, 2002) . . . . . . . . . . . . . . 26 4.1 Diagrama esquemático do sistema de informações Tasy . . . . . . . . . . . 61 5.1 Passos utilizados para a previsão da receita operacional do hospital estudado 67 C.1 Ambiente de desenvolvimento do R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Lista de Gráficos 3.1 Evolução da composição da receita por tipo de atendimento prestado entre os hospitais participantes do IHMG, de mai/2006 a abr/2008 (RAHIS, 2008) 50 4.1 Histograma de ∆P It . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 5.1 Série temporal da M DLD do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . 70 5.2 Comparação entre M DLDt e as previsões dos modelos selecionados . . . . 72 5.3 Série temporal do T M P do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5.4 Comparação entre T M Pt e as previsões dos modelos selecionados . . . . . 74 5.5 Série temporal da RM P I do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . . 76 5.6 Comparação entre RM P It e as previsões dos modelos selecionados . . . . . 77 5.7 Correlação entre RM P I e T M P 5.8 Série temporal da T O do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 5.9 Série temporal da P D do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 5.10 Comparação entre T Ot e as previsões dos modelos selecionados . . . . . . . 83 5.11 Série temporal do P RP I do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . . 84 5.12 Comparação entre P RP It e as previsões dos modelos selecionados . . . . . 84 5.13 Série temporal da P IF M do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . 86 5.14 Comparação entre P IF Mt e as previsões dos modelos selecionados . . . . . 89 5.15 Comparação entre as taxas de ocupação do hospital estudado apuradas nos meses de dezembro com as apuradas nos dias 31 de dezembro . . . . . . . . 90 5.16 Comparação entre ROt e as previsões dos modelos selecionados . . . . . . . 93 5.17 Série temporal da RO do hospital estudado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 5.18 Comparação entre ROt e as previsões dos modelos selecionados finais . . . 96 Lista de Quadros 2.1 Padrões de tendência para séries temporais (HYNDMAN et al., 2008) . . . 34 2.2 Métodos de suavização exponencial, ignorando-se a componente aleatória (HYNDMAN et al., 2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 2.3 Fórmulas recursivas utilizadas no cálculo da previsão para cada método de suavização exponencial (HYNDMAN et al., 2008) . . . . . . . . . . . . . . 35 2.4 Estratégia de escolha do estimador adotada na abordagem robusta proposta 40 5.1 Quantidade total de leitos planejada mensalmente pelo hospital estudado para o ano de 2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 6.1 Indicadores sugeridos como estratégicos para implantação em um hospital cuja estratégia seja o aumento da receita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 A.1 Quantidade de admissões apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 A.2 Quantidade de saídas apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008109 A.3 Quantidade de pacientes internados no início do mês apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 A.4 Quantidade de pacientes internados no fim do mês apurada no hospital estudado, de fev/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 A.5 Quantidade de pacientes-dia apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 A.6 Quantidade de leitos-dia apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 A.7 Quantidade de dias no mês, de jan/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . 112 A.8 Quantidade de pacientes internados apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (4.3), de fev/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . 112 A.9 Quantidade de pacientes internados apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (4.6), de fev/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . 113 A.10 Média diária de leitos-dia apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.2), de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 A.11 Taxa de ocupação apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.5), de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 A.12 Tempo médio de permanência apurado no hospital estudado, calculado a partir da equação (3.6), de mar/2001 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . 114 B.1 Valor faturado com pacientes internados apurado no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 B.2 Valor dos serviços a faturar do período anterior com pacientes internados apurado no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . . 116 B.3 Valor dos serviços a faturar com pacientes internados apurado no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 B.4 Receita operacional bruta apurada no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 B.5 Receita bruta com pacientes internados apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.4), de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . 117 B.6 Receita média por paciente internado no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.7), de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . 118 B.7 Percentual da receita operacional bruta com pacientes internados apurado no hospital estudado, calculado a partir da equação (3.3), de jan/2004 a dez/2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Lista de Tabelas 4.1 Resumo estatístico de ∆P I%t . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 5.1 d t para cada modelo EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de M DLD testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 5.2 Comparação do EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax entre o modelo d t e a previsão qualitativa de M DLD d t . . . . . . . 71 selecionado para M DLD 5.3 EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T d M Pt para cada modelo testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 5.4 d EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de RM P It para cada modelo testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 5.6 EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de Td Ot para cada modelo testado 78 d EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T O Pd Dt , Md DLDt para 5.7 cada modelo testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 d d EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T O P Dt , M DLDt para 5.5 t t cada modelo testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 5.8 d It para cada modelo EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P RP testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 5.9 dMt para cada modelo EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF testado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 5.10 Comparação de EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF Mt entre os modelos selecionados e previsão dada pela equação (5.4) . . . . . . 89 5.11 Comparação EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF Mt entre os modelos apresentados na tabela 5.10 e a previsão qualitativa . . . . . . 90 5.12 EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax das melhores previsões da cada variável do modelo matemático para RO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 5.13 Combinação de modelos a serem testados para previsão de RO, consided t . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 rando M DLD 5.14 Combinação de modelos a serem testados para previsão de RO, considerando M DLDt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 d M DLD d t, Td d 5.15 EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax de RO( M Pt , RM P It , dMt , P RP d It )t para os modelos 1 a 8 . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Td Ot , P IF dt para cada modelo testado 95 5.16 EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax de RO d DLDt , T d d 5.17 EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax de RO(M M Pt , RM P It , dMt , P RP d It )t para os modelos 9 a 16 . . . . . . . . . . . . . . . 96 Td Ot , P IF Lista de Abreviaturas e Siglas A Aditiva, p. 34 Ad Aditiva amortecida, p. 34 ABRAMGE-SP Associação de Medicina de Grupo do Estado de São Paulo, p. 45 AHMG Associação de Hospitais de Minas Gerais, p. 60 ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar, p. 49 ARIMA Autoregressive Integrated Moving Average, p. 36 ARMA Autoregressive Moving Average, p. 33 BSC Balanced Scorecard, p. 26 CEAS Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, p. 44 CFC Conselho Federal de Contabilidade, p. 51 CFM Conselho Federal de Medicina, p. 29 CNAS Conselho Nacional de Assistência Social, p. 44 FNQ Fundação Nacional da Qualidade, p. 26 FPNQ Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, p. 25 IHMG Projeto Indicadores Hospitalares de Minas Gerais, p. 50 M Multiplicativa, p. 34 Md Multiplicativa amortecida, p. 34 N Nenhuma, p. 34 ONA Organização Nacional de Acreditação, p. 49 OSCIP Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, p. 44 PNQ Prêmio Nacional da Qualidade, p. 26 PPP Parceria Público-Privada, p. 44 RNC Relato de Não Conformidade, p. 63 SADT Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapêutica, p. 43 SARIMA Seasonal autoregressive integrated moving average, p. 32 SUS Sistema Único de Saúde, p. 44 TCR Tendência Central Robusta, p. 40 UTI Unidade de Tratamento Intensivo, p. 45 UTSI Unidade de Tratamento Semi-Intensivo, p. 45 Z Selecionado automaticamente, p. 122 Lista de Variáveis ∆P I Diferença absoluta entre P I (QA) e P I (QS), p. 60 ∆P I% Diferença absoluta percentual entre P I (QA) e P I (QS), p. 62 α Constante de suavização do termo de nível da série, p. 36 β Constante de suavização do termo de crescimento da série, p. 36 t Ruído branco, p. 36 γ Constante de suavização da componente sazonal da série, p. 36 κ Amplitude da função P DD utilizada para previsão de P IF M , p. 88 φ Constante de amortecimento, p. 33 θ b L Argumento da função P DD utilizada para previsão de P IF M , p. 88 Verossimilhança Maximizada, p. 39 b X Valor da observação prevista, p. 36 AIC Akaike Information Criterion, p. 39 AICC Akaike Information Criterion Corrected, p. 39 b Termo de crescimento da componente de tendência, p. 33 BIC Bayesian Information Criterion, p. 39 C Componente cíclica da série temporal, p. 31 d ordem da diferenciação do modelo ARIMA, p. 36 D ordem da diferenciação do modelo ARIMA sazonal, p. 38 DM dia do mês, p. 86 E Componente aleatória da série temporal, p. 32 EP AM Erro percentual absoluto médio, p. 41 EP AM ax Erro percentual absoluto máximo, p. 41 EP AM ed Erro percentual absoluto mediano, p. 41 EP AM in Erro percentual absoluto mínimo, p. 41 h Período de tempo em que se quer obter a previsão, p. 33 l Termo de nível da componente de tendência, p. 33 LD Quantidade de leitos-dia, p. 48 m quantidade de sazões em um ano, p. 36 M DLD Média diária da quantidade de leitos-dia, p. 48 n Quantidade de observações da série, p. 39 p ordem do processo autorregressivo do modelo ARIMA, p. 36 P ordem do processo autorregressivo do modelo ARIMA sazonal, p. 38 PD Quantidade de pacientes-dia, p. 53 P DD Quantidade de pacientes-dia diária, p. 86 P DM Dia do primeiro domingo do mês, p. 88 P I (QA) Quantidade de pacientes internados como função da quanti- p. 60 dade de admissões, calculada a partir da equação (4.3), P I (QS) Quantidade de pacientes internados como função da quanti- p. 60 dade de saídas, calculada a partir da equação (4.6), PI Quantidade de pacientes internados, p. 55 P IF M Quantidade de pacientes internados no fim do mês, p. 58 P IIM Quantidade de pacientes internados no início do mês, p. 58 P RP I Percentual da receita operacional bruta com pacientes interna- p. 50 dos, q ordem do processo de média móvel do modelo ARIMA, p. 36 Q ordem do processo de média móvel do modelo ARIMA sazonal, p. 38 QA Quantidade de admissões, p. 58 QD Quantidade de dias no mês, p. 48 QL Quantidade de leitos, p. 48 QS Quantidade de saídas, p. 53 R2 Coeficiente de correlação, p. 41 RM P I Receita média com pacientes internados, p. 55 RO Receita operacional bruta, p. 50 RP I Receita bruta com pacientes internados, p. 50 S Componente sazonal da série temporal, p. 31 s Quantidade de períodos contidos em uma sazão, p. 38 SF Valor dos serviços a faturar, p. 52 SF P A Valor dos serviços a faturar do período anterior, p. 52 T Componente de tendência da série temporal, p. 31 t Instante de tempo em que a observação é apurada, p. 36 T MP Tempo médio de permanência, p. 53 TO Taxa de ocupação hospitalar, p. 53 T OD Taxa de ocupação diária, p. 88 VF Valor faturado, p. 52 X(t) Série temporal contínua, p. 31 Xt Série temporal discreta, p. 31 Sumário 1 Introdução 23 1.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.4 Proposta de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2 Séries Temporais 31 2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 2.2 Métodos de Previsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 2.3 2.2.1 Métodos de Suavização Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 2.2.2 Métodos de Box-Jenkins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2.2.3 Abordagem Robusta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Medidas para Avaliação do Erro de Previsão . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 3 Entendendo o Negócio Hospital 3.1 3.2 43 Terminologia Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 3.1.1 Tipos de Hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 3.1.2 Leito Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.1.3 Paciente Internado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 3.1.4 Censo Diário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Medidas Hospitalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3.2.1 Leito-Dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3.2.2 3.3 3.4 Paciente-Dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Receita Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 3.3.1 Composição da Receita Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 3.3.2 Conceito de Receita em Hospitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Indicadores Hospitalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.4.1 Taxa de Ocupação Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.4.2 Tempo Médio de Permanência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.4.3 Receita Média por Paciente Internado . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 4 Construção do Modelo Matemático 56 4.1 Metodologia Utilizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 4.2 Identificação do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 4.3 Considerações e Resolução do Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 4.4 Validação do Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 5 Previsão da Receita Operacional Bruta 66 5.1 Metodologia Utilizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 5.2 Estimação das Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 5.2.1 Quantidade de Dias no Mês (QD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 5.2.2 Média Diária da Quantidade de Leitos-Dia (M DLD) . . . . . . . . 68 5.2.3 Tempo Médio de Permanência (T M P ) . . . . . . . . . . . . . . . . 71 5.2.4 Receita Média com Pacientes Internados (RM P I) . . . . . . . . . . 74 5.2.5 Taxa de Ocupação (T O) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 5.2.6 Percentual da Receita Operacional Bruta com Pacientes Internados (P RP I) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 5.2.7 5.3 Pacientes Internados no Final do Mês (P IF M ) . . . . . . . . . . . 86 Apuração da Eficácia do Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 6 Conclusões 98 6.1 Sobre o Modelo Estatístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 6.2 Sobre a Abordagem Robusta Proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 6.3 Sobre a Validação do Modelo Matemático . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 6.4 Sugestões de Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Referências 103 Apêndice A -- Dados Relativos ao Censo Diário do Hospital Estudado 109 Apêndice B -- Dados Relativos à Apuração da Receita do Hospital Estudado Apêndice C -- Linguagem R 115 119 C.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 C.2 Ambiente de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 C.3 Tratamento de Tabelas de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 C.4 Tratamento de Séries Temporais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 C.5 Pacotes de Funções Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 C.5.1 Pacote de Funções forecast . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 C.5.2 Pacote de Funções timeDate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 C.6 Demais Funções Não Triviais Utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 C.7 Funções Construídas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 C.7.1 Função projecao_ets() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 C.7.2 Função seleciona_arima() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 C.7.3 Função projecao_arima() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 C.7.4 Função projecao_robusta() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 C.7.5 Função projecao_topd() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 C.7.6 Função projecao_pifm() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 C.7.7 Função projecao_ro() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 C.7.8 Função erro_projecao() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 C.7.9 Função compara_projecao() . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 Índice Remissivo 137 23 1 Introdução 1.1 Considerações Iniciais Ferreira (2004) define orçamento como o ato ou efeito de orçar. Ferreira (2004) considera orçar sinônimo de estimar, que, no jargão estatístico, significa calcular um estimador. Logo, o orçamento pode ser considerado como um problema de inferência estatística. Freund e Simon (2000) apontam que é necessário e frequente o resumo de dados por meio de um único número que descreve todo o conjunto. A escolha deste número depende da característica particular do conjunto de dados que pretendemos descrever. Este conjunto de dados pode se referir a toda a população, ou seja, a todas as observações possíveis, concebíveis ou hipotéticas, ou então apenas a uma parte destas observações, denominada amostra. Em linhas gerais, Magalhães e Lima (2002) afirmam que a inferência estatística tem por objetivo o estudo da população através de evidências fornecidas pela amostra. As quantidades da população, em geral desconhecidas e sobre as quais temos interesse em determinar, são denominadas parâmetros por Magalhães e Lima (2002). À combinação de elementos da amostra, construída com a finalidade de representar um parâmetro de interesse na população, Magalhães e Lima (2002) a definem por estimador . Aos valores numéricos assumidos pelos estimadores, Magalhães e Lima (2002) os definem por estimativas pontuais, ou simplesmente estimativas. No caso do orçamento, a população é dada pelo conjunto de fatos contábeis que compõem o resultado de uma determinada empresa, podendo este ser econômico ou financeiro. Os parâmetros são os valores das contas totalizadoras dos fatos contábeis que compõem o resultado desta empresa em um exercício futuro, ainda não realizado. Se o resultado da empresa que se tem interesse for o econômico, os fatos contábeis que devem ser considerados são as receitas e as despesas. Se for o financeiro, devem ser considerados os recebimentos e os pagamentos. A amostra é dada pelos fatos contábeis acontecidos nos exercícios já realizados, conforme atesta Gomes (2000). Gomes (2000) afirma que, dife- 1.2 Objetivos 24 rentemente do Balanço Patrimonial, o orçamento não representa fenômenos ou situações já ocorridas, mas uma previsão daquilo que deverá ocorrer em exercícios futuros, como resultado de um plano de ação. A questão que se coloca é: em se tratando do processo de orçamento, quais são as melhores combinações dos elementos da amostra, ou seja, quais são os melhores estimadores que produzirão as melhores estimativas? 1.2 Objetivos O objetivo geral deste trabalho é construir um modelo estatístico para o orçamento da receita operacional bruta de um hospital que: • possua parâmetros cuja otimização não conduza a práticas contraditórias com a ética médica; • seja eficiente, ou seja, tenha a menor quantidade possível de parâmetros; • seja eficaz, ou seja, produza o menor erro possível; e • sirva de fonte para a construção do sistema de medição de desempenho do hospital, ou seja, possua, se possível, parâmetros que sejam interpretados como indicadores e classificados em categorias, dimensões ou perspectivas diferentes da que a receita operacional bruta esteja classificada. Para tanto, este trabalho se propõe a atingir os seguintes objetivos específicos: • descrever o significado dos termos utilizados ligados à área hospitalar, dada a variedade de interpretações atestada por Brasil (2002b); • construir um modelo matemático que sirva de base para a elaboração do modelo estatístico; • inspecionar os dados utilizados para validar e testar o modelo, de modo a identificar possíveis vícios de interpretação e evitar seleção incorreta de modelo; • implementar uma forma, a mais automatizada possível, de comparação dos modelos candidatos. 1.3 Justificativa 1.3 25 Justificativa Brasil (2004) define hospital como um estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica a pacientes em regime de internação. Dado o volume de ativos, passivos, custos, receitas e recursos humanos necessários para viabilizar sua operação, Martins (2000) considera os hospitais organizações complexas. Bittar (1996) afirma que a administração de um hospital reveste-se de extremo grau de complexidade, fazendo com que sejam exigidos instrumentos especiais para planejar, organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades. Zanon (2001) aponta o caráter dual que diferencia o hospital das demais atividades econômicas. Ao mesmo tempo em que a “assistência à saúde passa, necessariamente, pelo gerenciamento de recursos econômico-financeiros cada vez maiores, porém finitos” (KORBES, 1997 apud ZANON, 2001, p. 21), há uma característica humanista, já que o hospital tem “uma função social importante, de receber o corpo humano quando, por alguma razão, se tornou doente ou ferido, e cuidar dele de modo a restaurá-lo ao normal, ou tão próximo quanto possível do normal” (MacEARCHERN, 1957 apud ZANON, 2001, p. 24). Assim, administrar um hospital exige uma gestão empresarial competente e ética. Um dos instrumentos que o administrador hospitalar dispõe para realizar uma gestão competente é o sistema de medição do desempenho. Entende-se por sistema de medição do desempenho um conjunto de indicadores correlacionados entre si, mostrando causa e efeito entre eles. De acordo com a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade FPNQ (2002), a necessidade de medir o desempenho é crescente em todos os tipos de organização, já que: • acionistas e investidores estão cada vez mais exigentes, necessitando de um processo de medição objetivo, sistemático e transparente e que não se restrinja à perspectiva financeira; • a prática de remuneração variável com base no desempenho global está cada vez mais disseminada; e • a velocidade com que as decisões precisam ser tomadas é cada vez maior. A FPNQ (2002) define indicador como um dado numérico a que se atribui uma meta e que é trazido, periodicamente, à atenção dos gestores da empresa. Todo indicador possui um sentido associado à estratégia de alcance da meta: se a estratégia para o indicador for de maximizá-lo, o sentido associado é quanto maior, melhor; se a estratégia para ele for de minimizá-lo, o sentido associado é quanto menor, melhor. A figura 1.1 mostra como 1.3 Justificativa 26 a FPNQ (2002) classifica, em níveis hierárquicos, os indicadores pertencentes ao sistema de medição do desempenho de uma instituição. Figura 1.1: Hierarquia do Sistema de Medição (FPNQ, 2002) A FPNQ (2002) também reconhece a classificação dos indicadores em categorias, dimensões ou perspectivas. A Fundação Nacional da Qualidade - FNQ (2008) induz as organizações participantes do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) a adotar os temas do Critério 8 (Resultados) do PNQ: • resultados econômico-financeiros; • resultados relativos aos clientes e ao mercado; • resultados relativos à sociedade; • resultados relativos às pessoas; • resultados dos processos principais do negócio e dos processos de apoio; e • resultados relativos aos fornecedores. Também é comum a divisão dos indicadores: • nas perspectivas do Balanced Scorecard (BSC), recomendadas por Kaplan e Norton (1996) (Financeira; Clientes; Processos Internos; e Aprendizado e Crescimento); • nas características da qualidade recomendadas por Campos (1992) (Qualidade Intrínseca; Entrega; Custo; Moral; e Segurança); e 1.3 Justificativa 27 • nas cinco típicas partes interessadas (Clientes; Acionistas; Colaboradores; Fornecedores; e Sociedade). Kaplan e Norton (1996) definiram inicialmente o BSC como um sistema de mensuração do desempenho e, posteriormente, como um sistema de gestão estratégica (KALLÁS, 2003). O BSC decompõe a estratégia de uma maneira lógica, baseando-se em relações de causa e efeito. É decomposto em objetivos, indicadores, metas e iniciativas nas quatro perspectivas do negócio, explicadas por Couto e Pedrosa (2007) a seguir: • Financeira: Relata o que o acionista deseja da empresa, ou seja, qual é a proposta de valor que a empresa entregará para o acionista; • Clientes: Relata o que o cliente deseja da empresa, ou seja, qual é a proposta de valor que a empresa entregará para o cliente; • Processos Internos: Relata como a empresa entregará a proposta de valor dos clientes e acionistas; • Aprendizado e Crescimento: Relata como os ativos intangíveis devem se estabelecer para criar a Perspectiva de Processos Internos adequada para a entrega da proposta de valor dos clientes e acionistas. Outra classificação de indicadores considerada importante pela FPNQ (2002) é a relativa à utilização do indicador no processo de tomada de decisão. Kaplan e Norton (1996) referem-se a dois tipos de indicadores: • Outcomes: também chamados de itens de controle, são indicadores que permitem saber se o efeito desejado foi obtido; e • Drivers: também chamados de itens de verificação, são indicadores que permitem analisar as causas presumidas do efeito, de forma pró-ativa. A FPNQ (2002) classifica um item de verificação como bom aquele que mede a causa do efeito e faz isto antes do efeito se confirmar. Se analisadas as quatro perspectivas do BSC de forma integrada, a FPNQ (2002) identifica os itens de verificação como pertencentes principalmente às perspectivas de Aprendizado e Crescimento e de Processos Internos, ocasionalmente à perspectiva de Clientes e, normalmente, não pertencem à Perspectiva Financeira. 1.3 Justificativa 28 A FPNQ (2002) considera o desempenho global de uma organização como aquele referente à realização de sua estratégia e ao valor agregado às partes interessadas pela organização. Couto e Pedrosa (2007) citam duas estratégias possíveis para a perspectiva financeira de uma empresa: • Aumentar a produtividade, por melhora da estrutura de custos e aumento da utilização dos ativos; e • Aumentar a receita, por expansão das oportunidades de receita e aumento do valor para cada cliente atendido. A FPNQ (2002) define painel de bordo como o conjunto de indicadores estratégicos que compõem o sistema de medição de desempenho de uma empresa. A FPNQ (2002) sugere que o painel de bordo contenha entre 15 e 30 indicadores, distribuídos uniformemente entre cada categoria, dimensão ou perspectiva adotada pela instituição. Dentre os indicadores sugeridos pela FNQ (2008), para fazer parte da apresentação dos resultados econômico-financeiros contida no painel de bordo, está o indicador de Vendas, definido pela FNQ (2008) como o valor da receita de vendas dividido pelo valor da receita de vendas prevista, ou seja, valor da receita operacional bruta realizada dividido pelo valor da receita operacional bruta orçada. Deste modo, o orçamento da receita operacional bruta torna-se um importante instrumento de controle e acompanhamento da estratégia da empresa. Martins (2000) afirma que o elemento mais significativo do controle orçamentário hospitalar é uma correta e precisa previsão das receitas operacionais. A ideia que Martins (2000) defende é simples: basta multiplicar o valor unitário da receita de cada procedimento médico pela quantidade de procedimentos a ser realizada em cada mês do ano. Entretanto, esta tarefa não é tão óbvia assim. Paiva (2005) reconhece a existência de aproximadamente 4.000 procedimentos médicos distintos. A quantidade mensal a realizar de cada um destes procedimentos médicos distintos representa um parâmetro a ser estimado. Assim, o trabalho de orçamento da receita operacional bruta anual de um hospital se resumiria na estimação de aproximadamente 48.000 parâmetros! Silva e Augusto (2007) atestam que o preço de venda dos procedimentos realizados pelo hospital é determinado pelo mercado. Assim, como as fontes pagadoras possuem formas diferentes de precificar os procedimentos e muitas optam pelo sistema de faturamento de conta aberta, em que a cobrança é realizada por item utilizado, o preço por 1.4 Proposta de Desenvolvimento 29 procedimento distinto também deve ser considerado como parâmetro a ser estimado, e, portanto, aumentando o problema em aproximadamente 4.000 parâmetros. Montgomery e Runger (2003) reforçam que o processo de estimação de parâmetros envolve certo grau de erro. Logo, o erro somado de quase 52.000 parâmetros inviabilizaria a utilização do orçamento como ferramenta de gestão administrativo-financeira de um hospital. Sobre as questões éticas do ato médico, o Conselho Federal de Medicina - CFM (1988) resolve que: Artigo 9o - A Medicina não pode, em qualquer circunstância ou de qualquer forma, ser exercida como comércio. (. . . ) Artigo 16 - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou instituição pública ou privada poderá limitar a escolha, por parte do médico, dos meios a serem postos em prática para o estabelecimento do diagnóstico e para a execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente. (. . . ) É vedado ao médico: (. . . ) Artigo 35 - Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação fazê-lo, colocando em risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por decisão majoritária da categoria. (. . . ) Artigo 47 - Discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto. (. . . ) Artigo 60 - Exagerar a gravidade do diagnóstico ou prognóstico, complicar a terapêutica, ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos. Posto isto, para se fazer cumprir o orçamento da receita, deve o gestor interferir na conduta médica, fazendo com que um determinado procedimento, de maior receita, seja escolhido? Em casos de utilização simultânea de recursos, deve o gestor negar atendimento a um procedimento cuja expectativa de receita seja menor? 1.4 Proposta de Desenvolvimento A técnica escolhida para construção do modelo estatístico foi a de séries temporais. Esta escolha justifica-se pelo sucesso obtido nos trabalhos de previsão da receita de Carvalho, Loiola e Coelho (2001), Melo (2001), Barbiero (2003), Liebel e Fogliatto (2005) e Freire (2005), apesar destes não se referirem especificamente à área de saúde. Durante a pesquisa bibliográfica, não foram encontrados trabalhos publicados sobre a previsão de receita para empresas na área da saúde. No capítulo 2, foram apresentados os conceitos necessários para o entendimento dos métodos de previsão de séries temporais escolhidos 1.4 Proposta de Desenvolvimento 30 para modelagem da receita operacional bruta, além dos métodos para avaliação dos erros das previsões geradas. Destaque foi dado à apresentação da abordagem robusta proposta para previsão de séries temporais. No capítulo 3, foi apresentada a definição de alguns termos ligados ao negócio hospital, além das medidas e indicadores hospitalares utilizados ao longo deste trabalho. Destaques foram dados às definições de leito hospitalar, paciente internado, paciente-dia, leito-dia, taxa de ocupação e tempo médio de permanência. Também foi dado destaque ao conceito de receita operacional bruta em hospitais, já que se trata da variável alvo dos modelos propostos. A construção do modelo matemático, que serviu de base para o modelo estatístico, levou em consideração o algoritmo proposto por Giordano, Weir e Fox (2003). No capítulo 4, foi apresentado este processo de construção. Foram realizadas algumas considerações, desenvolvimentos algébricos e validação do modelo, em que foram utilizados dados coletados de um hospital geral, privado, classificado como grande porte, situado na área central de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Resultados parciais desta etapa do trabalho foram submetidos à apreciação da comunidade de administradores hospitalares por Alves Júnior e Biazi (2007) e da comunidade de matemáticos por Alves Júnior e Biazi (2008), antes de se iniciar os trabalhos de construção do modelo estatístico. Os dados utilizados para validação do modelo foram apresentados nos apêndices A e B. No capítulo 5, foram apresentados e analisados os resultados obtidos no processo de previsão de cada variável contida no modelo matemático, construído no capítulo 4, a fim de gerar a melhor previsão da receita operacional bruta para o hospital estudado. Também foi apurada a eficácia do modelo proposto. Para testar os modelos estatísticos candidatos, foi escolhido o ambiente de desenvolvimento da Linguagem R, versão 2.9.0. A escolha da Linguagem R deve-se à forma com que efetua cálculos estatísticos com boa precisão numérica, manipulando e armazenando dados com facilidade, conforme atestam Vieira, Frery e Vereda (2008) e Venables e Smith (2008). No apêndice C, foram apresentadas a linguagem R, seu ambiente de desenvolvimento, os pacotes de funções utilizados além da instalação padrão e as funções utilizadas e/ou construídas para a automatização do modelo de previsão da receita operacional bruta apresentado, incluindo a listagem dos códigos fonte das funções construídas. No capítulo 6, foram apresentadas as conclusões do autor e sugestões para trabalhos futuros. 31 2 Séries Temporais Este capítulo apresenta os conceitos necessários para se entender os modelos de previsão de séries temporais escolhidos para a previsão da receita operacional bruta, além dos métodos para avaliação dos erros das previsões geradas. Também foi realizada uma revisão sobre alguns trabalhos publicados que comparam métodos de previsão da receita de empresas em diversas áreas. 2.1 Introdução Uma série temporal é definida por Wooldridge (2005) como um conjunto de dados cujas observações foram feitas sequencialmente ao longo do tempo. Uma característica comum a estes dados é que a probabilidade de observações vizinhas serem dependentes não pode ser descartada. Ehlers (2007) verifica que, enquanto nos modelos de regressão a ordem das observações é irrelevante para a análise, em séries temporais a ordem dos dados é crucial. Quando as observações são obtidas a todo instante ao longo do tempo, diz-se que a série temporal é contínua, sendo representada por X(t). Quando as observações são obtidas em intervalos fixos de tempo, diz-se que a série temporal é discreta, sendo representada por Xt . (MELO, 2001) Muitas das propriedades observadas em uma série temporal podem ser captadas através da análise de suas componentes. Hyndman et al. (2008) identificam as seguintes componentes: • tendência (T ): a direção que a série toma ao longo do tempo; • sazonal (S): um padrão que se repete com uma periodicidade conhecida; • cíclica (C): um padrão que se repete com alguma regularidade, porém com periodicidade desconhecida ou alterável; e 2.2 Métodos de Previsão 32 • aleatória (E): a componente imprevisível da série temporal. Neste texto, foram focadas as componentes T , S e E. Estas componentes podem ser combinadas de modos diferentes, conforme atestam Hyndman et al. (2008). Um modelo puramente aditivo é expresso em Hyndman et al. (2008) pela equação (2.1), onde as três componentes são somadas para formar a série observada. X =T +S+E (2.1) Um modelo puramente multiplicativo é expresso em Hyndman et al. (2008) pela equação (2.2), onde a série observada é formada pelo produto das três componentes. X =T ×S×E (2.2) Hyndman et al. (2008) afirmam que outras combinações de componentes, além das descritas nas equações (2.1) e (2.2) também são possíveis, como na equação (2.3), em que a componente aleatória é tratada como multiplicativa e as outras componentes são tratadas como aditivas. X = (T + S) × E 2.2 (2.3) Métodos de Previsão Carvalho, Loiola e Coelho (2001) comparam os métodos de média móvel para séries temporais com sazonalidade e tendência com o método de Holt-Winters multiplicativo, aplicados em dados mensais e trimestrais, para prever a receita de uma seguradora nacional, com ganho para o de média móvel com dados mensais. Melo (2001) compara os métodos de Holt-Winters aditivo com os de Box-Jenkins para prever a receita tributária federal, com ganho para os de Box-Jenkins e escolha do SARIMA (Seasonal Autoregressive Integrated Moving Average). Como sugestão de trabalhos futuros, Melo (2001) indicou o estudo da combinação dos resultados dos dois métodos estudados, suavização exponencial e Box-Jenkins. Esta combinação pode ser pensada como uma combinação linear entre os dois métodos, de forma que os pesos associados aos métodos possam ser estimados. 2.2 Métodos de Previsão 33 Barbiero (2003) compara métodos de suavização exponencial com métodos de BoxJenkins e de regressão linear multivariada com erros ARMA (Autoregressive Moving Average) para prever a receita operacional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com ganho para o de Box-Jenkins e escolha do SARIMA. O método de regressão linear multivariada com erros ARMA também apresentou bons resultados, entretanto Barbiero (2003) ressalta que seu uso requer um conhecimento prévio de variáveis externas. Liebel e Fogliatto (2005) comparam métodos de regressão linear com métodos de suavização exponencial, de decomposição e de Box-Jenkins para prever a receita tributária no estado do Paraná, com ganho para o de suavização exponencial, com escolha do método de Holt-Winters aditivo para a série com 72 dados e o método e Holt linear para a série com 36 dados. Liebel e Fogliatto (2005) alertam para o fato de quando a série em questão não for modelável, sendo necessária uma abordagem qualitativa. Freire (2005) compara métodos de suavização exponencial simples com o método de regressão linear multivariada para prever a receita de uma companhia de energia elétrica situada no estado de Goiás, com ganho para o método de regressão linear multivariada. Carvalho, Loiola e Coelho (2001) afirmam que não existe um método de previsão melhor que outro. O que existe são métodos que se ajustam melhor a determinadas séries. Tendo por base os resultados descritos e os objetivos deste trabalho, decidiu-se por estudar os métodos de suavização exponencial e de Box-Jenkins, descritos a seguir. Também optou-se pela proposição de um método de previsão utilizando uma abordagem robusta. A descrição dos métodos levou em conta apenas os aspectos computacionais utilizados como requisitos na construção dos algoritmos propostos neste trabalho. 2.2.1 Métodos de Suavização Exponencial O método de suavização exponencial é definido por Krajewski e Ritzman (1998) como um sistema de médias ponderadas móveis que atribui um peso maior aos dados mais recentes da série temporal. Os pesos atribuídos aos elementos da série temporal decaem exponencialmente, do mais recente para o mais antigo. Partindo da componente de tendência, Hyndman et al. (2008) efetuaram sua decomposição em um termo de nível (l) e um termo de crescimento (b). Considerando Th a previsão da tendência após h períodos de tempo, e φ a constante de amortecimento, que varia entre 0 e 1, Hyndman et al. (2008) identificaram os cinco padrões de tendência mostrados no quadro 2.1, resultantes das combinações entre l e b. 2.2 Métodos de Previsão 34 Nenhuma (N) Aditiva (A) Aditiva amortecida (Ad ) Multiplicativa (M) Multiplicativa amortecida (Md ) Th Th Th Th Th =l = l + bh = l + b φ + φ2 + . . . + φh = lbh 2 h = lb(φ+φ +...+φ ) Quadro 2.1: Padrões de tendência para séries temporais (HYNDMAN et al., 2008) Uma vez escolhido o padrão da componente de tendência, é introduzida a componente sazonal, que pode ser nenhuma, aditiva ou multiplicativa. Finalmente, é incluída a componente aleatória, que pode ser aditiva ou multiplicativa. Se a componente aleatória for ignorada, temos 15 métodos de suavização exponencial, mostrados no quadro 2.2. Componente Componente sazonal de tendência N A M N N,N N,A N,M A A,N A,A A,M Ad Ad ,N Ad ,A Ad ,M M,N M,A M,M M Md Md ,N Md ,A Md ,M Quadro 2.2: Métodos de suavização exponencial, ignorando-se a componente aleatória (HYNDMAN et al., 2008) Alguns destes métodos são mais conhecidos por outros nomes: • N,N: método de suavização exponencial simples • A,N: método de Holt linear • Ad ,N: método de crescimento amortecido • A,A: método de Holt-Winters aditivo • A,M: método de Holt-Winters multiplicativo Para cada um dos 15 métodos listados no quadro 2.2, Hyndman et al. (2008) apontam existir duas possibilidades de construção de modelos em espaço de estado, um para modelar a componente aleatória aditiva e outro para modelar a componente aleatória multiplicativa. Entretanto, Hyndman et al. (2008) afirmam que os modelos de espaço de estado adjacentes a um método de suavização exponencial produzem a mesma previsão. N lt = αXt + (1 − α) lt−1 Sazonalidade A lt = α (Xt − St−m ) + (1 − α) lt−1 bt+h|t = lt X St = γ (Xt − lt−1 ) + (1 − γ) St−m bt+h|t = lt + S + X N A lt = αXt + (1 − α) (lt−1 + bt−1 ) bt = β (lt − lt−1 ) + (1 − β) bt−1 bt+h|t = lt + hbt X Ad lt = αXt + (1 − α) (lt−1 + φbt−1 ) bt = β (lt − lt−1 ) + (1 − β) φbt−1 bt+h|t = lt + φh bt X M lt = αXt + (1 − α) lt−1 bt−1 lt bt = β lt−1 + (1 − β) bt−1 bt+h|t = lt bht X Md lt = αXt + (1 − α) lt−1 bφt−1 lt bt = β lt−1 + (1 − β) bφt−1 bt+h|t = lt bφt h X t−m+hm lt = α (Xt − St−m ) + (1 − α) (lt−1 + bt−1 ) bt = β (lt − lt−1 ) + (1 − β) bt−1 St = γ (Xt − lt−1 − bt−1 ) + (1 − γ) St−m bt+h|t = lt + hbt + S X t−m+h+ m lt = α (Xt − St−m ) + (1 − α) (lt−1 + φbt−1 ) bt = β (lt − lt−1 ) + (1 − β) φbt−1 St = γ (Xt − lt−1 − φbt−1 ) + (1 − γ) St−m bt+h|t = lt + φh bt + S X t−m+h+ m lt = α (Xt − St−m ) + (1 − α) lt−1 bt−1 lt bt = β lt−1 + (1 − β) bt−1 St = γ (Xt − lt−1 bt−1 ) + (1 − γ) St−m bt+h|t = lt bht + S X t−m+h+ m lt = α (Xt − St−m ) + (1 − α) lt−1 bφt−1 lt bt = β lt−1 + (1 − β) bφt−1 φ St = γ Xt − lt−1 bt−1 + (1 − γ) St−m bt+h|t = lt bφt h + S + X t−m+hm Xt lt = α St−m M + (1 − α) lt−1 t St = γ lX + (1 − γ) St−m t−1 bt+h|t = lt S X t−m+h+ m Xt lt = α St−m + (1 − α) (lt−1 + bt−1 ) bt = β (lt − lt−1 ) + (1 − β) bt−1 St = γ lt−1X+bt t−1 + (1 − γ) St−m bt+h|t = (lt + hbt ) S X t−m+h+ m Xt lt = α St−m + (1 − α) (lt−1 + φbt−1 ) bt = β (lt − lt−1 ) + (1 − β) φbt−1 Xt + (1 − γ) St−m St = γ lt−1 +φb t−1 bt+h|t = (lt + φh bt ) S X t−m+h+ m Xt lt = α St−m + (1 − α) lt−1 bt−1 lt bt = β lt−1 + (1 − β) bt−1 Xt St = γ lt−1 bt−1 + (1 − γ) St−m bt+h|t = lt bh S X t t−m+h+ m Xt lt = α St−m + (1 − α) lt−1 bφt−1 lt bt = β lt−1 + (1 − β) bφt−1 St = γ l Xbtφ + (1 − γ) St−m t−1 t−1 b + Xt+h|t = lt bφt h S 2.2 Métodos de Previsão Tendência t−m+hm Quadro 2.3: Fórmulas recursivas utilizadas no cálculo da previsão para cada método de suavização exponencial (HYNDMAN et al., 2008) 35 2.2 Métodos de Previsão 36 Para especificar que método está sendo referido, Hyndman et al. (2008) utiliza a notação ETS(E,T,S), onde E refere-se ao componente aleatório do modelo (A para aditivo e M para multiplicativo), T ao componente de tendência do modelo e S ao componente sazonal do modelo, sendo estes dois últimos utilizando a notação sugerida no quadro 2.2. Considerando lt o nível da série no instante t, bt o fator de crescimento no instante t, St a componente sazonal da série no instante t, m a quantidade de sazões em um ano, α a constante de suavização do termo de nível da série, β a constante de suavização do termo de crescimento da série, γ a constante de suavização da componente sazonal da série, b φh = φ + φ2 + . . . + φh , h+ m = [(h − 1) mod m] + 1 e X o valor da observação prevista, Hyndman et al. (2008) construíram as fórmulas recursivas utilizadas no cálculo da previsão para cada método de suavização exponencial citado no quadro 2.2, reproduzidas no quadro 2.3. As constantes α, β, γ e φ contidas nas fórmulas listadas no quadro 2.3 podem ser estimadas minimizando-se a soma de quadrados dos erros de previsão. 2.2.2 Métodos de Box-Jenkins Os métodos de Box-Jenkins, também conhecidos por Autoregressive Integrated Moving Average (ARIMA), consistem na modelagem da série temporal de modo que a diferença entre os valores gerados pelos modelos e os valores observados resultam em uma série de resíduos de comportamento aleatório em torno de zero. Gujarati (2004) afirma que o princípio geral que rege os modelos de Box-Jenkins é “deixe os dados falarem por si mesmos”. Aos modelos ARIMA, são associados três parâmetros: 1. p: ordem do processo autorregressivo; 2. q: ordem do processo de médias móveis; e 3. d: ordem da diferenciação que transforma a série não-estacionária em estacionária; Um processo autorregressivo de ordem p é definido por Tsay (2002) como expresso pela equação (2.4), de modo que os valores da série no instante t dependem dos valores passados. Na equação (2.4), t é um ruído branco, ou seja, um processo discreto puramente aleatório com média zero e variância σt2 . 2.2 Métodos de Previsão 37 Xt = φ0 + φ1 Xt−1 + . . . + φp Xt−p + t (2.4) Um processo de médias móveis de ordem q é definido por Tsay (2002) como expresso pela equação (2.5), de modo que os valores da série no instante t dependem dos erros defasados no tempo. Xt = µ + t + θ1 t−1 + . . . + θq t−q (2.5) A diferenciação de uma série é um processo que visa a transformação de uma série não-estacionária em estacionária. Isto é feito, segundo Costa (2005), para estabilizar a variância da série e tornar o efeito sazonal aditivo. A diferenciação consiste em tomar diferenças sucessivas da série original até obter-se uma série estacionária. Ao processo de diferenciação é atribuído o operador diferença (∆). A primeira diferença da série é definida pela equação (2.6). ∆xt = xt − xt−1 (2.6) Generalizando, a n-ésima diferença da série é dada pela equação (2.7). ∆n xt = ∆n−1 xt − ∆n−1 xt−1 (2.7) Segundo Granger e Newbold (1986), a ordem de diferenciação para a maioria dos processos será 0 ou 1, e raramente d = 2. Um outro operador é utilizado na formulação matemática dos modelos ARIMA. O operador defasagem, B, é definido pela equação (2.8). Bxt = xt−1 (2.8) Generalizando, a n-ésima defasagem da série é dada pela equação (2.9). B n xt = xt−n O operador B pode ser utilizado na forma polinomial, como na equação (2.10). (2.9) 2.2 Métodos de Previsão 38 d (B) = 1 + d1 B + . . . + dn B n (2.10) Na notação introduzida por Box e Jenkins (1970), os modelos são indicados por ARIMA(p,d,q). A formulação matemática para o modelo ARIMA para uma série Xt é dada pela equação (2.11), sendo que o polinômio φ (B) possui ordem p e o polinômio θ (B) possui ordem q. φ (B) (1 − B)d Xt = θ (B) t (2.11) Para modelos sazonais, é necessário efetuar uma diferenciação sazonal nos moldes da diferenciação vista anteriormente. Seja s a quantidade de períodos contidos em uma sazão, a formulação matemática para os modelos ARIMA sazonais é dada pela equação (2.12), sendo que o polinômio Φ (B s ) possui ordem P e o polinômio Θ (B s ) possui ordem Q. φ (B) Φ (B s ) (1 − B)d (1 − B s )D Xt = θ (B) Θ (B s ) t (2.12) A notação mais comum para os modelos de Box-Jenkins sazonal é SARIMA(p,d,q)(P,D,Q)[s] , sendo D a ordem da diferenciação do modelo ARIMA sazonal. Segundo Brockwell e Davis (1996), D é raramente maior que 1 e os valores de P e Q não ultrapassam 2. Granger e Newbold (1986) afirmam que a determinação dos valores para p, d, q e P , D e Q no caso dos modelos sazonais, consiste na etapa mais difícil e delicada da modelagem ARIMA, não havendo consenso sobre qual a melhor estratégia a ser seguida. Dentre as várias estratégias existentes, Melo (2001) destaca duas: a análise das funções de autocorrelação e autocorrelação parcial amostrais, que envolve a interpretação de gráficos, e o uso de um critério de informação de modelos, que envolve processos computacionais. O critério de informação leva em conta não só a qualidade do ajuste mas também penaliza a inclusão de parâmetros extras, ao que Enders (1995) chama de princípio da parcimônia. Tal princípio sugere que modelos mais simples, com poucos parâmetros, produzem melhores previsões que modelos superparametrizados. Segundo Enders (1995), o objetivo é se aproximar do processo gerador original dos dados e não descrevê-los exatamente. 2.2 Métodos de Previsão 39 Os critérios de informação mais comuns são o Akaike information criterion (AIC ), definido na equação (2.13), o Akaike information criterion corrected (AICC ), definido na equação (2.14) e o Bayesian information criterion (BIC ), definido na equação (2.15). b + 2 (p + q) AIC = −2log L (2.13) b + 2 (p + q) T AICC = −2log L n−p−q−1 (2.14) b + 2 (p + q) logn BIC = −2log L (2.15) b representa a verossimilhança maximizada, e n Nas equações (2.13), (2.14) e (2.15), L a quantidade de observações da série. Na prática, Melo (2001) sugere o cálculo do critério de informação escolhido para todos os modelos ARIMA associados aos valores de p, d e q, de forma que p, q ∈ {0, 1, 2, 3, 4, 5} e d ∈ {0, 1}. Assim, Brockwell e Davis (1996) sugerem a seleção do modelo com menor valor do critério, e alternativamente, escolhe-se os modelos cuja diferença para o valor mínimo do critério seja inferior a 2. Para a modelagem SARIMA, além dos valores de p, d, q sugeridos, deve-se incluir os valores para P, Q ∈ {0, 1, 2} e D ∈ {0, 1}. O critério de seleção é o mesmo dos modelos ARIMA. 2.2.3 Abordagem Robusta Uma abordagem clássica da estatística, baseada no Teorema do Limite Central como afirmam Maronna, Martin e Yohai (2006), sugere a média como o melhor estimador para uma variável aleatória quando os dados observados têm exatamente uma distribuição normal (Gaussiana). Entretanto, a realidade é que, embora o comportamento de muitas séries de dados pareçam normais, estes apenas o são aproximadamente, já que constantemente é observado um pequeno conjunto dos dados que destoam da maior parte. Estes dados atípicos são denominados outliers. Distribuições deste tipo, em que a maior parte dos dados se comporta como uma Gaussiana, porém contem alguns dados que destoam dos demais, são denominadas aproximadamente normais. Para lidar com distribuições deste tipo, Maronna, Martin e Yohai (2006) recomendam o uso de uma abordagem robusta. 2.2 Métodos de Previsão 40 O principal objetivo da Estatística Robusta para Maronna, Martin e Yohai (2006) é atenuar o efeito dos dados atípicos. Ela funciona do seguinte modo: se o conjunto de dados não contém dados atípicos, os resultados obtidos são aproximadamente iguais aos produzidos pela abordagem clássica, enquanto que se existirem uma pequena quantidade de dados atípicos, os resultados obtidos são aproximadamente iguais aos produzidos pela abordagem clássica quando o conjunto de dados não contém dados atípicos. Tanto Maronna, Martin e Yohai (2006) quanto Olive (2007) utilizam a mediana para a construção de estimadores robustos, já que ela possui a característica de não sofrer variações quando o conjunto de dados contém algum dado atípico. A abordagem robusta proposta e utilizada neste trabalho além de fazer uso da mediana, considera também o sentido da variável a ser modelada, supondo que esta possa ser tratada como um indicador com uma estratégia associada. É considerado como estimador da abordagem proposta o valor da média ou mediana, o que for maior ou menor, dependendo do sentido da variável. Esta estratégia de escolha entre média e mediana, levando-se em conta o sentido da variável, será referida daqui por diante por Tendência Central Robusta (TCR). O quadro 2.4 detalha esta estratégia de escolha. Sentido da Variável Estimador Escolhido Quanto MAIOR, melhor MAIOR valor entre média e mediana Quanto MENOR, melhor MENOR valor entre média e mediana Quadro 2.4: Estratégia de escolha do estimador adotada na abordagem robusta proposta A previsão mensal gerada pela abordagem robusta proposta é determinada pelo cálculo da TCR de cada mês, supondo que os dados tenham alguma sazonalidade anual. Este método de previsão será identificado por Robusta I. Considerando a influência que o sentido do variável exerce sobre o processo de tomada de decisão para definição do valor alvo da variável, foi proposto um segundo método de previsão, identificado por Robusta II. O processo de cálculo das previsões mensais neste método é dado pelos passos abaixo: • Calcula-se a TCR de cada mês; • Calcula-se a TCR da série; • Se o sentido da variável for “Quanto MAIOR, melhor”: – Se a TCR da série for MAIOR que a TCR do mês, é escolhida como previsão mensal o MENOR valor entre a TCR da série e o valor MÁXIMO do mês. 2.3 Medidas para Avaliação do Erro de Previsão 41 • De modo análogo, se o sentido da variável for “Quanto MENOR, melhor”: – Se a TCR da série for MENOR que a TCR do mês, é escolhida como previsão mensal o MAIOR valor entre a TCR da série e o valor MÍNIMO do mês. • Em ambos os sentidos da variável, se a condição não for satisfeita, é escolhida como previsão mensal a TCR do mês, que equivale ao método Robusta I. Em ambos os métodos Robusta I e Robusta II, a verificação de existência de tendência segue os passos abaixo: • Calcula-se a TCR de cada ano; • Calcula-se o coeficiente de correlação (R2 ) do vetor construído com as TCR’s dos anos; • Se o R2 calculado for significativo, ou seja, se R2 ≥ 0, 7: – Calcula-se a previsão da TCR do ano a partir da reta formada por regressão linear com o vetor construído com as TCR’s dos anos calculadas; – Calcula-se a média do vetor contendo as previsões mensais geradas na definição do método de previsão; – Calcula-se o percentual de aumento ou diminuição da previsão da TCR do ano sobre a média do vetor das previsões mensais; e – Aplica-se o percentual de aumento ou diminuição calculado sobre cada uma das previsões mensais. 2.3 Medidas para Avaliação do Erro de Previsão Para Melo (2001), a forma mais comum de escolher o melhor mecanismo de previct ) com valores observados da série (Xt ), o são é a comparação dos valores previstos (X que determina a capacidade preditiva do mecanismo utilizado. Os métodos mais comuns utilizam os resíduos em seus cálculos, sendo os três mais populares o desvio médio absoluto, o erro quadrático médio e o erro percentual absoluto médio. Neste trabalho, foram utilizados o erro percentual absoluto médio (EP AM ), definido na equação (2.16), o erro percentual absoluto mediano (EP AM ed), definido na equação (2.17), o erro percentual absoluto mínimo (EP AM in), definido na equação (2.18), e o erro percentual absoluto máximo (EP AM ax), definido na equação (2.19). 2.3 Medidas para Avaliação do Erro de Previsão 42 n X c 1 Xt − Xt EP AM = Xt n (2.16) ( ) X − X c t t EP AM ed = M ed ,t = 1...n Xt (2.17) ( ) X − X t ct EP AM in = M in ,t = 1...n Xt (2.18) ( ) X − X t ct EP AM ax = M ax ,t = 1...n Xt (2.19) t=1 43 3 Entendendo o Negócio Hospital Brasil (2002b) reconhece a variedade de definições/nomenclaturas utilizadas pelos diversos hospitais na elaboração de suas estatísticas. A falta de unificação da nomenclatura utilizada pode levar a um erro de interpretação das informações geradas. Este capítulo não foi elaborado com a pretensão de transformá-lo em um glossário definitivo de termos hospitalares, mas com o objetivo de fornecer ao leitor o significado dos termos ligados ao negócio hospital utilizados ao longo deste trabalho, principalmente no processo de elaboração do modelo matemático. 3.1 Terminologia Hospitalar 3.1.1 Tipos de Hospital Dentre os diversos tipos de estabelecimentos listados por Brasil (2008b), são considerados tipos de hospitais: • hospital geral : destinado à prestação de atendimento nas especialidades básicas, por especialistas e/ou outras especialidades médicas. Pode dispor de serviço de Urgência/Emergência. Deve dispor também de Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapêutica (SADT) de média complexidade; • hospital especializado: destinado à prestação de assistência à saúde em uma única especialidade/área. Pode dispor de serviço de Urgência/Emergência e SADT. Geralmente de referência regional, macro regional ou estadual; e • hospital dia: especializado no atendimento de curta duração, com caráter intermediário entre a assistência ambulatorial e a internação. Quanto à prestação de serviços, Brasil (2008a) classifica os hospitais em: • públicos: hospitais cuja esfera administrativa seja pública (federal, estadual ou municipal) (BRASIL, 2003). Incluem-se aqui os hospitais administrados por Orga- 3.1 Terminologia Hospitalar 44 nizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) em regime de parceria público-privada (PPP); • filantrópicos: hospitais detentores do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS), cedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão do Ministério de Assistência e Promoção Social. Para obter este título, o hospital deve destinar pelo menos 60% dos seus leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou então destinar de 5% a 20% de sua receita bruta em gratuidade, percentual este variável em função do volume de atendimento ao SUS. Além disso, o hospital não pode conceder remuneração, gratificação ou vantagem de qualquer espécie aos membros de sua diretoria. Com o CEAS, o hospital pode obter diversas isenções fiscais e tributárias (ZANON, 2001); • sindicatos: hospitais ligados a entidades sindicais (BRASIL, 2003); e • privados: hospitais com ou sem fins lucrativos cuja esfera administrativa seja privada (BRASIL, 2003). Não incluem-se aqui os enquadrados como filantrópico ou sindicato. 3.1.2 Leito Hospitalar Brasil (2004) define leito hospitalar como a cama numerada e identificada, destinada à acomodação de um paciente dentro de um hospital. O leito hospitalar se constitui no endereço exclusivo de um paciente durante sua estadia no hospital. Também é chamado por leito de internação ou simplesmente leito. Não são considerados por Brasil (2002b) como leitos hospitalares: • leitos de observação: leitos destinados a pacientes sob supervisão médica e/ou de enfermagem por período inferior a 24 horas; • leitos de pré-parto: leitos auxiliares, localizados nas salas de pré-parto, utilizados pela paciente durante o trabalho de parto até o momento da realização do parto; • leitos de recuperação pós-anestésica ou pós-cirúrgica: leitos auxiliares, destinados à prestação de cuidados pós-anestésicos ou pós-cirúrgicos, utilizados pelos pacientes admitidos em bloco cirúrgico até que estes tenham condições de serem liberados para os leitos de internação; 3.1 Terminologia Hospitalar 45 • berços de recém-nascidos em alojamento conjunto: berços destinados aos recémnascidos sadios alojados contiguamente ao leito da mãe, 24 horas por dia, até a saída da mãe do hospital; • leitos de berçário para recém-nascidos sadios: berços destinados aos recém-nascidos sadios localizados em berçário, longe do leito da mãe; • camas destinadas a acompanhantes; • camas destinadas a funcionários do hospital; • camas instaladas nos alojamentos de médicos; e • camas utilizadas nos SADTs. RAHIS (2008) considera a seguinte classificação dos leitos hospitalares: • apartamento: leitos destinados à internação de pacientes que não necessitam de cuidados intensivos, localizados em aposentos individualizados, com banheiro privativo e acomodação para acompanhante (ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA DE GRUPO DO ESTADO DE SÃO PAULO - ABRAMGE-SP, 1996); • enfermaria: leitos destinados à internação de pacientes que não necessitam de cuidados intensivos, localizados em aposentos coletivos, com banheiro comum e sem acomodação para acompanhante (ABRAMGE-SP, 1996); • hospital-dia: leitos destinados a cuidados de saúde de forma programada, permanecendo os pacientes sob cuidados médicos durante o dia, não sendo necessária sua estadia durante à noite (BRASIL, 2002b); • unidade de tratamento intensivo (UTI): leitos destinados ao tratamento de pacientes graves e de risco que exijam assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamentos e recursos humanos especializados (BRASIL, 2002b). Existem UTI’s Adulto, Pediátrica, Neonatal e Coronariana; e • unidade de tratamento semi-intensivo (UTSI): leitos destinados à internação de pacientes que não necessitam de cuidados intensivos, mas que ainda requerem atenção especial diferenciada da adotada nas unidades de internação (BRASIL, 2002b). Existem UTSI’s Adulto, Pediátrica e Neonatal. 3.1 Terminologia Hospitalar 46 Apesar de Brasil (2002b) considerar os leitos de hospital-dia como leitos de observação, e consequentemente, não considerá-los como leitos hospitalares, neste trabalho adotou-se a classificação de leitos hospitalares utilizada por RAHIS (2008). Brasil (2004) define o porte de um hospital pela sua capacidade medida em quantidade de leitos hospitalares. Deste modo, Brasil (2004) classifica os hospitais, quanto ao porte, em: • hospital de pequeno porte: capacidade até 50 leitos; • hospital de médio porte: capacidade de 51 a 150 leitos; • hospital de grande porte: capacidade de 151 a 500 leitos; e • hospital de capacidade extra: capacidade acima de 500 leitos. Há hospitais que possuem estratégias de flexibilização das acomodações para atender a casos excepcionais de demanda. Por exemplo, um aposento destinado a um leito de apartamento pode transformar-se para acomodar dois ou mais leitos de enfermaria e viceversa, ou como sugere Brasil (2002b), leitos de observação sendo revertidos em leitos de internação, denominados leitos de observação reversíveis. Estas estratégias, supõe Brasil (2002b), preveem a realocação de recursos humanos e a disponibilidade de recursos materiais. Estes leitos, não utilizados habitualmente para internação, são denominados por Brasil (2002b) como leitos extras. A utilização de leitos extras implica no aumento transitório da capacidade operacional do hospital e pode fazer com que, mesmo que a capacidade instalada do hospital seja fixa, a quantidade de leitos seja diferente ao longo dos dias do mês. 3.1.3 Paciente Internado Sounis (1993) define paciente internado como o indivíduo hospitalizado, ocupando regularmente um leito hospitalar, enquanto recebe assistência médico-hospitalar. Brasil (2002b) recomenda considerar todos os casos de óbito ocorridos dentro do hospital como internações hospitalares. Sounis (1993) define admissão como o ato de entrada do paciente internado no hospital. Brasil (2002b) define saída como o ato da saída do paciente internado do hospital. Brasil (2002b) enumera os tipos de saídas existentes: 3.1 Terminologia Hospitalar 47 • alta: ato médico que finaliza a internação hospitalar. O paciente pode receber alta curado, melhorado ou com seu estado de saúde inalterado; • evasão: saída do paciente sem autorização médica e sem comunicação da saída ao setor em que o paciente estava internado; • desistência de tratamento: também chamada de alta a pedido, é a saída do paciente sem autorização médica, porém com comunicação da saída ao setor em que o paciente estava internado, seja por decisão do paciente, seja por decisão do responsável pela internação; • transferência: mudança de um paciente de um hospital para outro; e • óbito: óbito ocorrido após o paciente ter dado entrada no hospital, independente do fato dos procedimentos administrativos relacionados à internação já terem sido realizados ou não. Brasil (2002b) não considera os óbitos de pessoas que já chegam mortas ao hospital como óbitos hospitalares. 3.1.4 Censo Diário Brasil (2002b) define censo diário como o processo de apuração da quantidade de leitos ocupados (leito que está sendo utilizado por um paciente) e de leitos vagos (leito que está em condições de ser ocupado, mas que não está sendo utilizado por um paciente no momento do censo) nas unidades de internação e serviços do hospital. Os leitos vagos também são chamados por leitos desocupados ou leitos disponíveis. Se um leito, que habitualmente é utilizado para internação, mas no momento em que é realizado o censo não pode ser utilizado por qualquer razão (isolamento de enfermaria, manutenção predial ou de mobiliário, falta de pessoal), é nomeado por Brasil (2002b) como leito bloqueado, também chamado de leito indisponível ou leito interditado. Brasil (2002b) recomenda levar em consideração os leitos bloqueados e os leitos extra, assim como a apuração das admissões, altas, óbitos, transferências, evasões e desistências de tratamento ocorridas nas 24 horas relativas ao censo. Se no momento da elaboração do censo um paciente internado estiver temporariamente fora do leito, como por exemplo para a realização de um procedimento cirúrgico ou exame, Brasil (2002b) considera este leito ocupado, desde que o paciente retorne para este mesmo leito após o término do procedimento. Sobre os leitos extras desocupados, Brasil (2002b) não os considera como leitos vagos. 3.2 Medidas Hospitalares 48 Brasil (2002a) define dia hospitalar como o período de trabalho compreendido entre dois censos diários consecutivos. Brasil (2002b) recomenda que o horário de fechamento do censo deve ser o mesmo todos os dias e em todas as unidades do hospital, embora o horário de fechamento do censo possa variar de hospital para hospital. Normalmente, o censo é realizado à meia-noite. Por isso, Sounis (1993) também o chama de censo da meia-noite. 3.2 3.2.1 Medidas Hospitalares Leito-Dia Brasil (2002a) define leito-dia como uma unidade de medida que representa a disponibilidade de leitos hospitalares num dia hospitalar. É apurada diariamente no censo diário pela quantidade de leitos disponíveis no dia hospitalar de apuração do censo. Se a quantidade de leitos do hospital (QL) permanecer inalterada ao longo do mês, a quantidade de leitos-dia no mês (LD) pode ser calculada pela equação (3.1), onde QD representa a quantidade de dias no mês. LD = QL × QD (3.1) Considerando que a abertura de leitos extra e o bloqueio e desbloqueio de leitos ocorrem com uma certa frequência, a quantidade de leitos disponíveis varia de um dia para outro. Assim, o cálculo da média diária de leitos-dia (M DLD) é considerada como uma medida da quantidade de leitos ofertada pelo hospital. Ela pode ser calculada pela equação (3.2). QD 1 X M DLD = LDi QD i=1 3.2.2 (3.2) Paciente-Dia Brasil (2004) define paciente-dia como uma unidade de mensuração da assistência prestada em um dia hospitalar a um paciente internado. Brasil (2002b) computa o dia em que ocorre a saída somente quando este ocorrer no mesmo dia em que ocorreu a admissão do paciente. 3.3 Receita Hospitalar 49 A quantidade de pacientes-dia é apurada diariamente no censo diário pela quantidade de leitos ocupados no dia hospitalar de apuração do censo. 3.3 Receita Hospitalar 3.3.1 Composição da Receita Hospitalar RAHIS (2008) decompõe a receita de um hospital por fonte pagadora do seguinte modo: • convênios: também chamados de operadoras de saúde, são pessoas jurídicas constituídas sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que operam produto, serviço ou contrato de Plano Privado de Assistência à Saúde, regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (BRASIL, 2004); • particulares: pessoas físicas que contratam e se responsabilizam pelo pagamento dos serviços hospitalares prestados por elas utilizados; • SUS : sistema público brasileiro de saúde; • outras fontes pagadoras: todas as demais fontes de receita. Incluem-se aqui as receitas não operacionais, como as doações, auxílios e subvenções públicas, juros de aplicações financeiras, entre outras. Quanto aos atendimentos prestados, RAHIS (2008) divide a receita de um hospital em: • internações: atendimentos realizados em pacientes internados; e • atendimentos externos: atendimentos realizados em pacientes não classificados como internados. Dentre estes, destacam-se os ambulatoriais, definidos por Brasil (2004) como o conjunto de procedimentos médicos e terapêuticos de baixa complexidade, possíveis de realização em ambulatórios e postos de saúde, os de urgência e emergência, caracterizados pela Organização Nacional de Acreditação - ONA (2006) pela assistência imediata a pacientes em situação de sofrimento, sem risco de perda de vida (urgência) ou com risco de perda de vida (emergência) e os SADTs. 3.3 Receita Hospitalar 50 O gráfico 3.1 mostra a evolução da composição da receita por tipo de atendimento prestado entre os hospitais participantes do Projeto Indicadores Hospitalares de Minas Gerais (IHMG). Gráfico 3.1: Evolução da composição da receita por tipo de atendimento prestado entre os hospitais participantes do IHMG, de mai/2006 a abr/2008 (RAHIS, 2008) O percentual da receita operacional bruta com pacientes internados (P RP I) pode ser calculado pela equação (3.3), onde RP I representa a receita bruta com pacientes internados e RO a receita operacional bruta. P RP I = RP I RO (3.3) Como o percentual da receita operacional bruta com pacientes internados reflete a participação do principal produto do hospital na composição de sua receita operacional, ele pode ser enquadrado na perspetiva Clientes do BSC. Quanto aos serviços prestados, Boletim. . . (2007-2008) decompõe a receita hospitalar em: • diárias: é a permanência de um paciente por um período indivisível de até 24 horas em uma instituição hospitalar (ABRAMGE-SP, 1996). Compõem a diária a oferta 3.3 Receita Hospitalar 51 de um leito próprio, a troca de roupa de cama e banho do paciente e acompanhante quando em apartamento, os cuidados e materiais de uso na higiene e desinfecção ambiental, a dieta do paciente de acordo com a prescrição médica, exceto dietas especiais (enterais, por sonda nasogástrica, gastrostomia, jejunostomia ou ileostomia), cuidados de enfermagem e taxa administrativa (ABRAMGE-SP, 1996). Nas diárias de UTI e UTSI, além dos itens citados anteriormente, também compõem a diária a utilização dos equipamentos monitor cardíaco, oxímetro de pulso, desfibrilador/cardioversor, nebulizador e aspirador a vácuo, exceto o de aspiração contínua (ABRAMGE-SP, 1996). Nas diárias de UTI e UTSI Neonatal, além de todos os itens citados anteriormente, também compõem a diária a utilização dos equipamentos incubadora/berço aquecido e bomba de infusão (ABRAMGE-SP, 1996). • taxas: é cobrança da utilização de uma sala especial para realização de procedimentos, cirúrgicos ou não, prestação de serviços médicos-hospitalares não cobertos pelas diárias ou taxas de sala, utilização de equipamentos não cobertos pelas diárias ou taxas de sala, utilização de gases medicinais e prestação de serviços de governança/hotelaria, quando não inclusos nas diárias (ABRAMGE-SP, 1996); • materiais e medicamentos; • SADT ; e • outras receitas. 3.3.2 Conceito de Receita em Hospitais O Conselho Federal de Contabilidade - CFC (1995) define receita como o valor final dos aumentos do Patrimônio Líquido. Este valor, confrontado com as diminuições do Patrimônio Líquido, denominadas despesas, define o conceito de resultado: se as receitas forem maiores que as despesas, o resultado é positivo; caso contrário, negativo. Para que o resultado apurado seja reflexo das variações patrimoniais ocorridas no período, receitas e despesas devem ser apuradas simultaneamente aos fatos ocorridos. Esta é a ideia central do princípio contábil fundamental da competência. O CFC (1995) não relaciona o princípio da competência com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período. Também o CFC (1995) cita que, quando a produção demanda largo espaço de tempo, deve ocorrer o reconhecimento gradativo da receita, proporcional ao avanço da obra. Brasil (2002b) 3.3 Receita Hospitalar 52 denomina por leito de longa permanência o leito hospitalar cuja duração média de internação seja maior ou igual a 30 dias. Se houve necessidade desta definição, é porque existem internações com duração superior a um mês, e portanto, demandam largo espaço de tempo. Logo, devem ter sua receita reconhecida de forma gradativa. As contas hospitalares são faturadas, na maioria dos casos, conforme um cronograma de entrega de contas definido pelas fontes pagadoras. Este cronograma não coincide com a data de saída de todos os pacientes atendidos. Assim, se o faturamento for considerado como critério definidor de receita, haverão muitos atendimentos realizados com despesas já reconhecidas, já que foram gastos materiais, medicamentos, mão-de-obra, entre outros, e reconhecimento tardio de receita. Quando a data de envio de contas mais próxima do encerramento do atendimento pertencer à próxima competência, pode haver reconhecimento de receita em competência diferente da realização da despesa. Portanto, existem serviços a faturar que compõem a receita. Assim, observa-se a seguinte dinâmica para a geração da receita operacional bruta do hospital: a) Quando um atendimento é realizado, é gerada uma receita proveniente de um serviço a faturar; b) Até o final do período, este serviço a faturar pode ser faturado, ou permanecer como um serviço a faturar; c) No início do próximo período, o valor de serviços a faturar proveniente do período anterior deve ser descontado do saldo atual, uma vez que foi contabilizado na receita do período anterior. Assim, a receita operacional bruta (RO) de um período é determinada pela soma do valor faturado (V F ) com o valor dos serviços a faturar (SF ), subtraído pelo valor dos serviços a faturar do período anterior (SF P A), ou seja: RO = V F + SF − SF P A (3.4) 3.4 Indicadores Hospitalares 3.4 3.4.1 53 Indicadores Hospitalares Taxa de Ocupação Hospitalar A taxa de ocupação hospitalar (T O) é uma medida de utilização da capacidade instalada disponível. Bittar (1996) define este indicador como a relação entre a quantidade de pacientes-dia (P D) e a quantidade de leitos-dia (LD) num determinado período, ou seja: TO = PD LD (3.5) Por se tratar de relação percentual, este indicador é adimensional, e seu valor deve estar entre 0% e 100%. Para o cálculo dos leitos-dia, Brasil (2002b) considera os leitos instalados e constantes do cadastro do hospital, incluindo os leitos bloqueados e excluindo os leitos extras. Caso o hospital faça uso constante de leitos extras, a taxa de ocupação hospitalar poderá estar acima de 100%. Por refletir o uso dos ativos destinados a produção do principal produto de um hospital, internações, normalmente este indicador é enquadrado na perspectiva Processos Internos do BSC. Bezerra (2002) sugere que um hospital geral não deve funcionar com 100% de sua capacidade, sugerindo como percentual ideal 85%. Sobre a taxa de ocupação ideal, Bezerra (2002) complementa: A baixa percentagem de ocupação torna o hospital deficitário economicamente porque continua com as mesmas despesas fixas, diminuindo a receita. A ocupação muito elevada causa sobrecarga de trabalho na preparação dos leitos, dificulta a higienização dos leitos, prejudica o trabalho da farmácia e sobrecarrega as tarefas administrativas. 3.4.2 Tempo Médio de Permanência Tempo médio de permanência é uma medida da qualidade da assistência prestada. Para Brasil (2002b), o tempo médio de permanência representa o tempo médio em dias que os pacientes ficaram internados no hospital. Bittar (1996) define o tempo médio de permanência (T M P ) como a relação numérica entre o total de pacientes-dia (P D) em um determinado período e o total de saídas (QS) no mesmo período, ou seja: 3.4 Indicadores Hospitalares 54 T MP = PD QS (3.6) Brasil (2002b) recomenda a utilização da equação (3.6) somente para hospitais com internações de curta permanência. Para hospitais de longa permanência, Brasil (2002b) sugere utilizar no numerador a somatória dos dias de internação de cada paciente que teve alta ou foi a óbito. Por outro lado, Brasil (2002b) reconhece a tendência de utilização da mediana, dado que esta não é influenciada por valores aberrantes. Bittar (1996) considera o tempo médio de permanência como um dos principais indicadores da produtividade global de um hospital. Já Cavalcante e Alves (2003) consideram-no como um dos principais indicadores de qualidade do hospital, já que gera repercussões financeiras significativas, tanto pelo lado da receita, quanto pelo lado dos custos. Desta forma, o tempo médio de permanência é enquadrado geralmente na perspectiva Processos Internos do BSC. Fávero (1975) afirma que o tempo médio de permanência varia com o diagnóstico, a idade, o sexo, o sistema de financiamento e a distância do domicílio ao hospital. Vilar (1999) aponta alguns fatores que contribuem para o incremento da média de permanência dos hospitais: a) o hospital pode não dispor de um corpo clínico com profissionais suficientes para atender à demanda, fazendo-se necessário, às vezes, aguardar a vinda de um profissional de fora para começar ou continuar um tratamento; b) em hospital de grande porte e de emergência, em certos casos, o médico residente ou interno, apesar de não estar suficientemente preparado para atender um determinado tipo de paciente, arrisca a vida deste praticando uma cirurgia para a qual não tem ainda a necessária competência. Como resultado, frequentemente surgem complicações que forçosamente interferem na permanência do paciente; c) o corpo clínico não está constantemente a par da evolução das técnicas médicas e cirúrgicas, através de leitura de revistas especializadas, de frequência à reuniões e de discussões de casos clínicos ou cirúrgicos do hospital; d) a morosidade nos serviços complementares de diagnósticos e terapêutica, podem contribuir decisivamente, sobre a maior ou menor permanência do paciente no hospital; e) a administração inadequada dos recursos hospitalares também pode contribuir para o aumento da média de permanência. Ex. falta de material e falta de pessoal hospitalar de qualidade; e 3.4 Indicadores Hospitalares 55 f) e, finalmente, um motivo que tem aumentado muito a média de permanência no Brasil é a famigerada e indesejável infecção hospitalar. 3.4.3 Receita Média por Paciente Internado A quantidade média de receita gerada por pacientes internados é denominada “receita média com pacientes internados” (RM P I). Ela pode ser calculada dividindo-se a receita com pacientes internados (RP I) pela quantidade de pacientes internados (P I): RM P I = RP I PI (3.7) Este indicador pode ser considerado como uma medida da complexidade média dos pacientes internados de um hospital, visto que quanto mais itens (diárias, taxas, materiais, medicamentos, SADTs) consumidos por paciente, maior a necessidade de atendimento, e portanto, maior a complexidade. Da mesma família deste indicador, podemos considerar a receita média por saída, receita média por paciente-dia, receita média por leito-dia, etc. Desta forma, este indicador pode ser enquadrado tanto na perspectiva Financeira, quanto na perspectiva Processos Internos do BSC. 56 4 Construção do Modelo Matemático Este capítulo mostra o processo de construção do modelo matemático que servirá de base para o processo de previsão da receita operacional bruta. Os dados utilizados na validação do modelo estão todos apresentados nos apêndices A e B. 4.1 Metodologia Utilizada Giordano, Weir e Fox (2003) definem o algoritmo abaixo para se construir um modelo matemático: 1. Identificar o problema: Ser suficientemente preciso na formulação do problema, de modo a permitir a tradução do texto que descreve o problema em simbologia matemática. Esta tradução é realizada nos próximos passos. 2. Fazer considerações: Determinar que variáveis influenciam o comportamento do problema identificado no passo anterior. Classificar estas variáveis em dependentes ou independentes. Determinar o inter-relacionamento existente entre as variáveis selecionadas para estudo. 3. Resolver ou interpretar o modelo: Colocar juntos todos os submodelos para verificar o que o modelo está dizendo. 4. Validar o modelo: Verificar se o modelo responde ao problema formulado no passo 1. Verificar se é possível obter dados para submeter o modelo encontrado. Averiguar se o modelo faz sentido, se não agride o bom senso. Por fim, testar o modelo usando dados obtidos de observações empíricas. 5. Implementar o modelo: Colocar em prática o modelo obtido. Racionalizar o processo de coleta e entrada dos dados necessários para operar o modelo. 6. Refinar o modelo: Verificar se algum fator negligenciado anteriormente tornou-se importante. Verificar se algum dos submodelos necessita de ajuste. 4.2 Identificação do Problema 57 Este capítulo trata dos quatro primeiros passos do algoritmo descrito acima. 4.2 Identificação do Problema Retomando os objetivos deste trabalho, pretende-se que o modelo matemático construído sirva de base para a elaboração de um modelo estatístico de orçamento da receita operacional bruta de um hospital. Assim sendo, considera-se como variável dependente do modelo a receita operacional bruta (RO). Pretende-se que o modelo sirva de fonte para a construção do sistema de medição de desempenho de um hospital, ou seja, que os indicadores relacionados às variáveis independentes do modelo estejam, se possível, classificadas em categorias, dimensões ou perspectivas diferentes da que a receita operacional bruta estiver classificada. Posto isto, a equação (3.4) não resolve o problema, visto que todos os indicadores relacionados às suas variáveis independentes pertencem à mesma perspectiva da receita operacional bruta, a Financeira. Pretende-se que o modelo seja eficiente, ou seja, que tenha a menor quantidade possível de variáveis independentes. Pretende-se também que a prática para otimização das variáveis independentes do modelo não conduza a práticas contraditórias com a ética médica. 4.3 Considerações e Resolução do Modelo FNQ (2008) resgata o economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) que, em suas pesquisas, estabeleceu o famoso princípio geral “80/20”, pelo qual: • 80% dos resultados são devidos a 20% dos esforços; • 80% das consequências são derivadas de 20% das causas; e • 80% das saídas são derivadas de 20% das entradas. Dada a importância da receita com pacientes internados para a receita total do hospital, demonstrada no gráfico 3.1, e levando-se em conta o “Princípio de Pareto”, a receita operacional bruta de um hospital pode ser modelada como uma função da receita com pacientes internados (RP I). Assim, temos: 4.3 Considerações e Resolução do Modelo RO = 58 1 RP I P RP I (4.1) Reunindo as expressões (4.1) e (3.7), a receita operacional bruta será dada por: RO = P I RM P I P RP I (4.2) Considerando a definição de paciente internado (pág. 46), o princípio contábil fundamental da competência (pág. 51) e o fato de que as internações iniciadas em competências anteriores ainda sem saída no início da competência atual continuarão a gerar receita até que seja gerada sua saída, tem-se que a quantidade de pacientes internados em um determinado mês (P I) é dada pela soma da quantidade de admissões (QA) com a quantidade de pacientes internados no início do mês (P IIM ), ou seja, P I = QA + P IIM (4.3) A quantidade de pacientes internados no início do mês é dada pela quantidade de pacientes-dia apurada no censo diário do último dia do mês anterior. Para se evitar os problemas éticos citados no capítulo 1, convém retirar a quantidade de admissões da equação (4.3). Levando-se em conta o princípio contábil fundamental da competência, tem-se que a quantidade de pacientes internados no fim do mês (P IF M ) é igual à quantidade de pacientes internados do início do mês (P IIM ) somada à quantidade de admissões (QA), subtraindo-se a quantidade de saídas (QS), ou seja: P IIM + QA − QS = P IF M (4.4) QA + P IIM = QS + P IF M (4.5) Daí tem-se que: Substituindo-se a equação (4.5) na equação (4.3), tem-se que: P I = QS + P IF M A quantidade de saídas (QS) pode ser re-escrita por: (4.6) 4.3 Considerações e Resolução do Modelo QS = 59 QS P D LD P D LD (4.7) Utilizando-se as equações (3.2), (3.5) e (3.6) na equação (4.7) tem-se: QS = T O × M DLD × QD T MP (4.8) Substituindo-se a equação (4.8) na equação (4.6), tem-se: PI = T O × M DLD × QD + P IF M T MP (4.9) Finalmente, substituindo a equação (4.9) em (4.2), tem-se na equação (4.10) o modelo matemático para a receita operacional bruta de um hospital: RO = T O × M DLD × QD + P IF M T MP RM P I P RP I (4.10) O modelo matemático, descrito na equação (4.10), possui sete variáveis independentes: 1. Taxa de ocupação hospitalar (T O); 2. Média diária de leitos-dia (M DLD); 3. Quantidade de dias no mês (QD); 4. Tempo médio de permanência (T M P ); 5. Quantidade de pacientes internados no fim do mês (P IF M ); 6. Receita média com pacientes internados (RM P I); e 7. Percentual da receita operacional bruta com pacientes internados (P RP I). Quanto maior o tempo médio de permanência (T M P ), maior será a receita média por paciente internado (RM P I), visto que cada dia de internação é remunerado sob a forma de diárias. Portanto, pode existir correlação entre T M P e RM P I. 4.4 Validação do Modelo 4.4 60 Validação do Modelo Os dados utilizados para validar o modelo matemático são provenientes de um hospital geral e privado, classificado como grande porte, situado na área central de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Filiado à Associação de Hospitais de Minas Gerais (AHMG), o hospital estudado é pertencente ao IHMG, possui Sistema de informações Tasy desde 2000, planejamento estratégico anual desde 2002, orçamento setorial desde 2005, sistema de gestão da qualidade implantado desde 2006 e certificado em Acreditação Plena pela ONA desde 2008. O Sistema de Informações Tasy, cujo diagrama esquemático é mostrado na figura 4.1, está presente em mais de 200 instituições ligadas à área da saúde. É uma solução completa para gestão de hospitais, clínicas, operadoras de planos de saúde, laboratórios e centros de diagnóstico de imagem. Possui como característica marcante a flexibilidade. Os valores de QA, QS, P IIM , P IF M , P D e LD do hospital estudado, mostrados respectivamente nos quadros A.1, A.2, A.3, A.4, A.5 e A.6, foram extraídas das planilhas de censo diário do hospital estudado, elaboradas conforme Alves Júnior e Andrade (2008b) desde janeiro de 2005 e em conformidade com a definição de censo diário adotada na pág. 47. Os primeiros dados coletados são provenientes de março/2001, data até quando foi possível retroagir, dado o tempo de vida do sistema de informações do hospital estudado e os procedimentos descritos por Alves Júnior, Braga e Andrade (2008a), Alves Júnior, Braga e Andrade (2008b) e Alves Júnior, Braga e Andrade (2008c). Seja P I (QA) a quantidade de pacientes internados no hospital estudado como função da quantidade de admissões, calculada a partir da equação (4.3) e P I (QS) a quantidade de pacientes internados do hospital estudado como função da quantidade de saídas, calculada a partir da equação (4.6), cujos valores são mostrados respectivamente nos quadros A.8 e A.9. Seja ∆P I definida na equação (4.11) pela diferença absoluta entre P I (QA) e P I (QS). ∆P I = |P I (QA) − P I (QS)| (4.11) Pela condição determinística das equações (4.3) e (4.6), espera-se que ∆P It = 0 para qualquer instante t. O gráfico 4.1 mostra o histograma de ∆P It , construída a partir dos valores de P I (QA) (quadro A.8) e de P I (QS) (quadro A.9). 4.4 Validação do Modelo Figura 4.1: Diagrama esquemático do sistema de informações Tasy 61 4.4 Validação do Modelo 62 Gráfico 4.1: Histograma de ∆P It Seja ∆P I% definida na equação (4.12) pela diferença absoluta percentual entre P I (QA) e P I (QS). A tabela 4.1, mostra o resumo estatístico de ∆P I%t . ∆P I% = 1 2 ∆P I (P I (QA) + P I (QS)) ∆P I% Média Erro padrão Mediana Modo Desvio padrão Variância da amostra Curtose Assimetria Intervalo Mínimo Máximo Soma Contagem Nível de confiança (95,0%) 0,023% 0,004% 0,000% 0,000% 0,043% 0,000% 9,605 2,545 0,262% 0,000% 0,262% 2,178% 94 0,009% Tabela 4.1: Resumo estatístico de ∆P I%t (4.12) 4.4 Validação do Modelo 63 Apesar da média observada em ∆P I% ser próxima a zero (0,023%), foram encontrados valores diferentes de zero em 28,7% das observações apuradas em ∆P I. No procedimento elaborado por Alves Júnior e Andrade (2008c), foram listadas algumas das inconsistências que são tratadas no processo de apuração do censo diário do hospital estudado e que violam a equação (4.4): • data de entrada do paciente não coincide com a data de entrada no primeiro leito de internação; • data de saída do leito de internação que não seja o último não coincide com a data de entrada no próximo leito de internação; e • data de saída do paciente não coincide com a data de saída do último leito de internação. Para cada inconsistência detectada, é enviado um relato de não conformidade (RNC) à área geradora do problema. Neste documento, são realizadas a análise das causas e proposta de ações corretivas. Pela análise das RNC’s geradas pelo setor responsável pela apuração do censo diário no hospital estudado em função das inconsistências encontradas, identificou-se as seguintes causas imediatas: 1. O usuário do sistema gerou uma movimentação de leito de internação com data de entrada igual à data da saída; 2. O usuário do sistema gerou uma entrada de um paciente ambulatorial em leito de internação por engano; 3. O usuário do sistema desfez a alta do paciente sem reinseri-lo em algum leito de internação e o deixa assim no sistema, internado, já que não possui data de alta, sem estar ocupando um leito de internação; 4. O usuário do sistema que deveria gerar a alta do paciente esquece de fazê-lo, deixando-o virtualmente internado no sistema; e 5. O usuário do sistema, ao refazer uma alta que havia sido desfeita ou ao gerar a alta, de forma retroativa, do paciente que tinha sido esquecido no sistema, gera a alta com data de saída diferente da data de saída do último leito. Em todos os casos, observou-se a quebra do processo por falta de treinamento no sistema Tasy ou por falta de entendimento da importância que as atividades de cadastro 4.4 Validação do Modelo 64 e movimentação de pacientes no sistema de informações possui sobre a geração correta de informações no censo diário, vital para a produção de indicadores consistentes e confiáveis. Como, para cada atividade de inclusão e alteração de dados, é registrado no banco de dados do sistema o nome do usuário em questão, esta identificação é passada na RNC, de modo que o gestor da área notificada consegue atuar diretamente sobre o colaborador envolvido, repetindo o treinamento necessário ou desligando o colaborador, caso seja detectado que o investimento em treinamento não seja mais viável. Após a conta do paciente ter sido fechada para finalização do processo de faturamento, os dados referentes a esta conta são bloqueados para alteração. Quando a inconsistência é detectada ou a iniciativa para resolução da inconsistência é tomada após a finalização da conta, não é mais possível corrigir os dados no sistema, levando à manutenção da inconsistência. Este é um dos motivos alegados pelo setor responsável pela apuração do censo diário no hospital estudado para trabalhar com planilhas eletrônicas ao invés de usar o sistema de informações. Entretanto, as planilhas, por trabalharem com dados estáticos, não são atualizadas após a correção da inconsistência no sistema de informações, levando à manutenção da inconsistência nas planilhas. O quadro A.7 mostra os valores para QD. Os valores de M DLD do hospital estudado, mostrados no quadro A.10, foram construídos utilizando-se os dados dos quadros A.7 (QD) e (A.6) (LD) na equação (3.2). Os valores de T O do hospital estudado, mostrados no quadro A.11, foram construídos utilizando-se os dados dos quadros A.5 (P D) e A.6 (LD) na equação (3.5). Os valores de T M P do hospital estudado, mostrados no quadro A.12, foram construídos utilizando-se os dados dos quadros A.2 (QS) e A.5 (P D) na equação (3.6). Os valores de V F , SF V A e SF , todos relativos a pacientes internados do hospital estudado, mostrados respectivamente nos quadros B.1, B.2 e B.3, foram extraídos da planilha de receita de pacientes internados do hospital estudado, elaboradas conforme Alves Júnior e Andrade (2008a). Os primeiros dados coletados são provenientes de janeiro/2004, data em que foi iniciado o módulo de Contabilidade no sistema de informações do hospital estudado. Os valores de RO do hospital estudado, mostrados no quadro B.4, foram extraídos dos balancetes mensais do hospital, gerados conforme Siqueira, Martins e Aguiar (2008). Os valores de RP I do hospital estudado, mostrados no quadro B.5, foram construídos utilizando-se os dados dos quadros B.1 (V F ), B.2 (SF P A) e B.3 (SF ) na equação (3.4). 4.4 Validação do Modelo 65 Como no desenvolvimento do modelo matemático foi utilizado P I = P I (QS), os valores de RM P I do hospital estudado, mostrados no quadro B.6, foram construídos utilizando-se os dados dos quadros B.5 (RP I) e A.9 (P I (QS)) na equação (3.7). Os valores de P RP I do hospital estudado, mostrados no quadro B.7, foram construídos utilizando-se os dados dos quadros B.5 (RP I) e B.4 (RO) na equação (3.3). Pelo fato da receita operacional bruta do hospital estar disponível a partir de janeiro/2004, foram aplicados mensalmente os dados dos quadros A.4 (P IF M ), A.7 (QD), A.10 (M DLD), A.11 (T O), A.12 (T M P ), B.6 (RM P I) e B.7 (P RP I) na equação (4.10). Os dados resultantes desta aplicação foram comparados aos dados do quadro B.4 (RO), e conforme esperado, dado o caráter determinístico de (4.10), em todas as ocorrências não foram observadas diferenças. Posto isto, conclui-se que o modelo matemático proposto foi validado e pode ser utilizado para determinação de RO. Entretanto, cabe o destaque ao erro máximo de 0,26%, observado na tabela 4.1, e imputado ao processo de coleta de dados verificado no hospital estudado, que pode ser maior ou menor em outras instituições, dependendo do nível de eficiência do processo de apuração do censo diário. 66 5 Previsão da Receita Operacional Bruta Este capítulo apresenta e analisa os resultados obtidos no processo de previsão de cada variável contida no modelo matemático, construído no capítulo anterior, a fim de gerar a melhor previsão da receita operacional bruta para o hospital estudado, além de apurar a eficácia do modelo proposto. O apêndice C apresenta os códigos fonte das funções desenvolvidas em linguagem R que implementam o modelo estatístico apresentado. 5.1 Metodologia Utilizada A figura 5.1, adaptada de Liebel e Fogliatto (2005), mostra os passos que foram utilizados neste trabalho para a previsão da receita operacional do hospital estudado. O ponto de partida foi a construção do modelo matemático, apresentado na equação (4.10). Pela equação (4.10), para a previsão da receita operacional bruta, são necessárias as previsões de sete variáveis, cujo conjunto de dados consistem em séries temporais. Para cada uma destas variáveis, foi verificado se elas são passíveis de serem modeladas através de algum modelo matemático de previsão. Em caso negativo, foi realizada uma previsão qualitativa para a variável em questão. As técnicas qualitativas de previsão são aquelas que usam as informações que podem ser obtidas de especialistas que atuam ou conhecem o comportamento do negócio da empresa. Elas são usadas quando os dados são escassos e baseiam-se no julgamento humano. Os métodos de previsão qualitativos são intuitivos e podem ou não depender de dados do passado. (HANKE; REITSCH, 1998) No caso da variável ser passível de modelagem, ou seja, em que se supõe que algum padrão registrado no passado possa se repetir no futuro, conforme atestam Ruschel, Werner e Lemos (2007), foram realizadas previsões com os modelos de previsão selecionados. Da série temporal da variável, foram retiradas as 12 últimas ocorrências, construídos os modelos de previsão com a série truncada, e a partir deles, geradas as previsões para os 12 5.1 Metodologia Utilizada 67 Figura 5.1: Passos utilizados para a previsão da receita operacional do hospital estudado 5.2 Estimação das Variáveis 68 próximos intervalos de tempo. Em seguida, estas previsões foram comparadas com os dados retirados da série original e calculados o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de cada previsão. Os modelos cujas previsões apresentaram os menores EP AM , EP AM ed e EP AM ax foram selecionados para comparação gráfica com os valores observados na série temporal da variável. O modelo que se aproximou mais dos dados originais foi escolhido. Se a análise gráfica for inconclusiva, ambos as previsões serão selecionadas para teste no modelo matemático. Se um mesmo modelo possui uma previsão com menor EP AM , EP AM ed e EP AM ax, este foi automaticamente selecionado, dispensando a análise gráfica. Após todas as variáveis terem sido tratadas e terem suas projeções calculadas, estas foram aplicadas no modelo matemático, representado pela equação (4.10), comparadas com os valores observados da receita operacional bruta no hospital estudado, contidas no quadro B.4, e calculados o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax da previsão. Por fim, foram analisados os resultados obtidos. 5.2 Estimação das Variáveis A seguir, é descrito o processo de escolha da melhor previsão para cada variável independente do modelo matemático da receita operacional bruta. A linha tracejada que divide os gráficos que apresentam as séries modeladas mostra onde a série foi truncada para serem gerados os modelos de previsão. Nas tabelas que apresentam o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax para cada modelo selecionado, foram marcados com fundo amarelo os menores EP AM , EP AM ed e EP AM ax. 5.2.1 Quantidade de Dias no Mês (QD) Apesar de QD ser passível de modelagem, ela é desnecessária, visto que o valor de QD é bem determinado e invariável ao longo dos anos, com exceção dos anos bissextos, que sofrem alteração em fevereiro. 5.2.2 Média Diária da Quantidade de Leitos-Dia (M DLD) O gráfico 5.1, construído a partir do quadro A.10, mostra a série temporal para a M DLD do hospital estudado. A tabela 5.1 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de M\ DLDt para cada modelo testado. 5.2 Estimação das Variáveis N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Modelo ETS(A,N,N) ETS(A,A,N) ETS(A,Ad,N) ETS(A,N,A) ETS(A,A,A) ETS(A,Ad,A) ETS(M,N,N) ETS(M,A,N) ETS(M,Ad,N) ETS(M,M,N) ETS(M,Md,N) ETS(M,N,A) ETS(M,A,A) ETS(M,Ad,A) ETS(M,N,M) ETS(M,A,M) ETS(M,Ad,M) ETS(M,M,M) ETS(M,Md,M) SARIMA(0,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(0,1,0)(1,1,1)[12] SARIMA(0,1,1)(0,1,1)[12] SARIMA(1,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(1,1,2)(0,1,1)[12] SARIMA(1,0,0)(1,0,0)[12] Robusta I Robusta II 69 M\ DLDt EP AM in 4,012% 3,917% 4,087% 4,191% 4,476% 4,543% 4,012% 4,276% 3,986% 3,819% 4,051% 4,206% 4,380% 3,992% 3,420% 3,686% 4,095% 3,759% 4,021% 4,105% 3,955% 4,104% 4,104% 4,487% 4,182% 0,412% 1,002% EP AM 12,221% 12,043% 12,311% 12,041% 11,958% 11,320% 12,221% 12,715% 12,178% 11,859% 12,270% 11,967% 11,647% 11,428% 12,517% 12,675% 11,737% 11,426% 11,685% 11,849% 11,501% 11,849% 11,850% 10,608% 11,606% 8,145% 7,892% EP AM ed 14,081% 13,897% 14,187% 13,740% 13,604% 12,983% 14,081% 14,594% 14,035% 13,706% 14,138% 13,671% 13,203% 12,871% 14,461% 14,654% 13,343% 12,849% 13,292% 13,422% 13,042% 13,423% 13,423% 11,915% 13,332% 9,190% 8,768% EP AM ax 17,629% 17,303% 17,752% 17,647% 17,571% 16,740% 17,629% 18,536% 17,558% 16,963% 17,696% 17,672% 16,837% 16,779% 18,174% 17,954% 17,470% 17,447% 17,429% 17,899% 17,368% 17,900% 17,900% 16,444% 16,500% 13,526% 12,996% Tabela 5.1: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de M\ DLDt para cada modelo testado 5.2 Estimação das Variáveis 70 Gráfico 5.1: Série temporal da M DLD do hospital estudado Pela tabela 5.1, observa-se que o modelo Robusta II apresentou os menores EP AM (7,892%), EP AM ed (8,768%) e EP AM ax (12,996%). Ao comparar seu desempenho com os demais modelos, observa-se nitidamente sua maior capacidade preditiva para a M DLD do hospital estudado. Entretanto, apesar da M DLD ser passível de modelagem, ela pode não fazer muito sentido, pois a M DLD é uma medida que reflete a capacidade de leitos disponível do hospital. Se não houver previsão de obras, interdições ou ampliações, a M DLD é fixa ao longo dos meses do ano. Caso ocorra algum destes eventos, pode ocorrer um salto abrupto na série. No caso do hospital estudado, houve uma redução planejada considerável na quantidade de leitos disponíveis no início de 2005 e uma ampliação planejada considerável em meados de 2008, o que explica os degraus observados nestes instantes de tempo no gráfico 5.1. Entre estes dois instantes de tempo, a flutuação de M DLD pode ser explicada pela estratégia do hospital estudado de transformar as unidades de internação com leitos de apartamento em enfermaria, um ou dois leitos por unidade, e vice-versa, para atender à maior demanda momentânea dos clientes portadores de planos enfermaria ou planos apartamento. 5.2 Estimação das Variáveis 71 Como o hospital estudado trabalha com planejamento estratégico, foi realizado o planejamento mensal da quantidade de leitos por tipo de leito. O quadro 5.1 mostra o planejamento da quantidade total de leitos do hospital estudado para 2008. A tabela 5.2 compara o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de M\ DLDt do modelo selecionado com a previsão qualitativa realizada a partir do planejamento mensal que o hospital estudado realizou para a quantidade total de leitos. Mês jan. fev. mar. abr. Qtd. Mês Qtd. 129 mai. 148 129 jun. 149 148 jul. 149 148 ago. 149 Mês Qtd. set. 149 out. 149 nov. 149 dez. 149 Quadro 5.1: Quantidade total de leitos planejada mensalmente pelo hospital estudado para o ano de 2008 M\ DLDt Modelo EP AM in EP AM Robusta II 1,002% 7,892% Qualitativo 0,654% 5,419% EP AM ed 8,768% 3,938% EP AM ax 12,996% 16,506% Tabela 5.2: Comparação do EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax entre o modelo selecionado para M\ DLDt e a previsão qualitativa de M\ DLDt O gráfico 5.2 compara os valores observados em M DLD, realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões do modelo selecionado e da previsão qualitativa. Pela tabela 5.2, apesar do modelo Robusta II apresentar menor EP AM ax (12,996%), a previsão qualitativa apresenta menor EP AM (5,419%) e um bem menor EP AM ed (3,938%), que faz com que seja descartado o modelo selecionado e seja adotada a previsão qualitativa na composição da previsão da receita operacional bruta do hospital estudado, como método de previsão de M DLD. O maior EP AM ax da previsão qualitativa, observado no gráfico 5.2 no mês de março, é fruto do atraso da entrega da ampliação de leitos prevista para março e concretizada somente no final do ano. 5.2.3 Tempo Médio de Permanência (T M P ) O gráfico 5.3, construído a partir do quadro A.12, mostra a série temporal para o T M P do hospital estudado. A tabela 5.3 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T\ M Pt para cada modelo testado. Pela tabela 5.3, observa-se que o modelo Robusta II apresentou os menores EP AM (2,462%) e EP AM ed (1,778%), enquanto que o modelo ARIMA(2,0,2) apresentou o 5.2 Estimação das Variáveis Gráfico 5.2: Comparação entre M DLDt e as previsões dos modelos selecionados Gráfico 5.3: Série temporal do T M P do hospital estudado 72 5.2 Estimação das Variáveis T\ M Pt N Modelo EP AM in 1 ETS(A,N,N) 0,665% 2 ETS(A,A,N) 0,018% 3 ETS(A,Ad,N) 0,012% ETS(A,N,A) 0,714% 4 ETS(A,A,A) 0,908% 5 6 ETS(A,Ad,A) 0,926% 7 ETS(M,N,N) 0,510% ETS(M,A,N) 0,806% 8 9 ETS(M,Ad,N) 0,247% 10 ETS(M,M,N) 0,601% 11 ETS(M,Md,N) 0,411% ETS(M,N,A) 0,034% 12 13 ETS(M,A,A) 0,147% 14 ETS(M,Ad,A) 0,589% ETS(M,N,M) 0,436% 15 16 ETS(M,A,M) 2,246% ETS(M,Ad,M) 0,282% 17 ETS(M,M,M) 3,070% 18 19 ETS(M,Md,M) 1,107% 20 ARIMA(1,0,1) 0,144% 21 ARIMA(2,0,2) 0,011% 22 SARIMA(2,0,2)(0,0,1)[12] 0,212% 23 SARIMA(2,0,2)(1,0,0)[12] 0,284% ARIMA(0,1,1) 0,584% 24 25 Robusta I 0,252% 26 Robusta II 0,226% 73 EP AM 4,357% 4,892% 4,761% 5,200% 7,407% 7,151% 4,453% 4,151% 4,963% 4,366% 4,515% 6,483% 6,329% 6,311% 5,994% 11,205% 6,077% 13,392% 5,902% 3,240% 3,167% 3,148% 3,136% 4,407% 2,896% 2,462% EP AM ed 3,844% 4,634% 4,468% 3,966% 7,015% 7,473% 3,992% 3,794% 4,716% 3,879% 4,087% 6,422% 5,850% 6,249% 5,766% 11,114% 5,574% 13,531% 5,180% 3,378% 3,461% 3,478% 3,478% 3,921% 1,966% 1,778% EP AM ax 8,749% 9,271% 9,340% 13,035% 16,123% 15,835% 8,890% 8,679% 9,576% 8,822% 8,979% 14,765% 15,172% 14,374% 14,170% 16,851% 14,295% 19,599% 13,623% 7,730% 7,385% 7,592% 7,658% 8,822% 8,940% 8,940% Tabela 5.3: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T\ M Pt para cada modelo testado 5.2 Estimação das Variáveis 74 menor EP AM ax (7,385%). O gráfico 5.4 compara os valores observados em T M P , realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos Robusta II e ARIMA(2,0,2). Gráfico 5.4: Comparação entre T M Pt e as previsões dos modelos selecionados Observa-se pelo gráfico 5.4 que a curva desenhada pela previsão do modelo Robusta II é mais próxima da desenhada pelos valores observados, principalmente entre os meses de abril a agosto. Diante disto, somado ao fato do modelo Robusta II apresentar menor EP AM e EP AM ed, foi adotado este modelo na composição da previsão da receita operacional bruta do hospital estudado, como método de previsão de T M P . 5.2.4 Receita Média com Pacientes Internados (RM P I) O gráfico 5.5, construído a partir do quadro B.6, mostra a série temporal para a RM P I do hospital estudado. A tabela 5.4 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e \ EP AM ax de RM P It para cada modelo testado. Pela tabela 5.4, observa-se que o modelo ETS(M,M,N) apresentou os menores EP AM (6,509%) e EP AM ax (16,598%), enquanto que o modelo Robusta II apresentou o menor EP AM ed (5,774%). O gráfico 5.6 compara os valores observados de RM P I, realizados 5.2 Estimação das Variáveis N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 Modelo ETS(A,N,N) ETS(A,A,N) ETS(A,Ad,N) ETS(A,N,A) ETS(A,A,A) ETS(A,Ad,A) ETS(M,N,N) ETS(M,A,N) ETS(M,Ad,N) ETS(M,M,N) ETS(M,Md,N) ETS(M,N,A) ETS(M,A,A) ETS(M,Ad,A) ETS(M,N,M) ETS(M,A,M) ETS(M,Ad,M) ETS(M,M,M) ETS(M,Md,M) SARIMA(0,1,2)(0,1,0)[12] SARIMA(0,1,2)(0,1,1)[12] SARIMA(0,1,2)(1,1,0)[12] SARIMA(0,1,2)(1,1,1)[12] SARIMA(1,1,0)(0,1,0)[12] SARIMA(1,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,1,0)[12] SARIMA(1,1,1)(0,1,1)[12] SARIMA(1,1,1)(1,1,0)[12] SARIMA(1,1,1)(1,1,1)[12] SARIMA(1,1,2)(0,1,0)[12] SARIMA(2,1,0)(0,1,0)[12] SARIMA(2,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(2,1,0)(1,1,1)[12] SARIMA(2,1,1)(0,1,0)[12] SARIMA(5,1,1)(0,0,1)[12] Robusta I Robusta II 75 \ RM P It EP AM in 0,372% 0,818% 0,450% 1,998% 5,666% 2,012% 0,350% 2,017% 0,469% 0,249% 0,368% 1,449% 3,577% 1,726% 1,438% 1,296% 2,362% 9,953% 4,644% 3,677% 4,467% 5,300% 2,279% 2,729% 4,304% 0,123% 0,155% 0,013% 1,439% 2,875% 2,375% 2,858% 1,526% 0,183% 0,450% 0,741% 0,741% EP AM 6,942% 21,029% 6,978% 7,575% 28,435% 8,103% 6,932% 18,941% 6,990% 6,509% 6,942% 8,030% 24,943% 14,791% 9,217% 9,380% 8,852% 25,759% 23,544% 18,574% 16,347% 17,812% 15,672% 16,859% 16,668% 13,999% 12,357% 13,152% 12,715% 16,719% 16,259% 15,064% 15,182% 14,240% 16,064% 7,546% 6,823% EP AM ed 6,001% 20,465% 5,914% 6,380% 29,936% 7,670% 6,025% 18,101% 5,888% 6,810% 6,002% 7,167% 26,104% 17,746% 8,851% 9,215% 8,093% 26,561% 23,442% 17,286% 15,087% 16,448% 15,723% 15,225% 14,922% 12,503% 10,702% 11,070% 12,364% 15,325% 14,768% 13,544% 15,064% 12,775% 16,408% 6,743% 5,774% EP AM ax 17,324% 41,905% 17,391% 18,744% 48,379% 20,272% 17,305% 38,731% 17,413% 16,598% 17,323% 19,445% 43,753% 27,069% 20,614% 19,626% 18,647% 40,526% 40,049% 40,636% 32,753% 37,056% 32,292% 38,937% 31,767% 36,315% 28,049% 31,954% 28,726% 38,856% 38,328% 30,555% 31,126% 36,553% 33,426% 18,441% 18,214% \ Tabela 5.4: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de RM P It para cada modelo testado 5.2 Estimação das Variáveis 76 Gráfico 5.5: Série temporal da RM P I do hospital estudado em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos ETS(M,M,N) e Robusta II. Observa-se pelo gráfico 5.6 que as curvas desenhadas por ambos os modelos ETS(M,M,N) e Robusta II não se aproximam da desenhada pelos valores reais de RM P I. Diante disto, como foi aventada a possibilidade de correlação entre RM P I e T M P na pág. 59, foram realizados testes neste sentido. Entretanto, pelo gráfico 5.7, verificou-se que, para o hospital estudado, não há correlação entre RM P I e T M P . Sendo assim, ambos os métodos ETS(M,M,N) e Robusta II serão testados adiante na composição da previsão da receita operacional bruta do hospital estudado, como método de previsão de RM P I. 5.2.5 Taxa de Ocupação (T O) O gráfico 5.8, construído a partir do quadro A.11, mostra a série temporal para a T O do hospital estudado. A tabela 5.5 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de Td Ot para cada modelo testado. 5.2 Estimação das Variáveis Gráfico 5.6: Comparação entre RM P It e as previsões dos modelos selecionados Gráfico 5.7: Correlação entre RM P I e T M P 77 5.2 Estimação das Variáveis N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Modelo ETS(A,N,N) ETS(A,A,N) ETS(A,Ad,N) ETS(A,N,A) ETS(A,A,A) ETS(A,Ad,A) ETS(M,N,N) ETS(M,A,N) ETS(M,Ad,N) ETS(M,M,N) ETS(M,Md,N) ETS(M,N,A) ETS(M,A,A) ETS(M,Ad,A) ETS(M,N,M) ETS(M,A,M) ETS(M,Ad,M) ETS(M,M,M) ETS(M,Md,M) ARIMA(1,0,0) SARIMA(1,0,0)(0,0,1)[12] SARIMA(1,0,0)(1,0,0)[12] SARIMA(1,0,0)(1,0,1)[12] SARIMA(1,0,1)(0,0,1)[12] SARIMA(1,0,1)(1,0,0)[12] SARIMA(1,0,1)(1,0,1)[12] SARIMA(2,0,0)(0,0,1)[12] SARIMA(2,0,0)(1,0,0)[12] SARIMA(2,0,0)(1,0,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] Robusta I Robusta II 78 Td Ot EP AM in 1,640% 1,867% 1,710% 0,326% 0,194% 0,058% 0,758% 0,823% 1,951% 0,330% 0,828% 0,012% 0,836% 0,150% 0,655% 1,547% 0,335% 0,715% 0,422% 2,231% 0,246% 0,921% 0,524% 0,024% 0,492% 2,362% 0,018% 0,470% 2,486% 1,452% 0,686% 0,361% EP AM 4,711% 4,831% 4,752% 4,284% 4,752% 4,281% 4,305% 4,363% 4,869% 4,132% 4,353% 4,585% 4,429% 4,499% 4,685% 6,339% 4,800% 5,071% 4,317% 5,190% 4,209% 4,169% 4,732% 4,214% 4,207% 5,272% 4,215% 4,210% 5,288% 4,087% 5,658% 6,330% EP AM ed 4,801% 4,840% 4,855% 4,674% 5,525% 4,015% 5,004% 4,969% 4,805% 4,510% 5,037% 5,464% 4,539% 4,917% 5,102% 5,385% 5,415% 5,626% 4,765% 4,736% 4,922% 4,732% 4,912% 4,814% 4,914% 4,790% 4,782% 4,902% 4,807% 2,526% 4,391% 5,473% EP AM ax 7,277% 7,217% 7,216% 8,871% 8,844% 9,162% 6,445% 6,597% 7,350% 7,017% 6,286% 8,773% 9,975% 9,128% 9,435% 12,344% 8,582% 9,310% 8,656% 7,729% 7,591% 7,137% 7,367% 7,636% 7,251% 8,589% 7,631% 7,253% 8,638% 10,407% 16,473% 16,473% Tabela 5.5: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de Td Ot para cada modelo testado 5.2 Estimação das Variáveis 79 Gráfico 5.8: Série temporal da T O do hospital estudado Pela tabela 5.5, observa-se que o modelo SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] apresentou os menores EP AM (4,087%) e EP AM ed (2,526%), enquanto que o modelo ETS(M,Md,N) apresentou o menor EP AM ax(6,286%). Como T O depende de P D e LD pela equação (3.5), e LD depende M DLD e QD pela equação (3.2), foram testadas previsões de T O construídas a partir de todas as previsões de P D e da previsão selecionada para M DLD. O gráfico 5.9, construído a partir do quadro A.5, mostra a série temporal para a P D do hospital estudado. A tabela 5.6 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de Td Ot construída a partir de Pd Dt e M\ DLDt para cada modelo testado. Pela tabela 5.6, observa-se que o modelo Robusta II apresentou os menores EP AM (11,762%), EP AM ed (12,592%) e EP AM ax (17,961%). Comparando as tabelas 5.5 e 5.6, observa-se que os menores erros verificados em Td Ot foram inferiores aos menores erros d d d d \ \ verificados em T O P Dt , M DLDt . Logo, a modelagem por T O P Dt , M DLDt foi t t descartada. Como M\ DLDt possui EP AM ax muito alto, conforme tabela 5.2, produzido devido a d fatores externos ao modelo, foi considerada uma terceira abordagem para T Ot , construída a partir de todas as previsões de P D, porém com os valores observados para M DLD. 5.2 Estimação das Variáveis 80 d T O Pd Dt , M\ DLDt Modelo EP AM in ETS(A,N,N) 2,600% ETS(A,A,N) 1,579% ETS(A,Ad,N) 2,480% ETS(A,N,A) 10,195% ETS(A,A,A) 9,125% ETS(A,Ad,A) 10,072% ETS(M,N,N) 2,522% ETS(M,A,N) 1,957% ETS(M,Ad,N) 2,384% ETS(M,M,N) 1,979% ETS(M,Md,N) 2,331% ETS(M,N,A) 10,159% ETS(M,A,A) 8,643% ETS(M,Ad,A) 9,743% ETS(M,N,M) 9,758% ETS(M,A,M) 5,240% ETS(M,Ad,M) 9,379% ETS(M,M,M) 9,237% ETS(M,Md,M) 9,192% SARIMA(0,1,0)(0,1,1)[12] 9,572% SARIMA(0,1,0)(1,1,1)[12] 8,060% SARIMA(0,1,1)(0,1,1)[12] 9,404% SARIMA(0,1,1)(1,1,1)[12] 8,446% SARIMA(0,1,2)(0,1,1)[12] 9,464% SARIMA(1,1,0)(0,1,1)[12] 9,364% SARIMA(1,1,0)(1,1,1)[12] 8,459% SARIMA(1,1,1)(0,1,1)[12] 9,331% SARIMA(2,1,0)(0,1,1)[12] 9,324% SARIMA(1,1,0)(2,0,0)[12] 7,653% Robusta I 6,082% Robusta II 3,143% t EP AM ed EP AM ax 18,615% 24,772% 16,910% 22,732% 18,454% 24,511% 18,726% 24,550% 17,542% 25,661% 18,684% 25,826% 18,550% 24,712% 17,645% 23,175% 18,359% 24,392% 17,671% 23,196% 18,283% 24,268% 18,326% 25,085% 17,089% 25,366% 18,282% 25,983% 17,267% 24,011% 13,545% 22,637% 17,465% 23,864% 16,814% 24,680% 17,108% 23,851% 17,183% 22,312% 15,562% 21,518% 16,919% 22,570% 16,011% 22,209% 16,947% 22,920% 16,860% 22,738% 16,031% 22,257% 16,829% 22,697% 16,822% 22,705% 18,165% 24,315% 13,736% 19,912% 12,592% 17,961% d Tabela 5.6: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T O Pd Dt , M\ DLDt para t cada modelo testado N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 EP AM 17,454% 15,121% 17,250% 17,963% 17,226% 18,106% 17,388% 16,138% 17,142% 16,167% 17,046% 17,830% 16,830% 17,817% 17,116% 13,805% 16,890% 16,893% 16,604% 16,832% 15,497% 16,876% 15,962% 16,995% 16,876% 15,983% 16,840% 16,837% 16,791% 12,988% 11,762% 5.2 Estimação das Variáveis 81 Gráfico 5.9: Série temporal da P D do hospital estudado A tabela 5.7 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de Td Ot construída a partir de Td Ot construída a partir de Pd Dt e M DLDt para cada modelo testado. Pela tabela 5.7, observa-se que o modelo Robusta II apresentou os menores EP AM (7,990%) e EP AM ed (7,990%), enquanto que o modelo ETS(M,A,M) apresentou o menor EP AM ax (15,386%). Comparando as tabelas 5.5 e 5.7, observa-se que os menores erros verificados em Td Ot foram inferiores aos menores erros verificados em d d d d T O P Dt , M DLDt . Logo, a modelagem por T O P Dt , M DLDt também foi dest t cartada. O gráfico 5.10 compara os valores observados de T O, realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] e ETS(M,Md,N). Observa-se pelo gráfico 5.10 que as curvas desenhadas por ambos os modelos SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] e ETS(M,Md,N) não se aproximam da desenhada pelos valores reais de T O. Nenhum dos modelos foi capaz de identificar o vale ocorrido no meio do ano, principalmente em função da fase de conclusão das obras de ampliação dos leitos do hospital. Importante ressaltar que nenhuma das previsões gerou um valor superior a 100% para T O. 5.2 Estimação das Variáveis 82 d d T O P Dt , M DLDt Modelo EP AM in ETS(A,N,N) 1,151% ETS(A,A,N) 0,434% ETS(A,Ad,N) 1,061% ETS(A,N,A) 2,106% ETS(A,A,A) 2,429% ETS(A,Ad,A) 2,848% ETS(M,N,N) 1,073% ETS(M,A,N) 0,710% ETS(M,Ad,N) 0,971% ETS(M,M,N) 0,729% ETS(M,Md,N) 0,935% ETS(M,N,A) 2,093% ETS(M,A,A) 2,130% ETS(M,Ad,A) 2,785% ETS(M,N,M) 2,067% ETS(M,A,M) 0,088% ETS(M,Ad,M) 1,026% ETS(M,M,M) 1,799% ETS(M,Md,M) 0,934% SARIMA(0,1,0)(0,1,1)[12] 0,767% SARIMA(0,1,0)(1,1,1)[12] 0,545% SARIMA(0,1,1)(0,1,1)[12] 1,084% SARIMA(0,1,1)(1,1,1)[12] 0,110% SARIMA(0,1,2)(0,1,1)[12] 1,390% SARIMA(1,1,0)(0,1,1)[12] 1,157% SARIMA(1,1,0)(1,1,1)[12] 0,181% SARIMA(1,1,1)(0,1,1)[12] 1,109% SARIMA(2,1,0)(0,1,1)[12] 1,115% SARIMA(1,1,0)(2,0,0)[12] 0,264% Robusta I 2,581% Robusta II 2,581% t EP AM ed EP AM ax 12,963% 22,868% 9,949% 19,552% 12,675% 22,601% 14,778% 21,242% 13,764% 20,558% 14,767% 21,790% 12,893% 22,807% 11,200% 21,042% 12,541% 22,479% 11,231% 21,075% 12,404% 22,352% 14,312% 20,660% 13,364% 19,893% 14,469% 21,097% 13,180% 20,507% 9,990% 15,386% 13,386% 20,293% 13,520% 19,282% 13,152% 19,751% 12,052% 20,258% 10,860% 18,358% 12,432% 20,092% 11,493% 18,491% 12,651% 20,130% 12,503% 20,042% 11,532% 18,480% 12,465% 20,012% 12,466% 20,005% 11,894% 22,400% 9,480% 15,885% 7,253% 15,885% d Tabela 5.7: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de T O Pd Dt , M DLDt para t cada modelo testado N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 EP AM 13,027% 10,603% 12,815% 13,568% 12,819% 13,735% 12,958% 11,659% 12,702% 11,689% 12,602% 13,434% 12,406% 13,439% 12,672% 9,229% 12,435% 12,461% 12,142% 12,340% 11,043% 12,403% 11,448% 12,533% 12,406% 11,471% 12,368% 12,364% 12,279% 9,081% 7,990% 5.2 Estimação das Variáveis 83 Gráfico 5.10: Comparação entre T Ot e as previsões dos modelos selecionados Sendo assim, ambos os métodos SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] e ETS(M,Md,N) serão testados adiante na composição da previsão da receita operacional bruta do hospital estudado, como método de previsão de T O. 5.2.6 Percentual da Receita Operacional Bruta com Pacientes Internados (P RP I) O gráfico 5.11, construído a partir do quadro B.7, mostra a série temporal para o P RP I do hospital estudado. A tabela 5.8 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P RP I para cada modelo testado. Pela tabela 5.8, observa-se que o modelo ETS(M,M,N) apresentou o menor EPAMed (1,995%) e EPAMax (5,280%), enquanto que o modelo ETS(M,A,N) apresentou o menor EPAM (2,313%). O gráfico 5.12 compara os valores observados de P RP I, realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos ETS(M,M,N) e ETS(M,A,N). Observa-se pelo gráfico 5.12 que as curvas desenhadas por ambos os modelos ETS(M,M,N) e ETS(M,A,N) não se aproximam da desenhada pelos valores observados de P RP I, apesar da análise do gráfico 5.11 indicar uma tendência de crescimento dos valores de P RP I quando se toma apenas a série truncada utilizada para construir os 5.2 Estimação das Variáveis Gráfico 5.11: Série temporal do P RP I do hospital estudado Gráfico 5.12: Comparação entre P RP It e as previsões dos modelos selecionados 84 5.2 Estimação das Variáveis P\ RP It N Modelo Mínimo 1 ETS(A,N,N) 0,019% ETS(A,A,N) 0,211% 2 3 ETS(A,Ad,N) 0,032% ETS(A,N,A) 0,839% 4 5 ETS(A,A,A) 0,859% ETS(A,Ad,A) 1,491% 6 7 ETS(M,N,N) 0,052% 8 ETS(M,A,N) 0,154% 9 ETS(M,Ad,N) 0,136% ETS(M,M,N) 0,121% 10 11 ETS(M,Md,N) 0,185% 12 ETS(M,N,A) 0,260% 13 ETS(M,A,A) 0,577% 14 ETS(M,Ad,A) 0,181% ETS(M,N,M) 0,470% 15 16 ETS(M,A,M) 0,239% ETS(M,Ad,M) 0,932% 17 18 ETS(M,M,M) 0,061% ETS(M,Md,M) 0,668% 19 20 ARIMA(0,1,1) 0,079% 21 ARIMA(1,0,1) 0,035% 22 SARIMA(1,0,1)(0,0,1)[12] 0,003% 23 SARIMA(1,0,1)(1,0,0)[12] 0,027% 24 ARIMA(1,0,2) 0,108% ARIMA(2,0,0) 1,313% 25 26 ARIMA(2,0,1) 0,090% 27 ARIMA(2,0,2) 0,561% 28 Robusta I 0,849% 29 Robusta II 3,095% 85 Médio 2,652% 2,325% 2,648% 3,217% 3,192% 3,154% 2,642% 2,313% 2,382% 2,380% 2,739% 3,349% 2,910% 3,994% 3,372% 4,287% 3,062% 4,258% 3,121% 2,695% 3,708% 3,762% 3,777% 3,852% 4,854% 3,786% 6,690% 6,420% 7,051% Mediano 2,240% 2,057% 2,238% 3,058% 3,155% 2,761% 2,240% 2,058% 2,285% 1,995% 2,292% 3,325% 2,755% 4,143% 3,231% 4,964% 2,907% 4,842% 3,017% 2,327% 4,429% 4,490% 4,501% 4,650% 5,542% 4,571% 7,458% 7,182% 7,535% Máximo 6,095% 5,386% 6,088% 5,307% 5,322% 5,441% 6,064% 5,353% 5,708% 5,280% 6,537% 6,111% 5,831% 6,313% 5,755% 7,250% 5,624% 7,366% 5,593% 6,187% 7,137% 7,208% 7,221% 7,019% 7,966% 6,929% 9,554% 11,593% 11,593% Tabela 5.8: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P\ RP It para cada modelo testado 5.2 Estimação das Variáveis 86 modelos de previsão (dados até dez/2007). Diante disto, ambos os métodos ETS(M,M,N) e ETS(M,A,N) serão testados adiante na composição da previsão da receita operacional bruta do hospital estudado, como método de previsão de P RP I. 5.2.7 Pacientes Internados no Final do Mês (P IF M ) O gráfico 5.13, construído a partir do quadro A.4, mostra a série temporal para a P IF M do hospital estudado. A tabela 5.9 mostra o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF M para cada modelo testado. Gráfico 5.13: Série temporal da P IF M do hospital estudado Pela tabela 5.9, observa-se que o modelo Robusta II apresentou os menores EP AM (10,062%) e EP AM ed (9,388%), enquanto que o modelo Robusta I apresentou o menor EP AM ax (17,742%). Para minimizar este erro, foi testada uma segunda abordagem, elaborada por Alves Júnior e Biazi (2008). Como P IF M equivale à quantidade de pacientes-dia do último dia do mês em questão, foi modelada a quantidade de pacientes-dia diária (P DD) em função do dia do mês (DM ). Para tal, foi considerada uma sazonalidade semanal do período: nos finais de semana, o hospital está mais vazio; nos dias de semana, o hospital está mais cheio. 5.2 Estimação das Variáveis N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Método ETS(A,N,N) ETS(A,A,N) ETS(A,Ad,N) ETS(A,N,A) ETS(A,A,A) ETS(A,Ad,A) ETS(M,N,N) ETS(M,A,N) ETS(M,Ad,N) ETS(M,M,N) ETS(M,Md,N) ETS(M,N,A) ETS(M,A,A) ETS(M,Ad,A) ETS(M,N,M) ETS(M,A,M) ETS(M,Ad,M) ETS(M,M,M) ETS(M,Md,M) SARIMA(0,1,1)(0,1,1)[12] SARIMA(0,1,1)(1,1,1)[12] SARIMA(0,1,2)(0,1,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,1,1)[12] SARIMA(2,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(2,1,2)(0,1,1)[12] SARIMA(0,1,1)(0,0,1)[12] Robusta I Robusta II 87 P\ IF Mt EP AM in 0,571% 0,280% 0,691% 0,438% 1,128% 1,555% 1,086% 0,020% 1,130% 1,175% 1,218% 1,361% 1,453% 1,807% 2,824% 0,475% 2,093% 2,115% 0,341% 0,969% 0,860% 0,333% 0,371% 2,458% 0,544% 2,266% 1,754% 1,754% EP AM 15,627% 15,427% 15,707% 15,269% 15,410% 15,746% 15,977% 15,225% 16,006% 16,036% 16,066% 15,913% 14,659% 15,673% 18,189% 16,006% 15,373% 15,562% 15,370% 14,947% 15,490% 15,902% 15,936% 17,784% 16,604% 17,094% 10,358% 10,062% EP AM ed 15,900% 15,731% 16,002% 16,395% 17,266% 17,635% 16,336% 15,868% 16,373% 16,317% 16,448% 17,681% 15,822% 17,187% 19,211% 18,259% 15,240% 16,191% 17,068% 15,820% 16,530% 16,966% 16,992% 19,082% 17,566% 18,386% 9,997% 9,388% EP AM ax 24,245% 23,925% 24,340% 25,236% 25,904% 26,562% 24,637% 23,516% 24,674% 24,535% 24,741% 25,441% 25,238% 27,437% 29,175% 26,311% 26,102% 25,181% 25,554% 26,132% 27,964% 27,124% 27,153% 28,800% 27,589% 31,959% 17,742% 21,687% Tabela 5.9: EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P\ IF Mt para cada modelo testado 5.2 Estimação das Variáveis 88 Considerando as equações (3.2) e (3.5) e QD = 1, obtemos a equação (5.1), onde T OD representa a taxa de ocupação diária. P DD = M DLD × T OD (5.1) Lima et al. (2001) afirmam que toda função periódica pode ser modelada por uma soma de funções trigonométricas. Sendo assim, a equação (5.1) foi modelada como uma função trigonométrica. Foi considerada como condição inicial do problema a seguinte situação: quando DM valer o primeiro domingo do mês, então P DD terá o menor valor possível. Assim, forçando o argumento da função (θ) para que, toda vez que DM representar um dia de domingo, θ seja múltiplo de 2π, foi escolhida a função −cos, já que −cos (0) = −1. Assim, considerando P DM o dia do primeiro domingo do mês, θ será dado por: θ= 2π (DM − P DM + 7) 7 (5.2) A amplitude da função (κ) foi determinada por regressão linear utilizando-se a quantidade de pacientes-dia diária do hospital estudado em função da previsão da T O para o mês em questão: quanto maior T O, menor κ. A expressão de κ, descrita na equação (5.3), foi obtida por aproximação. κ= 1 1d − TO 2 2 (5.3) Como o valor médio da função cos é igual a zero, foi realizada uma translação para forçar a oscilação da função P DD em torno da quantidade média diária de pacientes-dia no mês. Assim, utilizando-se as equações (5.1), (5.2) e (5.3), a função P DD utilizada para previsão de P IF M foi definida pela equação (5.4), que utiliza a previsão de M DLD. d P DD = M\ DLD T O − κcosθ (5.4) A tabela 5.10 compara o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF Mt dos modelos selecionados com a previsão dada pela equação (5.4). Pela tabela 5.10, o modelo Robusta I apresenta menor EP AM ax (17,742%), o modelo Robusta II apresenta menor EP AM (10,062%) e a previsão dada pela equação (5.4) apresenta menor EP AM ed (6,645%). 5.2 Estimação das Variáveis Método Robusta I Robusta II Trigonométrica 89 EP AM in 1,754% 1,754% 0,588% P IF Mt EP AM 10,358% 10,062% 12,939% EP AM ed 9,997% 9,388% 6,645% EP AM ax 17,742% 21,687% 63,049% Tabela 5.10: Comparação de EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF Mt entre os modelos selecionados e previsão dada pela equação (5.4) O gráfico 5.14 compara os valores observados de P IF M , realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos selecionados e com a previsão dada pela equação (5.4). Gráfico 5.14: Comparação entre P IF Mt e as previsões dos modelos selecionados Observa-se pelo gráfico 5.14 que a curva desenhada pela previsão dada pela equação (5.4) é a que mais se assemelha à curva desenhada pelos valores observados de P IF M realizados em 2008 pelo hospital estudado, com exceção de dezembro. A distância ocorrida nestas curvas entre abril e julho pode ser atribuída ao fato da equação (5.4) ser dependente da previsão de M DLD, e, conforme descrito na página 71, esta foi afetada pelo atraso na entrega da ampliação dos leitos do hospital. O ocorrido em dezembro é um fenômeno que a equação (5.4) não consegue captar: a influência que feriados prolongados exerce sobre a taxa de ocupação do hospital. Quanto maior o feriado prolongado, maior é a 5.2 Estimação das Variáveis 90 queda percebida na taxa de ocupação. O gráfico 5.15 compara a evolução da taxas de ocupação do hospital estudado apuradas nos meses de dezembro com a evolução das taxas de ocupação do hospital estudado apuradas nos dias 31 de dezembro. Gráfico 5.15: Comparação entre as taxas de ocupação do hospital estudado apuradas nos meses de dezembro com as apuradas nos dias 31 de dezembro Como modelo Robusta I foi o melhor conseguiu captar este movimento, foi considerada uma abordagem qualitativa de previsão: para os meses de janeiro a novembro serão consideradas as previsões dadas pela equação (5.4); no mês de dezembro, será considerada a previsão dada pelo modelo Robusta I. A tabela 5.11 acrescenta às informações da tabela 5.10 os EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax da previsão qualitativa para P IF M . Método Robusta I Robusta II Trigonométrica Qualitativa EP AM in 1,754% 1,754% 0,588% 0,588% P IF Mt EP AM 10,358% 10,062% 12,939% 8,574% EP AM ed 9,997% 9,388% 6,645% 6,645% EP AM ax 17,742% 21,687% 63,049% 24,225% Tabela 5.11: Comparação EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax de P IF Mt entre os modelos apresentados na tabela 5.10 e a previsão qualitativa 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo 91 Pela tabela 5.11, apesar do modelo Robusta I continuar apresentando menor EP AM ax (17,742%), o modelo qualitativo apresentou menor EP AM (8,574%) e EP AM ed (6,645%) igual ao da previsão dada pela equação (5.4). Diante da melhora significativa do EP AM ax, somado ao fato de apresentar menor EP AM e EP AM ed, a previsão qualitativa foi adotada na composição da previsão da receita operacional bruta do hospital estudado, como método de previsão de P IF M . 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo A tabela 5.12 apresenta os modelos selecionados para cada variável contida na equação (4.10). Variável M DLD T MP RM P I TO P IF M P RP I Métodos EP AM in Qualitativo 0,654% Robusta II 0,226% ETS(M,M,N) 0,249% Robusta II 0,741% ETS(M,Md,N) 0,828% SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] 1,452% Qualitativo 0,588% ETS(M,A,N) 0,154% ETS(M,M,N) 0,121% EP AM 5,419% 2,462% 6,509% 6,823% 4,353% 4,087% 8,574% 2,313% 2,380% EP AM ed 3,938% 1,778% 6,810% 5,774% 5,037% 2,526% 6,645% 2,058% 1,995% EP AM ax 16,506% 8,940% 16,598% 18,214% 6,286% 10,407% 24,225% 5,353% 5,280% Tabela 5.12: EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax das melhores previsões da cada variável do modelo matemático para RO Como não foram conclusivos os testes dos modelos candidatos nas variáveis RM P I, T O e P RP I, foram verificadas as oito possibilidades de modelagem para a receita operacional bruta, descritas na tabela 5.13, combinando todos os modelos selecionados para cada variável. Como os erros ocasionados em M\ DLDt foram gerados por fatores externos ao modelo, foram considerados oito modelos adicionais, descritos na tabela 5.14, em que os valores previstos para M DLDt foram substituídos pelos valores observados. A tabela 5.15 mostra os EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax das previsões da RO para cada modelo enumerado na tabela 5.13. M DLD Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo T MP Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta II II II II II II II II RP M I ETS(M,M,N) ETS(M,M,N) ETS(M,M,N) ETS(M,M,N) Robusta II Robusta II Robusta II Robusta II TO ETS(M,Md,N) ETS(M,Md,N) SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] ETS(M,Md,N) ETS(M,Md,N) SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] P IF M Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo P RP I ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) Tabela 5.13: Combinação de modelos a serem testados para previsão de RO, considerando M\ DLDt N 9 10 11 12 13 14 15 16 M DLD Valores observados Valores observados Valores observados Valores observados Valores observados Valores observados Valores observados Valores observados T MP Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta Robusta II II II II II II II II RP M I ETS(M,M,N) ETS(M,M,N) ETS(M,M,N) ETS(M,M,N) Robusta II Robusta II Robusta II Robusta II TO ETS(M,Md,N) ETS(M,Md,N) SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] ETS(M,Md,N) ETS(M,Md,N) SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,0,1)[12] P IF M Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo Qualitativo 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo N 1 2 3 4 5 6 7 8 P RP I ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) ETS(M,A,N) ETS(M,M,N) Tabela 5.14: Combinação de modelos a serem testados para previsão de RO, considerando M DLDt 92 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo 93 d M\ \ RO( DLDt , T\ M Pt , RM P It , Td Ot , P\ IF Mt , P\ RP It )t Método EP AM in EP AM EP AM ed EP AM ax 1 0,377% 8,049% 6,321% 27,914% 2 0,195% 8,065% 6,289% 27,727% 3 1,036% 9,175% 8,322% 33,443% 4 0,639% 9,123% 8,287% 33,248% 5 1,381% 8,040% 7,077% 25,447% 6 1,559% 8,084% 7,153% 25,263% 7 1,120% 8,755% 7,556% 30,869% 1,119% 8,769% 7,601% 30,678% 8 d M\ Tabela 5.15: EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax de RO( DLDt , T\ M Pt , \ RM P It , Td Ot , P\ IF Mt , P\ RP It )t para os modelos 1 a 8 Pela tabela 5.15, observa-se que o modelo 5 apresentou o menor EP AM (8,040%), o modelo 2 apresentou o menor EP AM ed (6,289%) e o modelo 6 apresentou o menor EP AM ax (25,263%). O gráfico 5.16 compara os valores observados de RO, realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos 2, 5 e 6. Gráfico 5.16: Comparação entre ROt e as previsões dos modelos selecionados Observa-se no gráfico 5.16 que ambos os modelos 2, 5 e 6 possuem curvas muito semelhantes e que estas se assemelham um pouco com a curva desenhada pelos valores observados em RO. Como o EP AM é aproximadamente igual em todos os modelos, e 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo 94 o EP M ax, ocasionado em março, foi gerado por fatores externos ao modelo (atraso na ampliação de leitos, prevista para este mês), foi escolhido o modelo 2 por apresentar o menor EP AM ed. Para verificar se o erro do modelo 2 é aceitável, foi modelada a série temporal de RO do hospital estudado, seguindo o mesmo procedimento adotado na previsão das variáveis da equação (4.10). O gráfico 5.17, construído a partir do quadro B.4, mostra a série temporal para a RO do hospital estudado. A tabela 5.16 mostra os EP AM in, EP AM , dt para cada modelo testado nas variáveis. EP AM ed e EP AM ax de RO Gráfico 5.17: Série temporal da RO do hospital estudado Pela tabela 5.16, observa-se que o modelo Robusta I apresentou os menores EP AM (11,305%) e EP AM ed (12,251%), ambos superiores ao erro apurado no modelo 2, enquanto que o modelo Robusta II apresentou o menor EP AM ax (17,191%), inferior ao erro apurado no modelo 2. O gráfico 5.18 compara os valores observados de RO, realizados em 2008 pelo hospital estudado, com as previsões dos modelos 2, Robusta I e Robusta II. Observa-se pelo gráfico 5.18 que, embora o modelo Robusta I seja o que possui a curva mais semelhante aos valores observados em RO realizados em 2008 pelo hospital estudado, o modelo 2 foi o único, dentre os modelos comparados, que foi capaz de prever o efeito 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Método ETS(A,N,N) ETS(A,A,N) ETS(A,Ad,N) ETS(A,N,A) ETS(A,A,A) ETS(A,Ad,A) ETS(M,N,N) ETS(M,A,N) ETS(M,Ad,N) ETS(M,M,N) ETS(M,Md,N) ETS(M,N,A) ETS(M,A,A) ETS(M,Ad,A) ETS(M,N,M) ETS(M,A,M) ETS(M,Ad,M) ETS(M,M,M) ETS(M,Md,M) SARIMA(1,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(1,1,0)(1,1,0)[12] SARIMA(1,1,0)(1,1,1)[12] SARIMA(1,1,1)(0,1,1)[12] SARIMA(2,1,0)(0,1,1)[12] SARIMA(2,0,0)(1,0,0)[12] Robusta I Robusta II 95 dt RO EP AM in 0,031% 0,317% 1,060% 0,614% 4,194% 2,454% 1,069% 0,551% 5,427% 0,837% 6,578% 0,692% 4,335% 0,024% 2,798% 6,221% 1,571% 4,035% 1,456% 6,690% 5,633% 7,740% 5,919% 6,012% 0,348% 0,359% 1,948% EP AM 16,200% 18,239% 16,378% 17,141% 22,190% 21,159% 15,850% 20,018% 14,509% 16,879% 13,934% 17,216% 22,312% 16,930% 18,055% 23,093% 17,153% 20,607% 18,122% 24,165% 24,258% 24,921% 23,364% 23,380% 13,239% 11,305% 11,800% EP AM ed 20,208% 22,111% 19,726% 18,897% 24,231% 23,507% 19,380% 23,837% 15,992% 20,168% 14,851% 18,957% 24,346% 18,816% 19,601% 25,450% 19,019% 23,006% 19,603% 25,001% 24,529% 25,885% 24,328% 24,374% 14,960% 12,251% 12,318% EP AM ax 26,091% 28,674% 25,946% 25,619% 33,293% 32,616% 25,325% 31,449% 22,260% 26,605% 21,132% 25,497% 33,399% 25,671% 27,984% 35,333% 27,207% 31,474% 28,133% 37,933% 40,053% 39,881% 37,002% 36,941% 23,180% 21,380% 17,191% dt para cada modelo testado Tabela 5.16: EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax de RO 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo 96 Gráfico 5.18: Comparação entre ROt e as previsões dos modelos selecionados finais do aumento de leitos nos valores de RO, e portanto, o único que acompanhou o degrau visualizado no gráfico. Sendo assim, conclui-se que o modelo 2 foi, dentre os que foram testados, o que apresentou a maior eficácia. Este erro poderia ser menor se a ampliação de leitos do hospital estudado tivesse sido realizada conforme planejada. Para avaliar o impacto deste evento, foram calculados os EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax das previsões da RO para cada modelo enumerado na tabela 5.14, que leva em consideração os valores observados em M DLD. d DLDt , T\ \ RO(M M Pt , RM P It , Td Ot , P\ IF Mt , P\ RP It )t Método EP AM in EP AM EP AM ed EP AM ax 9 1,305% 6,401% 5,370% 11,989% 10 1,051% 6,448% 5,397% 11,825% 11 1,133% 6,831% 6,344% 16,735% 1,522% 6,877% 6,317% 16,564% 12 13 0,005% 6,472% 6,762% 12,603% 14 0,044% 6,572% 7,031% 12,791% 15 1,784% 6,903% 6,961% 14,483% 16 1,705% 6,949% 6,766% 14,316% d DLDt , T\ Tabela 5.17: EP AM in, EP AM , EP AM ed e EP AM ax de RO(M M Pt , d \ \ \ RM P It , T Ot , P IF Mt , P RP It )t para os modelos 9 a 16 5.3 Apuração da Eficácia do Modelo 97 Pela tabela 5.17, observa-se que o modelo 9 apresentou os menores EP AM (6,401%) e EP AM ed (5,370%), ambos inferiores ao erro apurado no modelo 2, enquanto que o modelo 10 apresentou o menor EP AM ax (11,825%), muito inferior ao erro apurado no modelo 2, o que nos leva a admitir a importância que possui um correto planejamento de leitos de um hospital para uma boa previsão da receita operacional bruta. 98 6 Conclusões 6.1 Sobre o Modelo Estatístico O objetivo principal deste trabalho foi desenvolver um modelo estatístico para o orçamento da receita operacional bruta de um hospital que seja eficiente, eficaz, que sirva de fonte para a construção do sistema de medição do desempenho do hospital e que possua parâmetros cuja prática para otimização não conduza a práticas contraditórias com a ética médica. O modelo gerou a previsão de 12 meses para a receita operacional bruta de um hospital (RO) a partir da determinação de sete variáveis: quantidade de dias no mês (QD), média diária de leitos-dia (M DLD), taxa de ocupação (T O), tempo médio de permanência (T M P ), receita média por paciente internado (RM P I), percentual da receita operacional bruta com pacientes internados (P RP I) e quantidade de pacientes internados no final do mês (P IF M ), o que demonstra sua eficiência, comparado ao método tradicional de orçamento da receita operacional bruta. Destas sete variáveis, as cinco últimas foram modeladas por métodos de previsão de séries temporais. Os métodos de previsão de séries temporais utilizados foram os de suavização exponencial (os 19 possíveis, indicados por Hyndman et al. (2008)), de Box-Jenkins (tanto sazonais, quanto não-sazonais) e uma abordagem robusta proposta pelo autor deste trabalho. Foram construídas funções em linguagem R para gerar tabelas de dados contendo as previsões de cada método, assim como para calcular o erro percentual absoluto médio (EP AM ), mediano (EP AM ed), mínimo (EP AM in) e máximo (EP AM ax) de cada método. No modelo considerado como final, três variáveis foram modeladas utilizando suavização exponencial (RM P I, T O, P RP I), uma utilizando a abordagem robusta (T M P ) e uma usando uma abordagem qualitativa (P IF M ), em que foram mescladas a abordagem robusta e uma formulação matemática (trigonométrica) para a variável. Em duas variáveis (QD e M DLD), a modelagem por métodos de previsão de séries temporais não faz sentido. 6.1 Sobre o Modelo Estatístico 99 Considerando que as previsões mensais podem ser diferentes uma das outras, um hospital, que adote como estratégia o aumento da receita, pode adotar os indicadores listados no quadro 6.1 como estratégicos, iniciando a construção de seu sistema de medição do desempenho. Tipo Indicador Item de Relação entre Receita controle Operacional Bruta Realizada e Orçada Item de Relação entre Média Diáverificação ria de Leitos-Dia Realizada e Orçada Item de Relação entre Taxa de verificação Ocupação Realizada e Orçada Item de Relação entre Tempo Méverificação dio de Permanência Realizado e Orçado Item de Relação entre Receita Méverificação dia com Pacientes Internados Realizada e Orçada Item de Relação entre Percentual verificação da Receita Operacional Bruta com Pacientes Internados Realizado e Orçado Item de Relação entre Quantidade verificação de Pacientes Internados no Final do Mês Realizada e Orçada Fórmula Frequência de Apuração RO Mensal d RO Meta Estratégia 1 Maximizar M DLD M\ DLD Mensal 1 Maximizar TO d T O Mensal 1 Maximizar T MP T\ MP Mensal 1 Minimizar RM P I \ RM PI Mensal 1 Maximizar P RP I P\ RP I Mensal 1 Minimizar P IF M P\ IF M Mensal 1 Maximizar Quadro 6.1: Indicadores sugeridos como estratégicos para implantação em um hospital cuja estratégia seja o aumento da receita O EP AM do modelo final foi de 8,065%, menor que o EP AM observado na previsão da série temporal de RO (11,305%, com a abordagem robusta), o que demonstra sua eficácia. A eficácia do modelo final poderia ser maior, já que a previsão de uma das variáveis, M DLD, foi afetada por fatores externos ao modelo, como o atraso na ampliação de leitos do hospital estudado. Ao considerar os valores observados de M DLD no modelo final, observou-se um menor EP AM (6,401%) e principalmente uma queda significativa do EP AM ax (de 27,727% para 11,989%), o que nos leva a admitir a importância que possui um correto planejamento de leitos para uma boa previsão da receita operacional bruta. 6.2 Sobre a Abordagem Robusta Proposta 100 A automatização do modelo estatístico foi implementada através da comparação dos dados observados com as tabelas de dados geradas contendo as previsões de cada modelo testado de um determinado método de previsão. Como a geração da tabela de dados é realizada por função específica para cada método de previsão, mas em um formato padrão, isto torna o modelo flexível, de modo que, caso queira se testar um novo método de previsão, basta implementar a função que gere a tabela de dados deste método no formato padrão. 6.2 Sobre a Abordagem Robusta Proposta Foi proposta uma abordagem robusta para previsão de séries temporais, que além de fazer uso da mediana, leva em consideração o sentido da variável a ser modelada, supondo que esta possa ser tratada como um indicador com uma estratégia associada. Na comparação com os outros métodos de previsão utilizados neste trabalho, a abordagem robusta proposta mostrou-se mais eficaz em alguns casos. Observa-se que esta abordagem capta melhor as interferências de fatores externos ao modelo estatístico. Observa-se também que esta abordagem é uma tentativa de automatização do processo de previsão qualitativo. 6.3 Sobre a Validação do Modelo Matemático Foi verificado um EP AM ax adicional de 0,26%, imputado ao processo de coleta de dados observado no hospital estudado, que pode ser maior ou menor em outras instituições hospitalares, dependendo do nível de eficiência do processo de apuração do censo diário. Como o hospital estudado adota rotinas de verificação das inconsistências detectadas nos dados, consequência de um sólido sistema de gestão da qualidade, estima-se que o erro encontrado seja mínimo, perto de outras instituições hospitalares. Mesmo assim, os erros poderiam ser minimizados se o sistema de informações do hospital estudado, Tasy, agregasse os controles adicionais sugeridos abaixo: • Não permitir que o usuário do sistema gere uma movimentação de leito de internação com data de entrada igual à data da saída; • Não permitir que o usuário do sistema gere uma movimentação de leito de internação em paciente ambulatorial; 6.4 Sugestões de Trabalhos Futuros 101 • Não permitir que o usuário do sistema desfaça a alta de um paciente internado sem reinseri-lo em um leito de internação; e • Não permitir que o usuário do sistema, ao gerar a alta do paciente internado, informe uma data de alta diferente da data de saída do último leito de internação. Além da adoção destes controles, o hospital estudado poderia abolir o uso de planilha eletrônicas para a apuração do censo diário e passar a utilizar as ferramentas já disponíveis no sistema de informações Tasy, de modo a evitar que as inconsistências corrigidas no sistema não sejam detectadas. 6.4 Sugestões de Trabalhos Futuros Neste trabalho, foram comparados os métodos de previsão de séries temporais de suavização exponencial, de Box-Jenkins e uma abordagem robusta proposta pelo autor. Sugere-se a agregação de outros métodos de previsão, como médias móveis centradas, os robustos propostos por Maronna, Martin e Yohai (2006), entre outros, de modo a ampliar o leque de opções para diagnóstico do modelo. A proposta de abordagem robusta foi apresentada de modo superficial, já que não foram estimados intervalos de confiança para as previsões geradas. Por ter sido mais eficaz que métodos tradicionais em alguns casos, sugere-se seu estudo aprofundado e formalização estatística de sua formulação. No método de previsão proposto pela abordagem robusta foi considerada somente a regressão linear para detecção de tendência. Sugere-se o teste com outras formas de regressão, principalmente a exponencial e a logarítmica. A escolha dos métodos de previsão para cada variável dependem dos dados fornecidos ao método. Isto pode fazer com que em outras instituições hospitalares, ou até mesmo, no próprio hospital estudado, com um conjunto de dados maior ou menor, outros métodos de previsão sejam escolhidos. Sugere-se o teste deste modelo em outras instituições hospitalares e a aplicação do modelo em outros períodos de tempo no hospital estudado, para confirmação do diagnóstico. Os testes em algumas variáveis, RM P I, T O e P RP I, não foram conclusivos, ficando a decisão da escolha do modelo para o momento final, na aplicação no modelo matemático. Sugere-se o estudo aprofundado destas variáveis, de modo a entender melhor seu comportamento e aumentar a precisão do modelo. 6.4 Sugestões de Trabalhos Futuros 102 O modelo proposto gera a previsão de 12 ocorrências para cada variável testada. Sugere-se o teste de retroalimentação do modelo, com o objetivo de gerar previsões de longo prazo (cinco a dez anos), como são necessárias em estudos de viabilidade econômicofinanceira. As variáveis modeladas referem-se a dados do hospital como um todo. Para facilitar o trabalho dos gestores do hospital, sugere-se a modelagem das variáveis independentes do modelo proposto nos centros de receita que o hospital possui, como setores, clínicas, etc. Por exemplo, as previsões de RM P I, T M P e P IF M poderiam ser desmembradas por setor ou clínica; as previsões de T O e M DLD poderiam ser desmembradas por setor; as previsões de RO poderiam ser desmembradas por setor ou clínica. Sugere-se também o tratamento dos feriados na equação (5.4). Deste modo, pode-se gerar previsões diárias de T O, e assim melhorar o sistema de medição de desempenho do hospital. 103 Referências ALVES JÚNIOR, A. A.; ANDRADE, G. P. POP.ADIR.013 - Gerar planilha de receita de pacientes internados. revisão 01. Belo Horizonte, 30 set. 2008. 5 p. Documento do Microsoft Word 2003. . POP.ADIR.039 - Atualizar censo diário. revisão 01. Belo Horizonte, 30 set. 2008. 8 p. Documento do Microsoft Word 2003. . POP.ADIR.045 - Eliminar inconsistência do censo diário. revisão 01. Belo Horizonte, 30 set. 2008. 3 p. Documento do Microsoft Word 2003. ALVES JÚNIOR, A. A.; BIAZI, E. Orçamento da receita de um hospital. In: CONGRESSO DE ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR. Resumos... Belo Horizonte: Faculdade São Camilo Minas Gerais, 2007. . Orçamento da receita de um hospital. In: CONGRESSO NACIONAL DE MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL. Anais eletrônicos... São Carlos: Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional, 2008. 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704 657 711 641 683 686 670 638 662 632 2007 669 590 749 665 692 685 737 728 700 703 692 673 2008 660 654 693 759 743 694 780 812 787 826 813 767 Quadro A.2: Quantidade de saídas apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 Apêndice A -- Dados Relativos ao Censo Diário do Hospital Estudado Mês 2001 jan. fev. mar. 64 abr. 87 mai. 89 jun. 91 89 jul. ago. 99 set. 91 72 out. nov. 104 dez. 84 2002 56 93 103 71 103 91 80 114 94 106 107 113 2003 71 93 67 72 91 94 113 100 93 115 115 107 P IIM 2004 101 121 109 113 110 106 128 106 110 121 83 122 2005 68 105 113 109 100 105 110 84 93 88 102 121 2006 85 106 83 96 103 113 107 112 116 105 117 112 2007 72 110 105 96 87 107 98 108 117 73 95 103 110 2008 66 118 111 113 108 96 103 117 124 126 123 114 Quadro A.3: Quantidade de pacientes internados no início do mês apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 Mês 2001 jan. fev. 64 mar. 87 abr. 89 mai. 91 jun. 89 jul. 99 ago. 91 set. 72 out. 104 nov. 84 dez. 56 2002 93 103 71 103 91 80 114 94 106 107 113 71 2003 93 67 72 91 94 113 100 93 115 115 107 101 P IF M 2004 121 109 113 110 106 128 106 110 121 83 122 68 2005 105 113 109 100 105 110 84 93 88 102 121 85 2006 106 83 96 103 113 107 112 116 105 117 112 72 2007 110 105 96 87 107 98 108 117 73 95 103 66 2008 118 111 113 108 96 103 117 124 126 123 114 83 Quadro A.4: Quantidade de pacientes internados no fim do mês apurada no hospital estudado, de fev/2001 a dez/2008 Apêndice A -- Dados Relativos ao Censo Diário do Hospital Estudado Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2001 2.825 2.735 2.841 2.711 3.003 3.011 2.877 2.979 3.001 2.590 2002 2.943 2.545 2.901 2.963 3.136 3.171 3.293 3.486 3.268 3.324 3.383 3.067 2003 2.930 2.591 2.469 2.430 2.915 3.127 3.484 3.398 3.493 3.661 3.495 3.568 PD 2004 2005 2006 3.663 3.257 3.287 3.473 2.975 2.961 3.777 3.338 3.517 3.488 3.200 3.187 3.625 3.227 3.627 3.603 3.248 3.315 3.827 3.246 3.572 3.666 3.232 3.601 3.266 2.923 3.307 3.604 3.360 3.444 3.482 3.441 3.276 3.308 3.355 3.031 2007 3.279 2.982 3.423 2.986 3.489 3.384 3.388 3.527 3.307 3.186 3.173 3.015 111 2008 3.122 3.132 3.478 3.453 3.621 3.377 3.492 3.837 3.867 4.001 3.851 3.601 Quadro A.5: Quantidade de pacientes-dia apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2001 3.556 3.613 3.746 3.588 3.799 3.876 3.767 3.921 3.785 3.607 2002 3.606 3.242 3.584 3.587 3.735 3.850 4.050 4.077 4.000 4.173 3.997 3.848 2003 3.774 3.486 3.801 3.661 3.666 3.720 4.017 3.984 4.131 4.487 4.396 4.540 LD 2004 2005 2006 4.589 4.107 3.991 4.276 3.507 3.611 4.550 3.943 3.985 4.416 3.890 3.869 4.503 4.034 4.000 4.361 3.800 3.840 4.496 4.126 4.017 4.500 3.981 4.024 4.221 3.901 3.884 4.536 4.020 3.889 4.211 3.872 3.786 4.187 3.988 3.828 2007 3.702 3.360 3.703 3.561 3.782 3.699 3.766 3.746 3.649 3.816 3.745 3.780 2008 3.588 3.698 3.938 4.095 4.325 4.221 4.438 4.450 4.366 4.505 4.380 4.589 Quadro A.6: Quantidade de leitos-dia apurada no hospital estudado, de mar/2001 a dez/2008 Apêndice A -- Dados Relativos ao Censo Diário do Hospital Estudado Mês 2001 jan. 31 28 fev. mar. 31 abr. 30 31 mai. jun. 30 31 jul. ago. 31 30 set. out. 31 30 nov. dez. 31 2002 31 29 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 2003 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 QD 2004 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 2005 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 2006 31 29 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 2007 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 112 2008 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31 Quadro A.7: Quantidade de dias no mês, de jan/2001 a dez/2008 Mês 2001 jan. fev. mar. 672 abr. 684 mai. 737 jun. 704 jul. 753 ago. 773 set. 684 out. 700 nov. 774 dez. 636 2002 741 667 730 763 793 758 874 796 782 879 829 739 P I (QA) 2003 2004 2005 682 856 732 703 817 683 697 876 853 728 793 789 807 831 755 805 823 777 944 910 845 880 840 775 930 827 727 985 855 769 873 767 771 806 743 721 2006 725 745 800 764 823 748 795 802 775 755 774 704 2007 779 696 845 753 799 783 847 845 773 798 795 739 2008 778 765 807 869 837 798 897 938 916 949 928 851 Quadro A.8: Quantidade de pacientes internados apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (4.3), de fev/2001 a dez/2008 Apêndice A -- Dados Relativos ao Censo Diário do Hospital Estudado Mês 2001 jan. fev. mar. 672 abr. 683 mai. 737 jun. 704 753 jul. ago. 773 set. 684 out. 700 nov. 774 dez. 636 2002 741 667 730 763 793 758 874 796 782 879 829 740 2003 682 703 697 728 807 805 944 880 930 985 872 807 P I (QS) 2004 2005 856 732 817 683 876 853 792 789 831 754 823 777 910 845 840 774 826 728 856 769 766 771 742 721 2006 726 746 800 760 824 748 795 802 775 755 774 704 2007 779 695 845 752 799 783 845 845 773 798 795 739 113 2008 778 765 806 867 839 797 897 936 913 949 927 850 Quadro A.9: Quantidade de pacientes internados apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (4.6), de fev/2001 a dez/2008 Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2001 114,7 120,4 120,8 119,6 122,5 125,0 125,6 126,5 126,2 116,4 2002 116,3 115,8 115,6 119,6 120,5 128,3 130,6 131,5 133,3 134,6 133,2 124,1 2003 121,7 124,5 122,6 122,0 118,3 124,0 129,6 128,5 137,7 144,7 146,5 146,5 M DLD 2004 148,0 147,4 146,8 147,2 145,3 145,4 145,0 145,2 140,7 146,3 140,4 135,1 2005 132,5 125,3 127,2 129,7 130,1 126,7 133,1 128,4 130,0 129,7 129,1 128,6 2006 128,7 129,0 128,5 129,0 129,0 128,0 129,6 129,8 129,5 125,5 126,2 123,5 2007 119,4 120,0 119,5 118,7 122,0 123,3 121,5 120,8 121,6 123,1 124,8 121,9 2008 115,7 127,5 127,0 136,5 139,5 140,7 143,2 143,5 145,5 145,3 146,0 148,0 Quadro A.10: Média diária de leitos-dia apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.2), de mar/2001 a dez/2008 Apêndice A -- Dados Relativos ao Censo Diário do Hospital Estudado Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2001 79,44% 75,70% 75,84% 75,56% 79,05% 77,68% 76,37% 75,98% 79,29% 71,80% TO 2002 2003 2004 2005 81,61% 77,64% 79,82% 79,30% 78,50% 74,33% 81,22% 84,83% 80,94% 64,96% 83,01% 84,66% 82,60% 66,38% 78,99% 82,26% 83,96% 79,51% 80,50% 80,00% 82,36% 84,06% 82,62% 85,47% 81,31% 86,73% 85,12% 78,67% 85,50% 85,29% 81,47% 81,19% 81,70% 84,56% 77,38% 74,93% 79,65% 81,59% 79,45% 83,58% 84,64% 79,50% 82,69% 88,87% 79,70% 78,59% 79,01% 84,13% 2006 82,36% 82,00% 88,26% 82,37% 90,68% 86,33% 88,92% 89,49% 85,14% 88,56% 86,53% 79,18% 114 2007 88,57% 88,75% 92,44% 83,85% 92,25% 91,48% 89,96% 94,15% 90,63% 83,49% 84,73% 79,76% 2008 87,01% 84,69% 88,32% 84,32% 83,72% 80,00% 78,68% 86,22% 88,57% 88,81% 87,92% 78,47% Quadro A.11: Taxa de ocupação apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.5), de mar/2001 a dez/2008 Mês 2001 jan. fev. mar. 4,83 abr. 4,60 mai. 4,40 jun. 4,41 jul. 4,59 ago. 4,41 set. 4,70 out. 5,00 nov. 4,35 dez. 4,47 2002 4,54 4,51 4,40 4,49 4,47 4,68 4,33 4,97 4,83 4,31 4,72 4,58 2003 4,97 4,07 3,95 3,81 4,09 4,52 4,13 4,32 4,29 4,21 4,57 5,05 T MP 2004 4,98 4,91 4,95 5,11 5,00 5,18 4,76 5,02 4,63 4,66 5,41 4,91 2005 5,19 5,22 4,49 4,64 4,97 4,87 4,27 4,75 4,57 5,04 5,29 5,28 2006 5,30 4,47 5,00 4,85 5,10 5,17 5,23 5,25 4,94 5,40 4,95 4,80 2007 4,90 5,05 4,57 4,49 5,04 4,94 4,60 4,84 4,72 4,53 4,59 4,48 2008 4,73 4,79 5,02 4,55 4,87 4,87 4,48 4,73 4,91 4,84 4,74 4,69 Quadro A.12: Tempo médio de permanência apurado no hospital estudado, calculado a partir da equação (3.6), de mar/2001 a dez/2008 115 Apêndice B -- Dados Relativos à Apuração da Receita do Hospital Estudado Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 3.240.399,20 3.153.744,32 3.274.710,23 2.384.963,23 3.529.200,27 3.314.847,29 2.965.203,88 3.282.512,28 3.699.526,14 2.804.484,87 2.566.816,53 2.865.550,26 2005 2.967.692,08 2.417.973,78 2.608.441,27 3.667.084,41 2.499.129,28 3.209.294,59 3.704.755,61 2.625.375,36 2.694.637,75 2.583.792,50 2.634.908,75 2.951.665,27 VF 2006 2.619.849,97 2.818.752,95 2.832.187,45 2.763.693,20 2.866.692,07 3.118.175,42 2.873.211,52 3.866.496,25 2.793.674,79 3.245.144,24 3.153.297,57 2.580.343,91 2007 3.195.282,88 2.401.861,30 3.404.120,64 2.677.282,10 2.918.050,08 3.102.127,69 2.986.721,67 3.338.067,25 3.095.136,56 3.098.645,58 3.410.099,03 2.770.151,07 2008 2.950.761,34 2.643.108,52 2.471.658,06 3.683.864,06 3.995.577,70 2.851.714,10 3.661.388,61 3.459.575,42 3.257.116,93 4.553.165,95 2.894.779,64 3.991.194,33 Quadro B.1: Valor faturado com pacientes internados apurado no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 Apêndice B -- Dados Relativos à Apuração da Receita do Hospital Estudado Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 2.635.619,45 2.546.564,89 2.491.678,74 2.215.232,88 2.841.498,27 2.554.526,92 2.499.578,99 2.835.918,12 2.556.322,32 2.264.870,12 2.018.976,32 2.467.085,27 2005 2.319.144,21 2.077.234,26 2.141.404,81 2.272.116,30 1.693.867,48 1.919.187,65 1.788.508,02 961.066,14 1.337.251,02 1.244.193,07 1.284.683,13 1.588.853,30 SF P A 2006 1.589.378,92 1.670.895,40 1.375.458,30 1.456.738,30 1.474.546,01 1.595.167,93 1.368.672,69 1.547.404,45 952.210,47 1.138.293,81 1.227.052,06 1.108.023,35 116 2007 2008 1.438.628,95 1.724.217,46 1.220.420,34 1.775.330,43 1.669.535,54 1.886.890,70 1.474.926,51 2.416.150,33 1.665.017,82 2.432.071,33 1.965.510,40 2.337.482,18 2.035.865,40 2.666.733,31 2.368.468,57 2.536.464,82 2.487.305,62 3.036.001,14 2.558.086,49 3.113.561,90 2.468.185,35 2.303.698,11 2.055.923,78 3.296.433,67 Quadro B.2: Valor dos serviços a faturar do período anterior com pacientes internados apurado no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 2.546.564,89 2.491.678,74 2.215.232,88 2.841.498,27 2.554.526,92 2.499.578,99 2.835.918,12 2.556.322,32 2.264.870,12 2.018.976,32 2.467.085,27 2.319.144,21 2005 2.077.234,26 2.141.404,81 2.272.116,30 1.693.867,48 1.919.187,65 1.788.508,02 961.066,14 1.337.251,02 1.244.193,07 1.284.683,13 1.588.853,30 1.589.378,92 SF 2006 1.670.895,40 1.375.458,30 1.456.738,30 1.474.546,01 1.595.167,93 1.368.672,69 1.547.404,45 952.210,47 1.138.293,81 1.227.052,06 1.108.023,35 1.438.628,95 2007 2008 1.220.420,34 1.775.330,43 1.669.535,54 1.886.890,70 1.474.926,51 2.416.150,33 1.665.017,82 2.432.071,33 1.965.510,40 2.337.482,18 2.035.865,40 2.666.733,31 2.368.468,57 2.536.464,82 2.487.305,62 3.036.001,14 2.558.086,49 3.113.561,90 2.468.185,35 2.303.698,11 2.055.923,78 3.296.433,67 1.724.217,46 3.122.554,11 Quadro B.3: Valor dos serviços a faturar com pacientes internados apurado no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 Apêndice B -- Dados Relativos à Apuração da Receita do Hospital Estudado Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 4.001.285,82 3.839.402,40 3.994.410,65 3.889.492,90 4.095.950,29 4.140.622,16 4.178.995,28 3.886.313,02 4.126.032,67 3.259.733,46 3.862.222,70 3.408.573,87 2005 3.388.151,97 3.120.027,42 3.469.349,39 3.876.992,27 3.555.310,48 3.926.480,87 3.658.283,39 3.885.201,63 3.460.645,75 3.323.233,13 3.709.486,22 3.874.592,92 RO 2006 3.478.388,66 3.160.089,27 3.783.746,05 3.471.595,70 3.827.652,86 3.462.130,59 3.866.298,05 4.062.224,85 3.708.911,21 4.099.535,61 3.872.093,25 3.694.223,87 2007 3.519.038,77 3.230.238,99 3.708.685,60 3.391.132,58 3.784.609,20 3.697.383,60 3.922.139,95 3.934.384,90 3.644.676,35 3.616.690,78 3.446.432,31 3.083.074,61 117 2008 3.379.310,01 3.349.458,28 3.402.426,54 4.297.418,69 4.510.597,67 3.887.677,50 4.233.963,65 4.605.007,46 4.058.584,05 4.401.034,05 4.542.432,92 4.517.177,14 Quadro B.4: Receita operacional bruta apurada no hospital estudado, de jan/2004 a dez/2008 Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 3.151.344,64 3.098.858,17 2.998.264,37 3.011.228,62 3.242.228,92 3.259.899,36 3.301.543,01 3.002.916,48 3.408.073,94 2.558.591,07 3.014.925,48 2.717.609,20 2005 2.725.782,13 2.482.144,33 2.739.152,76 3.088.835,59 2.724.449,45 3.078.614,96 2.877.313,73 3.001.560,24 2.601.579,80 2.624.282,56 2.939.078,92 2.952.190,89 RP I 2006 2.701.366,45 2.523.315,85 2.913.467,45 2.781.500,91 2.987.313,99 2.891.680,18 3.051.943,28 3.271.302,27 2.979.758,13 3.333.902,49 3.034.268,86 2.910.949,51 2007 2.977.074,27 2.850.976,50 3.209.511,61 2.867.373,41 3.218.542,66 3.172.482,69 3.319.324,84 3.456.904,30 3.165.917,43 3.008.744,44 2.997.837,46 2.438.444,75 2008 3.001.874,31 2.754.668,79 3.000.917,69 3.699.785,06 3.900.988,55 3.180.965,23 3.531.120,12 3.959.111,74 3.334.677,69 3.743.302,16 3.887.515,20 3.817.314,77 Quadro B.5: Receita bruta com pacientes internados apurada no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.4), de jan/2004 a dez/2008 Apêndice B -- Dados Relativos à Apuração da Receita do Hospital Estudado Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 3.681,48 3.792,97 3.422,68 3.802,06 3.901,60 3.961,00 3.628,07 3.574,90 4.126,00 2.989,01 3.935,93 3.662,55 RM P I 2005 2006 3.723,75 3.720,89 3.634,18 3.382,46 3.211,20 3.641,83 3.914,87 3.659,87 3.613,33 3.625,38 3.962,18 3.865,88 3.405,11 3.838,92 3.877,98 4.078,93 3.573,60 3.844,85 3.412,59 4.415,76 3.812,03 3.920,24 4.094,58 4.134,87 2007 3.821,66 4.102,12 3.798,24 3.813,00 4.028,21 4.051,70 3.928,20 4.091,01 4.095,62 3.770,36 3.770,86 3.299,65 118 2008 3.858,45 3.600,87 3.723,22 4.267,34 4.649,57 3.991,17 3.936,59 4.229,82 3.652,44 3.944,47 4.193,65 4.490,96 Quadro B.6: Receita média por paciente internado no hospital estudado, calculada a partir da equação (3.7), de jan/2004 a dez/2008 Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2004 78,76% 80,71% 75,06% 77,42% 79,16% 78,73% 79,00% 77,27% 82,60% 78,49% 78,06% 79,73% P RP I 2005 2006 80,45% 77,66% 79,56% 79,85% 78,95% 77,00% 79,67% 80,12% 76,63% 78,05% 78,41% 83,52% 78,65% 78,94% 77,26% 80,53% 75,18% 80,34% 78,97% 81,32% 79,23% 78,36% 76,19% 78,80% 2007 84,60% 88,26% 86,54% 84,56% 85,04% 85,80% 84,63% 87,86% 86,86% 83,19% 86,98% 79,09% 2008 88,83% 82,24% 88,20% 86,09% 86,48% 81,82% 83,40% 85,97% 82,16% 85,06% 85,58% 84,51% Quadro B.7: Percentual da receita operacional bruta com pacientes internados apurado no hospital estudado, calculado a partir da equação (3.3), de jan/2004 a dez/2008 119 Apêndice C -- Linguagem R Este apêndice visa apresentar a linguagem R, seu ambiente de desenvolvimento, os pacotes de funções utilizados além da instalação padrão e as funções utilizadas e/ou construídas para a automatização do modelo de previsão da receita operacional apresentado no capítulo 5. Também são listados os códigos fonte das funções construídas. Este apêndice não foi elaborado com a pretensão de ser um guia de referência para a linguagem R, mas com o objetivo de permitir ao leitor um melhor entendimento dos códigos fonte apresentados. C.1 Introdução Chambers (2008) define o R como um projeto de software código aberto amplamente utilizado para computação de dados e que oferta aos seus usuários uma enorme base de técnicas. As principais funcionalidades que o R possui, listadas por Vieira, Frery e Vereda (2008) são: •facilidade de manipulação e armazenamento de dados; •facilidade de operações em matrizes de dados; •larga, coerente e integrada coleção de ferramentas para análise de dados; •facilidade gráficas para análise de dados; •uma linguagem de alto-nível, que possui diversas funcionalidades como laços, métodos, formas de entrada e saída de dados, etc; •pode ser estendida pelo próprio usuário, com a adição de pacotes de funções; e •há uma grande comunidade de desenvolvedores contribuindo permanentemente para o desenvolvimento de novas funcionalidades, bem como para a correção dos eventuais problemas que o R apresenta. C.2 Ambiente de Desenvolvimento C.2 120 Ambiente de Desenvolvimento A figura C.1 apresenta o ambiente de desenvolvimento do R. Figura C.1: Ambiente de desenvolvimento do R Paradis (2005) explica o modo como o R trabalha: •O R é uma linguagem interpretada, ou seja, os programas não precisam ser compilados para serem executados. •A sintaxe do R é muito intuitiva e simples. Por exemplo, todas as funções para serem executadas necessitam ser acompanhadas de parênteses, mesmo que ela não tenha parâmetros. Se a função for chamada sem parênteses, o R listará o código fonte da função. •Quando o R está executando, variáveis, dados, funções, etc, são armazenados na memória ativa do computador na forma de objetos, cada um com seu nome próprio. O usuário pode interagir com eles através de operadores (aritméticos, lógicos, de comparação, etc) ou de funções. •Todas as ações executadas no ambiente de desenvolvimento do R são armazenadas na memória ativa do computador, de modo que é possível recuperar um comando a qualquer instante. C.3 Tratamento de Tabelas de Dados 121 •O R faz distinção entre maiúsculas e minúsculas. C.3 Tratamento de Tabelas de Dados O R possui uma estrutura de dados chamada data frame que normalmente é utilizada para guardar tabelas de dados. Na sua forma, Torgo (2006) compara esta estrutura a uma matriz, porém com colunas que podem ter nomes e dados com tipos diferentes, ao contrario das matrizes. Esta estrutura pode ser vista como uma tabela em um banco de dados, em que cada linha corresponde a um registro de dados e cada coluna corresponde às propriedades a serem armazenadas para cada registro da tabela. Uma tabela de dados é criada através da função data.frame(). Dados podem ser inseridos em uma tabela de dados atavés das funções rbind(), para se inserir uma linha, cbind(), para se inserir uma coluna, e edit(), que abre uma interface tipo planilha eletrônica e permite a inclusão livre de linhas e colunas. C.4 Tratamento de Séries Temporais O R possui estruturas de dados criadas para armazenar séries temporais, tanto regulares, definidas por Torgo (2006) como aquelas em que a diferença temporal entre quaisquer duas observações é sempre a mesma, quanto irregulares, definidas por Torgo (2006) como aquelas em que as etiquetas temporais não têm que necessariamente ter uma regularidade como acontece com as regulares. Na instalação padrão do R, estão disponíveis duas classes de objetos para séries temporais regulares: ts, para armazenar séries univariadas, e mts, para armazenar séries multivariadas. Para a criação de uma série temporal regular univariada, utiliza-se a função ts(). A função start() permite a obtenção da etiqueta temporal do início da série, enquanto que a função end(), permite a obtenção da etiqueta temporal do fim da série. A função window() permite a extração de uma janela temporal da série. C.5 Pacotes de Funções Utilizados A instalação padrão do R vem com um conjunto de pacotes de função previamente instaladas, denominadas por packages. Estes pacotes de função são definidas por Torgo (2006) como um conjunto de funções criadas por alguém que as disponibilizou à comuni- C.5 Pacotes de Funções Utilizados 122 dade de forma gratuita. Para tornar disponível um pacote de funções que não faz parte da instalação padrão do R, basta usar a função library(), desde o pacote de funções tenha sido instalado anteriormente, através da função install.packages(). Para a implementação das funções elaboradas visando a previsão da receita operacional bruta, foram necessárias a utilização de dois pacotes de função, o forecast e o timeDate. C.5.1 Pacote de Funções forecast Hyndman e Khandakar (2007) definem o pacote de funções forecast como parte do pacote de métodos de previsão que integram o R. O pacote de funções forecast contem funções para previsão de séries temporais univariadas. Ele implementa métodos de previsão automáticos que utilizam suavização exponencial, modelos ARIMA, entre outros. O pacote de funções forecast requer que sejam instalados previamente os pacotes de funções tseries, quadprog e zoo. Estes não fazem parte da instalação padrão do R. Função ets() Para modelar uma série utilizando suavização exponencial, utiliza-se a função ets(). Os principais parâmetros para esta função são: •A série a ser modelada. •Uma cadeia de três caracteres que identifica qual o método de suavização exponencial será utilizado. A primeira letra refere-se à componente aleatória (A, M ou Z ), a segunda letra refere-se ao tipo de tendência (N, A, M ou Z ) e a terceira letra refere-se ao tipo de sazonalidade (N, A, M ou Z ). Em todos os casos, Z significa “selecionado automaticamente”. •Um valor lógico que indica se será utilizada a tendência amortecida. Se o valor lógico for nulo, ambos os métodos, amortecido e não-amortecidos, serão testados, e o melhor modelo, escolhido pelo menor AIC, será escolhido. •Os valores de α, β, γ e φ. Se os valores repassados forem nulos, a função os estimará. Se for informada apenas a série como parâmetro, a função verificará qual o melhor modelo, através do menor AIC, e o escolherá automaticamente. C.5 Pacotes de Funções Utilizados 123 Função Arima() Para modelar uma série utilizando Box-Jenkins, utiliza-se a função Arima(). Os principais parâmetros para esta função são: •A série a ser modelada. •Um vetor contendo os parâmetros p, d e q do modelo ARIMA. •A especificação da parte sazonal do modelo ARIMA, composta por um vetor contendo os parâmetros P , D e Q e valor de s. Função auto.arima() A função auto.arima() retorna o melhor modelo ARIMA para a série passada como parâmetro, de acordo com o critério de informação, também passado como parâmetro. Também são parâmetros desta função: •Os valores máximos a serem testados para p, q, P e Q. Se não forem informados, os valores máximos utilizado por padrão são: p = q = 5 e P = Q = 2. •Um valor lógico que indica se somente serão testados modelos sazonais. Função forecast() A função forecast() é uma função genérica para previsão de modelos de séries temporais. Ele recebe como parâmetros: •A chamada para a função que fará a modelagem da série que se pretende realizar previsões. Se for passada como parâmetro apenas a série a ser modelada, será chamada a função ets(). •A quantidade de períodos que serão realizadas as previsões. •Qual o nível de confiança para os intervalos de predição. C.5.2 Pacote de Funções timeDate Wuertz e Chalabi (2009) definem o pacote de funções timeDate como um conjunto de ferramentas para manipulação de datas e calendários. Este pacote de funções cria C.6 Demais Funções Não Triviais Utilizadas 124 uma estrutura de dados chamada timeDate. Esta estrutura oferece a funcionalidade de manipulação de datas e horas, além de sofisticado tratamento para dias úteis, dias da semana, feriados nacionais e religiosos, horário de verão e fusos horários. Função timeNdayOnOrAfter() A função timeNdayOnOrAfter() retorna a data mais próxima da data passada como parâmetro no dia da semana também passado como parâmetro. O dia da semana deve ser informado como um valor inteiro: 0 para domingo, 1 para segunda-feira, . . ., e 6 para sábado. Para extrair o dia do objeto timeDate, foi utilizada a função format(). Entende-se por “mais próximo” a data atual ou superior. C.6 Demais Funções Não Triviais Utilizadas Na construção das funções elaboradas visando a previsão da receita operacional bruta, foi também necessário o uso de funções não triviais, listadas a seguir: •as.numeric(): Converte a cadeia de caracteres passada como parâmetro em um valor numérico. •c(): Combina os valores passados como parâmetro em um vetor ou uma lista. •is(): Testa se o objeto passado como primeiro parâmetro da função pode ser tratado como da classe passada como segundo parâmetro da função. •lm(): Ajusta modelos lineares. Pode ser usada para para realizar regressão linear e as análises de variância e covariância. •paste(): Converte os parâmetros da função em caracteres e os concatena em uma cadeia de caracteres, separando-os pela cadeia de caracteres fornecida pelo parâmetro sep. •summary(): Função genérica que é usada para gerar produzir sumários dos resultados de vários modelos de ajuste de funções. •try(): Permite “enganar” o interpretador de comandos do R, ou seja, permite executar expressões que podem apresentar erros e deixar o código do usuário tratar as mensagens de erro. Além da expressão a ser executada, a função pede um valor lógico que indica ao R se as mensagens de erro devem ser suprimidas ou não. Se C.7 Funções Construídas 125 a expressão passada como parâmetro não gerar erro, a função fornece como saída a própria saída da expressão. Se a expressão gerar erro, a função fornece como saída um objeto da classe try-error que contém a mensagem de erro gerada pela expressão. C.7 Funções Construídas Para automatizar os trabalhos de previsão da receita operacional bruta, foram construídas algumas funções em linguagem R, explicadas a seguir: C.7.1 Função projecao_ets() Gera uma tabela de dados que contem as previsões dos 12 próximos intervalos de tempo para cada um dos 19 modelos possíveis de suavização exponencial para a série truncada que é passada como parâmetro. Os modelos são obtidos através da função ets(), descrita na pág. 122. Já as previsões são obtidas através da função forecast(), descrita na pág. 123. Listagem do Código Fonte da função projecao_ets() projecao_ets <- function(serie) { qtd_modelos <- 19 metodo <- c(’ETS(A,N,N)’,’ETS(A,A,N)’,’ETS(A,Ad,N)’,’ETS(A,N,A)’, ’ETS(A,A,A)’,’ETS(A,Ad,A)’,’ETS(M,N,N)’,’ETS(M,A,N)’, ’ETS(M,Ad,N)’,’ETS(M,M,N)’,’ETS(M,Md,N)’,’ETS(M,N,A)’, ’ETS(M,A,A)’,’ETS(M,Ad,A)’,’ETS(M,N,M)’,’ETS(M,A,M)’, ’ETS(M,Ad,M)’,’ETS(M,M,M)’,’ETS(M,Md,M)’) amortecido <- c(FALSE,FALSE,TRUE,FALSE,FALSE,TRUE,FALSE,FALSE, TRUE,FALSE,TRUE,FALSE,FALSE,TRUE,FALSE,FALSE, TRUE,FALSE,TRUE) modelo <- c(’ANN’,’AAN’,’AAN’,’ANA’,’AAA’,’AAA’,’MNN’,’MAN’, C.7 Funções Construídas 126 ’MAN’,’MMN’,’MMN’,’MNA’,’MAA’,’MAA’,’MNM’,’MAM’, ’MAM’,’MMM’,’MMM’) projecao <- array(0, dim = c(qtd_modelos,12)) for (aux in 1:qtd_modelos) { fit <- forecast(ets(serie, model = modelo[aux], damped = amortecido[aux]), h=12) projecao[aux,] <- fit$mean } return(data.frame(metodo = metodo, projecao = projecao)) } C.7.2 Função seleciona_arima() Gera uma tabela de dados que contém os parâmetros dos modelos de Box-Jenkins que serão utilizados para gerar as previsões. A função seleciona o modelo que possui o menor valor de AIC, os modelos cuja diferença para o valor mínimo de AIC seja inferior a dois e o modelo indicado pela função auto.arima(), descrita na pág. 123. São passados como parâmetros para a função a série truncada e o valor máximo que cada parâmetro do modelo de Box-Jenkins poderá assumir. Os modelos são obtidos através da função Arima(), descrita na pág. 123. Listagem do Código Fonte da Função seleciona_arima() seleciona_arima <- function(serie,maxp = 2,maxd = 1,maxq = 2, maxP = 2,maxD = 1,maxQ = 2) { qtd_modelos <- (maxp+1)*(maxd+1)*(maxq+1)*(maxP+1)*(maxD+1)*(maxQ+1) chamada <- array(0, dim = qtd_modelos) arima <- array(0, dim = c(qtd_modelos,9)) ordem <- 1 C.7 Funções Construídas 127 for (p in 0:(maxp)) for (d in 0:(maxd)) for (q in 0:(maxq)) for (P in 0:(maxP)) for (D in 0:(maxD)) for (Q in 0:(maxQ)) { if ((P == 0) && (Q == 0) && (D == 0)) { modelo <- try(Arima (serie, order = c(p,d,q)),TRUE) chamada[ordem] <- paste(sep="","ARIMA(",p,",",d,",",q,")") } else { modelo <- try(Arima(serie, order = c(p,d,q), seasonal = list(order = c(P,D,Q))),TRUE) chamada[ordem] <- paste(sep="","SARIMA(",p,",",d,",",q, ")(",P,",",D,",",Q,")[12]") } arima[ordem,] <- c(p,d,q,P,D,Q, ifelse(is(modelo,"Arima"),modelo$aic,Inf), ifelse(is(modelo,"Arima"),modelo$loglik,Inf), ifelse(is(modelo,"Arima"),modelo$sigma2,Inf)) ordem <- ordem + 1 } menor_aic <- min(arima[,7]) qtd_selecao <- length(arima[,7][arima[,7]<=(menor_aic+2)]) selecao <- array(0, dim = c(qtd_selecao,9)) chamada_selecao <- array(0, dim = c(qtd_selecao,1)) ordem <- 1 for (aux in 1:qtd_modelos) if ((arima[aux,7] - menor_aic) <= 2) { selecao[ordem,] <- arima[aux,] chamada_selecao[ordem,1] <- chamada[aux] ordem <- ordem + 1 } C.7 Funções Construídas 128 aux <- auto.arima(serie) melhor_arima <- c(aux$arma[1],aux$arma[6],aux$arma[2],aux$arma[3], aux$arma[7],aux$arma[4],aux$aic,aux$loglik,aux$sigma2) chamada_melhor_arima <- paste(sep="","ARIMA(",aux$arma[1],",", aux$arma[6],",",aux$arma[2],")", ifelse(aux$arma[5]==0,"", paste(sep="","(",aux$arma[3],",", aux$arma[7],",",aux$arma[4],")[12]"))) incluido <- FALSE for (aux in 1:qtd_selecao) { cond <- (melhor_arima[1:6] == selecao[aux,1:6]) if (cond[1] && cond[2] && cond[3] && cond[4] && cond[5] && cond[6]) incluido <- TRUE } if (!incluido) { selecao <- rbind(selecao, melhor_arima) chamada_selecao <- rbind(chamada_selecao, chamada_melhor_arima) } return(data.frame(chamada_selecao = chamada_selecao, selecao = selecao)) } C.7.3 Função projecao_arima() Gera uma tabela de dados que contem as previsões dos 12 próximos intervalos de tempo para cada um dos modelos selecionados pela função seleciona_arima() passados como parâmetro. A série truncada também é passada como parâmetro. Os modelos são obtidos através da função Arima(), descrita na pág. 123. Já as previsões são obtidas através da função forecast(), descrita na pág. 123. Listagem do Código Fonte da Função projecao_arima() projecao_arima <- function(serie, selecao) { C.7 Funções Construídas 129 qtd_modelos <- length(selecao[,1]) projecao <- array(0, dim = c(qtd_modelos,12)) for (aux in 1:qtd_modelos) { fit <- forecast(Arima(serie, order = c(selecao[aux,2],selecao[aux,3],selecao[aux,4]), seasonal = list(order = c(selecao[aux,5], selecao[aux,6],selecao[aux,7]))), h=12) projecao[aux,] <- fit$mean } return(data.frame(metodo = selecao[,1], projecao = projecao)) } C.7.4 Função projecao_robusta() Gera uma tabela de dados que contem as previsões dos 12 próximos intervalos de tempo para cada um modelos de abordagem robusta propostos neste trabalho, identificados por Robusta I e Robusta II. A função recebe como parâmetros a série truncada e um valor lógico, que indica se o sentido da variável, representada pela série, é para cima, ou seja, se quanto maior o valor da variável, melhor, pois, maior será o valor da receita operacional bruta. Listagem do Código Fonte da Função projecao_robusta() projecao_robusta <- function(serie, paracima = TRUE) { metodo <- c(’Robusta I’, ’Robusta II’) minimo <- array(0, dim = 12) media <- array(0, dim = 12) mediana <- array(0, dim = 12) maximo <- array(0, dim = 12) centro <- array(0, dim = 12) projecao <- array(0, dim = c(2,12)) C.7 Funções Construídas 130 for (aux in 1:12) { dados_mes <- window(serie, start = start(serie)+c(0,aux-1), deltat=1) mes <- (start(serie)[2]+aux-2) %% 12 + 1 minimo[mes] <- min(dados_mes) media[mes] <- mean(dados_mes) mediana[mes] <- median(dados_mes) maximo[mes] <- max(dados_mes) centro[mes] <if (paracima) max(media[mes],mediana[mes]) else min(media[mes],mediana[mes]) } projecao[1,] <- centro minimo_centro <- min(centro) media_centro <- mean(centro) mediana_centro <- median(centro) maximo_centro <- max(centro) centro_centro <if (paracima) max(media_centro,mediana_centro) else min(media_centro,mediana_centro) for (mes in 1:12) projecao[2,mes] <if (paracima) if (centro_centro > centro[mes]) if (centro_centro > maximo[mes]) maximo[mes] else centro_centro C.7 Funções Construídas 131 else centro[mes] else if (centro_centro < centro[mes]) if (centro_centro < minimo[mes]) minimo[mes] else centro_centro else centro[mes] media_projecao <- mean(projecao) mediana_projecao <- median(projecao) centro_projecao <if (paracima) max(media_projecao,mediana_projecao) else min(media_projecao,mediana_projecao) qtd_anos <- end(serie)[1] - start(serie)[1] + ifelse(start(serie)[2]== 1,1,0) centro_ano <- array(0, dim = qtd_anos) x <- 1:qtd_anos ano_inicial <- start(serie)[1] + ifelse(start(serie)[2]== 1,0,1) for (ano in x) { dados_ano <- window(serie, start=c(ano_inicial+ano-1,1), end=c(ano_inicial+ano-1,12)) media_ano <- mean(dados_ano) mediana_ano <- median(dados_ano) centro_ano[ano] <if (paracima) max(media_ano,mediana_ano) else min(media_ano,mediana_ano) C.7 Funções Construídas 132 modelo <- lm(centro_ano ~ x) fator <- ifelse(summary(modelo)$r.squared>0.7, (modelo$coefficients[1] + modelo$coefficients[2] * (qtd_anos+1)) / centro_projecao, 1) projecao <- projecao * fator return(data.frame(metodo = metodo, projecao = projecao)) } C.7.5 Função projecao_topd() Gera uma tabela de dados que contem a projeção de T O construída a partir das previsões de P D, M DLD e QD, passadas como parâmetro, usando as equações (3.2) e (3.5). Listagem do Código Fonte da Função projecao_topd() projecao_topd <- function(proj_pd, proj_mdld, qd) { projecao <- proj_pd for (aux in 1:12) projecao[,aux+1] <- projecao[,aux+1] / (ifelse(is(proj_mdld,"ts"), proj_mdld[aux],proj_mdld[,aux+1]) * qd[aux]) return(projecao) } C.7.6 Função projecao_pifm() Gera uma tabela de dados que contem a projeção de P IF M construída a partir das previsões de M DLD, T O e QD, passadas como parâmetro, usando a equação (5.4). C.7 Funções Construídas 133 Listagem do Código Fonte da Função projecao_pifm() projecao_pifm <- function(proj_to, proj_mdld, qd) { projecao <- data.frame(metodo = "Trigonometrica", projecao = array(0, dim = c(1,12))) for (aux in 1:12) projecao[1,aux+1] <- ifelse(is(proj_mdld,"data.frame"), proj_mdld[1,aux+1],proj_mdld[aux]) for (aux in 1:12) { beta <- .5 - .5 * proj_to[,aux+1] pdm <- as.numeric(format(timeNdayOnOrAfter( paste(sep="",end(qd)[1],"-",aux,"-",1),7),"%d")) alpha <- (2 * pi / 7) * (qd[aux] - pdm + 7) projecao[,aux+1] <- projecao[,aux+1] * (proj_to[,aux+1] - beta * cos(alpha)) } return(projecao) } C.7.7 Função projecao_ro() Gera uma tabela de dados que contem a projeção de RO construída a partir das previsões de M DLD, T M P , RM P I, T O, P IF M e P RP I, passadas como parâmetro, usando a equação (4.10). Também são passadas como parâmetros os vetores que indicam quais modelos serão utilizados para cada variável, além da série de QD. Listagem do Código Fonte da Função projecao_ro() projecao_ro <- function(proj_mdld, proj_tmp, proj_rmpi, proj_to, proj_pifm, proj_prpi, mod_mdld, mod_tmp, mod_rmpi, mod_to, mod_pifm, mod_prpi, qd) { C.7 Funções Construídas qtd_modelos <- length(mod_mdld) * length(mod_tmp) * length(mod_rmpi) * length(mod_to) * length(mod_pifm) * length(mod_prpi) mdld <- array("", dim = qtd_modelos) tmp <- array("", dim = qtd_modelos) rmpi <- array("", dim = qtd_modelos) to <- array("", dim = qtd_modelos) pifm <- array("", dim = qtd_modelos) prpi <- array("", dim = qtd_modelos) projecao <- array(0, dim = c(qtd_modelos,12)) n_proj <- 1 for (n_mdld in 1:length(mod_mdld)) for (n_tmp in 1:length(mod_tmp)) for (n_rmpi in 1:length(mod_rmpi)) for (n_to in 1:length(mod_to)) for (n_pifm in 1:length(mod_pifm)) for (n_prpi in 1:length(mod_prpi)) { mdld[n_proj] <- proj_mdld[mod_mdld[n_mdld],1] tmp[n_proj] <- proj_tmp[mod_tmp[n_tmp],1] rmpi[n_proj] <- proj_rmpi[mod_rmpi[n_rmpi],1] to[n_proj] <- proj_to[mod_to[n_to],1] pifm[n_proj] <- proj_pifm[mod_pifm[n_pifm],1] prpi[n_proj] <- proj_prpi[mod_prpi[n_prpi],1] for (aux in 1:12) projecao[n_proj,aux] <- (((proj_to[mod_to[n_to],aux+1] * proj_mdld[mod_mdld[n_mdld],aux+1] * qd[aux]) / proj_tmp[mod_tmp[n_tmp],aux+1] ) + proj_pifm[mod_pifm[n_pifm],aux+1] ) * (proj_rmpi[mod_rmpi[n_rmpi],aux+1] / proj_prpi[mod_prpi[n_prpi],aux+1]) n_proj <- n_proj + 1 } 134 C.7 Funções Construídas 135 return(data.frame(mdld = mdld, tmp = tmp, rmpi = rmpi, to = to, pifm = pifm, prpi = prpi, projecao = projecao)) } C.7.8 Função erro_projecao() Gera uma tabela de dados que contem o EP AM , EP AM ed, EP AM in e EP AM ax para cada projeção contida no data frame passado como parâmetro. Além das projeções, é passada como parâmetro da função a série que contém os valores observados da variável, truncados da série original, que serão comparados com as previsões, a fim de calcular os erros de cada projeção. Listagem do Código Fonte da Função erro_projecao() erro_projecao <- function(p, valores_reais) { qtd_modelos <- length(p[,1]) erro_minimo <- array(0, dim = qtd_modelos) erro_maximo <- array(0, dim = qtd_modelos) erro_medio <- array(0, dim = qtd_modelos) erro_mediano <- array(0, dim = qtd_modelos) for (aux in 1:qtd_modelos) { erro <- valores_reais - ts(c(p[aux,2],p[aux,3],p[aux,4],p[aux,5], p[aux,6],p[aux,7],p[aux,8],p[aux,9], p[aux,10],p[aux,11],p[aux,12],p[aux,13]), start = start(valores_reais), frequency = 12) erro_percentual <- abs(erro / valores_reais) * 100 erro_minimo[aux] <- min(erro_percentual) erro_maximo[aux] <- max(erro_percentual) erro_medio[aux] <- mean(erro_percentual) erro_mediano[aux] <- median(erro_percentual) } C.7 Funções Construídas 136 return(data.frame(metodo = p[,1], erro_minimo = erro_minimo, erro_medio = erro_medio, erro_mediano = erro_mediano, erro_maximo = erro_maximo)) } C.7.9 Função compara_projecao() Automatiza o processo de geração da previsão da variável e cálculo do erro da previsão. Executa sequencialmente as funções projecao_ets(), seleciona_arima(), projecao_arima(), projecao_robusta() e erro_projecao(). Antes de executar a função erro_projecao(), é realizada a junção das tabelas de dados geradas com as previsões de cada método em uma única, através da função rbind(), descrita na pág. 121. Listagem do Código Fonte da Função compara_projecao() compara_projecao <- function(serie, valores_reais, paracima = TRUE) { proj_ets <- projecao_ets(serie) arima <- seleciona_arima(serie) proj_arima <- projecao_arima(serie, arima) proj_robusta <- projecao_robusta(serie, paracima) projecao <- rbind(proj_ets, proj_arima, proj_robusta) erro <- erro_projecao(projecao, valores_reais) return(erro) } Índice Remissivo Amostra, 23 Apartamento, veja Leito, de apartamento Atendimento ambulatorial, 49 Atendimento externo, 49 Erro percentual absoluto mediano, 41 máximo, 41 médio, 41 mínimo, 41 Estatística Robusta, 40 Estimador, 23 Estimativa, 23 Estruturas de dados do R data frame, 121 mts, 121 timeDate, 124 try-error, 125 ts, 121 Balanced Scorecard Perspectiva Aprendizado e Crescimento, 27 Perspectiva Clientes, 27 Perspectiva Financeira, 27 Perspectiva Processos Internos, 27 Perspectivas do, 26 Box-Jenkins, 36 Diferenciação, 37 Média móvel, 37 Notação ARIMA, 38 Notação SARIMA, 38 Operador Defasagem, 37 Operador Diferença, 37 Processo autorregressivo, 36 Funções do R Arima(), 123 as.numeric(), 124 auto.arima(), 123 c(), 124 cbind(), 121 compara_projecao(), 136 data.frame(), 121 edit(), 121 end(), 121 erro_projecao(), 135 ets(), 122 forecast(), 123 format(), 124 install.packages(), 122 is(), 124 library(), 122 lm(), 124 paste(), 124 projecao_arima(), 128 projecao_ets(), 125 projecao_pifm(), 132 projecao_ro(), 133 projecao_robusta(), 129 projecao_topd(), 132 rbind(), 121 seleciona_arima(), 126 start(), 121 Censo da meia-noite, veja Censo diário Censo diário, 47 Conta média, veja Receita, média com pacientes internados Convênios, 49 Critério 8 (Resultados) do PNQ Temas do, 26 Critério de Informação, 38 AIC, 39 AICC, 39 BIC, 39 Dado atípico, veja Outlier Desempenho global, 28 Despesa, 51 Dia hospitalar, 48 Distribuição aproximadamente normal, 39 Diárias, 50 Driver, 27 Emergência, 49 Enfermaria, veja Leito, de enfermaria 137 ÍNDICE REMISSIVO summary(), 124 timeNdayOnOrAfter(), 124 try(), 124 ts(), 121 window(), 121 Gaussiana, 39 Hospital, 25 de capacidade extra, 46 de grande porte, 46 de médio porte, 46 de pequeno porte, 46 de sindicatos, 44 especializado, 43 filantrópico, 44 geral, 43 Hospital dia, 43 Porte do, 46 privado, 44 público, 43 Indicador, 25 Sentido do, 25 Inferência estatística, 23 Internação, 49 Item de controle, veja Outcome Item de verificação, veja Driver Leito Berço de recém-nascidos em alojamento conjunto, 45 bloqueado, 47 de apartamento, 45 de berçário para recém-nascidos sadios, 45 de enfermaria, 45 de hospital-dia, 45 de internação, veja Leito, hospitalar de longa permanência, 52 de observação, 44 de observação reversível, 46 de pré-parto, 44 de recuperação pós-anestésica, 44 de recuperação pós-cirúrgica, veja Leito, de recuperação pósanestésica de UTI, 45 de UTSI, 45 138 desocupado, veja Leito, vago disponível, veja Leito, vago extra, 46 hospitalar, 44 indisponível, veja Leito, bloqueado interditado, veja Leito, bloqueado ocupado, 47 vago, 47 Leito-dia, 48 Média diária de leitos-dia, 48 Ocupação hospitalar, veja Taxa de ocupação hospitalar Operadora de saúde, veja Convênio Orçamento, 23 Amostra do, 23 Paramêtros do, 23 População do, 23 Outcome, 27 Outlier, 39 Outras fontes pagadoras, 49 Paciente internado, 46 Admissão, 46 Alta, 47 Alta a pedido, veja Paciente internado, Desistência de tratamento Desistência de tratamento, 47 Evasão, 47 Saída, 46 Transferência, 47 Óbito, 47 Paciente-dia, 48 Pacientes internados Equação, 58, 59 no início do mês, 58 Pacotes de funções do R, 121 forecast, 122 timeDate, 123 Painel de bordo, 28 Partes interessadas, 27 Particulares, 49 Parâmetro, 23 Permanência média, veja Tempo médio de permanência População, 23 Princípio contábil fundamental da competência, 51 ÍNDICE REMISSIVO Princípio da Parcimônia, 38 Princípio de Pareto, 57 Qualidade Características da, 26 R Ambiente de desenvolvimento, 120 Estruturas de dados, veja Estruturas de dados do R Funções, veja Funções do R Interface do editor de dados, 121 Package, veja Pacotes de funções do R Receita, 51 média com pacientes internados, 55 não operacional, 49 operacional Equação, 52 operacional bruta, 52 Percentual com pacientes internados, 50 por atendimento prestado, 49 por fonte pagadora, 49 por serviço prestado, 50 Receita operacional Equação, 58, 59 Resultado econômico, 23, 51 financeiro, 23 Saídas Equação, 59 Sistema de medição de desempenho, 25 Suavização exponencial, 33 Crescimento amortecido, 34 Holt linear, 34 Holt-Winters aditivo, 34 Holt-Winters multiplicativo, 34 Notação, 36 simples, 34 SUS, 49 Série temporal, 31 Componente aleatória, 32 Componente cíclica, 31 Componente de tendência, veja Tendência Componente sazonal, 31 contínua, 31 139 discreta, 31 irregular, 121 Modelo puramente aditivo, 32 Modelo puramente multiplicativo, 32 regular, 121 Tabela de dados, veja Estruturas de dados do R, data frame Taxa de ocupação hospitalar, 53 Taxas, 51 Tempo médio de permanência, 53 Tendência, 31 aditiva, 34 aditiva amortecida, 34 multiplicativa, 34 multiplicativa aditiva, 34 nenhuma, 34 Termo de crescimento, 33 Termo de nível, 33 Tendência Central Robusta, 40 Urgência, 49 UTI, veja Leito, de UTI UTSI, veja Leito, de UTSI Vendas, 28