Cyniclomyces guttulatus
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Cyniclomyces guttulatus
COLANGITE COM MUCOCELE DA VESÍCULA BILIAR POR Cyniclomyces guttulatus EM DOIS CÃES: RELATO DE CASOS* Paulo Daniel Sant’Anna1 Larissa Licurci de Oliveira Barbosa2 Carlos Wilson Gomes Lopes3 1Médico-veterinário, DSc, MSc DScV Pós Doutorando Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). E-mail: [email protected] / 2Médicaveterinária. Centro de Terapia Intensiva e Emergência Veterinária. / 3Médico-veterinário. PhD, LD. Departamento em Parasitologia Animal, Instituto de Veterinária, UFRRJ. BR 465 km 7. Seropédica, 23.890-000, RJ. INTRODUÇÃO As doenças biliares em cães são consequência de uma alteração no fluxo da bile e o diagnóstico facilitado através da ultrassonografia abdominal, a icterícia é notada quando há obstrução do ducto biliar, além disso, vômito, depressão, perda de peso, febre, desidratação, fezes acólicas e dores abdominais podem estar associadas à colecistite ou obstrução do ducto biliar(1,2,3), que possui forte associação com a hiperplasia das glândulas da vesícula biliar devido a inflamação por bacterias ou fúngos(4,5). Embora o tratamento de eleição seja cirúrgico(3), alguns pacientes podem responder ao tratamento conservador(6). Casos de mucocele geralmente são relatados em cães de pequeno e médio porte e idosos(7,8,9), no exame ultra-sonográfico, lama biliar é móvel enquanto que uma mucocele é imóvel e exibe um padrão distinto estriado ou estrelado(10). Para o diagnóstico, a colecitocentese pode ser realizada para isolar o agente através de cultura, os isolados mais frequentes são Escherichia coli, Enterobacter, Enterococcus, Clostridium(11) e fungos(5), dentre as fúngicas, um ascomiceto do gênero Cyniclomyces é assinalado com alguma frequência(12,13,14,15), e associado a colecistite supurativa e colangiohepatite em cães, inclusive no Brasil(4,5,15). O presente trabalho teve como objetivo assinalar o diagnóstico de infecção por C. guttulatus associado à colangite e mucocele da vesícula biliar em dois cães. MATERIAIS E MÉTODOS Duas cadelas, da raça Schnawzer (caso 1) e Poodle (caso 2), castradas, com 13 e 16 anos e com peso vivo de 7,5 e 18,4 Kg respectivamente, procuraram o serviço médico veterinário do Centro de Terapia Intensiva e Emergência Veterinária. Caso 1: Anorética há dois dias, sensibilidade abdominal moderada na região hipogástrica. Caso 2: Intensa sialorréia, aumento abdominal sugestivo de ascite. Com o intuito de diagnóstico, foram solicitados exames ultrassonográficos do abdômen. Após os resultados os pacientes foram indicados para tratamento cirúrgico através da colecistectomia por laparotomia. RESULTADOS Na imagem ultrassonografica foram observados em ambos os casos vesícula biliar severamente repleta por conteúdo anecogênico, com paredes de espessura preservada e mucocele (Figura 1a). Amostras da bile de cada vesícula foram coletadas e observadas a fresco entre lâmina e lamínula em microscópico Eclipse E200, Nikon Instruments Inc. Japão, após a remoção cirúrgica das vesículas biliares (Figura 1b), fragmentos das mesmas foram fixados em formol histológico, emblocados em parafina e corados em Hematoxilina e Eosina sendo observados estruturas alongadas compatíveis com Cguttulatus (Figura 1c) e confirmados na histopatologia (Figura 1d). a DISCUSSÃO Nos dois casos desse estudo foram visualizados após tratamento cirúrgico pela cistocolectomia(3) no conteúdo biliar e corte histológico da mucosa da vesícula biliar o ascomiceto C. guttulatus idênticos aos já observados previamente em cães com colangiohepatite(5), apresentando imagem ultrassonográfica sugestiva de colangite, com grande distensão da vesícula biliar e mucocele severa(5). Os resultados laboratoriais foram sugestivos para doença hepatobiliar com aumento da atividade de transaminases parenquimatosas (alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase) em ambos os casos 1 e 2, e enzimas colestáticas (fosfatase alcalina e gamaglutamil transferase)(1) e no exame de imagem ultassonográfico(3,16). Além disso, foi observada a presença de sedimento biliar com mucocele, visto que os animais do presente estudo tinham idade entre 13 e 16 anos, de porte médio concordando com outros estudos(5,7,9) para animais mais velhos e, corroborando com outros relatos(2,3). Pode ser difícil compreender as diferenças entre lama biliar e mucocele no exame ultrassonográfico, lama biliar é móvel, enquanto que mucocele é imóvel e exibe um padrão distinto estriado ou estrelado na forma de espinha de peixe conforme no presente estudo(10). Não havia envolvimento bacteriano nos pacientes, a não ser a presença de C. guttulatus, caracterizando como colangite exclusivamente em decorrência de um único agente etiológico conforme já descrito anteriormente(5), fator necessário para que ocorra colangite clínica(4). 4. Neel JA; Tarigo J; Grindem CB. Gallbladder aspirate 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. CONCLUSÃO A ciniclomicose como agente desencadeante da mucocele e colangite deve ser considerada fazer parte do diagnóstico diferencial nas patologias que envolvem o sistema hepatobiliar de cães. 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Center SA. Diseases of the Gallbladder and 14. Biliary Tree. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice. 2009; 39:543-98. 2. Slatter D. Fígado e Sistema Biliar. In: Slatter D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 2 15. ed. São Paulo: Manole; 1998. p.783–798. 3. Willard MD; Fossum TW. Diseases of the Gallbladder and Extrahepatic Biliary System. In: Ettinger S.J. & Feldman E.C. 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