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Ecopista do Dão A Linha do Dão, que ligava Santa Comba Dão a Viseu, numa extensão de 49,2 km inaugurada a 25 de Novembro de 1890, foi a primeira ligação ferroviária da cidade de Viseu tendo sido encerrada no dia 25 de Setembro de 1988. Mais tarde os municípios de Santa Comba Dão, Tondela e Viseu, a Associação de Municípios da Região Dão Lafões, e a Refer associaram-se para a recuperação do antigo ramal ferroviário do Dão reativando-o em meados de 2011, agora convertido em Ecopista. Trata-se da maior do género no país até ao momento, com 49,2 km de extensão. Atravessa 3 concelhos: Santa Comba Dão, Tondela e Viseu. O troço de Santa Comba Dão inicia-se 200 metros a norte da estação de comboios, à cota de 165 m, contabiliza 10,90 km de comprimento e a pista apresenta-se de cor azul, de seguida Tondela, com 19,50 km de extensão e a pista apresenta-se de cor verde iniciando-se nos 166 m de cota. Finalmente Viseu com 17,92 km de extensão, sendo este o troço mais antigo e de cor vermelha que termina no Parque Urbano da Aguieira. Começando em Santa Comba Dão em direcção a Viseu vamos encontrar um leve desnível subindo continuamente, sendo que há um pico de altura entre Parada de Gonta e Farminhão, atingindo os 490 m de altitude, o máximo desta Ecopista. Pelo caminho vamos encontrar vestígios da antiga via férrea recuperados, de que são exemplo a ponte de Treixedo, a ponte de Nagosela, o túnel sob a ER 230, a ponte de Tinhela e a ponte metálica sobre o rio Dinha. Em Torredeita um núcleo museológico onde não falta um comboio a vapor, em Canas de Santa Maria um templo românicogótico do século XIV, em Três-Rios (onde passam o rio Pavia, Asnes e Sasse) vestígios de um castro, inscrições romanas, janelas manuelinas, sepulturas medievais, uma lagareta e um pelourinho. A respeito dos elementos naturais, que precediam o caminho-de-ferro, para o bom apreciador, toda a Ecopista é um festim visual e um oásis de observação de espécies florísticas e faunísticas, afastado das monoculturas intensivas e de concentrados habitacionais. Relativamente à flora apresentam-se, como exemplos, entre o número vasto de espécies, manchas de Carvalho-alvarinho (Quercus robur), de Carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e de Medronheiro (Arbutus unedo). Destacamos o Outono para visita da Ecopista, pois é quando se verifica o desenvolvimento de grandes núcleos de fungos, desde os cogumelos comestíveis, como o Tortulho (Macrolepiota procera), espécies venenosas como a Amanita muscaria, até às mais raras e difíceis de encontrar, como o Clathrus ruber ou o Phallus impudicus. A existência destas espécies atesta boas condições do solo proporcionadas pelo “húmus” produzido pela floresta autóctone. Esta densidade verifica-se com mais afinco no troço de Santa Comba Dão/Tondela. O abandono a que esteve votado este local proporcionou o desenvolvimento das referidas espécies em toda a sua plenitude e com grande à vontade, durante cerca de 20 anos. Para os frequentadores mais atentos é também possível encontrar vestígios de animais selvagens: Solo das bermas fuçado pelo javali (Sus Scrofa), dejectos de raposa (Vulpes vulpes) e de gineta (Genetta genetta) e nas primeiras chuvas muitos sapos comuns atravessam a Ecopista. Nos céus podem observar-se aves como a Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), o Milhafre-preto (Milvus migrans), a Garça-real (Ardea cinerea) e uma colónia de Patos-reais (Anas platyrhynchos). Nos rios, peixes como Carpa (Cyprinus carpio), Achigã (Micropterus salmoides), Boga (Rutilus lusitanicus), Enguia (Anguilla anguilla) e, o seu principal predador, a esquiva Lontra (Lutra lutra). É impossível não adjectivar o ambiente que envolve a Ecopista como deslumbrante, estimulando todos os nossos sentidos. Começando em Santa Comba Dão, vai a acompanhar-nos ora do lado esquerdo ora do direito, o rio Dão (cuja nascente é em Aguiar da Beira e se junta ao rio Mondego e rio Criz em Mortágua, formando a Albufeira da Barragem da Aguieira). De caudal largo e lento vigia-nos até Tondela, local onde nos começa a acompanhar o rio Pavia. Já no troço de Viseu, vamos encantar-nos com os grandes penedos abertos há mais de 100 anos para permitir a passagem do comboio. Actualmente nessas paredes estão fixadas plaquetes e argolas que permitem a sua utilização para a escalada e rappel. A Ecopista do Dão oferece múltiplas possibilidades de utilização, como os treinos de ciclismo e ciclismo recreativo, skate, corrida e pedestrianismo. Em inúmeros locais ao longo da pista encontramos núcleos de manutenção, com aparelhos para praticar exercício físico. É permitida a circulação de veículos a motor apenas a residentes, onde se encontram as faixas de alcatrão cinzento. As várias entradas da Ecopista, onde algumas coincidem com a existência de antigas estações de comboio, são: Santa Comba Dão, Nagosela, Tonda, Porto da Lage, Tondela, Naia, Casal do Rei, Sabugosa, Parada de Gonta, Farminhão, Várzea, Torredeita, Mosteirinho, Figueiró, Travasso de Orgens, Tondelinha, Vildemoinhos e em Viseu. RECOMENDAÇÕES E CONSELHOS PRÁTICOS Utilização de roupa e calçado confortável, adequado às condições climatéricas previstas, nomeadamente: roupa leve, térmica e transpirável, um impermeável/cortavento e sapatilhas confortáveis adaptadas à actividade, chapéu para o sol ou gorro e luvas para o frio e calças que permitam a liberdade de movimentos, protector solar no Verão. Levar recipiente para líquidos de pelo menos um litro de capacidade, por pessoa. Em caso de passeios com duração superior a 3 horas é aconselhável levar ainda um reforço alimentar na mochila. FICHA TÉCNICA Desnível: 357m (cota mínima - 133m; cota máxima - 490m) Início e final do percurso: Santa Comba Dão e Viseu. Distância: 49,2 km Tipologia: Linear Piso e sinalização: O pavimento é em asfalto antiderrapante e todo o percurso está pintado de cores distintas consoante o concelho onde se encontram. Com o tracejado branco no centro, para dividir a circulação nos dois sentidos, apenas no concelho de Viseu. Sinalização específica, tanto Horizontal como Vertical. Para além das marcas quilométricas, disponibiliza ainda painéis informativos sobre a Ecopista e sua envolvência. Sempre que a geografia do terreno obriga, ou a confluência com vias rodoviárias, há balizamento com elementos de madeira.