Fevereiro_2008

Transcrição

Fevereiro_2008
Fevereiro 2008 | Nº52
Acções e actividades da AIRO
realizadas em 2007
Editorial
Livro de Reclamações
Livros recebidos
Acções e actividades da
AIRO realizadas em 2007
CE lança plano de
promoção das
tecnologias energéticas
BIOinov: Estudo de
Benchmarketing de redes
de inovação em
biotecnologia
Destacamos pela positiva
Legislação
Calçado iniciou maior
ofensiva promocional de
sempre
Inflação na Zona Euro
manteve-se acima dos 3%
Os nossos Associados
O porquê das energias
alternativas
Um dos objectivos mais caros à nossa Direcção é ser útil aos Associados através de informações e saberes práticos para a sua actividade.
Calçado iniciou maior ofensiva
promocional de sempre
A campanha de promoção externa, da autoria da APICCAPS em
parceria com a AICEP e que foi já apresentada ao QREN, envolverá
um total de 140 empresas, e um investimento total de 8 milhões de
euros (mais 21,4% do que em 2007).
O porquê das energias alternativas
Na continuação do artigo anterior, vem a propósito mostrar a fotografia
da maior turbina eólica, disponível na actualidade. A fotografia documenta a operação de montagem e mostra que, por ser tão grande,
cada pá é constituída por 2 secções.
[email protected]
Associação Industrial da Região do Oeste * Edifício do Centro Empresarial do Oeste - Apartado 815
2500-218 Caldas da Rainha Telf: 262 841 505 | Fax: 262 834 705 | [email protected]
Fevereiro 2008 | Nº 52
Livro de reclamações
TOLHIDOS
DE
MEDO(S)
Entrou em Janeiro a obrigatoriedade do livro de reclamações em todos os estabelecimentos de bens ou prestadores de serviços que se
encontram instalados com carácter fixo ou permanente e tenham contacto com o púbico.
É meu costume realçar a importância de um clima geral
amigo da actividade económica, no desenvolvimento,
criação de emprego e avanço económico e social.
O que implica tomar decisões, aceitar o risco como algo
natural, ter atitudes pro-activas.
2008 Infelizmente começou com um agravamento do clima
anti-actividade económica.
Dir-se-ia estarem muitos agentes tolhidos por medos
vários, acarretando prejuízos de toda a espécie (que grande
cedência ao terrorismo, a anulação na véspera da partida
do Lisboa-Dackar p.ex!)
Assim, ao abrigo do decreto-lei nº371/2007publicado em 6 de Novembro em Diário da República, foram adicionados novos serviços à
lista legal dos estabelecimentos sujeitos à obrigação de possuírem e
disponibilizarem o livro de reclamações, passando esta a ser enunciativa e não taxativa.
Passam a fazer parte desta lista os estabelecimentos de reparação
de bens pessoais ou domésticos, notariais privados, das empresas
de promoção imobiliária, as empresas de ocupação ou actividades de
tempos livres e as clínicas veterinárias.
Foram assim adicionados novos serviços à lista legal dos estabelecimentos sujeitos à obrigação de possuírem e disponibilizarem o livro de
reclamações, passando essa lista a ser enunciativa e não taxativa.
Quaisquer dúvidas sobre a situação da sua empresa informe-se junto
da AIRO.
É certo que as crises na banca internacional (com os
créditos imobiliários sub prime) e nacional, trazendo para a
praça pública abusos e compadrios num sector que era tido
como um modelo, não podem deixar de abalar a confiança..
que vale mais do que o ouro e o petróleo juntos no que diz
respeito ao desenvolvimento.
Também creio que neste contexto, com a auto confiança
dos portugueses tão em baixo, de pouco servirão os
avultados investimentos públicos em publicidade para
promover Portugal no estrangeiro com belas fotos das caras
de portugueses de sucesso no sec.XXI: Mariza, Ronaldo,
Mourinho etc...
Talvez outra forma de comunicação social menos repetitiva
e massacrante para tudo o que é negativo e sobretudo uma
atitude de cidadania de todos nós, sejam as alavancas
necessárias para mudar este entranhado desconsolo!
Uma cidadania que penalize (mais que não seja pela
indiferença),mas também premeie quem o merece, não
fazendo tábua rasa do negativismo e descrença militante.
E para mais caras de portugueses de sucesso
contemporâneos, que tal uma distribuição geral de espelhos
redondos com pega?
Cá dentro...em Portugal. Claro!!
Ana Maria Carneiro Pacheco
(Presidente da Direcção da AIRO)
Finocal, Consultoria Económica e Financeira, Lda.
...... 2 ......
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Fevereiro 2008 | Nº 52
Acções e actividades da AIRO realizadas em 2007
Um dos objectivos mais caros à nossa Direcção é ser útil aos Associados através de informações e
saberes práticos para a sua actividade. Estas foram as acções desenvolvidas em 2007.
Dê-nos sugestões para poder-mos fazer ainda melhor neste novo ano de 2008.
Seminários
Acção
Data
Marcação CE
25 de Janeiro
Fiscalidade
Nº de
participantes
38
08 de Fevereiro
123
Jornadas Certificação Energética
23 de Fev, 1 e 9 de Mar
74
Licenciamento Alimentar/HACCP
17 de Maio
124
29 de Junho
120
Sessão de entrega de prémios “Empresário por um dia”
Gestão de Resíduos Empresariais
Empreendedorismo (Tecnoemprende)
Gestão da Qualidade
QREN - Inauguração do Centro de Apoio ao Empresário
Certificação energética dos Edifícios
03 de Julho
78
19 de Setembro
96
16 Outubro
27
31 de Outubro
92
28 de Novembro
64
Acções de formação em parceria com o CENCAL
Acção
Data
Nº de particip.
Gestão de Clientes
06 de Novembro
75
Gestão de Resíduos Empresariais
20 de Novembro
58
Gestão de Tesouraria
27 de Novembro
75
SHST - Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
04 de Dezembro
80
Data
Nº de particip.
Reuniões de Esclarecimento sobre o QREN
Gestão de Clientes
18 de Dezembro
11
Gestão de Resíduos Empresariais
20 de Dezembro
12
Gestão de Tesouraria
27 de Dezembro
09
Total
1.156
Formação Profissional (Cursos não financiados)
Acção
Legislação Laboral
Data
Nº de particip.
26 de Junho
15
SHST (empresa)
08 de Maio
08
SHST
02 de Julho
14
29 de Outubro
17
08 de Novembro
18
Socorrismo
Segurança Alimentar/HACCP
Consultadoria Jurídica
Nº de consultas/Atend.
Atendimentos/Consultas Jurídicas
33
Gabinete de Extensão Industrial (Início Outubro 2007)
Nº de visitas
Contactos/Visitas a empresas
62
Consultadoria Empresarial (empreendedorismo)
143
Atendimentos a empreendedores
15
Negócios criados
UNIVA - Apoio ao Recrutamento e Gestão de Recursos Humanos
Apresentações Quinzenais - IEFP
4 156
Inscrições
303
Apoio a Empresas
Contactos com empresas
Processos de estágios profissionais
94
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CE lança plano de promoção das tecnologias energéticas
Para permitir à Europa alcançar os objectivos em matéria de emissões
de gases com efeito de estufa, energias renováveis e eficiência
energética, estabelecidos para 2020 e 2050, a Comissão Europeia
(CE) propôs recentemente o Plano Estratégico Europeu para as
Tecnologias Energéticas, um vasto plano destinado a estabelecer
uma nova agenda da investigação energética para a Europa.
O potencial da Europa no desenvolvimento de uma nova geração de
tecnologias energéticas é elevado. No entanto, a investigação sobre
a energia na União Europeia (UE) é muitas vezes insuficientemente
financiada, dispersa e mal coordenada. Para tirar partido das
oportunidades que se oferecem à UE, será necessário organizar e pôr
em prática de forma mais eficiente acções destinadas a desenvolver
novas tecnologias energéticas, reduzir os seus custos e promover o
seu lançamento no mercado.
“As decisões a adoptar nos próximos 10 a 15 anos terão consequências
profundas para a segurança energética, as alterações climáticas,
o crescimento e o emprego na Europa”, afirma Andris Piebalgs,
comissário europeu responsável pela energia. Na sua opinião, se a
Europa se deixar ficar para trás nesta área acabará a ter que importar
tecnologias para atingir os objectivos afixados.
Neste sentido, a CE propõe uma abordagem mais centrada num
planeamento comum, numa melhor actualização do potencial do
Espaço Europeu de Investigação e Inovação e na plena exploração
das possibilidades oferecidas pelo mercado interno.
O presente plano propõe a dinamizar a investigação e inovação
industriais, harmonizando as actividades europeias, nacionais e
sectoriais. Aponta, também a importância da criação de uma aliança
europeia de investigação no domínio da energia, para aumentar
a cooperação entre organismos de investigação e melhorar as
actividades de planeamento e de prospectiva a nível europeu, no que
respeita às infra-estruturas e sistemas energéticos.
A CE frisa a necessidade de aumentar o financiamento neste
domínio e irá apresentar, no presente ano, as suas ideias sobre o
financiamento das tecnologias com baixa produção de carbono.
Neste sentido, criará um sistema de informação destinado a dar uma
imagem precisa das tecnologias energéticas na Europa e elaborará
com os estados-membros um processo que permita um planeamento
conjunto da investigação sobre tecnologias energéticas. Em 2009,
será organizada uma cimeira europeia consagrada às tecnologias
energéticas para avaliar os progressos.
BIOinov: Estudo de Benchmarking
de redes de inovação em biotecnologia
Encontra-se disponível o estudo BIOinov – Estudo de Benchmarking
de Redes de Inovação em Biotecnologia - alavancagem dos sectores
tradicionais, desenvolvido pela empresa Competinov.
O BIOinov tem por objectivo identificar competências na área da
biotecnologia, quer em empresas, quer nas universidades, para que
se efectivem relações de cooperação e fomente a criação de redes
de inovação, que contribuam para elevar o nível da nossa economia.
Desse modo, o estudo põe em evidência as convergências em termos
de competências, mercados e geração de valor entre um conjunto de
actores empresariais e académicos na cadeia de valor da biotecnologia
e na relação que estes estabelecem com os sectores tradicionais.
...A conquista da produção do novo modelo
WV na Autoeuropa em Palmela...
Fonte: Portugal News
Decreto-Lei 397/2007
- Retribuição Minima Mensal Garantida
(Publicado In BTE nº 251/2007 de 31 de Dezembro)
Portaria nº 1636
- Condições de trabalho dos trabalhadores administrativos não
abrangidos por regulamentação colectiva específica.
(Publicado In D.R. nº 251 de 31 de Dezembro de 2007)
Diário da República - 2ª Série nº6 de 9 de Janeiro 2008
- Tabela IRS 2008
...importante pelo efeito alargado na
actividade económica e de realçar
pelo contexto fortemente competitivo em que
foi conseguida (vidé editorial)
Portaria nº30A/2008
- Actualização de Subsídio de refeição e Km.
(Publicado In D.R. nº 7 de 10 de Janeiro de 2008)
Lei nº37/2007
- Lei do Tabaco
(Publicado In D.R. nº 156 de 14 de Agosto de 2007)
...... 4 ......
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Calçado iniciou maior ofensiva
promocional de sempre
A indústria portuguesa de calçado iniciou durante o mês de
Janeiro a maior ofensiva promocional de sempre nos mercados
internacionais.
A campanha de promoção externa, da autoria da APICCAPS em
parceria com a AICEP e que foi já apresentada ao QREN, envolverá
um total de 140 empresas, e um investimento total de 8 milhões de
euros (mais 21,4% do que em 2007).
A promoção comercial externa é a primeira das prioridades para a
indústria portuguesa de calçado que, pela primeira vez em 2007,
colocou nos mercados internacionais mais de 90% da sua produção.
O calçado é, de resto, o produto que mais positivamente contribui para
a balança comercial portuguesa (com um saldo positivo de 800 M€),
pelo que a APICCAPS e a AICEP têm vindo a promover a participação
de empresas portuguesas nos principais fóruns de todo o mundo.
Desde 1995, o sector de calçado já participou em 293 acções no
exterior, registando mais de 4 100 presenças, envolvendo mais de
350 empresas.
Consolidar as exportações nos mercados europeus, abordar novos
mercados de elevado potencial de crescimento e migrar a produção
para segmentos de maior valor acrescentado são os três grandes
objectivos desta campanha de promoção.
A primeira iniciativa teve já lugar no dia 15 de Janeiro, em Riva del
Garda, em Itália, onde estiveram presentes cerca de 30 empresas
nacionais. O calçado português esteve presente em todos os
principais fóruns da especialidade do continente europeu e abordou
outros mercados de elevado potencial de crescimento, em especial a
China, o Japão e a Rússia.
Com esta estratégia, a APICCAPS e a AICEP pretendem reforçar a
trajectória de crescimento que o sector do calçado iniciou em 2005.
Com efeito, depois de ter registado um crescimento das exportações
de 1,4% em 2006, estima-se que, em 2007, as vendas de calçado
português nos mercados internacionais aumentem mais de 2% (para
1.1709 milhões de euros). Portugal é, de resto, o único país europeu
que apresenta um saldo comercial positivo da balança comercial no
sector de calçado e perfila-se, actualmente, como o 3º exportador
europeu e o sétimo a nível internacional.
Fonte: Portugal News
Inflação na Zona Euro
manteve-se acima dos 3%
...
... À ADIO ...
A taxa de inflação na Zona Euro voltou a ficar acima dos 3%, no mês
de Dezembro, o nível mais elevado desde Maio de 2001, em resultado
do forte aumento dos preços da alimentação e da energia.
De acordo com os dados do Eurostat (o instituto de estatísticas da
UE), revelados no dia 16 de Janeiro de 2008, a inflação nos países
que partilham a moeda única europeia, o euro, foi de 3,1% no mês
passado, um valor que iguala a primeira previsão apresentada no
início deste mês de Janeiro.
O aumento dos preços da alimentação e da energia tem elevado
a taxa de inflação, acima do limite de 2% estabelecido pelo Banco
Central Europeu (BCE), a autoridade monetária da Zona Euro.
... pelo início dos melhoramentos do
Edifício da Expoeste.
Jean-Claude Trichet tem mantido a taxa directora inalterada, nos 4%.
No entanto, há cada vez mais pressões sobre o BCE para que este
desça a taxa de juro de referência, mas a inflação tem-se mantido
acima do nível desejado e tem sido um dos factores que pesa na
decisão da autoridade monetária.
Fonte: Jornal de Negócios
...... 5 ......
....
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O porquê das energias alternativas
6.4.1. Energia Eólica (continuação)
Na continuação do artigo anterior, vem a propósito mostrar a fotografia da
maior turbina eólica, disponível na actualidade. A fotografia documenta
a operação de montagem e mostra que, por ser tão grande, cada pá é
constituída por 2 secções.
Esta turbina modelo E1265 , fabricada pela Enercon com uma potência
nominal de 6 MW, possui um rotor com 127 m de diâmetro e uma torre
com 135 m. Foi instalada em Emden na Alemanha, no mês de Novembro
passado. Uma turbina destas pode produzir energia para abastecer 5 000
habitações.
As torres destas turbinas podem ser fabricadas em aço ou em betão. A
turbina da fotografia foi montada numa torre de betão. Esta torre com um
diâmetro na base de 14.5 m, é constituída por 35 secções de betão com
um volume de 110 m3. Nas suas fundações foram consumidos 1500 m3
de betão e 180 toneladas de aço.
José Leitão *
No artigo do mês passado, por lapso de
formatação da página, não foi incluída
a fotografia que mostra uma turbina a
girar no meio de duas estruturas verticais que concentram a energia do vento.
Assim, ao mesmo tempo que se investiga e constroiem turbinas gigan-tescas,
continua-se a investigar dispositivos
que ajudam a concentrar a energia do
vento e a sua integração em espaços
urbanos.
Penso que vem a propósito falar um
pouco da escala de vento Beaufort. Esta
escala foi criada em 1805 pelo Almirante inglês Francis Beaufort (1774-1857),
para ajudar os marinheiros a estimar a
velocidade do vento baseado-se em observações visuais. Esta escala,
que definia inicialmente 13 graus de força de vento [0 a 12], tornou-se de
utilização obrigatória no registo dos diários de bordo dos navios da Royal
Navy em 1838. Foi alterada em 1955 pelo U.S. Weather Bureau que lhe
...... 6 ......
....
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(Continua na página 7)
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acrescentou os graus de 13 a 17. Embora não seja hoje utilizada para
fins metereológicos, é uma forma prática de avaliar a velocidade do vento
quando não estão disponíveis instrumentos.
eficiência de conversão da luz do Sol em electricidade. Estão hoje
disponíveis no mercado diferentes tipos de células com rendimentos que
rondam os 16%. Alguns fabricantes conseguem atingir rendimentos de
19% combinando, num mesmo painel, diferentes tipos de células.
Os paineis podem ser combinados ou ligados entre si para formarem conjuntos de captação e ser instalados em quase todos os locais, desde que
tenham uma boa insolação.
É importante referir que um painel fotovoltaico com uma potência de 200
W tem actualmente uma dimensão na ordem dos 1425 x 990 mm (1.41
m2), o que representa uma potência de cerca de 141 W/m2.
Os paineis fotovoltaicos surgem hoje um pouco por todo o lado desde aplicações de pequenas potências até às grandes centrais fotovoltaicas que
surgem já em vários países
do mundo.
Como estamos todos despertos para as energias alternativas, conhecendo esta escala, cada um de nós, pode ir diáriamente avaliando o potencial
de vento das zonas que conhece ou das zonas onde vai passando.
A central
de Serpa
de
que
se inclui
aqui uma
fotografia,
inaugurada em
Março de
2007, tem uma potência de 11 MWp.
6.4.2. ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA
À data da sua conclusão esta central era a segunda maior central fotovoltaica do mundo.
O efeito fotovoltaico é, de uma forma muito simples, a conversão de luz
em electricidade.
O físico francês Alexandre-Edmond Becquerel6 em 1839, foi o primeiro
a publicar observações acerca deste fenómeno. Mais tarde, em 1873
Willoughby Smith constatou a sensibilidade do selénio à luz. Em 1883,
Charles Fritts inventou a primeira célula solar com uma eficiência de
conversão de cerca de 1%. Esta invenção causou muita excitação e
discussões sobre os seus potênciais usos. Em 1898 Thomas Edison recebeu a sua patente para uma lâmpada incandescente. Nessa altura as
preocupações dos homens da ciência centraram-se mais no controlo da
electricidade e só mais tarde, em 1954 a Bell Laboratories nos USA, no
decurso de experiências com semicondutores, descobriu que o silicio
“dopado”com certas impurezas era muito sensível à luz.
Em resultado destas experiências foi criada a primeira célula solar fotovoltaica, cuja utilização já era prática. As células fotovoltaicas foram determinantes para a NASA, como forma de gerar electricidade no espaço, para
comunicações, instrumentos e sistemas de controlo nas naves espaciais.
Uma célula fotovoltaica é constituída
por um semiconductor, devidamente
dopado. O silício continua a ser o semiconductor mais utilizado na actualidade.
É usual classificarem-se as células de
silício da seguinte forma:
-
-
-
-
Portugal tem em construção a Central fotovoltaica da Amareleja. Esta será
a maior central fotovoltaica do mundo, com uma área de 114 ha, onde
estarão implantados 350 000 módulos fotovoltaicos que fornecerão uma
potência de 62 MWp.
Portugal consumiu em 2006 cerca de 50 TWh8 de energia eléctrica. Para
gerar toda esta electricidade com colectores fotovoltaicos seria necessária
uma central ocupando uma área de 635 km2 (25.2 km x 25.2 km).
Apesar de grandiosas e espetaculares, estas centrais não têm a aprovação de muitos especialistas que afirmam que sendo o Sol uma fonte de
energia distribuída deveria ser aproveitado de outra forma. Em centrais
deste tipo, a energia é produzida em baixa tensão, tranformada em alta
tensão para ser transportada e depois novamente transformada em baixa
tensão para poder ser utilizada. Este processo de transformação e transporte trás perdas significativas. É esta a justificação que apresentam para
afirmarem que estas grandes centrais não são a forma mais nobre de
aproveitamento do fotovoltaico.
No artigo anterior falei do Decreto-Lei 363 de 2007. Este Decreto-Lei vem
precisamente no sentido de incentivar a microgeração de energia eléctrica, promovendo a produção de energia em pequenas centrais, instaladas
pelos consumidores. Os consumidores podem agora transformar-se em
microprodutores de energia eléctrica.
Este sistema contorna as actuais limitações de saturação da rede eléctrica
nacional de alta tensão e destina-se a incentivar a produção de electricidade nos pontos de consumo, evitando-se assim as perdas de transformação e as perdas de transporte.
Monocristalinas
Multicristalinas;
Policristalinas e
Amorfas.
As células de silício são extremamente
finas, com a pastilha de silício a ter espessuras da ordem dos 200 mm 7.
Na pastilha é colocada uma grelha colectora e contactos que constituiem
o terminal negativo da célula. Um contacto traseiro constitui o terminal
positivo. Estas pastilhas são depois encapsuladas entre vidro temperado,
de alta transparência, normalmente recoberto com uma camada de EVA etileno de vinilacetato-, que assegura uma maior resistência a condições
metereológicas extremas e às poeiras. Este conjunto, envolvido por uma
estrutura de alumínio anodizado, constitui um painel fotovoltaico.
Uma instalação típica de microgeração será semelhante à que é mostrada
na figura e cuja legenda é a seguinte:
A – paineis fotovoltaicos
B – inversores
C – contador de venda à rede
D – ligação á rede
pública
E – poste de di tribuição da rede pública
F – contador de compra à
rede
A performance de uma célula fotovoltaica é medida em termos da sua
...... 7 ......
....
....
(Continua na página 8)
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Os inversores são equipamentos que recebendo a corrente contínua dos
paineis fotovoltaicos a modulam e a transformam em 230 V de corrente
alternada a 50Hz.
De acordo com o que surge no Decreto-Lei 363/2007, cada consumidor
com um contrato válido com a EDP poderá pedir autorização para montar
uma instalação de produção com uma potência até 50 % da potência que
tem contratada. Para beneficiar do regime de tarifa bonificada, a potência
do inversor não poderá exceder os 3.68 kW.
De uma forma simples o cidadão comprará electricidade a cerca de
0.11€/kWh e venderá à rede a
electricidade fotovoltaica a
0.65€/kWh.
Uma instalação de 3.45 kW9
será composta por 18 paineis
fotovoltaicos e 2 inversores,
custando cerca de 22 500 €, já
instalada e pronta a funcionar.
Aguardamos para ver como este decreto-lei será aplicado na prática, já que sobre o
mesmo, ainda substistem algumas dúvidas de
interpretação, nomeadamente nos limites de
energia a entregar à rede pelas instalações de
microprodução.
A coordenação do processo de gestão da
microprodução compete à DGEG – Direcção
Geral de Energia e Geologia – e a forma como
a implementará condicionará o sucesso desta
regulamentação.
Como surge referido pela Direcção Geral de Energia e Geologia, o valor
social da energia FV vai além dos meros kWh produzidos pois pode induzir o desenvolvimento local e consolidar a economia local, melhorar o
ambiente e aumentar a fiabilidade do abastecimento de energia eléctrica,
diminuindo os custos ao nível das infraestruturas de produção centralizada, transporte e distribuição de electricidade.
A energia fotovoltaica é também o
método mais benigno de geração de
electricidade. As centrais fotovoltaicas
são silenciosas, não produzem emissões
e não utilizam qualquer tipo de combustível.
Alguns fabricantes utilizam materiais reciclados e desperdícios de outras
indústrias como matérias primas. Apesar de no fabrico se utilizarem alguns materiais perigosos, estas substâncias não são libertadas no ambiente. Tal como é utilizado nas células fotovoltaicas, o silício não é tóxico.
Utilizando o programa Solterm para simular a produção
de energia eléctrica determina-se que, para as Caldas da
Rainha, o melhor rendimento
da instalação se consegue
com os paineis orientados a
Sul e inclinados a 34º.
Uma instalação deste tipo produzirá anualmente cerca de 4 730 kWh. Se toda esta energia poder ser vendida à RESP10 , a instalação
ficaria paga ao fim de 8 anos e o investimento
teria um IRR11 de 10.83%.
Portugal é um dos países da Europa com maior potêncial de energia
solar, com um número médio de horas de Sol variando entre as 2200 e as
3000. Na Alemanha, país onde a energia solar é captada com todo o entusiasmo, o número de horas de Sol varia entre 1200 e as 1700 horas.
* Eng. de Máquinas,
MBA of International Management pela University of East London
[email protected]
Prós e limitações da energia fotovoltaica
Produzido
Valor
FV
factorado
RESP, €
KWh
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total:
259
296
377
427
478
467
526
532
438
381
292
257
168.35
192.40
245.05
277.55
310.70
303.55
341.90
345.80
284.70
247.65
189.80
167.05
4 730
3 074.50
O decreto-lei 363/2007 foi publicado em 02 de Novembro e entra em vigor
90 dias após esta data de publicação.
Os paineis fotovoltaicos são sistemas
extremamente versáteis e podem utilizarse para diferentes tipos de instalações,
desde instalações ligadas à rede, como
descrevemos acima, ou para instalações completamente isoladas da rede.
Estas instalações designadas por instalações “off-grid”, têm baterias que são
carregadas durante o dia, acumulando a
electricidade para ser utilizada nos
períodos em que não há Sol. Estas instalações são encarecidas pelo custo das baterias e ainda pela necessidade de as trocar a cada 6 a 8 anos.
Prós:
- Recurso Renovável e sustentável
- Como recurso está bem caracterizado;
- Abundante;
- Reduz a dependência dos combustíveis fósseis;
- Isenta de poluição com zero emissões;
- Relativamente previsível;
- Potencia o desenvolvimento local;
- Potencia o rendimento global da rede eléctrica
Limitações:
- Impacto visual que podem ser minimizadas por uma integração arquitectónica;
- Eficiência;
- Económicas (ainda custo elevado)
- Estado de desenvolvimento da tecnologia
As Centrais Fotovoltaicas são sistemas muito fiáveis de produção de energia eléctrica e são normalmente montados em paralelo com a rede ou com um sistema
de backup por baterias.
O custo de produção das células tem sido reduzido nos últimos anos e continuará
a beneficiar de técnicas de produção mais aperfeiçoadas e economias de escala
relacionadas com uma produção em maior escala.
A energia fotovoltaica pode ser combinada com energia eólica, construindo-se
sistemas combinados que se complementam e têm custos mais atractivos. Esta
combinação é interessante porque normalmente quando não há Sol há vento.
Os sistemas de microgeração fotovoltaicos vão ter um crescimento explosivo nos
próximos anos.
5 Fotos e detalhes técnicos extraídos da revista WINDBLATT da empresa Enercon.
6 É interessante referir que Edmond Becquerel era filho de Antoine César Becquerel e pai de Henri
Becquerel, todos eles distintos fisicos
71 m=0.001 mm
8TWh - lê-se tera watt hora. Um tera são 1012.
9 Estes valores dependem do tipo e marca dos paineis e inversores utilizados
10 RESP - Rede eléctrica de Serviço Público, designação que vem do Decreto-Lei 363/2007
11 IRR - Internal Rate of Return
Para além dos paineis fotovoltaicos clássicos existem paineis fotovoltaicos
translúcidos para montagem em janelas.
Surgiram também no mercado os rolos de filme fotovoltaico como o que
é aqui mostrado. Este filme permite diversificar ainda mais as aplicações
possíveis para a tecnologia fotovoltaica.
PROPRIEDADE: AIRO - Associação Industrial da Região do Oeste
DIRECÇÃO: Ana Maria Carneiro Pacheco | PAGINAÇÃO: Mário Antão
Pereira | IMPRESSÃO: GTO 2000 | TIRAGEM MÍNIMA: 500 Exemplares | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
A investigação progride e o custo dos paineis fotovoltaicos tem vindo a
reduzir-se. Com recurso à nanotecnologia estão a ser desenvolvidas células sem silício e cujos custos de produção se estima que venham a ser
cerca de um décimo dos valores actuais.
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