proposta pedagógica curricular - COLÉGIO ESTADUAL DR. LAURO
Transcrição
proposta pedagógica curricular - COLÉGIO ESTADUAL DR. LAURO
COLÉGIO ESTADUAL DR. LAURO MÜLLER SOARES ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL Rua Joaquim Távora, 841 - Bairro SÃO BERNARDO Fone (0xx42) 3522-3143 84 600-000 - UNIÃO DA VITÓRIA - PARANÁ E-MAIL: [email protected] PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR UNIÃO DA VITÓRIA – PARANÁ – 2010 ARTE APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA Discutir a história da arte é um campo muito complexo ao qual temos várias dimensões. Durante o período colonial, nas vilas e reduções jesuíticas, a congregação católica denominada Companhia de Jesus desenvolveu, para grupos de origem portuguesa, indígena e africana, uma educação de tradição religiosa cujos registros revelam o uso pedagógico da arte. Nessas reduções, o trabalho de catequização dos indígenas se dava com os ensinamentos de artes e ofícios, por meio da retórica, literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e artes manuais. Ensinava-se a arte ibérica da Idade Média e renascentista, mas valorizavam-se, também, as manifestações artísticas locais (BUDASZ, in NETO, 2004, p. 15). Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série de obras e ações foram iniciadas para atender, em termos materiais e culturais, a corte portuguesa. Entre essas ações, destacou-se a vinda de um grupo de artistas franceses encarregado da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos poderiam aprender as artes e ofícios artísticos. No Paraná, foi fundado o Liceu de Curitiba (1846), hoje Colégio Estadual do Paraná, que seguia o currículo do Colégio Pedro II, e a Escola Normal (1876), atual Instituto de Educação, para a formação em magistério. Um marco importante para a arte brasileira e os movimentos nacionalistas foi à semana de Arte Moderna de 1922, que influenciou artistas brasileiros, como por exemplo, os modernistas Anita Malfatte e Mario de Andrade que valorizaram a expressão individual e romperam os modos de representação realistas. Esses direcionaram os seus trabalhos para a pesquisa e produções de obras a partir das raízes nacionais. Onde também procuravam valorizar a cultura nacional e a liberdade de expressão do aluno e cultura do povo. O ensino de música tornou-se obrigatório nas escolas, com a nomeação do compositor Heitor Villa Lobos como superintendente de Educação Musical. A musica foi muito defendida nas escolas e conservatórios, e os professores trabalhavam com o canto. Apoiado nas ações realizadas no decorrer desse processo histórico recente e na busca de efetivar uma transformação no ensino de arte, essa disciplina ainda exige reflexão que contemple a Arte como área de conhecimento e não meramente como meio para o destaque de dons inatos, sendo até mesmo utilizada equivocadamente, em alguns momentos como práticas de entretenimento e terapia. O ensino da Arte deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa também a se preocupar com o desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída historicamente em constante transformação. OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA É importante destacar que pretende-se que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento crítico, utilizando efetivas formas de levar o aluno a apropriar-se do conhecimento em arte, nesse sentido, educar os alunos em arte é possibilitar-lhes um novo olhar, um ouvir mais crítico, um interpretar da realidade além das aparências, com a criação de uma nova realidade, bem como a ampliação das possibilidades de fruição. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Área/ Conteúdo Artes Visuais Música Elementos Formais • • • • • • • Ponto Linha Superfície Textura Volume Luz Cor • • • • • • • • • Altura Duração Timbre Intensidade Densidade • • • • • Teatro Dança Composição • • • • • Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais, e faciais Ação Espaço Cênico Movimento Corporal Tempo Espaço • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Figura Abstrata Figura / fundo Bidimensional, Tridimensional Semelhanças Ritmos Visuais Contraste Gêneros Técnicas Ritmos Melodia Harmonia Intervalo Melódico Intervalo Harmônico Tonal Modal Gêneros Técnicas Improvisação Representação Sonoplastia / Iluminação / cenografia/ figurino/ caracterização/ maquiagem/ adereços Jogos Teatrais Roteiro Enredo Gêneros Técnicas Ponto de Apoio Salto e queda Rotação Formação Deslocamento Sonoplastia Coreografia Gênero Técnicas Movimento e Período • Arte Pré – História • Arte no Egito • Arte Grego Romano • Arte Pré colombiana • Arte Oriental • Arte Africana • Arte Medieval • Renascimento • Barroco • Neoclassicismo • Romantismo • Realismo • Expressionismo • Expressionismo • Fauvismo • Cubismo • Abstracionismo • Dadaísmo • • • • • • • • • • • • • • • • • Surrealismo Op – Art Pop – Art Teatro Pobre Teatro do Oprimido Musica Serial Musica Eletrônica Rap, Funk, Tecno Musica em Geral Arte Engajada Hip Hop Dança Moderna Vanguardas Artísticas Arte Brasileira Arte Paranaense Industria Cultural METODOLOGIA Nas aulas de arte é necessária a unidade de abordagem dos conteúdos estruturantes, em um encaminhamento metodológico orgânico, onde o conhecimento, as práticas e a fruição artística estejam presentes em todos os momentos da prática pedagógica, em todas as séries da Educação Básica. Para preparar as aulas é preciso considerar para quem elas serão ministradas, tomando-se a escola como espaço de conhecimento. Dessa forma, os conteúdos devem estar relacionados com a realidade do aluno e do seu entorno. Aproveitando essa seleção de conteúdos podemos considerar artistas, produções artísticas e bens culturais da região além de outras produções de caráter universal. As diferentes formas de pensar o ensino da arte são consequências do momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações políticas, socioculturais e econômicas. O conceito de arte implícito ao ensino é também influenciado por relações, muitas vezes sendo fundamentais para a organização de uma proposta. Nas teorias sobre as artes, são estabelecidas algumas referências sobre sua função, o que resulta em diferentes posições: como a arte pode servir à ética, a política, a religião e se transformar em mercadoria ou meramente proporcionar prazer. Na concepção expressionista, uma função da arte foi a de revelar as contradições da sociedade, prestando de modo a uma critica social que representava os conflitos internos dos sujeitos profundamente marcados por uma localização histórica em transformação. A realização pessoal acontece a partir de atividades de expressão artísticas que apelam para a imaginação e para a criatividade a partir do pressuposto de que o conhecimento é inato. A arte é uma criação e manifestação do poder criador do homem, por que criar é uma forma de transformar. A arte quando cria uma nova realidade, reflete a essência do real, por meio de suas criações artísticas amplia e enriquece a realidade. A arte, é compreendida como área de conhecimento que apresenta conhecimento e relações com a cultura por meio das manifestações expressas em bens materiais e práticas culturais. No encaminhamento metodológico, o enfoque se dá nos seguintes trabalhos: manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos já executam, para que sistematizem com mais conhecimento suas próprias produções; - produção e exposição de trabalhos artísticos, a considerar os recursos existentes na escola. Os recursos didáticos e tecnológicos a serem utilizados para dar suporte aos trabalhos: pesquisa em livros, revistas, internet, trabalhos em grupo, confecção de murais, exposições de desenhos, poesias, apresentações de dramatizações e musicais, utilizando retroprojetor, TV Multimídia, laboratório de informática, Dvd's, Cd's e Cd's - Rom's educativos. AVALIAÇÃO A avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de mediação da apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o aluno. O método de avaliação proposto nas Diretrizes inclui observação e registro do processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na apropriação dos conhecimentos pelos alunos. Deve-se avaliar como o aluno soluciona os problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões em grupo. Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar seus registros de forma sistematizada. As propostas podem ser socializadas em sala, com oportunidades para o aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a dos colegas. É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um cultural próprio, constituído em outros espaços sociais, além da escola, como a família, grupos, associações, religiões e outros. Além disso, tem um precursor escolar diferenciado de conhecimentos artísticos relativos à Música, às Artes Visuais, ao Teatro e à Dança. A avaliação se dará na observação e registro dos caminhos percorridos pelos alunos no seu processo de aprendizagem, acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações e produções. Para se avaliar é necessário que se defina aonde se quer chegar, que se estabeleçam os critérios e os procedimentos referentes à seleção dos instrumentos que serão utilizados no processo de ensino e aprendizagem. Nas séries iniciais (1ª à 4ª séries / 1º ao 5º ano) o trabalho pedagógico centra-se nas atividades artísticas, na prática com músicas, jogos teatrais, desenho e dança. Nessas atividades priorizam-se os elementos formais, das (Artes Visuais); timbre, duração e altura (música); expressão facial, corporal e gestual (teatro) e movimento corporal (dança). Nas séries / anos finais do Ensino Fundamental (5ª à 8ª série / 6º ao 9º ano), dá-se maior ênfase nos elementos formais, composição, movimentos e períodos. No Ensino Médio, a prioridade é para a História da Arte, centrando-se no estudo de movimentos e períodos artísticos, e na leitura de obras de arte. Diante deste diagnóstico, torna-se imprescindível adotar uma postura metodológica que propicie ao aluno uma compreensão mais próxima da totalidade da arte. No Ensino Médio, cada aluno tem um conhecimento que é seu capital cultural, apreendido em outros espaços sociais (família, grupos, associações, religião em outras formas) em um percurso também distinto entre os mesmos, pela amplitude dos conhecimentos artísticos (música, artes visuais, teatro e dança). A distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, é o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um adulto em colaboração com outro colega. O conhecimento que um aluno possui deve ser socializado entre os colegas de sala e ao mesmo tempo é a referencia para o professor propor abordagens diferentes. Afim de se obter uma avaliação efetiva individual e em grupo, são necessários instrumentos de verificação, como por exemplo: trabalhos, debates, relatórios, provas teóricas e práticas. A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno, então, é preciso investir em estratégias e recursos possíveis para que ele aprenda. A recuperação concomitante é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdos. BIBLIOGRAFIA PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Arte. Curitiba, 2008. KOUDELA, I. D. Jogos Teatrais. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001. KRAMER, S. LEITE, M. I. F. P. Infância e Produção Cultural. Campinas: Papirus, 1998. OSINSKI, Dulce Regina Baggio. Ensino da Arte: Os pioneiros e a influencia estrangeira na arte – educação em Curitiba. Curitiba: 1998. Dissertação de Mestrado. Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná. PILLAR, A. D. A educação do olhar no ensino da arte. In: BARBOSA, A. M. (org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo, Cortez, 2002. RICHTER, I. M. Intelectualidade e estética do cotidiano no ensino das artes visuais. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2003. SANTAELLA, L Arte e cultura: equívocos do elitismo. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1995. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. São Paulo: M. Fontes, 1999. BIOLOGIA 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno vida e a história da ciência mostra que tentativas de defini-la, tem sua origem registrada desde a antiguidade. Entre os pensadores desse período, o filósofo Aristóteles (428/27 a. C a 384 a. C – 322 a. C) através de interpretações filosóficas buscava explicações para compreensão da natureza. Na idade média (séc. V a XV) a igreja católica tornou-se uma instituição poderosa não apenas no aspecto religioso, mas também influindo na vida social, política e econômica. Dentro das universidades foi ocorrendo a ruptura com a visão teocêntrica e com a concepção filosóficateológica e os conhecimentos sobre o homem passam para o primeiro plano e a explicação para tudo o que ocorria na natureza inicia nova trajetória. O período entre a idade média e a idade moderna é marcado por mudanças em diversos segmentos da sociedade, graças à ampliação do comércio incentivada pela navegação aumentou a circulação de bens e dinheiro. Isso determinou mudanças políticas e econômicas que propiciaram a queda do poder arbitrário na igreja e abriram caminho para as revoluções industriais do século XVIII. Na história da ciência na renascença (séc. XV e XVI) observa-se à contradição do período em que Leonardo Da Vinci (1452-1519) introduz o pensamento matemático para interpretar a ordem mecânica da natureza enquanto estudos botânicos eram meramente descritos com a observação direta de fontes originais sem estabelecer relações entre plantas e sua distribuição geográfica. Na zoologia observa-se a preocupação com a análise comparativa com vistas à classificação. Registros indicam um aperfeiçoamento de observações feitas por Aristóteles (RONAM, 1997). Sob a influência do paradigma aristotélico Lineu (século XVIII) funda o sistema moderno de classificação dos seres vivos mantendo o princípio da criação divina. No contexto filosófico discutia-se a proposição do método científico a ser utilizado para compreender a natureza. Francis Bacon (1561-1626) propõe substituição mística da verdade pelo caminho pela qual ela é obtida propondo um método indutivo com controle metódico e sistemático da observação. Seu pensamento filosófico surge pra se contrapor a filosofia aristotélica a qual influenciou por séculos o modo de entender e explicar o mundo. Contribuições desse período rico em mudanças foram dadas pelo médico William Harvey (1578-1657) com a proposição de um novo modelo referente á circulação do sangue, que foi acolhido por Descartes (1596-1650) com uma das bases mais consistentes do pensamento biológico mecanicista. Os princípios de origem da vida são questionados pelos estudos sobre a biogênese de Francesco Redi (1626-1698). A invenção e aperfeiçoamento do microscópio contribuem grandemente para as ciências biológicas. Na segunda metade do século XVIII, na Europa, mudanças no contexto filosóficos e científicos e as revoluções burguesas trouxeram mudanças importantes nas estruturas sociais, políticas e econômicas. A revolução industrial gera o desenvolvimento da sociedade industrial urbana. No fim do século XVIII e início do século XIX as idéias de mundo estático são questionadas pela teoria heliocêntrica e da evolução. Estudos sobre a mutação das espécies ao longo do tempo foram apresentados por Erasmus Darwin (1731-1802) e por Jean Baptiste Monet, conhecido como cavaleiro de Lamarck (144-1829) significaram a emergência da teoria da evolução. No inicio do século XIX, o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882) apresentou suas idéias sobre a evolução das espécies. A teoria da seleção natural inclui o homem entre os produtos dessa seleção. Darwin utilizando-se de evidencias evolutiva como fosseis, distribuição geográfica das espécies, modificação de organismos domesticados, foi um dos primeiros a utilizar o método hipotético-dedutivo. As leis que regulam a hereditariedade, propostas por Mendel (1822-1884) eram inteiramente desconhecidas por Darwin. Em 1865, Mendel apresenta sua pesquisa sobre transmissão de características entre os seres vivos. No século XIX em 1938, a proposição da teoria celular postulada por Schleiden (1804-1881) e Schwan (1810-1882) de que: ” todas as coisas vivas eram compostas por células”, foi importante passo para o desenvolvimento da micro biologia. No século XX os trabalhos de Mendel foram confirmados, promovendo uma revolução conceitual da biologia ao relacionar os mecanismos evolutivos ao material genético marcando influência no pensamento biológico evolutivo. Os estudos de Thomas Hunt Morgan (1866-1945) conferem o status de ciência a genética ressignificando o Darwinismo. A aplicabilidade do conhecimento biológico evidencia a fragilidade de um conhecimento considerado neutro, ao explicitar os critérios utilizados para definir os investimentos em pesquisas espaciais ao invés de investir em saúde pública; a necessidade de especialização do conhecimento traz consigo a fragmentação do conhecimento e a impossibilidade de conhecer todo e prever resultados de uma ação sobre uma das partes (ecossistemas) sobre a totalidade (bioma), demonstrando a fragilidade do método cartesiano; e as ações do “Homem” no ambiente. A ciência abandona o paradigma do determinismo lógico, ao propor diferentes formas de abordar o real e, deixando evidente a necessidade de se rever o método científico de concepção positivista. A ciência vista dessa forma divulga seus resultados de sucesso, cujo progresso é independente de um progresso vinculado à época, às exigências sociais às ingerências do campo específico em que se trabalha. Com o desenvolvimento da genética molecular, o potencial de inovação biotecnologica se desenvolve e o pensamento biológico evolutivo sofre mudanças que geram conflitos filosóficos, científicos e sociais e põem em discussão o fenômeno vida. Os momentos históricos aqui discutidos representam como se deu a construção do pensamento biológico, cujos recortes mais importantes fundamentam a escolha dos conteúdos estruturantes a seguir. Conteúdos estruturantes são os saberes, conhecimentos de grande amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de ensino e, quando for o caso, de suas áreas de estudo. Na trajetória histórica dessa Ciência – a Biologia – percebe-se que o objeto de estudo disciplinar sempre esteve pautado pelo fenômeno vida, influenciado pelo pensamento historicamente construído, correspondente à concepção de ciência de cada época e à maneira de conhecer a natureza (método). A presente PPC do Colégio Estadual Dr Lauro Muller Soares baseia-se em quatro modelos interpretativos do Fenômeno VIDA, como base estrutural para o currículo de Biologia no Ensino Médio. Cada um deles deu origem a um conteúdo estruturante que permite conceituar vida em distintos momentos da história e, dessa forma, auxiliar para que as grandes problemáticas da contemporaneidade sejam entendidas como construção humana. Os conteúdos estruturantes delineados a partir dos marcos conceituais foram assim definidos: - Organização dos seres vivos; - Mecanismos biológicos; - Biodiversidade; - Manipulação Genética. 1.1 OBJETIVOS GERAIS A disciplina de Biologia ao longo da história da humanidade vem construindo modelos sobre o fenômeno vida, numa tentativa de explicá-lo e ao mesmo tempo, compreendê-lo. A incursão pela História e Filosofia da Ciência permite identificar a concepção de ciência presente em cada momento histórico a as relações estabelecidas com o próprio momento em que se destacam as interferências que sofrem e provocam nesses momentos, e que influencia o processo de construção de conceitos sobre o fenômeno da vida. A biologia abrange todo o conhecimento relativo aos seres vivos, desde os mecanismos que regulam as atividades vitais, até as relações que estabelecem entre si e com o meio ambiente. Os conhecimentos proporcionados pela biologia permitem-nos prever e diminuir impactos ambientais, produzir alimentos em larga escala, tratar moléstias, melhorar nossas condições de vida, entre outras ações; fornecer subsídios para desenvolver o espírito crítico com relação a temas como a utilização de recursos naturais, degradação do meio ambiente, poluição, manipulação genética, ajuda com certeza a desenvolver hábitos saudáveis e principalmente desenvolver a consciência da cidadania. O estudo de biologia deve despertar atitude de valorização da vida e o exercício da solidariedade entre os povos e entre os seres vivos como um todo, holístico e interdependente, onde se percebe que nossa vida no planeta Terra depende também da sobrevivência de todos os demais seres vivos. 2. OS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Os conteúdos estruturantes de Biologia agrupam as diferentes áreas de Biologia, e ao mesmo tempo proporcionam um novo pensar sobre a forma de relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio, procurando uma lógica que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno tenha uma visão mais abrangente da Biologia e não apenas de forma fragmentada e com pouco relacionamento dos conteúdos entre si. • Organização dos seres vivos O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as observações macroscópicas dos animas e plantas ocorridas já nos primórdios de nossa civilização. A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares, anatomia das células e também o aperfeiçoamento de teorias Evolucionistas a partir do século XVII. E no século XIX, graças a estes conhecimentos e teorias desenvolveram-se estudos sobre embriologia que estabeleceram as bases para o estudo da Teoria Celular. Justifica-se este conteúdo estruturante por ser a base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos estruturantes da disciplina. • Biodiversidade A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais, fizeram com que o ser humano passasse a estudar e observar a natureza. Percebe-se que as primeiras áreas de Biologia foram à zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de observação. Justifica-se estudalas pelos mesmos motivos dos povos antigos, que seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua utilidade para nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos. Há a necessidade de se estudar outras implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também a influência da tecnologia em nosso cotidiano. É importante salientar que ao estudar biodiversidade estaremos diante de grandes desafios frente ao progresso científico. C) Mecanismos biológicos A partir do século XVII com o desenvolvimento do microscópio, a biologia celular e molecular teve um significativo avanço em suas descobertas observando uma grande quantidade de tecidos animais e vegetais, a estrutura celular e os microorganismos. Houve vários avanços tecnológicos decorrentes deste desenvolvimento inclusive a formação de novas teorias sobre a origem da vida, diferentes idéias transformistas foram se consolidando entre os cientistas, sendo o grande marco para o mundo cientifico e biológico a publicação do Livro “origens das espécies“ de Charles Darwin no século XIX, foi também nesta época que entendeu-se o papel desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas. No séc. XX com a descoberta do DNA foram desenvolvidas técnicas de manipulação do material genético que permitem modificar espécies, produzir substâncias e a aplicação de terapias gênicas para tratamento e eliminação de doenças. O acelerado desenvolvimento cientifico e tecnológico nos deixa perplexos, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente podemos nos apropriar, mas por outro lado, proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza. O estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e das suas implicações éticas e morais na sociedade significam oportunidade para que os estudantes possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente, que indiretamente influenciam suas vidas. A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que com certeza vão transformar nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos e de outras espécies, daí a importância de seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas as pessoas.para que possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são função importante da própria sociedade. • Manipulação Genética Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre manipulação genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia e as perspectivas de mudanças de valores morais, e devemos ser capazes de questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver problemas. 2.2 CONTEÚDOS DE BIOLOGIA O quadro que se apresenta logo em seguida foi construído a partir dos conteúdos básicos da disciplina de biologia, sugerida pela equipe disciplinar do Departamento de Educação Básica (DEB). Nele estão presentes os conteúdos programáticos, divididos em conteúdos estruturantes, conteúdos básicos e conteúdos específicos por série. Entendem-se como Desafios Educacionais Contemporâneos as demandas que possuem uma historicidade, por vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais, outras vezes fruto das contradições da sociedade capitalista e, por isso, presentes na sociedade contemporânea. São de relevância para a comunidade escolar, pois estão presentes nas experiências práticas, representações e identidades de educandos e educadores. Conteúdos Estruturantes são os saberes, conhecimentos de grande amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino e, quando for o caso, de suas áreas de es tudo. Para o ensino da disciplina de Biologia, constituída como conhecimento, os conteúdos estruturantes propostos evidenciam de que modo a ciência biológica tem influenciado a construção e a apropriação de uma concepção de mundo em suas implicações sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais. Os conteúdos estruturantes de Biologia estão relacionados à sua historicidade para que se perceba a não-neutralidade da construção do pensamento científico e o caráter transitório do conhecimento elaborado. Os conteúdos básicos são os conhecimentos fundamentais e necessários para cada série do Ensino médio. O acesso esses conhecimentos em suas respectivas séries é direito do aluno na etapa de escolarização em que se encontra e imprescindível para sua formação. O trabalho peda- gógico com tais conteúdos é dever do professor que poderá acrescentar, mas jamais reduzi-los ou suprimi-los, pois eles são básicos e, por isso, não podem ser menos do que se apresentam. Como proposta curricular é absolutamente particular para cada realidade escolar, ela deve refletir a filosofia defendida no PPP do Colégio as metas que o corpo docente pretende atingir com seus alunos. Os professores de biologia tentaram colocar nessa proposta curricular as suas aspirações em relação à disciplina. Sendo assim, apresentaremos na seqüência o quadro com os conteúdos estruturantes, conteúdos básicos, conteúdos específicos referentes série do Ensino médio na disciplina de biologia. Os Desafios Contemporâneos serão inseridos no Plano de Trabalho Docente sempre partindo dos Conteúdos Básicos da Biologia. 1ª SÉRIE 02-AULAS SEMANAIS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A DISCIPLINA DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE Biodiversidade CONTEÚDOS BÁSICOS -Teorias evolutivas Organização Seres Vivos dos Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos. Mecanismos Biológicos -Teoria celular; mecanismos Celulares biofísicos e bioquímicos. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - O que é Biologia; - Principais divisões da Biologia; - Origem do Universo; - Teoria do Big-Bang; - Origem da Terra; - Origem da vida; -Evolução pré- biologica; - Abiogênese; - Biogênese. -Composição química dos seres vivos; - Reprodução; - Evolução; - Metabolismo; -Irritabilidade; - Ciclo vital; - Níveis de organização dos seres vivos; - Estudo da Célula - Estrutura e composição celular; - composição química da célula; - O Citoplasma; - Reticulo endoplasmático; - Ribossomos; - Complexo de Golgi; - Lisossomos; - Vacúolos; - Plastos; - Fotossíntese; – Mitocôndrias; - Respiração celular: Anaeróbia e Aeróbia; - Núcleo celular; - Cromatina; - Cromossomos; - Divisão celular; - Mitose; - Meiose; - Cromossomos, genes e DNA; - Duplicação do DNA; - Síntese de RNA: Transcrição genética; O código genético; - Síntese de proteínas: Tradução - Histologia; - Conceito de Tecido; - Tecidos Animais; - Tecidos Epitelial; Conjuntivo; Muscular e Nervoso; - Tecidos vegetais; - Trangênia em plantas Manipulação Genética - Transmissão das Características hereditárias. - Organismos Geneticamente Modificados. Mecanismos Biológicos - Mecanismos de desenvolvimento Embriológico. - Gametogênese - Reprodução Assexuada e sexuada; - Reprodução Humana; - Aparelho reprodutor masculino e Aparelho reprodutor feminino; - Embriologia. 2ª SÉRIE – ENSINO MEDIO 02 AULAS SEMANAIS CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS Organização dos Seres Vivos Classificação dos CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Critérios básicos - Grupos taxonômicos Seres Vivos: critérios taxonômicos e Filogenéticos. Organização dos Seres Vivos Classificação dos Seres Vivos: critérios taxonômicos e Filogenéticos. - Regras de nomenclatura - Vírus; - Reino monera; - Reino protista; - Algas; - Reino fungi; - Reino plantae; - Briófitas - Pteridófitos -Espermatófitos - Reino Animália; - Caracterização e fisiologia dos grandes grupos animais; - Poríferos; - Cnidários; - Platelmintos; -Nematelmintos; - Anelídeos; - Moluscos; - Artrópodes; - Insetos; - Crustáceos; Aracnídeos; - Diplópodes; - Quilópodes; - Equinodermos; - Cordados; -Protocordados; - Vertebrados; - Peixes; - Anfíbios; - Répteis; - Aves; - Mamíferos. Manipulação Genética Mecanismos Biológicos - Organismos Geneticamente Modificados. - Sistemas biológicos: anatomia, morfologia, fisiologia. Trangênia em animais -digestão; -respiração; - circulação; - excreção; - locomoção; - órgãos dos sentidos; - sistema endócrino; - sistema nervoso; 3ª SÉRIE ENSINO MEDIO 03-AULAS SEMANAIS CONTEÚDO ESTRUTURANTE Mecanismos Biológicos CONTEÚDOS BÁSICOS - Transmissão das características hereditárias. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Núcleo celular;- Mitose e Meiose; - Ácidos nucléicos; - Estrutura do DNA; - Duplicação do DNA; - Tipos de RNA; - Síntese de Proteínas; - Códons e anticódons; Biodiversidade - Transmissão das Características Hereditárias. - Introdução à Genética - Conceitos da Genética - Histórico da Genética - Terminologia Genética - Alelos dominantes e recessivos - A primeira lei de Mendel - Codominância - Cruzamentos testes em genética - Dihibridismo - A segunda lei de Mendel - Interação gênica - Teoria cromossômica da Herança - Genética do Sistema ABO - Genética do Sistema RH - Herança ligada ao sexo - Daltonismo - Hemofilia. - Herança restrita e influenciada pelo sexo - Aberrações cromossômicas -Histórico das idéias evolucionistas -Teorias evolutivas. - Teoria evolucionista de Lamarck - Teoria evolucionista de Darwin e Wallace - Moderna teoria da evolução; − Evolução Humana. - De acordo com a lei 10639/03 e lei 11645/08, história e cultura afro-brasileira e africana e história e cultura dos povos indígenas. Biodiversidade -Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e a interdependência com o ambiente. - Importância da ecologia - Os componentes estruturais de um ecossistema; - Cadeia e rede alimentar; - Os níveis tróficos; - Habitat e nicho ecológico; - Fluxo de energia e ciclo da matéria; - Relações intra-específicas; - Relações interespecíficas; - Ecologia de populações; - A dinâmica das comunidades; - Ecossistemas aquáticos; - Biomas terrestres; - De acordo com a lei 9795/99: política nacional da educação ambiental. Manipulação - Organismos Trangênicos Genética Geneticamente Modificados. 3. METOLOGIA A busca do conhecimento é talvez, a principal das características que diferenciam o ser humano dos demais seres vivos existentes na Terra, portanto é esta característica que movimenta nossa espécie no sentido de não se conformar com a situação do meio onde vive, e assim leva a interagir com o meio a fim de modificá-lo para adequá-lo às suas necessidades. Desta forma, é imprescindível que as ciências naturais sejam trabalhadas de forma a incentivar o educando a perceber a necessidade de refletir sobre sua situação, como espécie animal, perante o mundo dos seres vivos e suas inter-relações com o ambiente físico e químico. Então, se Biologia é o estudo dos seres vivos, sua função como disciplina é estar em sintonia com a incessante busca do saber, empreitada pelo ser humano, e isto pode ser conseguido utilizando-se de formas variadas no desenvolver dos conteúdos; através de aulas expositivas pode-se ter a finalidade de realizar uma explanação geral a cerca dos conteúdos e também utilizá-las para sanar dúvidas e discutir variados temas. Sendo a Biologia uma ciência em constante evolução, torna-se necessário à utilização de textos atuais publicados em revistas, jornais e periódicos que servirão de material de apoio para debates e pesquisas a cerca de temas que estão em evidencia e de caráter polêmico. Quando se refere ao estudo da vida, sem dúvida alguma, nos remete a um campo imenso, pois nós, Seres Vivos, estamos imersos em um mundo vivo, assim para ver e analisar conceitos biológicos nada mais lógico e concreto que se utilizarem trabalhos de campo, na contemplação e discussão das mais variadas manifestações de vida. Grandes são os acervos, tanto bibliográficos como em vídeos sobre temas ligados às ciências biológicas, que de forma alguma podem ser menosprezados, portanto a utilização de vídeos torna-se um instrumento indispensável. A Biologia não é uma disciplina isolada, mas um conjunto de ciências, portanto é dever do docente desta área, esclarecer ao aluno que o aprendizado de biologia é um exercício que dura toda a vida e que constantemente surgem descobertas e hipótese novas que incrementam esta ciência, portanto todo o trabalho desenvolvido deve ser visando a fomentar no educando a principal característica que nos diferencias dos demais seres vivos, ou seja, a incessante busca do conhecimento. A disciplina de Biologia no Ensino Médio deve, acima de tudo, oportunizar ao educando uma maior aplicação dos conhecimentos dessa área, no seu cotidiano. Isso implica em buscar estratégias e metodologias para que este ensino supere a fragmentação, a memorização de nomenclaturas técnicas e o agregado de informações desconexas, desvinculados da realidade do aluno. A sala de aula, por sua vez, deve ser um espaço construtivo de conhecimento e de interações constantes com o saber historicamente produzido, onde professor e aluno sejam pesquisadores que formulem suas próprias questões, procurem evidências não confirmadas, lancem hipóteses, consultem fontes bibliográficas, realizem experimentos e elaborem conceitos, ações estas efetivamente próprias de um ensino ativo. O desenvolvimento do conhecimento biológico, em sala de aula, é o ensino da organização da vida, em construção contínua e permanente, em que se dinamiza com o trabalho pedagógico, a apreensão do conhecimento mediante novas operações do pensamento e novas aplicações do conhecimento trabalhado, em que as experiências e o saber de cada um seja enriquecido. O aprofundamento destas questões é uma oportunidade para o estabelecimento do diálogo interdisciplinar, em que as especificidades das diversas disciplinas são compreendidas na ação docente, sendo esta um espaço de formação continuada do professor e do seu avanço inteligível em relação à sua área de atuação, às suas relações sociais e intervenções em seu meio. Resumindo o conhecimento biológico trabalhado no Ensino Médio, tem características próprias, requerendo, além do desenvolvimento pedagógico anteriormente descrito, a capacidade de abstração conceitual como condição necessária para o educando elaborar generalizações, proposições e esquemas explicativos adequados à sua compreensão das coisas, podendo interferir no seu entorno e aplicar, conscientemente, os conhecimentos apreendidos, nas suas práticas, em benefício de si próprio e da sociedade. Visando essa inter-relação adotamos os seguintes encaminhamentos metodológicos: • Aulas expositivas e dialogadas; • Debates e discussões em grupo e troca de experiências; • Pesquisas bibliográficas e de campo; • Aulas práticas em laboratório; • Uso de mapas, modelos e peças anatômicas; • Elaboração e aplicação de diferentes tipos de esquemas (em árvore, em chaves, mapas conceituais, etc) • Uso de vídeos da TV escola, TV Paulo Freire e outros vídeos educativos; • Elaboração e aplicação de jogos educativos; • Produção e elaboração de apresentações em slides para uso na TV multimídia; • Apresentação de seminários pelos alunos sobre conteúdos aplicados em sala de aula; • Aulas dirigidas no laboratório de informática com acesso a Internet e recursos de multimídias; • Uso dos recursos que a TV multimídia dispõe; • Aulas com retroprojetores; • Elaboração e uso de transparências para retroprojetor; • Visitas orientadas e passeios ecológicos; • Leitura, análise, interpretação e elaboração de diversos textos para dinamizar desenvolver o vocabulário e ampliar o conhecimento lingüístico do aluno. 4. AVALIAÇÃO A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as pessoas, somos avaliados a todo instante por nossos semelhantes, seja através de nossas ações, comportamentos atitudes, etc. Na escola o processo de avaliação é também imprescindível para que o aluno e o professor possam quantificar e analisar se esta ou não ocorrendo o aprendizado. A avaliação muitas vezes está sendo usada meramente como um instrumento para classificar os alunos, aferir resultados e tentar quantificar os conhecimentos assimilados pelos alunos, o que muitas vezes mostra-se ineficiente, uma vez que as avaliações usadas tendem a não contemplarem todos os aspectos necessários de serem avaliados. No que tange ao processo de avaliação é primordial que se busque analisar as questões que são de extrema importância, ou seja, avaliar o que? Que resultados esperam obter com a avaliação? É, portanto muito importante, definir se avaliamos para diagnosticar como esta ocorrendo o processo ensino-aprendizagem ou se avaliamos para quantificar e promover ou não os educandos. Assim é necessário estabelecer parâmetros para uma avaliação mais competente e que realmente demonstre o grau de sucesso que tanto professor como aluno está alcançando. Assim a avaliação deve ser um processo contínuo, sistemático que forneça um diagnóstico da aprendizagem do aluno, em que este se identifique, compreenda e formule conceitos através de textos e objetivos; a avaliação deve ser orientadora, pois deve permitir ao aluno conhecer os erros e corrigi-los, priorizando assim a retomada de conceitos pendentes de forma diferenciada de modo a suprir dificuldades, tornando o aluno parte efetiva do processo ensino e aprendizagem. 4.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1ª SÉRIE Espera-se que o aluno: • Classifique os seres vivos quanto ao número de células (unicelular e pluricelular), tipo de organização celular (procarionte e eucarionte), forma de obtenção de energia (autótrofo e heterótrofo) e tipo de reprodução (sexuada e assexuada); • Identifique a estrutura e o funcionamento das organelas citoplasmáticas; • Compreenda os mecanismos de funcionamento de uma célula: digestão, reprodução, respiração, excreção, sensorial, transporte de substâncias; • Diferencie os tipos de divisão celular: mitose e meiose; • • • • • • Conheça a composição química dos ácidos nucléicos; Compreenda os processos de duplicação, transcrição e tradução; Compare e estabeleça diferenças morfológicas entre os tipos celulares mais freqüentes nos sistemas biológicos (histologia). Reconheça e analise as diferentes teorias sobre a origem da vida; Compreenda o processo de transmissão das características hereditárias entre os seres vivos; Compreenda os processos de gametogênese, fecundação, organogênese, embriogênese. Além de anatomia e fisiologia dos sistemas reprodutores masculinos e femininos, regulação hormonal, métodos anticoncepcionais. 2ª SÉRIE Espera-se que o aluno: • Identifique e compare as características dos diferentes grupos de seres vivos; • Estabeleça as características específicas dos microrganismos, dos organismos vegetais e animais e dos vírus; • Classifique os seres vivos quanto ao número de células (unicelular e pluricelular), tipo de organização celular (procarionte e eucarionte), forma de obtenção de energia (autótrofo e heterótrofo) e tipo de reprodução (sexuada e assexuada); • Reconheça e compreenda a classificação filogenética (morfológica, estrutural e molecular) dos seres vivos; • Compreenda a anatomia, morfologia, fisiologia e embriologia dos sistemas biológicos (digestório,reprodutor, cardiovascular, respiratório, endócrino,muscular, esquelético, excretor, sensorial e nervoso); 3ª SÉRIE Espera-se que o aluno: • • • • • • • • • • • • • Diferencie os tipos de divisão celular: mitose e meiose; Conheça a composição química dos ácidos nucléicos; Compreenda os processos de duplicação, transcrição e tradução; Reconheça e analise as diferentes teorias sobre a origem da vida e a evolução das espécies; Reconheça a importância da estrutura genética para manutenção da diversidade dos seres vivos; Compreenda o processo de transmissão das características hereditárias entre os seres vivos; Identifique os fatores bióticos e abióticos que constituem os ecossistemas e as relações existentes entre estes; Compreenda a importância e valorize a diversidade biológica para manutenção do equilíbrio dos ecossistemas; Reconheça as relações de interdependência entre os seres vivos e destes como meio em que vivem. Identifique algumas técnicas de manipulação do material genético e dos seus resultados decorrentes; Compreenda a evolução histórica da construção dos conhecimentos biotecnológicos aplicados à melhoria da qualidade de vida da população e à solução de problemas sócioambientais; Relacione os conhecimentos biotecnológicos às alterações produzidas pelo homem na diversidade biológica; Analise e discuta interesses econômicos, políticos, aspectos éticos e bioéticos da pesquisa científica que envolvem a manipulação genética. 4.2 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Também, obedecendo às normas vigentes, é preciso que haja uma quantificação através de atribuições de notas aos resultados demonstrados com as avaliações, portanto esta quantificação da avaliação será executada através da realização de provas escritas, trabalho de pesquisa, tarefas realizadas em classe, trabalho em grupo. Enfim, a avaliação como instrumento analítico prevê um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e alunos se tornam observadores dos avanços e dificuldades, a fim de superarem os obstáculos existentes, para tanto, faremos uso dos seguintes instrumentos de avaliação: • Provas orais e escritas; • Debates; • Pesquisas orientadas individuais; • Pesquisas orientadas em grupo; • Testes; • Atividades avaliativas; • Seminários e conferências; • Produção e apresentação de cartazes, maquetes ou outras produções que demonstrem a apreensão do aluno sobre o conteúdo trabalhado e em campanhas de saúde cujos temas estejam relacionados à saúde, ao meio ambiente ou qualquer outro Desafio Contemporâneo; • Produção de textos individuais e coletivos; • Trabalhos realizados em Feiras de ciências e culturais; • Produção e apresentação de mini projetos; • Elaboração de relatórios a partir de aulas práticas em laboratórios de informática e de ciências. De acordo com o regimento escolar a recuperação de conteúdos será concomitante. A recuperação de notas será realizada mediante uma prova no final do bimestre, sendo que se esta atingir uma nota superior a média bimestral irá substituí-la. 5. REFERÊNCIAS - CARVALHO, Wanderley. Biologia em foco. vol. único São Paulo, FTD 2002. - DIAS, Paschoarelli Diarone, Biologia viva, vol. único, São Paulo: Moderna, 1996. - Diretrizes Curriculares de Biologia para o ensino médio – SEED: 2008. - LOPES, S. Bio vol. Único São Paulo: Saraiva, 2006. - LAURENCE , J . Vol. Único Biologia: Editora Nova Geração, 2008. -ODUM, E. Ecologia Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. - PAULINO, Wilson Roberto. Biologia – série novo ensino médio vol. único São Paulo, Atica, 2003. - PPP - Projeto Político Pedagógico – COLÉGIO ESTADUAL DR LAURO MÜLLER SOARES CIÊNCIAS 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A disciplina de Ciências tem como objetivo de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação da natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida. O conhecimento da disciplina de Ciências proporciona ao ser humano uma cultura científica com repercussões sociais, econômicas, éticas e políticas. A historicidade da ciência está ligada não somente ao conhecimento científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as apóiam (Kneller,1980; Andery et al.,1998) A ciência não utiliza um único método para todas as suas especialidades, o que gera para o ensino de ciências, a necessidade de um pluralismo metodológico que considere a diversidade dos recursos pedagógico/ tecnológicos disponíveis e a amplitude de conhecimentos científicos a serem abordados na escola. Em sua busca pela sobrevivência o homem se relaciona com os demais seres vivos e com a natureza. A interferência do homem sobre a natureza possibilita incorporar experiências, técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente. Cultura, trabalho e processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a natureza, de compreendê-la e se apropriar de seus recursos. A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída, que influencia e sofre influências de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas (Kneller,1980; Andery et al.,1998) A ciência não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a partir da aplicabilidade de métodos(s) científicos(s). Os modelos científicos são construções humanas que permitem interpretar a respeito de fenômenos resultantes das relações os elementos fundamentais que compõe a natureza e muitas vezes são utilizados como paradigmas, leis e teorias. Os fenômenos naturais são muito complexos e modelos são incapazes de uma descrição de sua universalidade, pois é impossível, mesmo ao mais completo cientista, dominar todo o conhecimento no âmbito de uma única especialidade. Refletir sobre a ciência implica em considerá-la como uma construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num determinado contexto histórico, num cenário socioeconômico, tecnológico, cultural, religioso, ético e político, evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”. É necessário e imprescindível determiná-la no tempo e no contexto das realizações humanas, que também são historicamente determinadas. Conceituar ciência exige cuidado epistemológico e é necessário investigar a história da construção do conhecimento científico para conhecer a real natureza da ciência. Na impossibilidade de compor uma análise totalmente abrangente a respeito da história da ciência, optou-se nessa proposta pedagógica curricular pelo recorte epistemológico dessa história, que permite refletir sobre a gênese, o desenvolvimento, a articulação e a estruturação do conhecimento científico. Gaston de Bachelard (1884 - 1962) aponta três grandes períodos de desenvolvimento do conhecimento científico: o estado pré-científico, que compreenderia a Antigüidade clássica e os séculos do renascimento (XVI, XVII e XVIII); o segundo período ou estado científico que se inicia no final do século XVII, século XIX e início do século XX, e em terceiro lugar o novo espírito científico a se iniciar em 1905 com a relatividade de Einstein deformando conceitos primordiais e tidos como fixados para sempre. O primeiro período ou estado pré-científico caracterizou-se pela construção racional e empírica do conhecimento e científica; buscava-se nesse período a superação das explicações míticas da natureza. Pelo homem, através de sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de fenômenos da natureza, além de intenso registro dos conhecimentos científicos desde a antiguidade até fins do século XVIII. Publicações como Corpus Aristotélicum, de Aristóteles, De Humani Corporis Fabrica, de Vesálius (1543), Almagesto, de Ptolomeu (1515); Systema Natural, de Lineu (1735), grandes obras que representam este período, registrava e divulgava o conhecimento científico. O século XIX foi, segundo o epistemólogo Bachelard, um período histórico marcado pelo estado científico, em que um único método científico constituiu-se para a compreensão da natureza. Neste período buscou-se a universalização do método cartesiano de investigação dos fenômenos da natureza. Modelos explicativos da natureza foram questionados, pois no estado científico o mundo era considerado mutável e o universo infinito. Novos estudos permitiram considerar a evolução das estrelas, as evidências de mudanças na crosta terrestre e a extinção de espécies, bem como a transformação da matéria e a conservação da energia. Gaston Bachelard promoveu, com a publicação de suas obras, um deslocamento da noção de verdade instituída pela ciência clássica, ao considerar o ano de 1905 e a Teoria da Relatividade como o início de um período em que valores absolutos da mecânica clássica a respeito do espaço, do tempo e da massa, perderam o caráter de verdade absoluta, revolucionando as ciências físicas e, por conseqüência, as demais ciências da natureza. Esse período configura-se também, como um período fortemente marcado pela aceleração da produção científica e necessidade de divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influências dos avanços científicos. Mais de 80% dos avanços científicos e inovações técnicas ocorreram nos últimos cem anos e mais de 2/3 destes após a 2° guerra mundial. Se o ensino de ciências na atualidade representasse a superação dos estados précientífico e científico, na mesma expressividade em que ocorre na atividade científica e tecnológica, o processo de produção do conhecimento científico seria mais bem vivenciado no âmbito escolar, possibilitando discussões acerca de como a ciência realmente funciona. Portanto, após contextualização realizada a cerca do conceito epistemológico de ciências, nos propomos a delinear as diretrizes que permearão a presente proposta pedagógica do Colégio Estadual Dr Lauro Muller Soares na disciplina de ciências, lembrando que a mesma é flexível e poderá sofrer alterações sempre que o corpo docente assim achar conveniente. • • • 2. OBJETIVOS GERAIS O ensino de Ciências, na atualidade, tem o desafio de oportunizar a todos os alunos, por meio dos conteúdos, noções e conceitos, uma leitura crítica de fatos e fenômenos relacionados à vida, à diversidade cultural, social e à produção científica. Tem como desafio também promover nos alunos a aquisição dos conhecimentos essenciais ao desenvolvimento de capacidades indispensáveis para se situarem nesta sociedade complexa, entenderem o que acontece ao seu redor e assumirem uma postura crítica, para intervir no seu contexto social. Assim, a disciplina de Ciências poderá estabelecer relações e inter-relações não só entre os conteúdos, mas também entre as diversas áreas do conhecimento, proporcionando um ambiente favorável a uma abordagem mais ampla com vistas à totalidade. Dessa forma, o aluno como indivíduo e como parte integrante de um meio coletivo (político, social, econômico, cultural, ambiental, ético, histórico e religioso) é influenciado, bem como interfere direta ou indiretamente no contexto em que se insere. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS Embora não deva ser o único recurso didático pedagógico utilizado pelos professores, o livro didático ainda é o recurso instrucional de maior alcance tanto para professores como para alunos. No Colégio Estadual DR LAURO MULLER SOARES, optou-se pela Coleção Novo Pensar (Demétrio Gowdak e Eduardo Martins), como material de apoio didático pedagógico para os anos de 2008 a 2010, concordamos com os autores dessa coleção, quando esses delimitam como objetivos específicos da disciplina de ciências para o 3º (5ª e 6ª série) e 4º (7ª e 8ª séries) ciclos os seguintes itens: 1. Reconhecer que a humanidade sempre se envolveu com o conhecimento da natureza e que a ciência, uma forma de desenvolver esse conhecimento, relaciona-se com outras atividades humanas; 2. Valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes aos membros da sua comunidade; 3. Valorizar a vida em sua diversidade e a conservação dos ambientes; 4. Elaborar, individualmente e em grupo, relatos orais e outras formas de registros acerca do tema em estudo, considerando informações obtidas por meio de observação, experimentação, textos e outras fontes; 5. Confrontar as diferentes explicações individuais e coletivas, inclusive as de caráter histórico, para reelaborar idéias e interpretações; 6. Elaborar perguntas e hipóteses, selecionando o organizando dados e idéias para resolver problemas; 7. Caracterizar os movimentos visíveis dos corpos celestes no horizonte e seu papel na orientação espaço temporal hoje e no passado da humanidade; 8. Caracterizar as condições de diversidade de vida no Planeta Terra em diferentes espaços, particularmente nos ecossistemas brasileiros; 9. Interpretar situações de equilíbrio e desequilíbrio ambiental, relacionando informações sobre a interferência do ser humano e a dinâmica das cadeias alimentares; 10. Identificar diferentes tecnologias que permitam as transformações de materiais e de energia necessárias a atividades humanas essenciais hoje e no passado; 11. Compreender e exemplificar como as necessidades humanas, de caráter social, prático ou cultural, contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico ou, no sentido inverso, beneficiam-se desse conhecimento; 12. Compreender as relações de mão dupla entre o processo social e a evolução das tecnologias, associadas à compreensão dos processos de transformação de energia, dos materiais e da vida; 13. Compreender a história evolutiva dos seres vivos, relacionando-a aos processos de formação do Planeta; 14. Caracterizar as transformações, tanto naturais como induzidas pelas atividades humanas, na atmosfera, na litosfera, na hidrosfera e na biosfera, associadas aos ciclos de materiais e ao fluxo de energia na Terra, reconhecendo a necessidade de investimento para preservar o ambiente em geral e particularmente, em sua região; 15. Compreender o corpo humano e sua saúde como um todo integrado por dimensões biológicas, afetivas e sociais, relacionando a prevenção de doenças e promoção de saúde das comunidades a políticas públicas adequadas; 16. Compreender as diferentes dimensões da reprodução humana e os métodos anticoncepcionais, valorizando o sexo seguro e a gravidez planejada. 4. CONTEÚDOS O quadro que se apresenta ao final dessa apresentação foi construído a partir dos conteúdos básicos da disciplina de ciências, sugerida pela equipe disciplinar do Departamento de Educação Básica (DEB). Nele estão presentes os conteúdos programáticos, divididos em conteúdos estruturantes, conteúdos básicos e conteúdos específicos por série. Os professores de ciências do Colégio Estadual DR LAURO MULLER SOARES, ao passo que selecionavam os conteúdos específicos, a partir dos conteúdos básicos, acrescentaram temas que podem ser trabalhados dentro dos desafios educacionais contemporâneos. O conceito de Conteúdo Estruturante é entendido como conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam as disciplinas escolares além de fundamentarem as abordagens pedagógicas dos conteúdos específicos. Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a partir da historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do currículo, além de estruturar a disciplina frente ao processo acelerado de especialização do seu objeto de estudo e ensino (LOPES, 1999). Os conteúdos básicos são os conhecimentos fundamentais e necessários para cada série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. O acesso a esses conhecimentos em suas respectivas séries é direito do aluno na etapa de escolarização em que se encontra e imprescindível para sua formação. O trabalho pedagógico com tais conteúdos é dever do professor que poderá acrescentar, mas jamais reduzi-los ou suprimi-los, pois eles são básicos e, por isso, não podem ser menos do que se apresentam. A seleção dos conteúdos específicos foi feita pelos professores de ciências em consonância com o livro didático de ciências adotado pelo colégio Dr Lauro Müller soares com as turmas de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental, outros livros didáticos pertencentes a outras coleções de livros didáticos, livros paradidáticos, as DCE de ciências versão 2008 e outras fontes de pesquisa. Como a proposta curricular é absolutamente particular para cada realidade escolar, ela deve refletir a filosofia defendida no PPP do Colégio as metas que o corpo docente pretende atingir com seus alunos. Os professores de ciências não pensam diferente e tentaram colocar nessa proposta curricular todas as suas aspirações em relação à disciplina. Sendo assim, apresentaremos na sequência o quadro com os conteúdos estruturantes, conteúdos básicos, conteúdos específicos e os desafios educacionais contemporâneos referentes a cada idade/série. 5ª SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ASTRONOMIA CONTEÚDOS BÁSICOS • • • • MATÉRIA − Universo Sistema solar Movimentos terrestres Movimentos celestes Constituição da matéria CONTEÚDOS ESPECÍFICOS • Universo e Sistema Solar; • Planetas; • Galáxias; • Constelações; • Satélites; • Meteoros; • Meteoritos; • Buracos Negros; • Cometas; • Rotação e translação; • Marés; • Fases da Lua; • Eclipses. − Átomo; − Matéria; − Estados físicos da matéria: líquido, sólido e gasoso; − O ar; − A água; − O solo DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS • Educação no Campo (DCE da Educação do Campo-2006, nos eixos temáticos: Trabalho - divisão social e territorial, Cultura e Identidade, Interdependência campo cidade e desenvolvimento sustentável. • A influência dos astros para a agricultura. − − − SISTEMAS BIOLÓGICOS − Celular Níveis de organização − − − Célula; Célula procarionte; Núcleo. Educação Ambiental(Lei nº 9795/99) Estados em que a água pode se apresentar na natureza; Porcentagem de água nos três estados físicos no Planeta; Escassez de água doce no planeta; − − • • • • • BIODIVERSIDADE • • Organização dos seres vivos Ecossistema Evolução dos seres vivos Célula eucarionte. Organismos; • População; Comunidade; • Ecossistemas: terrestres e aquáticos (doce e salgada); • Biosfera; Fatores abióticos e bióticos; Cadeia alimentar e teia alimentar; Organismos decompositores; Evolução; Teoria de Darwin. • • • • • • História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;Lei 10639/03. História e Cultura dos Povos Indígenas.Lei11645/0 8. Como as diferentes culturas se relacionam e tratam o meio ambiente; 6ª SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS • • ASTRONOMIA MATÉRIA • • Astros Movimentos terrestres Movimentos celestes Constituição da matéria CONTEÚDOS ESPECÍFICOS • Características dos planetas; • Os planetas internos; • Os planetas externos; • Outros astros do sistema solar; • Sol-centro do sistema solar; • Características do Sol; • Regiões do Sol; • Como o Sol afeta a Terra; • Exposição ao Sol; • Cuidados com a pele; • Proteção da pele. • Propriedades da matéria; • Nascimento e evolução do planeta; DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS • • • Cuidados com a pele; Uso de protetores solares; Poluição do ar • • • • • • • • • • SISTEMAS BIOLÓGICOS • • Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos • • • • • • • • • • ENERGIA • Formas de energia Transmissão de energia • • • • • BIODIVERSIDADE • • • Origem da vida Organização dos seres vivos Sistemática (Ecossiste- • • • A atmosfera terrestre primitiva; Organização da matéria no planeta; O surgimento da vida no planeta; A biosfera (ambiente terrestre); A fotossíntese; As comunidades; As populações; Biomas Terrestres; Regiões dos oceanos; A organização dos seres vivos; As características dos seres vivos; A célula (organização celular); A estrutura química das células; O ciclo vital; Reprodução dos seres vivos; Metabolismos dos seres vivos; Excitabilidade; As radiações solares; Proteção contra as radiações; Fluxo e energia nos ecossistemas; A fotossíntese; Formas de energia; Conversão de energia; Conservação de energia; Evolução dos seres vivos Classificação dos seres vivos Conhecendo as relações ecológicas • • • • Diversidade ambiental; Ecossistemas brasileiros; Importância da preservação dos ecossistema para a manutenção do equilíbrio ecológico; Lei 9795/99- Politica Nacional de Educação Ambiental. • • • • • • mas) • • • • • Cadeia alimentar Seres autótrofos e heterótrofos Relações harmônicas e desarmônicas Controle biológico Diversidade das plantas Órgãos vegetativos das plantas Órgãos reprodutores das plantas Características principais dos vertebrados Características principais dos invertebrados Teoria da geração espontânea Biogênese 7ª SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ASTRONOMIA CONTEÚDOS BÁSICOS • Origem e evolução do Universo DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS • Teoria do • surgimento do Universo (Bigbang); • Teoria do • surgimento do sistema solar; • Composição • química da Terra primitiva; • O surgimento dos primeiros seres vivos; • Composição química de todos sos seres vivos; • Como a Biosfera é formada; • Sol: Produção de vitamina D; • Diagnóstico, tratamento e prevenção dos efeitos das radiações do Sol O efeito estufa e as conseqüências do buraco de ozônio para a saúde humana; Queimaduras, insolação e câncer de pele; Protetores solares e os FPS. sobre o corpo humano • • • • • • MATÉRIA • Constituição da matéria • • • • • • SISTEMAS BIOLÓGICOS • • Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos • • • • • • • • • • Conceito de matéria e sua constituição; Os modelos atômicos no decorrer da história do atomicismo; Conceito de átomo; Íons; Elementos químicos Substâncias e misturas; Métodos de separação de misturas; Ligações químicas; Reações químicas; Leis de conservação de massa; Compostos orgânicos; Constituição orgânica dos seres vivos; Teoria celular; Célula: unidade funcional; Estrutura e funcionamento da célula; Diferenças entre célula animal e vegetal; Dimensões das células; Composição química da célula; Tecidos; Níveis de organização dos seres vivos; Tecidos; Níveis de organização dos seres vivos; • • • A ação de substâncias químicas no organismo; Aditivos que comumente são usados na indústria alimentícia; Métodos de conservação dos alimentos; • Tipos de tecidos do corpo humano e suas características; • Morfologia e fisiologia dos seres vivos; • Funções vitais (noções gerais); • Funções de conservação do indivíduo (nutrição, relação e coordenação); • Funções de conservação da espécie (reprodução); • Funções de nutrição; *Alimentação e digestão; * Nutrientes quanto à composição; química: carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas, sais minerais e água; *Nutrientes quanto à função: Plásticos, energéticos e reguladores; * Obtenção de energia dos nutrientes; * Alimentação e saúde * Digestão e sistema digestório; * Respiração e sistema respiratório; * Circulação e sistema cardiovascular; * Excreção e sistema • urinário. • • • • • • • Distribuição da população humana Importação e exportação de alimentos Práticas esportivas e a sua importância na melhoria da qualidade de vida; Influência da alimentação na saúde, Fome e desnutrição; Questões de higiene; Saneamento básico; Obesidade, anorexia e bulimia; • • • • • • • • • • • • • • • ENERGIA • Formas de energia • • • BIODIVERSIDADE • Evolução dos seres vivos • Formas de energia: cinética e potencial Energia química e suas fontes; Modo de transmissão e armazenamento de energia; Fundamentos da energia química com a célula (ATP e ADP); Fundamentos da energia mecânica e suas fontes; Modos de transmissão e armazenamento da energia mecânica. Teorias que explicam a evolução das espécies; • • • • • • • Melhoramento genético e transgenia; Alimentos transgênicos; Métodos alternativos de produção alimentícia; Controle biológico de pragas agrícolas; Exames sangüíneos transfusões e doações sangüíneas; Soros e vacinas; Medicamentos; Hemodiálise; Terapia gênica; CTNBioconsumo de drogas; Métodos contraceptivos; Organização Mundial da Saúde. A exploração dos recursos naturais na produção de diferentes tipos de energia; Fontes alternativas de energia que não agridem ao meio ambiente; Conseqüências ambientais na exploração dos recursos naturais para produção de energia; Evolução cultural do ser humano Formas de comunicação humana O ser humano e suas relações com o sagrado Mitos e outras explicações sobre a origem da vida; 8ª SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ASTRONOMIA CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Astros • Galáxias, Estrelas, Gravitação universal Planetas, Asteróides, Meteoros, Meteoritos, entre outros; • Algumas contribuições de Galileu Galilei; • Conceitos introdutórios à Mecânica; Medidas de Comprimento; Medidas de Distância; Movimento e Repouso; Móvel e Trajetória; Velocidade Média; Velocidade Instantânea; Movimento Uniforme e Movimento Variado; Aceleração; Aceleração da Gravidade; Grandezas Escalares, Grandeza Vetorial; Vetores; Soma de Vetores; Primeira Lei de Newton; Segunda Lei de Newton; Medida da Força Peso; Terceira Lei de Newton; Equilíbrio de Corpos Extensos; Lei da Gravitação Universal; • • • • • • • • • • • • • • • • • • DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS • • • • • • • • • • • MATÉRIA SISTEMAS BIOLÓGICOS Propriedades da matéria Morfologia e fisiologia dos seres vivos Mecanismos de herança genética • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Geocentrismo versus Heliocentrismo; Contribuições de Brahe e Kepler; Lei de Kepler, Fenômeno das Marés. O que é Matéria? Força; Força Resultante; Força Peso; Força de Tração; Conceito de Força; Centrípeta; Propriedades gerais e específicas da matéria; Massa; Volume; Densidade; Compressibilidade ; Elasticidade; Divisibilidade; Indestrutibilidade; Impermeabilidade; Maleabilidade; Ductibilidade; Flexibilidade; Permeabilidade; Dureza; Tenacidade; Cor; Brilho; Sabor; Textura e Odor. Órgão dos • Sentidos; Sistema nervoso; • Drogas; Glândulas endócrinas; Sistema Reprodutor; Sexualidade; O Núcleo Celular; Cromossomos; Processo de Mitose e Meiose; Herança dos Grupos Sangüíneos; Herança Ligada ao Sexo. Prevenção ao Uso Indevido de Drogas; Sexualidade; • História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; (Lei 10639/03). • História e Cultura dos Povos Indígenas. (Lei11645/08). • Gênero e Diversidade Sexual – refletir sobre o preconceito, a discriminação e a desigualdade em relação a orientação sexual. • • • • • • ENERGIA Formas de energia Conservação de energia • • • • • • • • • BIODIVERSIDADE Interações ecológicas • • • Energia; Ondas; Som; Luz; Fontes de Energia; Lei de Conservação da Energia; Lei de Lavoisier; Lei de Proust; Sistemas Conservativos; Deslocamento; Trabalho; Potência; Energia elétrica; Magnetismo; Condutores e isolantes; Corrente Elétrica; Resistores. Relações ecológicas: harmônicas e desarmônicas 5. ABORDAGEM TEÓRICO METODOLÓGICO A abordagem teórico metodológica dos conteúdos que foram selecionados para a disciplina de ciências envolveu aspectos considerados essenciais pelos professores de ciências do Colégio Estadual Dr Lauro Müller Soares e que se apresentam nas DCE de Ciências do Estado do Paraná. A DCE propõe uma prática pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. Para isso é necessário superar práticas pedagógicas centradas num único métodoe baseadas em aulas de laboratório (Krasilchik, 1987) que visam tão somente à comprovação de teorias e leis apresentadas previamente aos estudantes. Assim, quando os conteúdos forem abordados, esses devem assumir a construção do conhecimento científico escolar como primordial no processo ensino aprendizagem da disciplina e de seu objeto de estudo, levando em consideração que, para tal construção há necessidade de valorizar as concepções alternativas do estudante em sua zona cognitiva real e as relações substantivas que se pretende com a mediação didática. Para tanto, as relações entre os conteúdos estruturantes (relações conceituais), relações entre os conteúdos estruturantes e outros conteúdos pertencentes a outras disciplinas (relações interdisciplinares) e relações entre os conteúdos estruturantes e as questões sociais, tecnológicas, políticas, culturais e éticas (relações de contexto) se fundamentam e se constituem em importantes abordagens que direcionam o ensino de Ciências para a integração dos diversos contextos que permeiam os conceitos científicos escolares. A integração de conceitos científicos escolares tem, além da abordagem por meio das relações, a história da ciência, a divulgação científica e as atividades experimentais como aliadas nesse processo. Todos esses elementos podem nos auxiliar nos encaminhamentos metodológicos, ao fazermos uso de problematizações, contextualizações, da interdisciplinaridade, das pesquisas, das leituras científicas, das atividade em grupo, das observações, das atividades experimentais, dos recursos instrucionais, das atividades lúdicas, entre outras formas de abordagem. Visando abranger os vastos conhecimentos produzidos pela humanidade no decorrer de sua história a disciplina de Ciências se constitui num conjunto de conhecimentos científicos necessários para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. A disciplina de ciências, assim como todas as outras áreas do conhecimento, devem valorizar o conhecimento elaborado e sistematizado cujo objetivo é a transformação da sociedade, portanto os conteúdos específicos poderão ser abordados em suas inter-relações com outros conteúdos e disciplinas considerando seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais, as quais devem ficar evidentes no processo de ensino e de aprendizagem da disciplina. Visando essa interrelação adotamos os seguintes encaminhamentos metodológicos: • Aulas expositivas e dialogadas; • Debates e discussões em grupo e troca de experiências; • Pesquisas bibliográficas e de campo; • Aulas práticas em laboratório; • Uso de mapas, modelos e peças atômicas; • Elaboração e aplicação de diferentes tipos de esquemas (em árvore, em chaves, mapas conceituais, diagramas, etc) • Uso de vídeos da TV escola, TV Paulo Freire e outros vídeos educativos; • Elaboração e aplicação de jogos educativos; • Produção e elaboração de apresentações em slides para uso na TV Multimídia; • Apresentação de seminários pelos alunos sobre conteúdos aplicados em sala de aula; • Aulas dirigidas no laboratório de informática com acesso a Internet e recursos de mídias; • Uso dos recursos que a TV Multimídia dispõe; • Aulas com retroprojetores; • Elaboração e uso de transparências para retroprojetor; • Visitas orientadas e passeios ecológicos; • Leitura, análise, interpretação e elaboração de diversos textos para dinamizar desenvolver o vocabulário e ampliar o conhecimento linguístico do aluno. • Uso do livro didático como opção e apoio. 6. AVALIAÇÃO De acordo com as DCE de ciências, a avaliação é a atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos e segundo a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, ela deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Uma possibilidade de valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo seria considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em oposição a um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo “transmitir-verificar-registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias, reorganizando-as” (HOFFMANN, 1991, p.67) A avaliação deve fornecer ao professor informações sobre o que foi aprendido pelos alunos. Ela possibilita verificar se seus objetivos foram alcançados e informa ao aluno sobre seu desempenho, avanço e dificuldades. Nesse sentido, será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Concordando com o modelo ensino aprendizagem proposto nas DCE de Ciências, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. Portanto é fundamental que se valorize também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do aluno por meio de instrumentos de ensino e de avaliação. Na aprendizagem significativa, o conteúdo específico ensinado passa a ter significado real para o estudante e, por isso, interage “com ideias relevantes existentes na estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 1999, p.56). Mas, como o professor de Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos científicos escolares pelo estudante ocorreu de forma significativa? A compreensão de um conceito científico escolar implica a aquisição de significados claros, precisos, diferenciados e transferíveis (AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN 1980). Ao investigar se houve tal compreensão, o professor precisa utilizar instrumentos compostos por questões e problemas novos, não-familiares, que exijam a máxima transformação do conhecimento adquirido, isto é, que o estudante possa expressar em diferentes contextos a sua compreensão do conhecimento construído, pois (...) é muito mais importante ter idéias claras sobre o que é aprendizagem significativa, organizar o ensino de modo a facilitá-la e avaliá-la coerentemente, talvez com novos instrumentos, mas, sobretudo com outra concepção de avaliação. Para avaliar a aprendizagem significativa, muito mais essencial do que instrumentos específicos é a mudança conceitual necessária por quem faz a avaliação (MOREIRA, 1999, p.63). É importante que o professor comente, reveja e registre todos os aspectos relevantes de diferentes trabalhos realizados, apontando erros, que também fazem parte do processo ensinoaprendizagem. O erro deve ser devidamente tratado e trabalhado pelo professor, permitindo ao aluno ter consciência de seu desempenho ao longo do processo de aprendizagem. O erro também aponta para eventuais necessidades de modificações no planejamento (Gowdak e Martins, 2008). O “erro” pode sugerir ao professor a maneira como o estudante está pensando e construindo sua rede de conceitos e significados e, neste contexto, se apresenta como importante elemento para o professor rever e articular o processo de ensino, em busca de sua superação (BARROS FILHO e SILVA, 2000). Essa análise conjunta do que foi produzido ao longo do processo escolar é muito importante para professor e aluno. A auto-avaliação faz parte desse contexto e leva o aluno a uma reflexão crítica de suas atitudes, pois o estimula a refletir sobre seu próprio desempenho. A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser por meio de problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais, ou mesmo a partir da utilização de jogos educativos, entre outras possibilidades, como o uso de recursos instrucionais que representem como o estudante tem solucionado os problemas propostos e as relações estabelecidas diante dessas problematizações. Dentre essas possibilidades, a prova pode ser um excelente instrumento de investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos científicos escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de desenvolvimento potencial tornou-se um nível real (VYGOTSKY, 1991b). Para isso, as questões da prova precisam ser diversificadas e considerar outras relações além daquelas trabalhadas em sala de aula. O diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos e estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem: • Origem e evolução do universo; • Constituição e propriedades da matéria; • Sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos; • Conservação e transformação de energia; • Diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que vivem, bem como os processos evolutivos envolvidos. Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo ensino aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida. Enfim, a avaliação como instrumento analítico prevê um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e alunos se tornam observadores dos avanços e dificuldades, a fim de superarem os obstáculos existentes, para tanto, faremos uso dos seguintes instrumentos de avaliação: Provas orais e escritas; Participação em debates; Pesquisas orientadas individuais; Pesquisas orientadas em grupo; Testes; Atividades avaliativas; Participação e apresentações em seminários e conferências; Produção e apresentação de cartazes, maquetes ou outras produções que demonstrem a apreensão do aluno sobre o conteúdo trabalhado e em campanhas de saúde cujos temas estejam relacionados à saúde, ao meio ambiente ou qualquer outro tema emergencial; Produção de textos individuais e coletivos; Participação de feiras de ciências e culturais; Produção e apresentação de mini projetos; Elaboração de relatórios a partir de aulas práticas em laboratórios de informática e de ciências. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Ciências. Curitiba, 2008. Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Dr Lauro Müller Soares; APEC – Ação e Pesquisa em Educação em Ciências, Construindo Consciência: Ciências, 5ª. A 8ª. Séries, São Paulo, 2007, editora Scipione; ARROYO, Miguel Gonzáles, Indagações sobre Currículo: Educandos e Educadores: Seus Direitos e o Currículo, Brasília, 2007, Secretaria de Educação Básica; AYRTON E SARIEGO, Ciências Corpo Humano 7ª série, São Paulo, 1998, editora Scipione; BARROS, Carlos. Paulino, Wilson. Ciências 5ª a 8ª séries, São Paulo: Ática 2002; BORTOLOZZO, Silvia. Maluhy, Suzana. Ciências Link da ciência, 5ª a 8ª séries, São Paulo, 2004, Editora Moderna; BURNE, David, Fique por Dentro da Ecologia, São Paulo, 2001, Editora Geográfica; CESAR, SEZAR, BEDAQUE, Ciências, 5ª a 8ª séries, Editora Saraiva, 2001; CHASSOT, A. Ensino de Ciências no começo da segunda metade do século da tecnologia. In: LOPES, A. C. e MACEDO, E. (Orgs). Currículo de Ciências em debate. Campinas, SP: Papirus, 2004. p. 13-44; DIÁRIO OFICIAL, Lei Nº. 11.645 de março de 2008, ano CXLV, Nº. 48, terça-feira, 11 de março de 2008, Brasília, Imprensa Oficial; GEWANDSZNAIDER, Fernando, Ciências Matéria e Energia, 5ª a 8ª séries, São Paulo, 2005, editora Ática; GOWDAK, Demétrio, Ciências Novo Pensar, 5ª a 8ª séries, São Paulo, 2002, editora FTD; KRASILCHIK, M. O professor e o currículo de Ciências. São Paulo: EPU/Edusp, 1987; LOPES, Sonia. Godoy Bueno Carvalho – BIO, 2006, editora Saraiva; LUZ, Maria de la e Santos, Magaly Terezinha, Vivendo ciências, 6ª série, São Paulo, 1999, EDUCAÇÃO FÍSICA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da Europa. Sob a égide de conhecimentos médicos e da instrução física militar, a então denominada ginástica surgiu, principalmente, a partir de uma preocupação com o desenvolvimento da saúde e a formação moral dos cidadãos brasileiros. Esse modelo de prática corporal pautava-se em prescrições de exercícios visando ao aprimoramento de capacidades e habilidades físicas como a força, a destreza, a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter, da autodisciplina, de hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento patriótico. Com a proclamação da República, veio a discussão sobre as instituições escolares e as políticas educacionais. No ano de 1882, Rui Barbosa emitiu o parecer n. 224, sobre a Reforma Leôncio de Carvalho, decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução Pública. Entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação de corpos fortes e cidadãos preparados para defender a Pátria, equiparando-a, em reconhecimento, às demais disciplinas (SOARES, 2004). Conforme consta no próprio parecer, “[...] com a medida proposta, não pretendemos formar nem acrobatas nem Hércules, mas desenvolver na criança o quantum de vigor físico essencial ao equilíbrio da vida humana, à felicidade da alma, à preservação da Pátria e à dignidade da espécie” (QUEIRÓS apud CASTELLANI FILHO, 1994, p. 53). No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de Educação Física tornou-se obrigatória nas instituições de ensino para crianças a partir de 6 anos de idade e para ambos os sexos, por meio de um anteprojeto publicado pelo então Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo Passos. Esse período histórico foi marcado pelo esforço de construção de uma unidade nacional, o que contribuiu sobremaneira para intensificar o forte componente militar nos métodos de ensino da Educação Física nas escolas brasileiras. Com a promulgação da Nova Constituição e a instalação efetiva do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, a prática de exercícios físicos em todos os estabelecimentos de ensino tornou-se obrigatória. Entre os anos de 1937 e 1945, o então presidente Getúlio Vargas estruturou o Estado no sentido de incentivar a intervenção estatal e o nacionalismo econômico. Com o golpe militar no Brasil, em 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase nas escolas, especialmente durante as aulas de Educação Física. Na década de 70, a Lei n. 5692/71, por meio de seu artigo 7º e pelo Decreto n. 69450/71, manteve o caráter obrigatório da disciplina de Educação Física nas escolas, passando a ter uma legislação específica e sendo integrada como atividade escolar regular e obrigatória no currículo de todos os cursos e níveis dos sistemas de ensino. No contexto das teorizações críticas em Educação e Educação Física, no final da década de 1980 e início de 1990, no Estado do Paraná, tiveram início as discussões para a elaboração do Currículo Básico. Os embates educacionais posteriores ao Regime Militar, consolidaram-se nos Documentos Oficiais sobre Educação no Brasil, dentre eles, o próprio Currículo Básico do Estado do Paraná que, com um viés critico, apresentava um discurso preocupado com a formação de seres humanos capazes de questionar e transformar a realidade social em que vivem. A rigidez na escolha dos conteúdos, a insuficiente oferta de formação continuada para consolidar a proposta e, depois, as mudanças de políticas públicas em educação trazidas pelas novas gestões governamentais, a partir de meados dos anos de 1990, dificultaram a implementação dos fundamentos teóricos e políticos do Currículo Básico na prática pedagógica. Por isso, o ensino da Educação Física na escola se manteve, em muitos aspectos, em suas dimensões tradicionais, ou seja, com enfoque exclusivamente no desenvolvimento das aptidões físicas, de aspectos psicomotores e na prática esportiva. Os avanços teóricos da Educação Física sofreram retrocesso na década de 1990 quando, após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n. 9394/96), o Ministério da Educação (MEC) apresentou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para a disciplina de Educação Física, que passaram a subsidiar propostas curriculares nos Estados e Municípios brasileiros. O que deveria ser um referencial curricular tornou-se um currículo mínimo, para além da ideia de parâmetros, e propôs objetivos, conteúdos, métodos, avaliação e temas transversais. Apesar de sua redação aparentemente progressista, pode-se dizer que os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental e Médio constituíram uma proposta teórica incoerente. As diversas concepções pedagógicas ali apresentadas valorizaram o individualismo e a adaptação do sujeito à sociedade, ao invés de construir e oportunizar o acesso a conhecimentos que possibilitem aos educandos a formação crítica. Diante da análise de algumas das abordagens teóricas que sustentaram historicamente as teorizações em Educação Física escolar no Brasil, desde as mais reacionárias até as mais críticas, opta-se, nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica e também nesta Proposta Pedagógica Curricular, por interrogar a hegemonia que entende esta disciplina tão somente como treinamento do corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal. Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural. OBJETIVOS DA DISCIPLINA Tendo como objetivo formar a atitude crítica perante a Cultura Corporal, exigindo domínio do conhecimento e a possibilidade de sua construção a partir da escola, organizar frente as novas propostas previstas nas Diretrizes, em conformidade a formação dos alunos a partir das interações corporais que integram a totalidade, considerando ainda que a Educação Física enquanto disciplina oferece em seu mecanismo vivenciados dentro da sala de aula, que propicia atender os aspectos culturais de nosso educando. A importância da edificação desta proposta esta especificando idealizar a prática do dia a dia em sala de aula conforme prevê nossos conteúdos estruturantes, e na metodologia aplicando os mesmos encaminhamentos. Almeja-se que os alunos tenham condições tanto de entender e respeitar o diferente como também de posicionarem-se frente ao mundo. - Contribuir para o pleno desenvolvimento psicomotor, afetivo, social e cognitivo do aluno. - Despertar no aluno o interesse pela prática de atividades físicas educativas, que possam levá-lo a desfrutar de uma vida mais saudável; o gosto pelos jogos, esportes, danças e manifestações ginásticas; o sentido de grupo para uma maior socialização dentro das diversas atividades propostas. - Incentivar para a participação e envolvimento efetivo nas diversas situações. - Adotar postura ativa de praticante de atividades físicas, consciente da importância da mesma na vida do cidadão. - Reconhecer atitudes e hábitos saudáveis em relação à alimentação e higiene, com efeito na própria saúde e a coletiva. - A ampliação do campo de intervenção da Educação Física, para além das abordagens centradas na motricidade; - O desenvolvimento dos conteúdos elencados nas Diretrizes de maneira que sejam relevantes e estejam de acordo com capacidade cognitiva do aluno; - Propiciar ao aluno uma visão crítica do mundo e da sociedade na qual está inserido; - Adotar atitudes de respeito e solidariedade nas diversas atividades praticadas. CONTEÚDOS BÁSICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA SERIE: 5ª conteúdo conteúdos básicos estrutura nte esporte • • • • • • • Futebol Handebol Voleibol Basquetebol Atletismo Tênis de mesa Futsal abordagem pedagógica Origem/histórico dos esportes. Atividades pré desportivas com fundamentos e regras adaptadas. Fundamentos básicos. • jogos e brincadeiras Brincadeiras de rua / populares • Brinquedos • Brincadeiras de roda • Jogos de tabuleiro • Jogos de estafetas • Jogos dramáticos e de interpretação • Origem e histórico dos jogos, brinquedos e brincadeiras. Brinquedos, jogos e brincadeiras com e sem materiais alternativos. Construção dos Brinquedos. Disposição e movimentação básica dos jogos de tabuleiro. expectativas de aprendizagem Espera-se que o aluno possa conhecer, na origem dos diferentes esportes: - o surgimento de cada esporte com suas primeiras regras; - sua relação com jogos populares. Experimentar e vivenciar diferentes esportes com regras adaptadas. conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos, brinquedos e brincadeiras, bem como experimentar e vivenciar, ou seja, se apropriar efetivamente das diferentes formas de jogar; Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da construção de brinquedos com materiais alternativos. Xadrez • Danças folclóricas • Atividades de expressão corporal Cantigas de roda dança • Ginástica artística • Atividades circenses • Ginástica ginástica natural Origem e histórico das danças. Contextualização da dança. Atividades de criação e adaptados. Movimentos de experimentação corporal ( seqüencia de movimentos) Origem e histórico da ginástica artística. Movimentos Básicos (ex: rolamento, parada de mão, roda) Construção e experimentação de materiais utilizados nas diferentes modalidades ginásticas. Cultura do Circo. Espera-se que conheçam a origem e alguns significados (místicos, religiosos, entre outros) das danças circulares; Tenham condições de experimentar, vivenciar, criar e adaptar tanto as cantigas de rodas quanto diferentes seqüencias de movimentos. Conhecer os aspectos históricos da ginástica artística e das práticas corporais circenses; Experimentar e vivenciar os fundamentos básicos da ginástica: • • • • Saltar; Equilibrar; rolar/girar; trepar; • • • lutas Judô Karate Taekwondo Capoeira Consciência Corporal. • balançar/embalar. Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização de materiais alternativos. Origem e histórico das lutas. Atividades que utilizem materiais alternativos . Jogos de oposição Musicalização - Ginga, esquiva e golpes Conhecer a história da esgrima e da capoeira; Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização de materiais alternativos e dos jogos de oposição. SERIE: 6ª conteúdo estrutura nte esporte conteúdos básicos abordagem pedagógica • • • • • • • Origem dos diferentes esportes e mudanças no Futebol decorrer da história. Noções Handebol das regras e elementos Voleibol básicos. Basquetebol Prática dos fundamentos das Atletismo diversas modalidades Tênis de mesa esportivas. Sentido da Futsal competição esportiva. • Brincadeiras de rua • Jogos dramáticos e de interpretação • Jogos de raquete e peteca • Jogos cooperativos jogos e • Jogos de brincadeir estafetas as • Jogos de tabuleiro expectativa de aprendizagem Espera-se que o aluno possa conhecer a difusão e diferenças de cada esporte relacionando-a com as mudanças do contexto histórico brasileiro. Reconhecer e se apropriar dos fundamentos básicos dos diferentes esportes. Tenham noções básicas das regras das diferentes manifestações esportivas. Difusão dos jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto Recorte histórico delimitando brasileiro. tempos e espaços, nos jogos, Conhecer as diferenças e as possíveis relações existentes entre brinquedos e brincadeiras. Diferença entre brincadeira, os jogos, brincadeiras e brinquedos. Construir individualmente ou jogo e esporte. coletivamente diferentes jogos e A construção coletiva dos brinquedos. jogos, brincadeiras e brinquedos. Os Jogos, as brincadeiras e suas diferenças regionais. • dança Xadrez Conhecer a origem e o contexto em que se desenvolveram o Break, Recorte histórico delimitando frevo e maracatu; Vivenciar as • Hip Hop: Break tempos e espaços, na dança. diferentes manifestações rítmicas e Desenvolvimento de formas expressivas, por meio da criação e • Dança corporais rítmico/expressivas. adaptação de coreografias. folclórica Reconhecer as possibilidades de • Dança criativa Criação e adaptação de vivenciar o lúdico a partir da coreografias. construção de instrumentos musicais Construção de instrumentos como, por exemplo, o pandeiro e o musicais. chocalho. • Atividades circenses • Ginástica rítmica Ginástica ginástica • artística • Ginástica natural lutas • • • Capoeira Judô Karate /Taekwondo Aspectos históricos e culturais da ginástica. Noções de posturas e elementos ginásticos. Cultura do Circo. Conhecer os aspectos históricos da ginástica rítmica (GR); Experimentar e vivenciar outras formas de movimentos e os elementos da GR como: saltos; piruetas; equilíbrios; Origem das lutas, mudanças no decorrer da história jogos de oposição Ginga, esquiva e golpes Rolamentos e quedas. Conhecer a história do judô e alguns movimentos básicos como as quedas e os rolamentos; Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização de materiais alternativos e dos jogos de oposição. SERIE: 7ª conteúdo estruturan conteúdos básicos te abordagem pedagógica expectativa de aprendizagem esporte jogos e brincadeiras • • • • • • • mesa • Jogos cooperativos • Jogos intelectivos • Jogos de raquete e peteca • Jogos de tabuleiro • dança Futebol Handebol Voleibol Basquetebol Atletismo Futsal Tênis de Recorte histórico delimitando tempos e espaços, no esporte. Possibilidade do esporte como atividade corporal: lazer, esporte de rendimento, condicionamento físico. Esporte e mídia. Esporte: benefícios e malefícios à saúde Prática dos fundamentos das diversas modalidades esportivas. Discutir e refletir noções de ética nas competições esportivas. Entender que tais práticas podem ser vivenciadas no tempo/espaço de lazer, como esporte de rendimento ou como aptidão física e saúde. Compreender a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes esportes. Reconhecer os benefícios e os malefícios que as práticas esportivas proporcionam a seus praticantes. Conhecer e vivenciar diferentes modalidades esportivas. Recorte histórico delimitando tempos e espaços, nos jogos, brincadeiras e brinquedos. Festivais Estratégias de jogo Desenvolver festivais a partir dos diferentes jogos sejam eles cooperativos, competitivos ou de tabuleiro. Conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos, brincadeiras e brinquedos. Xadrez Recorte histórico delimitando • Hip Hop tempos e espaços, na dança. • Danças Hip Hop: apresentação dos folclóricas elementos de forma crítica (DJ, • Dança de rua RAP E BREAK). Elementos e técnicas de dança Esquetes (são pequenas • Dança de sequências cômicas). salão Conhecer e compreender os diferentes elementos do Hip-Hop a partir do contexto histórico. Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros elementos que identificam as diferentes danças. Montar pequenas composições coreográficas Manusear os diferentes elementos da GR como: ginástica • Ginástica artistica • Ginástica rítmica • Ginástica geral • Atividades circenses Recorte histórico delimitando tempos e espaços, na ginástica. Noções de postura e elementos ginásticos. Origem da Ginástica com enfoque específico nas diferentes modalidades, pensando suas mudanças ao longo dos anos. Manuseio dos elementos da Ginástica Rítmica. Movimentos acrobáticos • • • • • corda; fita; bola; maças; arco. Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir das atividades circenses como acrobacias de solo e equilíbrios em grupo. lutas • • • • Capoeira Judô Karate Taekwondo Aprofundar alguns elementos da capoeira procurando compreender a constituição, os ritos e os significados da roda. Conhecer as diferentes projeções e imobilizações do judô. Roda de capoeira Projeção e imobilização Jogos de oposição SERIE: 8ª conteúdo conteúdos básicos estrutura nte esporte jogos e brincadeiras • • • • • • • mesa Futebol Handebol Voleibol Basquetebol Atletismo Futsal Tênis de • Jogos cooperativos • Jogos de tabuleiro • Xadrez abordagem pedagógica expectativa de aprendizagem Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Organização de festivais esportivos Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Regras oficiais e sistemas táticos. A prática dos fundamentos das diversas modalidades esportivas. Súmulas, noções e preenchimento. Vivenciar festivais esportivos, trabalhando com arbitragens, súmulas e as diferentes noções de preenchimento. Reconhecer o contexto social e econômico em que os diferentes esportes se desenvolveram. Organização e criação de gincanas e RPG (Role-Playing Game, Jogo de Interpretação de Personagem), é um jogo de estratégia e imaginação, em que os alunos interpretam diferentes personagens, vivendo aventuras e superando desafios. Diferenciação dos jogos cooperativos e competitivos Reconhecer a importância da organização coletiva na elaboração de gincanas e R.P.G. Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos seguintes elementos: − − − − − − Visão do jogo; Objetivo; O outro; Relação; Resultado; Conseqüência; − Motivação. • Dança de salão dança • Dança Folclórica • Ginástica artística • Ginástica rítmica ginástica • Ginástica de academia lutas Recorte histórico delimitando tempos e espaços, na dança. Organização de festivais. Elementos e técnicas de dança • Taekwondo • • Capoeira Karate • judo Origem da Ginástica: trajetória até o surgimento da Educação Física. Construção de coreografias. Ginástica e a cultura de rua. (circo, malabares e acrobacias). Análise sobre o modismo. Vivência das técnicas específicas das ginásticas desportivas. Recursos ergogênicos (doping). Origens e aspectos históricos Reconhecer a importância das diferentes manifestações presentes nas danças e seu contexto histórico. Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros elementos presentes no forró, vanerão e nas danças africanas. Criar e vivenciar festivais de dança, na qual sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas realizadas pelos alunos. Conhecer e vivenciar as técnicas da ginásticas ocidentais e orientais. Compreender a relação existente entre a ginástica artística e os elementos presentes no circo. A influência da ginástica na busca pelo corpo perfeito. Conhecer os aspectos históricos das diferentes lutas e se possível vivenciar algumas manifestações. ENSINO MÉDIO conteúdo conteúdos básicos estrutura nte abordagem pedagógica expectativa de aprendizagem esporte jogos e brincadeiras • • • • • • • mesa Futebol Futsal Handebol Voleibol Basquetebol Atletismo Tênis de • Jogos populares • Jogos competitivos • Jogos cooperativos • Jogos de tabuleiro • Jogos intelectivos • Apropriação dos Jogos pela Indústria Cultural. Organização de eventos. Dinâmica de grupo. Jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e tempos de lazer. Recorte histórico delimitando tempo e espaço. Organizar e vivenciar festivais e campeonatos esportivos, trabalhando com construção de tabelas, arbitragens, súmulas e as diferentes noções de preenchimento. Aprofundar e compreender as diferenças entre esporte da escola, o esporte de rendimento e a relação entre esporte e lazer. Compreender a função social do esporte. Reconhecer a influencia da mídia, da ciência e da indústria cultural no esporte. Compreender as questões sobre o dopping, recursos ergogênicos utilizados e nutrição. Reconhecer a apropriação dos jogos pela indústria cultural, buscando alternativas de superação. Organizar eventos e diferentes dinâmicas de grupos que possibilitem também uma aproximação maior entre os estudantes, considerando suas individualidades. Xadrez • Dança folclórica • Dança de salão dança Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Esporte de rendimento X qualidade de vida. Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Regras oficiais e sistemas táticos. Súmulas, noções e preenchimento. Scalt. Conhecimento popular X conhecimento científico. Relação Esporte e Lazer. Função social. Esporte e mídia. Esporte e ciência. Doping e recursos ergogênicos. Nutrição, saúde e prática esportiva. Organização de campeonatos, montagem de tabelas, formas de disputa. Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural. Dança e expressão corporal e diversidade de culturas. Diversas manifestações, ritmos, dramatização, danças temáticas. Interpretação e criação coreográfica. Alongamento, relaxamento e consciência corporal. Apropriação da Dança pela Indústria Cultural. Diferentes tipos de dança. Org. Festival de Dança. Conhecer os diferentes passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros Reconhecer e aprofundar as diferentes formas de ritmos e expressões culturais, por meio da dança. Discutir e aprofundar a forma de apropriação das danças pela indústria cultural. Vivenciar a organização e participação de festivais, na qual sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas realizadas pelos alunos. • Ginástica geral • Ginástica de academia; • Ginástica ginástica rítmica Função social da ginástica. Fundamentos da ginástica. Ginástica no mundo do trabalho (ex. laboral). Ginástica X sedentarismo e qualidade de vida. Correções posturais. Grupos musculares, resistência muscular, diferença entre resistência e força; tipos de força; fontes energéticas. Diferentes métodos de avaliação e análise com testes físicos e planejamento de treinos. Festival de ginástica. Freqüência cardíaca. Fonte metabólica e gasto energético. Composição corporal. Ergonomia, DORT e Lesão por Esforço Repetitivo (LER). Organizar eventos de ginásticas, na qual sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas ou seqüência de movimentos ginásticos elaboborados pelos alunos. Aprofundar e compreender as as questões biológicas, ergonômicas e fisiológicas que envolvem a ginásticas. Compreender a função social da ginástica. Discutir sobre a influência da mídia, da ciência e da indútria cultural na ginástica. Compreender e aprofundar a relação entre a ginástica e trabalho. Construção cultural do corpo. Desvios posturais. Apropriação da Ginástica pela Indústria Cultural. lutas Taekwondo Karate Kung fu Muay thai Boxe Greco romana Capoeira Jjiu-jitsu Judô Sumo Histórico, filosofia e características das diferentes artes marciais. Lutas X Artes Marciais. Histórico, estilos de jogo/luta/dança, musicalização e ritmo, ginga, confecção de instrumentos, movimentação, roda etc Artes marciais, histórico, técnicas, táticas/estratégias. Apropriação da Luta pela Indústria Cultural. Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes formas de lutas e se possível vivenciar algumas manifestações. Discutir a questão que se refere a diferença entre lutas e artes marciais. Vivenciar os diferentes estilos de jogo/luta/dança. Discutir e aprofundar sobre a forma de apropriação das lutas pela indústria cultural. Conhecer os diferentes ritmos golpes, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros. Organizar um festival de demonstração, no qual os alunos apresentem as diferentes tipos de golpes . DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS Em relação aos Desafios Educacionais Contemporâneos (Enfrentamento à Violência na Escola; Cidadania e Direitos Humanos; Educação Ambiental (Lei 9795/99 – política nacional de educação ambiental); Educação Fiscal; Prevenção ao Uso Indevido de Drogas) que são demandas que possuem uma historicidade, por vezes fruto das contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais e, por isso, prementes na sociedade contemporânea e estão presentes nas experiências, práticas, representações e identidades de educandos e educadores. Com a mesma importância tratamos da Diversidade, possibilitando a visibilidade cultural e pedagógica aos diferentes sujeitos educandos e educadores presentes nas escolas públicas do Paraná, fortalecendo suas identidades, lutas, processos de aprendizagem e resistência: Lei 11.525/2007 – Direitos da Crianças e dos Adolescentes, Educação do Campo, Lei 11.645/08 e 10.639/03 História e Cultura Afro Brasileira e Indígenas, Gênero e Diversidade Sexual. Nesta Proposta Pedagógica Curricular, temos clareza portanto, de que a escola não dá conta de tudo, mas de forma consciente e fundamentada podemos e devemos fazer o exercício de discutir sobre estes desafios, entendendo-os na mesma perspectiva do conteúdo escolar: na perspectiva da historicidade, da concreticidade e da totalidade, indo para além de representações ingênuas, idealistas e estereotipadas da realidade. METODOLOGIA Considerando o objeto de ensino e de estudo (a Cultura Corporal) da Educação Física tratado nas Diretrizes Curriculares e nesta Proposta Pedagógica, por meio dos Conteúdos Estruturantes propostos – esporte, dança, ginástica, lutas, jogos e brincadeiras –, a Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais. Cabe ao professor, a responsabilidade de organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que possibilita a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação Física na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da realidade. Esse momento caracteriza-se como preparação e mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar. Posteriormente, o professor apresentará aos alunos o conteúdo sistematizado, para que tenham condições de assimilação e recriação do mesmo, desenvolvendo, assim, as atividades relativas à apreensão do conhecimento através da prática corporal. Enfim, é preciso reconhecer que a dimensão corporal é resultado de experiências objetivas, fruto de nossa interação social nos diferentes contextos em que se efetiva, sejam eles a família, a escola, o trabalho e o lazer. Para efetivação dessas aulas, serão utilizados os seguintes recursos didáticos e tecnológicos: pesquisas no laboratório de informática e na biblioteca, dramatizações na quadra poliesportiva, TV Multimídia e salão nobre. AVALIAÇÃO Um dos primeiros aspectos que precisa ser garantido é a não exclusão, isto é, a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o conjunto das ações e não seja um elemento externo a esse processo. As formas de avaliação serão diferenciadas, considerando o conhecimento ministrado e atividades elaboradas, a serem avaliadas em vários momentos, para que o aluno possa demonstrar os progressos alcançados. Será um processo contínuo, qualitativo e formativo partindo sempre da avaliação diagnóstica, visando a superação das dificuldades constatadas. Para tanto serão utilizados como meios de avaliação os seguintes critérios: Comprometimento e envolvimento – se os alunos entregam as atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos e regras; se o aluno consegue resolver, de maneira criativa, situações problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno se mostra envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas ou realizando relatórios. Para tanto serão utilizados como meios de avaliação os seguintes instrumentos: Dinâmicas em grupo, seminários, debates, júri simulado, (re)criação de jogos, pesquisa em grupos, organização e a realização de jogos escolares, cuja finalidade é demonstrar a capacidade de liberdade e autonomia dos alunos, as provas e os trabalhos escritos podem ser utilizados para avaliação das aulas de Educação Física, desde que a nota não sirva exclusivamente para hierarquizar e classificar os alunos em melhores ou piores; aprovados e reprovados; mas que sirva, também, como referência para redimensionar as aulas do professor. BIBLIOGRAFIA - DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EDUCAÇÃO FÍSICA. CURITIBA, PR: SEED, 2008. - BRASIL, Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário oficial da união, 23 de dezembro de 1996. - Caderno Pedagógico de Voleibol Educação Física - Curitiba- l984. Ministério da Educação e Cultura (PR) Coordenação de - Caderno Pedagógico de Basquetebol - Ministério da Educação e Cultura (PR) Coordenação de Educação Física - Curitiba - l984. - SANTANA, Wilton Carlos de. Futsal - Metodologia de Participação. Londrina - PR, Lido Editora – l996. - CONCEIÇÃO, Ricardo Batista. Ginástica Escolar. 3ª ed. Rio de Janeiro; S ENSINO RELIGIOSO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA De acordo com a nossa história, os temas sobre o Ensino Religioso iniciaram a partir da chegada dos portugueses ao Brasil; a Companhia de Jesus veio para a colônia com o objetivo de converter os índios através de um sistema educativo cristão. Após a Proclamação da República o ensino, baseado nos ideais positivistas, se tornou laico, devido a separação entre o estado e a igreja. Com a constituição de 1934, admitiu-se como disciplina de Ensino Religioso para atender as demandas republicanas e confessionais existentes, porém, com matrícula facultativa para os não católicos e presentes nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais, garantindo um ensino restrito a religião predominantemente cristã. Durante a década de 60 o aspecto confessional foi suprimido; doze anos após a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmarem o direito a liberdade de pensamento, consciência e principalmente, direito a livre escolha de culto religioso. Após 1967, surgiram possibilidades de reelaboração da disciplina, porém além de facultativo o Ensino Religioso não poderia acarretar ônus aos poderes públicos e os professores deveriam se cadastrar perante as autoridades das respectivas tradições religiosas. O Ensino Religioso aconfessional e público se concretizaram em 1996 com a LDBEN e sua correção em 1997, pela lei 9.475 com o artigo 33, o qual assegurava ao aluno a disciplina integrada à uma formação básica, juntamente com o respeito à diversidade religiosa. Desta maneira, pela primeira vez, a lei contempla os temas religiosos com um modelo laico e pluralista nas escolas. No Paraná, a Associação Interconfessional de Curitiba (Assintec) elaborou material pedagógico e cursos de formação continuada. Em 1972 elaboraram o Programa Nacional de Tele Educação (Prontel), propondo a instituição do Ensino Religioso radiofonizado nas escolas municipais. No decorrer da década de 70, Assintec e SEED foram entendendo o atendimento e oferecendo cursos com apoio da Associação das Escolas Católicas (AEC), com o objetivo de aprofundar e atualizar o conhecimento sobre a pedagogia da Educação Religiosa usando a Bíblia, surgindo aí as apostilas com passos metodológicos e com mensagens bíblicas onde qualquer pessoa poderia como professor seguí-las. Em 1981 nasce o programa de rádio “Diga Sim” para a formação continuada de professores e realizou-se o primeiro Simpósio de Educação Religiosa no CETEPAR. Surge aí a necessidade de contribuir com a Constituinte para garantir espaço da disciplina na nova legislação em consonância ao modelo de educação que se pretendia na época. No ano de 1987 teve início o curso de Especialização em Pedagogia Religiosa, com carga horária de 360 h/a, oferecido pela parceria da SEED, Assintec ePUC/PR, com a preocupação com a formação do professor para a pluralidade religiosa, ainda que, na época, prevalecessem atividades marcadas por celebrações e vivência de valores. Através da segunda maior emenda popular na Constituinte o Ensino Religioso ficou garantido na Constituição de 1988, como disciplina assegurando o direito à liberdade de culto e de expressão religiosa. Com a resolução SEED n. 6.856/93 reitera-se o estabelecido entre a SEED e a Assintec com orientações para a oferta da disciplina, mas este perde sua validade nas gestões sucessivas e especialmente com a promulgação da nova LDBEM 9.394/96. Desde 1995 os debates instaurados pela Fonaper (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso) permitem rever aspectos relativos ao Ensino religioso nas escolas destacando a diversidade religiosa e cultural brasileira, buscando novos encaminhamentos para esta disciplina. Apesar do enfraquecimento da disciplina no estado do Paraná, ela ficou restrita às escolas onde havia professor efetivo, sendo em 1997, retomada a discussão e publicado o PCN de Ensino Religioso no país. Em 2002, o Conselho Estadual de Educação do Paraná, aprovou a Deliberação 03/02, regulamentando o Ensino Religioso nas Escolas Públicas do Paraná. No final de 2005, a SEED encaminhou questionamentos oriundos desse processo de discussão com os Núcleos Regionais de Educação e com professores ao Conselho Estadual de Educação (CEE), aprovando a deliberação n.01/06, instituindo novas normas para o Ensino religioso Estadual no Paraná como: repensar o objeto de estudo, formação docente, diversidade religiosa, necessidade de diálogo sobre o sagrado e reconhecimento das expressões das diferentes manifestações religiosas e culturais. A disciplina de Ensino religioso pode proporcionar a apropriação dos saberes historicamente acumulados das diversas culturas na sua relação com outros conhecimentos, superando preconceitos e consolidando o respeito à diversidade cultural e o relacionamento que cada uma tem com o Sagrado, garantindo assim o direito à liberdade individual, política e o desenvolvimento da cidadania. Sendo que o ensino pode oportunizas a construção do conhecimento, oferecendo conteúdos que privilegiem a as diferentes manifestações culturais e religiosas; dos ritos, das suas paisagens e símbolos, as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas as formas diversas de religiosidade: (...) aquilo que para as igrejas é o objeto de fé, para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção fé/crença e religião, entre o ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu potencial de humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso na Escola Pública não pode ser concebido,de maneira nenhuma, como uma espécie de licitação para as igrejas. A instituição escolar deve reivindicar a título pleno a competência sobre essa matéria. ( COSTELLA, 2004, p. 105-106) O Ensino Religioso contribui para superar a desigualdade étnico religiosa e garantir o direito constitucional à liberdade de expressão e crença, conforme o Art. 5°, inciso VI, da Constituição, sendo um desafio da escola superar o preconceito, fornecendo instrumentos de leitura da realidade e criando as condições para aproximar as pessoas, construindo pressupostos de diálogo entre as diferentes religiões existentes, fomentando medidas contra discriminações. Isto se fará, observando a legislação brasileira que torna obrigatório o ensino da cultura Afro-brasileira, através da lei nº 10.639/03; a lei 11.635/08 – História e cultura dos povos indígenas incluindo os Desafios Educacionais Contemporâneos: Sexualidade, Prevenção ao uso indevido de Drogas, Educação Fiscal, Violência e Violência Escolar e a Lei 9.795/99 - Política Nacional de Educação Ambiental. Assim teremos por objetivo promover alteração na realidade vivenciada, trilhando novos rumos à sociedade democrática mais crítica, criativa e menos desigual. Esta disciplina tem como objeto o estudo do Sagrado, tendo-o como a base de fenômenos religiosos, que são o cerne da experiência religiosa do cotidiano. Ao se apropriar do conhecimento de diferentes manifestações do Sagrado, o educando poderá buscar explicar a experiência do mesmo, das diferentes culturas expressas nas religiões mais sedimentares e nas mais recentes; Explanando os caminhos percorridos na busca do sagrado, na sua dimensão cultural, ele terá a compreensão da influência deste, na construção do cognitivo presente nas sociedades. Ao se apropriar dos conhecimentos os educandos poderão contribuir para a construção e socialização do conhecimento religioso. Devido à diversidade social, as transformações ocorridas na educação, com a globalização dos meios de comunicação, há a repercussão das manifestações do sagrado e com as tecnologias ampliam-se a apropriação de novos saberes, marcadas pelas exigências do capitalismo. É essa realidade que se coloca como um desafio para a escola e para o Ensino Religioso. É necessária a inserção de conteúdos que tratem da diversidade das manifestações religiosas. É necessário que o Ensino Religioso adquira status de disciplina escolar, pois todas as religiões podem ser analisadas como conteúdos nas aulas de Ensino religioso, pois aí se encontra o Sagrado. Sendo assim, o Ensino Religioso permitirá que os educandos possam refletir e entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o Sagrado. Compreenderão suas trajetórias e manifestações no espaço escolar e estabelecerão relações entre culturas, espaços e diferenças. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES O Sagrado é o objeto de estudos dessa disciplina, com base nisso são três os conteúdos estruturantes para a disciplina de Ensino Religioso: Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto Sagrado. Para Gil e Alves (2005, p.51-83) esses conteúdos referem-se respectivamente: Paisagem Religiosa: à materialidade fenomênica do Sagrado, que é apreendida através dos sentidos; é a exterioridade do Sagrado e sua concretude, os espaços sagrados; Universo Simbólico Religioso: à apreensão conceitual através da razão, pela qual se concebe o Sagrado pelos seus predicados e se reconhece a lógica simbólica; é entendido como um sistema simbólico de prejeção cultural; Texto Sagrado: à tradição e à natureza do Sagrado enquanto fenômeno; neste sentido é reconhecido através das Escrituras Sagradas e das Tradições Orais Sagradas.Esses conteúdos devem ser analisados estabelecendo-se a relação entre estes para auxiliar na compreensão do objeto de estudos da mesma. CONTEÚDOS BÁSICOS Os conteúdos básicos para a disciplina de Ensino religioso têm como referência os conteúdos estruturantes apresentados. Ao analisar os conteúdos básicos para a 5ª série, pode identificar sua proximidade com outras disciplinas. Sendo assim, o conhecimento organizado de modo a favorecer a sua abordagem pelas diferentes disciplinas, conforme a prioridade de cada uma. Na disciplina de Ensino Religioso, o sagrado, sendo o seu objeto de estudo, o conteúdo estudado sempre estará relacionado a este. A organização do conteúdo a ser apreendido deve partir do estudo de manifestações religiosas menos conhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos educandos e conceber diferentes realidades, que não apenas a sua. CONTEÚDOS BÁSICOS DE ENSINO RELIGIOSO PARA A 5ª SÉRIE/ 6° ANO ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos de modo institucionalizado; Serão tratados como conteúdos, sob a ênfase das principais características, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e relação como o Sagrado. Poderão ser destacados os fundadores ou líderes religiosos;e as estruturas hierárquicas; implicando as relações que estes estabelecem com o Sagrado, a sua visão de mundo, suas atitudes, etc. Entre os exemplos de organizações religiosas mundiais estão: o budismo (Sindarta Gautama), confucionismo ( Confúcio), espiritismo ( Allan Kardec), dentre outros. Entre os exemplos de organizações religiosas estão: Igreja, Congregação, Casa de Oração e Satanismo, Mesquita, Pagode, Pathi, Salão do Reino, Sinagoga, Templos Mórmons, Terreiro e Casa de Adoração Bahá'í LUGARES SAGRADOS Lugar é o espaço familiar do sujeito, é onde se dão suas relações diárias; Constrói-se o entendimento de lugar na relação de afetividade e identidade onde o particular e histórico acontecem, numa relação de tempo/espaço. O que torna um lugar sagrado é a identificação e o valor a este atribuído, onde ocorreram manifestações religiosas e culturais; estes são onde ocorrem as manifestações do Sagrado. Estes podem ser divididos da seguinte forma: - Lugares sagrados da natureza como: os rios, lagos, montanhas, grutas, cochoeira, etc; - Lugares sagrados construídos são: templos, cidades, cemitérios, etc. Durante a afirmação do processo pedagógico, professor e alunos devem identificar os lugares sagrados nas diferentes tradições religiosas em função de fatos considerados relevantes (morte, nascimento, pregação, milagre, redenção, dentre outros). TEXTOS SAGRADOS ORAIS OU ESCRITOS São ensinamentos sagrados, transmitidos de forma oral, através de cantos, narrativas, poemas, orações, lendas, principalmente nas tradições africanas e indígenas; e escrita pelas diferentes culturas religiosas expressas através de textos grafados tal como Vedas, a Bíblia, o Torá, o Al Corão, dentre outros. SÍMBOLOS RELIGIOSOS Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem papel relevante para a constituição de diferentes religiões no mundo. O símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um sonho, um ritual, etc. Entre os exemplos de símbolos religiosos estão: o Selo de Salomão, a Cruz, o Yin-Yang, a Lua Crescente com uma Estrela, o Om ou Aum, o Khanda, a Flor-de-Lótus, a Roda Dharmica ou Dharmacakra, o Tenrikyo, o Valknut, o Pentagrama, o Faravahar ou Ferohar, a Estrela de Nove Pontas, o Torii, e o Enkan. CONTEÚDOS BÁSICOS DE ENSINO RELIGIOSO PARA A 6ª SÉRIE/ 5° ANO TEMPORALIDADE SAGRADA O que diferencia o tempo Sagrado do tempo Profano é a falta de hogeneidade e continuidade. Enquanto o homem, em sua vista profana, experimenta a passagem do tempo em que um momento é igual ao outro, na vida religiosa, o homem experimenta momentos diferentes. Os momentos das atividades ordinárias como o trabalho, a alimentação e o estudo são semelhantes e podem ser substituídos uns pelos outros. O tempo da revelação do sagrado assume o momento importante em que o ser humano se relaciona com o divino. Nos ritos, nas festas, nas orações, o homem experimenta um momento especial e que pode ser sempre renovado. O tempo profano, por sua vez, não pode ser recuperado, pois é entendido segundo a ideia de uma sucessão de “agoras”, o passado não pode ser revivido, dando lugar ao presente em que se está. O tempo profano está ligado à existência humana, tendo início com o nascimento do homem e fim com a sua morte. Já o tempo divino está além da vida animal do homem, na ideia de eternidade, ideia essa que fundamenta a perspectiva de vida após a morte que marca as religiões. Pode-se trabalhar a temporalidade sagrada apresentando nas aulas o evento da criação nas diversas tradições religiosas, os calendários e seus tempos sagrados (nascimento do líder religioso, passagem do ano, datas de festas e rituais). FESTAS RELIGIOSAS São eventos organizados por diferentes grupos religiosos com o objetivo da reatualização de um acontecimento primordial que pode ser uma confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. Sendo de grande importância para este momento unir e aproximar as pessoas. Dentre as festas que podem ser analisadas na sala de aula estão a Festa do Dente Sagrado (Budista), o Ramada (Islâmica), Kuarup (Indígena), Natal (Cristianismo), Samhain (lê-se: soul-êim) (Wicca), Rosh Hashana (Ano novo judaico) (Judaísmo), Losar (Ano Novo) (Budismo Tibetano) Vesak (Aniversário de Buda) (Hinduísmo), Aiê (ano-novo) (Religiões afro-brasileiras) e Festa de Aruanã (Povos autóctones brasileiros). RITOS São celebrações das tradições e manifestações religiosas que possibilitam um encontro interpessoal. Essas celebrações são formadas por um conjunto de rituais, e podem ser compreendidas como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior; servem à preservação da identidade de diferentes tradições religiosas. Os ritos são um dos itens responsáveis pela construção dos espaços sagrados. Dentre as celebrações dos rituais nem todos possuem a mesma função. Destacam-se: • os ritos de passagem; • os mortuários; • os propiciatórios, entre outros. Entre os exemplos a serem apontados, estão: a dança (Xire), o candomblé, o (kaingang, ritual fúnebre), a via sacra, o festejo indígena de colheita, etc. kiki VIDA E MORTE As religiões procuram explicar as dúvidas mais angustiantes do homem para além desta vida, as respostas elaboradas nas diferentes tradições religiosas e sua relação com o Sagrado poder ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: o sentido da vida nessas tradições; a reencarnação: além da morte, ancestralidade, espíritos dos antepassados que se tornam presentes; ressurreição; apresentação da questão da morte em diferentes culturas. METODOLOGIA DA DISCIPLINA Utilizaremos um encaminhamento metodológico baseado na aula dialogada, a partir da experiência religiosa do aluno e de seus conhecimentos prévios para, em seguida, apresentar o conteúdo que será trabalhado. Frequentemente os conhecimentos prévios dos alunos são compostos por uma visão de senso comum. O professor, por sua vez, deve se posicionar de forma clara, objetiva e crítica quanto ao conhecimento sobre o Sagrado. O professor anuncia aos alunos o conteúdo que será trabalhado e dialoga com eles para verificar o que conhecem sobre o assunto e que uso fazem. Pode-se fazer um levantamento de questões ou problemas envolvendo essa temática para que os alunos identifiquem o quanto já conhecem a respeito do conteúdo, ainda que de forma caótica. Assim, que qualquer assunto a ser desenvolvido em aula está, de alguma forma, presente na prática social dos alunos deve ser evidenciado. A partir do nosso objeto de estudos – o sagrado- e apresentados os conteúdos da disciplina, partir-se-á de abordagens, manifestações e expressões religiosas pouco conhecidas, para uma posterior identificação das crenças da sociedade em que vive e finalmente de convivência familiar, individual, relacionando a relação tempo/espaço, para posteriormente identificar-se na sua história. Com isto o educando entrara em contato com as diferentes manifestações religiosas historicamente construídas por diferentes culturas. Tendo em vista a globalização dos meios de comunicação, os educando precisam se apropriar de conhecimentos mais atuais. Não serão esquecidas as manifestações religiosas mais conhecidas, as quais também merecem certa atenção. A discussão das diferentes religiões vai contribuir para a superação do preconceito e para o respeito á esta diversidade, favorecendo a valorização do diferente. Durante as aulas se tomará cuidado para apresentar conteúdos que não comprometam nenhum tipo de manifestação religiosa, repeitando o direito à liberdade de consciência e a opção religiosa do aluno. Para isso terão destaque o conhecimento das bases teóricas que se firmam no Sagrado e suas expressões coletivas. Isto se fará com o uso de livros, gravuras, símbolos, noticiários, revistas, diálogo e recursos tecnológicos disponíveis (TV-pendrive, CD, Vídeos, rádio). Os conteúdos também serão trabalhados através de jogos, confecção de cartazes. Priorizando os conteúdos de acordo com as leis: Lei 10.639/03 – História e Cultura Afro Brasileira e Indígena; Lei 11.645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas; Lei 9.795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental. AVALIAÇÃO Como a disciplina de Ensino Religioso não prevê atribuição de notas ou conceitos como o intuito de aprovação ou reprovação, bem como registro disto na documentação escolar, pois há o caráter facultativo de matrícula, não se fará avaliação nesse sentido. No entanto a observação ou avaliação em todas as oportunidades em que os educandos participam da aula. Fazendo atividades propostas, e na escola, quanto ao respeito, à aceitação e a importância do Sagrado na sua vida, com os outros e na sociedade. Também será atribuído nota na produção do aluno (cadernos, atividades, participação, pesquisa...) e os vários momentos em que se trabalhar os conteúdos nas aulas. Estas notas também ficarão registradas no Livro de Chamada do professor, para possíveis verificações da parte discente e docente do colégio e dos familiares. Sobre a recuperação paralela se tomará cuidado para que aconteça no decorrer das aulas. A avaliação que se fará servirá para a organização do trabalho desta disciplina, para diagnosticar algum possível problema na passagem ou na apreensão do conhecimento. São critérios de avaliação no Ensino Religioso: • estimular o aluno a expressar uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua. • formar a consciência do aluno para aceitar as diferenças de credo ou de expressão de fé. • reconhecer que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade de cada grupo social. • valorizar o aluno que emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do Sagrado. REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. O que é Religião? São Paulo, Brasiliense, 1981. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/dpdh/gpdh/ddh_bib_inter_universal.htm. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: ENSINO RELIGIOSO. Paraná: SEED, 2008. FILOSOFIA 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Filosofia nasce da experiência humana, da tentativa do ser humano compreender a si mesmo e tudo que o cerca, valendo-se da autonomia da razão para criar e recriar conscientemente o mundo em que vivemos. Trata-se do corpo do conhecimento, constituído a partir de um esforço que o ser humano vem fazendo para compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido. A Filosofia se ocupa de questões cujas respostas estão longe de se obter pela ciência, como a estrutura do universo, a origem das noções de bem e mal, os efeitos que a consciência humana projeta sobre o mundo entre outros, amplamente discutidos pela Filosofia porque ainda são desafiantes e carecem de respostas. A Filosofia gira em torno de problemas e conceitos criados no decorrer de sua longa história, os quais devidamente aplicados, geram discussões promissoras e criativas que desencadeiam muitas vezes ações e transformações, por isso permanecem atuais. A Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte. Com uma forma de pensar específica, particular e insubstituível, a Filosofia permite ampliar a visão de mundo trazida pela ciência e demais formas de expressão cultural, apresentadas como saberes escolares. Constituída como pensamento há mais de 2600 anos a Filosofia traz consigo problema de seu ensino, desde o embate entre o pensamento de Platão e as teses dos sofistas. Naquele momento, tratava-se de compreender a relação entre o conhecimento e o papel da retórica no ensino. Platão admitia que, sem uma noção básica das técnicas de persuasão a prática de ensino da Filosofia teria efeito nulo sobre os jovens. Por outro lado, também pensava que o ensino de Filosofia se limitasse a transmissão de “técnicas” de sedução do ouvinte, por meio de discursos, o perigo seria outro: a Filosofia favoreceria posturas polêmicas, como o relativismo moral ou o uso pernicioso do conhecimento. Com a finalidade de estimular o trabalho da mediação intelectual, o pensar, a busca da profundidade dos conceitos e das suas relações históricas, em oposição ao caráter imediatista que assedia e permeia a experiência do conhecimento e as ações dela resultantes, a Filosofia se organiza por meio dos seguintes conteúdos estruturantes: Mito e Filosofia, Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Estética e Filosofia da Ciência. O ensino de Filosofia é um espaço para a criação de conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida ao ensino. O que a Filosofia pretende é provocar o despertar da consciência de ensinar filosoficamente isto é, exercer a crítica e o pensar do ponto de vista da totalidade. A Filosofia tem uma contribuição fundamental para o ensino, a de recuperar a prática reflexiva, questionadora que contribui para a compreensão de quem somos e em que mundo vivemos. Quando falamos do Ensino de Filosofia para o ensino Médio precisamos entender que a disciplina de Filosofia está inserida nos sistemas educacionais desde a Antiguidade. Porém, o que nos interessa para o momento é fazermos uma breve análise histórica sobre a filosofia e seu ensino no Brasil, entendendo que somos herdeiros de uma tradição europeia e que a ausência de lutas e do combate de ideias provocadas pela Reforma Religiosa, fez perdurar em Portugal uma filosofia superprotegida pela força da inquisição. A mesma orientação filosófica desembarcou no Brasil e, portanto, acabamos por ficar com uma orientação filosófica predominantemente Escolástica até o século XlX, forma de ensino que foi desenvolvida nas escolas da Idade Média. A Escolástica era uma linha de pensamento exclusivamente cristã e procurava respostas que justificassem a fé na doutrina ensinada pelo clero, guardião das verdades espirituais. Voltar para história da filosofia na educação escolar brasileira é imprescindível para compreendermos os caminhos e descaminhos da filosofia no Brasil e seus possíveis desdobramentos. Percebemos dentro dos vários modelos educacionais implementados no Brasil que alguns contemplaram a filosofia no currículo, e outros não, dependendo da educação e interesses de cada época, dessa maneira percebemos que o maior problema é de cunho político e tem relação com a concepção de ensino e aprendizagem adotada, desde o período colonial. A Filosofia no Brasil começou a ser ensinada formalmente no ano de 1553, como parte imprescindível dos estudos Jesuíticos, que tinha a intenção de catequizar e de expandir o poder da igreja. A companhia de Jesus fundada, pelo antigo militar espanhol Inácio de Loyola, tinha um regime de trabalho organizado segundo os moldes militares; foram os jesuítas os responsáveis pela instrução e pela catequese dos povos colônias,além de lutarem contra os abusos nos mosteiros, procurando fortalecer a igreja Católica contra os heréticos e infiéis. ( CARTOLANO, 1985, p. 20 ). Em todo o Brasil Colônia não se aponta só o fato da educação ser religiosa, mas por estar ligada a toda uma estrutura ideológica, a igreja representava um poder mantenedor de uma elite, pois tinha o intuito de formar a classe menos privilegiada, com o objetivo de manter a submissão ao poder do clero. Percebe-se que a educação destinava-se à formação da elite intelectual, marcada pela rigidez na maneira de pensar e interpretar a realidade. A fala dentro dessa educação religiosa se baseava no Ratio Studiorum, que continha um conjunto de regras que abrangia todas as necessidades educacionais, as matérias eram desenvolvidas segundo o parâmetro curricular dos Jesuítas. De acordo com PAIM, (1984,p. 210), “o Ratio Studiorum, sintetiza a experiência pedagógica dos jesuítas, regulando cursos, programas, métodos e disciplina das escolas da Companhia”. A ideia dos jesuítas não era modificar o sentido da educação, como memorização, predileção etc..., mas manter o tipo de organização de ensino feita dentro das universidades medievais, e em colégios dentro da Idade Média, uma educação católica medieval que: tinha como objetivo principal conter os avanços da Reforma, o que culminou em uma drástica ruptura entre a tradição humanista renascentista portuguesa, adormecidas pelos princípios da anacrônica Filosofia Escolástica. Tal feito afasta Portugal das verdadeiras diretrizes de sua história”. (REVISTA INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS IBÉRICOS E IBEROS-AMERICANO/2009). No Ratio Studiorum predomina o espírito escolar. O documento obriga o professor a se basear em Tomás de Aquino e em Aristóteles, e só se afastar de Aristóteles se encontrar algo aleatório nas doutrinas apresentadas nas escolas, ou contrária a fé ortodoxa, refutando esses argumentos. Via-se todo um código de valores explicados por Tomás. Portanto a Filosofia era entendida como um instrumento de formação moral e intelectual, baseada nos cânones da Igreja Católica, e nos interesses das elites coloniais. A Filosofia ensinada na colônia estava impregnada, tanto na forma quanto no conteúdo, pela “concepção de mundo” ( Ideologia) dos jesuítas . Na forma devia seguir o Ratio Studiorum, com disciplina e rigor; e no conteúdo, devia estudar Tomás de Aquino e, com algumas ressalvas, Aristóteles. ( PAIM,1984, p.211). Percebe-se que a Igreja era porta voz da monarquia e sua elite aqui no Brasil. As leis eram postas pela monarquia, não se falava só de fé, e sim de toda uma cultura que estava sendo transmitida. A inteligência se pautava no formalismo, na retórica, na gramática, na lógica seguida pela Filosofia moral e metafísica, além de teologia escolástica e conhecimento de grego, hebraico e demais línguas, com o intuito de atender aos fins missionários. Esta educação gramaticista não era dada aos pobres, não era uma educação padronizada, tinha a finalidade de formar a classe dominante e não os dominados. Portanto, para Cartolano, (1985, p20), o “ humanismo artificial imposto a Portugal chegou até a colônia e deixou traços marcantes em nossa inteligência: o formalismo, a retórica, o gramaticismo, a erudição livresca” . A filosofia nesse período não exercia somente a função burocrática, catequética e educacional, funcionava como um sistema de dominação sobre todos os que pudessem ameaçar o poder através de um pensamento mais consciente e questionador. A Filosofia como forma de dominação e controle perde o seu verdadeiro caráter, pois impede que o indivíduo pense por si só, e que esse pensamento se transforme em ações que contribuam para o seu crescimento como indivíduo nas esferas sociais em que está inserido. Os jesuítas foram expulsos de Portugal e também das colônias devido a sua decadência econômica, e a situação se agravava pelo atraso cultural e pelo fanatismo dos jesuítas. Na época, as ideias políticas e filosóficas da França começaram a chegar através dos intelectuais que estudavam na Universidade de Coimbra. Influenciando nossos intelectuais e despertando neles o anseio pela independência política: ideias de igualdade, de liberdade, de independência de uma realidade natural e até mesmo ideias de um anti cristianismo começaram a ser defendidos. As convicções tradicionais da fé católica e da monarquia absoluta são ferrenhamente criticadas. (CARTOLANO, 1985, p. 23). Nessa época a Europa vivia no tempo do iluminismo. Para os iluministas, o homem poderia ser formado como um ser moral e intelectual pela educação e pela política, isso quer dizer que, ao refletir sobre a natureza humana, os iluministas encontravam a cultura, a sociedade e a educação em estreita relação. Logo, o papel social do homem estaria diretamente ligado a ele mesmo e a sociedade na qual se inserisse. De acordo com Boto, (1996, p. 86), “Se nas concepções de cunho religioso a graça divina salvava o homem para os iluministas, somente a razão poderia construí-lo. Com o movimento iluminista, a Filosofia no Brasil passa a ser pragmática e utilitária, pois nesse período ela passa a referir-se aos resultados das ciências naturais. Com o desenvolvimento do capitalismo, houve uma crescente ascensão social da burguesia e sua tomada de consciência como classe social. Nesse momento o racionalismo imperava na Europa, sendo a razão o principal instrumento do homem para enfrentar os desafios cotidianos e resolver seus problemas. Com a Revolução Industrial e o sucesso da ciência, surge um novo mito, a ideia de progresso. O positivismo é otimista em relação ao progresso capitalista, guiado pela técnica e pela ciência. Nota-se que o positivismo reflete no campo filosófico, a inspiração burguesa pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento técnico industrial. Desde o iluminismo a educação tornara-se a grande responsável pela construção do cidadão. A República brasileira, não fugia a regra, os ideais republicanos estavam a demandar modernização e civilização. Logo se fez urgente construir instituições educativas que possibilitassem o ingresso da população brasileira na República recém instaurada. As ideias positivistas já se faziam sentir no interior de nossas escolas e notava-se um interesse acentuado pela ciência, buscando-se nela soluções ou respostas para todos os problemas levantados.Essas idéias surgiram, não dentre os latifundiários e fazendeiros de café, mas dentre os representantes da nova burguesia comercial. (CARTOLANO, 1985, p. 31) Defensores dos ideais republicanos começam a falar contra o Ratio Estudiorum, pois era necessário outra via de se educar o povo, então começa-se a criticar a questão religiosa, era o momento do Brasil se libertar da educação somente proposta pela igreja. Nesta mesma época se tem forte influência do positivismo, que queria formar no Brasil uma nova constituição política para sustentar uma nova sociedade. Percebe-se que não havia um total consenso de ideias, pois para os positivistas, a política deveria ser pautada na moral, já os republicanos defendiam qualquer tipo de exploração do homem pelo homem para se ter o progresso material. Porém apresentavam algumas ideias que visavam o mesmo objetivo: abolição dos privilégios aristocráticos, separação da igreja do Estado, instituição do casamento e registro civil, secularização dos cemitérios, abolição da escravidão, libertação da mulher, para, através da instrução, desempenhar seu papel de esposa e mãe, e a crença na educação enquanto chave dos problemas fundamentais do país. (RIBEIRO, 1978, p. 43). Nesse momento foi necessário formar a intelectualidade. Queria-se formar no Brasil uma nova constituição política para sustentar uma nova sociedade, uma nova maneira de se estudar, aí a ciência se tornou a coisa mais importante. As disciplinas de ciências naturais (matemática,física, química, biologia e mineralogia) foram deslocadas pelo curso de filosofia, controlado pela igreja, para os cursos médicos e para a academia militar..., o positivismo veio a se firmar como a ideologia dos médicos, dos engenheiros, dos oficiais do exercito e dos professores secundários das disciplinas científicas. (ALVES,2002,p. 20). No período da República ,1890 pela reforma de Benjamim Constant a Filosofia foi retirada pela primeira vez do currículo, defendendo então que a ciência seria a primeira via de formação do homem. Portanto, a ideia era reformar a sociedade através da renovação do homem, nesse momento entra a ideia de modernidade, transformar a sociedade atrasada da colônia, agora centrada numa sociedade moderna industrial, então a Filosofia não era vista necessária. Essa educação mais uma vez não dizia respeito aos pobres. Portanto para Cartolano (1985, p. 47) “O Ensino secundário já nessa época tinha como função a preparação para o ensino superior que era, como ainda é hoje, sinal de status e prestigio social”. Com a reforma de Benjamim Constant, a educação continuava voltada para a elite. A Filosofia não era vista como importante, e sim as outras matérias que ocupavam bastante espaço, formando o intelectual, e ensinava-se também o grego e o latim. A reforma de Benjamin Constant recebeu severas criticas dos positivistas ortodoxos, no que diz respeito à idade de introdução dos estudos científicos: Comte recomendava o ensino das ciências a partir dos 14 anos e o autor da reforma já o introduzia na escola primária de primeiro grau (aritmética, geometria prática) e na de segundo grau (a trigonometria, a álgebra, as ciências físicas e naturais). O que ocorreu na realidade, em vez de reforma, foi um mero acréscimo de disciplinas científicas às tradicionais, tornando o ensino ainda mais enciclopédico. (CARTOLANO,1985, p. 35). Houve várias reformas que colocaram e retiraram a Filosofia dos currículos escolares, de acordo com os interesses principais da época. A Filosofia voltou em 1901, e colocou-se também a disciplina de lógica. A reforma Rivadávia Correia retirou a Filosofia novamente dos currículos, e propôs uma organização mais prática do currículo. No ano seguinte, voltou como disciplina optativa com a Reforma Maximiliano e em 1925 como obrigatória com a Reforma Rocha Vaz. Nessa Reforma começou-se os primeiros indícios do Renascimento no inicio do século XX no Brasil. Segundo Alves (2002) existia nesse uma certa polaridade entre o espírito literário e o espírito científico, então, defendendo os poderes e interesses ganhava-se na educação um espírito mais literário das humanidades, e defendendo o espírito mais tecnicista e cientificista, visava-se somente o capital. O movimento republicano nesse momento significou o novo e a modernidade, mas para os republicanos que preconizavam a modernidade a filosofia não era interessante, por que ela estava fortemente ligada à religião e aos valores antigos dessa religião. Então o positivismo e o tecnicismo objetivavam superá-la essa religião e formar uma massa trabalhadora para impulsionar o crescimento industrial e o aumento da economia. Nesse contexto, a filosofia é vista como suspeita pelos republicanos, em especial os positivistas, já que a filosofia ensinada nos colégios ou em “aulas avulsas”, naquela época, estava impregnada da ideologia da Igreja católica e da Monarquia, mormente identificada com a concepção de mundo feudal, de cunho aristotélico tomista. (ALVES, 2002, p. 28). A revolução de 1930 foi o marco referencial para a entrada no mundo capitalista de produção. A realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra especializada e, portanto era preciso investir na educação, nesse momento passa-se a dar mais atenção aos problemas sofridos pela educação. Getúlio Vargas assumiu o poder e criou novas reformas educacionais com abrangência nacional, sendo a de 1932- Reforma Francisco Campos e a de 1942 -Reforma Gustavo Capanema. Segundo Alves (2002), as reformas educacionais se fizeram necessárias devido ao aumento da demanda da mão de obra qualificada para a indústria. Por esse motivo adaptaram-se os currículos escolares, sem deixar de manter o “corte de classe”, que caracterizou o ensino escolar no Brasil. Se por um lado o sistema escolar sofreu a pressão social da educação, exigindo cada vez mais a democratização do ensino, por outro, houve o controle das elites que se mantinham no poder, buscando, pelos meios de que dispunham, conter a pressão da escola e manter o caráter elitizante da educação, pela distribuição limitada e legislação. (CARTOLANO, 1985, p. 55). Segundo CARTOLANO (1985) e ROMANELLI (1998), com a Reforma de 1932 a filosofia passou a compor o currículo do ciclo complementar, como história da filosofia e como lógica, sendo que a primeira era obrigatória apenas na modalidade que preparava para o curso de direito, e a segunda preparavam para os cursos de medicina, odontologia e outros. Nesse contexto histórico o Brasil viveu um período de ditadura, censura e repressão aos direitos individuais. Partidos políticos foram fechados, exílios e torturas realizadas. No que se refere a educação a constituição de 1937, continuou se declarando a necessidade da União fixar as bases e determinar os quadros da educação nacional, traçando as diretrizes dessa educação e mantendo a gratuidade do ensino. Sendo mais enfática na questão do ensino profissionalizante, embora se referisse a ele como “um ensino” destinado as classes menos favorecidas, o que denunciava bem a ideologia do governo em sua política educacional de discriminação social. (ROMANELLI,1980, p. 152). Em 1942 com a Reforma Gustavo Capanema, novas reformas foram realizadas, conhecidas como Leis Orgânicas do Ensino. Com essas leis, ocorreu uma reestruturação do ensino secundário, sendo o mesmo dividido em quatro anos de ginásio e três anos de colegial. Alves (2002) ressalta novamente a presença indefinida da filosofia, sempre no caráter de optativa. Disso lembra-se que a educação reflete o tempo todo no Brasil os interesses de uma elite. Num momento precisa-se formar uma massa para trabalhar. Dessa maneira se cai no cientificismo, em que se reflete sempre as necessidades de poder. Não existe uma idéia de educação universal, igualitária para todos. Nessa período se tem a LDB de 4.024 de 1961, na qual a filosofia aparece como optativa num currículo descentralizado. “No conjunto das disciplinas optativas, a filosofia aparece como lógica e perde, assim, o caráter de obrigatória que possuía na Reforma Capanema para os cursos clássicos e cientifico”. (CARTOLANO, 1985, p. 64). Em 1968, a filosofia foi totalmente excluída e substituída por outras disciplinas. Esse fato se deu, de certa forma , como uma desculpa, pois, a filosofia com sua capacidade de reflexão, era uma ameaça para o Estado. Então a filosofia dentro de uma nova organização política e social, não servia mais. A ideia era garantir o que eles chamavam de doutrina da segurança nacional e desenvolvimento. para justificar a ausência da filosofia no currículo, como inclusão de outras disciplinas que teriam o conteúdo correspondente ao da filosofia. As disciplinas criadas foram: educação moral e cívica (EMC), organização social e política brasileira (OSPB) e estudos dos problemas brasileiros os (EPB), esta apenas prevista para o nível superior. Isto não significa que essas disciplinas comportassem os conteúdos da filosofia, ao contrário, mas era essa a idéia veiculada como uma das justificativas para não incluir a filosofia no currículo. (ALVES, 2002, p. 39). Esse desenvolvimento industrial e capitalista multinacional, sem atrapalhar o processo da ditadura, foi um processo de dominação imperial mediana, que queria colocar essas empresas em toda a América latina e fazer com isso acordos com o governo militar. Qualquer reunião dentro da escola poderia ser considerada como atentado a segurança nacional. Reforçada pelo fato de estar na Guerra fria, existia o medo dos inimigos internos que poderiam ser comunistas infiltrados. O governo militar optou pelo capital estrangeiro, acabando de vez com o modelo nacional desenvolvimentista. A concentração de renda nas mãos de poucos e a dívida externa do país aumentaram assustadoramente, provocando o arrocho salarial da grande maioria da população trabalhadora. Além dos efeitos desastrosos na economia, o autoritarismo do governo militar influenciou negativamente nas relações culturais, bem como na educação. Depois do golpe militar de 1964 muitos educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muitos foram calados para sempre, alguns se exilaram, outros se recolheram à vida privada e outros demitidos, trocaram de função. (ARANHA, 1996, p. 210). A partir de 1975 começam a surgir movimentos reivindicando a volta da filosofia como disciplina obrigatória nos currículos escolares. Segundo ALVES (2002) para melhor articulação desses movimentos criou-se o SEAF- Sociedade de Estudos Filosóficos, sendo a mais importante referencia nacional na luta pelo retorno da filosofia ao ensino secundário, após sua exclusão no período ditatorial. Frente a essas mobilizações, o governo ficou mais flexível, mas excluiu o povo dos trâmites legais, quando ficou decidido que qualquer profissional de outra área poderia ministrar as aulas, e que estas só poderiam retornar sob constante vigilância. Com a lei 7.044/82, a filosofia retornou como disciplina optativa, porém essa conquista não foi completa, pois seu retorno como obrigatória implicaria em outro problema, o da necessidade de confiar o magistério da filosofia a um profissional da área. De acordo com Silveira (1991, p. 415): As aulas de filosofia deveriam ser ministradas por professores formados em filosofia, o que sempre foi uma reivindicação do movimenta pela volta da disciplina ao segundo grau, como meio de assegurar a sua especificidade e o cumprimento dos objetivos propostos. De resto, confiar o magistério de uma disciplina qualquer ao profissional de sua competência especifica, é o mínimo que se pode esperar de um ensino que se pretenda sério. Em 1994 iniciaram-se discussões, por parte de professores da rede pública, com o intuito de elaborar uma proposta curricular para a disciplina de Filosofia no Ensino Médio. Esse ato resultou na Proposta Curricular de Filosofia para o Ensino de Segundo Grau. Em 1995, com a mudança de governo, a Proposta Curricular caiu no esquecimento, deixando de ser aplicada nas escolas do Paraná. Somente mais tarde com a aprovação da lei n. 15.228, em julho de 2006, torna-se a Filosofia e a Sociologia obrigatória na matriz Curricular do Ensino Médio. Com base nas discussões entre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), percebemos que ambas possuem posturas diferentes. Os PCNs propõem uma visão transdisciplinar da Filosofia, que serve para construir cidadania e valores, mas estes são bons para quem tem oportunidades, pois é impossível teoricamente construir valores para indivíduos que não possuem condições básicas de sobrevivência. Não podemos pensar em igualdade absoluta num modelo educacional que seja uno para todos. A questão dos PCNs é bastante complicada com relação a sua validade, pois na sua visão não existe conteúdo para a Filosofia como disciplina e sim filosofias, podendo o professor pensar o que quiser sem parâmetros, sem metodologia restrita, somente pode-se ser “filosofo do saber”. A Filosofia sobre a forma transversal não atingiu o seu objetivo, pois desenvolver competências e habilidades torna o ensino de filosofia mais técnico, pois parece que o professor, que alias pode ser de qualquer disciplina, discute assuntos pertinentes à Filosofia de maneira superficial, diluída nas demais matérias. Quanto ao objetivo dessa disciplina, no Ensino Médio, a maioria dos professores se posicionou de acordo com o que é sugerido pelo PCN do Ensino Médio, colocando que essa deve levar a uma reflexão sobre a realidade, propiciando uma tomada de posição crítica do educando. A programação apresentada foi bem divergente, demonstrando que não há unidade sobre o enfoque teórico que a Filosofia deve abordar no Ensino Médio: linha histórica, temática ou mescla de ambas. Algumas escolas priorizam temas éticos, políticos e a questão da cidadania, enquanto outras tratam temas diversos, até mesmo temas de outras áreas, dependendo do interesse dos alunos. (In: CANDIDO; CARBONA, 2004, p. 177). Quanto à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), esta possui uma visão curricular da Filosofia como disciplina obrigatória. Dessa maneira, a Filosofia é dividida em conteúdos estruturantes considerados básicos, que foram se organizando ao longo da história da Filosofia e seu ensino, tendo como alvo os alunos do ensino médio, ganhando com isto um elevado sentido e significação política, social e educacional. Isso não quer dizer que as Diretrizes excluam a historia da Filosofia, muito pelo contrário, sem bases históricas, a Filosofia cairia na superficialidade de seus conteúdos. Como disciplina na grade curricular do Ensino Médio, leva-se em conta que a Filosofia tem a capacidade de tornar viável a ligação com as outras disciplinas, na busca de compreensão sobre o mundo da linguagem, da literatura e das ciências. A Filosofia no ensino médio tem muito a contribuir acerca dos valores éticos, políticos, estéticos e epistemológicos, que são assuntos polêmicos no contexto histórico em que estamos vivendo. Cabe à Filosofia, tornar os alunos críticos e reflexivos para enfrentar os problemas encontrados no seu cotidiano. Essa é a característica especifica da filosofia, isso não quer dizer que as outras disciplinas não o façam, muito pelo contrário, pois também contribuem para a formação critica e reflexiva do cidadão. Atribuindo essa característica somente à Filosofia, correríamos o risco de desfilosofar, pois a filosofia por si só, poderia não dar conta desse processo de construção que se dá a longo prazo e de maneira contínua. Entretanto, o Ensino de Filosofia tem uma especificidade que lhe é própria e se concretiza na relação do aluno com os problemas, na busca de soluções, nos textos filosóficos, por meio da investigação, e no trabalho direcionado à criação de conceitos. A Filosofia como criação de conceitos será o próximo objetivo desse trabalho. Tem por objetivo possibilitar uma formação cultural ampla, de modo a permitir aos alunos uma compreensão articulada do mundo contemporâneo bem como desenvolver o pensamento reflexivo através da interação entre a Filosofia e a vida cotidiana. Exercer o discernimento crítico da leitura da realidade e desenvolver habilidades cognitivas dentro de um contexto significativo e não fragmentado. Assim, como de estimular a consciência crítica dos educandos, tendo em vista, através de uma ação combinada com outras disciplinas, a construção da cidadania. E assim, possibilitar aos estudantes o acesso ao saber filosófico produzido historicamente como fundamento do pensamento. Compreensão das complexidades do mundo contemporâneo, com suas múltiplas particularidades e especializações, em que se manifesta quase sempre de forma fragmentada. 3. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS 1. MITO E FILOSOFIA: • Saber mítico (Grego, Africano e Indígenas e outros), com relação a Lei 10. 639/03 e a Lei 11.645/08 as quais tratam das temáticas afro e indígena; • Saber filosófico; • Relação Mito e Filosofia; • Atualidade do mito; • O que é Filosofia? 1. TEORIA DO CONHECIMENTO • • • • • • Possibilidade do conhecimento; As formas de conhecimento; O problema da verdade; A questão do método; Conhecimento e lógica; Educação do Campo ( Eixos Temáticos: - Trabalho: divisão social e territorial. - Cultura e Identidade. - Interdependência campo cidade, questão agrária e desenvolvimento sustentável. - Organização política, movimentos sociais e cidadania (DCE da Educação do Campo - 2006)), em analogia a construção dos conhecimentos. 2. ÉTICA • • • • Ética e moral; Pluralidade ética; Ética e violência; Enfrentamento à Violência na Escola; • • • • • Razão, desejo e vontade; Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas; Educação Ambiental (Lei 9.795/99 – Política nacional de educação ambiental); Prevenção ao uso indevido de drogas; Educação no Trânsito. 3. FILOSOFIA POLÍTICA: • • • • • Relações entre comunidade e poder; Liberdade e igualdade política; Política e Ideologia; Esfera pública e privada; Desafios Educacionais Contemporâneos: Cidadania e Educação Fiscal, educação em/para os Direitos Humanos, Educação Ambiental, enfrentamento à Violência na escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. • Lei 11.525/2007 – acrescenta § 5º ao art. 32 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, para incluir o conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do Ensino Fundamental. 4. FILOSOFIA DA CIÊNCIA: • • • • • Concepções de ciência; A questão do método científico; Contribuições e limites da ciência; Ciência e ideologia; Ciência e ética. • Bioética ( Lei 9.795/99 – Política nacional de educação ambiental). 5. ESTÉTICA: • • • • 4. Natureza da arte; Filosofia e arte; Categorias estéticas, feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto, etc. Estética e sociedade. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho com os conteúdos da disciplina de Filosofia se dará em quatro momentos: a sensibilização, a problematização, a investigação e a criação de conceitos. A sensibilização tem por objetivo investigar e motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido, podendo ser através de filmes, leitura de textos jornalísticos ou literários e músicas. A problematização ocorre quando professor e estudantes, a partir do conteúdo em discussão, levantam questões, identificam problemas e investigam o conteúdo. Problematizando, o professor convida o estudante a analisar o problema, o que se faz por meio da investigação, que pode ser o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica. Dessa forma, partindo de problemas atuais estudados a partir da história da Filosofia, do estudo dos textos clássicos, de interpretação científica e de sua abordagem contemporânea, o estudante do Ensino Médio pode formular seus conceitos, construir o seu discurso filosófico. Poderá-ser trabalhado ainda a Lei 10.639/03 – História e cultura afro-brasileira e africana, no conteúdo estruturante Mito e Filosofia, juntamente com a Lei 11.645/08 – História e cultura dos povos indígenas. Já a Lei 9.795/99 – Política nacional de Educação Ambiental será melhor empregada no contudo estruturante Ética e Filosofia da Ciência quando se abordar a Bioética. Com relação a resolução CNE/CEB nº 1 Diretrizes Operacionais para Educação Básica nas Escolas do Campo e Resolução nº 2 de 28 de abril de 2008 (Diretrizes Complementares da Educação Básica do Campo). Diretrizes Curriculares Estaduais do Campo, serão utilizadas durante todos os conteúdos estruturantes visto a escola se encontrar localizada no campo e atender alunos do campo, sendo assim, as referencias são construídas nos exemplos a partir da realidade dos alunos. Desafios Educacionais Contemporâneos: Cidadania e Educação Fiscal, Educação em/para os Direitos Humanos, Educação ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao uso de Drogas. O ensino de Filosofia será permeado por atividades investigativas individuais e coletivas que organize e oriente o debate filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo. Os conteúdos e temas filosóficos serão trabalhados através de leituras, debates, produção de textos tendo como apoio o livro didático público de Filosofia, consulta ao acervo da biblioteca escolar, filmes, quadro de giz ou quadro branco, aparelho de DVD, TV Multimídia, entre outros. 5. AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FILOSOFIA A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica. Sendo necessário que exista respeito pelas posições do aluno. Deve-se avaliar a capacidade dos alunos em reformular questões de maneira organizada e estruturada, procedendo de forma sistemática com métodos determinados, procurando as raízes e encaminhando as diversas dimensões do “problema num todo articulado”. O professor poderá avaliar o grau de inteligibilidade alcançada pelos alunos, no sentido de diagnosticar as dificuldades e intervir no processo para que possa atingir uma maior qualidade de reflexão. Os instrumentos avaliativos contemplaram as 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, através do exercício em “estilo reflexivo” nas aulas, nos trabalhos de pesquisa, nas discussões, debates, nas leituras de textos e comentários escritos, produção de textos, etc. Quanto à recuperação concomitante, podemos dizer que, a mesma consiste num processo contínuo acompanhando a evolução do aluno no seu ensino aprendizagem. 6. REFERÊNCIAS - PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Filosofia. Curitiba: SEED, 2008. (Livro Didático Público). - PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Filosofia. Curitiba, 2008. - ALVES, D. J. A Filosofia no Ensino Médio: ambigüidades e contradições na LDB. Campinas SP: Autores Associados, 2002. - ARANHA, M. L. de A. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1996. - ARANTES, P; MUCHAIL, S. T.(org.) A Filosofia e seu Ensino. Petrópolis, RJ: Vozes; São Paulo: EDUC, 1995. - REVISTA INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS IBÉRICOS E IBEROS-AMERICANOS Ano III, Nº11, Juiz de Fora (agosto - novembro/2009 ). FÍSICA Apresentação Geral da Disciplina Diante da interligação e magnitude dos fatos ocorridos ao longo da história da disciplina, todos esses conhecimentos envolvendo a Física foram distribuídos nos macro saberes que são os Conteúdos Estruturantes que compõem Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo, considerando-se o seu objeto de estudo o Universo com a finalidade de identificar e organizar os campos de estudo desta disciplina por meio de uma abordagem que atenda as necessidades dos alunos enquanto sujeitos sociais, além de buscar incorporá-los a prática dos professores de acordo com a proposta criada pela Diretrizes Curriculares de Física, a qual direciona a abordagem científica da Física para o cotidiano de modo a prover professores e alunos de condições para desenvolver uma visão atualizada do mundo por meio do entendimento dos princípios científicos. É diante desta visão que o objetivo da elaboração da Proposta Pedagógica Curricular é direcionar o professor a procurar formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos Físicos Científicos e seja capaz de refletir e agir criticamente sobre o período histórico atual, onde a contextualização e a interdisciplinaridade são consequência natural dessa prática pedagógica e serão usadas como suporte para a instrumentalização da Física, ou seja, a experimentação deverá ser usada para reforçar a racionalização sobre os fenômenos Físicos, a interpretação e a aplicação das questões abordadas, tornando-a desta forma, uma disciplina espontânea e atraente aos educandos. Entretanto, deve-se enfatizar o uso das representações e da linguagem física na compreensão das questões que os norteiam sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da racionalidade Cientifica (DIRETRIZES DE FÍSICA, 2010). 2 DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS DA 1ª SÉRIE 2.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MOVIMENTO Os conteúdos abordados na 1ª série, segundo as Diretrizes Curriculares de Física, deve abordar os conceitos de momentum, sendo que este esta ligado a concepção de matéria, sendo ainda necessário considerar no seu estudo o conceito de mecânica clássica e relativista e quântica. 2.1.2 Conteúdos Específicos e Básicos - Abordagem Histórica da Física; - Cinemática Escalar; - Cinemática Vetorial; - Movimento Circular; - Dinâmica; - Forças no Movimente Circular; - Gravitação universal; - Energia; - Conservação da Quantidade de movimento; - Estática; - Equilíbrio dê um Corpo Extenso; - Hidrostática; - Empuxo. Os desafios educacionais contemporâneos segundo as leis abaixo descritas, serão trabalhadas a medida que o assunto abordado chamar tais conteúdo: - Lei 10639/03 - história e cultura afro-brasileira e africana; - Lei 11645/08 - história e cultura dos povos indígenas; - Lei 9795/99 - política nacional de educação ambiental; - Lei 11.525/2007 - acrescenta § 5º ao art. 32 da Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, para incluir o conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino fundamental. Cidadania e Educação Fiscal, Educação em/ para os Direitos Humanos, Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. No estudo do movimento circular, podemos discutir o desafio educacional Violência, partindo da violência no trânsito, a qual ocorre na sua maioria por falta de respeito, imprudência e, principalmente falta de diálogo entre as partes envolvidas, abrindo desta forma espaço para o debate em sala de aula sobre a violência escolar e suas conseqüências. Outro desafio educacional que pode ser abordado ao estudar energia e a Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. Quando vamos abordar o conteúdo especifico energia, sempre exemplificamos a energia que uma pessoa tem para realizar diversas atividades entre elas correr. É nessa abordagem que podemos abordar o uso indevido de drogas por alguns atletas como também suas conseqüências, alem da destruição da carreira há conseqüências graves para seu organismo. 3 DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS DA 2ª SÉRIE 3.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: TERMOMETRIA TERMODINAMICA De acordo com as Diretrizes de Física, o desenvolvimento dos conteúdos específicos e básicos ocorrem, a partir das Leis da termometria e termodinâmica, em que aparecem conceitos com temperatura, calor (entendido como energia em trânsito) e as primeiras formulações da conservação de energia, sobretudo os trabalhos de Mayer, Helmholíz, Maxwell e Gibbs. 3. Conteúdos Específicos e Básicos - Abordagem Histórica da Física; - Termometria; - Dilatação termica; - Calorimetria; - Estudo dos Gases; - Termodinâmica; - Óptica Geométrica; - Reflexão da Luz; - Refração da Luz; - Ondulatória; - Acústica. Os desafios educacionais contemporâneos segundo as leis abaixo descritas, serão trabalhadas a medida que o assunto abordado chamar tais conteúdo: - Lei 10639/03 - história e cultura afro-brasileira e africana; - Lei 11645/08 - história e cultura dos povos indígenas; - Lei 9795/99 - política nacional de educação ambiental; - Lei 11.525/2007 - acrescenta § 5º ao art. 32 da Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, para incluir o conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino fundamental. Cidadania e Educação Fiscal, Educação em/ para os Direitos Humanos, Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. A abordagem do desafio educacional cultura afro-brasileira e africana pode ser abordada ao estudar acústica, através da contribuição deste para vários rítmos musicais, sendo que no nosso país destacam-se o samba e os rítmos carnavalescos. 4 DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS DA 3a SÉRIE 4:1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ELETROMAGNETISMO O trabalho sobre o eletromagnetismo apresenta a luz como uma onda eletromagnética, sendo que seu estudo permite compreender a carga elétrica e conseqüentemente os conteúdos relacionados a circuitos elétricos e eletrônicos, responsáveis pela presença da eletricidade e dos aparelhos eletroeletrônicos no cotidiano, com a presença da eletricidade em nossas casas. 4.1.2 Conteúdos Específicos e Básicos - Abordagem Histórica da Física; - Eletrostática; - Força Elétrica; - Campo Elétrico; - Trabalho e Potencial Elétrico; - Capacidade de um Condutor; - Capacitores; - Eletrodinâmica; - Corrente Elétrica; - Associação de Resistores; - Estudos dos Resistores; - Medidores Elétricos; - Educação Fiscal; - Geradores e Receptores; - Circuitos Elétricos; - Eletromagnetismo; - Física Moderna; - Teoria da Relatividade; - Física Quântica; - Física Nuclear. Os desafios educacionais contemporâneos segundo as leis abaixo descritas, serão trabalhadas a medida que o assunto abordado chamar tais conteúdo: - Lei 10639/03 - história e cultura afro-brasileira e africana - Lei 11645/08 - história e cultura dos povos indígenas - Lei 9795/99 - política nacional de educação ambiental - Lei 11.525/2007 - acrescenta § 5º ao art. 32 da Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, para incluir o conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino fundamental. Cidadania e Educação Fiscal, Educação em/ para os Direitos Humanos, Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. A educação fiscal é um tema muito importante para que todos os cidadãos possam não só entender os seus direitos, mas também exercê-los. Assim, ao estudar a parte de eletricidade, os alunos podem entender melhor os processos que envolvem o consumo de energia, seja em sua casa ou em outros setores da sociedade do qual este faz parte. 3 METODOLOGIA O principal objetivo do ensino para a formação do cidadão está no desenvolvimento da capacidade de participação deste individuo. Portanto, podemos dizer que as melhores estratégias de ensino são aquelas que desenvolvam a participação e a capacidade de tomada de decisão de cada ser social. Diante desta reflexão a metodologia usada no processo de ensino aprendizagem em Física deve ser elaborada a partir do conhecimento prévio dos alunos. Para isso o professor deve contextualizar os temas sociais e incluir as concepções espontâneas dos alunos em relação ao tema apresentado e a partir daí ajudá-los a elaborar um conceito científico. Tanto o conhecimento prévio quanto as concepções espontâneas referentes. aos conceitos adquiridos pelo aluno no cotidiano, devem estar presente no momento em que se inicia o processo de ensino aprendízagem. No entanto, diferente das concepções espontâneas, a concepção científica envolve, um saber socialmente construído e sistematizado o qual necessita de metodologias especificas para ser disseminado no ambiente escolar. Assim as metodologias adotadas pelo professor deverão abordar os temas centrais, buscando-se a interdisciplinariedade afim de aproximar o aluno do objeto de estudo da Física por meio da construção e da reconstrução de significados dos conceitos científicos, a fim de propiciar ao aluno a compreensão dos problemas locais (econômicos, sociais, políticos, etc), para se tomar alguma decisão, com base nos valores éticos para que não haja valorização de apenas uma parte da sociedade, mas de todos os indivíduos que a constituem. No processo de ensino aprendizagem não há uma única metodologia a ser adotada, e sim um conjunto de procedimento que quando adotados coerentemente, da ao ensino de Física, novas dimensões. Tomando por base essa reflexão sobre metodologia, os conteúdos serão desenvolvidos com o auxílio do livro didático público adotado pela escola e o livro do MEC, recursos áudio visuais, revistas, jornais e visitas técnicas (Planetário, Oficinas Mecânicas, Firmas que possuem caldeiras), na medida do possível. Também serão desenvolvidas atividades em laboratório ou em sala de aula, referentes aos conteúdos teoricamente abordados e/ou pesquisados pelos educandos. Serão ainda desenvolvidas atividades como: discussão estruturada, fóruns e debates, desempenho de papéis, estudo de caso, análise de dados, leitura de textos, projetos e pesquisa de campo. O quadro negro será utilizado para resolver exercícios, apresentar esquemas e resumos dos conteúdos abordados. 4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO O tema avaliação na disciplina de Física é um processo que requer muita reflexão, uma vez que esta não pode e nem deve se resumir a avaliações com listas de exercícios em forma de "decoreba". Portanto, avaliação do processo ensino e aprendizagem na disciplina de Física será realizada de modo que o professor possa por meio desta estudar e interpretar os dados da aprendizagem do aluno, como também avaliar seu próprio trabalho. Segundo a visão desta escola, a avaliação deve ser efetuada usando técnicas e instrumentos de aprendizagem diversificados de modo a valorizar os aspectos qualitativos em relação aos quantitativos, observando sempre o contexto escolar com a finalidade de envolver o aluno nas diversas atividades de construção do conhecimento. Conforme está disposto no Projeto Político Pedagógico deste Estabelecimento de Ensino, para que a avaliação passe a ser uma ferramenta com finalidade educativa, é preciso que o professor observe se avaliação está sendo: 1- continua: 2- cumulativa Para culminar neste parecer valorativo é fundamental deixar claro aos alunos: os objetivos, critérios da avaliação e correção; comentar os resultados; auxiliar os alunos a superar as dificuldades apresentadas, fazendo o aluno sentir-se responsável no processo de aprendizagem; oportunizar a recuperação concomitante desses estudos. Em relação à avaliação, as Diretrizes Curriculares de Física (2009. p. 80) faz o seguinte comentário: "Isso implica, ao docente, considerar os alunos em sua individualidade e diversidade, condição indispensável para uma prática pedagógica democrática e inclusiva. Aceitar o estudante na sua singular condição intelectual, social, cultural, significa, entre outras coisas, dar espaço para que ele se.faça ouvir, permitindo uma relação dialógica com o aluno, sem preconceitos ou estereótipos." Ainda segundo as Diretrizes de Física (2009, p 80) no que diz respeito aos critérios de avaliação, deve-se verificar: - A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e aprendizagem planejada; - A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos; - A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos; - A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da Física. Diante desta reflexão sobre, a avaliação, apresentam-se instrumentos avaliativos, lembrando-se que estes serão seguidos de novas estratégias caso haja alguma deficiência de aprendizagem nos conteúdos estudados pelos alunos: - Apresentação e desenvolvimento de relatório das atividades práticas; - Apresentação de trabalhos em grupo; - Pesquisas relacionadas a Física; - Provas descritivas e subjetivas; - Recuperação aos alunos que apresentarem menor rendimento. Quando for aplicada a metodologia da discussão estruturada, fóruns e debates, desempenho de papéis, estudo de caso, análise de dados, leitura de textos, projetos e pesquisa de campo, buscar-se-á avaliar no aluno: - Conhecimento e compreensão (domínio da informação a partir do conhecimento prévio); - Exploração e descoberta (capacidade de tomada de decisão de cada ser social); - Imaginação e criatividade (domínio da criatividade a partir das concepções espontâneas); - Sensibilidade e valorização (apresentação de opiniões); - Uso e aplicação (compreensão dos problemas e busca por soluções). REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS - BRASIL, Ministério da Educação; Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares para o Ensino de Física. 2008. - SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO. Física Ensino Médio. Livro Didático Publico. - BONJORNO, Regina Azenha. Física completa: ensino médio: volume único / Regina Azenha Bonjorno.../et al./. – São Paulo: FTD, 2000. - BURKARTER, E.;et. Al. Secretaria de Estado da Educação. Física.Editoração eletrônica, Curitiba, 2006. - FEYNMAN, R. P. Física em Seis Lições.Tradução Ivo Korytowski;[introdução de Paul Davies]; Ediouro Publicações S/A; Rio de Janeiro,2004. - GONÇALVES, FILHO, A; TOSCANO,C Física. Volume Único, Editora:Scipione, 1ª Edição, São Paulo,2008. - MÁXIMO, A; ALVARENGA, B. Física. Ensino Médio. Volume 3, 1ª Edição, Editora: Scipione, São Paulo;2009. - PENTEADO, P. C. M. ;TORRES C. M. A. Física, Ciência e Tecnologia,Volume1,1ª Edição, Editora : Moderna, São Paulo,2005. - SAMPAIO, J.L; CALÇADA, C. S. Universo da Física 2. 2ª Edição, Editora: Atual, São Paulo, 2005. GEOGRAFIA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA O conhecimento da natureza e do espaço geográfico, suas relações e dinâmicas permitem às sociedades modificá-los em beneficio próprio. As informações sobre localização, direções, acesso e características de áreas conquistadas eram cruciais para a organização política e econômica dos impérios da Antiguidade. Na Idade Média o poder e a organização sócioespacial foram responsáveis por influenciar o pensamento geográfico. As discussões a respeito da forma, tamanho, diâmetro, cálculos das latitudes da Terra, eram conhecimentos necessários às Grandes Navegações. Posteriormente, era uma preocupação dos grandes impérios coloniais entenderem os saberes geográficos, comércio, formas de poder, organização do espaço, produtividade natural do solo, recursos minerais, crescimento populacional, forma de representação e a extensão dos territórios. No imperialismo do século XIX, surgiram escolas nacionais de pensamento geográfico, com destaque para a alemã de Ratzel, que defendia o determinismo geográfico, e para a escola francesa representada por Vidal de La Blache, que pregava o possibilismo geográfico. Enquanto na Europa a ciência geográfica já se encontrava sistematizada e presentes nas universidades desde o século XIX, no Brasil as idéias geográficas só foram institucionalizadas a partir da década de 1930. As mudanças decorridas da segunda guerra mundial interferiram no pensamento geográfico, e ao longo da segunda metade do século XX essas transformações ocorreram mais intensamente. Novos enfoques para o espaço geográfico originaram-se do ponto de vista econômico, com a internacionalização da produção e, político, à degradação ambiental, desigualdades e organização do espaço. Do ponto de vista econômico e político, a internacionalização da economia e a instalação das empresas multinacionais em vários países do mundo alteraram as relações de produção e consumo, trazendo para as discussões geográficas assuntos ligados à degradação da natureza em relação à intensa exploração dos recursos naturais e suas consequências para o equilíbrio ambiental no planeta; às desigualdades e injustiças da produção e organização do espaço geográfico no modo capitalista de produção em relação à experiência de organização sócioespacial do socialismo como uma das realidades geográficas do mundo bipolarizado; às questões culturais e demográficas mundiais afetadas pela internacionalização da economia e pelas relações econômicas e políticas de dependência materializadas, cada vez mais, nos espaços geográficos dos diferentes países. O golpe militar ocorrido em 1964 implicou em reforma na educação com valorização da formação profissional o que contribuiu para transformações significativas no ensino, regulamentadas pela Lei 5692/71 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que afetou, principalmente, as disciplinas relacionadas às ciências humanas. Geografia e História fundiram-se instituindo as disciplinas de OSPB (Organização Social e Política do Brasil) e Educação Moral e Cívica. Nos anos 80, após o parecer 332/84, o Conselho Estadual de Educação permitiu que as escolas pudessem optar por ensinar as disciplinas de Geografia e História separadamente. O desmembramento definitivo só ocorreu em 1986. Com o fim da ditadura militar, a renovação do pensamento geográfico chegou ao Brasil. Uma linha teórico metodológica deu novas interpretações aos conceitos geográficos e ao objeto de estudo da Geografia, chamada Geografia Critica, anunciada já em 1978 pelo geógrafo Yves Lacoste em seu livro “A Geografia: Isso serve antes de mais nada para fazer a guerra”. Esse movimento adotou o método de materialismo histórico dialético para os estudos geográficos e para a abordagem dos conteúdos de ensino da Geografia. A chamada Geografia Critica, trazendo as questões econômicas, sociais e políticas como fundamentais para a compreensão do espaço geográfico. Atualmente a abordagem teórico critica proposta para o ensino da Geografia, segundo as diretrizes curriculares vigentes, propõe a reflexão da disciplina partindo dos seguintes conteúdos estruturantes: A Dimensão Sócio Ambiental; Dinâmica Cultural Demográfica; Dimensão Econômica de Produção do/no Espaço; A Questão Geopolítica. E de acordo com a Lei 10639/03, a Lei 11645/08 e a Lei 9795/99, também se contempla a história e cultura afro-brasileira e africana, a história e cultura dos povos indígenas e, a política nacional de educação ambiental, como reconhecimento da contribuição, às vezes, complexa e valiosa aos modelos matemáticos, geométricos, de engenharia, astronomia, construções jurídicas, sistemas políticos, doutrinas filosóficas, para citar algumas. Diante disso, com o objetivo de estimular as reflexões a respeito da Geografia e do seu ensino, problematizando a abrangência dos conteúdos desse campo do conhecimento necessária para a compreensão do espaço geográfico no atual período histórico, que, por sua vez devera estar ancorada num suporte teórico critico, vincula o objetivo da Geografia, seus conceitos referenciais, conteúdos de ensino e abordagens metodológicas aos determinantes sociais, econômicos, políticos e culturais ao atual contexto histórico. O ensino de Geografia inicia-se pelas reflexões epistemológicas do seu objeto de estudo, hoje entendido como o espaço geográfico. Porem a expressão espaço geográfico, bem como sua composição conceitual básica – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade entre outros -, não se auto- explicam. Ao contrário, exigem esclarecimento, pois dependendo das correntes de pensamento à qual se vinculam, assumem posições filosóficas e políticas distintas. Na tentativa de conceituar o objetivo de estudo, os geógrafos de diferentes correntes de pensamentos que especializaram-se em seus estudos percorreram caminhos e métodos de pesquisas distintos e, com isso evidenciaram e posteriormente aprofundaram a dicotomia entre Geografia Física e Geografia Humana, que permanece até hoje em alguns currículos universitários, assim como, em algumas práticas escolares. Desse modo, as diretrizes curriculares propõem aprofundar a discussão no sentido de buscar a superação dessa dicotomia. A partir disso, o conceito adotado para o objetivo de estudo da Geografia nas diretrizes curriculares é o Espaço Geográfico, entendido como o espaço produzido (LEFEBVRE, 1974) e apropriado pela sociedade, composto por objetivos (naturais, culturais e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) inter-relacionados (SANTOS, 1996). Assim, a espacialização dos conteúdos de ensino, bem como a explicação das localizações relacionais dos eventos (objetivo e ações) em estudo, é própria do olhar geográfico sobre a realidade. De acordo com a concepção de espaço geográfico adotado nas diretrizes, torna-se necessário compreender as escolhas das localizações e as relações políticas, sociais, culturais e econômicas que as orientam. Para isso é preciso um referencial teórico (conceitos geográficos) que sustente essa reflexão. Considerando que nas diretrizes pretende-se a formação de um aluno consciente das relações sócio-espaciais do seu tempo, assume-se o quadro conceitual das teorias criticas da Geografia, ou seja, desconsidera as linhas de pensamento que negam, em suas construções conceituais, os conflitos e as contradições sociais, econômicas, culturais e políticas que constituem o espaço geográfico, pois estas são consideradas acríticas. Cabe salientar que a relação dos conceitos, vinculada as teorias criticas da Geografia, contemplam os estudos apenas de alguns autores que desenvolvem pesquisas nesse campo teórico. Porem o professor não deve se limitar somente a estas definições conceituais, podendo aprofundá-las em outras referencias pertinentes. Desse modo, apresenta-se alguma explicação sobre os conceitos básicos da Geografia. O conceito de paisagem teve sua origem no pensamento naturalista e na idéia de ecologia onde era entendida como resultado de um relacionamento harmonioso dos objetos/elementos naturais (clima, vegetação, relevo, solo, fauna etc.), com o homem como mais de um agente que por um lado adapta-se a estas condições naturais (em termos biológicos) e por outro utiliza os elementos do meio em seu beneficio, através de técnicas que ele era capaz de desenvolver. O movimento critico de retomada de conceito de paisagem, o aspecto empírico herdado da Geografia Tradicional é mantido, entendendo-se como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. (SANTOS, 1998, p.61). Assim, as teorias criticas da Geografia reconhecem a dimensão subjetiva da paisagem, já que o domínio do visível está ligado à percepção e à seletividade, mas acredita que seu significado real é alcançado pela compreensão de sua objetividade. Sua observação e descrição servem com ponto de partida para as análises do espaço geográfico, ao contrario daqueles que falam do seu fim. Afirma que abalada esta a soberania nacional e não o Estado, cada vez mais indispensável diante da multinacionalizacão de organização de firmas. O que se redefine no atual período histórico são as relações entre as porções territoriais do espaço nacional com as empresas multinacionais. Esta redefinição afeta e modifica também os conceitos de região e de lugar, como argumenta SANTOS (1996, p. 197): No decorrer da historia das civilizações, as regiões foram configurando-se por meio de processos orgânicos, expressos através da territorialidade absoluta de um grupo onde prevaleciam suas características de identidade, exclusivamente e limites, devido à presença desse grupo, sem outra mediação. Contrario a argumentação de que a globalização tende a eliminar as diferenças regionais do planeta, homogeneizando os espaços e tornando obsoleto o conceito de região, SANTOS diz que: “As regiões são o suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizariam. Agora, exatamente é que não se pode deixar de considerar a região, ainda que a recomeçar como um espaço de conveniência e mesmo que a chamemos por outro nome” (1996, p. 196). Seguimos em sua argumentação, esse autor afirma ainda que no mundo globalizado onde as trocas são intensas e constantes a forma e o conteúdo das regiões mudam rapidamente. “Mas o que faz a região não é a longevidade do edifício, coerência funcional, que a distingui das outras entidades, vizinhas ou não” (SANTOS, 1996, p. 197). Gomes, nesta mesma linha de analise, afirma que o funcionamento político do conceito de região se baseia no “controle e gestão de um território”. O conceito de lugar é um dos mais ricos do atual período histórico. Pode ser compreendido a partir de diferentes enfoques. Por um lado é no lugar que a globalização acontece. O lugar, cada vez mais participa das redes e deixa de explicar-se por si mesmo. Por outro lado o lugar é o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes. Ele revela especificidades, subjetividades, racionalidades próprias do espaço local. Os lugares diferenciam-se uns dos outros enquanto espaços produtivos, mas a produtividade do lugar é transitória, na medida em que a qualquer momento outro lugar pode oferecer atrativos maiores quanto a equipamentos e localização. Diante destas reflexões, é possível perceber uma valorização intensa do conceito de território, sobretudo pela conotação política do mesmo. O território está ligado à normalização das ações, tanto globais quanto locais, portanto, seja ele nacional, regional ou local, e é nele (território) que acontecerá a relação dialética de associação e confronto entre o lugar e o mundo. Com aparente enfraquecimento do Estado neoliberalismo a sociedade civil criou outras formas de combate ao império do mercado organizou maneiras de suprir a ausência do Estado nos setores sociais. Esse rearranjo político-social trouxe à tona novas territorialidades. Assim, a idéia de território passa a considerar mais do que o Estado e o território nacional, como era na Geografia Tradicional. Outro conceito base da Geografia é o de natureza, que deve ser como um conjunto de elementos naturais que possuem em sua origem uma dinâmica própria e que independe da ação humana, mas que, na atual fase histórica do capitalismo acabam sendo reduzidos apenas a recursos (MENDONCA, 2002). SANTOS (1996), ainda destaca, que a natureza é vista muitas vezes apenas enquanto recurso, e dessa forma está vinculada a uma crescente artificializacão do meio, não apenas na cidade, mas, também, para o mundo rural. Assim, a natureza, no atual período técnico, perde a importância que tinha nos momentos iniciais do capitalismo em que os recursos naturais eram os grandes direcionamentos dos interesses locacionais do capital (SANTOS, 1996). O conceito de sociedade sempre foi um importante conceito geográfico, porem nas correntes a-criticas da Geografia, a preocupação era o estudo e a descrição dos aspectos culturais que delimitam uma região-paisagem e mais tarde essa preocupação passou a ser, quantificar a população local e global, sem analisar profundamente suas especificidades sociais e culturais. As teorias criticas da Geografia, por sua vez, procuram entender a sociedade em sua relação com a natureza e em seus aspectos culturais, políticos, sociais e econômicos. O conceito de sociedade deve ser discutido também, a partir das relações que se estabelecem entre sua composição local, em suas relações com sociedades distantes (relação global-local) e com os migrantes, tem fortes ligações com seu espaço de origem e que ao se movimentarem levam influencias do mesmo. Os apontamentos sobre a construção conceitual para a analise do espaço geográfico no atual período histórico cabe, a afirmação de Santos (1996, p. 271) de que “Não existe um espaço global, mas, apenas, espaços de globalização”. As ações globais são desterritorializadas, mas o território faz a medição entre o global e o local. E no território está a “materialidade, esse componente imprescindível do espaço geográfico, que é, ao mesmo tempo, uma condição para a ação; uma estrutura de controle, um limite à ação; um convite à ação” (1996, p.257). A partir desses apontamentos, cabe à escola, como um dos lugares onde se analisa, produz e sistematiza conhecimentos, subsidiar os alunos no enriquecimento e sistematização dos saberes para que sejam sujeitos capazes de interpretar, com olhar critico, o mundo que os cerca. Para conseguir tais saberes, cabe ao professor ter uma postura investigativa de pesquisa, recusando uma visão receptiva e reprodutiva de mundo – não somente de sua parte, mas em conjunto com os alunos – tendo em vista sua função enquanto agente transformador do ensino e da escola e, em decorrência disso, da própria sociedade. Diante do exposto, assume-se a retomada do trabalho pedagógico a partir das teorias criticas da educação e da Geografia, sem ortodoxias. Considera-se que o campo das teorias criticas possibilita o ensino de Geografia com base na analise e na critica das relações sócio-espaciais, nas diversas escalas geográficas, do local ao global, retornando ao local. Esta opção teórica é coerente com a concepção de currículo e com a identidade que esta reformulação curricular quer atribuir à Educação Básica. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS ENSINO FUNDAMENTAL 5ª. SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS - Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. - Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. - A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. - Dimensão geográfico; econômica Dimensão geográfico; política do do espaço - A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço espaço geográfico. - As relações entre campo e a cidade na - Dimensão cultural e demográfica do sociedade capitalista. espaço geográfico; - A transformação demográfica, a - Dimensão socioambiental do espaço distribuição espacial e os indicadores geográfico. estatísticos da população. - A mobilidade populacional e manifestações socioespaciais diversidade cultural. as da - As diversas regionalizações do espaço geográfico. 6ª. SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro. - A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. - As diversas regionalizações do espaço brasileiro. - Dimensão geográfico; econômica Dimensão geográfico; política do do - As manifestações socioespaciais da espaço diversidade cultural. - A transformação demográfica, a espaço distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. - Dimensão cultural e demográfica do Movimentos espaço geográfico; motivações. migratórios e suas - Dimensão socioambiental do espaço - O espaço rural e a modernização da geográfico. agricultura. - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. - A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. - A circulação de mão-de-obra, mercadorias e das informações. das 7ª. SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS - As diversas regionalizações do espaço geográfico. - A formação, a mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano. - A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. - O comércio socioespaciais. - Dimensão econômica do em suas implicações - A circulação da mão-de-obra, do capital, espaço das mercadorias e das informações. geográfico; Dimensão geográfico; política do - A distribuição espacial das atividades espaço produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. - Dimensão cultural e demográfica do - As relações entre o campo e a cidade na espaço geográfico; sociedade capitalista. - Dimensão socioambiental do espaço - O espaço rural e a modernização da geográfico. agricultura. - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. - Os movimentos migratórios e suas motivações. - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. - Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. 8ª. SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS - As diversas regionalizações do espaço geográfico. - A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. A revolução técnico-cientificoinformacional e os novos no espaço da produção. - O comércio mundial e as implicações socioespaciais. - Dimensão geográfico; econômica Dimensão geográfico; política do espaço - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. do espaço - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. - Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico; - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. - Dimensão socioambiental do espaço geográfico. - Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações. - A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do espaço geográfico. - A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial. ENSINO MÉDIO 1ª. 2ª. e 3ª. SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS - A formação e transformação paisagens. das - A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. - A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. - A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. A revolução técnico-cientificainformacional e os novos arranjos no espaço da produção. - O espaço rural e a modernização da agricultura. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial. - Dimensão geográfico; econômica Dimensão geográfico; política do espaço - A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações. do espaço - Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. - Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico; - As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. - Dimensão socioambiental do espaço geográfico. - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. - Os movimentos migratórios e suas implicações, econômico-culturais e socioespaciais. - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. - O comércio socioespaciais. e as implicações - As diversas regionalizações do espaço geográfico. - As implicações socioespaciais processo de mundializacão. do - A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. METODOLOGIA DA DISCIPLINA Considerando o objetivo de estudo da Geografia (Espaço Geográfico), os principais conceitos geográficos, os conteúdos estruturantes, bem como, seus conteúdos específicos, cabe apontar como os mesmos devem ser abordados no ambiente escolar. Propõe-se, ainda, que os conteúdos específicos sejam trabalhados de uma forma critica e dinâmica, interligando teoria, prática e realidade, mantendo uma coerência dos fundamentos teóricos propostos, utilizando a cartografia como ferramenta essencial, possibilitando assim transitar em diferentes escalas espaciais, ou seja, do local ao global e vise-versa. Os conteúdos estruturantes estão inter-relacionados, garantindo uma totalidade de abordagem dos conhecimentos específicos que estão dispostos em diferentes materiais didáticos e não podem ser vistos isoladamente, permitindo assim, que o professor possa a todo o momento folear e utilizar os materiais didáticos sem adotar uma linearidade de conteúdos ou alimentando a dicotomia sociedade-natureza. Mas para que o conhecimento floresça em sala de aula o conteúdo deve ser contextualizado, ou seja, é preciso situá-lo de acordo com as perspectivas históricas e também nas relações políticas, econômicas, sociais, culturais em ações espaciais reais, nas diversas escalas geográficas. As relações interdisciplinares também devem ser estabelecidas, mas, sem perder a especificidade da Geografia e sem desviar o foco de análise próprio de cada uma das disciplinas. Cabe ainda ao professor dentro do processo ensino/aprendizagem orientar o aluno através do diálogo para que os questionamentos e a participação aconteçam de forma critica e natural conduzindo-o a compreensão dos conteúdos. Sendo assim, fica claro que o objetivo principal desse procedimento é fazer com que o ensino de Geografia possa formar cidadãos críticos e preparados para se preciso interferir na realidade de modo consciente. A considerar esses pressupostos metodológicos, cabe ao professor ordenar o processo de ensino/aprendizagem dando condições aos alunos para que ampliem suas capacidades de analisar e construir conceitos sobre o espaço geográfico com uma riqueza complexa cada vez mais ampla. AVALIAÇÃO A educação é um instrumento de transformação de pratica social. O aluno está se envolvendo numa realidade histórica e terá que ser capas de transformá-la num processo de reelaboração constante e isto se fará gradativamente. A geografia tem como objetivo de avaliação as transformações que se processam no espaço através do trabalho e a maneira como os homens organizam e produzem o espaço, ao longo do processo, o professor avaliará esses eixos de forma a diagnosticar se o aluno reealaborou seu saber, e se desenvolveu ou adquiriu novas habilidades. A avaliação é um instrumento sinalizador do progresso do aluno em todos os seus domínios. Nesse sentido ela não pode ser encarada como resultado do aprendizado, mais sim como processo de sua construção, incidindo tanto sobre o aluno, como sobre a proposta do ensino. Dessa forma, deve ser coerente, a dinâmica de aprendizagem utilizada nas aulas, sem o que, passa a carecer de sentido pratico. A avaliação identifica a aprendizagem de habilidades, competências, conceitos, atitudes escolhidas por um professor. A partir daí, a sua aplicação exige o estabelecimento de propriedades, ou seja, do que se considera essencial dentre tudo o que se ensina. A finalidade da avaliação é ajudar os professores a planejar a continuidade dos trabalhos a serem desenvolvidos, ajustando ao ritmo dos alunos, certifica-se, o método adotado está surtindo resultados satisfatórios, buscar condições de superar obstáculos e desenvolver a autonomia. A avaliação a ser feita tender-se-á a mais diversificada possível, levando em consideração a participação ativa dos alunos em todas as circunstâncias, tais como: - Argumentação oral; - Resultados obtidos em exercícios, testes, trabalhos, pesquisas, experiências etc.; - Produção e interpretação de textos; - Relatório descritivo de elaboração de experiências; - Elaboração de painéis de textos ilustrativos; - Coleta e organização de informações; - Análise, produção, interpretação e uso de recursos gráficos e mapas; - Provas bimestrais; - Aulas expositivas; - Recursos tecnológicos, como complementação ou introdução, um filme, um slides ou música; - Recuperação paralela. REFERÊNCIAS - ANTUNES, C. A sala de aula de Geografia e História: Inteligências múltiplas, aprendizagem significativa e competências no dia-a-dia. 2 ed. Campinas: Papiros, 2003. - BENTO, M. A. S. Cidadania em Preto e Branco: Discutindo as relações raciais. 3 ed. São Paulo: Ática. - CAVALCANTI, L. S. Geografia, Escola e Construção de conhecimentos. 8 ed. Campinas: Papiros, 1998. - FRANCISCHETT, M. N. A Cartografia no Ensino da Geografia: Construindo os caminhos do cotidiano. Francisco Beltrão: Grafit, 1997. - GOVERNO DO PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ: DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Paraná, 2008. - SANTOS, M. A Natureza do Espaço – Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006. - BOLIGIAN, Levon, ALVES, Andressa. Geografia: espaço e vivência: volume único: ensino médio – São Paulo: Atual, 2004. - ALMEIDA, Lúcia Alves de, RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia: geografia geral e do Brasil, volume único. 1ª. ed. – São Paulo: Ática, 2005. - KRAJEWSKI, Ângela Corrêa, GUIMARÃES, Raul Borges, RIBEIRO, Wagner Costa. Geografia: pesquisa e ação: volume único – 1ª. ed. – São Paulo: Moderna, 2005. - ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia ciência da sociedade: uma introdução à análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1992. - MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 2000. HISTÓRIA 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Os fatos históricos estão interligados, são interdependentes e resultam da ação dos homens como seres sociais, que se relacionam um com os outros das mais diversas formas. Nos anos de 1837 a 1901, a disciplina de história estava voltada para História da Europa: tradicional, elitista, eurocêntrica, linear, factual e universal. Em 1837 passou a ser obrigatória a partir da criação do Colégio D. Pedro II – influência metódica e positivista, valorização dos heróis, etc, legitimando valores aristocráticos. Durante o período do Estado Novo servia como legitimador político do nacionalismo de Getúlio Vargas. A partir de 1964, durante o Regime Militar mantiveram-se os estudos dos heróis, a sociedade hierarquizada e nacionalista, efetivando interesses ideológicos do regime militar e o controle dos espaços e setores da sociedade que se opunham. Em 1971, inicia-se a formação tecnicista e as ciências sociais perderam espaço, a lei nº 5692 instituía a disciplina de Educação Moral e Cívica no 1º Grau e OSPB no 2º Grau, voltada para o trabalho. Nas décadas de 80/90 ocorre a redemocratização nacional. Surgia ANPUH (Associação Nacional dos Professores Universitários de História). contestando a disciplina de Estudos Sociais e defendendo o retorno da História nos currículos básicos. No 1º Grau dois blocos distintos: História do Brasil e História Geral. No 2º grau retomada da historiografia social ligada ao Materialismo Histórico Dialético. Os limites do currículo básico neste momento era a dificuldade em romper com a visão eurocêntrica e uso de termos como: comunidades primitivas, por exemplo. Não se supera a história linear e cronológica, limitado pela ausência de formação continuada. Ao final da década de 90 até hoje surgem os PCN’S de modo autoritário, visando formar cidadão preparado para exigências tecnológicas da sociedade capitalista numa visão presente de história e de cidadão pós-moderno, organizado por competências e habilidades. Atualmente no Estado do Paraná estão elaboradas as DCEs (Diretrizes Curriculares Estaduais) respeitando a nova demanda de obrigatoriedade de História do Paraná e História Cultura Afro Brasileira e Africana e novas demandas referente a Desafios Educacionais Contemporâneos, sem perder de vista os conteúdos básicos e específicos da área, rompendo com a orientação curricular proposta pelos PCNs. 2. LINHA TEÓRICA São os conflitos entre correntes historiográficas que fazem com que novas configurações e construções apareçam dentro da História. As Diretrizes Curriculares tem sua fundamentação teórica apoiada na Nova História Cultural incluindo historiadores da Nova História e da Nova Esquerda Inglesa. Dentro da Nova História, alguns descompassos e críticas trocados entre intelectuais fez com que ocorressem migrações para a História Cultural, entendida como um campo de investigação resultante das tendências que nasceram do trabalho dos historiadores italiano Carlo Ginzburg, do francês Roger Charter e do inglês Edward P. Thompson, este último representante da Nova Esquerda Inglesa. Segundo Peter Burke, tanto a Nova História Cultural quanto a Nova História da década de 1970, se utilizam do termo “nova” para distinguirem-se das produções historiográficas das formas anteriores, muito embora a palavra “cultura” aqui ganhe nova dimensão dada à influência da Antropologia nesta nova História Cultural. A Nova Esquerda lnglesa surge em 1956 dadas à divergência dentro do Partido Comunista Inglês. Intelectuais membros do partido, descontentes com o Regime Stalinista rompem com o partido e passam a reescrever a História britânica a partir de uma revisão crítica do marxismo e contribuindo para os estudos da História Social. Além disso, esses historiadores passam a utilizar novos métodos e a fazer uma releitura das fontes históricas já pesquisadas e divulgadas em outros trabalhos. Eles pautam seus estudos na experiência do historiador, na sua dimensão social e investigativa, possibilitando novos questionamentos sobre o passado, a partir dos quais têm surgido novos métodos de pesquisa histórica. Essa concepção de História, enquanto experiência de homens e mulheres e sua relação dialética com a produção material valorizam a possibilidade de luta e transformação social. Justifica-se assim a concepção de História que se pretende, e na qual não se vincula às teorias deterministas da estrutura e nem as teorias voluntaristas da consciência que reduzem a produção historiográfica à categoria de ficção. 3. JUSTIFICATIVA A História tem um papel importante na sociedade contribuindo na formação da cidadania, fazendo emergir um cidadão consciente capaz de interferir na realidade para transformá-la. Desde modo desperta no aluno a capacidade de perceber o valor dos direitos e deveres que existem na convivência coletiva, desenvolve uma visão crítica e democrática em relação as atitudes tomadas e suas possíveis consequências para que possa ser compreendido, valorizado e respeitado. Sendo assim o educando evolui em um processo constante de mudanças e permanências de existências individuais e coletivas, modifica e constrói seu tempo e seu espaço tornando possível, assim planejar o futuro. 4. OBJETO DE ESTUDO DA HISTÓRIA A História tem como objeto de estudo os processos históricos relativos as ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como a respectiva significação atribuída pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações. As relações humanas produzidas por essas ações podem ser definidas como estruturas sócio históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de racionar, de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e politicamente. 5. OBJETIVOS GERAIS Espera-se que, ao longo do ensino fundamental e médio, os educandos gradativamente possam ler e compreender sua realidade, posicionar-se, fazer escolhas e agir criteriosamente. Nesse sentido, o educando deverá ser capaz de conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticos e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles. Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços, reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas, questionar sua realidade e identificar seus problemas e refletir sobre soluções. Respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como elemento de fortalecimento da democracia. 6. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES De acordo com a versão recente 2008 das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná os Conteúdos Estruturantes são conhecimentos construídos historicamente e considerados fundamentais para a compreensão do objeto e organização dos campos de estudos de uma disciplina escolar. Deles derivam os Conteúdos Específicos que compõem o trabalho pedagógico e a relação de ensino aprendizagem no cotidiano da escola, e portanto devem ser trabalhados de forma articulada entre si. Os Conteúdos Estruturantes na disciplina de História constituem-se como a própria materialidade da formação do pensamento histórico. A saber: Relações de trabalho; Relações de poder; Relações culturais; Esses Conteúdos Estruturantes apontam para o estudo das ações e relações humanas que constituem o processo histórico, o qual é dinâmico. Nestas Diretrizes, as relações culturais, de trabalho e de poder são privilegiadas como recortes deste processo histórico. Por meio destes Conteúdos Estruturantes, o professor deve discorrer acerca de problemas contemporâneos que representam demandas sociais concretas, alguns deles, inclusive, foram estabelecidos em lei, tais como a inclusão das temáticas da História e Cultura Afro Brasileira e da História do Paraná. Assim como as ações e relações humanas se transformam ao longo do tempo, a abordagem teórico metodológica dos conteúdos de ensino é reelaborada de acordo com o contexto em que vivem os sujeitos. 7. CONTEÚDOS Para o Ensino Fundamental estas Diretrizes propõem que os Conteúdos Específicos de História priorizarão as histórias locais e do Brasil, sendo que estes devem fazer relação e comparação com o mundo. Para o Ensino Médio a proposta é ensino por temas históricos. Justifica-se nestas diretrizes a ausência de um direcionamento de conteúdos, porque a finalidade básica destas Diretrizes é a formação do pensamento histórico dos alunos. Um exemplo de formação do pensamento histórico se dá quando o professor e alunos utilizam em sala de aula e nas pesquisas escolares os métodos de investigação histórica. No entanto não se pretende transformar alunos do Ensino Fundamental e Médio em pequenos historiadores, e sim levá-los a perceber que a História está narrada em diferentes documentos tais como livros, cinema, canções, palestras, relatos de memória, etc, e são recortes de um determinado historiador, sendo que esta História narrada pode ser confrontada e até mesmo refutada. No Ensino Fundamental os Conteúdos Estruturantes – Relações de Trabalho, Relações de Poder e Relações Culturais – tomados em conjunto, articulam os conteúdos específicos a partir das histórias locais e do Brasil e suas relações/comparações com a História Geral e permitem acesso ao conhecimento de múltiplas ações humanas no tempo e no espaço. Por meio do processo pedagógico, busca-se construir uma consciência histórica que possibilite compreender a realidade contemporânea e as implicações do passado em sua constituição. Esta nova perspectiva de divisão temporal a partir das histórias locais e brasileira torna possível analisar os componentes mais complexos das heranças africanas como, por exemplo, a reivindicação dos movimentos negros a respeito da inserção da cultura africana e afro brasileira no ensino de História. Estudar a História do Brasil e as histórias locais relacionadas à mundial, entendendo-a pra além da europeia, permite questionar com o aluno as representações sociais permeadas de preconceitos difundidas pelos meios de comunicação de massa. Além disso, a proposta metodológica de partir da história local e do Brasil para a geral possibilita a abordagem da história regional e que atende a Lei 13.381/2001, que torna obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, o trabalho com os conteúdos de História do Paraná. Ressalta-se que, embora a proposta pedagógica de História para o Ensino Fundamental, da História Local e do Brasil para a História Geral, não se pode impor esta relação quando ela, de fato, não existe. Este exemplo indica ao professor que quando não é possível partir da História do Brasil é possível iniciar a abordagem por estudos comparativos, de forma a continuar priorizando a História local e do Brasil para as séries finais do Ensino Fundamental. No Ensino Médio estas Diretrizes apontam para o ensino de História por meio de temas. Isto porque os temas históricos possibilitam uma maior flexibilidade no ensino de História, considerando as críticas relativas à impossibilidade de ensinar “toda a história da humanidade”, pois a investigação didática da História é resultado de recortes ligados às problemáticas do presente. Cabe lembrar que as problemáticas do presente devem buscar na História os mecanismos que constituíram os processos históricos atuais, tais como fome, desigualdade e a exclusão social, confrontos de identidade (individual, social, étnica, sexual, de gênero, de idade, regionais e nacionais). Podem-se escolher conteúdos específicos clássicos (como a Revolução Industrial na Inglaterra no século XVIII, a formação da República no Brasil, entre outros) e, a partir deles, selecionar temas que permitam colocar em discussão as problemáticas contemporâneas. Ainda dentro deste contexto, e inserido dentro dos currículos, o professor naturalmente irá trabalhar os desafios educacionais contemporâneos: - Cidadania e educação fiscal, educação ambiental, enfrentamento a violência na escola, prevenção ao uso indevido das drogas - Lei 10639/03 – história e cultura afro-brasileira e africana - Lei 11645/08 – história e cultura dos povos indígenas - Lei 9795/99 – política nacional de educação ambiental, nas séries onde o assunto seja pertinente. Abaixo estão os Conteúdos Básicos de cada série onde os assuntos grifados contemplam os desafios educacionais contemporâneos e as leis citadas. 5ª SÉRIE / 6º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL OS DIFERENTES SUJEITOS, SUAS CULTURAS E SUAS HISTÓRIAS Conteúdos Estruturantes: Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) A experiência humana no tempo: a memória local e memória da humanidade; o tempo (as temporalidades e as periodizações); o processo histórico (as relações humanas no tempo): O local e o Brasil: - o aluno e suas percepções do tempo histórico (temporalidades e periodizações): memórias e documentos familiares e locais - o aluno e suas relações com a sociedade no tempo (família, amizade, lazer, esporte, escola, cidade, estado, país, mundo). A relação com o Mundo: - a formação do pensamento histórico - os vestígios humanos: os documentos históricos - o surgimento dos lugares de memórias: lembranças, mitos, museus, arquivos, monumentos espaços públicos, privados, sagrados - as diversas temporalidades nas sociedades indígenas, agrárias e industriais as formas de periodização: por dinastias, por eras, por eventos significativos,etc. 2) Os sujeitos e sua relação com o outro no tempo: as gerações e as etnias: O local e o Brasil: - os povos indígenas e suas culturas na história do Paraná: xetás, kaigangs, xoklengs e tupi-guaranis - colonizadores portugueses e suas culturas na América e no território paranaense - os povos africanos e suas culturas no Brasil e no Paraná - os imigrantes europeus e asiáticos e suas culturas no Brasil e no Paraná - a condição das crianças, dos jovens, dos idosos na história do Brasil e do Paraná. A relação com o Mundo: - o surgimento da humanidade na África e a diversidade cultural na sua expansão: as teorias sobre seu aparecimento - as sociedades comunitárias - as sociedades matriarcais - as sociedades patriarcais - o significado das crianças, jovens e idosos nas sociedades históricas. 3) A cultura local e a cultura comum: os mitos, lendas, a cultura popular, festas e religiosidades, a constituição do pensamento científico, as formas de representação humana; a oralidade e a escrita, as formas de se narrar a história. O local e o Brasil: - os mitos, rituais, lendas dos povos indígenas paranaenses - as manifestações populares no Paraná: a congada, o fandango, cantos, lendas, rituais e as festividades religiosas - pinturas rupestres e sambaquis no Paraná - a produção artística e científica paranaense. A relação com o Mundo: - pensamento científico: a antiguidade grega e Europa moderna - a formação da arte moderna - as relações entre a cultura oral e a cultura escrita: a narrativa histórica. 6ª SÉRIE / 7º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DOS MUNDOS RURAL E URBANO E A FORMAÇÃO DA PROPRIEDADE EM DIFERENTES TEMPOS E ESPAÇOS Conteúdos Estruturantes: Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) As relações de propriedade: a propriedade coletiva; a propriedade pública; a propriedade privada; a terra: O local e o Brasil: a propriedade coletiva entre os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhas, de ilhéus e faxinais no Paraná - a família e os espaço privado: a sociedade patriarcal brasileira - a constituição do latifúndio na América portuguesa e no Brasil imperial e republicano - as reservas naturais e indígenas no Brasil - a reforma agrária no Brasil - a propriedade da terra nos assentamentos. A relação com o Mundo: a constituição do espaço público da antiguidade na pólis grega e na sociedade romana - a reforma agrária na antiguidade greco-romana - a propriedade coletiva nas sociedades pré-colombianas. 2) O mundo do campo e o mundo da cidade: O local e o Brasil: as primeiras cidades brasileiras: formação das vilas e das Câmaras municipais - o engenho colonial - a conquista do sertão - as missões jesuíticas - a Belle Époque tropical - modernização das cidades africanas e pré-colombianas. A relação com o Mundo: as cidades na antiguidade oriental - as cidades nas sociedades antigas clássicas a ruralização do Império Romano e a transição para o feudalismo europeu - a constituição dos feudos (Europa Ocidental, Japão e sociedades da África meridional) e glebas servis (Europa Ocidental) - as transformações no feudalismo europeu - o crescimento comercial e urbano na Europa. 3) As relações entre o campo e a cidade: O local e o Brasil: as cidades mineradoras - as cidades e o tropeirismo no Paraná - os engenhos da erva mate no litoral e no Primeiro Planalto. A relação com o Mundo: relações campo - cidade no Oriente - as feiras medievais - o comércio com o Oriente - os cercamentos na Inglaterra moderna - o inicio da industrialização na Europa - a reforma agrária na América Latina no século XX. 4) Conflitos, resistências e produção cultural campo/cidade: O local e o Brasil: a relação entre senhores e escravos - o sincretismo religioso (formas de resistência afro brasileira) - as cidades e as doenças - a aquisição da terra e da casa própria - o MST e outros movimentos pela terra - os movimentos culturais camponeses e urbanos no Brasil republicano nos séculos XIX, XX e XXI. A relação com o Mundo: a peste negra e as revoltas camponesas - as culturas teocêntrica e antropocêntrica - as manifestações culturais na América Latina África e Ásia - as resistências no campo e na cidades América Latina e continente africano - a história da mulheres orientais, africanas e outras. 7ª SÉRIE / 8º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL O MUNDO DO TRABALHO E A LUTA PELA CIDADANIA Conteúdos Estruturantes: Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) História das relações da humanidade com o trabalho: O local e o Brasil: - o trabalho nas sociedades indígenas - sociedade patriarcal e escravocrata - Mocambos/Quilombos - as resistências na colônia - remanescentes de quilombos. A relação com o Mundo: - a história do trabalho nas primeiras sociedades humanas - o trabalho e a vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita - o trabalho assalariado. 2) O trabalho e a vida em sociedade: O local e o Brasil: a desvalorização do trabalho no Brasil Colônia e Império - a busca pela cidadania no Brasil Império - os saberes nas sociedades indígenas: mitos e lendas que perpetuam as tradições - corpos dóceis: o papel da escola no convencimento para um bom trabalhador. A relação com o Mundo: os significados do trabalho na Antiguidade Oriental e Antiguidade Clássica - as três ordens do imaginário feudal - as corporações de oficio - o entretenimento na corte e nas feiras - o nascimento das fábricas e a vida cultural ao redor. 3) O mundo do trabalho: O local e o Brasil: - a desvalorização do trabalho - o latifúndio no Paraná e no Brasil - a sociedade oligárquico latifundiária - a vida cotidiana das classes trabalhadoras no campo e as contradições da modernização; A relação com o Mundo: - a produção e a organização social capitalista - a ética e moral capitalista. 4) As resistências e as conquistas de direito: O local e o Brasil: - o movimento sufragista feminino - a discriminação racial e linguística (o caipira no contexto do capital) - as congadas como resistência cultural - a consciência negra e o combate ao racismo - movimentos sociais e emancipacionistas - os homens, as mulheres e os homossexuais no Brasil e no Paraná. A relação com o Mundo: - o movimento sufragista feminino - a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - o Luddismo - a constituição dos primeiros sindicatos de trabalhadores - os homens, as mulheres e os homossexuais no mundo contemporâneo, prevenção ao uso indevido de drogas. 8ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA: A FORMAÇÃO DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS Conteúdos Estruturantes: Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) A formação das instituições sociais: as instituições políticas, as instituições econômicas, as instituições religiosas, as instituições culturais, as instituições civis: O local e o Brasil: a formação do cacicado nas sociedades indígenas do Brasil - a Igreja Católica e as reduções jesuíticas na América Portuguesa - irmandades católicas e as religiões afro brasileiras na América Portuguesa - o surgimento dos cartórios, hospitais, prisões, bancos, bibliotecas, museus, arquivos, escolas e universidades no Brasil - a formação dos sindicatos no Brasil as associações e clubes esportivos no Brasil. A relação com o Mundo: a instituição da Igreja no Império Romano - as ordens religiosas católicas - as guildas e as corporações de ofício na Europa medieval - o surgimento dos bancos, escolas e universidades medievais - a organização do poder entre os povos africanos - a formação das associações de trabalhadores e dos sindicatos no Ocidente - o surgimento das empresas transnacionais e instituições internacionais (ONU, FMI, OMC, OPEP, FIFA, Olimpíadas). 2) A formação do Estado: a monarquia; a república (aristocracia, ditadura e democracia); os poderes do Estado: O local e o Brasil: - as relações entre o poder local e o Governo Geral na América portuguesa os quilombos na América portuguesa e no Brasil Imperial - a formação do Estado Nação Brasileiro - as constituições do Brasil imperial e republicano - a instituição da república no Brasil: as ditaduras e a democracia - os poderes do Estado brasileiro: executivo, legislativo e judiciário - as empresas públicas brasileiras - a constituição do Mercosul. A relação com o Mundo: - o surgimento da monarquia nas sociedades da antiguidade no Crescente Fértil - a monarquia e a nobreza na Europa medieval - a formação dos reinos africanos - o Estado Absolutismo europeu - a constituição da república no Ocidente - o imperialismo no século XIX - a formação dos Estados nacionais nos séculos XIX a XXI: as ditaduras e as democracias - a constituição dos dos Estados socialistas e dos Estados de Bem- Estar Social - a formação dos blocos econômicos. 3) Guerras e revoluções: os movimentos sociais: políticos, culturais e religiosos; as revoltas e revoluções sociais (políticas, econômicas, culturais e religiosas); guerras locais e guerras mundiais. O local e o Brasil: - as guerras e revoltas indígenas e quilombos na América portuguesa e no Brasil imperial - as revoltas republicanas na América portuguesa - as revoltas sociais no Brasil imperial e republicano - as guerras cisplatinas e a guerra do Paraguai - o movimento republicano e abolicionista no Brasil imperial - o movimento anarquista, comunista e tenentista no Brasil - o Brasil nas Guerras Mundiais - os movimentos pela redemocratização do Brasil (carestia, feministas, étnico raciais e estudantis). A relação com o Mundo: - as revoltas democráticas nas pólis gregas - as revoltas plebeias, escravas e camponesas na república romana - as heresias medievais - as guerras feudais na Europa Ocidental e as cruzadas - as revoltas religiosas na Europa moderna - a conquista e colonização da América pelos povos europeus - as revoluções modernas - os movimentos nacionalistas - as guerras mundiais - as revoluções socialistas no século XX - as guerras de independência das nações africanas e asiáticas - os movimentos camponeses latino-americanos e asiáticos. 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO Conteúdos Estruturantes: Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre: - O conceito de trabalho livre e explorado - o mundo do trabalho em diferentes sociedades no tempo: trabalho explorado escravo e servil (teocráticas, greco-romanas, medievais e africanas - transição do trabalho escravo, servil e artesanal para o trabalho assalariado - o trabalho livre: as sociedades do consumo produtivo: as primeiras sociedades humanas, as sociedades nômades e semi nômades, as etnias indígenas e africanas - as experiências do trabalho livre em sociedades revolucionárias: a Comuna de Paris, os sovietes russos, associações húngaras, os círculos bolivarianos. 2) Urbanização e industrialização: - as cidades na História: cidades neolíticas, da antiguidade greco-romanas, da Europa medieval, pré-colombianas, africanas e asiáticas - urbanização e industrialização no Brasil - urbanização e industrialização nas sociedades ocidentais, africanas e orientais - urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo - a arquitetura das cidades brasileiras em diferentes épocas e espaços. 2ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO Conteúdos Estruturantes: Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) O Estado e as relações de poder: - os estados teocráticos - os estados na antiguidade clássica - o estado e a igreja medievais - a formação dos Estados Nacionais - as metrópoles europeias, as relações de poder sobre as colônias e a expansão do capitalismo - O Paraná no contexto da sua emancipação - o estado e as doutrinas sociais (anarquismo, socialismo, positivismo) - o nacionalismo nos estados ocidentais - o populismo e as ditaduras na América Latina - Os sistemas capitalista e socialista - Estados da América Latina e o neoliberalismo. 2) Os sujeitos, as revoltas e as guerras: - relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana na antiguidade grega e romana: mulheres, crianças, estrangeiros e escravos guerras e revoltas na Antiguidade Clássica: Grécia e Roma - relações de dominação e resistência na sociedade medieval: camponeses, artesãos, mulheres, hereges e doentes - relações de resistência na sociedade ocidental moderna - as revoltas indígenas, africanas na América portuguesa - os quilombos e comunidades quilombolas no território brasileiro - as revoltas sociais na América portuguesa. 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO Conteúdos Estruturantes : Relações de trabalho, Relações de poder, Relações culturais Conteúdos Básicos: 1) Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções: - as revoluções democráticas liberais no Ocidente: Inglaterra, França e EUA) - movimentos sociais no mundo do trabalho nos séculos XVIII e XIX: o surgimento do sindicalismo - a América portuguesa e as revoltas pela independência - as revoltas federalistas no Brasil imperial e republicano - as guerras mundiais no século XX e a Guerra Fria - as revoluções socialistas na Ásia , África e América Latina - os movimentos de resistência no contexto das ditaduras da América Latina - os Estados africanos e as guerras étnicas - a luta pela terra e a organização de movimentos pela conquista do direito a terra na América Latina - a mulher e suas conquistas de direitos nas sociedades contemporâneas. 2) Cultura e religiosidade: - a formação das religiosidades dos povos africanos, americanos, asiáticos e europeus neolíticos: xamanismo, totens, animismo - os mitos e a arte greco-romanos e a formação das grandes religiões: hinduísmo, budismo, confuncionismo, judaísmo, cristianismo, islamismo - teocentrismo versus antropocentrismo na Europa renascentista - reforma e Contra Reforma seus os desdobramentos culturais - o modernismo brasileiro - cultura e ideologia no governo Vargas - representação dos movimentos sociais, políticos e culturais por meio da arte brasileira - as etnias indígenas e africanas e suas manifestações artísticas, culturais e religiosas - as manifestações populares: congadas, cavalhadas, fandango, folia de reis, boi de mamão, romaria de São Gonçalo. 8. METODOLOGIA DA DISCIPLINA Aluno e professor são sujeitos produtores de seu próprio conhecimento, visto que as noções apresentadas não são dadas prontas e acabadas, mas sim são sujeitas a constante reelaborações e construções, que se dão a partir de necessidades e problemas colocados pelo cotidiano. Os conteúdos trabalhados colocarão a prova as capacidades de pensamento dos alunos, despertando a sua curiosidade, para que eles assumam a posição de perguntadores, questionadores e explicadores da realidade histórica. • Valorizar o conhecimento do aluno, questionando-o sobre o tema em debate e esclarecendo suas dúvidas. • Utilizar fontes diversas de informações, propondo abordagem sobre um mesmo tema e confrontar os dados obtidos. • Trabalhar com documentos históricos como objetos, vestimentas, textos, imagens, vídeos e entrevistas para coleta e utilização de dados. • Considerar o modo de vida e os costumes locais, promovendo estudos, reflexões e análises sobre essa diversidade. • Propor problematização, valorizando os diferentes ritmos de aprendizagem. • Organizar atividades, priorizando momentos de estudos individuais e coletivos, estimulando a troca de conhecimentos e a interpretação professor-aluno e aluno-professor quanto ao conteúdo estudado. • Estimular a organização de resumos para que o aluno possa identificar os alvos de estudo em um determinado tema. • Solicitar relatórios de aulas expositivas em forma de textos, desenhos linhas do tempo, murais, estimulando a criatividade e atenção do estudante. • Utilizar textos históricos complementares introduzindo a síntese, leitura, interpretação e argumentação do tema analisado. • Promover excursões e visitas orientadas, preparadas com antecedência, com elaboração de roteiro de trabalho para o desenvolvimento do estudo e uma ponte de aproximação do passado. • Solicitar pesquisas bibliográficas para o complemento do tema estudado, estimulando a autonomia do trabalho. • Utilizar recursos tecnológicos (filmes, músicas, software, slide), adequados ao conteúdo em estudo. • Organizar mini aulas, dramatizações, histórias em quadrinhos, peças teatrais e paródia, procurando desenvolver a expressão física e oral do aluno. • Estimular a leitura e a produção de textos, bem como a análise e interpretação de letras musicais. • Organizar jogos de cunho desafiador, estimulando os alunos à superação de um problema. O estabelecimento das regras e o entendimento dos objetivos fazem parte da dinâmica da aula, não se perdendo o conjunto de habilidades que se pretende desenvolver. 9. AVALIAÇÃO Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula, essenciais para o desenvolvimento da consciência histórica, é necessário ter clareza que avaliar é sempre um ato de valor. Diante disto, professores e alunos precisam entender que os pressupostos da avaliação, tais como finalidades, instrumentos e critérios, podem permitir rever o que precisa ser melhorado ou o que já foi apreendido. A avaliação deve ter um caráter diagnóstico e possibilitar ao educador avaliar o seu próprio desempenho como docente, refletindo sobre as intervenções didáticas e outras possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos. A avaliação é um instrumento sinalizador do progresso do aluno em todos os seus domínios. Nesse sentido ela não pode ser encarada como resultado, mas sim como processo de sua construção, incidindo tanto sob o aluno, como sobre a proposta de ensino. A finalidade da avaliação é ajudar os professores a planejar a continuidade dos trabalhos a serem desenvolvidos, ajustando ao ritmo dos alunos, certificando se o método adotado está surtindo resultados satisfatórios, buscar condições de superar obstáculos e desenvolver a autonomia. Dentro desta proposta, os instrumentos utilizados para a avaliação serão diversificados, contando com a mediação do professor na flexibilização desses instrumentos para cada série, levando em consideração a participação ativa dos alunos em todos os momentos: • Auto avaliação; • Avaliações objetivas e subjetivas; • Atividades de avaliação com consulta; • Argumentação oral; • Resultados obtidos em exercícios, trabalhos, pesquisas, experiências; • Produção e interpretação de diferentes tipos de textos; • Relatório descritivo de elaboração de experimentos; • Relatórios de exibição de vídeo e visitas em locais culturais e históricos; • Elaboração de painéis e textos ilustrativos; • Produção de histórias em quadrinhos; • Coleta e organização de informações; • Análise e interpretação de documentos históricos; • Análise e interpretação de letras musicais; • Produção de paródias; • Palestras e debates; • Resultados obtidos em dramatizações; • Desenvolvimento de atividades lúdicas tais como: bingo, loto histórica, passa ou repassa, júri simulado, etc; Tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, após a avaliação diagnóstica, o professor e seus alunos poderão revisar as práticas desenvolvidas até então, de modo que identifiquem lacunas no processo pedagógico. Esta ação permitirá ao professor planejar e propor outros encaminhamentos para a superação das dificuldades constatadas. Nos critérios de avaliação, o professor observará nos conteúdos trabalhado, quais alunos tenham condições de identificar processos históricos, quais reconhecem criticamente as relações de poder neles existentes, bem como que tenham recursos para intervir no meio em que vivem, de modo a se fazerem também sujeitos da própria História. Quanto à recuperação concomitante, podemos dizer que a mesma consiste num processo contínuo, acompanhando a evolução do aluno na sua aprendizagem, recuperando os conteúdos e não somente as notas. 10. REFERÊNCIAS Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Dr. Lauro Müller Soares, 2009. Lei nº 9,394 de 20 de dezembro de 1996. Presidência da República. Brasília, Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Presidência da República, Brasília, Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Presidência da República, Brasília, 10 de março de 2008. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares para o Ensino de História nos anos finais do Ensino fundamental e no Ensino Médio. Curitiba, 2008. GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares História para a Educação Básica. Curitiba, 2006. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Com a Lei n. 5692/71 e sob a égide de um suposto nacionalismo, o governo militar desobrigou a inclusão de línguas estrangeiras nos currículos de primeiro e segundo graus, sob o argumento de que a escola não deveria se prestar a ser a porta de entrada de mecanismos de impregnação cultural estrangeira. Assim, se evitaria o aumento da dominação ideológica de outras sociedades e do colonialismo cultural no país. Em 1976, o ensino de Língua Estrangeira voltou a ser valorizado, quando a disciplina se tornou novamente obrigatória somente no segundo grau. Entretanto, não perdeu o caráter de recomendação para o primeiro grau, desde que a escola tivesse condições de oferecê-la. De acordo com parecer n. 581/76 do Conselho Federal, a Língua Estrangeira seria ensinada por acréscimo, conforme as condições de cada estabelecimento. Isso fez muitas escolas suprimirem a Língua Estrangeira no segundo grau ou reduzirem seu ensino para uma hora semanal, por apenas um ano, com um único idioma. No Estado do Paraná, a partir década de 1970, tais questões geraram movimentos de professores insatisfeitos com a reforma do ensino. Esses movimentos ecoaram no Colégio Estadual do Paraná, fundado em 1846, o qual contava com professores de Latim, Grego, Francês, Inglês e Espanhol. Uma das formas, então, para manter a oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas após o parecer n. 581/76, bem como a tentativa de superar a hegemonia de um único idioma ensinado nas escolas, foi a criação do Centro de Línguas Estrangeiras no Colégio Estadual do Paraná, em 1982, que passou a oferecer aulas de Inglês, Espanhol, Francês e Alemão, aos alunos no contra turno. O reconhecimento da importância da diversidade de idiomas também ocorreu na Universidade Federal do Paraná (UFPR), a partir de 1982, quando foram incluídas no vestibular as Linguas Espanhola, Italiana e Alemã. Esse fato estimulou a demanda de professores dessas línguas. O surgimento das teorias da análise do discurso da Escola Francesa contribuiu, no Brasil, com uma nova orientação de ensino/aprendizagem com ênfase no texto e não mais na gramática. Tal concepção teve repercussões importantes, principalmente em relação ao ensino de língua materna. Em paralelo, as teorias da análise do discurso da Escola Anglo Saxã, subsidiaram o ensino pautado na abordagem comunicativa de Língua Estrangeira, cujo objeto era a conversação cotidiana, sob referência apenas da cultura e não das formações sócio histórico ideológicas. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394 determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna no Ensino Fundamental, a partir da quinta série, e a escolha do idioma foi atribuída à comunidade escolar, conforme suas possibilidades de atendimento (Art. 26, § 5.o). Para o Ensino Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição (Art. 36, Inciso III). JUSTIFICAVA A fim de justificar a concepção teórico-metodológica, esta Proposta explicita os limites e possibilidades da Abordagem Comunicativa, embora a Proposta apresente uma concepção de língua discursiva e sugira um trabalho com diferentes tipos de textos, observamos que a progressão de conteúdos de 5ª a 8ª séries, está voltada para o ensino comunicativo, centrado em funções da linguagem do cotidiano, o que esvazia as práticas sociais mais amplas de uso da língua. Para o Ensino Médio propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que vive. OBJETO DE ESTUDO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA No ensino de Língua Estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa disciplina, contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Tornando fundamental que a compreensão do que se pretende com o ensino da Língua Estrangeira na Educação Básica. Ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência atingido. As aulas de Língua Estrangeira se configuram como espaços de interações entre professores e alunos e pelas representações e visões de mundo que se revelam no dia-a-dia. O objetivo maior é que os alunos analisem as questões sociais políticas econômicas da nova ordem mundial, suas implicações e que desenvolvam uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. CONTEÚDO ESTRUTURANTE O Conteúdo Estruturante está relacionado com o momento histórico social. Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva. Sendo assim, define-se como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna o Discurso como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso. CONTEÚDOS BÁSICOS Devem estar coerentes com o Conteúdo Estruturante. Logo, se o Conteúdo Estruturante é o DISCURSO enquanto PRÁTICA SOCIAL, o discurso se efetiva através de textos (orais, escritos, imagéticos) que são produzidos pelas pessoas. Esses textos se configuram, conforme Bakhtin, como formas relativamente estáveis criadas por esferas de atividade humana que se desenvolveram através do tempo, os chamados GÊNEROS DISCURSIVOS. Então os Conteúdos Básicos da Língua Estrangeira Moderna são os GÊNEROS DISCURSIVOS, ou seja, os textos e os elementos linguísticos discursivos: as temáticas, os elementos composicionais e a análise linguística, que serão contemplados nas práticas da leitura, oralidade e escrita. Para atender as leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, que determinam o ensino dos conteúdos relacionados à História e Cultura Afro Brasileira e Cultura dos povos Indígenas, a Educação do Campo (quando houver esta especificidade), as questões de Gênero e Diversidade Sexual, os Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental Lei nº 9795/99, Prevenção ao uso Indevido de Drogas, Enfrentamento à Violência na Escola, Cidadania e Direitos Humanos e Educação Fiscal), Direitos das Crianças e dos Adolescentes conforme prevê o ECA Lei de nº 11525/2007, bem como os conteúdos que possam ser relacionados com o PEP – Prontidão Escolar Preventiva, serão trabalhados em todas as séries, na medida em que serão trabalhados os gêneros discursivos. METODOLOGIA DA DISCIPLINA O Ensino de Língua Estrangeira Moderna: Inglês está pautado nas Diretrizes Curriculares Estaduais que definem o processo para o desenvolvimento das atividades. O ensino de LEM em uma visão contemporânea que concebe a língua como discurso e não apenas como estrutura, precisa ser realizado de forma que proporcione aos alunos e alunas a maior compreensão sobre as práticas de leitura, oralidade e escrita. A sala de aula será um espaço de construção de significados, de exercer a leitura, reflexão e produção oral e escrita dos gêneros trabalhados. O ponto de partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o texto, verbal e nãoverbal, como unidade de linguagem em uso. Antunes (2007, p. 130) esclarece que [...] o texto não é a forma prioritária de se usar a língua. É a única forma. A forma necessária. Não tem outro. A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades discursivas. É importante que o aluno tenha acesso a textos de várias esferas sociais: publicitária, jornalística, literária, informativa, etc. A estrutura de uma bula de remédio, por exemplo, difere da estrutura de um poema. As discussões poderão acontecer em Língua Materna, e servirão como subsídio para a produção textual em Língua Estrangeira. Por isso, constrói-se a cada leitura: quem faz a leitura do texto é o sujeito; portanto, o texto não determina a sua interpretação. Na leitura discursiva, as deduções possibilita construir novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, são ativadas e relacionadas às informações materializadas no texto. Com isso, as experiências dos alunos e o conhecimento de mundo serão valorizados. O professor desempenha um papel importante na leitura, já que, pela forma como encaminha o trabalho em sala de aula, os significados poderão ser mais ou menos problematizados, ou as possibilidades de construção de sentidos percebidas como mais ou menos significativas, como espaços para exercício de ação no mundo social ou submissão aos sentidos do outro. Uma questão é linear quando busca respostas já as visualizando no próprio texto. Será não-linear quando o aspecto sobre o qual incide a questão não se localiza apenas na materialidade do texto e permite o estabelecimento das relações do texto com o conhecimento já adquirido. Quanto à escrita, não se pode esquecer que ela deve ser vista como uma atividade significativa. É importante que o professor direcione as atividades de produção textual definindo em seu encaminhamento qual o objetivo da produção e para quem se escreve, em situações reais de uso. Ao apresentar textos literários aos alunos, o professor deve propor atividades que colaborem para que ele analise os textos e os perceba como prática social de uma sociedade em um determinado contexto sociocultural. O papel do estudo gramatical relaciona-se ao entendimento, conhecer novas culturas implica constatar que uma cultura não é necessariamente melhor nem pior que outra, mas sim diferente, é reconhecer que as novas palavras não são simplesmente novos rótulos para os velhos conceitos e as novas pronúncias não são somente as distintas maneiras de articular sons. A oralidade têm como objetivo expor aos alunos textos orais, pertencentes aos diferentes discursos, lembrando que na abordagem discursiva a oralidade é muito mais do que o uso funcional da língua, é aprender a expressar ideias em Língua Estrangeira mesmo que com limitações, existindo ainda a necessidade de adequação da variedade linguística para as diferentes situações, tal como ocorre na escrita e em Língua Materna. Os recursos didáticos e metodológicos utilizados serão: quadro de giz ou branco, fotocópias de textos ou o livro didático (caso a escola receba), TV Multimídia, laboratório de informática, som e dvd. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ENSINO FUNDAMENTAL: 5ª SÉRIE/6º ANO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS GÊNEROS DISCURSIVOS E SEUS ELEMENTOS COMPOSICIONAIS. LEITURA • Identificação do tema; • Intertextualidade; • Intencionalidade; • Coesão e coerência; ESCRITA • Tema do texto; • Finalidade do texto; • Intencionalidade do texto; • Intertextualidade; • Condições de produção; • Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); ORALIDADE • Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc; • Adequação do discurso ao gênero; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição. • Pronúncia. ENSINO FUNDAMENTAL: 6ª SÉRIE/7º ANO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA • Identificação do tema; • Intertextualidade; • Intencionalidade; • Léxico; • Coesão e coerência; ESCRITA • Tema do texto ; • Finalidade do texto; • Intencionalidade do texto; • Intertextualidade; • Condições de produção; • Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); ORALIDADE • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição. • Pronúncia. ENSINO FUNDAMENTAL: 7ª SÉRIE/8º ANO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA • Identificação do tema; • Intertextualidade; • Intencionalidade; • Vozes sociais presentes no texto; ESCRITA • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Intencionalidade do texto; • Intertextualidade; • Condições de produção; • Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); • Vozes sociais presentes no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Funções das classes gramaticais no texto; • Elementos semânticos; • Recursos estilísticos ( figuras de linguagem); ENSINO FUNDAMENTAL: 8ª SÉRIE/9º ANO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA • Identificação do tema; • Intertextualidade; • Intencionalidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Funções das classes gramaticais no texto; • Elementos semânticos; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; • Recursos estilísticos ( figuras de linguagem); • Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); • Variedade linguística. Ortografia. ESCRITA • Tema do texto ; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Intencionalidade do texto; • Intertextualidade; • Condições de produção; • Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); • Vozes sociais presentes no texto; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Funções das classes gramaticais no texto; • Elementos semânticos; • Recursos estilísticos( figuras de linguagem); LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – 1ª série do ENSINO MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA • Identificação do tema; • Intertextualidade; • Intencionalidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Marcadores do discurso; • Funções das classes gramaticais no texto; • Elementos semânticos; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; • Recursos estilísticos ( figuras de linguagem); • Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); • Variedade linguística. • Acentuação gráfica; • Ortografia. ESCRITA • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Intencionalidade do texto; • Intertextualidade; • Condições de produção; • Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); • Vozes sociais presentes no texto; • Vozes verbais; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Funções das classes gramaticais no texto; LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – 2ª série do ENSINO MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA • Identificação do tema; • Intertextualidade; • Intencionalidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Marcadores do discurso; • Funções das classes gramaticais no texto; • Elementos semãnticos; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; • Recursos estilísticos ( figuras de linguagem); • Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); • Variedade linguística. • Acentuação gráfica; • Ortografia. ESCRITA • Tema do texto ; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Intencionalidade do texto; • Intertextualidade; • Condições de produção; • Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); • Vozes sociais presentes no texto; • Vozes verbais; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; • Léxico; • Coesão e coerência; • Funções das classes gramaticais no texto; LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – 3ª série do ENSINO MÉDIO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS ORALIDADE • Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc ...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Vozes sociais presentes no texto; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito; • Adequação da fala ao contexto; • Pronúncia. AVALIAÇÃO A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está articulada aos fundamentos teóricos explicitados no PPP do Colégio Estadual Dr. Lauro Müller Soares, no Regimento Escolar deste estabelecimento, nas Diretrizes e na LDB n. 9394/96. Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer o processo de ensino e de aprendizagem, norteando o trabalho do professor, propiciando que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que se encontra no percurso pedagógico. Essa concepção orienta que as intervenções pedagógicas ultrapassem o conteúdo trabalhado, de forma que os objetivos de ensino explicitados nesta Proposta Pedagógica Curricular sejam alcançados. Avaliação na Leitura no Ensino Fundamental. Espera-se que o aluno: • Identifique o tema; • Localize informações explícitas no texto; • Amplie seu horizonte de expectativas; • Amplie seu léxico; • Identifique a ideia principal do texto. Avaliação na Escrita no Ensino Fundamental. Espera-se que o aluno: • Expresse as ideias com clareza; • Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); Avaliação na Oralidade no Ensino Fundamental. • Espera-se que o aluno: • Utilize o discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresente suas ideias com clareza, coerência, mesmo que na língua materna. • Utilize adequadamente entonação, pausas, gestos, etc.; Avaliação na Leitura no Ensino Médio. Espera-se do aluno: • Realização de leitura compreensiva do texto; • Localização de informações explícitas e implícitas no texto; • Posicionamento argumentativo; • Ampliação do horizonte de expectativas; • Ampliação do léxico; • Percepção do ambiente no qual circula o gênero; • Identificação da ideia principal do texto; • Análise das intenções do autor; • Identificação do tema; • Dedução dos sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto; • Compreensão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo; • Reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual; Avaliação na Escrita no Ensino Médio. Espera-se do aluno: • Expressão de ideias com clareza; • Elaboração de textos atendendo: - às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); - à continuidade temática; • Diferenciação do contexto de uso da linguagem formal e informal; • Uso de recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade, intertextualidade, etc; Avaliação na Oralidade no Ensino Médio. Espera-se do aluno: • Pertinência do uso dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; • Reconhecimento de palavras e/ ou expressões que estabelecem a referência textual; • Utilização do discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresentação de ideias com clareza; • Compreensão de argumentos no discurso do outro; • Exposição objetiva de argumentos; • Organização da sequência da fala; • Respeito aos turnos de fala; • Participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua materna, etc.; • Utilização consciente de expressões faciais corporais e gestuais, de pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos. A recuperação concomitante será realizada sempre que necessária, visando a recuperação do conteúdo ensinado, visando o aspecto qualitativo acima do quantitativo, não apenas recuperando a “nota”. REFERÊNCIAS PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008. LÍNGUA PORTUGUESA APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA A disciplina de língua portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros nas últimas décadas do século XIX, mas a preocupação com a formação dos professores dessa disciplina aconteceu somente nos anos 30 do século XX. Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal torna obrigatório o ensino da Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil. Em 1837, o estudo da Língua Portuguesa foi incluído no currículo sob as formas das disciplinas Gramática, Retórica e Poética, abrangendo, esta última, a Literatura. Somente no século XIX, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de português, em 1871 foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de Professor de Português. As primeiras práticas de ensino da língua materna tinham como modelo o Latim (para os poucos que tinham acesso à escola). Portanto, era um ensino eloquente, retórico, imitativo, elitista e ornamental, voltada para a perpetuação de uma ordem patriarcal, estamental e colonial (onde a obediência à fé, ao rei e à lei era prioridade). Tal prática pedagógica manteve-se até meados do século XX e a partir de 1967 começou no Brasil a chamada democratização do ensino, com a ampliação de vagas, eliminação dos exames de admissão, entre outros. Com o número do aluno se multiplicando, a Língua Portuguesa precisou de novas propostas pedagógicas, pois estes alunos chegavam à escola trazendo modos, valores culturais e registros linguísticos que então não eram admitidos. Entre 1970 e 1980, ensinava-se a língua materna através de exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento de habilidades de leitura. E para atender a este grande número de alunos, foi preciso a contratação de um quadro capaz de atendê-los em curto espaço de tempo. A desvalorização do professores inicia neste ponto, primeiro pelo rebaixamento significativo dos salários. Em consequência deste rebaixamento, os professores aumentaram a carga horária e lançaram mão do livro didático para ministrar suas aulas. A força e a preponderância do livro didático retiraram do professor a autonomia e a responsabilidade quanto à sua prática pedagógica, desconsiderando seu conhecimento, experiência e senso crítico em função de um ensino reprodutivista e de uma pedagogia da transmissão. Assim, com base na estrutura dos livros didáticos, tem-se um ensino de Literatura focado na historiografia literária e no trabalho com fragmentos de textos, apenas, ao invés dos textos integrais; no campo do ensino da Língua Materna, exercícios estruturais, do tipo preenchimento de lacunas, ou questionamentos de simples verificação de ocorrências para a expansão dos sentidos da leitura. Esse quadro, além dos altos índices de evasão e repetência das classes populares, do arrocho salarial dos professores e da abertura indiscriminada de instituições de ensino superior comprometeram ainda mais a qualidade do ensino este modelo de ensinar através da memorização (pedagógica tecnicista) começou a sofrer transformações a partir de estudos linguísticos, aqui no Brasil nos anos 80, principalmente por Backhtin e outros pensadores de seu círculo. Quanto aos professores de Língua Portuguesa, pode-se dizer que se apropriaram desses novos conceitos, onde o texto é a unidade fundamental da análise e que a língua configura um espaço de interação entre os sujeitos. Entretanto, apropriar-se não quer dizer mudar a prática pedagógica de fato. E foi o que aconteceu. No ensino da literatura, até as décadas de 1960-70, o ensino do texto literário, tinha por finalidade transmitir a norma culta da língua. A partir dos anos 70, passou a ser ensinada apenas no 2º grau, com abordagens estruturais ou historiográficas do texto literário. A historiografia literária, que ainda resiste nas salas de aula, também excluía (e exclui) o aluno de um papel ativo no processo de leitura, ao colocá-lo em contato com intermináveis lista de autores e resumos de obras nos quais devem ser encontrados - à semelhança dos “caça-palavras “ - características de época estabelecidas a priori, sem nenhum estímulo à reflexão crítica. Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa os Parâmetros Curriculares Nacionais, do final da década de 90, também fundamentaram a proposta para a disciplina de língua materna nas concepções interacionista ou discursivas, propondo uma reflexão acerca do uso da linguagem oral e escrita baseado nos estudos de natureza sociológica da linguagem proposto por Bakhtin. Geraldi no livro, O texto na sala de aula, marcou as discussões sobre o ensino de língua portuguesa no Paraná, incluindo artigos de linguistas como Faraco, Possenti, presentes até hoje nos estudos e pesquisas sobre o ensino. Objetivando uma reflexão sobre o trabalho em sala de aula numa abordagem com as unidades básicas do ensino da língua portuguesa (leitura, produção textual e analise lingüística), tendo como ponto de partida o texto. Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com a situação de analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de textos apresentada pelos alunos – segundo os resultados de avaliações em larga escala e, mesmo, de pesquisas acadêmicas – as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa requerem, neste momento histórico, novos posicionamentos. Essas considerações resultaram, nas DCE, numa proposta que dá ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e produtiva. É tarefa da escola possibilitar, principalmente através desta Proposta Pedagógica Curricular, que os alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inserí-los nas diversas esferas de interação. Dessa forma, será possível a inserção de todos os que frequentam a escola publica em uma sociedade cheia de conflitos sociais raciais, religiosos e políticos de forma ativa, marcando assim, suas vozes no contexto que tiverem inseridos. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA O domínio da língua materna, no campo do falar, do escrever e do interpretar, constitui o pressuposto básico essencial para que uma pessoa consiga compreender a realidade e possa agir sobre esta. Supondo isto, o ensino da língua portuguesa deve ser pautado sempre dentro de um contexto e nunca compartimentalizado, deve enfatizar a análise e interpretação crítica de quaisquer textos (divulgados através de diferentes meios de comunicação) bem como a manipulação constante dos conteúdos essenciais para o bem falar e escrever, pensar e refletir. Entender a linguagem como interação é considerá-la em funcionamento em diversas situações, sujeita a regras não só linguística, mas também sociais, em que os interlocutores não são meros processadores de um código linguístico, mas co-produtores de sentido, atentos aos afeitos do uso da língua em cada contexto situacional “é reconhecer na linguagem a força de ação entre indivíduos histórica e socialmente marcados, absolutamente interessados em cada ato de linguagem pelas consequências que dele advir”, conforme afirma Geraldi (1991). Com essa reflexão sobre o ensino da língua materna, o professor deve dirigir-se de maneira consciente àqueles conteúdos e atitudes que são considerados relevantes para os interesses dos alunos, dando ênfase, desta maneira, à participação ativa do educando no processo, visando o domínio da língua oral, da leitura, da escrita e da escuta de textos orais. Deste modo, torna-se necessária a criação de estratégias que auxiliem efetivamente o aluno a se aprimorar no uso da língua, enquanto expressão de seu mundo. Para isso, o professor poderá medir esse novo conhecimento adquirido, através de estratégias variadas e criativas, aproveitando todas as oportunidades possíveis para que essa apropriação aconteça e se efetive. Seja através de uma simples leitura, até um inusitado jogo lúdico, abrindo um leque variado de estratégias possíveis para que o aluno se aproprie cada vez mais das estruturas da língua, inclusive da língua- padrão, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade. Para trabalhar os conteúdos de Língua Portuguesa o professor deverá ter o cuidado de observar que eles estejam contextualizados na realidade da escola e do aluno, viabilizando a compreensão e o encontro dos vários discursos utilizados nas diferentes esferas da vida social, através de estratégias como interpretar e produzir diversos tipos de textos como: resumos, resenhas, poesias, letras de músicas, etc. usando as leituras como instrumentos de acesso à compreensão de textos verbais e não verbais. Nessa visão o professor ainda poderá levar o estudante a pensar sobre as questões sociais e analisá-las, trabalhando com temas atuais, favorecendo a compreensão da multiplicidade de aspectos que compõem a realidade, para que os alunos saibam claramente o quê, por que e para que estão fazendo as atividades e assim transformarão os seus conhecimentos em instrumentos de ação. O estudante deverá ser capaz de escrever textos de diversos gêneros, observando-os para identificar o assunto a partir do tema indicado; relacionar as partes dos mesmos para que haja coerência com a unidade temática; usar os recursos coesivos para que fique claro o que deseja expor, entre outras estratégias discursivas. Assumindo a concepção de língua como interação, os objetivos a seguir fundamentarão todo o processo de ensino-aprendizagem: • Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, bem como descobrindo as intenções que estão “por trás” dos discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos. • Desenvolver as habilidades do uso da língua padrão/escrita em situações discursivas realizadas por meio de práticas textuais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura. • Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de refletir sobre os textos que lêem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo, de forma contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na organização do texto ou discurso. É importante reafirmar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da inserção e participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e escrita, inicia-se na alfabetização, vão se aprofundando no Ensino Fundamental e consolidam-se no Ensino Médio, para que o educando tenha as condições necessárias para continuar no processo de ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa e de suas literaturas, isso ocorrerá de maneira mais completa se forem levados em consideração às práticas discursivas, de leitura, da produção e da reflexão ou análise linguística. CONTEÚDOS DA DISCIPLINA: Conteúdo Estruturante: Discurso enquanto Prática Social: Entende-se por Conteúdo Estruturante, o conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos a serem trabalhados no dia a dia da sala de aula. A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento histórico social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais. As práticas de leitura, oralidade, escrita e a análise linguística serão contempladas, através do professor diante dessas práticas: “sua função não se reduz apenas a “transmitir”, a “repassar”, ano após ano, conteúdos selecionados por outros; mas alguém que também produz conhecimento [...]” (ANTUNES, 2007, p. 156). CONTEÚDOS BÁSICOS: gêneros textuais, elementos composicionais, forma e estilo. Gêneros textuais que serão trabalhados: 5ª SÉRIE (6º ANO) - literários/artísticos: contos de fadas, lendas, causos e fábulas, história em quadrinhos, poemas, cantigas, parlendas, trovas e trava-línguas; - argumentativos: comentários, carta ao leitor, propaganda; - prescritivos: regras de jogos, verbetes de dicionário, receita culinária; - correspondência: carta pessoal, e-mail, cartão postal, aviso; - imprensa/midiática: notícia, classificados. 6ª SÉRIE (7º ANO) - literários/artísticos: contos fantásticos, provérbios, poema, contra-fábulas, textos não-verbais, memórias; - argumentativos: resenha de filme, enquete, assembleia; - prescritivos: bula de remédio, manual de instrução, mapas; - correspondência: carta comercial, panfletos,folder; - imprensa/midiática: reportagem, manchete, notícia; 7ª SÉRIE (8º ANO) - narrativos/literários: crônica, dramáticos, contos de aventuras, fábula moderna, música; - argumentativos: depoimento, carta ao leitor, carta de reclamação; - prescritivos: estatutos, regulamentos; - publicitários: comercial televisivo, propaganda, slogan; - imprensa/midiática: reportagem televisiva, entrevista, vídeo clip, infográfico; - outro: resumo; 8ª SÉRIE (9º ANO) - narrativos/literários: romance, fábulas contemporâneas, cordel, pinturas, crônica; - argumentativos: editorial, debate regrado, júri simulado, resenha de artigo de opinião; - prescritivos/jurídicos: leis, regimentos; - científicos: relato histórico, artigos científicos, verbetes de enciclopédias, pesquisa; - imprensa/midiática: sinopse de filmes e livros, cartum, entrevista; - outro: resumo, seminário, ata; ENSINO MÉDIO: 1ª SÉRIE - literários: crônica, fábulas contemporâneas, biografia, letras de músicas, contos; - argumentativos: resenha crítica de filmes e documentários; - científicos: relatório de experiências, seminário, pesquisa; - jurídicos: ofício, requerimentos, procuração; - midiáticos: reportagem televisiva, blog, fotoblog; 2ª SÉRIE - literários: contos contemporâneos, romance, música, pintura, poema; - argumentativos: artigo de opinião, debate regrado, júri simulado; - científicos: resenha de textos, filmes e livros, seminário, palestra, pesquisa; - jurídicos: contrato, petição, procuração, leis - midiáticos: filmes, telenovelas, vídeo clip, documentários; 3ª SÉRIE - literários: romance, dramáticos, música, poemas, crônica; - argumentativos: artigo de opinião, editorial, carta ao leitor; - científicos: resenha, seminários, pesquisa; - jurídicos: leis, decretos, edital, artigos, emenda; - midiáticos/imprensa: caricatura, charge, mesa redonda, infográficos; CONTEÚDOS BÁSICOS/ESPECÍFICOS: Dentro das práticas de oralidade, leitura, escrita, análise linguística e literatura, serão trabalhadas em todas as turmas: - tema do texto; - finalidade; - intencionalidade; - interlocutor; - intertextualidade; - situacionalidade; - aceitabilidade; - condições de produção; - vozes sociais presentes nos textos; - informatividade; - elementos semânticos, linguísticos e extralinguísticos; - variedade linguística; - léxico, ortografia, acentuação e pontuação; - coesão e coerência; - processo de formação de palavras; - turnos de fala; - concordância verbal e nominal; - tipos de discurso: direto, indireto, direto livre; - polissemia; - relação entre as partes do texto; - aspectos estéticos nos textos literários; METODOLOGIA O ensino de Língua Portuguesa nesta Proposta Pedagógica Curricular, estará pautado nas orientações das Diretrizes Curriculares, as quais definem o processo para o desenvolvimento das atividades. O ensino de Língua Portuguesa, em uma visão contemporânea, precisa ser realizado de forma que proporcione aos alunos e alunas a maior compreensão sobre as práticas de leitura, oralidade, escrita, análise linguística e literatura. A sala de aula, então, será um espaço de exercer a leitura e reflexão dos gêneros trabalhados, bem como de produção oral e escrita. O estudo de Língua Portuguesa visa a interação verbal, isto é, a ação entre sujeitos que através da linguagem se apropriam e transmitem algum tipo de experiência já adquirida. Ressaltando esse caráter social da linguagem, Bakhtin (1997), e os teóricos do seu círculo, formulam os conceitos do dialogismo e dos gêneros discursivos que suscitam novos caminhos para o trabalho pedagógico com nova abordagem para o ensino de língua. Segundo Faraco (2005), o estudo vai se constituir principalmente no trabalho com o texto, uma vez que este é o material articulador de novas metodologias. Não apenas o texto verbal, mas textos em todas as linguagens (não as artes visuais, a músicas, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeos, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídias e todas as formas infográficas), de tal modo que os alunos possam perceber pelo viés do mesmo assunto, as diferentes formas de realização das práticas textuais. Nesse sentido as ações pedagógicas criadas, devem abranger a leitura, a produção e a análise, envolvendo as diversas esferas comunicativas: literário, informativo, publicitário..., não apenas de autores consagrados, mas também textos dos alunos, do professor, do jornal, da revista, do folheto de rua, da publicidade. Esses textos devem ser colocados em confronto, não apenas em suas formas, mas também o conteúdo veiculado neles e suas marcas. Dessa forma se instaura o debate e a criação de situações concretas para que o aluno se aproprie da linguagem oral e escrita, transformando a sala de aula num espaço de debate permanente, onde o aluno deverá saber escutar e falar adequadamente o seu discurso ao outro, numa demonstração de respeito e atenção. Quanto a escrever, queremos que o nosso aluno tenha em mente um interlocutor, isto é, que escreva para alguém ler, assim daremos incentivo à realização de produções textuais para serem expostos em murais , para participar de concursos, para que sejam lidas por colegas, pais ou professores. Os conteúdos gramaticais serão abordados através da análise linguística, contextualizadas e de forma funcional, destacando a flexibilidade estrutural da língua e a riqueza expressiva à disposição do falante. A literatura favorece a intertextualidade, portanto, o texto literário e temas da história literária brasileira serão o elemento motivador da discussão de temas relacionados com as Artes, História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Cultura afro e outros. O estudo além de abranger o específico do fazer literário, se enriquecerá ao aglutinar elementos vindos dos componentes curriculares. As aulas de literatura embora planejadas, devem estar abertas a mudanças súbitas de seu rumo, dependendo da reação do aluno, incorporando suas ideias e as relações textuais por eles estabelecidas. O professor de Língua Portuguesa e Literatura, deverá utilizar meios para aperfeiçoar a expressão e a compreensão dos seus alunos nos níveis da oralidade, leitura e escrita, ao mesmo tempo que o pensamento se expande, permitindo que os alunos façam suas próprias escolhas ante as oportunidades que surgirem em sua vida social, educando para a liberdade de ação e expressão. Sendo assim, teremos os seguintes encaminhamentos: PRÁTICA DA ORALIDADE No dia-a-dia da maioria das pessoas, a fala é a prática discursiva mais utilizada. Nesse sentido, as atividades orais precisam oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais, adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, intenções), aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e, principalmente, praticar e aprender a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir. Ao contrário do que se julga, a prática oral realiza-se por meio de operações linguísticas complexas, relacionadas a recursos expressivos como a entonação. Na prática da oralidade, esta Proposta Pedagógica Curricular reconhece as variantes linguísticas como legítimas, uma vez que são expressão de grupos sociais, historicamente marginalizados em relação à centralidade ocupada pela norma padrão, pelo poder da fala culta. Isso contraria o mito de que a língua é uniforme e não deve variar conforme o contexto de interação, Bagno (2003, p.17), afirma que esse mito “tem sido prejudicial à educação”, porque impõe uma norma como se fosse a única e desconsidera as outras variedades. Existem situações sociais diferentes devem haver também padrões de uso da língua diferentes. A variação, assim, aparece como uma coisa inevitavelmente normal. Ou seja, existem variações linguísticas não porque as pessoas são ignorantes ou indisciplinadas; existem, porque as línguas são fatos sociais, situados num tempo e num espaço concreto, com funções definidas. E, como tais, são condicionados por esses fatores. (ANTUNES, 2007, p. 104) . Cabe, entretanto, reconhecer que a norma padrão, além de variante de prestígio social e de uso das classes dominantes, é fator de agregação social e cultural e, portanto, é direito de todos os cidadãos, sendo função da escola possibilitar aos alunos o acesso a essa norma. O professor pode planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que, gradativamente, permita ao aluno conhecer, usar também a variedade linguística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados contextos sociais. Tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, as possibilidades de trabalho com os gêneros orais são diversas e apontam diferentes caminhos, como: apresentação de temas variados (histórias de família, da comunidade, um filme, um livro); depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio; dramatização; debates, seminários, júris simulados e outras atividades que possibilitem o desenvolvimento da argumentação; troca de opiniões; recado; elogio; explicação; contação de histórias; declamação de poemas; etc. No que concerne à literatura oral, valoriza-se a potência dos textos literários como Arte, os quais produzem oportunidade de considerar seus estatutos, sua dimensão estética e suas forças políticas particulares. O trabalho com os gêneros orais deve ser consistente. Isso significa que as atividades propostas não podem ter como objetivo simplesmente ensinar o aluno a falar, por meio da emissão de opiniões ou em conversas com os colegas de sala de aula. O que é necessário avaliar, juntamente com o falante, por meio da reflexão sobre os usos da linguagem, é o conteúdo de sua participação oral. O ato de apenas solicitar que o aluno apresente um seminário não possibilita que ele desenvolva bem o trabalho. É preciso esclarecer os objetivos, a finalidade dessa apresentação, e explicar, por exemplo, “que apresentar um seminário não é meramente ler em voz alta um texto previamente escrito. Também não é se colocar à frente da turma e bater um papo com os colegas (...)” (CAVALCANTE e MELO, 2006, p. 184). O professor, primeiramente, selecionará os objetivos que pretende com o gênero oral escolhido, por exemplo: • Na proposição de um seminário, além de explorar o tema a ser apresentado, é preciso orientar os alunos sobre o contexto social de uso desse gênero, a postura diante dos colegas, refletir a respeito das características textuais (composição do gênero, as marcas linguístico enunciativas), organizar a sequência da apresentação, observar a relevância dos conectivos como mecanismos que colaboram com a coesão e coerência do texto, etc.; • Na participação em um debate, pode-se observar a argumentação do aluno, como ele defende seu ponto de vista, orientar sobre a adequação da linguagem ao contexto, trabalhar com os turnos de fala, com a interação entre os participantes, etc.; • Na dramatização de um texto, é possível explorar elementos da representação cênica (como entonação, expressão facial e corporal, pausas), bem como a estrutura do texto dramatizado, as trocas de turnos de falas, etc; • Ao narrar um fato (real ou fictício), o professor poderá abordar a estrutura da narrativa, explorar os conectivos usados na narração, refletir sobre o uso de gírias e repetições, entre outros pontos. Além disso, pode-se analisar a linguagem em uso em outras esferas sociais, como: em programas televisivos (jornais, novelas, propagandas); em programas radiofônicos; no discurso do poder em suas diferentes instâncias: público, privado, enfim, nas mais diversas realizações do discurso oral. Ao analisar os discursos de outros, também é preciso selecionar os conteúdos que se pretende abordar. Seguem algumas sugestões metodológicas, tendo como referência Cavalcante e Melo (2006): • Se a intenção for trabalhar com o gênero entrevista televisiva, pode-se refletir como o apresentador se dirige ao entrevistado; quem é o entrevistado, idade, sexo; qual papel ele representa na sociedade; o desenvolvimento do tema da entrevista; o contexto; se a fala do apresentador e do entrevistado é formal ou informal; se há clareza nas respostas; os recursos expressivos, etc.; • O gênero mesa redonda possibilita verificar como os participantes interagem entre si. Para isso, é importante considerar algumas características dos participantes, como: idade, sexo, profissão, posição social. Podem-se analisar os argumentos dos participantes, a ideologia presente nos discursos, as formas de sequencialização dos tópicos do diálogo, a linguagem utilizada (formal, informal), os recursos linguístico discursivos usados para defender o ponto de vista, etc. • em cenas de novelas, filmes, programas humorísticos e outros, tem-se como explorar a sociolinguística, o professor pode estimular o aluno a perceber se há termos, expressões, sotaques característicos de alguma região, classe social, idade e como estes sotaques ou marcas dialetais são tratadas. Além disso, pode solicitar que os alunos transcrevam um trecho de uma cena de novela e analisem, por exemplo, as falas das personagens em momentos de conflito, verificando se apresentam truncamento, hesitações, o que é comum em situações de conflito real. A comparação entre as estratégias específicas da oralidade e aquelas da escrita faz parte da tarefa de ensinar os alunos a expressarem suas ideias com segurança e fluência. O trabalho com os gêneros orais visa o aprimoramento linguístico, bem como a argumentação. PRÁTICA DA ESCRITA O exercício da escrita, nesta Proposta Pedagógica Curricular, leva em conta a relação entre o uso e o aprendizado da língua, sob a premissa de que o texto é um elo de interação social e os gêneros discursivos são construções coletivas. Assim, entende-se o texto como uma forma de atuar, de agir no mundo. Escreve-se e fala-se para convencer, vender, negar, instruir, etc. Pensar que o domínio da escrita é inato ou uma dádiva restrita a um pequeno número de sujeitos implica distanciá-la dos alunos. Quando a escrita é supervalorizada e descontextualizada, torna-se mero exercício para preencher o tempo, reforçando a baixa auto estima linguística dos alunos, que acabam compreendendo a escrita como privilégio de alguns. Tais valores afastam a linguagem escrita do universo de vida dos usuários, como se ela fosse um processo à parte, externo aos falantes, que, nessa perspectiva, não constroem a língua, mas aprendem o que os outros criaram. O reconhecimento, pelo aluno, das relações de poder no discurso potencializa a possibilidade de resistência a esses valores socioculturais. O educando precisa compreender o funcionamento de um texto escrito, que se faz a partir de elementos como organização, unidade temática, coerência, coesão, intenções, interlocutor(es), dentre outros. Além disso, “ a escrita apresenta elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais como o tamanho e tipo de letras, cores e formatos, elementos pictóricos, que operam como gestos, mímica e prosódia graficamente representados.” (MARCUSCHI, 2005, p. 17). A maneira de propor atividades com a escrita interfere de modo significativo nos resultados alcançados. Diante de uma folha repleta de linhas a serem preenchidas sobre um tema, os alunos podem recorrer somente ao que Pécora (1983, p. 68) chama de “estratégias de preenchimento”. É desejável que as atividades com a escrita se realizem de modo interlocutivo, que elas possam relacionar o dizer escrito às circunstâncias de sua produção. Isso implica o produtor do texto assumir-se como locutor, conforme propõe Geraldi (1997) e, dessa forma, ter o que dizer; razão para dizer; como dizer, interlocutores para quem dizer. As propostas de produção textual precisam “corresponder àquilo que, na verdade, se escreve fora da escola - e, assim, sejam textos de gêneros que têm uma função social determinada, conforme as práticas vigentes na sociedade” (ANTUNES, 2003, pp.62-63). Há diversos gêneros que podem ser trabalhados em sala de aula para aprimorar a prática de escrita. Abaixo, citam-se alguns, contudo, ressalta-se que os gêneros escritos não se reduzem a esses exemplos: convite, bilhete, carta, cartaz, aviso, notícia, editorial, artigo de opinião, carta do leitor, relatórios, resultado de consultas bibliográficas, resultados de pesquisas, resumos, resenhas, solicitações, requerimento, crônica, conto, poema, relatos de experiência, receitas, e-mail, blog, orkut, etc. Na prática da escrita, há três etapas interdependentes e intercomplementares: • Primeiramente, essa prática requer que tanto o professor quanto o aluno planejem o que será produzido; • Em seguida, escrevam a primeira versão sobre a proposta apresentada; • Depois, revisem, reestruturem e reescrevam esse texto, tendo em vista a intenção que se teve ao produzi-lo. Se for preciso, tais atividades devem ser retomadas, analisadas e avaliadas durante esse trabalho. Por meio desse processo, em que vivencia a prática de planejar, escrever, revisar e reescrever seus textos, o aluno perceberá que a reformulação da escrita não é motivo para constrangimento. Não caracteriza uma produção que esteja “errada” e, sim, que é possível escrever textos que reflitam melhor seus pontos de vista, sua criatividade, seu imaginário, pela troca de uma palavra por outra, de um sinal de pontuação por outro, do acréscimo ou da exclusão de uma ideia, pela adequação do discurso ao contexto, ao interlocutor. O refazer textual pode ocorrer de forma individual ou em grupo, considerando a intenção e as circunstâncias da produção e não a mera “higienização” do texto do aluno, para atender apenas aos recursos exigidos pela gramática. O refazer textual deve ser, portanto, atividade fundamentada na adequação do texto às exigências circunstanciais de sua produção. Para dar oportunidade de socializar a experiência da produção textual e o ato de compartilhá-la, o professor pode utilizar-se de diversas estratégias como, por exemplo, afixar os textos dos alunos no mural da escola, por meio de rodízio, reunir os diversos textos em uma coletânea ou publicá-los no jornal da escola. Dessa forma, além de enfatizar o caráter interlocutivo da linguagem, possibilitando aos estudantes constituírem-se sujeitos do fazer lingüístico, essa prática orientará não apenas a produção de textos significativos, como incentivará a prática da leitura. Na concepção de linguagem desta Proposta Pedagógica Curricular, a prática da escrita constitui uma ação com a linguagem que inclui, também, a avaliação: [...] ao produzir um texto, o aluno procura no seu universo referencial os recursos lingüísticos e os demais recursos necessários para atender à intenção. Avaliando o produto, ele sabe se pode manter o universo referencial como até então constituído (atualizando-o), ou se deve modificá-lo, ou ainda ampliá-lo. (PIVOVAR, 1999, p. 54) Durante a produção de texto, o estudante aumenta seu universo referencial e aprimora sua competência de escrita, apreende as exigências dessa manifestação linguística e o seu sistema de organização próprio. Ao analisar seu texto conforme as intenções e as condições de sua produção, o aluno adquire a necessária autonomia para avaliá-lo. PRÁTICA DA LEITURA Nesta Proposta Pedagógica Curricular, entende-se a prática de leitura como um ato dialógico, interlocutivo. O aluno/leitor, nesse contexto, passa a ter um papel ativo no processo de leitura, é o responsável por “reconstruir o sentido do texto”. Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais, jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc. Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude responsiva diante deles. É importante contemplar, ainda, na formação do leitor, as linhas que tecem a leitura, as quais YUNES (1995) aponta: • Memória: o ato de ler, quando pede a atitude responsiva do leitor, suscita suas memórias, que guardam suas opiniões, sua visão de mundo. O ato de ler convoca o leitor ao ato de pensar; • Intersubjetividade: o ato de leitura é interação não apenas do leitor com o texto, mas com as vozes presentes nos textos, marcas do uso que os falantes fazem da língua, discursos que atravessam os textos e os leitores; • Interpretação: a leitura não acontece no vazio. O encontro de subjetividades e memórias resulta na interpretação. As perguntas de interpretação de textos, que tradicionalmente dirigimos aos alunos, buscam desvendar um possível mistério do texto e esquecem do mistério do leitor; • Fruição: o ato de ler não se esgota ao final da leitura e das sensações. A leitura permanece. E nisso o prazer que ela proporciona difere do prazer que se esgota rapidamente. Ela decorre de “uma percepção mista de necessidade e prazer [...]” (YUNES, 1995, p.194); • Intertextualidade: o ato de ler envolve resposta a muitos textos, em diferentes linguagens, que antes do ato de leitura permeiam o mundo e criam uma rede de referências e recriações: palavras, sons, cores, imagens, versos, ritmos, títulos, gestos, vozes, etc. No ato de ler, a memória recupera intertextualidades. Somente uma leitura aprofundada, em que o aluno é capaz de enxergar os implícitos, permite que ele depreenda as reais intenções que cada texto traz. Sabe-se das pressões uniformizadoras, em geral voltadas para o consumo ou para a não reflexão sobre problemas estéticos ou sociais, exercidas pelas mídias. Essa pressão deve ser explicitada a partir de estratégias de leitura que possibilitem ao aluno “percepção e reconhecimento -mesmo que inconscientemente - dos elementos de linguagem que o texto manipula” (LAJOLO 2001, p. 45). Desse modo, o aluno terá condições de se posicionar diante do que lê. Assim, as atividades de interpretação de texto precisam apresentar questões que levem o estudante a construir um sentido para o que lê, que o faça retomar os textos, quantas vezes sejam necessárias, para uma leitura de fato compreensiva. O aprimoramento das práticas discursivas é que possibilitará a leitura crítica dos textos que circulam socialmente, a ponto de perceber neles ideologias, valores defendidos. É importante considerar a pluralidade de leituras que alguns textos permitem, o que é diferente de afirmar que qualquer leitura é aceitável. Deve-se considerar o contexto de produção sócio histórico, a finalidade do texto, o interlocutor, o gênero. Dependendo da esfera social e do gênero discursivo, as possibilidades de leitura são mais restritas. Por exemplo, na esfera literária, o gênero poema permite uma ampla variedade de leituras, já na esfera burocrática, um formulário não possibilita tal liberdade de interpretação. Vale destacar ainda que as situações de leitura a que estamos expostos em nosso diaa-dia nos colocam diante de textos construídos em esferas de atividade distantes de nós. Isso, entretanto, não impede a leitura e a construção de sentido. O importante no trabalho pedagógico é o amadurecimento dessa leitura, é a ampliação do horizonte de expectativas. Para realizar a seleção dos textos e das obras a serem trabalhadas na escola, é necessário que o docente seja um leitor contínuo, visto que é papel da escola instrumentalizar o aluno para que ele amadureça suas opiniões a respeito do que lê. É importante considerar o contexto da sala de aula, as experiências de leitura dos alunos, os horizontes de expectativas deles e as sugestões sobre textos que gostariam de ler, para, então, oferecer textos cada vez mais complexos, que possibilitem ampliar as leituras dos educandos. LITERATURA A Literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social. O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas em suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros campos: • O contexto de produção, • A crítica literária, • A linguagem, • A cultura, • A História, • A economia, entre outros. A obra literária não está somente ancorada, fixa ao contexto original de sua produção. A relação dialógica entre leitor, texto e autor, de diferentes épocas, acaba por atualizá-la, o que revela seu dinamismo, sua constante transformação. Para que se evite essa prática pedagógica, é fundamental que o professor tenha claro o que pretende com o ensino da literatura, qual a concepção de literatura que quer privilegiar e que tipo de leitor quer formar. Nesta Proposta Pedagógica Curricular, propõe-se que se pense o ensino da literatura a partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção. Essa teoria busca formar um leitor capaz de sentir e de expressar o que sentiu, com condições de reconhecer nas aulas de literatura um envolvimento de subjetividades que se expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente no ato de ler. Aquele que lê amplia seu universo, mas amplia também o universo da obra a partir da sua experiência cultural. Ao valorizar a leitura e a fruição, sem perder de vista a dimensão histórica da obra, a Estética da Recepção questiona as concepções de caráter mais imanente, ou seja, as que se pautam apenas no plano formal, desconsiderando o viés contextual. Feitas essas considerações, é importante pensar em que sentido a Estética da Recepção pode servir como suporte teórico para construir uma reflexão válida no que concerne à literatura. Levando em conta o importante papel do leitor e a sua formação, torna-se imprescindível despertar o interesse pela leitura. Ao iniciar o trabalho com a literatura, o professor precisa tomar conhecimento da realidade sócio cultural dos educandos e, então, inicialmente, apresentar-lhes textos que atendam a esse universo. Contudo, para que haja uma ruptura desse horizonte de expectativas, é importante que o professor trabalhe com obras que se distanciem das experiências de leitura dos alunos afim de que haja ampliação desse universo e, consequentemente, o entendimento do evento estético. Um exemplo desse trabalho é a utilização, na sala de aula, de livros infanto-juvenis, cuja temática é o mágico, o fantástico; um modismo observado na recente produção literária voltada para os adolescentes (considerada por muitos críticos como literatura de massa, superficial, de mercado). Em seguida, o professor apresenta-lhes textos em que o mágico não é apenas um mero recurso narrativo, mas um elemento importante na composição estética da obra, um fantástico que amplia a compreensão das relações humanas, como o mágico presente em Murilo Rubião, Gabriel Garcia Márquez, José Saramago, J. J. Veiga, entre outros. O leitor tenta encaixar o texto literário dentro de seu horizonte de valores, porém, a obra pode “confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos das expectativas do leitor, que o percebe, o julga por tudo que já conhece e aceita” (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 87). Dessa forma, quanto mais distante o texto for do universo do leitor, mais modificará e ampliará seu horizonte de expectativas. O objetivo principal desse encaminhamento é a formação de leitores, para isso é fundamental que o professor selecione não apenas obras canônicas da literatura para o trabalho na sala de aula, mas que tenha um senso estético aguçado e perceba que a diversidade de leituras pode suscitar a busca de autores consagrados da literatura, de obras clássicas. O professor não ficará preso somente à linha do tempo da historiografia. Utilizará, também, correntes da crítica literária mais apropriadas para o trato com a literatura, tais como: os estudos filosóficos e sociológicos, a análise do discurso, a psicanálise, os estudos culturais, entre tantos outros que podem enriquecer o entendimento da obra literária. Pensadas desta maneira, embora tenham um curso planejado pelo professor, as aulas de Literatura estarão sujeitas a ajustes atendendo às necessidades e sugestões dos alunos, de modo a incorporar suas ideias e as relações discursivas por eles estabelecidas. Como exemplo, numa aula de literatura no Ensino Médio, o professor pode selecionar o poema Erro de Português (de Oswald de Andrade), realizar um trabalho de interpretação com os alunos, verificar o tema, o valor estético, o seu contexto de produção; relacioná-lo a outras obras, como o romance Quarup (de Antônio Callado), observando as relações dialógicas dos textos. É importante, também, abrir espaço para as relações discursivas propostas pelos alunos, como uma notícia, uma música, um filme, outro poema ou obra, fatos vividos, a produção do próprio aluno, etc. Assim, a aula partirá do(s) texto(s) selecionado(s) pelo professor que colocará o aluno diante de obras literárias integrais em vez de resumos ou sinopses. Aceitará os textos sugeridos pelos alunos para a leitura de outros, num contínuo texto-puxa-texto, que leve à reflexão e a um aperfeiçoamento no manejo que ele terá de suas habilidades de falante, leitor e escritor, bem como a compreensão do fenômeno estético. A Literatura será um elemento fixo na composição com outros elementos móveis que o professor determinará por si e pelas necessidades que perceber na interação dos alunos com os textos literários. Numa relação exemplificativa, temos: Literatura e Arte; Literatura e Biologia; Literatura e... (qualquer das disciplinas com tradição curricular no Ensino Fundamental e Médio); Literatura e Antropologia; Literatura e Religião; Literatura e Psicanálise; entre tantas. O trabalho com a Literatura potencializa uma prática diferenciada com o Conteúdo Estruturante da Língua Portuguesa (o Discurso como prática social) e constitui forte influxo capaz de fazer aprimorar o pensamento trazendo sabor ao saber. ANÁLISE LINGUÍSTICA A análise linguística é uma prática didática complementar às práticas de leitura, oralidade e escrita, visto que possibilita “a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais e textual discursivos que perpassam os usos linguísticos, seja no momento de ler/escutar, de produzir textos ou de refletir sobre esses mesmos usos da língua.” (MENDONÇA, 2006, p. 204). Essa prática abre espaço para as atividades de reflexão dos recursos linguísticos e seus efeitos de sentido nos textos. Antunes (2007, p. 130) ressalta que o texto é a única forma de se usar a língua: “A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. (...) Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades textuais e discursivas”. Partindo desse pressuposto, faz-se necessário deterem-se um pouco nas diferentes formas de entender as estruturas de uma língua e, consequentemente, as gramáticas que procuram sistematizá-la. Diante de tantos conceitos, Possenti (1996) procura simplificar a definição de gramática a partir da noção de conjunto de regras: as que devem ser seguidas; as que são seguidas e as regras que o falante domina. A partir dessas noções, o autor apresenta três tipos básicos de gramática mais diretamente ligadas às questões pedagógicas: • A gramática normativa considera a língua uma série de regras que devem ser seguidas e obedecidas. O domínio dessas regras pode dar a ilusão de que o falante emprega a variedade padrão. Esse tipo de gramática dá muita importância à forma escrita, atribuindolhe representação mais culta da língua. Por conta disso, considera que a fala precisa basear-se nas estruturas que regem a escrita. A gramática normativa está presente nos compêndios gramaticais e em muitos livros didáticos. • A gramática descritiva, como conjunto de regras que são seguidas, não se atém unicamente na modalidade escrita ou padrão, mas à descrição das variantes lingüísticas a partir do seu uso. A gramática descritiva dá preferência à manifestação oral da língua. Essa característica garante a essa gramática maior mobilidade, ao contrário da normativa que, presa à escrita, é mais resistente às inovações da língua. • A gramática internalizada é o conjunto de regras dominadas pelo falante tanto em nível fonético como sintático e semântico, possibilitando entendimento entre os falantes de uma mesma língua. A questão não é se o professor pode ou não trabalhar a gramática normativa com seus alunos, mas, em que medida ela dá conta da complexidade do texto, uma vez que se restringe aos limites da oração. Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho com o texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância de considerar não somente a gramática normativa, mas também as outras, como a descritiva e a internalizada no processo de ensino de Língua Portuguesa. O professor poderá instigar, no aluno, a compreensão das semelhanças e diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de interação, dos textos orais e escritos, a percepção da multiplicidade de usos e funções da língua, o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções textuais, a reflexão sobre essas e outras particularidades linguísticas observadas no texto, conduzindo o às atividades epilinguísticas e metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado, a um falar sobre a língua. Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto, tais como atividades de revisão, de reestruturação ou refacção, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre outros textos, de diversos gêneros que circulam no contexto escolar e extraescolar. O estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permite ao professor explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise. Mas, nesse estudo, o que vale não é a categoria em si: é a função que ela desempenha para os sentidos do texto. Como afirma Antunes, “mesmo quando se está fazendo a análise lingüística de categorias gramaticais, o objeto de estudo é o texto” (ANTUNES, 2003, p. 121). Não faz sentido, portanto, que o professor engesse seu trabalho com base em grandes seqüências de conteúdos gramaticais. Definida a intenção para o trabalho com a Língua Portuguesa, o aluno também pode passar a fazer demandas, elaborar perguntas, considerar hipóteses, questionar-se, ampliando sua capacidade lingüístico-discursiva em atividades de uso da língua. Para atender as leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, que determinam o ensino dos conteúdos relacionados à História e Cultura Afro Brasileira e Africana e Cultura dos povos Indígenas, a Educação do Campo, as questões de Gênero e Diversidade Sexual, os Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental Lei nº 9795/99), Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Enfrentamento à Violência na Escola, Cidadania, Direitos Humanos e Educação Fiscal), Direitos das Crianças e dos Adolescentes conforme prevê o ECA Lei de nº 11.525/2007, serão contemplados em todas as séries, na medida em que serão trabalhados os genêros textuais. Apresenta-se alguns exemplos de como ocorrerá o atendimento a essas demandas: • Trabalho e desenvolvimento de atividade com: contos africanos, lendas indígenas, escritores(as) negros(as); reportagens sobre o português falado em alguns países do continente africano; artigo de opinião sobre preconceito e discriminação, autores como Castro Alves, Machado de Assis, gráficos estatísticos, leis, mapas (educação ambiental), notícias, filmes, músicas e poemas que abordem estas questões. AVALIAÇÃO A avaliação em Língua Portuguesa faz parte de todo o processo de ensino/aprendizagem devendo ser diagnóstica, contínua, cumulativa e permanente. A leitura, a oralidade e a escrita, serão avaliados em contextos reais de comunicação, a partir de critérios anteriormente estabelecidos e considerados adequados para o educando. As atividades de avaliação devem ser vistas também, como reflexão sobre o próprio processo de ensino e seus resultados, não só para verificar o desenvolvimento dos alunos, mas também verificar o rendimento das práticas pedagógicas. Entendermos que a avaliação da aprendizagem deve subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida, tendo o papel de auxiliar o crescimento, e tem por objetivo a inclusão, seja do ponto de vista individual, seja do ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da sociedade. Ao estabelecer que a avaliação deva ser continua e priorizar a qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo, a Lei 9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), dá destaque à chamada avaliação formativa, vista com mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula e como um grande avanço em relação à avaliação tradicional, denominada somativa ou classificatória. Os avanços obtidos pelos alunos em relação aos conteúdos já adquiridos, serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: - Demonstrar compreensão de textos orais nos gêneros previstos, por meio de retomada dos tópicos do texto; - Atribuir sentido a textos orais e escritos, posicionando-se criticamente diante deles; - Compreender textos a partir do estabelecimento de relações entre diversos segmentos do próprio texto, e entre o texto e outros diretamente implicados por eles; - Redigir textos na modalidade escrita nos gêneros previstos, considerando as especificidades das condições de produção; - Escrever textos coerentes e coesos, observando as restrições impostas pelo gênero; - Redigir textos utilizando recursos próprios do padrão escrito relativo à paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos, em função do projeto textual; - Escrever textos sabendo utilizar os padrões da escrita, observando regularidades linguísticas e ortográficas; - Revisar os próprios textos com o objetivo de aprimorá-los; - Utilizar os conceitos e procedimentos constituídos na prática da análise linguística; - Planejar atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto: de revisão, de reestruturação, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre outros textos; - Explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise; É importante que se utilize a interação do professor com variados textos nas constantes atividades de ler e escrever. Assim, o aluno vai se apropriar das especificidades que caracterizam a modalidade escrita da linguagem. Será propiciado vários momentos de avaliação seguida da recuperação concomitante e retomada dos conteúdos não apropriados pelos educandos durante o processo de aprendizagem, prevalecendo sempre a recuperação do conteúdo e não da nota. BIBLIOGRAFIA PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Língua Portuguesa. Curitiba, 2008. AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura e Formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003. BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal.. SP Ed. Martins Fontes, 1997 BARROS, Diana Luz Pessoa de. Contribuições de Bakhtin às teorias do textos e do discurso. In diálogos com Bakhtin.FARACO < Carlos Alberto TEZZA. CAVALCANTE, Mariane C. B.; MELLO, Cristina T. V. de. Oralidade no Ensino Médio: Em busca de uma prática. In: BUNZEN, Clecio.; MENDONÇA, Márcia. (orgs.) Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. GARCIA, e. A. C. A Semiosis Literária e o Ensino. In: Maria de Fátima Sabino Dias; Suzani Cassiani de Souza; Izabel Christine Seara. (Org.). Formação de Professores: experiências e reflexões. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2006, v. , p. 172-177. GERALDI, João W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: O texto na sala de aula. SP Ática, 1997. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 20 LEI DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – LEI : 9394/96, Diário Oficial da União;1996. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita. SP: Cortez, 2001. MENDONÇA, Márcia. Análise lingüística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. IN: BUNZEN, Clécio; MENDONÇA, Márcia [orgs.]. Português no ensino médio e formação do professor. 2 ed. São Paulo: Parábola, 2006. QUÍMICA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Química se faz presente no processo de desenvolvimento, desde a Antiguidade com o início das operações metalúrgicas, reconhecendo ouro e cobre, bem como suas ligas e técnicas de fundição, uso do bronze, obtenção do mercúrio e cunhagem de moedas. Marcando o início da era Cristã, os conhecimentos químicos baseavam-se na busca da pedra filosofal e do elixir da longa vida, descobrindo através deste estudo novas substâncias e aperfeiçoando as técnicas metalúrgicas e laboratoriais. A partir do ano de 1400, substâncias inorgânicas são introduzidas no tratamento de doenças, principalmente em combate a peste negra, surgida no final do feudalismo devido a aglomerações urbanas emergentes, pelas péssimas condições de higiene, pela fome, gerando um desequilíbrio demográfico e problemas relacionados ao trabalho que também se modificava estruturalmente. Ao estudar a historia da ciência Química, encontramos a contribuição de vários cientistas, dentre os quais se pode citar: Lavoisier, o qual propôs uma linguagem universal química, originando uma nova fase, seguido por: Liebig responsável por fundar a primeira escola de formação de químicos; Mendeleiev o qual desenvolveu usando a periodicidade de propriedades em função de suas massas atômicas e observando as propriedades físicas e químicas dos elementos, uma tabela com a qual chegou a prever propriedades de elementos desconhecidos e que hoje encontram-se dispostos nesta tabela que foi denominada Tabela Periódica dos Elementos Químicos, a qual atualmente é organizada em ordem crescente de número atômico segundo Moseley (COVRE, 2001); em 1865, Kekulé estabelece a fórmula estrutural do benzeno; Pasteur aplica os conhecimentos químicos à Biologia, Medicina, Agronomia e Veterinária; Pauling é o responsável por desenvolver o estudo das propriedades químicas através de suas estruturas moleculares. Entre o século XVI e XVII, as práticas químicas foram condenadas pela Igreja. No entanto, com a expansão da indústria, do comércio, da navegação e técnicas militares na Europa, foi dado maior incentivo a essa Ciência. Mas foi no século XIX o período em que a Química se consolidou como ciência moderna, superando a teoria da Força Vital, onde por meio de pesquisas e descobertas muitas contribuições foram alcançadas pela humanidade, dentre as quais estão a descobertas de polímeros; melhores esclarecimentos quanto à constituição e formação de moléculas, o que ajudou a decifrar o código genético; o estudo da radioterapia e aplicação na saúde; a ampliação de uso e eficiência dos sistemas de computação; a produção de novos polímeros e a sua introdução no cotidiano das pessoas. No decorrer da história, o Brasil sofreu influência europeia, no que diz respeito à educação, sendo que as primeiras atividades educacionais estavam baseadas em documentos que eram produzidos em Portugal e França. Passado um longo período, as ciências iam ganhando espaço no contexto social e se desenvolvendo, mas foi somente em 1922 ocorreu o primeiro Congresso Brasileiro de Química que impulsionou a criação da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Na década de 80 no Estado do Paraná, a Secretaria do Estado elaborou documentos para reestruturar o ensino do 2o grau. Já nos anos 90 as mudanças neoliberais colocaram a educação em pauta novamente, tendo os PCN’s como documento balizador. Contudo foi com a organização das Diretrizes Curriculares de Química para o ensino médio, que se buscou resgatar a especificidade da disciplina de Química, e assim pode-se recuperar a sua importância no currículo escolar como também organizar o estudo da Química em Conteúdos Estruturantes, a saber: Matéria e sua Natureza; Biogeoquímica e Química Sintética, os quais segundo as Diretrizes Curriculares de Química (2008) identificam a disciplina como conhecimento que se constrói historicamente nas diferentes relações sociais, no objetivo de formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de refletir criticamente sobre o período histórico atual. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA A disciplina de Química tem como objeto de estudo a matéria, suas transformações, propriedades e composição. Podemos destacar as tendências histórico-crítica e sociocultural na disciplina de Química ao vê-la como um conhecimento influenciável pelo momento histórico, e em constante transformação e estudo, fruto do desenvolvimento humano. Pretende-se que o ensino da Química proporcione ao aluno uma visão mais abrangente de mundo, desenvolvendo sua capacidade de compreender fenômenos químicos e a partir destes, tomar decisões, sabendo analisar e distinguir os benefícios e malefícios que essa ciência pode nos proporcionar; participando da construção e apropriação do conhecimento tendo consciência que esta ciência em processo de construção é constantemente influenciada por fatores sociais, econômicos e religiosos. Busca-se, sem menosprezar os cálculos matemáticos nas fórmulas químicas, valorizar a aquisição e compreensão de conceitos relacionados ao conhecimento químico e despertar a curiosidade do aluno para que este revele seu conhecimento e o professor consiga sistematizar o que o aluno sabe do senso comum, transformando-o em conhecimento científico. O conceito programático de Química será abordado, sobretudo, com o objetivo de possibilitar ao aluno: Reconhecer e utilizar a linguagem própria da Química, demonstrando que sabe empregar corretamente seus símbolos, fórmulas, convenções e código; Compreender e descrever, tanto em linguagem simbólica quanto em linguagem discursiva, as transformações químicas que ocorrem no mundo físico; Interpretar e elaborar tabelas, relações matemáticas e gráficos representativos de fenômenos químicos; Entender e explicar fatos e conceitos químicos macro e microscopicamente; Aplicar conhecimentos de química na solução de problemas qualitativos e quantitativos, selecionando informações, relacionando dados, formulando hipóteses e estabelecendo estimativas. CONTEÚDOS CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA E SUA NATUREZA - 1a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Energia, matéria e suas propriedades Os materiais Matérias Sistemas Tipos de sistemas Propriedades dos materiais Propriedades gerais Propriedades específicas Substância e mistura Misturas homogêneas e heterogêneas Métodos de separação de misturas Diferenciações entre substâncias e misturas Elemento químico Fenômenos físicos e químicos Reações químicas Substâncias simples e substâncias compostas Elementos químicos Notação química CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIOGEOQUÍMICA- 1a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Conceitos fundamentais do átomo Modelos atômicos (1o modelo: Demócrito, 2o modelo; Dalton, 3o modelo Thomson, 4o modelo Rutherford) Partículas fundamentais Caracterização do átomo Estado energético dos átomos Comparação entre átomos Isótopos Isóbaros Os isótopos e as substâncias Íons Partículas de um íon Distribuição eletrônica O modelo da eletrosfera Rutherford e Rutherford-Bohr O modelo orbital Evolução dos modelos atômicos A organização dos elétrons Radioatividade Classificação periódica Configurações eletrônicas dos elementos Estabilidade e instabilidade dos elementos químicos Ligações iônica, covalente (comum e dativa) e metálica Funções inorgânicas (ácidos, bases, sais e óxidos) Classificações das reações químicas Equação química Balanceamento de equações químicas Lei das reações químicas Tipos de reações químicas Ao iniciar o estudo da Química, existe uma necessidade em contextualizar os acontecimentos, ou seja, de contar um pouco da história desta ciência, podemos aproveitar este momento para contemplar a Lei no 10.639/2003 e a lei no 11.645/2008, ressaltando: A cultura dos povos indígenas e História e cultura afro- brasileira e africana, pois os índios e os africanos deram muitas contribuições dentre as quais podemos destacar as tintas, as ervas medicinais, os cuidados com a extração de matéria prima da natureza, a agricultura, utilização de metais, etc. Fazendo uma abordagem significativa sobre este tema, a fim de conhecer a cultura desses povos, valorizá-la e respeitar a diversidade, buscando em meio aos comentários todas essas reflexões que incentivem a constituição de processos educativos inclusivos, que privilegiem o interesse de aprendizagem dos alunos sobre esses povos. Dando sequência a contextualização busca-se manter relações com os Desafios Educacionais Contemporâneos. Cidadania e o enfrentamento à violência nas escolas - ao estudar os acontecimentos envolvendo a radioatividade, faz-se necessário uma contextualização das estruturas políticas, econômicas, culturais e sociais da época, buscando desta forma criar um ambiente de reflexão sobre esta questão social que permita fazer uma analogia com situações de violência vivenciadas em muitas escolas, a fim de reestruturar valores culturais dos alunos e com isso promover a apropriação do conhecimento para que estes cidadãos sejam capazes de fazerem suas escolhas e agir em favor de mudanças nas estruturas sociais, pois segundo a Secretaria de Estado da educação descreve no caderno de desafios educacionais contemporâneos Enfrentamento a Violência na Escola (BRASIL, 2008): Vivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade, resultante de uma economia capitalista com feições liberais, alicerçada na exploração do homem pelo homem. Como resultado dessa lógica, tem-se a visível distância que separa homens e mulheres, segundo sua classe social. Temos clareza que os fatores que determinam e condicionam os diferentes tipos de ações e comportamentos violentos, infelizmente tão “corriqueiros” em nossa sociedade, têm raízes na desigualdade social e na organização econômica que a configura e a sustenta. CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA E SUA NATUREZA – 2a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Reações químicas Soluções Colóides Concentração Força intermolecular Temperatura e pressão Densidade Dispersão e suspensão Variação de entalpia Oxirredução Calorimetria Acertos de coeficientes Balanceamento de equações Grandezas químicas CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIOGEOQUÍMICA – 2a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Massa atômica Massa molecular Isótopos e massa Massa molar Mol-Quantidade de matéria Funções inorgânicas Ácidos e bases Indicadores Neutralização Sais Óxidos CONTEÚDO ESTRUTURANTE: QUÍMICA SINTÉTICA - 2a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Equilíbrio químico Cinética química Termoquímica Eletroquímica Pilhas Polímeros CONTEÚDO ESTRUTURANTE: QUÍMICA SINTÉTICA – 3a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Introdução à química orgânica Átomo de carbono Classificação de cadeias carbônicas Compostos orgânicos Nomenclatura Funções orgânicas Hidrocarbonetos (Petróleo) Funções oxigenadas Demais funções nitrogenadas Isomeria (geométrica e óptica) CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIOGEOQUÍMICA - 3a SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO Polímeros Diferenciação de compostos orgânicos Propriedades físicas Fontes naturais de compostos orgânicos Compostos orgânicos biológicos Compostos orgânicos industriais Os conteúdos presentes no estudo da Química Orgânica permitem inserir os seguintes desafios educacionais: Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal – ao estudar os hidrocarbonetos, encontra-se inserido o Petróleo, o qual se trata de um tema que envolve transformações sociais, políticas, econômicas e culturais. Nesse sentido, a Educação Fiscal pode contribuir como uma prática educacional, a qual fornece o desenvolvimento de valores e atitudes necessárias ao exercício de direitos e deveres na relação existente entre o cidadão e o Estado, fundamentando-se desta forma na conscientização da sociedade sobre: a estrutura e o funcionamento da Administração Pública; a função socioeconômica dos tributos; a aplicação dos recursos públicos; as estratégias e os meios para o exercício democrático. Prevenção ao uso indevido de drogas – ao abordar as funções nitrogenadas, estuda-se esta função presente em muitas estruturas de substâncias, das quais estão aquelas que afetam o sistema nervoso central e as que compõem as drogas ilícitas. Ressaltando também os perigos da automedicação. Educação ambiental – ao abordar o conteúdo sobre os polímeros, podemos levantar varias questões ambientais, dentre as quais os impactos ambientais causados no descarte de plásticos, etc..., valorizando a atitude de reaproveitar, reciclar. Destacar as alterações ambientais causadas pela combustão, principalmente de derivados do petróleo. METODOLOGIA DE ENSINO Os conteúdos de Química serão abordados de forma objetiva e direta, relacionando-os com as aplicações cotidianas dessa Ciência que está ligada intimamente a todo o desenvolvimento da humanidade, mostrando que o conhecimento é construído de forma gradativa. Espera-se formar estudantes que a partir do conhecimento químico, adquiram melhor compreensão do meio, assimilem os conteúdos de maneira satisfatória, desenvolvam sua capacidade de análise e assumam uma postura crítica frente as suas decisões e consequências, enquanto integrantes da sociedade. Torna-se necessário de acordo com o currículo de Química e sempre que possível contribuir na afirmação da identidade destes alunos, como também buscando construir concepções de mundo e de escola, valorizando o conhecimento que o aluno traz e a partir deste buscar a formação do conhecimento científico, transformando esse saber de maneira organizada e sistematizada, a fim de assegurar seus direitos e inseri-los no contexto social, por meio de estudo de temas geradores de conhecimentos, os quais exigem observação, experimentação, reflexão, análise, sistematização e estudos para aprofundamento teórico, não só do aluno, mas principalmente do professor, para que este possa desenvolver um bom trabalho (BRASIL, 2006 a): Nesta visão sobre o ensino-aprendizagem, é importante colocar a importância da experimentação, no entanto, é necessário perceber que o experimento faz parte do contexto normal de sala de aula e precisa ser realizado, porém sem ter que dicotomizar teoria e prática. Assim, torna-se visível a necessidade dos alunos em se relacionarem com os fenômenos sobre os quais se referem os conceitos a serem formados e significados no processo de ensinoaprendizagem, devendo a disciplina ser tratada de modo que possibilite ao aluno o entendimento do mundo e a sua interação com ele. Para isso, cabe ao professor criar situações de aprendizagens de modo que o aluno pense mais criticamente sobre o mundo, reflita sobre as razões dos problemas e procure as possíveis soluções. Portanto, é diante desta necessidade que se pretende abordar os conteúdos de Química utilizando recursos didáticos de modo a auxiliar o desenvolvimento do ensino e aprendizagem, tais como: aulas e vídeos na tevê pendrive, uso do quadro de giz, filmes, pesquisa bibliográfica em livros e/ou usando o laboratório de informática, simulação de reações (site diaadia.pr.gov.br) interpretação de textos pertinentes a assuntos que abordem conceitos de Química, jogos envolvendo conceitos químicos; experimentos de simples realização que possam ser realizados em sala de aula, debates sobre temas sociais como por exemplo o meio ambiente, uso do livro didático público do estado do Paraná e do MEC, livros do Eureka de Química (versão Prévestibular e ENEM). Esses recursos serão utilizados sempre respeitando e observando o tempo e as necessidades específicas de cada conteúdo, como também a metodologia que melhor auxilia em sua abordagem e desenvolvimento. AVALIAÇÃO A avaliação de Química será formativa e processual, considerando a participação ativa dos alunos em sala de aula e em atividades extraclasse como pesquisas, seminários, atividades realizadas em sala de aula como a entrega de relatórios sobre a parte experimental, debates, redação de análise, comparação e opinião sobre temas pertinentes abordados na mídia, resolução de exercícios em grupos e apresentação de trabalhos expondo aquilo que assimilou com maior facilidade aos seus colegas de classe, sendo também aplicada a avaliação individual, a qual abordará questões na forma subjetiva e objetiva de acordo com o conteúdo. O desenvolvimento das atividades em grupo é uma avaliação importante, pois permite o professor mediar à socialização dos alunos frente a diversas situações e opiniões, além de valorizar a importância de defender suas ideias e respeitar as ideias que divergem das suas, aproveitando sempre estes momentos para valorizar a comunicação entre a classe. Na concepção de avaliação diagnóstica Luckesi (2002, p. 81), aponta que: [...] para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é [preciso] modificar a sua utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, a avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem. Acreditamos que independente da metodologia avaliativa adotada pelo educador, a avaliação deve ser um instrumento a ser utilizado para verificar o que realmente o aluno aprendeu, possibilitando assim, que o professor possa ter de acordo com os sistemas de avaliação apresentados nesta Proposta Curricular uma analise efetiva sobre a necessidade de revisar o conteúdo e assim recuperar a aprendizagem dos educandos ou então prosseguir o cronograma de abordagem desses conteúdos de Química sempre visando seguir e ampliar o conhecimento através de simulações no laboratório virtual, jogos envolvendo conceitos químicos. Será oportunizado em cada bimestre, momentos de atividades de recuperação concomitante, através da correção comentada das atividades e avaliações, inclusive valorizando os alunos com maior facilidade de compreensão para participarem como alunos monitores em seus grupos. A média aritmética simples será utilizada para cálculo da média bimestral, esta será composta de no mínimo quatro notas sendo descartado sempre o menor resultado, após atividades de recuperação concomitante e análise de notas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Fazenda; Ministério da Educação. Programa Nacional de Educação Fiscal. Educação Fiscal no Contexto Social. Série Educação Fiscal, Caderno 1, Título II, Brasília 2009. BRASIL, Ministério da Educação; Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares para o Ensino de Química. Curitiba, 2008. BRASIL, Secretaria De Estado Da Educação, Superintendência da Educação. Química Ensino. Médio. Ensino de Química. Livro Didático Público, 2006. BRASIL, Secretaria de Estado da Educação, Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Enfrentamento à Violência na Escola. Série Cadernos Temáticos dos Desafios Educacionais Contemporâneos, v. 4, Curitiba, 2008 a. BRASIL, Secretaria de Estado da Educação, Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos Educação Ambiental. Série Cadernos Temáticos dos Desafios Educacionais Contemporâneos, v. 3, Curitiba, 2008. BRASIL, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Eureka (Biologia - Química) Pré-vestibular. Livro Didático Público. BRASIL, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Eureka (ENEM). Livro Didático Público. COVRE,G.J. Química Total. Volume Único, São Paulo: FTD, 2001. FELTRE,R.QUÍMICA.Volumes 1,2 e 3 _6a edição.São Paulo:Moderna,2004. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 14a edição São Paulo: Cortez, 2002. MORTIMER,E.F.Química.Volume único.São Paulo:Scipione,2005. PERUZZO,M.F. Química na abordagem do cotidiano.Volume 1,2 e 3. São Paulo: Moderna,2003. SOCIOLOGIA 1. APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA A Sociologia atualmente tem o papel histórico que vai muito além da leitura e explicações teóricas da sociedade. Não cabem mais explicações e compreensões das normas sociais e institucionais, para melhor adequação social, ou mesmo para a mera crítica social, mas sim a desconstrução e desnaturalização do social no sentido de sua transformação. Os grandes problemas vividos atualmente, provenientes do acirramento das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial, entre outras causas, exigem indivíduos capazes de romper com a lógica neoliberal que escraviza, explora e gera exclusão social. É tarefa inadiável uma nova ética e, novas práticas sociais que apontem para a possibilidade da construção de novas relações sociais, esta é a tarefa desta ciência social e das instituições sociais. Como ciência a sociologia delineou-se no rastro do pensamento positivista, vinculada à ordem das Ciências Naturais. O caráter científico, tão buscado e valorizado na época (século XIX) estava ligado à lógica da ciência, que deveria atender determinados pré-requisitos e seguir métodos científicos que pretendiam também a neutralidade e o estabelecimento de regras. Seguem esse pensamento o pensador Augusto Comte (1798-1857), o primeiro a usar o termo “sociologia”, relacionando-o com a ciência da sociedade; mas seu trabalho apenas iniciou uma discussão – tentar entender a sociedade numa visão positivista, a exemplo das ciências que estavam sendo desenvolvidas nesse período. Continuando o trabalho iniciado por Comte, surge o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917), proporcionando à Sociologia métodos próprios, fazendo com que essa deixasse de ser apenas uma ideia, mas adquirisse “status” de ciência. Ao contrário de Durkheim, Max Weber (1864-1920) acreditou na compreensão da sociedade a partir da análise dos motivos visados subjetivamente pelas ações dos indivíduos. Ademais, o filósofo e economista Karl Marx (1818-1883), foi um dos responsáveis, senão o maior deles, em promover uma discussão crítica da sociedade capitalista que se consolidava, bem como da origem dos problemas sociais que esse tipo de organização social originou, e para este teórico a história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classes. Tendo como referência os autores clássicos e os contemporâneos a Sociologia se propõe a interpretar o mundo, em suas mais diversas faces. Nesse sentido a Sociologia não é uma ciência inocente, neutra, pois, ao estudar os homens e o mundo que eles criam ao longo da história, ela se posiciona, influencia posições e ações. Os fenômenos sociais, tais como, instituições sociais, grupos sociais, classes sociais, ideologias, estado, religião, guerra, desigualdades sociais, educação, mudança e conservação, mundialização, modernidade e pós-modernidade, entre outros, são objetos de estudo da Sociologia, as relações sociais decorrentes das mudanças estruturais impostas pela formação do modo de produção capitalista, e contemplados nos conteúdos estruturantes: Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas, Instituições Sociais, Direito, Cidadania e Movimentos Sociais, Poder, Política e Ideologia, Cultura e Indústria Cultural e Trabalho, Produção e Classes Sociais. 2. HISTÓRIA DA INTERMITÊNCIA DA DISCIPLINA SOCIOLOGIA NOS CURRÍCULOS NO BRASIL 1890 - Por influência de Benjamim Constant a sociologia foi incluída nos cursos superiores e secundários, porém devido a sua morte na época da implantação dos currículos a Sociologia foi deixada de lado. 1925 – A Reforma Rocha Vaz, a Sociologia foi introduzida nas escolas secundárias do Brasil. 1928 – A sociologia passa a ser ministrada nas Escolas de formação de professores, a Escola Normal, atualmente Magistério. 1931 – Reforma Francisco Campos ratifica a permanência da disciplina no Ensino Médio, fazendo com que ela fique no currículo até 1942. 1933 – Criação da Escola de Sociologia e Política em São Paulo 1934 – Criação do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. 1942 – Reforma Capanema retirou a obrigatoriedade do ensino da Sociologia nas escolas secundárias 1961 – Lei n.º 4.024, a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional garante o retorno da Sociologia nos cursos secundários regulares (científico ou clássico) 1971 – Lei n.º 5.692, a Sociologia deixa de ser disciplina obrigatória e passa a figurar entre um rol de 104 disciplinas optativas. O ensino secundário transforma-se em ensino profissionalizante, deixando pouco espaço para as ciências sociais, a sociologia praticamente desaparece das escolas. 1982 – Lei n.º 7.044, altera aspectos da legislação anterior, relativizando o caráter de profissionalização do ensino de 2.º Grau, abrindo mais espaço para as Ciências Humanas. 1996 – Lei n.º 9.493 de 20/12, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, anuncia no artigo 36, parágrafo 1.º, inciso III, que os alunos, ao final do Ensino Médio deverão ter domínio dos conhecimentos de Sociologia e Filosofia. 1999 – O MEC publica os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCEM, propondo uma organização curricular por áreas, incluindo a Sociologia e a Filosofia na Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 1999 - O Projeto de Lei do Deputado Padre Roque, que obriga a inclusão da Sociologia e da Filosofia em todas as escolas do país é aprovado na Câmara Federal. 2000 – a Universidade Estadual de Londrina aprovou novo formato de vestibular para julho de 2002. No novo formato as provas serão elaboradas pela própria UEL e serão organizadas por áreas de conhecimentos requeridas pelos cursos de graduação, adaptando-se, dessa forma a LDB e aos Parâmetros Curriculares Nacionais. 2001 – O presidente Fernando Henrique Cardoso veta a lei que obrigaria as escolas a incluírem as disciplinas Sociologia e Filosofia como obrigatórias, conforme projeto proposto pelo Deputado Federal Padre Roque e aprovado na Câmara e no Senado. 2006 – As disciplinas de Sociologia e Filosofia são obrigatórias no Ensino Médio, por força de Leis Estaduais e Federais, deixando de ter o seu caráter facultativo, ou conteúdos englobados na Geografia ou na História e deverão ser incluídas na Base Nacional Comum. Em função de sua história como disciplina escolar, a Sociologia teve dificuldade em desenvolver uma tradição pedagógica, ou seja, a produção do saber pedagógico sobre a ciência de referência (a Sociologia) ocorre de modo fragmentário e esparso ao longo do tempo e do espaço. As reflexões sobre como se devem ensinar os conceitos sociológicos e a criação de recursos para isso, tais como, livros didáticos e materiais de apoio não conseguem ter uma continuidade e acumular reflexões que possibilitem a melhoria do ensino desta disciplina. Consolidá-la de uma vez por todas nas grades curriculares possibilitaria a ampliação e o aprofundamento de uma tradição de ensino, como existe em outras áreas do conhecimento. A disciplina precisaria estar sempre nos currículos para que os formados em Ciências Sociais pudessem ingressar nas escolas, ter estímulo para continuar sua formação voltada para a educação. As Ciências Sociais e os sociólogos foram sendo expulsos das Escolas nas décadas de 1970 a 1990. Isso repercutiu nas licenciaturas que tiveram pouco investimento material e humano nesse período. 3. OBJETIVOS GERAIS DE SOCIOLOGIA Levar o aluno a entender a Sociologia como ciência social, diferenciando-a de outras ciências; Compreender a relação que existe na convivência das pessoas em sociedade; Abordar nossa sociedade e sua relação com o universo da informática; Conhecer o processo de transformação da natureza e o excedente econômico das sociedades; Refletir sobre a importância do trabalho e da cultura na organização e desenvolvimento da civilização humana, caracterizando diversas formas de saber e ver o mundo; Incentivar a participação e a interferência do aluno na sociedade que vive, estimulando-o a se tornar mais crítico; Conhecer a relação entre o econômico e o político na sociedade contemporânea, ressaltando o estudo das formas de poder presentes no Estado e nos movimentos sociais; Fazer um paralelo entre sociedade primitiva versus sociedade contemporânea e toda a sua evolução social; Questionar quanto a existência de verdades absolutas (na compreensão do cotidiano ou na constituição da ciência). 4. CONTEÚDOS A disciplina de Sociologia é ofertada em todas turmas do Ensino Médio, com duas (2) aulas semanais. Para dar mais sentido ao estudo, a disciplina está organizada em Conteúdos Estruturantes, que são saberes que fundamentam uma disciplina e a identificam enquanto campo do conhecimento. Como a Sociologia relaciona-se com outras ciências sociais como a Antropologia e a Ciência Política, consideramos que os conteúdos estruturantes para o Ensino Médio devem abarcar todos os conhecimentos fundamentais dessas áreas. Os cinco Conteúdos Estruturantes estão distribuídos entre as séries do Ensino Fundamental e objetivam aprofundar o desenvolvimento dessa percepção sociológica a partir do contato com diferentes perspectivas sobre as principais dimensões (sociais, culturais, produtivas, políticas e participativas) das sociedades contemporâneas. Exploração de temas e teorias variadas, o professor deve buscar evitar a simplificação das questões sociais no resgate de problemáticas e na visibilização de práticas e sujeitos fundamentais, embora frequentemente negligenciadas, para a co-produção de uma sociedade mais livre e emancipada das formas de opressão e exclusão. 4.1- CONTEÚDO ESTRUTURANTE BÁSICO POR SÉRIE 1ª Série: O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas O surgimento da sociologia e as teorias sociológicas: Estará presente em todas as séries. Orienta-se que o professor articule os momentos históricos mais relevantes para discussão dos conteúdos, bem como, quais os conceitos mais importantes dos teóricos clássicos podem ser utilizados nas discussões propostas. Será o momento do professor apresentar, ainda que rapidamente, com as quais outros teóricos e conceitos, para além dos clássicos, pretende trabalhar os conteúdos apresentados. O Processo de Socialização e as Instituições Sociais: Instituições familiares; Instituições escolares; Instituições religiosas; Instituições de reinserção. Trabalho, produção e classes sociais: O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedade; Desigualdades sociais: castas e classes sociais; Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições; Globalização e Neoliberalismo; Trabalho no Brasil; Relações de trabalho. 2ª Série: O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social. Poder, política e ideologia: Formação e Desenvolvimento do Estado moderno; sociologia clássica; conceitos de poder; conceitos de ideologia; conceitos de dominação e legitimidade; estado no Brasil; Desenvolvimento da sociologia no b rasil; Democracia, autoritarismo, totalitarismo; As expressões da violência nas sociedades contemporâneas. Direitos, cidadania e movimentos sociais: Conceitos de cidadania; Direitos civis, políticos e sociais; Direitos humanos; Movimentos sociais no Brasil; Questões ambientais e movimentos ambientalistas; Questões das ONG’s. 3ª Série: O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social. Cultura e Industria Cultural: Os conceitos de culturas e as escolas antropológicas; Antropologia brasileira; Diversidade e diferenças culturais (indígenas e negros); Relativismo, etnocentrismo, alteridade; Culturas indígenas; roteiro para pesquisa de campo; Identidades como projeto e/ou processo, sociabilidades e globalização, minorias, preconceito, hierarquia e desigualdades; Questões de gêneros e a Construção social da cor, identidade e movimentos sociais (dominação, hegemonia e contramovimentos); Industria cultural; Meios de comunicação de massa; Sociedade de consumo, Industria cultural no Brasil. 5. METODOLOGIA DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA Nosso mundo exige mudança social. Pede um cidadão com formação sólida, com capacidade de dominar conceitos e desenvolver o pensamento abstrato, crítico e criativo. Vivemos na chamada Sociedade do Conhecimento, que exige um perfil de qualquer profissional, que seja flexível e polivalente, com a formação que privilegie entre outras coisas, a formação do raciocínio lógico, a capacidade de aprender e a iniciativa para resolver problemas. Portanto, nenhuma instituição de ensino pode ficar alheia a estas transformações e isto cabe a todas as áreas do conhecimento. No que diz respeito à Sociologia, que busca a transformação ou incrementação do espírito crítico, é fundamental que se ocupe com questões referentes a existência do homem, uma vez que seu objetivo se constrói na medida em que o homem busca alternativas para seu viver, sendo as relações entre o homem, o outro, a natureza e a sociedade que resultam em socialização. Segundo a DCE SOCIOLOGIA, 2009, pág. 92, as abordagens dos conteúdos estarão relacionadas à Sociologia crítica, caracterizada por posições teóricas e práticas que permitam compreender as problemáticas sociais concretas e contextualização em suas contradições e conflitos, possibilitando uma ação transformadora do real. Para cada conteúdo pode-se criar metodologias diferentes. O importante é tentar problematizar sempre. O que significa isso? Partindo de situações problemas construir as aulas, os materiais, os recursos. São cinco passos: prática social inicial; problematização; instrumentalização, catarse (sentimentalização, envolvimento) e prática social final. Para melhor compreender, recomendamos a leitura do livro GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-crítica. Autores Associados, 2002. Neste livro encontramos uma forma de instrumentalizar a pedagogia histórico-crítica que se adequa mais à proposta da sociologia crítica. Neste livro, sobretudo nos anexos, há uma síntese de como poderemos operacionalizar o ensino de qualquer disciplina, no caso nos interessa o ensino de sociologia. Partimos da idéia de professor-artesão, que dia-a-dia cria suas aulas, instrumentos de trabalho e revê a ciência e a disciplina de sua formação. Assim, metodologias não são receitas aplicáveis à qualquer conteúdo e em qualquer escola e turmas. Cada escola, cada turma, cada conteúdo exigirá um esforço de elaboração metodológica. As concepções metodológicas de pesquisa da sociologia são fontes importantes de inspiração para as metodologias de ensino, segundo a DCE SOCIOLOGIA, 2009: O Ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, instigado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos prévios e reconstruir saberes. De forma sintética podemos sugerir que para cada conteúdo o professor eleja textos para uso próprio e para uso do aluno; recursos audiovisuais, como filmes, fotografias, slides, transparências, cartazes, músicas, etc; dinâmicas de grupos; trabalhos como resultado final da aprendizagem, pesquisas no bairro da escola, em instituições sociais, tais como instituições religiosas, câmara de Vereadores, sociedade e associações como a maçonaria, comunidades indígenas, sobre a mídia (TV e rádio), etc; dissertações que reflitam os textos trabalhados, etc. 6. AVALIAÇÃO A finalidade da avaliação é ajudar os professores a planejar a continuidade dos trabalhos a serem desenvolvidos, ajustando ao ritmo dos alunos, certificar se o método adotado está surtindo resultados satisfatórios, buscar condições de superar obstáculos e desenvolver a autonomia. Levando em consideração tais objetivos, a avaliação está centrada em três momentos: Na introdução do tema de estudo, quando se problematiza a situação, fazendo um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos. Esse diagnóstico oferece pistas para direcionar a proposta de desenvolvimento dos trabalhos; No desenvolvimento do tema de estudo, investigando, indagando, acrescendo, dando pistas, opções, propondo desafios, para verificar e registrar se os alunos expressam e compreendem adequadamente o que está sendo estudado; No fechamento do tema de estudo, retoma-se a problematização que deu origem ao estudo e com base nas produções escritas e orais, verifica-se os avanços em relação ao início do trabalho. Caso seja necessário, recorre-se à prática de intervenções diretas, retomando os conteúdos estudados. A avaliação é uma prática social presente em atitudes cotidianas, informalmente e em ações organizadas, normatizadas pelas diferentes instituições sociais, formalmente. Exemplos: Atitudes cotidianas: quando escolhemos um alimento, uma roupa, um objeto qualquer de uso pessoal, uma profissão, um (a) namorado (a), um (a) amigo (a), etc. Nestas escolhas, nós costumamos avaliar sob critérios e valores que apreendemos ao longo da nossa educação, sobretudo a educação familiar e religiosa. Ações organizadas: quando as diferentes instituições implementam formas de admitir o ingresso e o progresso dos indivíduos nas suas hierarquias. Através de critérios e normas públicas indica-se quem poderá fazer parte da instituição e como ela poderá ascender nos níveis hierárquicos. Os critérios podem variar muito de instituição para instituição. Igrejas, Famílias, Associações, Empresas Privadas, Empresas Públicas, Grupos de Status, Partidos Políticos, Escolas e Universidades estabelecem suas formas de avaliar quem poderá ingressar e como irá ascender nas suas hierarquias. Assim, avaliar é uma prática social presente em todos os contextos históricos. E não é só a escola que possui rituais de avaliação, mas sim todos os grupos sociais. É verdade que a escola possui uma forma de avaliar mais explícita e, talvez, por isso ganhe uma dimensão tão ampla na vida dos estudantes e dos professores. Mas, como organizar as práticas de avaliação no processo de ensino-aprendizagem, de maneira que a avaliação não seja um fim em si mesma, mas um meio de aperfeiçoar a educação? Alguns eixos podem nos ajudar a pensar e organizar métodos de avaliação: 1.º A Avaliação só faz sentido dentro de um projeto social, educacional e humano, ou seja, avaliamos, a partir de um projeto e não, apenas, para verificar resultados 2.º Avaliar no processo educacional é diferente de avaliar no processo de produção ou na forma de organização empresarial, porque estamos lidando com a formação humana e não com a produção de objetos. 3.º A avaliação deve ser diagnóstica e processual e não classificatória. Isto significa que avaliamos para detectar os problemas no processo educacional e subsidiar a nossa intervenção; não avaliamos para verificar quem é melhor ou pior; não avaliamos só para constatar que o aluno é fraco, é bom ou ótimo. 4.º A avaliação deve ser organizada, a partir de objetivos a longo, médio e curto prazo, e os critérios devem estar claros para os avaliadores e para os avaliados 5.º A avaliação não é o FIM, mas sim é o MEIO. Meio para aperfeiçoar a metodologia do professor e o desempenho do aluno. Neste sentido, a avaliação é do professor e do aluno, não só do aluno. 6.º A avaliação é um item de um programa maior, de um Plano de Curso, de Unidade, de Aula. É um mecanismo a serviço do desenvolvimento de um projeto de homem, de educação e de sociedade. 6.1- A avaliação na disciplina de Sociologia no Ensino Médio Como poderia ser feita a partir de uma definição clara pelo professor do quê e de como ele pretende ensinar, que tipo de homem pretende formar e através de quais abordagens ele tentará atingir seus objetivos, é que a avaliação deve ser pensada e organizada. Dessa forma, as atividades de avaliação podem ser processuais, ou seja, a cada conteúdo trabalhado, estabelece quais práticas sociais quer desenvolver nos alunos. Assim, oralidade, escrita, capacidade de argumentação, capacidade de relacionar fenômenos-conceitos-teorias, capacidade de pesquisar, entre outras, podem ser trabalhadas e avaliadas. No caso da Sociologia podemos diversificar as atividades de avaliação utilizando-se de: Textos, Filmes, Teatro, Pesquisas, Seminários, Provas dissertativas e objetivas, realização de projetos, sistematizações, produções diversas como: charges, acrósticos, portifólio, folderes, cartilhas, tirinhas, etc, entre outras. Cada atividade deve ser pensada em termos qualitativos e quantitativos, ou seja, é preciso elaborar fichas que contemplem os critérios de aprendizagem que estão sendo avaliadas, além de atribuir pontos a cada “qualidade” avaliada. Por exemplo, num seminário você pode avaliar se os alunos compreenderam o conteúdo, se conseguiram explicar de maneira interessante, se consultaram mais bibliografia além da indicada pelo professor, a forma do trabalho escrito, a forma de apresentação, etc. A cada item você pode atribuir conceitos qualitativos (suficiente, excelente, insuficiente, bom, regular, ótimo, claro, obscuro, etc.) e conceitos quantitativos (de 0 a 10). Estes critérios e conceitos devem ser discutidos com aos alunos previamente. Após a avaliação deve-se discutir com os alunos os resultados e as medidas a serem tomadas para o aperfeiçoamento do processo. 7. REFERÊNCIAS BOAS, Franz. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. BOBBIO, Norberto. As teorias das formas de governo. Brasília: UNB, 1985. BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1990. CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999. DIRETRIZ CURRICULAR DE SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO. FILHO, Evaristo de Moraes (Org.) Auguste Comte. São Paulo: Ática, 1983. Col. Grandes cientistas sociais; 7. FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1987. FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: introdução a historia da sociedade patriarcal no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2000. GENTILI, Pablo. Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes, 2001. GENTILI, Pablo. Neoliberalismo, qualidade total e educação. Petrópolis: Vozes, 1994. GUELFI, Wanirley Pedroso. A Sociologia como disciplina escolar no ensino secundário brasileiro: 1925-1942. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2001. MARTINS, Jose de Souza. Exclusão Social e a Nova Desigualdade. São Paulo: Paulus, 1997. MARX, K. e ENGELS F. Textos sobre educação e ensino. São Paulo: Editora Moraes, 1992. MARX, K. e ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1989. ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. 5a ed. São Paulo: Brasiliense, 1998. PORTELLI, Hugues. Gramsci e a questão religiosa. São Paulo: Paulinas, 1984. PRZEWORSKI, Adam. Capitalismo e social-democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. RIBEIRO, Darci. O povo brasileiro. São Paulo: Cia das Letras, 1995. MATEMÁTICA Apresentação Geral da Disciplina A ciência matemática, tão antiga como a própria humanidade, aliás, ela representa a própria história da humanidade. A medida que esta foi evoluindo a matemática evolui com ela. A disciplina matemática surgiu na Grécia, por volta do século V a.C desde então vem sofrendo transformações e alterações em sua organização curricular e metodológica. Porém a essência continua a mesma, auxiliando de forma pratica intuitiva nas resoluções dos problemas da humanidade. Com o avanço das navegações e a expansão industrial, a matemática passou a ter mais destaque, muito mais prática, possibilitou a descoberta de novos conhecimentos, alcançando um novo período de sistematização, e contribuindo para um grande progresso científico e econômico em todas as áreas. O seu estudo principal voltou-se para a matemática pura e para a matemática aplicada, preparando os jovens para atividades ligadas ao comércio como arquitetura, música, geografia, astronomia, artes, navegação, medicina e na guerra. No século XVIII, com a revolução industrial, iniciou-se a intervenção estatal na educação. A pesquisa matemática se direcionou a atender os processos de industrialização adquirindo um maior rigor nos métodos para que se evitassem falhas. No Brasil ela era ministrada em caráter técnico influenciada pelos acontecimentos ocorridos na Europa. No início do século XX, Euclides Roxo solicitou ao governo federal a junção das disciplinas aritmética, álgebra, geometria e trigonometria numa única disciplina denominada matemática. Essa junção se concretizou em 1928 graças ao parecer favorável do Departamento Nacional de Ensino e da Associação Brasileira de Educação. De 1940 a 1980,novas práticas pedagógicas surgiram, dentre elas: A SEED que propôs em I 987 a reestruturação do ensino do 2o Grau, cuja proposta era repensar essa categoria de ensino. No início da década de 90, o Paraná movimentou a produção de um documento de referência curricular para a rede pública, posteriormente distribuída aos professores para serem estudados. A LDBEN, Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 foi aprovada em 20/12/1996, ela insere novas interpretações sobre o ensino, entre os quais o Ensino da Matemática, permitindo certa autonomia na definição curricular e oferta de disciplinas. Com base nisso, criaram-se nas escolas disciplinas como geometria, desenho geométrico, álgebra, que são campos de conhecimento da matemática. Isso leva a interpretar que a LDBEN 9394/96 é uma lei criada com o objetivo de adequar o econômico as concepções do mercado. A partir de 2003 a SEED elaborou um novo documento de diretrizes curriculares, com base nas discussões e opiniões de todos os professores da Rede Pública Estadual resgatando desta forma novas considerações a respeito do ensino da matemática. Na atual, Proposta Pedagógica, procura-se a interação entre o conteúdo e as formas, visando estabelecer uma relação dialética teoria e prática entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base material, existência humana e as manifestações teórico metodológicas que estruturam o campo científico da própria matemática. Assim sendo, a matemática deve vir ao encontro das necessidades sociais favorecendo a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade produzir a vida. Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, devendo ser vital como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade. Embora o objeto de estudo da Educação Matemática ainda encontra-se em processo de construção, pode-se dizer que ele está centrado na prática pedagógica da matemática, de forma a envolver-se com as relações entre o ensino a aprendizagem e o conhecimento matemático. Assim, os objetivos básicos da Educação Matemática visam desenvolvê-la como campo de investigação e de produção de conhecimento em sua natureza cientifica; e a melhoria da qualidade de ensino em sua natureza pragmática. Para Miguel e Miorim (2004, pág.70), a finalidade da Educação Matemática é fazer o educando compreender e se apropriar da própria matemática concebida como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos etc.. Outra finalidade apontada pelos autores é fazer o educando construir, por intermédio do conhecimento matemático e valores. Atitudes de natureza diversa, visando à formação integral do ser humano e, particularmente do cidadão, isto é do homem público. Almeja-se ainda que o educando tenha condições de fazer análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulações de ideias. Para tanto faz-se necessário que o processo pedagógico dê ao educando condições de constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriação da linguagem adequadas para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de outras áreas do conhecimento. A história da Ciência Matemática demarca a construção histórica do objeto matemático. Na concepção de Ribnikow (1957) esse objeto é composto pelas formas espaciais e pelas quantidades. Através dessa construção histórica e possível identificar alguns conteúdos estruturantes que são os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar. São conteúdos estruturantes: os números, as operações e álgebra: as medidas, as geometrias e o tratamento da informação. Objetivos Gerais da Disciplina Os objetivos básicos da Educação Matemática visam desenvolvê-la enquanto campo de investigação e de produção de conhecimento - Natureza Científica e a melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem da Matemática - Natureza Pragmática. Para Miguel e Miorim: "A finalidade da Educação Matemática é fazer com que os educandos construam, por intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando a formação do ser humano e, particularmente, do cidadão, isto é, do homem público. Este campo de investigação matemática prevê a formação de um educando crítico capaz de agir com autonomia nas suas relações sociais, para isso é necessário que ele se aproprie dos conhecimentos, dentre eles, o matemático. O objetivo da matemática é também, contribuir com a investigação do aluno na sociedade em que vive, proporcionando-lhe conhecimentos básicos de teorias e prática da matemática oportunizando-a aos quatro campos do conhecimento que são: campo numérico, campo algébrico, campo das estatísticas e das probabilidades, possibilitando-lhe o reconhecimento da inter-relação entre esses campos e de outras áreas também. Além disso, objetiva-se buscar o desenvolvimento intelectual dos educandos, promovendo a sua autonomia, trabalhando a leitura e interpretação de textos matemáticos, ensinando-os a expressar-se através da matemática, ensinando o uso de estratégias variadas de resolução, habituando-os à procura dos porquês dos fatos matemáticos, estimulando a argumentação. Organização dos conteúdos por série do ensino fundamental 5a Série - Ensino Fundamental Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias. Números Operacionais Sistema de Numeração Decimal Números Naturais e suas representações Conjuntos Numéricos Múltiplos e Divisores Potenciação e Radiciação Números Fracionários Números Decimais Fatoração Expressões Numéricas Medidas Medidas de massa, de comprimento, de área e de volume. Organização de Sistema Métrico decimal e do Sistema Monetário. Transformações de unidades e medidas de massa, capacidade, comprimento e de tempo. Perímetro, e área de figuras geométricas simples ou sólidas. Geometria Elementos de Geometria Classificação e nomenclatura dos sólidos geométricos e figuras planas. Noções de desenho geométrico com uso de régua e compasso. Ângulos, polígonos e circunferências. Noções de Geometria Espacial. Tratamento da Informação • Coleta e descrição de dados. • Leitura e interpretação de dados por meio de tabelas, listas, diagramas, quadros e gráficos. • Gráficos de barras, colunas e linhas. • Porcentagem. 6 a Série - Ensino Fundamental Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias. Números, álgebra e operações • Números Inteiros • Números Racionais • Expressões Numéricas • Noções de variáveis e incógnita e a possibilidade de cálculo a partir da substituição de letras por valores numéricos. • Equações do 1º grau • Inequações do 1º grau • Sistema de Equações do 1º grau • Fatoração • Expressões Numéricas • Grandezas direta e inversamente proporcionais • Razão e Proporção • Regra de Três Medidas • Medidas de Temperatura. • Ângulos: classificação, medidas e uso do transferidor. Geometria • Cálculo da área das figuras planas. − Elementos de Geometria Euclidiana . − Classificação e nomenclatura dos sólidos geométricos e figuras planas. − Construção e representação no espaço e no plano. − Classificação de triângulos. − Representação cartesiana e construção de gráficos. Tratamento da Informação • Coleta, organização e descrição de dados. • Juros simples, cálculo de problemas envolvendo juros simples. 7a. série - Ensino Fundamental Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias. Números e Álgebra • Números Racionais e Irracionais • Sistema de Equações do 1º grau • Potências • • Monômios e Polinômios Produtos Notáveis Grandezas e Medidas • Medida de Comprimento • Medida de Área • Medida de Ângulos • Relações Métricas no triângulo retângulo • Trigonometria no triângulo retângulo Geometria • Geometria Plana • Geometria Espacial • Geometria Analítica • Geometria Não - Euclidiana Tratamento da Informação • Gráficos e Informação. • População e Amostra. 8a. Série - Ensino Fundamental Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias. Números e Álgebra • Números Reais • Radicais, propriedades • Equações do 2º grau • Equações Irracionais • Equações Biquadradas • Noção intuitiva de Função Afim • Noção intuitiva de Função Biquadrada • Regra de Três Composta Medidas Teorema de Pitágoras Utilizar o Teorema de Pitágoras na determinação das medidas dos lados de um triângulo retângulo. Geometria Teorema de Tales Aplique o Teorema de Tales em situação - problemas, em razões e proporções. Tratamento da Informação Noções de Análise Combinatória Probabilidades Estatística Juros Composto Resolver situações problemas na qual envolvam cálculos de juros compostos. 1a Série _ Ensino Médio Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Funções, Geometrias, Tratamento da Informação. Números e Álgebra • Números Reais: Conjuntos Numéricos, operações com conjuntos, intervalos numéricos. • Equações e Inequações Exponenciais. • Logarítmicas e modulares. Funções • Função de 1o grau • Função de 2o grau • Função Afim • • • • • Função Quadrática Função Exponencial Função Logarítmica Progressão Aritmética Progressão Geométrica Grandezas e Medidas • Medidas de área • Medidas de volume • Medidas de Grandezas Vetoriais Geometria • Geometria Euclidiana • conceitos primitivos • ponto, reta, plano, espaço Noções básicas de Geometria Não - Euclidiana. Perceber a necessidade das geometrias não - Euclidianas para a compreensão de conceitos geométricos, quando analisados em planos diferentes do plano de Euclides. Compreender a necessidade das geometrias não - Euclidianas para o avanço das teorias científicas. Tratamento da Informação • Interpretação de gráficos • Números proporcionais • Porcentagem. • Matemática Financeira. • Noções básicas de matemática financeira. • Juros Simples e Compostos. Conhecer a importância da matemática financeira e sua aplicabilidade na atividade humana nos dias de hoje. Abordar aqui os conteúdos sobre Educação Ambiental, Educação Sexual, prevenção de drogas, cultura afro - brasileira e indígena. Trabalhar através de gráficos, porcentagens e probabilidades. 2a Série _ Ensino Médio Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Funções, Geometrias, Tratamento da Informação. Números e Álgebra • Matrizes • Determinantes • Sistemas Lineares Funções • Trigonométricas • Seno • Cosseno • Tangente Grandezas e Medidas Trigonometria Aplique a lei dos senos e a lei dos cossenos de um triângulo qualquer para determinar elementos desconhecidos. Geometria Conceitos geométricos. Geometria Plana Posições relativas entre os pontos, retas e planos. Tratamento da Informação Análise Combinatória. Arranjos, permutações, combinações, probabilidades, Binômio de Newton, construção e leitura de gráficos. Os conteúdos de Educação Ambiental, Educação Sexual, Prevenção de drogas, cultura afro brasileira e indígenas serão abordados durante o estudo de probabilidades. 3a Série _ Ensino Médio Conteúdos Estruturantes – Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Funções, Geometrias, Tratamento da Informação. Números e Álgebra • Números Complexos • Conceitos, operações, conjugado de um número complexo. • Polinômios • Equações polinomiais ou algébricas. Grandezas e Medidas • Medidas de Informática. • Medidas de Energia. Geometrias • Geometria Analítica Plana • Noção de ponto, reta e plano. • Equação da reta • Sistema Cartesiano Ortogonal • Distância entre dois pontos • Ponto Médio • Alinhamento de três pontos • Equação Geral da Reta • Determinação do Coeficiente Angular • Equação Segmentaria da reta • Equação da circunferência Geometria Espacial • Paralelismo • Perpendicularismo • Noções sobre poliedros. • Relação de Euler. • Área e volume do prisma, do cubo, do paralelepípedo, da pirâmide, do cone, da esfera e do cilindro. Tratamento da Informação Estatística Realizar estimativas, conjecturas à respeito de dados e informações estatísticas. Matemática Financeira - a matemática financeira e sua importância nos dias de hoje. Desafios Educacionais Contemporâneos Em relação aos Desafios Educacionais Contemporâneos (Enfrentamento à Violência na Escola; Cidadania e Direitos Humanos; Educação Ambiental (Lei 9795/99 – política nacional de educação ambiental); Educação Fiscal; Prevenção ao Uso Indevido de Drogas) que são demandas que possuem uma historicidade, por vezes fruto das contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais e, por isso, prementes na sociedade contemporânea e estão presentes nas experiências, práticas, representações e identidades de educandos e educadores. Com a mesma importância tratamos da Diversidade, possibilitando a visibilidade cultural e pedagógica aos diferentes sujeitos educandos e educadores presentes nas escolas públicas do Paraná, fortalecendo suas identidades, lutas, processos de aprendizagem e resistência: Lei 11.525/2007 – Direitos da Crianças e dos Adolescentes, Educação do Campo, Lei 11.645/08 e 10.639/03 História e Cultura Afro Brasileira e Indígenas, Gênero e Diversidade Sexual. Nesta Proposta Pedagógica Curricular, temos clareza portanto, de que a escola não dá conta de tudo, mas de forma consciente e fundamentada podemos e devemos fazer o exercício de discutir sobre estes desafios, entendendo-os na mesma perspectiva do conteúdo escolar: na perspectiva da historicidade, da concreticidade e da totalidade, indo para além de representações ingênuas, idealistas e estereotipadas da realidade. Metodologia da Disciplina O ensino da matemática tratará a construção do conhecimento matemático, por meio de uma visão histórica em que os conceitos foram apresentados, discutidos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento humano e analisados criticamente os pressupostos, o currículo e a proposta pedagógica procurando potencializar meios para superar os desafios. Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar o ensino aprendizagem de matemática e a formação dos conceitos matemáticos usando metodologias como a resolução de problemas, explicitando no ato pedagógico a relação entre o significado e os sentidos dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos. A relação de conteúdos não precisara obrigatoriamente ser seguida linearmente, mas poderá ser desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver, a capacidade de observar, pensar, generalizar,concluir e abstrair. Para tal, serão estimuladas a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo. Os conteúdos desenvolvidos partindo de situações - problemas desafiadoras, deverão partir do cotidiano do educando, quando surgirem uma relação direta com este. Conteúdos com menos relação direta com o cotidiano, terão que demonstrar caráter cientifico e deverão ser ensinados com o objetivo de aprofundar os conhecimentos do educando, objetivando melhor conhecer a teoria cientifica. Após cada conteúdo trabalhado, será sempre oferecida uma seleção de exercícios para melhor compreensão do raciocínio lógico e fixação, inclusive exercícios extras para que o educando interessado possa fazer em casa. Valorizar a construção do conhecimento, estimulando o trabalho dos alunos em pesquisas e construção do seu material de estudo dando-se menor importância a memorização de fórmulas, ( principalmente no ensino fundamental ). Os recursos didáticos e tecnológicos serão os seguintes: quadro de giz e quadro branco, livro didático público e outros que abordarem os temas estudados, TV Multimídia, pendrive, dvd e laboratório de informática. Critérios de Avaliação Específica da Disciplina A avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do processo ensino aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão formadora. Avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Sendo a avaliação um processo diagnóstico e de verificação da maneira como os educandos aprendem o conhecimento matemático, devendo aprimorar a qualidade de aprendizagem. Nesta Proposta Pedagógica Curricular, se propõe formar alunos/sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade. A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um todo, e no espaço onde os alunos estão inseridos. Para culminar nesse parecer valorativo é fundamental deixar claro aos educandos objetivos e critérios de avaliação e correção. Comentar os resultados obtidos, auxiliar educandos a superar dificuldades apresentadas, fazer o educando sentir-se responsável processo de aprendizagem e após isso dar oportunidades necessárias para a recuperação educando. Cabe ao professor, acompanhar a aprendizagem dos seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos. os os no do Os instrumentos utilizados para a avaliação estarão em consonância com os objetivos, a metodologia e os critérios avaliativos, apresentados através de testes escritos, desenvolvimento de atividades práticas, exposição de pesquisas realizadas e interesses pelas atividades, trabalhos em grupos e individual, sociabilidade e organização. Os estudos de recuperação, de caráter obrigatório, representam uma nova oportunidade de aprendizagem, consequência do processo de avaliação, diagnóstica e continuada, e deve ocorrer de forma a garantir ao educando a superação das dificuldades. A recuperação será oferecida de forma contínua e concomitante, sendo que a nota obtida após a recuperação deverá substituir a anterior onde o educando não alcançou os objetivos. REFERÊNCIAS PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. MATEMÁTICA. Curitiba, 2008. ARAUJO, I. L. Introdução à filosofia da ciência. Curitiba: Ed. UFPR, 2003. BAKHTIN, M. (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. 12a ed. São Paulo: Hucitec, 2006. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 1996. BRASIL/MEC. Decreto No 2.208, de 17 de abril de 1997. In: BRASIL/MEC. Educação Profissional de nível técnico. Brasília: MEC, 2000. CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. CIAVATA, M. e FRIGOTTO, G. (Orgs) Ensino médio: ciência cultura e trabalho, Brasília: MEC, SEMTEC, 2004. CELEM – LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA: No Brasil, o ensino de línguas estrangeiras está vinculado à organização social e histórica do país. No início da colonização, os jesuítas ensinavam latim às comunidades indígenas com o propósito de dominação e expansão do catolicismo. De 1580 a 1640, período em que se estabeleceu a União Ibérica, os jesuítas foram considerados pelos espanhóis um entrave para as demarcações territoriais, o que culminou com a expulsão da Ordem dos territórios portugueses na América. A partir de 1759, foi constituído o ensino régio no Brasil, o qual era garantido pelo Estado. A língua estrangeira oferecida continuava sendo o latim e os professores contratados eram não-religiosos. O ensino de línguas modernas ganhou reconhecimento com a chegada da família real ao Brasil e abertura dos portos ao comércio. Os currículos passaram a oferecer o inglês e francês visando o intercâmbio comercial. Em 1837, foi fundado o Colégio Pedro II que se tornou modelo por quase um século, as línguas ensinadas ali eram o francês, o inglês e o alemão. De 1929 a 1931, a língua italiana também foi ofertada neste colégio. A abordagem tradicional, que tinha como método ensinar através da escrita e da gramática, durou desde a educação jesuítica até o advento da Reforma Francisco Campos, a qual instituiu o Método Direto. Neste, a língua materna perdia a função de mediadora no processo de aprendizagem, o professor se comunicava exclusivamente em língua estrangeira durante as aulas. O espanhol começou a ser ensinado em detrimento ao alemão, o italiano e o japonês por motivo da 2a Guerra Mundial, e o latim permaneceu como língua clássica. A língua espanhola foi valorizada como língua estrangeira porque representava um modelo de patriotismo a ser seguido pelos estudantes e o respeito do povo espanhol às suas tradições. Retomando momentos históricos significativos quando se analisa a trajetória do ensino de LE no Brasil, percebe-se que, a escola pública foi marcada pela seletividade, tendências e interesses. Então, diante da realidade brasileira, o acesso a uma língua estrangeira consolidou-se historicamente como privilégio de poucos. Atualmente, o interesse da escola pública vem demonstrando mudanças e propostas para que o ensino de LE possa ter um papel democratizante das oportunidades e um instrumento de educação que auxilie ao aluno como sujeito e construa seu processo de aprendizagem. Ao contrário de épocas passadas, o ensino de LE se alicerça em dar suporte aos educandos sobre língua e cultura da disciplina afim. A Língua Estrangeira Moderna norteia-se no princípio de que o desenvolvimento do educando deve incorrer por meio da leitura, oralidade e da escrita. O que se busca hoje é o ensino de LEM direcionado à construção do conhecimento e à formação cidadã e, que a língua aprendida seja caminho para o reconhecimento e compreensão das diversidades linguísticas e culturais já existentes e crie novas maneiras de construir sentidos do e no mundo. Então, a leitura, a oralidade e a escrita se configuram em discurso como prática social e portanto, instrumento de comunicação. Ao conhecer outras culturas e outras formas de encarar a realidade, o aluno passa a refletir mais sobre a sua própria cultura e amplia sua capacidade de analisar o seu entorno social com maior profundidade e melhores condições de estabelecer vínculos, semelhanças e contrastes entre sua forma de ser, agir, pensar e sentir uma outra cultura, fatores que ajudarão no enriquecimento de sua formação. O caráter prático do ensino de LE permite a produção de informação e o acesso a ela, o fazer e o buscar autônomo, a comunicação e a partilha com semelhantes e diferentes. Possibilita análise de paradigmas já existentes e cria novas maneiras de construir sentidos do mundo, construir significados para entender e estabelecer uma nova realidade e compreender as diversidades linguísticas e culturais que influenciarão de forma positiva no aprendizado da língua como discurso para que o aluno se constitua socialmente. CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social GÊNEROS DISCURSIVOS: Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. CONTEÚDOS BÁSICOS: 1o ANO LEITURA: • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Informatividade; • Situacionalidade; • Informações explícitas; • Discurso direto e indireto; • Aceitabilidade do texto; • Elementos composicionais do gênero; • Léxico; • Repetição proposital de palavras; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem. ESCRITA: • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Discurso direto e indireto; • Informatividade; • Elementos composicionais do gênero; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; • Acentuação gráfica; • Ortografia; • Concordância verbo/nominal. ORALIDADE: • Tema do texto; • Finalidade; • Papel do locutor e interlocutor; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, ... ; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos. CONTEÚDOS BÁSICOS – 2ºANO LEITURA • Conteúdo temático; • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Intertextualidade; • Temporalidade; • Discurso direto e indireto; • Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Situacionalidade; • Polissemia; • Léxico; • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, recursos gráficos como: (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; • Semântica: - operadores argumentativos; - ambiguidade; - sentido conotativo e denotativo das palavras no texto; - expressões que denotam ironia e humor no texto; ESCRITA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Aceitabilidade do texto • Tema do texto • Temporalidade • Informatividade; • Situacionalidade; • Intertextualidade; • Discurso direto e indireto • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Marcas linguísticas: coesão, coherencia, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); • Concordância verbal e nominal; • Semántica: - operadores argumentativos; - ambiguidade; - significado das palabras; - figuras de linguagem; - sentido conotativo e denotativo; - expressões que denotam ironia e humor no texto. • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto • Polisemia • Processo de formação de palavras • Acentuação gráfica • Ortografia ORALIDADE • Conteúdo temático; • Finalidade; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extraliguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas... ; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos da fala; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; • Elementos semânticos; • Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito. CONTEÚDOS BÁSICOS - 3º ANO LEITURA Tema do texto; Conteúdo temático; Elementos composicionais do gênero; Propriedades estilísticas do gênero; Aceitabilidade do texto; Finalidade; Informatividade; Intencionalidade; Situcionalidade; Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Temporalidade; Referencia textual; Intertextualidade; Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia; Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figura de linguagem, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito) Partículas conectivas básicas do texto; Elementos textuais: levantamento lexical de palavras italicizadas, negritadas, sublinhadas, números, substantivos próprios; Interpretação da rede de relações semânticas existentes entre itens lexicais recorrentes no titulo, subtítulo, legendas e textos. ESCRITA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Aceitabilidade do texto • Tema do texto • Temporalidade • Informatividade; • Situacionalidade; • Intertextualidade; • Discurso direto e indireto • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Marcas linguísticas: coesão, coherencia, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); • Concordância verbal e nominal; • Semántica: - operadores argumentativos; - ambiguidade; - significado das palabras; - figuras de linguagem; - sentido conotativo e denotativo; - expressões que denotam ironia e humor no texto. • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto • Polisemia • Processo de formação de palavras • Acentuação gráfica • Ortografia ORALIDADE • • • • • • • • • • • • Tema do texto; Conteúdo tematico; Aceitabilidade; Finalidade; Informatividade; Situcionalidade; Papel do Locutore e Interlocutor; Conhecimento de Mundo; Elementos extralinguisticos: entonação, pausas, gestos; Adequação do discurso ao gênero; Turnos de fala; Variação Linguistica. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula a partir do entendimento do papel das línguas na sociedade é mais que meros instrumentos de acesso à informação. O aprendizado de línguas estrangeiras são também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. Dessa forma, que o ensino de Língua Estrangeira se constitua por meio da compreensão da diversidade linguística e cultural para que o aluno se envolva discursivamente e desenvolva as práticas de leitura, escrita e oralidade levando em conta o seu conhecimento prévio. A utilização de diferentes gêneros textuais para que o aluno identifique as diferenças estruturais e funcionais, a autoria e a que público se destinam. As estratégias metodológicas para que o aluno conheça novas culturas e que não há uma cultura melhor que a outra, mas sim diferentes. A exploração de vários recursos como aulas expositivas e dialogadas, trabalhos em grupos, produção escrita e produção oral de forma interativa em busca de melhores resultados na aprendizagem. Para isso, materiais como livro didático, dicionário, livro paradidático, vídeo, CD, DVD, CD-ROM, internet, TV multimídia serão utilizados para facilitar o contato e a interação com a língua e a cultura. Serão trabalhados assuntos sobre Desafios Educacionais Contemporâneos, História da Cultura Afro-brasileira e africana, conforme Lei Nº 10.639/03 História e Cultura dos povos indígenas, conforme Lei nº 11.645/08, Política Nacional de Educação Ambiental, conforme Lei nº 9.795/99 e Lei nº 11.525/07 , acrescenta § 5º ao art.32 da Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, para incluir o conteúdo que trate dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes no currículo do Ensino fundamental. AVALIAÇÃO A avaliação da aprendizagem necessita para cumprir o seu verdadeiro significado,assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida. Entende-se, portanto que avaliação da aprendizagem da Língua Estrangeira precisa superar a concepção do mero instrumento de mediação da apreensão de conteúdos, visto que ela se configura como processual e, como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos sujeitos, a partir de suas produções, no processo de ensino aprendizagem. Nessa perspectiva, o envolvimento dos sujeitos alunos na construção do significado nas práticas discursivas será a base para o planejamento das avaliações ao longo do processo de aprendizagem. Sendo assim, a avaliação será diagnóstica, somativa e cumulativa. A avaliação da aprendizagem será um processo constante tendo medida de observação no desempenho nas atividades propostas que serão analisadas e consideradas como subsídios. Para a avaliação do desempenho dos alunos levar-se-á em consideração os objetivos propostos no Regimento escolar, bem como do Projeto Político Pedagógico da escola e serão utilizados os seguintes instrumentos: provas, trabalhos (individuais e em grupos), produção de textos orais e escritos que demonstram capacidade de articulação entre teoria e prática. A recuperação para o aluno que não atingir resultado satisfatório se dará por meio de recuperação de conteúdo. REFERÊNCIAS: - CAZAUX HAYDT, Regina; Avaliação do Processo Ensino Aprendizagem. Editora Ática – 6a edição. São Paulo – SP, 2004. - LEFFA, V. J A interação na aprendizagem das Línguas. Pelotas: EDUCAT, 2006 - MEC; Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Brasília – DF, 2004. - PASSOS A. VEIGA, Ilma; Projeto Político Pedagógico da escola – uma construção possível. Editora Papirus – 20a edição, 2005. - SEED PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba – PR, 2008. - SEED PARANÁ, Inclusão e diversidade: reflexões para a construção do projeto político pedagógico. Curitiba, 2006. VIVA A ESCOLA - RESGATE A MEMÓRIA DO COLÉGIO ESTADUAL DR. LAURO MULLER SOARES (DE 1974 A 2009) Justificativa O Programa Resgate a Memória do Colégio Estadual Dr Lauro Muller Soares (de 1974 a 2009) justifica sua continuidade por ter conseguido atingir seus objetivos, na medida do possível, por ter motivado os alunos a estudarem a história geral, história da nossa cidade e região com mais dedicação. Despertou nos educandos a importância de resgatar a cultura do povo de nossa região, ressaltando a importância desta cultura para a formação de nossa cidade e a valorização de nossa cultura regional; A construção e desenvolvimento deste Programa Viva a Escola representa um espaço da formação de nossa sociedade, é imprescindível que se traga os temas desta formação para a análise, reflexão e discussão em sala de aula, através deste despertar a curiosidade para que os alunos assumam a posição de construtores de seus próprios conhecimentos, e deve servir para ensinar os outros a apreciar os vestígios do passado com “olhos históricos. Conteúdos Conteúdos Estruturantes: relações de trabalho, de poder e culturais. Conteúdos Básicos: - a experiência humana no tempo - as relações de propriedade - a constituição das instituições sociais - história das relações da humanidade com o trabalho - o trabalho e a vida em sociedade - o trabalho e as condições da modernidade. Fazer o levantamento do maior número de dados e informações sobre a história do Colégio Estadual Dr. Lauro Müller Soares (de 1974 a 2009), produzindo um dossiê para ser utilizado na biblioteca como fonte de pesquisa por professores, funcionários e alunos. Objetivos O principal objetivo deste programa é conhecer e reconhecer a história do Colégio Estadual Dr. Lauro Muller Soares, desenvolvendo a formação crítica no aluno, auxiliando-o na interpretação da realidade e formação desta estabelecimento de ensino. O estudo da história deve dotar os alunos de espírito participativo levando-os a perceber que a participação coletiva constrói e caracteriza a vida em sociedade. Formar alunos conscientes, críticos e responsáveis pelo seu mundo, pelas pessoas que os cercam e pelo futuro que irão legar às novas gerações. Encaminhamentos Metodológicos Trabalhar com documentos históricos, textos, fotografias, imagens e outros. Considerando o valor da formação da história do colégio, promovendo estudos, reflexões e análise sobre essa contribuição. Utilizar textos históricos complementares. Promover visitas orientadas em monumentos históricos, preparadas com antecedência, com elaboração de roteiro de trabalho para o desenvolvimento do estudo. Solicitar pesquisas bibliográficas para o complemento do tema estudado. Entrevistas com professores e funcionários que trabalharam e trabalham neste colégio. Infraestrutura Sala de aula, laboratório de informática, monumentos e fontes históricas. Resultados Esperados No final do programa espera-se que os alunos valorizem o resgate da memória deste estabelecimento de ensino, bem como daquelas pessoas que fizeram a história ao longo da fundação do colégio até a atualidade e tenham aprendido a trabalhar com documentos históricos, textos, fotografias, imagens e outros, considerando a importância de todas as pessoas que constribuíram para a formação histórica deste colégio. Critérios de Participação Alunos do ensino fundamental, carentes e, especialmente aqueles atendidos pela escola, ao qual denominamos em situação de risco social. VIVA A ESCOLA - EU, MEU CORPO E A REPRODUÇÃO Justificativa Tendo em vista que no ano de 2009 observou-se em toda a região de União da Vitória um número considerável de alunas grávidas (menores de 18 anos), é obvia a necessidade de desenvolver um trabalho, com o objetivo de esclarecer, informar, orientar e reforçar os conteúdos específicos de biologia que amparam temas relacionados Educação Afetivo Sexual. Considerando a necessidade emergente de diminuir os índices de gravidez na adolescência, julgamos de suma importância realizar um trabalho diferenciado que atinja tanto nossos alunos quanto a comunidade local. Acreditamos que a conscientização para os temas que envolvem a sexualidade começa a partir da informação, através do aprofundamento dos conteúdos específicos já trabalhados em sala de aula e reforçados em atividades extra curriculares como essa que estamos propondo. Conteúdos Estruturante *Organização dos Seres Vivos * Mecanismos biológicos Conteúdos Básicos: * sistemas biológicos * anatomia, morfologia e fisiologia Conteúdos Específicos * anatomia do sistema reprodutor masculino e feminino * relação do sistema endócrino e a reprodução humana * os hormônios e a reprodução * mecanismos de desenvolvimento embriológico Outros temas: * Diferenciaça entre sexualidade e sexo * Namorar ou ficar? * Adolescência e as transformações do corpo * Virgindade * Masturbação e ejaculação * DST (Doenças Sexualmente transmissíveis) e AIDS * Aleitamento materno e sua importância * Aborto * Câncer de colo de útero, mamas e próstata * Homossexualismo:Sexualidade sem medo * Métodos contraceptivos * Gravidez na adolescência * Paternidade responsável e influencia da mídia * Desafios Educacionais Contemporâneos: Cultura machista (influências sociais); Prostituição infantil de adolescentes. Objetivos Sensibilizar os profissionais da Educação, os alunos e a comunidade a cerca do tema abordado; Desenvolver a consciência de que a responsabilidade da prevenção das DST's e de uma gravidez precoce é de todos, respeitando as diferenças, sem preconceitos; Desfazer os tabus e as formas repressoras referentes aos temas ligados à Educação Sexual; Esclarecer a diferença existente entre a Educação Sexual e o estudo da Biologia; Tratar do tema através de atividades descontraídas e prazerosas; Orientar os educandos a navegação de links confiáveis para pesquisa sobre o tema a ser abordado; Orientar para a prevenção das DST's e gravidez na adolescência. Encaminhamentos Metodológicos De acordo com as DCE de Biologia, a relação entre os diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas do conhecimento propicia reflexão constante sobre as mudanças conceituais em decorrência de questões emergentes. O avanço da Biologia, portanto, é determinado pelas necessidades materiais do ser humano com vistas ao seu desenvolvimento, em cada momento histórico. De fato,o ser humano sofre a influência das exigências do meio social e das ingerências econômicas dele decorrentes, ao mesmo tempo em que nelas interfere. Nessa perspectiva, a presente proposta será trabalhada de acordo com as DCE, isto é, valorizandos conteúdos trabalhados em sala de aula, para na sequência contextualizar com conceitos alusivos a Educação Sexual (prevenção de gravidez precoce e das doenças sexualmente transmissíveis). Para que esse trabalho se consolide lançaremos mão de recursos didáticos pedagógicos e tecnológicos diversos, no intuito de tornar as aulas dinâmicas e agradáveis. Os recursos utilizados serão: livro didático do MEC, LDP do Paraná, livros paradidáticos, revistas e periódicos científicos, vídeos da TV escola e outros vídeos de domínio público disponibilizados no portal, laboratório de informática e TV Multimídia, pendrive. Também consideramos importante envolver profissionais da saúde para falar aos educandos em forma de conversar informais e palestras do ponto de vista diagnóstica e preventiva sobre o tema abordado. Infraestrutura Sala de aula, Laboratório de Informática, Laboratório de Ciências, Salão Nobre e demais dependências do colégio, se necessário. Resultados Esperados Espera-se que o índice de gravidez na adolescência (alunas e alunos menores) diminua. Que a prevenção das DSTs realmente se efetive no interior da escola. Que a escola se torne um ambiente de segurança para que as dúvidas sejam sanadas. Que a consciência da responsabilidade de "uma" maternidade e/ou paternidade seja despertada. Que os alunos se apropriem efetivamente dos conhecimentos a cerca do aparelho reprodutor e o prazer que ele pode proporcionar para então iniciar a vida sexual. Critérios de Participação Para participar deste programa se faz necessário estar regularmente matriculado no Colégio Estadual Dr.Lauro Müller no Ensino Médio, ser alunos mais carentes e com risco social.