Revista Canavieiros
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1 Revista Canavieiros - Agosto 2011 2 Revista Canavieiros - Agosto de 2011 3 Revista Canavieiros - Agosto 2011 Editorial 4 Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Murilo Sicchieri Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 [email protected] [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Ltda Tiragem: 13.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e SicoobCocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190) www.revistacanavieiros.com.br Produzir, abastecer e alimentar O s produtores têm um grande desafio para enfrentar nos próximos anos: produzir com qualidade e aumentar a produtividade com sustentabilidade. Para isso, o melhor caminho são as novas tecnologias. Para auxiliar os produtores canavieiros, a Copercana e a Canaoeste mantêm a Fazenda Santa Rita em Terra Roxa, com 120 hectares e um viveiro de mudas de cana-de-açúcar com mais de 50 cultivares, entre clones e variedades. Confira a íntegra desta matéria na “Reportagem de Capa” de agosto. O entrevistado desta edição é o professor Hermann Paulo Hoffmann - coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos, que falou sobre as variedades de cana desenvolvidas pela Ridesa - Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro, sobre a importância do Estado de São Paulo para o setor sucroenergético e a relevância do Brasil na economia mundial. O “Ponto de Vista” deste mês é assinado pelo professor da FEA/USP (Faculdade de Economia e Administração), Marcos Fava Neves, que fala sobre a necessidade de aumentar a remuneração da atividade agrícola e dos fornecedores, já que se assim fosse, hoje os canaviais poderiam estar produzindo 10 toneladas a mais, evitando uma maior crise de abastecimento. Em “Assuntos Legais”, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, escreve sobre o decreto paulista 57.042/2011, que traz benefício fiscal aos produtores de energia elétrica a partir da biomassa, buscando incentivar o desenvolvimento da atividade econômica, social e ambiental. O “Artigo Técnico” mostra o acompanhamento da safra 2011/2012, que RC www.twitter.com/canavieiros [email protected] Revista Canavieiros - Agosto de 2011 está na primeira quinzena de agosto. Neste trabalho os resultados obtidos são até a 2ª quinzena de julho, em comparação com os obtidos na safra 2010/2011. O artigo é assinado pelo assistente de controle agrícola da Canaoeste, Thiago Silva. Em “Notícias Canaoeste” o leitor encontrará a participação da associação no Dia do Agricultor, evento realizado pela CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em Ribeirão Preto. Também irá conferir o ciclo de palestras realizadas pela associação sobre o monitoramente e controle de broca da cana-de-açúcar. Ainda em “Notícias Canaoeste” é possível conferir a entrega formal das cartas de solos e ambientes de produção aos associados da Canaoeste, realizado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). Já em “Notícias Copercana” está a participação do presidente da cooperativa, Antonio Eduardo Tonielo e do diretor Pedro Esrael Bighetti, no III Cana Campo Tech Show – uma exposição do que há de melhor e mais novo no setor sucroalcooleiro. Na secção “Culturas de Rotação”, a Canavieiros traz uma pesquisa inédita sobre consumo de amendoim no Brasil, realizada pelo IBOPE a pedido da ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados. A pesquisa mostrou que 66% dos brasileiros consomem o produto, mas desconhecem os seus benefícios para a saúde. Além disso, não deixe de conferir as “Informações Setoriais” com o técnico agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e gramática, agenda de eventos e os classificados. Boa leitura! Conselho Editorial 5 Ano V - Edição 62 - Agosto de 2011 Índice: Capa - 20 Viveiro de mudas de cana-deaçúcar: tecnologia à disposição dos produtores Desde 1987, a Canaoeste e a Copercana mantém um viveiro de mudas na Fazenda Santa Rita em Terra Roxa E mais: Assuntos Legais .................página 22 06 - Entrevista Hermann Paulo Hoffmann Coordenador do (PMGCA) da UFSCar A cana é a cultura que melhor atende aos princípios de sustentabilidade” 08 - Ponto de Vista Marcos Fava Neves Professor na FEA/USP e coordenador científico do Markestrat É preciso resgatar fornecedores e fornecimento de cana 12 - Notícias Copercana - Copercana prestigia III Cana Campo Tech Show 14 - Notícias Canaoeste - Canaoeste e Copercana apoiaram comemorações do Dia do Agricultor - Canaoeste realiza reuniões técnicas - Canaoeste e CTC entregam Cartas de Solos à associados 18 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal 24 - Cultura de Rotação ABICAB divulga pesquisa inédita sobre consumo de amendoim no Brasil Fonte: ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados Informações Setoriais .................página 26 Artigo Técnico .................página 28 Destaque - Insect Show .................página 31 Opinião .................página 32 Safra Canavieira .................página 34 Cultura .................página 36 Agende-se .................página 37 Classificados .................página 38 Revista Canavieiros - Agosto 2011 6 Entrevista com: “A cana é a cultura que melhor atende aos princípios de sustentabilidade” Hermann Paulo Hoffmann Carla Rossini A afirmação é do professor Hermann Paulo Hoffmann - coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-deaçúcar (PMGCA) da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. Durante o mês de agosto, o professor visitou o viveiro de mudas de cana-de-açúcar da Fazenda Santa Rita em Terra Roxa, de propriedade da Copercana e Canaoeste. Durante a visita, Hermann foi entrevistado pela equipe de produção do Programa “Ação Cooperativa”, que é transmitido aos sábados, às 10:30 horas, na TV Clube Band. O Programa foi exibido no dia 13 de agosto e pode ser visto na íntegra através do site www.acaocooperativa.com.br. A equipe de redação da Revista Canavieiros acompanhou a gravação do programa e também entrevistou o professor Hermann, que falou das variedades de cana desenvolvidas pela Ridesa - Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro. Após a entrevista, a Canavieiros publica com exclusividade um artigo desenvolvido pelos pesquisadores Roberto G. Chapola; Igor K. Nunes; Bruno Silvestrin; Hermann P. Hoffmann da PMGCA/RIDESA/UFSCar, falando das tendências de participação das principais variedades nos próximos plantios. Confira na página 08! Revista Canavieiros: Fale sobre o que é a Ridesa e alguns dos resultados obtidos com Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. Hermann: A Ridesa é uma rede de Universidades Federais que atua no desenvolvimento tecnológico da cana-de-açúcar, principalmente no desenvolvimento de novas variedades. Depois que o Planalsucar (Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-açúcar) foi extinto na década de 80, as universidades federais continuaram o trabalho desenvolvido por esse instituto em pesquisas e lançamentos de novas variedades de cana. Hoje, a variedade mais plantada e a mais cultivada no Brasil, é a RB867515, que foi desenvolvida pelos colegas da Universidade Federal de Viçosa. A segunda é uma SP (variedade desenvolvida pelo CTC – Centro de Tecnologia Canavieira), e a terceira já é outra variedade RB. No último censo que estamos acabando de concluir, das 10 variedades mais plantadas no Brasil, 7 são variedades RB, o que demonstra o trabalho das Universidades Federais no desenvolvimento dessas variedades de cana. Revista Canavieiros: Quais as características que os programas de melhoramento buscam nas novas variedades? Hermann: As exigências vão mu- Revista Canavieiros - Agosto de 2011 dando à medida que muda o ambiente. Geneticamente, a variedade não muda, é a mesma. Se pegarmos uma variedade cultivada há 40 anos, é a mesma variedade, mas mudou o ambiente. Nos últimos anos tivemos o aumento de colheita mecânica inicialmente e depois aumento da palha e com o aumento de palha, aumentou as pragas que não eram tão importantes. Mudou também as doenças, como a ferrugem alaranjada. Então, à medida que vai mudando o ambiente, a variedade fica inviável de ser cultivada e vai sendo substituída por outra variedade mais adaptada a esse novo ambiente. Revista Canavieiros: O Brasil tem um grande destaque na economia mundial. É visto hoje como um grande supridor de derivados da cana-de-açúcar. Qual a sua opinião em relação a isso? Hermann: Quando entrei na faculdade de agronomia pensava: O Brasil vai ser o país do futuro e agora finalmente tenho a felicidade de ver isso. O Brasil é hoje 7 uma das maiores potências econômicas do mundo e tem um destaque na agricultura, é o maior produtor de cana, de citrus, grande produtor de algodão, e segundo maior produtor de soja. Na região Centro-Sul do Brasil, encontramos o melhor ambiente para se cultivar cana-de-açúcar. Podemos visitar o mundo inteiro, mas é aqui que encontramos o melhor ambiente para o desenvolvimento da cultura da cana, então é aqui que temos os melhores rendimentos. Outro fator importante é a mão-de-obra especializada, uma vez que temos gente para trabalhar desde o braçal até o executivo. Essa mão-de-obra falta em alguns países falta. Revista Canavieiros: Qual a importância do interior do Estado de São Paulo na questão de produção de cana, etanol e açúcar? Hermann: No Brasil, o Estado de São Paulo é o maior produtor de açúcar e álcool e dentro desse Estado temos algu- mas regiões que se destacam, como a de Ribeirão Preto que produz cana, açúcar, álcool e energia. Recentemente, temos a região de Araçatuba, que também se tornou muito importante para produção. Revista Canavieiros: Nos últimos anos o Brasil apresentou um pequeno crescimento na área de cultivo de cana-de-açúcar e um substancial aumento de produtividade. De que forma os investimentos em pesquisas contribuem para isso? Hermann: Felizmente, isso aconteceu com a cana, mas também aconteceu com outras culturas. Houve um aumento de produção e um menor aumento da área, quer dizer, houve aumento no rendimento em todas as culturas. Eu acredito que metade desse ganho de produtividade, seja proporcionado por pesquisa de desenvolvimento e metade por eficiência administrativa, melhor gerenciamento das atividades e das operações agrícolas. Revista Canavieiros: De que forma essas alterações e outros benefícios que o setor tem desenvolvido ajudam a economia do país que tem a canade-açúcar como uma das principais culturas? Hermann: Nós conseguimos redução de custo e tornamos nossa produção mais competitiva para conquistar outros mercados. Através destes benefícios, conseguimos colocar a cultura da cana em regiões que até então apresentavam restrições a essa cultura, como as regiões do cerrado, por exemplo. Era difícil cultivar a cana no cerrado, mas com o desenvolvimento da tecnologia administrativa e de novas variedades conseguimos adequar a cultura àquele ambiente. Revista Canavieiros: Quais os principais desafios que o setor sucroenergético deve enfrentar nos próximos anos? Hermann: O setor é muito visado. A agricultura nada mais é do que trabalharmos com as culturas e causar o mínimo de modificação no ambiente. O setor tem como desafio continuar crescendo em harmonia com a população, com o ambiente e proporcionando melhores profissões para os trabalhadores. Revista Canavieiros: Essa é a sustentabilidade que o setor tanto busca? Hermann: Sim, a cana é uma cultura altamente eficiente, não consome tanto produto químico e não dependemos de tecnologia de outros países. Entre as culturas, é a que melhor atende aos princípios de sustentabilidade. RC RC Revista Canavieiros - Agosto 2011 8 Artigo Tendência de participação das principais variedades nos próximos plantios Roberto G. Chapola; Igor K. Nunes; Bruno Silvestrin; Hermann P. Hoffmann PMGCA/RIDESA/UFSCar Tabela 1 – Participação das principais variedades no plantio 2010 e tendências para o plantio 2011 A partir das primeiras informações do Censo Varietal 2011, em andamento, é possível adiantar algumas previsões de participação futura das principais variedades cultivadas. A RB867515 continuará como a variedade mais plantada. Estes últimos dois anos tem sido de menor precipitação, o que favoreceu variedades rústicas; portanto, espera-se ainda um aumento de participação desta variedade. Comparando-se com 2010, há um aumento na porcentagem de plantio dessa variedade. A segunda variedade mais cultivada até o momento é a SP81-3250, que se destaca nas unidades produtoras pelo seu excelente rendimento agroindustrial. Porém, comparando-se o plantio de 2011 com o de 2010, nota-se que houve uma queda de participação dessa variedade. Um dos fatores que contribuíram para essa queda foi a expansão da colheita mecânica crua, o que determinou um aumento na ocorrência de cigarrinha das raízes. Como se sabe, a SP81-3250 é uma das variedades mais suscetíveis ao ataque dessa praga. Fora a questão da cigarrinha não existe restrição para o cultivo desta variedade. A RB966928, liberada em 2010 pelo PMGCA/RIDESA/UFPR, deverá ocupar o terceiro lugar entre as mais plantadas. Essa variedade, que é filha da RB855156, possui como características mais marcantes a precocidade e a excelente bro- tação de soqueira, mesmo sob colheita mecanizada. Além disso, a RB966928 tem apresentado ótimo comportamento em plantios mecanizados. Vale ressaltar que a RB966928 não deve ser cultivada em ambientes restritivos. Outra variedade que deverá crescer significativamente em áreas de plantio de 2010 para 2011 é a SP80-1842; suas principais qualidades são a longevidade e a exigência média em ambientes, fatores que foram primordiais para a expansão do seu plantio. Variedades como a RB855453, a RB855156, a SP83-2847 e a RB92579 devem manter os percentuais em áreas de plantio semelhantes aos de 2010. Já as variedades RB835054 e RB855536 devem sofrer uma pequena redução na participação do plantio. Ambas são exigentes, e como se sabe, hoje os melhores ambientes já estão ocupados, e a expansão da cultura ocorre principalmente em ambientes mais restritivos. Portanto, a participação das variedades mais exigentes tende a se estabilizar. Parece ser mais marcante nos novos plantios de 2011 a manutenção do crescimento das variedades RB867515, RB966928 e o aumento da participação da SP80-1842 (Tabela 1). Entre as IAC, que deverão representar conjuntamente no plantio de 2011 por volta de 2 %, a de maior participação será a IACSP95-5000, com cerca de 1%. Quanto às CTC, com 11% nos novos plantios, as de maior participação são a CTC-2, CTC-9 e CTC-15. Entre as novas RB, a RB937570 e RB965902 poderão aparecer entre as vinte variedades mais plantadas. RC Revista Canavieiros - Agosto de 2011 9 Revista Canavieiros - Agosto 2011 10 Ponto de Vista Marcos Fava Neves* É preciso resgatar fornecedores e fornecimento de cana P arte da crise de abastecimento no setor de cana de açúcar resulta da insuficiente remuneração da atividade agrícola e dos fornecedores. Como consequência, a renovação dos canaviais foi de 5%, 8% e 10% nos últimos três anos, quando poderia se renovar até 18% ao ano. Se, nos canaviais de hoje, estivessem sendo produzidas mais 10 toneladas por hectare, seriam quase 80 milhões de toneladas a mais, que contribuiriam muito neste momento. O fornecimento e os fornecedores de cana precisam ser resgatados. Esse resgate será salutar. Hoje, cerca de dois terços da cana é produzida ou gerenciada pelas próprias usinas e o resto, por fornecedores. Mas isso deve mudar, pois entram na cana empresas vindas do setor de petróleo, tradings e outros, que terão menos incentivo para gerir as áreas agrícolas. Além disso, os custos de produção de cana, como de outras culturas no Brasil, vêm se elevando con- sideravelmente, bem como o preço das terras, o que aumenta a necessidade de imobilização. Paralelamente crescem empresas especializadas na atividade agrícola de cana, gerindo áreas e oferecendo serviços agrícolas a diversas usinas. Também crescem empresas especializadas em transporte, armazenagem, comercialização, empresas de serviços, agrodistribuidores e cooperativas. Tendo parceiros especializados para desenvolver e gerenciar as áreas agrícolas, o imobilizado para as usinas pode diminuir bastante, facilitando e financiando a expansão industrial. Investimentos integrados com fornecedores aliviariam também o peso dos greenfields nas áreas de expansão. Com o crescimento na confiança entre os agentes e os casos de sucesso hoje existentes, os modelos de terceirização da produção de cana ganharão espaço. Em locais onde foram feitos, houve crescimento econômico e desenvolvimento regional, com o surgimento de novos empreendedores e negócios. Para que essa relação tenha equilíbrio, inovação e eficiência é preciso que o Consecana, um modelo de remuneração admirado mundialmente, esteja sempre sendo atualizado, considerando o mix de produtos gerados. O futuro reserva papel fundamental para associações e cooperativas em cana, para que os produtores possam ser bem representados ao dialogar com novas e grandes empresas industriais. Essas organizações precisam passar por processo de fusão e profissionalismo crescentes, se adaptando ao novo cenário. Especialistas em fornecimento de cana terão participação crescente na cadeia, que se transformará cada vez mais numa sofisticada rede contratual de produção e serviços, bem mais eficiente, flexível e com uso intenso de seus ativos como máquinas. Afinal, nada como especialistas integrados em cada uma das atividades, inovando e aprendendo em diálogo constante. Por isso, resgatar os fornecedores de cana agora é uma ação estratégica alinhada com eficiência futura. RC *Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo, em 30/07/11, Caderno Mercados Revista Canavieiros - Agosto de 2011 11 Informe Publicitário Novos cultivares CanaVialis avançam em áreas pré-comerciais de clientes. A CanaVialis, primeira empresa privada de melhoramento genético de cana-de-açúcar do Brasil, colheu em 2011 os primeiros campos de validação com clones de seu próprio programa de melhoramento genético, denominados clones CV. O processo de validação CanaVialis compara cultivares promissores com as variedades plantadas comercialmente, em condições de manejo semi-comercial com o objetivo de proporcionar ganhos e maior segurança e consequentemente velocidade na adoção de um novo material genético. Em 2010 foram plantados mais de 30 campos de Validação de materiais de maturação precoce em áreas semicomerciais, e os resultados de colheita destes campos em 2011 conduzem ‘a excelente perspectivas no próximo lançamento comercial da empresa. Destacaram-se três cultivares na região Centro-Sul : CVSP07-6654, CVSP077231 e CVSO07-7870. Apesar de ter apresentado bons resultados em todos os campos das diferentes regiões em que foi testado em área semi-comercial, o cultivar CVSP07-6654 destacou-se fortemente na região Noroeste do Paraná e Oeste de São Paulo. Possui características de alta produtividade, porte ereto e excelente brotação de soqueira. Devido ao seu comportamento, estima-se que um excelente aproveitamento desse material ocorre na faixa de transição entre a época precoce e média, explorando seu ponto forte de PUI longo. O cultivar CVSP07-7231, apesar de ser material provido de alto teor de sacarose, mesmo nos primórdios da safra, não deve ser colhido muito precocemente devido ao seu alto vigor de crescimento. Apesar de responsivo, este material tem demonstrado ótimos resultados em ambientes intermediários; em ambientes melhores sua colheita deverá ser retardada para junho/julho. Mui- to produtivo, não é difícil encontrá-lo tombado no primeiro corte, porém nas avaliações de colheita mecanizada nos campos de Validação em 2011 não foram observadas dificuldades de colheita ou perdas significativas de rendimento de colheita por este motivo. CVSO07-7870 é o destaque absoluto dos clones CV da série 2008. Além de apresentar porte ereto, mesmo em situações de alta produtividade e despalha fácil (não natural), destaca-se em todos os campos de Validação pelo visual e alta qualidade de matéria-prima, mesmo com rotações mais baixas no extrator primário das colhedoras. É um cultivar até o momento com melhores resultados em ambientes intermediários. Apresenta ótimas possibilidades de adoção em áreas comerciais para colheita nos meses de maio e junho nas principais regiões produtoras de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Além dos destaques citados acima alguns outros materiais destacam-se com bons resultados em regiões específicas e deverão ter sua rede de validação ampliada no próximo ano: CVSP07-7217, CVSP07-7064 e CVSP07-7107. O cultivar CVSP07-7064, é um dos destaques da região de Catanduva. Além de ser bastante precoce tem apresentado alta produtividade quando manejado nos argissolos e boa brotação de soqueira, já o cultivar CVSP07-7217 tem apresentado maior destaque na região do triângulo mineiro e cerrado paulista, principalmente em solos mais ressecados. Apresentando ótimo perfilhamento e crescimento semi decumbente, precisa ser melhor avaliada quanto ao rendimento de colheita em relação a outros Foto do Clone CVSO07-7870 tirada em Janeiro de 2011 com 7 meses de idade clones que possuem manejo agrícola semelhante. Como o cultivar mais rústico desta geração o CVSP07-7107, possui boa sanidade, porte ereto e precocidade. Destacou na região de Jaú onde superou as variedades padrões tanto em resultados de balança e sonda, como em visual. Todos os cultivares aqui citados encontram-se em validação e possuem paralelamente diversos viveiros com objetivo de avanço comercial. Atualmente entre experimentos e viveiros pré-comerciais, a empresa possui mais de 2.500 hectares cultivados com seu material genético exclusivamente em clientes. Revista Canavieiros - Agosto 2011 12 Notícias Copercana Copercana prestigia III Cana Campo Tech Show O O evento foi organizado pela associação de produtores de cana de Campo Florido presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo e o diretor Pedro Esrael Bighetti, participaram da III Cana Campo Tech Show – uma exposição de novas tecnologias, palestras e mostra de avanços no setor sucroalcooleiro. O evento foi realizado no dia 8 de julho e organizado pela Cana Campo - Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido, em Minas Gerais. Diversas autoridades participaram do evento, entre elas o prefeito municipal da cidade, Ademir Ferreira de Mello e o deputado federal Aldo Rebelo - Relator da Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro, que proferiu palestra com o tema “Revisão do Código Florestal Brasileiro: Uma vitória do Brasil”. Os debatedores foram o deputado federal, Paulo Piau e o Ma Tien Min do Grupo Ma Shou Tao. Também esteve presente no evento o deputado federal, Marcos Montes – Suplente das Comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. RC Representantes da Copercana e Usina Coruripe visitaram a exposição em Campo Florido Pedro Esrael Bighetti, Antonio Tonielo, Dep Federal, Aldo Rebelo, Prefeito de Campo Florido Ademir de Mello, Pres. da Cana Campo, Nelson Luis Crastel, Prefeito de Pirajuba, Marcos César Brunozzi e Dep. Federal, Paulo Piau Consecana A CIRCULAR Nº 05/11 DATA: 29 de julho de 2011 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JULHO de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de JULHO, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,4959. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a julho de 2011 e acumulados até JULHO, são apresentados a cima. Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a julho de 2011 e acumulados até JULHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os apresentados a cima. RC Revista Canavieiros - Agosto de 2011 Notícias Canaoeste 13 Revista Canavieiros - Agosto 2011 14 Notícias Canaoeste Canaoeste e Copercana apoiaram comemorações do Dia do Agricultor Carla Rodrigues N Cooperados e associados prestigiaram o evento o dia 29 de julho, a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou em sua sede, em Ribeirão Preto, uma homenagem ao Dia do Agricultor. A Canaoeste e a Copercana foram apoiadoras do evento, que reuniu autoridades, profissionais do setor e agricultores com o objetivo de discutir temas de relevância para o segmento agrícola do país. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), hoje os agricultores respondem por 21% de tudo que se produz no país, empregam 37% dos trabalhadores e realizam 36% das exportações. O Brasil também exporta para mais de 143 países, chegando a atingir US$ 81,3 bilhões. Os agricultores que participaram do evento organizado pela CATI, ouviram palestras do professor da FEA/USP (Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto), Marcos Fava Neves e o também professor Vicente Golfeto, que conversou com os produtores sobre empreendedorismo no campo. Em sua apresentação, Fava Neves falou sobre as tendências do agronegócio, o aumento da demanda dos alimentos (e dos preços) e também sobre a baixa Professor - Vicente Golfeto Associados da Canaoeste prestigiaram o evento oferta de etanol, já alertando para uma crise do produto. A Secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, também esteve presente no evento para parabenizar os agricultores e disse estar empenhada em prol do agronegócio paulista. “Assumi a Secretaria Professor da FEA /USP - Marcos Fava Neves Revista Canavieiros - Agosto de 2011 recentemente e ainda estamos conhecendo a estrutura. Por enquanto minha ideia é nos aproximar do setor privado para que possamos melhorar as nossas pesquisas. Também temos que juntar as questões sociais às ambientais e, claro, sempre apoiar nossos produtores, pois são eles quem fazem a história desse país”, disse a secretária. RC Secretária da Agricultura Mônika Bergamaschi 15 Revista Canavieiros - Agosto 2011 16 Notícias Canaoeste Canaoeste realiza reuniões técnicas Da redação N o mês de agosto, a Canaoeste com o apoio da Basf, Syngenta e DuPont, realizou um ciclo de reuniões técnicas para tratar de assuntos de interesse de seus associados. As reuniões foram prestigiadas pelos produtores rurais e também por profissionais de usinas e pesquisadores do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). Associados presentes na reunião O pesquisador e líder regional de produto do CTC, Rodrigo Mählmann de Almeida, ministrou uma palestra com o tema “Levantamento e Controle da Broca da Cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)”. Reunião em Viradouro: Leandro Simões (Syngenta); Fernando Paschini (Hosp São Francisco); Rodrigo Almeida (CTC); Gustavo Nogueira e O gerente do DeRodrigo Sverzut (Canaoeste); Henrique Mourão (Syngenta) partamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, explica açúcar havendo assim uma socialização que “através destes ciclos de palestras os do conhecimento”, afirma Gustavo. fornecedores têm acesso a informações importantes e bastante diversificadas soAs reuniões foram realizadas em Barrebre todo o sistema produtivo de cana-de- tos, Viradouro, Severínia e Cravinhos. RC Canaoeste e CTC entregam Cartas de Solos à associados Da redação com informações do CTC N o dia 20 de julho, foi realizada formalmente a entrega dos mapas de Classificação dos Solos e Ambientes de Produção Edafoclimáticos para os Grupos CFM, Fazenda Três Barras – Pitangueiras e Baependi Fazenda Agudo - Morro Agudo. A abertura do encontro foi realizada pelo gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira. O líder regional do Produto Carta de Solos e Ambientes de Produção Edafoclimáticos do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, José Geraldo, falou sobre as diferentes finalidades da carta de solos dentro da cultura da cana-de-açúcar, sendo as principais: manejo de variedades, conservação e preparo de solos, cultivo, adubação, doses de herbicidas, época de plantio e de colheita e sistematização de talhões. Enfatizando sua importância no processo de tomada de decisão durante o planejamento agrícola. A carta de solos é o produto final do levantamento pedológico. Compõe-se de um mapa que apresenta a distribuição espacial dos solos e de um relatório que Rodrigo Almeida e José Geraldo (CTC); Sandro Galhardo (Canaoeste); João Batista Amaral e Carlos Henrique de Araújo (Grupo CFM) descreve as características dos solos e as suas porcentagens de ocorrência. Os solos mapeados são agrupados em ambientes de produção de cana-de-açúcar (Ex. A-II, B-II, C-II, D-II, EII e F-II) considerando-se o potencial de produção de cada uma deles. No exemplo acima as letras (A, B, ...) representam o potencial natural dos solos e os algarismos romanos (I, II, III...) referem-se a região climática em que a propriedade mapeada se insere. Portanto, a partir dessa safra o planejamento das variedades de cana-de-açúcar será realizado com base nas informações de solo e clima, assim como vem sendo desenvolvido e direcionado o programa Revista Canavieiros - Agosto de 2011 Rodrigo Almeida e José Geraldo (CTC); Tiago Verri (Canaoeste); Miguel Jarreta e Oscar Michel Araújo (Baependi) de melhoramento genético do CTC. A tendência para os próximos anos é que existam grupos de variedades específicas por regiões edafoclimáticas. Após as colocações da importância da Carta de solos, o líder regional, responsável pelo Produto Muda Sadia, Rodrigo Mählmann de Almeida comentou sobre as principais variedades CTC recomendadas para os tipos de solos da região de Ribeirão Preto. “A Canaoeste foi a associação filiada que mais área mapeou, colocando diversos profissionais no projeto e todos estão de parabéns”, disse Rodrigo. RC 17 Revista Canavieiros - Agosto 2011 18 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - JULHO/2011 Valores em Reais Revista Canavieiros - Agosto de 2011 19 Revista Canavieiros - Agosto 2011 20 Viveiro de mudas de cana-de-açúcar: tecnologia à disposição dos produtores Carla Rossini P Desde 1987, a Canaoeste e a Copercana mantém um viveiro de mudas na Fazenda Santa Rita em Terra Roxa roduzir com qualidade e aumentar a produtividade respeitando o meio ambiente é um desafio para os produtores de cana-de-açúcar. Quanto mais acesso as novas tecnologias disponíveis no mercado, melhor será o resultado na colheita. Foi pensando nisso que a Copercana e Canaoeste adquiriram, em 1983, a Fazenda Santa Rita na cidade de Terra Roxa, com 120 hectares. Lá, desde 1987, a associação e a cooperativa mantém um viveiro de mudas de cana-deaçúcar com mais de 50 cultivares - entre clones e variedades que estão disponíveis para os produtores rurais cooperados. Anualmente, são produzidas 5 mil toneladas de mudas de cana e 60 mil mudas de árvores nativas, tudo para ajudar os produtores a produzirem com sustentabilidade. “No viveiro da Fazenda Santa Rita, os associados adquirem mudas com qualidade e com garantia de sanidade. O intuito é que o associado busque suas mudas na fazenda para estar formando o seu próprio viveiro, e assim, multiplique e atinja o plantio comercial”, explica o gerente do departamento técnico da Canaoeste e responsável pela Fazenda Santa Rita, Gustavo Nogueira e complementa: “O associado tem acesso rápido as novas variedades, tornando o seu canavial mais produtivo, com maior longevidade e livre de doenças”. sidade Federal de São Carlos. “Através dos convênios, nós recebemos as novas variedades, plantamos, tomamos todas as medidas fitossanitárias e cuidados necessários para a produção de plantas com qualidade e disponibilizamos essas novas variedades o mais rápido possível para os associados”, explica Gustavo. Para manter a estrutura da Fazenda Santa Rita, a Canaoeste mantém convênio com os três principais Programas de Melhoramento Genético de Canade-açúcar do Brasil: CTC (Centro de Tecnologia Canavieira); IAC (Instituto Agronômico) e Ridesa (Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) da UFSCar – Univer- Os produtores associados da Canaoeste e da Copercana adquirem suas mudas na Fazenda Santa Rita e aproveitam para buscar informações e assistência técnica com a equipe de agrônomos. “Aqui na Fazenda Santa Rita adquirimos mudas tratadas e, além disso, recebemos assistência técnica. Os agrônomos informam a época ideal de plantio e as variedades Gustavo Nogueira, gerente do departamento técnico da Canaoeste Revista Canavieiros - Agosto de 2011 Na Fazenda Santa Rita, o cooperado João Caetano, recebe atendimento do agrônomo da Canaoeste, Antônio Pagotto 21 Mauro Alexandre Xavier, pesquisador científico do Programa Cana IAC mais adequadas para o solo da nossa propriedade. Isso ajuda muito os cooperados a melhorarem a produtividade das suas lavouras”, disse o cooperado João Caetano, que há 15 anos utiliza as mudas produzidas na Fazenda. Fábio Tonielo (Viralcool); Gustavo Nogueira e Amauri (Canaoeste); Mauro Benedini e Rodrigo Almeida (CTC); Carlos, Bruno e Hermann(Ridesa); Mauro A. Xavier (IAC) Para os programas de melhoramento a parceria com a associação também é importante. Segundo o pesquisador científico do Programa Cana IAC, Mauro Alexandre Xavier, “a pesquisa tem necessidade de estabelecer uma rede de experimentação e as associações compõem essa rede de experimentação. A Canaoeste já é uma parceria antiga dos programas de melhoramento, inclusive do IAC, e isso possibilita que seja gerada as informações e também que essa informação seja socializada perante os produtores canavieiros da Canaoeste”, disse Xavier. Os programas de melhoramento A contribuição dos programas de melhoramento da cana-de-açúcar são bastante expressivos. Todos os programas já disponibilizaram um número significativo de variedades de cana. O pesquisador Anualmente são produzidas cerca de 60 mil mudas de árvores nativas na Fazenda Santa Rita Mauro Xavier, explica que nos últimos 12 anos, mais de 100 variedades foram liberadas pelos programas de melhoramento. “Essas variedades tem contribuído com o aumento de produtividade da cana no Brasil, principalmente na Região CentroSul. Um dado interessante é que foi comprovado que o melhoramento genético aumenta em 1,2 toneladas de produtividade por ano”, disse o pesquisador. Rodrigo Almeida, líder regional de produto do CTC “Hoje a base de rentabilidade e sustentabilidade dos produtores estão nos programas de melhoramento já que são esses programas que fazem o desenvolvimento de novos materiais. Temos dados históricos que mostram que a cada geração de novas variedades, há um aumento em torno de 3% de produtividade em relação a variedades lançadas na geração anterior. Então, quanto mais novas as variedades, maior a produtividade e maior também a rentabilidade para quem produz cana. Os materiais lançados são mais resistentes à doenças e pragas o que permite um cenário para a agricultura bem melhor”, disse o líder regional de produto do CTC, Rodrigo Almeida. RC Revista Canavieiros - Agosto 2011 22 Assuntos Legais Desigualdade de tratamento entre meio urbano e o rural A o longo dos últimos anos, estamos presenciando o descompasso com que é tratado o meio rural e o meio urbano, principalmente na área ambiental. Exige-se do meio rural mais do que se exige do meio urbano, como, se o culpado de todos os problemas ambientais fosse aquele, o que é uma tremenda inverdade. Sabemos que a maioria dos problemas ambientais ocorrem na área urbana, tais como o despejo descontrolado de esgoto e resíduos industriais nos cursos d’águas, falta de tratamento de esgoto, deposição inadequada de resíduos orgânicos (lixão a céu aberto), emissão descontrolada de gases efeito estufa pelos veículos automotores, etc. Essa falta de tratamento isonômico entre o meio rural e urbano, vem incrustando nos proprietários/produtores rurais, principalmente nos pequenos e médios, uma apatia e desinteresse pelas lides no campo, com a sua consequente migração à zona urbana. Em excelente artigo extraído da Revista Eletrônica AmbienteBrasil (www. ambientebrasil.com.br), edição nº 2849, de 29/11/2008, de autoria do então Deputado Luciano Pizzatto, que é enge- Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste nheiro florestal, especialista em direito socioambiental e empresário, além de ter sido diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, detentor, ainda, do 1º Prêmio Nacional de Ecologia, o aludido autor faz uma sátira desta situação que aqui iremos reproduzi-la na íntegra, para uma melhor reflexão das autoridades deste País. “Carta do Zé agricultor para Luis da cidade Luis, Quanto tempo. Sou o Zé, seu colega de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto perto do sítio atrasava um pouco. Lembra, né, o do sapato sujo. A professora nunca entendeu que tinha de caminhar 4 km até o ponto da Kombi na ida e volta e o sapato sujava. Lembra? Se não, sou o Zé com sono... hehe. A Kombi parava às onze da noite no ponto de volta, e com a caminhada ia dormi lá pela uma, e o pai precisava de ajuda para ordenhá as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um sono. Agora lembra, né Luis?! Pois é. Tô pensando em mudá ai com você. Não que seja ruim o sítio, aqui é uma maravilha. Mato, passarinho, ar bom. Só que acho que tô estragando a vida de você Luis, e teus amigo ai na cidade. To vendo todo mundo fala que nóis da agricultura estamo destruindo o meio ambiente. Veja só. O sítio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que pará de estuda) fica só a meia hora ai da Capital, e depois dos 4 km a pé, só 10 minuto da sede do município. Mas continuo sem luz porque os poste não podem passar por uma tal de APPA que criaram aqui. A água vem do poço, uma maravilha, mas um homem veio e falo que tenho que faze uma outorga e paga uma taxa de uso, porque a água vai acabá. Se falo deve ser verdade. Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o pai foi, né ...) contratei o Juca, filho do vizinho, carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia com a gente, tudo de bão. Mas também veio outro homem aqui, e falo que se o Juca fosse ordenha as 5:30 tinha que recebe mais, e não podia trabalha sábado e domingo (mas as vaca não param de faze leite no fim de semana). Também visito a casinha dele, e disse que o beliche tava 2 cm menor do que devia, e a lâmpada (tenho gerador, não te contei !) estava em cima do fogão era do tipo que se esquentasse podia explodi (não entendi ?). A comida que nóis fazia junto tinha que faze parte do salário dele. Bom, Luis tive que pedi pro Juca voltá pra casa, desempregado, mas protegido agora pelo tal homem. Só que acho que não deu certo, soube que foi preso na cidade roubando co- Revista Canavieiros - Agosto de 2011 mida. Do tal homem que veio protege ele, não sei se tava junto. Na Capital também é assim né, Luis? Tua empregada vai pra uma casa boa toda noite, de carro, tranquila. Você não deixa ela morá nas tal favela, ou beira de rio, porque senão te multam ou o homem vai aí mandar você dar casa boa, e um montão de outras coisa. É tudo igual aí né? Mas agora, eu e a Maria (lembra dela, casei ) fazemo a ordenha as 5:30, levamo o leite de carroça até onde era o ponto da Kombi, e a cooperativa pega todo dia, se não chove. Se chove, perco o leite e dô pros porco. Té que o Juca fez economia pra nóis, pois antes me sobrava só um salário por mês, e agora eu e Maria temos sobrado dois salário por mês. Melhoro. Os porco não, pois também veio outro homem e disse que a distância do Rio não podia ser 20 metro e tinha que derruba tudo e fazer a 30 metro. Também colocá umas coisa pra protege o Rio. Achei que ele tava certo e disse que ia fazê, e sozinho ia demorá uns trinta dia, só que mesmo assim ele me multo, e pra pagá vendi 23 os porco e a pocilga, e fiquei só com as vaca. O promotor disse que desta vez por este crime não vai me prendê, e fez eu dá cesta básica pro orfanato. O Luis, ai quando vocês sujam o Rio também paga multa né? Agora a água do poço posso pagá, mas to preocupado com a água do Rio. Todo ele aqui deve ser como na tua cidade Luis, protegido, tem mato dos dois lado, as vaca não chegam nele, não tem erosão, a pocilga acabo .... Só que algo tá errado, pois ele fede e a água é preta e já subi o Rio até a divisa da Capital, e ele vem todo sujo e fedendo ai da tua terra. Mas vocês não fazem isto né Luis. Pois aqui a multa é grande, e dá prisão. Cortá árvore então, vige. Tinha uma árvore grande que murcho e ia morre, então pedi pra eu tira, aproveitá a madeira pois até podia cair em cima da casa. Como ninguém respondeu ai do escritório que fui, pedi na Capital (não tem aqui não), depois de uns 8 mes, quando a árvore morreu e tava apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis, no outro dia já tinha um fiscal aqui e levei uma multa. Acho que desta vez me prende. Tô preocupado Luis, pois no radio deu que a nova Lei vai dá multa de 500,00 a 20.000,00 por hectare e por dia da propriedade que tenha algo errado por aqui. Calculei por 500,00 e vi que perco o sítio em uma semana. Então é melhor vende, e ir morá onde todo mundo cuida da ecologia, pois não tem multa ai. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê nada errado, só falei das coisa por ter certeza que a Lei é pra todos nois. E vou morar com vc, Luis. Mais fique tranquilo, vou usá o dinheiro primeiro pra compra aquela coisa branca, a geladeira, que aqui no sítio eu encho com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e ai na cidade, diz que é fácil, é só abri e a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nóis, os criminoso aqui da roça. Até Luis. Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas não conte até eu vendê o sítio. (Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)” Em tempo: este artigo já foi veiculado na Revista Canavieiros, em agosto de 2008, sendo aqui repetido ante a discussão que se trava no Congresso Nacional e na sociedade como um todo, acerca das alterações no Código Florestal, pois transparece a verdadeira realidade atualíssima enfrentada por uma minoria da população, a rural.RC Decreto paulista 57.042/2011 benefício fiscal aos produtores de energia elétrica a partir da biomassa O Governo Paulista, via do Decreto nº 57.042, de 06 de junho de 2011, de forma pioneira e buscando induzir o desenvolvimento de atividade econômica/social/ambiental relevante, vem desonerar de modo significativo os produtores de energia elétrica advinda da biomassa, resultante da industrialização, e resíduos da cana-deaçúcar, utilizando, para tanto, do sistema de creditamento de ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação). Como o contribuinte do ICMS tem o direito constitucional de compensar o que é devido em cada operação com o que foi cobrado nas operações anteriores pelo Estado tributante, a legislação federal e estadual autorizam o contribuinte do ICMS de se creditar do im- posto cobrado na operação de entrada da mercadoria no seu estabelecimento, mesmo que aquela mercadoria seja destinada ao seu consumo ou ao seu ativo permanente, desde que, porém, inerente à sua atividade. Isso é conhecido como princípio da não cumulatividade tributária. No Estado de São Paulo, a Lei Estadual 6.437/89 (Lei do ICMS) e o Decreto 45.900/00 (Regulamento do ICMS), prescrevem que os créditos de ICMS oriundos da entrada de mercadorias destinadas ao ativo permanente das empresas, possam ser apropriados à razão de 1/48 (um quarenta e oito avos) por mês até a perda da posse do bem pela alienação, furto, roubo, perecimento ou até o aproveitamento das 48 parcelas. O que o Decreto Estadual nº 57.042/2011 fez, foi a inclusão dos contribuintes produtores de energia a partir da biomassa, resultante da industrialização, e de resíduos da cana-de-açúcar, como beneficiários do creditamento do ICMS retro citado, podendo, ainda, utilizarem-se da suspensão do lançamento do ICMS incidente sobre a importação de bens, sem similar no Brasil; creditação integral da operação de aquisição interna; e, para os fabricantes, em fase pré-operacional e obtentores de regime especial perante a Receita, cobrança do ICMS apenas no momento da saída da mercadoria. Creiamos que com extensão deste benefício aos contribuintes paulistas produtores de energia elétrica a partir da biomassa, onde se inclui o setor sucroalcooleiro, o Estado de São Paulo busca beneficiar as atividades ambientalmente sustentáveis. RC Revista Canavieiros - Agosto 2011 24 Cultura de Rotação ABICAB divulga pesquisa inédita sobre consumo de amendoim no Brasil U Realizado pelo IBOPE, levantamento revela que brasileiro aprecia o sabor do produto e seus derivados, mas desconhece os benefícios para a saúde ma pesquisa inédita realizada pelo IBOPE, por encomenda da ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados – revela o cenário de consumo de amendoim no Brasil. O levantamento aponta que 66% da população brasileira costuma consumir amendoim. Esta porcentagem sobe quando o tema abordado são os produtos derivados como a paçoca (75%) e o péde-moleque (71%). Porém, um dos principais destaques da pesquisa é que 63% dos brasileiros acham o amendoim muito saboroso, mas desconhecem os valores nutritivos e a ampla variedade de benefícios que o produto traz para a saúde. O levantamento, realizado em 2010, mostra que grande parte dos consumidores ainda possui conceitos errôneos e considera o amendoim engordativo (17%), com colesterol e gordura ruim (12%) e que pode causar problemas no fígado (4%). Na contramão destes conceitos estão estudos realizados por renomadas universidades no mundo inteiro, assim como uma pesquisa elaborada recentemente pela nutricionista e fitoterapeuta brasileira Vanderli Marchiori, que mostra que o amendoim não só é gostoso como possui propriedades nutritivas que fazem muito bem à saúde. “A composição do amendoim é rica em ácidos graxos insaturados – benéficos à saúde –, e fonte de proteína vegetal, fibra dietética, minerais, vitaminas e antioxidantes, que podem proteger as células e ajudar no combate a doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Por isso, o amendoim é um grande aliado da nutrição humana”, afirma a especialista. Outra recomendação indicada pela nutricionista é o consumo diário do produto. “O amendoim, quando consumido na quantidade certa (recomendam-se 30g por dia) e em lanches intermediários, garante a saciedade por mais de duas horas – o que inibe a ingestão de lanches mais calóricos. Ou seja, não só não engorda, como ajuda no processo de reeducação alimentar”, complementa. Segundo o levantamento do IBOPE, o brasileiro não faz a associação direta entre o consumo do amendoim e saudabilidade. Por outro lado, grande parte dos entrevistados associa o produto com situações de prazer, futebol, happy hour, confraternização e sociabilidade, com ênfase no sabor. Outros pontos positivos identificados na pesquisa foram o valor - 23% acham o produto barato, 19% o consideram energético e 13% dizem que é um produto que “dá vontade de comer”. “Além de ser um produto genuinamente brasileiro e barato, o amendoim está com o consumidor nas ocasiões de alegria e confraternização. Somando-se a isso o fato de ser um produto saudável com importantes propriedades nutricionais, podemos dizer que o amendoim pode se tornar uma nova riqueza nacional”, afirma Arnaldo Micheloni Júnior, vice-presidente do setor de amendoim da ABICAB. Revista Canavieiros - Agosto de 2011 Riqueza nacional Relegado durante longo tempo ao posto de inimigo da dieta, o amendoim vem provando que não só pode ser aliado de quem quer emagrecer, como ainda faz bem, e muito, à saúde. É o que têm mostrado estudos do mundo inteiro nos últimos anos. Um material elaborado pela nutricionista e fitoterapeuta, Vanderli Marchiori, traz resultados surpreendentes sobre os efeitos da semente no organismo humano. Vanderli, que também é assessora técnica da ABICAB, se baseou em dados internacionais e destaca as propriedades funcionais do alimento. “Sua composição é rica em ácidos graxos insaturados – benéficos à saúde –, e fonte de proteína vegetal, fibra dietética, vitaminas, antioxidantes, minerais e fitoquímicos. Por isso, o amendoim é grande aliado da nutrição humana”, afirma a especialista. Em relação à prevenção de doenças, os resultados apresentados pela Dra. Vanderli são ainda mais significativos. Além de seu alto valor nutritivo, com perfil vitamínico invejável e grande quantidade de proteí- 25 nas vegetais – de 25% a 30% de sua composição – o amendoim é rico também em fitoesterois. Trata-se de um tipo de gordura com estrutura semelhante ao colesterol, mas que, ao contrário deste, tem origem vegetal e não é produzida pelo corpo. Presente em óleos vegetais e frutos oleaginosos, ela é reconhecida desde os anos 1950 por sua capacidade de baixar os níveis de colesterol ruim (LDL) do sangue. Não bastasse esta virtude singular, novos dados mostram que os fitoesterois possuem efeito anticancerígeno, com atuação no organismo em diferentes frentes: inibindo a proliferação celular, estimulando a morte de tumores e modificando alguns dos hormônios que levam ao crescimento destes. Um estudo publicado no The Journal of Nutrition em 2008 revelou que um grupo de pessoas que consumiu amendoins diariamente apresentou 33% menos incidência de tumores. Sem falar em evidências que apontam para a redução de casos de Mal de Azheimer e doenças cardiovasculares, e para o importante papel do amendoim na prevenção de Diabetes tipo 2. Os benefícios do amendoim Rico em proteínas, fibras, antioxidantes e fitoquímicos, ele proporciona diferentes benefícios ao organismo: - Auxilia no controle do peso, da gordura abdominal e dos níveis de açúcar no sangue. - Segundo pesquisa recente, os fitosterois presentes em sua composição diminuíram o desenvolvimento de tumor de próstata em até 40% e inibiram a metástase em até 50% dos animais estudados. - Devido à alta concentração de vitamina E, tem papel antioxidante que pode diminuir a incidência de Mal de Alzheimer. Estudo feito ao mesmo tempo nos EUA e nos Países Baixos com quase 6 mil pessoas mostrou que aquelas que consumiram regularmente o produto (puro ou em forma de manteiga) apresentaram 67% menos risco de desenvolver a doença. RC Fonte: ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados Revista Canavieiros - Agosto 2011 26 Informações Setoriais CHUVAS DE JuLho e Prognósticos Climáticos No quadro a seguir, são apresentadas as (ausentes)chuvas do mês de JULHO Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Técnico Agronômico da Canaoeste Foram observadas chuvas em JULHO apenas na Região de Franca (2 e 5mm); enquanto que a média das normalidades climáticas dos locais observados é de 22mm. Escassez esta que, somadas aos negativos efeitos dos anos 2009 e 2010 e ao intenso florescimento (isoporização), acentuam as perdas em produtividades dos canaviais. O Mapa 1 mostra que, no período de 14 a 17 de JULHO, o índice de Água Disponível no Solo já se apresentava crítico em praticamente toda área sucroenergética do Estado. O Mapa 3 mostra, pelo índice de Dis- ponibilidade de Água no Solo ao final de JULHO de 2011 e à exemplo de meados do mês, a severidade climática por que está-se passando. Severidade esta, comprometedora não só esta safra, mas também para a próxima, orando para que fato positivo e significante possa mudar este Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 15 de JULHO de 2011. Revista Canavieiros - Agosto de 2011 quadro climático, por demais de preocupante para todo Setor Sucroenergético e outras agroindústrias-pecuárias, igualmente dependentes de clima mais favorável. A condição climática ao final de JULHO de 2010 (Mapa 2) mostrava-se, até aquele período, pouco menos severo que neste ano. Mapa 2:- Água Disponível no S 27 Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de agosto a outubro. • Para os meses de agosto a outubro as chuvas poderão “ficar” próximas às médias históricas em todos estados da Regiões Centro Sul, tendendo para abaixo das respectivas médias nos Estados do Sul do Brasil; • Prevêm-se temperaturas médias próximas das normais climáticas nas áreas sucroenergéticas da Região Centro Sul, mas ainda com possíveis variações térmicas ao longo do trimestre nos Estados do Sul; • Como referência de normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro Apta-IAC, são de 20mm agosto, 55mm em setembro e de 125mm em outubro. A SOMAR Meteorologia também prevê que, em toda região de abrangência Canaoeste, as chuvas poderão “ficar” próximas às respectivas médias climáticas, na somatória dos meses de agosto a novembro. Entretanto, a SOMAR Meteorologia tem auspicioso (promissor) prognóstico para o final desta e para a próxima safra sucroenergética, ou seja, em setembro poderão ocorrer chuvas já a partir da segunda semana e, na soma do mês, ligeiramente acima das normais climáticas. Face a estas previsões climáticas pela SOMAR Meteorologia, para estes meses de moagem - agosto (setembro) a novembro, a Canaoeste recomenda aos produtores de cana que busquem, ainda mais, o máximo de qualidade em operações Solo ao final de JULHO de 2010. finais de colheita e aproveitando ao máximo os dias e tempos disponíveis; bem como, efetuarem os necessários e aprimorados tratos culturais e até (serem mais generosos na) utilização de insumos adubações e muitas atenções mesmo em monitoramentos e controles de, ervas daninhas, pragas e doenças, visando às crescente(s) demanda(s) por matéria prima na(s) próxima(s) safra(s). Mapa 4:- Simplificação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre agosto a outubro Canaviais comprometidos/ danificados por falhas, pragas, doenças e ervas daninhas merecem renovações, visando redução da idade média e, consequente, melhora de produtividade em atenção às safras futuras. Mas, atenção! Qualidade das mudas é fundamental para assegurar produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício é por demais de favorável quando se empregam mudas sadias de variedades adequadas aos respectivos ambientes de produção. Estes prognósticos são revistos a cada edição da Revista Canavieiros e, fatos ou previsões climáticas relevantes serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br . Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final de JULHO de 2011. RC Revista Canavieiros - Agosto 2011 28 Artigo Técnico Acompanhamento da safra 2011/2012 A safra 2011/2012, iniciada em março de 2011, encontra-se na 1ª quinzena do mês de agosto e, neste trabalho, são apresentados os dados obtidos até a 2ª quinzena de julho, em comparação com os obtidos na safra 2010/2011. Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a 2ª quinzena de julho desta safra em comparação com o obtido na safra 2010/2011, sendo que o ATR da safra 2011/2012 está 6,85 Kg abaixo do obtido na safra 2010/2011 no mesmo período. Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste das safras 2010/2011 e 2011/2012 As tabelas 2 e 3 contém detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2010/2011 e 2011/2012. Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de julho da safra 2010/2011. Thiago de Andrade Silva Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE do apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo. Com exceção da 2ª quinzena de julho onde os valores de igualaram. O Gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de julho, da safra 2011/2012. A Pureza do caldo da safra 2011/2012, do início da safra até a 2ª quinzena de abril, ficou muito abaixo da obtida na safra 2010/2011, com maior acentuação na 2ª quinzena de março, ficando próximo do mês de maio em diante, praticamente se igualando na 2ª quinzena de junho e na 2ª quinzena de julho. Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. O BRIX do caldo da safra 2011/2012 ficou abaixo em todas as quinzenas, em relação à safra 2010/2011, sendo de forma mais acentuada na 2ª quinzena de março. Já na 2ª quinzena de julho houve pouca diferença. O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. Revista Canavieiros - Agosto de 2011 Pode-se observar que a POL do cal- 29 O Gráfico 4 contém o comportamento da FIBRA da cana na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011 De modo geral, a FIBRA da cana na safra 2011/2012 ficou abaixo da obtida na safra 2010/2011, com exceção das duas quinzenas de abril, ficando bem abaixo na 2ª quinzena de março e de forma menos acentuada na 2ª quinzena de maio. O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011 A POL da cana obtida na safra 2011/2012 está muito abaixo daquela obtida na safra 2010/2011 em todas as quinzenas, sendo a diferença mais acentuada na 2ª quinzena de março. O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. Pode-se observar que o ATR apresentou um comportamento semelhante ao da POL da Cana. Gráfico 4 – Comparativo das Médias de FIBRA da cana O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. A precipitação pluviométrica média dos meses de fevereiro, abril e junho de 2011 ficou acima dos valores observados em 2010. O mês de março ficou muito acima, comparativamente com o de 2010. Porém nos meses de janeiro, maio e julho a precipitação pluviométrica desta safra ficou s 2011/2012 e 2010/2011 abaixo da observada em 2010. Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011 O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por Trimestre na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011. Revista Canavieiros - Agosto 2011 30 Em 2011, observa-se um volume de chuva muito acima no 1ª trimestre e um pouco maior de chuva no 2º trimestre, se comparado aos volumes médios de 2010. O 3º trimestre está começando com volumes médios inferiores aos observados em 2010. A qualidade no mês de julho começou a reagir na 2ª quinzena, após o impacto climático (geada, ventos, etc.) ocorrido na 2ª quinzena de junho e na 1ª quinzena de julho, porém a qualidade da matéria-prima (kg de ATR/t) continua bem abaixo daquela observada no mesmo período na safra 2010/2011. RC Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2010 e 2011 Revista Canavieiros - Agosto de 2011 Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, em 2010 e 2011. Destaque 31 InsectShow 2011 Carla Rodrigues Evento realizado em Ribeirão Preto discutiu pragas e doenças da cana-de-açúcar N os dias 27 e 28 de julho, aconteceu no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, o 7º Seminário Nacional sobre Controle de Pragas da Cana-deaçúcar, o InsectShow, realizado pelo Grupo IDEA. O evento reuniu aproximadamente 500 profissionais do segmento sucroenergético ligados ao setor agrícola, sendo estes especialistas da área, fornecedores e representantes de várias unidades produtoras, como: ETH, Raízen, São Martinho, Usina Trapiche, Batatais, Buriti e Goianésia. A finalidade deste encontro é a troca de informações entre pesquisadores e profissionais do setor, que buscam se atualizar sobre as condições dos canaviais, oferta, qualidade de matériaprima, pragas e doenças, além de interagir com o que há de melhor e mais novo no mercado, e assim se informar sobre os impactos da produção nesta safra e os reflexos que isso trará para as próximas safras. Para discutir sobre esses assuntos, vários temas foram abordados, como: controle de pragas de solo, controle químico e biológico de nematoides na cana, controle de pragas na cana colhida crua, cigarrinhas, broca, planejamento estratégico de controle, ferrugem alaranjada, complexo podridões e curvularia, que é a mais nova ameaça à cultura da cana. Segundo Dib Nunes, presidente do Grupo IDEA, a cada ano este assunto vem ganhando maior importância para as usinas, pois elas perceberam que a praga “come” os lucros dos canaviais. “Hoje as pragas são vistas como inimigos ocultos, prejudicando a produção. Além disso, para manter um canavial em plena atividade, é preciso fazer uma análise ambiental adequadamente, evitando jogar produto fora, produtos estes que são cada vez mais seletivos”, explicou Nunes. Ainda de acordo com Dib, o Brasil deixou de produzir na última safra 30 milhões de toneladas porque não tem controle de pragas, deixando de ganhar R$ 4,6 bilhões, ou seja, se no total são 440 empresas produtoras, cada uma deixou de faturar R$ 10 milhões. O fornecedor Hamilton Rosseto, de Lençóis Paulista, esteve presente no evento e acredita ser de grande relevância estes encontros entre a cadeia produtiva para aproximar os produtores das empresas que fabricam defensivos agrícolas. “Nós fornecedores temos que entender melhor o que se passa em nosso canavial para poder cuidar dele, e com a chegada da cana crua, houve um aumento na quantidade de pragas. Sendo assim, este tipo de evento faz com que eu conheça as novidades do mercado para aplicar na minha área e realizar o controle”, explicou Rosseto. RC Revista Canavieiros - Agosto 2011 32 Opinião 2011/2012, a safra sucroenergética PROFESSORAL!!! Professoral??!! Por que? *Oswaldo Alonso E nsina o ex-ministro Roberto Rodrigues, em seu artigo “O maior de todos os males”, que discorria sobre o etanol, publicado na Folha de São Paulo - Caderno Mercados, no dia 13 de agosto, página B15, afirmando que, pelas suas ilustrativas apresentações, Caio-Luiz Carlos Corrêa Carvalho como profundo conhecedor do setor sucroenergético. Correta leitura pelo ex-ministro. Entretanto, podemos crer que, tanto ele como o Caio, haverão de concordar que as causas dos “males” tem origem um pouco antes de 2008, ou seja, no “boom” deste setor durante as safras 2006/07 e 2007/08, bem como na primeira metade da safra 2008/09. Houve uma explosão expansionista agroindustrial, tanto em “greenfields”, como nos “brownfields”. Para atender tal crescimento, foram implantadas significativas áreas de canaviais, em quase todos estados produtores, quando muitos arrendamentos antecipados levaram, salvo muitas e honrosas exceções, a acelerados preparos e correções de solos, até mesmo sem completo conhecimento das aptidões edáficas (solos) e climáticas. Mudas Sadias das variedades mais adaptáveis, então, chegou a inexistir. Enquanto se transcorria a febre expansionista, grupos corporativos ou familiares de unidades agroindustriais, produtores de cana, sofriam as agruras dos preços Figura 1:- Somas mensais das chuvas de 2009, 2010 e a Média Histórica de 11 anos no Estado de São Paulo. Fonte: IAC – Climatologia. abaixo ou tangentes aos custos de produção de açúcar, etanol e da matéria prima durante as safras 2007/08 e 2008/09, que logo adiante, com a crise financeira mundial ao final de 2008 e primeiro semestre de 2009, levou-os a ficarem com caixas zerados ou negativos e sem novos financiamentos, salvando-se muitas delas através de fusões e/ou incorporações. O governo do ex-presidente Lula, inteligentemente e de imediato, no “pico” da crise financeira mundial, criou mecanismos para manutenção da atividade industrial e dos postos de trabalho, via Revista Canavieiros - Agosto de 2011 redução ou isenção do IPI e permitiu que prazos de financiamentos fossem estendidos. Houve estímulo do consumo-demanda. Porém, “esqueceu-se” da oferta. À luz de hoje ou como resultante, teria sido prudente a cotização dos incentivos a todas as atividades produtivas. Houve calejante aprendizado de que a crise financeira de 2008 veio estabelecer um divisor de águas entre oferta e demanda, bem como a necessidade de debruçarse em apurados planejamentos, principalmente, na agroindústria sucroenergética. Traz ensinamentos sobre fenômenos climáticos desfavoráveis ocorridos em ofertas de matéria prima e etanol, que ocorreram durante as safras 2009/10 e 2010/11. (Vide Figura 1). O excesso de chuvas (2009), expressiva escassez (2010) e, logo antes do início desta safra, ocorreram simultâneos fenômenos climáticos e implicações fisiológicas sobre a cana, tais como: excesso de chuvas ao final de fevereiro e todo mês de março; menor insolação (lembrando que a cana-de-açúcar exige energia solar, CO² e água para converter em sacarose); desequilíbrio térmico; e forte indução ao florescimento, já na primeira quinzena de 33 Figura 2:- Utilizou-se dados IAC-Apta-Centro de Cana – Ribeirão Preto para permitir a apresentação de dados de 2009, 2010 e 2011 (as previsões), além da Média Histórica regional. Na Figura 1, embora sejam dados de chuvas do Estado de São Paulo, mas se situa quase que no “meio” da Região Centro Sul, cabendo mostrar as diferentes chuvas de 2009 e 2010, relativamente à Média Histórica de 11 anos (linha de tendência). A Figura 1 mostra, ainda, que as somas das chuvas entre janeiro a abril eram bem próximas. As significativas diferenças, entre os anos 2009 e 2010, começaram a ser marcantes a partir de junho Na Figura 2 acima, são mostradas (nas colunas vazias) as chuvas previstas de agosto a dezembro. Mas, há luzes para o final desta e para a seguinte. março, que “estancou” o crescimento em novos internódios. Infelizmente, estáse ensinando para o próprio setor e aos consumidores, que nesta safra (2011/12) somaram-se todos os fatores que deprimem as produções de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade, salvando-se, como assinalado, muitas e honrosas exceções. Mas, há luzes para o final desta e para a seguinte. Ou seja, evitem-se pessimismos exagerados, pois há aus- piciosas previsões pela SOMAR Meteorologia para os meses que se seguem (Vide Figura 2), a saber: a) agosto não será tão seco como julho; b) significativas chuvas poderão ocorrer já a partir do feriado de 7 de Setembro, antecipando-se em uma quinzena em relação a 2010, que permitiria aos canaviais bem cuidados “ganhar” entre 6 a 8 toneladas de massa verde/ha para a próxima safra; c) este novembro poderá chover mais que o do ano passado. Em resumo, esta safra de 2011/12 está ensinando a todos que estão diretamente comprometidos e aos (severos) críticos do setor sucroenergético, permitindo-nos a atrever:- venham para conhecer as avançadas indústrias sucroenergéticas e, principalmente, as áreas agrícolas e poderão ver “com quantas canas se faz um tanque” de etanol ou gasolina C. RC *Técnico Agronômico da Canaoeste Revista Canavieiros - Agosto 2011 34 Safra Canavieira Em nova revisão, estimativa de moagem da safra 2011/2012 será de 510,24 milhões de toneladas de cana na região Centro-Sul N o dia 11 de agosto, a Unica - União da Indústria da Canade-açúcar, em conjunto com o CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, demais sindicatos e associações da região Centro-Sul do País, revisou a estimativa de moagem de cana-de-açúcar para a safra 2011/2012 divulgada em julho de 2011. A nova projeção aponta para uma moagem de 510,24 milhões de toneladas, uma redução de 4,36% em relação à última revisão (533,50 milhões de toneladas), e queda de 8,39% sobre o valor final da safra 2010/2011 (556,95 milhões de toneladas). O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “os dados levantados em julho mostraram que a geada e o florescimento da cana impactaram a produtividade agrícola do canavial com maior intensidade do que havíamos inicialmente previsto.” Esses fatores também promoveram uma alteração no cronograma de colheita das unidades, já que muitas precisaram antecipar este trabalho em áreas atingidas pela geada e pelo florescimento, o que agravou ainda mais a situação. De acordo com dados apurados pelo CTC, a produtividade agrícola da área colhida em julho foi de 70,80 toneladas de cana por hectare, queda de 17,48% em relação ao valor observado em julho de 2010. No acumulado desde o início da safra, a produtividade agrícola ficou em 74,10 toneladas de cana por hectare, contra 92,80 observados em igual período no último ano (redução de 20,15%). A Unica, o CTC e demais sindicatos e associações de produtores continuarão monitorando quinzenalmente a produção e as condições do canavial até o final da safra. “Nosso objetivo é divulgar de forma clara, transparente e fundamentada todos os detalhes sobre a produção no Centro-Sul, para faci- litar o planejamento de produtores e demais agentes públicos e privados,” afirma Rodrigues. Qualidade da matéria-prima e produção A nova estimativa para a safra 2011/2012 aponta para uma qualidade da matéria-prima medida em Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) de 135,10 kg por tonelada de cana, pequena redução diante dos 135,70 kg divulgados na estimativa anterior. Do total de cana projetada para a safra 2011/2012, a Unica estima que 48,06% terão como destino a produção de açúcar. A projeção é de 31,57 milhões de toneladas, queda de 2,50% em relação à estimativa anterior, e de 5,76% em relação aos 33,50 milhões de toneladas produzidas na safra 2010/2011. Já a produção de etanol deverá atingir 21 bilhões de litros, queda de 6,83% em relação ao número projetado na última revisão, e de 17,25% sobre os 25,39 bilhões de litros da safra anterior. Revista Canavieiros - Agosto de 2011 35 Foto: Divulgação Equipav Exportações de açúcar e etanol De acordo com a nova estimativa, as exportações de açúcar deverão atingir 22,32 milhões de toneladas nesta safra. Já as exportações de etanol devem apresentar uma queda de 23,60% em relação ao volume observado no último ano, totalizando 1,35 bilhão de litros na safra 2011/2012. O diretor da Unica explica que “a maior parte das exportações refere-se a negócios fechados no passado e que precisam ser cumpridos nesta safra.” EVOLUÇÃO DA SAFRA 2011/2011 ATÉ 01 DE AGOSTO DE 2011 Moagem O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil somou 41,60 milhões de toneladas na segunda quinzena de julho, queda de 2,48% em relação ao mesmo período da safra 2010/2011. No acumulado desde o início da safra, a moagem totalizou 259,06 milhões de toneladas, queda de 13,02% em relação à safra 2010/2011. Qualidade da matéria-prima No acumulado desde o início da safra até 1º de agosto, a quantidade de ATR por tonelada de cana atingiu 128,32 kg, queda de 3,13% em relação ao valor registrado no mesmo período de 2010. No comparativo quinzenal, esta queda chegou a 4,06%, com a concentra- ção de ATR totalizando 141,90 kg por tonelada de cana na última quinzena de julho, contra 147,90 kg em igual período da safra 2010/2011. Produção A fabricação de açúcar alcançou 14,76 milhões de toneladas desde o início da safra até 1º de agosto, contra 16,79 milhões no mesmo período de 2010. Em relação ao etanol, o volume produzido somou 10,42 bilhões de litros, ante 12,88 bilhões de litros no ano anterior. Na segunda quinzena de julho, a produção de açúcar atingiu 2,82 milhões de toneladas, quantidade 1,77% superior àquela observada na safra passada. Nesse mesmo período, a produção de etanol atingiu 1,72 bilhão de litros sendo 1,04 bilhão de etanol hidratado e 685,00 milhões de etanol anidro. bilhão de litros ao etanol hidratado. No mercado interno, as vendas de etanol anidro alcançaram 639,93 milhões de litros, e as de hidratado 1,12 bilhão de litros no último mês. De abril até 1º de agosto, as vendas do produto totalizaram 7,16 bilhões de litros, 16,71% abaixo do montante vendido no mesmo período do ano passado. Para o diretor da Unica, “os preços do etanol ao produtor estão praticamente estáveis há 40 dias, diferente do que aconteceu em outros anos; não estamos observando quedas abruptas no período de safra, que em geral levam a uma sazonalidade excessiva entre os períodos de safra e entressafra.” RC Fonte: Unica - União da Indústria da Cana-de-açúcar “Os produtores estão comprometidos com a produção de etanol anidro e no último mês a fabricação do produto cresceu 26,24% comparativamente a 2010, mesmo sem ter havido nenhum incremento na moagem de cana nesse período,” relatou o executivo da Unica. Vendas de etanol As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 2,07 bilhões de litros em julho, dos quais somente 303,49 milhões de litros destinaram-se ao mercado externo. Do volume total, 722,56 milhões de litros referem-se ao etanol anidro e 1,34 Revista Canavieiros - Agosto 2011 36 36 “General Álvaro Tavares Carmo” Mercados Futuros Agropecuários Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “Meu ofício é dizer o que penso.” Voltaire 1) Pedro está com dores musculares. Foi compar um “antiinflamatório”. Comprou o remédio errado... Segundo o Novo Acordo Ortográfico (5 edição), o correto é: anti-inflamatório (usar hífen na expressão). Trecho extraído da introdução do livro: “Este livro tem como objetivo principal mostrar o funcionamento dos mercados futuros e de opções agropecuários e as estratégias que podem ser utilizadas para a administração de riscos de preços. Especificamente, pretende-se mostrar de forma teórica e prática o funcionamento dos mercados futuros e de opções agropecuárias, desenvolver a habilidade de acessar informações e interpretá-las, discutir estratégias atuais e potenciais com futuros e outros derivativos, apresentar aos leitores as principais bolsas de interesse do agronegócio brasileiro, bem como mostrar os princípios básicos de operacionalização nestes mercados.” MARQUES, Pedro Valentim. Mercados futuros agropecuários: exemplos e aplicações para os mercados brasileiros / Pedro Marques, João Martines, Pedro Mello. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 223 p. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone : (16)3946-3300 - Ramal 2016 Regra: quando o primeiro elemento termina por vogal ou consoante igual à que inicia o segundo elemento, emprega-se o hífen. Assim: Anti - primeiro elemento - termina com i iflamatório - segundo elemento - inicia com a mesma vogal i usar hífen: anti–inflamatório 2) Não gostou do filme. O ator foi o “anti-herói” da história... ... e da Nova regra ortográfica. O correto é: anti–herói (usar o hífen) Regra: Segundo o Novo Acordo Ortográfico (5 edição),com o prefixo anti quando o segundo elemento começa por H , usa-se o hífen. 3) Maria escreveu “pré-existência” no relatório. O chefe não gostou da escrita... Com razão, segundo o Novo acordo Ortográfico (5 edição). O correto é: préexistência. (sem hífen) Regra: não se emprega o hífen na formação do prefixo pre, mesmo nos encontros de vogais iguais. Assim: pré é prefixo---termina com a vogal e Existência - começa com a vogal e Não usar hífen Prezado amigo leitor: a regra faz menção ao prefixo pré. Existem outros prefixos, logo outras regras. PARA VOCÊ PENSAR: “ Conheças todas as teorias, Domine todas as técnicas, Mas ao tocar uma alma humana, Seja apenas outra alma humana.” Carl Gustav Jung Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected] * Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. Revista Canavieiros - Agosto de 2011 37 Eventos em Setembro de 2011 Fenasucro e Agrocana 2011 Empresa Promotora: CEISE - Centro Nac. das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético e Sindicato Rural Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 30/08/2011 Fim do Evento: 02/09/2011 Estado: SP Cidade: Sertãozinho Localização do Evento: Centro de Exposições Zanini Informações com: Multiplus Feiras e Eventos Site: www.fenasucroeagrocana.com.br Telefone: 016 2132-8936 E-mail: [email protected] Curso de Especialização em Mercado de Carbono Empresa Promotora: Proenco Brasil Tipo de Evento: Curso / Treinamento Início do Evento: 02/09/2011 Fim do Evento: 17/09/2011 Estado: SP Cidade: São Paulo Localização do Evento: Rua Arabé, 71 - Vila Clementino Informações com: Proenco Brasil Site: www.proencobrasil.com.br/prog/carbono.htm Telefone: 0800 282 0704 E-mail: [email protected] Expoinel 2011 40ª Exposição Internacional do Nelore Empresa Promotora: Associação dos Criadores de Nelore do Brasil - ACNB Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 15/09/2011 Fim do Evento: 25/09/2011 Estado: MG Cidade: Uberaba Localização do Evento: Parque Fernando Costa Informações com: Marcos Pertegato Site: www.nelore.org.br Telefone: 11 32938900 E-mail: [email protected] V Sintag - Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos Empresa Promotora: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais Tipo de Evento: Encontro / Simpósio Início do Evento: 12/09/2011 Fim do Evento: 14/09/2011 Estado: SP Cidade: Botucatu Localização do Evento: Fazenda Experimental Lageado Informações com: Fepaf Site: www.sintag2011.com.br/ Telefone: (14) 3882-6300 E-mail: [email protected] VII Congresso Brasileiro de Biossegurança Empresa Promotora: Associação Nacional de Biossegurança - ANBio Tipo de Evento: Seminário / Jornada Início do Evento: 18/09/2011 Fim do Evento: 23/09/2011 Estado: SC Cidade: Joinvile Localização do Evento: Univille, Campus Joinvile Informações com: ANBIO Site: www.anbio.org.br Telefone: (21) 22208678/ 22208327 E-mail: [email protected] Workshop sobre Restauração Florestal Empresa Promotora: FEALQ - Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz Tipo de Evento: Reunião / Fórum / Workshop Início do Evento: 22/09/2011 Fim do Evento: 24/09/2011 Estado: SP Cidade: Piracicaba Localização do Evento: Anfiteatro do Pavilhão da Engenharia da ESALQ/USP, na Avenida Pádua Dias, 11, em Piracicaba, SP Informações com: FEALQ Site: www.fealq.org.br/Detalhe_Alpha.ASP?Codigo_Produto=750 Telefone: 19 3417 6604 E-mail: [email protected] Revista Canavieiros - Agosto 2011 38 VENDE-SE / TROCA-SE - Conjunto de Varrição de Café com: SELECTA, marca: HORIZON, nº série: 7020632, ano: 2002, RASTELO, marca: VICON, modelo: RTF, nº série: 3061326, ano: 2006 e SOPRADOR, marca: VICON, modelo ST, nº série: 3061327, ano: 2006 em ótimo estado. 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