Ler - Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência
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O Financiamento das Escolas na Europa Mecanismos, Métodos e Critérios de Financiamento Público Relatório Eurydice Educacão e formação O Financiamento das Escolas na Europa: Mecanismos, Métodos e Critérios de Financiamento Público Relatório Eurydice Educação e formação O presente documento é uma publicação da Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura (EACEA, Análise das Políticas de Educação e de Juventude). Por favor, cite esta publicação como: Comissão Europeia/EACEA/Eurydice, 2014. O Financiamento das Escolas na Europa: mecanismos, métodos e critérios de financiamento público. Relatório Eurydice. Luxemburgo: Serviço de Publicações da União Europeia. ISBN 978-92-9201-677-7 doi 10.2797/11563 Número de catálogo EC-02-14-627-PT-N Este documento está disponível na Internet: (http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice). (http://www.dgeec.mec.pt/np4/np4/192.html) e em Texto concluído em junho de 2014. © Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, 2014. É permitida a reprodução parcial desta publicação para fins não comerciais, desde que o excerto seja precedido de uma referência à 'Rede Eurydice', seguida da data de publicação do original. Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura Análise das Políticas de Educação e de Juventude Avenue du Bourget 1 (BOU 2 – Unit A7) B-1049 Brussels Tel. +32 2 299 50 58 Faxe : +32 2 292 19 71 Correio electrónico: [email protected] Sítio Web: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/ EURYDICE Unidade Portuguesa Av. 24 de Julho, n.º134 1399-054 Lisboa Tel.: +(351)213 949 314 Faxe: +(351)213 957 610 Correio eletrónico: [email protected] Sítio Web: http://www.dgeec.mec.pt/np4/54/ Editor da versão portuguesa: Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência ISBN 978-972-614-592-9 Lisboa, dezembro de 2014 ÍNDICE ÍNDICE DE FIGURAS 4 CÓDIGOS 5 SUMÁRIO EXECUTIVO 7 INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1: CAPÍTULO 2: CAPÍTULO 3: 11 AUTORIDADES ENVOLVIDAS NO FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS 15 MÉTODOS UTILIZADOS PARA DEFINIR O NÍVEL DE RECURSOS NECESSÁRIOS 25 CRITÉRIOS CONTEMPLADOS NA DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE RECURSOS DAS ESCOLAS 33 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS 1. Guia 41 41 2. Diagramas Nacionais GLOSSÁRIO 99 AGRADECIMENTOS 101 3 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para o pessoal docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Figura 1.2: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para o pessoal não docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 17 Figura 1.3: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para despesas e serviços de funcionamento destinados ao ensino primário e secundário geral, 2013/14 Figura 1.4: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para bens de capital destinados ao ensino primário e secundário geral, 2013/14 20 Figura 1.5: Países onde as autoridades intermédias recebem um montante fixo ou dotação global e procedem à sua afetação a diferentes categorias de recursos (pessoal, bens de funcionamento e bens de capital) 23 Figura 1.6: Países onde as autoridades intermédias usam receitas próprias para financiamento de recursos escolares (pessoal docente, pessoal não docente, bens de funcionamento e de capital) 24 Figura 2.1: Utilização de fórmulas de financiamento para determinar o nível de recursos para despesas de pessoal, bens e serviços de funcionamento e bens de capital no ensino primário e secundário geral, 2013/14 Figura 2.2: Métodos de financiamento utilizados pelos ministérios a nível central para calcular o montante de recursos total ou parcialmente destinados às despesas com pessoal docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 28 Figura 2.3: Métodos de financiamento utilizados pelos ministérios a nível central para determinar o nível de recursos destinados, total ou parcialmente, às despesas com bens e serviços de funcionamento, ensino primário e secundário geral, 2013/14 29 Figura 2.4: Métodos de financiamento utilizados pelos ministérios a nível central para determinar o nível de recursos afetos às despesas de capital ou que para estas contribuem, ensino primário e secundário geral, 2013/14 30 Figura 3.1: Critérios baseados em fatores de input tidos em conta ao determinar o nível de recursos que contribuem para custos com pessoal docente e não docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 35 Figura 3.2: Características dos alunos tidas em conta na definição do nível de recursos que contribuem para o pessoal docente e não docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 37 4 16 19 26 CÓDIGOS Códigos de países UE/UE-27 União Europeia HU Hungria BE Bélgica MT Malta BE fr Bélgica – Comunidade francófona NL Países Baixos BE de Bélgica – Comunidade germanófona AT Áustria BE nl Bélgica – Comunidade flamenga PL Polónia BG Bulgária PT Portugal CZ República Checa RO Roménia DK Dinamarca SI Eslovénia DE Alemanha SK Eslováquia EE Estónia FI Finlândia IE Irlanda SE Suécia EL Grécia UK Reino Unido ES Espanha UK-ENG Inglaterra FR França UK-WLS País de Gales HR Croácia UK-NIR Irlanda do Norte IT Itália UK-SCT Escócia CY Chipre IS Islândia LV Letónia LI Listenstaine LT Lituânia NO Noruega LU Luxemburgo TR Turquia Códigos estatísticos : (–) Informação não disponível 5 Não aplicável SUMÁRIO EXECUTIVO Introdução A eclosão da crise económica em 2008 deu origem a uma intensificação dos apelos a uma maior eficiência dos gastos públicos. Perante o atual cenário de contenção das finanças públicas, a Comissão Europeia exortou os Estados-Membros à proteção ou promoção dos investimentos a longo prazo na educação (1). Todavia, as atuais circunstâncias económicas podem ser encaradas como uma oportunidade para refletir sobre a construção de financiamento da educação mais eficientes e sustentáveis. Na sua tentativa de identificar as estratégias adequadas à implementação de reformas, é frequente os países inspirarem-se uns nos outros. O presente relatório proporciona um quadro para a compreensão da estrutura dos sistemas de financiamento da educação de nível escolar no setor público europeu. Fornece ainda uma breve análise comparativa sobre os níveis de autoridade envolvidos, assim como os métodos e critérios utilizados para determinar o nível de recursos necessários para o financiamento da educação escolar. Trata-se de um ponto de partida para o diálogo e a aprendizagem mútua entre os países. Se é certo que nem sempre os mecanismos de financiamento implementados num país funcionam noutro, podem, por outro lado, servir de inspiração para reformas, especialmente em países que partilham tradições semelhantes em matéria de financiamento público e de organização. Deve, porém, salientar-se que existem limitações no grau de aplicação de qualquer modelo em outros contextos que não os originais. O atual relatório expõe um panorama geral bastante diversificado no que concerne os sistemas de financiamento na Europa, sistemas esses que se propagaram durante décadas visando satisfazer as necessidades de indivíduos, da sociedade em geral e da economia. Por outro lado, a evolução dos sistemas de financiamento também foi moldada por alterações relativamente às prioridades dos sistemas educativos. Se é certo que não se deve sobreestimar a complexidade dos sistemas de financiamento, também será importante reconhecer o contexto nacional específico no momento de considerar uma reforma política, na medida em que certos tipos de reformas podem funcionar de maneira diferente consoante o país. O Capítulo 1 aborda as autoridades envolvidas no financiamento de escolas e, concretamente, até que ponto as autoridades regionais e locais transferem para as escolas recursos que lhes são atribuídos pelo nível central/superior, e ainda se tais autoridades contribuem para o financiamento da educação escolar utilizando as suas receitas próprias, como impostos locais, por exemplo. O Capítulo 2 debruça-se sobre os métodos que as autoridades de nível central/superior usam para a alocação de verbas, investigando se utilizam regras comuns acordadas (fórmula de financiamento), ou se procedem a afetações com base numa estimativa das necessidades das escolas (aprovação orçamental/ determinação discricionária). O Capítulo 3 avalia os critérios implicados no momento de estabelecer o volume da alocação de recursos. São analisados critérios baseados em input e output e também critérios baseados no desempenho. O presente estudo sobre o financiamento do ensino básico e secundário geral abrange 27 dos 28 EstadosMembros da UE (2), e ainda a Islândia, Listenstaine, Noruega e Turquia. São contemplados diferentes níveis de autoridade pública envolvidos na alocação de financiamento às escolas. Apresentar uma panorâmica abrangente do processo de financiamento e dos papéis específicos das várias autoridades públicas envolvidas não deixa de constituir uma tarefa complexa. Esta complexidade advém, em parte, das idiossincrasias da paisagem política e administrativa de cada país e da forma como as responsabilidades de financiamento são normalmente partilhadas entre as autoridades. Além disso, os recursos necessários a um funcionamento eficiente das escolas são de natureza muito diferente (consistem em recursos humanos, bens de capital e bens e serviços de funcionamento), o que pode, de certo modo, explicar o facto de diferentes níveis de autoridade assumirem a responsabilidade por diferentes tipos de recursos. Por outro lado, também explica a diversidade das vias adoptadas para alcançar as escolas. 1 Por exemplo: Inquérito sobre o Crescimento Anual 2014 {SWD(800) final}. 2 O Luxemburgo não participa na recolha de dados para o presente relatório. () () 7 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Em mais de um terço dos países, os ministérios a nível central transferem diretamente para as escolas os recursos destinados ao pessoal docente (Irlanda, Espanha, Croácia, Chipre, Países Baixos, Portugal e Eslovénia), ou pagam directamente os salários dos professores (Bélgica, Alemanha, Itália, Hungria, Malta e Listenstaine). Nos restantes países, os ministérios a nível central partilham com as autoridades intermédias (3) a responsabilidade pela transferência de fundos e/ou pelo pagamento do pessoal. A situação é semelhante no que respeita ao pessoal não docente, mas aqui é mais comum o envolvimento das autoridades locais ou regionais, seja sozinhas ou conjuntamente com as autoridades de nível central (ver o Capítulo 1). Em praticamente todos os países, as autoridades locais são responsáveis pela transferência de fundos ou pela aquisição de bens e serviços necessários ao funcionamento das escolas. Estes fundos são parcial ou integralmente originários das autoridades de nível central. Contudo, observam-se algumas exceções. Na Croácia, por exemplo, relativamente às escolas do ensino primário e secundário inferior derivam dos próprios impostos ou receitas das cidades e municípios; quanto às escolas do ensino secundário superior, derivam das receitas nacionais (ver o Capítulo 1). Por outro lado, na maioria dos países, as autoridades intermédias também utilizam recursos próprios para financiar as escolas. Em muitos países do Norte da Europa (Dinamarca, Estónia, Finlândia, Suécia, Reino Unido (Escócia), Islândia e Noruega), e também na Bulgária (escolas municipais), as principais rubricas de recursos (pessoal, bens e serviços necessários ao funcionamento e bens de capital) são, pelo menos parcialmente, financiados pelas receitas próprias das autoridades locais. Noutros países, só algumas das principais categorias de recursos são financiadas deste forma (ver o Capítulo 1). Complexidade dos métodos de financiamento Há duas questões que tornam especialmente desafiante a identificação e a descrição dos métodos e critérios de financiamento utilizados pelas autoridades educativas competentes no momento de afetar recursos financeiros às escolas. Referimo-nos quer à autonomia desfrutada pelas autoridades intermédias ou de nível superior (como os Länder na Alemanha e as Comunidades Autónomas em Espanha), quer à complexidade das fórmulas e as variáveis-chave ou indicadores utilizados um pouco por toda a Europa. O escopo limitado do presente relatório exigia alguma simplificação, pelo que foram identificados três métodos básicos de financiamento. O primeiro consiste na ‘fórmula de financiamento’, ou seja, a alocação de recursos baseados numa fórmula universalmente acordada. O segundo refere-se à ‘aprovação orçamental’, ou seja, a submissão de um orçamento elaborado pelas escolas ou quaisquer outras autoridades à aprovação por parte da autoridade responsável pelo financiamento. O terceiro método foi designado como ‘determinação discricionária de recursos’, e verifica-se quando a definição do montante de recursos a consignar é deixado à total discrição da autoridade responsável pelo financiamento, sendo que esta vai calcular os recursos necessários numa base individual, ou seja, caso a caso. Na quase totalidade dos países, os ministérios a nível central utilizam fórmulas de financiamento para determinar o nível de recursos destinados ao pessoal docente. Em metade destes países, normalmente situados no Norte da Europa, os recursos determinados através deste método são atribuídos de duas formas: a) como parte de uma dotação global utilizada para algumas das categorias de recursos educativos; b) como parte de um montante fixo destinado a cobrir recursos para um amplo leque de serviços públicos, incluindo a educação. Nestes últimos países, as escolas ou as autoridades intermédias que recebem os fundos gozam de alguma autonomia para decidir quais as prioridades. Na outra metade dos países, os recursos encontram-se especificamente afetos ao pessoal docente (ver o Capítulo 2). As fórmulas de financiamento são também utilizadas, na maioria dos países, pelas autoridades de nível superior para determinar o nível de recursos a consignar a bens e serviços de funcionamento. O financiamento para bens de capital, por outro lado, é mais frequentemente colocado à discrição dos ministérios competentes. Em certos casos, as escolas e as autoridades intermédias responsáveis submetem aos ditos ministérios um orçamento de capital para aprovação (ver o Capítulo 2). 3 () Por 'autoridades intermédias', entendemos autoridades locais, autoridades regionais e divisões administrativas das autoridades de nível superior. 8 SUMÁRIO EXECUTIVO Tanto a fórmula de financiamento como a determinação discricionária de recursos apresentam vantagens e desvantagens. Quando é aplicada uma fórmula, as variáveis usadas devem ser cuidadosamente selecionadas. A forma mais transparente de alocação de recursos pode ser eventualmente aquela em que as variáveis estão relacionadas apenas com o número de alunos (financiamento per capita). No entanto, existem outras variáveis, como por exemplo as características socioeconómicas, que são importantes na equação, na medida em que permitem que os recursos sejam direcionados para áreas onde são mais necessários. Em áreas socialmente carenciadas, pode ser necessário um financiamento adicional para assegurar a equidade entre os alunos em diferentes áreas. Atualmente, a maioria dos países utiliza este tipo de critérios para a alocação de fundos. O nível dos recursos a afectar a rubricas de pessoal é determinado por um ampo leque de critérios baseados em fatores de input A análise dos critérios utilizados pelas autoridades responsáveis pela alocação de recursos escolares, ainda que limitada, permite extrair algumas conclusões interessantes. Em muitos países, é muito comum para as autoridades educativas de nível superior e intermédio utilizarem variáveis baseadas em fatores de input para determinar o nível de recursos a consignar às rubricas de pessoal. Esta categoria de recursos representa a parcela mais larga da despesa total em educação na Europa. As variáveis baseadas em fatores de input centram-se nas necessidades efetivas dos estabelecimentos de ensino e nos custos reais em que estes incorrem. Em alguns países, as autoridades educativas utilizam um número limitado de variáveis relacionadas com o número de pessoal ou de alunos existentes, geralmente ponderado por nível de ensino ou ano letivo. Na maioria dos países, porém, as autoridades financiadoras têm em conta um leque mais amplo de variáveis baseadas em inputs, o que permite uma avaliação mais meticulosa das necessidades do estabelecimento de ensino. Tais variáveis podem estar associadas a critérios como o contexto socioeconómico, linguístico ou étnico dos alunos, as eventuais necessidades especiais dos alunos, assim como diferenças geográficas e demográficas entre os estabelecimentos de ensino (ver o Capítulo 3). No contexto do ensino superior, foi recentemente recomendado o financiamento baseado no desempenho (4). Este tipo de recomendação não tem sido adoptada no âmbito do financiamento das escolas. Todavia, em dois países (Países Baixos e Inglaterra, no Reino Unido), as autoridades centrais utilizam critérios baseados no desempenho para determinar o nível de dotação global a cobrir pelas rubricas de pessoal e de aquisição de bens e serviços de funcionamento. Em ambos os casos, os critérios adotados visam reduzir o abandono escolar precoce (ver o Capítulo 3). Distinguem-se dois tipos de financiamento assente no desempenho: o financiamento que incentiva os bons resultados, ou o financiamento que penaliza os maus resultados. Caso se utilize o financiamento assente no desempenho, poderão surgir efeitos secundários involuntários. Por exemplo, se os estabelecimentos de ensino forem recompensados pelos bons resultados, tal pode fazer com que escolas que já são boas se tornem ainda melhores, enquanto as escolas em desvantagem podem ter mais dificuldade em obter uma melhoria. Por conseguinte, deve ser cuidadosamente considerado o tipo de critérios baseados em output, caso seja introduzido o financiamento baseado em critérios de desempenho. Ao escolher indicadores de input e de output, um dos métodos de medição do desempenho pode consistir em avaliar o progresso de um estabelecimento de ensino através da análise da evolução dos resultados ao longo dos anos, em vez de comparar os resultados absolutos entre as escolas, na medida em que o seu desempenho em diferentes áreas denota frequentemente uma variação considerável. 4 () European Economy Occasional Papers 70 October 2010 Efficiency and effectiveness of public expenditure on tertiary education in the EU, Joint Report by the Economic Policy Committee (Quality of Public Finances) and Directorate-General for Economic and Financial Affairs. 9 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO As próximas etapas na investigação sobre os sistemas de financiamento das escolas O presente relatório fornece não só informações descritivas como também uma comparação limitada entre os países relativamente aos níveis de autoridade, métodos e critérios utilizados na alocação de recursos às escolas. Constitui a base para uma investigação mais aprofundada, necessária caso se pretenda obter um conhecimento mais abrangente dos sistemas de financiamento na Europa. O âmbito do atual relatório não permitiu a quantificação dos montantes das verbas atribuídas, seja na sua fonte ou na sua trajetória pelos diferentes níveis de autoridade, antes de alcançarem os estabelecimentos de ensino; por conseguinte, não é dada qualquer indicação quanto à proporção de financiamento transferido por cada um dos níveis de autoridade, ou quanto ao montante que eventualmente chega aos estabelecimentos de ensino. Uma investigação mais aprofundada nesta matéria teria como pré-condição a análise de dados quantitativos relativamente à proporção de verbas totais alocadas por cada nível de autoridade. Desta forma, seria possível analisar a relação entre as políticas de financiamento e a proporção de fundos transferidos. É igualmente necessária mais informação sobre os critérios aplicados no momento de alocação de fundos ou de recursos financeiros, não só no que concerne ao tipo de variáveis incluídos mas também quanto à ponderação aplicada. Uma informação mais detalhada nesta matéria permitiria uma compreensão mais abrangente sobre a incidência do financiamento às escolas e em que medida são tidas em conta as características individuais dos alunos e dos estabelecimentos de ensino. 10 INTRODUÇÃO O financiamento da educação escolar ocupa atualmente um lugar central no extenso debate que está em curso na Europa. As restrições às despesas públicas resultantes da crise financeira e económica levantaram questões quanto à melhor forma de os sistemas educativos continuarem a cumprir os desafios sociais e económicos com que se deparam neste momento. Decisores a nível nacional e europeu, assim como pedagogos procuram formas de assegurar que os estabelecimentos de ensino dispõem de financiamento suficiente e incentivam, simultaneamente, a utilização eficiente dos recursos públicos. Pelas razões expostas, o financiamento da educação passou para o centro das preocupações da agenda política e de investigação. Fundamentação do relatório: o contexto político Já em 2000 a Estratégia de Lisboa reconhecera claramente o papel crucial da educação e da formação no desenvolvimento social e económico da Europa. No decurso da última década, a ligação entre a capacidade dos países europeus para investir em capital humano através dos sistemas de educação e formação e a sua competência para fomentar níveis elevados de sustentabilidade e crescimento com base no conhecimento, assim como a coesão social, tem sido repetidamente enfatizada numa série de documentos estratégicos da UE. Por exemplo, a Resolução do Conselho sobre educação e formação como motores-chave da Estratégia de Lisboa (2007) ressaltou que estas “contribuem não só para promover o emprego, a competitividade e a inovação, mas também para fomentar a coesão social, a cidadania activa e a realização pessoal” (5). A crise financeira e económica de 2008 trouxe um novo impulso às ações e iniciativas políticas no âmbito do financiamento da educação, mais particularmente as que promovem a eficiência. Em consequência da crise, os serviços públicos na Europa enfrentaram significativos desafios, tendo sido colocados sob enorme pressão. Em muitos países europeus, os orçamentos destinados à educação foram reduzidos, principalmente naqueles que apresentavam um elevado défice público (6). Neste contexto, foi como nunca ressaltada a necessidade de fazer mais com menos recursos. As circunstâncias financeiras na Europa de hoje podem ser encaradas como uma oportunidade para refletir sobre como construir sistemas de financiamento mais eficientes e sustentáveis para a educação. A Comunicação da Comissão Europeia “Repensar a educação - Investir nas competências para melhores resultados socioeconómicos” (2012) expressa claramente o duplo desafio que os países europeus enfrentam: em primeiro lugar “dar prioridade ao investimento público no setor da educação e da formação”, na medida em que é “essencial para o aumento da produtividade e para o crescimento económico”; em segundo lugar “encontrar formas mais eficientes de mobilização dos recursos financeiros disponíveis, o que poderá exigir uma reforma estrutural em determinados sistemas educativos” (7). No contexto da estratégia de crescimento da UE para a corrente década, Europa 2020, considera-se uma prioridade chave o investimento em educação, o que exigirá inevitavelmente ações e iniciativas políticas por parte das autoridades públicas, particularmente as responsáveis pela educação. O desafio consiste em construir e adotar políticas inteligentes de investimento destinadas a apoiar o desenvolvimento de capital humano e assim melhorar a empregabilidade e, num sentido mais lato, promover o crescimento económico e fomentar a inclusão social. A este respeito, as Conclusões do Conselho sobre o investimento na educação e na formação – uma resposta à Comunicação Repensar a educação - Investir nas competências para obter melhores resultados socioeconómicos e à Análise Anual do Crescimento de 2013 convidam os Estados Membros a “priorizar e, sempre que possível, reforçar os investimentos na () 5 Resolução do Conselho sobre educação e formação como motores-chave da Estratégia de Lisboa, OJ C 300, 12.12.2007, p. 1. [pdf] Disponível em: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2007:300:0001:0002:PT:PDF [Acedido em 13 de janeiro 2014]. () 6 EACEA/Eurydice, 2013. Funding of Education in Europe 2000-2012. The Impact of the Economic Crisis. [pdf] Brussels: Eurydice. Disponível em: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/thematic_reports/147EN.pdf [Acedido em 16 de janeiro 2014]. 7 Comissão Europeia, 2012. Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões. Repensar a educação - Investir nas competências para melhores resultados socioeconómicos, (COM (2012) 699 final) [Online] Disponível em: http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?qid=1389776578033&uri=CELEX:52012DC0669 [Acedido em 16 de janeiro 2014]. () 11 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO educação e formação, procurando simultaneamente melhorar a eficiência desse tipo de despesa e promovendo debates nacionais sobre mecanismos de financiamento sustentáveis e equilibrados, com a participação de um grande leque de interessados.” (8). Se é certo que os objetivos são comuns a todos os países europeus, já as medidas necessárias para os alcançar têm de ser específicas de cada país. Devem ser tidas em consideração as circunstâncias particulares de cada país, ou seja, os desafios concretos com que se deparam e os meios à disposição para responder aos mesmos. Para este fim, o presente relatório Eurydice pretende promover um melhor conhecimento e compreensão da forma como, em cada país da União Europeia, os recursos financeiros e outros alcançam os estabelecimentos de ensino, que autoridades ou órgãos são responsáveis pela afetação de recursos e que métodos são utilizados para determinar nível de financiamento. O presente relatório fornece informações básicas específicas a cada país e ainda uma descrição comparativa da arquitetura global dos sistemas de financiamento das escolas. Pode constituir um ponto de partida para qualquer reflexão sobre as reformas estruturais necessárias para criar sistemas de financiamento mais eficientes e equitativos em termos de distribuição de recursos. Principais questões abordadas São abordadas, no presente relatório, as seguintes questões: Quais são as autoridades educativas e/ou administrativas responsáveis pelo financiamento da educação escolar? Em que medida é que as autoridades locais e regionais contribuem para o financiamento da educação escolar a partir de receitas próprias, como impostos locais? As diferentes autoridades responsáveis pelo financiamento dependem do tipo de recurso a que se destina (pessoal, bens de capital, bens e serviços necessários ao funcionamento) ou do nível de educação? Ao determinarem o montante de recursos para os estabelecimentos de ensino, as autoridades ou órgãos responsáveis utilizam uma fórmula comum acordada assente em critérios pré-definidos ou procedem à afetação do financiamento ou dos recursos com base numa estimativa das necessidades? Os métodos ou critérios utilizados para determinar o nível de financiamento ou recursos para os estabelecimentos de ensino mudam conforme o tipo de recursos envolvidos? Os critérios de financiamento baseiam-se em indicadores assentes em inputs ou em indicadores relacionados com o desempenho? Incluem critérios tais como restrições socioeconómicas ou localização geográfica de estabelecimentos de ensino (áreas rurais ou cidades do interior)? Âmbito do relatório e fontes de informação O relatório apresenta uma panorâmica dos principais fluxos financeiros e métodos para determinar o nível dos recursos necessários para financiar a educação escolar. Os recursos em questão são divididos em grandes categorias, sobretudo as rubricas de pessoal, bens e serviços de funcionamento e bens de capital. O relatório restringe-se às questões de distribuição de fundos e recursos públicos a estabelecimentos de ensino da rede pública por parte das autoridades públicas. Está excluída do âmbito deste estudo a atribuição de financiamentos ad-hoc, como os que se destinam a programas educativos específicos ou de duração limitada. Não é intenção do presente estudo a quantificação dos recursos atribuídos. 8 () Conclusões do Conselho sobre o investimento na educação e na formação – Uma resposta à Comunicação Repensar a Educação: Investir nas competências para obter melhores resultados socioeconómicos e à Análise Anual do Crescimento de 2013, OJ C 64, 5.03.2013, p. 5. [pdf] Disponível em: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2013:064:0005:0008:EN:PDF [Acedido em 13 de janeiro 2014]. 12 INTRODUCTION Inserem no âmbito deste relatório somente os estabelecimentos de ensino da rede pública e privada subvencionada pelo Estado no caso da Bélgica, Irlanda, Países Baixos e Reino Unido (Inglaterra) (academias) (9). O relatório foca os estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (inferior e superior). Excluemse os estabelecimentos de ensino pós-secundário no Reino Unido, com oferta de ensino secundário superior geral (10). O ano de referência é 2013/14 (11). O relatório cobre todos os Estados Membros da UE (12) (exceto o Luxemburgo), assim como a Islândia, Listenstaine, Noruega e Turquia. A informação recolhida baseou-se em questionários completados por peritos nacionais e/ou representante nacional da Rede Eurydice. Os documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas centrais constituem as principais fontes de informação. Estrutura do relatório O relatório é constituído por três partes distintas: uma curta análise comparativa, diagramas nacionais e um glossário. A análise comparativa divide-se em três capítulos: 1 O Capítulo 1 proporciona uma breve síntese das autoridades educativas e de outros órgãos envolvidos no financiamento da educação escolar, com um enfoque especial nas autoridades locais e regionais. 2. O Capítulo 2 oferece informação básica sobre os métodos de financiamento utilizados pelas autoridades educativas, especialmente a nível central, para estabelecer o nível global de recursos destinados aos estabelecimentos de ensino. 3. O Capítulo 3 analisa os critérios utilizados pelas autoridades educativas para determinar o montante de fundos a serem atribuídos. O glossário define todos os termos específicos utilizados neste relatório, enquanto os diagramas nacionais ilustram os fluxos de recursos concedidos em prestações pecuniárias e em espécie para o financiamento do ensino primário e secundário geral. Os referidos diagramas revelam quais as autoridades educativas ou outros órgãos a nível central, regional, local e escolar envolvidos no financiamento dos estabelecimentos de ensino. Os recursos dos estabelecimentos de ensino encontram-se divididos em cinco categorias: 1. Pessoal docente 2. Pessoal não docente 3. Bens e serviços de funcionamento ou correntes 4. Recursos de capital (móveis e imóveis) 5. Recursos específicos e outros É disponibilizado um guia para os diagramas nacionais. () 9 O relatório abrange os estabelecimentos de ensino da rede pública de todos os países. Não se encontram incluídos os estabelecimentos de ensino da rede privada, exceto os que são subvencionados pelo Estado num pequeno número de países onde este tipo de escola inscreve uma larga proporção de alunos, nomeadamente a Bélgica, Irlanda, Países Baixos e Reino Unido (Inglaterra). As escolas privadas subvencionadas são aquelas em que mais de metade do financiamento básico provém do erário público. 10 Constitui objeto das escolas pós-secundárias o ensino profissionalizante, pelo que os seus mecanismos de financiamento diferem significativamente do setor do ensino geral. ( ) 11 No caso da Polónia, o ano de referência é 2013. 12 O Luxemburgo não participou na recolha de dados para este relatório. ( ) ( ) 13 CAPÍTULO 1: AUTORIDADES ENVOLVIDAS NO FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS O presente capítulo examina os diferentes níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de verbas aos estabelecimentos de ensino, detendo-se em particular no papel das autoridades de nível intermédio. Para efeitos do atual estudo, os níveis de autoridade foram divididos em nível central, intermédio e de escola. O nível central refere-se aos ministérios no nível mais elevado ou superior de administração (na maioria dos casos trata-se do nível nacional (13). As autoridades de nível intermédio podem incluir as administrações regionais ou locais, assim como conselhos escolares locais que funcionam no seio dos municípios, com responsabilidades pelo financiamento de escolas (como sucede, por exemplo, em Chipre), e ainda as divisões administrativas das autoridades de nível central (como sucede em França). Neste capítulo são abordadas três questões principais. Em primeiro lugar, são identificadas as autoridades educativas públicas ou outras envolvidas na transferência de recursos aos estabelecimentos de ensino. As transferências podem envolver um ou mais níveis de administração, mas cada nível não detém necessariamente o poder de decisão quanto ao montante dos recursos a atribuir em fase posterior. Em alguns casos, são transferidos recursos financeiros consignados à remuneração de pessoal, à aquisição de bens e serviços de funcionamento ou a bens de capital. Noutros casos, os próprios recursos são proporcionados. A questão gira em torno da categoria de recursos. Os recursos financeiros podem ser transferidos sob a forma de montante fixo, dotação global ou um subsídio canalizado para um fim específico. Se bem que a primeira secção não estabelece uma distinção entre estes recursos, já a segunda centra-se concretamente no modo como as dotações globais e os montantes fixos são utilizados pelas autoridades “intermédias” para o fornecimento de recursos (destinados às rubricas de pessoal, bens e serviços de funcionamento ou bens de capital) às escolas. A última questão centra-se na frequência com que as autoridades regionais ou locais utilizam receitas próprias para o financiamento dos estabelecimentos de ensino. “Receita própria” é entendida aqui como impostos ou outras verbas recolhidos pelas autoridades locais ou regionais. Em mais de um terço dos países, a transferência de recursos para o pessoal docente envolve exclusivamente as autoridades centrais As despesas de pessoal representam mais de 70 % da despesa total anual em educação nos UE-27; também representam a mais larga proporção de despesa nos estabelecimentos de ensino da rede pública. Não surpreende, pois, que os custos com pessoal docente absorvam a maior parcela de recursos nesta área (14). Como ilustra o mapa em baixo (ver Figura 1.1), a autoridade educativa de nível central está envolvida na transferência de recursos destinados ao pessoal docente em todos os países exceto na Islândia (no ensino primário e secundário inferior). De facto, em mais de um terço dos países, este é o único nível de autoridade implicado na oferta de recursos para este grupo de pessoal. No Norte da Europa, a transferência de recursos para o pessoal docente envolve quer as autoridades de nível central quer as de nível intermédio. Na Finlândia, Suécia e Reino Unido (País de Gales e Escócia), o nível superior transfere um montante fixo à autoridade de nível intermédio destinado a financiar um leque de serviços públicos, não exclusivamente de âmbito educativo. Em alguns países (República Checa, França, Grécia, Áustria e Turquia), a transferência de recursos para o pessoal docente envolve tanto as administrações centrais (nível superior), como as regionais (nível intermédio). Na Roménia, os ministérios centrais, autoridades regionais e municípios encontram-se envolvidos na transferência de recursos para o pessoal docente. Por último, relativamente a outras categorias de recursos, as transferências para o pessoal docente envolvem menos órgãos e as verbas alcançam os estabelecimentos de ensino ou os professores por uma via mais direta. 13 ( ) A autoridade de nível superior responsável pela educação num dado país situa-se, regra geral, a um nível nacional (estatal). No entanto, na Bélgica, Alemanha, Espanha e Reino Unido, as “regiões” (respetivamente as Communautés, Länder, Comunidades Autónomas e as administrações descentralizadas,) são responsáveis pelo conjunto ou pela maioria das áreas relacionadas com a educação, sendo, por conseguinte, consideradas como nível superior de autoridade. 14 ( ) Ver EACEA/Eurydice, 2012. Números-Chave da Educação na Europa, p. 94. [pdf] Bruxelas: Eurydice. Disponível em: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice%20/documents/key_data_series/134PT.pdf [Acedido a 31 janeiro 2014]. 15 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Figura 1.1: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para o pessoal docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Nível central Local Regional Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa As notas seguintes explicam as diferenças entre os níveis de ensino, e especificam quais os níveis representados no mapa. Os diagramas dos fluxos financeiros mostram informação complementar acerca dos órgãos envolvidos na transferência de fundos aos estabelecimentos de ensino, e podem ser utilizados conjuntamente com a informação fornecida na análise comparativa para se obter um retrato mais completo do sistema de financiamento em cada país. A autoridade de nível superior com responsibilidades pela educação num determinado país situa-se normalmente a nível nacional (estatal). No entanto, na Bélgica, Alemanha, Espanha e Reino Unido, as “regiões” (Communautés, Länder, Comunidades Autónomas e as administrações descentralizadas, respetivamente) são responsáveis pela totalidade ou quase totalidade das áreas relacionadas com a educação, e por conseguinte, são consideradas como o nível superior de autoridade. Notas específicas por país Bulgária: O mapa mostra a situação dos estabelecimentos de ensino municipais. Dinamarca e Islândia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso do ensino secundário superior, só está envolvido o nível central. Espanha: O mapa mostra as autoridades de nível superior: a administração central e os departamentos de educação das Comunidades Autónomas. Eslováquia e Noruega: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, a transferência de recursos para o pessoal docente envolve o nível superior e o regional. Suécia: O nível central transfere um montante fixo aos municípios. Este montante é muito reduzido quando comparado com o orçamento do próprio município. Por sua vez, o município fornece às escolas os recursos para o pessoal docente e não docente, bens e serviços de funcionamento e bens de capital. Reino Unido (ENG/NIR): O mapa ilustra a situação dos estabelecimentos de ensino subsidiados (escolas primárias e secundárias) (ENG) e estabelecimentos de ensino controlados e católicos subsidiados (NIR). Em academies (ENG), voluntary grammar e grant maintained integrated schools (NIR), a transferência de recursos para o pessoal docente envolve apenas o nível central. Em mais de metade dos países, a transferência de recursos para pessoal não docente envolve dois ou três níveis de autoridade Tal como ilustrado atrás, em mais de um terço dos países somente se encontra envolvido na transferência de recursos para o pessoal docente o nível central. Na maioria desses países, a situação é idêntica no respeitante ao pessoal não docente, designadamente na Bélgica, Irlanda, Espanha, Croácia, Itália, Malta, Países Baixos, Portugal, Eslovénia, e Listenstaine (para saber mais sobre as diferenças entre níveis de ensino, ver as notas específicas por país). Em muitos países, tanto em relação ao pessoal docente como ao pessoal não docente, os ministérios a nível superior partilham com as autoridades locais, regionais ou com as divisões administrativas das autoridades de nível superior a responsabilidade pela transferência de fundos e/ou pagamento de pessoal. No entanto, para o pessoal não docente é mais comum o envolvimento das autoridades locais ou regionais, seja individualmente ou em conjunto com as autoridades de nível central. Na Hungria, o nível 16 CAPÍTULO 1: AUTORIDADES ENVOLVIDAS NO FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS central paga diretamente os salários dos professores e de outro pessoal através da agência estatal ‘Klebelsberg Institution Maintenance Centre’. O pessoal de manutenção é financiado da mesma forma, porém, uma parte do financiamento que lhe é destinado vem dos municípios (caso estes tenham uma população superior a 3 000 habitantes). Tal como observado na Figura 1.1, na República Checa, França, Grécia, Áustria e Turquia os níveis regionais e central são os únicos níveis de autoridade envolvidos na transferência de recursos para o pessoal docente. Na República Checa e na Turquia, a situação é idêntica para o pessoal não docente. Já na França (estabelecimentos de ensino secundário) e na Grécia, a transferência de recursos para pessoal não docente envolve três níveis de autoridade distintos. Na França, a transferência de recursos para os salários do pessoal administrativo nos estabelecimentos de ensino secundário envolve o Ministério da Educação e respetivos serviços descentralizados por todo o país (ou seja, a direção regional de educação e o gabinete regional de administração da educação). Quanto ao pessoal técnico, o Ministério do Interior transfere recursos para os Départements (no caso do pessoal em escolas de ensino secundário inferior), e para as regiões (no caso do pessoal de escolas de ensino secundário superior); estas últimas autoridades pagam então diretamente ao pessoal técnico. Na Grécia, o financiamento de pessoal não docente também envolve três níveis de autoridade diferentes, nomeadamente dois ministérios (Ministério da Educação e dos Assuntos Religiosos e o Ministério do Interior), direções de educação - enquanto autoridades descentralizadas do Ministério da Educação e dos Assuntos Religiosos - e os municípios. Por outro lado, na Áustria (estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen), o financiamento do pessoal não docente é diferente do financiamento do pessoal docente e apenas envolve os municípios. Figura 1.2: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para pessoal não docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Nível central Local Regional Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de pessoal não docente, ver Glossário. As notas seguintes explicam as diferenças entre os níveis de ensino, e especificam quais os níveis representados no mapa. Os diagramas dos fluxos financeiros mostram informação complementar acerca dos órgãos envolvidos na transferência de fundos aos estabelecimentos de ensino, e podem ser utilizados conjuntamente com a informação fornecida na análise comparativa para se obter um retrato mais completo do sistema de financiamento em cada país. A autoridade de nível superior com responsibilidades pela educação num determinado país situa-se normalmente a nível nacional (estatal). No entanto, na Bélgica, Alemanha, Espanha e Reino Unido, as “regiões” (Communautés, Länder, Comunidades Autónomas e as administrações descentralizadas, respetivamente) são responsáveis pela totalidade ou quase totalidade das áreas relacionadas com a educação, e por conseguinte, são consideradas como o nível superior de autoridade. 17 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Notas específicas por país Bélgica: O mapa mostra a situação nas escolas comunitárias das três comunidades, estabelecimentos de ensino públicos e privados subvencionados na Comunidade germanófona e estabelecimentos de ensino privados subvencionados nas comunidades francófona e flamenga. Para os estabelecimentos públicos subvencionados nas comunidades francófona e flamenga, as autoridades de nível central e munícipios/províncias estão envolvidas na transferência de recursos para pessoal não docente. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Dinamarca e Islândia: O mapa revela a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, somente se encontra envolvido o nível central. Espanha: O mapa mostra ambas as autoridades de nível superior: a administração central e os departamentos de educação das Comunidades Autónomas. Representa a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. No caso dos estabelecimentos de ensino primário, estão envolvidas as administrações de nível central e local. França: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Quanto ao ensino secundário inferior, a autoridade local envolvida é o Département. Para os estabelecimentos de ensino secondário superior, a responsabilidade cabe à região. Nos estabelecimentos de ensino primário, estão envolvidos o nível central e municipal. Áustria: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen. No caso do allgemeinbildende höhere Schule, a transferência de recursos para o pessoal não docente envolve o nível central e regional. Portugal: Os agrupamentos de escola pagam ao pessoal docente e parcialmente ao pessoal não docente, transferindo para ambos os fundos recebidos do Ministério da Educação e Ciência. Em alguns casos, o pessoal não docente é pago pelo estabelecimento de ensino com verbas transferidas dos municípios (seja a partir de fundos próprios ou outros fundos recebidos do ministério). Eslováquia e Noruega: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso do ensino secundário superior, a transferência de recursos para pessoal não docente envolve o nível central e regional. Suécia: O nível central transfere um montante fixo aos municípios. Este montante é muito reduzido quando comparado com o orçamento do próprio município. Por sua vez, o município fornece às escolas os recursos para o pessoal docente e não docente, bens e serviços de funcionamento e bens de capital. Reino Unido (ENG/NIR): O mapa ilustra a situação dos estabelecimentos de ensino subsidiados (escolas primárias e secundárias) (ENG) e estabelecimentos de ensino controlados e católicos subsidiados (NIR). Em academies (ENG), voluntary grammar e grant maintained integrated schools (NIR), a transferência de recursos para o pessoal não docente envolve apenas o nível central. Listenstaine: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Quanto ao ensino primário, estão envolvidos o nível central e a administração local. A transferência de recursos destinados a bens correntes e de capital envolve dois ou três níveis de autoridade na maioria dos países Os bens e serviços correntes ou de funcionamento referem-se àqueles que são utilizados durante um determinado ano financeiro, ou seja, são utilizados para a prestação de serviços educacionais numa base diária e de forma recorrente, tais como materiais didáticos, estacionário, eletricidade, reparações e manutenções de pequena escala. Aqui estão também incluídas as despesas menores com equipamentos, desde que situadas abaixo de um determinado limiar de custos. A transferência ou afetação de fundos para bens de funcionamento envolve frequentemente mais níveis de autoridade do que os recursos para pessoal docente e não docente. Os fundos derivam normalmente do nível central mas são muitas vezes transferidos para as autoridades regionais e/ou locais antes de chegarem aos estabelecimentos de ensino. Além disso, em alguns países, as autoridades regionais ou locais também utilizam receitas fiscais locais, não só para financiar bens de funcionamento, como também outros recursos (ver Figura 1.6). Em mais de dois terços dos países, o financiamento de bens e serviços de funcionamento envolve quer as autoridades de nível central quer os municípios; em três países (República Checa (para estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior), França (para estabelecimentos de ensino secundário) e Roménia), verifica-se o envolvimento de três níveis de autoridade diferentes. Em seis países (Bélgica, Irlanda, Espanha (estabelecimentos de ensino secundário), Malta, Países Baixos e Listenstaine (estabelecimentos de ensino secundário)), a transferênca de fundos a estabelecimentos de ensino para bens e serviços de funcionamento envolve apenas autoridades de nível central. Pelo contrário, na Áustria (estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen), Croácia e Islândia, na transferência de fundos destinados a este tipo de recursos para estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior apenas se encontram envolvidas as autoridades locais (ver as notas específicas por país). No caso de estarem envolvidos dois ou três níveis de autoridade, constata-se a existência de diferentes modelos de distribuição. Pode, por exemplo, dar-se o envolvimento de todos os níveis de autoridade indicados no mapa para a transferência de recursos destinados à globalidade dos bens e serviços de funcionamento, ou pode acontecer que os diferentes níveis de autoridade são responsáveis pelo financiamento de elementos diferentes. Neste último caso, na maioria dos países, itens essenciais como material pedagógico e manuais de ensino são normalmente financiados a nível central, enquanto itens mais pequenos tais como fornecimento de estacionário são financiados por outros níveis de autoridade. 18 CAPÍTULO 1: AUTORIDADES ENVOLVIDAS NO FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS Contudo, em cerca de metade dos países, a repartição das responsabilidades quanto ao financiamento de vários tipos de bens e serviços de funcionamento apresenta mais variação. Por exemplo, em Chipre e na Eslovénia (para estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior), os recursos diretamente ligados ao ensino, tais como materiais didáticos, são atribuídos aos estabelecimentos de ensino de forma direta, sem o envolvimento das autoridades regionais ou locais. Todavia, outro tipo de despesa, como a manutenção de edifícios, envolve também as autoridades locais. Alguns tipos de despesas de funcionamento não envolvem qualquer financiamento por parte do nível central. Na Lituânia, por exemplo, só são utilizados impostos locais para financiar custos relacionados com a manutenção, enquanto na Roménia o mesmo tipo de imposto é usado para financiar materiais didáticos sem qualquer financiamento adicional por parte do nível central. Figura 1.3: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para despesas e serviços de funcionamento destinados ao ensino primário e secundário geral, 2013/14 Nível central Local Regional Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de bens e serviços de funcionamento, ver Glossário. As notas seguintes explicam as diferenças entre os níveis de ensino, e especificam quais os níveis representados no mapa. Os diagramas dos fluxos financeiros mostram informação complementar acerca dos órgãos envolvidos na transferência de fundos aos estabelecimentos de ensino, e podem ser utilizados conjuntamente com a informação fornecida na análise comparativa para se obter um retrato mais completo do sistema de financiamento em cada país. A autoridade de nível superior com responsibilidades pela educação num determinado país situa-se normalmente a nível nacional (estatal). No entanto, na Bélgica, Alemanha, Espanha e Reino Unido, as “regiões” (Communautés, Länder, Comunidades Autónomas e as administrações descentralizadas, respetivamente) são responsáveis pela totalidade ou quase totalidade das áreas relacionadas com a educação, e por conseguinte, são consideradas como o nível superior de autoridade. Notas específicas por país Bélgica: O mapa mostra a situação nas escolas comunitárias e dos estabelecimentos de ensino privados subvencionados das três comunidades. Para os estabelecimentos públicos subvencionados das três comunidades, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve as autoridades de nível central e local. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. República Checa: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior geral e de ensino secundário superior geral plurianual, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve as autoridades de nível central e regional. Dinamarca, Eslovénia, Islândia e Turquia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento apenas envolve as autoridades de nível central. Alemanha: Para algumas categorias de despesas correntes (por exemplo, materiais didáticos e transporte escolar), os órgãos que sustentam os estabelecimentos de ensino podem receber alocações de reembolsos ou de montantes fixos do orçamento dos Land. Irlanda: O mapa representa estabelecimentos de ensino primário e aproximadamente dois terços dos estabelecimentos de ensino secundário (cerca de 500). Para um terço dos estabelecimentos de ensino secundário, os fundos passam pelas Direções de Educação e Formação. Espanha: O mapa mostra ambas as autoridades de nível superior: a administração central e os departamentos de educação das Comunidades Autónomas. Representa a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. No caso dos estabelecimentos de ensino primário,a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve as autoridades de nível central e as administrações locais. França: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Quanto ao ensino secundário inferior, a 19 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO autoridade local envolvida é o Département. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, a responsabilidade cabe à região. No caso dos estabelecimentos de ensino primário, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve as autoridades de nível central e local. Croácia: O mapa mostra os níveis primário e secundário inferior. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve apenas o nível regional. Áustria: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen. No caso do allgemeinbildende höhere Schule, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve os níveis central e regional. Eslováquia e Noruega: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve o nível central e o nível regional. Suécia: O nível central transfere um montante fixo aos municípios. Este montante é muito reduzido quando comparado com o orçamento do próprio município. Por sua vez, o município fornece às escolas os recursos para o pessoal docente e não docente, bens e serviços de funcionamento e bens de capital. Reino Unido (ENG, NIR): O mapa ilustra a situação dos estabelecimentos de ensino subsidiados (escolas primárias e secundárias) (ENG) e estabelecimentos de ensino controlados e católicos subsidiados (NIR). Em academies (ENG), voluntary grammar e grant maintained integrated schools (NIR), a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve apenas o nível central. Listenstaine: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Para os estabelecimentos de ensino primário, a transferência de recursos para bens e serviços de funcionamento envolve o nível central e a administração local. Tal como sucede para a rubrica de aquisição de bens e serviços de funcionamento, o financiamento de bens de capital envolve, regra geral, dois níveis de autoridade, ou seja, o nível central juntamente com as regiões ou autoridades locais. Todavia, observam-se exceções: em cinco países existem três níveis de autoridade implicados no financiamento de bens de capital. São eles a França (estabelecimentos de ensino secundário), Áustria (estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen), Itália, Polónia e Roménia. Porém, em vários outros países (Bélgica, Irlanda, Espanha (estabelecimentos de ensino secundário), Malta e Listenstaine (estabelecimentos de ensino secundário)) a autoridade de nível central é a única responsável pelo financiamento dos bens de capital. À exceção dos Países Baixos, trata-se do mesmo grupo de países que também atribui responsabilidade exclusiva à autoridade de nível central para o financiamento de bens e serviços de funcionamento. Figura 1.4: Níveis de autoridade pública envolvidos na transferência de recursos para bens de capital destinados ao ensino primário e secundário geral, 2013/14 Nível central/superior Local Regional Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de bens de capital, ver Glossário. As notas seguintes explicam as diferenças entre os níveis de ensino, e especificam quais os níveis representados no mapa. Os diagramas dos fluxos financeiros mostram informação complementar acerca dos órgãos envolvidos na transferência de fundos aos estabelecimentos de ensino, e podem ser utilizados conjuntamente com a informação fornecida na análise comparativa para se obter um retrato mais completo do sistema de financiamento em cada país. A autoridade de nível superior com responsibilidades pela educação num determinado país situa-se normalmente a nível nacional (estatal). No entanto, na Bélgica, Alemanha, Espanha e Reino Unido, as “regiões” (Communautés, Länder, Comunidades Autónomas e as administrações descentralizadas, respetivamente) são responsáveis pela totalidade ou quase totalidade das áreas relacionadas com a educação, e por conseguinte, são consideradas como o nível superior de autoridade. 20 CAPÍTULO 1: AUTORIDADES ENVOLVIDAS NO FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS Notas específicas por país Bélgica: O mapa mostra a situação nas escolas comunitárias e dos estabelecimentos de ensino privados subvencionados das três comunidades. Para os estabelecimentos públicos subvencionados das três comunidades, a transferência de recursos para bens de capital envolve as autoridades de nível central e local. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. República Checa: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior geral e de ensino secundário superior geral plurianual, a transferência de recursos para bens de capital envolve as autoridades de níveis central e regional. Dinamarca, Eslovénia, Islândia e Turquia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, a transferência de recursos para bens de capital apenas é assegurada ao nível do ministério. Alemanha: O órgão que sustenta os estabelecimentos de ensino (Schulträger) financia os bens de capital mas na maioria dos Länder, as autoridades locais podem receber apoio financeiro do Land para trabalhos de construção, compra de edifícios, renovações, etc. Espanha: O mapa mostra ambas as autoridades de nível superior: a administração central e os departamentos de educação das Comunidades Autónomas. Representa a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. No caso dos estabelecimentos de ensino primário, a transferência de recursos para bens de capital envolve as autoridades de nível central e a administração local. França: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Para o ensino secundário inferior, a autoridade local envolvida é o Département. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, a responsabilidade cabe à região. No caso dos estabelecimentos de ensino primário, a transferência de recursos para bens de capital envolve os níveis central e municipal. Croácia, Eslováquia e Noruega: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, a transferência de recursos para bens de capital envolve os níveis central e regional. Áustria: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen. No caso do allgemeinbildende höhere Schule, a transferência de recursos para bens de capital envolve apenas o nível central. Suécia: Os bens de capital são da responsabilidade direta dos municípios (apesar de uma pequena proporção derivar do nível central através de um montante fixo). Reino Unido (ENG/NIR): O mapa ilustra a situação dos estabelecimentos de ensino subsidiados (ENG) e estabelecimentos de ensino controlados e católicos subsidiados (NIR). Em academies (ENG), voluntary grammar e grant maintained integrated schools (NIR), a transferência de recursos para bens de capital apenas envolve o nível central. Listenstaine: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Para os estabelecimentos de ensino primário, a transferência de recursos para bens de capital envolve o nível central e a administração local. Uma vez mais, à semelhança do que sucede com os bens de funcionamento, observam-se algumas diferenças na forma como são financiados os diferentes tipos de despesa de capital. Em geral, grandes investimentos de capital, como a construção de edifícios ou a aquisição de propriedades, são mais centralizados do que a aquisição de material de ensino (ver Diagramas) com duas exceções: na Áustria (para estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen) o financiamento para a construção de edifícios escolares deriva do rendimento regional e local, enquanto o nível central fornece os manuais diretamente aos estabelecimentos de ensino; na Croácia, a construção e renovação de escolas é financiada a partir de impostos regionais (secundário superior) ou locais (primário e secundário inferior); por outro lado, a despesa em TIC e outros equipamentos destinados ao ensino é financiada a partir dos orçamentos central e local. Em suma, a transferência de fundos para pessoal docente é a área que envolve menor número de níveis de autoridade, com fundos transferidos diretamente do nível central para os estabelecimentos de ensino num terço dos países. Nos restantes países, os ministérios de nível superior partilham a responsabilidade pela transferência de fundos e/ou pelo pagamento do pessoal com as autoridades locais (especialmente nos países nórdicos), ou com as autoridades regionais ou divisões administrativas das autoridades de nível superior. A situação é semelhante para o pessoal não docente, embora aqui seja mais comum o envolvimento das autoridades locais ou regionais, seja sozinhas ou em conjunto com as autoridades de nível central. A transferência de recursos para bens de funcionamento e de capital envolve com frequência dois ou três níveis de autoridade. Consequentemente, pode afirmar-se que, em geral, as principais categorias de recursos (pessoal, bens de funcionamento e de capital) contam com o envolvimento de mais de um nível de autoridade na transferência de recursos para os estabelecimentos de ensino. Todavia, em alguns países, só o nível central se encontra envolvido na transferência de recursos aos estabelecimentos de ensino para o conjunto das categorias de recursos (pessoal, bens de funcionamento e de capital). Trata-se, designadamente, da Bélgica (para escolas comunitárias e da rede privada subvencionada), Irlanda, Espanha (ver as notas específicas por país para estes três países) e Malta. Nos Países Baixos, todas as categorias de recursos, exceto os bens de capital, envolvem unicamente a autoridade de nível superior. Na Alemanha, a transferência de recursos para as rubricas de pessoal não docente, bens e serviços de funcionamento e bens de capital é feita por via do órgão de “sustentação” das escolas (Schulträger), e na Islândia (para estabelecimentos de ensino primário e secundário), o município é responsável pela transferência de recursos para as rubricas de pessoal e aquisição de bens de funcionamento. 21 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Cerca de metade dos países contam com uma autoridade intermédia para receber a dotação global ou o montante fixo, distribuindo depois esse valor entre as várias categorias de recurso Tal como o nome sugere, as autoridades intermédias estão numa posição “intermédia” no esquema de financiamento do setor da educação. De um modo geral, este tipo de autoridade recebe os seus fundos do nível central, mas também pode, eventualmente, criar as suas próprias receitas através, por exemplo, da cobrança de impostos locais. Por outro lado, as autoridades intermédias têm, por vezes, poder para decidir o montante a ser atribuído às diferentes categorias de recursos (repartição da dotação global ou do montante fixo). Em alguns países, porém, o seu papel pode ser restringir-se à transferência dos fundos que recebem. No presente relatório, o termo autoridade intermédia não implica quaisquer poderes, servindo apenas para descrever a posição destas autoridades entre o nível central e o estabelecimento de ensino. As responsabilidades das autoridades intermédias também dependem dos mecanismos ou técnicas utilizadas na afetação de recursos. Os capítulos 2 e 3 lidam mais pormenorizadamente com as questões dos métodos e critérios de financiamento. Não obstante a autonomia das escolas não constituir objeto de estudo neste relatório, é importante salientar que as autoridades regionais ou locais também podem consentir a autonomia escolar na tomada de decisões sobre a alocação de recursos. Para efeitos do presente relatório, “dotação global” é definida como um montante de verbas fornecidas às autoridades intermédias, destinadas a cobrir pelo menos duas de três categorias de recursos (pessoal, bens de funcionamento e bens de capital). Um “montante fixo” define-se como um montante de fundos atribuídos às autoridades locais ou regionais, destinados a cobrir um leque de serviços públicos, incluindo a educação. As autoridades intermédias determinam o montante de verbas a afetar à educação, tomando em conta as necessidades dos restantes serviços públicos, e quais limites estipulados na legislação ou regulamentação vigentes. No caso da dotação global, são as autoridades centrais que decidem normalmente o montante a conceder à educação, cabendo às autoridades intermédias apenas o poder de distribuição de fundos entre os diferentes tipos de recursos. Não obstante as autoridades intermédias terem eventualmente mais espaço de manobra no momento de alocação de fundos a partir de um montante fixo, também é certo que têm de harmonizar as diversas exigências do setor da educação com os restantes serviços públicos. Na prática, porém, as autoridades intermédias não detêm autonomia completa para decidir o montante a gastar em educação. Por outro lado, existem diferenças entre os países quanto à questão do montante fixo ou dotação global estarem destinados a cobrir a totalidade das categorias de recursos ou restringirem-se apenas a categorias específicas. No primeiro caso as autoridades intermédias podem ter mais autonomia para decidir como identificar recursos mas, mais uma vez, tal dependerá das condições associadas e de quaisquer critérios que sejam obrigadas a utilizar na distribuição dos recursos (ver capítulos 2 e 3). Em cerca de um quarto dos países, especialmente no Norte da Europa, as autoridades regionais ou locais recebem do nível central um montante fixo, o qual é posteriormente distribuído. No entanto, podem observar-se diferenças, inclusive dentro de um país, relativamente à forma como tal decorre este processo. Na Finlândia, por exemplo, uma grande proporção do financiamento concedido para as escolas é atribuído aos municípios como um montante fixo. Cabe depois ao município decidir se atribui um orçamento aos estabelecimentos de ensino, que estes deverão livremente gerir à medida das suas prioridades. Na Grécia, os municípios repartem a sua dotação global e afetam os fundos a rubricas de pessoal não docente e de bens de funcionamento. Em Chipre, a direção escolar responsável por todos os estabelecimentos de ensino dentro de cada município recebe uma dotação global do Ministério da Educação e Cultura, a qual é depois distribuída entre todas as categorias de recursos exceto a que respeita ao pessoal docente. Em cerca de metade dos países, os fundos estabelecidos para diferentes categorias de recursos são direcionados para recursos específicos (como sucede na Itália e Letónia) ou, em alternativa, as autoridades locais ou regionais transferem uma dotação global diretamente para os estabelecimentos de ensino sem a repartirem (como sucede na Estónia). 22 CAPÍTULO 1: AUTORIDADES ENVOLVIDAS NO FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS Figura 1.5: Países onde as autoridades intermédias recebem um montante fixo ou dotação global e procedem à sua afetação a diferentes categorias de recursos (pessoal, bens de funcionamento e bens de capital) Dotação global atribuída para afetação a diferentes categorias de recursos Montante fixo atribuído para afetação a diferentes categorias de recursos Informação não disponível Sem dotações globais ou montantes fixos afetos a diferentes categorias de recursos Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de montante fixo e dotação global, ver Glossário. As notas seguintes explicam as diferenças entre os níveis de ensino, e especificam quais os níveis representados no mapa. Notas específicas por país Bélgica: O mapa mostra a situação nas escolas comunitárias e estabelecimentos de ensino privados subvencionados. Quanto aos estabelecimentos públicos subvencionados, a entidade organizadora é uma autoridade de nível local (municípios, províncias ou cidades). No caso deste tipo de estabelecimento, os municípios recebem e distribuem uma dotação global para diferentes recursos. Quanto aos estabelecimentos da rede privada subvencionada, a “entidade organizadora” é um indivíduo ou uma entidade de direito privado, que dirige um ou mais escolas. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Dinamarca: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. Não há autoridades intermédias envolvidas no financiamento dos estabelecimentos de ensino secundário superior. Grécia: É distribuída pelos municípios uma dotação global. Portugal: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. É atribuída pelo Ministério das Finanças aos municípios uma dotação global destinada aos estabelecimentos de ensino primário para cobrir os recursos de funcionamento e de capital. Eslovénia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. As autoridades locais não financiam os estabelecimentos de ensino secundário superior. Suécia: O montante fixo atribuído pelo governo aos municípios é muito limitado quando comparado com o orçamento próprio desta autoridade. Reino Unido (ENG/NIR): O mapa ilustra a situação dos estabelecimentos de ensino subsidiados (ENG) e estabelecimentos de ensino controlados e católicos subsidiados (NIR). Não há autoridades intermédias envolvidas no financiamento das academies (ENG), voluntary grammar e grant maintained integrated schools (NIR). Islândia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. Não há autoridades intermédias envolvidas no financiamento dos estabelecimentos de ensino secundário superior. Listenstaine: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Para os estabelecimentos de ensino primário, não há transferência de dotação global. As autoridades locais ou regionais contribuem para o financiamento da educação escolar a partir de receitas próprias em mais de dois terços dos países, As “receitas próprias” das autoridades locais ou regionais referem-se, na maior parte dos casos, aos impostos cobrados por estas autoridades aos residentes/empresas locais. Os impostos locais são, naturalmente, utilizados também para outros fins que não a educação, pelo que o montante que se destina a este setor depende com frequência das necessidades de outros serviços públicos, assim como das prioridades políticas da respetiva autoridade regional ou local. Entre os países, verifica-se alguma variação na forma como é aplicado este tipo de receita: em alguns casos é utilizada para todas as categorias de recursos educativos; noutros casos é direcionada para alguns recursos em particular. 23 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO São 27 os países onde as autoridades regionais ou locais usam receitas próprias para financiar os estabelecimentos de ensino. Nos países nórdicos, Bulgária (estabelecimentos de ensino municipais), Estónia e Reino Unido (Escócia), este tipo de rendimento é utilizado para o conjunto de categorias de recursos. Em 17 países, encontra-se limitado apenas a alguns recursos. Na Lituânia e na Roménia, por exemplo, os rendimentos locais/regionais destinam-se a bens de funcionamento e de capital. Na Polónia, apesar de as autoridades locais terem autonomia para afetar as receitas próprias como lhes aprouver, utilizam-nas principalmente para financiar as rubricas de pessoal docente (sob a forma de subsídios salariais), bens de capital (prestação do seu próprio contributo quando tal for requerido para fins de candidaturas a determinadas subvenções) e para transportes. Na Croácia e Países Baixos, as receitas próprias das autoridades intermédias são utilizadas para financiar bens de capital. Por último, embora em praticamente todos os países as autoridades intermédias apliquem receitas próprias para financiar pelo menos um tipo de recurso, somente cerca de metade dos países utiliza estas receitas para financiar o pessoal docente. Figura 1.6: Países onde as autoridades intermédias usam receitas próprias para financiamento de recursos escolares (pessoal docente, pessoal não docente, bens de funcionamento e de capital) Receitas próprias usadas apenas para algumas categorias de recursos Receitas próprias usadas para todas as categorias de recursos Informação não disponível Não são utilizadas receitas próprias para financiar escolas Fonte: Eurydice. Nota explicativa Receita própria refere-se a impostos ou outros rendimentos cobrados pelas autoridades locais ou regionais para financiar serviços públicos. As notas seguintes explicam as diferenças entre os níveis de ensino, e especificam quais os níveis representados no mapa. Notas específicas por país Bélgica (BE fr): O mapa mostra a situação nos estabelecimentos de ensino comunitários e privados subvencionados. Para os estabelecimentos públicos subvencionados, as autoridades locais utilizam receitas próprias para financiar o pessoal técnico e de manutenção, bens de funcionamento e bens de capital. Bélgica (BE de): O mapa mostra a situação nos estabelecimentos de ensino comunitários e privados subvencionados. Para os estabelecimentos públicos subvencionados, os municípios utilizam receitas próprias para financiar bens de funcionamento e de capital. Bélgica (BE nl): O mapa mostra a situação nos estabelecimentos de ensino comunitários e privados subvencionados. Para os estabelecimentos públicos subvencionados, os municípios podem utilizer receitas próprias para cobrir cerca de 30 a 40 por cento dos recursos de capital. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Dinamarca e Islândia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, não são utilizadas receitas próprias como fonte de financiamento. Espanha: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. As autoridades locais podem financiar os estabelecimentos de ensino primário a partir de receitas próprias. As Comunidades Autónomas cobram os seus próprios impostos, recolhidos para o “Fundo de Garantia de Serviços Básicos” gerido pela administração central, o qual representa um montante fixo para todos os serviços públicos. Este montante é depois redistribuído pelas Comunidades Autónomas, que poderão utilizar os fundos para a educação ou outros serviços públicos. Eslovénia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. As autoridades locais não financiam os estabelecimentos de ensino secundário superior. Reino Unido (ENG): A informação na Figura aplica-se apenas a estabelecimentos de ensino subsidiados; as autoridades intermédias (LAs) não intervêm no financiamento das academies. Reino Unido (SCT): É da responsabilidade de cada autoridade local a afetação do total de recursos financeiros disponíveis (montante fixo e receitas de impostos municipais e outras receitas), de acordo com as necessidades e as prioridades locais. 24 CAPÍTULO 2: MÉTODOS UTILIZADOS PARA DEFINIR O NÍVEL DE RECURSOS NECESSÁRIOS A afetação de recursos de acordo com as necessidades dos estabelecimentos de ensino é um dos desafios com que se deparam as autoridades educativas. Outra questão pertinente é se tal afetação é efetuada de forma equitativa e eficiente. A presente secção tem por objetivo identificar os métodos utilizados pelas autoridades educativas para determinar o montante de recursos a conceder aos estabelecimentos de ensino. Examinará se existe uma relação entre o tipo de recurso (para pessoal docente, bens e serviços de funcionamento ou bens de capital) e o método de alocação utilizado. Analisará ainda se os métodos diferem consoante o nível de autoridade implicado (central, regional ou local). É possível identificar dois modelos principais. O primeiro utiliza um procedimento acordado assente em critérios predefinidos para determinar o montante exato de recursos que os estabelecimentos de ensino devem receber. O outro modelo vulgarmente utilizado baseia-se, pelo contrário, numa estimativa das necessidades das escolas, podendo ponderar ou não quaisquer critérios predefinidos. Segundo este último modelo, as autoridades educativas responsáveis têm mais autonomia para decidir o nível de recursos a atribuir. No âmbito destes dois modelos, podem identificar-se três métodos de financiamento: 1. A fórmula de financiamento, normalmente associada ao primeiro modelo, utiliza critérios definidos e aplica-lhes uma regra universalmente acordada para fixar o montante de recursos a que cada estabelecimento tem direito. 2. A aprovação orçamental, normalmente associada ao segundo modelo, envolve a atribuição de recursos às autoridades/estabelecimentos de ensino em conformidade com um orçamento elaborado por eles próprios, submetido à aprovação da autoridade pública responsável. 3. A determinação discricionária de recursos também se encontra associada com o segundo modelo. Segundo este método, o montante de recursos é determinado pela autoridade concernente. É fixado sem fazer referência a qualquer outra autoridade, o que significa que não se submete a uma fórmula de financiamento definida para calcular os montantes atribuídos. A estimativa das necessidades e a correspondente alocação têm lugar caso a caso. Segue-se uma análise baseada nos fluxos financeiros representados nos diagramas nacionais, os quais, aliás, não quantificam a contribuição financeira feita efetivamente pelas autoridades competentes relativamente às despesas de pessoal, de funcionamento e de capital. Consequentemente, este capítulo descreve os métodos utilizados para determinar o nível de recursos independentemente da dimensão dos montantes atribuídos. Os tipos de financiamento considerados são: subsídios destinados a um recurso específico; dotações globais (destinadas a financiar mais do que uma categoria de recursos); e montantes fixos (destinados a financiar um leque de serviços públicos). Em cinco sistemas educativos, as autoridades educativas competentes utilizam apenas a fórmula de financiamento para determinar o nível de recursos necessários para despesas de pessoal, corrente e de capital Na Bulgária (estabelecimentos de ensino municipal), tanto o Ministério das Finanças como o Ministério da Educação e Ciência atribuem uma dotação global às câmaras municipais ou autoridades locais, utilizando uma fórmula de financiamento. Estas câmaras/autoridades transmitem elas próprias os bens necessários aos estabelecimentos de ensino ou, em alternativa, transferem fundos financeiros às autoridades escolares, utilizando também uma fórmula de financiamento. Em Espanha, o Governo atribui um montante fixo aos ministérios de cada Comunidade Autónoma, com base numa fórmula acordada para determinar o montante de financiamento necessário. Os ministérios competentes de cada Comunidade Autónoma podem ainda utilizar uma fórmula acordada para atribuir verbas aos estabelecimentos de ensino. Em ambos os países, a fórmula utilizada pelas autoridades intermédias pode variar entre as autoridades. Os estabelecimentos de ensino de Malta recebem do Ministério da Educação e Emprego duas subvenções distintas – uma destinada ao pessoal e a outra aos bens de funcionamento e de capital. As subvenções são calculadas de acordo com uma fórmula de financiamento. 25 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Figura 2.1: Utilização de fórmulas de financiamento para determinar o nível de recursos para despesas de pessoal, bens e serviços de funcionamento e bens de capital no ensino primário e secundário geral, 2013/14 Todas as autoridades educativas competentes utilizam apenas fórmulas de financiamento As autoridades educativas competentes não utilizam fórmulas de financiamento Fonte: Eurydice. Nota explicativa O mapa mostra se é utilizada uma fórmula de financiamento pelo conjunto das autoridades/entidades educativas responsáveis pela definição do nível de recursos destinados a despesas de pessoal, bens e serviços de funcionamento e bens de capital. Nos casos em que a decisão cabe às autoridades/entidades regionais e locais, é reportado o método habitualmente utilizado. Para uma definição de bens de capital, bens e serviços de funcionamento, fórmula de financiamento, ver Glossário. Nota específica por país Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Na Finlândia e na Noruega é igualmente aplicada, de forma sistemática, uma fórmula de financiamento pelos ministérios competentes de modo a determinar o montante fixo atribuído aos municípios. Este montante destina-se a financiar, não somente a educação, mas também outros serviços públicos sob a alçada dos municípios. Por sua vez, estes utilizam uma fórmula de financiamento para alocarem fundos aos estabelecimentos de ensino a partir do montante fixo que recebem e das receitas fiscais que cobram. A fórmula pode divergir entre os municípios. Três países apresentam a aprovação orçamental ou a determinação discricionária como os métodos habitualmente usados para definir o nível de recursos de pessoal, bens correntes e de capital Na Grécia, a aprovação orçamental é o método habitualmente utilizado pelos ministérios responsáveis pela afetação de recursos às autoridades intermédias envolvidas no financiamento das escolas. Por sua vez, os municípios ponderam as necessidades das escolas e fornecem-lhes os recursos adequados (ou seja, utilizando o método da determinação discricionária de recursos). Por outro lado, agências estatais que obtêm financiamento por parte dos ministérios competentes, fornecem aos estabelecimentos de ensino os bens e serviços necessários ao seu funcionamento. O instituto DIOFANTOS (Instituto de Tecnologia Informática e Imprensa) imprime manuais escolares e distribui os mesmos pelos estabelecimentos de ensino, enquanto a empresa Ktiriakes Ypodomes S.A. (Buildings Infrastructure S.A.) adquire outros tipos de bens de capital e de serviços (como, por exemplo, equipamentos, serviços de reparação e de manutenção, compra de terrenos e construção de novos edifícios). Também na Hungria, a agência estatal Klebelsberg (Centro de Manutenção de Institutions Maintenance Centre) recebe subvenções do Ministério dos Recursos Humanos para pagar rubricas de pessoal, aquisição direta de bens e serviços de funcionamento e ainda para o pagamento de alguns custos de capital. Os distritos escolares (unidades locais da Klebelsberg), responsáveis por vários estabelecimentos de ensino, submetem os seus orçamentos à Klebelsberg para aprovação. 26 CAPÍTULO 2: MÉTODOS UTILIZADOS PARA DEFINIR O NÍVEL DE RECURSOS NECESSÁRIOS Em Portugal, os ministérios competentes não utilizam uma regra comum para determinar o nível de financiamento destinado aos municípios, agrupamentos de escola ou estabelecimentos de ensino individuais. Os fundos para custos de capital tendem a ser livremente determinados pelos ministérios competentes caso a caso, sem submissão a qualquer fórmula estabelecida ou critérios predefinidos. Os municípios, agrupamentos de escola ou estabelecimentos de ensino individuais submetem o seu próprio orçamento para pessoal não docente e para custos de funcionamento aos ministérios competentes para fins de aprovação. Os ministérios a nível central utilizam fórmulas de financiamento para determinar o nível de recursos destinados ao pessoal docente em 28 sistemas educativos Um pouco por toda a Europa, a forma mais habitual utilizada pelos ministérios a nível central para determinar o nível dos recursos a afetar ao pessoal docente é a fórmula de financiamento. Podem dividirse em duas grandes categorias os 28 sistemas de educação que utilizam este método: em primeiro lugar, consideram-se os sistemas em que as verbas para o pessoal docente fazem parte de um montante fixo ou dotação global atribuídos às autoridades a nível de escola ou às autoridades intermédias; em segundo lugar, aqueles sistemas em que os ministérios atribuem aos órgãos ou autoridades competentes uma subvenção destinada aos custos com o pessoal docente, ou pelo contrário, pagam diretamente aos docentes. Os países no Norte da Europa pertencem geralmente à primeira categoria. O valor é idêntico para cada categoria. Na Polónia, Finlândia, Suécia, Reino Unido (País de Gales e Escócia) e Noruega, as autoridades locais, que possuem uma autonomia significativa na gestão dos serviços públicos – incluindo a educação –, recebem um montante fixo baseado numa fórmula de financiamento. Este montante fixo, que em alguns países pode ser uma quantia pequena, é utilizado para a aquisição ou alocação de recursos necessários ao funcionamento de serviços públicos sob a sua alçada. Na Bulgária (estabelecimentos de ensino municipais), o Ministério das Finanças atribui uma dotação global às câmaras municipais e autoridades locais, as quais, por sua vez, afetam outra dotação global aos estabelecimentos de ensino para remuneração do pessoal docente. Na Estónia é atribuída uma dotação global às administrações locais para financiar despesas com pessoal e bens de capital, assim como uma fração das despesas com a aquisição de bens e serviços de funcionamento. Na Lituânia, o Ministério da Educação concede aos municípios uma dotação global, a qual é depois alocada aos estabelecimentos de ensino para pagarem os salários aos docentes e para aquisição de manuais e outros recursos relacionados com o ensino. Nos Países Baixos, a Agência de Execução para a Educação recebe um financiamento do Ministério da Educação, Cultura e Ciência e atribui dotações globais às autoridades escolares para cobrir despesas com pessoal e despesas de tipo corrente. Na Roménia, o Ministério das Finanças Públicas concede uma dotação global ao Departamento Geral das finanças públicas concelhias, o qual a transfere para as Inspeções Escolares Concelhias. Por sua vez, estas transferem os montantes para as câmaras locais e depois finalmente para os órgãos de gestão das escolas. Esta dotação é utilizada para cobrir salários de pessoal, formação em contexto de trabalho e parte das despesas de funcionamento e com bens de capital. Também no Reino Unido (Inglaterra e Irlanda do Norte) é atribuída às autoridades locais, por parte dos ministérios competentes, uma dotação global para todos os recursos exceto bens de capital. Esta situação só se aplica aos estabelecimentos de ensino subvencionados em Inglaterra e aos estabelecimentos de ensino controlados e subvencionados na Irlanda do Norte. Na Dinamarca e Eslovénia, os ministérios competentes fornecem uma dotação global aos diretores/órgãos de gestão dos estabelecimentos de ensino secundário superior. No caso da Dinamarca a dotação destina-se a todas as categorias de recursos e no caso da Eslovénia apenas a despesas de pessoal e a bens e serviços de funcionamento. Nos casos em que não é utilizado qualquer procedimento comum para definir o nível de recursos para o pessoal docente, as autoridades competentes atribuem dotações destinadas especificamente a este fim em todos os países, exceto na Dinamarca (para estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior). Nete país, os fundos reservados para este fim fazem parte de um montante fixo atribuído aos municípios. Em oito sistemas educativos os professores são pagos diretamente pelo ministério competente. Em todos os países, exceto na Hungria e em Portugal, é utilizada uma fórmula de financiamento para estabelecer o nível de recursos necessários para cobrir esta categoria de despesas em todos os países. 27 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Figura 2.2: Métodos de financiamento utilizados pelos ministérios a nível central para calcular o montante de recursos total ou parcialmente destinados às despesas com pessoal docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 " Montante fixo/dotação global baseados em fórmulas de financiamento Dotação destinada a despesas com o ensino baseada em fórmulas de financiamento Montante fixo/dotação global determinados através de outros métodos Dotação destinada a custos de ensino determinada através de outros métodos Pessoal docente pago diretamente pelo ministério competente Sem envolvimento dos ministérios de nível central nesta área Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de pessoal docente, dotação global, montante fixo, fórmula de financiamento, ver Glossário. A atual Figura fornece informações sobre: o método usado pelos ministérios a nível central para determinar o nível de financiamento destinado a cobrir, total ou parcialmente, os custos com pessoal docente; o tipo de financiamento atribuído – montante fixo, dotação global ou dotação destinada especificamente para a categoria de pessoal. Notas específicas por país Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Dinamarca: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. Quanto aos estabelecimentos de ensino secundário superior, o Ministério da Educação utiliza uma fórmula de financiamento e distribui fundos como dotações determinadas a nível de tarefa, suplementados por dotações básicas, fundos direcionados para atividades de investigação e desenvolvimento, e modelos de acordos plurianuais. Os fundos são geralmente atribuídos como parte de uma dotação global. Alemanha: São utilizadas fórmulas de financiamento para projetar custos com pessoal. Estes custos projetados tornam-se parte da proposta orçamental do Land. Espanha: As Comunidades Autónomas recebem um montante fixo da administração central. Eslovénia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino que oferecem a escolaridade obrigatória. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, o Ministério da Educação, Ciência e Desporto concede uma dotação global para cobrir gastos com pessoal e despesas de funcionamento, utilizando uma fórmula para determinar o montante da dotação global. Suécia: As autoridades educativas centrais não têm praticamente qualquer envolvimento no financiamento do pessoal docente, pois o montante fixo contribui muito pouco para os orçamentos dos municípios para o setor da educação. Islândia: O orçamento para o pessoal docente no nível primário e secundário inferior deriva das próprias receitas fiscais dos municípios. Quanto aos estabelecimentos de ensino secundário superior, a dotação global, que cobre notavelmente os custos com o pessoal docente, é atribuída aos órgãos de gestão/direção das escolas pelo Ministério da Educação, através de uma fórmula de financiamento utilizada para determinar o montante da dotação global. Na maioria dos países, os ministérios a nível central utilizam uma fórmula de financiamento para determinar o nível de recursos destinados a bens e serviços de funcionamento À semelhança do que sucede em relação ao pessoal docente, também em relação à categoria de bens e serviços de funcionamento é utilizada, pelos ministérios competentes, uma fórmula de financiamento. Independentemente do tipo de financiamento (dotações ou montantes fixos) e quer se destine a cobrir todos ou somente uma parte dos custos envolvidos, este é o método mais comummente adotado para determinar o nível de recursos a afetar à categoria suprareferida. 28 CAPÍTULO 2: MÉTODOS UTILIZADOS PARA DEFINIR O NÍVEL DE RECURSOS NECESSÁRIOS Apenas três países aplicam um método diferente daquele que é utilizado para determinar o nível de recursos para o pessoal docente. Na Bélgica (Comunidade germanófona), não é utilizada uma fórmula para calcular os recursos necessários para cobrir os encargos com os bens e serviços de funcionamento para os estabelecimentos de ensino da Comunidade. O mesmo se aplica à República Checa no que diz respeito à maioria do financiamento fornecido para bens e serviços de funcionamento, mas já os orçamentos para equipamentos de ensino e desenvolvimento escolar são de facto determinados com base numa fórmula. Na Turquia, é utilizada uma fórmula de financiamento para estabelecer o nível de financiamento para este tipo de recurso. Na Alemanha, os Länder não se encontram envolvidos na definição do nível de recursos consignados aos bens e serviços de funcionamento. Na Croácia e na Áustria (Volksschulen, Hauptschulen e Neue Mittelschulen), os bens e serviços de funcionamento são financiados apenas pelas receitas locais, enquanto os recursos para o pessoal docente são determinados pelos ministérios competentes a nível central a partir de uma fórmula de financiamento. Figura 2.3: Métodos de financiamento utilizados pelos ministérios a nível central para determinar o nível de recursos destinados, total ou parcialmente, às despesas com bens e serviços de funcionamento, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Montante fixo/dotação global baseados em fórmulas de financiamento Dotação destinada a despesas de funcionamento baseada em fórmulas de financiamento Montante fixo/dotação global determinados através de outros métodos Dotação destinada a despesas de funcionamento determinada através de outros métodos Sem envolvimento dos ministérios a nível central nesta área Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de bens e serviços de funcionamento, dotação global, montante fixo, fórmula de financiamento, ver Glossário. A atual Figura fornece informações sobre: o mecanismo utilizado pelos ministérios a nível superior para determinar o nível de financiamento destinado a cobrir, total ou parcialmente, as despesas de funcionamento; o tipo de financiamento atribuído – montante fixo, dotação global ou dotação destinada a bens e serviços de funcionamento. Notas específicas por país Bélgica (BE de): A informação diz respeito aos estabelecimentos de ensino da comunidade, exceto para os fundos concedidos para fins educativos. Os recursos destinados a bens e serviços de funcionamento são determinados por uma fórmula no caso dos estabelecimentos de ensino privados e públicos subvencionados. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. República Checa: A fórmula utilizada para determinar apenas uma pequena proporção do montante destinado a bens e serviços de funcionamento (para materiais de ensino e desenvolvimento escolar). Dinamarca: O mapa mostra a situação nos níveis de ensino primário e secundário inferior. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, o Ministério da Educação utiliza uma fórmula de financiamento e distribui fundos como dotações determinadas a nível de tarefa, suplementados por dotações básicas, fundos direcionados para atividades de investigação e desenvolvimento, e modelos de acordos plurianuais. Os fundos são geralmente atribuídos como parte de uma dotação global. Espanha: As Comunidades Autónomas recebem um montante fixo da administração central. Croácia: Somente são utilizados impostos locais (seja provenientes de cidades/municípios ou de distritos (counties), dependendo do nível de ensino da escola) para financiar os gastos correntes. Chipre: Para além da dotação destinada aos gastos correntes, os fundos atribuídos aos órgãos de direção das escolas como dotações globais são também utilizados para cobrir alguns dos custos com bens e serviços correntes. 29 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Áustria: O mapa mostra a situação para os Volksschulen, Hauptschulen e os Neue Mittelschulen, cujo orçamento para os gastos correntes deriva das próprias receitas dos municípios. No que respeita ao allgemeinbildende höhere Schulen, o Ministério Federal da Educação e Assuntos das Mulheres utiliza uma fórmula de financiamento para determinar o montante da dotação a conceder às Direções Regionais de Educação. Eslovénia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino responsáveis pela escolaridade obrigatória. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, o Ministério da Educação, Ciência e Desporto fornece uma dotação global para cobrir gastos com pessoal e despesas de funcionamento, a partir de uma fórmula para determinar o montante da dotação global. Suécia: As autoridades educativas centrais não têm praticamente qualquer envolvimento no financiamento de bens e serviços de funcionamento, pois o montante fixo contribui muito pouco para os orçamentos municipais para o setor da educação. Islândia: O mapa mostra a situação nos níveis primário e secundário inferior em que o orçamento para bens e serviços de funcionamento vem exclusivamente das próprias receitas fiscais dos municípios. Quanto aos estabelecimentos de ensino secundário superior, é atribuída pelo Ministério da Educação uma dotação destinada a custos de funcionamento, sendo esta autoridade livre para determinar o nível de recursos. Listenstaine: Os estabelecimentos de ensino secundário também podem solicitar recursos adicionais para bens de funcionamento com base nas necessidades. Os ministérios a nível central determinam, na maioria dos países, o nível de recursos para bens de capital com base numa estimativa de necessidades A maioria dos países utiliza sobretudo uma abordagem baseada na apreciação individual (ou seja, caso a caso) para estabelecer o nível de recursos necessários para aquisição de bens de capital. Para determinar o montante de recursos a atribuir, por toda a Europa, os ministérios responsáveis calculam normalmente as necessidades dos estabelecimentos de ensino, ou as necessidades das autoridades intermédias às quais afetam os fundos de capital. Por outras palavras, contrariamente aos outros dois tipos principais de despesa, as decisões em relação aos bens de capital são mais frequentemente feitas à discrição dos ministérios competentes aos quais, em alguns casos, os estabelecimentos de ensino ou autoridades intermédias submetem para aprovação um orçamento de capital. Figura 2.4: Métodos de financiamento utilizados pelos ministérios a nível central para determinar o nível de recursos afetos às despesas de capital ou que para estas contribuem, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Montante fixo/dotação global baseados em fórmulas de financiamento Dotação destinada a custos de capital baseada em fórmulas de financiamento Montante fixo/dotação global determinados através de outros métodos Dotação destinada a custos de capital determinada através de outros métodos Sem envolvimento dos ministérios a nível central nesta área Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de despesas de capital, dotação global, montante fixo, fórmula de financiamento, determinação discricionária de recursos e aprovação orçamental, ver Glossário. A atual Figura fornece informações sobre: o mecanismo utilizado pelos ministérios a nível central para determinar o nível de financiamento destinado a cobrir, total ou parcialmente, os bens de capital; o tipo de financiamento atribuído – montante fixo, dotação global ou dotação destinada a bens de capital. Notas específicas por país Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Dinamarca: O mapa mostra a situação nos níveis de ensino primário e secundário inferior. Para os estabelecimentos de ensino secundário superior, o Ministério da Educação utiliza uma fórmula de financiamento e distribui fundos como dotações 30 CAPÍTULO 2: MÉTODOS UTILIZADOS PARA DEFINIR O NÍVEL DE RECURSOS NECESSÁRIOS determinadas a nível de tarefa, suplementados por dotações básicas, fundos direcionados para atividades de investigação e desenvolvimento, e modelos de acordos plurianuais. Os fundos são geralmente atribuídos como parte de uma dotação global. Alemanha: Na maioria dos Länder, as autoridades locais podem receber apoio financeiro (e.g. dotações únicas) por parte do Land para realização de obras, compra de edifícios, renovações, etc. Espanha: As Comunidades Autónomas recebem um montante fixo da administração central. Itália: Como efeito direto da Lei nº 104/2013 aprovada no Outono de 2013, as administrações regionais e locais, sob a supervisão do Ministério da Economia e Finanças e o Ministério da Educação, podem ter um acesso mais facilitado a empréstimos de longa duração destinados à manutenção, renovação e melhoria da segurança dos edifícios escolares, ou a construir novos edifícios, na condição de terem iniciado um processo de análise das despesas. Chipre: Para além da dotação destinada aos custos de capital, os fundos atribuídos aos órgãos de direção das escolas como dotações globais são também utilizados para cobrir alguns dos custos de capital. Letónia: Os impostos locais financiam os custos de capital. Áustria: O mapa mostra a situação para os Volksschulen, Hauptschulen and Neue Mittelschulen cujo orçamento para os custos de capital deriva das receitas dos Länder e das municípios. No que respeita ao allgemeinbildende höhere Schulen, o Ministério Federal da Educação e Assuntos das Mulheres calcula o montante de recursos necessários para os bens de capital (construção e renovação de estabelecimentos de ensino). Os manuais necessários são fornecidos gratuitamente a todos os alunos pelo Ministério Federal das Famílias e da Juventude. Suécia: As autoridades educativas centrais não têm praticamente qualquer envolvimento no financiamento de bens de capital, pois o montante fixo contribui muito pouco para os orçamentos dos municípios destinado ao setor da educação. Reino Unido (ENG): As academias têm acesso a um financiamento de capital adicional (Academies Capital Maintenance Fund) o qual é atribuído por determinação discricionária. Reino Unido (SCT): Alguns fundos para despesas de capital (reconstrução e remodelação) estão ainda disponíveis através do processo concursal Scotland's Schools for the future. Islândia: O mapa mostra a situação nos estabelecimentos de ensino dos níveis primário e secundário inferior. O Ministério da Educação é livre para determinar o nível de recursos a afetar para a rubrica de bens de capital a cada estabelecimento de ensino secundário superior, sem utilizar uma fórmula acordada. Listenstaine: O mapa mostra a situação no nível secundário. Para o nível primário, são os impostos municiapis sobre o rendimento e ativos que financiam as despesas de capital. Adicionalmente, o governo determina um montante fixo para os municípios, utilizando uma fórmula acordada entre ambos, que é parcialmente utilizada para cobrir despesas de capital. Como os ativos (imobilizados) podem variar consideravelmente de um estabelecimento para outro, o cálculo da necessidade de recursos numa base de apreciação individual (caso a caso) pode ser uma forma mais flexível e eficaz de assegurar que todos os estabelecimentos de ensino possuem as infraestruturas básicas para funcionar em segurança e com eficiência. Por exemplo, incluir o estado efetivo dos edifícios escolares na operação de cálculo da dotação orçamental pode permitir que as autoridades responsáveis tenham mais flexibilidade na oferta de níveis comparáveis de segurança, saneamento e outros serviços a todos os estabelecimentos de ensino. Na Dinamarca (estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior), os municípios recebem do Ministério da Educação subvenções destinadas a bens de capital, para além de um montante fixo que obtêm do Ministério dos Assuntos Económicos e do Interior para financiar as despesas de capital necessárias para todos os serviços públicos. Na Letónia, os bens de capital são financiados apenas pelos impostos locais, e na Áustria (Volksschulen, Hauptschulen e Neue Mittelschulen), são financiados pelas receitas dos Länder e dos municípios. Na Alemanha, na maioria dos Länder, as autoridades loais podem receber apoio financeiro (como dotações únicas) dos Land para realização de obras, compras de edifícios, renovações, etc. Na alocação de recursos para a construção de novos estabelecimentos de ensino, são utilizados programas de financiamento específicos. É este o caso, por exemplo, na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) e no Reino Unido (Inglaterra e País de Gales). Na Bélgica (Comunidade germanófona), foi lançado, em dezembro de 2010, um projeto de parceria público-privada (PPP) que garante a provisão de trabalhos de renovação e construção de oito escolas comunitárias e ainda a respetiva manutenção ao longo dos próximos 25 anos. Os novos estabelecimentos de ensino estão atualmente a ser construídos. Na Comunidade flamenga da Bélgica, existe também uma fonte alternativa de financiamento para infraestruturas em escolas através de uma empresa participativa de tipo DBFM (correspondente à fórmula Design-Build-Finance-Maintain). Trata-se de uma parceria públicoprivada, responsável pela construção de cerca de 200 estabelecimentos de ensino, designadamente com a sociedade anónima de responsabilidade limitada (Lda) DBFM Schools of Tomorrow. O governo flamengo tem uma participação de 25 % + 1 das ações desta empresa. No Reino Unido (País de Gales), o 21st Century Schools Capital Programme é um plano estratégico e a longo prazo de investimento de capital que visa reconstruir ou remodelar todas as escolas para que 31 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO passem a cumprir os padrões adequados ao século XXI (15). Trata-se de um plano colaborativo entre o Governo galês, a Welsh Local Government Association e as autoridades locais. O plano de investimento deve ser alinhado com uma reorganização estratégica das escolas e propostas de transformação pós-16. A implementação do plano envolverá uma mudança significativa, na afetação de financiamento de capital, em que se passa de um processo baseado numa fórmula para um plano de investimento estratégico especificamente direcionado para as necessidades. Os métodos de financiamento mais frequentemente utilizados pelas autoridades intermédias são a determinação discricionária de recursos e a aprovação orçamental Como é claramente demonstrado no Capítulo 1, as autoridades intermédias (a nível local ou regional) desempenham, na grande maioria dos países, um papel crucial no financiamento dos estabelecimentos de ensino. Estas autoridades não só transferem para as autoridades a nível de escola os recursos que lhes são afetos pelos ministérios competentes, como também adquirem, elas próprias, bens e serviços para uso da escola. Por outro lado, em alguns países, utilizam algumas das receitas fiscais próprias para financiar parcialmente a educação escolar. Apesar de os métodos utilizados pelas autoridades intermédias para a afetação de fundos denotarem alguma variação, parece ser mais comum para estas autoridades a utilização de critérios próprios para determinar o montante de fundos a transferir ou basearem-se na avaliação de custos e orçamentos submetidos pelas autoridades escolares à sua aprovação. 15 ( ) http://21stcenturyschools.org/?lang=en 32 CAPÍTULO 3: CRITÉRIOS CONTEMPLADOS NA DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE RECURSOS DAS ESCOLAS O presente Capítulo complementa o antecedente na medida em que continua a explorar a questão da forma como as autoridades educativas procuram distribuir os recursos entre as autoridades intermédias e os estabelecimentos de ensino, em conformidade com as necessidades de cada escola e de uma maneira equitativa e eficiente. Abordados os métodos utilizados para a afetação de recursos (Capítulo 2), esta secção centra-se nos critérios tidos em consideração pelas várias autoridades envolvidas no financiamento de escolas (ver Capítulo 1) para determinar o montante de recursos a serem diretamente atribuídos a cada estabelecimento. Também analisa os critérios considerados pelas autoridades centrais ao determinar o nível de fundos transferidos para as autoridades intermédias que contribuem para o total dos recursos fornecidos aos estabelecimentos de ensino. Estas transferências incluem subvenções destinadas a um recurso específico, dotações globais e montantes fixos. No entanto, serão apenas considerados os critérios relacionados com a educação. Os indicadores genéricos utilizados para determinar o total dos montantes fixos concedidos aos municípios, tais como o número de habitantes numa área, estão fora do escopo deste Capítulo. O presente Capítulo limita-se às situações em que as autoridades competentes utilizam métodos de financiamento baseados em critérios comuns acordados a nível central. Desse modo, centra-se largamente em fórmulas baseadas em variáveis fornecidas, tal como o número de alunos, em que cada aluno está associado a um determinado valor, o qual pode ser monetário ou uma unidade de recurso (material ou humano). No entanto, são também considerados outros métodos de financiamento que contemplam variáveis definidas centralmente (mas sem fórmulas definidas desse modo) para determinar o montante exato de recursos a que cada escola ou autoridade intermédia tem direito. Excluído do âmbito deste Capítulo fica o debate sobre a alocação de recursos dependente da discrição da autoridade responsável e decidida caso a caso, de acordo com uma estimativa da necessidade. Como este é habitualmente o caso para bens de capital (ver Capítulo 2), este tipo de recursos não é aqui abordado. Em primeiro lugar, são analisados os critérios tidos em consideração para determinar o montante de recursos para pessoal, logo seguidos por aqueles utilizados para determinar os recursos necessários ao funcionamento das escolas. Para cada categoria de recursos, este Capítulo fornece uma panorâmica geral sobre se as autoridades utilizam um único conjunto de critérios mensuráveis. É então proporcionada informação sobre o leque destes critérios, com um enfoque particular nas características específicas dos estabelecimentos de ensino ou dos alunos que influenciam o nível de financiamento atribuído aos estabelecimentos de ensino ou às autoridades intermédias. Este Capítulo apresenta também os raros casos em que são tidos em conta, para fins de financiamento das escolas, critérios baseados no desempenho. Na vasta maioria dos países, o nível de recursos para a categoria de pessoal baseia-se em critérios definidos pelas autoridades centrais Na globalidade dos países, é utilizado pelas autoridades de nível central um conjunto de critérios mensuráveis para definir o montante de recursos atribuídos aos estabelecimentos de ensino ou às autoridades intermédias para a categoria de pessoal. Contudo, na Alemanha e na Espanha, os critérios usados para estabelecer o nível de recursos de pessoal são determinados pelos 16 Länder e pelas 17 Comunidades Autónomas; estes critérios não são aqui analisados. Em menos de metade dos sistemas educativos onde as autoridades intermédias determinam o montante de fundos atribuídos para cobrir custos de pessoal (dotação global ou outras dotações destinadas ao pessoal), é utilizado um único conjunto de critérios estabelecidos pelo ministério a nível central. Este é o caso na Bélgica (comunidades francófona e flamenga para os estabelecimentos de ensino publicos subvencionados), a República Checa, Grécia, Áustria, Eslováquia, Reino Unido (Irlanda do Norte) e Turquia. Em contraste, em outros 13 sistemas educativos (16), as autoridades intermédias são livres de selecionar os critérios a utilizar e, por conseguinte, tais critérios não são debatidos no presente Capítulo. É 16 ( ) Bulgária (escolas municipais), Dinamarca, Estónia, França, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia, Finlândia, Suécia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Escócia). 33 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO de mencionar que, no Reino Unido (Inglaterra e País de Gales), a autonomia das autoridades locais é apenas parcial. Em Inglaterra, cada autoridade local pode escolher entre uma lista de doze fatores, criada centralmente, com vista a desenvolver a sua própria fórmula para alocação de financiamento (cobrindo as rubricas de pessoal e bens de funcionamento) aos estabelecimentos de ensino. Dois dos fatores são obrigatórios – um fator mínimo por aluno (por direito) e um fator de carência. Para resolver questões de equidade no atual sistema de financiamento, será introduzida em 2015 uma nova fórmula nacional de financiamento de cariz obrigatório para todas as autoridades. No País de Gales, as autoridades locais determinam a sua própria fórmula para atribuição de dotações globais destinadas a cobrir os recursos de pessoal e de funcionamento para estabelecimentos de ensino. Contudo, 70 por cento do financiamento tem de ser distribuido com base no número de alunos, podendo ser calculado de acordo com um conjunto de cinco fatores. As autoridades locais distribuem, à sua discrição, os restantes 30 por cento com base num leque de fatores consignados na regulamentação vigente, como por exemplo, a dimensão e o estado de conservação dos edifícios e dos terrenos, taxas, limpeza, refeições escolares e leite, salários, etc. Os critérios tidos em conta ao determinar o nível de recursos para pessoal são baseados em fatores de input em todos os países O conjunto das autoridades de nível central e intermédio que utilizam critérios centralmente fixados para determinar o nível de recursos para as rubricas de pessoal em cada estabelecimento de ensino, ou o montante de fundos transferidos destinados a contribuir para os custos de pessoal, têm em conta critérios baseados em fatores de input (ver Figura 3.1). Por outras palavras, estes critérios baseiam-se nas necessidades efetivas dos estabelecimentos de ensino e nos custos reais em que estes incorrem. As técnicas utilizadas para proceder aos cálculos necessários variam em grau de complexidade, dependendo do número de indicadores contemplados. A este respeito, podem distinguir-se duas grandes categorias. Na primeira, as autoridades de nível central ou intermédio consideram um leque limitado de critérios associados ao número de alunos ou de pessoal. Na segunda categoria, que é a mais extensa, as autoridades relevantes consideram um leque mais amplo de critérios baseados em fatores de input. Por exemplo, têm em conta as características individuais de cada escola ou aluno e por isso efetuam uma avaliação mais rigorosa das necessidades de cada escola. Em cinco países, os ministérios ou autoridades regionais responsáveis utilizam somente um número limitado de critérios relacionados com a quantidade de pessoal e de alunos existentes, geralmente ponderados segundo o nível de ensino ou o ano letivo. Na Croácia, a dotação atribuída pelas autoridades de nível central aos estabelecimentos de ensino para remuneração do pessoal é largamente determinada com base no número de pessoal ao serviço. Em Chipre (estabelecimentos de ensino primário), Malta e Islândia (estabelecimentos de ensino secundário superior), o nível de recursos para rubricas de pessoal ou as dotações globais que cobrem os recursos de pessoal afetos a cada escola baseia-se essencialmente no número de alunos. Este é igualmente o caso para a Bulgária, relativamente ao montante da dotação global destinada a cobrir todas as categorias de recursos atribuídos pelo Ministério das Finanças aos municípios. No entanto, estes podem decidir anualmente quais os componentes a incluir na fórmula que aplicam para financiar os estabelecimentos de ensino municipais. Na maioria dos países, os critérios utilizados para determinar o nível de recursos de pessoal, ou os montantes transferidos que contribuem para os custos de pessoal, não incluem somente o número de alunos ou de pessoal existente, mas também outros critérios que facilitam uma avaliação mais aprofundada das necessidades das escolas e, consequentemente, permitem a provisão de um financiamento diferenciado. Alguns critérios são utilizados por um número limitado de países. Na Bélgica, Dinamarca, Lituânia, Letónia, Eslováquia e Reino Unido (Escócia e Irlanda do Norte), os pequenos estabelecimentos de ensino ou autoridades locais com estabelecimentos de ensino de pequena dimensão recebem recursos adicionais como parte do seu financiamento para compensar custos unitários mais elevados. Na Polónia e Eslováquia, são considerados critérios que refletem os custos mais elevados com determinadas faixas etárias ou com a oferta de cursos específicos (arte, desporto, etc.). 34 CAPÍTULO 3: CRITÉRIOS TIDOS EM CONTA PARA DETERMINAR O NÍVEL DE RECURSOS ESCOLARES A maioria dos países incorporam critérios para ajudar a eliminar disparidades entre os estabelecimentos de ensino ou áreas geográficas e garantem a igualdade de oportunidades para todos os alunos. Estes critérios estão ligados à localização geográfica da escola, ao nível de desvantagem social ou económica e a eventuais características dos alunos que sejam indicativas de necessidades especiais. Figura 3.1: Critérios baseados em fatores de input tidos em conta ao determinar o nível de recursos que contribuem para custos com pessoal docente e não docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Apenas número de alunos e de pessoal Número de alunos e de pessoal acrescido de outros critérios baseados em fatores de input Sem critérios comuns acordados a nível central Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para definições de pessoal docente e pessoal não docente, ver Glossário. A Figura abrange critérios baseados em fatores de input utilizados para determinar o montante de recursos destinados à categoria de pessoal pelas: autoridades de nível central na afetação de recursos de pessoal aos estabelecimentos de ensino ou autoridades intermédias; autoridades intermédias em determinados países no momento de determinar o montante de fundos a afetar para cobrir custos de pessoal (Bélgica (comunidades francófona e flamenga para estabelecimentos de ensino públicos subvencionados), República Checa, Grécia, Áustria, Eslováquia, Reino Unido (Irlanda do Norte) e Turquia). Em ambos os casos, o tipo de transferência inclui subvenções destinadas unicamente ao pessoal, assim como dotações globais/montantes fixos que se destinam a cobrir custos de pessoal por inteiro ou em parte. Somente são considerados critérios relacionados com a educação; ficam excluídos os indicadores genéricos (tais como o número de residentes numa área) que podem determinar o valor do montante fixo transferido para as autoridades intermédias. “Outros indicadores baseados em fatores de input” incluem as características dos alunos, como a origem social e necessidades educativas específicas, e as características da escola, tais como a localização geográfica (por exemplo, ambiente urbano ou rural, uma área socialmente desfavorecida, uma região com um determinado tipo de clima), o tipo de escola, as instalações existentes, etc. Notas específicas por país Bélgica (BEnl): O mapa mostra os critérios para definir o nível de recursos para pessoal docente, atribuídos aos estabelecimentos de ensino. Para os recursos de pessoal não docente, somente é considerado o número de alunos. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Alemanha e Espanha: Existe variação nos critérios utilizados para definir o nível de recursos para pessoal atribuídos a cada escola, na medida em que são escolhidos por cada um dos 16 Länder e pelas 17 Comunidades Autónomas, respetivamente. França: O mapa centra-se nos critérios utilizados para definir o nível de recursos para pessoal docente, atribuídos pelo Ministério da Educação às divisões administrativas do Estado, ou seja, as direções regionais de educação. Chipre: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino secundário. Para os estabelecimentos de ensino primário, o Ministério da Educação e Cultura define o nível de recursos em termos de pessoal docente com base apenas no número de turmas. Letónia: O mapa centra-se nos critérios usados pelo Ministério da Educação e Ciência para estabelecer o montante de verbas para salários de pessoal docente atribuído aos municípios. Estes têm autonomia na escolha dos critérios que aplicam para determinar o montante de verbas a atribuír aos estabelecimentos de ensino para remunerações ao pessoal não docente. Hungria: O mapa mostra a situação para o pessoal docente e algum pessoal não docente (organizadores de tempos livres). A agência Klebelsberg define o nível de recursos em termos de pessoal de manutenção, atribuídos a cada escola em povoações com menos de 3 000 habitantes, com base no número de alunos. Em comunidades maiores, o município define os critérios para o nível de pessoal de manutenção garantido a cada escola. 35 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Áustria: O mapa mostra os critérios usados pelas autoridades federais e regionais para estabelecer o nível de recursos para pessoal docente, atribuídos aos estabelecimentos de ensino, assim como o montante de recursos para pessoal não docente, atribuídos aos Allgemeinbildende höhere Schule. Para os estabelecimentos de ensino primário Hauptschulen e Neue Mittelschulen, os municípios determinam os critérios a utilizar para definir o montante de recursos para pessoal não docente atribuído aos estabelecimentos de ensino. Suécia: O mapa representa os critérios utilizados pela administração central para estabelecer o nível do montante fixo atribuído aos municípios, e que muito pouco contribui para os orçamentos destes para o setor da educação. Islândia: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino que proporcionam a escolaridade obrigatória. No caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior, o Ministério da Educação atribui uma dotação global para todas as categorias de recursos calculada com base no número de alunos. Noruega: A administração central não considera critérios associados à educação para determinar o total do montante fixo atribuído aos distritos ou municípios e que é utilizado para o financiamento das escolas. Cerca de dois terços de países tem em conta as disparidades entre os estabelecimentos de ensino ou áreas geográficas quando se trata de estabelecer o montante de recursos para pessoal São cerca de dez os países onde as autoridades de nível central têm em conta fatores como as disparidades geográficas ou demográficas no momento de determinar o nível de recursos para rubricas de pessoal (incluindo subvenções destinadas a custos de pessoal e dotações globais/montantes fixos destinados a cobrir integral ou parcialmente custos de pessoal). É este o caso na Bélgica, Estónia, França, Letónia, Lituânia, Finlândia e Reino Unido (País de Gales e Escócia). De facto, nestes países, as autoridades de nível central contemplam a questão da densidade populacional da área local e se a escola se encontra localizada numa zona rural ou urbana. Na Dinamarca, Polónia e Finlândia, as autoridades de nível central atribuem mais recursos por aluno às autoridades locais e/ou aos estabelecimentos de ensino em áreas remotas. Na Roménia, a natureza rural ou urbana da área em que uma escola se encontra localizada é tida em consideração, assim como as distintas condições climáticas em diferentes áreas. Na Grécia, o facto de um indivíduo trabalhar em áreas inacessíveis, remotas ou problemáticas, assim como as distâncias entre os estabelecimentos de ensino são fatores considerados pelo Ministério da Educação e dos Assuntos Religiosos e respetivos serviços regionais descentralizados, no momento de definir o montante de recursos imputados ao pessoal. Em mais de metade dos países, o montante de recursos atribuídos às autoridades intermédias ou aos estabelecimentos de ensino para cobrir custos de pessoal (seja integral ou parcialmente) tem em conta as necessidades de aprendizagem adicionais que os alunos possam manifestar. A língua materna dos alunos ou a sua origem étnica é tida em consideração em 17 países. Na Estónia, Itália, Eslováquia, Polónia, Roménia e Finlândia, o fator determinante para a atribuição de recursos adicionais a estabelecimentos de ensino ou a autoridades locais é a oferta de aulas específicas na língua materna dos alunos ou escolas para falantes não-nativos, em vez das características individuais dos alunos. A origem socioeconómica dos alunos é tida em conta com menos frequência. Tal ocorre apenas na Bélgica, França, Países Baixos, Eslováquia, e nas quatro partes do Reino Unido. Por último, em 14 países ou regiões, os sistemas educativos, estabelecimentos de ensino ou autoridades locais recebem recursos extra para alunos com necessidades educativas especiais (NEE) inscritos em estabelecimentos do ensino regular. Estes recursos adicionais poderão ser interpretados como evidências de uma política inclusiva em relação aos alunos NEE. Em cerca de dez países, os critérios comuns acordados a nível central para cobrir custos de pessoal (seja de forma integral ou parcial) não incluem as características dos alunos. No entanto, tal não significa necessariamente que este fator não seja considerado de todo no financiamento dos estabelecimentos de ensino. De facto, outros métodos de alocação de fundos, não explorados aqui, como aqueles que estão sujeitos a um processo de candidatura a fundos específicos, poderão resolver a exigência de financiamento adicional para atender às necessidades adicionais dos alunos. No entanto, quando tal se verifica, poderá haver um risco destas necessidades adicionais serem negligenciadas quando as prioridades políticas se alteram ou o financiamento é limitado. 36 CAPÍTULO 3: CRITÉRIOS TIDOS EM CONTA PARA DETERMINAR O NÍVEL DE RECURSOS ESCOLARES Figura 3.2: Características dos alunos tidas em conta na definição do nível de recursos que contribuem para o pessoal docente e não docente, ensino primário e secundário geral, 2013/14 Contexto socioeconómico e linguístico ou étnico dos alunos Contexto linguístico ou étnico dos alunos Alunos NEE Características dos alunos não incluídas nos critérios comuns acordados a nível central Sem critérios comuns acordados a nível central Informação não disponível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para definições de pessoal docente e pessoal não docente, ver Glossário. A Figura abrange critérios relacionados com as características dos alunos utilizados para determinar o montante de recursos para a categoria de pessoal pelas: autoridades de nível central na afetação de recursos de pessoal aos estabelecimentos de ensino ou autoridades intermédias; autoridades intermédias (em determinados países) no momento de determinar o montante de recursos a atribuír aos estabelecimentos de ensino (Bélgica (comunidades francófona e flamenga para estabelecimentos de ensino públicos subvencionados), República Checa, Grécia, Áustria, Eslováquia, Reino Unido (Irlanda do Norte) e Turquia). Em ambos os casos, o tipo de transferência inclui subvenções destinadas unicamente ao pessoal assim como dotações globais/montantes fixos que se destinam a cobrir custos de pessoal por inteiro ou em parte. Somente são considerados critérios relacionados com a educação; ficam excluídos os indicadores genéricos (tais como o número de residentes numa área) que podem determinar o valor do montante fixo transferido para as autoridades intermédias. Notas específicas por país Bélgica (BEnl): O mapa mostra os critérios para o estabelecimento do nível de recursos para pessoal docente, recebidos pelos estabelecimentos de ensino. Para definir o montante de recursos para pessoal não docente, apenas é considerado o número de alunos. Bulgária: O mapa mostra a situação para os estabelecimentos de ensino municipais. Alemanha e Espanha: Existe variação nos critérios utilizados para definir o nível de recursos para pessoal atribuídos a cada escola, na medida em que são escolhidos por cada um dos 16 Länder e pelas 17 Comunidades Autónomas, respetivamente. Chipre: Somente nos estabelecimentos de ensino secundário as características dos alunos (ou seja, a falta de fluência na língua de ensino) se encontram entre os critérios utilizados para determinar o montante de recursos para rubricas de pessoal. Letónia: O mapa centra-se nos critérios usados pelo Ministério da Educação e Ciência para estabelecer o montante de verbas para salários de pessoal docente atribuído aos municípios. Estes têm autonomia na escolha dos critérios que aplicam para determinar o montante de verbas atribuídas aos estabelecimentos de ensino para os salários do pessoal não docente. Hungria: O mapa mostra a situação para o pessoal docente. Quanto ao nível de recursos para algum pessoal não docente (organizadores de tempos livres), a agência Klebelsberg tem em consideração o número de alunos socioeconomicamente desfavorecidos. Para o pessoal de manutenção, ver nota à Figura 3.1. Áustria: O mapa mostra a situação para os critérios normais utilizados pelo Governo dos Land ao determinar o montante de recursos para pessoal docente atribuídos aos estabelecimentos de ensino primário, Hauptschulen e Neue Mittelschulen. Suécia: O mapa mostra os critérios utilizados pela administração central para estabelecer o nível do montante fixo atribuído aos municípios, e que muito pouco contribui para os orçamentos destes para o setor da educação. Islândia: A informação só se aplica aos estabelecimentos de ensino que oferecem a escolaridade obrigatória. O Ministério da Educação não tem em conta as características dos alunos no momento de determinar o montante da dotação global atribuída aos estabelecimentos de ensino secundário superior. Noruega: A administração central não considera critérios associados à educação para determinar o total do montante fixo atribuído aos distritos ou municípios e que é utilizado para o financiamento das escolas. 37 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Para determinar o total de recursos para pessoal, são utilizados, no Reino Unido (Inglaterra) e nos Países Baixos, critérios estantardizados baseados no desempenho Apenas dois países incluem nos seus critérios estandardizados um elemento baseado no desempenho no momento de calcular o nível das dotações globais destinadas a cobrir os custos de pessoal. Os elementos baseados no desempenho estão relacionados com os resultados efetivos ou pretendidos por uma escola ao longo de um determinado período. Podem ser considerados diferentes tipos de resultados como, por exemplo, as taxas de retenção (17). Nos Países Baixos, os métodos baseados no desempenho usados para o financiamento das escolas incluem incentivos para reduzir o abandono precoce dos estudos. De facto, por cada potencial caso de abandono precoce que opte por permanecer na escola, a Agência de Execução para a Educação atribui aos estabelecimentos de ensino um financiamento extra como parte da dotação global para o pessoal e para bens e serviços de funcionamento. No Reino Unido (Inglaterra), foi introduzida em 2013/14 uma nova fórmula utilizada pela Agência de Financiamento da Educação para calcular o financiamento (recorrente) imputado às autoridades locais e aos estabelecimentos de ensino para alunos com idades entre os 16 e os 19 anos a frequentar estabelecimentos de ensino e academias subvencionados. Nesta fórmula é incluído um coeficiente para a retenção de alunos. Por outras palavras, o financiamento será reduzido se um aluno matriculado na escolaridade pós-obrigatória não permaneçer no programa de estudos até ao final do ano letivo. Deve salientar-se que existem outros métodos de financiamento, excluídos do âmbito desta secção por não se basearem em critérios estabelecidos a nível central, podem também incluir componentes baseados no desempenho. Os critérios para definir o montante de recursos para bens e serviços de funcionamento são menos abrangentes que os critérios relativos a recursos para pessoal Os recursos destinados às rubricas de pessoal são mais frequentemente determinados por um único conjunto de critérios definidos centralmente do que os recursos de funcionamento. De facto, em geral, são as autoridades intermédias que estão mais envolvidas no financiamento de bens e serviços de funcionamento, ao contrário do que sucede com o financiamento de pessoal (ver Capítulo 1) e na maior parte dos casos estas autoridades têm autonomia para selecionar, quer os métodos de financiamento, quer os critérios a aplicar. Em mais de dois terços dos países, as autoridades intermédias recebem e transferem para os estabelecimentos de ensino recursos financeiros para aquisição de bens e serviços de funcionamento, ou financiam este tipo de bens e serviços parcialmente (18) ou integralmente (19), através das suas receitas locais. Apenas na Bélgica, República Checa (somente para alguns elementos), Eslováquia, Reino Unido (Irlanda do Norte) e Turquia as autoridades regionais ou locais usam um único conjunto de critérios determinados a nível central. Além disso, encontram-se menos autoridades centrais a utilizar critérios estandardizados para determinar o nível de recursos para bens e serviços de funcionamento do que para pessoal. De facto, na Grécia e Chipre, os ministérios competentes definem os montantes afetos a bens e serviços de funcionamento atribuídos como parte de uma dotação global aos municípios e estabelecimentos de ensino respetivamente, com base em custos anteriores. Enquanto na Bélgica (Comunidade germanógona relativamente aos estabelecimentos de ensino da comunidade) e Listenstaine, as autoridades de nível central têm poder discricionário para determinar o nível de recursos para (alguns) bens e serviços de funcionamento atribuídos como parte de dotações globais ou montantes fixos a estabelecimentos de ensino e municípios, respetivamente. 17 ( ) Para mais informações sobre o financiamento baseado no desempenho, ver EACEA/Eurydice, 2011. Modernisation of Higher Education in Europe: Funding and the Social Dimension. Bruxelas: Eurydice. 18 ( ) República Checa, Espanha (escolas primárias), Itália, Letónia, Lituânia, Hungria e Roménia. 19 ( ) Croácia, Áustria (escolas primárias, Hauptschulen e Neue Mittelschulen) e Islândia (escolaridade obrigatória). 38 CAPÍTULO 3: CRITÉRIOS TIDOS EM CONTA PARA DETERMINAR O NÍVEL DE RECURSOS ESCOLARES Nos países onde são utilizados critérios comuns centralmente definidos para estabelecer o volume das dotações globais (20) ou montantes fixos (21) para cobrir a rubrica de pessoal assim como a rubrica de bens e serviços de funcionamento, utiliza-se geralmente um único conjunto de critérios para determinar os montantes atribuídos a todas estas categorias de recursos. Os Países Baixos apresentam um modelo diferente, na medida em que o montante da dotação global atribuída aos estabelecimentos de ensino pela Agência de Execução para a Educação se encontra subdividido em três componentes: dois orçamentos distintos para custos de pessoal e um terceiro orçamento para bens e serviços de funcionamento. Cada uma das três componentes é calculada de acordo com critérios específicos. O orçamento para custos de funcionamento é estabelecido de acordo com uma previsão de custos para os recursos. Nos casos em que são utilizados critérios estantardizados para a atribuição, às autoridades intermédias ou aos estabelecimentos de ensino, de alocações destinadas a bens e serviços de funcionamento (22), tais critérios são normalmente mais limitadas em número do que aqueles utilizados para a afetação de recursos para rubricas de pessoal. De facto, nestes casos, os critérios centram-se principalmente no número de alunos ou baseiam-se em infraestruturas, como por exemplo o número de metros quadrados, o número de salas de aula, o tipo de escola, etc. No entanto, na Bélgica (Comunidades francófona e flamenga), a localização geográfica e/ou as necessidades adicionais de diferentes alunos estão também incluídos nos critérios para determinar o total de recursos para bens e serviços de funcionamento. 20 ( ) República Checa (parte reduzida dos bens e serviços de funcionamento), Estónia, Lituânia, Países Baixos, Portugal (ensino secundário), Roménia, Reino Unido (Inglaterra e Irlanda do Norte), Islândia (ensino secundário superior). 21 ( ) Dinamarca, Polónia, Finlândia, Reino Unido (País de Gales e Escócia). 22 ( ) Bélgica (comunidades francófona e flamenga), Bulgária (escolas municipais), República Checa, Itália, Letónia (materiais de ensino), Eslováquia e Malta. 39 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS 1. Guia Os diagramas apresentados visam dar uma visão geral da transferência de recursos públicos atribuídos em numerário ou em espécie aos estabelecimentos de ensino primário e secundário geral em cada um dos países. Estes diagramas contêm informações relacionadas com duas questões principais: 1. Os estabelecimentos de ensino adquirem eles próprios os recursos a partir de verbas que lhes são atribuídas, ou tais recursos são diretamente fornecidos pelas autoridades públicas responsáveis? 2. Quais são os níveis de autoridade pública (num determinado país) envolvidos no financiamento das escolas? Idealmente, a informação contida no diagrama deve ser lida de baixo para cima, começando nos recursos e seguindo o fluxo até às fontes. Os diferentes tipos de recursos utilizados pelos estabelecimentos de ensino encontram-se representados na parte inferior do diagrama. Os recursos são agrupados em cinco grandes categorias: pessoal (docente e não docente), bens e serviços de funcionamento, bens de capital (móveis e imóveis), recursos específicos e outros recursos. As entidades/autoridades envolvidas na aquisição destes recursos podem ser identificadas fazendo uma leitura em sentido ascendente das setas pontilhadas. Podem ser os próprios estabelecimentos de ensino (diretores das escolas ou órgãos de gestão escolar), ou as autoridades locais, regionais ou centrais. Os estabelecimentos de ensino podem ser represendados em dois níveis. São sempre exibidos na parte inferior do diagram enquanto entidades utilizadoras de recursos; também podem ser representados enquanto atores envolvidos diretamente na transferência financeira em situações em que procedem à remuneração de pessoal ou à aquisição de recursos. Os recursos recebidos pelas autoridades públicas ou outras entidades com vista ao financiamento dos estabelecimentos de ensino são ilustrados com setas. Estas setas podem ser pontilhadas ou de traço contínuo, indicando se o recurso transferido tem a forma de numerário ou espécie. Podem distinguir-se dois tipos de transferência em numerário: montantes fixos destinados a financiar vários tipos de serviços públicos prestados por uma determinada autoridade pública (setas brancas de traço contínuo) e dotações destinadas exclusivamente à educação (setas pretas de traço contínuo). O contributo das autoridades regionais ou locais para o financiamento das escolas com os seus próprios recursos está representado como um octógono branco. Os orçamentos são representados por linhas grossas horizontais de cor negra. O número de orçamentos representado em cada nível de autoridade pública até ao nível dos estabelecimentos de ensino corresponde ao número de conjuntos de recursos transferidos para a autoridade ou escola para fins específicos. No caso das autoridades centrais, o número de orçamentos corresponde ao número de conjuntos de recursos que estas autoridades destinam a fins específicos. A finalidade de um orçamento é ilustrada pela(s) seta(s) que sobressaem. Por exemplo, se os estabelecimentos de ensino recebem apenas uma alocação global (dotação global) que distribuem pelas diferentes categorias de recursos como bem entenderem, o orçamento é representado por uma linha negra horizontal mais espessa. Quando o sistema de financiamento da escola não é uniforme em todo o país devido à autonomia das autoridades locais, as notas especificam o estatuto da informação ilustrada no diagrama e/ou outras situações possíveis.As notas também fornecem informação que é complementar à que é exibida no diagrama, de forma a permitir ao leitor uma melhor compreensão da situação de cada país. 41 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO Os diagramas fornecem informações chave sobre o financiamento dos estabelecimentos de ensino primário e secundário geral, contudo, os leitores devem ter em mente essas limitações de modo a evitar falsas interpretações. Os diagramas não contêm as seguintes informações: 1. Contribuições parentais e outros recursos não públicos que os estabelecimentos de ensino possam recolher 2. Apoio financeiro a famílias ou estudantes individuais 3. No caso de transferências de montantes fixos, a afetação de recursos para outros serviços públicos que não os escolares CHAVE PARA A INTERPRETAÇÃO DOS DIAGRAMAS Autoridade de nível central envolvida na transferência de recursos escolares Autoridade regional/divisão administrativa estatal envolvida na transferência de recursos escolares Autoridade de nível local envolvida na transferência de recursos escolares Órgão escolar ou membro do pessoal envolvido na transferência de recursos escolares Transferência de montantes fixos de uma autoridade pública que fornece os recursos para uma autoridade pública que faz uso deles Recursos educativos transferidos em espécie de uma autoridade pública que fornece os recursos para a entidade que faz uso deles Recursos educativos transferidos em numerário de uma autoridade pública que fornece os recursos para a entidade que faz uso deles Orçamento usado pelo órgão envolvido na transferência de recursos escolares Categorias de recursos utilizados pelos estabelecimentos de ensino Recursos próprios usados por uma autoridade regional/divisão administrativa estatal ou autoridade local que transfere recursos escolares 42 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS 2. Diagramas Nacionais BÉLGICA – COMUNIDADE FRANCÓFONA 45 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (sistema de ensino da comunidade) ................................. 45 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas subvencionadas) ................................................ 46 BÉLGICA – COMUNIDADE GERMANÓFONA 47 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (sistema de ensino da comunidade) ............................... 47 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas subvencionadas) ................................................ 48 BÉLGICA – COMUNIDADE FLAMENGA 49 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (sistema de ensino da comunidade) ............................... 49 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas subvencionadas) ................................................ 50 BULGÁRIA 51 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas municipais) ........................................................ 51 REPÚBLICA CHECA 52 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior ..................................................................................... 52 Gymnázium e gymnázium víceleté (estabelecimentos de ensino secundário superior geral e estabelecimentos de ensino secundário geral plurianual) ........................................................................................ 53 DINAMARCA 54 Folkeskolen (estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior) ............................................................... 54 Gymnasium (estabelecimentos de ensino secundário superior geral) ...................................................................... 55 ALEMANHA 56 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 56 IRLANDA 57 ESTÓNIA 58 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 58 GRÉCIA 59 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 59 ESPANHA 60 Estabelecimentos de ensino primário ....................................................................................................................... 60 Estabelecimentos de ensino secundário geral ........................................................................................................... 61 FRANÇA 62 Estabelecimentos de ensino primário ....................................................................................................................... 62 Estabelecimentos de ensino secundário geral ........................................................................................................... 63 CROÁCIA 64 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 64 ITÁLIA 65 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior ..................................................................................... 65 Estabelecimentos de ensino secundário superior geral ............................................................................................ 66 CHIPRE 67 LETÓNIA 68 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 68 LITUÂNIA 69 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 69 HUNGRIA 70 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 70 43 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO MALTA 71 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 71 PAÍSES BAIXOS 72 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior e superior geral (VMBO, HAVO, VWO) ........................ 72 ÁUSTRIA 73 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (Hauptschulen e Neue Mittelschulen) ............................. 73 Estabelecimentos de ensino secundário (allgemeinbildende höhere Schulen) .......................................................... 74 POLÓNIA 75 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 75 PORTUGAL 76 Estabelecimentos do primeiro ciclo do ensino básico ............................................................................................... 76 Estabelecimentos de segundo e/ou terceiro ciclos do ensino básico e de ensino secundário .................................. 77 ROMÉNIA 78 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 78 ESLOVÉNIA 79 Osnovne šole (estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior) ............................................................. 79 Gimnazije (estabelecimentos de ensino secundário superior geral) ......................................................................... 80 ESLOVÁQUIA 81 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior ..................................................................................... 81 Gymnázia (estabelecimentos de ensino secundário superior geral) ......................................................................... 82 FINLÂNDIA 83 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior geral............................................................................. 83 Estabelecimentos de ensino secundário superior geral............................................................................................. 84 SUÉCIA 85 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 85 REINO UNIDO – INGLATERRA 86 Maintained schools (escolas subvencionadas) (ensino primário e secundário geral) ................................................ 86 Academies (ensino primário e secundário geral) ....................................................................................................... 87 REINO UNIDO – PAÍS DE GALES 88 Maintained schools (escolas subvencionadas) (ensino primário e secundário geral) ................................................ 88 REINO UNIDO – IRLANDA DO NORTE 89 Controlled and Catholic maintained schools (ensino primário e secundário geral) ................................................... 89 Voluntary grammar and grant-maintained integrated schools (ensino primário e secundário geral) ...................... 90 REINO UNIDO – ESCÓCIA 91 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 91 ISLÂNDIA 92 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior ..................................................................................... 92 Estabelecimentos de ensino secundário superior geral............................................................................................. 93 LISTENSTAINE 94 Estabelecimentos de ensino primário ........................................................................................................................ 94 Estabelecimentos de ensino secundário geral ........................................................................................................... 95 NORUEGA 96 Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral ......................................................................................... 96 TURQUIA 97 Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior ..................................................................................... 97 Estabelecimentos de ensino secundário superior geral............................................................................................. 98 44 BÉLGICA – COMUNIDADE FRANCÓFONA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (sistema de ensino da comunidade) 45 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O montante fixo transferido pelos governos das regiões da Valónia e de Bruxelas-Capital para o Governo da Comunidade francófona da Bélgica consiste em taxas de televisão e de rádio. Adicionalmente, os respetivos organismos de serviço público para a formação profissional e o emprego nas regiões da Valónia e de Bruxelas-Capital (Forem&Actiris) transferem várias contribuições para o Governo da Comunidade francófona da Bélgica. Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas subvencionadas) 46 Para escolas subvencionadas públicas, a “entidade organizadora” é uma autoridade de nível local (municipalidades, províncias ou cidades). Para escolas subvencionadas privadas, a “entidade organizadora” é uma pessoa singular ou entidade regida pelo direito privado, que gere uma ou, mais raramente, várias escolas. Estas entidades têm de contribuir para despesas de capital das escolas que gerem (com impostos locais no caso das escolas subvencionadas públicas e receitas próprias privadas no caso das escolas subvencionadas privadas). O montante fixo transferido pelos governos das regiões da Valónia e de Bruxelas-Capital para o Governo da Comunidade francófona da Bélgica consiste em taxas de televisão e de rádio. Adicionalmente, os respetivos organismos de serviço público para a formação profissional e o emprego nas regiões da Valónia e de Bruxelas-Capital (Forem&Actiris) transferem várias contribuições para o Governo da referida Comunidade. As autoridades locais que concedem benefícios sociais (serviços subsidiários à educação, que é a responsabilidade principal da escola, como cantinas ou acolhimento de crianças) a escolas subvencionadas públicas são obrigadas a subsidiar serviços idênticos às escolas subvencionadas privadas no seu território. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO BÉLGICA – COMUNIDADE FRANCÓFONA BÉLGICA – COMUNIDADE GERMANÓFONA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (sistema de ensino da comunidade) 47 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas subvencionadas) 48 Para as escolas subvencionadas da rede pública, a “entidade organizadora” é uma municipalidade. Para escolas subvencionadas da rede privada, a “entidade organizadora” é uma pessoa singular ou um órgão regido pelo direito privado. Estas escolas (e entidades organizadoras) têm de contribuir com 40 % para bens móveis e 20 % para bens imóveis (despesas de capital). O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO BÉLGICA – COMUNIDADE GERMANÓFONA BÉLGICA – COMUNIDADE FLAMENGA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (sistema de ensino da comunidade) 49 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS As escolas estão agrupadas em clusters designados como scholengroepen, encarregues da sua gestão financeira. A autonomia financeira de cada escola varia entre os scholengroepen. Em alguns casos, estes últimos adquirem bens e serviços de funcionamento para uma série de escolas de modo a beneficiar do sistema de compras em maior escala. Noutros casos, o scholengroep efetua a aquisição de bens e serviços de funcionamento, mas a escola determina quer o montante quer a natureza dos recursos concernentes. O conselho das escolas GO! é um órgão geral que se ocupa do financiamento das escolas organizadas pela Comunidade flamenga. Por meio de orçamentos muito específicos provenientes do Ministério da Educação e da Formação da Comunidade flamenga, os scholengroepen podem por vezes cobrir diretamente algumas despesas com bens imóveis e em reparações. Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas subvencionadas) 50 Para escolas subvencionadas públicas, a “entidade organizadora” é uma autoridade de nível local (municipalidades, províncias ou cidades). Para escolas subvencionadas privadas, a “entidade organizadora” é uma pessoa singular ou entidade regida pelo direito privado, que gere uma ou, mais raramente, várias escolas. As autoridades locais têm de contribuir para 30 ou 40 % das despesas de capital das escolas subvencionadas da rede pública e para tal utilizam impostos locais. As entidades organizadoras das escolas subvencionadas da rede privada têm de contribuir para 30 ou 40 % das despesas de capital das escolas que gerem e para tal utilizam recursos próprios. Autoridades locais que concedem benefícios sociais (serviços subsidiários à educação, que é a responsabilidade principal da escola, tais como transporte ou acolhimento de crianças em horário pós-escolar) às escolas subvencionadas públicas são obrigadas a subsidiar serviços semelhantes às escolas subvencionadas privadas do seu território. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO BÉLGICA – COMUNIDADE FLAMENGA BULGÁRIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (escolas municipais) 51 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS As escolas públicas são diretamente financiadas pelo Ministério da Educação e Ciência. Representam 16 % de todas as escolas. Todos os anos, são orçamentados recursos adicionais para programas nacionais de desenvolvimento do ensino escolar. Estes programas (10 em 2013) estão disponíveis para escolas públicas e municipais. Dizem respeito a várias questões escolares tais como TIC nas escolas, modernização do ensino vocacional, línguas, etc. Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior 52 A autoridade fundadora dos estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior é normalmente a municipalidade. Esta é responsável pelas despesas correntes (custos correntes, como a energia) e despesas de capital. A autoridade fundadora da escola pode contribuir para outros recursos mas isso depende dos meios de cada uma. Os fundos provenientes de impostos municipais (impostos locais) podem ser redistribuídos pelas autoridades municipais segundo a sua conveniência. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO REPÚBLICA CHECA REPÚBLICA CHECA Gymnázium e gymnázium víceleté (estabelecimentos de ensino secundário superior geral e estabelecimentos de ensino secundário geral plurianual) 53 A autoridade fundadora destas escolas é geralmente uma região. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O diagrama inclui gymnázium (estabelecimento de ensino secundário superior geral) e víceleté gymnázium (estabelecimentos de ensino secundário geral plurianual) em que estão incluídos quer os primeiros anos da escolaridade obrigatória quer o ensino secundário superior. Folkeskolen (estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior) 54 As municipalidades podem decidir se querem utilizar as suas receitas para financiar qualquer uma das rubricas orçamentais dos estabelecimentos de ensino. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO DINAMARCA DINAMARCA Gymnasium (estabelecimentos de ensino secundário superior geral) 55 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Os orçamentos atribuídos pelo Ministério da Educação e pelo Ministério do Ensino Superior e Ciência são provenientes do Ministério dos Assuntos Económicos e do Interior. O Ministério da Educação afeta subvenções “taxímetro” aos diretores/conselhos diretivos dos estabelecimentos de ensino, assim como outras dotações afetas a projetos específicos. Estas dotações podem eventualmente ser utilizadas para adquirir qualquer tipo de recurso. Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 56 O sistema escolar do setor público é financiado com base numa divisão de responsabilidades entre os Länder e as autoridades locais. O organismo de administração escolar (Schulträger) é geralmente composto por uma ou várias municipalidades. O nível federal não se encontra envolvido no financiamento regular das escolas. Em alguns Länder, as dotações gerais, calculadas em função do número de alunos previstos e afetos às despesas correntes das escolas, são outorgadas às autoridades locais. Para algumas categorias de despesa corrente (por exemplo, recursos pedagógicos, transporte escolar), as autoridades locais podem, em determinadas circunstâncias, receber dotações específicas do governo do Land, geralmente sob a forma de um montante fixo. Na maioria dos Länder, as autoridades locais podem receber apoio financeiro do Land para trabalhos de construção, aquisição de edifícios, renovações, etc. A possibilidade das escolas gerirem os seus próprios orçamentos aumentou nos últimos anos, no seguimento de alterações à legislação escolar. Na maioria dos Länder, as escolas já podem decidir em relação à utilização que fazem dos recursos afetos a um ou a vários tipos de despesa (por exemplo, recursos didáticos e pedagógicos) no âmbito do orçamento atribuído pelo organismo de administração escolar. Existem também medidas iniciais que permitem às escolas decidir sobre a utilização dos recursos humanos, tais como custos de pessoal. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ALEMANHA IRLANDA 57 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O diagrama ilustra a situação nas escolas primárias e em cerca de dois terços das escolas secundárias (aproximadamente 500). Para cerca de um terço das escolas secundárias, os fundos passam pelos Conselhos de Educação e Formação (Education and Training Boards) (autoridade intermédia). Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 58 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ESTÓNIA GRÉCIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 59 A sociedade K.Y.S.A (construção de infraestruturas) é responsável pelas aquisições de terrenos e de imóveis, manutenções, reparações e equipamentos. Os fundos que recebe do Ministério das Infraestruturas, Transportes e Redes destinam-se unicamente a reparações, manutenções e aquisições de terrenos e de imóveis. Os fundos para equipamentos são provenientes unicamente do Ministério da Educação. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O diagrama não abrange o número limitado de escolas religiosas que existem na Grécia. Estabelecimentos de ensino primário 60 O diagrama ilustra a situação mais corrente, na medida em que as Comunidades Autónomas têm o direito de delegar competências às autoridades locais. Quinze Comunidades Autónomas (entre as 17) contribuem juntamente com o Estado para um “Fundo de garantia de serviços públicos de base” comum. Este fundo garante que todas as Comunidades Autónomas recebem os mesmos recursos por habitante, expressos em população corrigida ou unidade de necessidade, para a educação, saúde e serviços sociais. As outras duas Comunidades, País Basco e Navarra, gerem e financiam os seus próprios serviços sociais, de educação e de saúde, e fazem um contributo para o Estado para cobrir custos comuns. O Ministério da Educação, Cultura e Desporto (MECD) gere os fundos públicos afetos às escolas nas cidades autónomas de Ceuta e Melilla, assim como as instituições educativas no estrangeiro. Os recursos das autoridades locais derivam sobretudo da cobrança de impostos próprios. Contudo, podem utilizar fundos transferidos das Comunidades Autónomas oi do Estado para cobrir uma parte das suas despesas. Os impostos regionais são transferidos para o “Fundo de garantia de serviços públicos de base” (ao nível da administração central), que constitui um montante fixo para todos os serviços públicos. Os fundos são depois redistribuídos como um montante fixo às Comunidades Autónomas, que podem direcioná-los para a educação ou para outros serviços públicos. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ESPANHA ESPANHA Estabelecimentos de ensino secundário geral 61 O Ministério da Educação, Cultura e Desporto (MECD) gere os fundos públicos afetos às escolas nas cidades autónomas de Ceuta e Melilla, assim como as instituições educativas no estrangeiro. Os impostos regionais são transferidos para o “Fundo de garantia de serviços públicos de base” (ao nível da administração central), que constitui um montante fixo para todos os serviços públicos. Os fundos são depois redistribuídos como um montante fixo às Comunidades Autónomas, que podem direcioná-los para a educação ou para outros serviços públicos. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O diagrama ilustra a situação mais corrente, na medida em que as Comunidades Autónomas têm o direito de delegar competências às autoridades locais. Quinze Comunidades Autónomas (entre as 17) contribuem juntamente com o Estado para um “Fundo de garantia de serviços públicos de base” comum. Este fundo garante que todas as Comunidades Autónomas recebem os mesmos recursos por habitante, expressos em população corrigida ou unidade de necessidade, para a educação, saúde e serviços sociais. As outras duas Comunidades, País Basco e Navarra, gerem e financiam os seus próprios serviços sociais, de educação e de saúde, e fazem um contributo para o Estado para cobrir custos comuns. Estabelecimentos de ensino primário 62 ZEP (Zones d'éducation prioritaire) = Zonas de Educação Prioritária. O Estado implementa a sua política educativa a nível regional através de Direções Regionais de Educação (Rectorat) e de Serviços Regionais de Administração (Inspection d'Académie), que funcionam centro dos limites dos distritos administrativos designados como Académies. Estas últimas correspondem, na maioria dos casos, ao território de uma região. Existem 30 académies em França, abrangendo 26 regiões. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO FRANÇA FRANÇA Estabelecimentos de ensino secundário geral 63 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O Estado implementa a sua política educativa a nível regional através de Direções Regionais de Educação (Rectorat) e de Serviços Regionais de Administração (Inspection d'Académie), que funcionam centro dos limites dos distritos administrativos designados como Académies. Estas últimas correspondem, na maioria dos casos, ao território de uma região. Existem 30 académies em França, abrangendo 26 regiões. Quanto aos estabelecimentos de ensino de nível CITE 2, o Département, e mais especificamente o Conselho Geral, é responsável pela alocação de verbas para bens e serviços de funcionamento e que cobre diretamente salários do pessoal técnico, despesas de capital e custos de deslocação. Para estabelecimentos de ensino de nível CITE 3, a Região desempenha o mesmo papel que o Département nos estabelecimentos de ensino de nível CITE 2, com exceção dos custos de deslocação, que são cobertos pelo Département. Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 64 As autoridades locais ou regionais responsáveis pela transferência de recursos às escolas são as cidades ou municipalidades no caso dos estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior, e condados no caso dos estabelecimentos de ensino secundário superior. Livros da biblioteca escolar e equipamento didático pedagógico são fornecidos às escolas a título pontual, dependendo dos fundos disponíveis nos orçamentos central, regional e local. Em alternativa ao sistema apresentado, as autoridades centrais, locais ou regionais podem outorgar uma verba específica para aquisição de livros e equipamento didático pedagógico. Para além da informação exposta no diagrama, as municipalidades/cidades ou condados podem, consoante as prioridades políticas e os fundos disponíveis, transferir às escolas uma dotação em numerário para contratar pessoal docente de apoio a alunos portadores de deficiência. As cidades/municipalidades também podem transferir às escolas primárias e secundárias (inferior) uma dotação em numerário para empregar pessoal para acolhimento de alunos no período da tarde. Quanto aos custos de deslocação de alunos e docentes, o diagrama apenas representar a situação para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior. As autoridades regionais (condados) pagam os custos de deslocação dos alunos do ensino secundário superior aos prestadores dos serviços de transporte, que recebem uma verba específica para este fim a partir do Ministério da Ciência, Educação e Desporto. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO CROÁCIA ITÁLIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior 65 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Através dos governos regionais, as municipalidades recebem alguns fundos especiais do Ministério do Interior de forma a manter a gratuitidade (total ou parcial) dos manuais escolares a nível da escolaridade obrigatória. A nível do ensino primário, os manuais são totalmente gratuitos. Os fundos recebidos pelas municipalidades são transferidos para as escolas sob a forma de cupões para comprar manuais escolares. As escolas dão os cupões às famílias e as municipalidades reembolsam as livrarias. Quanto à manutenção geral, o Ministério da Educação atribui fundos a todas as escolas que não têm recursos humanos suficientes para trabalhos de limpeza, permitindo assim a aquisição deste serviços. Os outros custos de manutenção são cobertos por transferências em espécie a partir das administrações locais (conselhos provinciais para o nível secundário superior) e a partir das municipalidades (para os níveis primário e secundário inferior) que pagam as faturas para despesas de manutenção. Estabelecimentos de ensino secundário superior geral 66 Através dos governos regionais, as municipalidades recebem alguns fundos especiais do Ministério do Interior de forma a manter a gratuitidade (total ou parcial) dos manuais escolares nos primeiros dois anos do nível secundário superior (escolaridade obrigatória) para famílias cujos rendimentos se situam abaixo de um determinado limiar. Quanto à manutenção geral, o Ministério da Educação atribui fundos a todas as escolas que não têm recursos humanos suficientes para trabalhos de limpeza, permitindo assim a aquisição destes serviços. Os outros custos de manutenção são cobertos por transferências em espécie a partir das administrações locais (conselhos provinciais para o nível secundário superior) e a partir das municipalidades (para os níveis primário e secundário inferior) que pagam as faturas para despesas de manutenção. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ITÁLIA CHIPRE Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 67 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 68 O diagrama representa os fluxos financeiros para as escolas de ensino geral sem sistema de internato. Existe ainda um pequeno número de internatos gerais e especializados (cerca de 5 % de todas as escolas). Para estas escolas, a afetação de pessoal docente é feita da mesma forma mas com algumas diferenças no que respeita a alocação de bens de funcionamento e de capital. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO LETÓNIA LITUÂNIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 69 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Dependendo da municipalidade, 94 ou 95 % dos recursos para o pessoal e dos recursos didáticos (“cesto do aluno”) são distribuídos a nível de escola (transferência em espécie), enquanto 5 ou 6 % são distribuídos a nível municipal (transferência em espécie). Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 70 O financiamento para estabelecimentos de ensino em municipalidades mais pequenas (com uma população abaixo dos 3 000) é proveniente do orçamento do Estado através do Centro Klebelsberg de Manutenção das Instituições – exceto em alguns casos em que as municipalidades financiam as infraestruturas escolares. Nas municipalidades maiores, os estabelecimentos de ensino recebem financiamento, quer do orçamento de Estado através do Centro Klebelsberg de Manutenção das Instituições, quer das municipalidades – exceto nos casos em que as municipalidades confiam a exploração das suas escolas ao Estado. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO HUNGRIA MALTA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 71 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior e superior geral (VMBO, HAVO, VWO) 72 A autoridade escolar é reconhecida como a autoridade competente para administrar a escola ou as escolas que estão sob a sua responsabilidade. A autoridade escolar pode ser o executivo municipal, uma outra entidade de direito público ou uma entidade de direito privado. Alguns dos seus poderes podem ser delegados ao diretor da escola, mas a responsabilidade continua a residir na autoridade responsável. VMBO = Voorbereidend Middelbaar Beroepsonderwijs (ensino profissional preparatório) HAVO = Hoger Algemeen Voortgezet Onderwijs (ensino geral pré-universitário) VWO = Voorbereidend Wetenschappelijk Onderwijs (ensino científico pré-universitário) O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO PAÍSES BAIXOS ÁUSTRIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral (Hauptschulen e Neue Mittelschulen) 73 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Os novos estabelecimentos de ensino secundário (Neue Mittelschulen) diferem em alguns aspetos daqueles que são mostrados no diagrama, na medida em que uma pequena fração dos professores é diretamente remunerada pelo Ministério da Educação. Para além do que é ilustrado no diagrama em relação ao financiamento do pessoal não docente, o Ministério da Educação remunera os psicólogos escolares. As municipalidades recebem uma alocação específica do governo do Land para remuneração dos orientadores que trabalham fora do horário letivo. Uma pequena parcela do financiamento atribuído às escolas pelo governo do Land é afeta em função das iniciativas e objetivos políticos em matéria de educação. Por exemplo, foram desbloqueados fundos suplementares para aulas de apoio à aprendizagem de línguas. Estabelecimentos de ensino secundário (allgemeinbildende höhere Schulen) 74 Os Conselhos Regionais de Educação são divisões administrativas do Ministério Federal da Educação e dos Assuntos da Mulher. Estes organismos afetam o pessoal docente e não docente às escolas, mas a respetiva remuneração é da responsabilidade do ministério. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ÁUSTRIA POLÓNIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 75 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O diagrama ilustra os fluxos financeiros para os estabelecimentos de ensino da rede pública geridos unicamente pelas comunas ou distritos. O ano de referência é 2013. O diagrama não representa diretamente alguns fundos específicos atribuídos pelo Ministério da Educação nacional, províncias, distritos e comunas para o desenvolvimento profissional dos professores. Os fundos distribuídos pelo Ministério da Educação nacional para a aquisição de manuais escolares foram excluídos do diagrama. Dependendo do nível de autonomia que as autoridades locais concedem às escolas, estas últimas podem receber subvenções específicas associadas às despesas de capital sob a forma de transferências financeiras ou transferências em espécie. A educação das minorias nacionais e étnicas não é financiada unicamente pelo Ministério da Educação nacional, mas também pelo Ministério da Administração e da Digitalização. Estabelecimentos do primeiro ciclo do ensino básico 76 As escolas que ministram o 1.º ciclo do ensino básico nunca assumem a responsabilidade pela sua própria gestão nem dispõem de orçamento próprio. A sua gestão administrativa, financeira/orçamental e pedagógica é levada a cabo pela direção do agrupamento de escolas a que pertencem. Os órgãos diretivos dos agrupamentos estão localizados em estabelecimentos de ensino secundário ou em estabelecimentos que ministram o 2.º e/ou 3.º ciclos do ensino básico. Os agrupamentos escolares pagam ao pessoal docente e ao pessoal não docente, transferindo os fundos que recebem do Ministério da Educação e Ciência. Quando existe um contrato de execução entre o Ministério e o município, este paga diretamente ao pessoal não docente com fundos transferidos do Ministério da Educação e Ciência). As receitas próprias dos municípios representam uma pequena percentagem do orçamento das escolas. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO PORTUGAL PORTUGAL Estabelecimentos de segundo e/ou terceiro ciclos do ensino básico e de ensino secundário 77 Os agrupamentos escolares pagam ao pessoal docente e ao pessoal não docente, transferindo os fundos que recebem do Ministério da Educação e Ciência. Quando existe um contrato de execução entre o Ministério e o município, este paga diretamente ao pessoal não docente com fundos transferidos do Ministério da Educação e Ciência). As receitas próprias dos municípios representam uma pequena percentagem do orçamento das escolas. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS As escolas que ministram o 1.º ciclo do ensino básico nunca assumem a responsabilidade pela sua própria gestão nem dispõem de orçamento próprio. A sua gestão administrativa, financeira/orçamental e pedagógica é levada a cabo pela direção do agrupamento de escolas a que pertencem. Os órgãos diretivos dos agrupamentos estão localizados em estabelecimentos de ensino secundário ou em estabelecimentos que ministram o 2.º e/ou 3.º ciclos do ensino básico. Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 78 Os territórios que estão sob responsabilidade dos conselhos locais variam por todo o território. Pode tratar-se, por exemplo, de municipalidades, de cidades ou de setores de Bucareste. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ROMÉNIA ESLOVÉNIA Osnovne šole (estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior) 79 A categoria de “transportes” inclui o transporte das crianças que residem longe da sua escola e é coberta por impostos locais. Para além das rubricas representadas no diagrama, as municipalidades elegíveis recebem fundos suplementares do Ministério da Educação, Ciência e Desporto para o transporte de crianças em casos de ameaças naturais. Em alternativa ao que é ilustrado pelo diagrama, o Ministério da Educação, Ciência e Desporto pode adquirir diretamente para as escolas novos equipamentos tecnológicos (bens de capital). As municipalidades que não têm a possibilidade de desempenhar plenamente as suas funções legais e constitucionais a partir das suas próprias fontes de receitas, são elegíveis para um apoio financeiro suplementar por parte do Estado. Este apoio é garantido sob a forma de um montante fixo proveniente do Ministério das Finanças, ao abrigo de uma “medida de perequação financeira”. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Os estabelecimentos de ensino têm a possibilidade de ministrar cursos não obrigatórios e atividades extracurriculares para os quais pode ser necessário contratar pessoal suplementar (por exemplo, professores, especialistas em aconselhamento, cozinheiros, porteiros, etc.) ou adquirir bens de funcionamento. Tais postos ou custos suplementares são aprovados e financiados pela municipalidade. Gimnazije (estabelecimentos de ensino secundário superior geral) 80 O diagrama aplica-se aos estabelecimentos de ensino com alojamento (de tipo residência universitária) para alunos. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ESLOVÉNIA ESLOVÁQUIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior 81 Em alternativa ao fluxo financeiro ilustrado pelo diagrama, o Ministério da Educação, Ciência, Investigação e Desporto pode distribuir fundos para recursos específicos diretamente às escolas em vez de os afetar através da municipalidade. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O diagrama ilustra a situação de 74 % dos estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior que têm o estatuto de “entidade jurídica”. Para os estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior que não possuem este estatuto, o financiamento é distribuído pela municipalidade diretamente para os estabelecimentos de ensino e não para o diretor de escola, como mostra o diagrama. Gymnázia (estabelecimentos de ensino secundário superior geral) 82 Todos os estabelecimentos de ensino secundário superior têm o estatuto de “entidade jurídica”. Em alternativa ao fluxo financeiro ilustrado pelo diagrama, o Ministério da Educação, Ciência, Investigação e Desporto pode distribuir fundos para recursos específicos diretamente às escolas em vez de os afetar através da região. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ESLOVÁQUIA FINLÂNDIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior geral 83 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS O nível de autonomia que as municipalidades atribuem às escolas na afetação de recursos difere consoante a municipalidade. Recursos específicos são atribuídos com base nas necessidades de casa municipalidade. O Ministério da Educação e Cultura decide qual o montante fixo a atribuir com base nas necessidades educativas, mas as municipalidades podem também utilizar esses fundos para outros serviços públicos. Estabelecimentos de ensino secundário superior geral 84 O nível de autonomia que as municipalidades atribuem às escolas na afetação de recursos difere consoante a municipalidade. O Ministério da Educação e Cultura decide qual o montante fixo a atribuir com base nas necessidades educativas, mas as municipalidades podem também utilizar esses fundos para outros serviços públicos. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO FINLÂNDIA SUÉCIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 85 As municipalidades podem utilizar as dotações gerais em função das condições locais. Existem igualmente as dotações direcionadas para financiar atividades específicas, como seja a formação de professores, por vezes durante um determinado período de tempo. As dotações do Estado direcionadas para fins concretos variam de um ano para o outro em função das iniciativas específicas da administração central, reformas, etc. DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS A maior parte do financiamento das escolas é proveniente de receitas fiscais das municipalidades, mas uma parte (cerca de 15 %) é proveniente de dotações do Estado. Maintained schools (escolas subvencionadas) (ensino primário e secundário geral) 86 Maintained schools (escolas subvencionadas) são aquelas que são financiadas através da autoridade local e incluem diferentes categorias jurídicas, tais como community schools, foundation schools, trust schools, voluntary controlled e voluntary aided schools. Os fluxos ilustrados nesta figura representam os mecanismos para financiar a educação antes dos 16 anos (Dedicated Schools Grant, Pupil Premium, Devolved Capital Funding, e, dependendo da categoria da escola, os programas Local Authority Capital Maintenance ou Local Authority Coordinated Voluntary Aided) e pós-16 anos (a fórmula de financiamento para 16-19 anos Devolved Capital Funding, e, dependendo da categoria da escola, os programas Local Authority Capital Maintenance ou Local Authority Coordinated Voluntary Aided). As escolas subvencionadas são responsáveis pela gestão dos seus próprios fundos ordinários (a parte do orçamento geral do Dedicated Schools Grant que cabe a cada escola). Não há montantes predefinidos para as categorias de base. As subcategorias indicadas representam os tipos de bens e serviços que as escolas podem escolher para consignar a estes fundos mas a lista não é muito extensa. Os fundos Pupil Premium (que devem ser utilizados para reduzir os efeitos das carências sociais) são representados como transferências diretas da Agência para o Financiamento da Educação às escolas. No entanto, esses fundos são efetivamente distribuídos às escolas através das autoridades locais que os devem transferir integralmente. No que concerne as despesas de capital, o diagrama centra-se nas dotações financeiras permanentes (financiamento descentralizado e financiamento de obras de manutenção). Adicionalmente, a Education Funding Agency (EFA) pode transferir às autoridades locais uma dotação para necessidades (Basic Need Allocation) destinada a responder às necessidades de capital para a criação de novas vagas para alunos em escolas subvencionadas novas ou alargadas. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO REINO UNIDO – INGLATERRA REINO UNIDO – INGLATERRA Academies (ensino primário e secundário geral) 87 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Academies são escolas independentes subvencionadas pelo Estado que têm acesso a mecanismos de financiamento individual com a Secretaria de Estado e gozam de autonomia em termos organizacionais e curriculares. Incluem-se nesta categoria as escolas livres, colégios universitários técnicos e as studio schools. Os fluxos ilustrados no diagrama representam os mecanismos para financiar a educação pré-16 anos (General Annual Grant, Pupil Premium, Devolved Capital Funding e Academies Capital Maintenance Fund) e pós-16 anos (a fórmula de financiamento para 16-19 anos, fundos de desenvolvimento de projetos, fundos de investimento em capital e alocação direcionada para bens de capital). As academies são responsáveis pela gestão dos seus próprios fundos ordinários (General Annual Grant – GAG). Não há montantes predefinidos para as categorias de base. As subcategorias indicadas representam os tipos de bens e serviços que as escolas podem escolher para consignar a estes fundos mas a lista não é muito extensa. No que concerne as despesas de capital, o diagrama centra-se nas dotações financeiras permanentes (financiamento descentralizado) e no Academies Capital Maintenance Fund (ACMF). As academies têm igualmente a possibilidade de aceder a outros financiamentos destinados a responder às necessidades de capital para a criação de novas vagas para alunos em escolas subvencionadas novas ou alargadas. Maintained schools (escolas subvencionadas) (ensino primário e secundário geral) 88 Maintained schools (escolas subvencionadas) são aquelas que são financiadas através da autoridade local e incluem diferentes categorias jurídicas, tais como community schools, foundation schools, voluntary controlled e voluntary aided schools. Os fluxos ilustrados nesta figura representam os mecanismos para financiar a educação pré-16 anos (Revenue Support Grant, Pupil Deprivation Grant, School Effectiveness Grant e School Buildings Improvement Grant/21st Century Schools capital grants e, para as voluntary-aided schools, o Schools Capital Grant Programme); e educação pós-16 anos (fundos de gestão de receitas e 21st Century Schools capital grants). O Minority Ethnic Achievement Grant e o Welsh in Education Grant abrangem alunos com idades compreendidas entre os 3-19 anos. As escolas subvencionadas são responsáveis pela gestão dos seus próprios fundos ordinários (a parte do orçamento geral do revenue support grant – RSG que cabe a cada escola). Não há montantes predefinidos para as categorias de base. As subcategorias indicadas representam os tipos de bens e serviços que as escolas podem escolher para consignar a estes fundos mas a lista não é muito extensa. Também incluídos na dotação global de uma escola estão os fundos provenientes das quatro dotações específicas que o Governo gales atribui às autoridades locais para apoiar as suas prioridades: Minority Ethnic Achievement Grant, Welsh in Education Grant, Pupil Deprivation Grant e School Effectiveness Grant (SEG). O SEG destina-se a melhorar os níveis de desempenho dos alunos em literacia e numeracia e em reduzir o impacto da pobreza no rendimento escolar. Aos fundos consignados ao abrigo do SEG, as autoridades locais devem fazer corresponder os seus próprios recursos. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO REINO UNIDO – PAÍS DE GALES REINO UNIDO – IRLANDA DO NORTE Controlled and Catholic maintained schools (ensino primário e secundário geral) 89 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS As controlled e controlled integrated schools são detidas pelo Education and Library Board (ELBs), que financiam igualmente as suas despesas de capital e despesas relacionadas com receitas resultantes da atividade. As catholic-maintained schools são essencialmente detidas pela Igreja Católica e as suas despesas relacionadas com receitas resultantes da atividade são financiadas na íntegra pelos ELBs, mas também podem receber financiamento direto de capital do Departamento da Educação. Os fluxos no diagrama representam os mecanismos (orçamento geral das escolas e programas de financiamento de capital) para o financiamento da educação antes e após os 16 anos. As escolas são responsáveis pela gestão dos seus próprios fundos ordinários (a parte do orçamento geral das escolas que cabe a cada escola). Não há montantes predefinidos para as categorias de base. As subcategorias indicadas representam os tipos de bens e serviços que as escolas podem escolher para consignar a estes fundos mas a lista não é muito extensa. Voluntary grammar and grant-maintained integrated schools (ensino primário e secundário geral) 90 As voluntary grammar e grant-maintained integrated schools são detidas por administradores (trustees) ou pelo conselho escolar de governadores. São integralmente financiadas pelas despesas ordinárias e de capital pelo Departamento da Educação. Algumas voluntary grammar schools contribuem para os seus custos de capital. Os fluxos no diagrama representam os mecanismos (orçamento das aggregated schools e programas de financiamento de capital) para o financiamento da educação antes e após os 16 anos. As escolas são responsáveis pela gestão dos seus próprios fundos ordinários (o orçamento aggregated schools). Não há montantes predefinidos para as categorias de base. As subcategorias indicadas representam os tipos de bens e serviços que as escolas podem escolher para consignar a estes fundos mas a lista não é muito extensa. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO REINO UNIDO – IRLANDA DO NORTE REINO UNIDO – ESCÓCIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 91 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS As despesas relacionadas com refeições escolares, transporte escolar, manutenção e renovação, assim como “Apoio de Inglês como língua estrangeira” são cobertas pelas autoridades locais na medida em que, de um modo geral, não são consideradas como adequadas para serem delegadas às escolas. No entanto, as autoridades locais podem delegar uma parte ou a totalidade das despesas nestas categorias aos diretores dos estabelecimentos, se tal for considerado sensato e prático, dependendo das suas próprias circunstâncias locais. Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior 92 O Ministério da Educação não outorga fundos diretos às municipalidades, à exceção de um montante inferior a 0,8 % do custo total, que o Estado atribui às municipalidades para compensar o custo do ensino especial ministrado nas escolas. Cada municipalidade deve candidatar-se independentemente ao Ministério do Interior todos os anos, na medida em que este custo não é considerado parte integrante do orçamento regular para a educação. Os fundos são direcionados para a própria municipalidade e não para o departamento financeiros das suas escolas. As escolas têm de entregar uma compensação financeira à agência gerida pelo Estado para os materiais didáticos que lhes são fornecidos em espécie. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ISLÂNDIA ISLÂNDIA Estabelecimentos de ensino secundário superior geral 93 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Estabelecimentos de ensino primário 94 O pessoal docente e diretores de escola são contratados pelo Estado mas as municipalidades contribuem com 50 % do valor dos salários. Serviços externos como terapia da fala, etc., que não têm caráter permanente, também podem ser financiados pelas municipalidades. O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO LISTENSTAINE LISTENSTAINE Estabelecimentos de ensino secundário geral 95 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Estabelecimentos de ensino primário e secundário geral 96 O ensino primário e secundário inferior são geridos pelas municipalidades e o ensino secundário superior é gerido pelos condados. O nível de autonomia que as municipalidades/condados dispensam às escolas para a alocação de recursos difere em função da municipalidade/condado. Para além da informação mostrada no diagrama, o Ministério da Educação e da Investigação acorda igualmente uma quantidade limitada de recursos a certos condados e municipalidades ou diretamente às escolas, no seguimento de um processo de candidatura (por exemplo, para os projetos de desenvolvimento das escolas). O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO NORUEGA TURQUIA Estabelecimentos de ensino primário e secundário inferior 97 DIAGRAMAS NACIONAIS SOBRE FLUXOS FINANCEIROS Estabelecimentos de ensino secundário superior geral 98 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO TURQUIA GLOSSÁRIO Dotação global: recursos financeiros atribuídos a um organismo que afeta esses fundos para fins colocados ao seu critério, utilizando linhas de orientação que podem ser muito gerais ou mais restritivas. No contexto do relatório, a alocação da dotação global abrange duas ou mais categorias de despesas com a educação (ou seja, pessoal docente, pessoal não docente, despesas correntes e de capital). Orçamento: um montante de fundos que podem ser constituídos por diferentes fontes de financiamento público (autoridades de nível central, regional ou local). Um orçamento pode ser dedicado a um único fim ou tipo de despesa ou pode ser destinado a cobrir um leque variado de aplicações, conforme decisão das autoridades públicas ou das instâncias escolares responsáveis pela sua gestão. Aprovação orçamental: envolve a afetação de recursos às autoridades/estabelecimentos de ensino em conformidade com um orçamento por estas elaborado, submetido a aprovação pela autoridade pública competente. Despesas de capital: refere-se a gastos em bens de duração superior a um ano. Inclui despesas em construção, renovação e grandes reparações em edifícios, assim como despesas em equipamentos novos ou de substituição. (Considera-se que a maioria dos países reporta as pequenas despesas com equipamentos, ou seja, abaixo de um determinado limite de custos, como despesas correntes, em vez de despesas de capital). Bens de capital: infraestruturas assentes em património e equipamentos duráveis (edifícios e instalações, recreios, mobiliário, computadores, etc.) utilizados pelos estabelecimentos de ensino para desenvolver as suas atividades nucleares. Incluem ativos fixos imóveis (imobilizado) e móveis. Autoridade central: a autoridade de nível superior com responsibilidade pela educação num determinado país situa-se normalmente a nível nacional. No entanto, na Bélgica, Alemanha, Espanha e Reino Unido, as 'regiões' (Communautés, Länder, Comunidades Autónomas e as administrações descentralizadas, respetivamente) são responsáveis por todas ou pela maioria das áreas relacionadas com a educação e são, por conseguinte, consideradas como o nível superior de autoridade. Despesas de funcionamento: refere-se à despesa em bens e serviços consumidos durante o ano financeiro corrente, ou seja, despesa que é efetuada de forma recorrente de modo a continuar a prestar serviços educativos. Despesas com equipamentos de pequena dimansão, abaixo de um determinado limite de custos, são também declaradas como gastos correntes. Determinação discricionária de recursos: o montante de recursos é determinado pela autoridade concernente. É fixado sem fazer referência a qualquer outra autoridade, o que segnifica que não existe uma fórmula de financiamento definida para calcular os montantes imputados, e que a estimative das necessidades e a correspondente afetação decorre na base de uma apreciação individual (caso a caso). Fórmulas de financiamento: método de financiamento que utiliza critérios definidos e aplicados respeitando uma regra universalmente acordada para esses critérios, de forma a para determinar o montante de recursos a que cada escola tem direito. Autoridade intermédia: no âmbito deste relatório, o termo refere-se a qualquer autoridade que se encontra politicamente e/ou administrativamente situada entre as autoridades de nível central e os órgãos a nível de escola. Na maioria dos casos, trata-se de autoridades regionais ou locais. Pode ainda incluir divisões administrativas das autoridades de nível central e organismos locais de educação com responsabilidades pelo setor da educação no seio dos municípios. Autoridade local: autoridades responsáveis pelas unidades territoriais abaixo do níbel regional. As autoridades locais podem englobar representantes eleitos ou podem ser divisões administrativas das autoridades centrais. Montante fixo: Um montante total de fundos transferidos do nível central para as autoridades de nível regional ou local para cobrir um leque de serviços públicos, incluindo a educação. Pessoal não docente: inclui, para além de diretores de escola em alguns países e outros gestores escolares, supervisores, conselheiros, psicólogos escolares, técnicos de saúde escolar, técnicos de biblioteca e media educacionais, especialistas em desenvolvimento curricular, pessoal administrativo, 99 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO pessoal responsável pelo funcionamento e manutenção de serviços, pessoal de segurança, transportes, refeitórios, etc. Bens e serviços de funcionamento: são consumidos no decurso do ano financeiro corrente, ou seja, compostam despesas que precisam de ser efetuadas de forma recorrente de modo a continuar a prestar serviços educativos. Bens e serviços de funcionamento incluem, por exemplo, livros, estacionário, materiais de ensino assim como equipamentos que ficam abaixo de um determinado limite de custos. Em termos de despesa, a designação de “corrente” equivale à de “funcionamento”. Outros recursos: são utilizados pelos estabelecimentos de ensino para prestar um leque de serviços subsidiários à sua responsabilidade primordial que é o ensino (inclui, por exemplo, transporte escolar e catering, ou até alojamento para os alunos e atividades extracurriculares). Autoridades regionais: autoridades responsáveis pelas unidades territoriais entre os níveis central e local. As autoridades regionais podem ser compostas por representantes eleitos ou pelas divisões administrativas das autoridades de nível central. Recursos específicos: são geralmente concedidos por meio de dotações imputadas no âmbito de um programa de discriminação positiva destinado a reduzir a desvantagem educativa resultante de diferenças de natureza geográfica, social, linguística ou outras. Este tipo de programa pode incluir, por exemplo, áreas de intervenção educativa, o ensino de línguas minoritárias, e acções especiais para apoiar crianças portadoras de deficiência. Pessoal docente: Pessoal que participa diretamente no ensino de alunos. 100 AGRADECIMENTOS AGÊNCIA DE EXECUÇÃO RELATIVA À EDUCAÇÃO, AO AUDIOVISUAL E À CULTURA ANÁLISE DAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO E DE JUVENTUDE Avenue du Bourget 1 (BOU2) B-1049 Brussels (http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice) Direção Científica Arlette Delhaxhe Autores Nathalie Baïdak (coordenação), Isabelle De Coster, Jari Matti Riiheläinen, Anna Mc Namee Paginação e Gráficos Patrice Brel Coordenação da Produção Gisèle De Lel 101 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO UNIDADES NACIONAIS EURYDICE Ministerio de Educación, Cultura y Deporte c/General Oraa 55 28006 Madrid Contribuição da Unidade: Flora Gil Traver, Patricia Vale Vasconcelos, Adriana Gamazo García ALEMANHA Eurydice-Informationsstelle des Bundes EU Bureau of the German Ministry for Education and Research Rosa-Luxemburg-Str.2 10178 Berlin ESTÓNIA Eurydice-Informationsstelle der Länder im Sekretariat der Kultusministerkonferenz Graurheindorfer Straße 157 53117 Bonn Contribuição da Unidade: Thomas Eckhardt e Brigitte Lohmar Eurydice Unit Analysis Department Ministry of Education and Research Munga 18 50088 Tartu Contribuição da Unidade: Kersti Kaldma (coordenação); peritos: Ingrid Hunt, Tiina Kõllamaa, Malle Kurm, Kristel Mägi (Financial Department, Ministry of Education and Research) ANTIGA REPÚBLICA JUGOSLAVA DA MACEDÓNIA National Agency for European Educational Programmes and Mobility Porta Bunjakovec 2A-1 1000 Skopje FINLÂNDIA Eurydice Unit Finnish National Board of Education P.O. Box 380 00531 Helsinki Contribuição da Unidade: Hanna Laakso ÁUSTRIA Eurydice-Informationsstelle Bundesministerium für Bildung und Frauen Abt. IA/1b Minoritenplatz 5 1014 Wien Contribuição da Unidade: Stefan Vogtenhuber (perito externo) FRANÇA Unité française d’Eurydice Ministère de l'Éducation nationale, de l’Enseignement supérieur et de la Recherche Direction de l’évaluation, de la prospective et de la performance Mission aux relations européennes et internationales 61-65, rue Dutot 75732 Paris Cedex 15 Contribuição da Unidade: Thierry Damour BÉLGICA Unité Eurydice de la Fédération Wallonie-Bruxelles Ministère de la Fédération Wallonie-Bruxelles Direction des relations internationales Boulevard Léopold II, 44 – Bureau 6A/012 1080 Bruxelles Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta GRÉCIA Eurydice Unit Ministry of Education and Religious Affairs Directorate for European Union Affairs 37 Andrea Papandreou Str. (Office 2172) 15180 Maroussi (Attiki) Contribuição da Unidade: Anna Krompa (Responsável pela Unidade) ESLOVÁQUIA Eurydice Unit Slovak Academic Association for International Cooperation Svoradova 1 811 03 Bratislava Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta com o perito externo Danica Omastova (CVTISR) HUNGRIA Eurydice National Unit Hungarian Institute for Educational Research and Development Szalay u. 10-14 1055 Budapest Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta ESLOVÉNIA Eurydice Unit Ministry of Education, Science and Sport Education Development Office Masarykova 16 1000 Ljubljana IRLANDA Contribuição da Unidade: Barbara Kresal Sterniša e Tanja Taštanoska; perito: Vera Gradišar (Ministry of Education, Science and Sport) Eurydice Unit Department of Education and Skills International Section Marlborough Street Dublin 1 Contribuição da Unidade: Jerome Kelly (Principal Officer, Schools Capital Appraisal Section), Conor Mc Court (Assistant Principal, ETB Financial/Administrative, Personnel Section), Stephen Lawless (Higher Executive Officer, ETB ESPANHA Eurydice España-REDIE Centro Nacional de Innovación e Investigación Educativa (CNIIE) 102 ACKNOWLEDGEMENTS Financial/Administrative, Personnel Section), Eugene Rafferty (Assistant Principal, Schools Financial & ETB Financial/Administrative, Personnel Section), Pádraig Maloney(Principal Officer, Payroll Section), Adrian Healy (Higher Executive Officer, Building Unit, Finance Section) Contribuição da Unidade: Roslynn Vella (perito) MONTENEGRO Eurydice Unit Rimski trg bb 81000 Podgorica ISLÂNDIA NORUEGA Eurydice Unit Education Testing Institute Borgartúni 7a 105 Reykjavik Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta Eurydice Unit Ministry of Education and Research AIK-avd., Kunnskapsdepartementet Kirkegata 18 P.O. Box 8119 Dep. 0032 Oslo Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta ITÁLIA Unità italiana di Eurydice Istituto Nazionale di Documentazione, Innovazione e Ricerca Educativa (INDIRE) Agenzia Erasmus+ Via C. Lombroso 6/15 50134 Firenze Contribuição da Unidade: perito: Massimiliano Ciccia (Servizio di statistica settore istruzione, Ufficio monitoraggio flussi finanziari, Ministero dell'Istruzione, dell'Università e della Ricerca – MIUR) PAÍSES BAIXOS Eurydice Nederland Ministerie van Onderwijs, Cultuur en Wetenschap Directie Internationaal Beleid Etage 4 – Kamer 08.022 Rijnstraat 50 2500 BJ Den Haag Contribuição da Unidade: Monica van Leeuwen-Laan LETÓNIA POLÓNIA Eurydice Unit State Education Development Agency Vaļņu street 3 1050 Riga Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta; perito: Svetlana Batare Eurydice Unit Foundation for the Development of the Education System Mokotowska 43 00-551 Warsaw Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta; perito: Monika Siergiejuk (Ministry of Labour and Social Policy) LISTENSTAINE PORTUGAL Informationsstelle Eurydice Schulamt des Fürstentums Listenstaine Austrasse 79 Postfach 684 9490 Vaduz Contribuição da Unidade: National Eurydice Information Center Unidade Portuguesa da Rede Eurydice (UPRE) Ministério da Educação e Ciência Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) Av. 24 de Julho, 134 1399-054 Lisboa Contribuição da Unidade: Isabel Almeida; colaboração externa: João Matos, Alcina Cardoso LITUÂNIA Eurydice Unit National Agency for School Evaluation Didlaukio 82 08303 Vilnius Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta da Unidade em cooperação com o perito externo Emilis Ruželė REINO UNIDO Eurydice Unit for England, País de Gales and Northern Irlanda Centre for Information and Reviews National Foundation for Educational Research (NFER) The Mere, Upton Park Slough, Berkshire, SL1 2DQ Contribuição da Unidade: Claire Sargent LUXEMBURGO Unité nationale d'Eurydice ANEFORE ASBL 58, boulevard Grande-Duchesse Charlotte 1330 Luxembourg Eurydice Unit Escócia c/o Intelligence Unit Education Analytical Services Scottish Government Area 2D South, Mail point 28 Victoria Quay Edinburgh EH6 6QQ Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta MALTA Eurydice Unit Research and Development Department Ministry for Education and Employment Great Siege Rd. Floriana VLT 2000 103 O FINANCIAMENTO DAS ESCOLAS NA EUROPA: MECANISMOS, MÉTODOS E CRITÉRIOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO ROMÉNIA Eurydice Unit National Agency for Community Programmes in the Field of Education and Vocational Training Universitatea Politehnică București Biblioteca Centrală Splaiul Independenței, nr. 313 Sector 6 060042 București Contribuição da Unidade: Veronica – Gabriela Chirea; perito nacional: Maria Dornean (Director, Finance Budget Department, Ministry of National Education) SÉRVIA Ministarstvo prosvete i nauke Nemanjina 22-26 11000 Belgrade SUÉCIA Eurydice Unit Universitets- och högskolerådet/The Swedish Council for Higher Education Universitets- och högskolerådet Box 45093 104 30 Stockholm Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta TURQUIA Eurydice Unit MEB, Strateji Geliştirme Başkanlığı (SGB) Eurydice Türkiye Birimi, Merkez Bina 4. Kat B-Blok Bakanlıklar 06648 Ankara Contribuição da Unidade: Dilek Güleçyüz, Osman Yıldırım Uğur 104 EC-02-14-627-PT-N O Financiamento das Escolas na Europa: mecanismos, métodos e critérios de financiamento público O presente relatório oferece uma base para compreender a estrutura dos sistemas de financiamento do ensino primário e secundário geral na Europa. Inclui uma análise dos níveis de autoridade envolvidos e dos métodos e critérios que se utilizam para determinar a quantidade de recursos necessários ao financiamento da educação escolar. Abrange 27 dos 28 Estados-Membros da UE, e ainda a Islândia, Listenstaine, Noruega e Turquia. Os níveis de autoridade implicados nas transferências e na atribuição de fundos às escolas encontram-se inextricavelmente ligados ao quadro político e administrativo de cada país. Com o auxílio de diagramas nacionais sobre os fluxos de financiamento, este relatório explica os diferentes mecanismos, métodos e prioridades respeitantes ao financiamento de recursos humanos, bens e serviços de funcionamento e bens de capital. A Rede Eurydice tem como objetivo analisar e explicar a organização e o funcionamento dos diferentes sistemas educativos europeus. A Rede apresenta descrições dos sistemas educativos nacionais, estudos comparativos sobre temas específicos, indicadores e dados estatísticos. Todas as publicações da Rede Eurydice são disponibilizadas de forma gratuita no sítio oficial da Rede ou em formato impresso mediante pedido. Através da sua atuação, a Rede Eurydice pretende promover a compreensão, a cooperação, a confiança e a mobilidade aos níveis europeu e internacional. A Rede é constituída por unidades nacionais localizadas em países europeus e é coordenada pela Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura da União Europeia. Para mais informações sobre a Rede Eurydice, ver http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice