Dona Didinha - Academia de Letras de Teófilo Otoni

Transcrição

Dona Didinha - Academia de Letras de Teófilo Otoni
Dª DIDINHA...
A Pescadora de Sonhos!
Dª DIDINHA... A PESCADORA DE SONHOS!
Título e revisão:
Profª Amenaide Bandeira Rodrigues
Organização e produção editorial
Profº Wilson Colares da Costa
Capa:
Matheus Serôa
Diagramação e montagem:
Roberto Achtschin
Impressão:
Gráfica Exclusiva
Homenagem da Academia de Letras de Teófilo Otoni pelos 95 anos
de vida da escritora, poetisa, artista plástica, pianista, musicista,
educadora e acadêmica Hilda Ottoni Porto Ramos – Dª Didinha
Teófilo Otoni/MG - 2012
Sumário
Apresentação................................................................................................ 5
Didinha: autobiografia................................................................................... 6
Resenha bibliográfica.................................................................................... 8
Depoimentos................................................................................................11
A velha do Rio............................................................................................. 32
Textos selecionados.................................................................................... 35
Dª Didinha: as imagens contam um pouco de sua história......................... 43
Academia de Letras: quadro social............................................................. 49
Apresentação
Nesta edição especial em homenagem aos 95 anos de D. Didinha, o
leitor encontrará um pouco da história dessa artista teofilotonense, dos seus
poemas e crônicas, do seu caminhar pelas trilhas da vida.
D. Didinha - “A Pescadora de Sonhos” - idealista, artista, incansável
no seu viver. Mulher encantadora, carismática, simples e completa. Veio ao
mundo para brilhar. Pequena grande mulher, destemida e sensível, frágil e
forte, doce, teimosa e levada.
Pessoa de quem muito me orgulho ser filha, chegou a esse mundo
nos idos de 1917. Seus pais, Anathilde Ribeiro Porto e Reinaldo Ottoni Porto.
Primogênita de quatorze irmãos, da sua mãe herdou a coragem, o destemor,
a força e a teimosia; do seu pai, a sensibilidade, a afinidade com as letras e
os sons, o dedilhar nos versos e no teclado.
Para D. Didinha não existe o meio termo. A mediocridade não faz parte
do seu viver. Excelente em tudo que faz, transita por todas as artes: toca, pinta e borda. No seu crochê, desata os fios da vida, nas suas aquarelas, brinca
com as cores, ao piano, o seu dedilhar exala sensibilidade, beleza. Pessoa
ímpar no seu jeito de ser.
Em família, é a matriarca, provedora, sempre disposta a receber e acolher com carinho todos aqueles com quem partilha o seu viver.
Profª Lízia Maria Porto Ramos
Membro titular da cadeira 3 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Didinha: Autobiografia
“Tenho aqui sobre a mesa da copa de minha casa três objetos importantes à minha espera. Por que eu os considero assim diante de seu valor
insignificante? São eles: uma folha de papel (em branco) um lápis e uma
borracha. O papel parecia olhar-me enquanto aguardava o porquê de estar
ali. Falou sem usar palavras. Estou aguardando que minha mente dê um
estalinho e o pensamento provoque sentimentos guardados no cofre da memória. O vento jogou o papel no chão... Eu o apanhei antes de tomar o lugar
onde estava instintivamente. Na parede, uma tela (grandioso presente da
Academia de Letras).Retratos, lembranças, recordações saudosas se tornaram vivas, reais...
Representavam e apresentavam o roteiro de minha vida com 90 anos;
hoje somados mais cinco. Primeiro retrato: sou uma criança, ainda me chamava atenção a cabeça enfeitada com laço de fita; estava ligeiramente inclinada para a esquerda. Os olhos expressivos que pareciam divagar, talvez me
interrogassem onde estaria o meu Eu naquela cena. O que pensava ser você;
qual o sentimento estaria ali escondido naquele momento? Como entender
hoje “essa distância que se torna longa” guardando um passado que foi você
e é você aqui presente? Continuo olhando os retratos, no segundo, eu deveria ter 5 anos. Um fotógrafo (chamava-se “seu” Henrique), trabalhava em um
quarto na casa do tio Mário Gama, casado com tia Gena (Georgina), irmã de
mamãe. Pedi que tirasse meu retrato. Ele me fez posar com uma sombrinha
aberta e uma bolsinha para ficar elegante.
Em meu livro “Memórias vivas... Vivas memórias” conto o tempo como
estudante iniciando com a Mestra Piedade, os primeiros anos, seguidos no
Internato do Colégio Santa Clara, em Itambacuri com 9 e 10 anos de idade;
eram sete léguas em estrada de chão. Eu ia a “cavalo” no colo de tio Fernando. Fundado o Colégio São Francisco em Teófilo Otoni por Frei Dimas,
continuei no Internato até 1933, quando me diplomei Normalista.
Lecionei por dois anos no Grupo Escolar Teófilo Otoni, atual Escola Estadual Clotilde Onofri de Campos (além de ter lecionado no Colégio
São Francisco e Colégio Estadual, hoje Escola Estadual Alfredo Sá, onde
me aposentei). Fui para o Rio de Janeiro continuar os estudos de piano.
Em 1938, me casei com o primo Lauro Joaquim Ramos (Cirurgião Dentista);
quando a morte veio buscá-lo, precisei compreender, aceitar e seguir caminhando; seria difícil à medida que o meu Eu passava pelo tempo; saber como
preencher aquele vazio. Seria uma lacuna intransponível? Não poderia me
entregar! Seguindo “a força do meu querer”. Assim fazendo, chego aos 95
anos, como estou?
Altos e baixos se transformam em experiências, aprendizagens. Saber
como usar um “para-quedas” imaginário para cada situação. Acontecimentos
se tornaram lições! Agradeço a Deus os dons recebidos e lucidez em atividade.
Música: o piano aceita que minha alma oriente meus dedos. Sinto a
presença da inspiração: criando ou interpretando. Ser Eu Hilda ou Didinha.
Escrever: o lápis vai rabiscando palavras que o pensamento vai ditando. A borracha; que papel importante: corrigir e apagar erros! Falando do
ontem ou do hoje em prosa ou verso, registrando lembranças.
Pintando: Atualmente a aquarela completa meu prazer. Trazer para as
telas o encanto das flores. Não me sinto só. Quatro filhos maravilhosos me
dão esta certeza. Os amigos são inúmeros ao lado de parentes. Meus agradecimentos!
Enquanto escrevia (para terminar) olhando a tela, meu pensamento
passeava por onde 95 anos foram somando: meses, dias, horas, tempo!
Vida. Algo indefinido sussurrava aos meus ouvidos: É você, Didinha, você
passando por “tudo”, passando pelo que um Ser Superior vai determinando o
que foi e será: Vida longa, presente de Deus: Agradecer!
Tenho consciência de que tudo seguirá em lições. Primeiro, preparei
o terreno, usei como adubo: amor e carinho com tempo certo para plantar e
poder colher!, tudo seguirá conforme as lições: escola da vida: no ar pairam
lembranças; tempo de plantar e... poder colher.”
Resenha Bibliográfica
“De lavrado em lavrado” (1990) é o seu livro de estreia, em que procura transmitir os mais doces sentimentos que enlevam a nossa alma. São
textos escritos com leveza, pureza, tocando, assim, as emoções dos seus
leitores com belos e bem elaborados poemas, “são as primeiras pedras de
minha lavra, saídas dos veios descobertos ao acaso”, como afirma na sua
apresentação.
A escritora e comadre Isaura Caminhas Fasciani (1916-2008) ao prefaciá-lo, afirma: “tocando nossas emoções mais íntimas, a autora vai deixando
esparzidos no seu caminho dos dons artísticos que brotam do seu rico interior, em preciosas joias de sua inspiração... Compositora, poeta, pintora ou
pianista, ela nos transporta ao seu mundo mágico, onde realidade e sonho se
confundem de forma harmoniosa e terna...”
Já em “Memórias vivas... Vivas memórias...” (2009), o seu segundo livro, Dª Didinha, em prosa ou verso, fala das memórias da cidade, de algumas
figuras ilustres e um pouco do seu folclore. O livro prima pela descontração,
contando de forma leve e alegre um pouco da história da autora, da sua
cidade natal, Teófilo Otoni, incluindo também a sua intensa paixão por Alcobaça, na Bahia.
A acadêmica Elisa Augusta de Andrade Farina, ao prefaciá-lo, esclarece: “Memórias vivas... Vivas memórias... nos remete ao mundo poético numa
realidade fantástica de uma (re) construção de vida que a autora nos privilegia num passado/presente entrelaçado num futuro promissor e mágico”.
Em “Aquarelas da Vida” (2010) - uma coletânea de poemas, alguns
com ilustrações feitas pela própria autora, os textos são a mais genuína expressão dos seus sentimentos, de suas ideias, de sua vida...vivida. “Não tive
compromisso com a rima, são frases soltas de minha imaginação que surgem
de um momento de prazer com a caneta na mão”, afirma Dª Didinha.
A prefeita Municipal Maria José Haueisen Freire, ao apresentar o livro,
destaca: “Sua poesia é perpassada de sentimentos nobres, e sem moralismo
ou doutrinação, nos dá lições de vida...”
Dª Didinha é ainda autora de vasto repertório musical, destacando-se
dentre outros: “A Canção da Comunidade”, hino dedicado à sua terra, Teófilo
Otoni; também os hinos da Academia de Letras de Teófilo Otoni e da APAE de
Teófilo Otoni. Além, é claro, de inúmeros textos inéditos, em prosa e verso,
aguardando a publicação em novos livros.
Vale a pena conferir e ler as obras dessa artista de vários talentos
para o mais profundo deleite da alma...!
Prof. Wilson Colares da Costa
Membro Titular da cadeira 26 da Academia de Letras de Teófilo Otoni,
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“A grandeza não consiste
em receber honras,
mas em merecê-las.”
(Aristóteles 384-322 a.C)
Depoimentos
Dª Didinha...
“Pescadora de sonhos,”
“Pescadora das letras,”
“Pescadora dos sons!”
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Talentos Múltiplos
Ao falar sobre Didinha, lembro do texto bíblico sobre sementes jogadas
em vários terrenos. Umas foram levadas pelos pássaros, outras secaram e as
que caíram em terreno fértil, produziram frutos em abundância. Mt.13,3-8.
Didinha é uma mulher privilegiada, recebeu muitos talentos. Nasceu
de uma família culta que lhe ofereceu o terreno fértil para cultivar a literatura,
a música, as artes plásticas e também para as chamadas prendas domésticas. Daí, sua versatilidade para a literatura, onde transita facilmente entre
poesias, “causos populares” e fatos históricos. Sua musicalidade lhe permite
criar e executar suas composições, além de tocar piano com sensibilidade e
emoção, seja música popular ou clássica.
Nas prendas domésticas, Didinha lava e passa, “pinta e borda”, faz
crochet. Exímia doceira, sabe criar e confeitar bolos de festas que, além de
bonitos, são deliciosos.
Didinha conheceu e viveu no tempo da filha, esposa e mãe considerada a “ rainha do lar”, figura apresentada numa música muito conhecida, onde
a “rainha” aparece “com um avental todo sujo de ovo e com um chinelo na
mão”.
Com essa música, algumas mães até choram e nem percebem que a
música retrata a “escravinha do lar”. Didinha nunca aceitou essa subserviência.
Ela foi filha, esposa e mãe exemplar. Soube conciliar sua vida pessoal
e familiar, garantindo o tempo e espaço necessários para cultivar seus talentos e contribuir para o enriquecimento cultural e artístico de Teófilo Otoni.
Aos 95 anos de idade, Didinha merece nossa homenagem, não pelo
tempo vivido, mas pelo que ela faz no tempo que lhe foi dado.
Ela é exemplo de vida para todos, especialmente para nós, mulheres,
muitas vezes carentes dessa liberdade feminina que valoriza, engrandece e
dignifica a mulher, sob todos os aspectos.
Profª Maria José Haueisen Freire
Prefeita do Município de Teófilo Otoni
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A Pescadora de sonhos...
“Pescar... pescar e... pescar pelo simples prazer de lançar a isca, fazer silêncio, esperar algo se mexer na água, e... pronto, mais um peixe, por menor que
seja, é uma grande recompensa para um bom pescador, principalmente quando
quem está ali é uma “jovem” senhora de 95 anos.
E se os peixes se transformam em palavras? Existe alguma diferença ou a
situação é a mesma? Para essa pescadora, nunca existiu nem existirá tempo ruim
para a pescaria, ainda mais quando as palavras saem do fundo da alma pulando
rapidamente para o papel, aí sim, a vida transborda de alegria, o encanto ultrapassa o poder da mente, as letras se acomodam, ganham vida e os poemas surgem
de imediato, brindando os leitores com verdadeiras obras de arte.
Pois é, Dona Didinha, a senhora é uma “Pescadora” de tudo que a vida
pôde lhe oferecer em quase um século de existência”.
Parabéns, minha “conterrânea”.
Profª Amenaide Bandeira Rodrigues
Membro titular da cadeira 01 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Didinha... a pescadora de sonhos!
É maravilhoso vê-la aos 95 anos, cheia de vida, na barra do Itanhém em
Alcobaça, de caniço e chapelão, pescando seus robalos com tanta eficiência de
causar inveja a muitos pescadores diplomados em rios e mares.
Qual o segredo de tanta vitalidade?
É a música que consegue extrair com tanto sentimento do piano amigo?
É a poesia que flui espontaneamente de seus escritos?
É o desenho, o traço, a cor de suas pinturas cheias de emoção e encanto?
É a forma, a textura, o movimento das peças tão bem trabalhadas em argila,
açúcar ou o que for, que de suas mãos de fada adquirem vida?
É o aroma, o tempero, o paladar dos quitutes e doces que tão caprichosamente é capaz de criar?
Você é aquela mestra que, com carinho, paciência e competência, ensinanos a concretizar os mais anelados sonhos de um pescador na vida.
Que Deus nos permita tê-la por muitos anos ainda com saúde e alegria.
Gilberto Ottoni Porto
Membro Benemérito da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
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Ela é dez
Gente da terra da gente, expoente máximo da cultura musical, legenda viva
do saber em vários dos seus matizes, seu nome está intimamente ligado aos grandes valores da terra que a viu nascer. Partícipe notável das atividades literárias, tem
relevantes serviços prestados à cultura teófilo-otonense, na música e nas letras.
Como Professora e Escritora, é aquela pessoa admirada e respeitada por
todos. Matriarca de uma família das mais conceituadas, sempre soube dedicarse às grandes e nobres causas comunitárias, ajudando na construção de uma
sociedade mais justa e igualitária. O seu exemplo de esposa e mãe, sabidamente
amantíssima, sempre se fez dos mais dignificantes, sendo também digno de louvor e aplausos a obra grandiloquente que tem sabido construir ao longo de sua
fecunda e rica existência. Seu nome lembra competência e altruísmo e ao mencioná-lo quero juntar-me àqueles que, de inteira justiça, homenageiam dona Hilda
Ottoni Porto Ramos, ou, simplesmente, dona Didinha. Ela é dez, com louvor.
Humberto Luiz Salustiano Costa
Membro Honorário da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Dona Didinha
Ser aluna de Dona Didinha foi um sonho da menina que sempre admirou a
mestra, vendo e ouvindo a pluralidade das suas aptidões.
A sua oportunidade mais próxima com a grande mestra de Teófilo Otoni foi
no Palácio das Artes de Belo Horizonte quando, com Nestor Sant’Anna (irmão que
trabalha, há 40 anos, na assessoria cultural e musical de Minas Gerais), agradou à
homenageada, lendo a crônica “Dona Didinha”, feita a quatro mãos e publicada no
Jornal AFATO e no livro “Todos os Santos”.
“Dona Didinha tem solfejo de palavras,
Inspira-se a reler da vida a partitura...
Dispõe-se a garimpar, em variadas lavras,
Inspirações que são água-marinha pura.
No tempo, sabe ouvir a própria sinfonia,
Harmônico, seu ser compõe seu dia a dia
A dedilhar a fé, nas teclas da cultura”.
Profª Guiomar Sant’Anna Murta
Assistente Social Aposentada e Escritora
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Uma pescadora de pérolas
Enleva saudar Dona Didinha, na comemoração de seus bem vividos
95 anos.
Nos anos 60 a conheci e com ela convivi nas salas de aulas do Colégio
Estadual Alfredo Sá. Primeiro no casarão do antigo Ginásio Mineiro de Teófilo
Otoni. Depois, no novo prédio, na avenida, junto ao rio Todos os Santos.
A Professora de canto encantava a todos aqueles que, como eu, tiveram a feliz oportunidade de ser seus alunos. Com ela aprendemos a cantar
com mais apurada técnica vocal e brilho o Hino Nacional. Daquela época é o
hino Canção da Comunidade, uma de suas belas composições.
Já transcorreu um ano de minha recepção como seu confrade na
ALTO, desde que em janeiro de 2002 nos reencontramos na costa baiana de
Alcobaça. Lá, uma assídua pescadora da praia da barra, onde o rio Itanhém
encontra-se com o mar.
Em Les pêcheurs de perle, ópera de Bizet, com libreto de Carré e de
Cormon, busquei esta imagem para homenagear Dona Didinha. Ao longo de
sua rica experiência de vida, a pescadora de sonhos tornou-se uma admirável pescadora de pérolas. Assim classifico as obras de seu engenho e arte.
Prof. José Carlos Pimenta
Procurador Regional da República
Membro Titular da cadeira 16 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Ela é demais
Dona Didinha parece ser interminável. Chega aos 95 anos com a mesma lucidez que a gente a conheceu como escritora, poetisa, artista plástica, pianista, musicista e educadora. Somam-se a isto as qualidades de mãe
exemplar, vovó carinhosa, grande pescadora e as prendas domésticas que
a fazem excelente preparadora de quitutes, sejam doces ou salgados. Com
certeza, Dona Didinha é, simplesmente, uma super mulher.
Arnaldo Pinto Júnior
Jornalista/Professor e Membro Benemérito da
Academia de Letras de Teófilo Otoni.
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Mãe adotiva
Na década de 90, quando pela primeira vez, fui a Alcobaça, tive a felicidade de conhecer Dona Didinha que me convidou para tomar um café com
sonho e ouvir algumas composições suas e outras que desejasse, era só
pedir...
Bendito foi aquele 10 de janeiro de l990, pois como mais tarde diria ela:
ganhei um filho, e eu, uma mãe adotiva. Desde então só venho ganhando:
suas pinturas, suas músicas ao piano, seus livros, suas aulas sobre a influência da Lua sobre as marés, suas aulas de culinária “a mão na massa traz
mais amor” como ela diz, com seu sorriso franco.
Maravilhosa companheira de pescaria que nunca quer sair da beira do
rio. “Não podemos ir agora, pois a maré vai virar, é alta de vazante e o robalo
vai chegar...”
Firme e decidida no jogo de buraco, grande parceira, amiga e leal essa
minha mãe adotiva. Te amo, Dona Didinha.
Domingos Gomes Ferreira,
Professor do Departamento de Matemática da UFMG
A mestra e amiga
Uma professora competente, alegre, comunicativa. Tenho orgulho de
ter sido sua aluna. Tenho gratas lembranças dessa época!
Faz bolos artísticos, cujos enfeites ela mesma modela. De grande sensibilidade, interessante e extrovertida. A cidade de Teófilo Otoni se orgulha
muito dessa personagem. Em sua casa em Alcobaça vai sempre em momentos de lazer. É uma grande pescadora e brinca que conversa com o rio.
Sou feliz por ser sua amiga!
Profª Maria Laura Pereira da Silva Couy
Membro titular da cadeira 27 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
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Didinha, exemplo de amor pela vida
Tia, duas vezes madrinha, mãe de leite...
”Nas tranças, transas da vida”, Didinha a todos envolve com sua sabedoria, esperança e a paixão em viver intensamente cada momento de sua
existência. Aos 95 anos, mostra sem constrangimento sua singular capacidade
de tecer sonhos e projetos de vida.
Pescadora incansável, sempre nos indica a direção de algo muito além
das águas, dos anzóis, e dos peixes. Didinha não desiste nunca. Tudo vira motivo para continuar vivendo e continuamente sonhar sonhos que muitas vezes
parecem impossíveis.
“De lavrado em lavrado” nos ensina como garimpar as belezas e alegrias e a driblar as tristezas e as inevitáveis perdas da vida.
Falar de Didinha escritora, poeta, musicista, educadora, membro da
Academia de Letras de Teófilo Otoni, é falar de uma pessoa publicamente conhecida e reconhecida, mas falar da nossa “tia Didinha”, é falar de alguém que
segue sempre em frente, sem se importar com o partir ou o chegar, mas em
continuar a caminhada respeitando o ritmo imposto por cada ano vivido.
Com a sabedoria dos seus 95 anos, sua marca é tecer com paixão a
rede que abriga as pessoas, as coisas e as relações.
Parabéns e obrigada pela lição de vida.
Profª Edna May Ottoni Porto
O exemplo de Dona Didinha...
Associo-me às justas homenagens que são prestadas a Dona Didinha
e, ao ensejo, agradecemos ao Deus Criador a alegria de podermos compartilhar com familiares e amigos mais um ano de vida de Hilda Ottoni Porto
Ramos.
São 95 anos bem vividos e traduzidos por uma vida plenamente coroada de conhecimentos e amor! Ela representa a memória viva da cultura lítero
- musical da nossa Teófilo Otoni.
Dª Didinha é um exemplo de vida para todos nós!
Thalles da Silva Contão
Vereador
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História, Teófilo Otoni e Amor
Não sei direito o porquê, mas Teófilo Otoni parece não se amar. Não
amar sua geografia, sua cultura, seu povo, suas oportunidades.
Por isso, fiquei muito impressionado desde a primeira vez que vi e ouvi
nossa querida Hilda, Dª Didinha. Encontrar-se com ela é encontrar-se com
uma parte de nossa história, da mesma forma que o fazemos ao encontrar
Fany, Hilda Haueisen, Pe Giovani, a Comunidade Luterana e outras pessoas
/ comunidades que traduzem um pouco dessa alma ‘abandonada’ por sua
cidade.
Sua vibração, carinho e determinação nos constrangem a pensar na riqueza desta terra, de seu povo, de sua história. E celebrar sua vida é celebrar
um pouco, e um tanto, daquilo que fomos e somos.
Enfim, nossa alma/história/povo/cultura/vida.
Parabéns, e muito mais pela frente, Dona Didinha...
Prof. Luís Alberto Bassoli
Diretor da ETFG (Escola Técnica de Formação Gerencial).
Hilda Ottoni Porto Ramos – Dª Didinha
O tempo passou, afinal de contas, ele não sabe mesmo ficar parado. É
como um compasso ritmado que denuncia a troca das estações. Vai o verão e
as outras chegam logo em seguida. Mas Didinha, a musa da arte, não viajou
com o tempo. Ela foi, é e será sempre instrumento do deus da alegria, produzindo mensagens escritas, faladas e principalmente cantadas para inebriar
almas e corações sonhadores.
O mundo seria um lugar melhor de se viver se fosse povoado com mais
instrumentos do anjo da felicidade igual a ela. Obrigada, Senhor, por Didinha
existir e continuar conosco.
Uma obra divina produzida por você foi o hino da APAE de Teófilo Otoni, o qual é entoado pelas pessoas com necessidades especiais que convivem naquela casa.
Profª Neusa Guedes Carneiro
Diretora da APAE de Teófilo Otoni.
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A lenda viva
Tive o prazer de conhecer Dª Didinha quando recebi na sede da União
Estudantil, por intermédio do Prof. Wilson Colares, um exemplar do livro: “Memórias Vivas, Vivas Memórias”, que me prendeu a atenção, em função do
que foi escrito. E lembro-me de uma passagem emocionante que diz: “Onde
há silêncios, vagueiam sentimentos!... Na fina brisa do horizonte se perde o
olhar. Êxtase de sonhos, magia de luz: momentos em que o sol vai se escondendo sobre o mar!...” .Dessa forma, em poucas palavras é possível descrever os sentimentos dessa mulher e o seu amor pela cultura, pela música e
pelas letras, em que ao mesmo tempo retrata a história da nossa Philadélfia.
Mais tarde, precisamente em julho de 2010, tive a satisfação de conhecer Dª
Didinha, durante o lançamento do livro: “Aquarelas da Vida”. E de fato posso
dizer que a vida dela é uma aquarela. Dentre tantas cores, se destaca a autora, uma pescadora de sonhos e de letras. Assim afirmo que a Dª Didinha é
uma Lenda Vida, uma mulher que consegue, como poucos, retratar os seus
sentimentos, através das palavras.
Felipe Ribeiro Lemos
Presidente da União Estudantil de Teófilo Otoni.
Para Vó Didinha
Das mãos talentosas que escrevem, pintam, tocam piano, às mãos
singelas que pescam, fazem quitandas, essas mãos de mãe, cortadas pela
linha do tempo, que durante anos embalaram seus filhos, mesmo adultos
ainda lhes são estendidas para oferecer o apoio necessário. Mãos que por
vezes se juntaram em forma de reza para pedir forças nos momentos difíceis
e que inúmeras vezes também estiveram unidas para aplaudir a vida. Hoje
são os filhos, sobrinhos, netos, bisnetos, parentes de todos os graus, amigos,
alunos e admiradores que aplaudem a dona dessas mãos tão habilidosas,
acolhedoras e criativas; por tudo isso o nosso imenso carinho e respeito a
Hilda Ottoni Porto Ramos.
Hilda Maria Ramos Guedes
Teresa Porto Ramos
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A filha do Dr. Reinaldinho
“Quando ele chegava em casa, depois do trabalho, vindo, seja do Banco
Mineiro da Produção ou do Ginásio Mineiro, tirava o terno, a gravata, o chapéu, e
rodeado dos 14 filhos, deixava para trás as leis, as aulas e era outra pessoa. Então
a música era sua vida. Sentado ao piano ou com um acordeom, trazia alegria e
convivência feliz para a família. Os saraus musicais e poéticos aconteciam à noite;
ele lia seus versos com os intelectuais ou músicos da cidade, especialmente o violinista Durval Campos e o padre Frei Dimas, que, com sua ajuda, fundou o Colégio
de freiras São Francisco”.1
Vivendo nesse celeiro cultural, a menina Hilda teve seus talentos musicais
e poéticos desabrochados e o gosto pela cultura ficou indelevelmente inscrito na
sua personalidade.
E, assim, no curso dos anos, ela seguiu sua sina de compartilhar seus talentos, levando sua música para alunos de piano, arte em escolas, brindando-nos
com livros de inspirada poesia e crônicas, que refletem a delicadeza de sua alma
de poeta, sua força de caráter e sensibilidade, que os anos só fizeram apurar.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri – Dr.Reynaldo Ottoni Porto – Edna May
Ottoni Porto
1
Profª Íris Soriano Nunes Míglio
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri
Minha Mãe Didinha
Uma pescadora universal fisgou tudo a vida inteira e ainda continua; fisgou
a cultura, as artes, o amor: o meu pai e os filhos. Tornando-se uma detentora ímpar
de um vasto conhecimento. Tudo por ser uma mulher de fé inabalável, católica
praticante. Esta fé alimentou a coragem para enfrentar os sofrimentos que a vida
lhe reservou. Depois de pescar tudo isso, passou a dar a todos o seu exemplo pelo
conhecimento, pela doação, pela caridade, pela participação, oferecendo sempre
algo mais que deslumbra a todos, tornando-se uma colaboradora incansável para
todos os setores da vida e da sociedade.
Sou privilegiado por ser filho dessa mulher maravilhosa que amo tanto e de
quem muito me orgulho.
Com a bênção, seu filho.
Armando Porto Ramos.
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Dona Didinha, uma das JOIAS da “Cidade do
Amor Fraterno” e da “Capital Mundial
das Pedras Preciosas”
Um dos motivos que me faz feliz é quando me lembro da aproximação
que sempre tive com Dª Didinha. Todas as vezes que a vejo, ela me passa
sentimentos positivos, demonstrando que para termos uma vida saudável,
devemos utilizar constantemente nossos talentos. Com a graça de Deus,
soube desenvolver dons e sensibilidade incomuns na maioria das pessoas.
Ao ler um dos seus livros ou ao me lembrar das vezes que a presenciei
dedilhando as teclas de um piano, tenho a impressão de que me torno mais
sensível ao lado bom da vida. Em seus livros, encontramos linguagem rica de
imagens, conseguidas, às vezes, através das águas límpidas e dos mares.
Como todos sabem, Dª Didinha sempre gostou de pescar, estou me
lembrando de sua coragem, quando pescamos juntos no Rio Xingu, no
pantanal mato-grossense. Parafraseando o convite de Jesus para Pedro e
Thiago, dizendo que eles, daquele momento em diante, não seriam apenas
pescadores de peixes, seriam também pescadores de homens, Dª Didinha
seguiu no decorrer da vida essa ordem de Cristo, conseguindo com o seu
exemplo pescar muitas pessoas para que se aproximassem e seguissem os
mandamentos cristãos.
Que Dª Didinha continue por muitos anos servindo de modelo para
aqueles que têm o privilégio do seu convívio.
Theomar Sampaio Paraguassu
Membro Benemérito da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
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À mulher de múltiplos sonhos
pescados... Didinha!
Mulher nutrida de múltiplos sonhos pescados
pelos caminhos de sua vida bela coroada por Deus
enfatiza de grande fé e formidável força aos humanos.
Escritora amadurecida na mera idade se realiza abençoada
Feliz comunga na alma sempre cheia de vivacidade e esperança
A espelhar verdade e ternura na sua expectativa e lealdade.
Artista, revela o amor no fazer como pintora de quadros
Plastifica a arte de ser soberana dona de singelas palavras,
Musicista ao afago das notas, expressa a bondade, humildade
A educadora incansável que cada vez mais se soma no que faz e no que é...
José Geraldo Silva
Membro titular da cadeira 11 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Minha Madrinha
Tenho profundo amor, admiração e respeito por minha madrinha Didinha. A ela também devo minha vida. Soube que quando era pequeno à beira
da morte, um sábio médico “Dr. Lourenço” ao me visitar disse a minha mãe:
“esse menino está morrendo de fome”: “Chame Didinha”, e assim, agarrado
em seus seios, recuperei a saúde. Ela é uma predestinada, pois Deus em sua
infinita misericórdia deu a ela todos os dons. É mãe, professora, escritora,
poeta, artista plástica, compositora... É ainda uma excelente pescadora.
Minha madrinha, sua bênção com admiração.
Do seu afilhado,
Roberto Ramos Lorentz.
22
Hilda Ottoni Porto Ramos:
uma pessoa especial
Sou uma privilegiada, tive a grata satisfação de ter Dona Didinha como
Professora nos tempos idos e saudosos da minha juventude. Devo a ela o
cultivo do bom gosto musical, ponto determinante de suas aulas ao som de
um piano. Da memorização da escala musical, inesquecíveis momentos em
que pude absorver a alegria que cultivo até hoje.
O poeta ao viver o assombro de tudo o que lhe encanta, amplia o que
vê, e nisso está a grandeza de seu ofício.
Dona Didinha é uma caixinha de surpresa, sempre nos presenteando
com a sua experiência poética que perpassa pela regra dos encontros que
multiplicam realidades.
Só os que tiveram permissão especial de viver muito, aprendem a
olhar os turbilhões da vida, compreendem as mudanças que ocorrem a todo
o momento. Possuem o dom de retirar a vida da singularidade, tornando-a
plural e multifacetada.
O tempo, amada educadora, esculpiu no seu rosto e na sua alma as
suas marcas, mas conservou o seu espírito jovial e criativo.
Senhor, dai-lhe energia, saúde e muitas alegrias para que ela possa
eternizar toda a potencialidade presente na Sua irrestrita bondade.
Profª Elisa Augusta de Andrade Farina
Membro titular da cadeira 06 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Dª Didinha
Mulher teofilotonense atuante na família, na comunidade. Faz da música e da literatura caminhos mágicos na sua vida, sem, perder suas raízes.
Exemplo para todos que têm a felicidade de viver com incomparável e
extraordinária mulher guerreira, suave e doce.
Por tudo isso a aplaudimos de pé, ao completar 95 anos.
Raquel Melo Urbano de Carvalho
Membro titular da cadeira 24 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Therezinha Melo Urbano de Carvalho
Membro titular da cadeira 25 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
23
Dona Didinha
O branco que lhe cobre o teto.
A exercer fascínio, admiração.
denota experiência e serenidade.
Sem a pressa da juventude.
O brilho dos olhos, como fagulhas,
a cintilar a felicidade de bem vivida vida.
Da paciência eterna com os mais jovens
Transmite a luz que emana de sua aura!
Como o fogo da paixão pela arte.
Brinda-nos com pérolas em versos
Sempre com sorriso franco e aberto.
Divide conosco eternizando pensamentos.
Doce sabor de uma mão amiga, sempre estendida.
Sempre pronta a auxiliar, quem assim precisar.
De palavras doces e o ombro, sempre amigo.
É Dona Didinha, esta flor que Deus permitiu,
desabrochar no nosso jardim!
Antonio Sérgio Torres Ferreira
Membro titular da cadeira 21 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
24
Didinha, a canção definitiva
Hoje, ao abrir a janela dos sonhos, os raios da bem aventurança descortinaram todos os meus segredos ou quase todos... Então, meio que extasiado,
saí apressadamente, quem sabe, para lugar nenhum, com a alma desnudada e
radiante!
Pessoas comuns perguntavam-me a razão para tanto... Se eu havia visto
pássaro verde... De fato, era pássaro sim, só que de todos os tons e cores.
Seu canto inesquecível destila notas raras que grandes músicos do passado, como Bach, Chopin, Beethoven, Paganini ou Tom Jobim treinaram exaustivamente para encontrá-las e nada. As canções desses gênios serviram de trampolim
para que nós meros mortais continuássemos tentando. Certamente, Dª Didinha é
esta ave madura. Rica em sons e acordes celestiais que todos buscam. Aqueles
que têm sensibilidade, podem percebê-la nas partituras da vida, entretanto, jamais
poderão grafá-las em pauta. Mas quem tem um coração aventureiro, há de encontrar em cada canto, seu canto onde eternizar.
Prof. João Batista Vieira de Souza
Membro titular da cadeira 10 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Dona Didinha
Impossível se referir à história artística e cultural de Teófilo Otoni, sem mencionar o nome de Hilda Ottoni Porto Ramos - Dona Didinha, como é carinhosamente chamada e conhecida.
Foi de seu pai, Dr Reinaldo Ottoni Porto, poeta, escritor e hábil ao piano e
na sanfona, que lhe veio essa veia artística.
Música (instrumentista, compositora e educadora), poesia, pintura, dentre
outras habilidades, seriam ideais suficientes para ocupar a existência de uma mulher. Mas não se abdicou da sua função de esposa, mãe, avó, bisa, extremamente
dedicada, sem abrir mão de uma boa pescaria - outra paixão.
Exemplo de vida. Jovem aos 95 anos.
Pura sensibilidade. Beleza e emoção transbordando em sua obra.
“Eu te saúdo, Dona Didinha, amiga querida, nós todos te saudamos e te
desejamos longa permanência à tua generosa ARTE!”
Profª Munira Molaib
Gerente do SESC-TO e Sócia fundadora do Conservatório de Música D. Didinha (em sua homenagem)/Conservatório de Música Teófilo Otoni (nome fantasia)
25
ALTO lá: Dê passagem a Dona Didinha
Quem é Dona Didinha: uma pequena criança que vê um pássaro e o transforma em poema? Quem é Dona Didinha: uma jovem adolescente cheia de sonhos
que vê uma paisagem e a transforma em tela? Quem é Dona Didinha: uma mulher
moça numa sala de aula exercendo a profissão de educadora? Quem é Dona Didinha: uma mulher adulta muito observadora que é capaz de transformar todas as
coisas simples em melodias e canções? Quem é Dona Didinha: uma mulher madura que brinca com as crianças, descobrindo através delas, a sua pura identidade?
Quem é Dona Didinha: uma mulher idosa que se vai transformando em uma pura e
reluzente pedra preciosa? Quer saber mais ainda? Viva Dona Didinha!
Olegário Alfredo da Silva
Membro titular da cadeira 18 da Academia de Letras de T. Otoni.
Dona Didinha, a consagrada
“Antes que no seio fosse formado, eu já te conhecia; antes de teu
nascimento, eu já te havia consagrado profeta das nações”.
Jeremias, 1,5
Eu te escolhi:
Para seres uma criança aplicada,
Uma aluna exemplar, normalista
Artesã, artista plástica
Escritora e poetisa
Mãe, educadora e musicista
Regente, maestrina e pianista
Eu te escolhi:
Para seres poetisa
Teres projetos e vitórias
E conquistas
E tantos outros “istas”
Porque és especialíssima!
Parabéns, pelos 95 anos e muitos outros!
Leuson Francisco da Cruz
Membro titular da cadeira 12 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
26
A estrela e sua arte multifacetada
Talentosa, ousada, forte e sensível – assim é Dona Didinha, minha
querida professora de canto orfeônico no Colégio São Francisco, artista
maior que impressiona pela incrível capacidade de criar, encantar e seduzir
com sua arte plural. Ao piano, ela se transforma, enlevada pelo encanto das
melodias que executa. Poeta, seus versos são mensageiros de suas inquietações, dos problemas que afligem a humanidade, das questões existenciais,
mas também do amor, da saudade, do que se foi e do que está por vir. Na
pintura, nas composições musicais, nos bordados, na culinária, em tudo que
faz, ela se revela incrivelmente perfeita. Seu hobby? Ah, até nisso ela se
mostra ímpar: chapéu de abas largas, ar de menina travessa, anzol na mão
e, dentro de um barco acanhado, aventura-se pelas águas de Alcobaça para
sua pescaria, tão leve e solta , tão ela mesma, tão feliz. A idade não existe
para ela. O que realmente conta é a sua ânsia de vida, embalada pelo dom
divino que a faz completa e única.
Profª Emília Menezes Santos
Parabéns, Didinha...
Minas Gerais está de parabéns, porque habita em seu seio hospitaleiro
a nossa gloriosa Dona Didinha, que Teófilo Otoni nos presenteou.
O que é belo não morre, mas vive eternamente na lembrança de todos
que tiveram a feliz oportunidade de conhecê-la e ver de perto a sua grandeza
eterna.
“A arte é o extrato da perfeição.” E Dona Didinha a descobre em alguns
de seus detalhes. Professora de piano, educação artística e musical, compositora, artista plástica e escritora. Os seus legados se eternizam, conceituando assim, os seus mais sensíveis admiradores a respeitá-la cada vez mais.
Parabéns, Dona Didinha, pelos seus bem vividos 95 anos.
Neuza Ferreira Sena
Membro titular da cadeira 14 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
27
Dona Didinha
Fomos companheiros de uma oficina literária no centro pedagógico/
COLTEC/UFMG. Dona Didinha já tinha livro publicado e sua vida era um belo
livro. Apesar da experiência adquirida, herdada, ela queria aprender e apreender mais e mais. Recebia as possíveis críticas com humildade e dentro das
conveniências as acatava. É dona de um texto ágil, gostoso, sem gordura ou
sebo, mas lembra a boa e bela comida mineira. A palavra, para ela, deve ser
exata como uma nota de música. Nada pode sobrar ou faltar na clave de sol
ou no sol de seu texto. No acumular dos anos, a vida se oferece mágica, cada
manhã é uma pequena ressurreição e D. Didinha, com sua vara de pescar
a vida e as pessoas, joga suas redes nos rios da cidade, joga seu anzol nos
rios do dia a dia e pesca alegrias, ternuras, sonatas e luares. D. Didinha não
cabe na pauta de sustenidos e bemóis, nas páginas de versos e prosas, D.
Didinha é mais, é sempre mais, vida longa para ela.
Ronald Claver
Escritor e Professor da UFMG.
Didinha: Professora de muitos
Assim conheci D. Didinha: mãe de Lízia, orgulhosa de seu lugar de
nascimento e pertença: Teófilo Otoni.
Escritora, pianista, pintora – Didinha, mãe também de Raymundo, Armando, Tereza, avó e bisavó, foi se descortinando na minha vida.
Didinha, quituteira de mão-cheia, faz e ensina um crochê como ninguém. Pescadora de sonhos e peixes, está sempre nos convocando para
com ela partilhar de seu cotidiano que sempre tem uma novidade a ser aprendida ou apreciada.
Professora de muitos, professora de todos nós que ora somos amigos,
ora somos filhos, ora somos netos.
Dida, Didinha, alternando sua fortaleza e sua fragilidade, está sempre
pronta para nos acolher, está sempre nos cativando com sua alegria de viver
e ser feliz.
Cirene de Souza Vespasiano
Funcionária da UFMG.
28
Minha Mãe
Determinada, acompanhei-a nos idos de 1954 a l958, quando ia ao Rio de
Janeiro, prestar exames no Conservatório de Música, onde se formou.
Com a mesma determinação, minha Mãe fundou o Conservatório de Musica de Teófilo Ottoni, preparando as alunas e levando-as ao Rio de Janeiro para
prestar os exames finais, enfrentando na época todas as dificuldades para o deslocamento.
Sempre ligada às artes, mostrou-se uma figura ímpar e privilegiada nos
vários ramos como compositora, musicista, escritora e pintora. Ainda hoje, aos 95
anos, continua executando as suas artes e inovando-as, agora mais recentemente, com as telas em aquarela.
A pescaria em Alcobaça-Bahia, sempre foi sua grande paixão. Ainda nos
dias de hoje fica à beira do Rio Itanhém segurando a linha com o anzol à espera
do peixe Robalo.
Enfim, minha Mãe é essa pessoa incrível, que durante a sua existência tem
demonstrado vigor incomum e invejável, o que nos proporciona grande orgulho.
Raymundo Porto Ramos.
Minha avó Didinha
Nunca vou me esquecer do dia em que entrei no Museu do Vaticano com
Vó Didinha. Ela já tinha 90 anos e isso não a impediu de ir à Europa! Senti orgulho
daquela senhora que, mesmo com as limitações impostas pela idade, não desistiu
de realizar sonhos... Pensei que era uma honra estar ali proporcionando a ela
aquele momento. A emoção me invadiu e algumas lágrimas brotaram! Percebi,
naquele instante, que a minha avó soube, como ninguém, envelhecer...
Ela nunca negou sua idade, aceitou e se orgulha da passagem do tempo e
das marcas que ele deixou na sua pele, no seu corpo e em seu coração. Jamais
a vi falar em plásticas, reclamar das rugas , das dores, do cansaço! Pelo contrário,
ela vive hoje, aos 95 anos, com a mesma determinação com que estudou piano no
Rio de Janeiro, superou dolorosas perdas, escreveu e publicou livros e mais tantas
outras realizações...
Minha querida avó, saiba que aqueles momentos que passamos na Europa
vão me inspirar para sempre! Espero saber envelhecer assim, aproveitando a vida
e desejando cada vez mais com e apesar dos anos!!!
Celine Ramos Coelho.
29
Didinha: irmã e madrinha
lhada.
Sete irmãs – você, a mais velha, eu, a mais nova – madrinha e afi-
Você Dinha, tão presente, nos meus primeiros passos, na minha primeira cantiga (com direito à representação teatral) “no dia em que comecei
a andar, mamãe me deu uma estrela pequenina...”, nas primeiras aulas de
piano, nas primeiras lições de tricô, sempre você, minha mestra. Fada arteira,
com sua varinha mágica, transforma tudo em arte, pessoas em artistas.
Dinha, na verdade, você é que sempre foi uma estrela a brilhar, a brilhar, até ficar encantada, então olharemos o céu e veremos uma estrela maior
e mais brilhante que as demais.
Quando abro os olhos pela manhã, das paredes do meu quarto suas
rosas aquareladas me dizem: -bom dia...
A minha bênção minha; dindinha, sua afilhada Lourdinha.
Maria de Lourdes Ottoni Porto Pimenta.
O grande encontro na pescaria
O encontro da avó e bisnetas às margens do rio Itamhém (Alcobaça)
foi simplesmente único. Vovó Didinha aos 94 anos, com seu enorme chapéu
de palha sentada pacientemente aguardando o grande momento da pescaria... apesar de naqueles dias, a sorte não estava favorecendo a expectativa
de fisgar um peixe maiorzinho, os pequeninos nadadores capturados alegravam a manhã de pescaria das crianças... Ali, longe da rotina alucinante da
capital, a sensação de paz prevalecia e acalmava os coraçõezinhos ansiosos
por novidades... Parados com as varinhas de pescar improvisadas pelo experiente vovô Raymundo, as crianças ficaram minutos apenas se refrescando
esporadicamente com um delicioso mergulho no rio.
Não foi fácil convencê-las de que já era hora de almoçar, além do mais
a vovó não parecia nada cansada...
Luciana Marx Ramos Almeida Magalhães
Lara, Paula e Letícia Marx Ramos Almeida Magalhães
30
Especial homenagem
Como minha homenagem repetindo as palavras de Gilberto Ottoni Porto: “Ninguém melhor hoje que a nossa queridíssima prima e irmã Didinha
para representar a família Ottoni Porto com a sua enorme riqueza cultural
e intelectual. O que mais admiro nessa guerreira infatigável é o seu espírito
alegre, seu bom humor, sua autoestima, sua fé inquebrantável em Deus e na
humanidade, sua alegria de viver”.
Este texto escrito há três anos, descreve perfeitamente a dignidade e
personalidade da nossa homenageada. Hoje é a Academia de Letras – ALTO
que junta às palavras do Sr. Gilberto Ottoni Porto, as nossas palavras.
A importância de Dª Didinha para nossa Academia é fundamental, pois
ela é o prumo e a bússola direcionando nossos trabalhos. Ela é admirável
em sua fortaleza e dignidade, distribuindo aos que a cercam, a alegria de
apreciar seus dons, arte e criatividade.
Hoje temos a honra e o privilégio de lhe dizer:
“Parabéns Dª Didinha, a Senhora é a nossa maior riqueza.”
Marlene Campos Vieira
Membro titular da cadeira 29 da Academia de Letras de Teófilo Otoni.
Didinha
Além dos laços que nos aproximam como irmãos, tivemos três decisivos encontros, estes na mesa de cirurgia. Sobreviveu a todos e sem sequelas. No último, você com 94 anos de idade, e eu como o médico cirurgião,
que deveria operá-la, tamanha a responsabilidade, eu é que quase morri de
infarto. Ainda no hospital, você agradecia pela vida e pela saúde em recuperação.
É prazeroso vê-la chegar aos 95 anos, desfrutando da alegria de viver,
do convívio com seus familiares e amigos, dando exemplo de sabedoria e a
todos brindando com uma bela produção literária e artística.
Felicidades.
João Bosco Ottoni Porto
Médico cirurgião.
Ernânia Belga Ottoni Porto
Musicista e professora de flauta.
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“A velha do Rio”
Gonzaga de Carvalho (1926-2006)*
Há muitos anos, perambulando pela barra do Rio Itanhém, em Alcobaça, fui surpreendido quando uma estranha mulher me gritou: ”O grande!”
E senti-me realmente engrandecer, em face de tanta gentileza. Pois quem
assim me interpelava era uma admirável figura humana que em seguida reconheci. Mesmo queimada de sol em um surrado maiô preto, chapelão de
palha na cabeça e empunhando vara e anzol, não me era, afinal, tão estranha. Tratava-se de Hilda Ottoni Porto Ramos (Didinha), irmã de Zequinha e
Fernando, casados respectivamente, com as minhas irmãs Terezinha e Clara. E que satisfação, topar de surpresa com a gentil pescadora, que nisso,
aliás, eu invejo. Pois não entendo de isca ou chumbada, nem conheço baiacu
ou xaréu. Sou dos tais comodistas que só aparecem quando a moqueca já
está na mesa, tendo sempre este elogio final para uma “imbatível na cozinha”
como Didinha: “Estava uma delícia! Você tem mãos de fada!”
Outros anos se passaram, e cada um de nós seguiu então o seu caminho. Depois de longo tempo, eis-me novamente surpreendido pela sua figura,
agora retratada num livro intitulado “O menino e avó do menino”, da autoria
de Lizia Porto, com desenhos de Márcia Franco.
Que felicidade é ser avô ou avó, principalmente quando se é idolatrado
por netinhos amorosos como Renato e os demais! Contudo maior proveito
reverte aos netos, quando são privilegiados em ter como avó uma Didinha,
essa alma de artista que se abriga na simplicidade! Ela merece, realmente,
toda a ternura da autora que a trata por Didida nesse trabalho gráfico primoroso e belamente ilustrado, em que se chega a sentir carícia de brisa e
cheiro de maresia. Nele, a ingenuidade serve de cenário para as aventuras
da avó e seu neto, risonha como as manhãs de sol da nossa Alcobaça! O
estilo é simples e a linguagem gostosa como água da fonte, ou melhor, água
de coco – apropriada para depois de se comer daquele “robalão” que Didinha
fisgou...
Consta que essa vovó de 82 anos, cujas pescarias já se estenderam
até ao Pantanal, ganhou da legião de amigos alcobacenses o apelido de
“Velha do Rio”.Que coincidência! Lembram-se daquele misterioso personagem da novela “Pantanal”, o Velho do Rio, que surgia e se transformava por
encanto, como a Virtude personificada para fazer o bem! Pois Didinha também se transforma, igualmente benfazeja. Às vezes, ela se faz pescadora
de sons. Compondo e interpretando ao piano joias musicais como “Voz de
Serenata”, “Inquieto”, “Parodiando Chiquinha Gonzaga” etc. Outras vezes,
ela se torna pescadora de sonhos, produzindo poesias quais sejam as do
32
seu livro “De lavrado em lavrado”, onde se destacam filigramas verbais como
“Crochê, verdades insofismáveis como “Teatro da Vida”, ou o bom humor de
“Um descuido”...
Em verdade, quem conseguiu pescar tantos amigos e admiradores,
como o anzol da sua bondade ou da sua arte, merece homenagens. E elas
se manifestam sem alarde neste livro, que é desses cujo fazer não é tão
fácil como parece. Pois escrever algo como “O menino e a avó do menino”,
não é tarefa para qualquer mão pesada, já que exige a leveza e a ternura de
uma sensibilidade especial. Meus cumprimentos, portanto a Lizia Porto, pela
inspiração singela com que teceu esse xale de carinhos, para depositá-los,
merecidamente, nos veneráveis ombros dessa grande avó!
*Crônica publicada no jornal da AFATO, em setembro de 1999.
33
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Textos selecionados
35
Theophilo Ottoni: 150 anos
Revivendo a História
História!
Lembranças!
Como?!
Homenagear muitos que viveram,
Viram
Primórdios, época de aventuras!...
Que falar?
Poder exaltar o ideal
Valor, aspirações do Brasil democrático
De Ottoni
Autêntico liberal?!
Ficará no além
Muito aquém
Do arrojo, coragem, civismo, desterror?...
À pátria amor!
Qual sol brilhante, iria iluminar
Inóspitas brenhas
No horizonte verde.
Do Mucury inculto!...
Não desistir
Pogirum, Pogirum!...
Na selva virgem
Ecoa
Grito jubiloso, selvagem
Na obscuridade da origem
Saudações!...
Sinal de vitória!...
Voo aos pararmos da glória
Progresso, evolução
Máquinas rasgaram mais o chão
Velocidade
Asfalto
Presença tecnológica!
Primeiros automóveis chegaram
Substituindo antigas conduções
36
Rivalizaram
Como o Rio de Janeiro, nos anos vinte
Imponentes carnavais
Carros alegóricos se movimentavam
Blocos
Flores e Abóboras
Representando a política local
Viuvinhas
Sabiás
João de Celina animava
Formosa
Caninha verde
Lindas fantasias
Vestiam moças e meninas
Zabumba, Zé Pereira desde véspera!
Ar perfumando com permitidos
e importados lança perfumes em vidro ou metálico
Animavam o corso, marchas carnavalescas,
Nas ruas, confetes coloridos, serpentinas,
Palhaços, pierrôs, colombinas!
Bem longe
De tudo sobraram
Recordações
Guardadas para sempre ficarão.
Onde estão?
Segredos no coração.
Nas calçadas brincavam crianças
Cirandas em rodas, piques, chicotinho queimado.
Nas ruas de terra
Lama quando chovia
Alegria, alegria da meninada!
Soltar barquinhos de papel
Na enxurrada que corria
Nas valetas, das calçadas!...
37
Do passado se distanciando
Cento e cinquenta anos, idos
Bem vividos
Tudo sabem...
Como, onde?!
Girando nas cirandas da saudade
Respondem:
Memória, história!
Planos executados surgiram
Das cabeças, aos papéis ao chão
Mostram suas riquezas
Belezas
Capital das pedras preciosas!
Teófilo Otoni
Assim foi e será alegria de sua cidade
Beleza do ontem
Véspera do hoje
São outras as casas
Outras vidas
Outros sonhares
Outros lares
Outras idades
Outras cidades
Outras crianças
Outras cantigas diferentes
Outras cantigas?
E as antigas?
Dormem nos livros
Guardando relíquias
Culturas do passado!
Seguirão em frente
Nas rodas vivas da vida.
Cento e cinquenta anos se multiplicarão
Das belezas de suas gemas preciosas
Falarão poetas
Do norte a sul
De Minas, Brasil ao mundo!
38
Novo ecoar de vozes!...
De um povo altivo
Vibrando grito
Glorioso, destemido
Jamais vencido!
Ao Ottoni vivido: revivido:
Pogirum!... Pogirum
Eis a tua cidade!
Poema classificado em primeiro lugar no concurso promovido pela Câmara Municipal de Teófilo Otoni, em 2003, em comemoração ao Sesquicentenário
de Fundação do Município de Teófilo Otoni/MG.
39
O Hino a Teófilo Otoni
Canção da Comunidade
Da união nascem a força e o poder
Que nos mostram da glória o porvir
Da justiça, o amor e o dever
Irmanados no ideal de servir.
Estribilho
Sob as bênçãos do céu crescerás,
Teófilo Otoni, cidade princesa!
Todo amor de teus filhos terás,
Na batalha da tua grandeza.
}BIS
Sempre unidos num só ideal:
A defesa da causa comum!
Seja um lema o nosso fanal:
Um por todos e todos por um!
No trabalho, a honestidade.
Engrandece qualquer profissão!
E o valor desta comunidade
É nos dar da justiça a visão.
Filadélfia, lindo sonho de Ottoni
Transformado em feliz realidade
Lenço branco é mensagem de amor
“Pogirum”, eis a tua cidade.
A Canção da Comunidade é um Hino ao município de Teófilo Otoni,
com letra e música de Hilda Ottoni Porto Ramos.
40
Hino à Academia de Letras de Teófilo Otoni
Nós devemos lutar com vigor
Para orgulho de nossa cidade
Sempre atentos faremos com amor
Que o saber seja luz e verdade!
Que o melhor, a maior alegria
Tenha força, jamais vacilar
E o poeta com justa euforia
Quer também na cultura brilhar!
Estribilho
Na vanguarda, na luz do saber
Poderemos lutar e vencer.
}BIS
Nós sabemos que qualquer vitória
Só se alcança por ela esperando
Que o ideal seja um hino de glória
Sempre juntos, sigamos lutando!
Que o melhor, a maior alegria
Tenha força, jamais vacilar
E o poeta com justa euforia
Quer também na cultura brilhar!
Hino à Academia de Letras de Teófilo Otoni, com
letra e música de Hilda Ottoni Porto Ramos.
41
Hino à APAE de Teófilo Otoni
Estudar, descobrir a verdade
Na ciência do bem do saber
Nós queremos ser luz igualdade
E felizes e alegres viver.
Nosso anjo da guarda nos guia
Dá coragem, dá força, da vida
Esta casa de paz dia a dia
É a APAE nossa mãe mui querida.
Nosso mestre com muito carinho
Nos ensina da vida o valor
Com ternura indica o caminho
A seguir na estrada do Amor.
Letra Oficial do Hino à APAE de Teófilo Otoni,
de autoria de Hilda Ottoni Porto Ramos.
42
Dª Didinha...
As imagens também
contam um pouco
de sua história
43
44
Internato Santa Clara, em Itambacuri/MG, por onde passou aos 9 e
10 anos de idade.
Colégio São Francisco, de Teófilo Otoni, onde se
formou em 1933, normalista e lecionou por um longo período a disciplina “Canto Orfeônico”.
Ginásio Mineiro, na Praça Germânica e sua nova sede na Av. Luiz Boali, onde lecionou
até aposentar-se na disciplina Educação Artística e Musical.
Casamento com o primo
Lauro Joaquim Ramos,
em 1938.
Professora e regente do
Coral Alvorada.
Com a comadre e acadêmica Isaura Caminhas Fasciani, dezembro de 2002.
Com o Prefeito Luiz Leal
no programa de TV “Mineiros frente a frente”.
Didinha e os filhos: Armando, Tereza,
Lízia e Raimundo em 2002.
45
Dª Didinha e membros da Academia de
Letras, em novembro de 2005.
Inauguração da Biblioteca “Dª Didinha” da
Academia de Letras, em abril de 2007.
Amenaide Bandeira Rodrigues, Iraci e
Dª Didinha. Detalhe para as
famosas balas delícias.
As educadoras e amigas: Hilda Haueisen
Freire, Maria José Haueisen Freire e Hilda
Ottoni Porto Ramos, julho de 2010.
Dª Ddinha e sua filha Lizia Maria Porto Ramos, quando de sua posse como membro
da Academia de Letras, abril de 2011.
O acadêmico e ex aluno José Carlos Pimenta
cumprimenta Dª Ddinha na ocasião
de sua posse como membro da
Academia de Letras, abril 2011.
Gilberto Ottoni Porto recebendo a Medalha de Mérito Cultural Dª Ddinha,
em abril de 2011.
Gecernir Colen recebe, em nome da
AFATO, a Medalha de Mérito Cultural Dª
Didinha, abril de 2011.
46
Felipe Ribeiro Lemos recebe, em nome da
UETO, a Medalha de Mérito Cultural
Dª Didinha, abril de 2011.
Dª Didinha, Lízia Maria Porto Ramos, juntamente com o membro Benemérito
Theomar Sampaio Paraguassu.
Dª Didinha, Lízia Maria Porto Ramos
e Wilson Colares, abil 2011.
Em Roma, 2007. Vendo-se ao fundo o
Coliseu Romano.
Em 2007, na Praça São Pedro no Vaticano.
Em Florença em 2007.
47
Na celebração em comemoração aos 90
anos de vida, recebe das mãos do Padre
Luciano Campos Lavall a Eucaristia
Dª Didinha e membros da família Otoni
Porto Ramos em abril de 2011
A pianista Didinha... A sua paixão pela música
Didinha: a exímia pescadora
Pescaria no Pantanal Matogrossense
A Pescadora Didinha
48
Academia de Letras de Teófilo Otoni
Quadro Social
49
CONVIDADAS DE HONRA
Guiomar Sant’Anna Murta
Hilda Ottoni Porto Ramos
Isaura Caminhas Fasciani (In memoriam)
Maria Laura Pereira da Silva Couy
Presidente de Honra
Détsi Gazzinelli Jr.
MEMBROS TITULARES
Amenaide Bandeira Rodrigues
Alexandre Farias Marques
Antônio Sérgio Torres Ferreira
Elisa Augusta de Andrade Farina
Hilda Ottoni Porto Ramos
Maria Laura Pereira da Silva Couy
Marlene Campos Vieira
Neuza Ferreira Sena
Luiz Alberto Bassoli
Ricardo Lopes Marques Júnior
João Batista Vieira de Souza
José Geraldo Silva
José Carlos Pimenta
Leuson Francisco da Cruz
Lízia Maria Porto Ramos
Olegário Alfredo da Silva
Raquel Melo Urbano de Carvalho
Therezinha Melo Urbano de Carvalho
Tadeu Raimundo Laert
Wilson Colares da Costa
MEMBROS CORRESPONDENTES
Altamir Freitas Braga – Rio de Janeiro/RJ
Walter Teófilo Rocha Garrocho – Barbacena/MG
Luiz Paulo Lírio de Araújo – In memoriam
Norma Disney Soares de Freitas – Fortaleza/CE
Daniel Antunes Júnior – Belo Horizonte/MG
João Santos Gomes – Medeiros Neto/BA
José Moutinho dos Santos – Belo Horizonte/MG
Jean Albuquerque – Nova Viçosa/BA
João Marques de Oliveira Neto – Pirapora do Bom Jesus/SP
Gessimar Gomes de Oliveira – Montes Claros/MG
50
Amir Fernandes de Souza – Nanuque/MG
Francisco Soriano de Souza Nunes – Rio de Janeiro/RJ
Clevane Pessoa de Araújo Lopes – Belo Horizonte/MG
Helena Selma Colen – Ladainha/MG
Cosme Custódio da Silva – Salvador/BA
Marco Aurélio de Freitas Lisboa – Belo Horizonte/MG
Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha – São Paulo/SP
Rozelene Furtado de Lima – Teresópolis/RJ
Wilson de Oliveira Jasa – São Paulo/SP
Lucilene Ianino Lima Peçanha – Belo Horizonte/MG
Maria Cristina Carone Murta – Belo Horizonte/MG
Ieda Cunha Cavalheiro – Porto Alegre/RS
José Aparecido Araújo – São Paulo/SP
Bruno Resende Ramos – Teixeira/MG
Renata Rimet Ramos Silva – Salvador/BA
Arahilda Gomes Alves – Uberaba/MG
Ilda Maria Costa Brasil – Porto Alegre/RS
Maria Helena Sleutjes – Juiz de Fora/MG
Mauro Marques de Carvalho – Manaus/AM
Wilson Ribeiro – Pavão/MG
Valdeck Almeida de Jesus – Salvador/BA
Fernando Catelan – Mogi das Cruzes/SP
Carlos Lúcio Gontijo – Contagem/MG
Luciana Tannus de Andrade – Aracaju/SE
Adão Alves de Oliveira Filho – Uberlândia/MG
Emerson Maciel Santos – Laranjeiras/SE
Jelvisson dos Santos Nascimento – Salvador/BA
Rogessi de Araújo Mendes – Recife/PE
José Geraldo Tavares – Juiz de Fora/MG
Lilian de Sousa Farias – Petrolina/PE
Jacqueline Bulos Aisenman – Genebra/Suiça
Nelci Veiga Mello – Campo Mourão/PR
Lúcia Helena Pereira – Natal/RN
Elizabeth Abreu Caldeira Brito – Goiânia/GO
Valdivino Pereira Ferreira – Turmalina/MG
Dilercy Aragão Adler – São Luiz/MA
Ormuz Barbalho Simonetti – Natal/ RN
Maria Norma Lopes de Macedo – Turmalina/MG
Janeuce Cordeiro Maciel – Turmalina/MG
Jane Guilherme da Silva Rossi – Guarulhos/SP
Francisco Alves Bezerra – São Bernardo do Campo/SP
João Carlos de Oliveira Tórtora – Petrópolis – RJ
51
Roberto Prado Barbosa Junior – São Vicente – SP
Alexandre Cezar da Silva - Ocara – CE
Fernando da Matta Machado – Rio de Janeiro - RJ
MEMBROS BENEMÉRITOS
Maria José Haueisen Freire
Gilberto Ottoni Porto
Theomar Sampaio Paraguassu
Arnaldo Gomes Pinto Júnior
MEMBROS HONORÁRIOS
Humberto Luiz Salustiano Costa
Wilson Pires Neves
52