Sumário 1. Introdução 2. Método iterativo de Gauss
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Sumário 1. Introdução 2. Método iterativo de Gauss
Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT ° http://www.dma.uem.br/kit Sobre o Critério de Sassenfeld Resumo: Neste trabalho demonstraremos o Critério de Sassenfeld que é um importante resultado sobre a convergência do método de Gauss-Seidel. Também daremos uma aplicação usando este resultado. Sumário 1. Introdução 1 2. Método iterativo de Gauss-Seidel 1 3. Critérios de Parada 2 4. Resultado principal 2 1. Introdução Em Análise Numérica usamos os métodos iterativos para resolver sistemas de equações lineares de grande porte. Um desses métodos é o método de Gauss-Seidel. Nesse trabalho demonstraremos o Critério de Sassenfeld, que nos dá condições suficientes para a convergência desse método, independente da aproximação inicial x(0) atribuída. 2. Método iterativo de Gauss-Seidel No método de Gauss-Seidel, um sistema de equações lineares Ax = b é escrito de forma equivalente x = Cx + g por separação da diagonal. Seja x(0) uma aproximação inicial, pelo processo iterativo queremos calcular x(1) , x(2) , . . . , x(k) , . . . , por: 2 João M. S. Pitot 1 (k) (k) (k) (k+1) (b1 − a12 x2 − a13 x3 − · · · − a1n xn ) x1 = a 11 1 (k) (k) (k+1) (k+1) x2 = (b2 − a21 x1 − a23 x3 − · · · − a2n xn ) a22 1 (k+1) (k+1) (k+1) (k) (k) = x3 (b3 − a31 x1 − a32 x2 − a34 x4 − · · · − a3n xn ) a33 . . . 1 (k+1) (k+1) (k+1) x(k+1) (bn − an1 x1 − an2 x2 − · · · − an,n−1 xn−1 ). = n ann (k+1) Portanto, no método de Gauss-Seidel, quando calcularmos xj usamos (k+1) (k+1) todos os valores de x1 , . . . , xj−1 que já foram calculados e os valores (k) (k) xj+1 , . . . , xn restantes. 3. Critérios de Parada O processo iterativo Gauss-Seidel é repetido várias vezes até que o vetor x(k) esteja muito próximo do vetor x(k−1) . Considerando a norma de vetores, e dada uma precisão ², o vetor x(k) será escolhido como uma solução aproximada da solução exata se: (i) kx(k) − x(k−1) k < ² (erro absoluto), (ii) kx(k) − x(k−1) k < ² (erro relativo). kx(k) k Os critérios de parada acima são os mais utilizados. 4. Resultado principal Teorema 4..1 (Critério de Sassenfeld) Seja A = (aij ) uma matriz quadrada de ordem n. Sejam βi , i = 1, 2, ..., n dados por: β1 = n X |a1j | j=2 βi = , n X |aij | + . |aii | |aii | j=i+1 i−1 X |aij |βj j=1 |a11 | c KIT - Cálculo Diferencial e Integral ° 3 Se β = max {βi } < 1, então o método de Gauss-Seidel gera uma se1≤i≤n qüência de vetores (x(k) ) convergente qualquer que seja a aproximação inicial x(0) . Além disso, quanto menor for β mais rápida será a convergência. Demonstração: x1 x2 Seja x = .. a solução exata do sistema de equações lineares Ax = b . xn (k) x1 x(k) e seja x(k) = 2. a k-ésima aproximação de x obtida pelo método de . . (k) xn Gauss-Seidel. Queremos uma condição que nos garanta que x(k) −→ x quando k −→ ∞. Ou seja, que (k) lim ei k→∞ (k) = 0, para i = 1, . . . , n, onde ei (k) = xi − xi . Agora, aplicando Gauss-Seidel temos 1 (k+1) (k) (k) (k) = − (a12 e2 + a13 e3 + · · · + a1n en ) e1 a11 e(k+1) = − 1 (a21 e(k+1) + a23 e(k) + · · · + a2n e(k) n ) 2 1 3 a22 .. . 1 (k+1) (k) (k+1) e(k+1) =− (an1 e1 + an2 e2 + · · · + ann−1 en−1 ). n ann (k) Denotaremos de E (k) = max |ei |, e sejam 1≤i≤n β1 = n X |a1j | j=2 βi = |a11 | , n X |aij | + , para i = 2, 3, . . . , n. |aii | |aii | j=i+1 i−1 X |aij |βj j=1 Mostraremos por indução que E (k+1) ≤ βE (k) onde β = max1≤i≤n {βi }. 4 João M. S. Pitot Para i = 1, temos (k+1) |e1 |≤ ≤ 1 (k) (|a12 ||ek2 | + |a13 ||e3 | + · · · + |a1n ||e(k) n |) |a11 | 1 (|a12 | + |a13 | + · · · + |a1n |) E (k) . |a | {z } | 11 (k+1) | |e1 (k) ≤ β1 E ≤ βE Então, Suponhamos por indução que =β1 (k) . (k+1) | ≤ β2 E (k) (k+1) | ≤ β3 E (k) |e2 |e3 .. . (k+1) |ei−1 | ≤ βi−1 E (k) , tal que i ≤ n (k+1) e mostraremos que |ei De fato, temos que (k) | ≤ βi max1≤j≤n |ej | (k+1) |≤ 1 1 (k+1) (k+1) (k) (|ai1 ||e1 |+· · ·+|ai,i−1 ||ei−1 |)+ (|ai,i+1 ||ei+1 |+· · ·+|ain ||e(k) n |) |aii | |aii | (k+1) |≤ 1 (|ai1 |β1 + |ai2 |β2 + . . . |ai,i−1 |βi−1 + |ai,i+1 | + · · · + |ain |) E (k) , |a | | ii {z } |ei |ei βi ou seja, (k+1) |ei | ≤ βi E (k) ≤ βE (k) , ∀i, 1 ≤ i ≤ n. Portanto, (k+1) E (k+1) = max |ei 1≤i≤n (k) | ≤ β max |ej | = βE (k) . 1≤j≤n (4.1) Assim, basta que β < 1 para que tenhamos E (k+1) < E (k) . Aplicando (1) seguidas vezes, obtemos E (k) ≤ βE (k−1) ≤ β(βE (k−2) ) ≤ · · · ≤ β k E (0) , c KIT - Cálculo Diferencial e Integral ° 5 ou seja, E (k) ≤ β k E (0) . Logo, lim β k E (0) = 0. k→∞ Portanto, se β < 1 então x(k) −→ x, independendo da aproximação inicial escolhida. ¤ • Exemplo 4..2 Seja o sistema linear 2x1 + x2 + 3x3 = 9 −x2 + x3 = 1 x1 + 3x3 = 3 (4.2) temos que a matriz ampliada de (2) é 2 1 3 9 0 −1 1 1 1 0 3 3 com esta disposição de linhas e colunas temos que a matriz acima não satisfaz o Critério de Sassenfeld. Mas trocando a linha 1 com a linha 3 e, a partir daí, trocamos a coluna 1 com a coluna 3, temos 3 0 1 3 1 −1 0 1 . 3 1 2 9 Desta forma, β1 = 1/3, β2 = [(1)(1/3) + 0]/1 = 1/3, β3 = [(3)(1/3) + (1)(1/3)]/2 = 2/3. Portanto, β = max1≤i≤3 βi = 2/3 < 1, então vale o Critério de Sassenfeld e temos garantia de convergência. 6 João M. S. Pitot Referências [1] Notas de Aula - Doherty Andrade [2] Márcia A. G. Ruggiero, Vera L. R. Lopes Cálculo numérico: Aspectos Teóricos e Computacionais. McGraw-Hill, 132-137, (1988).
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